401-450|pt|420 Como dom Bosco, com os jovens, para os jovens! (Estreia 2015)


1. Carta do Reitor-Mor




ESTREIA 2015

COMO DOM BOSCO,

COM OS JOVENS, PARA OS JOVENS!



Roma, 8 de dezembro de 2014.

Solenidade da Imaculada Conceição de Maria.

Meus caros irmãos e irmãs,


Quero iniciar esta carta, que tem por finalidade ser o comentário ou desenvolvimento do tema da Estreia, cumprimentando muito afetuosamente os meus irmãos salesianos e as minhas irmãs salesianas às quais por tradição é entregue em primeiro lugar, na pessoa da Madre Geral, a Estreia de cada ano. Ela se torna, depois, uma proposta de comunhão para toda a nossa Família Salesiana no mundo.

Acompanho a entrega da Estreia com vivos e sinceros Votos neste Natal e no início de um Ano Novo, momentos ambos de festa como Dom e Graça do Senhor. Votos que, como desejo de coração, gostaria que fossem uma oportunidade real de nos cumprimentarmos pessoalmente. Não sendo isso possível fisicamente, espero que ao menos a expressão deste sentimento possa chegar a todos, enquanto vos transmito este simples comentário e desenvolvimento do tema central da Estreia para este ano de 2015.


1. UMA BELA HERANÇA ESPIRITUAL


Qualifico a nossa tradição familiar da Estreia como uma ‘bela herança espiritual’, porque se trata de algo que sempre foi muito querido por Dom Bosco. As primeiras mensagens que – à maneira de Estreia – são recolhidas em nossa tradição, remontam à década de 1850. Lemos nas Memórias Biográficas1 que uma das estratégias usadas por Dom Bosco era escrever, de vez em quando, um bilhetinho, fazendo-o chegar a quem ele queria dar um conselho. Alguns desses bilhetinhos foram conservados e são mensagens muito pessoais, que convidam a uma boa ação ou a remediar algo que não vai bem. Contudo, além disso, desde os primeiros anos do Oratório, Dom Bosco começara a entregar, no final do ano, uma Estreia aos seus jovens em geral e outra a cada um em particular. A primeira, a geral, consistia normalmente na indicação de alguns modos de proceder e alguns aspectos a se terem presentes para o bom andamento do ano que estava para iniciar. Dom Bosco continuou a oferecer estas Estreias quase todos os anos.

A última Estreia – a última de Dom Bosco a seus filhos – foi numa situação muito especial. Encontramo-la escrita também nas Memórias Biográficas.2 Dom Bosco, sentindo que estava para chegar o momento final, mandou chamar o P. Rua e D. Cagliero e, com as poucas forças que lhe restavam, fez algumas últimas recomendações a eles e a todos os Salesianos. Abençoou as casas da América e os muitos irmãos que residiam nessas terras, abençoou os Cooperadores italianos e suas famílias e, enfim, pediu-lhes que lhe prometessem amar-se como irmãos... e recomendassem a comunhão frequente e a devoção a Maria Santíssima Auxiliadora.

Ao registrar as palavras de Dom Bosco, o P. Rua descreve aquele momento e aquelas palavras em sua terceira circular, acrescentando que “isto poderia servir como Estreia do novo ano a ser enviada a todas as casas salesianas. Desejava que fosse para toda a vida e deu a sua aprovação para que servisse realmente como Estreia para o novo ano”.3


2. A ESTREIA, PALAVRA DE UNIDADE PARA TODA A NOSSA FAMÍLIA SALESIANA


A nossa Família Salesiana distingue-se e caracteriza-se pelo fato de ser, em primeiro lugar, uma família carismática,4 na qual o Primado de Deus-Comunhão constitui o coração da mística salesiana. É assim porque nos remete à origem daquele “carisma” do Espírito que nos foi transmitido por Dom Bosco para “ser por nós vivido, aprofundado e constantemente desenvolvido em sintonia com o Corpo de Cristo em crescimento perene”.5

Reconhecemos nesta comunhão a diversidade e, ao mesmo tempo, a unidade que tem sua fonte na consagração batismal, na partilha do espírito de Dom Bosco e na participação da missão salesiana a serviço dos jovens, especialmente dos mais pobres.6

Por isso, sublinhamos em cada Estreia o aspecto da comunhão, que é prioritário em nossa Família. A Estreia é bem-vinda na medida em que possa ajudar as programações pastorais dos diversos ramos e grupos, contudo a sua finalidade primária não é esta, e nem ser um programa de pastoral para o ano, mas, sim, uma mensagem criadora de unidade e de comunhão para toda a nossa Família Salesiana, num objetivo comum. Em seguida, ver-se-á em cada “ramo” desta árvore de família o modo de concretizá-lo na vida, de torná-lo operativo.

De aqui, a minha proposta de Estreia, caros irmãos e irmãs da nossa Família Salesiana, para este ano de 2015 que o Senhor nos concede:



COMO DOM BOSCO

COM OS JOVENS, PARA OS JOVENS!



