Missão Salesiana de Mato Grosso
ANIMAÇÃO MISSIONÁRIA INSPETORIAL
CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO INDÍGENA (CDI)
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"BAKARU-ROWATSU'U-Notícias Missionárias"
é de Circulação Interna
Coordenação: Delegado Inspetorial de Animação Missionária:
Pe. Georg Lachnitt SDB
Digitação e Diagramação: Georg Lachnitt
Impressão: Mariza Etelvina Rosa Irala
Centro de Documentação Indígena
UCDB - Campo Grande MS
Capa:
BAKARU, palavra Bororo, significa: o que se conta, notícia
ROWATSU'U, palavra Xavante, significa: o que se conta amplamente, notícia
Apresentação
Depois de seis meses de silêncio, voltamos com novas notícias em BAKARU - ROWATSU'U - "Notícias Missionárias". O compromisso pela produção e entrega de subsídios didáticos indígenas ocupou totalmente nossa atividade, não deixando margem para outras coisas.
Encontramos um artigo nos registros da FUNAI sobre a origem do "Dia do Índio".
Enquanto refletimos nas Missões também sobre o tema Voluntariado, em vista da revisão das "Diretrizes paraa Voluntários Leigos", acrescentou-se em Brasília um Seminário sobre "Voluntariado e Missão Salesiana". A experiência de voluntariado é considerada como uma nova maneira de educar os jovens à mundialidade e interculturalidade, para assim dar um novo sentido à vida. De fato, muitos testemunham que a experiência missionária transformou a vida rumo a um novo ideal de por-se a serviço gratuito dos mais necessitados.
Foram realizados novos cursos para agentes de pastoral indígenas, ainda em novembro passado em Sangradouro, em fevereiro deste ano em Merúri e ultimamente na Aldeia Cachoeirinha, perto de Nova Xavantina. A formação dos agentes autóctones para atuar em suas próprias comunidades é de uma enorme importância, no sentido, de que a vida cristã de uma comunidade tem que ser assumida por ela mesma, nos diversos ministérios que são necessários para isso, como catequese, pastoral da criança e família, da saúde, da liturgia etc.
Os encontros anuais da Equipe Nacional de Animação Missionária há algum tempo foram suspensos, também por razões econômicas. aproveitando-se do seminário sobre Voluntariado e Missão Salesiana, foi acrescentado um novo encontro de animação missionária para retomar a reflexão de articulação desta dinâmica inerente ao carisma salesiano, que perpassa todas as dimensões da ação salesiana. Vejamos se é possível manter-se mais unido a nível nacional, superando o isolamento.
Tentando divulgar mais os resultados de encontros para que produzam efeitos, levamos hoje ao conhecimento mais amplo o trabalho em grupos, realizado durante o Encontro de Missionários/as da Família Salesiana em Cumbayá-Quito, no início do ano passado. Aliás, o Dicastério das Missões dos SDB enviou a todas as casas um exemplar de tudo aquilo que foi partilhado e refletido naquele encontro latino-americano.
Como neste ano a entrega de material didático indígena tomou dimensões maiores, a pedido dos professores indígenas em mais de quarenta aldeias, publicamos um elenco do material existente, elaborado com os professores indígenas durante mais de vinte anos.
Devido à gravidade da situação missionária, o Projeto Missionário Salesiano SUDÃO foi repetido por mais um ano. O DVD à disposição de cada uma das casas salesianas mostra amplamente a situação e o esforço carismático da Família Salesiana em dar uma resposta evangélica. Por isso publicamos ainda neste número alguns do textos daquele Projeto.
Sempre à espera de contribuições para o NM, desejo a todos muita Animação Missionária, também através da comemoração do Primeiro Envio de Missionários a este continente, no dia 11 de cada mês.
Pe. Georg Lachnitt SDB
1. Dia do Índio Por que o 19 de abril é o dia do índio?
Fonte: FUNAI
Durante a realização do I Congresso Indigenista Interamericano no México, em 1940, os representantes de diversos países americanos decidiram convidar os índios, tema central do Congresso, para o evento. Entretanto a comissão encarregada de fazer o convite encontrou resistência por parte dos índios que, habituados a perseguições e traições, mantinham-se afastados das reuniões, de nada valendo os esclarecimentos e tentativas dos congressistas. Dias depois, convencidos da importância do Congresso na luta pela garantia de seus direitos, os índios resolveram comparecer. Essa data, por sua importância na história do indigenismo das Américas, foi dedicada à comemoração do Dia do Índio. A partir de então, o dia 19 de abril passou a ser consagrado ao Índio, em todo o continente americano.
2. Encontro sobre o Voluntariado e Missão Salesiana
Seminário de Brasília 11-13 maio 2007 - Documento final
Reuniram-se em Brasília, para participar no Seminário sobre o Voluntariado Salesiano, convocado pelos Dicasterios da Pastoral Juvenil e das Missões, salesianos e leigos animadores deste projeto nas inspetorias salesianas do Brasil. Os objetivos foram: estudar o documento “Voluntariado e missão salesiana” (Roma, 2006), verificar o desenvolvimento do Voluntariado salesiano e propor algumas linhas para o seu desenvolvimento futuro.
O voluntariado nas inspetorias do Brasil
Em todas as inspetorias existem muitas pessoas, a maioria deles jovens que colaboram voluntariamente na missão salesiana, sobretudo nos Oratórios e Paróquias (realizam ações ou serviços voluntários); existem também diversos programas organizados de voluntariado com jovens e com alguns adultos, como o voluntariado missionário realizado nas missões da própria inspetoria ou de outras inspetorias do Brasil, (semana missionária, experiências missionárias, pastoral nas escolas públicas…), o Voluntariado social (trabalho nas obras sociais), alguma experiência de voluntariado vocacional. Estas experiências de voluntariado têm uma duração variável, desde algumas semanas ou meses até um ou vários anos. Os participantes dos mesmos são normalmente jovens de nossos ambientes, entre os 16 e 25 anos.
A maioria das inspetorias não têm elaborado um plano inspetorial concreto para o voluntariado onde se defina a identidade do voluntariado salesiano da inspetoria e se concretizem as condições e exigências fundamentais para assegurar a sua finalidade educativa e evangelizadora.
As inspetorias recebem alguns voluntários de outras nações; estes se inserem em obras e projetos da inspetoria, normalmente por alguns meses ou por um ou mais anos. A experiencia é positiva, mas pouco organizada e coordenada pela Inspetoria, por isso resulta difícil garantir a continuidade, o acompanhamento e a formação dos volunários. Existe uma boa relação e um diálogo prévio com a Inspetoria ou organização que envia os voluntários, mas só em alguns casos esse diálogo se concretiza num “acordo escrito” no qual se concretizem os direitos e deveres do voluntário e da comunidade que os recebe.
Em todas as inspetorias existe uma certa formação e preparação dos voluntários para o serviço ou programa em que vão se inserir, mas falta sistematicidade e continuidade. Esta formação se apoia em alguns casos nas comunidades locais que enviam ou recebem voluntários através de encontros ao longo do ano; a inspetoria promove também encontros de formação e prepara alguns subsídios.
O voluntariado é uma realidade muito valorizada pelos jovens e as inspetorias tentam promovê-lo oferecendo programas e possibilidades, favorecendo a comunicação das experiencias dos voluntários, etc. As comunidades são sensíveis, mas conhecem pouco a identidade e o valor do voluntariado salesiano, por isso é pequeno o compromisso de animação e acompanhamento.
No desenvolvimento salesiano nestas inspetorias, foram indicados algumas dificuldades:
A questão dos recursos econômicos para a manutenção do voluntariado. Muitas vezes os custos ficam por conta, quase exclusivamente da Inspetoria ou da comunidade que recebe os voluntários;
A falta de salesianos que animem, formem e acompanhem os voluntários;
A complexidade das questões jurídicas e legais: lei sobre o voluntariado, seguros, saúde, etc.
A inconstância de alguns voluntários que começam e depois abandonam o trabalho, ou buscam outras compensações…
A inculturação, sobretudo quando vão a outras culturas (por exemplo, nas missões indígenas…)
A identidade da missão do Voluntário salesiano
O voluntariado salesiano é uma proposta pastoral concreta para um serviço educativo e evangelizador que se desenvolve de forma voluntária durante um tempo determinado: requer que o voluntario tenha uma certa maturidade humana (como mínimo a idade legal), assuma um compromisso sistemático e duradouro e se integre numa organização específica que promova o voluntariado.
Esta opção pelo voluntariado é preparada pelo caminho formativo da Pastoral Juvenil Salesiana através de experiências concretas e pontuais de serviço voluntário, e deve conduzir a uma opção de vida segundo os valores evangélicos de serviço gratuito e solidario.
Todo voluntariado salesiano vive e anuncia o evangelho (é missionário), trabalho pelos mais pobres (é social) e tende a aprofundar a opção vocacional dos voluntários (é vocacional); mas segundo as características prioritárias do projeto de voluntariado pode se chamar voluntariado social, quando o projeto tende fundamentalmente à promoção dos mais pobres, voluntariado missionário quando trata de colaborar com uma presença missionária da Igreja ou Congregação ou voluntariado vocacional quando tende fundamentalmente a promover a opção vocacional cristã ou salesiana dos voluntários.
Precisa assegurar em todas as experiências de voluntarido das Inspetorias do Brasil a dimensão evangélica do testemunho e anunciador do Evangelho, o valor da solidariedade e do compromisso pela transformação social, e a atenção ao aprofundamento da opcão vocacional de vida. Mantendo esta identidade evangélica e salesiana, o nosso voluntariado acolhe também jovens não praticantes, mas abertos à busca espiritual, como uma oportunidade para a sua evangelização.
A dimensão comunitária e a formação do Voluntariado
Valorizou-se a importância da dimensão comunitária do Voluntariado. É necessário que esta dimensão exista antes, durante e depois da experiência: uma comunidade (Inspetoria) que forma e envia o voluntário, uma comunidade que o acompanha no seu serviço de voluntariado e uma comunidade que o recebe ao terminar a experiencia.
As comunidades salesianas devem aprofundar o conhecimento da identidade, exigências e valor do voluntariado salesiano para que se disponham a propor aos jovens a experiencia do voluntariado, a promover e acompanhar a sua formação e a acolher o voluntario no projeto e na vida da comunidade.
Para promover uma relação positiva entre as comunidades salesianas e os voluntarios foram ressaltados os seguintes aspectos:
Uma adequada formação dos voluntarios e da mesma comunidade salesiana;
Um projeto inspetorial de voluntariado;
A prática sistemática do planejamento e da avaliação, realizada conjuntamente pela comunidade e os voluntários;
A presença de um SDB da comunidade para acompanhar pessoalmente os voluntários;
Um “contrato convênio” entre a inspetoria que recebe e a inspetoria ou organização que envía o voluntario onde se apresentem as condições, deveres e direitos dos voluntários e da comunidade salesiana e se prevejam também os aspetos financieros.
