13 de novembro
Bem-aventurados
LUIZ VERSIGLIA, bispo e
CALISTO CARAVARIO, presbítero Proto mártires salesianos
Memória
Luiz Versiglia nasceu em Oliva Gessi (Pavia, Itália) rio dia 5 de junho de 1873. Aos doze anos entrou no Oratório de Valdocco, onde conheceu Dom Bosco. Ordenado sacerdote (1895), depois de ter exercido o cargo de diretor e mestre de noviços em Genzano di Roma, guiou, em 1906, a primeira expedição missionária salesiana à China, onde abriu a missão de Shiu Chow. Aí foi Vigário Apostólico; pouco tempo depois, foi nomeado bispo (1920), sendo ordenado no dia 9 de janeiro de 1921.
Calisto Caravário nasceu em Cuorgné (Turim, Itália) aos 8 de junho de 1903. Foi aluno no Oratório de Valdocco; ainda seminarista, partiu como missionário para a China, em 1924. Recebeu a ordenação sacerdotal por mãos de Dom Versiglia, em 1929, e foi destinado para o Vicariato de Shiu Chow.
Para defender a vida e a virtude de três jovens cristãs, os dois missionários foram trucidados no dia 25 de fevereiro de 1930, em Li Thau Tseui, às margens do rio Lin Chow. O papa João Paulo II inscreveu-os no rol dos Bem-aventurados no dia 15 de maio de 1983.
Comum de vários mártires.
Salmos e Cã ntico do dia feriai correspondente.
Oficio das Leituras
O hino, o versicub, a primeira leitura e o responsório podem tomar-se do comum.
Segunda leitura
Dos "Stromata" de Clemente de Alexandria (IV, 4, 13-15; PG 8, 1226-1227)
O alegre sacrificio da vida pelo martírio
O mártir, sem dúvida, dá testemunho, em primeiro lugar, de si mesmo, de ser sinceramente fiel a Deus; depois, ao tentador, por ter este exercido, em vão, a sua inveja contra quem permaneceu fiel com amor, e, por fim, ao Senhor, por ter sido divinamente invadido pela força persuasiva de sua doutrina, da qual não se separará nunca, nem mesmo diante da morte. Antes, ele confirma com seu modo de agir a verdade de sua pregação, demonstrando quanto é poderoso o Deus pelo qual ele anseia.
Certamente, admirarás o amor do mártir, que se manifesta abertamente, quando, com gratidão, se assemelha a Deus, tornando-se uma coisa só com Ele. E não é somente isso; mas, com o "sangue precioso", ele faz enrubecer os infiéis.
O mártir recusa-se a renegar a Cristo só por medo, em virtude do mandamento do Evangelho, para tornar-se, deste modo, testemunha também diante do medo. O mártir não vende a fé, diante da lisonja de receber dons em troca, mas por amor do Senhor sairá, com grande alegria, desta vida. Ele serã grato tanto a quem lhe deu um motivo de partir deste mundo, quanto a quem tramou sua morte. Disto ele fará uma ocasião oportuna, mesmo sem a ter procurado, para mostrar quem ele é realmente: ao perseguidor, pela paciência; ao Senhor, pelo amor. É através desse amor que ele era conhecido pelo Senhor que, já antes de seu nascimento, sábia que ele teria escolhido livremente o martírio.
O mártir, portanto, com serena confiança, caminha para o Senhor como quem caminha em direção a um amigo, pelo qual ofereceu voluntariamente seu corpo e até sua alma, como os juízes esperavam. E, naquela hora, ele ouvirá o chamado do nosso Salvador com as palavras do poeta: O meu caro irmão!", exatamente porque se tornou semelhante a Ele na sua vida.
Digo que chamamos de "perfeição" o martírio, não porque o mártir chegou ao fim de sua vida como todos os outros, e sim, porque realizou uma obra perfeita de amor. Se, pois, o martírio é a confissão de fé em Deus, toda alma que leva sua vida com pureza no conhecimento de Deus e no cumprimento dos mandamentos é mártir com a vida e com a palavra, qualquer que seja o modo de sua morte corporal.
