Bakaru Rowatsu's (noticias misionarias)| 01


Missão Salesiana de Mato Grosso

ANIMAÇÃO MISSIONÁRIA INSPETORIAL

CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO INDÍGENA

Av. Tamandaré, 6000 - Jd. Seminário

Caixa Postal 100 - UCDB

79.117-900 Campo Grande MS

Fone (067) 312-3600 / 3731 Fax (067) 312-3301

E-mail lachnitt@ucdb.br








Coordenação: Delegado Inspetorial de Animação Missionária:

Pe. Georg Lachnitt SDB





Digitação e Diagramação: Georg Lachnitt





Impressão: Mariza Etelvina Rosa Irala

Centro de Documentação Indígena

UCDB - Campo Grande MS




Capa:

BAKARU, palavra Bororo, significa: o que se conta, notícia

ROWATSU'U, palavra Xavante, significa: o que se conta amplamente, notícia

Apresentação

A Inspetoria Salesiana de Campo Grande dispõe de um Serviço de Notícias, via INTERNET. O mundo mais amplo tem acesso a estas notícias. Não é tanto assim nas Missões, onde o telefone funciona precariamente, o que inviabiliza o acesso à Internet. Há ainda outras frentes missionárias em áreas indígenas, onde só chega o Correio. Para não ficar sem notícias missionárias, foi solicitada, no Encontro de Animação Missionária Inspetorial de 24-25 de março deste ano de 2003, a criação de um jornalzinho de Notícias Missionárias, a cargo da Animação Missionária Inspetorial. A freqüência depende das notícias que vem chegando. O BACARU- ROWATSU'U - Notícias Missionárias pretende ser um serviço simples, dinâmico e sem muita aparência, pois se dirige às bases missionárias e gente da periferia.

Muitas notícias das Missões e de iniciativas de Animação Missionária podem ser veiculadas, se você, caro leitor, enviar- notícias. Assim como solicita o Pe. Francis Alencherry para as notícias a nível mundial, assim também esse BAKARU-ROWATSU'U-Notícias Missionárias pode se tomar um instumento de comunicação; isso depende dos todos vocês como colaboradores.

Além de notícias em sentido restrito, pretendemos noticiar também eventuais breves reflexões missionárias, bibliografia sobre temas missionários etc.

Assim tornamos efetiva uma das finalidades da Animação Missionária, divulgando o trabalho missionário nos seus muitos aspectos e seus desafios daí decorrentes.

Que Nossa Senhora, nossa Mãe (corno a chamam os Xavante), nos dê um coração missionário para vibrarmos com novo ardor, com novos métodos missionários e com novas expressões e dinâmicas que façam o trabalho missionário crível e significativo.

Festa de Nossa Senhora Auxiliadora de 2003.

Pe. Georg Lachnitt SDB


1. Organização do Dicastério das Missões

Escreve o Pe. Francis Allencherry, Conselheiro Geral para as Missões: Permitam-me--me apresentar a organização do Dicastério das Missões. Tenho no momento, dois colaboradores. P. Walter Schmidt, da Inspetoria Alemanha Norte (GEK), faz o trabalho de secretaria, coordena a difusão da informação e a produção de subsídios para a animação missionária. Ele foi missionário por vários anos na Coréia e depois na Suécia. Além do alemão, sua língua materna, fala italiano, inglês, coreano e sueco. P. Maurice Valence, da Delegação de Miamar na Inspetoria de Kolkata (INC), coordena o trabalho das Procuradorias e atende aos missionários de passagem. Cuida também dos detalhes das reuniões e seminários organizados pelo Dicastério, especialmente os realizados em Roma. Além de sua língua materna e o birmanês, fala também italiano e inglês, e entende um pouco de espanhol. Cada um de nós tem o próprio e-mail (falencherry@sdb.org, wschmidt@sdb.org e nvallence@sdb.org. Esses endereços podem ser usados para comunicações pessoais com cada um de nós. Para comunicações gerais, há também o seguinte endereço: missioni@sdb.org, que está sempre ativo e ajuda a iniciar a ação adequada por parte do pessoal encarregado.


