8 ATOS DO CONSELHO GERAL
de fases diversas e complementares em qualquer planejamento.
Este pressupõe, antes do mais, um quadro de referência, que
para nós são as Constituições, chamadas com acerto “Projeto de
Vida dos Salesianos de Dom Bosco”. Nele se encontram as re-
postas às perguntas: Quem somos? Que estamos chamados a fa-
zer? Quais os nossos critérios de referências para organizar a vida
e a missão?
O projeto tem a tarefa de concretizar esse quadro ideal num
contexto determinado e por um tempo preciso, respondendo às
perguntas: Quais as nossas prioridades? Aonde nos propomos
chegar? Com quais processos? Com quais intervenções?
A programação precisa, ao invés, “quem, como, quando, onde
se realiza o projeto”. De outra sorte, tudo não passaria de uma
declaração de intentos.
Em nosso caso, ter um projeto histórico significa compreender a
nossa vocação como um desígnio de Deus a ser realizado no tempo,
em contextos muito concretos, sempre a favor dos meninos.
Quereria, pois, partilhar convosco as vantagens que encontro
em ter um projeto. Podemos ver quão enriquecedora é esta experiên-
cia, quão envolvente, quão exigente, porque não é somente algo
técnico. Com efeito, nós procuramos o crescimento das pessoas e
a renovação da comunidades, e não apenas a eficácia apostólica: é
esta a meta última, sempre subjacente. Queremos fazer crescer o
sentido de pertença e de responsabilidade de todos os irmãos, cha-
mados a serem protagonistas, não apenas expectadores; aparece
assim o meio principal e a garantia de sucesso.
Elaborar um projeto é fazer comunhão. A elaboração nos
obriga a olhar juntos a realidade, a valorizá-la com critérios co-
muns, a fazer juntos as opções que reputamos prioritárias, a redi-
gir o plano operativo para concretizá-las. Dessa maneira, os irmãos
partilham os valores, as motivações e as opções que inspiram a
vida e a missão e se constrói a verdadeira comunhão dos cora-
ções e das mentes. Poucas coisas criam comunidade como o fato
APRESENTAÇÃO 9
de partilhar um projeto! Por conseguinte, elaborar um projeto
não é tarefa de alguns peritos, apesar de competentes e algumas
vezes indispensáveis, mas é tarefa de todos os que neles se acham
interessados. Quanto mais o trabalho for obra só de alguns tanto
menos será assunto dos outros. Quanto mais estiverem todos
envolvidos tanto mais o projeto se tornará comum.
Fazer um projeto já é, em certa medida, governar, porque
nos coloca diante da realidade, dos desafios que devemos en-
frentar, e das energias que existem na Congregação e devem ser
desenvolvidas. Não podemos evidentemente resolver todos os
problemas ou realizar plenamente elementos de mudança que
exigem tempos, etapas, prazos. Temos, porém, a responsabilida-
de indelegável de fazer o que nos foi confiado como missão.
Encontramo-nos, pois, com a necessidade de fazer uma opção de
áreas que devem ser priorizadas.
Realizar um projeto é também animar, porque na elaboração
do projeto deve-se precisar não apenas quais as grandes priorida-
des, mas também quem serão os nossos interlocutores diretos, a
quem são endereçados e quais os tipos de intervenção a realizar
para poder atingir os objetivos. Parece evidente que o Reitor-
Mor e os conselheiros tenham como destinatários de sua anima-
ção todos os salesianos, mas de modo especial os inspetores e os
organismos de governo das inspetorias e das casas. São eles, com
efeito, que operam em nível local, para nele realizar a vida e a
missão salesiana em favor dos jovens.
Redigir um projeto é até um modo de verificar, porque os
projetos não nascem do nada, mas constituem uma etapa de lon-
go caminho, que começa precisamente com uma avaliação dos
passos dados até então e dos ainda por dar. Um projeto deve,
sobretudo, traduzir-se numa programação que determine os eventos,
os responsáveis, os tempos, os lugares para a realização dos objetivos
e ofereça alguns indicadores precisos e mensuráveis, à luz dos quais se
possa avaliar se as metas propostas foram atingidas e em que medida.