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1.1 Estréia 2013: Comentário |
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À REDESCOBERTA DO SISTEMA PREVENTIVO
"Alegrai-vos sempre no Senhor! Repito: alegrai-vos!" (Fl 4:4)
Como
Dom Bosco educador,
ofereçamos
aos jovens o Evangelho da alegria
mediante
a pedagogia da bondade
Roma, 31 de dezembro de 2012 – 1º de janeiro de 2013.
Queridos Irmãos e Irmãs da Família Salesiana,
o segundo ano do triênio de preparação ao bicentenário do nascimento de Dom Bosco terá a sua pedagogia como foco. Em 2012 centramos a atenção na sua história e procuramos compreender melhor como toda a sua vida tenha sido marcada pela predileção pelos jovens. Com essa finalidade, ele entregou todas as suas energias, justamente por ter percebido que era essa a missão que Deus lhe confiava.
Em 2013, o nosso objetivo será aprofundar a sua proposta educativa: aquilo que Dom Bosco pretendeu oferecer aos jovens e o método utilizado por ele para abrir as portas de seus corações, conquistar a confiança deles e plasmar personalidades robustas do ponto de vista humano e cristão. Concretamente, queremos aproximar-nos de Dom Bosco educador. Trata-se, pois, de aprofundar e atualizar o Sistema Preventivo. Eis o tema da Estreia 2013.
A nossa abordagem, também agora, não é só intelectual. De um lado, é certamente necessário o estudo profundo da Pedagogia Salesiana a fim atualizá-la segundo a sensibilidade e as exigências do nosso tempo. Hoje, os contextos sociais, econômicos, culturais, políticos, religiosos, nos quais estamos a viver a vocação e a realizar a missão salesiana, estão profundamente alterados. De outro lado, para a fidelidade carismática ao nosso Pai, é igualmente necessário fazer nosso o conteúdo e o método da sua oferta educativa e pastoral. No contexto da sociedade de hoje, somos chamados a sermos santos educadores como ele, entregando a nossa vida como ele, trabalhando com e pelos jovens.
À REDESCOBERTA DO SISTEMA PREVENTIVO
Reconsiderando a experiência educativa de Dom Bosco, somos chamados a vivê-la novamente hoje com fidelidade. Com certeza, todos nós estamos convencidos de que, por algumas de suas expressões e interpretações peculiares, o seu Sistema Preventivo aparece decisivamente “datado”, enquanto ligado a um mundo que já não existe. Foram, realmente, muitas as “revoluções” que se sucederam ao longo do século XX em nível pedagógico, psicológico, religioso, político, cultural, filosófico, tecnológico, demográfico. O mundo tornou-se uma “aldeia global” permeada por contínuas inundações midiáticas, globalizantes, que têm influência sobre todas as culturas do planeta. O modo de pensar aparece marcado por critérios culturais inéditos de produtividade, eficiência, cálculo, racionalidade científica. Por isso, muitas das velhas categorias interpretativas demonstram-se hoje superadas no quadro de leitura dos fenômenos sociais.
Ora, para a atualização correta do Sistema Preventivo, mais do que logo pensar em programas e fórmulas ou insistir em alguns slogans genéricos e bons para todos os tempos, o nosso esforço hoje será o da compreensão histórica do método de Dom Bosco, sabendo que algumas considerações situacionais específicas deram origem a configurações de princípio, elaborações teológicas, antropológicas, pastorais, pedagógicas que ele acreditou oportunas para os jovens do seu tempo. Esta compreensão histórica haverá de ajudar-nos a não isolar a sua experiência, aplicando-a com seus princípios mediante modalidades novas. Trata-se, em concreto, de analisar como foi diferente a sua ação pelos jovens, pelo povo, pela Igreja, pela sociedade, pela vida religiosa, e também como foi diferente o seu modo de educar os jovens do primeiro Oratório festivo, do pequeno seminário de Valdocco, dos clérigos salesianos e não salesianos, dos missionários. Isso não significa que já não estivessem presentes no primeiro Oratório da casa Pinardi algumas intuições importantes que serão sucessivamente adquiridas em seu significado mais profundo de síntese humanístico-cristã complexa:
a) a estrutura flexível (modalidade com que Dom Bosco pensa o Oratório) como obra de mediação entre Igreja, sociedade urbana e camadas populares juvenis;
b) o respeito e a valorização do ambiente popular;
c) a religião colocada como fundamento da educação segundo o ensinamento da pedagogia católica que lhe foi transmitida pelo ambiente do Colégio Eclesiástico;
d) a trama dinâmica entre formação religiosa e desenvolvimento humano, entre catecismo e educação. Em outras palavras, a convergência entre educação e educação à fé (integração fé-vida);
e) a convicção de que a instrução é um instrumento essencial para iluminar a mente;
f) a educação, como também a catequese, que se desenvolve em todas as expressões compatíveis com a escassez de tempo e recursos: alfabetização de quem jamais pôde usufruir de qualquer forma de instrução escolar, colocação no trabalho, assistência ao longo da semana, realização de atividades associativas e assistenciais etc.
g) a valorização e ocupação plena do tempo livre;
h) a bondade como estilo educativo e, mais em geral, como estilo de vida cristã.
