Bakaru Rowatsu's (noticias misionarias)| 11


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Missão Salesiana de Mato Grosso

ANIMAÇÃO MISSIONÁRIA INSPETORIAL

CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO INDÍGENA (CDI)

Av. Tamandaré, 6000 - Jd. Seminário

Caixa Postal 100 - UCDB - Setor Biblioteca

79.117-900 Campo Grande MS

Fone (067) 312-3600 / 3731 Fax (067) 312-3301

E-mail: lachnitt@ucdb.br




"BAKARU-ROWATSU'U-Notícias Missionárias"

é de Circulação Interna




Coordenação: Delegado Inspetorial de Animação Missionária:

Pe. Georg Lachnitt SDB





Digitação e Diagramação: Georg Lachnitt





Impressão: Mariza Etelvina Rosa Irala

Centro de Documentação Indígena

UCDB - Campo Grande MS




Capa:

BAKARU, palavra Bororo, significa: o que se conta, notícia

ROWATSU'U, palavra Xavante, significa: o que se conta amplamente, notícia

Apresentação


Este número de NM demorou bastante, pois o anterior é de janeiro deste ano. Depois desses meses aconteceram novidades importantes no Setor Missões e na Animação Missionária.

Passou a Semana dos Povos Indígenas, com o tema: "Paz, Solidariedade e Reciprocidade nas Relações".

Continuando nossa reflexão mais teórica, hoje temos uma pesquisa sobre a Origem e Sucesso do Termo "Inculturação". Embora não tenha sido usado no Concílio Vaticano II, tem seu fundamento nele mesmo, convergindo para uma compreensão de como se deve proceder no processo de evangelização.

A visita do Pe. Francis Alencherry SDB e da Ir. Ciri Hernandes FMA foi marcante para a dinâmica da atividade missionária que requer um novo impulso, um novo vigor e novos campos de ação. Por isso reproduzimos os relatórios finais de ambos.

A paróquia São Domingos Sávio pode apresentar a consolidação de sua fé, tanto através dos primeiros grupos numerosos de cristãos, iniciados pelo batismo e pela eucristia, quanto pela reflexão consistente partilhada no curso de agentes de pastoral em Areões. Esta aldeia neste ano é ainda palco dos vigorosos ritos do DANHONO, pelo que as demais aldeias daquela área estão reunidas na aldeia Cachoeira. A eucaristia celebrada realmente impressiona pela seriedade da comunidade indígena.

A reunião de missionários SDB e FMA e alguns voluntários, desta vez em Nova Xavantina, brilhou mais uma vez pela tranqüilidade com que assuntos sérios foram tratados.

Inserimos também um novo ítem, "Para Refletir", aduzindo alguns flashes que devem fazer pensar.

Esperando que o novo fervor missionário possa também tornar-se realidade através de novas iniciativas na atividade missionária, desejamos a todos e todas .......


Muita Animação Missionária!


Pe. Georg Lachnitt SDB

1. Semana dos Povos Indígenas 2005

CIMI

A Semana dos Povos Indígenas, realizada anualmente

pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) durante o

mês de abril, tem como tema deste ano

"Paz, Solidariedade e Reciprocidade nas Relações".

O tema escolhido para a Semana está em sintonia com o

tema proposto pela Campanha da Fraternidade da CNBB

(Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e pelas

igrejas que compõem o CONIC (Conselho Nacional de

Igrejas Cristãs do Brasil), "Solidariedade e Paz -

felizes os que promovem a paz".

A questão proposta convida toda a sociedade brasileira

a uma reflexão sobre a realidade atual e a necessidade

de repensarmos nossos estilos de vida, cultivando

valores como a solidariedade e reciprocidade nas

relações entre pessoas, famílias, comunidades e povos.

No material de divulgação da Semana, o Cimi afirma que

a paz "só se efetiva a partir do respeito aos outros,

do respeito à diversidade étnica e do respeito e

promoção à vida. Vida plena para todos".


2. Origem e Sucesso do Termo "INCULTURAÇÃO"

Texto traduzido in: Mauro PATERNOSTER, VARIETATES LEGITIMAE - Liturgia romana e inculturação. Città del Vaticano, Libreria Ed. Vaticana, 2004 p. 62-67.

O termo inculturação foi usado pela primeira vez, em absoluto, por H.J. Herskovits, em 1948, numa publicação de antropologia cultural, para ilustrar o processo de socialização.1 P. Charles foi o primeiro estudioso de missiologia a recorrer a tal expressão num revista de teologia.2 Em seguida, o termo foi comumente usado no campo teológico-pastoral para indicar as características específicas do enraizamento da fé cristã nas culturas não ocidentais. Assim fez também J. Masson, J. Bruls e outros, por ocasião da XXIX Semana de missiologia, realizada a Louvain (1959), ainda que uma grande parte dos participantes continuou a recorrer a expressões mais tradicionais: adaptação, aculturação, africanização, encarnação e transculturação.3

O termo inculturação não ocorre em nenhum texto conciliar4 ainda que o seu conceito seja reconhecido em várias partes. A expressão aparece no comentário de J. Masson no art. 22 do Decreto AG,5 que representa uma referência muito importante para compreender o significado fundamental do conceito de inculturação. Este documento pode ser considerado como ponto de chegada de toda a reflexão precedente e o ponto de partida que justifica a rápida e sucessiva difusão do termo também no âmbito eclesial. É uma definição do conceito de inculturação suficientemente válida, ainda que um tanto aproximativa:

«A semente, isto é, a Palavra de Deus, Germina em terra boa, irrigada pelo orvalho divino, absorve a linfa vital, transforma-a e assimila-a para produzir no fim um fruto abundante. Num modo análogo a isso é que se verifica na economia da Encarnação, as Igrejas novas, que lançaram raízes em Cristo e estão construídas sobre o alicerce dos apóstolos, têm a capacidade maravilhosa de absorver todas as riquezas das nações, destinada a Cristo em herança. Essas, dos costumes e das tradições, do saber e da cultura, das artes e das ciências de seus povos, sabem colher todos os elementos que são aptos para render glória ao criador, para colocar na luz do Salvador e para bem organizar a vida cristã» (AG 22).

Y. Congar, em baseando-se na imagem alegórica presente no texto da AG 22, conferiu ao termo inculturação a definição seguinte, ainda que em forma mais concisa e menos poética:

«Inculturação significa plantar a semente da fé numa cultura e fazê-la desenvolver-se e expressar-se segundo os recursos e o gênio daquela cultura».6

A sua especificação é particularmente importante não somente pelo eco que teve no campo litúrgico, mas também porque representa um ponto de referência para a compreensão das intervenções sucessivas do magistério sobre a urgência da inculturação do Evangelho e da evangelização das culturas.

À reflexão sobre a inculturação, promovida na época pos-conciliar, deve-se então reconhecer o mérito de ter especificado que tal processo não diz respeito somente às Igrejas locais que vivem num contexto sócio-cultural diferente daquele ocidental, mas também aos países de antiga tradição cristã, como foi declarado por João Paulo II quando recordou as páginas mais significativas que caracterizaram o encontro entre a fé cristã e a cultura italiana através dos séculos. Um encontro quanto mais fecundo e muito positivo para toda a cultura humana.7

Enfim, deve-se admitir que à reflexão teológico-pastoral sobre a inculturação, realizada na época pos-conciliar, deve-se o mérito de ter sublinhado que um processo semelhante diz respeito não somente à evangelização e à liturgia, mas também aos outros setores da atividade pastoral. A inculturação, de fato, incide sobre a globalidade do projeto pastoral da Igreja:

- A inculturação possibilita uma melhor transmissão do Evangelho. O primeiro setor da aplicação do processo da inculturação diz respeito à transmissão da mensagem evangélica na cultura dos povos, aos quais a Igreja se dirige. Toda pessoa, de fato, tem o direito de receber o anúncio da Palavra de Deus na própria língua e no respeito à própria cultura, pelo que a evangelização, a formação à fé pela catequese, a liturgia, a pregação e a reflexão teológica devem ter em conta a cultura da Igreja local:

«Somente considerando a proclamação da Palavra de Deus, a inculturação implica na exigência de apresentar a boa nova num modo adequado recorrendo à linguagem e aos símbolos que são inteligíveis às pessoas às quais a mensagem evangélica vem sendo proclamada».8

- A inculturação é garantia de formação cristã. O segundo setor de aplicação do processo de inculturação diz respeito à educação à fé. A inculturação da mensagem cristã é uma condição fundamental para garantir a possibilidade de uma iniciação verdadeiramente profunda e integral da pessoa à fé e à vida cristã, afim de que se possa pensar de realizar uma formação cristã verdadeiramente eficaz e profunda somente em atenção e respeito à cultura local. Nas jovens Igrejas, a falta de uma formação verdadeira leva muitas vezes a fazer conversões pela metade que determinam formas complicadas de sincretismo religioso, pelas quais muitos batizados se arriscam de considerar-se cristãos somente de nome, enquanto no mais profundo de sua vida continuam a viver como não cristãos.

