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1.2 Page 2

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Pôster para
a Jornada
Missionária
Salesiana
2010
Guia para a leitura

1.3 Page 3

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A opção principal como símbolo da Jornada Missionária Salesiana 2010 centrou-se nos olhares
interrogativos de alguns jovens ciganos (Rom, Sinti...)
A sobreposição dos rostos representa a “multidão” que espera Dom Bosco hoje.
A imagem cortada nitidamente entre luz e sombra exprime a espera dos destinatários.
As imagens secundárias falam da diversidade, da individualidade, do desejo dessas populações.
A figura dos adultos (Salesianos) documenta o quanto se está fazendo como Salesianos na
proposta de uma relação educativa.
A imagem do beato mártir Zeferino Chimenez Malla, Cigano – Kalo – espanhol, recorda a
dimensão eclesial dessas populações.
O slogan – Estou convosco – é a promessa feita por Jesus aos discípulos (Mt 28,20) e recorda
a sua constante presença na caminhada e ação da Igreja. O Cristo está presente nessas po-
pulações.
Ao mesmo tempo também é possível considerá-lo como apelo-invocação do garoto/jovem/povo
cigano, Sinti, Rom... fulcro da natureza nômade desses povos que, após os recentes fenômenos
de migração, vivem nas cidades e nos bairros em que nós vivemos. É por isso que o empenho
missionário salesiano em 2010 não leva a só olhar para além das próprias fronteiras, mas
recorda que o campo de ação e intervenção está ao alcance das mãos.
A parte gráfica chama a atenção para os temas apresentados e os reforça. A cor laranja
(preferido numa tonalidade quente) equilibra-se com a luz que evidencia as faces dos jovens.
As linhas circulares, além de conferir certo dinamismo, apelam para o envolvimento comunitário
e a mundialidade da jornada missionária salesiana; ao mesmo tempo recordam a contínua pe-
regrinação desses povos nômades.
A indicação do sítio www.sdb.org é um convite à pesquisa e busca de materiais úteis para a
animação da Jornada Missionária Salesiana 2010.
O termo “Ciganos” aqui usado, refere-se aos vários grupos étnicos, entre os quais Rom, Sinti,
Manouches, Kalé, Gitani, Yenish, Romanichals, Boyash, Ashkali, Travellers etc.
Na Europa Ocidental (Reino Unido, Espanha, França etc.), em algumas regiões da Rússia, na
Ásia e América, é mais aceito e, às vezes, também mais apropriado, o termo “Cigano” ou o
equivalente “Tsigane”, “Gitano”, “Cigány”, “Tsyganye” etc.
Na Europa Central e Oriental usa-se amplamente o termo “Rom” em referência a essas
populações, porque para muitos Rom e Sinti o termo “Ciganos” soa como depreciativo, por
estar ligado a estereótipos negativos e paternalistas difusos em relação a eles [da nota do
VI Congresso mundial da pastoral para os Ciganos, Freising, Alemanha, 1-4 de setembro de
2008, Documento final, www.vatican.va].

1.4 Page 4

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Layout e impressão:
Tipolitografia Istituto Salesiano Pio XI
Via Umbertide, 11 - 00181 Roma - Tel. 06 78.27.819 • tipolito@pcn.net
Finito di stampare: Giugno 2009

1.5 Page 5

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ÍNDICE
Carta do P. Pascual Chávez
Reitor-Mor 6 ........................................................................................................................................................................................
Carta do P. Vàclav Klement
Conselheiro Geral para as Missões 8 ....................................................................................................................
Jornada Missionária Salesiana:
uma tradição que se renova 10 .........................................................................................................................................
Ciganos: história, cultura, desafios atuais 12 ...............................................................................................
Os Ciganos e a Igreja católica 20 ...................................................................................................................................
Os Salesianos e os Ciganos
caminham com os jovens ciganos 22 .......................................................................................................................
Jornada Missionária Salesiana 2010:
projetos a serm apoiados 26 ................................................................................................................................................
Subsídios didáticos 28 ..................................................................................................................................................................
Oração 30 .......................................................................................................................................................................................................
Todo o material contido neste Dossiê está disponível
em cd rom e pode ser também baixado do sítio www.sdb.og em:
italiano, inglês, espanhol, português

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Carta do Reitor-Mor
12 de abril de 2009
Solenidade de Páscoa do Senhor
Caríssimos irmãos e amigos
das missões salesianas,
Cumprimento-os com o coração
cheio de alegria na celebração da
solenidade da Páscoa do Senhor,
festa por excelência da humani-
dade, por representar um canto
à vida com a vitória sobre a
morte; festa das
festas na Igreja que
nasce justamente da
Ressurreição para ser
testemunha dela diante do
mundo; festa por antonomásia
na Congregação e na Família
Salesiana, chamadas a levar a
plenitude de vida em Cristo
aos jovens, especialmente os mais pobres e
carentes.
Em contexto pascal, fico feliz por apre-
sentar-lhes o tema missionário a ser propos-
to à toda a Congregação. Finalidade princi-
pal desta iniciativa é dar impulso à anima-
ção missionária oferecendo uma proposta
que se torne projeto anual concreto.
Enfim, desde 1988 a atenção dirige-se
pela primeira vez ao continente europeu.
Trata-se de uma das novas fronteiras às
quais o CG 26 nos enviou.
A jornada missionária salesiana de 2010,
que se realizará com o lema “Os Salesianos
de Dom Bosco caminham ao lado dos jo-
vens Ciganos”, apresenta-nos um tema
muito significativo e empenhativo. Encon-
trarão no DVD que acompanha esta
carta experiências já em ato de
três inspetorias europeias,
que fizeram da opção pelos
Ciganos uma nova fronteira
da própria missão. Falar
dos Ciganos na Europa
quer dizer abrir os olhos
para a realidade desafiadora
de uma população de 12 mi-
lhões, pertencentes a mais de 15
etnias, presentes há séculos no velho
continente.
As motivações que nos levaram a esco-
lher este tema são:
1) Desde o início, desejou-se dar um forte
e convicto impulso missionário ao Proje-
to Europa, para dar nova alma a esse
continente. Como a Igreja nos tem recor-
dado, desde os tempos de Paulo VI até o
recente VI Congresso Mundial da Pastoral
para os Ciganos (Alemanha, Freising, Se-
tembro de 2008), ‘os Ciganos estão no
coração da Igreja’.
2) Queremos que a Congregação, a Família
Salesiana, a Igreja e a Sociedade conhe-
çam o nosso trabalho em relação a eles.
Temos, de fato, 10 Inspetorias europeias
(SBA, SLE, POR, GBR, BEN, GER, IME - Al-
bânia, INE, CEP - Bulgária, SLK, UNG)
que se empenharam de várias maneiras
6

