ACG438_por


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ÍNDICE DOS ATOS DO CONSELHO-GERAL 438
1. CARTA DO REITOR-MOR
2. ORIENTAÇÕIES E DIRETRIZES
1.1 P. Ángel Fernández Artime
«JOVEM, EU TE ORDENO: LEVANTA-TE!» (Lc 7,14)
2.1 P. Ivo Coelho
O colóquio com o Diretor, o acompanhamento espiritual e
a admissão: algumas orientações e diretrizes
2.2. P Miguel Ángel García P. Ivo Coelho
A experiência da orientação vocacional salesiana:
Itinerário de formação
3. DISPOSIÇÕES E NORMAS
4. ATOIVIDADES DO CONSELHO-GERAL
5. DOCUMENTOS E NOTÍCIAS
1. CARTA DO REITOR-MOR
(faltam neste número)
4.1 Crônica do Reitor-Mor
4.2 Crônica dos Conselheiros-Gerais
5.1 Novos Inspetores Salesianos
5.2 Irmãos falecidos
«JOVEM, EU TE ORDENO, LEVANTA-TE!» (Lc 7,14)
A opção salesiana pelos jovens em alto risco social
como um compromisso com a justiça, a paz e o cuidado com a criação.
INTRODUÇÃO. Em sintonia com o itinerário empreendido até agora pela Congregação. 1. ITINERÁRIO EDUCATIVO-
PASTORAL DE JESUS À LUZ DO EVANGELHO SEGUNDO LUCAS. 1.1. Ir além das fronteiras das culturas desconhecidas.
1.2. Portadores e semeadores de esperança em meio a uma cultura de morte. 1.3. O amor de Deus é também materno.
1.4. Um itinerário educativo. 1.5. Difundir a boa-nova. 2. A OPÇÃO PELOS MAIS POBRES. 2.1. Com uma pastoral juvenil
para a libertação e a reinserção de obras e serviços educativos. 2.2. Cuidado pastoral e acompanhamento com
animadores idôneos e preparados. 2.3. Uma pastoral que leve a família em consideração. 3. O EMPENHO PELO
DESENVOLVIMENTO HUMANO INTEGRAL. 3.1. A importância das obras para os jovens em situação de risco e a
inovação social. 3.2. A complementaridade dos saberes e das instituições salesianas. a. A contribuição salesiana na
abordagem dos direitos humanos em nossos contextos. b. A pedagogia social em chave salesiana. c. A
complementaridade dos saberes. 3.3. O empenho na cidadania ativa. a. Formação para a cidadania ativa. b. O
voluntariado para a construção da amizade social. 3.4. Educação à fé e acompanhamento nas obras sociais salesianas.
4. O ÂMBITO DO SISTEMA PREVENTIVO. 4.1. Uma resposta constante. 4.2. Novas formas de missão. a. O efeito
devastador da pandemia do COVID. b. A nefasta guerra na Ucrânia. c. Outros lugares de dor, morte e fome. 4.3. Obras
e serviço sociais salesianos entre os migrantes e refugiados. 5. SUSTENTABILIDADE DAS OBRAS E DOS SERVIÇOS
SOCIAIS. 5.1. A estrutura organizativa nas atividades salesianas de desenvolvimento. 5.2. O processo de decisão. 1.
Devemos ter uma visão de futuro. 2. Ter uma visão orgânica. 3. Sempre com uma visão de conjunto. 4. Tenhamos os
olhos sempre voltados para os jovens. CONCLUSÃO BIBLIOGRAFIA.
Turim, 8 de setembro de 2022
Festa da Natividade da Bem-Aventurada Virgem Maria

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«Dom Bosco viu com clareza o alcance social de sua obra. Trabalhamos em ambientes populares e em favor
dos jovens pobres. Colaborando com eles, educamo-los para as responsabilidades morais, profissionais e
sociais, e contribuímos para a promoção do grupo e do ambiente. Participamos, na qualidade de religiosos,
do testemunho e do compromisso da Igreja para com a justiça e a paz. Conservando-nos independentes de
qualquer ideologia e política partidária, recusamos tudo o que favorece a miséria, a injustiça e a violência, e
colaboramos com os que constroem uma sociedade mais digna do homem. A promoção, à qual nos
dedicamos em espírito evangélico, realiza o amor libertador de Cristo e constitui um sinal da presença do
Reino de Deus»1.
INTRODUÇÃO
Queridos Irmãos,
o imenso dom que o nosso carisma representa na Igreja teve, desde o início, um relevante caráter social. O
fato de Dom Bosco ser reconhecido como um dos santos sociais da Turim do século XIX manifesta a
identidade e a intenção de uma particular missão, realizada pelos Salesianos ao longo dos anos e nos cinco
continentes mediante uma grande variedade de ambientes pastorais.
O exemplo evangélico da misericórdia encarnada por Jesus levou Dom Bosco a fixar o olhar sobre as crianças
e os jovens mais pobres e abandonados, os sem família, os sem um teto sobre suas cabeças, os analfabetos
e os desempregados, os sem formação religiosa e moral, os mais frágeis dos frágeis... Em uma palavra, sobre
todos aqueles que são considerados "excluídos", presas fáceis de um desespero que pode levá-los a formas
de delinquência ou serem explorados por abusadores inescrupulosos. Indivíduos, portanto, que correm o
risco de ser descartados pela sociedade, de perder a sua dignidade, de não experimentar a beleza e a
bondade de serem filhos livres de Deus Pai Criador.
Dom Bosco, tendo entendido que a missão que Deus lhe confiava não era entre aqueles que já estavam na
prisão, corroídos pelo desespero, entendeu que o seu sistema devia ser verdadeiramente preventivo e por
isso canalizou a sua inteligência pastoral na prevenção dos riscos que corriam os jovens da Turim industrial
do século XIX e de outras cidades.2
Iniciou, então, com o seu diretor espiritual, um caminho de discernimento da própria vocação e, aberto à
ação do Espírito, descobriu ao longo da sua vida o modo de conquistar almas para Deus entre aqueles que
pareciam condenados às trevas. O resultado deste discernimento foi traduzido em uma proposta educativa,
evangelizadora e caritativa. Cada encontro pessoal, cada projeto empreendido com os seus Salesianos e
colaboradores em seu trabalho não é outra coisa senão a prova do amor de Deus pelos seus filhos prediletos:
os pequenos e os pobres.
A caridade traduziu-se numa experiência integral de acompanhamento dos jovens, fortalecendo suas
personalidades para poderem alcançar a maturidade como pessoas livres e autônomas. Todas as
intervenções para ajudá-los a se preparar para a vida.3 É compreensível, portanto, que o conceito de salvação
das almas na ação pastoral de Dom Bosco não tenha sido um discurso abstrato, mas uma resposta concreta
capaz de acolher cada pessoa com a atenção amorosa própria de uma família que cuida das necessidades
primárias dos jovens, educa-os com habilidades adequadas para poderem ganhar o próprio sustento e
viverem honestamente, e ajuda-os a abrir-se às relações com os outros e com Deus, a fim de poderem
encontrar o seu "lugar no mundo", o seu espaço na sociedade e na Igreja.
Definimos sinteticamente como "critério oratoriano" o conjunto das experiências educativas e
evangelizadoras, que encontramos na vida de Dom Bosco e na sua comunidade de Valdocco. Com este
mesmo critério, ao abrir-nos às realidades do nosso tempo, nós Salesianos continuamos a responder às
diversas formas de risco juvenil que podem levar a situações de exclusão social.4 Formar bons cristãos e
cidadãos honestos entre aqueles cujos direitos humanos foram violados tem um efeito notável em todas as
partes do mundo onde estamos presentes. Mesmo nos Países mais radicalmente laicizados, a nossa
1 Const. 33.
2 Cf. SALESIANOS DE DOM BOSCO, «Quais Salesianos para os jovens de hoje?». Reflexão pós-capitular. Editrice S.D.B., Roma
2020, p. 74, n. 7. A seguir CG28 (obs.: as indicações das páginas são da edição italiana).
3 Cf. Const. 40.
4 Cf. CG28, pp. 73-74, n. 6.

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contribuição salesiana aos mais necessitados é reconhecida positivamente pelas sociedades civis e pelos
diversos órgãos governamentais como uma proposta positiva para a construção da coesão social.
De fato, em muitas presenças salesianas ao redor do mundo, aqueles que trabalham em Comunidades
Educativo-Pastorais (CEPs) no campo social estabeleceram convenções com Igrejas locais, associações
privadas,5 governos regionais e até mesmo Estados nacionais, e geraram estratégias, instrumentos de
intervenção e estruturas que nos permitem ser credíveis e apreciados pelo trabalho que realizamos.
Convencidos de que trabalhar com os jovens e as comunidades de alto risco é uma das mais belas formas de
santificação que herdamos do nosso Fundador, reconhecemos, com humildade e sem triunfalismo, que
somos chamados a continuar nesse trabalho com espírito evangélico e profissionalismo no interior de obras
e serviços sociais: esta é a contribuição salesiana para a construção do Reino de Deus. Com essa mesma
dinâmica, somos chamados a abrir espaços de diálogo com os não crentes na perspectiva que hoje o Papa
Francisco chama de «amizade social»,6 ponto de convergência de todos os esforços da humanidade na
construção da justiça e da paz: «O bem, como aliás o amor, a justiça e a solidariedade não se alcançam duma
vez para sempre; hão de ser conquistados cada dia».7
Sem dúvida, entre os vários ambientes da nossa pastoral juvenil salesiana, aquele das "Obras e Serviços
Sociais Salesianos" mostra claramente o olhar misericordioso de Jesus, pois ali encontramos os vários
dramas de crianças, adolescentes e jovens em contextos sociais de alto risco social que podem levá-los a
múltiplas situações de morte. Eles vivem em comunidades empobrecidas onde os seus direitos são violados,
esquecidos nas fronteiras invisíveis da atual geografia humana, com escassas ou limitadas possibilidades de
acesso à educação, ao cuidado e à proteção da saúde e à alimentação saudável; trata-se de realidades nas
quais a possibilidade de emprego é esporádica ou inexistente e onde a ausência de qualidade de vida é um
denominador comum.8
Como aprendemos do espírito de Valdocco, romper o círculo da pobreza envolve acompanhar os jovens no
caminho que na linguagem de hoje chamamos de desenvolvimento humano integral segundo a expressão do
Papa Francisco. Este movimento evangelizador das Obras e dos Serviços Sociais Salesianos, nascido do
coração da Doutrina Social da Igreja, foi o precursor de uma comunidade em movimento, a mesma que se
põe em marcha e vai em busca daqueles que são deixados para trás na sociedade, a fim de recuperá-los e
restaurar na medida do possível a sua dignidade e as suas perspectivas de futuro.
O itinerário que o Projeto Educativo Pastoral Salesiano (PEPS) se prefixa para este ambiente, cuida com
verdadeiro zelo apostólico da articulação das suas quatro dimensões, de modo que, acompanhando o
processo educativo dos jovens em relação à sua família (se a tiverem) e ao seu ambiente, advenha um
verdadeiro redesenho da cultura, mitigando as ruínas do mal social presente na sua história pessoal. Em
nosso empenho eclesial pela salvação da humanidade, esforçamo-nos para construir processos de reinserção
desses jovens, anteriormente deixados à margem, excluídos da sociedade, para devolvê-los a ela como
pessoas capazes de desenvolvimento autônomo, como cidadãos ativos e crentes com absoluto respeito
pela sua liberdade.
Assim, ao consolidar em nossa Congregação, com espírito renovado, o ambiente das obras e dos serviços
sociais, abre-se uma estrada segura por onde caminhar sem medo, com a identidade salesiana, com a
metodologia do desenvolvimento social e com a consciência de ser uma família espiritual que chega até os
jovens mais necessitados. É, portanto, um convite a retornar às fontes do carisma e ser mais ousados e
misericordiosos, no estilo do Mestre Jesus no Evangelho.9
Em sintonia com o itinerário empreendido até agora pela Congregação
5 Cf. DICASTÉRIO PARA A PASTORAL JUVENIL SALESIANA. A PASTORAL JUVENIL Salesiana. Quadro referencial, Editrice S.D.B., Roma
20143, p. 111.
6 FRANCISCO, Fratelli tutti, 2; 5; 6; 94; 99; 106; 142; 154; 180; 233; 245.
7 FRANCISCO, Fratelli tutti, 11.
8 Cf. CG28, p. 104, n. 2.
9 Cf. Linhas programáticas do Reitor-Mor para a Congregação Salesiana após o CG 28, in ACG 433 (2020), p. 26-29
(prioridade n. 5).

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Já no Capítulo Geral Especial Salesiano, CG20, quando a Congregação estava a fazer um excelente trabalho
de adequação à renovação exigida pelo Concílio Vaticano II, encontramos páginas que exalam uma grande
sensibilidade e preocupação pelos jovens mais pobres e, em particular, por aqueles que vivem as mais duras
situações de marginalização causadas por um mundo que muda em grande velocidade e muitas vezes
ultrapassa os mais indefesos nessas mudanças. Uma autêntica prioridade no carisma de Dom Bosco: «O
próprio Dom Bosco emprega muitas vezes essa expressão, de modo particular no artigo 1º das Constituições.
Há, pois, uma prioridade na prioridade: a ajuda aos “mais necessitados».10
Em 2010, o Reitor-Mor P. Pascual Chávez dedicou uma das suas cartas à Pastoral Juvenil Salesiana e nela uma
das seções é expressão da preocupação com a atenção ao mundo da marginalização juvenil no caminho da
Congregação. «A atenção aos jovens em situação de risco foi sempre uma característica da pastoral salesiana.
A nova situação das nossas sociedades desafia-nos a respostas novas».11 No mesmo texto, o P. Chávez
expressava a sua preocupação com a pobreza sempre crescente, tornando-se uma realidade trágica que afeta
pessoas e grupos sociais, incluindo muitos jovens, tornando-se um problema estrutural e global. «Por isso,
multiplicaram-se nos últimos cinquenta anos projetos, iniciativas e obras que tentam responder a essa
situação e oferecer aos jovens uma nova oportunidade de construir sua vida positivamente e inserir-se
responsavelmente na sociedade».12
A continuidade com este caminho tomado pela nossa Congregação e os passos dados nos últimos doze anos,
a partir dos documentos aos quais me referi, é o que me levou a considerar como oportuno, após o Capítulo
Geral 28, voltar o meu olhar para este crescente e cada vez mais significativo campo educativo-pastoral da
nossa Congregação. O fato de haver mais de 1.100 (mil e cem!) obras e serviços sociais salesianos específicos,
juntamente com o vigoroso magistério do Papa Francisco nos últimos anos sobre o campo dos excluídos,
marginalizados e descartados, faz com que, em minha opinião, seja muito oportuna uma reflexão salesiana
sobre este atual campo de ação educativo-pastoral.
1. ITINERÁRIO EDUCATIVO-PASTORAL DE JESUS À LUZ DO EVANGELHO SEGUNDO
LUCAS
O nosso patrimônio carismático ensina, desde Dom Bosco, que para o acompanhamento dos jovens é
necessário estabelecer itinerários que permitam o encontro entre o educador e o jovem, e entre este e a
comunidade educativo-pastoral, onde se encontram a família e os diversos representantes do sistema social.
O "encontro" é precisamente um dos aspectos do Evangelho de Lucas que mais me impressiona. Um
encontro que gera alegria e vida, um encontro que cria expectativas, um encontro que leva a sentir a
presença e a ação do Espírito de Deus na história de cada pessoa, de cada família, de cada grupo, de cada
povo.
O Papa Francisco fala de «cultura do encontro», para que possamos cultivar atitudes misericordiosas em
relação aos outros. É «um convite a trabalhar pela "cultura do encontro", de maneira simples "como fez
Jesus": não só ver, mas olhar; não só ouvir, mas ouvir com atenção; não só cruzar com as pessoas, mas parar
diante delas; não só dizer "que pecado cometeram essas pessoas", mas deixar-se levar pela compaixão; e
depois aproximar-se, tocar e dizer, "não chores" e dar ao menos uma bocadinho de vida».13
No último Capítulo-Geral, o CG 28, percebemos, ouvindo os jovens presentes, que eles não nos pediam mais
edifícios ou estruturas, mas apenas a nossa presença física. Pediram-nos para estar presentes com eles e no
meio deles, para compartilhar a vida,14 para nos encontrar, para nos enriquecer uns com os outros; para estar
com eles. Porque são eles que, graças a Deus, dão sentido à nossa vocação e incentivam-nos a descobrir
itinerários a percorrer juntos.
10 CGE (1971), n. 48.
11 P. CHÁVEZ, «Encheu-se de compaixão por eles, porque eram como ovelhas sem pastor. E começou, então a ensinar-lhes
muitas coisas» (Mc 6, 34) in ACG 407 (2010), p. 40 (página da edição italiana).
12 Ibid., p. 41 (página da edição italiana)
13 FRANCISCO, Meditação matutina na capela Santa Marta. Por uma cultura do encontro, Roma 13 de setembro de 2016.
14 Cf. CG28, p. 72-73, n. 5.

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Na passagem evangélica da "ressurreição do filho da viúva de Naim", no capítulo 7º do Evangelho segundo
Lucas, descobrimos o que poderia ser entendido como um belo itinerário proposto por Jesus, cheio de
compaixão e misericórdia diante da situação da morte de um jovem, da desintegração de uma família, da
solidão de uma pobre mãe viúva e da impotência de um grupo social. À luz deste episódio evangélico,
podemos interpretar a nossa pastoral juvenil como pastoral familiar e, ao mesmo tempo, pastoral social, já
que o efeito final será o de uma comunidade que gera dinâmicas para que seus membros vivam com
dignidade, na liberdade dos filhos de Deus.
1.1. Ir além das fronteiras das culturas desconhecidas
«Jesus foi a uma cidade chamada Naim» (Lc 7,11). Jesus vai além das fronteiras geográficas e culturais
judaicas do seu tempo. Desta vez ele vai a Naim, um lugar onde nem mesmo as rotas comerciais da época
passavam. Naim é talvez uma região sem esperança. Jesus sai das fronteiras da sua pátria, acompanhado por
pessoas que muito provavelmente ignoram o alcance e as razões deste seu caminho.
Esta novidade que irrompe em mudanças e novas formas também está presente na Igreja do nosso tempo,
e tem sido intensamente lembrada desde o Concílio Vaticano II e nas últimas décadas. A nossa Congregação,
numa tentativa de se renovar e responder aos novos tempos, de sair do seu "território conhecido", como se
fosse para outra Naim, respondeu a este apelo de renovação, voltando também o seu olhar para os últimos,
com um empenho mais decisivo pelos mais necessitados. Já em meados do século passado, em muitas
Inspetorias, as obras sociais tornaram-se importantes, fazendo surgir a decisão de responder ao fenômeno
da marginalização e da pobreza. Estas propostas diferem do âmbito dos Oratórios, das Escolas e dos Centros
de Formação Profissional todos sem dúvida serviços admiráveis para os jovens para responder com
atenção particular e dando prioridade à condição específica dos destinatários. Foram desenvolvidos
programas especializados e específicos para oferecer assistência a crianças e jovens de rua, alguns dos quais
saídos dos antigos orfanatos; foram abertos centros de saúde para os mais indigentes mesmo em lugares
muito remotos; foram criados refeitórios e centros de distribuição de alimentos para ajudar famílias com
recursos limitados; a presença missionária entre os povos nativos também criou suas próprias estratégias e
ações específicas para melhor acompanhar e servir às comunidades e aos povos mais vulneráveis.
Houve Salesianos e Filhas de Maria Auxiliadora que deram impulso a este tipo de trabalho com uma visão
social. Estes homens cheios de fé, corajosos e "sonhadores", juntamente com uma multidão inumerável e
talvez invisível de leigos mulheres e homens comprometidos com o enfrentamento da dor dos outros
ensinaram que aliviar o sofrimento dos pequenos, dos ignorados, daqueles que não contam, é uma expressão
da misericórdia divina e uma concretização do carisma de Dom Bosco e do seu sistema preventivo.
Isto nos permitiu, como Congregação, ser cada vez mais sinais de uma Igreja em saída para as periferias
existenciais da humanidade, onde encontramos aqueles que não se encaixam nas categorias dos sistemas
econômicos utilitaristas e de exclusiva vantagem econômica, e onde experimentamos a alegria do encontro
com os mais necessitados. Isto sem dúvida reforça a nossa identidade carismática e a nossa consciência de
servir o Reino de Deus. Sabemos também que alguns deles Salesianos e leigos foram até mesmo privados
da vida por defender esta causa.
No caminho para Naim Jesus é acompanhado pelos «seus discípulos e por uma grande multidão» (Lc 7,11).
Os discípulos de Jesus ficaram fascinados por ele, abandonaram a vida precedente e seguiram-no;
empenharam as suas forças, o seu coração e todo o seu ser no projeto do Mestre. Foram chamados por Ele
pelo nome, convidados a colaborar no anúncio do Evangelho, e seguiram-no.
Jesus é acompanhado também por muitas pessoas fascinadas por algum aspecto da Sua pessoa. Uniram-se
a Ele ao longo do caminho, viram as obras admiráveis que realizou: curou alguns, expulsou demônios de
outros, a muitos ensinou com autoridade a Palavra do Pai; muitos foram saciados com a multiplicação do
alimento, e assim por diante. Esta multidão descobriu o imenso benefício de estar com Jesus. Daqui surgirão
no futuro novos discípulos como aqueles setenta e dois que Ele enviará dois a dois.
Outros que fizeram parte desta multidão deixarão Jesus: alguns partirão com um sentimento de gratidão em
seus corações e certamente testemunharão Jesus em outros lugares; outros partirão sem sequer se despedir
ou agradecer. Mas todos, em geral, terão sido olhados com misericórdia por Jesus.
Esta é a condição pastoral no trabalho com os mais pobres e abandonados. Numerosas vocações de todos os
tipos e para todas as formas de vida cristã surgiram das obras e serviços sociais salesianos. Em muitos dos
contextos em que nos vemos a trabalhar, onde outras denominações religiosas além do cristianismo são

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dominantes, vivemos a alegria de contribuir para a formação de uma bela família humana com aqueles que
são acolhidos em nossas presenças às vezes com suas famílias e compartilhamos os muitos valores que
vivemos a partir do Evangelho. A linguagem da caridade supera as barreiras das crenças e das estruturas
políticas, levando-nos a trabalhar ao lado daqueles que se preocupam em construir a paz.
É necessário reconhecer que a opção pastoral no campo social envolve muitas dificuldades; o esforço para
encontrar os recursos humanos e financeiros para apoiá-la é o grande desafio daqueles que realizam estes
programas, pois obriga-os a reforçar «a criatividade e o equilíbrio»,15 qualidades características da vida e da
missão do nosso Fundador. Em todo caso, isso é, ao mesmo tempo, imensamente importante e gratificante.
As necessidades dos jovens tocaram profundamente o coração de Dom Bosco, e ele desenvolveu numerosas
iniciativas com espírito inventivo e empreendedor. Suas iniciativas proféticas atraíram a atenção e a estima
de muitas pessoas dos diferentes estratos sociais da Turim daquele tempo. Ainda hoje, como Salesianos na
Igreja, queremos mostrar através da dimensão educativa, evangelizadora e caritativa, tanto em nossas obras
e em nossos serviços sociais como nos demais ambientes em que prestamos serviços educativos e pastorais,
que o Senhor está presente e todas as nossas atividades são uma expressão do amor de Deus pelos últimos.
Uma urgência tão viva hoje como nos tempos de Dom Bosco.
1.2. Portadores e semeadores de esperança em meio a uma cultura de morte
«A esperança é a última de todas as virtudes, mas é a mais forte».16 «Ao chegar perto da porta da cidade»
(Lc 7,12). A narrativa evangélica identifica a ação de Jesus apontando para um lugar concreto: a porta da
cidade. Jesus, que foi além das fronteiras da Galileia a terras pagãs para levar a boa-nova do Reino de Deus
àqueles que desejam recebê-la, detém-se precisamente à porta da cidade de Naim.
A imagem da porta da cidade permite-nos pensar e tomar consciência daquelas pessoas, grupos ou
populações que não estão distantes de Deus apenas por razões geográficas, mas porque foram erguidos
muros ao seu redor: muros que condenam sociedades inteiras a ficar longe do bem-estar social, a fechar-se
em si mesmas por causa do status racial, ou mesmo a ficar isoladas em campos de refugiados que servem de
muros de contenção contra o avanço daquelas que são consideradas massas migratórias indesejadas. Os
muros que circundam essas pessoas são às vezes invisíveis e também podem ser encontrados em nossas
cidades. Isso acontece quando classificamos as pessoas de acordo com a pertença social. Obviamente, esses
muros não só envolvem aqueles que são "indesejáveis", mas até os tornam invisíveis com o consequente
entorpecimento da consciência e da sensibilidade dos demais.
A porta, na narrativa evangélica, é o local de um encontro muito especial. Não é um evento cotidiano que
acontece em Naim, mas algo extraordinário e salvífico. É interessante notar como no texto do Evangelho de
Lucas confere-se autoridade a Jesus também em Naim, uma cidade desconhecida e pagã. Uma ação, a Sua,
feita com o poder mesmo de Deus. Esta manifestação não será um "número circense", nem a expressão da
demagogia vazia de um político do momento. Pelo contrário, será a manifestação mais evidente de um Deus
que ama os seus filhos.
«Levavam um defunto a ser sepultado» (Lc 7,12). A imagem que a cena nos oferece tem muito a dizer sobre
o nosso carisma salesiano. Vemos, de um lado, um grupo de seguidores que acompanha o Mestre e, de outro
lado, à porta da cidade, um grupo de pessoas que caminha em meio a lágrimas e lamentos porque está se
despedindo de um jovem morto.
Esta cena continua a ser reproduzida dia após dia. Mostra o encontro da vida que traz esperança e alegria,
diante de situações de desespero e morte em todos os cantos da terra.
A proposta salesiana no campo social quer ser um sinal de esperança e vida, capaz de encontrar todos os dias
a crueldade esculpida nos rostos tristes de muitos jovens feridos pela miséria, a violência, a ignorância, a
exploração e por outros tipos de abusos. As obras e os serviços sociais salesianos visam servir e restaurar a
dignidade daqueles que a perderam e, em nome do Senhor, transformar o luto em alegria. É a convicção que
acompanha tantos educadores e agentes de pastoral que, diariamente, nas casas salesianas, percebem o que
está acontecendo além dos "muros das nossas atividades convencionais", e se deixam desafiar pelas
15 Const. 19.
16 FRANCISCO, Ângelus, 15 de novembro de 2015.

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situações que marcam tantos adolescentes e jovens, indivíduos e grupos oprimidos, entre os quais as vítimas
mais comuns são sempre os mais pequenos.
1.3. O amor de Deus é também materno
O jovem morto era «filho único de uma viúva; acompanhava-a muita gente da cidade» (Lc 7,12). Trata-se
de uma cena dolorosa, quase cruel. Vemos uma mãe que perdeu o filho amado. Sabemos que não é "natural"
no ciclo da vida que um filho morra antes de seus pais. Além disso, este sofrimento não é uma perda qualquer
que possa ser compreendida pela razão. Aqui o evangelista oferece àqueles que sabem fazer da leitura crente
da Palavra uma conexão direta com as fibras mais profundas do amor, o amor de Deus que, sendo
imensurável, na linguagem humana é comparável apenas ao amor de uma mãe pelos seus filhos. É assim que
Deus ama, com amor paterno e materno. Incondicional. Ao nascer, os cordões umbilicais das crianças são
cortados, mas a ligação de uma mãe com seus filhos jamais desaparece. Há filhos e filhas que no decorrer de
suas vidas podem esquecer a sua mãe e o seu pai, mas Deus jamais se esquece dos seus filhos.
O Capítulo-Geral 27 ofereceu reflexões importantes sobre a paternidade salesiana e lembrou-nos que «o
trabalho e a temperança»17 são para nós Salesianos expressão da nossa dedicação abnegada e amorosa aos
jovens. Como aconteceu com Dom Bosco, sentir e saber que somos verdadeiramente "pais" leva-nos a
dedicar as nossas melhores energias a eles para que vivam bem e alcancem a realização dos seus objetivos.
A partir da compreensão da identidade paterna de Dom Bosco, nós Salesianos sentimos a dor de tantos
jovens que sofrem; entristece-nos o sofrimento deles porque são nossos filhos. Não é um acaso dizer que
Dom Bosco sempre sentiu ser o pai de seus filhos. Ele mesmo expressou-o muitas vezes por escrito.
É necessário e urgente que, como religiosos, descubramos cada vez mais que a nossa castidade é fecunda e
deve gerar vida no cuidado daqueles a quem somos enviados, especialmente aqueles que não têm ninguém
para cuidar deles. Neste sentido, uma das mais belas lições a aprender dos leigos que atuam em nossas obras
e que muitas vezes são pais e mães de família é a sensibilidade especial que muitos deles têm pelas situações
injustas que agridem muitas de nossas crianças e dos nossos adolescentes e jovens. Nós Salesianos não
podemos viver sem nos sentirmos educadores, amigos, irmãos e pais dos nossos jovens. E é claro que um
dos lugares mais oportunos para fortalecer esta dimensão da nossa vocação é o trabalho com jovens em alto
risco social, aqueles que caminham "entre a vida e a morte".
«A experiência do vazio paterno vivido por Dom Bosco, "fará com que ele tome consciência das dificuldades
dos seus jovens, da qualidade humana e espiritual que ele mesmo deverá adquirir para ser pai de muitos que
não têm pai, que verão nele aquele que lhes ensinará o gosto pela vida em todos os sentidos da palavra".
Assim, o vazio tornou-se um útero fértil em vez de um trauma. A sua experiência familiar deixou uma marca
indelével na sua visão de vida e na sua ideia de educação e evangelização dos jovens».18
Conscientes de sermos educadores e pais, Salesianos e leigos, podemos aprender a conhecer os jovens em
seu mundo, em seu ambiente, em sua cultura digital, que vai se tornando cada vez mais complexa e escapa
um pouco (ou muito) das nossas mãos de adultos. Eles, às vezes com a sua vulnerabilidade, encontram-se
nas redes sociais de chamadas de vídeo e mensagens instantâneas, frequentam espaços de passatempo
como Triller, Houseparty, Tik Tok, Genies, Lomotif, Bunch, Discord, WhatsApp, Telegram, etc. Nestas
plataformas virtuais de encontro e entretenimento, muitos deles expressam suas emoções, exibem-se ao
mundo e compartilham suas vidas cotidianas tentando atrair a atenção de novos amigos. À luz desta
realidade, é importante enfatizar que adolescentes e jovens desacompanhados frequentemente se tornam
vítimas não só do vício da mídia, mas também de muitos criminosos que os contatam através destes meios
de comunicação, os exploram e escravizam em várias formas de comércio ilegal. Muitos menores, em busca
de dinheiro fácil, caem vítimas dessas situações. Muitos deles não têm espaços educativos adequados na
família ou na escola e vivem múltiplas situações de orfandade e violação de seus direitos que os privaram do
bem-estar social. A dor e a tragédia desses jovens não podem deixar-nos indiferentes.
Como Salesiano, acredito ter sido sensível e atento até hoje à realidade da exploração juvenil e, como Reitor-
Mor, promovi a abertura das nossas comunidades à presença dos jovens que mais precisam de nós,
convencido também de que eles nos dão a possibilidade de exercer uma verdadeira paternidade como Dom
17 Const. 18.
18 DICASTÉRIO PARA A PASTORAL JUVENIL SALESIANA, Pastoral juvenil e família, Editrice S.D.B., Roma 2021, p. 20.

1.8 Page 8

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Bosco, e de ter preocupações verdadeiramente profundas pelas quais "consumir" a nossa vida.19 Estou certo
de que as Inspetorias que optaram seriamente por trabalhar com os jovens mais frágeis, aqueles mais
carentes de apoio, estão se movendo para fortalecer a sua identidade e garantir a sua significatividade. Os
jovens Salesianos também devem aprender a ser educadores, irmãos e pais dos jovens para continuar a
garantir que o carisma de Dom Bosco, pai da juventude, seja realizado em nossa Congregação. Ao lado dos
leigos, um olhar atento sobre os contextos atuais ajuda-nos a discernir as formas de assistência que podemos
oferecer para garantir aos jovens viverem experiências que os façam sentir o amor de uma família.
A história narrada na passagem da viúva de Naim apresenta-nos a situação dramática de uma mãe que
perdeu o filho e que também era viúva, já tendo perdido o marido. Ela não podia contar com o apoio social
de um homem para protegê-la, numa cultura em que as mulheres não tinham autonomia como cidadãs. A
mulher não podia sequer chegar à velhice no seio de uma família, não podia chegar ao fim de sua vida
recebendo o amor de um filho, não podia aspirar a uma morte digna. O sistema social da época (e a própria
lei mosaica) determinava responsabilidades recíprocas nas famílias, com os mais fortes cuidando dos mais
fracos. Os pais cuidavam dos filhos e os filhos, enquanto cresciam, cuidavam dos pais em idade avançada;
esta era a base social do quarto mandamento «honra teu pai e tua mãe», que respondia ao ciclo da vida.
Vemos no texto evangélico como Lucas, em tão poucas linhas, narra o drama da desintegração de uma família
e nos dá um vislumbre das consequências sociais. O pai tinha morrido fora da cena; o filho estava morto e,
como resultado, a mãe ficara sozinha e desprotegida. Jesus sabia bem o que poderia ter acontecido com esta
viúva.
Em nosso caso, a opção preferencial pelos jovens mais pobres significa que devemos olhar necessariamente
para os diversos ambientes dos quais eles provêm. O foco destes trabalhos e serviços é, então, social e requer
uma reflexão e intervenção interdisciplinar que proponha itinerários de acompanhamento para o jovem, sua
família (quando a tiver) e o seu núcleo social. Isto diz que as situações de pobreza, onde quer que elas surjam,
devem ser analisadas com seriedade e profundidade.
É evidente que devemos ter tanta preparação e competência no acompanhamento de pessoas e
comunidades em situações de vulnerabilidade quanto nas outras áreas "comuns e tradicionais" da nossa
pastoral, preocupando-nos em responder a várias necessidades com ofertas profissionais e de qualidade.
Caridade e qualidade devem andar de mãos dadas ao planejar obras e serviços sociais para jovens em
situação de risco, porque se não tivermos clareza sobre isso, corremos o risco de ser insignificantes diante
da violação dos direitos dessas pessoas.
1.4. Um itinerário educativo
Jesus não dá respostas superficiais à situação que encontra em Naim, mas cada palavra que sai da sua boca,
cada gesto e cada movimento tem um significado e uma intenção precisos, como vemos na narrativa de
Lucas.
a. «Vendo-a o Senhor, movido de compaixão para com ela, disse-lhe: "não chores"» (Lc 7,13).
Onde Jesus está presente, tudo é permeado pelo seu amor: ele não pode passar pela vida das pessoas sem
mudar nelas as coisas de modo radical.
Estudos bíblicos sérios concordam que o adjetivo mais frequentemente usado nas Sagradas Escrituras para
descrever Deus o atributo que melhor indica a Sua maneira de agir é "misericórdia". Jesus, com a mesma
misericórdia do Pai, que criou todas as coisas e cada pessoa com terno amor, ama cada pessoa, porque cada
pessoa é uma parte do seu plano de salvação. Quando Jesus "vê", percebe o mal que causa dor à pobre mãe
viúva; e é ela, a viúva, por quem Jesus sente misericórdia, dando início à ação sucessiva.
Jesus não se faz esperar e diz-lhe: «Não chores». Como é possível para um estranho dizer a uma mãe para
não chorar pelo filho que acabou de perder? Jesus diz à mulher «não chores» porque sente, em união com o
Pai, que pode transformar essa tristeza em alegria e contentamento. Suas palavras não são um consolo vazio.
Ele age, intervém porque o sofrimento humano deve ser acompanhado e consolado.
19 Cf. Linhas programáticas do Reitor-Mor para a Congregação Salesiana após o CG 28, in ACG 433 (2020), pp. 26-29
(prioridade n. 5).