3. COMO DOM BOSCO: COM O SEU CORAÇÃO PASTORAL E A SUA AÇÃO EDUCATIVA, ENVOLVIDOS NA TRAMA DE DEUS


Dizer COMO DOM BOSCO, hoje, é antes de tudo reencontrar e redescobrir em toda a sua plenitude o espírito de Dom Bosco que, hoje como ontem, deve ter toda a sua força carismática e toda a sua atualidade.

De tudo o que se pudesse explicitar sobre esta realidade carismática, permiti-me sublinhar dois aspectos neste momento:

  • A Caridade Pastoral (ou o coração do “Bom Pastor”) como elemento que mobiliza o ser e o agir de Dom Bosco;

  • A sua capacidade de ler “o Hoje” para preparar “o Amanhã”.


3.1. Dom Bosco com o coração do “Bom Pastor”


O coração do Senhor Jesus, Bom Pastor, marca toda a nossa ação pastoral e é uma referência essencial para nós. Ao mesmo tempo, encontramos a sua concretização, ‘à maneira salesiana’, em Dom Bosco (plasmado no espírito particular de Valdocco, ou naquele próprio de Mornese, ou naquilo que todos os grupos da Família Salesiana têm de mais típico). Sabemos, portanto, que em nossa Família o ponto de confluência primeiro e para todos é o carisma de Dom Bosco suscitado pelo Espírito Santo, para o bem da Igreja. É o que chamamos de carisma salesiano, que nos abraça e acolhe a todos e todas.

Em Dom Bosco “a feliz expressão (que foi o seu programa de vida) ‘Basta que sejais jovens para que vos ame bastante’ é a palavra e, antes ainda, a opção educativa fundamental”7 por excelência. Bem sabemos que para os seus meninos e jovens Dom Bosco “realiza uma impressionante atividade com as palavras, os escritos, as instituições, as viagens, os encontros com personalidades civis e religiosas, com o próprio Papa; para eles, sobretudo, manifesta uma atenção cheia de desvelos, orientada para as pessoas, para que no seu amor de pai os jovens possam colher o sinal de um amor mais alto”.8

Esta predileção pelos jovens, por cada jovem, era aquilo que o levava a fazer o possível, a romper com ‘qualquer molde’, qualquer estereótipo, para aproximar-se deles. Como atesta o P. Francisco Dalmazzo sob juramento em 1892 no “processo de santidade” de Dom Bosco: “Vi certo dia Dom Bosco deixar o P. Rua e a mim, que o acompanhávamos, para ajudar um jovem pedreiro que puxava uma carroça sobrecarregada, diante da qual se sentia impotente demonstrando-o a chorar, e isso numa das principais ruas da cidade”.9

Esta predileção pelos jovens levava Dom Bosco a colocar todo o seu ser na busca do bem deles, do seu crescimento, desenvolvimento e bem-estar humano, e da sua salvação eterna. Era este o horizonte de vida do nosso pai: ser tudo para eles, até o último respiro! Exprime-o muito bem uma das nossas irmãs estudiosas de Dom Bosco, quando escreve: “O amor de Dom Bosco pelos jovens era feito de gestos concretos e oportunos. Ele se interessava por suas vidas, reconhecendo as suas necessidades mais urgentes e intuindo as mais ocultas. Afirmar que o seu coração vivia inteiramente entregue aos jovens significa dizer que toda a sua pessoa, a sua inteligência, o seu coração, a sua vontade, a sua força física, todo o seu ser estava orientado para lhes fazer o bem, promover o seu desenvolvimento integral, desejar a sua salvação eterna. Ser homem de coração significava, portanto, para Dom Bosco, viver totalmente consagrado ao bem dos seus jovens e entregar-lhes todas as suas energias, até o último respiro”.10

Este mesmo ardor, com critérios semelhantes, levou-o a buscar uma solução para os problemas das jovens, com a proximidade e a cooperação da Cofundadora Maria Domingas Mazzarello e o grupo das jovens unidas a ela e entregues, em âmbito paroquial, à formação cristã das meninas.

O seu coração pastoral levou-o, igualmente, a contar com outros colaboradores, homens e mulheres, “‘consagrados’ com votos estáveis, ‘cooperadores’ associados na participação dos ideais pedagógicos e apostólicos”.11 Soma-se a isso a sua ação de grande promotor de uma devoção especial a Maria Auxiliadora dos Cristãos e Mãe da Igreja e a sua preocupação e afeto permanente pelos ex-alunos.

No centro de toda esta ação e da sua visão havia, como verdadeiro motor da sua força pessoal, “o fato de ele realizar a sua santidade pessoal mediante a ação educativa vivida com zelo e coração apostólico”,12 a caridade pastoral. A caridade pastoral significava para Dom Bosco, justamente por se sentir envolvido na Trama de Deus, que Ele tinha o primado na sua vida, que era Ele a razão da sua vida, da sua ação, do seu ministério presbiteral, a ponto de abandonar-se n’Ele até a temeridade. Este sentir-se envolvido na Trama de Deus significava, por isso mesmo, amar o jovem, todo jovem, qualquer que fosse o seu estado ou a sua situação, para levá-lo à plenitude do ser humano que se manifestou no Senhor Jesus e que se concretizava na possibilidade de viver como honesto cidadão e bom filho de Deus.