1.7 Page 7

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em favor dos jovens Ciganos. Sobretudo
as três últimas inspetorias indicadas aci-
ma oferecem durante 2010 algumas ex-
periências de comunidades empenhadas
numa verdadeira integração dos Ciganos
no tecido europeu moderno, respeitando
a sua preciosa cultura milenar. Assinale-
se que três salesianos exercem a função
de Diretores Nacionais da Pastoral dos Ci-
ganos na Eslováquia, Itália e Alemanha.
3) A aproximação cordial e pastoral dessa
realidade cultural e social, além da nossa
contribuição para construir pontes entre
as várias etnias dos Ciganos e as socie-
dades europeias, deve ajudar a remover
muitíssimos preconceitos ou expressões
que espelham, de diversas formas, uma
verdadeira discriminação.
4) Releve-se, enfim, que, fiéis a Dom Bosco,
a nossa contribuição deve ser feita sem-
pre a partir da perspectiva educativa, le-
vando os Ciganos a serem protagonistas
do próprio desenvolvimento humano, so-
cial e cristão. Ainda uma vez nós nos ve-
mos diante de um apelo ao diálogo cons-
trutivo entre Sistema Preventivo e Direi-
tos Humanos.
Encorajo-os a acolherem este meu con-
vite a ir e entrar por dentro dessa nova fron-
teira para “caminhar ao lado dos jovens Ci-
ganos” e ser para eles um sinal do amor de
Deus. Agradeço-lhes pela generosidade e so-
lidariedade.
Cordialmente, em Cristo Crucificado e
Ressuscitado.
P. Pascual Chávez Villanueva
Reitor-Mor
7

1.8 Page 8

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Carta do Conselheiro
para as Missões
12 de abril de 2009
Páscoa do Senhor
Uma saudação cordial a todos os Irmãos Sa-
lesianos, com os mais sinceros votos na certeza
de que o Senhor ressuscitado caminha conosco
pelas estradas do mundo (Lc 24,35). Alegra-me
introduzir alguns objetivos da 23ª Jornada Mis-
sionária Salesiana (JMS).
Espero que, graças às atividades da JMS 2010
possamos todos beber do entusiasmo missionário
de alguns irmãos e comunidades
missionárias no coração do conti-
nente europeu.
O que a Jornada Missionária
Salesiana de 2010 quer promover?
1) Ela quer apresentar o corajoso
trabalho missionário de algumas
comunidades salesianas do leste
europeu que se dedicam inteiramente à missão
entre os irmãos Ciganos. Na realidade, não se
trata apenas de uma pastoral no campo da mar-
ginalização, mas de verdadeiro e próprio traba-
lho missionário na Europa. Contemplamos as di-
nâmicas próprias do paciente trabalho missioná-
rio por um grupo étnico, com caminhos de incul-
turação que está mobilizando os melhores recur-
sos educativo-pastorais do nosso Carisma (C 30).
2) Na região diretamente envolvida no Projeto,
a Europa Norte, a JMS oferece a oportunidade
de “criar presenças qualificadas e perspicazes
entre os Rom e reforçar a colaboração com as
instituições sociais” (ACG 402, Projeto do RM
2008-2014; p. 78). As três Inspetorias empe-
nhadas em primeira linha reuniram-se em Ka-
zincbarcika (UNG, fevereiro de 2009) para
iniciar essa caminhada. Está prevista uma Con-
ferência internacional, “Os Salesianos de Dom
Bosco caminham com os jovens”, nos dias 20-
23 de novembro de 2009 (Eslováquia, Kosice).
As demais Inspetorias da Europa, onde estão
presentes os vários grupos de Ciganos, pro-
curarão conhecer melhor a maior minoria
étnica do continente.
3) Quanto às Inspetorias dos outros continentes,
onde não podemos encontrar diretamente os
jovens Ciganos, o material poderá ajudar de
duas maneiras: suscitar maior interesse dos
irmãos do continente onde trabalham e poder
inspirar-se nas dinâmicas e experiências mis-
sionárias dos irmãos empenhados com os
Ciganos, no trabalho cotidiano com os diversos
grupos étnicos minoritários e as tribos
fora da sociedade majoritária. Estas são en-
contradas em todas as regiões salesianas, da
Amazônia aos países do sudeste asiático.
4) Esperamos que o exemplo dos missionários
eslovacos na Eslováquia, ou dos irmãos da
Ásia, que se dedicam aos Rom na Hungria,
possa suscitar novas vocações missionárias
entre os jovens Salesianos. Rezemos também
pelas novas vocações apostólicas entre os pró-
prios Ciganos (já temos 2 irmãos SDB de
origem Rom). O exemplo deles pode suscitar
maior zelo apostólico para dar o primeiro passo
na direção dos jovens, especialmente daqueles
provenientes de contextos mais difíceis.
5) Contribuir para remover muitos preconceitos
milenares em relação a eles, construir pontes
8

1.9 Page 9

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entre os gage’ (como são chamados os não Ci-
ganos) e as sociedades Rom. Podemos
imaginar, por exemplo, o impacto de todas as
mídias salesianas que só com o BS alcançam
10 milhões de leitores por ano. Apresentar as
experiências por meio do DVD, facilitar en-
contros de jovens Rom e não Rom em nossos
ambientes, que se tornam sinais importantes.
6) Ajudar também com fundos financeiros para
realizar os três projetos específicos, apresen-
tados nos filmes (DVD: Jesus, o Búlgaro: Stara
Zagora-Bulgária; Lunik IX-Kosice, Eslováquia;
e Kazincbarcika, Hungria). As eventuais con-
tribuições recolhidas durante a campanha JMS
2010 podem ser enviadas à conta [transfe-
rência na Itália: Banca Popolare di Sondrio,
Agenzia 2, Roma. Nome da conta:
DIREZIONE GENERALE OPERE DON BOSCO;
IBAN:IT79 UO56 9603 2020 0000
2520X76; causale: DOMISAL 2010]; [trans-
ferência internacional: Banca Popolare di
Sondrio, Agenzia 2, Roma; IBAN: IT79 UO56
9603 2020 0000 2520X76; BIC/SWIFT SE-
DE:POSOIT22; causale: DOMISAL 2010].
Concluo agradecendo a todos os Irmãos e Co-
laboradores, envolvidos com entusiasmo na pre-
paração do material, especialmente aqueles que
caminham todos os dias ao lado dos jovens Rom
- Sinti. Como sinal da estreita colaboração dos
três Dicastérios da/para a Missão Salesiana, agra-
deço, sobretudo ao Dicastério para a Comunicação
Social, Don Bosco Media - Eurofilm de Turim, VIS-
Itália porque sem o seu trabalho de equipe, feito
com dedicação, não lhes poderíamos apresentar
tudo.
Uma cordial saudação, implorando o Auxílio
de Maria Mãe de todos os missionários!
P. Vàclav Klement sdb
Conselheiro para as Missões
9