1.9 Page 9

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Como é importante para nós experimentar essa mesma misericórdia divina, deixar-nos desafiar pelos males
que afligem tantas pessoas em todas as partes! Dificilmente esse questionamento entrará em nossas vidas
como homens e mulheres consagrados se permanecermos abrigados no interior das paredes seguras de
nossas casas, esperando que os bons jovens venham inscrever-se em nossas iniciativas ou participar delas. À
maneira de Jesus, o Papa Francisco lembra-nos o dever que temos de sair ao encontro do outro para fazer
comunhão, para provocar mudanças sociais que nos permitam participar da comunidade viva do Senhor.
b. «Aproximando-se, tocou no esquife, e os que o levavam pararam. Disse Jesus: “Jovem, eu te ordeno,
levanta-te!» (Lc 7,14)
Jesus aproxima-se, não permanece distante, não fica tranquilo na atmosfera confortável do seu grupo de
seguidores e discípulos. Ele sabe qual é a sua missão e porque foi enviado ao mundo. A proximidade permite-
lhe entrar em relação, deixar-se questionar pelos outros, conhecer a sua realidade e amá-los como são. A
ação de Jesus requer presença e decisão.
Ir ao encontro de um jovem que está numa situação de morte é um ato audacioso e corajoso; a única certeza
está no conhecimento de que há um jovem ali e que vale a pena estar ao seu lado e fazer alguma coisa por
ele.
Jesus dá outro passo. Vai mais longe. Como fez com a mãe viúva, Jesus não se limita a observar o que está
acontecendo, mas entra em comunhão com o jovem: Ele «tocou no esquife». Não há vida sem comunhão
com o Mestre. O toque de Jesus não é indiferente. De fato, sua mão toca no esquife e nesse contato recíproco
transmite, faz passar o dom da vida.
Em nosso caso, habitar a cultura dos jovens significa estar atentos aos elementos de morte que os cercam,
mas acima de tudo saber o que gera vida.
Na experiência de encontrar jovens em risco, o apoio e a oferta de ajuda são uma experiência salvífica tanto
para o jovem quanto para o educador leigo ou religioso que se sente cada vez mais tocado, comprometido
e envolvido na existência do outro, onde parecia haver apenas morte ou nenhuma esperança.
É claro que o processo de mudança de um jovem na dinâmica cotidiana das obras e dos serviços sociais
salesianos é lento e difícil: às vezes, o desânimo pode aparecer naqueles que todos os dias investem o
máximo das suas energias; mas também é verdade que observar a mudança que Deus opera na vida desses
jovens e dessas jovens é a maior recompensa que se pode experimentar como educador salesiano.
Então, segundo o texto do evangelho, Jesus diz: "Jovem, eu te ordeno, levanta-te". Novamente, quando Jesus
fala, gera vida. O seu é um falar e um dizer com autoridade, é um imperativo que, no entanto, é dado de
forma amorosa, com a oferta da sua mão ao jovem para que possa levantar-se, para que possa ressuscitar.
Este solene processo visando restituir à vida tantos jovens que estão a morrer em todo o mundo, é realizado
em nossa Congregação, em nome do Senhor, por milhares de pessoas apaixonadas pela humanidade que,
orgulhosas de trabalhar no setor social salesiano, continuam a pensar em itinerários formativos que ajudem
os jovens a consolidar a própria personalidade e tomar consciência da sua situação e realidade.
Dom Bosco continua a aproximar-se de muitos jovens, continua a estender a sua mão e oferecer
oportunidades de "ressurreição", e ele o faz através dos muitos leigos que colaboram e apoiam com os seus
bens as obras e os serviços sociais. E o faz com as muitas Mamães Margaridas representadas pelos
educadores de todos os tipos, âmbitos e disciplinas, que intervêm nos nossos projetos de acompanhamento
de jovens de alto risco; e o faz através da resposta de muitos Salesianos que encontraram no trabalho
pastoral e na educação social a possibilidade concreta de expressar a própria vocação; 20 e continua a fazê-lo
também através das muitas "redes de colaboração" que os seus filhos e filhas tecem pelo bem dos outros.
Jesus continua hoje a dizer a muitos: "Jovem, eu te ordeno, levanta-te!".
c. «Sentou-se o que estivera morto e começou a falar, e Jesus entregou-o a sua mãe» (Lc 7,15)
Estamos a testemunhar a ressurreição do jovem, uma ressurreição que como mencionado não é um ato
mágico, mas uma ação misericordiosa em nome de Deus.
O jovem toma consciência de si e assim se torna capaz de relacionar-se com os outros: «e começou a falar».
Se falar é uma expressão de vida, podemos entender que não falar, a falta de comunicação, é uma expressão
20 Cf. CG28, pp. 74-75, n. 8.

1.10 Page 10

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de morte. Muitos jovens vivem em situações de morte porque se romperam os canais de comunicação com
seus pais, com a família e com suas raízes. Desde que haja comunicação entre as pessoas, é possível
acompanhá-las em seu caminho para a vida. Jesus, ao aproximar-se do jovem e tocar a sua realidade de
morte, também sabe qual é a sua possibilidade de vida.
Jesus estancou realmente as lágrimas da mulher, porque pôs um fim à situação que as tinha provocado.
Se o jovem cresce, a família é restabelecida; ao restabelecer os laços de comunicação entre mãe e filho, o
caminho para o cemitério não tem mais sentido e é reaberto o caminho para casa.
«Entregou-o a sua mãe»: o jovem pode continuar a crescer, amadurecer e ocupar o seu lugar de adulto na
sociedade. Uma sociedade que não permitirá mais que uma viúva indefesa seja deixada sozinha a mendigar.
Não! porque haverá um filho que cuidará dela, que lhe garantirá uma velhice digna. Desta forma, a ordem
social também será salvaguardada.
Eis o grande milagre desta história de ressurreição: a presença de um Deus que acompanha o seu povo, que
devolve a esperança e a vida às pessoas e gera a unidade nas famílias e na sociedade.
Como Congregação Salesiana, testemunhamos diariamente que o Senhor continua a ressuscitar milhares de
jovens e suas famílias. Nos diversos ambientes em que acompanhamos os jovens, temos a grande missão de
conhecer e habitar a cultura dos jovens, especialmente daqueles que vivem em situações difíceis que
colocam em risco o seu desenvolvimento pessoal. Consequentemente, é evidente que a nossa opção social
salesiana é transversal a todos os ambientes pastorais. Orientar os nossos PEPS para esta opção e oferecer
serviços ou programas que abram as portas aos menos favorecidos com um critério oratoriano21 ajuda as
nossas CEPs a não se perderem na monotonia e indiferença tornando-se cúmplices das diversas formas de
injustiça sofridas por tantas pessoas. Esta nossa opção torna as comunidades salesianas autenticamente
salvíficas.
Na mesma linha, mas com um PEPS específico,22 o ambiente das obras e dos serviços sociais salesianos
responde às situações do mal social que colocam os jovens em risco, violam os seus direitos e os de suas
comunidades, marginalizando-os da sociedade. O impacto do ambiente salesiano favorece a reinserção
tempestiva de adolescentes e jovens em suas famílias e em seu ambiente, com metodologias próprias que
visam restaurar os direitos violados, curar as diversas feridas que dilaceraram a vida de cada um e aumentar
as competências que lhes garantem o pleno uso da sua liberdade, dando-lhes pleno sentido. É o milagre de
trazer os jovens de volta à vida, o que acontece na medida em que somos capazes de praticar o sistema
preventivo.
Tudo isso nos leva a empenhar-nos cada vez mais em processos de educação e evangelização mediante a
resposta social das nossas presenças, que adotam múltiplas figuras jurídicas de reconhecimento civil ou
eclesiástico como requisito para poder oferecer os seus serviços nos diversos Países de modo profissional e
transparente.
O nosso rosto neste setor é, portanto, o das Associações, Cooperativas, Organizações Não-Governamentais
(ONGs), Empresas Autônomas de Ajuda Humanitária, Acordos Mistos para a oferta concordada de serviços
especializados, Centros Sociais que prestam serviços psicossociais e de saúde em geral, e que são também
agências de emprego, etc. Como em outros setores da nossa pastoral juvenil, o que nos distingue de outras
organizações similares é o seguinte: nós Salesianos evangelizamos através da prestação de serviços sociais,
oferecendo a todos uma busca de sentido e uma abertura à transcendência, respeitando ao mesmo tempo
a liberdade de cada indivíduo.
Para responder a estas necessidades, Dom Bosco criou uma Congregação no tempo em que as ordens
religiosas estavam sendo expulsas do Piemonte. Diante da sociedade civil, de fato, a Congregação apareceu
como uma associação de cidadãos com a finalidade de fazer o bem. Assim, ele foi o primeiro na Igreja a
fundar uma Pia Sociedade e uma Obra de Homens de Deus. Esta dupla dimensão continua a enriquecer as
nossas obras e os nossos serviços sociais e, ao mesmo tempo, confere-lhes uma identidade carismática
original e específica.
1.5. Difundir a boa-nova
21 Cf. CG28, p. 79, n. 13e.
22 Cf. CG27, n. 78.

2 Pages 11-20

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2.1 Page 11

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Sabemos que o Reino de Deus cresce no meio do mundo de forma silenciosa e discreta e que fazemos parte
de uma Igreja que trabalha generosamente pelo bem do povo. É neste contexto que, fiel ao carisma de Dom
Bosco, o ambiente das obras e serviços sociais da Congregação foi criado e fortalecido nas diversas
Inspetorias. Com esta mesma atitude de grata humildade, mas convencidos de que estamos a assistir um
momento da história que requer o testemunho da caridade, é urgente desenvolvermos cada vez mais a
capacidade de comunicação para dar visibilidade, num exercício de transparência, às nossas ações e ao bem
que está sendo feito e contemos para o mundo os frutos humanos do trabalho que fazemos.
Causa admiração que Jesus não peça em Naim para ficar sozinho com o esquife para operar a ressurreição,
nem o faz na privacidade da família do jovem. A ação é realizada diante dos olhos de todos. Ele comunica a
todos o poder do amor de Deus, sem discriminar ninguém. Isto fez com que as testemunhas contassem em
toda parte o que tinham testemunhado; elas mesmas foram as propagadoras da boa-nova, e «a sua fama se
espalhou por toda a Judéia e em toda a região» (Lc 7,17).
O Reino de Deus produz mudanças radicais naqueles a quem é anunciado e Jesus, neste evento em Naim,
não impõe silêncio ou impede que outros o anunciem. Além disso, nos versículos seguintes, o próprio Mestre
dirá: «Ide anunciar a João o que tendes visto e ouvido: os cegos veem, os coxos andam, os leprosos ficam
limpos, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, aos pobres é anunciada a boa-nova» (Lc 7,22). Compartilhar
a fé resulta do caminhar com Jesus; celebrá-la expressa a alegria de pertencer ao grupo que caminha com
ele; e buscar a justiça social é um dos compromissos mais importantes de uma Igreja que abraça os
ensinamentos do seu Mestre.
O Papa Francisco em suas duas encíclicas sociais Laudato si' e Fratelli tutti ensina que a contribuição de toda
a Igreja para o desenvolvimento humano é integral; que trabalhar pela justiça e pela paz também requer o
cuidado da criação, que é a nossa casa comum. Da mesma forma, a nossa ação pastoral salesiana em cada
comunidade local e em cada Inspetoria é chamada a ser uma ação pastoral integral que se dirige
preferencialmente aos jovens, mesmo que não se limite a eles. Para realmente ajudá-los, devemos olhar para
suas famílias (de novo, se as tiverem) e seus grupos sociais.
O desenvolvimento humano integral também é voltado a estabelecer um diálogo com as outras religiões,
com os governos, com as instituições sociais e com todos os homens e mulheres de boa vontade que unem
seus esforços em defesa da dignidade humana. Como Salesianos, participamos da construção da amizade
social, expressando-a abertamente e com métodos concretos de intervenção através do ambiente das obras
e dos serviços sociais. Este ambiente não é novo em nosso carisma, pois corresponde à inspiração fundadora,
e é por isso que convido todos os irmãos, os Inspetores e seus Conselhos, os Diretores e suas Comunidades,
assim como as comunidades educativo-pastorais, a ser corajosos e ouvir o grito dos jovens grito provocado
pelo pecado social e, portanto, a oferecer propostas que respondam a este dano estrutural da cultura atual.
Para isso, devemos «ver o outro» e sentir compaixão por ele; só então encontraremos uma saída e veremos
como alocar os recursos humanos e financeiros que garantirão a realização de itinerários sólidos de
acompanhamento para os jovens e comunidades em situação de risco.
«Os excluídos são a maioria do planeta, milhares de milhões de pessoas. Hoje são mencionados nos debates
políticos e econômicos internacionais, mas com frequência parece que os seus problemas se coloquem como
um apêndice, como uma questão que se acrescenta quase por obrigação ou perifericamente, quando não
são considerados meros danos colaterais».23
Este é um convite dirigido também a nós religiosos Salesianos, para aprendermos a ser muito livres e sóbrios,
a não nos acomodarmos e respondermos às circunstâncias adversas da vida. Também devemos aprender a
traduzir as nossas linguagens religiosas às das sociedades civis e nos empenharmos nos diálogos necessários.
É, portanto, um apelo para que na opção carismática pelo ambiente das Obras e dos serviços sociais
avancemos para uma convergência de critérios que, respeitando a experiência e o trabalho de toda presença
salesiana no mundo, salvaguarde a nossa identidade evangelizadora e carismática, para contar ao mundo,
com humildade, simplicidade e transparência, o impacto da nossa presença no setor social como resposta ao
amor de Jesus.24
23 Cf. FRANCISCO, Laudato si’, n. 49.
24 Cf. FRANCISCO, Fratelli tutti, n. 95.

2.2 Page 12

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2. A OPÇÃO PELOS MAIS POBRES 25
Com a linguagem e as metodologias do seu tempo, Dom Bosco propôs uma nova maneira de cuidar dos
adolescentes e jovens. Foi precisamente a opção em favor dos mais pobres que orientou toda a sua ação e a
consequente consolidação e expansão da Congregação Salesiana, uma Congregação que ele mesmo fundou,
acompanhado por alguns jovens que viveram e aprenderam em Valdocco o que era conhecer e amar Jesus e
querer servir os jovens que encontraram naquela mesma casa. Isso os levará a amadurecer e sonhar "o
próprio projeto de vida" (com palavras de hoje), a serviço da missão da qual eles foram o fruto. Estar com os
pobres é fruto da própria convicção de Dom Bosco, mantida fielmente por ele ao longo da vida.
Os jovens que vinham ao Oratório de Valdocco sentiam-se verdadeiramente em casa, porque havia espaço
para todos, sem exceção ou discriminação. Eles chegavam com sonhos, alegrias, frustrações, tristezas e,
muitos deles, vítimas das numerosas formas nocivas de pobreza social. Todos eles encontraram uma chance
de iniciar ou retomar um caminho que lhes garantisse uma vida digna e um futuro ao qual teriam acesso para
alcançar os seus objetivos. Em seu relacionamento direto com cada um deles, Dom Bosco deixou que o seu
coração fosse plasmado como educador de pastores, e deixou essa característica como herança para os seus
filhos, de modo que em qualquer parte do mundo e em qualquer momento da história, a pobreza deles leve-
os a continuar a sentir a necessidade de serem pais, educadores, irmãos e amigos. É a nossa atitude de fé
que nos leva a acompanhar os adolescentes e jovens nas situações difíceis em que vivem. Mais do que
responder à emergência cultural dos tempos que temos à frente, tentamos caminhar com os jovens por um
caminho que lhes dê dignidade e novas oportunidades.
As nossas Constituições sintetizam a nossa opção pelos jovens mais pobres26 e indicam-nos o caminho a
seguir para nos santificarmos juntamente com todos os membros da CEP: ela é o lugar onde Deus nos pede
para estarmos presentes em espírito de família, acompanhando-os em sua vida cotidiana. A capacidade de
ser um «magnífico laboratório de experiências juvenis» que caracterizava o sistema preventivo de Dom
Bosco, por ele vivido e aplicado, deu origem ao longo do tempo ao rico patrimônio que alimenta a vida
pastoral das Inspetorias e foi cuidadosamente recolhido no âmbito da Pastoral Juvenil Salesiana.
A capacidade de ser um «magnífico laboratório de experiências juvenis» que caracterizava o sistema
preventivo de Dom Bosco, que ele viveu e aplicou, deu origem ao longo do tempo a um rico patrimônio que
alimenta a vida pastoral das Inspetorias e foi atentamente recolhido no Quadro referencial da Pastoral Juvenil
Salesiana.
2.1. Com uma pastoral juvenil para a libertação e a reinserção de obras e serviços educativos
Acredito concordarmos que a tarefa educativa com os adolescentes e jovens deve gerar vida, abrir à vida e
formar para a vida. Em muitas circunstâncias e lugares será necessário oferecer aos jovens a oportunidades
de se reintegrarem ao núcleo de onde foram expulsos ou de onde precisaram fugir. Uma das muitas formas
de reinserção tem sido favorecer ambientes específicos que afastem os jovens da situação de risco ou do
próprio fato da violação dos seus direitos. Em outros casos, a tarefa da reinserção concentrou-se na
construção da coesão social, procurando educar para a superação da rejeição e da exclusão, da xenofobia e
do racismo, e até mesmo das barreiras linguísticas e da falta de formação profissional que preparasse para o
trabalho.
Os currículos sociais assim concebidos vão além das estruturas acadêmicas tradicionais e também devem
concentrar-se na salvaguarda dos direitos das pessoas, na busca da sua estabilidade emotiva, física e
espiritual, na possibilidade de torná-las autônomas através da formação das competências sociais que serão
indispensáveis em sua relação com o mundo e em sua inserção no mercado de trabalho.
Em muitos contextos, devido à sua especial legislação, o momento de intervenção com os jovens em alto
risco social é uma variável que nos leva a ser criativos e ter a capacidade de estabelecer alianças a fim de
realizar a nossa tarefa de forma eficaz, minimizando toda situação que possa violar novamente a sua
dignidade. Por isso, a ação educativa no setor social é ampla e variada e, além do fato de a opção social ter
25 Linhas programáticas do Reitor-Mor para a Congregação Salesiana após o CG 28, in ACG 433 (2020), pp. 26-29
(prioridade n. 5).
26 Cf. Const. 6; 26; 29 e 41.

2.3 Page 13

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que ser transversal em todos os nossos ambientes pastorais, reconhecemos as obras e serviços sociais
salesianos como um ambiente específico para a prestação de serviços educativo-pastorais que podem ser
concebidos de diversas formas tanto no POI quanto no PEPS.27
A título de exemplo:
a) Programas sociais associados à presença de outros ambientes pastorais.
Existem em muitas Inspetorias serviços educativo-sociais que funcionam nas mesmas estruturas de outros
ambientes pastorais ou que são uma resposta à projeção social de uma obra específica.
Em alguns desses casos, a ideia é educar as pessoas para viverem seus tempos de lazer, ou oferecer
complementos acadêmicos e laboratórios de formação artística ou esportiva para a promoção da convivência
civilizada, entre outros.
Estas são formas muito eficazes nas quais as nossas presenças abrem suas portas aos bairros em que estão
localizadas levando-as a participar da vida local, tornando-nos próximos das situações reais das famílias e
permitindo-nos conhecer a realidade por vezes muito dura dos jovens e das jovens.
Em outros lugares, este serviço expandiu-se através das paróquias, dos centros juvenis e oratórios, onde
cresceu a sensibilidade para a inclusão de pessoas com alguma deficiência, crianças com dificuldades de
aprendizagem, ajuda para a promoção da mulher, auxílio às famílias, encontros multiculturais e
plurirreligiosos e a cultura da não-violência.
Em alguns países, os Inspetores motivam e garantem as condições para que os Salesianos tenham a
oportunidade de integrar-se nos serviços sociais; em outros, ainda está pendente a questão da "conversão
pastoral" que motiva alguns irmãos a quererem viver e servir nessas periferias. É importante que os
consagrados Salesianos se envolvam nestes programas porque fazem parte da opção preferencial da nossa
missão e, por isso, não podemos abandoná-la, nem deixar os leigos sozinhos, que às vezes, sentem e
denunciam a ausência dos religiosos. Este desequilíbrio compromete a própria missão salesiana no campo
do serviço social. Juntos somos chamados a reviver, recriar e às vezes até refundar o espírito de Valdocco,
numa atmosfera de confiança recíproca, já que cada um é convidado a contribuir com a própria
especificidade. Às vezes isso pode ser um verdadeiro retorno às origens.
b. Presenças com dedicação exclusiva ao ambiente das obras e dos serviços sociais
Há muitas Inspetorias com presenças salesianas cuja dedicação à missão no setor social é absoluta. Devido
ao impacto das instituições deste setor, as obras sociais salesianas constituem um ambiente distinto, pois há
uma série de fatores carismáticos, requisitos legais e regulamentares aos quais devem responder dando-lhes
identidade e dinamismo próprios. É cada vez mais comum que este ambiente seja descrito e especificado
nos projetos orgânicos inspetoriais, com opções e critérios claros para o seu desenvolvimento na vida da
Inspetoria. Temos em nossa Congregação obras sociais simples e outras mais complexas, quer devido ao
número de programas e serviços que oferecem, quer pela sua articulação e conexão com outros ambientes.
Como em todo processo de crescimento e amadurecimento das instituições, é necessário planejar o futuro
dessas obras, mas sempre garantindo que respondam com qualidade e dignidade às necessidades dos
beneficiários. É necessário superar a mentalidade, ainda persistente em algumas Inspetorias, que faz com
que haja uma disparidade e uma diferença entre os edifícios, equipamentos e perfis dos educadores e
agentes das Obras que atendem aos jovens que vivem sem privações econômicas e os que atendem aos mais
pobres. Isso perpetua a diferença entre quem tem mais oportunidades e os que são menos favorecidos e,
para sermos fiéis ao Senhor Jesus e a Dom Bosco, não podemos permiti-lo, porque os pobres merecem o
melhor de nós como aprendemos de Dom Bosco.
As situações em que os desfavorecidos se encontram nunca devem nos assustar. Pelo contrário, toda vez que
nós, como Salesianos, encontramos esses jovens, devemos ficar entusiasmados em acompanhá-los em seu
processo de preparação para a vida. Daí a necessidade de sermos muito profissionais nos processos
formativos que lhes oferecemos, porque cada jovem é um projeto de Deus que temos a responsabilidade de
acompanhar.
27 Cf. CG28, p. 112, n. 45g.

2.4 Page 14

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Nossa força como Salesianos está em nos deixarmos ajudar e também aprender com os outros. Sozinhos não
podemos fazer o bem. Por isso, no ambiente das obras sociais, precisamos envolver um grande número de
pessoas idôneas, formadas nas diversas áreas do conhecimento e das disciplinas que possam iluminar a
reflexão e a ação a realizar em favor desses jovens e das comunidades que acompanham. Por outro lado, na
animação e governo corresponsável das nossas obras, precisamos gerar os mecanismos necessários para que
o processo decisório seja também compartilhado com os leigos e seja estabelecida uma cultura de avaliação
dos processos.
Naturalmente, a questão da rentabilidade e sustentabilidade econômica deste tipo de atividade é sempre
uma preocupação. Para garanti-las, recorremos à nossa inteligência pastoral e à capacidade de estabelecer
acordos com governos, administrações regionais ou locais, associações ou organizações privadas que
trabalham na cooperação para o desenvolvimento, tanto em nível nacional como internacional. O que jamais
devemos esquecer é de quem somos filhos e qual proteção temos quando trabalhamos com os seus
prediletos.
Um critério muito importante a ser considerado neste momento é a questão de com quem estabelecer
parcerias, para que na busca de recursos financeiros não nos deixemos forçar a ações que corram o risco de
vender a nossa identidade. Devo dizer que a nossa intenção evangelizadora em obras e serviços sociais é
inegociável. Portanto, a grandeza deste ambiente está em que com nossas ações no meio das comunidades
mais desfavorecidas semeamos as sementes do Reino, mesmo em contextos religiosos não cristãos, e sempre
no respeito e na liberdade dos outros, mas sem perder uma migalha da nossa identidade cristã e salesiana.
2.2. Cuidado pastoral e acompanhamento com animadores idôneos e preparados
Todo programa, todo serviço e toda obra social da nossa Congregação mostra que nas diversas Inspetorias e
CEPs, consagrados e leigos vivem uma grande abertura de coração ao se sentirem enviados aos jovens em
situação de risco; refletem sobre as melhores estratégias a seguir para propor os itinerários de
acompanhamento relevantes para eles e tomam as decisões adequadas para garantir a continuidade exigida
pelos projetos. Trata-se de uma ação corajosa, pois não é fácil levar adiante iniciativas que defendem quem
"cria problemas e incômodos".
Neste ponto, gostaria de expressar um merecido reconhecimento aos muitos leigos, homens e mulheres,
que trabalham em vários níveis das nossas obras e serviços sociais, tanto como educadores ou pessoal de
serviço, quanto como especialistas nos vários setores (pedagogos sociais e especialistas em reeducação,
assistentes sociais, psicólogos, especialistas em saúde, professores de escolas e instrutores de oficinas,
adidos à colocação no trabalho, pessoal de gestão e administração, diretores). A todos vós, eu digo: Obrigado,
em nome do nosso Pai Dom Bosco, pelo vosso valioso trabalho, porque através da contribuição de cada um
de vós as crianças, adolescentes e jovens, e as comunidades e bairros onde os direitos são violados,
encontram verdadeiros pais e mães que se preocupam com eles e que os fazem sentir a predileção de Deus.
Sei que muitos de vós vivem a própria profissão com profunda paixão a ponto de assumi-la como verdadeira
vocação. Isto vos torna verdadeiros apóstolos do Evangelho. Muitos de vós, em muitos Países do mundo,
provêm de culturas e tradições religiosas próprias dos vossos contextos, e isso nos torna ainda mais próximos,
pois é com base nos valores que compartilhamos que nos reconhecemos como membros da mesma família
nascida em Valdocco.
Sei que vós, queridos leigos, no final dos vossos dias intensos, retornais para casa a fim de continuar o
trabalho das vossas amadas famílias e que muitas vezes sacrificais parte do vosso tempo pessoal para
responder ao apelo dos jovens da Obra salesiana.
Também sei que em algumas ocasiões alguns de vós viveram momentos de incompreensão.
Encorajo-vos a ir adiante, sabendo que na certeza da vocação que recebestes sempre encontrareis a força
para um diálogo sincero que vos ajudará a crescer e amadurecer. Obrigado pela vossa vida, pela vossa
amizade e pelo vosso acompanhamento dos jovens, da CEP e de nós, Salesianos.
E um profundo reconhecimento também aos meus queridos Salesianos Coadjutores e Sacerdotes que, com
imensa caridade pastoral se entregaram, ou continuam a entregar-se, a serviço dos mais pobres.
Em obediência silenciosa, muitos dos meus irmãos se santificaram e comunicaram a graça de Deus aos que
sofrem, aos mais aflitos e necessitados, ajudando-os, permanecendo ao lado deles, aconselhando-os,
oferecendo-lhes novas possibilidades às quais dirigir o olhar. Muitos enfrentaram incompreensões porque
nem sempre e em todos os lugares estivemos preparados para compreender as propostas educativas e

2.5 Page 15

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sociais. Muitos Salesianos encontram na metodologia das obras e dos serviços sociais uma dinâmica vibrante
do nosso carisma, pois são espaços que se afastam da rigidez, oferecendo frescor e lançando em missões
pastorais ousadas.
Peço ao Senhor a graça de que muitos jovens Salesianos, desde as casas de formação, possam entusiasmar-
se pelos apostolados em contato com as ruas e os ambientes deprimidos onde, como aconteceu com o jovem
padre João Bosco, possam comover-se com as situações de degradação humana e encontrar a felicidade na
amizade e convivência com esses jovens.
Graças a Deus, há hoje muitos irmãos que orientam o seu projeto de vida vocacional ao trabalho nesses
ambientes que nos permitem ver a face do Senhor Ressuscitado sem nenhum véu. Continua a ser um desafio
aos nossos processos de formação inicial, específica e permanente oferecer instrumentos que permitam aos
Salesianos conhecer e amar a dimensão social da nossa presença, a fim de sermos competentes neste campo
e, assim, propor com qualidade a ação pastoral que ela requer.
2.3. Uma pastoral que leve a família em consideração
A família é o lar natural de todo ser humano. É na família que se aprende a ser pessoa e cidadão. Muitos dos
dramas vividos pelos adolescentes e jovens dos serviços sociais têm sua origem na própria situação familiar.
Existem famílias harmoniosas, estáveis, acolhedoras e atentas ao bem-estar de cada um dos seus membros,
mas também existem famílias em que, diante dos problemas de um de seus filhos, não têm capacidade nem
recursos para facilitar o processo de cura e reintegração. Algumas dessas situações são, por exemplo, uso de
drogas, envolvimento em grupos criminosos ou violentos, ameaças à integridade pessoal da parte de
terceiros ou processos judiciais.28 Em alguns casos, as famílias são vítimas de causas externas que as separam,
e os filhos ficam sem ligações e vínculos de apoio, como no caso das regiões onde há situações de guerra,
deslocamento forçado devido à violência, desastres naturais e, em particular, todos os tipos de migração. O
fenômeno da pobreza, combinado com a instabilidade emotiva de alguns pais, leva-os a ter problemas de
comportamento que muitas vezes afetam os filhos. A família torna-se disfuncional e acaba sendo um
ambiente adverso e até mesmo abusivo.
«A realidade tornou-se muito complexa, tanto que hoje não se pode falar de família no singular, mas no
plural. Não há família, mas famílias. Apesar das múltiplas configurações familiares, podemos dizer que as
relações familiares são um componente vital, pois são a porta de entrada para a construção e o
desenvolvimento da personalidade. A família é o ponto de encontro da diversidade que está na base da
experiência humana. Portanto, quando falamos em cuidar da família, isso envolve cuidar de seus membros
em sua diversidade, em suas necessidades, em sua dignidade; nenhuma outra instituição está acima da
família na construção do desenvolvimento humano integral».29
O elemento reintegrador da pedagogia social salesiana procura permitir ao jovem, em seu processo de
amadurecimento pessoal, reconstruir os laços rompidos com a família. Deste ponto de vista, o recente
documento salesiano "Pastoral Juvenil e Família" ensina-nos que, como nosso ministério se dirige
principalmente aos jovens, não podemos isolá-los do mundo ao qual pertencem, e por isso somos chamados
a acompanhar as realidades familiares para garantir-lhes as condições adequadas, tanto para viverem juntos
como para se apoiarem mutuamente, desde a estabilidade afetiva até a econômica. Uma família
fragmentada coloca cada um de seus membros em risco, e a intervenção social visa estabelecer as causas
desse mal-estar, a fim de ativar possíveis caminhos a serem seguidos pelo jovem para que ele possa
reintegrar-se a ela, fazendo parte de um ambiente acolhedor, afetuoso e formativo do qual ele se sinta parte
importante, e do qual possa ajudar a consolidar.30 Neste mesmo movimento, é ideal que as famílias se unam
ao processo de reintegração dos jovens como uma chave segura para sua recuperação.31
28 Cf. CG28, pp. 69-70, n. 2.
29 DICASTÉRIO PARA A PASTORAL JUVENIL SALESIANA, Pastoral juvenil e família, Editrice S.D.B., Roma 2021, p. 12.
30 Cf. CG28, p. 81 n. 15.
31 Cf. CG28, p. 82 n. 15h.

2.6 Page 16

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3. O EMPENHO PELO DESENVOLVIMENTO HUMANO INTEGRAL
A Doutrina Social da Igreja tem inspirado e continua a inspirar o trabalho salesiano. As nossas propostas
educativas têm uma perspectiva espiritual, porque agimos em nome de Deus e dirigimos nossas ações para
Ele; mas também têm uma perspectiva sociopolítica, porque estamos comprometidos com a transformação
da realidade, e neste mesmo sentido, acompanhamos os jovens para se comprometerem e serem agentes
dinâmicos da cultura. Esta mudança de mentalidade exige rompermos com as lógicas que escravizam e
ideologizam as pessoas e caminhemos juntos em vista do desenvolvimento humano integral.
Este conceito relaciona-se com o conceito de "crescimento"32 que durante muitos anos impulsionou os
indicadores que buscavam medir a evolução das sociedades apenas do ponto de vista financeiro. O
ensinamento da Igreja leva-nos a compreender que toda mudança benéfica nas dimensões material e social
das pessoas está diretamente ligada à sua transcendência,33 e é um apelo a ser verdadeiramente humano, já
que este é o plano de Deus para toda a humanidade e também, naturalmente, para os crentes que encontram
em Cristo a medida do homem perfeito.34
Este processo reúne muitos esforços em prol da justiça, da paz e do cuidado da criação. O Papa Francisco
publicou suas preciosas encíclicas Laudato si' (2015) e Fratelli tutti (2020) em torno desta proposta, e em
2016 ele criou um Dicastério específico para regular e administrar questões relacionadas aos migrantes, aos
mais pobres, aos doentes, aos excluídos e marginalizados, às vítimas de conflitos armados e desastres
naturais, aos prisioneiros, aos desempregados e às vítimas de todas as formas de escravidão e tortura; assim
como o programa de acompanhamento da pandemia do COVID 19 e a coordenação da ecologia integral
através da plataforma Laudato Si'. É evidente que não podemos falar de obras e serviços sociais salesianos
sem reconhecer que estamos envolvidos neste apelo a participar do caminho de desenvolvimento humano
integral para o qual o Papa Francisco convidou a Igreja e o mundo. É, por assim dizer, a agenda oficial da
Igreja à qual, como Congregação, estamos institucionalmente alinhados, agregando valor ao significado das
nossas obras, reforçando a identidade carismática da nossa intervenção educativo-social e nos iluminando
na escolha dos nossos aliados e das stakeholder (partes interessadas).
3.1. A importância das obras para os jovens em situação de risco e a inovação social.
A missão salesiana, em todas as suas manifestações institucionais e nos programas de assistência às
populações em situações de violação dos direitos, gera itinerários que partem do respeito a cada pessoa,
acompanhando-a a descobrir o seu lugar no mundo em diálogo com os valores evangélicos da fé cristã ou
com as suas crenças pessoais. A teoria do desenvolvimento chama este fenômeno de mudança de "inovação
social", que leva em conta a riqueza existente em uma população, procurando gerar hábitos nas pessoas
desde as suas possibilidades, para que possam encontrar o próprio caminho em vista de uma vida mais digna.
Assim, o carisma salesiano e a inovação social são como duas faces da mesma moeda: a primeira no sentido
teológico-pastoral e espiritual, e a segunda na atual linguagem acadêmica e civil, que procura indicar
processos de coesão no interior da cultura, levando indivíduos e comunidades ao desenvolvimento humano
integral e, portanto, da nossa visão de mundo e da vida, à transcendência.
Em seu magistério, o Papa Francisco estabelece um diálogo importante e necessário entre a linguagem do
compromisso social da Igreja, que defende a dignidade humana, e a das organizações internacionais que
garantem políticas para o bem-estar dos povos.
Nas últimas décadas, foram muitas as agendas promovidas pela Igreja e organizações civis que trabalham no
campo da cooperação para o desenvolvimento, a maioria das quais convergem no conceito de
sustentabilidade. Uma organização, neste caso uma obra ou um serviço social, é sustentável quando gera
equilíbrio saudável entre o cumprimento da sua missão, o impacto que tem sobre o meio ambiente e a
sustentabilidade financeira que a mantém. Deste ponto de vista, é interessante considerar a sustentabilidade
como um componente que ajuda a avaliar o significado das obras e dos serviços sociais salesianos. É uma
32 PAULO VI, Populorum progressio, 14.
33 FRANCISCO, Laudato si’, 225.
34 Cf. Ef 4,13.