2. Projeto de Animação do Dicastério

Pe. Francis: Já receberam os ACG nº 380, que apresentam o Projeto de animação e governo do Reitor-Mor e do seu conselho para o sexênio 2002-2008. Podem encontrar aí o Projeto de animação próprio do Dicastério das Missões. Inútil dizer que o Projeto só pode ser realizado com a colaboração de cada um de vocês; e conto muitíssimo com isso. Na conclusão do CG25, pedi a cada Inspetor presente que indicasse as suas expectativas em relação do Dicastério e as possibilidades de colaboração da própria Inspetoria. Encorajou-me muitíssimo a excelente resposta das Inspetorias, e quero agradecer-lhes pelo tempo e o esforço de mandar-me a própria opinião. Enquanto redigíamos o Projeto específico de animação do Dicastério, levamos em conta as prioridades escolhidas pelo Reitor-Mor e o seu Conselho, como também as respostas recebidas das Inspetorias.

Os principais pontos das respostas podem ser assim resumidas:

a) há necessidade de animação missionária em TODAS as Inspetorias:

b) é preciso um maior intercâmbio de informações quanto às atividades dos nossos missionários em nível de Congregação;

c) deve-se continuar as iniciativas tomadas no passado no campo da inculturação e do diálogo inter-religioso, e deve-se aprofundar a reflexão;

d) deve-se reforçar, ainda, a ênfase sobre a primeira evangelização e sobre a pregação do Evangelho.

Estes pontos foram levados em consideração no Projeto de animação do Dicastério ao determinar os objetivos e sugerir as linhas de ação. Já foram fixadas datas e lugares de algumas reuniões, ou seja, das reuniões das Procuradorias e Escritórios de desenvolvimento, e dos missionólogos (ver abaixo). Depois de consultar os diversos grupos de Inspetorias, devem ser estabelecidos os lugares e datas de outras reuniões e seminários relacionados às linhas de ação.


3. Uma Campanha de Oração

Pe. Francis: O Dicastério gostaria de iniciar e promover uma Campanha de Oração pelas missões e pelo aumento das vocações nos diversos ramos da Família Salesiana, através de uma rede de comunidades orantes em todas as partes da Congregação. É nossa convicção profunda, como foi para Dom Bosco, que a oração é um meio poderoso de fazer o impossível. Tudo o que fazemos é inútil, se Deus não trabalha conosco! E para criar essa consciência do melhor modo possível que queremos organizar essa corrente de oração na Congregação. Nesta rede, quereríamos colocar os irmãos anciãos, tanto individualmente quanto reunidos em comunidade, e todas as Casas de formação da Congregação. Peço-lhes indicações sobre as pessoas ou comunidades da própria inspetoria que ficariam felizes em participar desta corrente. Quando obtiver a resposta, entraremos em contato com cada um deles e cada uma delas e organizaremos a rede de oração, dando outros detalhes.


4. A Jornada Missionária Salesiana 2003

Pe. Francis: Desagrada-nos que, por circunstâncias fora do nosso controle, o dossiê de animação da Jornada Missionária Salesiana 2003 ainda esteja em preparação. Esperamos que possa ser concluído e enviado às Inspetorias até o final de janeiro.

Como a preparação do dossiê exige muito tempo e muitas despesas econômicas, gostaríamos de saber qual é realmente o seu efeito sobre a animação missionária na Inspetoria. Ficaríamos felizes em receber a sua opinião sobre o assunto.

Isso foi escrito aos 01.01.03. Em março já recebemos alguns exemplares do dossiê na sede inspetorial e foram destinados às Casas de Formação.


5. Um Noticiário sobre as nossas Missões

Pe Francis: A fim de responder positivamente ao pedido de várias Inspetorias para terem urna circulação mais eficiente de notícias a respeito do trabalho feito em nossas diversas missões, gostaríamos de lançar um noticiário missionário, uma vez por mês, ao menos através de e-mail, e impresso alguma vez por ano. Isso só será possível se nos chegarem as notícias para difusão. Para recolher novos artigos, gostaríamos de saber do endereço das pessoas que poderiam dar a própria colaboração. Será um serviço extraordinário se nos mandarem os endereços e-mail e de correio dessas pessoas.