Da dinâmica de sua experiência pessoal deste método, denominado justamente a partir de determinado momento como “Sistema Preventivo”, torna-se um “sistema” anunciado e apresentado como método universal. Dom Bosco o propôs e quis que fosse adotado para a educação e a reeducação dos jovens pertencentes aos mais variados grupos.
[À atenção da revisão: não alterar os longos textos entre « », que são da Carta de Identidade da Família Salesiana; o texto já foi publicado e, com isso, tornou-se oficial]
Como é sabido, e encontramos escrito na Carta de Identidade da Família Salesiana, o Sistema Preventivo «representa a síntese da sabedoria pedagógica de Dom Bosco e constitui a mensagem profética deixada por ele aos seus herdeiros e a toda a Igreja. Trata-se de uma experiência espiritual e educativa que se fundamenta na razão, na religião e na bondade.
A razão sublinha os valores do humanismo cristão, como a busca de sentido, o trabalho, o estudo, a amizade, a alegria, a piedade, a liberdade não desvinculada da responsabilidade, a harmonia entre sabedoria humana e sabedoria cristã.
A religião significa dar espaço à Graça que salva, cultivar o desejo de Deus, favorecer o encontro com Cristo Senhor, enquanto dá sentido pleno à vida e resposta à sede de felicidade, inserir-se progressivamente na vida e na missão da Igreja.
A bondade exprime a necessidade de que, para iniciar uma relação educativa eficaz, os jovens não só sejam amados, mas percebam que são amados; trata-se de um estilo especial de relacionamento e é um amar que desperta as energias do coração juvenil levando-as a amadurecer até a oblatividade.
Razão, religião e bondade são hoje, mais do que ontem, elementos indispensáveis à ação educativa e fermentos preciosos para dar vida a uma sociedade mais humana, em resposta às expectativas das novas gerações».[1]
Tão logo conhecido corretamente o que nos foi transmitido pelo passado, é preciso traduzir para a atualidade as grandes intuições e virtualidades do Sistema Preventivo. É preciso modernizar os princípios, os conceitos, as orientações primitivas, reinterpretando no plano teórico e prático tanto as grandes ideias de fundo, que todos conhecemos (a maior glória de Deus e a salvação das almas; a fé viva, a firme esperança, a caridade teológico-pastoral; o bom cristão e o honesto cidadão; a alegria, o estudo, a piedade; saúde, estudo e santidade; piedade, moralidade, cultura, civilidade; a evangelização e a civilização...), quanto as grandes orientações de método (fazer-se amar antes de fazer-se temer; razão, religião, bondade; pai, irmão, amigo; familiaridade, sobretudo no recreio; conquistar o coração; o educador “consagrado” ao bem de seus alunos; grande liberdade de pular, correr, gritar à vontade...). E tudo isso em benefício da formação de jovens “novos” para o século XXI, chamados a viver e confrontar-se com uma vastíssima e inédita gama de situações e problemas, em tempos decididamente modificados, nos quais as próprias ciências humanas estão em fase de reflexão crítica.
Desejo sugerir, particularmente, três perspectivas, analisando mais profundamente a primeira.
O relançamento do “honesto cidadão” e do “bom cristão”
Num mundo profundamente alterado em relação ao do século dezenove seria uma grave lacuna de ordem sociológica e também teológica atuar a caridade segundo critérios fechados, locais, pragmáticos (e aqui devemos reconhecer que Dom Bosco certamente não tinha condições de fazer mais do que fez) esquecendo as dimensões mais amplas do bem comum, nacional e mundial. De fato, o amadurecimento ético da consciência contemporânea descobriu os limites do assistencialismo que, esquecendo a dimensão política do subdesenvolvimento, não consegue influir positivamente sobre as causas da miséria, as estruturas de pecado das quais brota um contexto social sempre denunciado por todos. Conceber a caridade apenas como esmola, ajuda emergencial, significa correr o risco de mover-se no âmbito de um “falso samaritanismo” que, além das boas intenções, só pode ser expressão de uma solidariedade de má qualidade, porque funcional a modelos de desenvolvimento que miram o bem-estar de alguns, dourando a pílula amarga para os demais.
Recordemos que no pós-Concílio as expressões “pobreza da Igreja” e “Igreja dos pobres” tiveram muitas facetas, até mesmo contraditórias, e, contudo, devemos recordar também que o evangelho não foi inventado por nós, como também não inventamos o seu trágico choque com a política e a economia. A fé toca a história, mesmo não se reduzindo a ela. Não sendo o amor do próximo toda a mensagem cristã, poder-se-á talvez negar que ele seja central e essencial?
Falou-se e escreveu-se que, diante do Estado moderno, que assumiu a tutela e a assistência social dos cidadãos, a Igreja já não tinha espaço de intervenção no plano da caridade e da assistência, como tivera no passado. A nossa atual realidade desmente essa hipótese que nutriu as ideologias laicistas e estatizantes. A Igreja volta a ser, com muita frequência, um ponto de referência também no Welfare state. Ouvimos dizer por longos anos, que a caridade e a assistência eram instrumentos obsoletos e sem serventia, não mais utilizáveis na sociedade moderna e no estado democrático. Hoje, mesmo em ambientes leigos, reconhece-se a função social do voluntariado cristão, do assim chamado terceiro setor – non profit – das iniciativas que partem das paróquias, das associações, das instituições, das igrejas locais...