1.10 Page 10

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JMS
Jornada Missionária Salesiana:
uma tradição que se renova
O que significa?
Propõe-se, desde 1988, a toda a Congrega-
ção um tema missionário. Todas as comuni-
dades salesianas podem conhecer a cada
ano uma realidade missionária de um conti-
nente específico.
É um momento forte da Animação Missio-
nária nas Inspetorias, nas Casas, nos Grupos
juvenis, na Família Salesiana. Não se trata
de um evento isolado, mas de uma oportu-
nidade de envolver com amplo respiro as co-
munidades SDB e as comunidades educati-
vo-pastorais nas dinâmicas da Igreja uni-
versal.
na memória dos Santos Mártires Missioná-
rios, Luís Versiglia e Calisto Caravario. Em
algumas Inspetorias é oferecida uma oca-
sião diversa em cada trimestre. È importan-
te, antes de tudo, a caminhada educativo-
pastoral da Jornada e não só soltar alguns
fogos de artifício.
Como?
Concentrando a cada ano a atenção num
País, num projeto concreto: rezando pelos
missionários do projeto e recolhendo ajudas
concretas para essa missão, entregues atra-
vés do Reitor-Mor.
Para que?
Para dar impulso à Animação Missionária
oferecendo uma proposta que se torne pro-
jeto anual concreto e ajude toda a Família
Salesiana a conhecer o trabalho missionário
da Congregação e abrir os olhos para reali-
dades novas.
“As atividades de animação missionária de-
vem ser sempre orientadas para seus fins es-
pecíficos: informar e formar o povo de Deus
para a missão universal da Igreja, fazer sur-
gir vocações ad gentes, suscitar cooperação
para a evangelização” (João Paulo II, Re-
demptoris Missio, 83).
Quando?
Não há data fixa para a JMS. Cada Inspeto-
ria pode escolher uma data ou período, que
se adapte mais ao próprio ritmo e calendá-
rio. Uma data possível é o mês de fevereiro,
Quem celebra?
Conforme as Inspetorias há vários modos de
organizar a JMS de acordo com os ambien-
tes da missão salesiana (escolas, centros de
formação profissional, paróquias, grupos ju-
venis, oratórios, casas de formação dos SDB,
Centros de Salesianos Cooperadores, grupos
missionários...).
Quais os meios?
O Dicastério para as Missões oferece às co-
munidades salesianas o seguinte material:
um pôster, um subsídio impresso, um DVD
com filmes sobre o tema, um CD com textos
e fotos em várias línguas e, ao longo do
ano, algum outro material que pode ser bai-
xado do sítio www.sdb.org (DOMISAL
2010). Para outras cópias desse material,
basta solicitar ao Dicastério para as missões
(cagliero11@gmail.com).
10

2 Pages 11-20

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2.1 Page 11

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JORNADA MISSIONÁRIA SALESIANA
(1988 – 2010)
Ano
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
Tema - Focus
Guiné Conakry
Zâmbia - Lufubu
Timor Leste - Venilale
Paraguai - Assunçã -
Roga Don Bosco
Peru - Valle Sagrado Incas
Togo - Kara
Camboja - Phnom Penh
Índia - Gujarat
Sibéria - Aldan
Madagascar
Brasil - Yanomami
Japão - Uma missião difícil
Angola - Riconciliação
Papua Nuva Guiné
Refugiados
Evangelização desenvolvimento
Índia - Arunachal Pradesh
Mongólia
Sudão
Sudão
Salesianos e HIV/AIDS - África
Animação Salesiana
Missionária
Europa - jovens Ciganos
11

2.2 Page 12

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CIGANOS
História,
cultura,
desafios
atuais
1. História
Rom na Europa, Lom na Armênia, Dom no
Oriente Médio. É o nome que os povos Ciganos
usam para si mesmos. A origem da palavra é
indiana: significa “homem”, especialmente
“homem livre”. Os vários grupos distinguem-
se pelo lugar de onde migraram, pela profissão
que os caracteriza ou por outras definições. O
termo com que os Ciganos identificam os se-
dentários é “gagio” (feminino gagi, plural ga-
ge). A fama de magos e o alo de mistério liga-
va-os aos povos que surgiram no império bi-
zantino; o nome foi transferido aos povos nô-
mades, transformando-se em Ciganos (portu-
guês) Zingari (italiano), Zigeuner (alemão),
Tsigane (francês). O termo inglês Gypsies deri-
va, porém, de uma lenda sobre sua origem
egípcia (Egypcians). O lugar de origem do povo
cigano (se os ciganos proveem de um único lu-
gar) é uma questão longamente debatida. A
maioria dos estudiosos acredita que seja uma
região situada entre a Índia e o Paquistão, de
onde iniciaram o êxodo pelo ano mil fugindo
das invasões devastadoras de Mahmud de Ghaz-
ni. Não é, contudo claro se a região indiana
fosse lugar da origem primitiva da cultura ci-
gana ou etapa intermédia de uma migração
mais complexa. Seguindo os traços lingüísticos,
os estudiosos afirmam que a população Rom
chegou primeiramente à Armênia, transferin-
do-se depois para o império bizantino tendo
chegado à Europa entre os séculos XIV e XV.
A história do povo cigano é, em todo caso,
em boa parte a história das perseguições que
sofreram. Enquanto a organização social foi
compatível com o nomadismo, os motivos de
desencontro foram em geral ocasionais e espo-
rádicos. Entretanto, mais tarde, durante o pe-
ríodo da formação dos primeiros Estados na-
cionais, quando se acentuaram os processos de
sedentarismo e o controle social, os Ciganos
começaram a ser vistos como diferentes: não
mais apenas a cor escura da pele, a “estranhe-
za” dos costumes, o alo de mistério que os
acompanhava, mas também o seu modo de vi-
da tornou-se suspeito e malvisto.
Começou, assim, a partir do século XVI e,
ainda mais, do século XVII, o processo de cri-
minalização dos modos ciganos de vida: a acu-
sação de parasitismo devido à prática da men-
dicidade, a eterna acusação de serem ladrões
numa sociedade que tendia a dar sempre mais
12

2.3 Page 13

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importância à propriedade privada. A lista dos
atos de repressão começou em 1471, quando
foi proibido aos ‘Zeginer’ viverem na Suíça. Su-
cessivamente, as ordens de expulsão foram emi-
tidas um pouco por todos os Estados europeus.
O “Absolutismo iluminado” tentou anular a
cultura e os costumes ciganos dando-lhes os
direitos de cidadania, interrompendo as perse-
guições. Contudo, a tentativa de “civilização”
forçada faliu e provocou sofrimentos análogos
aos causados pelas tentativas de extermínio.
As ações policiais e as tentativas de assimila-
ção forçada eram diversas nas formas, mas
idênticas nas finalidades: destruir uma cultura
diferente.
Em 1933 terminou qualquer resíduo de to-
lerância e, em 1936, foram criados os “Wohn-
lager”, lugares onde os Ciganos eram obrigados
a morar sob o controle da polícia e onde eram
submetidos a experiências de caráter biológico,
a começar pela esterilização, e começaram
também as primeiras deportações. É difícil es-
tabelecer o número total dos Ciganos mortos
devido à loucura nazista: a cifra varia de 250
mil a 500 mil.
Nos últimos decênios, a perseguição aos Ci-
ganos não terminou. Remoções, perseguições,
episódios de racismo e discriminação ainda es-
tão, infelizmente, na ordem do dia (é de alguns
meses atrás a escandalosa ordem para a coleta
das impressões digitais das crianças Rom pro-
posta pelo governo italiano).
2. Cultura
As raízes da cultura Rom e Sinti devem ser
buscadas na Índia. Essas culturas se cruzaram,
porém, com muitos influxos sucessivos; de fa-
to, em suas migrações seculares este povo en-
trou em contato estreito com muitos outros
povos assumindo, em parte, seus usos e cos-
tumes.
13