Tem de se assegurar uma formação sistemática antes, durante e depois do voluntariado com uma informação precisa sobre os voluntários e critérios claros para a sua aceitação e acolhida: nessa formação, além do mais, deve-se insistir entre outros aspectos, a formação humana (equilíbrio afetivo, capacidade de comunicação, educação da vivência da sexualidade…), estudo de elementos da sociologia e da antropologia que permitam comprender e asumir as diferentes culturas, aprofundamento do Sistema Preventivo de Dom Bosco e do PEPS da inspetoria ou obra…
A animação do Voluntariado salesiano
Divulgar as conclusões do encontro e os conteúdos do documento “Voluntariado e missão salesiana” ao Inspetor e seu Conselho, a Equipe Inspetorial de Pastoral Juvenil, ás comunidades salesianas, as CEP’s e aos grupos de voluntários já existentes. Com eles promover o seu estudo e a elaboração de orientações operativas que promovam a valorização e o desenvolvimento do voluntariado salesiano na Inspetoria.
Nesta tarefa é importante envolver os voluntários que já realizaram esta experiência, através da comunicação, até mesmo escrita, da mesma e do seu compromisso na animação e formação de novos voluntários.
Cada inspetoria deve contar com um plano para o voluntariado que, com base no documento “Voluntariado e Missão salesiana”, defina as suas características, concretize as condições e exigências para ser voluntário, proponha os conteúdos e modalidades para a sua formação e garanta a integração do voluntariado no Projeto educativo-pastoral da Inspetoria (PEPS).
A animação do voluntariado pode caminhar para uma coordenação inspetorial e nacional; nestes próximos dois anos o Delegado Inspetorial de Pastoral Juvenil e sua equipe, junto com o animador missionário inspetorial, asumirão esta coordenação inspetorial do voluntariado. Em nível nacional, se propõe á CISBRASIL que a “Rede de ação social” coordene o voluntariado nas diferentes plataformas de ação salesiana (escolas, paróquias, Oratórios, etc…) e favoreça o intercâmbio de projetos, subsídios e planos de formação através do seu site.
Promover o voluntariado nas IUS existentes nas diversas inspetorias, aproveitando as oportunidades que oferece a mesma vida acadêmica (estágios...), oferecendo aos jovens a possibilidade de experiências de voluntariado e envolvendo-as no estudo científico de aspectos importantes para o desenvolvimento do voluntariado (temas de pedagogia no trabalho social, processos e exigencias para a inculturação, etc.). Estudar também a possibilidade de um trabalho em rede entre as IUS, para promover o voluntariado.
3. Curso de Agentes de Pastoral Xavante
De 21 a 25 de maio passado foi realizado um novo Curso de Agentes de Pastoral Xavante na Aldeia Cachoeirinha, da T.I. Areões. Participaram com muita animação 50 agentes das aldeias de Areões, Pimentel Barbosa e Marãiwatsédé. O tema geral foi: A celebração da Palavra nas aldeias quando não há sacerdote. A estrutura geral da celebração foi refletida com eles pelo Pe. Jorge. A Ir. Glória aprofundou o significado do Evangelho de Jesus Cristo para a comunidade. Pe. Giaccaria mostrou que o Evangelho, qual Boa Nova, pressupõe não somente o Antigo Testamento bíblico, mas igualmente a rica experiência de Deus do povo Xavante ante do encontro com os missionários. A Ir. Rosalba mostrou a experiência de vida cristã das primeira comunidades cristãs e a atuação sobretudo de São Paulo para confirmar os irmãos na fé. O Pe. Aquilino mostrou como, através da homilia, fazer penetrar a Palavra de Deus na vida do povo, a reação ao anúncio formulando as preces e a experiência de organizar uma celebração. O Pe. Giaccaria deu informações sobre a conjuntura, como fez a introdução e a conclusão do evento com sua avaliação. Como no penúltimo dia ocorreu a festa de N.a Sr.a Auxiliadora, foi celebrada a missa de tarde com toda a comunidade, tendo sido preparada e orientada pelos mesmos agentes de pastoral. Esperemos que o Espírito mova os corações e dê coragem a todos para que o encontro dê frutos por meio de devotas celebrações dominicais nas aldeias.
4. Curso de Agentes de Pastoral Bororo
Nos dias 07 e 08 de fevereiro passado foi realizado, em Merúri, o curso anual de agentes de pastoral Bororo. A pedido dos participantes, o tema geral foi "doutrina". Então foi organizado o encontro encima dos ritos de Iniciação Cristã com os conteúdos neles contidos. Estes são os seguintes entre outros:
Entrada na comunidade eclesial, abraçar a cruz de Cristo, os Evangelhos como referência nova para vida cristã, a necessidade de purificação, com as bênçãos de Deus, o mistério pascal e a nossa missão através do sacramento da crisma.
À tarde se continuou aprofundando o significado da nossa fé em Cristo, como dom de Deus, que consiste em aceitar a proposta de Deus e pedir o batismo, fazer aliança com Ele, um verdadeiro compromisso e o crescimento na fé sob a ação do Espírito em nós. Tudo isso leva a fazermos uma verdadeira iniciação, progressiva e através de um processo prolongado para alcançarmos a maturidade em Cristo.
A iniciação inclui o tomar conhecimento das verdades, em fazer experiência de vida segundo os evangelhos e assumir progressivamente um ritmo de celebração dos mistérios cristãos.
Por isso urge unir catequese, o ensino do sagrado, com a dimensão celebrativa, a liturgia. A vida cristã deve ser entendido como uma conseqüência natural do mistério celebrado.
A Eucaristia deve ser entendida com núcleo central de toda a Iniciação Cristã, sendo precedida pelo batismo e a crisma, na tradição original da Igreja.
Entenda-se a Eucaristia de acordo com os relatos de sua instituição, nos sinóticos, a teologia eucarística de João e a prática ritual, também comentada por Paulo aos Coríntios. Ela não nasceu do nada, mas da rica experiência judáica do BERAKA. Assim, num sentido de inculturação, o Evangelho de Cristo recebe das tradições indígenas o que de melhor se encontra, o purifica e o torna seu.
A vida cristã então, como o expressa toda a Eucaristia, é uma ação de graças a Deus.
Seguiram-se ricas contribuições a partir da cultura Bororo, que se encontra em confronto com a proposta cristã. Me. Mário, Pe. Ochoa e Pe. Eloir brilharam com suas contribuições.
5. Reunião de Animação Missionária Nacional
Participantes:
Pe. Francis Alencherry, Cons. Geral pelas Missões, Pe. Gilvan G. Tavares BRE, Pe. Antônio Ramos do Prado BSP, Pe. Sandro Poffo BPA, Pe. José Maria Barbosa BMA, Ir. Manoel de Souza Santos BBH, Pe. Georg Lachnitt BCG.
Em continuação ao Encontro Nacional sobre a Manual do Voluntário, Brasília 11-13 de maio de 2006, Pe. Francis convocou os representantes acima citados para um Encontro Nacional de Animação Missionária, encontro esse suspenso há vários anos.
A realidade da A.M. pelas Inspetorias do Brasil
BMA:
Há quatro realidades bem distintas nas Inspetorias: Porto Velho, Belém, Manaus e Rio Negro.
A Pastoral Juvenil no Rio Negro é diferente, pois os jovens são indígenas de diversas etnias, o que dificulta um encontro entre eles. Uma Juventude Missionária como tal igualmente ainda não existe. Há duas reuniões anuais de missionários em maio e outubro.
BBH:
Não há A.M. propriamente dita, mas atividades missionárias pela Pastoral Vocacional e em tempo de Formação. São promovidas, duas vezes por ano, as Semanas Missionárias, que envolve os aspirantes e candidatos. Fazem visitas em 3-4 pessoas em regiões desassistidas religiosamente. Há um plano para essa atividade missionária
BSP:
Quando as missões de Angola pertenciam à Inspetoria, tudo girava ao redor desta realidade. Agora Angola é independente de SP. Havia em anos idos a equipe EMA, com muitas atividades nas missões de Mato Grosso, Porto Velho e Rio Negro. Posteriormente as atividades se restringiam a São Paulo. Como os membros ficaram mais idosos e novos não se integraram, em 1994 terminou este grupo missionário, em que vários SDB participaram ativamente.
Atualmente há uma mobilização dos jovens nas escolas. Para isso, partindo da experiência, forma compostos sete cadernos com cinco encontros cada, que é utilizado nas escolas.
BCG:
Uma atenção da A.M. são as missões entre os Bororo e Xavante de Mato Grosso, em apoio à atividade missionária. São produzidos e multiplicados materiais de catequese e liturgia nas línguas indígenas. Para as escolas indígenas, só neste ano foram entregues às escolas mais de 14 mil exemplares de subsídios em línguas indígenas.
Outra atenção é na formação. Os aspirantes são animados por boas-noites. Com os pré-noviços há anualmente uma expedição missionária a uma região afastada dos Xavante, nas férias deles. Para os noviços há aulas de História das Missões em vista da visita dos noviços às missões de MT no mês de julho. Para os pós-noviços há 36 aulas de Antropologia-missiologia como introdução geral para a atividade missionária dos SDB na inspetoria. Novamente há tirocinantes nas missões.
Há um Centro de Documentação Indígena como suporte para a A.M. Há diversos materiais como folhetos, folders sobre os indígenas, como uma exposição fotográfica que é solicitada pelas casas. Por esta ocasião, várias casas recolhem roupas e alimentos que depois são levados a comunidades indígenas carentes.
Uma vez por ano, o. A.M. visitas as casas da inspetoria para promover a A.M. que deve ser iniciativa de cada comunidade dos SDB.
Há novamente uma voluntária de ACO que veio por um ano para Sangradouro.
BPA:
Há na inspetoria cinco equipes missionárias para projetos missionários desde 1996. Isto é o resultado parcial do esforço que haja equipes missionárias locais.
Há expedições missionárias a dioceses com bispos SDB, como Ji-Paraná, Juina e Humaitá. Nesta acabou a iniciativa. Há seis projetos a Paranaguá, realidade missionária na própria inspetoria. Procura-se promover equipes missionárias nas paróquias. Há projetos missionários de 25 dias pela AJS. Como resultado, pode-se constatar uma mudança significativa de postura e visão em confronto com realidades missionárias.
BRE:
Há onze missionários da Inspetoria de Verona que de início tiveram suas casas próprias e atualmente estão integrados na inspetoria. Procura-se unir A.M. e Pastoral Vocacional. São Produzidos materiais missionários úteis também para outras inspetorias, como uma Revista sobre a Amazônia, cartões dos mártires Versilia e Caravaggio. Estes materiais são distribuídos pelas escolas.
Há uma comissão missionária que promove uma Semana Missionária nas casas da inspetoria.