Ela, de fato, derrama sua fé como o sangue, durante a vida e até o momento da sua morte.
ResponsórioCf Ecl 45,9; 2Tm 4,7-8
R. O Senhor coroou-vos de justiça e revestiu-vos de um manto de glória. * O Santo de Israel estabeleceu em vós a sua morada.
V. Combatestes o bom combate, terminastes a vossa carreira: está preparada para vós a coroa da justiça. * O Santo de Israel.
ou
Da
"Exortação ao martírio..." de São Cipriano, bispo
(c.
13; CC: 3, 214-2160)
A nossa recompensa
será superior aquilo que suportamos
O Bem-aventurado apóstolo Paulo, elevado, por divina bondade, até o terceiro céu e ao paraíso, afirma de ter ouvido coisas que não se podem exprimir. Ele gloria-se de ter visto Jesus Cristo na visão que lhe ofereceu sua fé, e confessa o que aprendeu e viu, através da verdade proveniente de um conhecimento superior.
Diz o apóstolo: "Os sofrimentos deste tempo presente não são nada em comparação com a glória futura que se manifestará em nós". Quem, então, recusar-se-ia a empenhar-se com todos os meios para alcançar uma glória tão grande, a ponto de tornar-se amigo de Deus, de gozar logo com Cristo e receber os prémios divinos, depois dos suplícios e tormentos terrenos?
Se para os que participam das batalhas deste mundo é uma honra voltar para a pátria vitoriosos, depois de vencido o inimigo, maior e mais nobre será a glória de ter vencido o demônio, ao triunfar e voltar para o paraíso. Levaremos os troféus da vitória até aquele Paraíso do qual Adão pecador foi expulso, depois de termos vencido o demônio que antes conseguira enganá-lo. Que glória mais nobre do que oferecer ao Senhor o dom muito agradável da fé puríssima, da virtude intacta de nossa alma, o galhardão glorioso da nossa homenagem, e tornar-nos companheiros daquele que está para chegar e vingar-se dos inimigos; que glória estar ao seu lado, quando Ele se sentar para julgar!
O mesmo pode dizer-se ao se pensar que nos tornamos co-herdeiros de Cristo, iguais aos anjos, alegres com os patriarcas, os apóstolos e os profetas na posse do reino celeste. Que perseguição poderá vencer estes pensamentos, que tormentos poderão prevalecer sobre eles? A alma que encontra sua força nestas reflexões religiosas resiste corajosamente e persiste imóvel contra todos os terrores do demónio e as ameaças do mundo, porque recebe a força da fé firme e'erfeita nos bens futuros.
Durante a perseguição privam-nos da terra, mas para nós se abre o céu: ameaça-nos o anticristo, mas Cristo nos defende; é-nos infligida a morte, mas recebemos a imortalidade. O mundo é tolhido a quem foi morto, mas a este é restituída a viela e oferecido o paraíso. Extingue-se a vida terrena, mas é dada a eternidade. Que dignidade e segurança sair contentes deste mundo, sair gloriosos entre tribulações e dificuldades, fechar, por um instante, estes olhos que vêem as pessoas e as coisas terrenas, para abri-los improvisamente a fim de ver Deus e Cristo. A felicidade da passagem é proporcional à sua rapidez. Foste tirado improvisamente desta terra para encontrares teu lugar no reino celeste.
Devemos cultivar estas verdades em nossa alma e em nossos pensamentos; devemos refletir sobre estas realidade dia e noite. Se alguém combate com estes sen‑
timentos no serviço de Cristo durante a perseguição, sua virtude, preparada para o combate, não há de fraquejar. Se, ao contrário, houvesse um chamamento, a fé que estava preparada para sofrer o martírio não ficará sem prêmio. Deus juiz dá o prêmio sem calcular
espaço de tempo. Durante o tempo de perseguição premia-se o empenho no combate, durante o tempo de paz, ao invés, premia-se a boa consciência.