2.7 Page 17

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oportunidade de superar o perigo que existe em muitas instituições sociais (e às vezes eclesiais) de reduzir
os valores do Evangelho e da doutrina social a ações meramente filantrópicas, colhendo nos nossos planos
de intervenção processos reais de acompanhamento à transcendência.
3.2. A complementaridade dos saberes e das instituições salesianas
O modelo de pastoral que leva ao desenvolvimento humano integral no ambiente das obras e dos serviços
sociais salesianos é enriquecido pela contribuição de várias disciplinas, entre as quais gostaria de destacar as
seguintes:
a. A contribuição salesiana na abordagem dos direitos humanos em nossos contextos.
A pluralidade cultural e as exigências legais levaram a Família Salesiana a sentir o desafio de precisar
responder de maneira particular às necessidades dos jovens em situação de risco em todos os contextos.
Entretanto, o fenômeno da globalização torna cada vez mais comuns e similares em todas as sociedades e
lugares os fatores que causam a injustiça social e a violação dos direitos das pessoas, assim como as
estratégias geradas para combatê-los.
Compreender as chaves sociológicas de cada momento histórico nos diversos contextos é uma oportunidade
para fortalecer o trabalho salesiano no ambiente das obras sociais e dos serviços sociais salesianos, e é uma
forma concreta de projetá-lo no futuro para garantir o seu sentido. Esta disciplina fornece-nos os
instrumentos para garantir que o nosso empenho em relação aos jovens seja permanente, porque a
sociedade está sempre evoluindo; ajuda-nos a ser profundos e apaixonados em nosso trabalho, porque
quanto mais pudermos analisar a condição da transformação humana, mais oportunidades teremos de
encontrar as chaves para as transformações que levam ao desenvolvimento integral.
Com uma metodologia interdisciplinar, ativando observatórios que favoreçam uma leitura sociológica atenta
e constante dos fenômenos que movem a dinâmica dos adolescentes e jovens, indica-se o caminho para a
configuração dos itinerários educativos a serem seguidos e abre-se a entrada a vários fóruns, como aqueles
criados em cada país e em cada região para denunciar a violação dos direitos dos menores. Ao mesmo tempo,
é oferecida a oportunidade de trabalhar pela defesa desses direitos. A tarefa de observar esses fenômenos
é essencial neste ambiente, pois na formulação do PEPS, uma análise bem-feita do contexto tornará visível a
oferta dos nossos serviços sociais e nos manterá relevantes entre as instituições do setor social.
Como Igreja e como Congregação Salesiana, reconhecemos que os direitos humanos são um dom precioso
que devemos defender e promover. Sobre isso, as nossas comunidades locais e inspetoriais percorreram um
longo caminho. Em 2009, com o Congresso sobre Sistema Preventivo e Direitos Humanos, a Congregação fez
a opção de tornar esta linha transversal a todos os ambientes e níveis das nossas estruturas no mundo. De
modo particular, olhamos para a Convenção sobre os Direitos da Criança e do Adolescente, que as Nações
Unidas proclamaram em 1989 como um acordo global que dá importância aos menores como sujeitos que
têm o direito de ser educados de maneira integral, ajudando-os a desenvolver todas as suas capacidades e
fortalecer a sua personalidade. Garante-se, assim, um caminho pelo qual a humanidade pode avançar com
segurança para a conquista da paz e da dignidade humana, na medida em que as novas gerações forem
respeitadas e formadas para esse estilo.
Deveria tranquilizar-nos saber que, como religiosos e leigos da CEP, tomamos as medidas necessárias e
desenvolvemos os instrumentos necessários para salvaguardar a integridade dos menores e de toda a
comunidade, sabendo que todos os seus membros devem conhecê-las, interiorizá-las, respeitá-las e observá-
las.
b. A pedagogia social em chave salesiana.
Quando se fala de risco social, referimo-nos à possibilidade concreta de os direitos humanos das pessoas
serem afetados ou violados radicalmente. Nos mais diversos contextos humanos, encontramos muitas
formas de pobreza que atingem as crianças em geral. Todavia, contextos de elevada pobreza socioeconômica
concentram um grande número de elementos que põem em risco a dignidade das pessoas. Existem muitas
periferias humanas que trazem consigo a marginalização sofrida por milhões de pessoas em comparação com
alguns benefícios desfrutados pelos cidadãos comuns. Em casos mais escandalosos e degradantes, vemos

2.8 Page 18

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que milhões de outros seres humanos vivem em total exclusão, incapazes de ter as oportunidades que
deveriam ser garantidas em todas as sociedades.
A nossa opção carismática em favor dos mais pobres exige o nosso comprometimento, na medida do
possível, para contribuir no rompimento dos ciclos de pobreza e exclusão, e o fazemos, fundamentalmente,
através da instrução. Na maioria das Inspetorias que têm programas sociais há o desafio de formar
educadores sociais e pedagogos sociais, uma vez que não é fácil encontrar os perfis adequados em todos os
contextos e, em muitos casos, não existe sequer uma oferta acadêmica para prepará-los como tais.
Desde a perspectiva laica, os educadores sociais e pedagogos sociais são uma figura muito parecida com o
assistente salesiano que Dom Bosco queria para os seus ambientes. Através da pedagogia social,
perguntamo-nos sobre o tipo de cidadão que devemos acompanhar rumo à maturidade, a partir do
reconhecimento das singularidades das crianças, dos adolescentes e jovens das nossas presenças.
Entre os muitos valiosos textos sobre a pedagogia social, gostaria de sugerir com simplicidade a leitura
atualizada do Sistema Preventivo oferecida pelo nosso irmão, P. Jean-Marie Peticlerc.35 Ele observa que há
três momentos-chave nos quais as obras salesianas e os serviços sociais propõem atualmente itinerários de
acompanhamento para jovens em situação de risco: a pedagogia da acolhida, a pedagogia da esperança e a
pedagogia da aliança.
A pedagogia da acolhida identifica os primeiros passos que os educadores dão para entrar em contato
com cada jovem individualmente. A partir daí, gera-se o link que permitirá a cada um abrir-se às propostas
pedagógicas. Isso é possível porque o jovem reconhece a credibilidade do educador que o acompanha. De
fato, se não houver confiança, não haverá processo educativo.
A pedagogia da esperança permite ver como educadores e especialistas de diferentes disciplinas propõem
itinerários para acompanhar o jovem, ajudando-o a amadurecer de forma integral. Percebe-se que há um
caminho a seguir, baseado na confiança, que produzirá frutos.
Enfim, a pedagogia da aliança permite descobrir a rede de redes que vai sendo construída e deve garantir
a todos, neste caso os jovens que se dirigem às nossas obras e aos nossos serviços sociais, as oportunidades
que os ajudarão a crescer como cidadãos, a exercer os seus direitos e deveres e a participar do
desenvolvimento saudável da cultura. Isso demonstra a função reguladora da sociedade como garante dos
direitos, canalizada através do papel do Estado e das instituições públicas, bem como dos órgãos que
supostamente devem garantir o bem-estar dos cidadãos.
c. A complementaridade dos saberes
Como disse antes, o modelo pastoral e psicossocial baseia-se na construção da confiança, esperança e
aliança. É admirável observar como o Sistema Preventivo Dom Bosco tem a capacidade de envolver tantas
pessoas leigas e consagradas que enriquecem a nossa presença com novas linguagens, novas experiências
educativas, novos caminhos a seguir para ir ao encontro dos jovens mais necessitados. Neste trabalho de
complementaridade, nós Salesianos consagrados também temos a oportunidade de contribuir para a grande
riqueza do acompanhamento pessoal e espiritual dos menores, das suas famílias e dos seus bairros ou
comunidades locais.
Em nossa Congregação, além da rica experiência pastoral, temos um abundante patrimônio intelectual que
deu origem a escolas, institutos, centros de formação profissional, centros de atendimento a menores,
grupos de pesquisa e numerosas publicações científicas que fazem de nossas Universidades e Instituições de
Ensino Superior verdadeiros pontos focais que iluminam a reflexão nas diversas esferas do saber, e que
assumem particular significado quando isso tem impacto no processo de acompanhamento de indivíduos e
grupos. Esta enorme capacidade foi levada adiante por Salesianos e leigos que ofereceram, e continuam a
oferecer, as suas capacidades intelectuais a serviço da missão.
Entre as importantes ofertas de formação superior, a nossa Universidade Pontifícia Salesiana de Roma, como
universidade da Congregação, viu surgir produções acadêmicas significativas nos campos da pedagogia e da
pedagogia social, da psicologia e da sociologia, fundamentais para a consolidação do ambiente das obras
sociais. Devemos continuar nessa linha e aumentar a colaboração com outras IUS (Instituições de Ensino
Superior) e universidades no compromisso com o desenvolvimento humano em múltiplos campos.
35 Cf. PETICLERC JEAN-MARIE, I valori più significativi del Sistema Preventivo, in AA. VV., Sistema preventivo e diritti umani,
Roma 2009.

2.9 Page 19

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Faço um apelo às Inspetorias, e àqueles que prestam serviços nas obras sociais, para que em meio ao seu
intenso trabalho apostólico (educativo e social), realizem um saudável exercício de inteligência pastoral para
não ceder à tirania de responder apenas ao que é urgente. Precisamos sistematizar a nossa ação educativa e
mantê-la constantemente atualizada, com uma análise contínua da realidade, dos contextos e das realizações
que possam tornar a missão significativa. É verdade que nem todas as comunidades têm a capacidade de
realizar esta tarefa, por isso, é de grande importância gerar redes também neste aspecto.
Por esse motivo, convido também os nossos institutos de ensino superior a garantir que grande parte da sua
reflexão sobre o setor social possa vir dos territórios onde as nossas obras salesianas estão localizadas e da
experiência que vivemos neles. Que a pesquisa universitária cumpra verdadeiramente a sua função social de
fornecer dados e reflexões que levem a uma sábia compreensão dos fenômenos humanos e culturais, e que
isso permita aos diversos agentes sociais e educadores tomar decisões, gerando assim as ações necessárias
e até mesmo inovadoras para cada ambiente.
Convido, enfim, as obras e os serviços sociais, as Universidades salesianas, o Setor da Pastoral Juvenil, o Setor
das Missões e da Comunicação Social da Congregação, as Procuradorias missionárias, as ONGs de inspiração
salesiana e as Inspetorias a se unirem e coordenarem sempre mais, e a trabalhar em projetos plurissetoriais
com sentido de comunhão e corresponsabilidade, para continuar a oferecer as melhores respostas possíveis
e responsáveis a esses menores e jovens, e às suas comunidades empobrecidas; e, tudo isso, sempre na
fidelidade ao carisma.
3.3. O empenho na cidadania ativa.
A partir da lógica com que apresentei a reflexão até este ponto, é fácil concluir que não é possível ter uma
proposta de desenvolvimento humano integral que favoreça as pessoas sem envolvê-las neste mesmo
processo, por isso enfatizo dois aspectos muito importantes que nos ajudam a fortalecer este propósito:
a. Formação para a cidadania ativa
A cidadania ativa leva à formação de pessoas sensíveis e atentas aos grandes desafios da humanidade e ao
desejo de fazer algo para encontrar soluções comuns.
É muito importante motivar e ensinar os jovens a refletir e propor itinerários, objetivos e processos baseados
no valor e na riqueza das pessoas no próprio lugar, território e contexto. Isto lhes permitirá exercer certa
liderança na busca do bem-comum e na melhoria das suas vidas e das dos outros. Desde o ponto de vista da
fé e da perspectiva cristã, isso significa preparar jovens que serão verdadeiros «discípulos-missionários» (nas
palavras do Papa Francisco)36 capazes de ser significativos aqui e agora.
Um significativo número de Inspetorias propõe programas especializados de formação para a cidadania ativa,
destinados tanto a formar jovens e adultos neste campo quanto a gerar projetos que fortaleçam esta
dimensão de cidadania ativa nos diversos ambientes pastorais.
b. O voluntariado para a construção da amizade social
O voluntariado é uma das realidades presentes em Valdocco desde as origens do carisma (mesmo que seja
um termo mais adequado aos nossos tempos do que aos de então). Foram os próprios jovens que desejaram
ajudar Dom Bosco a realizar a sua missão. Dessa experiência, alguns deles ficaram com ele e, com alguns
deles, Dom Bosco fundou a Congregação Salesiana. É belo imaginar o que Mamãe Margarida deve ter
pensado quando Dom Bosco pediu a sua ajuda para ser a mãe dos seus jovens. Deverá ter sentido muita
emoção e uma profunda alegria em saber que estava ajudando o seu filho em algo de importante. Ela pode
ter sentido saudades ao deixar a casa onde vivera tantos anos: a terra pela qual ela havia trabalhado tanto,
a família e os vizinhos. Deve ter sentido incerteza ao partir para o desconhecido, pois o desconhecido era
sem dúvida a vida que a esperava em Valdocco. Não obstante, aceitou o convite do filho e contribuiu para
melhorar a vida de muitos jovens.
A missão salesiana continuou a espalhar-se pelo mundo todo, fruto do Espírito Santo (o verdadeiro inspirador
do carisma), e muitas pessoas aderiram a ela. Como Dom Bosco, hoje também nós precisamos de ajuda para
36 FRANCISCO, Evangelii Gaudium, n. 119-121.

2.10 Page 20

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continuar a construir o Reino de Deus onde quer que o Senhor nos tenha plantado. Como Dom Bosco,
também nós podemos propor aos jovens que sejam pastores e educadores de outros jovens, e um modo de
fazê-lo, entre os muitos modos de viver e empenhar-se, é o voluntariado.
Através desta experiência podemos promover a cultura da solidariedade, a abertura da mente e do coração.
Através do encontro com os outros, em outras culturas e geografias, a experiência de voluntariado deveria
oferecer às pessoas, especialmente aos jovens que foram os destinatários dos nossos processos de
acompanhamento em alguns ambientes salesianos, uma experiência que os ajude a ter uma perspectiva
válida e rica sobre a sua vida. As mesmas presenças salesianas que acolhem os voluntários são positivamente
impactadas pela sua presença.
Há em nossa pastoral juvenil, vários tipos de trabalho voluntário em que as pessoas doam generosamente o
seu tempo, o seu trabalho e as suas vidas nas casas salesianas ou nos vários serviços oferecidos, o que
também é um indicador muito importante dessas presenças na consolidação do desenvolvimento humano
integral. Essa experiência, feita sobretudo nas nossas obras sociais e missionárias, é um dom de Deus vivido
no mundo salesiano que criou laços de amizade e pertença entre os voluntários, os Salesianos e os jovens
das obras. As comunidades salesianas que acolhem voluntários também são desafiadas pela sua mesma
presença e sentem muitas vezes o desafio que o contato e a colaboração com os voluntários representam
para viver o seu ser Salesianos de Dom Bosco de uma forma cada vez mais testemunhal.
3.4. Educação à fé e acompanhamento nas obras sociais salesianas
Num momento em que as obras sociais salesianas procuram dar prioridade principalmente às pessoas
(crianças, adolescentes e jovens) e não às estruturas, aos serviços e à própria gestão, não podemos esquecer
que para nós «a evangelização e a catequese são a dimensão fundamental da nossa missão». «Como Dom
Bosco, somos chamados todos e em qualquer ocasião, a ser educadores da fé».37 A catequese e a educação
à fé não são algo que devemos oferecer somente aos jovens e às jovens mais afortunados, hábeis e capazes.
São precisamente os mais necessitados os primeiros a serem enriquecidos pelo dom da presença do Senhor
em suas vidas, pelo dom da fé qualquer que seja a sua religião. Não caiamos no erro de pensar que os
nossos destinatários privilegiados não estejam nunca suficientemente preparados para fazer o itinerário de
iniciação cristã ou de amadurecimento na fé. Por isso escrevemos que «Dom Bosco transmitiu a paixão pela
salvação dos jovens vivida no empenho constante de uma catequese simples, essencial, adaptada à condição,
idade e cultura dos jovens e unida a outras propostas educativas e recreativas do Oratório. Não se faz
catequese salesiana ao final de um itinerário propedêutico, mas, implicitamente, ela é o coração dos
primeiros encontros e, explicitamente, de toda a proposta formativa. Dom Bosco não distinguia entre
primeiro anúncio e catequese, mas, ao encontrar um menino, logo o convidava oportunamente para o
itinerário de vida cristã».38
Fiel à tradição salesiana, creio ser essencial não negligenciar o fato de a educação à fé e a catequese serem
colocadas a serviço da formação integral da pessoa humana, sempre no respeito a todo indivíduo.
4. O ÂMBITO DO SISTEMA PREVENTIVO
O Sistema Preventivo, onde encontramos a identidade educativa e espiritual salesiana, concretiza-se, em
diversos modelos educativos e pastorais, de modo todo particular no cuidado dos adolescentes e jovens em
situação de risco social. Todo ambiente pastoral deve ser capaz de dar uma resposta adequada e específica
à realidade dos jovens com os quais compartilhamos as nossas vidas segundo o critério oratoriano como
fonte permanente de inspiração.
As obras e os serviços sociais salesianos têm uma dupla tarefa: evitar situações que possam violar os direitos
das crianças e dos jovens e curar as feridas causadas pela violação desses direitos, que levaram a dolorosas
condições de marginalização.
37 Cf. Const. 34.
38 DICASTÉRIO PARA A PASTORAL JUVENIL SALESIANA, A Pastoral Juvenil Salesiana. Quadro referencial, Editrice S.D.B., Roma
20143, pp. 142-145.

3 Pages 21-30

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3.1 Page 21

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A defesa, a restituição e a salvaguarda dos direitos das crianças, dos adolescentes e jovens assim como das
suas famílias, dos grupos e dos bairros dão ao Sistema Preventivo Salesiano uma caracterização e atuação
muito concretas. Os resultados esperados da ação pastoral são a redução dos riscos sociais, a restauração
dos direitos e a reintegração na vida social. A partir da nossa opção evangelizadora, todos os nossos
ambientes são chamados a ter uma perspectiva social em favor dos mais pobres e desfavorecidos.
Não podemos julgar os jovens só a partir dos seus problemas. É verdade que não é fácil trabalhar no ambiente
das obras e dos serviços sociais. Como Dom Bosco, a paciência e uma elevada tolerância à frustração devem
ser enriquecidas pela fé e a certeza de trabalhar pelo Reino de Deus. Todavia, ao mesmo tempo, a enorme
satisfação de ver os resultados em muitos desses jovens, em cada um deles, cada um no próprio ritmo e de
acordo com as próprias possibilidades, cada um com seus dons, continua a ser um "sinal de ressurreição"
como em Naim.
É uma alegria que experimentamos, como Salesianos e leigos, porque estamos certos de que a opção pelas
obras e pelos serviços sociais salesianos reflete o mesmo rosto de Deus.
4.1. Uma resposta constante
O carisma de Dom Bosco é uma manifestação da predileção de Deus pelos jovens e, entre eles, pelos menos
favorecidos. Isso é demonstrado pela multiplicidade de projetos que compõem o setor de obras e serviços
sociais da Congregação Salesiana em 134 Países. Atualmente, Salesianos e leigos em nossas presenças
cuidam de crianças, adolescentes, jovens e comunidades em situação de risco, com cerca de 1.120 programas
que, nos cinco continentes, estão relacionados com os diversos ambientes pastorais de algumas obras, ou
constituem comunidades educativo-pastorais com projetos específicos do modelo social. Estas experiências
são o resultado de muitas décadas de trabalho generoso no qual as comunidades locais e inspetoriais
responderam com fé à voz do Espírito, reagindo às necessidades dos jovens em seus contextos e realidades,
renovando e atualizando a forma de interpretar e aplicar o sistema preventivo.
Não obstante as distâncias e diferenças culturais em que as diversas propostas surgiram, este ambiente vai
consolidando-se sempre mais, tanto pela sistematização e profissionalização dos itinerários propostos diante
dos diversos problemas da juventude, como pela evolução legislativa que tem caracterizado o setor social
(às vezes chamado de terceiro setor). O fenômeno da globalização também homogeneizou os problemas que
colocam em risco a dignidade das pessoas e, como revide, há o trabalho em rede que trouxe respostas que
permitem oferecer soluções adequadas.
Como Reitor-Mor Indiquei em minha proposta programática para a Congregação após a CG28 a «prioridade
absoluta para os jovens, os mais pobres e os mais abandonados», e afirmei com profunda convicção que «se
um dia abandonássemos os jovens, os jovens e, entre eles, os mais pobres, seria o início da morte da nossa
Congregação».39
Sou muito grato ao Senhor por ver o progresso feito em muitas comunidades locais e inspetoriais. Renovo
agora o convite a continuarmos o compartilhamento da riqueza do patrimônio carismático que possuímos
para juntos continuarmos a moldar e consolidar a identidade evangelizadora e educativa deste importante
ambiente no qual também somos testemunhas do amor e da bondade do Senhor. Para consegui-lo,
precisamos unificar cada vez mais as linguagens que nos levarão a entender-nos e dialogar sobre o que
consideramos importante em nossas propostas; assim poderemos estabelecer os critérios mínimos, mas
comuns, que devem orientar o PEPS deste ambiente educativo-pastoral no qual trabalhamos com os mais
pobres e abandonados, e fortalecer em nossa Congregação o trabalho em rede entre as Inspetorias e Regiões.
É verdade que há Países e Inspetorias onde essa reflexão está muito avançada; em outros casos ela está
avançando mais lentamente, mas vão sendo dados passos significativos.
Com estas palavras, desejo acompanhar e apoiar os esforços de muitas Inspetorias que, incorporando
firmemente no POI a opção preferencial pelos mais pobres, dedicam todo tipo de recursos a essa missão e
garantem a sustentabilidade desses programas e serviços.
Acompanho igualmente com grande esperança o trabalho consolidado de algumas Conferências de
Inspetores e Regiões que criaram em seus territórios estruturas de coordenação para os processos de gestão,
comunicação e formação do setor social.
39 Cf. CG28, pp. 35-38.

3.2 Page 22

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Sobre isso, gostaria de evidenciar o trabalho realizado por "Jovens em Situação de Risco" (YAR) na Índia; Rede
Salesiana de Ação Social no Brasil; Salesianos pela Ação Social na Itália; Plataformas Sociais Salesianas na
Espanha e a experiência da Rede Salesiana América Social (RASS), que funciona há mais de 20 anos com
reflexão ininterrupta e ação conjunta incluindo 18 Inspetorias das 2 Regiões do continente americano. Em
todas essas experiências há linhas de ação definidas em planos de ação de qualidade, estratégias
consolidadas de intervenção juvenil, apoio tecnológico adequado e programas conjuntos de formação. Noto,
sobretudo, com alegria a intensa paixão educativa e evangelizadora em favor dos jovens mais pobres e
daqueles em situação de risco.
Uma parte muito significativa destas propostas é realizada em conjunto com as Filhas de Maria Auxiliadora
e outros Grupos da Família Salesiana, nos quais a contribuição significativa de cada um enriquece a resposta
carismática das propostas educativas salesianas no mundo. Este trabalho familiar corresponsável tem sido
uma fonte de revitalização. E o compromisso de trabalhar como Família Salesiana é uma característica
constitutiva da nossa identidade que torna nossas obras e serviços sociais um verdadeiro "lugar teológico do
encontro com Deus".
Há também casos muito significativos de parcerias com outras Congregações religiosas e Dioceses, fazendo
do nosso trabalho um trabalho sempre mais eclesial.
4.2. Novas formas de missão.
A "Consulta Mundial das Obras e dos Serviços Sociais" realizada em Roma em 2019, convocada pelo Setor
para a Pastoral Juvenil no contexto do Sínodo sobre os jovens, ratificou o caminho que este ambiente deve
continuar a seguir, de acordo com a proposta do Papa Francisco sobre o desenvolvimento humano integral.
Em continuidade com a reflexão realizada em 2019, e como parte integrante das "Linhas Programáticas do
Reitor-Mor para a Congregação Salesiana" após o CG28, considerei necessário convocar um Congresso
Internacional das Obras e dos Serviços Sociais Salesianos, como espaço de convergência de todas as
Inspetorias e Instituições às quais pertencem, para rezar, refletir, compartilhar e propor acordos e ações
comuns que consolidem este ambiente em nossa Congregação.
Vivemos numa época de mudanças sociais velozes e, por isso mesmo, os serviços sociais também estão
evoluindo rapidamente. Diante desta realidade, o ambiente educativo-pastoral das obras e dos serviços
sociais deve ser definido não tanto pelos serviços oferecidos, mas pelo método que o leva a impactar, na
lógica do desenvolvimento humano integral, na vida das crianças, dos adolescentes e jovens. A observação
permanente dos fenômenos sociais e culturais oferece-nos a possibilidade de identificar quais são as
periferias da condição humana e, portanto, de propor novas estratégias operativas para chegar até as
pessoas. A competência de deter as situações que causam tanto sofrimento humano, tanta marginalização
e tendem a criar situações de "descarte", especialmente entre os adolescentes e jovens, leva-nos a dar
respostas concretas.
Neste sentido, não posso deixar de mencionar pelo menos três grandes feridas que afligem a humanidade
neste tempo.
a. O efeito devastador da pandemia do COVID
A chegada da pandemia teve efeitos dramáticos sobre a economia mundial. Muitos ciclos de produção foram
interrompidos e a prestação de serviços foi reduzida exponencialmente. Entretanto, o nosso trabalho em
obras e serviços sociais tem sido impulsionado por situações como assistência aos doentes, cadeias solidárias
na distribuição de alimentos e outras necessidades básicas. Os menores e jovens em situação de risco já
estavam nessas obras durante a pandemia; essa era a sua casa, não podíamos afastá-los e deixá-los na rua.
A Providência deu-nos forças para acompanhá-los e recursos para sobreviver em meio à crise.
Enquanto escrevo esta carta, o flagelo da pandemia ainda não desapareceu e o vírus continua a sofrer
mutações. A pandemia do COVID 19 afetou todas as esferas e níveis da sociedade: tanto as sociedades "do
bem-estar" como as mais pobres e as tocadas pela miséria. Às primeiras pertencem os mais ricos e poderosos
deste mundo, que também têm melhores chances de acesso ao tratamento. Entretanto, não podemos
esquecer que nos lugares mais pobres e abandonados nos países considerados "em desenvolvimento" a
crise sanitária causada pelo COVID 19 continua a ser uma das mais aberrantes injustiças sociais atualmente

3.3 Page 23

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existentes e à qual muitas populações estão sujeitas em conseqüência da negligência política, corrupção e
falta de solidariedade de uma parte do mundo para com a outra (a maior e a mais pobre).
b. A nefasta guerra na Ucrânia
Como já afirmei em outros textos, a perversa guerra que levou à invasão da Ucrânia destruiu muitos sonhos
de paz surgidos nas últimas décadas. As primeiras consequências deste drama são destruição, danos, mortes
e famílias dizimadas pela perda de seus entes queridos. Nossa solidariedade é com todo o povo ucraniano e,
de maneira especial, com os nossos irmãos e membros da Família Salesiana que não vacilaram em sua missão
de serem sinais concretos da presença de Deus entre o povo.
Testemunhamos muitos sinais de unidade e solidariedade. Nossas Inspetorias salesianas na Europa (tanto
SDB como FMA) responderam admiravelmente ao pôr em ação planos para acolher milhares de famílias
desalojadas pelos bombardeios e pela destruição. Em muitos casos, foram dispostos alguns processos para
ligá-los aos sistemas sociais dos diversos Países anfitriões e garantir o seu bem-estar. As casas salesianas nos
Países limítrofes da Ucrânia, e não só, têm servido como centros de acolhimento e distribuição de ajuda
humanitária de todo o mundo. Vimos que nos diversos lugares onde os nossos irmãos e irmãs ucranianos
chegaram, foi celebrada e compartilhada a fé que nos impele a agir solidariamente e ser uma só família.
c. Outros lugares de dor, morte e fome.
Seria um grave esquecimentos da minha parte se não mencionasse aqui a realidade de dor, morte e fome
em muitos outros lugares onde a guerra entre sociedades irmãs, conflitos civis e grupos terroristas (muitos
deles na África) continuam a ser um flagelo que parece não ter fim e não são visíveis para a mídia porque
ocorrem em áreas que não respondem aos interesses dos grupos controladores do poder econômico em
escala global. Também ali, os nossos irmãos e as nossas irmãs, em comunhão com outros membros da Família
de Dom Bosco, estão presentes com propostas de ressurreição e vida em meio à cultura de morte.
4.3. Obras e serviço sociais salesianos entre os migrantes e refugiados
Em sua "Mensagem para o Dia Mundial dos Migrantes e dos Refugiados" de 2018, o Papa Francisco escreveu
que «todo estrangeiro que bate à nossa porta é uma oportunidade para encontrar Jesus Cristo, que se
identifica com o estrangeiro aceito ou rejeitado de todas as épocas».40 Ele enfatizou que diante do drama de
milhões de pessoas forçadas a deixar suas terras por causa das guerras, da pobreza e da violência, a nossa
resposta comum poderia ser articulada em torno de quatro verbos: "acolher, proteger, promover e integrar".
Como ele disse ao CG28, os migrantes não podem ser um problema; eles são hoje para nós Salesianos uma
grande oportunidade para encontrar Jesus.
O Papa incentiva-nos a «tocar as feridas» dos corpos daqueles que sofrem; quando isso acontece, tornamo-
nos verdadeiramente sensíveis à sua dor e, como homens de fé e pastores dos jovens, somos convidados a
não ficar parados diante deste drama. O carisma salesiano encontra o seu pleno significado neste campo,
que é o serviço pastoral-social que mais cresce na Congregação, e no qual também desenvolvemos propostas
de acompanhamento para os diversos tipos de migração, tanto no interior de algumas nações como nas
migrações internacionais com as quais boa parte das Inspetorias se ocupa.
Sobre isso, gostaria de destacar a nossa atenção à migração voluntária permanente por razões econômicas,
de trabalho ou de estudo. Também lidamos com pessoas em migração voluntária temporária, especialmente
trabalhadores que entram sazonalmente para participar dos mercados de trabalho dos Países desenvolvidos.
Acompanhamos as migrações forçadas empreendidas por pessoas que fogem de seus países por causa das
guerras, da violência, das epidemias ou dos desastres naturais. Alguns desses migrantes são refugiados em
busca de asilo político e muitos deles são forçados a permanecer por longos períodos de tempo à espera de
respostas malsucedidas dos governos. Neste sentido, gostaria de agradecer aos nossos irmãos pelo grande
trabalho realizado nos campos de refugiados de Palabek em Uganda, Kakhuma no Quênia e Juba (Sudão do
Sul), onde, apesar das difíceis circunstâncias, a nossa presença é um farol de esperança para essas pessoas.
40 FRANCISCO, Mensagem para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado 2018, “Acolher, proteger, promover e integrar
os migrantes e refugiado”, Roma 15 de agosto 2017.

3.4 Page 24

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Todos os migrantes têm em comum a busca de bem-estar, seu e de suas famílias, que muitas vezes
permaneceram no lugar de origem e para os quais se busca geralmente o reencontro. Isto nos leva a
descobrir que o valor "afetivo" na migração é um dos componentes a levar em conta quando se acompanha
pastoralmente uma pessoa que vem de longe.
Devemos perguntar-nos o que o migrante que vemos passar pela nossa porta deve sentir em seu coração;
devemos questionar-nos sobre a sua solidão e as circunstâncias em que ele deixou a sua casa, os seus entes
queridos, a sua aldeia e o seu povo. Nós Salesianos não podemos considerar as migrações como "fenômeno
estatístico" a ser analisado segundo os números; diversamente, devemos enfrentar este drama com a
esperança de gerar vida, libertando-nos do hábito do "politicamente correto". O Evangelho não inclui o
"politicamente correto"!
Muitas propostas em andamento em algumas Inspetorias salesianas procuram oferecer alternativas que
proporcionem dignidade aos imigrantes. É verdade que trabalhar com os pobres, que também são de outra
cultura ou religião, não falam a nossa língua e podem carregar um pesado fardo de ressentimento social, é
difícil e sem recompensa. Mas poderíamos perguntar-nos que habilidades Dom Bosco desenvolveu quando
enfrentou esses mesmos desafios com os meninos de Valdocco. Nos diversos contextos das nossas
comunidades educativas, podemos perguntar-nos o que fazer para melhorar a condição dos migrantes em
nossas cidades. Assim, paróquias, escolas, oratórios e centros de formação profissional podem determinar o
número de migrantes com os quais interagir e oferecer-lhes um espaço mais significativo no qual possam
crescer e integrar-se melhor na sociedade.
5. SUSTENTABILIDADE DAS OBRAS E DOS SERVIÇOS SOCIAIS
É claro que a sustentabilidade dos projetos e das ações no setor social é importante para que se possa
continuar a fazer o bem. Há três critérios que as agências internacionais de cooperação para o
desenvolvimento indicam quando pensam na sustentabilidade das intervenções sociais. A sustentabilidade
é garantida se elas tiverem a capacidade de gerar equidade social de acordo com a sua missão, se forem
capazes de garantir a sustentabilidade ecológica e se tiverem os recursos financeiros para apoiar esta missão.
Em nossas presenças, o equilíbrio desses três critérios deve ser verificado periodicamente pelo núcleo da CEP
e deve atender aos objetivos e indicadores do PEPS. Em todo caso, estamos convencidos de que trabalhar
com esta orientação é totalmente compatível com a confiança e o abandono na Providência. Porque fazer as
coisas bem, com grande transparência e comunicar o bem que se faz, abre caminho para a generosidade dos
benfeitores que trabalham conosco com base na confiança e credibilidade. Este é um fator muito importante.
Não nos esqueçamos de ser muito exigentes de nós mesmos em termos de clareza, honestidade e
transparência.
Cabe, realmente, aos órgãos de gestão de cada presença, projeto ou programa no setor social (dependendo
da realidade de cada lugar) assegurar uma comunicação transparente com critérios de qualidade, já que a
capacidade de negociar recursos, de obter contratos com os diversos órgãos estatais, de estabelecer alianças
interinstitucionais e de acessar projetos nacionais e internacionais com agências de cooperação depende em
grande parte disso. Pode-se até dizer que na maioria dos Países onde trabalhamos como defensores dos
direitos das crianças, é exatamente disso que dependemos para obter as licenças que credenciam ou
autorizam nossas instituições a prestar o serviço.
Todo este empenho leva-nos a fortalecer os nossos esforços no planejamento e na mentalidade de projeto,
em total harmonia com o que nos é proposto pelo Quadro referencial para a Pastoral Juvenil. Não devemos
ser indolentes, mas bem organizados em nossa ação apostólica; sem cair na eficiência estéril.
Queridos irmãos e irmãs, este trabalho é certamente desafiador, mas não impossível. Por isso é necessário
entender a lógica do setor social ou terceiro setor e escolher criticamente os perfis das pessoas que aderem
à missão e nos acompanham nas diversas tarefas às quais devemos responder. O cuidado atento com os
recursos humanos envolve ouvir as pessoas, acompanhá-las na formação comum e garantir a qualidade do
trabalho, dando sempre prioridade àqueles a quem a missão se destina. Ao garantir tudo isso, seremos
sempre capazes de tomar as decisões mais oportunas.
Creio, pois, poder dizer que sustentabilidade e sentido pastoral das obras salesianas são dois termos que se
complementam.
5.1. A estrutura organizativa nas atividades salesianas de desenvolvimento

3.5 Page 25

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Quando temos uma abordagem clara dos papéis e das relações a serem estabelecidos neste campo particular
da missão salesiana, entendemos ainda mais claramente a necessidade de partir de uma abordagem pastoral
orgânica e processual, na qual a autoridade é conferida com base no serviço aos mais pobres. E isto é muito
mais importante do que ocupar esta ou aquela posição.
Em nível local, os responsáveis pelas obras ou pelos programas sociais devem assegurar que o serviço
prestado seja adequado, ou seja, que a ação educativo-pastoral atenda às necessidades dos jovens e suas
comunidades.
Em nível Inspetorial, os "Escritórios de Planejamento e Desenvolvimento" (EPD) de cada Inspetoria ou
"Escritórios de Projetos" podem apoiar o trabalho das obras e dos serviços sociais na formulação técnica
desses processos.
A cooperação para o desenvolvimento é o esforço de diferentes atores sociais. Estes escritórios têm evoluído
nas Inspetorias, ajudando a proporcionar uma mentalidade sempre mais orgânica e orientada a processos,
tanto nas Inspetorias quanto nas comunidades locais.
É necessário ainda, para garantir a qualidade e o futuro dessas obras, cuidar das pessoas, sendo sempre
corretos na relação com os trabalhadores e com o pessoal envolvido. Para isso, devemos antes de tudo
garantir o cumprimento das leis trabalhistas de cada País, assegurando que os trabalhadores recebam um
salário justo, de acordo com o seu desempenho, e que tenham condições decentes de trabalho. E digo-o
pensando especialmente nos Países onde os direitos dos trabalhadores são pouco protegidos e as exigências
legais são menores. Devemos nos distinguir como Congregação Salesiana pelo desejo claro de verdadeira
justiça (que vai além da legalidade essencial); caso contrário, o bem que podemos fazer pelos jovens e pelas
jovens mais vulneráveis não será pleno e sempre faltará alguma coisa.
Em nível internacional, algumas instituições salesianas presentes na ONU e em Bruxelas são muito
significativas. Assim como muitas de nossas Organizações Não-Governamentais de Cooperação para o
Desenvolvimento e as nossas Procuradorias Missionárias. Todas estas instituições favorecem a participação
da nossa Congregação Salesiana na cooperação para o desenvolvimento dos povos. A nova cultura de
colaboração, doação e ajuda que estamos procurando gerar leva por sua vez a mudanças de mentalidade
nos territórios e entre as pessoas, ajuda a garantir a sustentabilidade dos projetos e também dá maior
significado carismático às nossas obras e serviços sociais.
5.2. O processo de decisão
O modelo operativo salesiano propõe uma estrutura orgânica na animação e governo das obras e dos
serviços sociais e designa as equipes e os tomadores de decisão que são chamados a decidir o mais
adequadamente possível para promover uma resposta real aos mais vulneráveis neste setor.
1. Devemos ter uma visão de futuro.
Nas Inspetorias onde prestamos serviços sociais, é necessário superar o individualismo e o territorialismo
que isolam as obras e dificultam o desenvolvimento do setor social. É necessário projetar-se no futuro, de
modo a garantir o caminho para a sustentabilidade. Insisti na necessidade de compor equipes dedicadas à
observação dos fenômenos sociais e ao conhecimento da legislação de cada lugar para sabermos sempre
aonde vamos, para não perdermos presença, validade e significado a serviço daqueles que precisam de nós.
2. Ter uma visão orgânica
É necessário permitir que no nível da obra local, dos serviços sociais, inspetoriais e, se necessário, nacionais,
tomarem as decisões necessárias e, para isso, é indispensável uma delegação adequada de autoridade.
Dado o escasso conhecimento por parte de muitos gestores da lógica do setor social e da legislação à qual
devem responder, há a necessidade urgente de um profundo senso de liderança institucional e de
governance, ou seja, uma capacidade colegiada de tomar decisões (cada um de acordo com as próprias
responsabilidades), conforme um plano comum orientado por especialistas no setor.
Esta ação de governance atenua o risco de cada casa ou cada Inspetoria interpretar aspectos de interesse
comum de forma diferente e autônoma. Não dar atenção a este aspecto levaria (ouso dizer

3.6 Page 26

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metaforicamente) à "paquidermia" institucional, a caminhar lentamente, perder-se em burocracias
ineficientes e pôr em risco o mais importante, que é a nossa missão feita adequadamente.
3. Sempre com uma visão de conjunto
É necessário salvaguardar a unidade de critérios e comprometer-se com uma visão que, tanto para as pessoas
quanto para a economia como um todo, também beneficie os programas sociais, evitando a tentação de ter
obras economicamente ricas e outras muito pobres que podem falir diante da incúria institucional.
Onde a sustentabilidade não for alcançada através de acordos com instituições públicas, as Inspetorias
devem procurar formas de garantir a vida das obras e dos serviços incluídos no POI; obras e serviços que
nunca são economicamente lucrativos, mas que se destinam aos "últimos", nossos prediletos.
Considero importante ter nas Inspetorias um referente para as obras sociais: um membro da equipe de
pastoral juvenil, leigo ou religioso, com competências adequadas tanto no conhecimento do setor e das
políticas às quais devem responder como na capacidade de trabalhar em equipe, para garantir a harmonia
das obras sociais com o projeto inspetorial, nacional e da Congregação.
4. Tenhamos os olhos sempre voltados para os jovens
Ajuda-nos a ter o mesmo olhar de Dom Bosco entender que o centro da nossa ação não está na gestão ou
nas estruturas, mas nos jovens, e que aqueles são apenas instrumento para educar e evangelizar.
Quando os jovens ocupam os nossos corações, os preconceitos pessoais e institucionais são postos de lado
e ficamos mais corajosos e criativos na busca das melhores alternativas para acolhê-los. A compreensão dos
principais fenômenos de pobreza e exclusão de adolescentes e jovens incentiva-nos a continuar fazendo das
obras e dos serviços sociais salesianos uma forma concreta e bela de dar a nossa vida pelos menos
favorecidos.
CONCLUSÃO
Queridos irmãos, queridas irmãs, Salesianos e leigos, uno-me ao pensamento da Doutrina Social da Igreja,
que no Magistério do Papa Francisco nos convida a redescobrir e valorizar a dimensão social do carisma
salesiano,41 quero convidar-vos a serdes destemidos, corajosos como Dom Bosco nas opções em favor dos
menos favorecidos, dos mais "difíceis", dos descartados, de todos aqueles cujos direitos são violados. A nossa
criatividade apostólica deve ter sempre como critério o bem daqueles para os quais nascemos
carismaticamente do coração de Dom Bosco.
Em nossa Família Salesiana encontramos exemplos inspiradores de santidade realizados na opção pelo social
e pelos mais pobres.
A iminente proclamação da santidade de Artêmides Zatti, que na Argentina ofereceu a sua vida por aqueles
que foram excluídos do sistema de saúde, simplesmente porque eram pobres e não podiam pagar pelo
tratamento, enche-nos de imensa alegria. Este grande santo Salesiano Coadjutor, imigrante italiano, exalta
os mais profundos valores da misericórdia divina e é um testemunho maravilhoso de que a presença de Deus
entre o seu povo transborda de generosidade e bondosa acolhida para gerar vida em abundância.
Junto com Artêmides Zatti, reconhecemos o grande dom para a Igreja e para a nossa Família Salesiana de
figuras como a Beata Maria Romero e seu trabalho nas cidadelas dos pobres da América Central; como a
Beata Maria Troncatti e seu trabalho com a saúde e a defesa da integridade das tribos nas missões no
Equador; como o Venerável Simão Srugi, que não hesitou em trabalhar como enfermeiro para os doentes
mais repudiados em Israel; e lembramo-nos ainda do Beato Luís Variara, que foi o apóstolo dos doentes mais
esquecidos e isolados da Colômbia, onde também fundou as Filhas dos Sagrados Corações de Jesus e de
Maria para continuar a espalhar o afetuoso amor de Deus entre os mais frágeis. Na Amazônia, temos o
testemunho do trabalho com as culturas nativas de Luís Bolla no Peru e Rodolfo Lukenbein no Brasil: irmãos
que foram verdadeiros profetas da caridade, da opção pelos mais pobres e do cuidado com a sua cultura e o
seu ambiente natural.
41 Cf. Carta do Papa Francisco ao CG28.

