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FLASH
Animação Pastoral Juvenil Salesiana
Número 7. Novembro 2024
Redesenho e revitalização
das presenças salesianas
Diretrizes para o acompanhamento
inspetorial
Pe. Miguel Ángel García Morcuende
Conselheiro Geral Pastoral Juvenil
SETOR PASTORAL JUVENIL
Salesiani di don Bosco SEDE CENTRALE SALESIANA

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Redesenho e revitalização
das presenças salesianas
Diretrizes para o acompanhamento inspetorial
Pe. Miguel Ángel García Morcuende
Conselheiro Geral Pastoral Juvenil
1 Importância do tema
A Congregação (e as Inspetorias) são realida-
des vivas que evoluem ao longo dos anos e
de acordo com as necessidades dos tempos.
Estamos numa era de rápidas mudanças e os
novos desafios das nossas sociedades nos
impelem a dar novas respostas evangeliza-
doras. As estruturas são relativas e temporá-
rias e devem estar sempre a serviço da vida
e da missão evangélica. Portanto, não bas-
ta manter o que já existe, mas é necessário
revitalizar as Obras úteis à missão que o nos-
so tempo exige. Nossa história institucional
e nosso caminho carismático seguem um
ritmo próprio: o tempo passa inexoravel-
mente. Um ritmo que não podemos mudar.
Ouvir a vontade de Deus exige torná-la
concreta no tempo em que vivemos: nes-
sas circunstâncias, com as pessoas que somos,
com as nossas possibilidades e os nossos limi-
tes. Perguntar o que o Senhor quer de nós,
hoje, exige revitalização, discernimento, rees-
truturação e consequente renovação.
Revitalização e redesenho/reestruturação são
palavras que definem esse processo com dife-
rentes nuances. Revitalização indica a meta e
o objetivo a serem perseguidos; redesenho,
os meios.
A Congregação, por sua natureza, deseja
que todas as Inspetorias gozem de bem-es-
tar vocacional, formativo, espiritual, apostó-
lico e econômico. Nesse contexto, os Salesia-
nos sempre se sentiram seriamente desafiados
no projeto de “redesenho” e “reestruturação”: 1 a
1 Cfr. CG 19; CGS 20, 398; CG21, 154-161; CG22, 6; CG
23, 226-230; CG25, 193; CG27, 26, 69,6; CG 28, 13, 45.
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Pe. Miguel Ángel García Morcuende Redesenho e revitalização das presenças salesianas
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diminuição das forças disponíveis ou o aumen-
to das Obras ou a sua complexidade podem
criar urgências ou um clima de perene emer-
gência que esmaga as pessoas e rompe o deli-
cado equilíbrio entre missão apostólica, comu-
nhão fraterna e prática dos conselhos evan-
gélicos em que consiste a nossa consagração.
Essa situação também dificulta nossa capaci-
dade de encontrar novas respostas aos novos
desafios evangelizadores e torna enormemen-
te difícil concentrarmo-nos no que é essencial:
a qualidade da vida evangélica e da missão
evangelizadora. A preocupação essencial é
garantir a continuidade da presença do nos-
so carisma – segundo o critério do “significa-
do” (CG23 226-230) – e não a sobrevivência
das estruturas atuais.
Para escolher em quais frentes de educação
pastoral somos chamados a permanecer, com
quais modalidades, com quais pontos fortes, e
em vista das escolhas de redesenhar ou redu-
zir nossas obras e presenças, o Padre Juan Vec-
chi ofereceu alguns critérios de discernimen-
to que ainda são relevantes hoje2.
Em algumas Inspetorias, de fato, há uma
necessidade de reduzir ou reestruturar ativi-
dades e Obras. É uma reorganização ou um
processo doloroso em que, no entanto, somos
chamados a descobrir um momento de gra-
ça para tentar dar sentido ao que já temos.
Discernir significa decidir com horizon-
te e decidir com convicção, ou seja, deci-
dir olhando para além de si mesmo, do pró-
prio bem-estar, do próprio conforto, dos pró-
prios afetos. Sem este olhar no horizonte
não há discernimento, mas apenas pragma-
tismo banal.
Esse é, simplesmente, o objetivo deste
simples subsídio: orientar aqueles que estão
começando nesse campo sobre as chaves que
devem estar presentes em todos os proces-
sos, mas também alertar contra possíveis erros
ou negligências que podem arruinar nossos
esforços.