6.Necessidade de novos missionários

Pe. Francis: Como último ponto, mas não o menos importante, gostaria de fazer um apelo,

especialmente às Inspetorias que ainda têm algumas vocações todos os anos, para que encorajem os jovens a pedirem para ir como voluntários a outros países. A expedição missionária anual é uma tradição louvável da Congregação. Tem sido possível continuar a tradição graças à generosidade de muitos irmãos e ao encorajamento dado por vários Inspetores. Note-se que muitas vezes as Inspetorias com poucas vocações são mais generosas do que outras que têm muitas! Minha esperança sincera é que essa tendência mude nos próximos anos.

Ainda precisamos de muitos missionários para reforçar as novas presenças abertas em diversos países nos últimos anos. Peço-lhes que encorajem as vocações missionárias e tenham real interesse no discernimento vocacional daqueles que expressarem o desejo de ir às missões no exterior.


7. Encontro Inspetorial de Animação Missionária

Nos dias 24 e 25 de março foi realizado o Encontro lnspetorial de Animação Missionária. A participação foi um tanto reduzida em número, mas produtiva em qualidade. Várias Casas ainda não se organizaram nessa direção, outros já encarregados da dimensão missionária tiveram compromissos inadiáveis, mas comunicaram sua adesão.

Como base das reflexões serviram uma carta do Conselheiro Geral para as Missões, Pe. Francis Alencherry e um plano pastoral do sexênio aplicado ao Setor Missões.

Entre as amarrações que demonstram a qualidade da reflexão podemos citar as seguintes:

1. A NÍVEL MUNDIAL

- Enviar, por e-mail, notícias missionárias ao Dicastério das Missões.

2. A NÍVEL INSPETORIAL

- Produzir um noticiário missionário periódico, cuja capa e 2º página sejam padronizadas, contendo informações sobre as missões e a realidade missionária mais ampla;

-Elaborar um roteiro de espiritualidade missionária, contendo:

* elementos da estréia;

* elementos da CF;

*comemorando o dia I I de cada mês, dia do primeiro envio missionário;

* promovendo a Jornada Missionária Mundial de maneira ampla, e não restrita a algum dia e um mês só;

- Criar grupos de reflexão sobre temas missionários, por região e proximidade, tais como:

* diálogo e inculturação;

* desenvolvimento e inculturação;

* iniciativas missionárias;

-Envio-repasse de subsídios teológicos e missiológicos;

- Promover a participação em cursos de formação, como básico do ClMl de atualização e outros, dentro e fora da inspetoria;

- Procurar e promover o voluntariado, em sentido amplo, dentro e fora da inspetoria: de sacerdotes, SDB e outros, religiosos e religiosas, leigos e leigas;

- Garantir tirocinantes na Missões;

- Convidar para a Campanha de Oração pelas Missões, sobretudo as casas de formação, os anciãos e outros, de modo especial nos seguintes momentos: comemoração do dia 11 de cada mês, terço missionário, divulgação de trechos missionários das MB;

- Divulgar o Centro de Documentação Indígena, como instância de apoio para iniciativas de A.M.;

- Inserir, no que for possível, a realidade das Missões no home-page da MSMT;

- Dar continuidade à visita dos noviços nas Missões, e do pós-noviços durante o período de férias;

- Divulgar a nova sede do Centro de Documentação Indígena, que fica na Biblioteca da UCDB;

- Afixar painéis sobre a realidade missionária no C. D. I.;

- Divulgar fotos tipo cartão postal sobre a realidade indígena das nossas Missões;

- Promover a Semana dos Povos Indígenas e o mês das Missões, com as respectivas campanhas.

3. A NÍVEL DE CASAS

- Designar um Delegado para a Animação Missionária em cada presença, que este tenha um coração missionário e garante e presença da A. M. em todas as dimensões da pastoral;

- Trabalhar criativamente a dimensão missionária em cada casa, promovendo iniciativas originais e também inspiradas por experiência de outros;

- Promover grupos missionários em nossas presenças, talvez sob o título mais convidativos de "voluntariado";

- Avaliar e dar continuidade a experiências missionárias corno da UCDB em Rondonópolis, sanando eventuais dificuldades.

Há muitas propostas para dar vigor à Animação Missionária nos diversos níveis da nossa pastoral, basta deixar-se impulsionar pelo coração missionário dos irmãos.


