Formacao_formadores


Formacao_formadores

1 Pages 1-10

▲back to top

1.1 Page 1

▲back to top
2. ORIENTAÇÕES E DIRETRIZES
2.1. A formação dos formadores
P. Ivo Coelho
Conselheiro Geral para a Formação
“A formação”, diz S. João Paulo II em Vita Consecrata, “é…
participação na Ação do Pai que, através do Espírito, plasma no co-
ração dos jovens e das jovens os sentimentos do Filho” (VC 66). En-
quanto o Pai é o “formador por excelência” e a primeira responsa-
bilidade da resposta cabe inteiramente a quem é chamado, agradou
ao Pai, no trabalho da formação, servir-se de instrumentos humanos
“colocando ao lado dos que chama alguns irmãos e irmãs mais ve-
lhos” (VC 66).Este texto quer dar atenção não tanto a quem está em
formação, mas sobretudo à pessoa dos formadores, à luz do caminho
que a Congregação está trilhando desde o Concílio Vaticano II. Graças
a esse caminho, todos nós estamos cientes agora de que a missão dá
à nossa existência o seu tom concreto; que a formação é um processo
que dura a vida inteira; que a comunidade educativo-pastoral é o sujei-
to da missão compartilhada com muitos leigos e membros da Família
Salesiana, com o papel da comunidade religiosa salesiana bem claro
no seu interior; enfim – com o caminho aberto pelos últimos Capítulos
Gerais – que a nossa identidade está em sermos pessoas consagradas,
que vivem a própria vocação nas duas formas de Salesiano leigo e
Salesiano presbítero.

1.2 Page 2

▲back to top
38 ATOS DO CONSELHO-GERAL
1. Preparar formadores, e não só professores
A importância da necessidade de formação para os formadores
está bem documentada no magistério da Congregação, a partir de R
78, que diz: “As comunidades formadoras tenham um diretor e uma
equipe de formadores com preparação específica, sobretudo para a di-
reção espiritual...”. Na linha de Potissimuminstitutioni (1990), Pasto-
res dabovobis (1992), Diretrizes sobre a preparação dos educadores
nos seminários (1993), Vita consecrata (1996) e presumivelmente
também A colaboração interinstitutos para a formação (1998), a ter-
ceira edição da nossa Ratio (2000) retoma o tema da formação dos
formadores e o propõe de várias maneiras.1 Como afirmam as Diretri-
zes de 1993, só o “bom senso” não basta; é preciso uma capacidade de
discernimento que seja eficaz e aperfeiçoada pelo bom conhecimento
das ciências humanas, para ir além das aparências e “ajudar o aluno a
conhecer-se em profundidade, aceitar-se com serenidade, corrigir-se e
amadurecer...”.2 Poderíamos acrescentar que Pastores Dabo Vobis faz
uma saudável distinção entre a fase inicial e a fase sucessiva na for-
mação dos formadores (PDV 66) e Vita Consecrata insiste na criação
de “estruturas adequadas para a formação dos formadores”, acrescen-
tando que sejam estabelecidas “em lugares onde seja proporcionado
o contato com a cultura em que há de ser, depois, exercido o serviço
pastoral” (VC 66).
Em um texto de 2009 muito significativo para o nosso tema,
intitulado “Formação dos formadores da formação inicial”, o Conse-
1 Cf. FSDB (online 2016), nn. 237-239, 246, 384-286, 416, 489, 547-548, 571. É
digno de nota o fato de não haver uma seção dedicada inteiramente à formação dos
formadores.
2 CONGREGAÇÃO DA EDUCAÇÃO CATÓLICA. Diretrizes sobre a preparação
dos educadores nos seminários (1993). Roma: Tipografia Vaticana, 1993. p. 70-71.

1.3 Page 3

▲back to top
ORIENTAÇÕES E DIRETRIZES 39
lheiro para a formação, P. Francesco Cereda, falou da necessidade de
uma escolha muito atenta dos formadores e da sua formação; definiu
as tarefas dos formadores (ajudar a transformação, acompanhar, favo-
recer o primado da vida espiritual, comunicar o carisma de Dom Bos-
co, trabalhar em equipe) e ofereceu uma lista de oportunidades para a
formação dos formadores em nível pessoal, local, inspetorial, regional
e mundial.3 As mesmas orientações foram reforçadas por ocasião da
Avaliação da consistência quantitativa e qualitativa das comunidades
de formação e pela Avaliação e orientações sobre a formação intelec-
tual na formação inicial.4
Constata-se que, “na Congregação, a maior parte dos forma-
dores não recebeu, e não recebe atualmente, nenhuma preparação es-
pecífica para a formação ou a recebe escassamente. Frequentemente,
as Inspetorias preparam os formadores fazendo-os adquirir um título
acadêmico num determinado campo de estudo; essa qualificação é ne-
cessária para a cultura do formador e para a sua habilitação ao ensino,
mas não é suficiente para sua tarefa formativa”.5 Dez anos mais tarde
a situação não parece alterada. Em “Vocação e formação”, o P. Pascual
Chávez fala da necessidade “de preparar formadores, e não só profes-
sores”.6 Poderíamos dizer que a preparação dos formadores ainda não
é uma praxe sistemática na Congregação.
3 CEREDA, F.. Formação dos formadores da formação inicial. ACG 404 (2009),
seção 4.
4 Avaliação e orientações sobre a formação intelectual na formação inicial.
Avaliação e orientações aprovadas pelo Reitor-Mor e pelo Conselho Geral. Roma,
25 de julho de 2012.
5 CEREDA, F. ACG 404, 2.1 (2009).
6 CHAVEZ, P. Vocação e formação. ACG 416 (2013), seção 1, p. 9.

