301-350|pt|320 - O Guia à leitura das Constituições

Viganò Egídio



O “GUIA À LEITURA” DAS CONSTITUIÇÕES



Atos do Conselho Geral

Ano LXVIII – janeiro-março, 1987

N. 320





O “Comentário” às Constituições. Alguns critérios de leitura. Aspectos a serem privilegiados: o crescimento do homem interior; Dom Bosco “pai e mestre”; a formação; o atual desafio da inculturação; a criatividade pastoral. Esclarecimento da “Regra de vida”. Convite à “interiorização”. Válido subsídio de esperança. Endereçamento para uma melhor ótica eclesial e mariana.







Roma, Solenidade da Imaculada, 8/12/86

Queridos Irmãos,



voltei de longas viagens de animação: no mês de setembro estive na Colômbia, Equador, Brasil; em outubro, na Bélgica e na Holanda; em novembro participei das duas importantes “Visitas de conjunto” respectivamente em Nova Deli para as Inspetorias da Índia e na Tailândia para as Inspetorias do Extremo Oriente. Fiz também uma breve visita ao Japão para levar a saudação e a participação de toda a Congregação nas celebrações do 60º ani­versário da chegada dos primeiros Salesianos naquele nobre país. Em todos os lugares constatei a vontade de crescer na fidelidade a Dom Bosco, preparando em profundidade e com entusiasmo as celebrações do ‘88. Estamos envolvidos num clima de convicta pertença, de seriedade de intentos e de renovado compromisso na nossa missão juvenil. Experimenta-se uma alegre e ativa comu­nhão com Dom Bosco, que do céu faz sentir a sua pre­sença familiar, o encanto da sua bondade e o estímulo provocante da sua criatividade oratoriana. O ‘88 apresenta-se ao nosso horizonte como um ano repleto de graça.



O “Comentário” às Constituições



Depois de minha volta a Roma tive a satisfação de ver con­cluída a esperada publicação do volume “O Projeto de vida dos Salesianos de Dom Bosco — Guia à leitura das Constituições”.

É o “Comentário” desejado pelo CG22: “O Reitor-Mor com o seu Conselho — pedia-se de fato nas Orientações operativas e Decisões do último Capítulo — considere a oportunidade de pre­parar sobre as Constituições renovadas um ‘comentário’ que sirva para aprofundar seu sentido, captar a sua profundidade espiritual e estimular os irmãos a vivê-las”.1

Hoje está nas mãos dos salesianos este importante subsídio, redigido de acordo com a tríplice finalidade desejada pela assem­bleia capitular:

1º) aprofundamento doutrinal e histórico dos conteúdos das Constituições;

2º) uma viva percepção de seu valor espiritual, com vistas à devida interiorização pessoal;

3º) o convite e o impulso a testemunhá-las na prática de todos os dias.

É motivo de alegria e de orgulho! Interpretando a todos vós, renovo os mais vivos agradecimentos aos 17 qualificados irmãos que colaboraram em sua redação e, sobretudo, ao Secretário geral, Pe. Francisco Maraccani, que cuidou da coordenação dos traba­lhos, da homogeneidade do texto e de uma fundamental documen­tação.



Alguns critérios de leitura



O volume compõe-se de muitas páginas. Não é de espantar: não estamos diante de uma inútil abundância de palavras, mas de uma séria consideração e exposição de conteúdos. Na apresenta­ção, eu mesmo fiz observar que “não é um livro para ser lido de uma só vez, como se fosse um romance, mas um livro para ser meditado seguindo a leitura de determinados artigos, feita pessoalmente ou na comunidade”.2

As Constituições são a “carta magna” da nossa Regra de vida:3 a reflexão sobre elas é, portanto, importante para manter a nossa conduta sintonizada com o projeto suscitado pelo Espírito.

Será útil ater-se nalguns “critérios de leitura” que orientem na compreensão e valorização do volume.



O primeiro critério é o de perceber o sentido unitário de todo o texto constitucional. Por isso será particularmente útil ler com atenção os três Estudos introdutórios. Eles apresentam o “significado global” das Constituições na nossa vida consagrada, oferecem uma síntese sobre a “evolução histórica” do texto a partir de Dom Bosco até hoje, propõem ainda uma visão orgânica, verdadeiramente indispensável, da “estrutura” desejada pelo CG22 ao longo de toda a reelaboração do texto constitucional.

À atenta leitura desses Estudos dever-se-á acrescentar tam­bém a consideração das breves indicações de síntese colocadas no início de cada uma das “Partes” para realçar a organização em harmonia com o todo.

Um projeto de vida, de fato, não aceita divisões que escondam ou estraguem o conjunto de um plano que é, em si mesmo, unitá­rio e orgânico. A leitura das nossas Constituições exige como pressuposto básico o conhecimento e a consciência da síntese vital que as anima e que constitui a luz e o sustentáculo para a interpretação de cada um dos artigos.

