Portami con te PORTOGHESE


Portami con te PORTOGHESE

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Ao cuidado do
CENTRO STUDI “OPERA DEI TABERNACOLI VIVENTI”
Leva-Me Contigo!
A Obra dos Sacrários Vivos
nos manuscritos originais da Serva de Deus Vera Grita
Com a apresentação de Ir. François-Marie Léthel, OCD e Roberto Carelli SDB
Traduçao portuguesa por Antonio Gonçalves SDB

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Foto da capa: retrato de Vera Grita sobre os 13 cadernos
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Si concede il nulla osta per la pubblicazione del libro “Por-
tami con te!”. L’Opera dei Tabernacoli Viventi nei manoscritti
originali di Vera Grita. A cura del CENTRO STUDI “OPERA
TABERNACOLI VIVENTI” (MILANO)
Savona, 25 luglio 2017.
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Prot. 17/0297
Roma, 29 de julho de 2017
Tive ocasião de conhecer a Obra dos Sacrários Vivos, fruto da
experiência mística de Vera Grita (1923-1969), Salesiana Coope-
radora, e fui informado da nova edição do livro com as Mensagens
dirigidas a ela por Jesus.
Por este motivo, agradeço de coração ao Senhor pelo dom
concedido à Igreja e à Congregação Salesiana para reavivar a fé
e o amor na presença eucarística de Jesus que deseja alcançar e
transformar a vida dos homens e das mulheres no nosso tempo.
Abençoo esta Obra desejando que possa corresponder cada
vez melhor ao escopo para que foi inspirada e suscitada.
Autorizo e encarrego a nossa Postulação Geral a acompanhar
todos os passos necessários para que a Obra, em colaboração com
o Centro de estudos Obra dos Sacrários Vivos, continue a ser estu-
dada, promovida na nossa Congregação e reconhecida pela Igreja,
em espírito de obediência e de caridade.
Que a Imaculada Auxiliadora, primeiro sacrário vivo, e dom
Bosco, apóstolo da Eucaristia, intercedam por esta Obra e a ampa-
rem para que possamos ser sinais portadores do Amor eucarístico
aos homens e mulheres do nosso tempo e em particular aos jovens.
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Prólogo à edição portuguesa
A Serva de Deus, Vera Grita (1923-1969), professora
e salesiana cooperadora, foi chamada pelo Senhor a ser
na Família Salesiana e na Igreja a “Voz” do Deus vivo,
a voz de Jesus Eucaristia que, pelo dom das locuções
interiores, lhe ditava “a Obra dos Sacrários Vivos” para
a salvação das almas. As mensagens foram estudadas
pelo padre Giuseppe Borra, salwiano, que escreveu a
primeira biografia de Vera1.
Vera escreveu as Mensagens da Obra dos Sacrários
Vivos em treze cadernos que após a sua morte foram
confiados pela mãe, a senhora Marianna Zacco della Pir-
rera, à Cúria de Savona onde continuam a permanecer.
Por gentil concessão da Cúria, o Centro de estudos Obra
dos Sacrários Vivos de Milão fotocopiou os treze cader-
nos originais e preparou a sua edição no ano de 2017
sob o título “Portami con te!”. Agora, passado o cente-
nário do nascimento da Serva de Deus Vera Grita, 28 de
janeiro de 2023, publicam-se pela primeira vez em língua
portuguesa, sendo esta edição enriquecida com o ensaio
de um autorizado teólogo, o padre carmelita François-
-Marie Léthel.
Em Itália, durante estes anos, formaram-se os gru-
pos “Obra dos Sacrários Vivos”, compostos por pessoas
que, a partir da mensagem de que Vera foi inspiradora,
e orientados por um sacerdote, decidiram aprofundar o
Mistério da Eucaristia e conformar a sua vida espiritual
e atividade apostólica de acordo com esse chamamen-
to recebido. Surgiram grupos na Lombardia, Versilia,
1 G. Borra, Grita Vera. Notizie biografiche, Editrice Terzo Millennio, Caserta,
1984.
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Liguria, Piemonte, Sardenha, Veneto. Esses grupos en-
volvem globalmente mais de uma centena de pessoas.
Muitas dessas pessoas são Ministros Extraordinários da
Comunhão. A 11 de fevereiro de 2001, na Inspetoria Sa-
lesiana de Milão, os salesianos padre Enrico Mozzani-
ca, padre Ermanno Montagnoli (1928-2014) e Maria Rita
Scrimieri, salesiana cooperadora consagrada na Obra
dos Sacrários Vivos, deram vida ao Centro de estudos
Obra dos Sacrários Vivos, dedicado a Vera Grita e ao pa-
dre Gabriello Zucconi, SDB, com o objetivo de estudar a
espiritualidade, realizar a mensagem da Obra, promover
a formação espiritual dos membros através de dias men-
sais de estudo e oração e exercícios espirituais anuais, e
propor modelos de vida de santos particularmente signifi-
cativos pelo seu carisma eucarístico.
Em dezembro de 2022, o Dicastério das Causas dos
Santos, em Roma, declarou a validade do Processo dio-
cesano da Causa da Beatificação e Canonização da Ser-
va de Deus Vera Grita.
Em maio de 2023, o Bispo de Savona, D. Calogero
Marino, aprovou os Estatutos da Associação dos Sacrá-
rios Vivos, com sede na cidade de Savona.
No centenário do nascimento da Serva de Deus Vera
Grita a iniciativa de publicar uma edição integral da Obra
em língua portuguesa, quer expressar a nossa gratidão
à Santíssima Trindade pelo dom de Vera e da Obra dos
Sacrários Vivos, à Congregação Salesiana e à Igreja.
Com esta iniciativa desejamos contribuir para o desen-
volvimento e a plena realização da Obra na Igreja, para
a maior glória de Deus e o bem e a salvação das almas.
De facto, o Centro Internacional Salesiano de Espiritua-
lidade, em Balasar, nasceu com a finalidade de estudar
e difundir a mensagem das duas figuras de salesianas
cooperadoras, particularmente significativas hoje pela
missão eucarística e mariana na Família Salesiana e na
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Igreja, ou seja, a portuguesa Alexandrina Maria da Costa
(Balasar, 1904-1955), beatificada em 2004, e a italiana
Serva de Deus Vera Grita.
É nosso desejo agradecer a todos os Membros da
Obra dos Sacrários Vivos e aos amigos que com a sua
oração nos têm apoiado neste trabalho. Um agradeci-
mento particular vai ao Salesiano padre António Gonçal-
ves que traduziu este livro do italiano “Portami con te” e a
Pedro Sinde pela cuidadosa revisão do texto.
Maria Rita Scrimieri
Centro Internacional Salesiano de Espiritualidade
Balasar, 13 de outubro de 2023
Festa litúrgica da Beata Alexandrina Maria Da Costa
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Introdução
A Obra dos Sacrários Vivos,
dom e missão para a congregação salesiana
e para a Igreja
Maria Rita Scrimieri
1. Sacrários Vivos: uma vocação eucarística
para a vida do mundo
A Obra dos Sacrários Vivos apresenta-se como um novo
caminho de evangelização baseada na presença eucarística
de Jesus, Caminho, Verdade e Vida, que envolve sacerdotes,
irmãs religiosas dedicadas a obras de caridade, leigos e jo-
vens chamados pelo Senhor a serem o seu novo templo, a sua
nova morada na sociedade, no meio dos homens, por meio de
Maria, primeiro Sacrário Vivo.
A graça carismática correspondente ao dom de si nes-
te chamamento é a “Permanência eucarística” de Jesus na
alma, através da qual Jesus promete salvar as almas que
vivem longe d’Ele infundindo a vida divina através do seu
novo Tabernáculo.
Encontramos um precedente histórico na vida dos san-
tos do nosso tempo em santa Faustina Kowalska, que em
diversos pontos do Diário faz referência à sua experiência
a respeito desta graça eucarística: «Hoje compreendi muitos
mistérios de Deus. Cheguei a saber que a Sagrada Comunhão
permanece em mim até à sagrada Comunhão seguinte. A pre-
sença de Deus, viva e sensível permanece na minha alma. O
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meu coração é um sacrário vivo no qual se conserva a Hóstia vi-
va»1. E ainda: «Durante a santa missa vi o Menino Jesus no cáli-
ce. Disse-me: “Moro assim no teu coração, como tu Me vês neste
cálice”. Depois da sagrada Comunhão senti no meu coração os
batimentos do Coração de Jesus. Dado que desde há muito tempo
tenho a consciência de que a sagrada Comunhão permanece em
mim até à Comunhão sucessiva, hoje, durante todo o dia, adorei
Jesus no meu coração e pedi-lhe que com a sua graça proteja as
crianças do mal que as ameaça. A presença viva de Deus, percetí-
vel também fisicamente, acompanhou-me durante todo o dia sem
na verdade me perturbar na execução dos meus deveres».2
Um outro precedente histórico muito significativo encontra-
mo-lo no Fundador dos Claretianos, santo António Maria Cla-
ret, (1807-1870), arcebispo de Santiago em Cuba, que na sua
autobiografia descreve a Graça eucarística recebida em 26 de
agosto de 1861, que ele chamava a grande Graça: «...na Granja,
enquanto rezava na igreja do Rosário, recebi do Senhor a exce-
cional graça de conservar no meu peito dia e noite as espécies
sacramentais de modo que de dia e de noite tinha em mim o San-
tíssimo Sacramento.
Este prodígio impõe-me um constante e íntimo recolhimen-
to, impõe-me, é palavra do Senhor, rezar e enfrentar todos os
males da Espanha».3 Quando, um ano depois, em 16 de maio, o
santo bispo pensou eliminar do seu diário quanto tinha escrito
sobre a grande Graça recebida, a Santíssima Virgem impediu-o
e «depois, na Missa, Jesus Cristo disse-me que tinha concedido
esta graça de permanecer em mim sacramentalmente». Comen-
tando a altíssima graça os padres Vinas e Bermejo escrevem: «A
grande graça, como ele a chama, da conservação das Espécies
1 F. KOWALSKA, Diario di santa Maria Faustina Kowalska. La misericor-
dia divina nella mia anima, Libreria Editrice Vaticana, Città del Vaticano 1992,
p. 435. 2 Ivi, p. 597.
2 Ibid, p. 597.
3 G. PAPASOGLI, F. STANO, Antonio Claret, l’uomo che sfidò l’impossibile,
Libreria Editrice Vaticana, Città del Vaticano 1983, pp. 566-568.
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eucarísticas de uma Comunhão à outra, indica a chegada a um
grau particular da sua conformidade com Cristo. Convém consi-