2 Objetivos de redesenho e
reestruturação
[a] O redesenho é a capacidade de repen-
sar a nossa presença de uma nova forma,
de reorganizar e requalificar a nossa mis-
são, de revitalizar as nossas Obras e Comu-
nidades.
Portanto:
A consciência apostólica requer revitalização.
Uma avaliação constante das nossas vidas tam-
bém é exigida de nós pelos sintomas de mal-
-estar das nossas comunidades e das nossas
2 Vecchi, J.E., O significado da presença salesiana em ACG
340 (1992).
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CEPs, que nos incutem a necessidade de revita-
lizar, de renovar a nossa presença. “Será neces-
sário, portanto, garantir que o salesiano não
fique sobrecarregado com múltiplas funções
organizacionais, materiais e administrativas
devido à diminuição da força e ao aumento
descontrolado das Obras”3.
•  O redesenho e a reestruturação devem ser
feitos não só por razões práticas (somos
menos), mas sobretudo para ser uma ati-
tude permanente de resposta aos sinais dos
tempos, ou seja, aos acontecimentos, às
palavras, às tendências, às atitudes, aos
silêncios, às ausências..., do ponto de vis-
ta de Deus.
•  O ponto central não está (apenas) nas casas
a serem fechadas, e/ou irmãos a serem rea-
locados em outras comunidades, mas em
saber interpretar essas periferias existenciais
que estão desafiando a Congregação.
3 Ibidem, p. 34.
•  Para responder aos apelos que Deus nos diri-
ge, hoje, através dos sinais dos tempos e
dos lugares, as Inspetorias devem iniciar
processos de redesenho e reestruturação
com o objetivo de:
–  promover a qualidade de vida evangélica e
o testemunho dos irmãos nas comunida-
des, chamadas a tornar-se “sinal”, “escola”
e ambiente de fé (CG23 216-218);
–  “garantir a consistência qualitativa e quanti-
tativa das comunidades” (CG27 69,6);
–  conferir um novo dinamismo à vida evan-
gélica e apostólica, abrindo espaços para
novos “modelos de intervenção pastoral”,
em resposta às necessidades dos jovens
mais pobres do nosso tempo;
–  permanecer abertos e disponíveis à pers-
pectiva de estabelecer novas presenças ou
lançar novos serviços, substituindo outros
já existentes, exigidos pelas transformações
eclesiais e socioculturais emergentes.
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[b] Coessencial para o redesenho é a con-
versão das pessoas de uma vida consagra-
da madura, serena e equilibrada, e o com-
promisso de revigorar o carisma expresso
na missão.
Portanto:
•  Conversão ou a convicção de que a mudança
e a transformação são necessárias para supe-
rar a rotina, comunidades sem vida e ser-
viços disfuncionais. Numa época de rápi-
das mudanças, viver o dom do Evangelho
e devolvê-lo ao mundo, como salesianos,
exige de nós um discernimento contínuo,
uma revisão séria das nossas escolhas prá-
ticas e a coragem de iniciar novos caminhos
de presença e testemunho. A conversão e
o discernimento não são realidades auto-
máticas. Somos convidados a correr riscos
com confiança, porque a leitura da realida-
de à luz da fé não é nada simples nem clara.
•  Pensa-se que a mudança depende de um
ato administrativo, de uma disposição regu-
lamentar ou de uma mudança de pessoas.
É necessário promover atitudes positivas e
construtivas de redesenho e reestruturação
entre os irmãos, ajudando-os a compreen-
der o kairós atual que nos impele ao dis-
cernimento, a centrar-nos nos valores do
Evangelho e do nosso carisma.
3 Motivações de quem se opõe
ao redesenho
•  “A Inspetoria tem uma identidade especí-
fica que deve ser salva”. Essa atitude geral-
mente inclui, erroneamente, a crença de que
a estrutura é mais importante do que a vida
evangélica das pessoas. A justificativa é que
as pessoas passam e as estruturas perma-
necem. Uma vida apostólica e comunitária
sem perguntas e, portanto, sem respostas.
Por outro lado, há aqueles que tiveram expe-
riências dolorosas em outras reestruturações
e não superaram os traumas que elas pro-
duziram (portanto, pessoas com preconcei-
tos que devem ser superados).