2.4 Page 14

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CIGANOS História, cultura, desafios atuais
- Estrutura social e tradições
Embora seja difícil criar um estereótipo da es-
trutura social das diversas etnias, pode-se afirmar
que não há entre os ciganos as classes sociais
como são normalmente entendidas. As únicas dis-
tinções no interior das comunidades são aquelas
entre os sexos (homem - mulher) e a diferenciação
relativa à idade (jovem - velho). O que conta para
o Cigano, em primeiro lugar, é a família, o núcleo
constituído por marido, mulher e filhos; vem
depois a família expandida, que compreende os
parentes com os quais são frequentemente
mantidas relações de convivência no mesmo
grupo, unidade de interesses e de trabalho; e,
enfim, a kumpánia, isto é, o conjunto de muitas
famílias pertencentes ao mesmo grupo.
- Religião
A população Rom adota normalmente a reli-
gião praticada pelas populações não ciganas en-
tre as quais vive. Em sua grande maioria são cris-
tãos, sobretudo católicos. Uma pequena minoria
é muçulmana em algumas regiões da Bósnia, Ma-
cedônia e Kosovo e nos países islâmicos onde,
porém, estão raramente presentes. Eles, entre-
tanto reelaboram quase sempre essas religiões
por meio de conceitos míticos próprios da sua
cultura.
3. Desafios atuais
Até há poucos decênios, a economia capita-
lista em desenvolvimento permitia aos Rom uma
sobrevivência econômica autônoma. A organiza-
ção atual, contudo, fechou essas fontes, modifi-
cando radicalmente a quantidade e os métodos
de interação entre a cultura Rom e a dominante.
Com o boom econômico, a economia agrícola de-
sapareceu e os nômades são obrigados a buscar
a periferia das grandes cidades para encontrar
novos recursos de sobrevivência. Em breve tem-
po, os Rom se transformam em catadores de su-
catas para reciclagem e isso, se de um lado per-
mite-lhes viver, de outro obriga-os à sedentari-
zação parcial modificando totalmente os traços
da cultura nômade. A sedentarização é o oposto
do nomadismo, ou seja, adotar estilos de vida
contrários aos dos nômades, modificar obrigato-
riamente valores e hábitos e redefinir a própria
organização social desenhando novas ligações
de solidariedade recíproca. Um processo tão ra-
dical de transformação comporta desequilíbrios
e contradições.
Para os Rom, foi um passo muito difícil or-
ganizar as próprias atividades segundo uma rí-
gida divisão temporal. O processo de sedentari-
zação, parcial ou total, obrigou esse povo a uma
‘disciplina temporal’. A relação com as institui-
ções comporta o conhecimento e a observância
do calendário próprio de cada instituição; viver
numa cidade obriga a aprender rapidamente a or-
ganização do espaço temporal próprio da cultura
hospitaleira. Entretanto, essas relações não são
suficientemente estáveis e continuam a modifi-
car o modo Rom de representar e organizar o
tempo, embora sejam suficientes para criar-lhes
problemas de adaptação difíceis de superar. É di-
fícil para as crianças sujeitar-se aos horários es-
colares; os adultos relutam em realizar trabalhos
continuativos e não sabem projetar o futuro, em
relação ao qual manifestam fatalismo; a intole-
rância em relação às regras e à disciplina, a ten-
dência a não separar os tempos e os lugares da
vida, são exemplos de incongruências espaço-
temporais.
Por que se diz que o Cigano é sujo e la-
drão, que ele recusa o trabalho e não respeita
a lei? Porque essas características constituem a
vulgarização de alguns aspectos que pertencem
a uma cultura que foi nômade até há pouco tem-
po. Um povo nômade não está habituado a lim-
par o espaço que atravessa, porque não lhe per-
tence e serve apenas para conseguir a água,
acender o fogo, encontrar proteção; mas também
porque a mesma natureza providenciava a lim-
peza daquilo que os nômades deixavam em sua
passagem. Os nômades não pensavam no traba-
14

2.5 Page 15

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lho, como concebido hoje: eles tinham ocupa-
ções ocasionais e não estavam habituados a ven-
der a sua força de trabalho por dinheiro. A eco-
nomia Rom era pobre, fundada na barganha; o
pequeno furto e a confusão criada eram muitas
vezes ditados pela necessidade e justificados pe-
lo valor irrisório que se atribuía à propriedade
no passado.
A família era a única instituição social exis-
tente e dava sentido à existência de cada ho-
mem. A sedentarização fez com que uma orga-
nização social desse tipo perdesse a identidade
e funcionalidade: enquanto as mudanças de tipo
estrutural viveram tempos acentuados de evolu-
ção, as alterações culturais tiveram tempos de
desenvolvimento muito longos, e os Rom, obri-
gados a abandonar o nomadismo, não alteraram
de modo igualmente rápido as características da
própria identidade cultural que definiam os mo-
dos de usar e organizar o tempo e o espaço. A
estrutura e a cultura dessas sociedades não cum-
prem a tarefa de correspondência e funcionali-
dade recíproca e esse desequilíbrio favorece fe-
nômenos de desordem e insatisfação social, am-
plificados pela escassa disponibilidade das so-
ciedades hospedeiras em favorecer o processo de
adaptação.
A alteração da sociedade Rom não remove a
situação de gueto que, por sua vez, não serve
nem mesmo para defender a identidade desse po-
vo. Os próprios campos (equipados ou não) as-
semelham-se a reservas indígenas que aumentam
a separação entre o mundo Rom e a gagè (popu-
lação majoritária não cigana). Assiste-se, ao
mesmo tempo, à crise de identidade da sociedade
Rom: as estruturas sociais vacilam, as formas de
atividade econômica são redimensionadas ou de-
saparecem, as práticas religiosas tendem a ser
esquecidas, a violência aumenta. São todas ca-
racterísticas típicas de uma sociedade implodida,
que tende a perder as próprias características sob
o peso de outra, sem poder aderir a ela.
15