Esta deve ser a chave do nosso ser, viver e atuar o carisma salesiano. Se chegarmos a sentir nas próprias vísceras, no mais profundo de cada um e cada uma de nós, este fogo, esta paixão educativa que levava Dom Bosco a encontrar-se face a face com o jovem, crendo nele, com a certeza de que cada um sempre traz em si uma semente de bondade e do Reino, para ajudá-lo a dar o melhor de si e aproximá-lo no encontro com o Senhor Jesus, então estaremos realizando, sem dúvida, o mais belo deste nosso carisma salesiano.


3.2. Na história de Deus e dos homens


Eu creio, e muitos de nós também cremos que Dom Bosco possuía uma capacidade especial para saber ler os sinais dos tempos. Ele soube apropriar-se de muitos valores oferecidos pelo seu tempo no campo da espiritualidade, da vida social, da educação... e foi capaz de dar a tudo isso uma marca tão pessoal que o distinguiu e diferenciou de outros grandes do seu tempo.

Tudo isso lhe permitia ler o hoje como se já vivesse no amanhã! O hoje de Dom Bosco era visto por ele com olhos de ‘historiador de Deus’, olhos de quem sabe contemplar a história para reconhecer nela os sinais da Presença de Deus. História presente, não passada! Vista com uma lucidez que aos demais só é possível ao reler os eventos de Deus, e dar assim respostas às necessidades dos seus jovens.

Por essa sua maneira de viver e agir, também nós somos chamados hoje a pedir que Dom Bosco nos ensine a ler os sinais dos tempos, para ajudar os jovens.

Essa mesma convicção é expressa pelo Capítulo Geral Especial quando diz que “Dom Bosco possuía em alto grau a sensibilidade às exigências dos tempos... Seus primeiros colaboradores foram formados nesse espírito... A sociedade moderna com suas transformações rápidas e profundas exige um novo tipo de pessoa, capaz de superar a ansiedade provocada por estas mudanças; capaz de procurar, sem se acomodar a soluções feitas... capaz de distinguir o permanente do que é mutável, sem extremismos”,13 e nesse desejo de atualizar o carisma, o caminho que nos resta é justamente buscar para nós o seu coração pastoral, unido à capacidade de mobilidade, de adaptação, de leitura crente do ‘aqui e agora’.


4. COM OS JOVENS, PARA OS JOVENS! especialmente os mais pobres


4.1. COM OS JOVENS! vivendo com eles e entre eles


Irmãos e irmãs da nossa Família Salesiana, dizemos COM OS JOVENS! porque o ponto de partida do nosso fazer carne e sangue (ENCARNAR) do carisma salesiano é VIVER COM OS JOVENS, estar com eles e entre eles, encontrá-los na sua vida cotidiana, conhecer o seu mundo, amar o seu mundo, animá-los a serem protagonistas da própria vida, despertar o seu sentido de Deus, incentivá-los a viverem com metas elevadas.

O mundo dos jovens é um mundo de possibilidades. Para ser fermento neste mundo, devemos conhecer e avaliar positiva e criticamente o que os jovens valorizam e amam. O desafio da nossa missão entre os jovens passa através da nossa capacidade profética de ler os sinais dos tempos, como dizíamos anteriormente a respeito de Dom Bosco; ou seja, o que Deus está a nos dizer e pedir através dos jovens com os quais nos encontramos.

Este desafio inicia com a capacidade de escutar e a coragem e audácia de entabular um diálogo “horizontal”, sem posições rígidas, sem se atribuir previamente a posse da verdade. Adotemos a atitude do “aprendiz” e aprenderemos muito dos jovens e da imagem de Igreja que encarnamos para eles. Os jovens, com a sua palavra, a sua presença e a sua ‘indiferença’, com as suas respostas e as suas ausências, estão reivindicando alguma coisa de nós. E o Espírito também está a nos falar neles, e através deles. Do encontro com eles nunca saímos ilesos, mas reciprocamente enriquecidos e estimulados.


4.2. COM OS JOVENS! demonstrando para eles a nossa predileção pastoral


E dizemos COM OS JOVENS! porque o que enche o nosso coração desde o momento do chamado vocacional de Jesus a cada um de nós é a predileção pastoral pelas crianças, pelos adolescentes, pelos jovens e as jovens. Esta predileção haverá de se manifestar em nós, como em Dom Bosco, numa verdadeira ‘paixão’, buscando o bem deles, pondo nisso todas as nossas energias, todo o nosso entusiasmo e toda a força que possuímos.

