2009|pt|12: Um vasto movimento pelos jovens: A Festa

E STREIA 2009

Pascual Chávez Villanueva

UM VASTO MOVIMENTO

PELOS JOVENS

A FESTA

o otimismo educativo – a globalização da acolhida


Dom Bosco santificou a alegria de viver e ofereceu aos jovens a chave para alcançar a felicidade… O salesiano, consagrado ou leigo, fixa dentro de si algumas atitudes de fundo: * A confiança na vitória do bem; * a abertura aos valores humanos; * a educação às alegrias de cada dia (CDC 22)


Dom Bosco era um homem realista, mas toda a sua vida revelava um grande sentido de esperança. "Os tempos nos quais viveu não eram simples. Durante a sua vida foi envolvido em mudanças realmente epocais... Não faltam em seus escritos acentuações dos males que afligiam a vida daqueles tempos. Entretanto... trabalhou por um futuro melhor. Não se deixou levar por lamentos inúteis. Empenhou-se ativamente, esteve de todos os modos possíveis da parte do bem e da sua promoção. E o fez de modo particular confiando nas possibilidades da educação preventiva que não só protegesse e mantivesse longe do mal, mas a ele se antecipasse estimulando as melhores energias dos meninos, dos jovens, dos educadores, da sociedade, além de qualquer pertença ideológica ou política" (Carlo Nanni). Dom Bosco era um homem de esperança cuja fonte estava em Deus. Encontramos em seus escritos contínuas referências às razões da esperança que o sustentaram ao longo de toda a vida: a "bondade do Senhor" dada a todos; a "paternidade de Deus" que jamais abandona os seus filhos; a "misericórdia de Deus" que sempre perdoa; o "poder de Deus" sempre fiel às suas promessas; e ainda: as provações como convite a "recorrer a Deus para superá-las"; as oposições e insucessos que "purificam" e aumentam a confiança; os "merecimentos de Cristo" que nos adquiriu a preço custoso; a "ajuda de Maria" mãe, protetora e advogada da salvação.

Deus era a fonte que gerava nele atitudes de um realismo impressionante: serenidade perene; resistência ao desencorajamento diante das dificuldades: ruínas edilícias, morte de benfeitores, defecção de colaboradores, crises econômicas, hostilidades políticas e eclesiais; abandono à Providência nas provações mais duras; operosidade incessante em favor dos seus jovens; alegria que o fazia dizer: "Nós fazemos consistir a santidade em estar alegres"; vigilância porque o mal "sempre tem suas artes e suas indústrias". Mas, sobretudo, otimismo diante dos jovens a educar. Retomo o estudioso citado: "O seu otimismo não foi naturalista, como o de J. J. Rousseau, pelo qual o menino é bom 'por natureza', e depois é arruinado pela sociedade...".

Dom Bosco não idolatrou o menino... Embora fosse "vulnerado", ferido, ele conservava, contudo, como criatura feita à imagem e semelhança de Deus, a capacidade radical de bem que era preciso estimular, fazer crescer, ajudar a estruturar-se; isso tudo, graças à ajuda racional, motivada, aberta aos valores (basta recordar o trinômio «razão, religião, carinho» do sistema preventivo) e à presença amorosa e estimulante ao bem dos adultos que viviam entre os jovens "em espírito de família" (o conceito de "assistência").

Dom Bosco conheceu resistências e oposições. Ele raciocinava desta forma: "Assim como não existe terreno ingrato e estéril que, por meio de longa paciência não possa finalmente dar fruto, assim acontece com o homem; verdadeira terra moral que, porquanto estéril e arredia, cedo ou tarde produz pensamentos honestos e depois atos virtuosos, quando um educador com orações ardorosas acrescenta os seus esforços à mão de Deus ao cultivá-la e torná-la fecunda e bela. Em todo jovem, mesmo o mais miserável, há um ponto acessível ao bem". Primeiro dever de todo educador é procurar esse ponto com paciência infinita: "Depois de ter avisado, dito, recomendado, estiveres pronto a abandonar a paciência ou deixar que tudo caminhe como quiser, ou fizer uma cena, fica atendo para ser fiel no pouco, se quiseres receber o muito!". Eis o desafio. Com alguns meninos, seria o caso de desencorajar: muitos sofrem de tédio, de falta de sentido, de resignação, de astenia; tudo por falta de esperança. Diz o psicanalista Vittorino Andreoli: "Amo os adolescentes, com todos os seus conflitos, os adolescentes que enfrentam, quem sabe com a revolta, o que lhes cria obstáculo... Vi... adolescentes que pensavam ser heróis e conseguiram ser simplesmente vítimas... Quero que os adolescentes sonhem, vivam de futuro e de um futuro desenhado por eles com o entusiasmo até mesmo das ilusões". Para que um jovem creia nisso tudo, precisamos da mediação do educador e de ambientes cheios de esperança cristã. Dom Bosco indica o caminho: grande confiança no bem, grande abertura aos valores humanos, atenção às alegrias cotidianas. E ainda, conservação constante de um sonho: trabalhar para que os jovens sejam felizes hoje e na eternidade. Isso é sonhar com os sonhos de Deus.




FOTO dez. 2009




  1. Fazemos consistir a santidade em estar alegres.


  1. Em todo jovem, também o mais miserável, há um ponto acessível ao bem.






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