Pe. Francis constata:
- Há divulgação das missões por "Notícias Missionárias", folhetos, cadernos e outros para grupos missionários.
- Há Semanas Missionárias por várias inspetorias.
- A A.M. nas inspetorias é diferenciada. As inspetorias BCG e BMA têm missões no próprio território o que lhe confere configuração própria.
- Há muitos grupos missionários
- Atividade missionária propriamente dita é diferente de Animação Missionária. A.M. deve ser uma dimensão de todas as comunidades dos SDB, uma vez que a dimensão missionária é elemento constitutivo do carisma salesiano. A A.M. cria um santo fervor missionário que já nos tempos de D. Bosco resultou num florescimento de vocações.
Pe. Francis sublinha:
- Faça-se a comemoração mensal, no dia 11 de cada mês, da primeira expedição missionário de 1875. Para isso podem ser produzidos materiais, cartazes, orações etc.
- Promova-se o DOMINSAL, sobretudo no primeiro semestre, deixando o segundo semestre para as Jornadas Missionárias da CNBB.
- Nas casas de formação, os pós-noviços podem ser enviados em grupo nas férias a uma realidade missionária, os estudantes de teologia podem ser enviados individualmente.
- Todas estas iniciativas requerem um plano, que garanta seriedade delas e consistência.
- Cada comunidade dos SDB promova a formação de grupos missionários, que tenha seu padroeiro. Eles recebam oportunamente a visita de missionários
- Haja um sito sobre vocações e missionários. Haja informações sobre missionários, de poucos parágrafos.
- Garanta-se um fervor missionário que perpassa todo o tempo de formação e que pode concretizar-se em diversas ações concretas. Comunicação, projetos e planos fazem funcionar esta dinâmica.
- Nas paróquias podem ser formados grupos pequenos (4-5 pessoas) que fazem visitas aos ausentes nos domingos.
- Haja trabalho em rede, também para baratear os custos
- Pe. Jorge coordene este grupo presente a nível nacional, também em vista de um encontro anual.
- Como dar continuidade ao Encontro de SDB afro-americanos? No seminário em maio do ano passado houve a apresentação de belas experiências. A qualidade das contribuições e das discussões, porém, deve tornar-se mais estimulante. Há necessidade de continuar a aprofundar a reflexão para chegar a linhas de ação concretas neste campo.
- Procuram-se voluntários adultos para o Sudão, onde a guerra civil eliminou muitos profissionais importantes, como médicos, professores etc. A língua nacional é inglês. Pelo menos pede-se atuação durante dois anos.
Foi um belo encontro de duas horas, de partilha, animação e planos para o futuro, além de um maior intercâmbio de atividades.
6. 5o Encontro de Missionários e Missionárias Salesianos em contextos pluriculturais - Propostas e Compromissos
PRIORIDADES GERAIS
GRUPO 1
1. Formação em conjunto: Preparar-nos para a formação dos agentes de pastoral autóctones em conjunto: formar-nos com eles, oferecendo-nos espaços de crescimento e as ferramentas de que necessitamos.
2. Continuidade nos processos.
3. Animação missionária que favoreça no povo a consciência de ser sujeito de sua caminhada.
4. Promover o ser e a missão da mulher na comunidade.
5. Descobrir as Sementes do Verbo em nossos povos e educar nos valores para que Jesus seja o centro do nosso trabalho evangelizador.
GRUPO 2
1. Destruição do meio-ambiente pela presença das multinacionais.
2. Os indígenas como minoria ameaçada e manipulação das políticas governamentais a nível de saúde, educação e bem-estar social.
3. Identidade religiosa e luta pela autonomia e pela inculturação do Evangelho.
GRUPO 3
1. A conversão de mentalidade e de coração de superiores/as, sacerdotes e religiosas para o trabalho missionário.
2. Formação permanente dos/as missionários/as e dos agentes de pastoral próprios.
3. Novo modelo de missão de uma Igreja intercultural, interreligiosa (Projeto orgânico da missão salesiana) (Quadro de referência)
GRUPO 4
1. Conhecimento da cultura para aceitar a diversidade do outro, inserir-se dentro do mundo indígena para fazer com que eles sejam os sujeitos principais da evangelização e da inculturação.
GRUPO 5
1. Revitalizar o espírito missionário de nossas origens, recordando que nosso carisma é missionário-educativo, qualificando cada uma de nossas presenças, que as Províncias optem pela dimensão missionária.
2. Comprometer-nos com projetos concretos para que o povo indígena opte pela vocação religiosa, com itinerários formativos que favoreçam o crescimento e o desenvolvimento da vocação.
3. Ser creativos para propor novos modelos de evangelização, educação e promoção com e a partir dos indígenas, confiar no trabalho dos leigos, buscar fontes de trabalho para diminuir a migração.
GRUPO 6
1. Ter critérios unificados dos missionários que trabalham com uma mesma etnia para não confundir nem o sentido cristão nem o sentido da religiosidade indígena nas propostas.
2. Como família salesiana, rever o que significa para nós a teologia missionária (Rever os processos de evangelização).
3. Fortalecimento da Igreja autóctone e da teologia indígena (capacitação).
CONSTANTES
Rever e continuar processos e modelos de evangelização na práxis missionária.
Formação recíproca dos agentes de pastoral e missionários.
Continuidade nos projetos pastorais e no pessoal para garantir os processos.
Conversão ao evangelho e ao povo em nossa presença missionária.
Fazer projetos concretos de formação para os ministérios e a vida sacerdotal e religiosa nos povos indígenas.
Criar e favorecer o protagonismo indígena no processo de inculturação do Evangelho.
O QUE FALTA
A partir de que Igreja
A partir de onde e até onde
Assumir as conseqüências das opções
Acompanhar a jovem e a mulher indígena para evitar que caia na prostituição.
Aprofundar o significado de inculturação, interculturalidade, interreligiosidade.
ESTRATÉGIAS
Apoiar o plano da Igreja particular, da provincia, da comunidade local que favoreça a inculturação.
Elaborar projetos concretos para a formação de vocações indígenas à vida sacerdotal, religiosa e laical.
Trabalhar pela família para que seja escola de amor, servíço e fidelidade na comunidade.
Favorecer a FORMAÇÃO MISSIONÁRIA
Através de uma:
1. Formação específica: orientada pelos indígenas.
2. Formação recíproca: necessitamos da presença dos indígenas.
3. Formação integral: corpo, alma, espírito, interdisciplinária.
4. Formação articulada: Igreja Local, Diocese, Conferência dos Bispos.
TEOLOGIA ÍNDIA COMO TEOLOGIA CRISTÃ
Onde está a relevância da nossa presença em favor dos povos indígenas?
G1: A RELEVÂNCIA ESTÁ NA CAPACIDADE QUE DEVEMOS TER PARA AMAR E AMÁ-LO:
Saber acompanhar, saber estar no meio do povo e viver com eles a experiência de Deus, partilhando nossa vida não somente na liturgia, mas também no serviço gratuito e no amor dia a dia, garantindo entre todos um clima que possibilite a salvação hoje...
Vivendo atitudes propriamente cristãs pelo testemunho
Saber descobrir as Sementes do Verbo ... maravilhar-me dessa presença e vivê-la
Criar e participar nos espaços que possibilitem a vida partilhando a fé.
G 2:Chegar a acompanhar para aprender.
Dando alegria e esperança, o testemunho de vida na presença de Deus vivo.
Se não soubermos a língua, não entendemos.
A relevância é o encontro com Deus, tanto aquele que vem como aquele que está na vivência comun encontrando semelhanças ao descobrir a Deus.
É necessário repensar a partir da experiência que vive o povo sem tanta estrutura, sermos capazes de desestruturar-nos.
Visitar os povos indígenas pelo valor deles mesmos, porque são importantes. Apreço por eles pelo que são, estão sedentos de verdadeiro apreço, ser alguém para alguém.
A relevância está em conviver para procurar a experiência religiosa de reconciliar seus cultos com a teologia cristã, não se trata de apropriar.
G 3:Estar com eles gratuitamente para defender e promover a vida e ao Deus da vida.
G 4:A partir dos contextos. Se já têm sua teologia, sua experiência de Deus, suas celebrações, suas liturgias, que sentido e significado têm? A significatividade é ser testemunhas de presença e o que podem ler que leiam. Oferecer e partilhar carinho, superação sem impor, sem julgar. Acompanhamento com amor e disponibilidade. Sinal de esperança.
G 5:A simpatia, apreço afetuoso do missionário, compartilhar a vida com eles, trabalho compartilhado co irmãos e irmãs salesianas, processos de inculturação, formação de catequistas, educação intercultural, processo de acompanhamento na vida do povo. Estar com eles, falar sua língua, participar da vida e ameaças que estão fora.
G 6:A relevância é nosso ser missionário, de sermos profetas do Reino que anunciam o Evangelho, a Boa Nova, que leva alegria, esperança, justiça com a Palavra e sobretudo com o testemunho de vida pessoal e comunitária.
Qual é nossa atitude missionária onde houve, no mesmo povo ou nas mesmas pessoas, duas teologias ou religiões?
G 1:Tratar de superar a desconfiança que se deu por anos... a rejeição.
Aproximação, ver, aprender a ler a experiência religiosa que vivem através de seus mitos, ritos e símbolos...
Abertura, diálogo - escuta, admiração de quem está aprendendo a riqueza religiosa e mítica do nosso povo.
Respeito e procura de pontos de encontro valorizando a pessoa, como centro de Aprender a celebrar a diferença.
G 2:É de diálogo para aprender, não como estratégia senão para aceitar.
É atitude de respeito e observação.
Aprender a conviver, sem brigas, nem competições, há lições e ensinamentos.
A atitude é o respeito para conhecer e em alguns momentos de participar mutuamente.
Ratificar, que é fundamental o respeito e o testemunho de vida.
Simpatia sobretudo pelo que é da comunidade não somente de uma pessoa, tanto para nós como para eles.
Ternura, admiração, surpresa, reconhecer ou identificar elementos mesmo que eu ainda não seja parte de seus cultos.
Experiência de comunhão concreta para explicá-lo como vivência religiosa; em lugar de julgá-los de pagãos, conciliar a experiência de Deus sem ser radical.
G 3:Com respeito, abertura, acolhida e diálogo, reconhecendo os valores dos outros e reforçar os nossos. Em conclusão, amar de verdade.
G 4:Convidamos ao nosso sem cadeias. Ecumenismo, respeito, proximidade, compreensão. Dar espaço para a religiosidade própria.
G 5:Falta de compreensão, resistência, insegurança, complementariedade, respeito, imposição, rejeição, libertade nas celebrações, procura de adaptação, comunhão, compartir, paciência, conflitividade religiosa e teológica.
G 6:Atitude de respeito, escuta, acolhida, diálogo, aprendizagem mútua. Sobretudo muito amor. Identificação com as alegrias e esperanças do povo.