1.4 Page 4

▲back to top
40 ATOS DO CONSELHO-GERAL
2. O modelo de formação
O que nos faz escolher um caminho a seguir é o objetivo que
temos à nossa frente. A formação dos formadores depende muito do
objetivo, isto é, do tipo de formação que desejamos e para a qual pre-
tendemos ter guias bem preparados.
Ora, o objetivo da formação à vida consagrada proposto em Vita
Consecrata não é nem uma simples conformidade exterior, nem um
conjunto de atitudes e capacidades a serem adquiridas, mas sobretudo
a meta elevada de ter “os mesmos sentimentos (phronein) de Cristo”
(Fl 2, 5). É configuração a Cristo, revestir-se de Cristo (Rm 13, 14),
deixando que Cristo se forme em nós (Gl 2, 5), compartilhando a en-
trega total do Filho ao Pai e a seus irmãos e suas irmãs, tornando-se
seu memorial vivo até compartilhar também as suas opções concretas
de vida (VC 66, 22).
O objetivo da formação salesiana, poderíamos acrescentar, é a
configuração a Cristo Bom Pastor nas pegadas de Dom Bosco.
Um objetivo educativo autêntico deve ser capaz de transformar-
-se em método. Quais são as consequências operativas do objetivo de
“ter os mesmos sentimentos de Cristo”?
Repita-se com insistência que a formação é, antes de tudo, obra
de Deus. É o Pai que chama e, mediante o Espírito, plasma os sen-
timentos do Filho no coração dos jovens. Deus, contudo, respeita a
nossa liberdade, e, por isso, a formação, longe de ser uma ação “em
sentido único”, requer a nossa resposta ao chamado de Deus. Conatu-
ral à formação existe uma dinâmica de chamado e resposta, um diálo-
go entre duas liberdades e dois amores. A formação é obra divina em
que somos chamados a colaborar. É assim que as nossas Constituições
veem a formação: como resposta à vocação (C 96).

1.5 Page 5

▲back to top
É justamente no interior dessa dinâmica de chamado e resposta
que os formadores encontram o seu lugar.
O primeiro ponto derivado disso é que a formação envolve uma
dinâmica de liberdade. “Em se devendo formar o ‘coração’, no sen-
tido bíblico e pleno do termo, para que o jovem tenha os mesmos
sentimentos do Filho e descubra a beleza da sequela, então o processo
educativo torna-se formação à liberdade (VC 66)”.7 A graça incide
na nossa liberdade, mas jamais a cancela – nem mesmo a graça mais
poderosa –, porque a graça é amor, e a liberdade é um elemento cons-
titutivo do amor: sem liberdade não há amor e nenhuma possibilidade
de resposta amorosa ao amor.
De fato, se a finalidade da formação fosse apenas a habilitação
para certo tipo de apostolado ou certo estilo de vida ou visasse
simplesmente à posse de algumas qualidades virtuosas funcio-
nais ao ministério, então a metodologia pedagógica poderia se-
guir outro itinerário e critério (por exemplo, o fortalecimento
da vontade, a capacidade de ascese e de renúncia, a capacitação
apostólica etc.), mas, em se devendo formar o “coração”, para
que o jovem tenha os mesmos sentimentos do Filho, não pode
existir então outro caminho a não ser o da liberdade. O coração
do homem pode e deve ser educado e evangelizado, purifica-
do e libertado, com todo o sofrimento que isso comporta, até
experimentar sempre mais naturalmente aqueles sentimentos,
graças a uma sábia disciplina, quase por conaturalidade. Não
há processo educativo autêntico à consagração pelo reino que
não passe através das fases, negativa e positiva, ascética e
mística, da formação à liberdade; liberdade – em concreto –
como conhecimento dos próprios condicionamentos interiores,
mesmo inconscientes, e capacidade de viver sempre menos de-
7 CENCINE, A. La formazione oggi: Ministero e mistero. Disponível em: <www.
ofmconv.org/x/CENCINI.htm#N_13>. Acesso em: 11-12 fev. 2017.