Nossas comunidades, qualquer que seja o grupo da nossa Família (somos comunidades de vida religiosa, comunidades de oração e trabalho, comunidades de testemunho...) precisam adquirir “visibilidade” entre os jovens do próprio ambiente. Esta visibilidade exige discernimento, opções e renúncias. Significa antes de tudo gratuidade no serviço, relações fraternas alegres e atentas, num projeto comunitário de oração, de encontros e de serviço. Exige-se, mais do que nunca, uma “casa aberta”, com pluralidade de iniciativas de convocação e de propostas correspondentes aos problemas dos jovens do território. Quem sabe, os jovens percebam o valor de poder dispor de um “lar salesiano”, de contar com um grupo de pessoas amigas. A significatividade exigirá que as nossas comunidades vivam numa tensão salutar, que se transforma em busca, discernimento e tomada de decisões, a serem continuamente revistas, inseridas na oração e convalidadas na convivência fraterna e na práxis pastoral.


4.3. PARA OS JOVENS! especialmente os mais pobres


Comentei em diversas ocasiões que quando o Papa Francisco, dirigindo-se a toda a Igreja, fala para ir à periferia, ele nos interpela de modo muito acalorado e imediato porque nos está a pedir para estarmos na periferia, com os jovens que vivem na periferia, distantes de quase tudo, excluídos, quase sem oportunidades.

Digo, ao mesmo tempo, que para nós esta periferia é algo que nos é próprio como Família Salesiana, porque a periferia é alguma coisa de constitutivo do nosso DNA salesiano. O que foi o Valdocco de Dom Bosco se não a periferia da grande cidade? E o que foi Mornese se não uma periferia rural? Será necessário confrontar-nos em nosso exame de consciência pessoal e de Família com este forte apelo eclesial que é, por sua vez, da essência do Evangelho. Será necessário examinar-nos sobre o nosso estar com os jovens e para eles, especialmente os mais pobres, carentes e excluídos..., mas não será necessário procurar o nosso norte, a nossa ‘estrela polar de navegação’ porque nos últimos, nos mais pobres, naqueles que têm maior necessidade de nós está o que é mais próprio da nossa identidade carismática, e é com esta identidade carismática que precisamos nos confrontar para encontrar o nosso lugar, o nosso modo de responder hoje à missão, no ‘aqui e agora’.


4.4. PARA OS JOVENS! porque eles têm o direito de encontrar modelos de referência crentes e adultos


É sempre mais evidente que o nosso serviço aos jovens também passa, e em grande medida, através de modelos de referência crentes e adultos. Os jovens buscam e desejam encontrar-se com cristãos corajosos, mas “normais”, que possam não só admirar, mas também imitar. Nossos jovens, como em outras dimensões da sua pessoa “em construção”, precisam espelhar-se em outros, desejam identificar-se consigo mesmos e aprender a viver a própria fé, mas por contágio (por testemunho de vida) mais do que por doutrinação.

Por esse motivo, a nossa ação pastoral não poderá ser uma tarefa uniforme e linear, dado que as situações dos adolescentes e dos jovens são muito diferenciadas. Isso implicará, sobretudo para nós educadores e educadoras, algumas atitudes profundas, como a disposição de ‘perder a própria vida’ para entregá-la pelo Reino, de aceitar a pobreza, a austeridade, a sobriedade como opção de liberdade pastoral pessoal e comunitária, pondo sempre em primeiro lugar as pessoas, o encontro com elas e o serviço a elas.


4.5. PARA OS JOVENS! para os quais o encontro pessoal será uma oportunidade de se sentirem acompanhados


Trabalhar com os jovens e para os jovens foi e é não só um privilégio para estar em contato com pessoas exuberantes, cheias de potencialidades, de sonhos e de energia..., mas é principalmente uma oportunidade que nos é oferecida para caminhar com eles a fim de retornar a Jesus, de recuperar a sua vida e a sua mensagem, sem filtrar a sua radicalidade, sem fugir ao confronto incômodo com as nossas escalas de valores e os nossos estilos de vida. Estamos convencidos de que o Evangelho, tanto hoje quanto no passado, tem todas as possibilidades de ser escutado, ouvido e aceitado novamente no mundo dos jovens como uma Boa-Nova.

Nesta escuta e aceitação do Evangelho, apresenta-se a nós o desafio de cultivar com empenho o encontro pessoal, o acompanhamento espiritual pessoal, no qual todo educador salesiano ou educadora salesiana possa propor caminhos, sugerir opções. Segundo o exemplo de Dom Bosco, temos uma grande necessidade de educadoras e educadores abertos à novidade, ágeis para inovar, experimentar, arriscar e ser pessoalmente testemunhas genuínas na vida dos jovens. É-nos pedida uma aproximação pessoal no encontro espontâneo, no interesse pelas “suas coisas” sem pretender invadir a sua intimidade. Acompanhamento que seja preferivelmente centrado numa consideração positiva e afetuosa do outro, que deve materializar-se no esforço de “facilitar”, “valorizar” e “orientar”. Quando falamos de iniciar alguns “itinerários de educação à fé”, isso não consiste tanto em levar alguma coisa do exterior ao interior dos jovens, mas em ajudá-los a fazer sobressair a própria intimidade mais radical habitada por Deus, a desenvolver as potencialidades e capacidades que trazem dentro de si. Trata-se de acompanhar as suas vidas, de ajudá-los a descobrir a sua identidade mais íntima e o seu projeto de vida.