2.6 Page 16

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INICIATIVAS SOCIAIS PARA O SUSTENTO DOS ROM
Jornada Mundial das Populações Rom (8 de abril). Proclamado pela ONU em 1971, cele-
bra-se em todo o mundo no dia 8 de abril o “Romano Dives”, a Jornada Internacional da
Nação Rom, recordando o dia 8 de abril de 1971 quando se reuniu em Londres o primeiro
Congresso internacional do povo Rom e foi criada a Romani Union, primeira organização
mundial dos Rom reconhecida pela ONU em 1979. A tradição quer que, neste dia, toda fa-
mília Rom, Sinti, Kalé, Manouche e Romichals caminhe ao por do sol ao longo de um rio pró-
ximo à sua habitação; este gesto representa o caminho percorrido durante as longas
migrações. Os membros da família oferecem flores e pétalas de flores ao rio representando
os mortos, e velas representando a luz que viaja com eles.
A Romani Union Internacional (IRU) é a primeira organização Rom. Ela foi fundada em
1971 em Londres; seu primeiro presidente foi Jan Cibula, médico rom proveniente da Eslo-
váquia. A IRU é uma organização internacional não governativa. Em 1993 a IRU foi reconhe-
cida pelas Nações Unidas. É formada por um grupo de Rom, seu ponto de apoio,
provenientes de 32 países, entre eles a Austrália, a Nova Zelândia, os USA e a Índia. São
esses os membros do Congresso. Seu objetivo principal é levar a termo o programa de ação
e trabalhar para criar condições de vida digna para todos os Rom em seus respectivos paí-
ses. A IRU quer dar oportunidade de escolarização às crianças ciganas para que possam in-
serir-se na sociedade (sem serem assimilados) e serem capazes de cuidar de si mesmas sem
a ajuda de outros.
O decênio de integração dos Rom é uma iniciativa de oito países do centro e leste europeus
para melhorar o status socioeconômico e a integração da minoria Rom na região. A iniciativa
foi promovida em 2005 com o Decênio de integração dos Rom de 2005 a 2015, e é o primeiro
projeto multinacional na Europa para melhorar substancialmente a vida dos Rom. Oito países
participam da iniciativa: Bulgária, Croácia, República Checa, Hungria, Macedônia, Romênia,
Sérvia, Montenegro e Eslováquia. Esses países contam com minorias Rom, significativas
mas desfavorecidas tanto do ponto de vista econômico quanto social. Em 2005, os governos
dos países citados comprometeram-se em acabar com a disparidade das condições de vida
entre Rom e não- Rom, como também a pôr fim ao círculo vicioso de pobreza e exclusão
em que se encontram muitos Rom.
Uma estratégia europeia para os Rom (31 de janeiro de 2008). Vivem na Europa cerca de
15 milhões de Rom; desses, perto de 10 milhões estão na União Europeia; eles são vítimas
de discriminações raciais e, em muitos casos, estão sujeitos a graves casos de discrimina-
ções estruturais e vivem em condições de pobreza e exclusão social e de múltiplas discrimi-
nações devido ao sexo, à idade, às deficiências físicas ou orientação sexual. Grande parte
dos Rom europeus tornaram-se, porém, cidadãos da União Europeia após as ampliações
de 2004 e 2007, beneficiando-se do direito dos cidadãos da União e de seus familiares po-
derem circular e morar livremente no território dos Estados membros. Em vista disso tudo, o
Parlamento europeu aprovou uma resolução que oferece 27 linhas operativas aos Estados
Membros, convidando-os a condenar sem exceções e ambiguidades todas as formas de ra-
cismo e discriminação a que estão sujeitos os Rom e demais comunidades consideradas
“ciganas”; esses Estados também são levados a envolver a comunidade Rom na tentativa
de colocar esse povo em condições de se beneficiar plenamente dos incentivos dados pela
União Europeia voltados a promover os seus direitos e a inserção de suas comunidades.
16

2.7 Page 17

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OS ROM NO MUNDO*
Turquia
Romênia
Espana
França
Estados Unidos
Hungria
Rússia
Brazil
Bulgária
Sérvia
Eslováquia
Ucrâina
Bósnia Herzegovina
Grécia
Argentina
República Checa
Macedônia
Moldávia
Croácia
Alemanha
Albânia
Iran
Itália
Canadá
Côlombia
Portugal
Polônia
de 300.000 a 5.000.000
Censo oficial: 535.250
Outras estimativas: 700.000 - 2.500.000
de 600.000 a 1.500.000
de 500.000 (estimativa oficial) a 1.300.000
1.000.000 (dados Organização Rom)
Censo oficial: 205.720
Outras estimativas: 450.000 - 1.000.000
Censo oficial 2002: 183.000
Outras estimativas: 450.000 - 1.000.000
de 678.000 a 900.000
Outras estimativas: de 370.908 a 800.000
Censo oficial: 108.193
Outras estimativas: 400.000 - 800.000
de 92.500 a 550.000
Outras estimativas: da 48.000 a 400.000
Censo oficial 1991: de 8.864 a 400.000
de 200.000 a 350.000
300.000
de 11.746 a 300.000
de 53.879 a 260.000
Censo oficial 2004: de 12.280 a 150.000
Censo oficial 2001: de 9.463 a 131.000
de 110.000 a 130.000
de 1.300 a 120.000
110.000
de 90.000 a 110.000
80.000
79.000
40.000
de 15.000 a 50.000
* Wikipedia, 2009
17

2.8 Page 18

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Os Ciganos
e a Igreja Católica
Os Ciganos sempre demonstraram um
vivo sentido do sagrado, como o demons-
tram, entre outras coisas, as suas tradi-
ções religiosas. Infelizmente, a escassez
de sacerdotes e agentes pastorais dispos-
tos a acompanhá-los, impede-lhes de re-
ceber formação religiosa. Por isso, eles
são terreno fértil para o proselitismo das
seitas.
A dimensão itinerante da vida dos ci-
ganos é um testemunho de liberdade in-
terior perante o fenômeno do consumismo
na sociedade atual e constitui um apelo
permanente ao fato de que a nossa vida é
uma peregrinação contínua para outra Pá-
tria, a celeste. Com seu estilo de vida, os
ciganos representam uma viva, embora in-
consciente, contestação diante de uma re-
ligião fria, racionalista e muito marcada
pelo legalismo. A peregrinação é expres-
são da religiosidade e da fé dos Ciganos.
Desde sempre eles estão presentes, rumo-
rosos e pitorescos, no meio das multidões
de peregrinos o caminho de santuários de
todo o mundo.
O encontro com Paulo VI, por ocasião
da primeira peregrinação internacional a
Roma, marcou uma etapa decisiva em sua
história. O Papa recordou-lhes o lugar que
têm na Igreja: “Vocês estão no coração
da Igreja, porque estão sozinhos: nin-
guém está sozinho na Igreja. (...) Gosta-
ríamos que o resultado deste encontro ex-
cepcional fosse levá-los a pensar na santa
Igreja, à qual pertencem; fazê-los conhe-
cê-la mais, apreciá-la mais; e gostaríamos
que o resultado fosse também despertar
em vocês a consciência daquilo que vocês
são. (...) Acreditamos que deveriam ser
melhoradas as suas relações com as socie-
dades pelas quais passam e que são toca-
das pelas suas caravanas: da mesma forma
que vocês ficam contentes por encontrar
repouso e hospitalidade gentil onde acam-
pam, assim também devem procurar dei-
xar em todas as etapas uma recordação
boa e simpática; que a estada de vocês
seja disseminada de exemplos de bonda-
de, honestidade, respeito” (26.09.1965).
Durante o Grande Jubileu de 2000, em
nome da Igreja, o cardeal Estêvão Fumio
Hamao pediu perdão com estas palavras:
“Contemplando Jesus, nosso Senhor e
nossa Paz, os cristãos saibam arrepender-
se das palavras e dos comportamentos
que, às vezes, lhes foram sugeridos pelo
orgulho, pelo ódio, pela vontade de do-
mínio sobre os outros, pela inimizade para
com os aderentes a outras religiões e gru-
pos sociais mais frágeis, como os imigran-
tes e ciganos” (Basílica de São Pedro, 12
de março).
A partir dos anos 70 a Igreja iniciou
uma pastoral organizada, marcada por seis
Congressos mundiais para a pastoral dos
18