Evidentemente a necessidade metodológica de análise requer também uma detalhada compreensão do conteúdo de cada um dos artigos; mas, antes, como condição de leitura objetiva, e de­pois, para uma reelaboração pessoal unitária (ou seja, pratica­mente, em dois momentos complementares!), será necessário con­centrar a atenção sobre as três Explanações iniciais e sobre as Apresentações de cada uma das Partes e de cada Capítulo.



  • Um segundo critério de leitura é a dimensão espiritual salesiana que marca todo o “Comentário”. É necessário ter pre­sentes, ao mesmo tempo, as três finalidades indicadas pelo CG22, que lembramos acima.

Trata-se de compreender em profundidade o valor da nossa Profissão religiosa, os elementos que a constituem e a “graça da consagração” que lhe assegura a aplicação e a perseverança.

Este critério supõe a atitude fundamental da fé centralizada no mistério de Cristo, na vontade explícita (pessoal e comunitá­ria) de segui-Lo dia após dia, nos valores evangélicos a serem testemunhados profeticamente nos novos tempos, seguindo a diretriz de renovação marcada pelo Concílio Vaticano II e pelas con­tínuas diretivas do Magistério. Uma atitude assim garante a exata interpretação da doutrina sobre a vida religiosa, que foi abundantemente renovada, aprofundada e desenvolvida desde o Concílio até hoje.

Este critério requer especificamente uma constante e objetiva referência ao Fundador e à tradição viva e autorizada da trans­missão do seu carisma. A história de Dom Bosco e da Congregação são para nós fonte de vitalidade espiritual; as Constituições nada mais são do que a descrição típica da experiência do seguimento de Cristo vivida por Dom Bosco e por ele transmitida para que crescesse na Igreja harmonicamente. Sem a solidez de uma expe­riência vivida não se poderia captar o verdadeiro espírito do texto.

Sim, a sensibilidade histórica que se exige no irmão que lê e medita as Regras não é a de tipo estritamente científico; esta poderia também pecar por um certo abrandamento atendo-se somente na análise de determinados documentos. Trata-se de um conhecimento realístico de conaturalidade, alimentado por um vivo sentido de pertença a uma Congregação dinâmica com hori­zontes mundiais; este conhecimento está alicerçado sobre elemen­tos concretos da maior relevância e autoridade como são as fontes, os primeiros grandes discípulos de Dom Bosco, os Capítulos Ge­rais, o testemunho dos nossos Santos, as constantes diretrizes do Reitor-Mor com o seu Conselho, a comunicação e as iniciativas bem-sucedidas das várias Inspetorias.

Para ajudar, ainda, a atitude de fé do leitor cuidou-se de uma apropriada, ainda que breve, explicação das “citações bíblicas” inseridas como orientação no início de cada capítulo.

Após a explicação de cada artigo, foram formuladas algumas “orações” que sintetizam os conteúdos numa versão de prece.

Na utilização do texto será oportuno saber valorizar o signi­ficado e o aspecto espiritual com que estas páginas foram escritas.

Para a fundamentação objetiva e para uma documentação dos elementos históricos, são particularmente úteis as “notas”; se elas não podem ser facilmente utilizadas numa leitura comunitária, poderão oferecer um interessante subsídio para a reflexão pessoal.



Por fim, um terceiro critério de leitura particularmente qualificador refere-se ao valor eclesial das Constituições. O “Co­mentário” está inserido num contexto de Regra de vida aprovada pela Sé Apostólica como descrição autêntica de um carisma da Igreja.

O leitor deve lembrar que o texto constitucional foi redigido com a contribuição de todas as Inspetorias; representa a cons­ciência reflexiva e comunitária de um “dom” recebido e vivido numa tradição autêntica que vem desde as origens. O texto reno­vado das Constituições não é obra “dos Superiores”, como se ouviu dizer da boca de alguém, e nem de um grupo com certa influência ou privilégio de capitulares, mas é o resultado de um prolongado compromisso “comunitário”, fruto de uma pesquisa feita em conjunto, em sintonia com o coração de Dom Bosco para relançar na Igreja dos novos tempos o genuíno carisma do Fun­dador. A Sé Apostólica aprovou este trabalho comunitário, fruto dos últimos três Capítulos gerais: “mediante o Capítulo Geral — lemos nas Constituições —, toda a Sociedade, deixando-se guiar pelo Espírito do Senhor, procura conhecer, em determinado momento da história, a vontade de Deus para melhor servir à Igreja”.4

Foi uma conversão comunitária em direção da autenticidade carismática das origens, partindo dos múltiplos questionamentos da vida de hoje e tendo em conta as diferentes sensibilidades culturais. O longo tempo de busca e de diálogo (quase uns vinte anos) pode ter deixado em alguém, superficial ou então interes­sado em outras coisas, uma falsa impressão de relativismo: este traria consigo um adiamento no processo vital da nossa renovação.