•  “A redução das presenças diminui o conta-
to e a inclusão entre as pessoas e, portan-
to, enfraquece a pastoral juvenil e o nasci-
mento de novas vocações”. Significa con-
centrar-se mais na quantidade do que na
qualidade, bloqueando assim as mudanças
renovadoras. Bem como fugir da análise da
situação: das pessoas, da sua idade, da sua
preparação, das suas capacidades, as pos-
sibilidades reais da Inspetoria, sem perder
a perspectiva e o senso de realidade quan-
do estamos envolvidos em muitos compro-
missos apostólicos.
•  “Fechar uma casa significa resignar-se à
própria morte”, ou seja, ao medo do des-
conhecido. São três os aspectos que costu-
mam justificar mais obstáculos: os espaços,
os afetos (experiências, paixões) e os obje-
tos. Sejamos realistas: as decisões são toma-
das a respeito do futuro, não do passado.
Contudo, quando discernimos e decidimos,
tendemos a considerar o passado e não o
futuro, em vez de deixar a nossa terra, como
Abraão (ver Gn 12,1.4a).
•  Resistências e obstáculos de bispos, pais de
família, professores, autoridades civis, etc.: a
reestruturação geralmente implica a supres-
são de cargos representativos ou, de algu-
ma forma, importantes, devido aos serviços
qualificados prestados na Igreja ou na socie-
dade. Portanto, é necessário discernimen-
to para não deixar que os interesses parti-
culares prevaleçam sobre os universais; os
interesses de uma Igreja particular sobre o
bem da Igreja universal; os interesses de
um povo ou de algumas famílias em detri-
mento dos interesses de outras pessoas e
de famílias mais necessitadas; que o bem
de algumas pessoas não prevaleça sobre o
bem da Congregação.
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4 Seis princípios para o
redesenho e a reestruturação
A reestruturação deve ser com vistas à revita-
lização da nossa vida no Evangelho. Isso exige:
[a] fazer um discernimento aprofundado
das prioridades dos vários tipos de atividades
por parte das comunidades e do Conselho
Inspetorial, a fim de compreender:
•  as estruturas (comunidade religiosa ou ati-
vidades educativo-pastorais, por exemplo)
que devem continuar (indispensáveis);
•  estruturas (seções, cursos, atividades, seto-
res) que precisam ser adaptadas, transfor-
madas ou ter um destino diferente;
•  novas estruturas que devem ser “inven-
tadas”, em resposta às novas necessida-
des (por exemplo, Obras de gestão lei-
ga, possibilidade de múltiplas Obras que
funcionam de forma sinérgica e integrada
poderem referir-se a uma única comuni-
dade salesiana);
•  as presenças a serem “iniciadas” e aquelas a
serem “fechadas”, onde a atuação do PEPS
não parece eficaz com e para os jovens, não
corresponde à realidade e não é prospecti-
vo para o futuro, e onde uma reconversão
da Obra de acordo com critérios inspeto-
riais parece difícil.
[b] O redesenho, embora necessário, não é
por si só a solução dos problemas. Pelo contrá-
rio, às vezes pode agravá-los, induzindo nos
irmãos e leigos corresponsáveis u​ m sentimen-
to de desconfiança, a sensação de que o fim se
aproxima. A reestruturação deve ser precedi-
da e acompanhada pela elaboração de um
projeto comum, ou seja, uma ideia de futuro,
um momento de esperança, de espírito mis-
sionário, com o realismo cheio de confiança
proveniente da fé, de esperança no futuro e
de relançamento o carisma.
Para que isso tenha sucesso, o proces-
so requer uma pedagogia adequada: que
todos os irmãos sejam envolvidos, em parti-
cular aqueles das Obras a serem repensadas,
para que compreendam, se tornem cons-
cientes e, portanto, capazes de fazer esco-
lhas partilhadas.
[c] Elaborar um projeto que preveja etapas
progressivas e prosseguir sem pressa, mas
também sem pausas, para poder fazer esco-
lhas significativas que respondam às necessi-
dades do meio ambiente e ao nosso carisma.