1.6 Page 6

▲back to top
42 ATOS DO CONSELHO-GERAL
pendente deles (liberdade “de”); liberdade como dom recebido
de Deus em Cristo e continuamente revitalizado pelo dom dos
sacramentos e da vida nova em Cristo (liberdade “em”) e liber-
dade como riqueza de vida interior e de amor por Deus, como
qualidade consequente de desejos e força de atuá-los (liberda-
de “para”).8
O clima de autêntica liberdade ajuda o jovem Salesiano em for-
mação a superar as suas resistências interiores e os seus temores, tor-
na-o gradualmente ciente das suas motivações profundas – nunca uní-
vocas –, habilitando-o a reconhecer e exprimir o que realmente motiva
as suas opções, tanto para si mesmo como para quem o acompanha no
caminho. Dessa forma, aos passos exteriores de adesão à vida salesia-
na que marcam o itinerário da formação inicial – antes da profissão e
da renovação dos votos – corresponderá uma adesão interior sempre
mais verdadeira e sincera.
A educação à liberdade deveria ser, portanto, o método da for-
mação à consagração. De fato, em se podendo definir o Sistema Pre-
ventivo como pedagogia da liberdade, poderíamos dizer que o Sistema
Preventivo é, de fato, o método da formação.9 Nesse contexto, pode-
mos recordar o já famoso diálogo do Papa Francisco com os Superio-
res Gerais em 2013:
Não se resolvem os problemas simplesmente proibindo de fa-
zer isso ou aquilo. É preciso muito diálogo, muito debate. Para
evitar problemas, em algumas casas de formação, os jovens
calam-se, procuram não cometer erros evidentes, seguir as re-
gras dando muitos sorrisos, à espera do dia em que lhes digam:
8 CECINE, A. Op. cit.
9 C 104 exige formadores “capazes de diálogo”. C 112 pede que o mestre dos noviços
“tenha grande sentido dos contatos humanos e capacidade de diálogo; com sua
bondade inspire confiança aos noviços”.

1.7 Page 7

▲back to top
ORIENTAÇÕES E DIRETRIZES 43
“Bem, acabaste a formação”. Essa é a hipocrisia fruto do cleri-
calismo, que é um dos males mais terríveis... Eu o resumo num
conselho que, às vezes, recebi quando era jovem: “Se queres ir
adiante, pensa claramente e fala vagamente”. Era um evidente
convite à hipocrisia. É preciso evitá-la a qualquer custo.10
O segundo ponto é a formação que envolve uma dinâmica de
atenção à experiência. Segundo as nossas Constituições, a formação
é uma questão de fazer “experiência dos valores da vocação salesia-
na” (C 98). Se Deus está plasmando em nós os sentimentos do Filho,
quanto mais estivermos atentos à sua ação, tanto mais poderemos lhe
corresponder e colaborar com Ele. O bom formador sabe como enca-
minhar a atenção do jovem em formação à ação de Deus na sua vida,
capacitando-o para a abertura permanente ao discernimento (docibilitas),
que permite descobrir em tudo o que se vive uma oportunidade de
crescimento e de formação; como já se dedicou uma ampla reflexão
nos Atos (425) sobre a formação que é permanente, não nos detemos
aqui novamente sobre esse tema.11
O terceiro ponto é a dinâmica da beleza, a via pulchritudinis
(EG 15, 167). A inserção da formação no seio da Trindade torna a
vida consagrada participante da beleza do próprio Deus. Na Exortação
Apostólica de 1996, a beleza torna-se uma chave de leitura da vida
consagrada. A pastoral vocacional e a formação devem saber comu-
nicar a beleza da sequela (VC 64, 66). O jovem deve ser formado
para contemplar e valorizar o belo (não só o santo e o obrigatório),
a beleza, o fascínio e o esplendor do Senhor que chama e da vida a
que somos chamados. É a beleza do seu modo de viver que faz com
que a presença do formador seja irradiante. Aqui está toda a dinâmica
10 “Despertar o Mundo”. Colóquio do Papa Francisco com os Superiores-Gerais, in
La Civiltà Cattolica 2014 I 3-17 3925 (4 de janeiro de 2014) 10-11.
11 Cf. COELHO, I. . “A formação é permanente”, in ACG 425 (2017) 29-32.