Como podemos apoiar a teología índia no processo de transformar-se/tornar-se plenamente teología cristã?
G 1:O evangelho é uma proposta explícita de Jesus que nos chama a viver o amor, é un desfio a seguir, sabendo que há uma porta grande que se abre e vamos entrar para compartir a experiência de Deus... se tiver dificuldade em aceitar, temos que fazer o que cremos que seja bom...
Acompanhar com respeito mas fazendo a proposta a favor da vida, as doutrinas, as normas são secundárias, o espírito está mais além das disposições ou ritos... potencializar a vida.
O evangelho é uma experiência de Deus, a cultura é uma experiência do povo, como fazer para que as duas realidades se encontrem... O evangelho se enriquece com o Evangelho e ele é cada vez mais universal quando as culturas o vivem...
G 2:Na medida que ajude para viver a revelação, servirá como apoio, a Bíblia não pode ficar esquecida na caminhada.
A teología deve considerar-se como fé refletida. Ajudar para que os indígenas vivam sua fé e ninguém pode desconhecer que é teología cristã.
Experiências de vida, acompanhamento, para que a teología índia encontre semelhanças na vivência religiosa.
Com autenticidade, espontaneidade, auto-estima para professar sua fé.
Ajuda-nos a não sermos tão conservadores. Viver em contato, mostrando valores, testemunho sem desprezos dos contra-valores.
É questionante considerar: o que se perdeu? ou o que aconteceu? Melhor seria dizer o que se descobriu. É um processo lento.
G 3:Conhecer e valorizar os sinais de vida da teología índia para potencializá-la e plenificá-la em Cristo.
G 4:Para que a teologia índia?
G 5:Estudo, conhecimento, aproximação respeitoso à cultura, ir evangelizando, descobrindo os valores presentes em cada cultura, encontros e espaços de reflexão de teologia índia e teologia cristã. Incluir elementos culturais.
G 6:Diálogo entre Evangelho e cultura, que levarão a uma sintonia melhor, sobretudo os indígenas que vivem a fé cristã.
Propostas por Paises
Mato Grosso
1. Fortalecer o trabalho de formação missionária e indígena.
2. Retomar o trabalho com voluntários em nossas presenças missionárias e trabalhar a comunidade para acolher o(a) voluntário(a).
3. Trabalhar com os indígenas com renúncia, com gratuidade abrindo-se para novos desafios, novas urgências sem discriminação.
Manaus
1. Que os Conselhos Inspetoriais FMA e SDB façam reuniões conjuntas sobre o Rio Negro.
2. Elaboração de um Plano Missionário conjunto.
3. Participação das assembéias do CIMI e da diocese.
4. Elabração de um Plano de Formação conjunta sobre missionariedade.
5. Elaboração de planos inter-comunitários para as comunidades vizinhas (FMA-SDB).
7. Material Didático Indígena
LIVROS DIDÁTICOS EM LÍNGUA XAVANTE
LACHNITT, Georg (Coord.). Romhurinhihötö Waihu'u Na'ratadzé - Cartilha de Alfabetização -Ilustrações das letras (Livro do Professor). Campo Grande, MSMT-UCDB, 2ª ed. 2005,108 p. of.
LACHNITT, Georg (Coord.). Romhurinhihötö Waihu'u Na'ratadzé - Cartilha de Alfabetização -Ilustrações das letras (Livro do Aluno). Campo Grande, MSMT-UCDB, 2005,108 p.
LACHNITT, Georg (Coord.). Romhurinhihötö Waihu'u Na'ratadzé - Cartilha de Alfabetização (Comentários em Xavante). 2ª ed. (livro do professor), Campo Grande, MSMT-UCDB, 1996, 74 p.
LACHNITT, Georg (Coord.). Romhurinhihötö Waihu'u Na'ratadzé - Cartilha de Alfabetização (Comentários em Português). (livro do professor), Campo Grande, MSMT-UCDB, 1996, 74 p.
VV.AA. (Coord.) Romhurinhihötö Nhoré Waihu'uprãdzé - Cartilha de Leitura I. Campo Grande, 2ª ed. MSMT-UCDB, 2004, 47 p.
VV.AA. (Coord.) Rowatsu'u Nhorédzé-Cartilha de Leitura II. Campo Grande, 2ª ed. MSMT-UCDB, 2004, 106 p.
TRINDADE, Rosa Adélia Garcia Neto. Ai'uté ma Rowatsu'u (Literatura Infantil Xavante). Campo Grande, MSMT-UCDB, 2ª ed.2005 , 82 p.
HITSÉ, Xavante Rafael e outros. O Meu Mundo - Wahöimanadzé - Livro de Leitura. Campo Grande, MSMT-UCDB, 2ª ed. 2002, 107 p.
TSAWE, Jerônimo. A'uwe na Rowatsu'u 1. Campo Grande, MSMT-UCDB, 2ª ed. 2004, 109 p.
TSAWE, Jerônimo. A'uwe na Rowatsu'u 2. Campo Grande, MSMT-UCDB, 2ª ed. 2004, 114 p.
LACHNITT, Georg. Romnhitsi'ubumro - Dicionário xavante-português. Campo Grande, MSMT-UCDB, 2ª ed. 2003, 108 p.
LACHNITT, Georg. Romnhitsi'ubumro - Dicionário português-xavante. Campo Grande, MSMT-UCDB, 2ª ed. 2003, 123 p.
LACHNITT, Georg. Damreme'uwaimramidzé - Estudos Sistemáticos e Comparativos de Gramática Xavante. Campo Grande, MSMT-UCDB, 2ª ed. 1999, 202 p.
LACHNITT. Georg (Coord.). Romhöimana Waihu'udzé - Livro de Ciências 1ª série. Campo Grande, MSMT-UCDB, 1994, 51 p.
LACHNITT. Georg (Coord.). Romhöimana Waihu'udzé - Livro de Ciências 2ª série. Campo Grande, MSMT-UCDB, 1994, 48 p.
LACHNITT. Georg (Coord.). Romhöimana Waihu'udzé - Livro de Ciências 3ª série. Campo Grande, MSMT-UCDB, 1994, 40 p.
LACHNITT. Georg (Coord.). Romhöimana Waihu'udzé - Livro de Ciências 4ª série. Campo Grande, MSMT-UCDB, 1994, 27 p.
LACHNITT, Georg (Coord.). Estudos Sociais, História-Cultura. Texto provisório. Campo Grande, MSMT-UCDB, 1996 31 p.
LACHNITT, Georg (Coord.). Ãma Ĩmro Ubumro Waihu'udzé (Mate-mática) 1ª Série.Ed.exp. Campo Grande,MSMT-UCDB, 1996,50p.
LACHNITT, Georg (Coord.). Ãma Ĩmro Ubumro Waihu'udzé (Mate-mática) 2ª Série. Ed.exp. Campo Grande,MSMT-UCDB,1997,85p.
LACHNITT, Georg (Coord.). Ãma Ĩmro Ubumro Waihu'udzé (Mate-mática) 3ª Série. Ed.exp. Campo Grande,MSMT-UCDB,1997,63p.
LACHNITT, Georg (Coord.). Ãma Ĩmro Ubumro Waihu'udzé (Mate-mática) 4ª Série. Ed.exp. Campo Grande,MSMT-UCDB,1997,67p.
LIVROS DIDÁTICOS EM LÍNGUA BORORO E PROTUGUÊS
ENAWUREU, Mário Bordignon. Os Bororos na História do Centro Oeste Brasileiro 1716-1986,Campo Grande,MSMT-CIMI-MT,56p
CIBAIKARE, Gonçalo Ochoa C. e TUGORE ETUO, Frederico Co-queiro. História Mítica Bororo, Campo Grande,MSMT, 1990,195p
CAMARGO, Gonçalo Ochoa e BORDIGNON, Mário. Cartilha bororo - Boe Ewadaru Paru. Campo Grande, MSMT, 1984, 74 p.
CAMARGO, Gonçalo Ochoa e BORDIGNON, Mário. Boe Eno Bakaru - Lendas Bororo. 1988, Campo Grande, MSMT, 47 p. of.
KANAJÓ, Antônio e ENAUREU, Mário Bordignon. Boe Enogiegidae Barige Eie - Zoologia Bororo. Campo Grande,MSMT,1988,47p.of.
8. JORNADA MISSIONÁRIA SALESIANA MUNDIAL:
SUDÃORoma, 24 de julho de 2005
Aos Salesianos,
aos membros da Família Salesiana
e aos “amigos de Dom Bosco”
Caríssimos,
a jornada missionária salesiana 2006 me oferece a ocasião para cumprimentá-los e convidá-los a contemplar o mundo com o olhar amoroso e cheio de compaixão do nosso Deus, que “tanto nos amou a ponto de dar o seu Único Filho para que quem acreditar nele tenha vida eterna” (Jo 3,15). Este amor do Pai se traduz ao longo da história no empenho de evangelização e de solidariedade de seus filhos. Hoje, somos nós os responsáveis para revelar e tornar presente e crível o amor de Deus. Em seu último discurso ao Corpo Diplomático credenciado perante a Santa Sé, João Paulo II, de venerada memória, quis sintetizar os grandes problemas da humanidade em quatro palavras-chaves: paz, pão, vida e liberdade. Trata-se de direitos fundamentais de qualquer pessoa, que devem ser garantidos não só no papel dos documentos, mas assegurados a todos os homens e mulheres que formam a família humana, para tornar digna a vida deles na terra. Hoje como ontem, o homem é o caminho da Igreja e nós o queremos percorrer com autenticidade e responsabilidade.
Este ano, escolhemos para o DOMISAL 2006, o Sudão, uma nação martirizada pela guerra por bem 21 anos e que começa a ver com esperança a possibilidade da paz. O projeto que temos é o de colaborar em sua reconstrução após este longo flagelo que a devastou e que a torna ainda mais frágil diante do proselitismo islâmico.
Nós concentraremos os nossos esforços no Sul, que é, neste momento, a parte mais sofredora e carente. Junto com a destruição e a morte de milhares de sudaneses, fruto amargo da guerra, há a falta de infra-estruturas, de saúde e de alfabetização. Mesmo se os destinatários preferenciais da nossa intervenção são as crianças, os adolescentes e os jovens, aqui há tudo o que fazer também para os outros. Por isso, o Projeto a ser levado em frente compreende a ação assistencial, a educação e a evangelização com o objetivo de construir um novo Sudão, mais humano e mais cristão. Este é o sonho de Deus que nós transformamos em nosso sonho.
É óbvio que um Projeto similar requer muitos recursos humanos e materiais. A minha carta tenciona ser um apelo a toda a Família Salesiana, convidando-a a acrescentar forças ao que os SDB e as FMA já estão desenvolvendo no território, a trabalhar em rede, com espírito de sinergia. Penso que, neste campo, a ajuda de voluntários leigos poderia ser muito enriquecedora e espero que haja uma resposta generosa.