O CG22 quis que fosse cuidadosa a não fácil redação do “Comentário”, além do que assegurar na Congregação a reta inter­pretação do texto constitucional, também para convidar todos a uma verdadeira conversão à identidade eclesial do genuíno pro­jeto de vida salesiana.

Ninguém pode pensar que não precisa; não se trata de minú­cias, mas do sentido global e orgânico da própria vocação no Povo de Deus. É um precioso serviço de iluminação.

Os vários colaboradores convidados a darem sua contribuição foram escolhidos entre os protagonistas das diferentes comissões capitulares que seguiram mais de perto a última elaboração dos conteúdos dos artigos, a posição de cada um dos artigos nos res­pectivos capítulos e a definitiva estrutura de todo o conjunto.

Os membros do Conselho Geral, depois, puderam rever e aper­feiçoar as várias contribuições com a preocupação que o conjunto fosse de verdade um subsídio homogêneo e categorizado, fiel à aprovação da Sé Apostólica. Tiveram em conta na sua revisão o que diz o mesmo texto constitucional: “As presentes Constitui­ções contêm as riquezas espirituais da tradição dos Salesianos de Dom Bosco e definem o projeto apostólico da nossa Sociedade.

Aprovando-as, a Igreja garante a autenticidade evangélica do caminho traçado pelo Fundador e reconhece nele ‘um bem espe­cial para todo o Povo de Deus’“.5

Aspectos a serem privilegiados



Considero um fato importante para a Congregação a publica­ção deste “Comentário”. Ele poderá iluminar convenientemente a nova e decisiva etapa de aplicação e a prática de todo o delica­do e complexo trabalho pós-capitular.6 Recomendo-o por isso à leitura atenta e meditação de cada irmão; aos Inspetores e Dire­tores aconselho uma utilização frequente nas reuniões comunitá­rias, sobretudo durante os tempos fortes. Deveria tornar-se um instrumento familiar de preparação para as próximas celebrações centenárias de Dom Bosco.

Servirá certamente para lembrar e aprofundar vários aspectos que hoje se apresentam como particularmente urgentes. Indicarei alguns: a consciência da necessidade de privilegiá-los pode orien­tar melhor o uso do volume.



O crescimento do homem interior7

É conveniente que o leitor concentre a atenção sobre os con­teúdos do artigo 3º das Constituições: “Nossa consagração apos­tólica”. Aí encontrará o significado e o valor da Profissão dos Salesianos de Dom Bosco: o amor do Pai, o seguimento do Cristo para a construção do Reino entre os jovens e o dom transforma­dor do seu Espírito. É assim descrito o teor da nossa aliança, da oblação de nós mesmos, da graça da unidade, do dinamismo apostólico da nossa radicalidade e da importância que caracteriza para nós a missão juvenil e popular.

Compreender bem este artigo significa iluminar, com uma síntese orgânica, os vários conteúdos das Constituições que in­dicam a plenitude cristã do nosso projeto de vida, a riqueza da nossa interioridade e a profundidade evangélica da Profissão salesiana. Assim encontramos logo o que deve ser cuidado e in­crementado para debelar todo resíduo daquela superficialidade espiritual que é tão perigosa para uma Congregação apostólica comprometida a viver e a trabalhar nos novos tempos.

Na apresentação do novo texto constitucional insistia-se na necessidade de recuperar o significado vital da Profissão religiosa numa hora germinal.8 Pois bem, a compreensão da nossa consa­gração apostólica é a luz central que ilumina todo o vasto pano­rama da Profissão, ou seja, do homem interior que deve crescer em nós:9 é encorajador, escrevia na época, “considerar todo o nosso projeto de vida como dom (‘carisma’!) que se desenvolve em nós amparado e animado pelo ‘poder’ do Espírito Santo”.







Dom Bosco “pai e mestre”10

A renovação conciliar da vida religiosa trouxe destaque espe­cial à figura do Fundador”.11 O artigo 21 das Constituições no-lo apresenta como modelo e fonte histórica do nosso carisma. O artigo 196 mostra a nossa vocação alicerçada em Cristo, “que descobrimos presente em Dom Bosco, o qual deu a sua vida aos jovens”. E o Proêmio nos apresenta as Constituições como seu “testamento vivo” que é “tesouro preciosíssimo” para nós.

Se amamos de verdade a Dom Bosco saberemos colher nas Constituições o sorriso da sua amizade e a sua presença de “pai e mestre”.

Com este seu projeto ele iniciou uma escola de santidade apostólica,12 que testemunha no mundo um aspecto original da multiforme “vida e santidade” da Igreja. A nossa maneira de sermos cristãos é exatamente aquela de reatualizar no tempo e no espaço a sua experiência de vida evangélica13 como se nos repetisse a cada dia: “Sede meus imitadores, como eu mesmo o sou de Cristo”.14

Será oportuno, portanto, saber orientar a leitura do “Comen­tário” sobre os aspectos que nos unem mais vitalmente ao Fun­dador, estudando com particular atenção o capítulo 2º sobre “o espírito salesiano”. Também o capítulo 7º sobre o “diálogo com o Senhor” nos introduz no grande segredo da santidade apostólica de Dom Bosco, alimentada por uma atitude interior de contínua união com Deus.

