Pe. Miguel Ángel García Morcuende • Redesenho e revitalização das presenças salesianas
5
[b] Coessencial para o redesenho é a con-
versão das pessoas de uma vida consagra-
da madura, serena e equilibrada, e o com-
promisso de revigorar o carisma expresso
na missão.
Portanto:
• Conversão ou a convicção de que a mudança
e a transformação são necessárias para supe-
rar a rotina, comunidades sem vida e ser-
viços disfuncionais. Numa época de rápi-
das mudanças, viver o dom do Evangelho
e devolvê-lo ao mundo, como salesianos,
exige de nós um discernimento contínuo,
uma revisão séria das nossas escolhas prá-
ticas e a coragem de iniciar novos caminhos
de presença e testemunho. A conversão e
o discernimento não são realidades auto-
máticas. Somos convidados a correr riscos
com confiança, porque a leitura da realida-
de à luz da fé não é nada simples nem clara.
• Pensa-se que a mudança depende de um
ato administrativo, de uma disposição regu-
lamentar ou de uma mudança de pessoas.
É necessário promover atitudes positivas e
construtivas de redesenho e reestruturação
entre os irmãos, ajudando-os a compreen-
der o kairós atual que nos impele ao dis-
cernimento, a centrar-nos nos valores do
Evangelho e do nosso carisma.
3 Motivações de quem se opõe
ao redesenho
• “A Inspetoria tem uma identidade especí-
fica que deve ser salva”. Essa atitude geral-
mente inclui, erroneamente, a crença de que
a estrutura é mais importante do que a vida
evangélica das pessoas. A justificativa é que
as pessoas passam e as estruturas perma-
necem. Uma vida apostólica e comunitária
sem perguntas e, portanto, sem respostas.
Por outro lado, há aqueles que tiveram expe-
riências dolorosas em outras reestruturações
e não superaram os traumas que elas pro-
duziram (portanto, pessoas com preconcei-
tos que devem ser superados).
• “A redução das presenças diminui o conta-
to e a inclusão entre as pessoas e, portan-
to, enfraquece a pastoral juvenil e o nasci-
mento de novas vocações”. Significa con-
centrar-se mais na quantidade do que na
qualidade, bloqueando assim as mudanças
renovadoras. Bem como fugir da análise da
situação: das pessoas, da sua idade, da sua
preparação, das suas capacidades, as pos-
sibilidades reais da Inspetoria, sem perder
a perspectiva e o senso de realidade quan-
do estamos envolvidos em muitos compro-
missos apostólicos.
• “Fechar uma casa significa resignar-se à
própria morte”, ou seja, ao medo do des-
conhecido. São três os aspectos que costu-
mam justificar mais obstáculos: os espaços,
os afetos (experiências, paixões) e os obje-
tos. Sejamos realistas: as decisões são toma-
das a respeito do futuro, não do passado.
Contudo, quando discernimos e decidimos,
tendemos a considerar o passado e não o
futuro, em vez de deixar a nossa terra, como
Abraão (ver Gn 12,1.4a).
• Resistências e obstáculos de bispos, pais de
família, professores, autoridades civis, etc.: a
reestruturação geralmente implica a supres-
são de cargos representativos ou, de algu-
ma forma, importantes, devido aos serviços
qualificados prestados na Igreja ou na socie-
dade. Portanto, é necessário discernimen-
to para não deixar que os interesses parti-
culares prevaleçam sobre os universais; os
interesses de uma Igreja particular sobre o
bem da Igreja universal; os interesses de
um povo ou de algumas famílias em detri-
mento dos interesses de outras pessoas e
de famílias mais necessitadas; que o bem
de algumas pessoas não prevaleça sobre o
bem da Congregação.
sdb.org Via Marsala 42 - 00185 Roma • Centralino: (+39) 06 656 121 • Email: pastorale@sdb.org