8.Encontros de Capacitação de Professores Indígenas em Areões

O município Nova Nazaré MT, fundado há dois anos, desmembrado de Água Boa, tendo sua sede no antigo povoado Borecaia. Parecia um município condenado à inviabilidade, não fosse criado o ICMs ecológico, que prevê um adicional de retorno de ICMs para áreas de preservação ambientar, como são consideradas também as Terras Indígenas. Realmente, a maior parte do município é constituído pela T.I. Areões, do Povo Xavante. O município conta com 11 (onze) escolas de ensino básico, sendo 10 (dez) delas Escolas Indígenas, tendo como professores os próprios indígenas. Um enorme desafio para a Secretaria Municipal de Educação.

No ano de 2002, a secretaria solicitou os subsídios em língua Xavante elaborados nas escolas indígenas da MSMT, com apoio da UCDB. O material das escolas públicas em geral se tinha mostrado inadequado. Sentiu-se ainda a necessidade de uma capacitação para o uso do mesmo material, o que para os criadores do material não foi necessário.

A secretária municipal dirigiu o pedido para um Encontro de Capacitação dos Professores Xavante da T.I. de Areões, por intermédio do Pe. Bartolomeu Giaccaria, ao Centro de Documentação Indígena, desde agosto de 2002 instalado na Biblioteca da UCDB.

A equipe articulada para isso encontrou-se em São Marcos para o planejamento devido no dia 24 de fevereiro de 2002. No dia 25 do mesmo, na Escola da Aldeia Cachoeira, reuniram-se os professores indígenas, sobre a coordenação da secretária municipal. Pe. Georg Lachnitt expressou a satisfação de poder participar na capacitação dos professores indígenas em parceria da Secretaria Municipal de Nova Nazaré, da Missão Salesiana de Mato Grosso e da Universidade Católica Dom Bosco. O acadêmico da UCDB Tomé Tsi'éiwa'adi Wadzatsé, que participou ativamente na elaboração da Cartilha de Alfabetização na língua Xavante, apresentou o subsídio e iniciou os indígenas no uso da mesma. O acadêmico da UCDB Luciano Tserewarotãwe, professor na Escola Indígena de Sangradouro e nos anos anteriores membro da equipe que deu contribuição para a Escola de São Pedro em Parabubure, falou de sua experiência do ensino de português, xavante e matemática. O Pe. Aquilino Tsere'ubu'õ Tsi'rui'a, professor na Escola Indígena de São Marcos, deu orientações pedagógicas de sua experiência pessoal em sala de aula. O encontro teve singular proveito, urna vez que os três assessores citados apresentavam suas propostas em língua indígena.

Um novo encontro foi realizado aos 28 de abril, desta vez coordenado pelo Ms. Tarley da Guia Nunes da Mata diretor pedagógico da Escola Indígena de Sangradouro. Como assessores indígenas participaram o Prof. Luciano Tserewarotãwe e o Prof Júlio Wadzapariwe, ambos de Sangradouro. Com uma proposta bem planejada, a equipe brilhou com suas exposições. Ms. Tarley falou do desafio de uma escola indígena, garantida por lei. A prática de alfabefização em língua indígena continua um tema vivamente participado. Os dois assessores indígenas dedicaram suas palestras para ilustrar a prática do uso do material didático, em cuja elaboração eles participaram. Pe. Bartolomeu Giaccaria, andando pelas aldeias, constatou o uso proveitoso desse material nas diversas escolas.

Com essa iniciativa a UCDB ampliou sua atuação em favor dos povos indígenas através de seus professores salesianos e seus acadêmicos do Curso Modular de Formação de Docentes para o Ensino Básico.


9. Estudo de Língua Xavante em São Pedro

A formação antropológica e lingüística é uma exigência para o trabalho entre os Povos Indígenas. Na Aldeia São Pedro, da T.I. de Parabubure, a comunidade das Irmãs Lauritas ficou renovada. No ano passado veio a Ir. Felícia e neste ano as Irmãs Glória e Rosalba. Além do estudo pessoal em contato permanente com o povo xavante, foi solicitado um curso intensivo, o primeiro de outros posteriores a combinar. O primeiro encontro foi realizado nos dias 1º e 2 de março sobre o uso do prefixo pessoal com suas diversas aplicações, elemento fundamental na língua Xavante. Para dar continuidade ao estudo podem ajudar subsídios como dicionários, gramática, curso de língua Xavante e um texto de "Primeiras Experiências em Língua Xavante", material de autoria de Pe. Georg Lachnitt, assessor do encontro.