2.9 Page 19

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ciganos. Em 2005, o Conselho Pontifício
para os Migrantes e Itinerantes deu
“Orientações para a pastoral dos Ciganos”.
A revista do Conselho Pontifício “People
on the move” dedicou-lhes alguns núme-
ros (www.vatican.va).
Contam-se, agora, na Igreja Católica,
mais de 120 sacerdotes, religiosos, reli-
giosas e seminaristas de origem cigana em
vários países da Ásia, América e Europa.
Conhecemos também dois Rom Salesianos
de Dom Bosco.
ESCRITÓRIO PARA
A PASTORAL ENTRE
OS ROMA E OS SINTI
Desde os anos 70, as Conferências
Episcopais, no intento de favorecer um
projeto pastoral unitário para a missão
junto ao povo Rom-Sinti/Ciganos e
com a finalidade de oferecer a ajuda e
a coordenação necessárias aos que
atuam no setor, estão a criar escritórios
para a pastoral específica. São finalida-
des do escritório: promoção, coordena-
ção e revisão das atividades pastorais
voltadas ao povo Rom-Sinti/Ciganos,
como também a formação específica
dos agentes pastorais. Há neste mo-
mento três Salesianos empenhados
como Diretores nacionais da Pastoral
Rom (Alemanha, Itália e Eslováquia).
Esses escritórios são ponto de referên-
cia em todos os países europeus.
19

2.10 Page 20

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O Beato Mártir Zeffirino (Ceferino)
Gimenez Malla - El Pelé
Benavent de Sangría (Catalunha, Espanha) 26 de agosto de 1861
Barbastro (Aragona, Espanha) 2 de agosto de 1936
Martirológio romano. O Beato Zeferino Giménez Malla é um mártir de origem cigana que traba-
lhou para promover a paz e a concórdia entre o seu povo e os vizinhos, até ser preso na perseguição
da guerra espanhola em 1936.
O nome de batismo, Zeferino, recorda o santo do dia do seu nascimento. Zeferino Giménez
Malla, chamado de El Pelé, é o primeiro Cigano – Kalo’ – que a Igreja colocou nos altares. Nasce na
pobreza, que se torna miséria quando seu pai abandona a família e vai embora com outra mulher.
Zeferino não frequenta a escola, ajuda em casa como pode (faz e vende cestas de vime) e pelos 20
anos vai para Barbastro, casando-se com Teresa Jiménez Castro à maneira cigana, sem rito religioso
(que será celebrado somente em 1912). Não tendo filhos, eles adotam Pepita, sobrinha de Teresa.
Figura imponente, especializado em cavalos e mulas, torna-se mediador estimado pela sinceridade
(dote raro nesse trabalho). Torna-se, depois, negociante devido a um gesto que encanta toda a ci-
dade de Barbastro: um poderoso homem do lugar, doente de tuberculose, desmaia certo dia na rua,
entre golfadas de sangue que põem todos a correr, também os que antes o reverenciavam. Somente
ele, Zeferino, sem medo, acorre, ajuda-o e leva-o nos ombros para casa. A rica família do doente
agradece-lhe com uma soma em dinheiro, e ele pode assim iniciar um próspero comércio.
Torna-se importante. Mas, sobretudo, pratica também nas praças a sua fé, à qual chegou com-
pletamente já adulto. Reza pela rua, com o Rosário na mão. Durante o inverno gira a socorrer os
Ciganos mais pobres, mas não só eles. Todos são “próximos” para ele, que constroi dia após dia a
obra prima da sua vida de crente, convalidada pelas obras. Analfabeto, “leu” também os ensina-
mentos do apóstolo Paulo aos Coríntios, e realiza em si a caridade que “tudo desculpa, tudo crê,
tudo suporta”. Suporta também as calúnias, quando é acusado falsamente de furto (“É um Ciga-
no...”), mas depois é absolvido triunfalmente. Domina nos grupos das “Quintas-feiras eucarísticas”,
dos Vicentinos, da Ordem Terceira Franciscana... todos o querem, este Cigano comunicador de es-
perança, este promotor de alegria. Ainda em vida há quem o chame de “santo”.
Julho de 1936, guerra civil na Espanha. Zeferino é preso por um grupo de anárquicos porque,
aos 75 anos, lançou-se sobre eles para libertar um padre que tinham prendido. (Há nessa época
um massacre entre o clero de Barbastro). E ele reza em voz alta, cabeça erguida, não pede clemên-
cia. Quando o fuzilam, alguns dias depois, junto ao cemitério, seu último grito é “Viva Cristo Rei!”.
Seu último gesto é o da mão que levanta o Rosário como uma bandeira. No dia seguinte, ordenam
que os ciganos cavem uma fossa comum para todos os fuzilados, entre os quais está El Pelé. Depois,
lançam cal viva sobre seus corpos e, por isso, não existe o seu túmulo.
Em 4 de maio de 1997, em Roma, na presença de milhares de Ciganos, o papa João Paulo II
proclama Zeferino beato. Com ele é também beatificado o bispo Florentino Asensio, morto como o
Cigano no verão de 1936.
20

3 Pages 21-30

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3.1 Page 21

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3.2 Page 22

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Inspetoria CEP
República Checa
Bulgária
Inspetoria SLK
Eslováquia
Inspetoria UNG
Hungria
Inspetoria INE
Itália Vêneto
Inspetoria IME
Itália Meridional
Albânia Kosovo
Inspetoria POR
Portugal
Inspetoria SBA
Espanha Barcelona
Inspetoria SLE
Espanha Leon
Os Salesianos de Dom Bosco
caminham com os jovens ciganos
Os Salesianos que, desde sempre,
se distinguem pelas atividades com
os mais pobres e marginalizados,
caminham ao lado das diversas
etnias ciganas nas Inspetorias
salesianas da Europa indicadas
abaixo. Não se apresentam as
experiências da Índia e da América
Latina
Ostrava
Aqui, desde 1993, há o Centro Juvenil que
leva adiante um programa social e educativo
dedicado aos Ciganos; as atividades principais
são: esporte, escola e pós-escola para meni-
nos e adolescentes dos 4 a 18 anos e cate-
quese. Assinale-se também o trabalho pelas
ruas do bairro, dirigido por um jovem cigano
que trabalha no oratório salesiano.
INSPETORIA CEP
República Checa - Bulgaria
C˘eské Bude˘jovice – San Adalberto
Em 1998 foram iniciadas as primeiras
atividades para os Ciganos, por iniciativa
pessoal do salesiano coadjutor Oldr˘ich Ka-
prál. Em 2000, a atividade pessoal foi in-
tegrada na programação do Centro Juvenil,
com um oratório aberto aos Ciganos três
dias por semana, quando se realizam cursos
de educação elementar e social, música, es-
porte, cerâmica, e se ensina a catequese.
Nos outros três dias, realizam-se programas
pelas ruas do bairro. Desde 2007, as ativi-
dades foram reconhecidas oficialmente pelo
Estado como trabalho social.
Stara Zagora
Os Salesianos, depois de anos de ativi-
dades em Kazanlak, conseguiram conquistar
a confiança dos jovens ciganos e de seus
pais no bairro Lozenec de Stara Zagora, re-
cebendo em troca o respeito pelas regras e
a constância na realização dos compromis-
sos assumidos.
O programa do Centro Juvenil prevê: ca-
tequese, pós-escola, grupos de interesse, ora-
ção, finais de semana com encontros, acam-
pamentos de férias. O DVD apresenta a histó-
ria de Jesus, o Búlgaro.
Teplice
Surgiu aqui em 1999 um Centro Juvenil,
22