1.8 Page 8

▲back to top
44 ATOS DO CONSELHO-GERAL
do exemplo, do testemunho. Como o jovem Dom Bosco aprendeu na
escola do P. Cafasso, só o fogo acende outro fogo.12 Beleza que atrai e
que comunica a alegria do Evangelho, o magistério do Papa Francisco
move-se constantemente nessas coordenadas, e é interessante que, ao
olhar para a vida religiosa, a referência à alegria se torne, nele, ainda
mais direta e insistente. Se isso é verdade para todos, é com maior
razão para o formador.
Assim, o objetivo da formação salesiana – a configuração a
Cristo bom pastor – transforma-se num método, que envolve uma
dinâmica de liberdade, de aprendizado por experiência, dinâmica
da beleza. Esse objetivo e esse método orientarão a preparação dos
formadores.
Dois outros pontos. Precisamos evitar a tese – muito natural
para a modernidade centrada na cultura do indivíduo atômico – de
que a formação é um processo unicamente tu a tu. O sujeito da for-
mação é a comunidade: é exatamente assim que deve ser. Cremos
num Deus-Comunhão, e a formação é um processo profundamente
trinitário, no qual somos chamados a colaborar. É muito significativo
que todos os documentos recentes do magistério insistam na unidade
da equipe formadora,13 e é nessa luz que se pode entender a insistên-
cia do P. Cereda sobre o fato de que o papel crucial do guia espiritual
pessoal não deveria minimizar de modo algum a necessidade da equi-
pe de formadores.14 É no contexto da comunidade e da equipe de for-
madores unida que se dá o momento indispensável do colóquio com o
diretor e do acompanhamento espiritual pessoal. De fato, no contexto
da formação ao sacerdócio a nova Ratio Fundamentalis Institutionis
Sacerdotalis insiste em afirmar que a formação “tem uma característi-
ca eminentemente comunitária, logo a partir da sua origem”.15
12 CAFASSO , Giuseppe. Esercizi spirituali al clero. I: Meditazioni, 641-642.
13 Cf., p. ex., OT 5; PI 32; PDV 66; Diretrizes (1993) 29-32.
14 CEREDA, F., ACG 404, 2.1.
15 CONGREGAÇÃO PARA O CLERO. O dom da vocação presbiteral. Ratio
Fundamentalis Institutionis Sacerdotalis, Roma 2016, introdução, seção 3.

1.9 Page 9

▲back to top
ORIENTAÇÕES E DIRETRIZES 45
Para nós, Salesianos consagrados, a comunidade é elemento es-
sencial da nossa identidade (C 3).
Se a missão salesiana é confiada à comunidade, e não a indiví-
duos (C 44), isso vale com mais razão para a delicadíssima missão de
formar jovens Salesianos. Sem um ambiente formativo sadio, a con-
tribuição, embora muito válida, de indivíduos formadores acaba por
ser neutralizada. Portanto, devem ser dados muita atenção e cuidado à
formação das equipes formadoras em todos os níveis: mundial, inspe-
torial e local.
E aqui devemos insistir igualmente no fato de a comunidade
alargar-se em círculos concêntricos. A comunidade religiosa salesiana
é o núcleo animador da comunidade educativo-pastoral e de todos os
que participam da missão de Dom Bosco: membros da Família Sa-
lesiana e leigos que realizam conosco a mesma missão. Esse modo
de entender e as práxis que dele seguem ainda não são plenamente
compartilhados na vida da Congregação: existem diferenças notáveis
de abordagem e de intensidade. Torna-se, portanto, ainda mais urgente
encontrar modos eficazes de integrar essa maneira de ser comunidade
nos itinerários formativos, envolvendo-se em boas práticas e forman-
do convicções, refletindo sobre experiências educativo-pastorais rea-
lizadas com quem participa da mesma missão e planejando itinerários
formativos comuns.
Poderíamos insistir também na especificidade trazida da vida
consagrada à nossa vocação. Por muito tempo ficávamos satisfeitos
em pensar na formação ao sacerdócio e na vida religiosa como “bas-
tante semelhantes”. O sacerdócio diocesano e o sacerdócio religioso
são dois estados de vida diferentes no interior da Igreja. “Diferente
do ministério ordenado que tem uma consistência institucional su-
prapessoal graças à qual permanece válido também o ministério de
um padre indigno, a vida consagrada consiste toda ela na qualidade