10. Planejamento da Paróquia São Domingos Sávio

No dia 03 de março passado, foi realizado em Nova Xavantina o encontro de Planejamento Anual da Paróquia São Domingos Sávio. Estiveram presentes o pároco Pe.Bartolomeu Giaccaria, Pe. Georg Lachnitt, as quatro Irmãs Lauritas da Aldeia São Pedro e Aglay, da Operação Mato Grosso presente na Aldeia Santa Clara. Foram retomados alguns critérios que norteiam a ação missionária, tais como a solidariedade dos missionários/as às iniciativas dos agentes de pastoral indígenas em suas comunidades e o papel subsidiário e de assessor nas mesmas. No planejamento procurou-se garantir a presença de um padre e também das Irmãs sobretudo nos dias do padroeira de cada Aldeia. As comunidades que têm um grupo de catecúmenos merecem uma maior presença, também para a formação dos catequistas. Os momentos celebrativos das diversas etapas solicitam também e presença dos missionários e missionárias. Dedicou-se particular atenção ao Curso de Agentes de Pastoral, a realizar-se de 12 a 16 de maio em Areões e de 23 a 27 de junho em Parabubure. Um plano temático mais amplo precisa ser confirmado e depois o tema concreto dos próximos encontros com os respectivos assessores, onde a Irmãs Lauritas desejam participar ativamente. A presença ocasional dos padres Miguel Gaya e Aquilino na área de Parabubure foi considerada.


l 1. Entrega do Evangelho segundo João em LínguaXavante

Em 1995 foi organizada, em São Marcos, a tradução dos Evangelho para a língua Xavante. A coordenação ficou com Pe. Georg Lachnitt e o hoje Pe. Aquilino Tsere'ubu'õ Tsi'rui'a. A Equipe de Tradutores contou com Agnelo Temrité, Antonino Wa'õmorã Tsipi'radi, Camilo Tsere'õri Tserenhopré, Marcelo Tserewadzi e Tomé Tsi'éiwa'adi Wadzatsé. Cada um da equipe pegou uma parte dos evangelhos para traduzí-lo. Em seguida, numa dinâmica tipicamente Xavante, o grupo todo, numa ação conjunta, fez a revisão dos textos já digitados. Com a aprovação de todos o texto poderia ser publicado. Assim em 1997 foi publicado o Evangelho segundo Marcos, em 2001 o Evangelho segundo Mateus, este já com o empenho particular do Pe. Aquilino, porque a equipe de tradutores começou os estudos de nível superior, em regime de férias, de modo que esta atividade abarcou todo o tempo.

De início tinha sido elaborado um tipo de vocabulário bíblico em língua Xavante que se foi adequando na medida que os trabalhos foram prosseguindo. Mas precisou de uma comprovação mais amplamente aceita. Assim sendo, no Encontro de Agentes de Pastoral Xavante, em Sangradouro, de 11 a 13 de dezembro de 2002 foi dedicado um dia inteiro na análise do mesmo vocabulário e foi aprofundada também a compreensão dos termos bíblico em seu original.

À luz destas conclusões e também de um ano de experiência do professor em língua Xavante e Português, por parte do Pe. Aquilino, exigiram uma nova revisão global de todo o Evangelho segundo João. Esse trabalho meticuloso e cansativo, por etapas e nos espaços de tempo disponíveis, foi concluído no dia 05 de março deste ano e, em seguida, impresso no Centro Gráfico da MSMT.

Por ocasião da Páscoa desse ano, o Evangelho segundo João em Língua Xavante foi entregue nas comunidades indígenas. Ele será um instrumento valioso na formação de padrinhos, madrinhas e catequistas, na sua preparação para o Sacramento da Crisma.


12. Curso de Agentes de Pastoral Bororo em Merúri

Entre os Xavante, já há 20 anos, são realizado os Cursos de Agentes de Pastoral, ultimamente em três frentes distintas Sangradouro ou São Marcos, alternadamente, Parabubure e Areões.