A exortação apostólica EN afirma que a inculturação, enquanto permite superar os riscos de uma evangelização superficial, garante também uma catequese verdadeiramente capaz de expressar o significado comprometedor e empenhativo do anúncio do Evangelho e as suas conseqüências concretas no plano moral.9 A respeito disso, M. Amaladoss frisa as vantagens que possam surgir de um projeto de iniciação à fé e à vida cristã em base a um autêntico processo de inculturação, uma vez que se consente de

«transformar a vida de uma comunidade cristã a partir do seu interior, pelo que a boa nova se torna princípio inspirador que anima as suas atitudes, sua visão do mundo, o seu sistema de valores e a sua ação. Em uma palavra, toda a sua vida».10

- A inculturação garante a transformação das culturas. O terceiro setor importante no qual o processo de inculturação pode expressar toda a sua eficácia diz respeito à transformação cristã das culturas locais. A adesão à fé não pode ficar confinada à vida particular de uma pessoa, mas deve permear a cultura e a vida social de um povo. A presença de uma comunidade cristã num território não se traduz somente por iniciativas de caráter espiritual e de empenho caritativo, mas expressa também um conceito de vida a ponto de incidir no pensamento de um povo e nas suas escolhas políticas e econômicas.

A idéia de uma profunda evangelização das culturas foi percebida em toda a sua importância pastoral desde 1953, por P. Charles:

«A cultura cristã assume a diversidade das línguas, do modo de vestir-se, das artes, dos sistemas políticos, das psicologias, dos alimentos e dos costumes. No entanto, sendo expressões de cultura cristã, a atividade missionária da Igreja se encontra diante, não somente, de indivíduos, mas também das culturas não cristãs. Por isso, deve penetrar nelas à maneira de um fermento na massa».11

O tema da evangelização da cultura, re-proposto com particular eficácia pelo Concílio Vaticano II (cf. GS 52-63), aflora constantemente no magistério de João Paulo II e dos episcopados nacionais e exprime uma sensibilidade muito difundida da Igreja de hoje. Quem anuncia o Evangelho se dá conta de encontrar-se numa situação de minoria. Não pode limitar-se a comunicar a Palavra de Deus aos homens de hoje, mas é urgente enfrentar e resolver a dupla série de relações que conotam relação profundas existentes entre o Evangelho e a cultura dos povos. A evangelização da cultura se alcança somente com a inculturação do Evangelho.

Por isso, o Sínodo dos bispos de 1974 e a EN (1075) afirmam que não basta evangelizar as pessoas para obter a sua conversão, mas é preciso ter em vista contemporaneamente a conversão dos indivíduos e a transformação progressiva da cultura e da sociedade.12

«O mais exato seria dizer que a Igreja evangeliza quando, unicamente firmada na potência divina da mensagem que proclama, ela procura converter ao mesmo tempo a consciência pessoal e coletiva dos homens, a atividade em que se aplicam, e a vida e o meio concreto que lhes são próprios».13

Esta renovada consciência eclesial leva a rejeitar a idéia do cristianismo como fato particular da pessoa singular com se a fé não devesse incidir na cultura e na vida da sociedade:

«Trata-se de chegar a atingir e como que a modificar pela força do Evangelho os critérios de julgar, os valores que contam, os centros de interesse, as linhas de pensamento, as fontes inspiradoras e os modelos de vida da humanidade, que se apresentam em contraste com a Palavra de Deus e com o desígnio da salvação».14

A mesma convicção foi expressa pelo card. D. Danneels no Simpósio dos bispos da Europa (1985):

«A evangelização deverá ter em conta os valores culturais nas quais o homem vive. Este é o problema da inculturação. De um lado, a fé cristã se serve de muitos contributos culturais que atinge pela civilização na qual vive. Este lhe vem enriquecida notavelmente. Mas o contrário é muitas vezes esquecido: a fé cristã, entrando em contato com a civilização e as culturas, produz uma espécie de humanismo cristão que tem sua origem na fé e na sua mesma revelação».15

Uma outra referência importante e significativa para a evangelização da cultura é aquele sublinhado pelo P. Arrupe:

«O princípio fundamental sempre válido é que a inculturação significa encarnação da vida e da mensagem cristã numa área cultural concreta de modo que esta experiência não somente chegue a expressar-se com os elementos próprios da cultura em questão (o que seria somente uma adaptação superficial), mas que se torne também o princípio inspirador, normativo e unificante, que transforme e recrie esta cultura dando origem a uma nova criação».16

Por isso, o anúncio do Evangelho deve ser apto para realizar uma profunda interação com a cultura do povo ao qual é dirigido, uma vez que entre fé a cultura deve acontecer uma intercâmbio verdadeiro, fruto de uma osmose profunda e significativa que enriquece ambas as realidades em questão: de uma parte o Evangelho, encarnando-se em uma cultura, valoriza o que houver de positivo nela para expressar a fé, potencializando assim o patrimônio expressivo da tradição cristã, e de outra parte o Evangelho é apto a enriquecer as culturas mais diversas com seus valores transcendentais, uma vez que purifica seus elementos mais negativos e confirma os valores positivos. A esta propósito, João Paulo II, falando das relações entre fé e cultura, fez notar como esta relação é destinada a tornar-se «um setor vital no qual se lança o destino da Igreja e do mundo neste tempo final do século vigésimo».17



3. Visita às Missões dos Xavante e Bororo da Inspetoria de Campo Grande do Pe. Francis Alencherry, Conselheiro Geral para as Missões

Nos dias 26-30 de abril de 2005, o Pe. Francis Alencherry SDB, Conselheiro Geral para as Missões, visitou as Missões Salesianas entre os Xavante e Bororo, partindo de Cuiabá. Depois de visitar as missões também mais distantes, foi realizado um encontro com Missionários, Missionárias e voluntárias em Merúri, onde apresentou as suas impressões e fez algumas considerações. No final da visita entregou um texto do discurso apresentado, na tradução de Georg Lachnitt.

De 26 a 30 de abril de 2005 tive a oportunidade de visitar as missões da Inspetoria de Campo Grande, Brasil, entre os Xavante e Bororo. O programa foi meticulosamente planejado pela inspetoria e Pe. Georg Lachnitt, o Delegado para a Animação Missionária, que me acompanhou e me levou a todos os lugares que visitei.

No dia 26 de abril visitei Sangradouro e almocei com a comunidade. Em seguida cheguei a Merúri onde passei a noite. No dia seguinte passei a manhã em São Marcos e na tarde segui a Nova Xavantina. No dia 28 de manhã visitei a aldeia Xavante Santa Clara, onde estão os voluntários da Operação Mato Grosso e animam o povo. Na tarde do mesmo dia seguimos a São Pedro, uma outra aldeia dos Xavante, onde há uma comunidade de Missionárias de Madre Laura ou Lauritas, e onde passei a noite. Nestas visitas às aldeias, o Pe. Bartolomeu Giaccaria, o sacerdote pároco dos Xavante, nos acompanhou. No dia 29 retornamos a Merúri para a noite, parando no caminho em Nova Xavantina para visitar a paróquia. A visita foi concluída no dia 30 com um encontro com os missionários que trabalham nessas Missões. Além de mim, participaram neste encontro 10 SDB, 8 FMA e duas leigas voluntárias. Concluímos o encontro com a celebração da Eucaristia, seguida por um almoço fraterno.