4.6. PARA OS JOVENS! porque os jovens, especialmente os mais pobres, são um dom para nós


Foi o Reitor-Mor P. Juan Edmundo Vecchi quem escreveu que “os jovens pobres são um dom para nós”.14 Certamente, não podemos pensar que o P. Vecchi estivesse defendendo a pobreza, mas é certo que se estivermos com eles e no meio deles, serão eles, serão elas, os primeiros a nos fazerem bem, a nos evangelizarem, a nos ajudarem a viver verdadeiramente o Evangelho naquilo que é mais típico do carisma salesiano. Arrisco-me a dizer que são os jovens, as jovens, especialmente os mais pobres e carentes, que nos salvarão, ajudando-nos a sair da nossa rotina, das nossas inércias e dos nossos temores, mais preocupados, às vezes, em conservar as nossas seguranças do que ter o coração, o ouvido e a mente abertos ao que o Espírito nos possa pedir.

Para eles e diante deles, não podemos fugir das urgências que batem à nossa porta a partir da mesma realidade juvenil. Colaboremos com as nossas obras e os nossos diversos serviços para promover a acolhida dos jovens, escutar os gritos da alma: jovens sozinhos, alcançados pela violência, com conflitos familiares, com feridas emotivas, confusos, com sofrimento e dor. A Boa-Nova leva-nos a escutar e acolher incondicionalmente as suas necessidades, os seus desejos, temores e sonhos. Urge recuperar também a sua capacidade de busca, de indignação diante das oportunidades que lhes são negadas por serem promessas vazias; urge estimular os seus sonhos para promover a ação, a colaboração, a busca de sociedades melhores. Aceitar “o abraço de Deus” como um dom, aprender a chorar com Ele, a rir com Ele.


5. NO BICENTENÁRIO DO NASCIMENTO DE DOM BOSCO


5.1. O primeiro Centenário


Estamos celebrando o Bicentenário do Nascimento de Dom Bosco. Como é natural, houve um primeiro Centenário, do qual desejo oferecer um pequeno resumo histórico.15

Iniciamos dizendo que em 1915 acontecia não um, mas dois Centenários, ambos muito “salesianos”: o nascimento de Dom Bosco e a definição da data de 24 de maio como celebração em honra de Maria Auxiliadora. Esta foi deliberada com decreto do Papa Pio VII como agradecimento à Mãe de Deus pela sua libertação da prisão, estabelecendo justamente a festa de Maria Auxiliadora no dia 24 de maio, data do seu retorno a Roma.

A ideia de celebrar solenemente o primeiro Centenário do nascimento de Dom Bosco teve início muito tempo antes. P. Paulo Albera desejava atribuir um duplo caráter à celebração: que servisse para difundir a devoção a Maria Auxiliadora e igualmente para o conhecimento da figura e da obra de Dom Bosco, também com a finalidade de apressar a Causa de Beatificação.

Em 1914, a organização das celebrações para o primeiro centenário do nascimento de Dom Bosco já estava bastante adiantada. A imprensa dera a conhecer ao grande público os principais atos que aconteceriam em tal ocasião e as autoridades que haveriam de intervir; fizera-se também uma seleção dos projetos de construção do monumento e da nova igreja; a Santa Sé aprovara a mudança de data do Capítulo Geral e a renúncia dos membros do Capítulo Superior a um ano do final de seus respectivos encargos; o cardeal Gasparri, na qualidade de Cardeal-Protetor da Congregação Salesiana escrevera uma carta, em nome do Papa.

Entretanto, as circunstâncias que sobrevieram foram muito adversas. Em 1914 e 1915 deu-se uma série de acontecimentos trágicos: parte da Sicília foi atingida por um forte terremoto, com grandes danos materiais, embora, felizmente, sem perdas de vidas de SDB e FMA; um incêndio destruiu completamente a casa chilena de Valdívia; a morte de Pio X, muito próximo aos Salesianos. Outro terremoto, nos inícios de 1915, devastou a região dos Abruços, provocando a morte de três Filhas de Maria Auxiliadora; dois salesianos foram soterrados pelos detritos.

E surgiu o acontecimento mais trágico, doloroso e prolongado: o estouro da Primeira Guerra Mundial, que dividiu o mundo em duas grandes partes beligerantes, deixando milhões de mortos no seu caminho. A Itália, inicialmente neutra, entrou em guerra no dia 2 de maio de 1915, justamente na vigília dos atos celebrativos do centenário da festa de Maria Auxiliadora.