3.7 Page 27

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A ecologia integral, como nos ensina o Papa Francisco, diz-nos que "tudo está interligado", e o cuidado da
criação, da casa comum, está intimamente unido ao das comunidades humanas: «hoje, não podemos deixar
de reconhecer que uma verdadeira abordagem ecológica sempre se torna uma abordagem social, que deve
integrar a justiça nos debates sobre o ambiente, para ouvir tanto o clamor da terra como o clamor dos
pobres».42
Nosso caminho de santificação em meio à juventude pobre e abandonada continua a ser enriquecido pela
entrega de Salesianos e leigos que, ao optarem por servir aos mais pobres e excluídos, e com os métodos de
ação social que conhecemos hoje, descobrem a plena realização de suas vidas e o espaço seguro do encontro
com o Senhor Jesus Cristo, o Senhor da vida plena.
Peço à nossa Mãe, Maria Auxiliadora, que continue a acolher sob o seu manto protetor as crianças e os
jovens, as famílias e as comunidades marginalizadas e esquecidas nas periferias humanas e sociais e, graças
ao seu coração materno, continue a despertar em seus filhos Salesianos e nos leigos com os quais
compartilhamos a missão, a mesma paixão de Dom Bosco pela salvação das almas.
P. Ángel Fernández Artime
Reitor-Mor
BIBLIOGRAFIA
FRANCISCO, Carta encíclica Laudato Si’. Sobre o cuidado da casa comum, Roma 24 de maio de 2015.
FRANCISCO, Carta encíclica Fratelli tutti. Sobre a fraternidade e a amizade social, Roma 3 de outubro de 2020.
FRANCISCO, Exortação Apostólica Evangelii Gaudium. Sobre o anúncio do evangelho no mundo atual, Roma 24
de novembro de 2013
FRANCISCO, Meditação matutina na capela Santa Marta. Por uma cultura do encontro, Roma 13 de setembro
de 2016
PAULO VI, Carta encíclica Populorum progressio, Roma 26 de março de 1967.
PONTIFÍCIO CONSELHO PARA A PROMOÇÃO DA NOVA EVANGELIZAÇÃO, Diretório para a catequese, LEV, Roma 2020.
SALESIANOS DE DOM BOSCO, Capítulo-Geral 27, Roma 2014.
SALESIANOS DE DOM BOSCO, Capítulo-Geral 28, Roma 2020.
DICASTÉRIO PARA A PASTORAL JUVENIL SALESIANA, A Pastoral Juvenil Salesiana. Quadro referencial, Editrice S.D.B.,
Roma 20143.
DICASTÉRIO PARA A PASTORAL JUVENIL SALESIANA, Pastoral Juvenil e Família, Editrice S.D.B., Roma 2021.
ALBERICH EMILIO, La catechesi oggi. Manuale di catechetica fondamentale, Elle Di Ci, Leumann (TO) 2021
MEDDI LUCIANO, Catechesi e persona in prospettiva educativa, in Catechesi (2011-2012).
PETICLERC JEAN-MARIE, I valori più significativi del Sistema Preventivo, in AA. VV., Sistema
preventivo e diritti umani, Roma 2009.
2. ORIENTAÇÕES E DIRETRIZES
2.1. O colóquio com o Diretor, o acompanhamento espiritual e a admissão:
algumas orientações e diretrizes
P. Ivo COELHO
Conselheiro-Geral para a Formação
42 Cf. FRANCISCO, Laudato si’, n. 49.

3.8 Page 28

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Estamos a assistir a uma renovada atenção pelo acompanhamento espiritual e a formação, tanto na Igreja
como na Congregação. Na Igreja, seus sinais mais recentes vieram do Sínodo sobre os jovens e da Exortação
Apostólica pós-sinodal do Papa Francisco, Christus vivit. Na Congregação fizemos em 2017 a pesquisa sobre
"Jovens Salesianos e Acompanhamento"43 seguida de Jovens Salesianos e Acompanhamento: Orientações e
Diretrizes (2020).44 Estamos a celebrar agora o ano dedicado a Francisco de Sales, um santo conhecido pelo
ensinamento e a prática do acompanhamento espiritual. O acompanhamento espiritual está no centro do
nosso carisma: basta olhar para a experiência de Dom Bosco e a sua prática pastoral com os seus jovens e os
seus Salesianos.
O Papa Francisco expressou recentemente uma séria preocupação com o exercício do papel da autoridade
e a forma como, às vezes, é utilizado o que se compartilha confidencialmente com o superior.
«... E gostaria de acrescentar fora do texto uma palavra sobre o termo “foro íntimo”. Esta não é
uma expressão à toa: é dita a sério! Foro íntimo é foro íntimo e não pode ser externo. E digo isto porque
me dei conta de que em alguns grupos na Igreja, os encarregados, os superiores digamos assim
misturam as duas coisas e inspiram-se no foro íntimo para as decisões externas, e vice-versa. Por favor,
isto é pecado! É um pecado contra a dignidade da pessoa que confia no sacerdote, manifesta a própria
realidade para pedir o perdão, e depois usamo-la para resolver coisas de um grupo ou de um movimento,
talvez não sei, invento talvez até de uma nova congregação, não sei. Mas foro íntimo é foro íntimo. É
uma coisa sagrada. Queria dizer isto, porque me preocupa».45
Embora estejamos em processo de revisão da Ratio, e sem entrar na complexidade da questão do foro
íntimo, gostaria de aproveitar esta oportunidade para reiterar e esclarecer ainda mais o que já foi dito em
Jovens Salesianos e Acompanhamento: Orientações e Diretrizes sobre o colóquio com o diretor, o
acompanhamento espiritual pessoal, a confidencialidade e as admissões.
1. A escolha do guia espiritual
As nossas Constituições garantem a devida liberdade para a direção da consciência,46 estabelecendo que,
no colóquio fraterno com o superior, o irmão «trata com confiança da sua vida e atividades e, se o desejar,
também de seu estado de consciência» (C 70). Os nossos Regulamentos estabelecem que «as comunidades
formadoras tenham um diretor e uma equipe de formadores com preparação específica, sobretudo para a
direção espiritual, que ordinariamente é exercida pelo próprio diretor» (R 78). Ao acompanhar R 78, a Ratio
declara que o diretor é o guia espiritual proposto, embora não imposto, aos formandos (FSDB 2016, 233).
O documento Jovens Salesianos e Acompanhamento: Orientações e Diretrizes traz uma alteração
significativa no modo com que a Ratio (2016) apresenta o papel do diretor.47 No lugar do texto que descreve
o diretor como «o diretor proposto, não imposto, aos irmãos em formação» (FSDB 2016, 233), o novo texto,
43 Ver M. Bay, Giovani salesiani e accompagnamento: Risultati di una ricerca internazionale, LAS Roma 2018.
44 Dicastério para a Formação e Dicastério para a Pastoral Juvenil, Jovens salesianos e acompanhamento –
Orientações de diretrizes (2019). Citado neste texto como JSA.
45 Discurso do Santo Padre Francisco aos participantes do 30º curso sobre o foro íntimo organizado pela
Penitenciária Apostólica – Aula Paulo VI, sexta-feira, 29 de março de 2019.
46 Perfectae caritatis 14. Ver também A dimensão contemplativa da vida religiosa (1980) 11; can. 630 §1; e
Potissimum institutioni (Diretrizes sobre a formação nos Institutos Religiosos, 1990) 63.
47 Ver Ángel Fernández Artime, Reitor-Mor, Apresentação, JSA p. 11: "Caros irmãos, estou feliz por apresentar-
lhes Jovens Salesianos e Acompanhamento. Orientações e Diretrizes, promulgando-o ad experimentum por um
período de três anos. Não se trata de um suplemento da Ratio (A Formação dos Salesianos de Dom Bosco), e, em
caso de discrepâncias, este documento prevalece sobre a Ratio".

3.9 Page 29

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seguindo C 70, diz agora simplesmente: «Se o irmão o desejar, o diretor também pode oferecer o serviço de
acompanhamento espiritual pessoal» (JSA 191).
Igualmente, em vez de falar do diretor do pós-noviciado que «segue e ajuda os pós-noviços
particularmente por meio do acompanhamento pessoal e o colóquio, a direção espiritual de consciência e as
conferências periódicas» (FSDB 2016 417), o texto revisado diz agora que o diretor «acompanha e ajuda os
pós-noviços particularmente através de acompanhamento pessoal e o colóquio, conferências periódicas e,
se o jovem irmão assim o desejar, também a direção espiritual de consciência» (JSA 191). JSA corrobora a
intenção da tarefa do diretor do pós-noviciado em continuidade com o serviço realizado pelo mestre dos
noviços, mas ao mesmo tempo quer garantir ao formando a liberdade total de escolha do seu guia espiritual.
É verdade que a expressão «proposto, não imposto» deixa aberta a porta para a liberdade de escolha do
guia espiritual. A nova formulação, entretanto, pretende evitar situações abusivas nas quais o diretor exerce
pressão indevida e, de fato, impõe-se de maneira velada, mas coercitiva como guia espiritual, com jovens em
formação que, por medo ou para proteger-se do risco de opiniões negativas a seu respeito, declaram o
diretor como seu guia espiritual, sem as disposições interiores que lhes permitam abrir verdadeiramente os
seus corações (cf. JSA 57-60, 108, 119-130, 157, 192-193). Garantir as condições para uma autêntica
liberdade de escolha do guia espiritual permite para o presente e também para o futuro valorizar ao máximo
essa formidável e vital ajuda para a própria formação que é o acompanhamento espiritual pessoal.
No espírito do sistema preventivo, o diretor é solicitado a conquistar a confiança daqueles que são
confiados aos seus cuidados. Se este for o clima formativo, pode acontecer que muitos escolham livremente
o diretor como seu guia espiritual, e o diretor lhes oferecerá de boa vontade o serviço de acompanhamento
espiritual pessoal (JSA 197).
Quanto mais o formando for conhecido pelos seus formadores, melhor será para ele e para todos. A Ratio
da Igreja (2016) afirma que o candidato tem a responsabilidade moral de ser sinceramente transparente e
compartilhar com honestidade qualquer elemento da sua história e vida que possa ter um impacto em seu
itinerário vocacional. «Durante o processo formativo requer-se que o seminarista se conheça a si mesmo e
se deixe conhecer relacionando-se de modo sincero e transparente com os seus formadores».48 A confiança,
porém, deve ser conquistada, não pode ser institucionalizada. O diretor deve esforçar-se, deve "estudar" para
fazer-se amar.
De acordo com essas alterações, os inspetores, diretores e outros formadores garantirão uma real e
efetiva liberdade de escolha do guia espiritual, tomando o cuidado de evitar qualquer forma de coerção, seja
explícita ou implícita (JSA 190-196, 197).
A fim de facilitar uma escolha verdadeiramente livre do guia espiritual, o inspetor (ou o curatorium, no
caso de casas interinspetoriais de formação) também apresentará uma lista de Salesianos (presbíteros e
coadjutores) que possam oferecer o serviço de acompanhamento espiritual, tendo em mente que, segundo
o cânon 239 §2, o formando pode escolher outra pessoa, consultando o inspetor ou o diretor. Os inspetores
e os curatoria têm o dever de cuidar da preparação e garantir a disponibilidade de guias espirituais
devidamente preparados.49
No noviciado e no pré-noviciado
48 Congregação para o Clero, O dom da vocação presbiteral. Ratio Fundamentalis Institutionis Sacerdotalis
(2016) 45.
49 Ver R 78. Ver também A dimensão contemplativa da vida religiosa 11, e Potissimum institutioni 63.

3.10 Page 30

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No noviciado, o mestre dos noviços é o guia espiritual obrigatório para os noviços a ele confiados (Cânon
650 §2).
Quanto aos pré-noviços, o responsável é descrito como análogo ao mestre dos noviços e tem a especial
responsabilidade de ajudar os pré-noviços a discernir a sua vocação (FSDB 2016, 345).
O responsável dos pré-noviços é às vezes distinto do diretor da casa. Neste caso, de acordo com a Ratio,
é a esta pessoa responsável e não ao diretor que os pré-noviços se dirigem para o colóquio fraterno (FSDB
2016, 345).
Também no pré-noviciado, entretanto, JSA requer a liberdade de escolha do guia espiritual. As razões
apresentadas são a necessidade de respeitar o direito à privacidade, a tradição salesiana em que a confiança
é conquistada e não imposta e também a percepção generalizada da falta de privacidade e respeito à
confidencialidade que emergiu fortemente da pesquisa de 2017.
«A livre escolha do guia espiritual no pré-noviciado é um ponto particularmente delicado... Antes de
tudo, devemos garantir que o genuíno espírito de família e a prática do Sistema Preventivo prevaleçam
nos nossos pré-noviciados, sobretudo com uma cuidadosa atenção na composição das equipes de
formação e com a preparação prévia dos formadores e, em particular, do encarregado dos pré-noviços.
Em uma atmosfera de confiança recíproca, é possível ganhar a confiança dos jovens, garantindo-lhes uma
liberdade básica na escolha do seu guia. O inspetor e o delegado inspetorial para a formação farão a sua
parte sobre o papel delicado e crucial do responsável, especialmente no que diz respeito ao discernimento
vocacional.
Um ponto correlato para garantir a liberdade de escolha do guia espiritual é garantir que os membros
da equipe dos formadores sejam especificamente preparados para o acompanhamento espiritual e que
haja entre eles ao menos um confessor que não participe do Conselho local» (JSA, 195).
JSA recorda-nos a importância crucial do pré-noviciado em relação ao acompanhamento espiritual
pessoal, pois para um grande número de pré-noviços a primeira experiência de acompanhamento pessoal
ocorre precisamente nesta fase. A forma como esta nova relação de ajuda é experimentada e vivida terá
obviamente repercussões profundas no acompanhamento nas etapas seguintes da formação (JSA 109-110).
Além disso, não esqueçamos que o discernimento e a decisão pela vida consagrada salesiana se dão no pré-
noviciado e não no noviciado (FSDB 2016, 346). É extremamente importante, portanto, que as inspetorias
escolham e preparem guias adequados de formação para o pré-noviciado.
2. A Confidencialidade
O sacramento da Reconciliação é protegido pelo sigilo absoluto. Uma nota da Penitenciária Apostólica
afirma:
«... é absolutamente ilícito ao confessor de alguma forma trair o penitente, por palavras ou de qualquer
outro modo e por qualquer que seja a causa» (can. 983, § 1 CIC), assim como «absolutamente proibido ao
confessor o uso, com gravame do penitente, de conhecimento adquirido por meio da confissão, mesmo sem
perigo algum de revelação do sigilo» (can. 984, § 1 CIC). A doutrina contribuiu, pois, para especificar melhor
o conteúdo do sigilo sacramental, que compreende «todos os pecados tanto do penitente como de outros
conhecidos pela confissão do penitente, tanto mortais como veniais, ocultos e públicos, manifestados em
relação à absolvição e, portanto, conhecido pelo confessor em virtude da ciência sacramental» [V. De Paolis
D. Cito, Le sanzioni nella Chiesa, 2000, p. 345]. O sigilo sacramental, portanto, diz respeito a tudo o que o

4 Pages 31-40

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4.1 Page 31

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penitente acusou, mesmo que o confessor não conceda a absolvição: se a confissão for inválida ou a
absolvição não for dada por algum motivo, em qualquer caso o sigilo deve ser mantido».50
Também o acompanhamento espiritual pessoal goza de sigilo todo particular, como descrito na "Nota"
já citada:
«Na direção espiritual, o fiel abre livremente o sigilo de sua consciência ao diretor/guia espiritual, para
ser orientado e apoiado na escuta e no cumprimento da vontade de Deus.
Esta área específica, portanto, exige também um certo grau de sigilo ad extra, inerente ao conteúdo das
conversas espirituais e decorrente do direito de cada pessoa ao respeito da sua própria privacidade (cf. can.
220 CIC). Embora de uma forma apenas "análoga" ao que acontece no sacramento da confissão, o diretor
espiritual é separado da consciência de cada fiel em virtude de sua relação "especial" com Cristo, que deriva
de sua santidade de vida e se clérigo da mesma sagrada Ordem recebida.
Como prova do especial sigilo reconhecido à direção espiritual, considere-se a proibição, sancionada por
lei, de solicitar não só a opinião do confessor, mas também a do diretor espiritual, por ocasião da admissão
às ordens sagradas ou, vice-versa, para demissão do seminário dos candidatos ao sacerdócio (cf. can. 240,
§ 2 CIC; can. 339, § 2 CCEO). Da mesma forma, a Instrução Sanctorum Mater de 2007, relativa ao
desenvolvimento de inquéritos diocesanos ou eparquiais sobre as Causas dos Santos, proíbe a admissão de
testemunhas não apenas aos confessores, para proteger o sigilo sacramental, mas também aos diretores
espirituais do Servo de Deus, mesmo por tudo o que apreenderam no foro da consciência, fora da confissão
sacramental.
Esta necessária confidencialidade será tanto mais "natural" para o diretor espiritual, quanto mais ele
aprender a reconhecer e "emocionar-se" com o mistério da liberdade dos fiéis que, por meio dele, dirigem-
se a Cristo; o diretor espiritual deve conceber sua própria missão e sua própria vida exclusivamente diante
de Deus, a serviço de sua glória, para o bem da pessoa, da Igreja e para a salvação do mundo inteiro.51
Como observa este texto, o Direito Canônico proíbe a busca do parecer do diretor espiritual na ocasião
da admissão às Ordens ou da demissão do seminário. Em nossa tradição talvez com base na disposição do
cânon 630 §1 sobre a disciplina do instituto ("Os Superiores respeitem a justa liberdade dos membros quanto
ao sacramento da penitência e à direção de consciência, salva porém a disciplina do instituto") sempre
permitimos que o diretor participasse dos processos de admissão em nível local, mesmo quando ele é o guia
espiritual de alguns dos que solicitaram a admissão.
Esta disposição permanece inalterada em JSA, embora se tenha tomado medidas para garantir a
verdadeira liberdade de escolha do guia espiritual, conforme indicado acima. O documento também insiste
que, se o diretor for o guia espiritual, ele não pode relatar ou referir-se a qualquer coisa que conhece nesta
veste, sem o consentimento livre e explícito da pessoa que se confidenciou com ele. De fato, ele não pode
tão pouco fazer uso dessas informações no processo de elaboração do próprio juízo interior e,
consequentemente, no que diz respeito à sua contribuição durante os votos secretos do Conselho da casa.52
50 Nota da Penitenciária Apostólica sobre A importância do foro interno e a inviolabilidade do sigilo
sacramental,
29
de
junho
de
2019,
parte
1:
Sigilo
sacramental
http://www.penitenzieria.va/content/penitenzieriaapostolica/it/tribunale-del-foro-interno/magistero-e-biblioteca-
di-testi/nota1.html (25.05.2022).
51 "Nota" parte 2.
52 Ver Critérios e normas de discernimento vocacional salesiano. As admissões (2000) [citado com CN] 21,
citado a seguir na parte 3.2.

4.2 Page 32

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O colóquio fraterno com o diretor também é revestido com um alto nível de confidencialidade, de acordo
com uma tradição que remonta ao Manual do Diretor de Paolo Albera. Esta posição tem sido reiterada nas
sucessivas edições do manual até a última, Animação e Governo da Comunidade O serviço do diretor
salesiano,53 como também em JSA.
«O colóquio fraterno com o diretor é, em si, protegido por um altíssimo nível de discrição em todos os
documentos da Igreja e da Congregação, em linha com o que se pede hoje para muitas profissões de ajuda,
como o counseling. Basta citar a Ratio: “O acompanhamento formativo em seus diversos níveis exige dos
que prestam tal serviço... ater-se aos critérios de prudência e de justiça que, segundo os casos, requerem
discrição ou absoluto respeito ao sigilo profissional e ao sigilo sacramental” (FSDB 264). Como disse o Padre
Paulo Albera, há uma correlação tão estreita entre discrição e confiança, que apenas um leve relaxamento
na primeira causa a perda quase completa e imediata da segunda.
Mesmo as coisas externas, se comunicadas ao diretor durante os colóquios, como por exemplo questões
de saúde ou dificuldades pessoais, são consideradas confidenciais, porque cada um tem direito ao próprio
bom nome e à sua privacidade.
Deixam de ser questões reservadas se o diretor, em seguida, vem a saber no foro externo; contudo,
seria oportuno que o diretor comunicasse antes ao irmão interessado que um determinado fato agora é
conhecido também por outros, em nível externo.
Ainda, como um dos objetivos do colóquio é o bom funcionamento da comunidade, o diretor sempre
tem a possibilidade, com a permissão do irmão, de intervir com base nas informações recebidas» (JSA, 155).
Tanto AnGC como JSA, contudo, notam que o sigilo que recobre o acompanhamento espiritual pessoal e
o colóquio fraterno não é absoluto, fazendo menção a graves circunstâncias que podem prevalecer sobre ela.
«No entanto, a confidencialidade relativa ao colóquio, como também o encontro com o guia espiritual,
não é absoluta, como é o sigilo do sacramento da Reconciliação. De fato, existem circunstâncias graves
que podem suspender o dever de confidencialidade, como casos de abuso de menores, homicídio ou
suicídio».54
Quando um bem supremo como a própria vida é ameaçado, o dever de fazer tudo o que for possível para
tutelá-lo prevalece sobre a salvaguarda da confidencialidade.
No Direito Canônico e no Direito Próprio dos Institutos Religiosos também encontramos referências a
situações que podem ser impedimento à admissão e à profissão. Algumas delas são mencionadas no cânon
643, quando descreve as condições que tornam o noviciado inválido.
«Can. 643.
§1 Admite-se invalidamente para o noviciado:
1° - quem não tenha completado ainda dezessete anos de idade;
2° - o cônjuge, enquanto perdurar o matrimônio;
3° - quem, por vínculo sagrado, esteja ligado a instituto de vida consagrada ou incorporado a uma
sociedade de vida apostólica, salva a prescrição do can. 684;
53 Ver Manual do Diretor do P. Paulo Albera 131; O diretor salesiano (1986) 264; Animação e governo da
comunidade – O serviço do diretor salesiano (2020) [citado com AnGC] 74; e JSA 155.
54 AnGC 74 e JSA 155. Note-se que este parágrafo foi acrescentado depois do GC28, e, portanto, está ausente
nas cópias de AnGC impressas em 2019.

4.3 Page 33

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4° - quem ingressa no instituto, por violência, medo grave ou dolo, ou quem o Superior aceita induzido
pelo mesmo modo;
5° - quem tenha ocultado sua incorporação a um instituto de vida consagrada ou a uma sociedade de vida
apostólica.
§2 O direito próprio pode estabelecer outros impedimentos, mesmo para a validade da admissão, ou
colocar condições para ela».
O último ponto citado (can. 643 § 2) significa que devemos ter presente também as
contraindicações absolutas indicadas em Critérios e Normas.
Expliquemos, então, em que sentido a confidencialidade que recobre o acompanhamento
espiritual pessoal e o colóquio fraterno não é absoluta:
1. Diversamente do confessor, que em nenhuma circunstância pode revelar o que veio a saber no
decurso da confissão sacramental, mesmo que o penitente o libere dessa obrigação, o diretor e o
guia espiritual podem, se autorizados pelo interessado, revelar a outros informações adquiridas em
foro íntimo não sacramental em razão do seu cargo (superior religioso) ou relação de confiança e
confidencialidade (guia espiritual).
Por outro lado, não podem, por sua própria iniciativa e sem a permissão "liberatória" do
interessado, dar a conhecer a outros o que conhecerem em foro íntimo não sacramental. O diretor
pode e às vezes deve agir com base no que toma conhecimento no colóquio, para o bem do irmão
e da comunidade, mas não pode revelar o que veio a saber através do colóquio sem a permissão do
irmão.55
Isto não tira o grave dever do diretor e do guia espiritual de falar claramente com o candidato
sobre qualquer assunto que requeira um conselho muito claro e exortá-lo a tomar a decisão correta.
2. O diretor e o guia espiritual não são obrigados a responder quando interrogados por um juiz
sobre o que ficaram sabendo no foro íntimo não sacramental. Em ambos os casos, o diretor e o guia
espiritual estão vinculados ao sigilo, uma vez que exercem o ministério sacramental. O cânon 1548
§2 prevê esta exceção a fim de proteger e promover a confiança depositada pelos fiéis nos serviços
de acompanhamento formativo e de guia espiritual, garantindo que as pessoas possam abrir-se com
plena confiança.56
55 Pense-se, por exemplo, em problemas de saúde ou situações familiares que implicam ou exigem mudanças no
ritmo normal de vida e na distribuição de tarefas no interior da comunidade. Não devemos esquecer o direito
fundamental de cada pessoa à preservação da boa reputação, associada ao respeito à privacidade, cada vez mais
protegida no direito civil e também no direito canônico: «A ninguém é lícito lesar ilegitimamente a boa fama de
que alguém goza, nem violar o direito de cada pessoa de defender a própria intimidade» (Can. 220).
56 Ver D. Salvatori, "Il dovere di rispondere al giudice e il dovere del segreto come causa esimente: la ratio dei
can. 1531 § 2 e 1548 § 2 nel rapporto deontologico fra giudice e interrogato," Quaderni di diritto ecclesiale 26
(2013) 73.

4.4 Page 34

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As partes citadas são, entretanto, obrigadas a responder se tiverem recebido informações de
outras fontes sobre possíveis abusos, ou se formularam um juízo a respeito, baseado em razões bem
fundamentadas, provas, reputação, indiscrições, etc.57
3. Entretanto, há também circunstâncias em que é necessário preservar um bem maior, como a
vida da pessoa envolvida no diálogo confidencial, ou a vida de outros, ou o risco de abusos sexuais
de um menor, e nestes casos o bem maior sobrepõe-se ao mandato de salvaguardar outro grande
bem, ou seja, a confidencialidade.
Estes casos, porém, são extremos e compreensíveis à luz da lei suprema da Igreja, a salvação das
almas, posta como conclusão e finalidade do Código de Direito Canônico: «Nas causas de
57 Can. 1548 §2 afirma: Salva a prescrição do can. 1550, § 2, n. 2: «São considerados incapazes [de testemunhar]
os sacerdotes, no que se refere ao que ficaram sabendo pela confissão sacramental». 1. «1º - os clérigos, quanto ao
que lhes foi manifestado em razão do ministério sagrado... e outros obrigados ao segredo de ofício, também em
razão de conselho dado, a respeito de assuntos sujeitos a esse segredo».
Este princípio é insistido também em Vos estes lux mundi art. 3 §1, que se refere precisamente à obrigação de
denúncia:
Exceto nos casos previstos nos cânones 1548 §2 CIC [ver acima] e 1229 §2 CCEO ["Estão isentos da
obrigação de responder: 1. Os clérigos, quanto ao que lhes foi manifestado em razão do ministério
sagrado...".], sempre que um clérigo ou membro de um Instituto de Vida Consagrada ou de uma Sociedade
de Vida Apostólica tiver informações ou motivos razoáveis para acreditar que um dos atos mencionados no
artigo 1 foi cometido [delitos contra o sexto mandamento cometidos com violência ou ameaça ou com
abuso de autoridade, em relação a um menor ou uma pessoa vulnerável, ou o crime de pornografia infantil,
ou omissões voltadas a interferir com as investigações civis ou canônicas sobre tais crimes] tem a
obrigação de relatar tempestivamente o fato ao Ordinário do lugar onde teriam acontecido os fatos, ou
a outro Ordinário entre aqueles dos quais falam os can. 134 CIC [§1. "Com o nome de Ordinário se
entendem, no direito, além do Romano Pontífice, os Bispos diocesanos e os outros que, mesmo só
interinamente, são prepostos a alguma Igreja particular ou a uma comunidade a ela equiparada, de acordo
com o can. 368; os que nelas têm poder executivo ordinário geral, isto os Vigários gerais e episcopais;
igualmente, para os seus confrades, os Superiores maiores dos institutos religiosos clericais de direto
pontifício e das sociedades clericais de vida apostólica de direito pontifício, que têm pelo menos poder
executivo ordinário" e 984 CCEO [§ 3 "Os Superiores Maiores nos institutos de vida consagrada dotados
de poderes de governo ordinário também são Hierarcas, mas não do lugar"], exceto como previsto no § 3
deste artigo. [§3 Quando o relato se refere a uma das pessoas referidas no artigo 6 (Cardeais, Patriarcas,
Bispos e Legados do Romano Pontífice, clérigos que estão ou estiveram na guia pastoral de uma Igreja
particular ou de uma entidade a ela assemelhada, latina e oriental, aí incluídos os Ordinariatos pessoais,
moderadores supremos de Institutos de vida consagrada ou de Sociedades de vida apostólica) ela é
endereçada à Autoridade individuada segundo os artigos 8 e 9 (Art. 8: Procedimento aplicável em caso de
relatos relativos a um Bispo da Igreja Latina. Art. 9: Procedimento aplicável em relação a Bispos das Igrejas
Orientais"]
O art. 4 § 1 estabelece: «O fato de fazer um relato de acordo com o artigo 3 não constitui uma violação do
segredo de ofício».
Por isso, é preciso fazer uma distinção entre "informação ou motivos fundamentados" de possíveis abusos que
um clérigo ou religioso recebe (informação) ou formula (com base em indícios, reputação, vozes, etc.) e "o que foi
manifestado" a um sacerdote no contexto da direção espiritual ("em razão do sagrado ministério") ou a um religioso
não-clérigo que é guia espiritual ou um superior religioso ("que é obrigado ao sigilo de ofício").
No primeiro caso, Vos estis lux mundi impõe ao clérigo ou religioso a obrigação de denunciar. Esta obrigação
não existe, entretanto, no segundo caso, como é expressamente declarado no Motu Proprio: «Exceto nos casos
previstos pelos cânones 1548 §2 CIC e 1229 §2 CCEO».

4.5 Page 35

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transferência, apliquem-se as prescrições do can. 1747, respeitando-se a equidade canônica e tendo
diante dos olhos a salvação das almas que na Igreja, deve ser sempre a lei suprema» (can. 1752).
Quando as circunstâncias não envolvem situações extremas de risco de vida ou de abuso, o
espírito da lei é preservar ao máximo o valor da confidencialidade, que consiste em salvaguardar a
dignidade da pessoa e a confiança fundamental implícita nas relações que exigem tal
confidencialidade.
Resumindo: quando, no acompanhamento espiritual pessoal ou no colóquio com o diretor, são
obtidas informações sobre situações que afetam intensamente a orientação vocacional, o guia ou
diretor é obrigado em consciência a falar claramente com o candidato sobre o assunto e exortá-lo a
tomar a decisão correta, mas só pode recorrer às autoridades competentes se tiver o consentimento
livre e explícito da pessoa em questão. A única exceção é quando há um sério risco de pôr em perigo
a vida (como no caso de abuso de menores, homicídio ou suicídio).
Obviamente, a formação dos diretores e guias espirituais para o serviço de acompanhamento é
extremamente importante. Eles devem ser capazes de ajudar quem está sendo formado a enfrentar
a realidade da própria vida e história e a tomar decisões coerentes, e para isso precisam de um
conhecimento adequado dos ensinamentos da Igreja e da Congregação, de um aperfeiçoamento
efetivo das suas competências e jurisdições, e do cuidado com o próprio crescimento pessoal
integral.
Os formadores também devem estar atentos às leis civis dos Países onde trabalham. Essas leis
poderiam exigir que os superiores religiosos e guias espirituais relatem algumas questões. Neste
caso, é melhor aderir à posição tomada pelas Conferências Episcopais competentes e tornar estas
obrigações legais claras e regularmente conhecidas por todos, desde o início não só da experiência
de formação, mas também do processo de acompanhamento vocacional salesiano.
3. Admissões
3.1. O pedido
Até junho de 2007, nos n. 104-105 de Critérios e Normas (2000), ao falar do pedido de admissão
ao noviciado, à profissão temporária e perpétua, aos ministérios, ao diaconato e sacerdócio, os
candidatos precisavam declarar que tinham o consentimento de seu diretor (mas não o do guia
espiritual e do confessor). De fato, os Critérios e Normas 105 afirmam:
Convém que o pedido, endereçado ao Inspetor e entregue ao Diretor, mesmo respeitando a forma pessoal,
contenha os seguintes elementos:
— nome e sobrenome do candidato e data na qual é apresentado;
— referência ao diálogo tido com o Diretor e à sua concordância para a apresentação.
— referência ao discernimento feito e ao pedido de parecer ao diretor espiritual e ao confessor;
— objeto do pedido, expresso em forma clara, isto é, o ingresso no noviciado, a primeira profissão temporária
ou a sua renovação, a profissão perpétua, os ministérios e as ordens;
— expressão da consciência do ato público que se pretende realizar, e da liberdade de fazê-lo, como também
da motivação fundamental.