O Sudão representa hoje o grande desafio e, ao mesmo tempo, a oportunidade para mostrar o valor humanizador do cristianismo, da Igreja e da Família Salesiana dentro dela. Encorajo vocês a aceitarem o meu convite e a se tornarem animadores entusiasmados desta jornada missionária salesiana 2006, de maneira que possamos dar alívio e oferecer esperança e futuro ao povo sudanês. Obrigado pela sua generosidade e solidariedade.
Cordialmente, em Cristo Jesus.
Dom Pascual Chávez Villanueva, Reitor-mor
APRESENTAÇÃO
Propomos a vocês o SUDÃO como tema para o DOMISAL 2006.
É necessário concentrar a nossa atenção no Sudão, baseando-nos nas expectativas despertadas pelo tratado de paz que foi assinado entre o Governo de Cartum e os representantes do SPLA, que lutou pela independência da maioria cristã do Sul do Sudão. É, realmente, a esperança de todos que a paz possa agora reinar soberana no país e possa finalmente levar prosperidade e desenvolvimento para cada pessoa, especialmente para os pobres.
Contudo, não podemos esquecer que, assim que a paz tinha sido restabelecida no Sul do Sudão, logo eclodiu a guerra na zona de Darfur, entre as facções árabes opostas. Enquanto estou escrevendo, a guerra está se alastrando entre os vizinhos e milhares de pessoas estão perdendo a vida ou são obrigadas a migrar.
No mês de maio de 2004, visitei o centro de Tonj no Sul do Sudão e pude constatar pessoalmente a imensidão da desordem e da destruição provocadas por 21 longos anos de guerra civil. Em fevereiro de 2005, pude finalmente visitar o Norte do Sudão e a cidade de Wau, que se encontra sob o controle do Governo do Norte, embora em zona pertencente ao Sul. Com a paz, esperava-se também que Wau pudesse se reunir ao Sul ao qual pertence.
Hoje, os Salesianos contam com duas presenças no Sul do Sudão: em Wau e em Tonj, com uma Escola Técnica bem equipada em El Obeid e uma outra em Cartum, na paróquia a eles confiada. As Filhas de Maria Auxiliadora também contam com duas presenças: uma em Cartum e uma outra em Wau. Em ambos os lugares, os Salesianos e as Filhas de Maria Auxiliadora trabalham em estreita colaboração.
O Sul do Sudão precisa ser reconstruído em larga escala: necessita-se, portanto, de grandes investimentos no que diz respeito à educação e à instrução dos jovens e dos adultos. No Norte, mesmo se não houve destruições, há centenas de milhares de refugiados fugidos do Sul, agora determinados, ao que parece, a permanecerem nas terras que lhes acolheu; mas não possuem nem mesmo o estrito necessário para uma vida humanamente digna.
Com o DOMISAL 2006, temos a esperança de poder despertar o interesse de todos para a reconstrução desta Nação, especialmente do ponto de vista da evangelização, da educação e do desenvolvimento humano. Todos podem contribuir com este processo de reconstrução: através da oração, da contribuição econômica e do trabalho voluntário.
O DVD sobre o Sudão apresenta a realidade atual salesiana naquela Nação e ilustra os desafios e as necessidades que se apresentam. O CD contém, por sua vez, informações exaustivas sobre o país, que poderão ser utilmente utilizadas para a animação missionária. Eventualmente, poderão ser impressas e convenientemente expostas nos painéis informativos, para pôr o tema missionário ao centro das atenções e do interesse durante todo o ano.
Desejo agradecer Dom Pierluigi Zuffetti e o senhor Stefano Bianco e sua equipe de Eurofilm do Escritório Missioni de Turim, que levou a cabo a realização tanto do DVD, como do CD. A experiência e a competência profissional deles contribuíram para a qualidade do material que agora se encontra em nossas mãos para a celebração do DOMISAL 2006.
Que a celebração deste Domingo Missionário possa, em cada nossa Inspetoria e Casa, suscitar um novo entusiasmo em cada um de nós.
Don Francis Alencherry, Conselheiro Geral para as Missões
8 de setembro de 2005
AMBIENTE E TERRITÓRIO
Pode-se subdividir o território do Sudão em três regiões físicas: no norte, uma área desértica saariana, que cobre cerca de 30% do país; no centro, a região semi-árida do Sahel, caracterizada por estepes, e os baixos relevos; na parte meridional, uma ampla região, o Sudd, ocupada por pântanos e florestas pluviais.
O Nilo Azul e o Nilo Branco, que confluem em Cartum, caracterizam de forma determinante, junto com seus afluentes, a morfologia do país.
O Nilo Branco corre da fronteira ugandense até a confluência com o outro braço, formando, assim, o verdadeiro Nilo.
O Nilo Azul, o maior pelo caudal de águas, nasce no planalto etiópico e atravessa a parte centro-oriental do país. Entre os afluentes do Nilo, o mais importante é o Atbara, que nasce, por sua vez, no planalto etiópico.
Uma planície chata constitui a maior parte do território sudanês. Os poucos planaltos se encontram ao longo da costa (Colinas do Mar Vermelho) e na área centro-ocidental (Montes Nuba); os cumes mais altos do país são o Kinyeti, no sul junto da fronteira ugandense (3187 m) e o vulcão extinto Gebel Marra (3088 m), no extremo oeste.
C L I M A
O Sudão tem um clima tropical continental, com mínimas variações na costa causadas pelo influxo do mar Vermelho.
Variações de estação e amplitudes térmicas diárias são extremas nas zonas desérticas, com temperaturas no inverno que podem descer até a 4,4 °C e temperaturas no verão que ultrapassam 43,3 °C.
Tempestades de areia, chamadas haboob, ocorrem com freqüência nos meses mais quentes antes das chuvas. Altas temperaturas e baixas taxas de umidade prevalecem também nas planícies centro-meridionais, causando seca e carestias que, repetidamente, flagelam o país (de notável gravidade, a seca de 1998).
Ao contrário, no extremo sul, o clima equatorial causa excessos de umidade e precipitações abundantes.
FLORA E FAUNA
A vegetação, escassa nas áreas desérticas, cobre as regiões centrais e os vales fluviais com extensas florestas equatoriais nos relevos. São muitos os tipos de acácia, baobá, mogno, ébano e outras variedades de madeira valiosa; também são muito difusos o papiro, a mamona e as figueiras.
A fauna habita predominantemente as planícies e as regiões equatoriais, com abundância de girafas, leopardos, macacos, babuínos, répteis venenosos e várias espécies de aves, muitas das quais encontram no Nilo um ponto de parada em suas migrações.
Houve um tempo em que, nas florestas meridionais, eram difusos os elefantes, dizimados agora pela guerra civil. Os cursos fluviais são o reino de hipopótamos e crocodilos.
A faixa equatorial está infestada por insetos, dentre os quais a temível mosca tsé-tsé, e, na maior parte do território, há, em abundância, mosquitos portadores de malária.
HISTÓRIA E CULTURAS
O Sudão é um país povoado por duas culturas principais: a árabe muçulmana e a negra cristã-animista. É necessário sublinhar, porém, que as etnias são em número bem maior: na realidade, estas são centenas, organizadas conforme esquemas tribais e caracterizadas por diferenças de tradição, língua, religião que tornam muito difícil uma sua amalgamação.
No norte, a grande maioria das pessoas tem origem árabe e vive nos grandes centros urbanos. A população permanece, em todo caso, pouco compacta, pois está subdividida em inúmeras comunidades de origens diferentes entre si. Nas regiões do sul, vivem principalmente cristãos e animistas distribuídos nas áreas rurais e organizados de acordo com um esquema social tribal e econômico de subsistência. Além disso, a fragmentação étnica e cultural aqui é muito maior do que no norte.
A grande divisão existente no Sudão é decorrente do fato que antes da conquista egípcia (1820-1821), a área era uma constelação de pequenos reinos e principados. A autoridade estrangeira se impôs com uma certa eficácia somente no norte, culturalmente mais próximo dos árabes conquistadores, enquanto o sul, defendido por um terreno pantanoso e insalubre bastante inóspito, pôde manter uma ampla autonomia de fato, mesmo permanecendo formalmente sob o controle do Cairo.
Antigamente, a parte setentrional do atual Sudão fazia parte da região conhecida como Núbia, terra de conquista do vizinho Egito que já a partir do Antigo Reino começou a se fixar ali, principalmente para explorar as minas de ouro. A região entre o deserto nubiano e o Nilo contém numerosos achados e ruínas que remontam ao período do domínio egípcio, que terminou após uma revolta da Núbia por volta do século VIII a.C. Os templos de Naga e de Mussawarat e as 20 pirâmides da necrópole de Meroe são alguns testemunhos das antigas cidades dos reis núbios. Posteriormente, a região foi conquistada por uma série de reinos independentes dos quais o mais potente foi o reino de Maqurra, um estado cristão fundado por volta do século VI d.C., que durou até a invasão dos Mamelucos egípcios no século XIV. Um outro reino, o de Alwa, com capital em Soba, nas proximidades da atual Cartum, foi subjugado por volta de 1500 pelos Fungs, negros, muçulmanos de obscuras origens que estabeleceram o próprio sultanato em Sennar, fazendo da localidade um dos principais centros de cultura islâmica. Em 1820, a região foi invadida pelo exército egípcio. A guerra que decorreu terminou em 1822 com a vitória do Egito (na época província do império otomano). Grande parte da Núbia se tornou uma província egípcia, conhecida como Sudão egípcio. O domínio turco-egípcio, marcado pela expansão a sul do território, perdurou por mais de sessenta anos, enquanto no ocidente o sultanato de Darfur manteve a própria independência até o período do domínio britânico.
Parece que o modelo histórico do conflito sudanês tenha as suas raízes na época pré-colonial, quando os Estados que se sucederam no norte, árabe e islâmico, tratavam o sul (uma região com muitas línguas e etnias, dentre as quais as maiores são os Dinkas e os Nuers) como uma fonte de matérias-primas e de escravos. Entre 1877 e 1880, quando o general inglês Charles George Gordon exerceu o cargo de governador do Sudão egípcio sob a soberania do império otomano, tentou-se suprimir o comércio dos escravos e outros abusos sobre a população autóctone que, há muitos anos, eram causa de graves conflitos internos.
Por volta do final do século XIX, o líder religioso Muhammad ibn Abdalla se autoproclamou “al-Mahadi” (“o Esperado”, uma espécie de “eleito”) e guiou uma sublevação nacionalista, que tirou vantagens do mau governo do decadente Império Otomano. Em 1885, Cartum caiu nas mãos dos sequazes de Abdalla (é famoso o episódio da batalha de Cartum, com a morte de Gordon Paxá). Também o Madhi continuou a fazer incursões no sul, saqueando em busca de comida e de escravos.