O conflito bélico atingiu gravemente as obras salesianas em muitos países. Cerca de dois mil jovens salesianos foram chamados às armas, numa ou noutra das partes beligerantes. A guerra impediu ou tornou muito difícil o contato e a comunicação com as casas salesianas das FMA e dos SDB. A ajuda dos Cooperadores também foi reduzida em grande medida. P. Albera fez contínuos apelos à oração, insistindo principalmente na comemoração do dia 24 de cada mês, dedicado a Maria Auxiliadora. Nesta situação, tornava-se evidente que as intensas programações do Centenário tendiam a ser suprimidas, reduzidas ou deixadas à espera de melhores circunstâncias. Decidiu-se suspender os atos festivos, reduzir os programas e dar a eles um caráter mais religioso e íntimo; embora sempre com a esperança de que a paz chegasse logo e fosse possível vencer os obstáculos. Contudo, a paz custou a chegar, mais de quanto esperado, e muitos dos atos previstos jamais puderam ser celebrados.

Não obstante, e apesar de em 23 de maio, dia anterior à festa, a Itália tivesse declarado guerra à Áustria, como já acenado, entrando no grupo dos aliados, celebrou-se no dia 24 um solene pontifical no Santuário repleto, presidido pelo Cardeal Arcebispo de Turim.

Houve comemorações também em Valsálice e em Castelnuovo. Para encerrar o Centenário, o Reitor-Mor convidou os amigos de Dom Bosco a uma dupla peregrinação: a primeira, no dia 15 de agosto, para visitar a sepultura de Dom Bosco, e a segunda, no dia 16, para visitar os lugares das origens nos Becchi, onde Dom Bosco nascera, e em Castelnuovo, onde fora batizado. Em Valsálice, a presença muito numerosa exigiu que fosse preparado um altar no pórtico que se encontra diante da sepultura. Milhares de pessoas amontoaram-se, ocupando os espaços do pátio e as suas adjacências. Cantos, orações e ofertas precederam a bênção eucarística dada pelo P. Albera desde o terraço situado diante da sepultura de Dom Bosco. Foi oferecida aos presentes uma elegante lembrança com a imagem de Dom Bosco e algumas de suas máximas.

O segundo dia, 16 de agosto, reuniu ao redor da pequena casa de Dom Bosco nos Becchi numerosos grupos de jovens e adultos, eclesiásticos e leigos, que vinham de Turim e das populações dos arredores. A esperá-los estavam o P. Albera e todo o Capítulo Superior. P. Albera celebrou a Santa Missa e, depois, procedeu-se à colocação da primeira pedra da nova igreja, que se desejava construir ali em homenagem a Maria Auxiliadora, como recordação do duplo Centenário. Em Castelnuovo, foi descoberta uma lápide comemorativa e, depois de uma refeição popular, houve o ato oficial de homenagem do povo. P. Albera foi declarado “cidadão honorário”.

Na América, foi possível celebrar os dois Centenários, o da festa de Maria Auxiliadora e o do nascimento de Dom Bosco. Em todas as nações americanas onde a obra salesiana se implantara foram celebrados atos com participação massiva em homenagem a Dom Bosco e a Maria Auxiliadora. Em vários lugares foi dado o nome de Dom Bosco a ruas e levantaram-se centros e igrejas para memória perpétua do acontecimento. A Argentina e o Brasil foram as nações que mais se distinguiram nesta circunstância.


5.2. Na Celebração do Bicentenário


Até aqui a história da celebração do primeiro Centenário. Agora, são muitas as celebrações, em grande parte bem simples, que se vão realizando no mundo todo para o Bicentenário. Como já fiz nos Becchi, no início do Bicentenário, quero sublinhar o seu sentido.

Hoje – como dizia naquela ocasião – enquanto celebramos o Bicentenário deste fato histórico, rendemos imensas graças a Deus por aquilo que Ele fez com a sua intervenção na História, nesta história concreta, aqui, na colina dos Becchi. Digo várias vezes, neste texto, de uma ou outra maneira, que o carisma salesiano é o presente que Deus, através de Dom Bosco, fez à Igreja e ao Mundo. Ele foi formado no tempo, desde os joelhos de Mamãe Margarida até a amizade com bons mestres de vida e, sobretudo, na vida cotidiana com os jovens.

O Bicentenário do nascimento de S. João Bosco é um ano jubilar, um “ano de Graça”, que queremos viver na Família Salesiana com um profundo sentimento de gratidão ao Senhor, com humildade, mas com alegria, pois o mesmo Senhor é Aquele que abençoou este fascinante movimento apostólico, fundado por Dom Bosco sob a guia de Maria Auxiliadora. É um ano jubilar para os trinta grupos que já formam esta grande Família e para os muitos outros que, inspirando-se em Dom Bosco, no seu carisma, na sua missão e espiritualidade, esperam ser reconhecidos nesta Família.

Trata-se de um ano jubilar para todo o Movimento Salesiano que, de uma maneira ou outra, fazem referência a Dom Bosco em suas iniciativas, atividades, propostas, e caminha compartilhando espiritualidade e esforços pelo bem dos jovens, especialmente dos mais pobres.