derar dois aspetos importantes sobre ela: 1) esta graça orientava-
-se para o cumprimento da sua missão, o apostolado, agora mais
do que nunca, universal e eficaz; 2) esta graça foi-lhe concedida
quase com certeza pela intercessão da Virgem Maria. Além disso,
o grande milagre aconteceu num momento que coincide com o
máximo prestígio humano do Santo, mas também num momento
de preparação secreta e decisiva: o santo caminha para os dias
da sua dor e do seu colapso terrestre. Terá sempre em si, então,
o Senhor, e passará, sacrário vivo, pelas tempestades terrenas».4
Todas as imagens relativas à sua pessoa o retratam com uma
Hóstia luminosa no peito.
O santo bispo desenvolveu um intenso apostolado missioná-
rio, intervindo para a moralização dos costumes, para a formação
do clero, ajudando os pobres.
A Obra dos Sacrários Vivos distingue-se também por um
outro aspeto que, embora tendo precedentes na história da Igre-
ja, nos escritos de Vera Grita assume uma dimensão nova. De
facto, entre os Sacrários Vivos estão aqueles (sacerdotes, irmãs
religiosas dedicadas a obras de caridade, leigos preparados) que
são chamados a ser também “Portadores de Jesus nas Espécies
eucarísticas”, nos lugares de trabalho, nas escolas, nas missões,
a fim de que Jesus eucarístico irradie a sua vida divina e o seu
amor salvífico sobre quantos encontrar e guardar através do novo
Tabernáculo.
Encontramos um precedente histórico nesta direção na carta
que o Servo de Deus padre Dolindo Ruotolo (1882-1970) escre-
veu a Pio XI em 23 de dezembro de 1924, na vigília do grande
Jubileu de 1925. Nessa carta o sacerdote apresentou ao Santo
Padre alguns desejos de Jesus tais como o aumento das santas
Missas celebradas durante o dia, a Comunhão dos fiéis em cada
Missa participada, chegando ainda a pedir:
4 Ibidem.
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«Poderia conceder – escreve o padre Dolindo – que os Bis-
pos levem Jesus sacramentado numa teca sobre o coração e se-
jam assim Pastores vivos n’Ele e para Ele.
Vossa Santidade deveria ser o primeiro Templo vivo de
Jesus Eucaristia. Pio IX levou-o consigo na sua viagem de fuga
para Gaeta.
Vossa Santidade leve-o consigo, para irradiar a Vida Euca-
rística no mundo. Com o tempo poderia formar também sacer-
dotes mais devotos e almas consagradas a Deus, o templo vivo
de Jesus.
Seja este, Beatíssimo Padre, o jubileu do amor de Jesus
[…]».5
Um ano antes desta carta, em 28 de janeiro de 1923, nascera
em Roma Vera Grita, aquela que entre os anos 1967 a 1969 se-
ria, por vontade do Senhor, a porta-voz, na Família Salesiana e
na Igreja, da Obra dos Sacrários Vivos, através da qual o Senhor
estende aos sacerdotes, aos consagrados e aos leigos de modo
convenientemente preparados quanto é pedido de forma restrita
ao Papa em 1924 pelo Servo de Deus padre Dolindo Ruotolo.
Um outro antecedente histórico muito significativo é tam-
bém o da mística portuguesa Alzira da Conceição Sobrinho
(1888-1982), mais tarde Ir. Maria de São João Evangelista, es-
tando em curso, na Diocese de Bragança-Miranda, o seu proces-
so de Causa de Beatificação e Canonização. Alzira da Conceição
Sobrinho foi a “pedra escondida” na fundação da Congregação
das Servas Franciscanas Reparadoras de Jesus Sacramentado
(SFRJS), cujo carisma tem muitas ligações com a Obra dos Sa-
crários Vivos. Tal como aconteceu com Vera, também Alzira,
em 1910, quando tinha 22 anos, teve uma experiência mística,
ouvindo a voz de Jesus vinda do Sacrário dizendo-lhe que pe-
disse autorização aos sacerdotes para O levar sempre consigo
num relicário, para O adorar e consolar através de uma união
5 Ao cuidado do APOSTOLATO STAMPA, Fui chiamato Dolindo, che sig-
nifica dolore…, página de autobiografia de sac. Dolindo, Nápoles, terceira edição,
1973 p. 432.
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contínua com Ele, reparando assim os abandonos, indiferenças
e ingratidões que Ele recebe neste Sacramento de amor. Pediu
também para fundar uma Ordem de “Vítimas Imoladas e Ado-
radoras do Santíssimo Sacramento” cujos membros levariam
consigo uma Hóstia consagrada, para se transformarem, com
Jesus, no Cordeiro imaculado sacrificado pela salvação das al-
mas. Na vida de Alzira, o Senhor corroborou este pedido com
muitos sinais extraordinários que estão a ser estudados para a
sua Causa de Beatificação e Canonização.
2. Sacrários Vivos: ao serviço da Caridade
e da Misericórdia
A Obra dos Sacrários Vivos foi confiada em primeiro lugar
à Congregação Salesiana e esta, por explícito desejo do Senhor,
deve ser promotora para a sua realização e difusão na Igreja
(dioceses, paróquias, institutos religiosos…).
Num segundo momento, também a Família Carmelita vem
indicada, nos escritos de Vera, como destinatária das Mensa-
gens para a sua realização.
A Obra dos Sacrários Vivos pode constituir um contributo
precioso na Igreja para enfrentar os desafios do terceiro milénio
em benefício da humanidade: a secularização cada vez mais
difundida, a crise das vocações, as forças desagregadoras que
atacam a família humana e a sociedade, a paz nas nações e tam-
bém na própria Igreja, parecem exigir hoje, mais do que nunca,
não tanto e não só soluções humanas quanto a força unificante
e santificante da vida divina de Jesus Cristo nas nossas almas, a
irradiação da vida eucarística no mundo.
À luz das mudanças acontecidas na sociedade, torna-se ne-
cessário levar a fonte da Vida, Jesus eucarístico e a sua Palavra,
ao ambiente em que vivem os homens, no meio deles, na famí-
lia, nos lugares de trabalho, nas escolas, pelas ruas: Jesus tem
sede de se dar às almas, tem sede de dar a Vida, a vida divina,
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e assim procura almas simples dispostas a entregarem-se a Ele
para serem como a Virgem Maria e, em Maria, o seu novo Sa-
crário. Tem necessidade de renovar o poder do seu Sacerdócio
nos sacerdotes, dando-lhes todo o seu ser, no Dom eucarístico
pelo qual infundirá força, luz e sobretudo amor que salva.
Portanto, por esta finalidade e com a devida autorização do
Papa, torna-se necessário dar possibilidade aos sacerdotes, e às
almas chamadas a esta missão, de levarem Jesus nas Sagradas
Espécies numa teca, no silêncio e ocultamente para estender os
frutos do Dom eucarístico a quantos vivem longe do Senhor e
da Igreja; com a sua presença eucarística Jesus pode estender
a sua ação vivificante e libertadora a todos os que encontrar
e sobre os quais pousará o seu olhar misericordioso, tocando
os seus corações e atraindo-os a si com a força do seu amor.
Por outras palavras, trata-se de permitir que a misericórdia do
Senhor alcance as almas que estão distantes d’Ele, por meio
desta “nova via eucarística” por meio dos sacerdotes, religiosos
e leigos chamados a partilhar mais de perto com Jesus a obra
da redenção e a ânsia de salvação das almas. Este aspeto foi a
alma de toda a missão de são João Bosco, que ele sintetizou na
famosa expressão: “Da mihi animas, coetera tolle”.
3. No carisma de dom Bosco:
«da mihi animas, coetera tolle»
A Obra dos Sacrários Vivos foi confiada à Congregação Sa-
lesiana exatamente pelo carisma do seu fundador: «Os padres
salesianos – como se lê na mensagem de 30 de novembro de
1967 – encontrarão o modo como difundir entre as almas esta
via de amor e prepará-las para a minha Liga. São eles os pri-
meiros chamados a reviver-Me, pelo meu próprio Sacerdócio
e pelo espírito do Fundador de que é permeado o seu apostola-
do». E além disso: «Para todos os Salesianos, o seu Fundador
são João Bosco será, onde está na minha Glória, pai amável,
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protetor, conforto, amparo… Sim, dom Bosco volta a estar de
novo em vós porque Jesus quer renovar a sua vida, o seu amor,
o seu Sacerdócio, todo ele próprio, em vós. Eu em vós, e vós
em Mim, para dar “frutos” a meu Pai, para salvar as almas,
para morrer pelas almas. Eu, Jesus, vossa Vida, vosso Caminho,
vossa Verdade: a vós, queridos Sacerdotes; a vós tudo e sempre
Eu». Mensagem 4.2.1968.
À imitação de Jesus Bom Pastor que dá a vida pelas suas
ovelhas, o Sacrário Vivo é chamado a dar-se por inteiro ao Se-
nhor, para que Ele, vivo e operante na alma, possa fazer desta
a sua nova morada no meio dos homens e o seu novo Templo,
no qual Ele continuamente se oferece a si mesmo ao Pai para
a salvação dos homens: «[…] E Eu, Eu elevarei nas pequenas
Hóstias as minhas Mãos ao Céu para clamar ainda, dos Meus
Sacrários Vivos: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fa-
zem”». E o Pai, por meio de vós, verá em cada um de vós a
Mim mesmo: o seu Filho; ver-Me-á em Mim, tantos Jesus, tan-
tos Filhos; verá um Cordeiro imaculado em todos: a sua Vítima,
a Mim! Amo os meus; amo-os agora; amei-os desde que me dei
a vós como alimento da alma. Vi cada um, vejo-vos, procuro-
-vos. Acolhei-Me: sou Jesus Eucaristia, sou o Amor que doa e
dá». Mensagem 14.5.1968.
Isto corresponde plenamente à caridade pastoral, princípio
interior e dinâmico, lembrado nas Constituições Salesianas,
que deve animar a vida de cada membro da Família Salesiana:
«A caridade pastoral é aquela virtude com a qual nós imitamos
Cristo na doação de si e no seu serviço. Não é somente aquilo
que fazemos, mas o dom de nós mesmos, que revela o amor de
Cristo pelo seu rebanho. É a disponibilidade incondicional à
ação do Espírito que consagra o coração do homem ao projeto
de Deus, o dom de si à obra salvífica até dar a própria vida, a
busca e a construção da comunhão como dom e compromisso
do amor de Cristo Senhor».6 E é também do Coração sacerdotal
6 La famiglia salesiana di don Bosco, Edição extracomercial, Roma 2000, p. 19.
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2.8 Page 18