Algumas Impressões

O primeiro sentimento que me veio depois de ter visitado essas Missões é de gratidão a Deus pelo imenso volume de trabalho que está sendo realizado pelos povos indígenas. Os missionários se sacrificaram e se engajaram em todos os campos de atividade de evangelização, educação, serviços à saúde, desenvolvimento social, abastecimento de água, eletrificação, construção de estradas e pontes, no sentido de levar a luz do Evangelho numa visão integral a essas aldeias.

Um outro elemento importante é que os missionários foram os defensores intrépidos dos povos indígenas, afirmando os direitos deles e defendendo seus territórios contra os usurpadores gananciosos, até a custo de suas vidas. Não é exagero afirmar que, onde não houve missionários da Família Salesiana, grupos indígenas desapareceram até hoje.

Os esforços realizados para inculturar a fé cristã na cultura e tradição do povo é muito digno de nota. No passado houve resistências a esse esforço da parte dos mesmos salesianos e incertezas foram criadas. Isso foi superado pela maioria e agora a inculturação tornou-se o caminho de vida com os Xavante e os Bororo.

Resumindo, o progresso feito no trabalho com esses dois grupos étnicos é notável. Muito estudo e pesquisa têm sido feitos no processo de evangelização dessa gente. Planos pastorais e projetos foram desenvolvidos. A Inspetoria tem um plano para Animação Missionária e encontros periódicos de missionários ajudaram a planejar juntos. As FMA e os SDB trabalham juntos para a realização da missão em favor desses grupos étnicos.

O fato de o número dos Bororo ser abaixo de 2.000 e os Xavante uns 15.000 (50 anos depois que o trabalho em favor deles foi iniciado, quando eles eram 2.000) não diminuiu o fervor dos missionários em dedicar todas as suas forças ao bem-estar deles. Enquanto os Bororo estão concentrados em dois centros paroquiais de Merúri e Sangradouro, os Xavante estão dispersos em umas 170 aldeias, ao lado da grande concentração na paróquia de Sangradouro. Estas aldeias dispersas, situadas em diversas paróquias e mesmo dioceses, estão reunidas juntas numa paróquia pessoal, cujo sacerdote pároco é atualmente Pe. Bartolomeu Giaccaria, que conta com seus setenta anos, tendo antes dele outros dois sacerdotes que se dedicaram a este apostolado.

Considerações

Mesmo apreciando o bom trabalho que foi realizado, quero manifestar o que eu penso sobre algumas áreas às quais poderíamos dar mais atenção no futuro. As sociedades indígenas estão na encruzilhada de encontrar com aquilo que costumeiramente é considerado social e economicamente sociedades desenvolvidas. Isso leva consigo novos desafios e o povo precisa ser equipado em qualquer caminho de tal maneira que possam afirmar-se sem perder a sua identidade e cultura.

1.A Inculturação é certamente uma área à qual deve ser dada maior atenção ainda. Diversos elementos de culturas indígenas e sua inserção no caminho cristão de viver e celebrar precisam ser temas de estudo, reflexão e discernimento entre os missionários. A inculturação inclui também ajudar o povo a preservar e defender suas culturas e tradições; eles precisam ser preparados para dialogar com as diversas realidades da "civilização" do século 21, sem perder sua identidade e consciência de pertencer ao seu grupo específico. O resultado acima de tudo de uma tal inculturação deveria ser harmonia e um balanço entre cultura indígena, tradição e modernidade.

2.A Evangelização é uma outra área de preocupação e compromisso para os missionários. Como salesianos e como missionários nós somos em primeiro lugar evangelizadores, particularmente da juventude. Nós temos que admitir que muitos foram catequizados e batizados, mas poucos foram realmente evangelizados. Exige-se uma Nova Evangelização, baseada na Palavra de Deus. Quanto mais a Palavra de Deus for estudada e proclamada e transformada em modelo de vida, tanto mais o povo será evangelizado. Acelerar este processo de evangelização pela preparação de catequistas e líderes leigos é de primeira importância. A consciência missionária do povo também precisa ser suscitada e nutrida.

3.A Educação é a terceira frente a que nós como missionários precisamos concentrar nossa atenção. Por nosso carisma nós salesianos evangelizamos educando e educamos evangelizando. Apesar de a nossa tarefa de educação andar além do compromisso pelas escolas, ela é um excelente meio para a transformação de uma sociedade.

Para nós o compromisso pela escola é muito mais do que organizar o roteiro dos estudos. Atividades curriculares e para-curriculares sobretudo para a formação espiritual, física e inteletual dos jovens com uma visão de fazê-los bom cristão e cidadão responsável são parte e parcela do nosso apostolado escolar. Se tivermos a direção da escola em nossas mãos, é fácil organizar tais atividades.

É necessário formar os colaboradores leigos (professores), quando algum deles não compartilhar nossos ideais e objetivos no caminho salesiano de educação e compromisso pelas escolas. Isto é um longo processo, e até termos um bom número de educadores leigos bem formados e conscienciosos que acreditam na identidade do caminho de educar de Dom Bosco, seria prematuro e arriscado passar a direção de nossas escolas a pessoas leigas. Ao mesmo tempo, quando a escola está debaixo da nossa direção, nós deveríamos assegurar que seja realmente uma escola de modelo salesiano, providenciando a formação integral dos jovens.

Um elemento importante a ser considerado na educação da juventude é o treino no trabalho e equipando a pessoa do jovem a enfrentar os desafios do mundo da competição e produção. A dignidade do trabalho e sua necessidade para sustentar a vida humana e da sociedade precisam ser inculcadas através de programas práticos mais que de instrução teórica.

Através da escola nós deveríamos também chegar aos pais dos estudantes e à sociedade em geral, para assegurar a transformação da sociedade como um todo. Tudo isso implica que haja uma forte dose de animação por uma presença constante dos salesianos que são responsáveis pela direção e administração da escola e do ensino.

4.Na cultura Xavante o papel do Padrinho é essencial para a educação da juventude, particularmente dos meninos. Neste contexto é necessário estudar mais profundamente como o carisma salesiano de educação, realizado através da presença ativa entre os jovens, pode ser atualizado nesta cultura. Uma atitude passiva de um expectador poderia trair a nossa identidade de educadores salesianos.

5.O compromisso pela promoção social é uma outra área que requer atenção continuada. A transformação se localiza no interior, através da mudança de atitudes e do modo de pensar. Agentes externos podem ajudar neste processo de transformação, mas não alcançar isso, a não ser que a respectiva sociedade decida mudar ou melhorar a sua condição.

Por isso, no trabalho pela promoção social, é necessário assegurar-se que haja um trabalho incessante de animação e reflexão juntamente com os indígenas e animadores leigos preparados, antes de empreender "projetos" previstos para o progresso social. De fato, qualquer projeto de promoção social deveria ser planejado e executado em conjunto com a população, com sua participação plena e ativa, mesmo sem diminuir o fervor do processo de desenvolvimento. O que se requer é um ministério pro-ativo de animação pensada para promover um desenvolvimento social e econômico, considerando que sem a vontade do povo as mudanças numa área particular costumam atualmente tomar lugar de não mudanças, mesmo que os projetos sejam executados em seu próprio favor.

O lema para esse ministério social deveria ser: treinar para capacitar, treinar para responsabilizar, treinar para a auto-dependência. Isto evita todas as formas de mero assistencialismo que cria dependência por parte dos beneficiados e dominação por parte dos benfeitores. Nesta visão de desenvolvimento, os beneficiados e os benfeitores são parceiros num projeto comum.

6.Quanto à Paróquia para os Xavante, ela funcionou como uma paróquia pessoal aos cuidados de um só sacerdote, que agora está nos setenta. A inspetoria precisa assumir mais seriamente este apostolado para a evangelização e bem-estar dos Xavante. De um empreendimento individual precisa avançar a um projeto comunitário tanto em nível inspetorial quanto em nível local.