O Bicentenário quer ser, para todos e em todo o mundo salesiano, uma ocasião preciosa que nos é oferecida para contemplar o passado com reconhecimento, o presente com confiança e sonhar o futuro da missão evangelizadora da nossa Família Salesiana com força e novidade evangélica, com coragem e visão profética, deixando-se guiar pelo Espírito que sempre nos aproximará da novidade de Deus. O Bicentenário é a oportunidade para uma verdadeira renovação espiritual e pastoral em nossa Família, uma ocasião para tornar mais vivo o carisma e tornar Dom Bosco tão atual como sempre foi para os jovens, em nossa caminhada para as periferias físicas e humanas da sociedade e dos jovens. O ano do Bicentenário e o sucessivo caminho que haveremos de percorrer devem ser para nós um tempo para contribuir com aquilo que humildemente faz parte da nossa mais viva essência carismática.

O Bicentenário também deve ser, e está sendo realmente, a evocação de muitas mulheres e de muitos homens que, neste projeto apaixonante, ofereceram de modo heroico a própria vida por este ideal, nas condições mais difíceis e extremas do mundo e que, por isso, são um triunfo, um tesouro inestimável que só Deus pode avaliar.

Com esta convicção, sentimo-nos mais animados, não só para admirar Dom Bosco, não só para perceber a atualidade da sua figura, mas para sentir intensamente o esforço irrenunciável da imitação daquele que das colinas dos Becchi chegou à periferia de Valdocco, e à periferia rural de Mornese, para envolver consigo e com outras pessoas tudo o que procurasse o bem da juventude e a sua felicidade neste mundo e na eternidade.


6. MAMÃE MARGARIDA, MÃE E EDUCADORA DE DOM BOSCO


Gostaria de encerrar o comentário desta Estreia no ano do Bicentenário do nascimento de Dom Bosco, que tem o ponto central na sua práxis educativa e pastoral, fazendo uma referência àquela que foi a sua mãe e educadora. De fato, ignorar sua mãe, Mamãe Margarida, ou calar-se sobre ela, é ignorar que muitos dons naturais que reconhecemos em Dom Bosco têm a sua origem, certamente sempre em Deus, mas com a mediação humana que foi a sua família e, de modo especial, sua mãe. De aqui o motivo desta simples reflexão.16

Em maio de 1887, Dom Bosco foi a Roma, e foi a sua última vez, para a consagração da Igreja do Sagrado Coração, monumento perene do seu amor ao Papa. Estava no final de uma longa vida de trabalho, que a construção daquele templo contribuíra para abreviar. No dia 8 de maio ocorreu uma recepção em sua homenagem com a participação de personalidades eclesiásticas e civis, italianas e estrangeiras. No final da recepção muitos convidados tomaram a palavra em diversas línguas. Surgiu então em alguém a curiosidade de saber qual era a língua que mais agradava a Dom Bosco. Ele, sorrindo, respondeu: “A língua que mais me agrada é aquela que minha mãe me ensinou, porque me custou pouco esforço para exprimir minhas ideias e, depois, não me esqueço dela tão facilmente como das demais línguas!”.17

Dom Bosco sempre reconheceu os grandes valores que colhera em sua família: a sabedoria campesina, a argúcia saudável, o sentido do trabalho, a essencialidade das coisas, a diligência na ação, o otimismo a toda prova, a resistência nos momentos de desventura, a capacidade de recomeçar depois dos reveses, a alegria sempre e de qualquer maneira, o espírito de solidariedade, a fé viva, a verdade e a intensidade dos afetos, o gosto pela acolhida e a hospitalidade; bens todos eles que encontrara em sua casa e o construíram daquela maneira. Foi de tal modo marcado por essa experiência que, quando pensou numa instituição educativa para os seus jovens, não quis outro nome que o de “casa” e definiu o espírito com que haveria de marcá-la com a definição de “espírito de família”. E para dar a marca adequada à coisa, pedira a Mamãe Margarida, já idosa e cansada, que deixasse a tranquilidade da sua pobre casa na colina para descer à cidade e cuidar daqueles jovens recolhidos da rua, aqueles que lhe darão não poucas preocupações e desprazeres. Mas ela foi ajudar Dom Bosco e ser mãe de quem não tinha mais família e afetos.

Foi justamente a presença de Mamãe Margarida em Valdocco durante o último decênio da sua vida a influenciar não marginalmente aquele “espírito de família” que todos consideramos como o coração do carisma salesiano. Realmente, aquele não foi um decênio qualquer, mas o primeiro, no qual foram colocadas as bases do clima que passará à história como o clima de Valdocco. Dom Bosco convidara a Mãe levado por necessidades práticas. Na verdade, porém, nos planos de Deus, esta presença estava destinada a transcender os limites de uma necessidade contingente, para inscrever-se no quadro de uma colaboração providencial num carisma ainda em estado nascente. Mamãe Margarida estava ciente desta sua “nova vocação”. Aceitou-a com humildade e lucidez. Assim se explica a coragem demonstrada nas circunstâncias mais duras. Pense-se apenas na epidemia de cólera. Pense-se em gestos e palavras que têm algo de profético, como o uso das toalhas de altar para fazer ataduras para os doentes. Valha, sobretudo, o exemplo do célebre “Boa-Noite”, característica original da tradição salesiana. Era um ponto ao qual Dom Bosco dava muita importância e foi iniciado justamente pela Mãe com um pequeno sermão dirigido ao primeiro jovem acolhido.18 Dom Bosco, depois, haveria de continuar o costume não na igreja como se fosse uma pregação, mas no pátio ou nos corredores, ou sob os pórticos de modo paterno e familiar. A estatura interior desta mãe é tal que o filho, mesmo quando se tornar educador experto, sempre terá a aprender dela. Desejando compendiar o que se disse, valha o juízo do P. Lemoyne: “Nela, poder-se-ia dizer, o Oratório é personificado”.19