Responsório
R. Mártires santos, derramastes o vosso sangue glorioso: amigos de Cristo durante a vida, o seguistes na morte: * por isso vos é dada a coroa de glória.
V. Um só espírito vos animou, uma sõ fé vos amparou: * por isso vos é dada.
Oração como nas Laudes
Laudes
Cântico evangélico
Ant. O sangue dos vossos mártires, ó Senhor, será semente fecunda de cristãos.
Preces
Unidos na liturgia de louvor, invoquemos o Pai que chamou os nossos mártires a associarem-se mais intimamente à Páscoa de Cristo com o supremo testemunho de amor. E oremos, dizendo:
R. Por intercessão dos vossos mártires, ouvi-nos, Senhor.
Vós quisestes, Pai santo, que os primeiros discípulos, com o martírio, seguissem mais de perto a Cristo, que a Si mesmo Se ofereceu pela salvação do mundo;
concedei-nos a graça de nos configurarmos sempre mais com Aquele que derramou o seu sangue por nós e por todos, para a remissão dos pecados.
Por intercessão dos Bem-aventurados mártires Luís e Calisto que enfrentaram a morte pela salvação e segurança dos fiéis que lhe estavam confiados,
concedei-nos a graça de perseverar sempre no testemunho de vida cristã.
Por intercessão dos Bem-aventurados mártires que firmaram a sua obra de evangelização com o selo do martírio,
amparai os missionários e os catequistas no seu serviço de anunciadores do Evangelho de Cristo.
Por intercessão dos Bem-aventurados mártires que, a exemplo de São João Basco, recordam com a sua vida o exercício diário da caridade a serviço do próximo,
ajudai-nos a abraçar com alegria as cruzes de cada dia, por amor de Cristo e dos irmãos.
(intenções livres)
Pai Nosso ...
Oração
Deus eterno e todo-poderoso, Vós destes aos mártires Luiz Versiglia e Calisto Caravario a força de lutar até a morte para anunciar o Evangelho e defender a justiça. Concedei-nos a nós, vossos filhos e filhas, que, imitando seu exemplo, vivamos sempre com fé perseverante e caridade rica em obras. Por NSJC...
Vésperas
Cântico evangélico
Ant. Felizes de vós, Luiz e Calisto,
que derramastes o sangue pelo Senhor; honrando a Cristo com a vossa vida,
imitastes também na morte: agora resplandeceis na glória do céu.
Preces
Comemorando o sacrifício vespertino de Cristo, que Se ofereceu pela salvação do mundo, apresentemos ao Pai a nossa oração de ação de graças e de súplica:
T. Nós Vos bendizemos, Senhor.
Por intercessão dos protomártires salesianos que testemunharam a fé com sacrifício da própria vida, não permitais que a violência e o ódio prevaleçam contra quem faz a caridade em favor do próximo.
Por intercessão dos Bem-aventurados mártires Luís e Calisto, que deram a sua vida como sinal do maior amor,
concedei-nos a graça de viver com alegria a forte exigência do dom gratuito de nós mesmos aos irmãos.
Vós que, pelo martírio dos Bem-aventurados Luis e Calista, quisestes exaltar o valor inestimável da castidade pelo Reino do Céus,
fazei que não nos poupemos a esforços e sacrificios para educar os jovens num equilíbrio plenamente harmonioso da sua personalidade.
Vós que aos Bem-aventurados missionários Luís e Calisto concedestes a graça de, com seu martírio, encarnarem em plenitude o ideal do bom pastor,
fazei que o ministério dos bispos e dos presbíteros se inspire sempre na ternura do vosso amor de Pai.
Na nossa súplica, nós Vos confiamos, ó Pai, todos aqueles que já partiram deste mundo:
admiti-os a viver na vossa morada de luz e de paz.
(intenções livres)
Pai Nosso ...
Oração como nas Laudes