Dois capítulos, portanto, que justificam, no interior do cora­ção, o título de “pai e mestre” que damos ao Fundador.



A formação15

Um outro aspecto a ser privilegiado na leitura é o da for­mação.

O “Comentário” muito poderá ajudar a atuação prática da­quilo que afirma o artigo 100 das Constituições: “o carisma do Fundador é princípio de unidade da Congregação e, por sua fecun­didade, está na origem das maneiras diversas de viver a única vocação salesiana”.

Este é um aspecto irrenunciável: a única vocação dos Sale­sianos de Dom Bosco é aquela descrita autenticamente nas Cons­tituições. É verdade que existem muitas culturas, mas o projeto evangélico de Dom Bosco é um só e o salesiano de todas as culturas deve saber reproduzir o seu rosto mais autêntico. Eis por que o verdadeiro centro de referência para todos, no mundo, são as Constituições reelaboradas pelos Capítulos gerais e apro­vadas pela Sé Apostólica. O “Comentário” ajuda a compreender o sentido objetivo da única vocação salesiana.

O estilo e a mentalidade com os quais foram redigidos os artigos constitucionais podem deixar perceber o influxo de uma certa cultura mais do que de outras, também se na sua redação colaboraram de fato irmãos de diferentes nacionalidades, vindos de todos os continentes. A descrição dos valores do Evangelho e dos carismas, que são dons do Alto e, portanto, transcendentes nos seus conteúdos essenciais, não pode prescindir da concretização de uma certa mediação cultural. Nunca existiram a fé ou um carisma a não ser inculturados. Por isso a necessidade de saber utilizar as mediações para alcançar a objetividade dos valores descritos e assim podê-los encarnar, sem alterá-los, na própria situação vital.

O “Comentário”, também se ele mesmo faz parte de uma determinada mediação cultural, ajuda, com as suas mais amplas e esclarecedoras explicações de tipo histórico e doutrinal, a alcan­çar com maior facilidade os conteúdos específicos dos valores salesianos. Assim, formadores e formandos poderão encarnar autenticamente — com diferentes modalidades locais — o segui­mento de Cristo e a vitalidade do autêntico carisma de Dom Bosco. De fato: “A formação, portanto, é ao mesmo tempo unitária nos conteúdos essenciais e diversificada nas expressões concretas. Acolhe e desenvolve tudo o que as várias culturas contêm ‘de verdadeiro, nobre e justo’”.16

A leitura do “Comentário” deveria levar todos a captar com clareza de comunhão mundial os “conteúdos essenciais” da iden­tidade salesiana.



O atual desafio da inculturação 17

O processo de inculturação é hoje um problema muito deli­cado. É um processo ligado substancialmente ao cristianismo; é, por isso, absolutamente indispensável, ainda que complexo e per­manente. Nunca termina, porque a evolução cultural está sempre caminhando. Hoje, ainda, ela acelerou muito seu processo e em todos os lugares sua velocidade cresce.

O carisma de Dom Bosco é um pequeno aspecto do Mistério da Igreja que se torna história; a sua inculturação não pode ca­minhar separada do compromisso global da encarnação mesma do Evangelho. O salesiano de todas as culturas deverá saber ir em frente, neste processo, sintonizado e com a Igreja local.

A inculturação — nos assegura o Sínodo extraordinário dos Bispos — é diferente da mera adaptação externa, porque significa uma íntima transformação dos autênticos valores culturais me­diante a integração no cristianismo e a encarnação do cristianis­mo nas várias culturas humanas”.18 “Exclui-se uma fácil adapta­ção que poderia levar à secularização da Igreja. Exclui-se também que a comunidade dos fiéis se feche em si mesma de maneira imóvel. Afirma-se, pelo contrário, a abertura missionária para a salvação integral do mundo. Por meio dela não só se aceitam todos os valores verdadeiramente humanos, mas são defendidos com maior vigor: a dignidade da pessoa humana, os direitos fundamentais dos homens, a paz, a liberdade contra as opressões, a eliminação da miséria e da injustiça. A salvação verdadeira­mente integral só se obtém se estas realidades humanas forem purificadas e ulteriormente elevadas à familiaridade com Deus por Jesus Cristo no Espírito Santo”.19

Pois bem: o que gostaria de sublinhar é o serviço que pode oferecer o “Comentário” num compromisso tão delicado e neces­sário também para o nosso carisma dentro da Igreja.