Esta relação entre mãe e filho amadurece até a participação de Mamãe Margarida na missão educativa do filho: “Meu querido filho, podes imaginar o quanto custe ao meu coração abandonar esta casa, o teu irmão e os outros caros; mas se te parece que isso possa agradar ao Senhor, estou pronta para seguir-te”. Deixa a querida pobre casa dos Becchi, segue-o entre os jovens pobres e abandonados de Turim. Aqui, por dez anos (os últimos de sua vida), Margarida dedica-se sem se poupar à missão de Dom Bosco e aos inícios da sua obra, exercendo uma dupla maternidade: maternidade espiritual para com o filho sacerdote e maternidade educativa para com os jovens do primeiro oratório, contribuindo para educar filhos santos como Domingos Sávio e Miguel Rua. Iletrada, mas cheia daquela sabedoria que vem do alto, é auxílio para muitos pobres rapazes da rua, filhos de ninguém. Em definitivo, a graça de Deus e o exercício das virtudes fizeram de Margarida Occhiena uma mãe heroica, uma educadora sábia e uma boa conselheira do nascente carisma salesiano. Mamãe Margarida é uma pessoa simples, contudo brilha no extraordinário número de mães santas que vivem na presença de Deus e em Deus, com uma união feita de invocações silenciosas praticamente contínuas. A “coisa mais simples” que Mamãe Margarida continua a repetir com o exemplo da sua vida é esta: a santidade está ao alcance da mão, é para todos e realiza-se na obediência fiel à vocação específica que o Senhor confia a cada um de nós.


7. COM MARIA, A MAIS INSIGNE COLABORADORA DO ESPÍRITO SANTO


Concluo tendo muito presentes as palavras do Papa, hoje S. João Paulo II, na conclusão da sua já citada carta, em que nos convida a ter sempre diante de nós Maria Santíssima como a mais insigne colaboradora do Espírito Santo. O Papa convidava-nos a olhar para Maria e escutá-la quando diz: “Fazei o que Ele vos dirá”, evocando a passagem das bodas de Caná (Jo 2,5).

Em um belo fragmento final diz, dirigindo-se aos SDB daquele momento, mas num contexto que hoje é muito apropriado a toda a nossa Família: “A Ela vos confio e, juntamente convosco, confio todo o mundo dos jovens, a fim de que eles, por ela atraídos, animados e guiados, possam conseguir, com a mediação da vossa obra educativa, a estatura de homens novos para um mundo novo: o mundo de Cristo, Mestre e Senhor”.20

É tal a força deste desejo e destas palavras a nós dirigidas pelo então Papa, que não creio se possa dizer mais do que “Amém”, “Assim seja”, contando com a graça que nos vem do Senhor, a intercessão da Auxiliadora e o coração do Bom Pastor de todos os membros da Família Salesiana.

Que o Senhor nos conceda a sua bênção.





P. Ángel Fernández Artime, SDB

Reitor-Mor



1 Cf. MB III, p. 616-617.

2 Cf. MB XVIII, pp. 502-503.

3 Ibidem.

4 Cf. Carta de Identidade da Família Salesiana, art. 5.

5 Mutuae Relationes, 11

6 Cf. Carta de Identidade da Família Salesiana, art. 4.

7 Cf. João Paulo II, Iuvenum patris, n. 4.

8 Ibidem.

9 Processo Ordinário, cópia pública, folhas 870-972, citado in Bosco Teresio, Don Bosco visto da vicino, Elle di Ci 1997, p. 108.

10 P. Ruffinato, Educhiamo con il cuore di Don Bosco, in “Note di Pastorale Giovanile”, n. 6/2007, p. 9.

11 Ibidem, 10.

12 Ibidem, 5.

13 CGE, n. 665.

14 ACG 359, p. 25.

15 Nota: A informação que resumi ao máximo foi-me oferecida pelo P. Jesús Graciliano García, que preparou para o Boletim Salesiano da Espanha onze pequenos artigos, um para cada mês, recolhendo aquela que foi a história do primeiro Centenário.

16 Nota: Pedi ao P. Pier Luigi Cameroni, Postulador SDB para as Causas dos Santos, que pudesse iluminar-me nesta breve reflexão. Assim fez, e agradeço-lhe vivamente.

17 MB XVIII, p. 324-325.

18 Dom Bosco narra este episódio nas Memórias do Oratório, pp. 196-197.

19 MB III, p. 376.

20 João Paulo II, Iuvenum patris, n. 20.

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