1.10 Page 10

▲back to top
46 ATOS DO CONSELHO-GERAL
da resposta amante daqueles que a vivem”.16 Essa diversidade tem
algumas consequências decisivas nas respectivas vocações quanto ao
modo de configurar-se o itinerário de conformação a Cristo e o cresci-
mento na santidade. A desatenção ao que é típico da nossa identidade
primária como religiosos leva ao genericismo na formação e, conse-
quentemente, também no modo de viver a vida consagrada, situação
que, infelizmente, é tudo mais que rara. Uma das nossas tarefas mais
urgentes é encontrar modos eficazes de ser guias na formação de reli-
giosos salesianos, que são, ao mesmo tempo, Presbíteros.
3. Considerações concretas sobre a formação dos
formadores
a) Primeiro, precisamos reconhecer a grande diversidade nas
regiões da Congregação quanto à formação inicial. Temos numerosas
casas de formação, “clássicas” na sua tipologia, mas também exis-
tem em número crescente casas menores onde, com frequência, se
encontram juntas, na mesma comunidade, fases diversas da formação
inicial. Com a diminuição numérica e dos recursos, há regiões que
neste momento encaminham com seriedade, e não sem dificuldades, a
reorganização das suas casas de formação. Encontra-se não raramen-
te, nesse contexto, o temor das Inspetorias de “ficarem sem nenhuma
casa de formação”. De per si, isso não é verdade, porque quase todas
as Inspetorias têm o próprio pré-noviciado; e, mais, em todas as Inspe-
torias há sempre a fase do tirocínio, que é importantíssima no período
formativo e não pode ser nem esquecida nem transcurada. E também,
como a formação dura a vida inteira, todo diretor de comunidade é
16 BOZZOLO, Andrea. Salesiano padre e salesiano coadjutor. Reflexões para uma
interpretação teológica. Sapientiam de ditilli. Studi su don Bosco e sul carisma
salesiano. - Roma: Libreria Ateneo Salesiano LAS, 2015. p. 335.

2 Pages 11-20

▲back to top

2.1 Page 11

▲back to top
ORIENTAÇÕES E DIRETRIZES 47
formador e guardião do carisma. Por isso, nenhuma Inspetoria pode se
eximir da tarefa de preparar formadores. Assim iluminados, pedimos
recentemente que todas as Inspetorias tenham um projeto de requa-
lificação para preparar irmãos nas áreas mais relevantes em vista do
nosso crescimento carismático e do serviço de formadores.
b) É preciso um trabalho intenso de conscientização da forma-
ção dos formadores. Esse tipo de formação deve ser, antes de tudo,
mentalidade, cultura, para ser depois sistemático e eficaz. Os Inspeto-
res e os Delegados para a formação têm certamente um papel funda-
mental nesse campo. Entretanto, não é menos importante a convicção
daqueles que estão diretamente envolvidos no serviço de formadores,
e aqui, como já dissemos, não podemos esquecer os Diretores das co-
munidades onde há tirocinantes e, enfim, todos os Diretores das comu-
nidades locais.
c) Elementos fundamentais. Se os formadores devem ajudar os
formandos a assumir os mesmos sentimentos de Cristo, eles próprios,
em primeiro lugar, são chamados a ser verdadeiras imagens, ícones
vivos de Cristo. E, se a nossa vocação específica na Igreja é seguir a
Cristo como Salesianos consagrados Presbíteros e Coadjutores, os for-
madores deverão cuidar, antes de tudo, do próprio crescimento pessoal
em Cristo, no espírito de Dom Bosco, como pessoas consagradas.
Podemos distinguir, na formação dos formadores, três compo-
nentes: conteúdos, capacidades e a própria pessoa do formador.
Em relação aos conteúdos, podemos presumir que a maioria dos
formadores teve uma sólida formação filosófica e teológica. Contudo,
deve-se insistir no enraizamento adequado no carisma salesiano. A UPS
oferece várias possibilidades para uma sólida base teórica e metodo-
lógica, com o aprendizado de métodos e competências úteis, tanto na
Faculdade de Ciências da Educação como na Faculdade de Teologia.

2.2 Page 12

▲back to top
48 ATOS DO CONSELHO-GERAL
Quanto ao aprendizado das capacidades, temos bons cursos,
tanto na nossa Universidade como alhures. Os cursos que ajudam a
desenvolver e afinar as capacidades de escuta, feedback, acompanha-
mento etc. são preciosos training para o formador.
d) É preciso, principalmente, atenção à pessoa do formador. As
Diretrizes de 1993 requerem um tempo “prolongado de formação e de
retomada radical das temáticas educativas” e acrescentam:
Escopo de tais períodos de formação é o de ajudar a conhecer
mediante um cuidadoso exame a personalidade do educador,
o seu empenho ministerial, o seu modo de conceber e de viver
a própria missão educativa.
Períodos de formação deste gênero deveriam comportar cursos
bem escolhidos e de propósito programados quer no campo
das ciências eclesiásticas, quer no das ciências humanas, jun-
tamente com exercitações práticas realizadas com a ajuda de
um supervisor e submetidas com ele a uma atenta revisão crí-
tica. Deste modo, o educador poderá tomar consciência mais
intensa das suas capacidades e aptidões, aceitar mais serena-
mente os próprios limites e atualizar e melhorar os critérios
inspiradores da sua atuação.
Nos programas de formação permanente desta amplitude, de-
vem estar previstos períodos prolongados de renovação espi-
ritual (mês inaciano, exercícios espirituais, tempos de deserto)
que permitam ao educador rever a sua missão nas suas cone-
xões e raízes espirituais e teológicas mais profundas.17
Temos aqui alguns elementos preciosos: valorização e elabora-
ção da experiência pessoal, pastoral e de formação; exercitações práti-
cas acompanhadas de supervisão; períodos de renovação espiritual.
17 CONGREGAÇÃO DA EDUCAÇÃO CATÓLICA. Diretrizes sobre a preparação
dos educadores nos seminários. Roma: Tipografia Vaticana, 1993. p. 70-71.