3.3 Page 23

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num bairro onde 70% são ciganos. Criaram-
se atividades de pós-escola, aulas, seminá-
rios, grupos de interesse. Os resultados já são
evidentes, mas o trabalho ainda é longo.
INSPETORIA SLK
Eslováquia
Bardejov – Poštarka
A primeira obra surgida para os Rom na
Inspetoria teve início graças ao trabalho co-
rajoso do P. Peter Besenyi, atual Diretor Na-
cional da Pastoral dos Rom. No bairro Postar-
ka, habitado só por Rom na cidade de Barde-
jov, surgiu um conjunto de serviços integra-
dos: creche, escola elementar, oratório e Cen-
tro Juvenil. Ali também surgiu a primeira
igreja no mundo dedicada ao Beato Zeferino
Jimenez Malla. A história está disponível no
DVD.
Košice, Luník IX
Há quase um ano, depois do convite do
Bispo e do mandato do Inspetor, e com a con-
tribuição econômica da cidade de Košice, teve
início o ensino da catequese, o trabalho nas
ruas, cursos de esporte e atividades de tempo
livre. Os jovens ciganos são preparados para
os sacramentos e, com eles, procura-se reviver
o bairro e resolver seus problemas. Em 2009
foi aberto um centro pastoral.
INSPETORIA INE
Itália – Vêneto
Udine
A minha opção? Um encontro casual, a
freqüentação assídua com alguns deles. Uma
relação que te questiona, te põe em crise”. Foi
assim que, certo dia, o P. Federico, Diretor
Nacional da Pastoral para os Rom e Sinti junto
à Conferência Episcopal Italiana, conseguiu
uma van e tornou-se o padre dos Ciganos. Ele
tem uma barraca como igreja para a oração e
23

3.4 Page 24

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a récita dos salmos. “Fiz-me ‘adotar’ por uma
das famílias e aceitaram-me entre eles. Não
coloco à frente o meu ser sacerdote ou a reli-
gião, mas a participação na vida deles. Se bro-
tasse uma conversão, seria bom; caso contrá-
rio, não importa”, explica o P. Schiavon. A fim
de combater os preconceitos ele apresentou
os resultados de uma pesquisa feita pela Fun-
dação Migrantes da Universidade de Verona
sobre os estereótipos relacionados com os
Rom. Nela, demonstra-se que a sua fama de
“raptores de crianças” é totalmente infunda-
da. Para fazê-lo, serviu-se da colaboração das
Procuradorias italianas de justiça, demons-
trando que jamais existiram condenações por
esse crime.
Romênia
Nas duas comunidades salesianas, o contato
com a realidade dos Rom e dos Sinti é apenas
marginal. Ou seja, alguns jovens frequentam o
oratório de Constanza, mas de modo não con-
tínuo.
INSPETORIA POR
Portugal
Até dois anos atrás um irmão realizava um
serviço precioso em favor dos jovens ciganos;
infelizmente, depois da sua morte, o trabalho
não teve continuidade.
INSPETORIA SBA
Espanha – Barcelona
O bairro foi criado nos anos ‘70 com po-
pulações provenientes das favelas ao redor de
Barcelona. A população que vive no bairro é
de cerca de 11 mil pessoas, e delas, perto de
40% são de etnia cigana; portanto, vivem ali
mais ou menos 4 mil Ciganos. Os projetos so-
ciais que levamos adiante são: salas de aula,
acesso às novas tecnologias, um centro ma-
terno-infantil onde se ensina às mães de ori-
gem cigana a cuidar de si mesmas, dos filhos
e da casa; além disso, há Centros abertos, nos
quais crianças de 6 a 14 anos podem brincar,
praticar esportes, frequentar cursos de cozi-
nha e artesanato, receber apoio escolar.
INSPETORIA IME
Itália Meridional – albânia
Albânia
Em Tirana, os Salesianos administram desde
1998, com a organização não governativa VIS,
dois centros diurnos, nos quais a maior parte
das crianças beneficiárias são das minorias Rom
e Gypsy, que se beneficiam de atividades edu-
cativas, recreativas, pós-escolares, exames mé-
dico e de saúde para eles e suas famílias, apoio
psicológico e alimentar e inserção de alguns
deles nos cursos de formação profissional.
Além disso, a SHKEJ (Associação Nacional
Educação para a Vida), pequena ONG local pro-
movida pelo VIS, abriu um centro diurno para
80 crianças e uma creche para outras 30. A ONG
criou também uma equipe de rua que entra em
contato todos os dias, e mantém ligação com
os jovens Ciganos de rua.
INSPETORIA SLE
Espanha – Leon
León
A Fundação Juan Soñador, da Inspetoria
de León, tem um projeto de sensibilização em
relação aos Ciganos. O projeto compreende
uma biblioteca de cultura cigana, aberta ao
público; duas exposições fotográficas; vídeos
sobre a história dos ciganos; materiais audio-
visuais diversos; documentos sobre a vida de
Zeferino Jiménez Malla, El Pelé, o primeiro
Beato cigano.
INSPETORIA UNG
Hungria
Kazincbarcika
A missão salesiana destina-se exclusiva-
24

3.5 Page 25

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mente aos jovens Ciganos da cidade e dos ar-
redores. A missão compreende uma comuni-
dade salesiana internacional, uma escola,
uma casa de hospedagem, um oratório e um
centro juvenil. A finalidade da missão é pro-
mover o desenvolvimento dos jovens ciganos
da região e a sua integração na sociedade por
meio da alfabetização, da formação profissio-
nal, do esporte e da promoção da cultura Rom
através da organização de manifestações de
dança e música típicas.
INÍCIO DA COORDENÇÃO
DA MISSÃO SALESIANA PARA
OS ROM
Kazincbarcika (Hungria)
2009 - Fevereiro
Realizou-se nos dias 21 e 22 de fevereiro
de 2009 o primeiro encontro interinspetorial
da pastoral dos Ciganos. O programa do en-
contro contou com a apresentação das di-
versas experiências educativas e pastorais
atuadas pelas três Inspetorias do centro eu-
ropeu em favor das comunidades ciganas.
No encontro, o P. Van Hecke sublinhou a im-
portância de compartilhar as experiências e
projetar para o futuro, a fim de reforçar e
encorajar os irmãos empenhados nesse âm-
bito apostólico, que ele mesmo reconheceu
como “uma área que precisa de intervenção
urgente e significativa”.
Košice (Eslováquia)
2009 – Novembro
Será realizada nos dias 20-23 de novem-
bro de 2009 a Conferência Internacional Sa-
lesiana sobre a pastoral dos ciganos, sinto-
nizada com as dinâmicas da Jornada Mun-
dial Salesiana de 2010. O objetivo do en-
contro contará com a apresentação das di-
versas experiências do ponto de vista do
Sistema Preventivo e dos direitos humanos
dos jovens Rom e Sinti.
25