Ora, o fato de bilhões de pessoas estarem a viver hoje em condições bem distantes da “civilização do amor”, desejada pelo papa Paulo VI e reafirmada pelos seus sucessores, poderá encontrar em nós “uma resposta específica” no recurso à fórmula de Dom Bosco do “honesto cidadão e bom cristão”?
Quanto ao “honesto cidadão”, é-nos imposta uma profunda reflexão. Antes de tudo, em nível especulativo, ela deve estender a sua consideração a todos os conteúdos relativos ao tema da promoção humana, juvenil, popular, dando atenção, ao mesmo tempo, às pertinentes diversas qualificadas considerações filosófico-antropológicas, teológicas, científicas, históricas, metodológicas. Essa reflexão deve ser concretizada, portanto, no plano da experiência e da reflexão operativa dos indivíduos e das comunidades. Gostaria de recordar aqui que, para os Salesianos de Dom Bosco, um Capítulo Geral de grande relevo, o CG23, indicara como lugares e objetivos importantes da educação, a “dimensão social da caridade” e “a educação dos jovens ao empenho e à participação na política”, “âmbito um tanto transcurado e desconhecido por nós” (cf. CG23, números 203-210-212-214).
Se, por um lado, compreendemos a opção de Dom Bosco de só fazer “a política do Pai Nosso”, por outro, também precisamos perguntar o quanto a sua opção inicial de uma educação entendida em sentido estrito e a consequente práxis de seus educadores de excluir a “política” da própria vida, não condicionaram e limitaram a importante dimensão sociopolítica na formação dos educandos. Além das dificuldades objetivas criadas por diferentes regimes políticos com os quais Dom Bosco precisou conviver, também não teriam contribuído para isso educadores propensos ao conformismo, ao isolacionismo, com uma cultura insuficiente e um conhecimento escasso do contesto histórico-social?
Precisamos caminhar, portanto, na direção de uma confirmação atualizada da “opção social, política e educativa” de Dom Bosco. Isso não significa promover um ativismo ideológico, ligado a determinadas opções político-partidárias, mas formar para a sensibilidade social e política que sempre leve a investir a própria vida como missão pelo bem da comunidade social, com referência constante aos inalienáveis valores humanos e cristãos. Trata-se, pois, de agir neste setor de acordo com uma atuação prática mais coerente. Dito em outros termos, a reconsideração da qualidade social da educação – já imanente, embora imperfeitamente realizada, na opção juvenil fundamental, também do ponto de vista das declarações e das fórmulas – deveria incentivar a criação de experiências explícitas de empenho social no sentido mais amplo. Isso, porém, também supõe um esforço específico teórico e vital, inspirado numa visão mais ampla da própria educação, com realismo e consistência. Não bastam proclamas e declarações. São precisos também conceitos teóricos e projetos operativos concretos a serem traduzidos em programas bem definidos e articulados.
Quem vive realmente preocupado com a dimensão educativa procura influir através dos instrumentos políticos, para que ela seja levada em consideração em todos os âmbitos: da urbanização e do turismo ao esporte e ao sistema radiotelevisivo, realidades nas quais se privilegiam frequentemente os critérios de mercado.
Perguntemo-nos: a Congregação Salesiana, a Família Salesiana, as nossas Inspetorias, os nossos grupos e casas estão fazendo todo o possível nessa direção? Sua solidariedade para com a juventude é apenas ato de afeto, gesto de entrega ou, também, contribuição de competências, resposta racional, adequada e pertinente às necessidades dos jovens e das classes sociais mais frágeis?
O mesmo deveria ser dito do relançamento do “bom cristão”. Dom Bosco, “inflamado” de zelo pelas almas, compreendeu a ambiguidade e a periculosidade da situação, contestou os seus pressupostos, encontrou formas novas de opor-se ao mal com os escassos recursos (culturais, econômicos...) de que dispunha.
Trata-se de revelar e ajudar a viver conscientemente a vocação de homem, a verdade da pessoa. E precisamente nisso os crentes podem dar a sua contribuição mais preciosa.
Eles sabem, com efeito, que o ser e as relações da pessoa são definidos pela sua condição de criatura, o que não indica inferioridade ou dependência, mas amor gratuito e criativo da parte de Deus. O homem deve a própria existência a um dom. Está situado numa relação com Deus a ser retribuída. Fora dessa relação, a sua vida não tem sentido. O “além“, que ele vislumbra e deseja vagamente, é o Absoluto; não um absoluto estranho e abstrato, mas a fonte da vida que o atrai para si.
A verdade da pessoa, que a razão percebe de modo inicial, encontra em Cristo a sua iluminação total. Jesus Cristo, com suas palavras, mas, sobretudo, em força da sua existência humano-divina, em que se manifesta a consciência de Filho de Deus, abre a pessoa à plena compreensão de si e do próprio destino.