Evidentemente este subsídio não enfrenta os múltiplos pro­blemas das diferentes culturas, mas, como já vimos, ele tem como finalidade a de assegurar a reta compreensão dos “conteú­dos essenciais” do carisma de Dom Bosco. Serve para saber qual é a identidade salesiana que deve ser encarnada, evitando deviações de interpretação e divisões na comunhão. De fato, o processo de inculturação do nosso carisma, enquanto nos compromete (ainda que gradualmente) numa verdadeira encarnação local e não numa simples adaptação, não pretende quebrar a unidade vital da Congregação, caindo em ambíguas e perigosas atitudes de nacionalismos e provincialismos. A nossa comunhão mundial não é de maneira alguma uniformidade cultural, mas convergên­cia viva e multiforme na identidade vocacional descrita pelas Constituições. As diferenças culturais não devem mudar o con­teúdo das Constituições; a cultura particular não deve ser coloca­da na frente do carisma: ela não é nem o Evangelho e nem o projeto apostólico de Dom Bosco, também se lhes dá uma pátria onde crescer e uma história onde se inserir como fermento.

O artigo 7º das Constituições afirma explicitamente que “nos­sa vocação exige que sejamos intimamente solidários com o mun­do e com sua história. Abertos às culturas dos países em que trabalhamos, procuramos compreendê-las e acolhemos seus valores para encarnar nelas a mensagem evangélica”.20 Trata-se sem dúvida de um desafio particularmente difícil; é conveniente por­tanto lembrar que a inculturação do Evangelho (e, portanto, tam­bém do nosso carisma) é, em última análise, obra de Deus e não simplesmente fruto de adaptações humanas: lembram-nos disso os Apóstolos, nascidos na cultura hebraica e mandados por Cristo a evangelizar todos os povos e, portanto, também as diferentes culturas. O que se lhes pedia era, antes de mais nada, a absoluta fidelidade ao testemunho de Cristo, com liberdade para assumir novos valores e com capacidade de largar determinados elementos do judaísmo já superados pela Mensagem de Jesus (lembremos a grande missão de Paulo entre os pagãos).

Seja a cultura própria, seja a dos outros, não podem jamais ser o critério incondicional de um processo de encarnação do Evangelho ou de um carisma. A cultura não é absoluta; não deve ser pensada como um edifício acabado e fechado. Ela é criação do homem, enriquecida com as contribuições positivas da sua crescente experiência, mas também enfraquecida pela ignorância e pelos erros humanos. Assim as culturas sempre se apresenta­ram, nalguns dos seus aspectos, com um certo peso negativo; neste sentido exerceram também insensivelmente uma espécie de controle das mentalidades e das consciências, diminuindo a ver­dadeira dignidade humana; em cada cultura, de fato, podemos individualizar alguns elementos negativos que é preciso se libertar através de uma evolução humana mais madura e mais verdadeira, dinamizada pelos sinais dos tempos e, sobretudo, pela revelação de Cristo.

Assim, a inculturação do Evangelho (e, com ele, a dos vários carismas da Igreja) não é a entrada de um hóspede numa casa intocável, onde morar estaticamente; é, no entanto, a chegada feliz de um colaborador, de um libertador, de um purificador, de um promotor, de um renovador que intervém na evolução da cultura existente para transformá-la positivamente e fazê-la crescer, origi­nando novas configurações culturais.

Certamente isto só pode ser um trabalho de conjunto de toda a Igreja local através das várias gerações.

A nós aqui interessa fazer compreender a superioridade salvífica e os dinamismos benéficos do Evangelho (e do nosso carisma específico) diante das culturas existentes, e de focalizar a importância que possui no processo de inculturação da vocação salesiana (processo verdadeiramente indispensável hoje) o pos­suir uma percepção clara dos conteúdos da própria identidade e o comprometer-se, com a ajuda do Espírito Santo, em traduzi-los na prática com autenticidade de acordo com as exigências dos tempos e dos lugares: “a comunidade salesiana — dizem as Cons­tituições — atua em comunhão com a Igreja particular. É aberta aos valores do mundo e atenta ao contexto cultural em que desen­volve sua ação apostólica”.21

O “Comentário” foi desejado pelo CG22 exatamente para ajudar-nos a não trair o presente que herdamos de Dom Bosco e a torná-lo atual, como realidade encarnada, entre todos os povos.



A criatividade pastoral22

Um outro aspecto, estritamente unido à encarnação da iden­tidade salesiana, é o do pluralismo pastoral.

As Constituições nos dizem que a nossa específica (e caracte­rística) missão de “ser na Igreja sinais e portadores do amor de Deus aos jovens, especialmente aos mais pobres”23 se realiza de fato com uma pluralidade de compromissos pastorais. Esta pluralidade nasce das diferentes condições juvenis que encontra­mos e também da criatividade e, portanto, do espírito de iniciativa apostólica própria dos irmãos que trabalham.

Para guiar a necessária passagem da unidade de missão, comum a todos os Salesianos em todas as partes do mundo, para a pluralidade pastoral, própria das várias situações, as Constitui­ções oferecem alguns critérios comuns e permanentes que é pre­ciso saber aplicar convenientemente: primeiro entre todos é a experiência oratoriana de Dom Bosco em Valdocco, destinada a ser para nós “o critério permanente de discernimento e renova­ção de cada atividade e obra”.24

Um objetivo muito importante do “Comentário” é exatamente o de guiar-nos na reta interpretação e aplicação dos “critérios pastorais” apresentados nas Constituições.