3.6 Page 26

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JORNADA MISSIONÁ
BULGÁRIA
Stara Zagora
Como se vê na história do DVD (Jesus, o
búlgaro), salesianos da República Checa estão
a iniciar o Oratório – Centro Juvenil no bairro
de Lozenec, com uma população de 30 mil
ciganos. Buscam-se os meios para construir o
centro educativo não formal e o centro de
alfabetização para jovens e adultos.
ESLOVÁQUIA
Košice, Lunik IX
Como se vê na história do DVD (Novos
Projetos), salesianos da Eslováquia estão
presentes desde 2008 no bairro popular Lunik
IX, com uma população de 7 mil Rom.
Buscam-se meios para equipar o centro
pastoral do bairro cuja construção deverá será
concluída em 2009.
HUNGRIA
Kazinbarcika
Como se vê na história do DVD (Jonas),
o novo conjunto educativo foi concluído
em 2008. Os salesianos buscam agora
os meios para construir uma modesta capela
na área da escola para 800 jovens,
em sua maioria Rom.
26

3.7 Page 27

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RIA SALESIANA 2010
27

3.8 Page 28

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SUBSÍDIOS DIDÁTICOS
O DVD 2010 contém os seguintes filmes
1. Origens: Breve introdução sobre as origens,
cultura e desafios dos ciganos
(Europa) 7’
2. Jesus, o búlgaro – História de Isolamento
(Bulgária, Stara Zagora) 12’
3. Mirka, a meta mais alta – História de Família
(Eslováquia, Bardejov – Educação integral)10’
4. Jonas, um de nós – História de Integração
(Hungria, Kazincbarcika - CFP) 12’
5. Projetos, novas fronteiras
(Eslováquia – Plavecky Ctvrtok:
Vita Victis, Kosice – Lunik IX) 8’
Algumas atividades educativo-pastorais sugeridas para 2010
1. Visita pessoal a algum ambiente Rom, para conhecer a sua cultura, tradi-
ções, desafios da vida social, e entender suas dificuldades de integração
2. Organizar uma exposição (ver o material no CD) sobre a história, cultura, re-
ligião e tradições das etnias ciganas (alguns museus podem ser de ajuda)
3. Preparar um cine-fórum sobre o cinco filmes de 2010, para um grupo juvenil,
uma classe de religião. Podemos descobrir uma aproximação missionária
baseada nos pilares do Sistema Preventivo de Dom Bosco
4. Se possível, visitar uma das comunidades salesianas que trabalha com os
jovens Rom, oferecendo um serviço de voluntariado por breve período
5. Tornar conhecido o Beato mártir cigano Zeferino Jiménez Malla, com breve
liturgia da Palavra, rezando pelas vocações apostólicas dos Rom
Os subsídios para a campanha da Jornada Missionária Salesiana 2010
estão disponíveis em oito línguas no sítio web: www.sdb.org:
Pôster, DVD com cinco filmes, CD com textos em dez línguas, Fotos das obras
salesianas para os Ciganos, Subsídio didático, Oração.
Durante 2009 e 2010 as contribuições sobre o tema poderão ser compar-
tilhadas graças à SDL (Salesian Digital Library; biblioteca digital salesiana
http://sdl.sdb.org).
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3.9 Page 29

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GUIA PARA A REFLEXÃO
Simples questões para iniciar a reflexão,
o confronto e a mudança de mentalidade
Em geral, vendo o vídeo:
O que você conhece sobre a realidade dos Ciganos, Rom, Sinti…?
O que o vídeo ensinou para você?
Qual a imagem que mais o impressionou?
Quais as características da intervenção dos Salesianos?
Jesus, o búlgaro
Como vive um menino e uma menina de 10 anos do seu bairro?
Quais as diferenças cotidianas entre a vida deles e a de Jesus?
Quais as dificuldades vividas pelos Ciganos?
Mirka, a meta mais alta
Quais os impulsos e os desejos que motivam Mirka?
Quais são os fatores que favorecem Mirka?
Quais as luzes e as sombras da realidade cigana descritas pela irmã Atanásia?
O que se percebe no vídeo sobre a diferença entre os Ciganos e os não Ciganos?
Jonas, um de nós
O que nos ensina o percurso de vida de Jonas?
“Quando dizem que sou um cigano, devo realmente me esforçar para não
dar importância. Porque, com esse gesto, violaram a minha dignidade”.
Compartilhamos essa afirmação de Jonas?
Como reagiríamos se estivéssemos no lugar dele?
Como você vê a integração entre povos e pessoas de origens diversas?
Como isso acontece na sua cidade, e como isso o envolve?
O que ensinam para você as histórias e as experiências dos jovens da
escola Dom Bosco de Kazinncbàrcika?
Projetos, novas fronteiras
Quais as luzes e as sombras, o quadro social, da pequena cidade
de Plavecký Štvrtok e do bairro de Lunik IX?
Quais os aspectos do trabalho realizado pelos Salesianos nessa realidade
que estão em continuidade com o carisma de Dom Bosco?
29

3.10 Page 30

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Oração
Deus Pai, nós te agradecemos
porque nos chamaste como a Dom Bosco
para contribuir para a salvação dos jovens,
especialmente os mais pobres.
Infunde também em nós e em todos os membros da Família Salesiana
o ardor apostólico do mihi animas, cetera tolle
para que possamos ser sinais e portadores
do teu Amor aos jovens.
Maria, Auxiliadora dos cristãos,
sustenta os povos Rom e Sinti
para que possam crescer e ser respeitados
através de um caminho de verdadeira integração social e eclesial;
acompanha a nós salesianos para que possamos continuar com perseverança
o nosso caminho de amigos e educadores destes povos e de seus jovens.
Pela intercessão do Beato Zeferino Jiménez Malla,
mártir Cigano, nós te pedimos, Senhor,
que suscites entre os jovens destes povos
muitas vocações apostólicas
leigas, religiosas e sacerdotais ao serviço da Igreja.
Amém

4 Pages 31-40

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4.1 Page 31

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“QUERIDOS CIGANOS, QUERIDOS NÔMDES, QUERIDOS GITANOS,
VINDOS DE TODAS AS PARTES DA EUROPA,
NA IGREJA, VOCÊS NÃO ESTÃO À MARGEM,
MAS ESTÃO NO CENTRO,
VOCÊS ESTÃO NO CORAÇÃO DA IGREJA...”
Paulo VI, Homilia no campo internacional dos Ciganos
Pomezia, 26 de setembro de 1965
““TEMOS QUE COMBATER O RACISMO,
NÃO COM AS ARMAS,
MAS COM O AMOR, O TRABALHO E A HUMILDADE,
PROVANDO QUE, ALÉM DOS NOSSOS DEFEITOS,
NÓS TAMBÉM TEMOS VALORES”
Palavras de um jovem cigano, VI Congresso mundial da pastoral para os Ciganos
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Freising, 4 de setembro de 2008

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