N’Ele somos constituídos filhos e chamados a viver como tais na história. É uma realidade e um dom, cujo sentido o homem deve penetrar progressivamente. A vocação de filhos de Deus não é um acréscimo de luxo, um complemento extrínseco à realização do homem. Ela é, na verdade, a sua realização plena, a condição indispensável da sua autenticidade e plenitude, a satisfação das suas exigências mais radicais, aquelas que substanciam a sua mesma estrutura de criatura.
Contudo, como atualizar o “bom cristão” de Dom Bosco? Como salvaguardar hoje a totalidade humano-cristã do projeto em iniciativas formais e prevalentemente religiosas e pastorais, contra os perigos de antigos e novos integrismos e exclusivismos? Como transformar a educação tradicional, na qual o contexto era “uma sociedade monorreligiosa”, em educação aberta e, ao mesmo tempo, crítica diante do pluralismo contemporâneo? Como educar para viver de maneira autônoma e, ao mesmo tempo, participar de um mundo multirreligioso, multicultural, multiétnico? Diante da atual superação da pedagogia tradicional da obediência, adequada a certo tipo de eclesiologia, como promover a pedagogia da liberdade e da responsabilidade, que se volta para a construção de pessoas responsáveis, capazes de decisões maduras livres, abertas à comunicação interpessoal, inseridas ativamente nas estruturas sociais, em atitude não conformista, mas construtivamente crítica?
Retornar aos jovens com maior qualificação
Foi entre os jovens que Dom Bosco elaborou o seu estilo de vida, o seu patrimônio pastoral e pedagógico, o seu sistema, a sua espiritualidade. A unicidade da missão juvenil foi sempre real em Dom Bosco, mesmo quando, por motivos particulares, não estava materialmente em contato com os jovens, mesmo quando a sua ação não estava diretamente a serviço dos jovens, mesmo quando, com tenacidade, defendeu seu carisma de fundador para todos os jovens do mundo, diante da pressão de eclesiásticos nem sempre bem iluminados. Missão salesiana é consagração, é “predileção” pelos jovens, e esta predileção, em seu estado inicial, nós o sabemos, é um dom de Deus, mas cabe à nossa inteligência e ao nosso coração desenvolvê-la e aperfeiçoá-la.
O verdadeiro salesiano não deserta do campo juvenil. Salesiano é aquele que tem um conhecimento vital dos jovens: o seu coração pulsa onde pulsa o coração dos jovens. O Salesiano vive e trabalha para eles, esforça-se para responder às suas necessidades e aos seus problemas; eles são o sentido da sua vida: trabalho, escola, afetividade, tempo livre. Salesiano é aquele que também tem um conhecimento teórico e existencial dos jovens, permitindo-lhe descobrir as suas verdadeiras necessidades e criar uma pastoral juvenil adequada às necessidades dos tempos.
Para ser incisiva, a fidelidade à nossa missão deve ser posta, portanto, em contato com os “nós” da cultura de hoje, com as matrizes da mentalidade e dos comportamentos atuais. Vivemos perante desafios realmente grandes, que exigem seriedade de análise, pertinência nas observações críticas, profundo confronto cultural, capacidade de compartilhar psicologicamente a situação. Então, para limitar-nos a algumas questões:
a- Quem são exatamente os jovens aos quais “consagramos” a nossa vida, pessoalmente e em comunidade? O que eles querem, o que eles desejam e o que queremos nós (e Deus) para eles? Conhecemos os jovens de hoje? Estamos convencidos do problema quantitativo e qualitativo diverso dos jovens de hoje em relação àquele enfrentado por Dom Bosco há cento e quarenta anos?
b- Qual é a nossa profissionalidade pastoral em nível de reflexão teórica sobre os itinerários educativos e de práxis pastoral? Ela encontra o banco de prova na criatividade, na ductilidade, na flexibilidade e no antifatalismo. O certo é que, para podermos nos “inculturar”, não podemos depender apenas dos documentos dos Capítulos Gerais das nossas Congregações, das deliberações mais importantes dos vários grupos ou das cartas do Reitor-Mor.
c- Hoje, a responsabilidade educativa só pode ser coletiva, coral, participada. Qual é, então, o nosso “gancho” com a “rede de relações” no território e também fora do território em que vivem os nossos jovens? Qual a nossa contribuição exata de participação e colaboração no interior da rede educativa globalizada? Levamos em conta as soluções possíveis, confrontando-nos também com terceiros?
d- Se alguma vez a Igreja se vê desarmada diante dos jovens, não será, por acaso, que também estão desarmados os Salesianos ou a Família Salesiana de hoje?