[d] Amadurecemos, nos últimos decênios,
uma experiência que nos torna conscientes de
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algumos caminhos de partilha laical: Obras
salesianas de gestão laical sob a responsabi-
lidade do inspetoria (ACG 439). Essas propos-
tas requerem não só tempo, mas investimento
na formação, e são fruto de caminhos compar-
tilhados com figuras religiosas que souberam
“não prendê-los a si mesmos”, mas fazer com
que os leigos amadurecessem em sua capaci-
dade de interiorizar valores e metodologias.
Hoje podemos dizer que existem, em nossos
Centros, algumas figuras leigas maduras, trei-
nadas e confiáveis.
Se a Obra Salesiana não é apenas uma estru-
tura econômica, mas, antes de tudo, uma pre-
sença com significado carismático, então será
necessário redesenhar também a relação com
os leigos, sabendo incluí-los no projeto pas-
toral local. Mas uma relação que não visa ape-
nas a continuidade do trabalho (para os leigos)
ou a preservação do valor patrimonial (para a
inspetoria) deve sempre identificar o carisma
salesiano como o ponto de encontro, a bússola
que nos permite encontrar os caminhos para
redesenhar, entre tradição e inovação, a con-
tinuidade da presença.
[e] Tenha-se sempre em mente o que deve
nortear qualquer processo: realismo, clare-
za, audácia, visão de futuro. A esse respei-
to, vale lembrar que o discernimento tende
a garantir a honestidade da nossa pesqui-
sa, e não tanto a sua infalibilidade ou mes-
mo a sua eficácia.
[f] Garantir que todo o processo seja orienta-
do por um grupo-guia, composto pelos Con-
selheiros Inspetoriais.
O objetivo é, em primeiro lugar, elaborar
um plano de trabalho para todo o processo
e monitorá-lo; em segundo lugar, envolver
os irmãos nesse processo enviando mate-
riais de discernimento, questionários, consul-
tas etc.; e, finalmente, informar periodica-
mente os irmãos sobre o status do processo.
5 Fases, procedimentos e
critérios orientadores
FASE I: RECONHECER
Ferramenta 1:
História da Casa e realidade atual
Um estudo simples, não exaustivo, mas
muito significativo, sobre a evolução da
Casa, não deverá ultrapassar três ou qua-
tro páginas.
1. A origem da Casa, a sua finalidade ori-
ginária.
2. Os momentos históricos mais relevan-
tes em que sofreu mudanças importan-
tes (serviços prestados, número de des-
tinatários, disponibilização de estruturas,
momentos de relevância social, evolução
do número de salesianos na comunida-
de, etc.)
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3. A realidade atual da Casa:
3.1. Configuração atual da comunidade.
3.2. Ambientes salesianos da missão em
desenvolvimento.
3.3. Envolvimento de leigos em posições
de liderança.
3.4. A realidade atual da Casa (grupos e
Família Salesiana, envolvimento no
trabalho e vitalidade).
3.5. ...
4. Os desafios para o futuro que permane-
cem em aberto.
Pode ser muito útil analisar as atas das visi-
tas inspetoriais e das visitas extraordinárias dos
últimos anos: os pontos fortes e as oportuni-
dades que aparecem de forma mais contínua
e repetida nas diferentes atas; as fragilidades
e ameaças que aparecem de forma mais con-
tínua e repetida nas diversas atas.
Ferramenta 2:
Critérios orientadores de discernimento
No que diz respeito ao discernimento con-
creto, a reestruturação deve ter em conta os
seguintes critérios. Devem ser examinados
como um todo, sem que nenhum deles seja
considerado exclusivo, no sentido de que a
sua ausência implica a rejeição de uma Obra.
Contudo, deve ser dada prioridade a Obras
que atendam a um maior número de cri-
térios ou que estejam significativamen-
te em algum deles.
[1] Critérios vinculados à missão: que
trabalha para privilegiar.
•  Perfil dos beneficiários da Obra
A prioridade é das Obras que respondem
às necessidades dos jovens, incluindo os
das classes populares, ou os abandona-
dos ou em situação de risco; em particu-
lar, aquelas que respondem ou podem
responder melhor à necessidade de inte-
gração dos jovens na sociedade e no mer-
cado de trabalho.
•  Densidade carismática.