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de Cristo que nasce a Obra dos Sacrários Vivos para levar a sua
misericórdia a toda a parte do mundo. As finalidades e o espíri-
to que a permeiam estão bem evidenciados na Mensagem de 11
de junho de 1968, enviada ao Papa Paulo VI. Aqui referimos a
passagem na qual foi entregue o mandato aos Salesianos para
realizarem a Obra, e o convite a Paulo VI para ser o primeiro
Sacrário Vivo, portador de Jesus Eucaristia.
«Objetivo: chegar a todas as almas, aproximar-se delas, tocá-
-las no íntimo do seu coração com o meu amor de Pai.
Finalidade: preparar aqui em baixo inúmeros santos Sacrários
Vivos que cubram a terra. Eles serão os “Cálices” oferecidos
a Deus Pai para a salvação da humanidade.
Programa: desejo que aqueles que vierem a ser Sacrários Vi-
vos sejam almas consagradas. Sejam Sacerdotes de amor fer-
voroso, de grande caridade: de puro amor (…).
Que nos padres Salesianos a minha Obra de amor nasça, de-
senvolva-se e difunda-se, porque a minha Mãe Maria Auxi-
liadora será para cada alma, para cada Sacrário Vivo, guia e
mestra (…).
Escolham-se os Sacrários Vivos também entre os jovens e
entre os leigos, para que Eu vá às escolas, às famílias, e com-
partilhe a vida da humanidade (…).
E tu, Paulo VI, tu que Me representas na Igreja, sendo meu
Vigário, recebe com espírito profundo de fé as minhas pala-
vras (…). Liga a minha Obra de amor à autoridade da Igreja,
difunde-a, promulga-a no mundo inteiro. Tu, meu primeiro
Sacrário Vivo, que vais comigo visitar as partes mais distan-
tes da Terra, para Me dares, faz que aumentem e cresçam os
que Me portam, os que, como tu, sob o teu exemplo secreto,
cheguem à terra, aos mares e até aos céus… Leva-me contigo:
é a minha Voz de Amor. Quero permanecer contigo: é o meu
Coração que te pede. Eu em ti e contigo, para que tu em Mim,
possas produzir sempre muitos frutos. Eu por meio de ti, meu
Vigário, a todos os Sacerdotes, aos Salesianos, às minhas al-
mas, às almas simples: simples e humildes. Eu, por ti, a toda
a humanidade. Abençoa e aprova a minha Obra de Amor…
Jesus, Sumo e Eterno Sacerdote, ao Papa Paulo VI, para Sua
Glória e o Advento do Seu Reino de amor nas almas.
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2.9 Page 19