Se é verdade que “a missão dá a toda a nossa existência o seu tom concreto, especifica a tarefa que temos na Igreja e de­termina o lugar que ocupamos entre as famílias religiosas”,25 quer dizer que todos os artigos constitucionais que orientam e especi­ficam os nossos compromissos pastorais possuem um caráter de particular importância para a vocação salesiana. É, portanto, ver­dadeiramente providencial que tenha sido posto à nossa disposi­ção um guia de leitura que explica detalhadamente os conteúdos e esclarece o significado.

Numa hora de grandes transformações socioculturais, um dos problemas mais delicados para toda a Igreja é o da concretude metodológica e da eficácia apostólica. E o é assim também para a Congregação.

As mudadas condições juvenis exigem uma grande criativi­dade pastoral; não existem fórmulas já prontas para oferecer; não se pode impor uma mesma modalidade de solução para os diferentes problemas; há necessidade de saber ver e constatar, de discernir e projetar em cada inspetoria e em cada comunidade. Daí a necessidade de conhecer e valorizar aqueles critérios co­muns, que fazem parte da preciosa tradição carismática de Dom Bosco.

O “Comentário” no-lo explica de maneira categorizada e am­pla, ajudando-nos assim a ter um critério pastoral básico, comum a toda a Congregação.



Esclarecimento da nossa “Regra de vida”



Na Introdução geral do “Comentário” encontramos uma apre­sentação sintética dos diferentes sentidos da palavra “Constitui­ções”, com uma breve indicação da evolução do seu uso real na vida religiosa, e com a explicação da sua especificidade qual “carta fundamental” da nossa “Regra de vida”.

Ser Salesianos significa voltar à experiência vivida por Dom Bosco, que dava particular importância aos aspectos metodoló­gicos concretos seja na atividade apostólica seja na vida pessoal e na convivência comunitária. O seguimento de Cristo comporta uma prática de vida; ser discípulo implica também metodolo­gia de ação e de ascese. A tradição viva do carisma do Fundador exige indicações e esclarecimentos que ultrapassam as Constitui­ções, também se devem estar alicerçadas sempre nelas. O artigo constitucional 191 afirma-o explicitamente descrevendo os vários componentes daquilo que se chama “o direito próprio da nossa Sociedade”.

O “Comentário” esclarece também este importante aspecto na explicação dos vários artigos e, em particular, na apresentação sintética do significado e do valor dos “Regulamentos gerais”,26 que acompanham as Constituições com as indispensáveis normas de aplicação. De fato, o conteúdo de não poucos artigos consti­tucionais é desenvolvido e completado, em sua projeção prática, nos Regulamentos.

Podemos indicar, como exemplo, a nossa responsabilidade na Família Salesiana,27 que nos chama a realizar determinados ser­viços: esses estão exatamente indicados nos Regulamentos.28

Ou a nossa missão, descrita substancialmente no capítulo 4º das Constituições, que requer ulteriores determinações práticas: elas são indicadas nos Regulamentos, a partir da elaboração do projeto educativo-pastoral.29

Assim também para a formação:30 as suas aplicações con­cretas são apresentadas não só nos Regulamentos,31 mas também através dos “Princípios e Normas” da “Ratio”.

Enfim, podemos lembrar os artigos constitucionais sobre o Capítulo geral32 e sobre o Capítulo inspetorial:33 eles precisam de maiores detalhes e normas, que estão exatamente presentes nos Regulamentos.34

A leitura atenta do “Comentário” nos ajudará, portanto, a compreender e apreciar a extensão, a profundidade, a utilidade, o valor, a inspiração evangélica e a praticidade de toda a nossa “Regra de vida”.



Convite à interiorização



O CG22 quis o “Comentário” sobretudo para ajudar-nos a “interiorizar”, ou seja, a transferir na esfera da consciência pes­soal e das convicções espirituais, o conteúdo vital das Constitui­ções.

Na Introdução geral lembram-se os quatro momentos deste processo: “conhecimento”, “sintonia”, “devoção” e “prática de vida”.35 As Constituições são um “livro de vida”: mais do que introduzir-nos no convento para viver como “observantes” — lemos — pede que permaneçamos com Dom Bosco para sermos “missionários dos jovens”. É, este, o compromisso fundamental da nossa Profissão salesiana, vivida e aperfeiçoada ao longo de toda a vida.

Para alcançar esse objetivo é preciso fazer do “Comentário” um livro de “estudo” e de “reflexão orante”. São dois momentos complementares de sua profícua utilização: o “estudo” traz con­sigo a percepção profunda, no âmbito da consciência, dos conteú­dos a serem vividos; e a “reflexão orante” leva à sua assimilação na interioridade das convicções e das escolhas espirituais.

O “estudo” e a “reflexão orante” deveriam realizar-se seja pessoalmente por conta de cada irmão, seja comunitariamente através de uma oportuna programação.