Uma educação com o coração
As novas gerações salesianas talvez experimentem, nestes últimos decênios, certa desorientação diante das antigas formulações do Sistema Preventivo: ou porque não sabem como aplicá-lo hoje, ou porque inconscientemente o imaginam como uma “relação paternalista” com os jovens. Contudo, quando contemplamos Dom Bosco, visto em sua realidade viva, descobrimos nele a superação instintiva e genial do paternalismo educativo inculcado por grande parte da pedagogia dos séculos anteriores a ele (XVI-XVIII). De fato, naquele tempo, o discurso pedagógico refletia a sociedade europeia que, até em nível político, era estruturada de modo paternalista. Entretanto, a vida inteira de Dom Bosco resulta um tecido de relações interpessoais com jovens e adultos, relações das quais também brota o seu enriquecimento pessoal. Mil episódios e expressões, como «Deixem que lhes diga, e ninguém se ofenda: vocês são todos uns ladrões; digo-o e repito: vocês me aprisionaram por completo [...]; ainda me restava este pobre coração, do qual já me roubaram todos os afetos [...]; tomaram posse deste coração por inteiro, do qual nada me restou a não ser um desejo vivo de amá-los no Senhor»,[2] indicam a simbiose, a modernidade e a atualidade para além das etiquetas conhecidas: preventivo, amorevolezza, caridade. Em Dom Bosco, apossar-se do coração é uma expressão analógica e simbólica. Os jovens adentravam o coração de Dom Bosco e nele se reconheciam, nele se enriqueciam, dele se beneficiavam. Hoje, certamente, as modalidades da relação interpessoal são diversas: sociedade pluralista, globalidade das formas de conhecimento, internet, viagens etc.
Podemos perguntar-nos: os jovens e os adultos adentram ou podem adentrar hoje o coração do educador salesiano? O que descobrem nele? Um tecnocrata, um comunicador hábil, mas vazio, ou uma humanidade rica, preenchida e animada pela graça de Jesus Cristo, no Corpo Místico etc.? Se não descobrirem nele tudo isso, Dom Bosco talvez pudesse repetir mais ou menos estas palavras: “Quando não se encontrar a riqueza e a profundidade da graça de Cristo no coração do salesiano, a Congregação e a Família Salesiana teriam concluído o seu curso”.
COMPROMISSOS CONCRETOS PARA A FAMÍLIA SALESIANA
A partir do conhecimento da pedagogia de Dom Bosco e à luz das reflexões feitas anteriormente, são estes os grandes pontos de referência e os compromissos da Estreia de 2013 para a Família Salesiana:
O ‘evangelho da alegria’, que caracteriza toda a história de Dom Bosco e é a alma das suas múltiplas obras. «Em Jesus de Nazaré Deus revelou-se como o “Deus da alegria”[3] e o Evangelho como uma “alegre notícia” que tem início com as “Bem-aventuranças”, participação dos homens na mesma bem-aventurança de Deus. Trata-se de um dom não superficial, mas profundo, porque a alegria, mais do que sentimento efêmero, é energia interior que resiste também às dificuldades da vida. São Paulo recorda: “Estou cheio de consolação e transbordo de alegria, em todas as nossas aflições” (2Cor 7,4). Nesse sentido, a alegria que experimentamos na terra é um dom pascal, antecipação da alegria plena que gozaremos na eternidade.
Dom Bosco captou o desejo de felicidade presente nos jovens e demonstrou a sua alegria de viver com expressões como alegria, pátio e festa; mas jamais deixou de indicar a Deus como fonte da verdadeira alegria. Alguns de seus escritos, como O jovem instruído, a biografia de Domingos Sávio, o apólogo presente na história de Valentim, são demonstrações da correspondência que ele estabelecia entre graça e felicidade. E a sua insistência no “prêmio do paraíso” projetava as alegrias da terra na perspectiva da sua realização e da sua plenitude.
Quem pertence à Família Salesiana cultiva em si, à Escola de Dom Bosco, algumas atitudes que favorecem a alegria e a comunicam aos outros.
Confiança na vitória do bem: «Em todo jovem, mesmo no mais desafortunado – escreve Dom Bosco –, há um ponto sensível ao bem; primeiro dever do educador é descobrir esse ponto, essa corda sensível do coração, e tirar proveito disso».[4]
Apreço pelos valores humanos: O/a discípulo/a de Dom Bosco acolhe os valores do mundo e evita lamentar-se do tempo em que vive; conserva tudo o que é bom, especialmente quando agrada aos jovens e ao povo (cf. Const. SDB 17).
Educação para as alegrias cotidianas: é preciso um esforço paciente de educação para aprender, ou reaprender, a apreciar com simplicidade as múltiplas alegrias humanas que o Criador coloca todos os dias em nosso caminho.
Uma vez que se entrega totalmente ao “Deus da alegria” e testemunha em obras e palavras o “Evangelho da alegria”, o discípulo e a discípula de Dom Bosco vivem sempre alegres; difundem essa alegria e sabem educar para a alegria da vida cotidiana e para o sentido da festa, recordando o apelo de São Paulo: “Alegrai-vos sempre no Senhor; repito, alegrai-vos” (Fl 4,4)».[5]
A pedagogia da bondade. «A bondade (amorevolezza) de Dom Bosco é, sem dúvida, um traço característico da sua metodologia pedagógica tida ainda hoje como válida, tanto nos contextos ainda cristãos quanto naqueles nos quais vivem jovens que pertencem a outras religiões.
Entretanto, não se reduz apenas a um princípio pedagógico, mas deve ser reconhecida como elemento essencial da nossa espiritualidade.
Ela, com efeito, é amor autêntico porque vem de Deus; é amor que se manifesta nas linguagens da simplicidade, da cordialidade e da fidelidade; é amor que gera vontade de correspondência; é amor que suscita confiança, abrindo caminho para a confidência e a comunicação profunda ("a educação é coisa do coração"); é amor que se difunde criando clima de família, no qual viver em comum é belo e enriquecedor.