4.6 Page 36

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Com carta de 24 de julho de 2007, o Conselheiro para a Formação comunicou, em nome do
Reitor-Mor, a modificação d texto acima reportado:
Decisão. A fim de evitar interpretações restritivas ou juridicamente vinculantes com relação à liberdade de
pedir a admissão, o Reitor-Mor e o Conselho-Geral concordaram com o pedido de excluir a expressão «e a sua
concordância em apresentar» do nº 105 de "Critérios e Normas", confirmando ao mesmo tempo que a
expressão «referência ao diálogo tido com o Diretor» deve ser mantida neste número.
Motivação. No processo de admissão, é o candidato quem primeiramente deve discernir se ele se vê
adequado à vocação salesiana. No discernimento, ele recebe ajuda do diretor, do confessor e também do guia
espiritual, no caso de o guia ser diferente da pessoa do diretor. Eles, tendo-o acompanhado, estão na situação
adequada de oferecer-lhe a própria opinião positiva ou negativa. Cabe então ao indivíduo considerar este
conselho com toda a seriedade, assumir a sua responsabilidade diante de Deus e decidir em consciência fazer
ou não o pedido. Portanto, não há necessidade do consentimento do diretor para apresentar o pedido.58
Quem pretende fazer o pedido para os votos, ministérios ou ordens, portanto, pede o conselho do seu
diretor, do seu guia espiritual e do seu confessor antes de apresentar o pedido, e declara no pedido que o
fez; mas não é obrigado a explicitar o conselho que possa ter recebido, e sobretudo não é obrigado a declarar
que tem o consentimento do diretor ou dos outros. O ônus da decisão recai sobre a pessoa em questão e
não sobre a pessoa consultada.
O diretor e os outros, por sua vez, devem dar sua opinião sincera ao candidato e, se não forem o diretor,
incentivar a pessoa a compartilhar essa opinião com o diretor.
Se, antes da reunião do Conselho local que tratar das admissões, o diretor considerar que um indivíduo
não é adequado para a admissão ou que ele não está preparado naquele momento para apresentar o seu
pedido, «ele tem a grave obrigação de consciência de dizer à pessoa interessada, com clareza e seriedade
caridosa, que ele não pode e não deve também para o próprio bem ir adiante» (Ricceri, ACG 281, 49).
Entretanto, não pode impedir que a pessoa em questão tome sua própria decisão e apresente o pedido. Se o
pedido for feito, o diretor não pode revelar ao Conselho o parecer dado à pessoa em questão e deve agir como
em qualquer outro caso (ver parágrafo 3.2 abaixo).
Isto também se aplica ao próprio Conselho: se o Conselho entende que alguém não deva fazer o pedido
de admissão, o diretor tem o direito de informar-lhe, mas também deve deixar claro que o indivíduo
permanece livre para chegar à própria decisão.
Uma das razões pelas quais não se deve impedir a apresentação do pedido é que a autoridade responsável
pela admissão é o inspetor. O conselho local tem papel consultivo. O Conselho inspetorial tem função
consultiva no mais alto nível, que envolve o consenso por voto secreto. Uma vez que o consenso for obtido,
a admissão é de responsabilidade do inspetor. Isso significa que o inspetor não pode admitir uma pessoa sem
o consenso do seu Conselho, mas pode recusar a admissão mesmo que o seu Conselho tenha dado o
consenso. A autoridade da admissão não é colegiada, mas confiada à pessoa do inspetor.59
3.2. O diretor que presta o serviço de guia espiritual
Já mencionamos que, a pedido de um irmão, o diretor oferece voluntariamente o serviço de
acompanhamento espiritual pessoal (JSA 197). O diretor, portanto, reúne-se com todos os irmãos,
58 F. Cereda, 24 de julho de 2007, prot. 07/0505.
59 Cf. can. 641 CIC. Cf. também Projeto de vida dos Salesianos de Dom Bosco (1986) p. 749: "A admissão cabe
ao inspetor. É um ato formal de sua autoridade pessoal e não do seu Conselho, do qual porém é exigido o consenso".

4.7 Page 37

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especialmente aqueles em formação inicial, para o colóquio ou rendiconto, e também pode ser o guia
espiritual de alguns.
Também afirmamos que o diretor não pode compartilhar com o Conselho ou com qualquer outro as
informações recebidas no colóquio fraterno ou no acompanhamento espiritual, com as indicações do ponto
2.1.
O diretor continua a participar do processo de admissão em nível local. Reiteramos ainda que ele não
pode divulgar nem fazer uso do que só tomou conhecimento durante o colóquio fraterno ou do
acompanhamento espiritual, nem mesmo na votação secreta com o Conselho da casa, a menos que
autorizado pelo candidato interessado. Critérios e Normas (2000) é explícito sobre este ponto:
«Por quanto se refere ao " sigilo profissional", é bom recordar que o Diretor não pode servir-se nem
mesmo nas votações secretas do Conselho da casa daquilo que vier a saber através do "colóquio". Pode
servir-se dele se o irmão livre e expressamente consentir» (CN 21).
Uma nota explica o "sigilo profissional": «Em termos jurídicos é chamado "sigilo profissional" ou de
consciência, porquanto é entregue ("commissium") à consciência da pessoa por causa do múnus que ela
exerce» (CN 21, nota 41). Uma segunda nota cita O diretor salesiano (1986), 264:
«O colóquio é, por sua própria natureza, protegido por um rigoroso sigilo. "O diretor guarde atentamente
de manifestar a uns os defeitos dos outros, mesmo quando se trata de coisas que ele já possa saber por outros
meios. Dê prova aos seus subalternos que ele é capaz de manter em sigilo o que eles lhe vem confiar. Uma
pequena indiscrição sobre este assunto seria suficiente para diminuir e talvez até mesmo destruir
completamente a confiança que depositaram nele".
Por razões inerentes ao seu ofício, o inspetor pode te pedir uma opinião sobre este ou aquele irmão. Se
assim for, darás as informações com objetividade e um grande senso de responsabilidade. Mas a sua fonte
será exclusivamente a conduta externa do irmão interessado e o que outros possam ter relatado sobre ele. As
confidências do colóquio são protegidas pelo sigilo absoluto: nihil, umquam, nulli» (CN 21, nota 42)
É claro que o diretor e seu Conselho, ao considerar os pedidos de admissão, devem se basear unicamente
no que conheceram no foro externo (JSA 156). Isso exige, naturalmente, que estejam verdadeira e
ativamente presentes com os candidatos/irmãos em formação inicial, no melhor e mais completo sentido da
palavra "presença". A partilha informal da vida é extremamente reveladora, às vezes até mais daquilo que é
comunicado no colóquio fraterno ou no acompanhamento espiritual.
3.3. O papel do Conselho local
Quando o Conselho se ocupa das admissões, é muito importante ter em mente a perspectiva subjacente
que rege o processo de discernimento. A pergunta fundamental a ser respondida no sigilo de consciência é:
a partir de uma percepção geral da vida do candidato, ele é chamado para o que está pedindo e ele é
adequado? Este não é o momento para resolver um ou outro problema em particular ou para corrigir este
ou aquele defeito, comportamento ou fragilidade isso deve ser feito no decorrer da vida diária e da
correção fraterna e durante as avaliações trimestrais. O momento da admissão é um discernimento diante
de Deus do caminho vocacional geral de um de seus filhos e, portanto, uma responsabilidade muito complexa
diante de Deus, da Igreja, da Congregação e do próprio candidato/irmão.
Como já dissemos, é a nossa praxe que o diretor (ou o responsável pelos pré-noviços), mesmo quando é
o guia espiritual pessoal, continua fazendo parte do processo de admissão em nível local. Vale repetir que
a menos que não tenha o consenso livre e explícito da pessoa interessada o diretor não pode compartilhar

4.8 Page 38

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com o Conselho ou qualquer outros informações que tenha recebido somente através do colóquio fraterno
ou do acompanhamento espiritual. Nem pode utilizar essas informações para chegar ao seu próprio juízo
sobre a aptidão alguém para a admissão (CN 21). "Expressa o próprio juízo segundo as próprias observações
e as do Conselho" (JSA 156).
O papel do Conselho local em matéria de admissões é consultivo. Como é vinculante ouvir o seu parecer
neste momento, a validade do ato exige que seja solicitada a opinião de todos (cf. Can. 127 §1 CIC). Depois
de os membros terem expressado o próprio parecer sobre a idoneidade do candidato, apresentando-o, é
necessário que o juízo de idoneidade seja expresso concisamente por um voto secreto positivo ou negativo
(equivalente a um parecer favorável sobre a idoneidade ou um parecer desfavorável). Esta praxe preserva a
liberdade de cada conselheiro e evita a pressão indevida de outros membros.
A pertença ao Conselho implica a obrigação de cada conselheiro expressar a própria opinião. A abstenção,
em outras palavras, não é possível. Can. 127 §3: «Todos aqueles cujo consentimento ou conselho é requerido
devem manifestar sinceramente a própria opinião e, se a gravidade do negócio o exige, guardar
diligentemente o sigilo; essa obrigação pode ser urgida pelo Superior».60
No momento da admissão, portanto, a opinião do Conselho local deve ser expressa não apenas por um
juízo escrito, mas também por um voto secreto.
A prática de decidir antecipadamente como votar (os chamados "feijões concordados") deve ser
absolutamente interrompida, pois invalida todo o motivo da votação secreta.
Estas orientações e diretrizes podem ser verdadeiramente eficazes quando somos capazes de investir na
formação e na aquisição de competências específicas dos membros dos Conselhos, tanto em nível local
quanto inspetorial.
4. Transmissão dos dados pessoais
Caso um irmão continue a formação inicial em outra casa ou fase (incluindo aqueles que são enviados a
comunidades de formação interinspetoriais e aqueles que optam pelas missões ad gentes), o seu inspetor
encaminhará ao diretor da nova casa ou fase de formação uma cópia do juízo no momento da admissão e
outras informações que possam favorecer «o conhecimento dos formandos por parte dos responsáveis da
fase».61 Entre estas estão as avaliações trimestrais. É muito importante entender a distinção clara entre a
ajuda ao crescimento que é oferecida com a avaliação trimestral e o ato jurídico que é apresentado com o
juízo de admissão.62 Ambos são processos muito importantes como meio de ajuda no discernimento e
itinerário vocacional de cada candidato e jovem irmão, mas são de natureza diferente (ver acima "3.3: O
60 Can. 127 §3 citato in AnGC p. 216, na nota 3: "Segundo esta norma, a abstenção não é legítima".
61 FSDB 2016, 298: «O Inspetor promova, sobretudo no início de uma fase formativa, o conhecimento dos
formandos por parte dos responsáveis da fase, e favoreça ao longo de todo o processo formativo, com as
modalidades mais oportunas, a comunicação de adequadas informações».
62 JSA 168: «É importante ressaltar que a avaliação não é, por si só, um processo de discernimento vinculado à
admissão de um candidato para próxima fase. As admissões são atos jurídicos que envolvem a Inspetoria e não
apenas o Conselho da casa, enquanto o principal objetivo das avaliações periódicas é favorecer o crescimento
vocacional daqueles que as recebem, por meio de contribuições qualificadas oferecidas pelos membros do
Conselho local. O escrutínio formativo é uma avaliação do caminho do formando. Utilizado na formação inicial
para personalizar o caminho formativo, é um meio a ser valorizado pelo diretor e o guia espiritual para o
acompanhamento pessoal do formando».

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papel do Conselho Local"). Seu propósito e modalidade peculiares devem ser respeitados tanto na fase de
redação quanto na fase de leitura e interpretação.
O irmão em formação inicial é incentivado a ser o primeiro a assumir a responsabilidade de integrar a
ajuda recebida através das avaliações periódicas em seu projeto de vida pessoal, e a valorizá-las como um
itinerário de crescimento vocacional, a compartilhar como uma ajuda eficaz para o seu crescimento com o
seu diretor e o guia espiritual que escolheu, especialmente na transição para uma nova comunidade ou fase
de formação.
5. Diretrizes
1. A escolha do guia espiritual. Para facilitar uma escolha verdadeiramente livre do guia espiritual, o
inspetor (ou o curatorium, no caso das casas de formação interinspetoriais) apresentará uma lista de
salesianos (presbíteros e coadjutores) que possam oferecer o serviço de acompanhamento espiritual, sejam
membros da comunidade ou de fácil acesso, não membros do Conselho local, tendo em mente que, como
previsto pelo cânon 239 §2, o formando poderá, em consulta com o inspetor ou o diretor, escolher outra
pessoa. O diretor e outros membros da equipe de formação também podem ser solicitados para o serviço de
acompanhamento espiritual, se o candidato/irmão assim o desejar.
2. O pedido de admissão. No pedido de admissão, o candidato é obrigado a declarar que consultou seu
diretor, confessor e guia espiritual; ele não é obrigado a dizer que tem seu consentimento. O diretor e os
outros, por sua vez, são obrigados a dar uma opinião sincera ao candidato sobre a sua aptidão para o passo
exigido. Entretanto, eles não podem impedir que o indivíduo tome sua própria decisão e apresente o pedido.
Se o pedido for apresentado, o diretor não pode revelar nem mesmo no Conselho o que comunicou ao
indivíduo e deve agir como em qualquer outro caso. Da mesma forma, o Conselho local pode levar ao
conhecimento do candidato um eventual parecer negativo, mas não pode impedi-lo de apresentar o pedido.
3. Admissões papel do diretor. O diretor não pode compartilhar com o Conselho ou qualquer outra
pessoa informações recebidas durante o colóquio fraterno ou o acompanhamento espiritual, com as exceções
tratadas acima em "2: A Confidencialidade". Nem pode utilizar essas informações para, ao votar, chegar ao
seu juízo pessoal sobre a idoneidade da pessoa à admissão.
4. Admissões papel do Conselho. No momento da admissão, o Conselho Local expressará sua opinião
por meio de uma votação secreta e de uma exaustiva, embora concisa, opinião global por escrito sobre a
idoneidade geral do candidato. A prática de decidir antecipadamente como votar torna o voto inválido e deve
ser absolutamente excluída.
5. Transmissão de informações. Quando um candidato/irmão passa para outra etapa da formação, seja
em sua própria inspetoria ou em outro lugar, o seu inspetor enviará ao diretor da nova casa de formação uma
cópia dos juízos de admissão e outras informações que possam favorecer o conhecimento e o
acompanhamento do candidato. Os candidatos/irmãos em formação inicial são os primeiros a serem
convidados a fazer uso das avaliações da comunidade para o projeto de vida pessoal, favorecendo assim a
continuidade do caminho pessoal e o acompanhamento entre as várias etapas.
6. Formação. Os Inspetores e organismos de animação, como os centros regionais de formação,
organizarão cursos de capacitação (“capacity building”) para os diretores de recente nomeação, para todos
os diretores, de vez em quando, como atualização, e para membros dos Conselhos locais e inspetoriais.
Nestes cursos, serão apresentadas as orientações e diretrizes desta carta.

4.10 Page 40

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2.2. A experiência da orientação vocacional salesiana:
Itinerário de formação
P. Miguel Angel GARCÍA MORCUENDE
Conselheiro-Geral para a Pastoral Juvenil
P. Ivo COELHO
Conselheiro-Geral para a Formação
1. Finalidade do documento
Este texto nasce do desejo de ter um quadro comum de referência compartilhado, que permita a acolhida
e a orientação vocacional dos jovens que desejam conhecer mais de perto a vida salesiana e amadurecer
e discernir sobre a própria vocação. A esses jovens desejamos oferecer o ambiente, as condições e um
itinerário de acompanhamento.
O documento articula-se em sete pontos. Em primeiro lugar, propõe-se uma síntese, em ordem
cronológica, das principais referências surgidas dos documentos pós-conciliares da Congregação para
oferecer, em seguida, uma visão geral da prática da Congregação nas diversas Regiões. Em seguida,
apresenta-se uma consideração sobre a proveniência dos candidatos. Particularmente importantes são os
pontos relativos ao perfil de ingresso dos jovens, ao itinerário formativo para o acompanhamento e o
discernimento e, enfim, ao ambiente e às condições adequadas que a casa salesiana deve garantir. Oferece-
se, depois, uma proposta pedagógica relativa aos tempos e modos de acompanhamento desta experiência
e, enfim, um aprofundamento do tema da animação vocacional na Inspetoria.
Estas reflexões recolhem algumas referências essenciais da Igreja e da Congregação.63 Não são uma
simples coleção de fontes, nem a sua reproposta numa hábil síntese, nem a sua interpretação. O itinerário,
assim documentado, evidencia muito claramente o valor da continuidade, do discernimento e da atenção
assumidos e amadurecidos gradualmente a partir de diversas experiências de orientação vocacional
salesiana. Este documento ocupa-se em compreender, aprofundar e enriquecer as atuais experiências de
orientação vocacional salesiana. Na elaboração das indicações a seguir, foi levado em conta o mapa da
realidade do Aspirantado e suas diversas expressões em todas as Regiões da Congregação (julho de 2021).
2. A orientação vocacional nos documentos da Congregação após o Concílio
A leitura do caminho da Congregação permite-nos descobrir a persistência de uma reflexão sobre a
realidade dos aspirantados. São oferecidos estímulos, colocam-se novos desafios aos quais as Inspetorias
normalmente procuram encontrar soluções inovadoras e atualizadas. Reconstruir a linha da história não é
supérfluo, antes, ela orienta a sintonizar-se com uma realidade muito importante no campo da promoção e
orientação vocacional.
63 Constituições e Regulamentos da Sociedade de São Francisco de Sales; Capítulo Geral dos Salesianos de Dom
Bosco (CG); A Formação dos Salesianos de Dom Bosco: Ratio Fundamentalis Institutionis et Studiorum, 2016;
Atos do Conselho Superior (ACS) e Atos do Conselho-Geral (ACG); Francisco, Exortação Apostólica pó-sinodal
Christus vivit, 2019; Sínodo dos Bispos, XV Assembleia Geral Ordinária: Os jovens, a fé e o discernimento
vocacional. Documento final, 2019; Pastoral Juvenil Salesiana: Quadro Referencial, 2014 (QdR); Jovens
Salesianos e acompanhamento. Orientações e diretrizes, 2019 (GSA); Orientações sobre a experiência do
Aspirantado, 2011.

5 Pages 41-50

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5.1 Page 41

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A reflexão da Congregação sobre a orientação vocacional foi cristalizada nas Constituições e nos
Regulamentos (1984). Os Capítulos-Gerais aprofundaram e construíram um patrimônio muito rico,
integrando as cartas dos Reitores-Mores e as iniciativas das Inspetorias. Assim, em primeiro lugar, foi
reconhecida a vocação cristã à qual todos os batizados são chamados (C 37); por essa razão, não somente as
vocações religiosas ou sacerdotais, para as quais é necessário um cuidado especial, mas também as vocações
leigas foram concebidas como «vocações apostólicas» (C 28). De uma forma ou de outra, insistiu-se que a
pastoral vocacional é o coroamento da pastoral juvenil, o seu «princípio unificador»64 porque a missão
salesiana tem como objetivo ajudar os jovens a descobrir a própria vocação. 65
Em várias ocasiões, foi rejeitada a concepção da animação vocacional como mero "recrutamento" de
vocações, confirmando o aspecto duplo da promoção vocacional, tanto geral quanto específica.66 Se um lado,
exige uma atenção constante para descobrir e acompanhar com iniciativas diferenciadas e adequadas as
vocações de especial empenho na sociedade e na Igreja; de outro lado também sustenta a consciência de
uma responsabilidade especial ao suscitar um convite explícito a uma vocação de especial serviço ou de
consagração, em particular, ao carisma salesiano em suas múltiplas formas.67
Por esse motivo, será dito que o primeiro objetivo da promoção vocacional é criar uma "cultura
vocacional" em cada ambiente salesiano.68 Através das relações, comunicações, atividades e projetos,
estimula uma visão de vida como dom e como serviço, propondo atitudes que favorecem o desenvolvimento
vocacional, chegando a uma proposta explícita também de vida consagrada e sacerdotal.
A Congregação nunca deixou de insistir no cuidado especial dos âmbitos relevantes e indispensáveis
desde os quais é essencial ajudar os jovens a discernir sua vocação e responder conscientemente a ela. Estes
espaços formativos são chamados "Aspirantados", ou "comunidades-proposta", "grupos de busca", entre
outras modalidades.69 Neste sentido, o ensinamento dos Reitores-Mores e dos Capítulos tem instado, ao
longo dos anos, à renovação destas propostas de orientação vocacional,70 definidas nos Regulamentos como
"centros salesianos de orientação vocacional" (cf. R 16 e 17).
É necessário também um sério planejamento da pastoral vocacional,71 no interior do caminho de fé
oferecido pela pastoral juvenil. Esta perspectiva é enfatizada em tempos recentes nas diretrizes do programa
do Reitor-Mor após o CG28: é necessário «acompanhar os jovens em vista do seu amadurecimento pessoal
e do seu crescimento na fé».72 Isto exclui que o processo vocacional seja um momento "último", "casual",
"elitista" ou "excepcional", mas que seja a espinha dorsal de todo o caminho da fé.73 O Quadro Referencial
64 CG28 pag. 17 (ACG 433)).
65 CGE 374; C 37; cf. CG23 247.
66 L. Ricceri, Lettere circolari di don Luigi Ricceri ai salesiani (Roma: Editrice SDB, 1996) 636-38. O documento
Jovens Salesianos e acompanhamento. Orientações e diretrizes insiste em esclarecer a diferença entre
recrutamento vocacional e acompanhamento e discernimento vocacional (cf. JSA, 183).
67 Cf. J.E. Vecchi, Educatori appassionati, esperti e consacrati per i giovani. Lettere circolari di don Juan E.
Vecchi (Roma: LAS, 2013) 644. 649
68 Em sua carta de 2000, "Eis o tempo favorável" (ACG 373), o P. Juan Vecchi introduz esta expressão usada
pelo Papa João Paulo II. Cf. CG26, 53.
69 E. Viganò, Lettere circolari di don Egidio Viganò ai Salesiani (Roma: Direzione Generale Opere Don Bosco,
1996) 1225; cf. CG26 72.
70 Ricceri, Lettere circolari 657-64.
71 Ricceri, Lettere circolari 645-57.
72 CG28 pag. 17.
73 E. Viganò, Lettere circolari di don Egidio Viganò ai Salesiani (Roma: Direzione Generale Opere Don Bosco,

5.2 Page 42

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da Pastoral Juvenil Salesiana (2014) insere a dimensão vocacional no PEPSI não como um acréscimo, mas
como interior e substancial; além disso, aprofunda as opções significativas de discernimento vocacional
incluídas no itinerário da educação à fé,74 sem renúncia às vocações de especial consagração.
No GC21 (1978) foi apresentada a «primeira orientação orgânica para a renovação da pastoral vocacional
salesiana».75 Naquela ocasião já se dissera que se trata de uma metodologia formativa destinada aos jovens
com maior sensibilidade, disponibilidade e riqueza espiritual e que requerem atenção diferenciada e especial.
Além disso, «as Inspetorias e não as comunidades ou os indivíduos"76 são responsáveis por algumas
condições: a definição de objetivos claros, um projeto educativo e o acompanhamento em grupos ou
comunidades,77 onde haja pessoas que deem testemunho de uma autêntica vida salesiana.
A comunidade salesiana é o «lugar privilegiado para a proposta e o acompanhamento vocacional».
Entretanto, não devemos esquecer que o tema da pastoral juvenil salesiana, onde culminam o discernimento
vocacional e as opções de vida, é a Comunidade Educativo-Pastoral, uma comunhão de diferentes vocações.78
Ao longo dos anos, a Congregação vem desenvolvendo uma reflexão sobre a orientação da educação dos
jovens à fé. Identificou a orientação vocacional como sua dimensão fundante e qualificante.79 Neste trabalho
vocacional, alguns aspectos se apoiam e complementam reciprocamente: de um lado, a orientação oferecida
a todos os jovens dentro do discurso educativo; de outro, a atenção constante para descobrir e acompanhar
com iniciativas diferenciadas e adequadas as vocações de particular empenho na sociedade e na Igreja, para
que os jovens possam fazer uma opção consciente e livre (C 109); enfim, uma responsabilidade particular
para com o carisma salesiano em suas múltiplas formas, através do discernimento e do cuidado com as
sementes da vocação salesiana presente nos jovens, tanto consagrada como leiga. Para realizar este último
aspecto, a experiência da orientação vocacional salesiana confrontar-se-á com a vida consagrada salesiana.80
Muitos destes temas estão amplamente desenvolvidos na carta «A experiência do Aspirantado» (2011):81
Além da natureza e do objetivo do aspirantado, são apresentadas as dimensões da formação salesiana, o
valor e a urgência do acompanhamento e do discernimento. Por fim, o texto esclarece, de um lado, as
condições a serem garantidas; de outro, as suas diversas formas. A introdução já evidencia que o
acompanhamento vocacional dos candidatos à vida consagrada salesiana faz parte da pastoral juvenil e,
portanto, é responsabilidade do setor da Pastoral Juvenil, em estreita colaboração com o setor da Formação.
3. Expressões diversas de uma única definição
a.- O Regulamento da nossa Congregação utiliza o nome "Aspirantado" para definir o acompanhamento
dos jovens que manifestam aptidões para a vida religiosa e que lhes permite conhecer a própria vocação.
1996) 1206.
74 Cf. QdR pag. 247. 248.
75 CG21, 574.
76 CG21, 118.
77 R 16; cf. GC26, 72.
78 CG24 141.180
79 Cf. CGE 374 e 692; CG21, 110ss; CG23, 149 ss e 247
80 Cf. CG26, 54, 58, 69. A carta de F. Attard F. Cereda, «Orientações sobre a experiência do aspirantado»
recorda que estas propostas são essencialmente uma experiência de acompanhamento (n. 1 e 14) e de
discernimento sobre a vocação consagrada salesiana (n. 15).
81 A carta de F. Attard F. Cereda, «Orientações sobre a experiência do aspirantado», 27 de julho de 2011,
nasce como resposta à linha de ação do CG26, 73, elaborada pelos setores para a Pastoral Juvenil e para a
Formação.

5.3 Page 43

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Nesta experiência de vida, os jovens aprofundam, verificam e amadurecem os sinais vocacionais que se
apresentam em suas vidas e os orientam para a possibilidade de uma opção pela vida religiosa salesiana,
ainda não feita de forma pública e consciente (cf. R 17).
Esta experiência, feita através de uma grande variedade de formas e modalidades, não deve ser
considerada simplesmente como uma estrutura externa, mas como um itinerário de amadurecimento que
permite aos jovens envolvidos viver experiências direcionadas de acompanhamento e discernimento
vocacional. De fato, a dimensão da educação à fé do Projeto Educativo-Pastoral Salesiano educa para viver
numa perspectiva vocacional.
Este é também o resultado de um bom itinerário educativo-pastoral: levar a pessoa a experimentar uma
fé madura e, portanto, realizar o projeto que Deus tem para a sua vida. Em outras palavras, a orientação
vocacional constitui o cume e o coroamento da nossa ação educativo-pastoral, não no sentido de um
momento terminal do caminho de fé, mas como «um elemento presente em toda parte, que qualifica cada
esfera de intervenção e cada etapa» (GC23, 247). Como evidenciado anteriormente, o 23º Capítulo Geral
dissera que houve uma «longa reflexão» na Congregação para abordar a nova situação e as formas
tradicionais e novas de promoção vocacional, visando «novas e variadas experiências» (CG2, 249).
Citemos antes de tudo o n. 329 da Ratio (revisada em 2009) em relação ao pré-noviciado: «Esta primeira
etapa formativa [pré-noviciado] pressupõe que o pré-noviço tenha vivido anteriormente uma experiência e
um período adequado de crescimento vocacional e amadurecimento humano e cristão, de
acompanhamento, de experiência comunitária, de exercício da pastoral salesiana, o que não pode ser
deixado de lado».
O «Quadro Referencial da Pastoral Juvenil» aborda a dimensão vocacional: «Este processo permite ao
jovem tomar uma decisão serena e pessoal, livre e motivada, enquanto faz experiência numa comunidade
em que ele é formado de acordo com o carisma e aprofunda o seu conhecimento e a gradual conformação a
ele».82
b.- Este período, que pode ser tendencialmente orientado ao pré-noviciado, é definido de várias
maneiras, geralmente como "aspirantado", embora o termo varie de acordo com os lugares, as culturas e as
sensibilidades.
Já nas décadas de 1980 e 1990, em algumas inspetorias, surgiram gradualmente várias estruturas que
substituíram a denominação, às vezes com novas modalidades em relação aos aspirantados clássicos:
"comunidade-proposta", "comunidade de acolhida vocacional", "casa de orientação", "centro de orientação
vocacional" (Reg. 17), "comunidade de acolhida", "programa Vem e Vê", "aspirantado externo" (há
candidatos que, devido a circunstâncias sociais, culturais, políticas ou familiares, não podem ser introduzidos
imediatamente em uma comunidade). Outras denominações utilizadas antes desses anos são "aspirantado
escolar" (jovens engajados em estudos pré-universitários), "aspirantado missionário", "aspirantado para as
vocações indígenas".
Esta é a realidade atual e as diferentes nomenclaturas em nossa Congregação.83
DIVERSOS TIPOS D ASPIRANTADOS NAS RGIÕES (2021)
82 Quadro referencial da Pastoral Juvenil Salesiana. Roma 2014, cap. VI, 2.4.a (Chamados à vida e à fé).
83 RAFM = Região África e Madagascar; RAMI = Região Interamérica; RAMS = Região América Cone Sul; RASE
= Região Ásia Leste e Oceania; RASS = Região Ásia Sul; RECN = Região Europa Centro e Norte; RMED = Região
Mediterrânea.

5.4 Page 44

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RAFM RAMI RAMS RASE RASS RECN RMED
Acompanhamento
sistemático
Aspirantado escolar
1
Aspirantado após a
7
escola/universidade
Inserção na
comunidade
Aspirantado
missionário
Comunidade-proposta
Voluntariado
vocacional
Aspirantado externo
3
Aspirantado para
vocações autóctones
6
5
5
6
10
1
1
3
19
5
6
6
2
4
9
2
3
2
Repetida e insistentemente, surgiu a necessidade de uma reflexão profunda sobre as escolas
apostólicas, nas quais muitos irmãos estão envolvidos e que alcançam um grande número de
destinatários (na região África e Madagascar e na região Ásia Sul). 84 É preciso um exame e uma
renovação, e é urgente e importante que os mais envolvidos neste campo em nível local, inspetorial
e regional façam parte desse processo, reforçando as orientações já delineadas em nível
congregacional – como as aqui mencionadas sobre animação vocacional – e aprofundando o âmbito
pedagógico em relação aos estudos relativos à idade a que se dirige e as características das
estruturas do tipo escolar em que se baseia este serviço educativo-pastoral.
c.- Em todo caso, este ambiente acolhedor para os jovens que desejam enveredar por um
caminho de discernimento vocacional não é uma etapa adicional à formação: quer ser um ambiente
«CARACTERIZADO POR INTENSA ORIENTAÇÃO VOCACIONAL, [QUE] CONTINUA A SER UMA FORMA VÁLIDA PARA AUXILIAR OS JOVENS A DISCERNIR A PRÓPRIA VOCAÇÃO E CORRESPONDER-LHE
CONSCIENTEMENTE»,85 PONTE NATURAL ENTRE A PASTORAL JUVENIL E A FORMAÇÃO SALESIANA.
4. Proveniência dos candidatos
a.- Esta é uma experiência necessária, tanto mais que estes jovens em busca provêm de origens
heterogêneas, com idades, situações familiares, níveis de maturidade pessoal, experiências de vida,
fé e cultura, muito diversos, provenientes de variadas realidades salesianas e com diferentes
84 Já em 1965, os capitulares do CG19 (Parte III - ASPIRANTES) insistiam que «as escolas apostólicas não
devem ser consideradas nem Aspirantados nem Pré-Noviciados».
85 CG20, 662

5.5 Page 45

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conhecimentos de Dom Bosco.
Esta experiência particular começa para aqueles jovens que já iniciaram um caminho de
amadurecimento na fé86 e de orientação vocacional,87 ordinariamente no interior dos
processos da pastoral juvenil salesiana, tais como: fins de semana vocacionais,
acampamentos e grupos vocacionais, o acompanhamento de algum salesiano em uma casa,
o acompanhamento do coordenador de animação vocacional da inspetoria ou o fruto de
experiências de voluntariado.
Também iniciam esta experiência outros jovens atraídos pelo carisma de Dom Bosco, que não
viveram numa Comunidade Educativo-Pastoral Salesiana. Estes jovens confiam no carisma
salesiano como um carisma aberto à Igreja em sua totalidade e iniciam na liberdade em um
caminho vocacional que pode ter resultados diferentes.
b.- A todos esses candidatos, a Inspetoria oferece acompanhamento específico através de uma
proposta concreta que melhor atenda às exigências de sua história e situação pessoal.
Estas estruturas são destinadas principalmente aos estudantes universitários ou aos jovens do ensino
médio. Entretanto, algumas inspetorias têm mantido estruturas para aspirantes adolescentes e pré-
adolescentes, com um estilo mais semelhante à estrutura do "seminário menor": mesmas horas de estudo
para todos, menos contato com o mundo exterior e pouca prática pastoral devido à idade.
5. Alguns aspectos do perfil de entrada
a.- Nesta perspectiva formativa, torna-se essencial criar as condições mais adequadas para que a pessoa
possa fazer a etapa do discernimento. Na verdade, este período de "primeira acolhida" torna-se uma
experiência que pode ter configurações muito flexíveis e variar no lugar e na duração, também conforme o
candidato. É necessário, de fato, que o jovem tenha um ritmo formativo de acordo com a sua maturidade
pessoal e o seu itinerário vocacional, sem confundi-lo com outras etapas.
A primeira condição a ser levada em consideração para ser admitido no Aspirantado é que o jovem entre
nesta experiência no momento em que se questiona explicitamente diante de Deus sobre uma possível
vocação para a vida consagrada salesiana. Em outras palavras, ele deve ter expressado o desejo e a vontade
de discernir o projeto de Deus no carisma salesiano e, portanto, estar disposto a percorrer o caminho para
verificar se a atração inicial é realmente um chamado de Deus e para discernir se tem as condições de
idoneidade para acolhê-la. Em todo caso, o jovem deve permanecer aberto a outros resultados vocacionais.
Esclareça-se que a figura do acompanhante não tem outro interesse senão o de ajudar o jovem a descobrir
diante do Senhor a que coisa é chamado e, se for uma vocação de consagração especial, a iniciar o processo;
se for outra, a orientá-lo. Não se trata da função de identificar ou descartar as vocações religiosas, mas de
um serviço (a conclusão do acompanhamento pastoral) de ajuda na identificação da própria vocação e na
orientação para ela.
86 Const. 6, 28, 37 e Reg. 9.
87 Artigo 16 dos Regulamentos: «Os centros de orientação vocacional acolhem e acompanham os jovens que
se sentem chamados a algum compromisso na Igreja e na Congregação. Tal serviço pode ser desenvolvido
também com a organização de encontros locais ou regionais, instituição de grupos específicos ou inserção dos
jovens em alguma das nossas comunidades».