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A Eucaristia e a Virgem Maria foram os pilares na vida
de dom Bosco sacerdote e educador: o coração do seu sistema
educativo, cujo fim principal era instaurar e desenvolver nas al-
mas dos jovens dos seus oratórios a vida trinitária, o coração do
seu sistema educativo, que se baseava na confissão frequente,
na sagrada comunhão e na participação diária na Missa. Contra
um sistema educativo baseado na repressão e na falta de res-
peito pelo outro, ele encarnou a bondade do Pai que educa os
filhos com “a amabilidade, a razão e a religião”, e no Coração
de Cristo Bom Pastor que dá a vida pelas suas ovelhas, indicou
o modelo da vocação pastoral e educativa própria dos seus co-
laboradores. A Obra dos Sacrários Vivos rege-se pelas mesmas
“colunas” de dom Bosco: a Eucaristia e a Auxiliadora.
Todos conhecem o sonho das “duas colunas no alto mar”,
tido por dom Bosco em maio de 1862, no qual a Eucaristia e
a Virgem Imaculada Auxiliadora salvam a Igreja das várias
perseguições, quando ela, a Igreja, representada pela barca, se
ancora em Jesus e em Maria, as colunas do corpo místico de
Cristo. Na Mensagem de 3 de dezembro de 1968, ditada por
Jesus a Vera, aparece explícita a referência a uma profecia dada
à Família Salesiana; é nossa convicção que se trata mesmo da
profecia das “duas colunas” de dom Bosco:
«A ti, alma simples, Eu, Jesus, revelei a minha Obra de amor
no dom dos Sacrários Vivos. Esta minha Obra é própria, e
não se confunde com outras Obras. Ela deve permanecer
íntegra e na luz de graça, como Eu a desejei e ditei. A Obra
do Amor de Jesus é o fruto do meu amor eucarístico. Jesus na
Palavra Graça abre à humanidade inteira a sua misericórdia
por meio de Si sobre as suas almas. Esta Obra é, portanto,
única e leva o meu nome santo: Jesus. Turim, com Maria Au-
xiliadora, será o berço da minha Obra de Amor. Roma será a
Mãe dela. Os Superiores Salesianos alegrem-se no meu santo
Nome, Jesus; exultem porque são grandes as graças do meu
Coração sacerdotal reservadas para eles. Quero que desapa-
reçam as dúvidas nos seus corações, e Me vejam a Mim; que
se apressem a trabalhar para Mim. Acrescenta, minha filha,
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2.10 Page 20

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esta revelação. Foi-lhes dada a seu tempo uma profecia; agora
a profecia é verdade: Sou Eu, é a minha Obra, são os Sacrá-
rios Vivos. A minha Palavra é Caminho, Verdade, Vida por-
que sou Eu: Jesus.»
4. Paulo VI e a Obra dos Sacrários Vivos
A Obra dos Sacrários Vivos viu a luz nos anos caracteriza-
dos pelas grandes mudanças sociais e pela contestação juvenil
que irrompeu na sociedade em várias partes do mundo a partir
de 1968. Ela acontece historicamente num momento de “crise”
na sociedade e na Igreja: crise de valores, crise de fé, crise de
disciplina. Aquela contestação foi, de facto, uma hora forte e tor-
mentosa também para a Igreja que havia pouco tinha concluído
o Concílio Vaticano II. A dura crise saldou-se com um grande
declínio de vocações e com o abandono da própria vocação por
muitos sacerdotes e pessoas consagradas.
Durante as audiências gerais daqueles anos, Paulo VI deu
voz às inquietações e às tensões do mundo moderno e da Igreja.
Na audiência de 25 de abril de 1968 ele exprimiu-se deste modo:
«A hora histórica e espiritual que a Igreja está a atravessar, es-
pecialmente em alguns países, não é serena; e isto é, para os
Pastores da Igreja e para nós, motivo de viva apreensão e al-
gumas vezes de grande amargura. E isto não só porque todo o
mundo moderno se vai afastando do sentido de Deus, estando
preso pela riqueza e pelas suas conquistas no campo científico
e técnico; não quer dizer que essas conquistas exijam “a morte
de Deus” – como disse alguém com infeliz expressão –, isto é,
que exijam uma mentalidade ateia e afastada de toda a religião;
estes progressos característicos do mundo moderno exigiriam
antes um mais elevado, mais penetrante, mais adorante sentido
de Deus, uma religião mais pura e mais viva, sobre o auge do
saber humano; não ficando só nessa apostasia prática da religião,
tão difundida; mas também, em relação à sensibilidade de quem
tem responsabilidade na Igreja, pela inquietude que perturba
alguns sectores do próprio mundo católico. Não é algo ignora-
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3 Pages 21-30

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3.1 Page 21

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do... Depois do Concílio a Igreja gozou, e está ainda a gozar, de
um grande e magnífico despertar, que a nós em primeiro lugar
agrada reconhecer e favorecer; mas a Igreja também sofreu e
sofre ainda por um turbilhão de ideias e de factos, que não são
certamente o bom espírito e não prometem aquele renovamento
vital que o Concílio prometeu e promoveu.»7
E na audiência geral de 17 de setembro de 1969 observa:
«(…) não poucos sintomas parecem prefigurar doenças graves
para a própria Igreja. Nós já assinalámos alguns como uma certa
flexão no sentido da ortodoxia doutrinal, em algumas escolas e
em alguns estudiosos. E há quem não veja o perigo para a ver-
dade religiosa e para a eficiência da salvação da nossa religião,
que consiste em considerar somente o aspecto humano e social,
em prejuízo do aspecto primário, sagrado e divino, da fé e da
oração. Assim, não se pode observar sem apreensão a facilida-
de com que se contraria a virtude da obediência eclesial, que é
princípio constitutivo no projecto estabelecido por Cristo para
a estabilidade e para o desenvolvimento do seu corpo místico e
visível, que é de facto a Igreja. Talvez se tenha ido além do limi-
te, consentido no esforço, em si louvável, de inserir o sacerdote
no ambiente social, secularizando completamente o seu hábito,
o seu modo de pensar e de viver, levando-o pelo caminho não só
das competições temporais, empobrecendo assim a sua vocação
e a sua função de ministro do Evangelho e da Graça; pôs-se
muito em livre discussão o seu celibato; e muito se vai enfra-
quecendo o vigor da ascética cristã e o carácter irreversível dos
compromissos sagrados assumidos diante de Deus e da Igreja…
Será preciso tempo para concluir o que pode ser bom também
nestas preocupantes expressões da vida católica e reassumi-las
na sua harmonia própria. Há mesmo quem tenha falado da sua
decomposição; nós não somos dessa opinião e confirmamos
mais uma vez a nossa confiança na assistência de Cristo e no
auxílio dos bons.»8
7 Paulo VI, Audiência Geral de 25 de abril de 1968, https://www.vatican.va/
content/paul-vi/it/audiences/1968/documents/hf_p-vi_aud_19680807.html
8 Paulo VI, Audiência Geral de 17 de setembro de 1969, https://www.vatican.
va/content/paul-vi/it/audiences/1969/documents/hf_p-vi_aud_19690917.html.
21