2.3 Page 13

▲back to top
ORIENTAÇÕES E DIRETRIZES 49
Poderíamos insistir de modo especial na área do desenvolvi-
mento afetivo e psicológico. Os formadores devem aprender a reco-
nhecer e administrar as próprias emoções, dando atenção e cuidando
dos próprios problemas, incoerências, comportamentos autodestruti-
vos e tendências sexuais imaturas, melhorando ao mesmo tempo seus
pontos fortes e suas competências.
Poucas coisas são capazes de regenerar vida como o é o con-
tato com um formador digno e livre. É a dinâmica da beleza que se
alarga: “O homem contemporâneo escuta com melhor boa vontade
as testemunhas do que os mestres, dizíamos ainda recentemente a
um grupo de leigos, ou então se escuta os mestres, é porque eles são
testemunhas”, diz o beato Paulo VI (EN 41). Ao contrário, um for-
mador cuja vida não é bem integrada pode causar danos enormes aos
formandos. Favoritismo, sentimento de posse, rivalidade, vingança,
busca de favores sexuais podem deixar feridas nos formandos que
duram a vida toda.18 Poderia ser um bom exercício para os forma-
dores monitorar-se contra as quinze doenças mencionadas pelo Papa
Francisco em sua mensagem de Natal de 2014 à Cúria Romana.19 À
medida que os formadores se tornam pessoas dignas, integradas e
livres, serão “pontes, e não obstáculos” (PDV 43) para os formandos
no seu caminho para Deus.
A nossa tradição sempre insistiu em uma adequada experiência
pastoral (C 104), e isso é maravilhoso, desde que o formador seja aju-
dado a aprender dessas experiências, a ponto de vivê-las fazendo “ex-
18 Cf. SÍNODO DOS BISPOS. XV Assembleia Geral Ordinária. Os jovens, a fé e o
discernimento vocacional. Documento preparatório, III.2: As figuras de referência.
Disponível em: <www.vatican.va/roman_curia/synod/documents/rc_synod_doc_
20170113_documento-preparatorio-xv_po.html>.
19 FRANCISCO. A Cúria Romana e o Corpo de Cristo. Discurso na apresentação dos
cumprimentos natalícios à Cúria Romana, 22 de dezembro de 2014. Disponível em:
<http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/speeches/2014/december/documents/
papa-francesco_20141222_curia-romana.html>. Acesso em: 24 nov. 2017.

2.4 Page 14

▲back to top
50 ATOS DO CONSELHO-GERAL
periência dos valores da vocação salesiana” (C 98). A missão, como
dizia P. Chávez, é a “casa” e a “causa” da formação.
“Imerso no mundo e nas preocupações da vida pastoral, o Sa-
lesiano aprende a encontrar Deus naqueles a quem é mandado”
(Const. 95). A formação consiste fundamental e principalmen-
te nesta aprendizagem. A meta consiste no encontro com Deus
na vida que se está a viver enquanto se vive o chamado... Onde
faltar a consciência de fazer diante de Deus o que Ele nos con-
fiou, não poderá existir formação alguma, porquanto se estude
ou por quantos anos se passe nas assim chamadas “casas e eta-
pas de formação”.20
e) Os formadores devem entender o Sistema Preventivo como
pedagogia da liberdade. Sobretudo nas culturas em que a hierarquia e
a autoridade são importantes, as equipes de formadores deverão tomar
ciência do seu modelo operativo de formação e adotar medidas para
mudar, de modo que a formação possa chegar realmente ao coração de
cada pessoa, superando o conformismo exterior que se limita a condi-
cionar os seus comportamentos (muitas vezes apenas pelo tempo em
que é forte o controle externo).
Nesse contexto, o período do tirocínio – que, do ponto de vista
salesiano, é a fase mais característica da formação inicial (FSDB
428) – é igualmente uma fase extremamente significativa e impor-
tante para a preparação específica, embora remota, de formadores.
Quem não alcança de modo satisfatório os objetivos típicos dessa
fase, sobretudo em relação ao conhecimento e à prática do Sistema
Preventivo (C 115), não será capaz de ser um bom Salesiano formador.
Um dos elementos-chave para a formação dos formadores será,
portanto, a valorização da mesma experiência de tirocínio, refletin-
20 CHAVEZ, P. Vocação e formação. ACG 416, 23-24.