5.6 Page 46

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b.- Depois desta premissa, algumas condições são importantes, ou seja, alguns pontos que traçam o perfil
de entrada do jovem que pretende viver a experiência, seguindo o seguinte critério da Igreja: «Para realizar
a própria vocação, é necessário desenvolver-se, fazer germinar e crescer tudo aquilo que uma pessoa é. Não
se trata de inventar-se, criar-se a si mesmo do nada, mas descobrir-se a si mesmo à luz de Deus e fazer
florescer o próprio ser» (CV 257):
comprovação de um estilo de vida sadio (físico e psicológico), em sentido lato;
presença de uma experiência pessoal de Deus que lhe permitiu perceber de alguma forma o seu
chamado (embora ainda não claro); é desejável que tenha participado anteriormente de experiências
de orientação vocacional;
disponibilidade ao acompanhamento pessoal;
empenho e fidelidade demonstrados no próprio trabalho (estudo pessoal, atividade apostólica,
serviço à comunidade);
capacidade de interagir e relacionar-se com os outros de modo positivo;
disponibilidade ao trabalho apostólico com os jovens, sobretudo com os mais pobres;
indicações sobre a idade. Algumas inspetorias preferem jovens de 17-18 anos ou mais; para
candidatos com mais de 35 anos, o itinerário é acompanhado para verificar a sua viabilidade; outras
inspetorias acolhem adolescentes entre 14 e 17 anos.
6. Itinerário formativo para o acompanhamento e o discernimento
O amadurecimento da pessoa ocorre, nesta fase, privilegiando alguns aspectos que se tornam objetivos
específicos a serem perseguidos. Segue-se daí que o grande trabalho dos formadores consiste em
acompanhar o jovem para identificar e realizar as dinâmicas interiores que o levam a harmonizar-se e viver
não como espectador ou de forma justaposta, mas como protagonista nestas diversas dimensões:88
a.- A maturidade humana está na base do crescimento vocacional do jovem. Ela tende ao objetivo do
equilíbrio psíquico e emotivo e do crescimento harmonioso e integral, dando atenção especial à tomada de
consciência de eventuais fragilidades psicológicas ao início de processos seguros para superá-las. Na
experiência do Aspirantado, o jovem começa a amadurecer:
um contato autêntico e profundo consigo mesmo e, portanto, uma boa capacidade, serenidade e
maturidade para saber ler e decifrar honestamente a si mesmo, os próprios sentimentos e desejos,
as disposições do coração, os dons recebidos e as eventuais feridas;
são oferecidas outras oportunidades para compreender a leitura das dinâmicas da vida comunitária
e dos elementos de amadurecimento afetivo, por exemplo, a capacidade de respeitar os outros, de
88 «O Sínodo propõe convictamente a todas as Igrejas particulares, congregações religiosas, movimentos,
associações e outras entidades eclesiais, que proporcionem aos jovens uma experiência de acompanhamento
tendo em vista o discernimento. Tal experiência, cuja duração deve ser fixada de acordo com os contextos e
oportunidades, pode-se designar como um tempo destinado ao amadurecimento da vida cristã adulta. Deveria
prever um afastamento prolongado dos ambientes e das relações habituais, e ser construída pelo menos à volta
de três eixos indispensáveis: uma experiência de vida fraterna partilhada com educadores adultos que seja
essencial, sóbria e respeitadora da “casa comum”; uma proposta apostólica sólida e significativa que deve ser
vivida em conjunto; uma oferta de espiritualidade radicada na oração e na vida sacramental» (DF, 161).

5.7 Page 47

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escutar e aceitar os pontos de vista dos outros, de não usar os outros para os próprios fins, de cuidar
dos outros enquanto cresce em empatia;
a capacidade de compreender o núcleo motivacional central das próprias ações, além dos aspectos
mais exteriores e emotivamente contingentes, como, por exemplo, os novos equilíbrios familiares.
b.- A área da relação com Deus e do empenho espiritual deve ser traçada tendo presente algumas
referências:
A descoberta e aceitação do verdadeiro primado de Deus e sua lógica evangélica na vida do cristão.89
Estão nesta linha a familiaridade com o Senhor, a introdução à vida de fé e a amizade com Jesus90
mediante a atenção à oração e à liturgia.
A disponibilidade para se deixar ajudar e, portanto, abertura à prática do acompanhamento pessoal
e à tomada de responsabilidade nas decisões. É um processo que, por um lado, deve verificar certas
passagens de idoneidade vocacional; por outro, deve aprofundar as motivações vocacionais do
jovem que faz esse itinerário (as necessidades, os desejos, os interesses, os impulsos interiores e
exteriores que inclinam o jovem a tal opção).
Além disso, a dimensão experiencial da espiritualidade juvenil salesiana deve ser privilegiada em
relação à dimensão teórica na leitura da fé na vida cotidiana e na reflexão sobre as experiências
vividas.
c.- Para o jovem que discerne a vocação de educador e evangelizador dos jovens são desejáveis alguns
elementos da dimensão intelectual:
A atenção à vida cotidiana como lugar onde se manifesta a continuidade e a constância em cuidar
dos compromissos de estudo ou trabalho, dos deveres pessoais, dos serviços solicitados, dos
trabalhos domésticos.
A aquisição de hábitos de reflexão e compartilhamento, bem como a capacidade de refletir sobre as
situações e avaliar criticamente a realidade circunstante.
O amadurecimento na capacidade de perceber os valores evangélicos e vocacionais de acordo com
o Evangelho e a espiritualidade juvenil salesiana, em vez de fazê-los voltar aos próprios padrões
cognitivos anteriores.
d.- «O jovem é educado à generosidade e à disponibilidade. Estas são as duas atitudes que geram alegria:
para ter mais vida é preciso dá-la».91 Por isso, o seu crescimento educativo-pastoral compreende:
A iniciação à atividade apostólica, vivida de forma experiencial e relida no acompanhamento,
privilegiando os momentos da assistência, tipicamente salesiana, e da animação sistemática e
contínua de um grupo. Esta iniciação educativo-pastoral torna-se uma oportunidade para ouvir as
necessidades dos jovens, para conhecer Dom Bosco e o Sistema Preventivo, para descobrir as
dimensões e as características do animador salesiano;
89 «A incidência da fé na vida, ou a sua irrelevância prática, manifesta-se hoje em certos aspectos da
existência individual e da cultura, que assim se tornam seu campo de testes. Estes não são pontos particulares,
mas "espaços" nos quais se concentra o significado, a força e a conflitualidade da fé» (CG23, 181).
90 CV, 250.
91 CG23, 152.

5.8 Page 48

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O desejo de submeter a própria ação pastoral à avaliação dos outros.
A flexibilidade nos papéis mais do que uma pastoral sob medida.
A atenção à dimensão intelectual deste itinerário não deve ser um peso excessivo em termos de estudo
acadêmico, com poucas oportunidades para um trabalho sério sobre si mesmo.
7. O ambiente e as condições adequadas que a casa salesiana deve garantir
Como vimos, este é o período em que a Congregação oferece uma experiência aos jovens em busca,
cuidando do acompanhamento e do discernimento pessoal, de acordo com os critérios indicados. O objetivo
final do processo é a decisão vocacional. As diversas Inspetorias propõem uma casa salesiana (ou várias
casas na Inspetoria) onde se oferece aos jovens a preciosa oportunidade de vida fraterna, entre salesianos e
coetâneos, na simplicidade da vida cotidiana onde não faltam trabalhos escolares, deveres domésticos e
relacionamentos, propostas apostólicas segundo o carisma de Dom Bosco e uma oferta de espiritualidade
que ajuda a unir fé e vida: «A quem se orienta para a vida salesiana são oferecidos ambiente e condições
adequadas para conhecer a própria vocação e amadurecer como homem e como cristão».92
É desejável que este tipo de experiência seja vivido, em particular, pelos jovens que se aproximam pela
primeira vez da vida fraterna nas comunidades salesianas e que não frequentaram nossos ambientes de vida
apostólica.
Para isso ser possível, são necessárias quatro condições:
a.- Um ambiente comunitário animado e aberto, simples e familiar, alegre, mas comprometido.
Destacam-se as relações de amizade e familiaridade. Podem compartilhar com a comunidade (mas não em
uma estrutura ordinária de vida religiosa) alguns momentos de oração, espiritualidade, atividades e amizade.
Ou seja, um ambiente familiar onde haja condições adequadas para um período de tempo em que estes
jovens possam descobrir, assumir e seguir responsavelmente o seu projeto de vida.
A vida comunitária é uma oportunidade preciosa para aprender a fraternidade nas relações, o confronto
com os educadores, a corresponsabilidade nos serviços, a generosidade no dom de si. Para um
amadurecimento mais fácil, certamente é preferível o diálogo à imposição, o testemunho à mera observação,
a corresponsabilidade ao infantilismo, a interiorização das motivações à mera execução de tarefas, o respeito
pela pessoa e seus processos em um acompanhamento personalizado à massificação e ao anonimato.
b.- O acompanhamento comunitário. Trata-se de um conjunto de relações, um ambiente, um clima
favorável e uma pedagogia, próprios do Sistema Preventivo e que vão desde a presença próxima dos
Salesianos responsáveis pelo Aspirantado ao diálogo, orientação, apoio no caminho vocacional e formativo.93
Além deste acompanhamento, é importante introduzir o jovem no acompanhamento pessoal: espiritual,
vocacional, pastoral, de estudo. Neste sentido, fala-se de uma relação interpessoal de "diálogo vocacional",
um acompanhamento atento e imediato, em relação a cada uma das quatro áreas do itinerário formativo
indicado acima. Somente um itinerário de acompanhamento pessoal pode facilitar uma identificação
adequada dos objetivos de crescimento e a consciência do que significa viver uma vocação apostólica.
92 Const. 109
93 «É sempre melhor vivermos a fé juntos e expressar o nosso amor numa vida comunitária, partilhando com
outros jovens o nosso afeto, o nosso tempo, a nossa fé e as nossas preocupações. A Igreja oferece muitos e
variados espaços para viver a fé em comunidade, porque, juntos, tudo é mais fácil» (CV, 164).

5.9 Page 49

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Entretanto, o acompanhamento desses jovens deve oferecer conhecimentos e encorajá-los a
experimentar as próprias contingências, necessidades, desejos, fraquezas e feridas. Por isso, deve ser dada
muita atenção à dimensão humana da pessoa. Para tanto, é necessário abordar certos aspectos que "tocam"
o humano: a autodiferenciação (a capacidade de manter o próprio sentido de si mesmo, a própria identidade,
os próprios pensamentos e emoções nas relações com os outros), o autodomínio (o controle dos próprios
sentimentos, os comportamentos, através da compreensão das próprias reações, emoções, mudanças de
humor) e autoavaliação (ligada à própria autoestima).
É um processo a ser verificado de várias maneiras: colóquio, observação da experiência pelos formadores,
descrição dos frutos feita pelo próprio indivíduo.
Trata-se de um processo que deve, por um lado, verificar o chamado de Deus, a abertura e disponibilidade
vocacional, a especificidade de uma opção e adequação a ela e, por outro lado, aprofundar as motivações do
jovem. Se o amadurecimento vocacional prosseguir para a vida consagrada salesiana, o aspirante é orientado
para o pré-noviciado.
c.- A eficácia da experiência depende em grande parte da equipe de acompanhamento: Salesianos e
outros (leigos, especialistas) escolhidos para serem os responsáveis por esta experiência, particularmente
bem preparados para a tarefa não fácil de oferecer aos candidatos um acompanhamento personalizado para
o seu crescimento humano e cristão. De fato, «o clima de família, de acolhida e de fé, criado pelo testemunho
de uma comunidade que se doa com alegria, é o ambiente mais eficaz para a descoberta e a orientação das
vocações». 94
É preferível ter uma equipe heterogênea que compreenda salesianos padres e coadjutores, justamente
para favorecer o conhecimento e a valorização das duas formas da vocação consagrada salesiana.
Algumas orientações importantes: deve haver uma pessoa no interior da comunidade que seja
claramente indicada como ponto de referência para o jovem; os irmãos de referência, a critério do animador
vocacional, devem ser convidados para as reuniões da Comissão de animação vocacional.
d.- Relações com a família: ciente da importância da família, o jovem mantém laços adequados com ela
e, a começar pela opção vocacional que pretende fazer, aprende a estabelecer novas relações familiares.
Normalmente, nenhum jovem inicia o Aspirantado sem contato prévio com a família. Os pais devem ser
incentivados, se possível, a visitar a comunidade salesiana, estando presentes em certos momentos
significativos. Neste sentido, é aconselhável começar por reconhecer e abordar quaisquer problemas
familiares no acompanhamento destes jovens.
8. Tempos e modos
O momento e as modalidades da proposta são variáveis, dependendo da idade do jovem, do caminho
seguido e das tradições inspetoriais. Por outro lado, algumas condições podem ser consideradas como
pontos firmes:
Os tempos não são muito estruturados (tanto em relação à vida cotidiana, que deve ser adaptável ao
itinerário do jovem, como em relação ao quadro geral das experiências vocacionais), concordados com o
jovem com base no seu itinerário pessoal e nas possibilidades de quem ainda está ligado a compromissos de
estudo ou trabalho. Em todo caso, durante este período os jovens continuam seus estudos universitários ou
seu trabalho.
94 Const. 37.

5.10 Page 50

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Dada a diversidade os itinerários pessoais, agrada-nos pensar na comunidade como uma experiência
aberta que envolve múltiplas formas de permanência, um itinerário gradual de inserção que começa com:
um primeiro contato ocasional ou intermitente,
depois, períodos limitados de permanência em momentos considerados significativos para a vida da
comunidade ou para o próprio jovem,
para, em seguida, passar a opções sempre de maior empenho.
É também necessário promover encontros periódicos que visem reunir os jovens com outros jovens que
estejam em itinerário vocacional, por exemplo: dias ou fins de semana nos quais o jovem vive uma
experiência de oração e partilha com outros jovens (pré-noviços, noviços, etc.); acampamentos vocacionais
em que convivem com jovens que iniciaram o itinerário como aspirantes e os jovens que pretendem iniciar
este tipo de experiência. É muito importante organizar todas essas iniciativas de forma sistemática e gradual,
em nível local e regional, num plano de animação vocacional no interior do PEPS inspetorial.
Sendo um momento específico de conhecimento e aprofundamento, de acompanhamento e experiência
da vida e missão salesiana para verificar e amadurecer esta orientação inicial, torna-se muito interessante
colocar estes jovens em contato com outras comunidades salesianas.
Geralmente, algumas Inspetorias relatam experiências de pelo menos seis meses de Aspirantado vividos
de maneira estável, que se revelam suficientes para fazer um primeiro discernimento, conseguindo
responder à pergunta inicial: estou pronto para iniciar um processo de acompanhamento/discernimento
com orientação real à vida religiosa salesiana no pré-noviciado?
9. Animação vocacional na Inspetoria
a.- A Animação Vocacional deve ser o princípio inspirador e o vértice da Pastoral Juvenil. Toda a pastoral,
e particularmente a pastoral juvenil, é radicalmente vocacional: esta dimensão constitui seu princípio
inspirador e sua saída natural. Em outras palavras, a animação vocacional emerge da pastoral juvenil como
respiro e expressão concreta da sua vitalidade. Por isso, a promoção vocacional inspetorial oferece uma
mentalidade, uma sensibilidade, mas também uma pedagogia. A pastoral juvenil, na medida em que explicita
sua dimensão vocacional, encontra as grandes motivações para o seu relançamento: redescobre a vida como
um dom, como um "ser para", numa perspectiva libertadora e fascinante, porque se coloca diante do
surpreendente e magnífico plano de Deus.
O acompanhamento vocacional pessoal não é um privilégio para os bons ou uma exceção pastoral: deve
ser um instrumento formativo normal, oferecido a todos. É por isso que o acompanhamento vocacional
pessoal dos jovens é um dever pastoral para com todos os jovens e um direito de todo jovem!
O projeto educativo-pastoral local e inspetorial deve ajudar os irmãos e os leigos corresponsáveis pela
missão salesiana a criar uma «cultura vocacional»,95 ou seja, uma sensibilidade, uma maneira de pensar e,
sobretudo, um modo de "ver" os numerosos adolescentes e jovens de quem se aproximam todos os dias. Se
95 O CG27, ao falar da profecia da fraternidade recorda-nos que «é necessário acompanhar os jovens,
caminhar com eles, ouvi-los, provocá-los, sacudi-los para que vão além do conforto em que se estabeleceram,
despertar seu desejo, explicar-lhes o que estão experimentando, levá-los a Jesus, e dar sempre prioridade à
liberdade para que respondam ao chamado do Senhor de forma livre e responsável». «É necessário criar um
clima de confiança, para que os jovens sintam que são amados como são e por quem são. [...] A relação pessoal
com os jovens por parte dos consagrados é insubstituível». O terceiro ponto programático da CG 28 também
nos convida a viver o «sacramento salesiano da presença», segundo o qual «a gratuidade da presença salva a
Congregação de toda obsessão ativista e do reducionismo técnico-funcional».

6 Pages 51-60

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6.1 Page 51

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tudo isso for verdade, é fácil entender como o animador vocacional inspetorial e os itinerários inspetoriais
estão a serviço da responsabilidade local, não como uma alternativa ou o seu substituto.
Promover a animação vocacional é uma tarefa essencial da pastoral juvenil:
garantir a orientação e o acompanhamento de todos os jovens porque a proposta vocacional, desde
a infância, insere-se no itinerário de educação à fé, como ponto de convergência de todos os esforços
educativos e evangelizadores;
observar que a animação vocacional não visa simplesmente o recrutamento de agentes de pastoral,
nem é um momento isolado ou setorial, mas uma atividade ligada ao ser da Igreja e, portanto,
também intimamente inserida na pastoral juvenil;96
criar as condições adequadas (um verdadeiro e próprio itinerário de acompanhamento;
comunidades afáveis, comprometidas e abertas a todos os jovens que buscam o seu destino na vida,
etc.) para que cada jovem possa descobrir, assumir e seguir responsavelmente a própria;
propor aos jovens os diversos itinerários vocacionais sem esquecer ou subestimar o convite
vocacional explícito à vida consagrada ou sacerdotal;
estimular um ambiente familiar com testemunhos vocacionais significativos.
b.- Neste sentido, com o Aspirantado, como claramente indicado na carta «A Experiência do Aspirantado»
(2011), «deseja-se que estas Orientações sejam retomadas pelo Delegado Inspetorial para a Pastoral Juvenil,
para poder acompanhar os animadores vocacionais inspetoriais com a sua Comissão e rever a parte do
Projeto Educativo Pastoral Inspetorial que se refere à animação vocacional inspetorial. Nesse projeto
também é necessário identificar um modelo de animação vocacional local, envolvendo as comunidades
salesianas e as comunidades educativo-pastorais. Tal trabalho também requer uma estreita colaboração com
o Delegado Inspetorial para a formação».
Este acompanhamento em nível inspetorial da parte dos delegados e dos responsáveis pela animação e
governo da Inspetoria ainda é mais importante quando o cuidado dos aspirantes é confiado "in toto" às
comunidades locais (entretanto, a experiência seja definida nos diversos contextos). Se não houver um bom
planejamento e uma cuidadosa revisão, existe o risco de acontecer que seja de fato sem qualquer conexão
com a pastoral juvenil, ou com a formação, nem com as orientações da Inspetoria e da Congregação. Não
basta definir num documento, como este texto, quais são as condições para o bom acompanhamento. É
necessário colocar em prática todas as medidas em nível inspetorial e depois local para garantir que elas
sejam realmente colocadas em prática.
10. Conclusão
Acreditamos firmemente que a aceitação e acolhida da própria vocação pelos jovens seja o processo
educativo por excelência, para o qual são dirigidos todos os esforços e trabalhos da comunidade educativo-
pastoral. A realização da orientação vocacional é, portanto, o caminho adequado para a plena maturidade
humana e a fonte da verdadeira felicidade. Portanto, toda a pastoral juvenil é concebida, atuada e revisada
a partir deste objetivo: acompanhar cada jovem no caminho da disponibilidade para ocupar o lugar que o
Senhor lhe atribui na construção do Reino.
Hoje, mais do que nunca, sentimos o desafio e a urgência de «criar uma cultura vocacional em cada
ambiente, para que os jovens descubram a vida como um chamado, e para que todo o trabalho pastoral
96 Veja-se, por exemplo, Ricceri 645-57; CG26 58; Chávez, Lettere circolari 1039; GSA 183.

6.2 Page 52

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salesiano seja verdadeiramente vocacional» (CG24, 50). Neste sentido, a dimensão vocacional é
verdadeiramente transversal a todas as nossas propostas. Embora se apresente com seu próprio projeto
específico, ele representa o núcleo de cada proposta pastoral e deve, portanto, estar presente em todos os
ambientes. Quanto à vida consagrada salesiana, acreditamos que é urgente oferecer aos jovens estas
experiências de orientação vocacional que aqueçam os seus desejos e orientem os seus corações.
4. ATIVIDADES DO CONSELHO-GERAL
4.1 Crônica do Reitor-Mor
Apresentam-se os principais acontecimentos de crônica do Reitor-Mor no semestre de fevereiro a
junho de 2022
JANEIRO
O mês de janeiro de 2022 vê o Reitor-Mor de 7 a 28 empenhado como de costume no Plenum
do Conselho-Geral. Em seguida, de 13 a 16, participa dos Dias de Espiritualidade da Família Salesiana
em Turim-Valdocco; neste ano, dedicados aos 400 anos da morte de São Francisco de Sales. Os
"Dias" foram assistidos on-line por cerca de 10.000 pessoas, além dos 150 representantes dos 32
grupos da Família Salesiana: quatro dias importantes de escuta-oração e diálogo. Nesta 40ª edição
dos "Dias", o Reitor-Mor deixou uma mensagem substancial de bondade e liberdade centrada na
figura do Patrono. "É a bondade", disse ele, "que nos distingue como Salesianos e somente na
liberdade podemos aproximar-nos de Deus". Também dedicada a São Francisco de Sales é a
exposição que o Reitor-Mor inaugura na manhã do dia 16 de janeiro. Em exposição estão obras da
França e do Piemonte relacionadas com a história do Santo e dos Mosteiros das Visitandinas.
De 21 a 23 de janeiro, o P. Artime está em Madri para celebrar o 75º aniversário de fundação da
Casa São Domingos Sávio. Diante de 300 educadores de escolas e plataformas sociais, ele recordou
os grandes valores da educação cristã com resposta salesiana. Ainda em Madri, o Reitor-Mor
inaugurou o centenário da obra salesiana no bairro de Tetuan, popularmente conhecido como
Salesianos Estrecho, devido à estação próxima do metrô. Em seguida, falando aos animadores
pastorais das paróquias, ele disse: "Somos paróquias de portas abertas, construímos pontes.
Devemos continuar a trabalhar em uma autêntica conversão pastoral que, em nossas casas, envolve
também a atenção aos 'vasos comunicantes' entre os ambientes pastorais da obra: paróquia, centro
juvenil, escola e plataformas sociais".
De volta a Roma em 25 de janeiro, o Reitor-Mor participou da Assembleia das IUS, Instituições
Universitárias Salesianas, recordando entre outras coisas o valor do respeito pela pessoa, da
honestidade e da atenção aos mais frágeis.
No dia 26 de janeiro celebra a já tradicional reunião do Conselho-Geral SDB com o Conselho-
Geral das FMA na Casa Generalícia das Irmãs. Durante a Celebração Eucarística, o Reitor-Mor
afirmou em sua homilia, entre outras coisas: "Espera-se de nós que sejamos capazes de pensar e
oferecer o que é possível para o presente que devemos viver. Somos chamados a dar o melhor de

6.3 Page 53

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nós mesmos, a colocar todas as nossas energias, habilidades e sabedoria na paz, a paz que é fruto
da presença de Deus. Estamos unidos pelo desejo de partilha, colaboração e comunhão".
Em 28 de janeiro, o P. Artime dedicou o dia a visitar a Comunidade de São Tarcísio em Roma.
Nos dias 30-31 de janeiro, o Reitor-Mor está em Turim para as celebrações em homenagem a
Dom Bosco. Sua missa é transmitida pelo segundo ano consecutivo pela RAI, com a surpresa de ter
o Papa Francisco entre os espectadores: ele o disse pessoalmente no Ângelus. No mesmo dia da
festa, o Reitor-Mor enviou uma mensagem aos jovens que foi filmada e transmitida nas diversas
Inspetorias.
FEVEREIRO
De 4 a 9 de fevereiro encontramos o Reitor-Mor no Equador, onde pregou os Exercícios
Espirituais em Quito a 77 Salesianos (inspetores e conselheiros) de 13 Inspetorias. As intervenções
do Reitor-Mor referiram-se à revisão do 28º Capítulo Geral e à Estreia dedicada a São Francisco de
Sales. Durante os Exercícios, veio em visita o Núncio Apostólico Dom Andrés Carrascosa.
De 10 a 12 de fevereiro, o P. Artime visitou pela segunda vez a Inspetoria do Equador. Apesar da
pandemia manteve muitos encontros, a começar com o arcebispo de Quito, Dom Alfredo Espinoza,
com as irmãs FMA e os jovens do Movimento Juvenil Salesiano.
No dia 13 o P. Artime foi ao Brasil onde, em São Leopoldo, pregou Exercícios Espirituais para mais
de 70 Irmãos. "É uma experiência sem precedentes, que procura aproximar os Conselhos
Inspetoriais do 10º sucessor de Dom Bosco e encorajá-los, especialmente neste momento em que,
devido à pandemia, foram afetadas a presença e a proximidade, valores profundamente
salesianos". O Reitor-Mor também tem a oportunidade, em 17 de fevereiro, de reunir-se online com
as rádios salesianas no Brasil. Quais são as expectativas em relação às rádios? "Fidelidade ao nosso
precioso carisma, a Dom Bosco, e prioridade especialmente aos mais pobres e aqueles que têm
menos oportunidades".
De 22 a 28 de fevereiro, o Reitor-Mor está em Roma, onde se encontra no dia 26 com o pessoal
dependente da Universidade Pontifícia Salesiana.
MARÇO
De 1º a 3 de março, o Reitor-Mor faz uma reunião com o Vigário P. Stefano Martoglio e os
Conselheiros de Setor. O P. Artime também permanece na sede de 4 a 16 de março, dedicando-se
à refletir e escrever. No dia 7 de março, entre outras coisas, reúne-se com a equipe de comunicação
na presença do portavoz Giuseppe Costa e dá uma série de orientações sobre o funcionamento da
ANS e do próprio Dicastério.
Em 17 de março, inicia uma viagem a Camarões onde, entre outras coisas, pregou os Exercícios
para a Região África-Madagascar de 18 a 23 de março. Aos Exercícios estiveram presentes 96
Salesianos de 14 Inspetorias e Visitadorias do continente, além do Conselheiro Regional P. Alphonse
Owoudou.
Os Exercícios são realizados em Yaoundé, na sede da Conferência Episcopal. Em suas palavras
iniciais, o Reitor-Mor enfatizou que os Irmãos participantes são os responsáveis pelo carisma de
Dom Bosco, assim como pela animação e governo. Ele também destacou o grande potencial da
Região onde, como sempre, o Espírito Santo é o verdadeiro protagonista, e Maria também está

6.4 Page 54

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presente e acompanha. Durante sua estada em Camarões, o Reitor-Mor encontrou-se com a Família
Salesiana, recebeu sete profissões religiosas e visitou o Teologado.
Deixando Camarões na sexta-feira, 25 de março, o P. Artime foi à Guiné Equatorial onde
permaneceu até o dia 30, visitando as três obras presentes no País e encontrando-se com jovens e
irmãos.
ABRIL
De 4 a 13, reunião do Conselho Intermédio em Roma.
Durante as oito sessões de trabalho, foram abordados vários temas de governo da Congregação.
Em Roma Sacro Cuore, antes do Tríduo Pascal, reúne-se com os diáconos salesianos residentes no
Gerini.
De quinta-feira 21 a sexta-feira 29 de abril, o Reitor-Mor está de volta ao continente africano
para visitar Zâmbia e Zimbábue, que visitara parcialmente em 2016. É calorosamente recebido no
aeroporto do Zimbábue. À noite, chega à Comunidade de Hwange, onde abençoará a pedra
fundamental da nova escola técnica. Um momento importante da visita foi a celebração dos 40 anos
de presença salesiana em Zâmbia como Inspetoria.
MAIO
Em 6 de maio, continuando suas visitas, o Reitor-Mor foi à Tailândia onde, de 7 a 12 de maio,
encontrou-se com os Inspetores e Conselheiros da Região da Ásia e Oceania para os Exercícios
Espirituais (73 participantes).
Os seis dias de Exercícios Espirituais, segundo os irmãos tailandeses, foram um banho de
espiritualidade salesiana vivido com alegria pela proximidade do Reitor-Mor e pela gratidão ao
Senhor e ao 10º sucessor de Dom Bosco.
De 13 a 19, o Reitor-Mor visita as Casas da Inspetoria "São Paulo" da Tailândia, que se estende
por três países: Tailândia, Camboja e República Popular do Laos, com um total de 110 irmãos e 17
comunidades. O Reitor-Mor fez uma visita especial à casa salesiana em Bagsak, que atende as
crianças atingidas pelo tsunami de 26 de dezembro de 2004. Em 18 de maio, visitou a escola em
Saeng Thong Vitthaya, incentivando professores e educadores a testemunharem o amor cristão em
um ambiente muçulmano. Anteriormente, o Reitor-Mor também visitara a Casa Generalícia das
Servas do Imaculado Coração de Maria, o Memorial do Tsunami, bem como recebeu a Profissão de
dez jovens Salesianos.
De volta a Turim, de 21 a 23 de maio, participou da Consulta Mundial da Família Salesiana. No
dia 4 participou da Festa de Maria Auxiliadora celebrando a Eucaristia na Basílica e participando da
Procissão.
De 25 a 27 de maio o P. Artime participou da Assembleia da União dos Superiores Gerais em
Sacrofano (Roma).
No dia 28 de maio, foram inauguradas e abençoadas em Roma, as novas instalações do Centro
Nacional de Obras Salesianas na presença da Madre Geral das FMA, Chiara Cazzuola. "Estou
convencido", disse o P. Artime após visitar os escritórios, "de que com o que estamos fazendo juntos
estamos levando adiante um belíssimo sonho".
Em 29 de maio, o Reitor-Mor retorna a Turim Valdocco, onde planeja permanecer como sua sede
até a conclusão dos trabalhos no Sacro Cuore em Roma.

6.5 Page 55

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JUNHO
De 1º a 30 de junho, foi realizado em Turim o Plenum do Conselho-Geral. Entre os tópicos
abordados nesta sessão do Conselho estão as nomeações dos Superiores de Timor Leste (TLS) e da
Índia-Panjim (INM), bem como a partilha e o estudo de numerosos relatórios sobre as Visitas.
Em 4 de junho, vai a Budapeste, Hungria, para a bênção e entronização do Relicário com os restos
mortais do Salesiano Coadjutor Beato Estêvão Sandor, martirizado pelo regime comunista em 1953
e recuperado de uma vala comum. Na mesma ocasião, o P. Artime acolheu algumas profissões
religiosas de jovens Salesianos e algumas promessas de Cooperadores.
A partir do dia 6, o Reitor-Mor ocupou-se com o curso para Inspetores salesianos de primeira
nomeação.
No domingo 12, foi a Chiari para participar da conclusão do Processo Diocesano da Causa de
Canonização do P. Silvio Galli.
No dia 17 de junho, vai a Moncalieri para celebrar a Eucaristia no Mosteiro das Visitandinas,
venerar as relíquias de São Francisco de Sales no 400º aniversário de sua morte, e comemorar a
escolha do santo por Dom Bosco como patrono dos Salesianos.
No dia 20 de junho, acompanhado pelo P. Stefano Aspettati, esteve em Perugia para celebrar o
centenário da presença salesiana.
De volta a Turim Valdocco, a Festa da Gratidão foi celebrada no dia 24 em memória daquela
realizada em homenagem a Dom Bosco no Dia de São João. Participaram da festa numerosos irmãos
de Roma, bem como do Piemonte e de outras Inspetorias.
No dia 26, com o Conselho-Geral, foi a Annecy, França, para os Exercícios Espirituais pregados
pelo P. Morand Wirth, conhecido estudioso de São Francisco de Sales.
JULHO
Até 3 de julho, o Reitor-Mor permanece em Annecy para a conclusão dos Exercícios Espirituais,
enquanto no restante do mês, até 26 de julho, continuam as reuniões do Conselho Geral.
4.2 Crônica dos Conselheiros-Gerais
Vigário do Reitor-Mor
Após a sessão de inverno do Conselho, o Vigário foi à Sardenha para participar do funeral do P.
Franco Pirisi, que morreu prematura e improvisamente após uma grave enfermidade.
De volta a Roma, em 30 de janeiro, foi a Novara para celebrar a festa de São João Bosco com os
irmãos, a Família Salesiana e os jovens de nossas escolas na catedral da cidade.
No dia 31 de janeiro, na Basílica do Sagrado Coração, presidiu a concelebração da Eucaristia na
solenidade de Dom Bosco, transmitida ao vivo pela TV2000, que contou com a presença não só dos
irmãos da comunidade, mas também de muitos fiéis.
Nos primeiros dez dias de fevereiro, o Vigário fez a visita canônica à comunidade "Sagrado
Coração" de Roma a fim de planejar e preparar com os irmãos os iminentes trabalhos na casa da
Sede Central.

6.6 Page 56

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Após uma breve estada nos lugares salesianos voltou à sede para as visitas canônicas às
comunidades do Vaticano e de "São Calisto" em Roma. Foram muito úteis, como sempre,
especialmente para encontrar os irmãos que exercem encargos para a Igreja e a Congregação. O
tempo dedicado às visitas canônicas nestas casas diretamente dependentes do Reitor-Mor foi de
cerca de quatro semanas.
De 9 a 16 de março, o P. Stefano foi a Zagreb, Croácia, para uma visita de animação e
acompanhamento à Inspetoria. Isso permitiu encontrar-se e reunir-se com o Conselho Inspetorial,
diretores, jovens irmãos e outras realidades pastorais da região de Zagreb; sempre acompanhado
pelo Inspetor P. Tihomir Sutalo.
De volta a Roma, o Vigário manteve algumas reuniões na sede e preparou os trabalhos da sessão
intermédia do Conselho-Geral, realizada de 4 a 13 de abril de 2022. Esta foi a última sessão do
Conselho realizada em Roma. De fato, em 4 de abril, começaram os trabalhos de reforma do edifício
da Via Marsala, em Roma. Essas intervenções necessárias exigiram a transferência de alguns irmãos
para outras comunidades e a alocação de colaboradores leigos em outras instalações para a
continuidade dos serviços essenciais à Congregação.
Após a Páscoa, o Vigário foi novamente a Turim Valdocco, onde participou de alguns eventos:
- a celebração dos 150 anos de fundação do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora, de 24
a 26 de abril, em Mornese, Turim e Nizza Monferrato. Foi uma celebração bem preparada nos
lugares das origens para agradecer ao Senhor pelo bem que as Filhas de Maria Auxiliadora
conseguiram nestes 150 anos;
- a participação no dia 29 de abril em Udine num precioso encontro realizado no Instituto
Salesiano "G. Bearzi", que contou com a presença do Presidente da República Italiana, o
Honorável Sergio Mattarella, que desejou visitar a casa salesiana e conhecer os pais de
Lorenzo Parelli, jovem aluno do nosso centro de formação profissional que morreu
tragicamente em janeiro durante um estágio no âmbito do curso de formação profissional.
No início de maio, o Vigário participou das celebrações na paróquia de São José Operário em
Turim Rebaudengo e no Instituto Monterosa de Turim, como parte dos eventos preparados para o
centenário da obra.
Nos dias 6 e 7 de maio, o P. Martoglio falou na reunião dos Inspetores da região Europa Centro-
Norte, compartilhando uma reflexão sobre o cuidado da nossa identidade e disciplina religiosa. A
reunião muito rica aconteceu em Viena, na casa inspetorial.
No dia 13 de maio, o Vigário partiu para Caracas, passando antes por Istambul, permanecendo
um dia e meio com os irmãos da comunidade turca para uma celebração em memória do P. Franco
Pirisi.
De Istambul, o Vigário do Reitor-Mor retomou a viagem para a Venezuela, onde esteve de 15 a
26 de maio. Foi uma viagem de animação em nome do Reitor-Mor, para acompanhar a bela
presença dos irmãos e da Família Salesiana naquela maravilhosa terra tão provada pela situação
que estão a viver. A visita de animação teve o objetivo declarado de fazer sentir a presença da
Congregação e do Reitor-Mor em seu contexto, o que foi compartilhado em muitas reuniões com
os Salesianos, a Família Salesiana, os leigos e jovens nas casas de Caracas e Valência. Uma
experiência esplêndida.
Voltando da Venezuela, o P. Stefano foi diretamente para Valdocco, onde se preparou para iniciar
a agora iminente sessão de verão do Conselho-Geral.