Uma solução possível para realizar isso seria estabelecer uma comunidade residente de três ou quatro salesianos numa aldeia Xavante central. (Um pedido explícito feito a mim por um líder Xavante em Santa Clara foi a presença de um sacerdote residente). A comunidade deveria trabalhar com um plano pastoral bem definido de evangelização e sobretudo de desenvolvimento dos Xavante em todas as aldeias a que a paróquia se estende.

A comunidade deveria viver em harmonia com o estilo de vida dos Xavante, salvaguardando as características religiosas e salesianas. Por seu testemunho cristão e religioso e seu trabalho de animação e reflexão se alcançará a evangelização e transformação dos Xavante de acordo com o Evangelho em harmonia com sua cultura. Necessariamente, portanto, esta comunidade não deve adquirir propriedade ou estruturas permanentes no lugar de sua residência, ficando satisfeitos com o mínimo necessário para seu trabalho de animação, de modo que, se for necessário, sua residência possa ser transferida a outros lugares, de acordo com o tempo, no sentido de beneficiar outras áreas mais diretamente, depois do muito que foi realizado num lugar particular.

Se for contemplada a presença de outros membros da Família Salesiana no contexto Xavante, a residência deles deveria expandir-se em outras aldeias numa distância razoável, de modo a não concentrar-se num lugar particular; debaixo de um plano pastoral comum comunidades diferentes podem trabalhar juntas para os Xavante partindo de diferentes pontos. A respeito disso é bom frisar que as Lauritas e a Operação Mato Grosso já estão presentes em São Pedro e Santa Clara, com resultados muito bons.

7.O Estudo da Língua é de extrema importância ao trabalhar com grupos indígenas. A língua é a porta para a cultura. Sem isso é difícil executar atividades mais internas de um grupo étnico. Todo missionário trabalhando com um grupo indígena deveria fazer disso um elemento principal para aprender a língua o melhor possível. A inspetoria deveria insistir nisso como algo de essencial e por isso importante.

8.Promover vocações entre os indígenas é importante para a continuidade desse apostolado. Somente quando um grupo étnico tiver o próprio clero, pode-se afirmar que o caminho cristã de vida lançou raízes nele. O Espírito Santo pode fazer suscitar ministros para o serviço da Igreja em todo grupo étnico. Com esta convicção deveríamos promover ativamente vocações entre os grupos étnicos tão bem e criar as condições nas quais eles perseverem.

9.Pode-se notar que a maior parte dos missionários que atualmente trabalham entre os Bororo e Xavante são de idade avançada. É necessário encontrar pessoal novo com nova vitalidade e novos métodos na atividade missionária.

Já desde as etapas iniciais de formação, jovens salesianos deveriam ser expostos à realidade missionária da inspetoria. Durante as férias mais longas eles poderiam ter experiência de atividades nas missões em grupos, introduzindo-os na cultura e na língua e assim provocar interesse neles. Se esse interesse for sustentado durante os períodos de formação, será mais fácil encontrar confrades que felizes dedicam sua vida aos desafios em ambientes missionários.


Concluindo, seria oportuno que a inspetoria como um todo refletisse sobre a dimensão missionária em suas atividades. Em que consiste hoje a missio ad gentes na inspetoria? Também nas outras presenças além das estritamente missionárias, a dimensão missionária precisa ser promovida. Promovendo grupos missionários e encorajando voluntários que trabalhem nas missões é também um caminho excelente de promover vocações para a vida salesiana e para o sacerdócio.

Durante os dias passados fiquei edificado com a hospitalidade e acolhida fraterna de todos os confrades e particularmente do Pe. Georg Lachnitt e das missionárias. A eles minha gratidão cordial e apreço. De modo particular quero expressar meus agradecimentos ao Pe. Inspetor e à comunidade de São Gonçalo por sua gentileza e atitude de boas-vindas.

Recomendo o esforço missionário da inspetoria à proteção especial de Maria Auxiliadora dos Cristãos. A inspetoria foi sempre conhecida como uma inspetoria missionária. Que sempre retenham esta característica especial por uma nova dedicação à causa dos marginalizados e pobres, particularmente dos povos indígenas em seu território.



4. Visita às Comunidades nas Missões entre os Povos Xavante e Bororo e de Animação Missionária à Inspetoria Nossa Senhora da Paz - Cuiabá MT, da Irmã Ciri Hernandes, Conselheira Geral para as Missões F.M.A.

Desde o dia 14 de Março até hoje dia 26, pela terceira vez me encontro com vocês. Voltei com alegria para condividir as alegrias do que o Espírito Santo está realizando em cada uma de vocês e em vossas Comunidades para a construção do Reino. Considero este meu retorno uma nova graça do Senhor.

Durante estes dias visitei em 1º lugar as Missões de Sangradouro, São Marcos e Meruri entre os povos indígenas Xavante e Bororo. Missões estas realizadas desde início em colaboração com os irmãos salesianos.

Agradeço ao Senhor pelo caminho de testemunho evangélico e martirial destas Comunidades S.D.B. e F.M.A. as quais, há mais de cem anos levam para frente, fazendo própria, a causa indígena ainda hoje marginalizada.

No dialogo pessoal e reuniões comunitárias, partilhamos a ação do Espírito Santo em nós. Encontrei irmãs serenas e inteiramente doadas à sua missão. São comunidades que, com o próprio testemunho, mesmo com limites de idade e de saúde, são, no interior das reservas indígenas, sinal e expressão do Amor de Deus.

Com os irmãos Salesianos e as irmãs FMA, é valorizado o processo de evangelização inculturada o qual, mesmo nas dificuldades da realidade indígena, suscitou nestes povos tanto autonomia como responsabilidade, tornando, muitos deles, agentes ativos do próprio desenvolvimento cultural no que diz respeito à saúde, educação, defesa dos próprios direitos e sua integração como cidadãos com plenos direitos.

Nas reuniões com professores, com autoridades das diversas comunidades indígenas e com o povo, pude sentir a gratidão e a valorização da obra dos e das missionárias, os quais souberam, mesmo em situações difíceis, acompanhar o projeto histórico/cultural desses povos.

Muitos são os desafios a serem superados junto às comunidades indígenas. Parece ser este o momento delicado e complexo devido também às interferências e ambigüidades, sejam elas devido a orientações e estudos antropológicos, como à influência da sociedade envolvente. A TV presente em todo lugar propõe estilos de vida em contraste a seus valores culturais. A população, mais especialmente os jovens, sente-se dividida em sua identidade e isto requer de nós um novo estilo/jeito de estar entre eles e acompanhá-los.

Faço votos que nos encontros entre missionários e missionárias e entre os agentes de pastoral indígena possam discernir e, juntos, encontrar as estratégicas e as propostas evangélicas e carismáticas para progredir em uma evangelização cada vez mais explícita e inculturada em continuidade com o caminho realizado até agora, bem como, com a novidade e a audácia que a situação de hoje requer.

Penso ter chegado o momento de discernir como Conselho Inspetorial e Equipe, qual seja a modalidade de presença que desejamos e podemos ter em Sangradouro, São Marcos e Meruri a fim de que possa dar o acompanhamento educativo e evangelizador em favor, antes de tudo, às meninas, às jovens e às jovens mães. (Oratórios, visitas nas famílias e outras atividades promocionais e de economia solidária.).

Brota do meu coração um agradecimento ao Senhor pela doação missionária de cada Irmã em favor destes povos indígenas.

Tive também a oportunidade de encontrar todas as Irmãs da Inspetoria reunidas em vários lugares conforme o itinerário proposto, o qual reunia grupos de comunidades. Nestes encontros partilhamos a proposta da nova consciência missionária no Instituto a partir da vivência missionária nos diferentes contextos sócio/cultural e religioso. Na reciprocidade, partilhando a ação do Espírito, temos reavivado a chama missionária da nossa vocação de F.M.A.