2.5 Page 15

▲back to top
ORIENTAÇÕES E DIRETRIZES 51
do novamente sobre a avaliação global da mesma pedida pela Ratio
(“Ao fim do tirocínio faça-se uma avaliação global da experiência por
parte do Inspetor, da comunidade e do irmão” – FSDB 444). Obvia-
mente, é de grande ajuda se esse tipo de escrutínio global foi redigido
e arquivado. As Comissões Regionais e as Inspetoriais de formação
deverão verificar e garantir essa praxe. Essa avaliação será o primeiro
elemento na seleção dos formadores.
Deve-se rejeitar toda tentativa de abreviar o tirocínio porque se-
riam levados pela pressa de receber as ordens ou pelo “privilégio” de
concedê-lo a algum irmão particularmente brilhante do ponto de vista
acadêmico.
Por essa mesma razão, os diretores de comunidade, com a pre-
sença de tirocinantes, devem ser tidos como formadores de primeira
classe. Tudo o que se diz sobre a formação deve ser aplicado pri-
meiro e sem reservas a eles, que devem ser guias-formadores bem
preparados para o seu trabalho. Os Inspetores têm nisso uma res-
ponsabilidade sagrada e o dever de garantir que as comunidades que
recebem tirocinantes sejam ambientes formativos equilibrados e de
qualidade. Deve-se dizer a mesma coisa, de modo análogo, sobre
o quinquênio, tanto para os Salesianos Coadjutores como para os
Salesianos Presbíteros.
f) Em nossas sociedades e comunidades sempre mais pluricul-
turais, os formadores devem dar atenção às próprias atitudes em rela-
ção às diferenças culturais, para que possam promover uma formação
à interculturalidade. Como diz Para vinho novo odres novos: “O ob-
jetivo da vida consagrada não será manter-se como estado permanen-
te nas culturas diversas que encontrará, mas manter uma permanente
conversão evangélica no coração da construção progressiva de uma

2.6 Page 16

▲back to top
52 ATOS DO CONSELHO-GERAL
realidade humana intercultural”.21 As estruturas interinspetoriais ou
internacionais para a formação dos nossos jovens exigem formadores
que estejam realmente convencidos de que
[...] o cristianismo não dispõe de um único modelo cultural,
mas “continuando a ser plenamente aquilo que é, em total fi-
delidade ao anúncio evangélico e à tradição eclesial, ostentará
também o rosto das inúmeras culturas e dos inúmeros povos
em que é acolhido e radicado”. Isso implica a capacidade e a
humildade de não impor um sistema cultural, mas de fecundar
cada cultura com a semente do Evangelho e da própria tradição
carismática evitando com todo o cuidado a “vaidosa sacraliza-
ção da própria cultura”. (Para vinho novo, 37)
Na prática, muito depende da pessoa do formador: quando um
formador tem força interior própria e vive seriamente dedicado a
cuidar das suas reações diante do diverso de si mesmo e do outro, já
estará por essa sua mesma atitude na posse de uma ponte aberta para
o outro.
g) Dado que nós – em particular os nossos jovens irmãos – vi-
vemos uma nova era midiática, em que a tecnologia vai visivelmente
criando e transformando a cultura, os formadores devem ser capazes
de compreender e relacionar-se com pessoas que são cidadãs do con-
tinente digital.
h) A “preparação remota” de Salesianos formadores é, enfim,
a sua formação inicial em seu conjunto, em especial, a boa experiên-
cia de tirocínio e dois ou três anos de bem acompanhada experiência
21 CONGREGAÇÃO PARA A VIDA CONSAGRADA E AS SOCIEDADES DE
VIDA APOSTÓLICA. Para vinho novo odres novos, 2017, 40.

2.7 Page 17

▲back to top
ORIENTAÇÕES E DIRETRIZES 53
pastoral no quinquênio. O mínimo indispensável para a “prepara-
ção próxima” dos formadores salesianos deveria consistir em (1) um
breve curso que toque a pessoa do formador; (2) um breve curso de
salesianidade que inclua a revisitação da própria experiência educa-
tivo-pastoral durante o tirocínio e o quinquênio, e uma efetiva apro-
priação da Ratio – o seu espírito além das normas individuais –; e
(3) um breve curso para a aquisição de habilidades básicas como
a escuta, o feedback e a elaboração da experiência (“processing”).
Para Diretores, Mestres dos Noviços e Encarregados de pré-novicia-
do, seria preciso acrescentar (4) um sério curso de preparação para o
ministério de acompanhamento espiritual.
Enquanto a formação dos formadores não requer necessaria-
mente o mestrado ou o doutorado, permanecem válidos os mestrados
da UPS na formação de formadores das Faculdades das Ciências da
Educação e de Teologia. O curso semestral da UPS para a formação
permanente de formadores é muito apreciado também por um número
crescente de religiosos e sacerdotes diocesanos.
i) Para a salesianidade, temos cursos breves em nossos cen-
tros para a formação permanente (Quito, Manila – Parañaque,
Berkeley, Bangalore) e cursos mais substanciais na Faculdade de
Teologia da UPS.
Enquanto todos os formadores devem fazer ao menos um
breve curso de salesianidade, devemos insistir que toda Inspetoria
tenha um ou dois especialistas em salesianidade com mestrado ou
doutorado na UPS.
j) A preparação de guias espirituais é uma das grandes tarefas
que a Congregação se vê a enfrentar hoje, bem explanada na Estreia
de 2018: “Cultivemos a arte de escutar e de acompanhar”, em plena
sintonia com o caminho sinodal que a Igreja inteira está a fazer so-