6.7 Page 57

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Conselheiro-Geral para a Formação
Em 13 de janeiro de 2022, durante os Dias de Espiritualidade Salesiana em Valdocco, houve a
conclusão do ano Albera e o início do ano Sales. Uma exposição sobre São Francisco de Sales foi
inaugurada pelo Reitor-Mor no Museu Casa Dom Bosco, Valdocco. As traduções em quatro idiomas
do livro de André Ravier, São Francisco de Sales (LDC 2021) edição preparada pelo P. Aldo Giraudo,
com contribuições do P. Morand Wirth e do P. Wim Collin foram concluídas e divulgadas em
formato digital PDF no início de fevereiro de 2022. Foram difundidos também em cinco línguas os
dois primeiros vídeos sobre São Francisco de Sales de uma série de cinco preparados pelo P. Michele
Molinar, Vigário do Superior ICP, em colaboração com o setor de comunicação social e pastoral
juvenil daquela Inspetoria.
De 3 a 4 de fevereiro, o Conselheiro presidiu presencialmente o curatorium de Jerusalém, com
algumas sessões também oferecidas online para facilitar a participação dos Inspetores.
De 14 a 19 de fevereiro, o P. Coelho Foi à Inspetoria AFC, onde visitou o pré-noviciado de La Cité
des Jeunes, Lubumbashi, o noviciado de Chem Chem, Ruashi, e participou do curatorium do
teologado de Lubumbashi, e do pós-noviciado de Kansebula. Também se reuniu com os diretores
das casas de Lubumbashi e arredores, e com o Inspetor e seu Conselho.
De 14 a 27 de março, o P. Coelho fez a Visita extraordinária à Visitadoria de Malta (MLT).
A Escola de Acompanhamento Espiritual Salesiano (versão em inglês) foi realizada em Valdocco
e no Colle Don Bosco de 3 de abril a 6 de maio de 2022, com 20 participantes e 5 facilitadores
estáveis, sob a orientação do Sr. Raymond Callo.
De 4 a 13 de abril, o Conselheiro participou dos trabalhos da sessão intermédia do Conselho-
Geral na Sede de Roma.
De 17 a 22 de abril, o P. Coelho animou os exercícios espirituais dos Irmãos em Leeds (Grã-
Bretanha).
Nos dias 29 e 30 de abril, foram realizados na UPS os "Dias de Comunicação Social" para jovens
em formação inicial da Família Salesiana, sob a orientação do setor de comunicação social e da
faculdade de comunicação social da universidade. O P. Francisco Santos fez parte da equipe que
preparou e dirigiu o evento.
Em 2 de maio, o Conselheiro, com o P. Francisco Santos, visitou o noviciado de Genzano onde se
reuniu com os noviços dos dois noviciados na Itália, de Genzano e do Colle e as duas equipes de
formadores.
De 10 a 12 de maio, os membros do setor animaram os Salesianos participantes do curso de
formação permanente para formadores realizado na UPS no primeiro semestre do ano (11 irmãos
de 8 Inspetorias). A partir do próximo ano, o P. Carlo Maria Zanotti, coordenador do curso, assumirá
a responsabilidade de organizar uma "semana de salesianidade" para os participantes salesianos,
com visitas aos lugares salesianos.
No dia 20 de maio, o P. Coelho participou de um evento na Pontifícia Universidade Gregoriana,
apresentando uma relação, para comemorar os 50 anos da publicação do Method in Theology de
Bernard Lonergan.
Foram revisados os estatutos de alguns curatoria e centros de estudos teológicos, incluindo
Jerusalém, Roma "Gerini", Utume e Lubumbashi.

6.8 Page 58

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Além dessas atividades, o setor continuou o trabalho de revisão da Ratio, com várias reuniões
online. Desde dezembro de 2021, um grupo de redatores assistidos por outros irmãos de diversas
Inspetorias do mundo (cerca de cinquenta pessoas incluindo Salesianos e leigos) tem trabalhado em
várias partes do texto, e no final de março de 2022 entregou o trabalho ao setor. Os próximos passos
na elaboração do texto são agora deixados para os membros do setor, com a ajuda de outros
quando necessário.
Nos dias 18 e 19 de maio, foi realizado o curatorium do Noviciado de Gbodjomé e do pós-
noviciado de Lomé, AOS - Togo, com a presença do P. Silvio Roggia, representando o Conselheiro da
formação.
De 20 a 24 de maio, o P. Francisco Santos e outros membros do setor auxiliaram no encontro de
noviços da Europa no Colle Don Bosco e em Valdocco.
No dia 21 de maio, chegou o P. José Kuttianimattil, novo membro do setor. O P. Silvio Roggia foi
transferido para a Visitadoria UPS, a partir de 1º de setembro de 2022, onde será diretor da
comunidade dos estudantes de teologia "Zeferino Namuncurá" de Roma (conhecido como Gerini),
enquanto continua a colaborar com o setor.
O setor fez a opção de se mudar para Valdocco enquanto durarem os trabalhos de renovação da
Sede Central. O P. Silvio Roggia e o Sr. Raymond Callo mudaram-se em 15 de março, o P. Francisco
Santos em 19 de maio, e o P. Coelho em 23 de maio.
Conselheiro-Geral para a Pastoral Juvenil
Em janeiro, foi feita a apresentação oficial do opúsculo sobre a Paróquia e os Santuários
confiados aos Salesianos, através da plataforma Zoom, nos dias 10 (em inglês) e 11 (em italiano,
espanhol, português, polonês e francês). O P. Miguel Ángel García Morcuende fez uma síntese do
documento e propôs algumas estratégias.
Também no mesmo mês, de 8 a 12, houve em Fátima o encontro regional dos delegados para a
Pastoral Juvenil das duas Regiões da Europa.
O Conselheiro participou em seguida do dia de uma formação online (12 de janeiro) com
Salesianos e leigos responsáveis pela pastoral da Inspetoria MEG. Em seguida esteve presente no
dia da formação online dos delegados da escola de comunicação com os Salesianos da Região da
Ásia Sul (13 de janeiro), da Região Interamérica (20 de janeiro), na VII Jornada Salesiana de
Comunicação do Centro Nacional Salesiano da Espanha (24 de fevereiro) e a do Brasil (3 de maio).
O Conselheiro fez uma conferência por ocasião da sessão de formação online com os novos
delegados da Família Salesiana, durante a escola promovida pelo Secretariado da Família Salesiana,
realizada em Valdocco (19 de janeiro). Foi pedida também a sua participação na sessão de formação
online no VI Seminário IUS EG (26 de abril), realizado em Quito, Equador.
Foram organizadas numerosas reuniões de coordenação com o P. Joshtrom Kureethadam,
coordenador do Setor de Ecologia e Criatividade do Dicastério Vaticano para o Serviço de
Desenvolvimento Humano Integral, a fim de preparar o planejamento deste setor na Congregação.
Também com vistas à maior colaboração, o Conselheiro fez várias reuniões com a equipe
administrativa inicial do Centro de Formação Europa, presidida pelo Vigário do Reitor-Mor.
Foram realizadas também algumas reuniões de coordenação e planejamento para a
implementação do DBTech Europa (20 de janeiro, 20 de abril e 27 de maio).

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O P. Miguel Ángel presidiu a Assembleia Geral do DBI em Roma (17 de janeiro) e participou da
Assembleia Geral das IUS (24-28 de janeiro) na Sede Central do Sacro Cuore de Roma. Nessa ocasião
fez uma conferência no segundo dia deste importante evento.
O Conselheiro ofereceu uma mensagem no Workshop de Planejamento (14 de fevereiro) para a
Fase 2 do DB ASEAN TECH, que contou com a presença dos respectivos coordenadores dos países,
os DOT e outros representantes da TVET. Ele também falou em várias reuniões regionais online da
MGS-LEADS.
De 16 de fevereiro a 30 de abril, o Conselheiro para a Pastoral Juvenil fez a Visita extraordinária
à Inspetoria "São Luís Beltrán" de Medellín, Colômbia. Nesse contexto, também participou do
Capítulo Inspetorial.
Muito enriquecedora foi a Escola dos Delegados Inspetoriais para a Pastoral Juvenil organizada
em Valdocco de 4 a 18 de maio, que contou com a presença de 46 representantes de todas as
Regiões.
O Conselheiro para a Pastoral Juvenil esteve presente com o Reitor-Mor na inauguração da nova
sede do Centro Nacional de Pastoral da Itália.
Durante estes meses, o P. Miguel Ángel coordenou a redação de uma série de documentos
envolvendo especialistas: "Uma pastoral juvenil que educa para o amor", "Os Salesianos de Dom
Bosco no caminho para um mundo sustentável à luz da ecologia integral", "Carta de Identidade da
Escola Salesiana na Europa" e "Não ao discurso de ódio. Construir juntos a cultura dos direitos
humanos". É também importante destacar o serviço de consultoria online para algumas Inspetorias
em vista da criação e implementação de projetos inspetoriais (PEPSI e POI).
Nestes primeiros cinco meses de 2022, as reuniões e os encontros de coordenação com o DBI e
com a Equipe do Setor continuaram regularmente.
Continuam os preparativos para o Congresso Internacional de Obras e Serviços Sociais a ser
realizado em Valdocco no final de setembro deste ano.
Conselheiro-Geral para as Missões
Durante a sessão de inverno, de 14 a 17 de janeiro de 2022, o P. Alfred Maravilla, Conselheiro-
Geral para as Missões, esteve na Tunísia para encontrar-se com os irmãos e conhecer melhor as
obras salesianas de Túnis e Manouba. Em 26 de janeiro, participou da reunião da diretoria da "Rede
Dom Bosco", realizada no Sacro Cuore. Em 29 de janeiro, foi às Filipinas para a Visita extraordinária
da Inspetoria das Filipinas Norte (FIN). Ao chegar foi submetido à quarentena obrigatória de cinco
dias, seguindo o protocolo COVID-19.
Em 8 de fevereiro, reuniu-se online com todos os diretores da FIN apresentando a carta de
convocação do Reitor-Mor para julho de 2021 em que explicava o objetivo da Visita extraordinária.
Em 9 de fevereiro, reuniu-se com os Delegados Inspetoriais das várias Comissões para falar sobre
os relatórios que lhe haviam enviado anteriormente, nos quais ilustravam os pontos fortes e os
desafios em sua tarefa de animação da Inspetoria. No dia seguinte, reuniu-se com o Conselho
Inspetorial para discutir questões importantes relacionadas ao governo e animação da Inspetoria.
Em 11 de fevereiro, iniciou a visita às 25 casas.
Durante a visita, o P. Maravilla manteve o colóquio pessoal com todos os Salesianos e conheceu a

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maioria dos colaboradores leigos. Reuniu-se também com os Conselhos Pastorais Paroquiais e
animadores das diversas presenças. Teve a oportunidade de se dirigir à maioria dos estudantes dos
centros vocacionais (TVET), uma vez que ainda estavam em casa com a modalidade online. Durante
a visita, reuniu-se com representantes da Família Salesiana: ADMA, Salesianos Cooperadores, Ex-
alunos, VDB, CDB e Damas Salesianas. Fez visitas de cortesia às comunidades das FMA e das Irmãs
da Caridade de Jesus. Embora não pudesse visitar a nova comunidade em Kuching, Malásia, devido
às restrições da COVID-19, reuniu-se online com os irmãos e o arcebispo de Kuching para dialogar
sobre as formas de realizar a nossa presença missionária no país.
Em 30 de abril, o Conselheiro presidiu a profissão perpétua de 10 estudantes de teologia no
Santuário Nacional de Maria Auxiliadora, em Parañaque. No dia 20 de maio, juntamente com o
Conselheiro Regional para a Ásia Leste e Oceania, P. Joseph Phuoc, reuniu-se com o Conselho
Inspetorial para apresentar suas observações e recomendações. No dia seguinte, presidiu a Eucaristia
de encerramento, juntamente com o Inspetor, P. Gerry Martin, e o Conselheiro Regional. A missa foi
seguida da apresentação aos irmãos das suas observações e recomendações relevantes.
Na manhã de 24 de maio, o P. Maravilla presidiu a profissão perpétua de dois Coadjutores no
Santuário Diocesano de Maria Auxiliadora, em Canlubang, Laguna. À tarde, participou da coroação
pontifícia da estátua histórica de Maria Auxiliadora trazida às Filipinas em 1922 pelo delegado
apostólico Dom Guilherme Piani SDB. Este foi o seu último ato concluindo a Visita extraordinária à
FIN. À meia-noite partiu para Roma.
Ao chegar a Roma, organizou o seu escritório temporário e o seu quarto na Universidade Pontifícia
Salesiana; depois, reuniu-se com os membros da equipe do Setor das Missões. Em 31 de maio, fez
uma conferência sobre a urgência e a importância do primeiro anúncio aos membros do Capítulo-
Geral dos Missionários da África (Padres Brancos), a convite do Superior-Geral, P. Stanislas Lubungo
M.Afr. Na tarde de 31 de maio, partiu para Valdocco, Turim, a fim de participar da sessão de verão
do Conselho Geral.
Conselheiro-Geral para a Comunicação Social
Concluída a sessão plenária de inverno do Conselho-Geral (dezembro de 2021-janeiro de 2022) e
após uma breve visita aos familiares no Brasil, o Conselheiro para a Comunicação Social retornou no
final de fevereiro à Sede Central Salesiana de Roma.
Após duas semanas na Sede, esteve na Polônia de 13 a 19 de março em visita de animação à
Inspetoria Salesiana de Varsóvia, onde se encontrou com os Delegados de Comunicação das quatro
Inspetorias do País; visitou a TVP (televisão pública polonesa) com o P. Maciej Makula SDB, editor-
chefe católico da TVP; participou do encontro nacional dos responsáveis pelas escolas salesianas na
Polônia, na presença do P. Roman Jachimowicz, Conselheiro-Regional para a Europa Centro e Norte.
Depois de visitar brevemente as comunidades salesianas de Łódź, Lutomiersk e o Procuradoria
Missionária de Varsóvia (onde agora está sediado um centro de ajuda à Ucrânia), também concedeu
uma entrevista à TVP, na sede da SOM (Centro Missionário Salesiano) de Varsóvia. Reuniu-se com
os responsáveis pelo projeto salesiano "Ajudar à Ucrânia" – P. Krzysztof Grzendzinski e P. Jacek
Zdzieborski – e pôde incentivar os voluntários e demais pessoas que colaboram no trabalho de ajuda
à Ucrânia. A convite do Inspetor de Varsóvia, P. Tadeusz Jarecki, o Conselheiro participou de uma
reunião com os membros do Conselho Inspetorial, apresentando-lhes as linhas da Comunicação

7 Pages 61-70

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Institucional do Setor, prolongando o encontro com debates e diálogo sereno.
Voltando da Polônia à Sede Central, iniciou conversas individuais com cada um dos Delegados de
Comunicação das Inspetorias tanto para rever as atividades de comunicação local, como para atualizar
o Plano de Comunicação de acordo com a Proposta Programática do Reitor-Mor após o CG28, e
também para uma revisão da "Escola de Comunicação".
De 4 a 10 de abril, participou da sessão do Conselho intermédio no Sacro Cuore; depois, em 14 de
abril, foi a Barcelona (Espanha) para uma visita à editora EDEBÉ. Juntamente com a equipe
administrativa, tomou conhecimento do projeto educativo e gerencial da editora e visitou o centro de
distribuição de livros da editora. Em seguida, no dia 18 foi a Sevilha para participar da reunião dos
Inspetores da Região Mediterrânea. No dia 26 apresentou-lhes o Projeto de Comunicação da
Congregação, a situação das Casas Editoras na Europa e o planejamento do Setor de Comunicação
para a Região Mediterrânea.
De volta a Roma (28 de abril), nos dias 29-30 de abril, participou na Universidade Pontifícia
Salesiana (UPS), em Roma do Encontro de Comunicação Salesiana para os Formandos da Itália.
Presentes também a Equipe de Comunicação do Setor, o Decano da Faculdade de Comunicação da
UPS, os SDB do Setor da Formação e os membros do Setor da Comunicação das FMA.
De 3 a 6 de maio, foram feitas diversas reuniões online com os Delegados de Comunicação das
seis seguintes Regiões: América-Cone Sul, Interamérica, África-Madagascar, Ásia Sul, Ásia Leste-
Oceania e Europa Centro e Norte, para a preparação das reuniões dos Delegados de Comunicação e
Formação, que acontecerão a partir de agosto, nas diversas Regiões da Congregação.
De 9 a 15 de maio, participou online da reunião de preparação para a Consulta Mundial da
Comunicação (em Lisboa, outubro de 2022) e da reunião dos coordenadores da "Escola de
Comunicação"; participou também da preparação do Encontro das Rádios e Editoras das Regiões
Cone Sul e Interamérica. Dos dias 20 a 25, trabalhou na preparação do primeiro rascunho do novo
Texto de Comunicação do Setor.
No dia 21, depois de uma intervenção no retiro mensal da comunidade salesiana do Testaccio, em
Roma, nos dias 23 e 24, o P. Gildásio esteve em Valdocco para participar e acompanhar a Festa de
Maria Auxiliadora junto com parte da equipe do Setor da Comunicação; e no dia 28 de maio esteve
na Inauguração do "Centro Nacional" (CNOS), em Roma.
Em 31 de maio foi para Valdocco para participar da Sessão Plenária de Verão do Conselho-Geral.
Ecônomo-Geral
No final de janeiro de 2022, o Ecônomo Geral fez várias reuniões com os Conselhos de
Administração de diversas fundações e foi a Beromünster (Suíça) para reunir-se com alguns
membros da comissão de projetos missionários da ONG missionária. Foi à Bélgica para celebrar a
festa de Dom Bosco em Bruxelas e reunir-se com funcionários da Comissão Europeia e membros do
Parlamento Europeu, tudo organizado pela presença salesiana DBI (Don Bosco International), e à
Alemanha para o CDA da Procuradoria Missionária de Bonn.
Em fevereiro, o Ecônomo-Geral e sua equipe começaram a organizar o "SDB Change Congress" a
ser realizado em setembro na Universidade Pontifícia Salesiana de Roma, contando com a presença
de ecônomos inspetoriais, procuradores missionários e responsáveis de EPD. Em 4 de fevereiro,

7.2 Page 62

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dirigiu a avaliação dos projetos de formação vocacional nas Filipinas. Em 10 de fevereiro, visitou em
Verona o centro "Verona 311" para estudar a realidade dos jovens "nem nem" (nem estudo nem
trabalho) e as possibilidades de ajudá-los a retornar ao circuito formativo.
No dia 16 encontrou-se com o Arcebispo-Maior da Igreja Greco-Ucraniana em Roma. No dia 22,
discutiu sobre o tema da inteligência artificial e seu impacto na educação dos jovens em um diálogo
com funcionários do Pontifício Conselho para a Cultura do Vaticano. Alguns dias depois, o Ecônomo-
Geral reuniu-se com o Presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE) para
um diálogo sobre a situação da Igreja na Europa. Em 25 de fevereiro, na Universidade Gregoriana,
o Sr. Jean-Paul Muller participou da conferência internacional “Eradiction of slavery”. No mesmo
mês, os escritórios do Economato-Geral e da Fundação Dom Bosco no Mundo foram transferidos
para a nova sede em Roma, em vista dos trabalhos de reestruturação iniciados no Sacro Cuore.
Em março, o Ecônomo-Geral participou da conferência DBTEc África e de várias reuniões sobre
formação profissional não formal.
Depois de participar de reuniões com os outros Conselheiros de Setor, ele esteve na Polônia nos
dias 9 a 11 para acompanhar e coordenar o apoio ao povo ucraniano, duramente atingido pela
guerra com a Rússia. Em seguida, em Roma, organizou e participou de alguns momentos de oração
pela Paz na Ucrânia e acompanhou o atendimento aos refugiados, especialmente às jovens mães
com seus filhos nas diversas Inspetorias da Europa, mas também em outros lugares.
Em meados do mês, participou da Assembleia da Fundação "Pro Universitate Don Bosco", da
Assembleia Geral de Ecônomos da USG, do "DBN Donors Meeting" e de algumas sessões da
coordenação de emergência para ucranianos em seu país e em fuga da guerra e, em Berlim, dos
trabalhos do curatorium. Nos dias 28 e 29 de março, o Sr. Muller e toda sua equipe visitaram a UPS
em vista do "SDB Change Congress" e concordaram sobre os pontos-chave de todo o Congresso.
Reestruturou no economato as responsabilidades em vista da sua ausência para os trabalhos do
Conselho-Geral em Turim, e, numa assembleia para os funcionários da Administração Geral e da
Fundação "Don Bosco Worldwide", ele pôs em ação o novo regulamento de trabalho ligado ao
contrato AGIDAE.
Durante o mês de abril, o Ecônomo-Geral participou das reuniões do Conselho-Geral Intermédio
para estudar as regiões Ásia Sul e Interamérica, que aconteceram de 4 a 14 de abril. Na segunda
metade do mês, ele reuniu-se com vários ecônomos inspetoriais, tanto presencialmente como
online, para discutirem juntos os problemas e desafios que afetam as diversas realidades salesianas.
No dia 24 de abril, o Sr. Muller recebeu um grupo de funcionários de obras salesianas da Áustria
para apresentar-lhes uma palestra sobre as estruturas da Congregação e fazer uma visita guiada aos
lugares de Dom Bosco em Roma. Numa mesa-redonda ele informou-os sobre as novas discussões
a respeito da antropologia salesiana nos desafios dos tempos (UPS). De 25 a 27 de abril, o Sr. Muller
participou em Sevilha da reunião dos Inspetores da Região Mediterrânea.
Em maio, vários momentos foram dedicados aos desafios das Inspetorias em situações muito
delicadas. Em 11 de maio, a convite do Patriarcado, participou de uma conferência sobre a situação
na Terra Santa após a violência em Jerusalém entre os diversos grupos de residentes. Continuou
durante todo o mês o seu trabalho de apoio às pessoas que sofrem com a guerra na Ucrânia, para
o que o ecônomo se reuniu com os responsáveis das ONGs salesianas e fez várias reuniões
presencialmente e online com fundações e associações internacionais para solicitar apoio. Em 12
de maio, o Ecônomo demonstrou a sua proximidade com o Borgo Ragazzi Don Bosco em Roma

7.3 Page 63

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estando presente no "Jantar da Caridade" no Claustro de Bramante. Destaque-se a participação no
dia 15 de maio em São Pedro na canonização de 10 novos santos e o encontro, nessa ocasião, com
muitos membros da Família Salesiana.
No dia 17, o Sr. Muller e sua equipe fizeram uma reunião de formação para os ecônomos
inspetoriais de recente nomeação. De 19 a 26 de maio, ele esteve na Visitadoria AFM e conheceu
os vários membros das comunidades da África do Sul, de Lesoto e de Eswatini. No final do mês, o
Ecônomo-Geral, juntamente com os demais membros do Conselho, foi para Turim para participar
das reuniões da sessão plenária do Conselho Geral, iniciada em 1º de junho.
Conselheiro-Geral para a Região
África e Madagascar
O Conselheiro-Geral para a África e Madagascar deixou Roma em 29 de janeiro de 2022 e foi à
África Ocidental para a instalação de dois novos Inspetores nomeados pelo Reitor em dezembro
passado. Em 2 de fevereiro, na Paróquia Santo Antônio de Pádua em Zogbo (Cotonou), ele celebrou
a instalação do P. Jesus-Benoit Badji. Nesta ocasião, fez uma rápida visita às infraestruturas que
poderiam abrigar temporariamente o novo Superior e os serviços inspetoriais de AON. No sábado,
5 de fevereiro, foi a vez do P. Dénis Soro ser empossado em sua sede em Ashaiman (Accra), Gana.
Após a visita aos dois novos locais, o P. Alphonse deteve-se em Lomé para fazer um balanço da
situação sem precedentes do Pós-Noviciado Akodessewa, recentemente dividido em dois locais, o
segundo dos quais encontra-se atrás do noviciado em Gbodjomé. Após esta breve viagem à África
Ocidental, a Regional esteve em Kansebula (RDC), de 16 a 18 de fevereiro, para presidir a sessão de
2022 do Curatorium, junto com o P. Ivo Coelho, Conselheiro Geral para a Formação, os Inspetores
e formadores. Em 18 de fevereiro, o Regional foi à Visitadoria ACC com o Superior, P. Manolo
Jiménez. Em 21 de fevereiro, a visita extraordinária à ACC começou com uma reunião com o Superior
e seu Conselho em Masina 2, Kinshasa (RDC). De 22 a 25, o P. Alphonse iniciou a visita na Casa/Sede
inspetorial, com seus diversos setores. Participou depois em Lukunga do retiro trimestral dos Irmãos
de Kinshasa, antes de atravessar o rio Congo no dia seguinte para visitar as três obras na República
do Congo. De 28 de fevereiro a 3 de março, os irmãos de Pointe Noire receberam a visita
extraordinária da Regional, com uma breve visita aos setores de Tchibambouka e Cote Matève. Em
4 de março, retornou a Brazzaville para visitar as duas comunidades da cidade: de 4 a 6 de março,
Brazzaville Makélékélé, com uma breve visita à nova presença das FMA em Makana, e, enfim, de 7
a 11 de março, a visita a Massengo, sede provisória do noviciado, com uma visita às aldeias de
Odziba (a 100 km de Brazzaville) e Lefini (a 200 km, nos limites da arquidiocese). Em 12 de março, o
Regional concluiu a visita extraordinária aos irmãos da República do Congo, encontrando-se com os
três diretores pela manhã e a assembleia dos irmãos pela tarde. Em 14 de março, juntamente com
os membros do Conselho inspetorial e o Inspetor de ACC, a Regional foi a Camarões, onde foram
realizados os Exercícios Espirituais para toda a África e Madagascar, pregados pelo Reitor-Mor, P.
Ángel Fernández Artime. Na manhã do dia 17 de março, o Regional presidiu o Curatorium das duas
casas de formação interinspetoriais em Yaoundé, a saber, o Teologado de Santo Agostinho e o
Centro de Formação Específica para Coadjutores. Depois dos Exercícios Espirituais, o P. Alphonse no
domingo 27 de março em Iju (Lagos), Nigéria, para celebrar a posse do novo Inspetor de ANN, P.
Jorge Mario Crisafulli. Em 29 de março, o P. Alphonse retornou a Kinshasa para continuar a visita

7.4 Page 64

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extraordinária na área da RDC. Em 31 de março, partiu para Tshikapa, onde visitou de 1º a 4 de abril
a obra salesiana e a futura comunidade de Tshikapa-Sami. Retornando a Kinshasa no dia 5 de abril,
foi para Mbuji-Mayi onde visitou a obra salesiana até seu retorno a Kinshasa no dia 11 de abril, para
visitar de 12 a 16 de abril a obra salesiana em Lukunga. A obra de Lukunga é a mais antiga de
Kinshasa. Depois de presidir a Eucaristia para os irmãos reunidos em Kinshasa para o retiro anual;
em de abril, o Regional interrompeu a visita extraordinária para se unir ao Reitor-Mor em visita à
Visitadoria ZMB. Antes de chegar a Zâmbia, de 19 a 24 de abril, o P. Alphonse fez uma breve parada
em AGL para conhecer o projeto salesiano em Palabek em prol dos refugiados sudaneses.
Aproveitou a oportunidade para cumprimentar seus irmãos em Bombo e Namugongo. Chegando a
Zâmbia em 25 de abril, permaneceu em Kabwe e Lusaka para a celebração dos 40 anos da presença
salesiana, junto com o Reitor-Mor e o Bispo salesiano de Kabwe, Dom Clement Mulenga. No seu
retorno à RDC, o Regional iniciou a última série de visitas às obras em Kinshasa: de 1 a 3 de maio em
La Gombe, de 4 a 7 de maio a Kingabwa, e finalmente de 8 a 11 de maio a Masina 1, junto à Casa
inspetorial. A conclusão geral da visita extraordinária foi celebrada com a reunião dos Diretores da
Área da RDC na tarde de 13 de maio e, em dia 14 de maio, com o Conselho inspetorial na parte da
manhã e a Assembleia dos Irmãos na parte da tarde.
No dia seguinte à visita extraordinária à Visitadoria ACC que também se preparava para entrar
em seu segundo capítulo inspetorial no final de maio o Regional foi a Togo para presidir o
Curatorium especial na nova Inspetoria AOS para as casas de formação de Togo e Gana. Muitos
inspetores participaram do Curatorium, realizado em dois dias, 18 e 19 de maio, para fazer um
balanço das casas de formação já em funcionamento em cada uma das inspetorias da sub-região,
sugerir ao Reitor-Mor algumas perspectivas de futuro e analisar as respostas dos pós-noviços e
tirocinantes desta área a um extrato do questionário de 2017 sobre acompanhamento e formação.
Depois do Curatorium, o Regional visitou os irmãos da Casa Dom Bosco em Akodessewa, e também
foi a Gbodjomé, ainda no Togo, para ver os noviços, bem como as possibilidades de renovação do
segundo local ocupado desde o início deste ano pelos pós-noviços do terceiro ano, com uma equipe
de três formadores. A partir de Lomé, em 28 de maio, o Regional iniciou seu retorno à nova sede
em Turim.
Conselheiro-Geral para a Região
Ásia Leste e Oceania
Em 8 de janeiro de 2022, à conclusão da sessão de inverno do Conselho-Geral, o Regional da Ásia
Leste e Oceania, P. Joseph Nguyen Thinh Phuoc foi a Timor Leste para a consulta do novo Superior.
Pôde celebrar a festa de São João Bosco em Dili e participar da liturgia presidida pelo arcebispo
salesiano Dom Virgílio (agora, recém-nomeado Cardeal). Após um longo período de restrição pelo
Covid, pôde participar da reunião de muitas pessoas e testemunhar o seu amor por Dom Bosco.
Três semanas no país permitiram-lhe encontrar todos os salesianos e grupos de irmãos em formação
inicial, assim como vários grupos da Família Salesiana. Os irmãos responderam com entusiasmo à
consulta e puderam constatar a brilhante visão do crescimento da Visitadoria.
Em 21 de março, o P. Joseph viajou para Papua Nova Guiné para a visita extraordinária de 45 dias
à Visitadoria de Papua Nova Guiné e Ilhas Salomão (PGS). Infelizmente, o governo das Ilhas Salomão
ainda manteve fechadas as fronteiras devido à restrição do Covid. Por isso, só fez uma visita online

7.5 Page 65

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às duas comunidades que vivem nas ilhas. As demais comunidades foram visitadas e houve tempo
suficiente para ouvir cada irmão e seus companheiros de missão. Concluiu a visita com a
participação do Superior e seu Conselho no dia 12 de abril e no dia seguinte participou do Capítulo
da Visitadoria.
O Tríduo Pascal foi celebrado pelo Regional no Vietnã (VIE) quando lhe foi pedido que assinasse
novamente alguns documentos legais. Aproveitou a oportunidade para visitar o noviciado (14
noviços), o pós-noviciado (47 pós-noviços) e o teologado (19 estudantes de Teologia) e o pré-
noviciado (18 no primeiro ano e 14 no segundo ano).
Do Vietnã, em 24 de abril, foi à Indonésia (INA) para visitar algumas das principais presenças da
Visitadoria, como a casa inspetorial, o pós-noviciado (16 pós-noviços com 3 irmãos leigos), o
aspirantado e algumas escolas técnicas do País.
O ponto alto dessas viagens de verão foi o retiro oferecido pelo Reitor-Mor, na Tailândia de 7 a
10 de maio, aos inspetores/superiores com seus conselhos. 77 Salesianos participaram do Retiro e
foram incentivados pelas palestras do Reitor-Mor pela manhã e pelo diálogo com o Reitor-Mor pela
tarde. Após o retiro, o Regional acompanhou o Reitor-Mor em visitas de animação a diferentes
comunidades do país. Um evento histórico para os Salesianos na Tailândia foi a presença e a
presidência do Reitor-Mor na Eucaristia da primeira profissão religiosa de 10 noviços.
Em 18 de maio, foi a Manila, Filipinas, e permaneceu na comunidade Sandor (casa de formação
para irmãos leigos na Região) para se encontrar com irmãos leigos e clérigos em formação especial.
No dia 21 de maio, participou da Conclusão da Visita Extraordinária d P. Alfred Maravilla SDB.
Na noite de 21 de maio, foi de Manila para Phnom Penh a fim de fazer outra visita de animação
à Delegação Salesiana do Camboja. Após 14 anos desde a visita anterior, o Conselheiro pôde
testemunhar a enorme mudança/transformação da sociedade e o grande sucesso das missões
salesianas no país, que se recuperaram após o período mais trágico da história do país (1975-1990).
Foi informado que houve em abril passado, a primeira profissão perpétua e dois irmãos ad gentes
iniciarão a formação específica de 4 anos em Parañaque.
Com pleno entusiasmo e profunda convicção sobre o significado e a importância do carisma
salesiano na Região, a Regional partiu para Turim em 30 de maio para participar da Sessão Plenária
de Verão do Conselho Geral.
Conselheiro-Geral para a Região
Ásia Sul
Após a conclusão da sessão de inverno do Conselho-Geral, o Regional para a Ásia Sul, P. Biju
Michael, foi a Bangalore, Índia, em 29 de janeiro de 2022. Após a devida quarentena, o Regional
presidiu a cerimônia de posse do novo Inspetor de Hyderabad (INH), P. Thomas Santiagu, em 4 de
fevereiro de 2021. Em 5 de fevereiro, foi para Dimapur para assistir ao funeral do P. E. C. Michael.
Em 6 de fevereiro, a Regional iniciou formalmente a Visita Extraordinária da Inspetoria de Dimapur
com uma reunião com os Irmãos do Quinquênio, seguida de reuniões do Conselho Inspetorial e dos
responsáveis das Comissões Inspetoriais em 7 e 8 de fevereiro. Nos dias 9 e 10 de fevereiro, a visita
às casas começou com Golaghat. A visita continuou nas comunidades de Rangajan (10-11 de
fevereiro), Dergaon (11 de fevereiro), Jorhat Aspirantate e escola (12-13 de fevereiro), Tuli (13 de

7.6 Page 66

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fevereiro), Amguri Reservistate, escola e paróquia (14-15 de fevereiro), escola e paróquia de
Tinsukia (16-17 de fevereiro), escola e paróquia de Khobong (17-18 de fevereiro).
Em 18 de fevereiro, o Regional foi a Délhi para participar das celebrações em 19 de fevereiro do
Jubileu de Prata da Inspetoria, e reuniu-se com o Núncio Apostólico. Retornou a Hijuguri para a
visita (20-21 de fevereiro). Em 22 de fevereiro, presidiu em Tinsukia a reunião regional de diretores
e responsáveis das casas de Arunachal Pradesh. Em seguida, visitou a escola e paróquia de Sadiya
(22-23) e a escola de Wakro (23-24).
Em 25 de fevereiro, a Regional foi a Nova Délhi, sede da SPCSA, para participar das reuniões da
Assembleia e do Conselho da SPCSA realizadas online (27-28 de fevereiro).
Em 2 de março, o Regional foi a Goa para iniciar a consulta para o novo Inspetor da Inspetoria de
Panjim. Em 3 de março, reuniu-se com o Conselho Inspetorial. Em 4 de março, animou a reunião da
consulta dos irmãos em Dom Bosco Panjim. Também se reuniu com o bispo Alwyn Barretto de
Sindhudurg e visitou as casas de Oros e Pinguli. Em 5 de março encontrou-se com o Bispo de Goa,
Dom Filipe Neri Ferrão e visitou as casas de Sulcorna e Quepem e animou uma reunião da consulta
com os irmãos em Dom Bosco Fatorda e visitou a casa de Loutolim. Em 6 de março, animou a reunião
para a consulta com os irmãos em Dom Bosco Trasi. Em 7 de março, reuniu-se com o bispo Gerald
Isaac Lobo, de Udupi, e visitou as casas de Shirva e Kelmbet. À noite encontrou-se com o bispo Peter
Paul Saldanha de Mangalore. Em 8 de março, visitou as casas de Paliem e Parra e dirigiu-se aos
membros na sessão inaugural do Capítulo Inspetorial, antes de partir para Dibrugargh a fim de
continuar a visita extraordinária a Dimapur.
O Regional visitou a escola e paróquia Doom Dooma (10-12 de março), a escola e paróquia de
Rajanagar (12-13 de março), a escola de Longding (14-15 de março), a escola e paróquia de Mintong
(16-17 de março), a escola de Kheti (17-18 de março), a escola e paróquia de Borduria (18-19 de
março), a escola de Mebo (19-20 de março), a escola e paróquia de Paglam (21-22 de março), a
escola de Doimukh (22-24 de março), a escola e paróquia de Palin (24-25 de março), a escola de
Itanagar (26-27 de março) e a paróquia de Itanagar (27-29 de março). O Regional animou os
Diretores e responsáveis das comunidades de Arunachal Ocidental em Itanagar no dia 29 de março.
No mesmo dia, também se reuniu com o bispo John Thomas de Itanagar. Continuou a visita
extraordinária ao colégio em Itanagar (29-31 de março) e à escola e paróquia em Harmuty (31 de
março 1º de abril).
Em 1º de abril, via Délhi o Regional foi a Roma para participar da reunião intermédia do Conselho-
Geral, onde foi apresentado um relatório sobre a Região da Ásia Sul, tendo em vista a visita
extraordinária à Região em 2023. Ao retornar à Inspetoria de Dimapur, visitou novamente o instituto
universitário e a paróquia de Itanagar (16-17 de abril); prosseguiu a visita em Jorhat Life Plus (17-18
de abril), as escolas de Mon (18-19 de abril), a escola de Dibrugarh (20-22 de abril) e a escola e
paróquia de Lamphel (22-23 de abril). Em 23 de abril, reuniu-se com o Bispo Dominic Lumon de
Imphal e, em 24 de abril, dirigiu a reunião dos diretores e responsáveis das comunidades da região
de Manipur. Em seguida, visitou a escola e paróquia de Chinmeirong (23-26 de abril), a escola e
paróquia de Khoupum (26-27 de abril), a escola e paróquia de Tamenglong (28-29 de abril), a escola
e paróquia de Maram (29-30 de abril), no Instituto Universitário de Maram (1-2 de maio), a Escola
Shajouba (3-4 de maio), a Escola e Paróquia Mao (4-5 de maio), e a Escola e a Instituição
Universitária Kohima (5-7 de maio). Em 6 de maio, encontrou-se com o bispo James Thoppil de

7.7 Page 67

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Kohima e, em Nagaland, dirigiu a reunião regional de diretores e responsáveis das comunidades.
Visitou Kohima Christ the King (7-8 de maio) e a escola e paróquia de Wokha (9-10 de maio).
Em 10 de maio, foi a Shillong para participar da inauguração do Capítulo inspetorial em 11 de
maio de 2022.
Ao seu retorno, participou, em 12 de maio em Dimapur, do funeral do P. V. M. Joseph e continuou
com a visita ao noviciado em Zubza (12-13 de maio). Visitou o Instituto Universitário Salesiano em
Dimapur (13-15 de maio), o Instituto Universitário BEd em Dimapur (15-16 de maio), o DBVTC em
Dimapur (17-18 de maio), a escola e a AIDA de Dimapur (18-20 de maio) e a casa inspetorial (20-22
de maio). Em 23 de maio, recebeu a profissão perpétua de três irmãos. Em 24 de maio, recebeu a
primeira profissão de treze jovens no noviciado de Zubza e continuou a visita à Casa Sávio de Zubza
(24-25 de maio). Em 26 de maio reuniu-se com o Conselho Inspetorial e em 27 de maio presidiu a
assembleia dos irmãos e a reunião dos diretores e responsáveis de comunidades da Inspetoria de
Dimapur concluindo a visita extraordinária com a celebração da Eucaristia. Em 29 de maio, retornou
a Roma via Délhi e em 30 de maio chegou a Turim, onde as reuniões do Conselho-Geral começaram
em 31 de maio.
Conselheiro-Geral para a Região
América Cone Sul
No mesmo dia do final da sessão de inverno na Itália do Conselho-Geral, o Conselheiro partiu
para o Brasil.
Em 31 de janeiro, o P. Hector Gabriel Romero presidiu a celebração de Dom Bosco em Recife. No
dia 2 de fevereiro presidiu a celebração da profissão perpétua de um salesiano de BRE em Jaboatão
dos Guararapes (Recife) e à noite, no mesmo local, presidiu a celebração de abertura do novo
Noviciado na cidade de Jaboatão, com 15 noviços das inspetorias BSP, BRE e BPA.
De 13 a 19 de fevereiro, após alguns dias de visita aos familiares, participou dos Exercícios
Espirituais com o Reitor-Mor, para os Inspetores e Conselheiros Inspetoriais em São Leopoldo (Porto
Alegre-Brasil) e, também com o Reitor-Mor, do encontro dos Inspetores da Região.
Em 21 e 22 de fevereiro, em Assunção (Paraguai), reuniu-se com o Inspetor e alguns irmãos do
Conselho Inspetorial e visitou o Núncio Apostólico.
De 23 de fevereiro a 26 de maio, fez a Visita Extraordinária à Inspetoria de São Paulo, Brasil, em
nome do Reitor-Mor. Nesses meses conversou com todos os Salesianos da Inspetoria (128); visitou
as 18 casas canônicas e o Centro Universitário UNISAL. Conheceu a situação dos 11 colégios, dos
quais 1 é completamente filantrópico, das 14 paróquias, algumas das quais com cuidado pastoral
em áreas rurais, dos 2 Santuários, das obras sociais, dos centros juvenis e oratórios festivos, dos
cursos de formação profissional.
Reuniu-se duas vezes com o Conselho Inspetorial e duas vezes com os diretores salesianos.
Também conversou com seis bispos diocesanos, com a Inspetora das Filhas de Maria Auxiliadora e
com a Madre Provincial das Irmãs da Caridade de Jesus.
Ao longo da Visita, o Conselheiro também se reuniu com os Grupos da Família Salesiana, um
deles, a "Canção Nova", fundado ali. Reuniu-se com os coordenadores e presidentes inspetoriais de
todos os Grupos.