Entre os Bororo, num outro contexto cultural e missionário, essa iniciativa não teve a mesma -regularidade. Foi começado apenas nos anos 90 e, por diversos motivos, ficou suspenso. O Pe. Eloir Inácio de Oliveira promoveu novamente essa iniciativa que chegou a ser realizada nos dias 06-07 de março passado.

As linhas de reflexão eram: cultura e mudanças culturais, identidade de um povo, cultura bororo original e hoje, inculturação do Evangelho e da liturgia. O encontro se desenvolveu num clima de intenso diálogo. Os agentes de pastoral apresentaram com criatividade as linhas da própria cultura. Outro detalhe refletido foi a atuação dos ministros da palavra, com suas variedades, dentro e a partir dos critérios culturais próprios.


13. Encontro de Formação sobre Pastoral entre os Kaiowá-Guarani

A diocese de Dourados está dedicando esforços significativos para a reorganização da pastoral indígena. Para isso há intenções declaradas de articular os esforços amplos da Pastoral Indígena Diocesana, do CIMI-MS e da UCDB, com o Projeto Kaiowá em Caarapó. Em agosto do ano passado foi planejado, a pedido dos párocos que têm populações indígenas em suas paróquias, um encontro de formação indigenistas e missiológica. A convocação foi ampla para um encontro nos dias 26 a 28 de março na Casa Marçal de Souza, na Vila São Pedro. Participaram 20 pessoas. Notou-se a ausência dos párocos que solicitaram esse encontro.

O coordenador do Projeto Kaiowá da UCDB, Antônio Brand, falou durante um dia e meio com competência da cultura dos Kaiowá, original e atual, da situação histórica presente e do tempo da exclusão de seus territórios, sobretudo durante os anos 50 a 70. A reflexão partilhada constatou os desafios e as dificuldades que hoje cercam o compromisso e a ação da Igreja junto a esse querido povo, que na diocese de Dourados atinge 30.000 indígenas, mais ou menos.

O Pe. Georg Lachnitt continuou a reflexão sobre o significado e valor da evangelização, diante da riqueza de religião indígena, e os processos de inculturação do Evangelho. Em grupo foram indicados alguns passos metodológicos que devem integrar a ação respeitosa e comprometida de missionários e missionárias em todos os níveis de atuação.


14. Assembléia de Pastoral Indígena Diocesana

A Pastoral Indígena Diocesana, de Barra do Garças MT, foi criada em 2001, pelo bispo diocesano Dom Protógenes José Luft SdC. Ela teve um momento singular de consolidar sua existência e atuação por ocasião da CF 2002.

No dia 07 de maio reuniu-se novamente a Pastoral Indígena Diocesana, desta vez em Nova Xavantina. Isto para facilitar a participação dos párocos do norte da diocese: Nova Xavantina, Água Boa e Canarana. Participam dessa reunião os párocos e seus representantes que estão em contato com os povos indígenas em suas paróquias, além de missionários, missionárias e indígenas. O ponto alto do evento foi a eleição da nova coordenação diocesana de Pastoral Indígena. O antigo coordenador Pe. Luiz Silva Leal e a Vice-coordenadora Ir. Francisca Marra foram transferidos. A eles os agradecimentos por sua atuação corajosa.

O nova Coordenação ficou constituída com segue:

Coordenador:Pe. Eloir Inácio de Oliveira

Vice-Coordenador: Pe. Arquilino Tsere'ubu'õ Tsi'rui'a

Tesoureiro:Pe. Augusto lssao Kian

Secretária:Ir. Felícia Raquel Díaz Mendoza

Um tempo foi dedicado à reflexão sobre o Ano Vocacional, com seu desmembramento entre os povos indígenas. Uma vez evangelizados e admitidos na Igreja pelos sacramentos da Iniciação Cristã esses povos também se tornam Igreja, mesmo em suas comunidades e desta maneira, assumem também a responsabilidade de promover seus membros para os mais diversos ministérios dentro de suas comunidades.