Para o educador, é amor que requer energias espirituais intensas: o desejo de estar e ficar ali, a renúncia de si e o sacrifício, a castidade dos afetos e o autocontrole nas atitudes, a escuta participante e a espera paciente para individualizar os momentos e os modos mais oportunos, a capacidade de perdoar e retomar os contatos, a mansidão de quem, às vezes, também sabe perder, mas continua a crer com esperança ilimitada. Não há amor verdadeiro sem ascética e não há ascética sem o encontro com Deus na oração.
A bondade é fruto da caridade pastoral. Dom Bosco dizia: "Sobre o que se fundamenta esta nossa amizade recíproca? [...] No desejo que tenho de salvar as vossas almas, que foram redimidas pelo sangue precioso de Jesus Cristo, e vós me amais porque procuro levar-vos pelo caminho da salvação eterna. Portanto, o fundamento da nossa afeição é o bem das nossas almas".[6]
A bondade torna-se assim sinal do amor de Deus, e instrumento para despertar a sua presença no coração dos que foram alcançados pela bondade de Dom Bosco; é um itinerário de evangelização.
De aqui a convicção que a espiritualidade apostólica da Família Salesiana caracteriza-se não por um amor entendido genericamente, mas pela capacidade de amar e fazer-se amar».[7]
A educação é coisa do coração. Para compreender a célebre expressão «a educação é coisa do coração e só Deus é o seu dono» (MB XVI, 447)[8] e entender, portanto, a Pedagogia da bondade no Sistema Preventivo, parece-me importante ouvir um dos mais reconhecidos especialistas do Santo educador: «A pedagogia de Dom Bosco identifica-se com toda a sua ação; e toda a ação com sua personalidade; e Dom Bosco inteirinho está concentrado definitivamente em seu coração».[9] Eis a sua grandeza e o segredo de seu sucesso como educador: Dom Bosco soube harmonizar autoridade e doçura, amor de Deus e amor dos jovens.
«O amor de Dom Bosco pelos jovens era feito de gestos concretos e oportunos. Ele se interessava pela vida inteira dos jovens, reconhecendo nela as necessidades mais urgentes e intuindo as mais recônditas. Afirmar que o seu coração estava entregue totalmente aos jovens, significa dizer que toda a sua pessoa, inteligência, coração, vontade, força física, o seu ser inteiro estava orientado para fazer-lhes o bem, promover o seu crescimento integral, desejar a sua salvação eterna. Ser homem de coração significava para Dom Bosco ser completamente consagrado ao bem dos seus jovens e entregar-lhes todas as suas energias, até o último alento!».[10]
A formação do honesto cidadão e do bom cristão. «Formar “bons cristãos e honestos cidadãos” é a intencionalidade expressa muitas vezes por Dom Bosco para indicar tudo aquilo que os jovens precisam para viver em plenitude a sua existência humana e cristã: roupa, alimento, alojamento, trabalho, estudo e tempo livre, alegria, amizade, fé atuante, graça de Deus, caminho de santificação, participação, dinamismo, inserção social e eclesial. A experiência educativa sugeriu-lhe um projeto e um especial estilo de intervenção, condensados por ele no Sistema Preventivo, que “se apoia todo na razão, na religião e na bondade”».[11]
A presença educativa no social compreende estas realidades: sensibilidade educativa, políticas educacionais, qualidade educativa da vivência social, cultura.
Humanismo salesiano. «Para Dom Bosco, significava valorizar tudo o que há de positivo enraizado na vida das pessoas, nas realidades criadas, nos acontecimentos da história. Isso o levava a perceber os valores autênticos presentes no mundo, sobretudo se agradáveis aos jovens; a inserir-se no fluxo da cultura e do desenvolvimento humano do próprio tempo, estimulando o bem e recusando lamentar-se sobre os males; a sábia busca da cooperação de muitos, convencido de que todos possuem dons a serem descobertos, reconhecidos e valorizados; a crer na força da educação que sustenta o crescimento do jovem e o encoraja a ser cidadão honesto e bom cristão; a entregar-se sempre e em qualquer situação à providência de Deus, percebido e amado como Pai».[12]
Sistema Preventivo e Direitos Humanos. A Congregação não tem razão de existir a não ser para a salvação integral dos jovens. Como Dom Bosco no seu tempo, nós não podemos ser espectadores; devemos ser protagonistas da salvação dos jovens. A carta de Roma, de 1884, pede-nos ainda hoje para colocar o “jovem no centro” como empenho cotidiano de cada gesto nosso e opção permanente de vida de cada comunidade nossa. Por isso, para a salvação integral dos jovens, o evangelho e o nosso carisma pedem-nos hoje para também percorrermos o caminho dos direitos humanos; trata-se de um novo caminho e de uma nova linguagem que não podemos transcurar. Não podemos deixar de tentar nada pela salvação dos jovens e, hoje, não nos seria possível olhar nos olhos de uma criança, se também não nos fizéssemos promotores dos seus direitos.