O grau de aplicação do critério oratoriano
(cf. Const. 40) que a Obra alcançou e, espe-
cificamente, a possibilidade de uma fecunda
Obra de evangelização. É dada prioridade à
Obra na qual, pela equipe educativa exis-
tente ou pela estrutura do trabalho, tenha
sido desenvolvida uma pastoral consistente
com o Quadro de Referência para a Pastoral
Juvenil, de forma a combinar organicamen-
te as quatro dimensões do critério oratoria-
no (casa, escola, pátio, paróquia).
•  Critério vocacional.
Significado da oferta educativo-pastoral,
da qual a presença efetiva entre os jovens,
o acompanhamento pessoal e o ambiente
promissor para a elaboração e implemen-
tação do próprio projeto de vida, centra-
do no chamado vocacional específico, são
indicadores.
•  Visão geral da inspetoria.
Qualquer hipótese de redesenho das presen-
ças, para que não seja apenas uma raciona-
lização na distribuição dos recursos huma-
nos e das atividades, deve ser articulada de
acordo com a visão global da Inspetoria. Um
risco poderia ser o despovoamento pro-
gressivo dos territórios (após o fechamen-
to ou a redução das casas) e a desproporção
entre os irmãos presentes em uma cidade
ou região e no restante da Inspetoria. Por
outro lado, existe o perigo do empobreci-
mento carismático, devido a um privilégio
apenas em certos setores ou ambientes de
animação pastoral.
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A Inspetoria é obrigada a cuidar da quali-
ficação de um número suficiente de irmãos
de maneira planejada. O critério que orien-
ta esse planejamento deve estar de acor-
do com as possibilidades atuais da Inspeto-
ria, mas também de acordo com uma pre-
visão perspicaz das necessidades pastorais
do futuro.
•  Complementaridade
com o trabalho da Igreja.
A permanência de uma Obra num território
deve ser considerada com base:
–  nas presenças eclesiais que ali operam (em
primeiro lugar, os grupos da Família Sale-
siana, depois quaisquer outros institutos
religiosos de educação, por fim, entida-
des pertencentes à Igreja local), avaliando
todas as colaborações possíveis e evitan-
do qualquer sobreposição inútil; ou seja,
dá-se prioridade a Obras que servem seto-
res ou populações onde não existe outra
presença da Igreja que ofereça o mesmo
serviço;
–  na presença de uma população jovem,
especialmente jovens em situações difí-
ceis;
–  na capacidade de planejar e implemen-
tar redes e colaborações, tanto no âmbi-
to civil como eclesial.
[2] Critérios de sustentabilidade dos
recursos humanos e econômicos.
•  Sustentabilidade econômica
É dada prioridade às Obras que sejam econo-
micamente sustentáveisp​ or si só, de acordo
com os métodos escolhidos. Devemos levar
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em conta a situação econômica: esse não é
o critério mais importante, mas também é a
garantia de que um redesenho terá futuro.
Em alguns casos, o Conselho Inspetorial
decide investir economicamente na Obra
por uma escolha estratégica ou profética,
mesmo que a Obra não consiga se susten-
tar com recursos próprios.
•  Sustentabilidade dos recursos humanos
Os principais recursos da Congregação são
os Salesianos que Deus chamou para viver a
consagração e a missão no meio dos jovens.
Sua qualidade e quantidade são fatores cru-
ciais para poder viver a comunhão e o apos-
tolado de modo significativo e frutuoso. A
redistribuição e o compartilhamento de
pessoal estão se tornando cada vez mais
necessários, especialmente nas Províncias
que sofrem com a falta de pessoal. Uma boa
política de recursos humanos só será bem-
-sucedida se não for improvisada, mas bem
pensada, preparada e planejada.
Os dados e as tendências do número de
Salesianos nos ajudam a medir as nossas
reais forças em vista da vida e da missão
que, como Salesianos, somos chamados a
desenvolver na Igreja, conscientes, porém,
de que devemos ir além das estatísticas
ou dos parâmetros puramente humanos.
Partindo dessa confiança no Senhor da his-
tória, “em cujas mãos estão os tempos e os
destinos dos indivíduos, das instituições, dos
povos e, portanto, também a ação histórica
dos seus dons, (cf. Vita Consecrata, 63) e jus-
tamente por isso, devemos nos perguntar
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qual será a realidade humana da Inspetoria
daqui a cinco ou dez anos e discernir o que
o Senhor está nos pedindo hoje.