Cada irmão deveria considerar este volume como um precioso presente que a Congregação entrega a ele pessoalmente. Servir-lhe-á para compreender melhor e para crescer em sua Profissão salesiana:

  • o “estudo”, seguindo os temas-geradores (sugeridos even­tualmente pelo índice analítico das Constituições) aumentará nele a consciência e o entusiasmo pelo seu projeto de vida batismal;

  • e a “reflexão orante” ajudá-lo-á a descobrir cada vez mais em que sentido as Constituições são o “testemunho vivo” de Dom Bosco e por que são para ele concretamente o “caminho que conduz ao Amor”.



Cada comunidade, ainda, é convidada a se enriquecer com os valores deste volume sobretudo nos momentos fortes:

  • o “estudo”, realizado com a ajuda de alguma pessoa com­petente, aprofundará nos irmãos o verdadeiro significado evangé­lico da sua vida como missionários dos jovens, intensificando a consciência de um importante e atual carisma eclesial.

  • e a “reflexão orante”, talvez com o auxílio de apropriadas celebrações da Palavra, fará sentir a todos a profundidade e a validade da bonita e acertada afirmação do Pe. Rua (definindo “a Regra vivente”): “as Constituições, saídas do coração paterno de Dom Bosco, aprovadas pela Igreja, serão o vosso guia, a vossa defesa diante dos perigos, das dúvidas ou dificuldades. Elas são (para nós) o livro da vida, a esperança de saúde, o miolo do Evangelho, o caminho da perfeição, a chave do paraíso, o pacto da nossa aliança com Deus”.36



Válido subsídio de esperança



Depois da providencial mudança conciliar, o Reitor-Mor com o seu Conselho foram encarregados de preparar para toda a Con­gregação alguns subsídios de particular utilidade nesta hora de profundas transformações: a “Ratio”, os “Critérios e normas de discernimento vocacional salesiano”, o “Comentário” ou “Guia de leitura às Constituições”, o Livro de governo, constituído pelo manual do “Diretor Salesiano (que está sendo impresso em sua edição atualizada) e pelo manual do “Inspetor Salesiano” com o do “Secretário inspetorial” (de próxima publicação), o “Proprium” para as festas e as memórias salesianas na liturgia e para o rito da nossa Profissão religiosa (em fase adiantada de preparação); o “Núcleo comum” para a nossa vida comunitária de oração seguindo a indicação do art. 77 dos Regulamentos (também este de futura publicação), e vários outros fascículos orientadores oferecidos oportunamente pelos nossos dicastérios de serviço.

É um conjunto de subsídios válidos, preparados com sacri­fício e competência; eles têm a finalidade de ajudar a percorrer a etapa prática de aplicação da renovação conciliar em nossa Congregação. Não é fácil encontrar entre os Institutos religiosos quem possa contar hoje tantos instrumentos qualificados de uma praticidade e sabedoria metodológico-espiritual.

Não são poucos aqueles que os pedem e nos invejam. Seria estranho que exatamente nós não aproveitássemos e não nos preo­cupássemos em utilizá-los ao máximo. As próximas celebrações do ‘88 devem estimular-nos ao seu uso com inteligência e cons­tância. Poderemos assim dar às nossas comunidades aquela vita­lidade carismática, própria do projeto evangélico de Dom Bosco, que é um aspecto essencial da nossa identidade e que as Igrejas locais esperam positivamente das presenças salesianas em favor dos jovens e das classes populares.

Entre estes subsídios o “Comentário” ocupa um lugar privi­legiado porque nos introduz à “carta fundamental” da nossa voca­ção. Se bem utilizado, tornar-se-á um multiplicador de esperança porque nos ajudará a compreender o significado, a largueza e a amplitude da opção fundamental feita com a Profissão salesiana, e nos estimulará a aplicá-la a cada dia na vida, reavaliando o impulso místico do “da mini animas” e aquele ascético do “tra­balho e temperança”. Iluminar-nos-á e nos acompanhará nesta “fide­lidade ao compromisso assumido com a profissão religiosa” que é “resposta sempre renovada à Aliança especial que o Senhor fez conosco”.37



Endereçamento para uma melhor ótica eclesial e mariana



Fomos acusados algumas vezes de termos ficado demasiado fechados nas nossas obras com uma mentalidade um tanto caseira, que enfatizava um certo “espírito corporativo” mais de igrejinha do que de Igreja. Aceitamos isso sem criar polêmicas: talvez era um pouco uma mentalidade comum, em geral, dos Institutos reli­giosos e também, em certo sentido, do clero diocesano.