O Sistema Preventivo e os Direitos Humanos interagem enriquecendo-se reciprocamente. O sistema preventivo oferece aos direitos humanos uma abordagem educativa única e inovadora em relação ao movimento de promoção e proteção dos direitos humanos caracterizados até agora pela perspectiva da denúncia “ex post”, isto é, da denúncia das violações já cometidas. O sistema preventivo oferece aos direitos humanos a educação preventiva, ou seja, a ação e a proposta “ex ante”.
Como gente de fé, podemos dizer que o Sistema Preventivo oferece aos Direitos Humanos uma antropologia que se deixa inspirar pela espiritualidade evangélica e vê como fundamento dos direitos humanos o dado ôntico da dignidade de cada pessoa «sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição».[13]
Da mesma forma, os Direitos Humanos oferecem ao Sistema Preventivo novas fronteiras e oportunidades de diálogo e colaboração em rede com outros sujeitos com a finalidade de individuar e remover as causas da injustiça, da iniquidade e da violência. Os Direitos Humanos também oferecem ao Sistema Preventivo novas fronteiras e oportunidades de impacto social e cultural como resposta eficaz ao «drama da humanidade moderna da fratura entre educação e sociedade, do distanciamento entre escola e cidadania».[14]
Os direitos humanos, no novo contexto globalizado, tornam-se um instrumento capaz de ultrapassar os angustos limites nacionais para impor limites e objetivos comuns, criar alianças e estratégias e mobilizar recursos humanos e econômicos.
Leituras a fazer. O Sistema Preventivo na educação da juventude, a Carta de Roma, as Biografias de Domingos Sávio, Miguel Magone, Francisco Besucco são escritos de Dom Bosco que bem ilustram tanto a sua experiência educativa quanto as suas opções pedagógicas. Estas obras, com efeito, foram escritas para que pudéssemos conhecer a sensibilidade pedagógica e educativa do nosso querido fundador e pai, aquilo que ele tinha a peito em relação à centralidade dos jovens, o protagonismo deles na própria formação, o clima a ser criado para garantir o êxito educativo. As biografias tornam-se, nesta perspectiva, três itinerários diversos segundo o ponto de partida de cada um dos meninos do Oratório de Valdocco, e com propostas na medida deles. Para Dom Bosco, devia-se começar da realidade de cada jovem, sem ter que esperar situações ideais, apoiando-se nos valores e nos hábitos que traziam com eles e indicando metas a alcançar.
CONCLUSÃO
Concluo o comentário à Estreia 2013 com um pequeno poema enviado por um irmão salesiano da Índia. O texto sintetiza muito bem o que seja a verdadeira educação, sobretudo porque visto e expresso pelas palavras de uma criança que diz à própria mãe o que lhe passava pela mente e permanecia no coração contemplando o modo com que ela agia. A leitura do poema trouxe-me à memória o testemunho do próprio Joãozinho Bosco sobre Mamãe Margarida.
De fato, o estilo educativo praticado em Valdocco, e hoje difundido no mundo inteiro, tem suas raízes na infância de Dom Bosco caracterizada pelo ambiente rural austero e intenso dos Becchi e, sobretudo, pelas pessoas que estavam ao seu redor. Dom Bosco pôde dizer: “Sou indagado sobre como educo os meninos. Eu os educo como minha mãe nos educava em família. Mais do que isso, eu não sei”.
Mamãe Margarida foi a primeira e grande educadora de Dom Bosco. Tendo ficado viúva, soube dar aos filhos o amor exigente de um pai e o amor doce e gratuito de uma mãe. Dela Dom Bosco aprendeu os valores e atitudes que praticou com seus meninos e, com o passar dos anos, deixou aos Salesianos, tornando-se a base da sua pedagogia:
A presença ativa. A assistência salesiana não é mera ação de vigilância, mas presença que faz o jovem perceber que é amado, que compartilha com ele o gosto de trabalhar e crescer juntos tornando-o protagonista.
O trabalho cotidiano. Instruído pela experiência do trabalho como camponês nos campos dos Becchi e dos Moglia, Dom Bosco gostava de dizer aos seus jovens: “Um jovem preguiçoso será sempre um ignorante”, “Quem não se habitua ao trabalho enquanto jovem será sempre um patife até a velhice”. Em Valdocco, a preguiça era estigmatizada e o trabalho alternava-se com a oração, os jogos e a aprendizagem.
O sentido de Deus. Mamãe Margarida foi para Joãozinho também uma catequista: preparou-o para o sacramento da confissão e a primeira comunhão e, sobretudo, ensinou-o a interpretar a presença de Deus no cotidiano, na criação, nos acontecimentos bonitos e tristes da vida. Contemplando sua generosidade com os pobres e carentes, o futuro padre amadureceu uma piedade religiosa capaz de, no momento oportuno, transformar-se em caridade concreta, simples e genuína.
A razão como sinônimo de diálogo. A sabedoria campesina dava diversos significados à expressão “raciocinemos”; era usada para dialogar, explicar-se, chegar a uma decisão em comum, tomada sem que alguém quisesse impor o próprio ponto de vista. Dom Bosco, depois, fez do termo “razão” uma das colunas mestras do seu método educativo. Nesta perspectiva, o diálogo entre Domingos Sávio e Dom Bosco é um verdadeiro e próprio pacto educativo que orientou o jovem santo a um compromisso: “Eu sou, então, o tecido; o senhor seja o seu alfaiate; leve-me consigo para fazer uma bela roupa para Nosso Senhor”.