Terça-feira, dia 22 de março, no encontro com animadoras de comunidades, ecônomas, equipe e conselho inspetorial dialogamos sobre a missão “ad gentes” hoje, sobre a animação missionária como integração para comunhão, recriando, desta maneira, a nova consciência missionária comunitária que o Instituto, a Inspetoria e a Igreja do Brasil vem animando e acompanhando.

Com o Conselho Inspetorial constatamos e partilhamos a integração da dimensão missionária presente em todas as áreas do Plano Anual 2005 da Inspetoria e ao mesmo tempo, delineando a especificidade de cada âmbito na missão comum.

A pluriculturalidade dos nossos contextos é um sinal dos tempos. Situação que nos interpela para individualizar itinerários de diálogo entre as culturas, seja na educação formal ou não, na proposta de iniciação cristã entre os adultos e naquela educação à fé da Igreja Católica.

A realidade do diálogo ecumênico e inter-religioso percebe-se como uma nova exigência formativa e um desafio para a nossa missão educativa/evangelizadora.

Detemo-nos e dialogamos mais detalhadamente sobre o presente e o futuro das comunidades entre os indígenas de Sangradouro, Meruri e São Marcos, vendo-as como parte integrante da pluralidade de presenças na Inspetoria.

Encorajo, como ocorreu desde o início das primeiras fundações da Inspetoria, a continuar e renovar, no hoje, a opção pelas minorias étnicas, na ótica do Plano Anual 2005 p. 11. A realização dos objetivos da pastoral indígena requer, na medida do possível, a renovação do pessoal, uma mudança de mentalidade, um “aggiornamento” na formação especifica: Processo de evangelização inculturada segundo as linhas da Pastoral Indígena.

O diálogo durante o Conselho foi rico de propostas a esse respeito. Seria bom, como já foi dito, retomá-las e suscitar assim um processo de discernimento com o pessoal envolvido, inclusive as comunidades indígenas para procurar modalidades de acompanhamento alternativo.

Continuem a fazer propostas de voluntariado como veículo de cooperação missionária, fomentando a cultura da gratuidade, experiência fundamental para a vocação missionária e de especial consagração na Igreja.

Renovo o meu mais vivo agradecimento também em nome de Irmã Mercedes pela acolhida que tivemos, o relacionamento vivido e o carinho com o qual vivemos a experiência da visita. Entre vocês, sentimo-nos em casa.

Desejo também manifestar o meu agradecimento a Irmã Francisca que acolheu com delicada atenção e verdadeiro afeto de irmã, a nossa presença na Inspetoria. Que meu “obrigada” chegue a cada irmã da Inspetoria, as quais senti muito perto de mim, de maneira especial, no meu Aniversário.

Em nome do Instituto agradeço às missionárias que, havendo doado suas vidas pelo Reino, souberam implantar e cultivar o Carisma Salesiano/Mornesino nesta terra fecunda do Mato Grosso.

Que Maria Auxiliadora abençoe e acompanhe nosso caminho e nos ajude a reavivar a chama da nossa missionariedade.





5. Paróquia São Domingos Sávio em ritmo intensivo de Iniciação Cristã

Bartolomeu Giaccaria e Georg Lachnitt

Neste tempo de Páscoa, na Paróquia São Domingos Sávio foram colhidos amplos frutos de até vários anos de Catecumenato em diversas aldeias de diferentes áreas indígenas.

5.1. Na Área de Parabubure as Irmãs Lauritas que residem na aldeia São Pedro acompanharam a catequese realizada pelos catequistas de cada uma das comunidades. Os mesmos catequistas, delegados pelos pais e toda a comunidade exercem seu ministério sob a vigilância dos pais, que oportunamente se fazem presentes. Os catequistas estão engajados ativamente no processo até antes da instituição dos catecúmenos. Eles são presença constante durante esses anos de aprimoramento do conhecimento de Jesus Cristo, de seu mistério e da vida da comunidade eclesial, seja de um modo geral sejam nas celebrações da liturgia.

Como nesta paróquia se procura imprimir o significado pascal da vida cristã, a iniciação aos sacramentos do batismo e da eucaristia são normalmente realizados por ocasião da Festa da Páscoa.

Na Aldeia São Felipe, um grupo de oito catecúmenos foi preparado pelo catecumenato de três anos, com catequese, prática de vida crista e rituais muito pedagógicos da liturgia.

Chegando em São Felipe, eu, Pe. Georg, fui chamado à mata onde esteve o grupo do Wai'a, para receber as informações sobre o procedimento do ritual indígena e o batismo dos 08 catecúmenos. Na volta à capela a chuva iniciou para não parar mais durante a noite. Assim sendo, os dançarinos se posicionaram dentro da capela e executaram seu vigoroso canto.

A certo momento foi autorizada a entrada dos demais. Assim demos início às celebrações pascais cristãs com o batismo, com algumas adequações por motivo da chuva persistente. Os cantos tinham sido preparados com esmero, como também os diálogos litúrgicos. Tudo funcionou exemplarmente e com muita seriedade. Realmente, a vigília pascal com o batismo de 08 novos cristãos e sua primeira eucaristia foi uma celebração impressionante, como já o foram vários outros grupos iniciados em anos idos nesta aldeia.

Na Aldeia Santa Clara também houve outros grupos batizados na Páscoa, em anos idos. O processo já se consolidou. Também aqui o grupo de catecúmenos se preparou durante três anos

Já de madrugada, os catecúmenos foram ornados na capela local, mas a celebração foi preparada no centro da aldeia; bem que a chuva tinha cessado. A disposição das pessoas em grupos costuma obedecer a critérios culturais próprios. Os missionários não precisam preocupar-se com isso.

Ao som do canto do Wai'a, os catecúmenos chegaram com seus padrinhos em procissão e se posicionaram em meio círculo. Como nas outras aldeias, as madrinhas ou padrinhos costumam trazer uma cabaça com água para o batismo.

Apesar do grande número de batizandos (32), a preparação foi intensiva e tudo funcionou a contento. Além dos símbolos convencionais cristãos (unção com crisma e vela acesa) a OMG ofereceu uma cruz numa corda preta para cada um dos batizados, o que foi entregue no fim da celebração. Também aqui a celebração foi bonita.

Esperamos que esse novo grupo de cristãos dê sua contribuição para também vencer o flagelo do alcoolismo que fustiga sobretudo os jovens, não faltando ocasionalmente até drogas.

Na Aldeia São Paulo

Pelas 16:30 hs saímos de São Pedro a São Paulo, três irmãs e padrinhos e madrinhas, um Toyota bem carregado.

Os preparativos para a celebração batismal e primeira eucaristia andaram em ritmo Xavante. Enquanto confessava, os oito catecúmenos foram ornados de acordo com os critérios indígenas. O padre também recebeu cordinhas e colares, como de costume em tais ocasiões. A celebração foi feita no centro da pequena aldeia, onde o cacique Paulo e o filho mais velho cuidaram de todo o cerimonial. Os diálogos litúrgicos e os cantos novos foram bem preparados. Não podia haver falhas. Com o início da noite, o Círio Pascal adquiriu todo o seu vigor, na noite escura. Padrinhos e madrinhas provinham de São Pedro e outras aldeias vizinhas, já que esta era a primeira celebração desse tipo na Aldeia São Paulo. Como acontece numa comunidade pequena, o processo de catecumenato foi simplificado e durou apenas um ano e poucos meses.

Na Aldeia São Pedro

Na Quinta-feira Santa, de tarde, a partir das 14:00 hs, o sacerdote foi solicitado para as confissões, que atendi como de costume debaixo das mangueiras no centro da aldeia. A celebração começou pelas 17:30 hs no centro da aldeia, depois de dúvidas por causa da ameaça de chuvas.

Para o início houve a celebração da Instituição dos Catecúmenos, pois o catequista Moisés está preparando outro grupo já há seis meses, ao todo 28 candidatos. Eles e elas se apresentaram ornados a rigor indígena e receberam o sinal da cruz com muita seriedade.

Depois seguiu a celebração como de costume, havendo também o rito do Lava-pés, depois do Evangelho. Cantos solenes não faltaram, também em ritmo de dança original.