3.2 Page 22

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Paulo VI ocupa um lugar central na Obra dos Sacrários
Vivos, não só porque a sua bênção e autorização como Sumo
Pontífice era indispensável para a realização da Obra, mas
também porque Paulo VI, como o Papa Pio XI em 1924, foi
chamado a ser o primeiro Sacrário Vivo, a primeira “pedra”
da Obra, como São Pedro foi a primeira “pedra” da Igreja nas-
cente. Nas quatro mensagens expressamente dirigidas a ele,
Jesus convida o Papa a ser o Seu primeiro Sacrário Vivo, isto
é, convida-o a levá-l’O consigo, nas Sagradas Espécies, nas
viagens apostólicas que o Santo Padre estava para realizar à
Colômbia (1968) e, a seguir, ao Uganda (1969). Apresentamos
por ordem de datas um resumo das quatro mensagens da Obra
dirigidas ao papa Paulo VI.
Na Mensagem de 14 de maio de 1968, Jesus, Eterno Sa-
cerdote, dirige-se ao primeiro Sacerdote da sua Igreja, Paulo
VI, Sumo Pontífice, para lhe confiar a Mensagem da Obra, o
dom de amor e de misericórdia para a Igreja e para a humani-
dade atravessada e percorrida pelas tempestades sociais que
mesmo em maio de 1968 veem o seu início histórico:
Ao Papa Paulo VI, meu queridíssimo pastor.9 «Paulo,
meu diletíssimo filho, escolhido pela Santíssima Trindade,
Timoneiro da minha Barca nas tempestades da humanida-
de atacada, coloco em tuas mãos a minha Mensagem de
Amor e de Salvação para todas as almas. A minha Obra
de Amor dirigida por Mim, Jesus, deve ser difundida em
breve e de ti devem surgir aqueles lumes, cuja luz deverá
abraçar a humanidade. Eu dou-Me às almas a Mim con-
sagradas, e por elas Eu estarei, Eu irei pelos caminhos do
mundo. Eu escolhi novos Templos: Templos Vivos. (…)
Eu, Jesus, irei convosco, em vós! Jesus, Uno e Trino, ex-
pande-se na imensidão do seu Amor. Vou, sob as Espécies
Eucarísticas, procurar o que está em perigo de se perder…
vou procurar as ovelhas que não querem conhecer o meu
Aprisco; vou chamar aqueles que já não Me ouvem. (…)
9 «Ao Papa Paulo VI, meu queridíssimo pastor…»: é este o primeiro dos 4
Ditados dirigidos de modo específico a Paulo VI.
22

3.3 Page 23

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Confirma a minha divina Vontade: entrega-a às almas
consagradas, entrega-a ao mundo e confia tudo Àquela
que, comigo, tu amas muito. Jesus, Eterno Sacerdote ao
primeiro Sacerdote da sua Igreja: Pontífice Paulo VI.»
Um mês depois, em 11 de junho de 1968, o Senhor dita a
Vera a segunda mensagem para o Santo Padre. É a Mensagem
que apresenta a Obra no seu conjunto, as finalidades, e indica
a Congregação Salesiana como iniciadora da Obra, pedindo a
Paulo VI, como Sumo Pontífice, a sua bênção e aprovação.
Jesus dirige-se ao nosso Sumo Pontífice Paulo VI. «Sou Je-
sus que vem a ti com o seu grande Amor Eucarístico para te
oferecer a Misericórdia do meu Coração de Pai, de Sacer-
dote, de Amigo, de Irmão. Isto é para a humanidade, para
a salvação dos povos, das nações. Flui do meu coração feri-
do, como uma nascente de água viva, desce dos Céus como
nova e última Luz para iluminar as vias obscuras do mundo,
banha a terra árida, renova as minhas almas no serviço do
apostolado, reúne os chamados a mim no exército da sal-
vação. Esta Luz, esta água sou Eu: Jesus! Venho trazer um
“caminho” novo de Amor sobre a terra, para as pessoas que
Me esperam e Me amam: caminho fundado sobre a Verdade,
que é a minha Realidade divina e humana na Presença Euca-
rística; caminho que levará a vida da Graça a muitas almas
afastadas de Mim. O meu Caminho assenta na Verdade e
dá a minha Vida. Este Caminho sou Eu: Jesus Eucaristia
(…) Desde os meus Sacrários, derramo o meu Espírito de
Amor. Agora escolhi novas igrejas, novos Sacrários para Me
guardarem; Sacrários Vivos que Me levem pelos caminhos
do mundo, que Me conduzam por entre aquela gente que não
pensa em Mim, que não Me procura, que não Me ama (…)
[A partir dos Sacrários Vivos] Derramarei abundantemente a
minha Graça para que os pecadores se tornem sensíveis aos
meus apelos. Caminharei, como outrora na terra da Pales-
tina, chegarei até ao extremo da terra e visitarei a todos, a
todos oferecerei a minha Graça, a todos oferecerei a Salva-
ção (…) A Obra deve envolver a vida e a atividade salesia-
na, porque a obra de São João Bosco deve fazer florescer a
23

3.4 Page 24

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minha Obra de Amor como “continuação” da primeira (…)
Eu por ti, meu Vigário, a todos os Sacerdotes, aos Salesia-
nos, às minhas almas, às almas pequenas, pequenas e hu-
mildes (…) Abençoa e autoriza a minha Obra de Amor (…)
Jesus, Sumo e Eterno Sacerdote, ao Papa Paulo VI, para a
sua glória e o advento do seu Reino de Amor nas almas».
O Santo Padre está na véspera da nova viagem apostólica
que o levará à Colômbia de 22 a 25 de agosto de 1968 para par-
ticipar em Bogotá no Congresso Eucarístico Internacional e a
Medellin na Conferência Geral dos Bispos da América Latina.
É a primeira visita do Papa à América Latina e, como sabemos,
ele ofereceu à Igreja, em 1965 “Misteryum Fidei” sobre a dou-
trina e o culto da Eucaristia. Jesus tem pressa que a Mensagem
chegue ao Santo Padre antes da sua partida, porque deseja partir
com ele, nele, nas Sagradas Espécies O padre Gabriello Zucco-
ni, diretor espiritual de Vera, esforçou-se por fazer chegar ao
Santo Padre as duas mensagens dirigidas a ele, e por indicação
dos Superiores dirigiu-se a Roma nos primeiros dias de agosto
de 1968. Ali, através do pároco de Castel Gandolfo, que era um
salesiano, entregou duas cartas, uma para o secretário pessoal
do Papa, Mons. Bossi, e outra para Paulo VI, e foram entregues
pessoalmente pelo pároco. O Vaticano respondeu escrevendo
à Cúria de Génova. O padre Raineri, naquele tempo Inspetor
da Inspetoria Ligure-Toscana, solicitado para dar informações
sobre o padre Zucconi, enviou à Cúria de Génova o que lhe foi
pedido. 10 Dois meses depois, em 20 de outubro, Jesus dita a
terceira Mensagem para Paulo VI. Trata-se de uma mensagem
de grande valor espiritual na qual emerge a união mística sacer-
dotal entre o Coração de Jesus e o coração de Paulo VI, feridos
pelo amor e a dor pela humanidade. Desta ferida no Coração
da Igreja que é o coração do Papa nascem os Sacrários Vivos
abençoados por ele.
10 M. R. SCRIMIERI, Relazione sull’iter seguito da don Zucconi presso i Su-
periori ed il Papa Paolo VI per l’Opera dei Tabernacoli Viventi. Centro Studi Ope-
ra dei Tabernacoli Viventi (Inédito).
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3.5 Page 25

