Estevão Sándor aniversario 60 do martírio

DIREÇÃO GERAL OBRAS DE DOM BOSCO

Via della Pisana 1111 - 00163 Roma


O Reitor-Mor




Roma, 8 de junho de 2013.





Queridos Irmãos,


Por ocasião do 60º aniversário do martírio de nosso irmão salesiano coadjutor Estevão Sándor (16 de outubro de 1914 – 8 de junho de 1953) e na iminência de sua beatificação, que se dará no próximo dia 19 de outubro em Budapeste, Hungria, quero dirigir-lhes esta mensagem para valorizarmos em toda a Congregação este dom que nos é concedido justamente no Ano da Fé e no itinerário para o Bicentenário do nascimento de nosso pai e fundador Dom Bosco. Trata-se de uma graça para nós e para toda a Família Salesiana.

Estevão Sándor, do nascimento à morte foi um homem profundamente religioso que, em todas as circunstâncias da vida, respondeu com dignidade e coerência às exigências de sua vocação salesiana. Viveu dessa forma no tempo do aspirantado e da formação inicial, em seu trabalho de tipógrafo, como animador do oratório e da liturgia, no tempo da clandestinidade e da prisão até os momentos que precederam a sua morte. Desejoso, desde a primeira juventude, de consagrar-se ao serviço de Deus e dos irmãos no generoso trabalho de educação dos jovens segundo o espírito de Dom Bosco, ele foi capaz de cultivar o espírito de fortaleza e de fidelidade a Deus e aos irmãos que o tornaram capaz de resistir no momento da provação, primeiramente às situações de conflito e, depois, à prova suprema do dom da vida.

Gostaria de evidenciar o testemunho de radicalidade evangélica dado por este irmão, que se torna particularmente eloquente na perspectiva do próximo Capítulo Geral. Da reconstrução do perfil biográfico de Estevão Sándor emerge um real e profundo itinerário de fé, iniciado desde a infância e juventude, reforçado pela profissão religiosa salesiana e consolidado na vida exemplar de salesiano coadjutor. Nota-se particularmente uma genuína vocação consagrada, animada segundo o espírito de Dom Bosco por um intenso e fervoroso zelo pela salvação das almas, sobretudo juvenis. Mesmo os períodos mais difíceis, como o serviço militar e a experiência da guerra, não arranharam o íntegro comportamento moral e religioso do jovem coadjutor. É com esta base que Estevão Sándor sofrerá o martírio sem repensamentos e hesitações.

A beatificação de Estevão Sándor empenha a Congregação inteira na promoção da vocação do salesiano coadjutor, acolhendo o seu testemunho exemplar e invocando de forma comunitária a sua intercessão nesta intenção. Como salesiano leigo, ele conseguiu dar bom exemplo até mesmo aos sacerdotes, com sua atividade entre os jovens e sua vida religiosa exemplar. Pelo modo como enfrentou as provações e perseguições sem aceitar compromissos, ele é modelo para os jovens consagrados. As causas às quais se dedicou: a santificação do trabalho cristão, o amor pela casa de Deus e a educação da juventude continuam a ser a missão fundamental da Igreja e da nossa Congregação. Nesta perspectiva, convido-os a retomarem a carta escrita pelo padre Vecchi por ocasião da beatificação de Artêmides Zatti (ACG 377), cujas reflexões e orientações ainda são atuais e estimulantes, e o que disse o Capítulo Geral 26 sobre a única vocação consagrada salesiana em suas duas formas.

Como educador exemplar dos jovens, especialmente dos aprendizes e dos jovens trabalhadores, e como animador do oratório e dos grupos juvenis, é-nos de exemplo e estímulo em nosso esforço de anunciar aos jovens o evangelho da alegria mediante a pedagogia da bondade. No segundo ano de preparação ao Bicentenário, esta perspectiva estimula-nos com ardor e entusiasmo em nossa missão entre os jovens dos ambientes populares que se iniciam no trabalho e entre os jovens trabalhadores que, muitas vezes, encontram dificuldades e vivem facilmente expostos a injustiças.

Enquanto damos graças a Deus por este novo dom que confirma e marca com o sangue o carisma salesiano de Dom Bosco, gostaria de convidar cada Inspetoria a programar um encontro de reflexão e um momento celebrativo como sinal concreto de acolhida do dom da beatificação deste nosso irmão coadjutor mártir e de renovado compromisso com a nossa vocação, sustentados pelo seu exemplo e pela sua intercessão.

Convido-os, ainda, a lerem a sua biografia de próxima publicação e apresentá-la aos jovens e aos formandos, especialmente os que estão nas primeiras fases em que se faz o discernimento sobre as duas formas da vocação salesiana. As figuras do Beato Artêmides Zatti, do Mártir Estevão Sándor e do Venerável Simão Srugi representam um trítico de beleza singular, que nos apresenta a variedade e a riqueza da figura do salesiano coadjutor.

Cumprimento-os a todos com afeto. Em Dom Bosco,



P Pascual Chávez Villanueva

Reitor-Mor