Pe. Miguel Ángel García Morcuende • O salesiano educador-pastor na Comunidade Educativo-Pastoral
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dores da presença paterna de Deus na CEP e,
em particular, entre os jovens.
O “amor pedagógico”, a “bondade erigida
como sistema”, a “mansidão de São Francis-
co de Sales”, a “pedagogia do coração” refe-
rem-se ao Sistema Preventivo, em particu-
lar àquela constelação de atitudes e orien-
tações práticas relacionadas com a bondade
amorosa, que vai além do gesto de simpa-
tia. Ela está sempre subjacente à caridade
pastoral que busca a salvação dos jovens,
manifestada através de um afeto reconhe-
cidamente moderado pela razão. E isto se
aplica especialmente aos jovens, mas tam-
bém aos leigos.
Implica, antes de tudo, um “coração” pas-
toral: a vontade, o impulso, o desejo de tra-
balhar, de encontrar prazer nos empreendi-
mentos pastorais, de estar disponível, de se
entregar com um coração alegre, de se sen-
tir atraído pelos mais necessitados, de con-
siderar todo esforço como proporcional, de
superar facilmente pequenas frustrações, de
não desistir, de enfrentar riscos e dificulda-
des como se fossem pouca coisa, de “iniciar
novos processos com entusiasmo e criativi-
dade” (Evangelii Gaudium, n. 222).
[c] Viver a caridade pastoral significa lutar
contra os “inimigos” dentro de nós. Há sem-
pre algo a melhorar, algo a se livrar, o que leva
à perda da paixão pela missão, intimamen-
te ligada ao medo da mudança, à dificulda-
de de adaptação a novas linguagens e à falta
de coragem para assumir riscos (sair da zona
de conforto). É a manifestação do “arrefeci-
mento carismático” que corta as asas do pro-
fetismo e, consequentemente, dá origem ao
retrocesso pastoral.
Às vezes, surge em alguns irmãos uma cri-
se de identidade quando eles não têm mais
uma posição específica de responsabilidade
no interior da Obra (devido ao envelhecimen-
to físico e/ou mental ou por enfermidade).
Na CEP, nem sempre é fácil para os sdb ido-
sos envolver-se e participar, esquecendo-se
lamentavelmente que estes irmãos enrique-
cem as nossas casas com a sua experiência, a
sua oração e a oferta da sua vida.
Estamos convencidos, sem dúvida, de que
em qualquer situação expressamos o nos-
so “ser” consagrado no nosso “estar” entre os
jovens (“sacramento da presença”), dando prio-
ridade aos mais pobres. Em outras palavras,
o sdb, com suas fragilidades, e apesar delas,
deve plantar os seus pés e o seu coração nas
profundezas da condição juvenil, especial-
mente onde houver mais carência e abando-
no. Por isso, cada um, ao rever o próprio pro-
jeto pessoal, deve questionar-se sobre a sua
sensibilidade aos dramas e urgências da socie-
dade, especialmente a realidade das crianças
e jovens que mais sofrem com a injustiça e
suas consequências.
Nas palavras do Papa Francisco: «dar tes-
temunho de que Jesus é suficiente para nós e
que o tesouro com o qual queremos nos cer-
car é constituído primeiramente por aqueles
que, em sua pobreza, nos lembram dele e o
representam: não pobres abstratos, dados e
categorias sociais, mas pessoas concretas, cuja
dignidade nos é confiada como pais. Pais de
pessoas concretas; isto é, paternidade, capa-
cidade de ver, concretude, capacidade de aca-
riciar, capacidade de chorar» (Discurso aos
bispos participantes do curso de formação
organizado pela Congregação para os bis-
pos e a Congregação para as igrejas orien-
tais, 12 de setembro de 2019).
2.2. Tomar partido pelos jovens
trabalhando por uma pastoral orgânica
A cultura dos jovens é um lugar habitado por
Deus e carente de sdb(s) que possam entrar
nele, conhecer a sua dinâmica em profundi-
dade e reescrever o Evangelho de uma manei-
ra nova e diferente, para que lhes seja aces-
sível e válido. A primeira responsabilidade de
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