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Jesus ao seu Primeiro Portador o Sumo Pontífice Paulo VI
Mensagem de amor ao meu querido Vigário na terra: Paulo!
Se os Sacrários Vivos devem ser em breve a expressão do
meu terno e profundo amor de Pai, de Irmão, de Amigo, de
Esposo, tu, Paulo, és e serás sempre cada vez mais o meu
Coração ferido pelo amor e pela dor. O pulsar do teu cora-
ção é o meu, e já não são dois corações, mas apenas o meu
Coração em ti, ferido pelo amor e pela ofensa, apenas o meu
Coração, que sofre, geme e ama no teu. O pulsar do amor
eucarístico, pelo qual anuncio a minha morte pelos homens
está no teu coração de Pastor de almas. Com este pulsar de
amor Tu, Paulo, dar-Me-ás às minhas almas consagradas para
que Eu, Jesus Eucaristia, faça viver e aumentar a Graça. Tu
dar-Me-ás, assim como Eu Me dei aos meus Apóstolos na
Última Ceia, para que as minhas almas se tornem as minhas
novas Moradas, os meus novos Templos pelos quais Eu, Je-
sus, poderei visitar toda a humanidade (…) Eu levei na Terra
uma nova Cruz de amor para a dar aos meus “chamados”.
Eis que Eu, Jesus, coloco-a agora nas tuas mãos de Pontífice.
Abençoa-a, dá-a às minhas almas para que elas, abraçando-a
com gratidão, respeito e amor, sejam por esta Cruz de amor e
sofrimento transformadas em Mim, Crucificado que vai, que
procura as suas almas por todos os caminhos do mundo.
O novo ano de 1969 começa com o anúncio de que as Men-
sagens serão as últimas. A última Mensagem para o Santo Padre
é dada a Vera a 15 de julho, duas semanas antes de Paulo VI par-
tir para a sua viagem ao Uganda por ocasião da Primeira Confe-
rência Episcopal Pan-Africana (31.7 – 2.8.1969). É a primeira
peregrinação de um pontífice em terra africana. O Papa foi ao
Uganda por ocasião da consagração do santuário dedicado aos
22 mártires ugandeses, leigos que ele tinha canonizado em 1964.
Foi preanunciado a Vera por Jesus: «Escreveremos em breve ao
Papa, ao meu amado Vigário Paulo VI, antes da sua viagem ao
Uganda. Quero que o meu Tabernáculo o acompanhe» Mensa-
gem 7.7.1969. E de facto, uma semana mais tarde, Jesus dita a
mensagem para o Papa. Nesta mensagem Paulo VI é convidado
a multiplicar as suas viagens apostólicas pelo mundo.
25

3.6 Page 26

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Agora devem chegar estas minhas santas Palavras ao meu Vi-
gário na terra, Paulo VI: “As tuas viagens têm de multiplicar-
-se, porque Eu, Jesus Mestre e Redentor, em ti que Me repre-
sentas, quero também com a minha santa Humanidade visitar
todos os povos da terra antes que chegue o dia em que Deus
Pai fará justiça. Pede-Me as Graças que Eu, Jesus, prometi na
minha Obra de Amor (…) Desejo que aproves e autorizes, para
que Eu, Jesus, mantenha quanto prometi. Que os Sacerdotes
Salesianos sejam confirmados na minha Mensagem de Amor,
e a sua incredulidade seja amanhã motivo de profunda reno-
vação interior para o bem e o amor que deveriam ter para co-
migo, Jesus. Tu, vai, meu querido Paulo, e Eu estou contigo,
na Cruz, na santa Cruz que te dei, na tua cabeça coroada de
espinhos por Mim e em Mim; tu, vai e leva-Me, dá-Me e tor-
na-Me conhecido na Santíssima Eucaristia. Eu desejo estar nos
meus Sacrários Vivos, e com eles viver com a humanidade,
com justos e pecadores. Acolho as minhas pequenas vítimas
e em Mim, no meu holocausto perene, ofereço-as a meu Pai
a fim de que te seja dada liberdade para autorizar isto, que é
palpitação de Amor, isto que é Caminho, Verdade, Vida: Jesus
nas Sagradas Espécies na Igreja que vai, que caminha para que
avance e encontre e abençoe todos antes desse dia (…) Jesus
Eterno Sacerdote, ao seu Vigário na Terra, Paulo VI. Abençoo-
-te e em ti e contigo abençoo na Santíssima Trindade, na minha
gloriosa Mãe Imaculada, nos meus Santos e nos meus Anjos,
toda a humanidade sofredora que visitarás comigo. Eu, Jesus
Crucificado, estou em ti”.
Paulo VI no ano seguinte dirigiu-se ao Extremo Oriente, à
Austrália e à Oceânia (1970).
26

3.7 Page 27

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5. O Processo da Obra em dirigido a Paulo VI
Ao Sumo Pontífice foram enviadas as quatro mensagens
endereçadas a ele, primeiro um resumo das mesmas, e depois
a Obra completa. Ocupou-se disso o padre Gabriello Zucconi,
salesiano, director espiritual de Vera, o qual, obedecendo ao seu
Inspector, padre Giovanni Raineri e ao Reitor-Mor, padre Luís
Ricceri, seguiu os seus conselhos e sugestões para fazer chegar
ao Santo Padre a Obra com o pedido da bênção Apostólica e a
autorização necessária.
Por duas vezes a Santa Sé contactou com a Cúria de Gé-
nova pedindo informações sobre o padre Gabriello Zucconi e,
pela segunda vez, com a Cúria de Savona pedindo informações
sobre Vera Grita e a Obra. O Bispo de Savona, dom Perego, en-
viou à Santa Sé uma resposta positiva sobre Vera: «Uma pessoa
digna de fé» 11. O padre Formento, reitor da Catedral de Savona,
que conhecia muito bem Vera, e garantiu por ela junto do Bispo.
Não há, porém, documentos escritos relativos à autorização
a respeito dos Sacrários Vivos “Portadores de Jesus Eucaristia”,
mas está documentada na agenda pessoal do padre Zucconi a
audiência privada de 22 de setembro de 1977, durante a qual
Paulo VI abençoou a Obra dos Sacrários Vivos. Fica sublinha-
do, porém, que no Pontificado de Paulo VI, em 1972 foram ins-
tituídos os Ministros Extraordinários da Comunhão, um pri-
meiro passo para levar e dar Jesus aos doentes e aos idosos.
11 Cf. V. GRITA, Carta de 20.3.1969 ao padre Zucconi.
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28