7.8 Page 68

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Em 6 de maio, o Conselheiro participou do Curatorium do Pós-Noviciado em Córdoba, casa
interinspetorial para cinco Inspetorias: ARN, ARS, CIL, PAR, URU.
Durante a Visita, esteve também nas casas de formação da Inspetoria de São Paulo: estudantado
teológico (Lapa Pio XI) e pós-noviciado em Lorena.
O P. Gabriel participou das reuniões da Rede Salesiana Brasil (RSB), dos inspetores do Brasil
(CISBRASIL) e dos inspetores da CIS.
Em 27 de maio, foi a Turim para participar da sessão de verão do Conselho-Geral.
Conselheiro-Geral para a Região
Europa Centro e Norte
A sessão plenária de inverno do Conselho-Geral foi concluída em 28 de janeiro de 2022. O
Regional para a Europa Centro e Norte P. Roman Jachimowicz partiu para a Visita Extraordinária à
Inspetoria Polônia Cracóvia "São Jacinto" (PLS). A visita foi realizada de 3 de fevereiro a 23 de abril
de 2022.
Durante a visita, o P. Roman visitou as seguintes comunidades salesianas em fevereiro: 10-11:
Zabrze, 14-15: Pogrzebień e Kobyla. 15-18: Cracóvia-Konfederacka e Staniątki, Saltrom, 21:
Cracóvia-Beato José Kowalski, 22-23: Centro Inspetorial de Cracóvia e tarde do dia 23: Conselho
Inspetorial, 24-25: Cracóvia-Nowa Huta, 28: Cracóvia - Centro de Pastoral Juvenil (WDM); em março:
1-5: Cracóvia-Teologado, no dia 5 no estudantado Teológico presidiu a celebração eucarística com
a atribuição do ministério do leitorado para os irmãos das quatro inspetorias polonesas, 7-9:
Oświęcim-Jagiełły, 9-10: Oświęcim-Zasole, 11-12: Skawa e Witów, 14-15: Świętochłowice, 15-16:
Kielce e Niewachlów, 17-19: Szczyrk, Przyłęków e Wisła, 21-23: Lublin, 23-25: Rzeszów, 28-30:
Przemyśl, Lipowica e Polana. Além disso, em 13 de março, o Conselheiro participou da reunião de
Comunicação Social em Varsóvia (AWP) com a presença do P. Gildásio Mendes dos Santos, em 19
de março na reunião relativa à distribuição de fundos para a Ucrânia, e em 20 de março na reunião
da Conferência KSIP em Varsóvia (AWP). Em abril, foi à Ucrânia, onde há guerra para visitar as
comunidades salesianas e ver como está a situação dos irmãos: 5-7: Bibrka, Peremyshlany,
Korostyhiv, 8-9: Zhytomyr e Korostyshiv, 10: encontro com o Inspetor P. Mykhaylo Chaban (UKR),
11: Odessa, encontro online com os irmãos. No dia 23 de abril houve a conclusão da Visita
Extraordinária com a reunião dos Diretores, a conclusão do Capítulo Inspetorial no estudantado
Teológico de Cracóvia e a reunião com o Conselho-Inspetorial na Casa Inspetorial de Cracóvia.
Nos dias 5-6 de maio, o Roman participou da reunião online do setor para a Comunicação Social.
Em seguida, de 5 a 6 de maio, visitou as Casas de Formação na Polônia. Em seguida, de 6 a 8 de
maio, participou da reunião dos Inspetores da Região Europa Centro e Norte em Viena (AUS) com a
presença do Vigário do Reitor-Mor, P. Stefano Martoglio, o Delegado do Reitor-Mor para a Família
Salesiana, P. Joan Lluís Playà, o Delegado Mundial dos Salesianos Cooperadores e Ex-alunos, o
Coadjutor Domenico Nguyen, o colaborador para as Missões P. Pavel e dois colaboradores leigos
(Itália e Espanha) do Setor para a Pastoral Juvenil.
Nos dias 12-14, o Regional fez uma visita às Casas de Formação na Polônia. No dia 20, participou
do funeral da mãe do Inspetor recém-nomeado P. Bartłomiej Polański da Inspetoria Wroclaw (OLP).

7.9 Page 69

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No dia 20, no Santuário Mariano de Twardogóra, presidiu a celebração eucarística com a posse do
novo Inspetor de Wroclaw P. Bartłomiej Polański.
Em 30 de maio, o P. Roman foi a Turim-Valdocco para a sessão de verão do Conselho-Geral, que
começou em 1º de junho e terminou em 25 de julho.
Nos dias 3-5 de junho, acompanhou o Reitor-Mor P. Ángel Fernández Artime à Hungria. Em 4 de
junho, em Budapeste, no final da celebração Eucarística, o Reitor-Mor abençoou a nova urna
contendo as relíquias do Beato Estêvão Sándor, redescobertas e identificadas em 2019. A Relíquia
foi levada em solene procissão e colocada no altar de Maria Auxiliadora na Igreja do Clarisseum,
onde o jovem Coadjutor viveu grande parte da sua vida religiosa a serviço dos jovens, como mestre
impressor e educador amado e estimado pelos irmãos e pelos jovens.
De 26 de junho a 3 de julho, por ocasião dos 400 anos da morte de São Francisco de Sales, patrono
da Congregação Salesiana, o Conselho-Geral participou dos exercícios espirituais pregados pelo P.
Morand Wirth, sdb, no centro "João XXIII" em Annecy, França.
No dia 23 de julho, o P. Roman, o Vigário do Reitor-Mor P. Stefano Martoglio, o Conselheiro para
a Formação P. Ivo Coelho, o Regional para a Região Mediterrânea P. Juan Carlos Pérez Godoy foram
à Inspetoria da Polônia-Varsóvia (PLE) para uma reunião sobre os noviciados na Europa e
particularmente na Região Europa Centro e Norte.
No dia seguinte, após a conclusão da sessão de verão do Conselho-Geral, o P. Roman viajou para
a Polônia.
Conselheiro-Geral para a Região
Interamérica
No final de janeiro de 2022, eu deveria partir para o Haiti para a posse do novo superior, P.
Morachell Bonhomme, mas uma noite antes da partida, recebi a notícia de que eu testara positivo
para o COVID 19, precisando cancelar a viagem e tirar alguns dias de repouso até que o teste
resultasse negativo.
De 5 a 10 de fevereiro, com o Reitor-Mor, participei de uma série de exercícios espirituais para
inspetores e seus conselhos, realizados na comunidade São Patrício, em Cumbayá, Equador. Foi uma
excelente experiência de comunhão e acompanhamento. Ao final do retiro, tive a oportunidade,
com os inspetores da Região, de concluir a reunião anual correspondente ao ciclo anterior, como
havíamos concordado anteriormente.
De 15 de fevereiro a 26 de maio, por encargo do Reitor-Mor, fiz a Visita Extraordinária à
Inspetoria do Sagrado Coração do Equador. Passei 92 dias no País, visitei 23 comunidades. Reuni-
me para o diálogo com 132 SDB, 33 voluntários, 10 ecônomos leigos e 4 bispos: Dom Alfredo José
Espinoza Mateus SDB, arcebispo-primaz de Quito, Dom Néstor Montesdeoca Becerra SDB, bispo do
vicariato apostólico de Méndez, Dom Pietro Gabrielli SDB, bispo emérito do Vicariato de Mendez e
Dom Luis Antonio Sánchez Armijos, bispo emérito de Machala, além de encontros com diversos
protagonistas da CEP.
De 4 a 13 de abril, participei das reuniões do Conselho Intermédio em Roma para apresentar o
relatório do estudo sobre a Região Interamérica, como parte do itinerário preparatório para a
próxima visita de conjunto.

7.10 Page 70

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No dia 14 de abril, cheguei à comunidade salesiana de Sampierdarena, Gênova, para acompanhar
os dias santos com a comunidade latina (equatorianos e peruanos) que participa da paróquia de São
João Bosco e São Caetano.
Em 28 de maio cheguei a Turim para as sessões do Conselho-Geral do verão de 2022.
Conselheiro-Geral para a Região
Mediterrânea
No final das reuniões do Conselho-Geral, o Conselheiro da Região Mediterrânea foi a Catânia
para continuar a Visita extraordinária em nome do Reitor-Mor à Inspetoria "São Paulo" (ISI) da
Sicília. Esta segunda parte da visita começou em 29 de janeiro, reunindo-se com os irmãos da
comunidade do estudantado Teológico de Messina-Santo Tomás até 5 de fevereiro. Celebrou a
solenidade de Dom Bosco em 31 de janeiro e participou de um encontro presencial e online com a
Família Salesiana para apresentar a Estreia do Reitor-Mor na Casa das FMA de Messina. Em seguida,
continuou a visita a um grupo de Casas na inspetoria até 27 de março: Palermo-Ranchibile, Catania-
Barriera, Catania-São Francisco de Sales, Palermo-Santa Clara, Palermo-Jesus Adolescente,
Camporeale, Marsala, Trapani, Barcellona, Viagrande, Randazzo, Catania-Associação Dom Bosco
2000, Centro-Inspetorial, Messina-Giostra, Alcamo e Catania-Salette/São Gregóario. Durante a
visita, o Conselheiro participou da Consulsta Inspetorial da Família Salesiana no dia 2 de fevereiro.
De 28 de março a 1º de abril, participou dos Curatoria das casas de formação dependentes da
Região: Messina, Crocetta, Colle, Nave, Genzano e São Tarcísio. No fim de semana, 2-3 de abril, fez
uma reunião em Roma com o Vigário do Reitor-Mor além de outras reuniões. Depois disso, retornou
a Catânia para retomar a visita extraordinária em 5 de abril à Associação Meta Cometa e de 5 a 11
de abril esteve na Tunísia, casas de Manouba e Túnis.
Após a visita à Tunísia, concluiu a visita ao Centro Inspetorial e celebrou o Tríduo Pascal em
Catania-São Francisco de Sales. Em 17 de abril fez a reunião de conclusão com o Inspetor para
compartilhar uma visão geral da visita e no dia 18 com o Conselho-Inspetorial pela manhã e com os
diretores à tarde, concluindo assim a visita extraordinária à Inspetoria siciliana e retornando a Roma.
De 21 a 29 de abril, esteve na Espanha para participar em Sanlúcar la Mayor (Sevilha) das diversas
reuniões da Conferência Ibérica, da Região Mediterrânea e da CIS, aproveitando a oportunidade
para cumprimentar sua família e acompanhar o Conselheiro para a Comunicação Social, que
participou com uma intervenção na reunião da Região Mediterrânea, para conhecer algumas das
Casas da Inspetoria de Sevilha (SMX) e fazer algumas visitas culturais.
Em 30 de abril, o Regional foi com o inspetor da Inspetoria MOR a Israel e Palestina para continuar
a visita extraordinária nessa Inspetoria. Iniciou a visita pela casa de Ratisbonne, continuando em
seguida para Betgemal, Nazaré, Belém e Cremisan, até 16 de maio. No dia 13, pôde participar com
o Cônsul italiano e outras autoridades locais da inauguração de um parque infantil construído nos
terrenos da nossa Casa de Cremisan com a cooperação italiana e o VIS. Após alguns dias para
concluir o relatório da visita, reuniu-se com o Inspetor, o Conselho-Inspetorial e os Diretores para
compartilhar a visão geral da visita e concluir a visita com uma agradável reunião online com todas
as comunidades da Inspetoria.
Após a conclusão da visita à Inspetoria MOR, foi a Portugal no dia 20 de maio para uma visita de
animação e conhecer algumas casas. Celebrou a Solenidade de Nossa Mãe Auxiliadora em Lisboa,

8 Pages 71-80

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8.1 Page 71

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presidindo a Santa Missa com os jovens, educadores e todo o pessoal. No dia 28 de maio, visitou a
Casa Salesiana de Málaga, participando da procissão de Maria Auxiliadora e no dia 30 pela manhã
falou na reunião dos dois Centros Nacionais para a PJ, Madri e Roma. Após essa reunião, retornou
a Roma e no dia 31 foi a Turim para o início da sessão de verão do Conselho-Geral.
5. DOCUMENTOS E NOTÍCIAS
5.1 Nomeação do novo Secretário Geral
Durante a sessão plenária de inverno do Conselho-Geral, o Reitor-Mor, P. Ángel Fernández
Artime, com o consenso do seu Conselho, nomeou o novo Secretário do Conselho-Geral. Trata-se
do P. Guido Garino, Salesiano da Circunscrição Especial Piemonte e Vale d'Aosta (ICP), que assumirá
o cargo a partir próximo mês de agosto.
O P. Guido Garino, nascido em Turim em 26 de outubro de 1969, frequentou o noviciado
salesiano em Pinerolo-Monte Uliveto, onde fez a sua primeira profissão em 8 de setembro de 1997.
Em seguida, emitiu os votos perpétuos em 12 de setembro de 2004 no Colle Dom Bosco e completou
a sua formação em estudos filosófico-teológicos na Pontifícia Universidade Salesiana de Roma.
Foi ordenado sacerdote em 3 de junho de 2006 na Basílica de Maria Auxiliadora, em Turim, pelo
Cardeal Severino Poletto.
Laureado em Direito pela Universidade de Turim (2003) e Doutor em Direito Canônico pela
Pontifícia Universidade Lateranense (2013), ingressou em 2009 no Tribunal Eclesiástico Piemontês,
inicialmente como Promotor de Justiça e Defensor Substituto do Vínculo, depois (2011-2022) como
Juiz Interdiocesano e Metropolitano.
Professor de religião nas escolas média e superior do Liceu Salesiano de Valsalice (2008-2011),
foi também responsável pelo Pensionato Universitário de Valdocco (2013/2017). Ainda em
Valdocco, na Comunidade "São Francisco de Sales", exerceu as funções de Vice-Diretor, Ecônomo e
Catequista do Centro de Formação Profissional.
Em 2017, foi enviado como Vigário Paroquial à Paróquia "S. João Bosco" de Rivoli-Cascine Vica,
subúrbio operário de Turim, onde no ano seguinte se tornou Pároco e, posteriormente, Moderador
da Unidade Pastoral.
O P. Guido Garino sucede ao P. Stefano Vanoli, no cargo de Secretário do Conselho Geral desde
2015, e que foi também Regulador do 28º Capítulo Geral da Congregação (2020).
O novo Secretário iniciará o seu serviço oficialmente a partir de 1º de agosto de 2022.
5.2 Novos Inspetores Salesianos
Apresentam-se (em ordem alfabética) alguns dados dos Inspetores nomeados pelo Reitor-Mor com
o consenso do seu Conselho no mês de junho de 2022.
1. PIRES GUTERRES Anacleto, Superior da Visitadoria de Timor Leste (TLS)

8.2 Page 72

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O Reitor-Mor, P. Ángel Fernández Artime, com o consenso do Conselho-Geral, nomeou em 21 de
junho de 2022 o P. Anacleto Pires como novo Superior da Visitadoria "São Calisto Caravário" de
Timor Leste (TLS) para o período de seis anos 2022-2028.
Sucede ao P. Apolinário Maria Neto Ornai, que conduziu a Visitadoria de 2016 até o presente.
O P. Anacleto Pires nasceu em Afaloicai, Baguai, região de Baucau, Timor Leste, em 20 de agosto
de 1967. Após concluir seus estudos secundários no Instituto ASALES de Fatumaca, foi admitido ao
noviciado em 13 de junho de 1991, fazendo sua primeira profissão salesiana em 13 de junho de
1992.
De 1992 a 1995, continuou a sua formação e os seus estudos filosóficos no instituto filosófico
"Driyakara" de Jacarta, Indonésia. Retornando a Timor Leste, foi nomeado como assistente dos
noviços nos anos 1995 a 1997, e concluído o seu período de tirocínio, foi enviado a Parañaque,
Filipinas, para continuar de 1997 a 2001 a sua formação teológica.
Emitiu os votos perpétuos em 24 de março de 2000 em Parañaque; foi ordenado diácono
exatamente um ano depois no mesmo local e ordenado sacerdote em 8 de dezembro de 2001,
também em Parañaque.
De 2002 a 2008, foi responsável pelo instituto ASALES em Fatumaca. Em seguida, de 2008 a 2013,
foi Diretor da comunidade de Los Palos, assumindo também os serviços de Vigário paroquial e
encarregado dos pré-noviços.
De 2013 a 2015 esteve na Itália, para estudar na Pontifícia Universidade Salesiana (UPS) de Roma,
especializando-se em Espiritualidade Salesiana.
De retorno à pátria, foi-lhe confiado o cargo de Mestre dos Noviços, serviço que prestou de 2015
a 2021, quando foi escolhido como Diretor do Pós-Noviciado de Comoro, em Dili.
Para a Visitadoria TLS, foi Delegado para as Vocações, de 2006 a 2014, e membro do Conselho
da Visitadoria desde 2019.
2. TELLES Clive Justin, Inspetor da Inspetoria da Índia Panjim (INP)
O Reitor-Mor, P. Ángel Fernández Artime, com o consenso do Conselho-Geral, nomeou em 21 de
junho de 2022 o P. Clive Telles como novo Inspetor da Inspetoria da Índia Panjim (INP). Sucede ao
P. Felix Fernandes, que guiou a Inspetoria a partir de 2016.
O P. Clive Justin Telles, filho de John Telles e Inacinha Telles, nasceu em 20 de agosto de 1976, e
tem duas irmãs mais velhas, Carol e Christine, e um irmão gêmeo.
Ainda em tenra idade, manifestou o desejo de ser sacerdote e frequentou o aspirantado
salesiano no "Don Bosco Lonavala". Após completar os estudos secundários, entrou no pré-
noviciado de "Bosco Udyogshala Pinguli". Completou o noviciado em Nashik e emitiu a primeira
profissão em 24 de maio de 1996. Após completar os estudos de filosofia em Divyadaan, Nashik, e
teologia no Instituto "Jnana Deepa" de Pune, foi ordenado sacerdote em Goa no dia 18 de dezembro
de 2006. P. Telles possui uma Láurea em Inglês, um Diploma Profissional em Educação (B.Ed) e um
Mestrado em Educação.
Serviu a Inspetoria INP como membro do Conselho Inspetorial por seis anos, os três últimos como
Vice-Inspetor e Delegado para a Pastoral Juvenil. Foi moderador do Capítulo Inspetorial sendo eleito
Delegado da Inspetoria ao 28º Capítulo Geral, participando assim dessa Assembleia em 2020.
Como educador, prestou o serviço de professor e em funções administrativas em várias escolas
da Inspetoria nos três Estados de Goa, Maharashtra e Karnataka. Trabalhou como administrador
por três anos do Centro "Don Bosco" de Kelmbet. Em seguida, serviu como diretor por sete anos na
Escola Secundária e Colégio "Don Bosco" de Sindhudurg, Maharashtra, em cujos três últimos anos
também serviu como diretor do Instituto. Atualmente é Vice-Diretor e Coordenador Escolar da
Escola Secundária "Dom Bosco" em Panjim, Goa.

8.3 Page 73

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A Inspetoria INP conta com 105 irmãos e 18 casas nos estados indianos de Goa, Karnataka e
Maharashtra.
O P. Telles iniciará o seu serviço em 7 de setembro de 2022.
5.3 Irmãos falecidos (1° elenco janeiro-junho de 2022)
“A fé no Cristo ressuscitado sustenta a nossa esperança e mantém viva a comunhão com os irmãos que
repousam na paz de Cristo. Consumiram a vida na Congregação e não poucos sofreram até mesmo o martírio
por amor do Senhor... A sua lembrança é estímulo para continuarmos com fidelidade a nossa missão” (C 94).
Q Nome
Local
P ADAYADIEL James
Auckland (Nova Zelândia)
P AIMAR BRUNO Miguel Ángel
Turim (Itália)
P ANTÚNEZ DE MAYOLO LARRAGÁN José Lima (Peru)
P AUGUSTYN Tadeusz
Oświęcim (Polônia)
L BERISIE Francis
Ashaiman (Gana)
P BERTAZZO Giulio
Venezia-Mestre (Itália)
P BERTOLAZZI Bruno
Venosa (Itália)
P BÉRTOLO Natalio Vicente
Córdoba (Argentina)
P BISRAT Temesgen Tekka
Addis Abeba (Etiópia)
L BISWAS Sushanto
Bandel (Índia)
E
BLANCO Jesús Tirso
Foi Bispo de Luena por 14 anos
Negrar (Itália)
P BOEM Ambrogio
Querétaro (México)
P BOGDAŃSKI Stanislaw
Przasnysz (Polônia)
P BOONE Antoon
Sint-Denijs-Westrem (Bélgica)
P BORDIGNON Giuseppe
Venezia-Mestre (Itália)
P CALLINI Giuseppe
Roma (Itália)
P CAMPAGNOLO Giovanni
Castello di Godego (Itália)
P CASTI (TOCCO) Giuseppe
Roma (Itália)
P CUEVAS BASCUÑANA Agustín
Madrid (Espanha)
P CUEVAS MORENO Pedro
Madrid (Espanha)
P CZUMAKOW Aleksander
Odessa (Ucrânia)
P CHOVER MARTÍNEZ Jesús
Logroño (Espanha)
L D’SOUZA Anthony Senior
Mumbai (Índia)
P DE GIORGI Pierino
Roma (Itália)
P DE NEVE Gaston
Heverlee (Bélgica)
P DEL BLANCO ALONSO Secundino
Logroño (Espanha)
P DEL NOTARO Palmiro
Castano Primo (Itália)
P DI LIBERO Luigi
Caidate di Sumirago (Itália)
P DI NICOLA Edoardo
Roma (Itália)
P DUBÓN GONZÁLEZ Luis Fernando
Città del Guatemala (Guatemala)
P EANTHANAMKUZHIYIL Michael
Injan (Índia)
P ECHAMENDI ARISTU Miguel Antonio Barcelona (Espanha)
P ESCAMILLA ALAS Germán
San Salvador (El Salvador)
P ESQUIVEL AMBRIZ Gonzalo
Ciudad de México (México)
P FACCHINELLO David
Amparaes (Peru)
P FALK Robert Joseph
Seoul (Coreia)
P FAVARO Giovanni
Roma (Itália)
P FERNANDES Bernard
Goa (Índia)
P FIGLIA Isidore Sydeney
Tampa, Florida (U.S.A.)
Data
22.06.2022
10.04.2022
09.04.2022
31.03.2022
07.05.2022
15.01.2022
19.05.2022
02.05.2022
14.02.2022
25.02.2022
22.02.2022
13.04.2022
17.04.2022
06.06.2022
21.01.2022
28.02.2022
15.06.2022
29.01.2022
07.02.2022
08.01.2022
09.06.2022
17.04.2022
27.04.2022
17.04.2022
08.03.2022
09.04.2022
16.02.2022
18.06.2022
03.02.2022
08.01.2022
04.02.2022
18.04.2022
31.01.2022
11.02.2022
24.05.2022
13.04.2022
13.02.2022
24.05.2022
06.03.2022
Id. Insp.
90 AUL
76 BOL
95 PER
51 PLS
48 AOS
85 INE
101 IME
94 ARN
41 AET
76 INC
64 EP
91 MEM
80 PLE
81 BEN
85 INE
89 ICC
77 INE
90 ICC
77 ATE
79 SSM
64 UKR
81 SSM
61 INB
92 UPS
95 BEN
73 SSM
94 ILE
79 ILE
86 ICC
61 CAM
69 IND
87 SMX
83 CAM
85 MEM
48 INE
90 KOR
98 ICC
56 INB
91 SUE

8.4 Page 74

▲back to top
P FORD Norman
Melbourne (Austrália)
P GAMBINO Lorenzo
Lima (Peru)
P GARCÍA MARCO Lorenzo
Bahia Blanca (Argentina)
L GIUPPA Luigi
Napoli (Itália)
GONZÁLEZ MORALES Tomás Osvaldo
E Foi Bispos de Punta Arenas por 32 anos e Santiago do Chile (Chile)
por 16 Bispo emérito
L GUINEA MURGA José Ramón
Kankan (Guiné Conakry)
P HANTSON Jacques
Bonheiden (Bélgica)
P HORVAT Avgust
Trstenik (Eslovênia)
P IRUNGA Désiré William
Nairobi (Quênia)
P JANISCH Armin
Koln (Alemanha)
P KANEKO Dominico Ken-Nosuke
Suginami (Japão)
L KENNEDY Colm
Maynooth (Irlanda)
P KERGOAT Yves
Pouillé (França)
L KERKETTA Raphael
Guwahati (Índia)
P KLINICKI Wladyslaw
São Paulo (Brasil)
P KOŠĆAK Josip
Vitovica (Croácia)
P LACCHIA Franco
Turim (Itália)
P LARIOS GUTIÉRREZ Daniel
Irapuato (México)
P LENTI Artur
Downey, Califórnia (USA)
P LEOCATA Francesco
Buenos Aires (Argentina)
P LOHBUSCH Ferdinhand
Essen (Alemanha)
P MANUEL ALBERTO Ernesto José
Luanda (Angola)
P MARCA TICONA René
Cochabamba (Bolívia)
L MARCONATO Lorenzo
Castello di Godego (Itália)
P MARCONCINI Paulo Crispino
Nova Trento (Brasil)
P MARCOS MARTÍN Santos
Sevilla (Espanha)
S MARTIN Sugan Lalethkumar
Chennai (Índia)
L MARTINS Manuel Dionísio
Manique (Portugal)
P MARZANO Matteo
Caracas (Venezuela)
P MATERNIA Henryk
Środa Śląska (Polônia)
P McGUINNES Brendan
Frimley Park (Grã-Bretanha)
P MÉNDEZ RODRÍGUEZ Álvaro
Ciudad de México (México)
P MIKLAVC Ivo
Trstenik (Eslovênia)
L MOJO Paul
Shillong (Índia)
P MONTES FUENTES Miguel
Irapuato, Guanajuato (México)
P MORENO ORDÓÑEZ Ramón
Sevilla (Espanha)
P MOWLES Alan
Maynooth (Irlanda)
P NANA Luigi
Sondrio (Itália)
P
NAUGHTON Patrick
Foi Inspetor por 6 anos
Cape Town (África do Sul)
L NICOLETTI Adolfo Luis
Buenos Aires (Argentina)
P O’BRIEN Henry
Bolton (Grã-Bretanha
P O’RIORDAN Daniel
Addlestone (Grã-Bretanha)
D OGOULA Y’OGOULA Arnold
Yaoundé (Camarões)
P ONGENAERT André
Wilrijk (Bélgica)
P OŻÓG PLO Jan
Lubin (Polônia)
P PAVLETIĆ Marko
Zagreb (Croácia)
E
PEDRON Bruno
Foi Bispo de
Campo Grande (Brasil)
P PINHAL Manuel Carlos
Libona (Portugal)
25.06.2022 86 AUL
23.01.2022 99 PER
19.01.2022 82 ARS
12.03.2022 94 IME
12.02.2022 86 EP
14.05.2022
28.03.2022
09.05.2022
05.05.2022
01.01.2022
26.02.2022
31.03.2022
22.01.2022
03.01.2022
12.04.2022
23.01.2022
04.02.2022
20.03.2022
06.01.2022
08.01.2022
26.02.2022
26.05.2022
26.01.2022
04.06.2022
27.02.2022
05.04.2022
03.01.2022
22.05.2022
15.02.2022
06.06.2022
25.03.2022
13.02.2022
19.03.2022
09.02.2022
09.01.2022
14.04.2022
12.04.2022
07.02.2022
23.03.2022
26.04.2022
28.02.2022
19.06.2022
16.06.2022
23.02.2022
28.04.2022
30.01.2022
17.06.2022
05.01.2022
72 AON
86 BEN
82 SLO
54 AGL
86 GER
96 GIA
96 IRL
89 FRB
74 ING
107 BSP
85 CRO
88 ICP
76 MEG
98 SUO
77 ARS
81 GER
35 ANG
59 BOL
93 INE
77 BPA
83 SMX
31 INM
98 POR
79 VEN
85 PLO
94 GBR
78 MEM
83 SLO
101 INS
92 MEG
88 SMX
87 IRL
84 ILE
81 AFM
80 ARS
91 GBR
83 GBR
37 ATE
91 BEN
68 PLO
81 CRO
78 EP
77 POR

8.5 Page 75

▲back to top
P PINOLINI Juan Evasio
Rosario (Argentina)
02.02.2022
D PIRES Baltasar
Dili (Timor Leste)
04.04.2022
P PIRISI Francesco
Ittiri (Itália)
19.01.2022
L POLLANI Piergiorgio
Verona (Itália)
10.04.2022
P PONGUTÁ HURTADO Martìn Alonso Bogotá (Colômbia)
05.04.2022
P PONGUTÁ Silvestre
Bogotà (Colômbia)
29.01.2022
P PORTMANN Joseph
Fribourg (Suíça)
13.01.2022
P POTTUKALAM Matthew
Dibrugarh (Índia)
14.06.2022
L PRSKALO Mihovil
Zagabria (Croácia)
07.01.2022
S RANDRIAMANARIVO Jean Bosco
Antsirabe (Madagascar)
29.03.2022
P RANKIN Peter Joseph
Melbourne (Austrália)
14.01.2022
L RASTRERO BOADA Cándido
Arévalo (Espanha)
19.03.2022
P REMÓN BAZTÁN Jesús
Barakaldo (Espanha)
17.06.2022
P SALA Ambrogio
Turim (Itália)
21.03.2022
L SAMANIEGO Víctor
Azuay, Cuenca (Equador)
26.04.2022
P SÁNCHEZ PÉREZ Luis Emiro
Bogotà (Colômbia)
30.06.2022
P SCHAUMANN Franz
Derching (Alemanha)
25.03.2022
P SCHMID Franz
Benediktbeuern (Alemanha)
07.02.2022
P SCHREML Johannes
Muchen (Alemanha)
03.05.2022
P SERAFINI Mario
Bahìa Blanca (Argentina)
07.04.2022
L SOSIO Alessandro
San Cristobal (Venezuela)
25.03.2022
P SOTO HERNÁNDEZ Julio Alberto
Santo Domingo
Dominicana)
(República 22.03.2022
P SUCCI Giovanni Carlo
Turim (Itália)
23.01.2022
P SZYMEROWSKI Zbigniew
Wroclaw (Polônia)
07.02.2022
P TARNOVSKI Sigmund Fridolin
Porto Alegre (Brasil)
23.02.2022
P THATTIL Chacko
Hyderabad (Índia)
19.04.2022
P TIBERI Francisco
Cordòba (Argentina)
22.01.2022
P TIFI Roberto
Monopoli (Itália)
17.02.2022
P TORRI Giulivo
Pietra Ligure (Itália)
05.04.2022
L TSCHOEPE Heinrich
Amberg (Alemanha)
06.06.2022
P TUDU Kissun Cosmos
Dharan (Nepal)
10.01.2022
P TURCO Ugo
La Spezia (Itália)
30.01.2022
P URBANCZYK Alojzy
Poznań (Polônia)
23.02.2022
P URBAŃCZYK Stanisław
Oświęcim (Polônia)
06.05.2022
L VAN LANKVELT Bernard
Apeldoorm (Holanda)
26.03.2022
VARGAS BASTIDAS Héctor Eduardo
E Foi Bispo de San Marco di Arica por 9 anos Temuco (Chile)
07.03.2022
e Bispo de Temuco por 8 anos.
P VARIATHUKALAYIL Joseph
Dimapur (Índia)
09.05.2022
L VILLANI Mario
Salerno (Itália)
28.04.2022
P WEISSHAAR Philipp
Hirschau (Alemanha)
02.04.2022
P WÓJCIK Stanisław
Żyrardów (Polônia)
25.03.2022
L ZAPATA VEGA Arturo del Carmen
Santiago do Chile (Chile)
13.02.2022
P ZUBOVIĆ Nikola
Split (Croácia)
25.05.2022
90 ARN
81 TLS
72 GER
79 INE
79 COB
86 COB
92 FRB
65 IND
77 CRO
25 MDG
63 AUL
84 SSM
81 SSM
94 ICP
89 ECU
91 COB
82 GER
77 GER
81 GER
85 ARS
80 VEN
85 ANT
99 ICP
78 PLO
88 BPA
80 INH
89 ARN
80 IME
74 ICC
81 GER
52 INC
93 ICC
87 PLO
92 PLS
86 BEN
70 EP
81 IND
91 IME
92 GER
63 PLE
91 CIL
95 CRO

8.6 Page 76

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