À luz desta memória, o poema composto torna-se mensagem para todo adulto educador consciente, porque as crianças e os jovens contemplam e fazem o que fazes e não o que dizes.
[Obs. para a revisão: o poema a seguir deve ficar como está, mesmo com alguma imperfeição, pois já foi oficializado em outro documento].
QUANDO PENSASTE QUE EU NÃO ESTIVESSE OBSERVANDO
Quando
pensaste que eu não estivesse observando,
eu te vi colar na
geladeira o meu primeiro desenho
e, logo depois, eu quis fazer
outro.
Quando pensaste que eu não estivesse observando,
eu
te vi a dar de comer a um gato sem dono,
e aprendi que é bom
ser bom com os animais.
Quando pensaste que eu não estivesse
observando,
eu te vi a fazer-me o meu doce predileto,
e
aprendi que as pequenas coisas podem ser especiais na vida.
Quando
pensaste que eu não estivesse observando,
eu te vi a fazer o
almoço e levá-lo a um amigo doente,
e aprendi que nos devemos
preocupar uns com os outros.
Quando pensaste que eu não
estivesse observando,
eu te vi a cuidar da nossa casa e dos que
nela vivem,
e aprendi que é preciso preocupar-se com o que nos
foi dado.
Quando pensaste que eu não estivesse observando,
eu
te vi a enfrentar tuas responsabilidades, mesmo não estando bem,
e
aprendi que quando crescer deverei ser responsável.
Quando
pensaste que eu não estivesse observando,
eu vi brotar lágrimas
dos teus olhos,
e aprendi que, às vezes, algumas coisas fazem
sofrer, e que chorar é bom.
Quando pensaste que eu não
estivesse observando,
eu vi que estavas preocupada,
e quis
ser tudo aquilo que eu podia ser.
Quando pensaste que eu não
estivesse observando,
aprendi a maior parte das lições de vida
que deverei saber
para ser uma pessoa boa e útil quando
crescer.
Quando pensaste que eu não estivesse observando,
eu
te vi e quis dizer: “Obrigado por tudo o que vi
quando
pensaste que eu não estivesse observando”.
Cada um de nós
(pais, avós, tias, tios, professores, amigos) tem influência na
vida de uma criança.
O importante é saber como, hoje, nos
devemos aproximar da vida de alguém.
Vivamos
com simplicidade. Amemos com generosidade. Tratemo-nos com seriedade.
Falemos com gentileza.
Roma, 31 de dezembro de 2012 – 1º de janeiro de 2013.
Reitor-Mor
[1] Carta de identidade carismática da Família Salesiana, Art. 21. Brasília: Editora Dom Bosco, 2012.
[2] Carta aos alunos de Lanzo, 3 de janeiro de 1876, in Epistolario, ed. Ceria ,vol. III, p. 5
[3] Saint François de Sales, Lettre à la Présidente Brulart, Annecy, 18 febbraio 1605, in Oeuvres, vol. XIII, p.16.
[4] MB V, p. 367.
[5] Carta de identidade carismática da Família Salesiana, Art. 33. Brasília: Editora Dom Bosco, 2012.
[6] Dom Bosco, Lettera a don Giuseppe Lazzero e alla comunità degli artigiani di Valdocco. Roma, 20 gennaio 1874. In: Epistolario, vol. IV, p. 208, preparado por Francisco Motto. Roma, LAS, 2003.
[7] Carta de identidade carismática da Família Salesiana, Art. 32. Brasília: Editora Dom Bosco, 2012.
[8] Cf. G. Bosco, Dei castighi da infliggersi nelle case salesiane, in P. Braido, Don Bosco educatore. Scritti e testimonianze. LAS: Roma 1992, p. 340.
[9] Cf. P. Braido, Prevenir, não reprimir, o sistema educativo de Dom Bosco. Salesiana: São Paulo 2004, p. 169.
[10] P. Ruffinato, Educhiamo con il cuore di Don Bosco, in “Note di Pastorale Giovanile”, n. 6/2007, p. 9.
[11] G. Bosco, Il sistema preventivo nella educazione della gioventù, in P. Braido (ed.), Don Bosco Educatore, scritti e testimonianze. Roma: LAS, 31997, p. 248ss. Citado na Carta de identidade carismática da Família Salesiana, Art. 17. Brasília: Editora Dom Bosco, 2012.
[12] Cf. Carta de identidade carismática da Família Salesiana, Art. 7. Brasília: Editora Dom Bosco, 2012..
[13] Assim reza o art. 2 da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
[14] Veja-se P. Pascual Chávez Villanueva, Educazione e cittadinanza. Lectio Magistralis para a Láurea Honoris Causa, Gênova, 23 de abril de 2007. Texto completo em “Cadernos Salesianos – Nova série”, Ano 1, n. 2, p. 7-28, Inspetoria Salesiana de São Paulo e Instituto Pio XI, São Paulo, 2010.