3.9 Page 29

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Vera Grita no
“Círculo dos Santos”
Ir. François-Marie Léthel OCD
Os escritos de Vera Grita (1923-1969) publicados neste li-
vro oferecem-nos uma esplêndida espiritualidade eucarística,
de grande atualidade e força profética para a Igreja do futuro.
Eles são a expressão da experiência mística vivida por ela nos
dois últimos anos de vida, uma experiência que é testemunho
e, em certo sentido, “confirmação” da grande verdade da fé ca-
tólica sobre a Presença Real de Jesus na Eucaristia. Na Hóstia
consagrada, a Igreja reconhece, ama e adora o verdadeiro Cor-
po do Filho de Deus, nascido da Virgem Maria, crucificado por
amor de nós, morto e ressuscitado: Ave verum Corpus natum de
Maria Virgine, vere passum, immolatum in Cruce pro homine!
Na Eucaristia, Jesus chama o discípulo a ser um Sacrário Vivo,
dizendo-lhe: Leva-me contigo! Estas são as expressões mais ca-
raterísticas da espiritualidade de Vera.
A forma literária destes escritos é a de mensagens, isto é,
da profecia bíblica na qual o próprio Senhor fala em primeira
pessoa por meio de uma pessoa escolhida por Ele. Trata-se tam-
bém de uma modalidade clássica da experiência mística cristã,
mas que é preciso interpretar bem e de algum modo “decifrar”.
Mais precisamente, trata-se do típico “profetismo femini-
no”, tão importante na história da Igreja, com as figuras emble-
máticas de santa Catarina de Sena, doutora da Igreja, e de santa
Brígida da Suécia no final da Idade Média. Através destas mu-
lheres místicas, Jesus fala à Igreja e ao mundo, especialmente
ao Papa e aos pastores, e é uma mensagem forte e audaciosa, de
amor e consolação, e também de conversão e de chamamento
29

3.10 Page 30

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à santidade (especialmente para os sacerdotes). Brígida deixa à
Igreja a ampla recolha das suas Revelações, enquanto o princi-
pal escrito de Catarina é o Diálogo, no qual a santa escuta a voz
de Deus Pai que responde às suas perguntas sobre o Mistério de
Cristo e da Igreja. A mesma forma literária do diálogo entre Je-
sus e o seu discípulo se encontra na Imitação de Cristo, o livro
que plasmou a vida espiritual de muitíssimos santos. Depois,
existem vários exemplos desse profetismo feminino, com estas
modalidades extraordinárias de locuções e visões. Podem citar-
-se os nomes de Joana d’Arc, Margarida Maria Alacoque, Cata-
rina Labouré, Bernadette Soubirous, Gemma Galgani, Faustina
Kowalska, das beatas Dina Bélanger e Alexandrina Maria da
Costa (salesiana cooperadora), da venerável Luise-Marguerite
Claret de la Touche, etc.
É importante interpretar bem estas mensagens, de grande
valor quando vêm de pessoas cuja santidade é reconhecida pela
Igreja (santas, beatas e veneráveis), que fazem resplandecer no
amor, grandes verdades da fé cristã, através da sua experiência
mística Os seus escritos e os testemunhos reunidos neste livro
fazem-nos entrar numa alma muito bela, uma alma “santa”1,
plena de caridade para com o Senhor e o próximo, muito hu-
milde e obediente, muito marcada pelo sofrimento físico e es-
piritual, e sempre seguida e apoiada pelos superiores e diretores
salesianos. Melhor do que “Revelações Privadas”, estas men-
sagens são a escuta pessoal de Vera à voz interior de Jesus, que
se faz sentir de muitos e diversos modos na oração dos santos,
segundo a personalidade de cada um, a sua sensibilidade, a sua
cultura. Assim Bento XVI explicava a mensagem dos santos
videntes de Fátima2. A este propósito, devemos acrescentar que
1 Assim, o padre Guido Roascio, carmelita descalço, que conheceu Vera no
último ano da sua vida, quando ela era hóspede no Deserto de Varazze, não receia
afirmar: «Vera era uma santa!».
2 Eis as suas palavras: «No ano 2000, na apresentação, tinha dito que uma
aparição, isto é um impulso sobrenatural, que não vem só da imaginação da pessoa,
mas na realidade da Virgem Maria, do sobrenatural, que um tal impulso entra num
sujeito e se exprime segundo a possibilidade do sujeito. O sujeito é determinado pe-
30

4 Pages 31-40

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4.1 Page 31

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as Mensagens publicadas neste volume são a voz de Jesus ou-
vida por uma mística especial italiana (como Catarina de Sena
e Gemma Galgani) embora com muitas palavras e repetições.
Ao invés, as místicas francesas são muitas vezes mais sinté-
ticas, com poucas palavras (como Joana d’Arc e Bernadette
Soubirous)!
Para interpretar bem estes textos, convém antes de mais re-
cordar o contexto histórico da experiência mística de Vera no
final da sua vida e também considerá-la à luz de alguns santos
mestres da espiritualidade eucarística. Os santos, de facto, ilu-
minam-se entre si. Considerados em conjunto, não se adicio-
nam um ao outro, mas multiplicam-se um pelo outro. Assim,
deve-se contemplar Vera neste “círculo dos santos”, pintado
pelo beato fra’ Angelico, onde os santos e os anjos se dão a
mão, e também se dão a mão para se ajudarem a caminhar para
a santidade3. Vera está próxima das santas que acabámos de
nomear, mas, a sua específica espiritualidade eucarística, está
ainda mais próxima santa Teresa de Lisieux, Doutora da Igreja,
e do venerável Cardeal François-Xavier Van Thuân, que vêm
confirmar plenamente a sua espiritualidade eucarística dos Sa-
crários Vivos.
las suas condições históricas, pessoais, temperamentais, e portanto, traduz o grande
impulso sobrenatural nas suas possibilidades de ver, de imaginar, de exprimir, mas
nestas expressões, formadas pelo sujeito, esconde-se um conteúdo que vai mais
além, mais profundo, e só no decurso da história podemos ver toda a profundidade,
que era – digamos – “vestida” nesta visão possível às pessoas concretas» (Bento
XVI, entrevista no avião durante a viagem a Fátima, em 11 de maio de 2010).
3 Era o ícone dos exercícios espirituais que tive a graça de pregar no Vaticano
para Bento XVI e a Cúria romana em 2011. O próprio Papa Bento fez referência a
esta imagem no seu discurso espontâneo dirigido a mim no fim destes exercícios.
«Você inseriu-nos na esfera destes Santos e mostrou-nos que mesmo os Santos “pe-
quenos” são os santos “grandes”. Mostrou-nos que a scientia fidei e a scientia amo-
ris andam juntas e completam-se, mais, que a razão grande e o grande amor andam
juntos, de modo que o grande amor vê mais do que só a razão». (Discurso de 19 de
março de 2011). A scientia fidei é a modalidade intelectual da teologia dos santos
(por exemplo em são Tomás), enquanto a scientia amoris é a modalidade mística.
Assim João Paulo II declarou Teresa de Lisieux Doutora da Igreja como «especia-
lista da scientia amoris» (Novo Millennio Ineunte, n. 42).
31