Ao concluir a celebração ao escurecer, a comunidade continuou por grupos a adoração até às 21:30 hs, quando o SSss. foi recolhido em procissão à capela das Irmãs.

Um Balanço de Parabubure

A celebração em São Paulo foi um bom encerramento das celebrações pascais na Área de Parabubure, nas quais neste ano foram batizados, ao todo, 48 catecúmenos e outros 28 foram iniciados no catecumenato.


5.2. Na Área de Areões

Na Área de Areões também teve colheita de frutos abundantes para a Iniciação Cristã. Pe. Giaccaria dedica todos os anos a esta região todos os esforços e, com paciência e aguardando o "kairos" foi encaminhando iniciativas para promover a Iniciação Cristã. Para que isso fosse viável, foi importante que esse processo fosse realizado com mito sucesso na Aldeia Água Branca, a aldeia da família do nosso irmão Pe. Aquilino. Por três vezes foi realizado nesta comunidade a Iniciação Cristã, e cristãos entenderam sua missão rumo à plenitude da Iniciação e Vida Cristã no sentido de levar também outros grupos à esse processo. Por isso alguns se colocaram generosamente à disposição para a catequese e introdução à Vida Cristã nas aldeias da Área de Areões.

Na Aldeia Cachoeirinha

No 3º Domingo da Páscoa, 40 adultos foram iniciados à Vida Cristã pelo batismo e a eucaristia.

O catecumenato em sentido estrito durou dois anos, após vários anos de pre-catecumenato.

Na Aldeia Santana

No Sábado do mesmo domingo, 17 adultos, por sua vez, receberam o batismo e foram admitidos à eucaristia. Com os cursos de Agentes de Pastoral cresceu também o sentido da necessidade pela Iniciação. A proposta nunca foi lançada diretamente, mas surgiu a partir de outros Xavante já iniciados em outras regiões. O catecumenato em sentido estrito durou dois anos.

Na Aldeia Mareá

Nesta aldeia interveio a iniciação social DANHONO, que é realizada em comum com as demais aldeias em Cachoeira. Assim sendo, a Iniciação Cristã de 18 catecúmenos será completada logo após esse ritos vitais para a vida do povo Xavante.

Na Aldeia Marãiwatsédé

Depois de longa espera, por mais de dez anos, o maior grupo residindo provisoriamente na Aldeia Água Branca, da Área Pimentel Barbosa, decidiu sair rumo à pátria de que foram deportados em 1966. Depois de meses de luta para ter autorização de tomar posse da terra, demarcada há anos, agora há uma grande aldeia provisória de 62 casas. O vigor da vida cristã de Água Branco foi junto com o povo. Na 5ª-feira antes do Domingo de Ramos, o Pároco Pe. Giaccaria, numa primeira visita pastoral a 350 km de Nova Xavantina, presidiu a Apresentação de 17 candidatos para a Iniciação Cristã. Pe. Aquilino, no dia 7 de maio fez já a terceira visita aos seus parentes e com animação foi celebrada a eucaristia.

Balanço da região norte de Areões e Marãiwatsédé

Neste região, que no ano passado já recebeu na aldeia Tritopa 37 catecúmenos para o batismo e a eucaristia, nesta ano foram batizados e admitidos à eucaristia 57 catecúmenos e outros 18 seguirão dentro em breve. 17 novas candidatos começaram sua caminhada rumo à Iniciação Cristã.


4.3. Balanço geral da Paróquia São Domingos Sávio

Já que a admissão aos sacramentos do batismo e da eucaristia se concretiza, com acerto, por ocasião das Festas Pascais, neste ano de 2005, após vários anos de catecumenato, concluíram a primeira etapa da Iniciação Cristã: 105 catecúmenos. Após um tempo de experiência autônoma de Vida Cristã, eles se encaminharão para receberem o sacramento da crisma para serem enviados a serem padrinhos e madrinhas de um novo grupo de catecúmenos e, dentro desses, alguns assumirão o ministério de catequistas do mesmo grupo.

A dinâmica de Iniciação Cristã, a partir do sistema de iniciação que rege todas as iniciações na vida Xavante, garante nessa um método de educação progressiva, atribuindo diversas responsabilidade também dentro da comunidade cristã. Pois bem! Os catequistas indígenas exercem, por sua vez, seu ministério como delegados dos pais que propõe seus filhos e filhas como candidatos. Os mesmo acompanham atentamente a catequese e se fazem presentes, quais mestres da fé, em ocasiões oportunas para explicitar certos aspectos da doutrina e vida cristãs. Os padrinhos e as madrinhas devem estar presentes sobretudo nos muitos momentos celebrativos que colocam os catecúmenos no centro da comunidade cristã. Podemos dizer que a comunidade Xavante recebe seu vigor de seus vigorosos ritos de Iniciação Cristã, isto é, ela vive em permanente ritmo de Iniciação.




6. Curso de Agentes de Pastoral Xavante em Areões

Georg Lachnitt

Neste ano, o Curso de Agentes de Pastoral para os Xavante da Área Indígena de Areões teve um clima novo e diferente. Depois de dez anos, pela primeira vez estiveram presente cristãos, e estes recém-batizados. Estes e outros há tempo participavam desse cursos como simpatizandes e catecúmenos. Mas agora depois de 57 batizados que também receram a primeira eucaristia, agora se reuniram 44 participantes, dentro deles ainda alguns catecúmentos. Isto cria um clima de procura da verdade de Jesus Cristo, novidade para todo o povo Xavante.

Pe. Aquilino começou com uma reflexão sobre conjuntura, a partir de sua própria experiência entre os "brancos" e também, antes de entrar na congregação salesiana, como funcionário da FUNAI. Um grande desafio hoje é a proposta de parcerias diversas de exploração do patrimônio fundiário Xavante, seja em madeiras e plantio de soja, pro exemplo. É claro que atrás disso sempre há interesse de enriquecimento a custa do índio e o índio depois sobra sempre mais pobre. A história dos últimos trinta nos podem mostrar isso muito bem. Certos aspectos da própria cultura merecem também uma reflexão e aprofundamento, diante da invasão da cultural global e dos sistemas do mundo envolvente.

Pe. Giaccaria refletiu com os indígenas sobre sua prática cultural de partilha e reconciliação, em vista de um aprofundamento sobre a eucaristia e a penitência.

Pe. Jorge construíu sua reflexão sobre os ritos da penitência, sua prática do sacramento e as razões mais profundas dos ritos e seus textos. Além disso, partindo da celebração da eucaristia, refletiu com os participantes sobre a eucaristia como memorial, como ação de graças e louvor ao Pai, através de Jesus Cristo. Com grande surpresa, os participantes mostraram grande segurança no uso dos textos litúrgicos, sabendo de cor até grande orações como o Glória e o Credo, naturalmente tudo em língua Xavante. Nesta região, alguns correções dos textos litúrgicos, com a reflexão do Pe. Aquilino, foram muito bem recebidos e estão sendo praticados.

Ir. Glória refletiu sobre os precedentes da eucaristia no Antigo Testamento, sobretudo por ocasião da ceia antes do êxodo, o rito dos pães ázimos e a partilha do pão e da colheita.

Ir. Cleide continuou esta reflexão nos textos dos evangelhos, agora à disposição em língua Xavante, e a vivência da eucaristia na vida dos primeiros cristãos.

No dia 24 de maio, com os cursistas, foi celebrada a liturgia eucarística na Festa de Nossa Senhora Auxiliadora. No dia 26 de maio, a missa de Corpo de Cristo foi celebrada no centro da aldeia para toda a comunidade de aldeia Cachoeira. A missa conclusiva também reuniu toda a comunidade no dia 27 ao meio dia.

Este foram novamente dias preciosos de reflexão para os cursistas e igualmente para missionários e missionárias que participaram.




