com Deus na plenitude da vida ativa, que é o distintivo e
a glória dos seus filhos. Dom Rosco, mais que uma
sociedade, desejava formar uma família fundada quase
unicamente na paternidade suave, amável e vigilante do
superior, e no afeto filial e fraterno dos subalternos; mais
ainda, mantendo o exercício da autoridade e da
correspondente subalternidade, não desejava distinções,
mas igualdade entre todos e em tudo.
Deste modo Dom Rosco viveu praticamente as suas
Constituições juntamente com os primeiros filhos ao
longo de trinta anos, corrigindo, modificando, aperfei-
çoando e até eliminando artigos que, na atuação prática,
lhe pareciam inadequados ou de pouca utilidade. Não
esqueçamos que a luz deste trabalho lhe vinha do alto; e
que, por isso, aquelas modificações não afetavam de
modo algum os pontos fundamentais sobre os quais
deveria assentar a sua Congregação.
Responsõrio
Cf. Hb 13,21; 2Mc 1,4
R. Deus vos torne aptos para cumprir a sua vontade em
toda espécie de boas obras, * e realize em vós o que lhe é
agradável, por Jesus Cristo.
V. Ele abra o vosso coração à sua lei e aos seus preceitos,
* e realize em vós.
ou, para o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora:
Da "Estréia de 1931" ãs Filhas de Maria Auxiliadora, do
Bem-aventurado Filipe Rinaldi, presbítero.
(Conferências e escritos, Turim 1990,
139-144, passirn)
Conhecer e imitar a uida interior do Bem-aventurado Dom
Bosco
Nos escritos e na vida do nosso Pai não se fala
expressamente de vida interior, de imolações, de
apostolados a realizar, mas é precisamente aqui que está
o segredo da heróica vida interior do nosso Bem-aven
turado. Ele viveu todas estas coisas desde a infância,
com a naturalidade de quem nada mais faz do que seu
dever.
Ele construiu a sua vida interior, simples, evangélica,
prática, laboriosa, visando unicamente ao cumprimento
da vontade divina, em tudo aquilo que diz respeito à
salvação das almas, a começar pela sua vida; vida interior
de atividade maravilhosa, extraordinária, para o bem das
almas, alimentada pela fé inquebrantável, pela esperança
sempre irradiante, no seu imutável sorriso paterno, e in-
flamada pela sua caridade ardente em todos os momentos
da sua missão, entre dificuldades, contradições, e mal-
querenças incessantes e inauditas. Dom Bosco identifi-
cou, até a máxima perfeição, a sua atividade externa, in-
cansável, absorvente, vastíssima, cheia de responsabili-
dade, com uma vida interior que teve como ponto de par-
tida o sentido da presença de Deus e que, pouco a pouco,
se tornou de tal modo atual, persistente e viva que se
transformou em perfeita união com Deus. Deste modo re-
alizou em si o estado mais perfeito, que é a contemplação
operante, o êxtase da ação, e nela se consumou até o
extremo, com sinceridade extática, para a salvação das
almas. Mas para atingir esta presença unitiva com Deus,
o Bem-aventurado nada descuidou da sua parte: nem o
estudo intenso das verdades reveladas e espirituais; nem
a luta contínua contra as seduções terrenas; nem o exer-
cício progressivo de cada uma das virtudes teologais, car-
deais e morais; nem as mortificações e penitências vo-
luntárias; adquirindo assim uma calma e um autodomínio
perfeito, ininterrupto, até mesmo nas circunstâncias e
provas mais dolorosas. A luz e o equilíbrio da sua alma
proporcionavam-lhe intuições claras e precisas, para as
coisas mais dificeis e intrincadas, precisamente porque
nunca cessava de estar absorto na presença e no amor de
Deus.
Esta vida interior do Bem-aventurado, sempre ocu-
pado no trabalho e sempre em união com Deus, unia em
si a operosidade de Marta e a intimidade extática de
Maria, porque tinha conseguido que a sua alma gozasse a
suavidade de estar aos pés do Senhor, sem perder a
solicitude pelas almas.
Responsório
Ef 3, 16-17.19; Cl 2, 6-7
R. Deus vós conceda que Cristo habite pela fé em vossos
corações, profundamente enraizados na caridade; *