A independência durou poucos anos, pois já em 98, forças combinadas anglo-egípcias ocuparam o país, iniciando uma administração conjunta que, no entanto, se revelou logo uma escolha de fachada, visto que ordens e quadros administrativos provinham praticamente só de Londres.
Tudo permaneceu quase que sem variações até 1953, quando a Grã-Bretanha e o Egito concederam o governo autônomo ao Sudão, inaugurando efetivamente um período de transição para a independência, alcançada formalmente em 1° de janeiro de 1956. Mas o governo central, de matriz árabe, violou suas próprias promessas, retirando o projeto de federalização do Estado garantido às forças políticas do sul. Através de um processo de "sudanização", teve-se como objetivo a substituição de todos os estrangeiros responsáveis a nível governamental e militar por pessoal sudanês. O programa acentuou as diferenças geográficas, econômicas e sociais existentes entre o Sudão meridional e o setentrional.
Após a instituição do Islã como religião de estado e a escolha do árabe como língua nacional, o Sudão pôde receber a nomeação de membro da Liga Árabe e das Nações Unidas, mas o Sul continuou a ser cada vez mais excluído da vida política do país.
Reagindo
a isso, o exército dividiu-se segundo critérios substancialmente
étnico-religiosos: de um lado, os partidários árabes muçulmanos,
do outro, os rebeldes negros de outra fé.
Era o início de uma
guerra civil que durou 17 anos, na qual ex-oficiais das forças
armadas e suas divisões se transformaram em guerrilheiros,
conduzindo uma luta sem trégua contra Cartum, toda vez reivindicando
autonomia ou secessão.
Em 1972, depois de 500.000 mortos, o estado de crônica insurreição do Sudão meridional, que sobreviveu graças aos contatos que os rebeldes tinham estabelecido com Israel, Congo e outros países da região, terminou com os “Acordos de Addis Abeba”, pacto que reconheceu aos rebeldes o direito a uma administração autônoma para muitos assuntos importantes. Assim, iniciaram dez anos de trégua, no decorrer dos quais o governo central interferiu repetidamente nas eleições para o Governo Regional do Sul.
Em 1973, foi promulgada uma nova Constituição que instituía a República democrática do Sudão. Inicialmente, o governo de Nimeiry buscou o apoio da União Soviética e da Líbia, mas depois de repetidas tentativas de golpe de estado que o prejudicou, aproximou-se do Egito, dos estados árabes conservadores e do Ocidente, aos quais pediu auxílio político e econômico. O assassínio de Sadat em 1981 deixou o Sudão à mercê da Líbia, gerando no país uma situação de instabilidade agravada pelo afluxo de numerosos refugiados da Eritréia, da Uganda e do Chade.
Os partidos islâmicos que tinham entrado no governo há pouco tempo exigiram a reforma do sistema legal e a instituição dos bancos islâmicos; além disso, tentaram enfraquecer os acordos de Addis Abeba, que viam como um obstáculo à instauração de um estado islâmico.
Os bancos islâmicos começaram a financiar investimentos para sustentar uma maciça mecanização da agricultura, que teria de passar da auto-subsistência à produção para a exportação. Nas áreas envolvidas nestes enormes projetos foi dado, então, um incentivo à evacuação das populações que lá viviam. Outras matérias-primas e outros projetos se tornaram outras fontes de conflito. Os gasodutos e as refinarias da Chevron estavam no norte, causando o ressentimento do sul. A água também era uma questão fundamental: a proposta de construção do canal Jonglei, que desviava recursos hídricos do sul para o norte, foi fortemente hostilizada pelos sulistas e se tornou um dos objetivos mais atingidos pela guerrilha meridional quando a guerra civil estourou novamente.
A fronteira entre norte e sul foi, por sua vez, origem de contendas, causadas por criadores árabes do norte que, nos anos Setenta, impelidos pela seca, levaram seus rebanhos para pastar nas proximidades da fronteira. Os criadores atacaram as aldeias dinkas e muitos pensaram que os partidos islamitas do norte, junto com a polícia e o exército, tivessem armado e encorajado os ataques.
Quando o petróleo, que se encontra em grande parte no sul, se tornou um problema, o governo central tentou redefinir a fronteira de maneira que os poços e as áreas agrícolas mais produtivas viessem a se encontrar encostados na fronteira com o norte.
Em 1983, Nimeiry, com um ato inconstitucional, fez desaparecer a região sul, dividindo-a em três áreas distintas e dissolvendo o Governo Regional do Sul. No mesmo ano, foi imposta a lei islâmica, a chamada sharia.
Havia todos os motivos para que estourasse de novo uma guerra civil.
República do Sudão, Jumhuriyat as-Sudan
A bandeira, adotada em 1970, retoma as cores pan-árabes vermelho, branco e preto que representam a independência, a paz e a nação, enquanto o triângulo verde simboliza a religião islâmica.
O Sudão é o maior país da África; seu nome significa "terra dos negros", mas a composição do país é muito mais variada do que esta definição deixa intuir. Das centenas de grupos étnicos sudaneses, muitos são de descendência árabe e residem, substancialmente, no norte e no centro, muitos são de descendência nilótica, nilo-camítica e banto e residem no sul.
As múltiplas almas do Sudão, juntamente com o diferente desenvolvimento impresso pela colonização, alimentaram no seu interior uma distância cultural, econômica e social que foi cada vez mais se radicalizando, até se tornar um elemento decisivo da contraposição entre norte e sul do país.
Superfície: Km2: 2.505.813 (o maior país da África)
População: 33.610.000 hab. (estimativa 2003)
Densidade: 13 hab./km2
Capital:
Cartum (480.000 hab., 2.249.000 agl. urbano)
Outras cidades:
Omdurman 530.000 hab., Cartum do Norte 345.000 hab., Port Sudan
210.000 hab.
Forma de governo:República presidencialista independente desde 1956.
Chefe de estado desde 1989 é o general Omar Hassan el-Bashil
Moeda: Dinar sudanês (100 piastras)
Língua: Árabe (oficial), Dinka, Nuer, Beja e outras (contam-se 132 dialetos)
Religião: Muçulmanos sunitas 73 % (principalmente no norte), animistas/crenças tradicionais 16,7 %, cristãos 9,1 %,
outros 1,2%
Etnias a população está subdividida em 56 grupos étnicos classificados, dentre os quais os mais numerosos são os Árabes (49%), os Dinkas (11,5%), os Nubas (8,1%), os Bejas (6%), os Nuers (4,9%), os Azandes (2,7%)
Países limítrofes Egito e Líbia no NORTE, Chade e República Centro-Africana no OESTE, República Democrática do Congo e Uganda no SUL, Quênia no SUDESTE, Etiópia e Eritréia no LESTE. A costa nordeste é banhada por 600 km pelo Mar Vermelho
Montes
principais: Kinyeti 3187 m
Rios principais: Nilo 3850 Km (trecho
sudanês, total 6671 Km)
Lagos principais: Khazzan ar Rusayris
450 Km²
Ilhas principais: Mukawwar
A rede ferroviária no Sudão é de cerca de 4765 km e liga os centros principais. Os cursos de água navegáveis montam a 4080 km, enquanto a rede rodoviária é de 52.000 km, embora se torne na maior parte intransitável no período das chuvas. No Sul do país, algumas estradas principais não são viáveis por causa das minas colocadas durante a guerra.
Uma rodovia asfaltada liga Cartum a Port Sudan.
A companhia aérea nacional, a Sudan Airways, é de propriedade estadual e efetua vôos domésticos e internacionais.
O Sudão é membro da Liga Árabe, da Organização pela Unidade Africana e da Organização da Conferência Islâmica.
E C O N O M I A
Agricultura
Em virtude das condições climáticas, somente 5% do território sudanês é cultivável; periodicamente, vastas zonas são mantidas como pasto. A agricultura e o pastoreio constituem, em todo caso, a ocupação predominante para 60% da população.
As águas do Nilo tornam férteis os terrenos que banham, constituindo o principal recurso natural do país. Amplas áreas cultiváveis estão situadas na região compreendida entre o Nilo Azul e o seu afluente Atbara a leste, e entre o Nilo Azul e o Nilo Branco, na zona extensivamente irrigada chamada Gezira (em árabe, "ilha"), no centro do país, onde se cultiva principalmente o algodão. Os produtos principais são: sorgo, alpiste, trigo, arroz, gergelim, batata, feijão, banana, cana-de-açúcar e amendoim.
Vastas áreas, principalmente no Sahel, estão cobertas por florestas de acácia, de uma variedade da qual se extrai a goma arábica, item relevante das exportações. As florestas do Sul, além da cera de abelha, fornecem tanino, sene e madeira, principalmente o mogno.
O patrimônio zootécnico é composto por bovinos, ovinos, caprinos, camelos e aves. A pesca é praticada nas águas dos rios e na costa.
Apesar dos auxílios humanitários internacionais, o Sudão continua a ser atingido por carestias. A última foi a do verão de 1998. A catástrofe humanitária atingiu a zona sul do Bahr el Ghazal (Sul do Sudão), onde mais de dois milhões e meio de pessoas correram o risco de extermínio por fome e seca. Wau foi a cidade mais atingida. A carestia, cujas responsabilidades devem ser identificadas em ambos os frontes (política de isolamento e de destruição das colheitas por parte do regime, açambarcamento e instrumentalização das ajudas por parte do Spla), foi uma conseqüência direta do conflito sul-sudanês.
Em março de 2005, o Programa alimentar mundial das Nações Unidas (Pam) lançou um novo alarme sobre os riscos que correm 5,5 milhões de sudaneses de se encontrarem sem alimentação por causa do efeito combinado de uma colheita escassa de cereais e do aumento dos preços dos gêneros de primeira necessidade. Trata-se de populações situadas no leste do país, no sul e em Darfur. “Se este número continuar a aumentar e se não forem mandados rapidamente mais alimentos para o país, o Sudão corre o risco de se encontrar diante de uma nova catástrofe”, advertiu Ramiro Lopes de Mira, diretor do Pam no Sudão.
Indústria e recursos minerais
A indústria sudanesa encontra-se ainda nos primeiros estágios de desenvolvimento, concentrada, na maior parte, na transformação dos produtos agrícolas. Nas últimas décadas, surgiram fábricas de algodão e de papel, usinas de açúcar, fábricas de cimento e manufaturas têxteis, além de refinarias de petróleo. Os recursos minerais, com exceção do petróleo, são pouco explorados. São extraídos, em pequenas quantidades, cromo, manganês, mica, ouro, magnesita, sal-gema.
O petróleo foi descoberto no Sudão meridional no princípio dos anos Oitenta, marcando o começo de um conflito de duas décadas, concluído com o tratado de paz assinado em Nairobi em 9 de janeiro de 2005 pelo governo e pelo Exército popular de libertação do Sudão, o Spla.