Discutiu-se de como dar continuidade em envolver as paróquias das cidades com os indígenas que aí se encontram. Seria bom criar um lugar de acolhida e de encontro dos indígenas, um lugar onde esteja entre eles. Isso não inclui a possibilidade de pouso. Aí podem ser oferecidos alguns vídeos da cultura indígena, muito apreciados por eles. Para isso, bastaria criar uma experiência pioneira de quem hoje adere a esta idéia. Posteriormente isso poderia ser ampliado. Pessoa simpatias às questão participariam desta iniciativa, na medida em que lhes for possível.

A reunião dos 29 participantes foi concluída com o almoço. Boa parte dos presentes partiu em seguida para a aldeia São Pedro, onde no dia seguinte seria realizada a reunião da Região III da diocese, constituída pelas quatro paróquias indígenas.


15. Reunião da Região III da Dioceses de Barra do Garças

Na reunião passada, foi escolhida a Aldeia São Pedro. Nesta aldeia residem as Irmãs Lauritas desde 1993, numa casa simples com paredes de tijolos e telhado de palha, à maneira das casas Xavante. A partir daí elas dedicam suas atividades à aldeia São Pedro e, de acordo com urna programação adequada às solicitações, atendem também as aldeias da redondeza. Assessoria à educação escolar indígena, pastoral familiar e da criança, catequese e celebrações litúrgicas são campos de atuação.

Depois do almoço a caravana saiu de Nova Xavantina, rumo a Campinápolis, 60 km de estrada de chão. Até às 16:00 hs os novatos na região se concentraram na praça da Matriz de Campinápolis, aliás um bela cópia da Matriz de Alto Araguaia. Ao escurecer, quase todos tinham chegado em São Pedro, a 56 km de estrada de chão. Mas onde foi parar o Pe. Eloir? Da aldeia vizinha São Paulo veio a notícia, trazida por um menino de bicicleta: Pe. Eloir, com Pe. Ochoa, Ir. Mariluce, Inspetora, e Ir. Aparecida e uma voluntária pediam socorro, pois na serra da aldeia Santa Luzia, o Toyota estava quebrado.

Por uma estrada quase abandonada e miserável, Pe. Georg e Pe. Kian saíram em socorro, enquanto as irmãs rezavam pelo bem-estar da superiora. Foram perdidos dois grampos da mola traseira do Toyota e, num dado momento, o eixo se deslocou e a manga do cardan saiu. Pe. Eloir ficou de guarda no mato e, por outros 55 km, os passageiros resgatados chegaram pela meia noite na aldeia São Pedro, onde foram acolhidos cordialmente.

No dia seguinte, os dois mecânicos voluntários foram achar os grampos em Nova Xavantina. Depois de concluída a reunião pastoral em São Pedro, chegaram também os dois veículos. Uma aventura típica da vida missionária!

Mesmo faltando três membros da assembléia, a reunião se realizou com normalidade numa sala de aula da escola local. Entre os temas tratados, falou-se da distinção entre Pastoral Indígena Diocesana, Região III da diocese e Pastoral indígena.


l6. Curso de Agentes de Pastoral Xavante em Areões

De 12 a 16 de maio foi realizado o Curso de Agentes de Pastoral Xavante na aldeia Cachoeirinha, de T.I. Areões. Reuniram-se das 11 aldeia de Areões e da aldeia Água Branca e Caçula de T.I. Pimentel Barbosa 56 participantes indígenas, sendo 23 da aldeia Cachoeirinha. Com Pe. Giaccaria colaboraram Pe. Georg, Ir. Cleide, Ir. Rosalba e a voluntária Nelina, que está com 82 anos de idade. O tema central foi o estudo da Bíblia. Como a grande maioria deseja receber o batismo, um tema foi o Êxodo bíblico e a Páscoa judáica, a prática batismal do precursor São João Batista e o batismo na Bíblia. A missão de Paulo nas Cartas Apostólicas foi outro tema, em particular a Carta aos Filipenses. A reflexão sobre conjuntura não pode faltar. Enfim, foi analisado o confronto entre as duas culturas: a cultura com que vem revestido o cristianismo e a cultura indígena, em vista da inculturação do Evangelho nesse povo querido. Foram cinco dias preciosos de escuta, diálogo e aprofundamento do significado da novidade do Evangelho de Jesus Cristo