A renovação conciliar nos convida a uma visão mais autên­tica da nossa identidade. O “Comentário”, como já sugerimos no critério eclesial acima indicado, explica constantemente como “a vocação salesiana situa-nos no coração da Igreja e nos põe inteira­mente a serviço da sua missão; com o nosso testemunho e com as nossas atividades “contribuímos para edificar a Igreja como Corpo de Cristo, a fim de que, também por nosso intermédio, ela se manifeste ao mundo como sacramento universal da salvação”.38

É muito importante reatualizar a dimensão carismática da nossa vocação para que apareça a todos que somos de verdade um dom “para todo o Povo de Deus”39 e que renovamos de fato e constantemente “a vontade de agir com a Igreja”.40

Neste sentido deve ter em nós uma ressonância profunda o que afirma o artigo 1º das Constituições sobre o reconhecimento da Igreja com relação à origem carismática da obra do nosso Fundador; de fato, “desta presença ativa do Espírito haurimos a energia para a nossa fidelidade e o apoio da nossa esperança”.41

A ótica eclesial do nosso carisma torna-se mais pessoal e es­pecificamente perceptível pela intervenção direta de Maria, expe­rimentada permanentemente por Dom Bosco e por ele fielmente reconhecida e proclamada: “Nossa Senhora é a fundadora e será o sustentáculo das nossas obras”.42

O Concílio nos ensinou a unir cada vez mais Maria à Igreja e a Igreja a Maria.

Pensar que o nosso projeto de vida foi por Ela indicado a Dom Bosco nos faz apreciar mais eclesialmente as nossas Cons­tituições.

O conhecimento, ainda, da sua diligente e contínua presença como Mãe da Igreja e Auxiliadora dos Cristãos nos anima a contar sempre mais confiadamente sobre “a graça da consagração”43 que nos assegura simultaneamente o poder do Espírito Santo e o cuidado maternal de Maria para poder fielmente cumprir com o seu auxílio o que por graça deles professamos com alegria.44

O “Comentário” oferece abundantes elementos para refletir sobre a ótica eclesial e mariana das nossas Constituições.



Queridos irmãos, temos à nossa disposição um conjunto de subsídios muito válidos para realizar no Espírito de Deus, na fidelidade a Dom Bosco, a grande mudança conciliar e para adentrarmos ativamente, como Salesianos, no terceiro milênio do Cristianismo. Em particular, o “Comentário” às Constituições nos é oferecido como luz e como estímulo para crescer na nossa identidade vocacional. Saibamos fazer tesouro dele para dar ver­dadeira atualidade àquela Profissão salesiana que é “penhor de esperança para os pequenos e para os pobres”45 e é “o dom mais precioso que podemos oferecer aos jovens”.46

A Auxiliadora nos assista e interceda para que saibamos per­correr até o fim, permanecendo sempre com Dom Bosco, este nosso “caminho que conduz ao Amor”.

Desejo a todos um ano novo de crescimento no testemunho salesiano e na fecundidade apostólica em preparação às celebra­ções centenárias do ‘88.

Peçamos juntos todos os dias a luz, a coragem e a criatividade apostólica que o Espírito de Deus dá ininterruptamente à Igreja e, n’Ela, aos portadores dos seus carismas;

Com afeto em Dom Bosco,

1 GC22, Documentos, 1.4, p. 12.

2 Cf. “Apresentação”, p. 7. [Obs.: as citações do “Comentário” referem-se à edição em italiano]

3 Const. 192.

4 Const. 146.

5 Const. 192.

6 Cf. ACG 312, p. 34-35.

7 Const. 3.

8 Cf. ACG 312, p. 18-20.

9 Cf. Ib., p. 21-25 e 13-14.

10 Const. 21.

11 Cf. ACG 312, p. 9-10.

12 Cf. ACG 319.

13 Cf. Const. 97.

14 Cf. 1Cor 11,1.

15 Const. 100.

16 Ib.

17 Const. 7.

18 Relação final II, D, 4.

19 Ib. D, 3.

20 Const. 7; cf. 30, 57, 101.

21 Const. 57.

22 Const. 40.

23 Const. 2.

24 Const. 40.

25 Const. 3.

26 Cf. “Comentário”, p. 955.

27 Const. 5.

28 Cf. Regul. 36-41.

29 Cf. Regul. 4-35.

30 Cf. Const. Cap. 8º e 9º.

31 Cf. Regul. Cap. 8º e 9º.

32 Cf. Const. 146-153.

33 Cf. Const. 170-174.

34 Cf. respectivamente: Capítulo Geral, Regul. 111-134; e Capítulo Inspetorial, Regul. 161-169.

35 Cf. “Comentário”, p. 28-29.

36 Carta aos Inspetores e Diretores sobre a “Observância das Constituições e dos Regulamentos”, 1º de dezembro de 1909, volume das Cartas publicadas pela Direção Geral, Turim, 1965, p. 498-499.

37 Const. 37.

38 Const. 6.

39 Const. 192.

40 Const. 7; cf. 35, 42, 47, 48, 57.

41 Const. 1.

42 MB 7, 334; cf. Const. 1, 8, 20, 34, 92.

43 Const. 195.

44 Cf. Oração da Apresentação das Constituições, Const. p. 7.

45 Const. 196.

46 Const. 25.

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