A atual produção nacional proveniente dos poços do Sul do Sudão é de 320 mil barris de petróleo bruto por dia.
Em abril de 2005, o Ministério da Energia do governo sudanês anunciou ter iniciado as perfurações para a extração do petróleo do subsolo de Darfur, a região ocidental do Sudão onde, há dois anos, grassa uma guerra civil. Cartum espera encontrar “abundantes quantidades de petróleo”, com uma previsão de chegar a produzir, até o final do ano, 500 mil barris por dia.
Estima-se que essa produção constitui somente 15% das reservas sudaneses, dado que este país possui as maiores reservas petrolíferas ainda não exploradas da África.
Fluxos monetários e bancos
A unidade monetária é o dinar sudanês que, em 1992, substituiu a libra sudanesa. O banco de emissão é o Banco do Sudão, fundado em 1960; todos os institutos bancários foram nacionalizados em 1970, mas, em 1976, foi novamente dada concessão aos bancos estrangeiros para operar no país. A aplicação da legislação islâmica (sharia) a partir do dia 1° de janeiro de 1991 pôs fim à imposição de juros para as transações bancárias. A primeira Bolsa do país foi inaugurada em 1995.
Comércio e relações internacionais
Depois que os Estados Unidos impuseram sanções a Cartum em 1997, somente algumas companhias paquistaneses, indianas e malaias, além da China, mantiveram relações com o Sudão.
Nos últimos seis anos, Pequim foi o principal partidário do governo sudanês, comprando 70% das exportações petrolíferas de Cartum e vendendo armas e provisões militares. O Sudão é o país estrangeiro no qual a China tem maiores investimentos: 1,6 milhões de bilhões de euros, além da construção de poços de petróleo, de 600 km de oleodutos, refinarias e portos; cerca de dez mil chineses trabalham no país.
Segundo diplomatas ocidentais, Pequim seria responsável, dentro do Conselho de segurança da Onu, pelo arquivamento da resolução que ameaçava o bloqueio das exportações petrolíferas se o governo de Cartum não colocasse um fim nas atrocidades da região de Darfur.
A Conferência de Oslo de abril de 2005 confirmou o desejo da comunidade internacional de oferecer suporte econômico ao Sudão. Efetivamente, muitos países estão interessados em restabelecer ligações econômicas com o Sudão, em relação à exploração das reservas petrolíferas e à reconstrução nas zonas danificadas pela guerra. Os fundos prometidos devem ser distribuídos dentro de 2007 e serão utilizados, em primeiro lugar, para a reconstrução e o desenvolvimento do Sul. Na classificação dos doadores, em primeiro lugar estão os Estados Unidos, que prometeram 850 milhões de dólares, mas vinculando a doação à solução do outro conflito sudanês, o de Darfur. Ao contrário, nenhum vínculo explícito para os auxílios prometidos pela União Européia (765 milhões de dólares), pela Grã-Bretanha (545 milhões), pela Noruega (250 milhões) e pela Holanda (220 milhões). A Itália também fez a sua parte, prometendo 60 milhões de euros em ajudas para os anos 2005-2007 e declarando-se disponível para o zeramento da dívida sudanesa que monta a 408 milhões de dólares.
SUDÃO, DECISI 12/04/05
SONHO SALESIANO - POR UM NOVO SUDÃO - JUVENTUDE, EVANGELIZAÇÃO E EDUCAÇÃO
O CONTEXTO
No início dos anos 1980, a Santa Sé pediu aos Salesianos que aceitassem o desafio de consolidar as presenças cristãs no Sudão, especialmente na região do Sul. Existiam, desde logo, perplexidades em se encarregar deste compromisso, por causa da guerra que tinha estourado entre o Norte e o Sul do país e que continuou até 2003. Agora que a paz voltou a reinar no Sudão, é possível retomar a missão original confiada aos salesianos pela Igreja. A única diferença é que hoje o desafio se tornou ainda maior porque 21 anos de guerra destruíram tudo, inclusive as famílias e as comunidades.
É neste contexto de necessidade urgente de reconstrução quase a partir do zero que foi feita a proposta para “Um Novo Sonho por um Novo Sudão”, ou simplesmente Projeto Novo Sudão.
Enquanto o “Projeto Novo Sudão” se concentrará principalmente no desenvolvimento do Sul ou Novo Sudão, as presenças salesianas no Norte continuarão a ser reforçadas e desenvolvidas, principalmente porque estas se ocupam dos refugiados do Sul que se estabeleceram e procuraram a segurança no Norte.
O “Projeto Novo Sudão” é um projeto próprio da Congregação Salesiana, sendo que, por isso, com este colabora a inteira Família Salesiana. As Filhas de Maria Auxiliadora também já intervieram de maneira significativa. Temos, portanto, a esperança de que também outros componentes da Família Salesiana queiram participar ativamente do projeto. Aliás, esperemos que também outras Congregações Religiosas participem com sua contribuição para a realização deste Projeto.
OBJETIVOS
O “Projeto Novo Sudão” tem os seguintes objetivos principais:
Consolidar e desenvolver as presenças e atividades salesianas atuais com pessoal e infra-estruturas suficientes.
Fazer todos os esforços possíveis para oferecer todas as facilidades para a educação e o ensino profissionalizante dos adolescentes e dos jovens pobres e garantir a eles uma formação humana e cristã integral.
Beneficiar o maior número de jovens possível, sem distinções; e multiplicar as presenças salesianas em lugares estrategicamente significativos, para poder oferecer uma variedade de serviços de evangelização e de educação, não só nas cidades, mas também, e sobretudo, nas zonas rurais.
CONDIÇÕES PARA UMA REALIZAÇÃO RÁPIDA
A realização deste projeto depende, evidentemente, de várias condições:
A possibilidade de ter um número suficiente de pessoal. Além dos numerosos salesianos que virão de todas as partes do mundo, contamos com a cooperação dos diversos Grupos da Família Salesiana, de religiosos de outras Congregações e, de modo especial, com colaboradores leigos, ou voluntários, bem qualificados e conscientes das exigências da missão. Todos estes terão de partilhar uma mesma maneira de julgar e de querer se comprometer numa ação combinada entre todos para a realização de um projeto comum.
A inculturação rápida dos que participam do projeto, especialmente por meio da aprendizagem da linguagem local e com a integração pessoal na mentalidade e nos costumes da população no meio da qual foram enviados, é condição essencial para um sucesso autêntico. Estes terão, portanto, que ter a oportunidade de aprender a língua do lugar.
Principalmente, terá que se saber planificar os objetivos prioritários para, depois, saber usar os recursos humanos e materiais disponíveis da melhor maneira possível, podendo, assim, oferecer os serviços mais urgentes, com as necessárias infra-estruturas para realizá-los. Propõe-se estudar um plano completo de crescimento e desenvolvimento, que terá de ser levado a cabo por etapas, segundo as possibilidades efetivas.
É necessário poder dispor de material e, principalmente, de dinheiro para poder levar adiante o projeto. Tudo isso dependerá da generosidade dos benfeitores e dos fundos disponíveis dos centros missionários. Confiamos em poder canalizar os fundos para este Projeto através dos serviços de um Escritório de Planejamento e Desenvolvimento.
A participação de numerosos ajudantes leigos, como professores, voluntários, catequistas e animadores dos jovens, será essencial para a realização do Projeto. Também será importante sua instrução de preparação e sua formação permanente, que serão seguidas segundo um plano programático específico.
A realização do Projeto será acompanhada por um programa de publicações e de difusão através dos meios de comunicação eletrônica. O rádio e a televisão terão um papel importante para a realização deste sonho de um Novo Sudão. Aqueles que possuem um título profissional neste campo poderão dar uma contribuição realmente importante.
Sendo este um projeto “salesiano”, será preciso ter como meta a gama das atividades próprias do carisma salesiano: Escolas de ensino fundamental e médio, Escolas Técnicas e Centros de Treinamento Profissional, Oratórios e Centros Juvenis, Programas de Abordagem dos Jovens, Centros para Meninos de rua, Centros de Treinamento do Pessoal, publicações, etc.
O que é necessário imediatamente é: alimentos, assistência sanitária e higiênica (quer física, quer mental) e atividades educativas. Das intervenções iniciais de emergência, é necessário passar, depois, a outras atividades, de acordo com programas que conduzam as zonas onde se opera à capacidade de se administrar autonomamente. As feridas, especialmente as psicológicas e espirituais deixadas pela guerra, precisarão ser curadas com a capacidade de melhoramento em tantas outras frentes.
As novas iniciativas que se tomarão terão de ter como protagonistas a própria população, em vez da instituição. Os modos e os meios de realização serão procurados com uma grande participação da população, por meio de estruturas simples e modestas, e não com sugestões de instituições potentes.
Durante os próximos anos, terão que ser abertas novas presenças em localidades estrategicamente significativas, de maneira que se possa atingir o maior número de pessoas possível, da forma mais eficaz e útil.
Tudo isso soa realmente como se fosse só um sonho e é de se perguntar quando será possível realizá-lo. Mas nós, que somos filhos de um sonhador cujos sonhos já se realizaram em grande parte, nós acreditamos também que não está longe o dia em que o “Sonho Salesiano por um Novo Sudão” se transformará em realidade.
HÁ NECESSIDADE DE MISSIONÁRIOS/AS VOLUNTÁRIOS/AS, LEIGOS/AS E RELIGIOSOS/AS, QUE QUEIRAM OFERECER PELO MENOS DOIS ANOS NOS SETORES DA EDUCAÇÃO, SAÚDE E OUTROS. LÍNGUA NACIONAL: INGLÊS.
9. Para Pensar!
- O índio preguiçoso!?! Esta é uma afirmação preconceituosa, aliás muito divulgada. Se fosse assim, como é que os índios sobreviveram até os nossos dias, quando não receberam apoio do "mundo civilizado". Fazendo uma avaliação da média anual das horas de trabalho por dia do índio, em comparação com os nossos empregados, com todas as suas vantagens de sábado e domingo em descanso, férias anuais e feriados, constato que o índio normal trabalha mais do que os "grandes trabalhadores". É claro, como em qualquer sociedade, há índios e "civilizados" (indivíduos) preguiçosos.
- O futuro dos índios. O discurso de ver os índios inseridos em nossa sociedade como cidadãos iguais e genéricos está longe de ser repensado. Fala-se que o índio deveria adquirir suas terras comprando-as como qualquer outro cidadão, deveria ser um profissional e competir no mercado do trabalho etc. Acontece que os índios têm direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam (Const.Fed. 88, § 231). O mercado de trabalho em geral hoje não consegue absorver a mão de obra ociosa. Vamos colocar os índios nesta situação onde ainda sofrem disciminação racial? Não têm futuro! Como viveram tantos séculos autonomamente, trata-se de lhes reconhecer este direito. Certo, com melhorias! Mas quais. Que produzam na agricultura "como nós"! O pequeno e médio agricultor não consegue a posse definitiva de um trator com seu equipamento, pelo contrário, só recebendo a placa simbólica do novo dono de sua propriedade "Banco do Brasil". Vamos entregar os índios a esta escravidão moderno que não deixa respirar ninguém em paz?