2.8 Page 18

▲back to top
54 ATOS DO CONSELHO-GERAL
bre “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”.22 O primeiro e
indispensável elemento é o itinerário de direção espiritual com que o
formador cuida do próprio melhoramento.23 Um curso prático sobre
o acompanhamento espiritual haverá de melhorar o que se aprende,
antes de tudo, pessoalmente, deixando-se acompanhar por um guia.
Além das oportunidades das quais podemos nos valer em diversos
contextos eclesiais e centros da Congregação (Espanha, Quito, Banga-
lore) que oferecem contribuições preciosas nesse campo, temos a in-
tenção de criar uma Escola de Acompanhamento Salesiano24 como um
dos frutos do processo sobre o acompanhamento espiritual salesiano
realizado pelos dicastérios para a pastoral juvenil e para a formação.
k) Existem, ainda, várias iniciativas para a formação perma-
nente dos formadores em nível inspetorial, regional e mundial. Nada
tirando de seu valor e sua utilidade, essas intervenções não substituem
a necessidade da formação inicial de formadores (cf. PDV 66).
l) Convido as Comissões Inspetoriais e Regionais para a for-
mação a oferecer-nos reflexões e sugestões sobre os vários pontos in-
dicados nestas orientações. Em especial: (1) como formar Religiosos
Salesianos que também são Presbíteros; (2) como fazer com que a ex-
periência pastoral do tirocínio e do quinquênio possa ser um elemento
integrante da preparação de formadores; (3) o que fazer para que a
missão compartilhada com leigos e com a Família Salesiana – em par-
ticular com a comunidade educativo-pastoral – se torne um elemento
integrante da formação inicial.
22 ARTIME, Ángel Fernández. Senhor dá-me dessa água (Jo 4,15). Cultivemos a
arte de escutar e de acompanhar. Apresentação da Estreia 2018. Roma, 16 de
julho de 2017.
23 CONGREGAÇÃO PARA O CLERO. Diretório para o ministério e a vida dos
presbíteros (nova ed. 2013), 73.
24 Ver CEREDA, F. ACG 404, 2.1, 3.

2.9 Page 19

▲back to top
ORIENTAÇÕES E DIRETRIZES 55
m) Enfim, desejamos uma mudança nas diretrizes de governo:
nenhuma nomeação de formadores para uma casa de formação inicial
sem prévia formação específica; nesse sentido, a alteração dos módu-
los para a nomeação dos Diretores (especialmente das comunidades
formadoras) e dos Mestres dos noviços (F19 e F20); e a introdução de
um novo módulo para a nomeação dos encarregados de pré-noviciado.
*
Quando João Bosco, recém-ordenado sacerdote, vai pedir con-
selho ao P. Cafasso sobre qual opção escolher para o seu ministério
sacerdotal, entre as três que lhe eram apresentadas (vice-pároco em
Castelnuovo, capelão de Murialdo, instrutor de uma família nobre de
Gênova), este – ao final de uma série de encontros nos quais se deve
notar a atenção dada à experiência interior – sugere ao novel padre seu
conterrâneo que ponha de lado todas essas possibilidades e venha ao
Colégio Eclesiástico para mais três anos de formação, que servirão de
“matriz” para tudo o que Dom Bosco será e fará pelo resto da vida.
Investir na formação para a nossa Congregação é carismatica-
mente o modo mais vantajoso e mais santo de gastar o melhor dos
recursos disponíveis. Se continua a ser essa a mensagem que ofere-
cemos ao mundo e à Igreja, dedicando nossa vida e nossos recursos
à formação dos jovens e envolvendo todos os que conseguirmos no
mesmo dinamismo apostólico, tanto mais nos será importante a for-
mação de quem cuida das novas gerações de Salesianos.
“Ninguém sabe quanto bem faz o bem que faz”: essas palavras
do nosso Pai adquirem toda a sua riqueza de significado quando as
aplicamos ao acompanhamento de um aspirante, de um noviço, de um
jovem irmão. Ali está in fieri um potencial de vida sem limites, con-
fiado a quem já está adiantado no caminho da vida salesiana. A isso só
podemos dedicar o melhor de nós mesmos como Irmãos, Inspetorias e
Congregação.