7. Reunião de Missionários SDB e FMA

relatado por Georg Lachnitt

Nova Xavantina, 04 de maio de 2005

Participantes:

São Marcos: Pe. Osmar Orotides de Rezende, Pe. Aquilino Tsere'ubu'õ Tsi'rui'a; Ir. Maria Estela Marques, Ir. Cleide Palo Janeiro, Ir. Laurinda Dias;

Merúri: Pe. Eloir Inácio de Oliveira, Ir. Mário Bordignon; Ir. Elza Maria Ribeiro, Ir. Aparecida Zepherino, Bernardete;

Sangradouro: Ir. Tarley da Guia N. da Mata; Ir. Hilda Balbino Guimarães

Nova Xavantina: Pe. Bartolomeu Giaccaria

Campo Grande: Pe. Afonso de Castro, Pe. Georg Lachnitt

Cuiabá: Ir. Francisca Gomes de Santana


Retiro:

Palestra: Pe. Osmar - Apontamentos da reflexão:

- Nossa missão é a defesa, a promoção, a afirmação da VIDA, que resurge da morte, junto às crianças, aos jovens e aos pobres;

- Há necessidade de orar sem cessar, num diálogo pessoal entre nós e Deus; oramos pela lectio divina, com calma e com tempo, na Euaristia e na Vida;

- Temos necessidade de escutar os sinais dos tempos, no "tremor" da terra, na natureza, no acontecimentos, nos rituais dos indígenas;

- Nossa atitude é de acolhida: chamo-vos amigos", no controle de nossa ações e reações; o paternalismo nos fecha em nós mesmos; temos que fazer provas de resistência, como os índios fazem, nós também devemos fazer.

- Devemos amar incondicionalmente; por isso urge nossa inserção, com uma casa sempre aberta; não podem excluir ninguém;

- Temos que carregar em nossa vida a nossa cruz;

- Temos que ser coerentes; é preciso afinar o que fazemos com o que declaramos; interessante é colocar nossos propósitos na porta do guarda-roupa, para nós recordarmos sempre.

Assuntos Vários:

1. Avaliação da Visita de Pe. Francis Alencherry

Pe. Francis deixou um texto sobre Algumas Impressões e Considerações que serviu para as reflexões. Este texto será oportunamente enviado. Há questões de animação missionária para promover uma melhor adaptação dos missionários à realidade em que trabalham, sobretudo o desafio de aprender a língua. Há também o convite de formar uma nova equipe de missionários para uma presença inserida na região de Parabubure. Há também alguma diretriz para a nossa atuação nas escolas entre os indígenas.

2. Energia Elétrica

Há as instalações de Usinas Hidroelétricas que muitos anos prestaram um serviço imporante à atividade missionária nas três Missões. Hoje estas instalações trabalham no limite de sua capacidade. Para continuar na atual situação, precisaria de novos e grandes investimentos que não existem.

É necessário discutir com as comunidades indígenas a possibilidade de procurar conseguir ligação da rede pública. Líderes da Aldeia Guadalupe já se mexeram nesse sentido, inclusive sabendo dos encargos finaceiros do consumo. Há outras possibilidades de conseguir eventualmente que a FUNAI ou outros órgãos assumam parte do ônus.

Aliás, os indígenas assumem as despesas com gaz, em vez de lenha, combustível etc. Como já gastam dinheiro com velas e pilhas para as lanternas, haveria apenas uma certa inversão nas despesas.

Certo é que as despesas com energia elétrica nas dependências de FUNASA correriam por conta dela com também nas escolas, que são estaduais, orreriam por conta da SEDUC.

Atualmente a rede pública chegou a 12 km de Sangradouro e a 33 km do entroncamento de Merúri.

Para movimentar motores de geladeiras e outros utensílios de alto consumo, placas solares não seriam satisfatórias.

3. Divisa entre Bororo e Xavante

Há muito "diz-que-diz" ao redor do assunto, onde nem todas as notícias são procedentes.

Há, por exemplo, notícia de invasão da aldeia Guadalupe, o que foi verificado por uma comissão de Bororo e inexistente; invasão de Nova Esperança, o que houve de início e foi removido por diálogo com um missionário; invasão da aldeia Rob'udzé, que por em da verdade está situada na então ponte para Alípio, perto de São Marcos. Resta a aldeia Nova Nazaré, grupo saído de Guadalupe, que se situaram no ponte sobre o Rio Barreiro, na saída da Área Bororo, na estrada feito pelo Governo de Mato Grosso.

Sejam para isso os seguintes critérios para a nossa atuação:

1) Os indios devem resolver questões pendentes entre eles.

2) Cabe a nós missionários esclarecer-lhes o que é de direito.

3) Para questões fundiárias a competência é da FUNAI.

4. Centro de Cultura em Sangradouro

Com o apoio de Missioni Don Bosco, através do Pe. Zuffetti, será implantado gradualmente o Centro de Cultura em Sangradouro. Estão sendo planejadas duas realizações:

- Um BAITO a ser construído na aldeia Bororo

- Um Centro de Cultura para os Xavante.

Urge envolver as comunidades indígenas na discussão e realização desse projeto.


5. CIMI

De 11 a 16 de julho haverá a Assembléia Regional do CIMI-MT, em Chapada dos Gimarães.

De 25 a 29 de julho haverá a Assembléia Nacional do CIMI, em Luziânia.

Por ocasião da Reunião de Pastoral Indigenista da Diocese de Barra do Garças. Maristela, Coordenadora do CIMI-MT, entregou ao Animador Missionário da MSMT diversos relatórios, como também os formulários do "Termo de Compromisso Missionário e de Associação ao CIMI" e a ficha de "Registro de Missionários", a ser preenchido e assinado. Houve discussão a respeito do assunto, já que há entre nós vários que desde o início fizeram parte do CIMI. E de repente é preciso proceder a formalidades.Esse assunto deverá voltar à discussão nas próximas assembléias.

6. Escolas entre os Indígenas

De longa data há a prática nas Missões que a MSMT propõe o diretor da Escola, que é estadual, e o Estado de Mato Grosso, através da Secretaria, nomeia o mesmo. Esta prática perpassou diversas tentativas, a partir das práticas nas demais escolas do Estado.

Atualmente há uma pressão por parte da SEDUC de nomear diretores indígenas nas escolas em nossas Missões. Isto se manifesta que, por exemplo, em Merúri, foram convocados dois candidatos para a formação de diretores. De outras tantas aldeias também foram convocados.

Às vezes, alguns missionários entenderam que o nosso trabalho também deveria seguir nesse mesmo rumo. Seguiram-se várias discussões a respeito desse assunto.

Pe. Afonso, com muita insistência, declarou vital para a nossa ação missionária termos a direção das escolas em nossas Missões. Pe. Francis Alencherry se pronunciou no mesmo sentido. A escola sendo indígena pode muito bem ter as carcterísticas da pedagogia salesiana.

As Irmãs FMA têm seis escolas no mesmo regime, em parceria com o Estado, e mantêm o direito de indicar o diretor; neste fato sempre foram respeitadas e atendidas.

Além do mais, não é promover o professor indígena a diretor, se na prática ele não está familiarizado com o peso burocrático da diretoria.

Nossa contribuição será muito váalida para as demais escolas nas muitas aldeias, onde em todos os sentidos falta qualificação, mesmo depois dos cursos superiores. Como já houve iniciativas de cursos práticos de como dar aula, devemos continuar oferecer tal formação nas diversas regiões em parceria com os municípios.

Tende-se esgotado o tempo, deixamos de discutir outros assuntos ainda propostos.



8. Notícias Breves

Estudantes Bororo (03) e Xavante (09) dos Cursos Modulares para Docentes de Ensino Básico têm Colação de Grau aos 19 de julho de 2005. Parabens pela perseverança no curso durante quatro anos e bom sucesso em suas escolas indígenas!

Nos dias 10 a 11 de maio deste ano, o Pe. Georg Lachnitt assessorou um Encontro da EPIAU (Equipe de Pastoral Indigenista do Alto Uruguai, em Passo Fundo RS. O tema do encontro era "Teologia Índia e Catequese Inculturada". Os participantes eram missionários e missionárias que atuam entre os Kaingang. Estiveram presentes também quatro bispos.

Em Sangradouro, Pe. Giuglio Boffi está iniciando a construção de um Centro de Cultura Xavante. Este Centro prestará serviços aos visitantes e aos próprios Xavante, sobretudo aos jovens indígenas, que por tantos motivos encontram divertimentos duvidosos na próxima cidade de Primavera do Oeste Mt.