10. Notícias Breves
- Curso de Agentes de Pastoral Xavante em Sangradouro: De 17 a 19 de novembro de 2006 foi realizado um novo Curso de Agentes de Pastoral Xavante, para as Missões de Sangradouro e São Marcos, sendo o curso realizado em Sangradouro. Foram dias de fervorosa participação e reflexão, que também serviram para os dois grupos se re-encontrar e juntos refletirem como melhor encaminhar processos de evangelização dentro da atual realizado em que se encontram os Povos Indígenas com os tremendos desafios, resultantes do contato com o mundo mais amplo.
- Conclusão da Enciclopédia Bororo: Com a morte do Pe. Ângelo Jayme Venturelli, aos 19 de maio de 2006, a obra monumental da Enciclopédia não foi concluída. Precisou de alguém, conhecedor da cultura e língua Bororo e corajoso, para, em base aos material já existente, concluir este trabalho que foi iniciado em 1948, pelo salesiano falecido e pelo P. César Albisetti. O P. Inspetor convocou o P. Gonçalo Ochoa para este trabalho na UCDB, sem porém deixar sua base missionária em Merúri. Atualmente mais de 700 páginas se encontram em revisão para a sua publicação.
- Voluntariado Salesiano: De 11 a 13 de maio de 2007, em Brasília, foi realizado um encontro sobre o Manual do Voluntário "Voluntariado e Missão Salesiana", convocado por P. Antônio Domenech, Conselheiro Geral para a Pastoral Juvenil, e P. Francis Alencherry, Conselheiro Geral para as Missões. Estiveram presentes dos delegados da Pastoral Juvenil e da Animação Missionária das inspetorias do Brasil. O texto proposto pelos dois dicastérios está sendo discutido em todas as regiões dos SDB do mundo, para com as contribuições enriquecer o texto, em vista de sua publicação definitiva no final deste ano. Muitas inspetorias vêem esta nova iniciativa como uma proposta original de educação da juventude para uma vivência mais comprometido. Outras inspetorias, contempladas com o benefício da presença de voluntários, refletem também sobre a questão de receber e trabalhar com voluntários.
- Animação Missionária Nacional: Aproveitando do encontro sobre o Voluntariado, no dia 13 de maio de 2007 reuniram-se os delegados de Animação Missionárias das inspetorias do Brasil, convocados pelo P. Francis Alencherry, Conselheiro Geral para as Missões. Foram partilhadas as experiências de Animação Missionária nas diversas inspetorias, ricas e igualmente sugestivas para as outras inspetorias. Foram ainda postas em comum várias iniciativas e sugestões de como concretizar a A.M. Por fim, foi manifestado o propósito de retomar os encontros anuais de Animação Missionária a nível nacional, aproveitando de outros encontros já existentes, para não onerar as inspetorias de encargos financeiros. O P. Georg Lachnitt foi encarregado de manter o grupo conectado, também por internet.
- Dissertação de Mestrado em Educação Indígenas: Depois de dois anos de estudos empenhativos e pesquisas, o P. Justino Sarmento Rezende, salesiano indígena do povo Tuyuca do Alto Rio Negro AM, apresentou sua dissertação na banca, sob o título: "Escola Indígena Municipal Utãpinopona - Tuyuka e a Construção da Identidade Tuyuka". Sob a orientação do Prof. Dr. Antonio J. Brand (UCDB) o trabalho somou um total de 371 páginas e foi apreciado pelas examinadoras Prof.a Dra Marta Maria Azevedo (UNICAMP) e Profa Dra Adir Casaro Nascimento (UCDB). Com a nota 10 com louvor e recomendação de sua pronta publicação, o P. Justino concluíu sua tarefa satisfatoriamente e voltou à sua terra, à Missão Iauareté AM, onde exercerá a responsabilidade de Diretor da Escola Indígena, Diretor da comunidade formadora e pároco de um imenso território. A ele o nosso reconhecimento e os melhores votos para sua nova missão.
- Os Guarani no Continente: Há 225.000 Guarani no Continente Sul-Americano, assim divididos:
Paraguai: 53.500, dos grupos Pãi-Tavyterã, Avá Katú, Mbya, Aché;
Argentina: 42.073, dos grupos Mbya e Avá Guarani;
Uruguai: não são reconhecidos aficialmente;
Bolívia: 80.000, do grupo Chiriguano;
Brasil: 50.000, dos grupos Pãi-Tavyterã, Mbya, Nhandeva ou Chiripá;
Fonte: Professores Guarani do Mato Grosso do Sul.
- Material Didático Indígena distribuído: Em novembro foi feito um levantamento sobre o interesse dos indígenas Bororo e Xavante pelo material didático até agora elaborado com eles no Curso de Magistério e outras iniciativas, durante mais de vinte anos. Foram pedidos e entregues 400 exemplares para escolas Bororo, 12.940 exemplares para 40 escolas Xavante. Além disso foram entregues materiais catequético-litúrgicos num total de 1.285 exemplares. Este material foi transportado em quatro viagens de Toyota aos centros escolares.
- Voluntária Leigo em Sangradouro: Depois de prolongadas comunicações entre a Inspetoria Salesiana de Córdoba, AG e Campo Grande, depois de meses de espera devido às greves nas universidades argentinas que adiaram a entrega também do diploma em Geografia, chegou a voluntária leiga, Carina Jimena B. Ela veio com o passaporte MERCOSUL-Argentina, pelo que de início ganhou um visto de dois anos. Ela exercerá sua atuação de modo particular na Pastoral da Saúde, nas aldeias Xavante, não excluindo outras dimensões. A ela a nossa calorosa acolhida e muito fervor missionária, durante este ano.
12. Agenda
18-20/06 - Assembléia Regional do CIMI-MS, Campo Grande
22-27/07 - Assembléia Regional do CIMI-MT,Chapada dos Guimarães
30/07-03/08 - Assembléia Geral do CIMI-Nacional, em Luziânia
11-13/09 - Reunião dos/as Missionários/as,Santa Clara T.I. Parabubure
14 - Avaliação-Programação Cursos de Agentes de Pastoral Xavante
13. Bibliografia formativa em Mitologia
CAILLOIS, Roger. O homem e o mito. São Paulo, Martins Fontes, 1972, 137 p.
CAMPBELL, Joseph. O poder do mito, com Bill Moyers. São Paulo, Associação Palas Athena, 1991, 242 p.
CASSIRER, Ernest. Linguagem, mito e religião. Porto, Rés, 119 p.
ELIADE, Mircea. Aspectos do mito. São Paulo, Martins Fontes, 1986, 174 p.
ELIADE, Mircea. O Mito do eterno retorno. Lisboa, 70, 1988, 175 p.
LÉVI-STRAUSS, Claude. Mito e significado. Lisboa, 70, 1985, 93 p.
MORAIS, Regis de (org.). As razões do mito. Campinas, Papirus, 1988, 121 p.
LACHNITT, Georg. Cultura - Religião - Mito. 2a Ed. MSMT-UCDB 2007, 118 p.
PINKUS, Lucio. O mito de Maria. São Paulo, Paulinas, 1991, 208 p.
14. Videos Missionários
Os seguintes Videos de temas missionários podem ser encontrados nas Locadoras.
A Missão, Robert de Niro e Jeremy Irons, 2 horas
Hábito Negro. 1:35 horas
Romero - uma história verdadeira. John Duigan. 1:05 horas
Brincando nos Campos do Senhor. Hector Babenco. 3 horas.
A Floresta de Esmeraldas. John Boorman. 1:53 horas
O Curandeiro da Selva. Cinergi. 1:40 horas
Avaeté - semente de vingança. Zelito Viana. 1:10 horas
Gerônimo. Joseph Runningfox. 1:20 horas
15. Publicações Diversas
Folders:
Índios, Xavante 1, Xavante 2, Xavante 3, Xavante 4, Bororo 1, Bororo 2, Nambiquara. - Aldeias Xavante 2007, Aldeias Kaiowá e Guarani, Aldeias Terena-Kinikinaua-Aticum-Guató-Kamba-Kadiwéu-Ofayè Xavante.
Livros recentes de UCDB-CDI:
GIACCARIA, Bartolomeo e SALVATORE, Cosma. Iniciação Xavante Danhono. Campo Grande, MSMT-UCDB, 2001, 91 p.
SCOTTI, Osvaldo e BOFFI, Giulio. A Epopéia Bororo. Campo Grande, Ed. UCDB, 2001, 59 p.
HITSÉ, Xavante Rafael e outros. O Meu Mundo - Wahöimanadzé - Livro de Leitura. Campo Grande, MSMT-UCDB, 2ª ed. 2002, 107 p.
ALBISETTI, César e VENTURELLI, Ângelo. Enciclopédia Bororo 3ª vol. - Parte II: Cantos Fúnebres e mitos. Campo Grande, Museu Regional Dom Bosco, 2003, 179 p.
LACHNITT, Georg. A Epopéia Xavante. Campo Grande, Ed. UCDB, 2003, 78 p.
GIACCARIA, Bartolomeu e SALVATORE, Cosma. Iniciação Religiosa Xavante - Darini. Campo Grande, UCDB Ed. 2004, 81 p.
LACHNITT, Georg e TSI'RUI'A, Aquilino Tsere'ubu'õ (Coord.s). Ihöiba prédu 'rãti'i na'ratadzé - Iniciação Cristã de Adultos. Campo Grande, MSMT-UCDB. 2004, 71 p.
VV.AA. (Coord.) Romhurinhihötö Nhoré Waihu'uprãdzé - Cartilha de Leitura I. 2ª ed. Campo Grande, MSMT, 2004, 47 p.; MSMT-UCDB, 2004, 47 p.
VV.AA. (Coord.) Rowatsu'u Nhorédzé-Cartilha de Leitura II. 2ª ed. Campo Grande, MSMT, 12004, 106 p.; 2ª ed. MSMT-UCDB, 2004, 106 p.
LACHNITT, Georg. O Símbolo "Água" na Iniciação Cristã. Ed. prov. Campo Grande, MSMT-UCDB, 2004, 126 p.
LACHNITT, Georg. Estudando o Símbolo. Ed. prov. Campo Grande, MSMT-UCDB, 2004, 151 p.
LACHNITT, Georg. Ritos de Passagem do Povo Xavante - um estudo sistemático Ed. prov. Campo Grande, MSMT-UCDB, 2004, 155 p.
Dicastério para as Missões SDB. Voluntariado e Missão Salesiana. Campo Grande, MSMT-UCDB, 2007 60 p.
OBS: Eventuais pedidos sejam dirigidos ao CDI, com o endereço acima.