[3] Critérios de qualidade de vida
comunitária.
Como viver e que papel desempenhar nas
Obras que temos. No que diz respeito às
comunidades, todas devem responder aos
critérios de coerência comunitária e de cui-
dado pessoal do Salesiano (ACG 422):
•  Coerência da comunidade presente
naquela Obra:
–  Que a comunidade saiba cuidar dos seus
irmãos, especialmente dos idosos e dos
doentes, sem entrar em conflito com a aten-
ção à missão.
–  Que a comunidade saiba organizar-se de
modo que todos os irmãos, especialmen-
te aqueles que trabalham na missão, pos-
sam partilhar a vida, a oração e o descanso.
•  Atenção à vocação do Salesiano:
–  Que as responsabilidades confiadas a cada
irmão estejam em sintonia com as suas reais
possibilidades.
–  A comunidade acompanhe a vida espiritual
e pastoral de cada irmão (ACG 421).
•  Importância da comunidade.
–  Testemunho: que a comunidade tenha um
número suficiente de irmãos para garantir
visibilidade e testemunho a todo o CEP.
–  Vitalidade: que a comunidade possa garan-
tir a sua influência no Projeto Educativo-Pas-
toral e, em particular, que o diretor possa
dar prioridade ao seu papel de acompanha-
mento e cuidado pastoral.
–  Presença entre os jovens: para que a comu-
nidade garanta a presença dos salesianos
entre os jovens, com tempo para estar com
eles e acompanhá-los.
–  Capacidade de agregar forças, compro-
metendo-as com a missão: para que a
comunidade destine os salesianos à anima-
ção, ao acompanhamento e à formação da
Família Salesiana e dos diversos educado-
res da Obra.
–  Abertura ao território, tanto eclesial como
social: para que a comunidade possa chegar
efetivamente à Igreja local e à sociedade civil.
FASE II: INTERPETÁR
No âmbito da Fase II-Interpretação, pro-
põe-se abordar, num ou mais momentos de
assembleia comunitária, com a presença
de um membro do Conselho inspetorial,
uma dinâmica que nos ajude a discernir os
critérios acima mencionados.
As perguntas a que devemos responder
honestamente, são: O que o Senhor pede de
nós, consagrados aqui e agora? Como pode-
mos nos organizar para viver mais evangeli-
camente e servir melhor ao Senhor e aos nos-
sos jovens? Onde estamos e onde deveríamos
estar? Quais são as expectativas das Igrejas
locais e dos territórios onde estamos ou deve-
ríamos estar?
A reestruturação deve ocorrer segundo cri-
térios de partilha e discernimento, de informa-
ção correta e oportuna em todos os níveis. Agir
apenas em relação à Obra, negligenciando as
pessoas, é um erro. Todos os irmãos da comu-
nidade e também os leigos envolvidos devem
estar conscientes de alguns fatores importan-
tes: os dados objetivos de partida e uma pre-
figuração realista de alguns cenários futuros,
as hipóteses concretas para o fortalecimen-
to de algumas frentes, o leque de decisões
possíveis, a sua avaliação criteriosa e oportu-
na, a indicação clara e correta das razões que
favorecem uma ou outra solução. A experiên-
cia mostra que quanto mais ampla for a base
de consulta, conhecimento e partilha, mais
amplo será o consenso.
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FASE III: ESCOLHER
Justificativa dos diferentes modelos de funcionamento. Cenários propostos:
Cenário 1. A missão que estamos desenvolvendo, com as características atuais da Obra e da
Comunidade
–  Vantagens:
–  Desvantagens ou necessidade:
–  Votação:
Cenário 2. A missão que estamos desenvolvendo, com as necessárias medidas de redesen-
ho (reorganização de ambientes-serviços e recursos humanos) confiadas à comunidade atual.
–  Vantagens:
–  Desvantagens ou necessidade:
–  Votação:
Neste cenário é necessário apresentar PROPOSTAS ESPECÍFICAS DE DESENVOLVIMENTO moti-
vadas pela Comunidade.
Cenário 3. A missão que se desenvolve com a supressão da comunidade religiosa e a conti-
nuação da Obra (gestão leiga no âmbito do projeto da Inspetoria).
–  Voto:
Escenario 4. Supressão da Obra Salesiana.
–  Voto:
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