No Centro de Documentação Indígena da UCDB, está sendo desenvolvido um Projeto de Arquivamento de Fotos, com apoio do DKMR (Deutscher Katholischer Missionsrat). Até o momento foram escaneados 2.500 fotos negativas brancoXpreto e também coloridas, em formato 6cm X 6 cm, ao todos, de propriedade do Pe. Bartolomeu Giaccaria.

Estão em processo de revisão e reordenação os textos de Alfabetização, depois de vários anos de aplicação em aula. A Laurita Ir. Genoveva está coordenando os esforços com os professores da Escola da Aldeia São Pedro, da Área Indígena Parabubure. Os textos atuais são os seguintes:

LACHNITT, Georg (Coord.). Romhurinhihötö Waihu'u Na'ratadzé - Cartilha de Alfabetização (Comentários em Português). 1993, 51 p., (livro do professor), Campo Grande, MSMT - UCDB, 1996, 4 p.

LACHNITT, Georg (Coord.). Romhurinhihötö Waihu'u Na'ratadzé - Cartilha de Alfabetização (Comentários em Xavante). 1995, 51 p., 2ª edição (livro do professor), Campo Grande, MSMT - UCDB, 1996, 4 p.

LACHNITT, Georg (Coord.). Romhurinhihötö Waihu'u Na'ratadzé - Cartilha de Alfabetização -Ilustrações das letras. Campo Grande, MSMT - UCDB, 1996, 106 p. of.


9. Para Refletir

- Diversidade Cultural não é sinônimo de inferioridade! Cada cultura é uma criação original, respondendo aos desafios de sobrevivência de determinado grupo étnico. Não fosse adequado às exigência da vida, o grupo seria extinto.

- Quem é mais inteligente, os índios ou nós? De fato, os índios são obrigados a saber a língua nacional, além da própria; eles são bi-língües. E nós?

- Para os agro-negócios, o cerrado é nada! Por isso ele é derrubado para virar lavoura mecanizada e pasto. Para os indígenas, o cerrado é farmácia viva, é fonte de alimentação, é lugar de criação dos animais de caça; em resumo, é fonte de vida.

- Para os "brancos" caçar é esporte! Para os índios é trabalho duro para garantir a sobrevivência. O que acontece com os filhos, se o pai não trouxer todos os dias um animal. Falta alimento!



10. Videos Missionários

Os seguintes Videos de temas missionários podem ser encontrados nas Locadoras.

A Missão, Robert de Niro e Jeremy Irons, 2 horas

Hábito Negro. 1:35 horas

Romero - uma história verdadeira. John Duigan. 1:05 horas

Brincando nos Campos do Senhor. Hector Babenco. 3 horas.

A Floresta de Esmeraldas. John Boorman. 1:53 horas

O Curandeiro da Selva. Cinergi. 1:40 horas

Avaeté - semente de vingança. Zelito Viana. 1:10 horas

Gerônimo. Joseph Runningfox. 1:20 horas



11. Agenda

25/04-01/05 - Visita do Pe. Francis Alencherry, Conselheiro Geral para as Missões, nas Missões dos Bororo e Xavante

04/05 - Reunião de SDB e FMA con Retiro em Nova Xavantina

05/05 - Encontro de Pastoral Indigenista Diocesana em Nova Xavantina

06/05 - Encontro de Pastoral Indigenista da Região III de Diocese em Santa Clara

23-27/05 - Curso de Agentes de Pastoral Xavante para as aldeias de Areões, Pimentel Barbosa e Marãiwatsédé

17-19/06 - Encontro de Lideranças Terena, Jardim MS

27/06-02/07 - Curso de Agentes de Pastoral Xavante para as aldeias de Parabubure

11-16/07 - Assembléia Regional do CIMI-MT, Chapada dos Guimarães MT

25-29/07 - Assembléia Nacional do CIMI, Luziânia GO



12. Publicações Diversas

Folders:

Índios, Xavante 1, Xavante 2, Xavante 3, Xavante 4, Bororo 1, Bororo 2, Nambiquara. - Aldeias Xavante 2004, Aldeias Kaiowá e Guarani, Aldeias Terena-Kinikinaua-Aticum-Guató-Kamba-Kadiwéu-Ofayè Xavante.

Livros recentes do CDI:

TSAWE, Jerônimo. A'uwe na Rowatsu'u 1 e 2. Campo Grande, MSMT-UCDB, 2ª ed. 2004, 109 p. e 114 p.

HITSÉ, Xavante Rafael e outros. O Meu Mundo - Wahöimanadzé - Livro de Leitura. Campo Grande, MSMT-UCDB, 2ª ed. 2002, 107 p.

LACHNITT, Georg e TSI'RUI'A, Aquilino Tsere'ubu'õ (Coord.s). Ihöiba prédu 'rãti'i na'ratadzé - Iniciação Cristã de Adultos. Campo Grande, MSMT-UCDB. 2004, 71 p.

VV.AA. (Coord.) Romhurinhihötö Nhoré Waihu'uprãdzé - Cartilha de Leitura I. 2ª ed. Campo Grande, MSMT, 2004, 47 p.; MSMT-UCDB, 2004, 47 p.

VV.AA. (Coord.) Rowatsu'u Nhorédzé-Cartilha de Leitura II. 2ª ed. Campo Grande, MSMT, 12004, 106 p.; 2ª ed. MSMT-UCDB, 2004, 106 p.

LACHNITT, Georg. O Símbolo "Água" na Iniciação Cristã. Ed. prov. Campo Grande, MSMT-UCDB, 2004, 126 p.

LACHNITT, Georg. Estudando o Símbolo. Ed. prov. Campo Grande, MSMT-UCDB, 2004, 151 p.

LACHNITT, Georg. Ritos de Passagem do Povo Xavante - um estudo sistemático Ed. prov. Campo Grande, MSMT-UCDB, 2004, 155 p.

LACHNITT, Georg. Cultura - Religião - Mito. Ed. Prov. Campo Grande, MSMT-UCDB, 2005, 122 p.

OBS: Eventuais pedidos sejam dirigidos ao CDI, com o endereço acima.

1H. J. HERSCOVITS, Man anda His Works. The Science of Cultural Antropology, A. Knopf, New York 1948, p. 39-42.

2P. CHARLES, Missiologie et acculturation in NRT 75 (1952) 19.

3Aa.Vv. Mission et Cultures non-chrétiennes, Rapports et compte rendu de la XXIX semaine de missiologie de Louvain, Declée de Brouwar, Paris 1959.

4N. STANDAERT, L' histoire d' un neologism. Le terme "inculturation" dans les documents romains, in NRT (1988) 555-570.

5J. MASSON, Decreto sull' attività missionária della Chiesa, in Aa. Vv., L' attività missionária della Chiesa, LDC, Torino 1966.

6Y. CONGAR, Cristianesimo come fede e come cultura, in Regno Doc 21 (1976) 38-43.

7JOÃO PAULO II, Omelia per l' inizio della grande preghiera per l' Italia e con l Italia 2.

8M. AMALADOSS, Inculturation and Tasks of mission, in EastAs PastRev 17 (1980) 119.

9Cf. EN, in EV 5/1588-1716.

10M. AMALADOSS, o.c. 119.

11P. CHARLES, o.c., 27.

12Cf. EN 3, in EV 5/1590.

13Cf. EN 18, in EV 5/1610.

14Cf. EN 19, in EV 5/1611.

15G. DANNEELS, Evangelizzare l' Europa «secolarizzata», in Regno Doc 30 (1985) 584, nota 538.

16P. ARRUPE, Lettera a tutti i Gesuiti sull' inculturatione (14 maggio 1978), in Aa. Vv., Inculturazione: concetto-problemi-orientamenti, a cura di Lopez Gay, Ed. Centrum Ignatianum spiritualitatis, Roma 1983, 145-154.

17Cf. JOÃO PAULO II, Discorso alla riunione plenaria del Sacro Collegio (6 novembre 1979) 6.