fato aconteceu, consumindo a própria vida nas fadigas,
na penitência e nos sofrimentos, padecendo depois o
martírio.
Tampouco tem um bom fim quem entra ou permanece
na Sociedade convencido de ser a ela necessário. Gravem
todos bem na mente e no coração: a começar pelo Superior
Geral até ao último dos sócios, ninguém é necessário à
Sociedade. Somente Deus deve ser seu chefe, o patrão
absolutamente necessário. Por isso os membros da Socie-
dade devem dirigir-se ao seu chefe, ao seu verdadeiro
patrão, ao remunerador, a Deus, e por amor dele é que
cada um deve entrar na Sociedade; por amor dele deve
trabalhar, obedecer, abandonar quanto possuía no mundo,
para, no fim da vida, poder dizer ao Salvador que escolheu
como modelo: "Vê! Nós deixamos tudo e te seguimos. Que
haveremos de receber?" (Mt 19,27).
"Quem quiser ser meu discípulo, diz o Salvador, siga-
me com a oração, com a penitência, e especialmente re-
negue-se a si mesmo, tome a cruz das tribulações diárias
e me siga". Mas até quando segui-lo? Até a morte, e, se
preciso for, até à morte de cruz.
É o que faz na nossa Sociedade quem consome as
suas forças no sagrado ministério, no ensino ou outro
exercício sacerdotal, até mesmo numa morte violenta de
cárcere, exílio, ferro, água, fogo. Depois de sofrer ou mor-
rer com Jesus Cristo na terra, irá gozar com Ele no céu.
O sócio que entra com estas boas disposições deve
mostrar-se sem pretensões e aceitar com prazer qualquer
trabalho que lhe for confiado. Magistério, estudo, traba-
lho, pregação, confissão, na igreja ou fora dela; as ocupa-
ções mais baixas devem ser assumidas com alegria e
prontidão de ânimo, porque Deus não olha a qualidade
do cargo, mas a finalidade de quem o exerce. Portanto,
todos os encargos são igualmente nobres, porque
igualmente meritórios aos olhos de Deus.
Que Deus cumule de bênçãos a vós e vossos
trabalhos, e a graça do Senhor santifique as vossas
ações e vos ajude a perseverar no bem.
Responsório
Cf 2Cor 13,11; Fl 4,7
R. Estai atentos, procurai a perfeição, vivei na paz. * E
o Deus da paz e do amor estará convosco.
V. A paz de Deus que supera toda inteligência, guarda-
rá os vossos corações em Cristo Jesus. * E o Deus da
paz e do amor estará convosco.
ou
Da Carta "Juvenum Patris" de João Paulo II, papa
(AAS 80 [1988] 969-987)
São João Bosco, "Pai e Mestre da Juventude"
São João Bosco acreditava ter recebido do Senhor,
pela intervenção da Virgem Maria, uma vocação
especial e ser assistido e guiado quase que pela mão,
na realização de sua missão. Sua resposta foi tal que a
Igreja apresentou-o oficialmente aos fiéis como modelo
de santidade.
A sua estatura de Santo coloca-o, com originalida-
de, entre os grandes Fundadores de Institutos religio-
sos na Igreja. Ele sobressai em muitos aspectos: é inici-
ador de uma verdadeira escola de nova e atraente espi-
ritualidade apostólica; é o promotor de uma especial
devoção a Maria, Auxiliadora dos Cristãos e Mãe da
Igreja; é a testemunha de um leal e corajoso sentido
eclesial, manifestado através de delicadas mediações
nas, então, difíceis relações entre a Igreja e o Estado; é
o apóstolo realista e prático, aberto às contribuições
das novas descobertas; é o organizador zeloso das
Missões com sensibilidade verdadeiramente católica; é,
por excelência, o exemplo de um amor preferencial
pelos jovens, especialmente pelos maís necessitados,
para o bem da Igreja e da sociedade; é o mestre de uma
eficaz e genial práxis pedagógica, deixada como dom
precioso que se deve guardar e desenvolver.
É este intercâmbio entre "educação" e "santidade"
que delineia o aspecto característico da sua figura: ele
é um "educador santo", inspira-se num "modelo santo"
Francisco de Sales - é discípulo de um "mestre espiri-
tual santo"- José C6;fasso -, e sabe formar entre seus
jovens um "educando santo"- Domingos Sãvio.