4.2 Page 32

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O testemunho de Vera no contexto dos anos 1967-1969
Vera vive esta experiência nos últimos anos da sua vida (se-
tembro de 1967 – dezembro 1969), que representam também um
momento dramático na vida da Igreja. São os anos mais caraterís-
ticos da grande crise da Igreja depois do Concílio, sob o pontifica-
do de Paulo VI, agora Santo, principal destinatário das mensagens
de Vera. Para o Papa, trata-se de uma profunda crise de fé no inte-
rior da Igreja, e por este motivo quis proclamar um ano da fé que
teve início em 29 de junho de 1967 na Solenidade dos Apóstolos
Pedro e Paulo e encerrou no ano seguinte pela mesma festa.
Em maio de 1968 explode a contestação na sociedade e na
Igreja e, um mês depois, Paulo VI encerra o ano da fé com o
seu grande Credo do Povo de Deus (30 de junho de 1968). É
uma apresentação clara e em pormenor das principais verdades
da fé, desenvolvendo particularmente as que eram então mais
ameaçadas: Jesus na Eucaristia, a Virgem Maria e a Igreja. Já
na sua Encíclica Mysterium Fidei sobre a Eucaristia, assinada
em 3 de setembro de 1965 (que era então a festa de são Pio X),
pouco tempo antes da conclusão do Concílio (8 de dezembro),
Paulo VI reafirmava a fé da Igreja, chamando os bispos a pro-
moverem o culto eucarístico, isto é, a espiritualidade Eucarísti-
ca, insistindo nos aspetos inseparáveis do sacrifício da Missa,
do valor da comunhão diária e do seu prolongamento na ado-
ração eucarística. À crise da fé na Eucaristia estava também
ligada uma profundíssima crise do sacerdócio, com o abandono
de milhares de sacerdotes. Por isso, mesmo em 1967, Paulo VI
voltou a propor uma autêntica espiritualidade sacerdotal com a
sua Encíclica Sacerdotalis Caelibatus. Depois, com a Maria-
lis Cultus de 1974, o Papa oferecerá à Igreja uma belíssima
proposta de espiritualidade mariana. Assim, no magistério de
Paulo VI como no seu testemunho pessoal de santidade, de fé
e de amor, são inseparáveis: Jesus na Eucaristia, o Sacerdócio,
Maria e a Igreja, isto é, Maria no mistério de Cristo e da Igreja
(Lumen Gentium, VIII). O Amor de Jesus tem o seu centro na
32

4.3 Page 33

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Eucaristia, e é vivido com Maria na Igreja. A autêntica espiri-
tualidade católica testemunhada pelos santos é inseparavelmen-
te eucarística, mariana e eclesial.
Leiga consagrada como Salesiana Cooperadora, Vera vive
esta espiritualidade na escola de dom Bosco, sob a orientação
dos seus diretores salesianos4, e faz também referência ao en-
sinamento mariano de São Luís Maria Grignion de Montfort (a
“escravidão de amor”) e à espiritualidade carmelita (sobretudo
no último ano vivido no Deserto de Varazze, lugar onde estava
o convento dos monges carmelitas). Para Montfort, como seria
mais tarde para dom Bosco, Maria é por excelência o Sacrário
Vivo do Verbo Incarnado. É a Mãe que dá sempre o seu Filho,
fruto do seu seio, e que ensina aos fiéis a acolhê-lo e guardá-lo
com fé e amor na Eucaristia. Assim o Tratado da Verdadeira
Devoção à Santíssima Virgem, de Montfort, conclui-se com um
final eucarístico: viver plenamente a sagrada comunhão com
Maria e em Maria (n. 266-273). Ali se encontra o Totus Tuus
continuamente respirado por são João Paulo II.5
Nestes anos de crise, encontramos o mesmo testemunho
na serva de Deus Chiara Lubich, fundadora da Obra de Maria
(Movimento dos Focolares), no amor de Jesus, na Eucaristia
4 Principalmente o padre Gabriello Zucconi, mas também o padre Giovanni
Bocchi e o padre Giuseppe Borra que será o seu primeiro biógrafo (1984). Depois,
o mesmo padre Borra será o diretor espiritual de uma outra mística, a estigmatizada
Teresa Musco di Caserta (1943-1976) da qual escreverá a vida em 1986, um ano
antes de ele morrer. São importantes estas figuras de sacerdotes salesianos espiri-
tuais, com o exemplo eminente do venerável Giuseppe Quadrio SDB (1921-1963),
grande místico e grande teólogo.
5 É a fórmula breve da consagração a Jesus por Maria, a Maria para receber
Jesus. Bento XVI recordou a importância disto em toda a vida de João Paulo II, na
sua homilia de beatificação, em 1 de maio de 2011: «O lema “Totus tuus” corres-
ponde à célebre expressão de são Luís Maria Grignion de Montfort, na qual Karol
Wojtyla encontrou um princípio fundamental para a sua vida: “Totus tuus ego sum
et omnia mea tua sunt. Accipio Te in mea omnia. Praebe mihi cor tuum, Maria
Sou todo teu e tudo o que é meu é teu. Tenho-te como todo o meu bem. Dá-me o
teu coração, ó Maria» (L.M. GRIGNION DE MONTFORT, Trattato della vera
devozione alla santa Vergine, n. 266). Estas palavras em Latim eram continuamente
recopiadas por Karol Wojtila sobre as páginas dos seus manuscritos, desde quando
era seminarista clandestino.
33

4.4 Page 34

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quotidiana, de Maria e da Igreja, em plena comunhão com Pau-
lo VI6. Antes do Concílio e da Dei Verbum, Chiara colocava
o acento no alimento da Palavra de Deus, “Palavra de Vida”,
inseparável do Pão de Vida eucarístico.
Com certeza, a Obra dos Sacrários Vivos iniciada por Vera
nestes anos é uma realidade humanamente pequena, mas na sua
verdade profunda é grande e profética. É como um novo de-
senvolvimento e uma nova aplicação da fé na Presença Real
de Jesus na Eucaristia. Trata-se de guardar em si a presença
Eucarística de Jesus recebido na comunhão, para levá-lo aos
outros. Este primeiro modo de ser Sacrário Vivo já pode ser
vivido por todos na Igreja. Mas há um segundo modo que não
é ainda plenamente possível: guardar a Hóstia Consagrada e
levá-la consigo ao meio dos homens. Para isto seria necessário
a permissão do Papa, e é isto que Vera pedia nas suas mensa-
gens a Paulo VI. Vera discretamente era apoiada pelos superio-
res salesianos e por alguns teólogos (salesianos, dominicanos e
carmelitas) que transmitiram ao Papa as suas mensagens. Paulo
VI abençoará a Obra depois da morte de Vera. Ao invés, não
há documentos relativos à autorização pedida para levar Jesus
Eucaristia, mas, facto positivo, durante o seu pontificado foram
instituídos os ministros extraordinários da Eucaristia em 1972:
homens e senhoras, leigos e consagrados que têm a missão de
levar a Eucaristia aos doentes e aos anciãos. Eles podem já vi-
ver em plenitude a palavra de Jesus a Vera: “Leva-me contigo”!
6 Posso ainda acrescentar o meu testemunho pessoal, porque estes dois últi-
mos anos da vida de Vera foram também os meus primeiros anos de vida religiosa.
Comove-me o facto de que Vera tenha recebido a sua primeira mensagem no dia
19 de setembro de 1967, quando eu entrei no Carmelo dois dias depois, em 21
de setembro, na festa de são Mateus. Fiz a minha profissão religiosa em 1968, e
experimentei pessoalmente esta grande crise da Igreja, ouvindo sempre a voz de
Paulo VI. A adoração eucarística era muito combatida, chamada por alguns também
“idolatria”! Tive de lutar dois anos para obter a permissão de uma hora de adoração,
diante do Santíssimo exposto uma vez por semana, e só opcional, para um pequeno
grupo! Não se falava já de tabernáculos, mas de “reserva eucarística” só para levar
a comunhão aos doentes, e não como lugar de oração.
34

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Vera no “círculo dos santos”, entre santa Teresa de Lisieux
e o venerável Cardeal François-Xavier Van Thuân
Acerca da espiritualidade eucarística, convém agora ver
como Vera, no “círculo dos santos”, estende uma mão a Teresa
de Lisieux (1873-1897) e a outra ao venerável Cardeal Fran-
çois-Xavier Nguyen Van Thuân (1928-2002).
Teresa de Lisieux
Nos escritos de Santa Teresa de Lisieux, o tema do Sacrário
Vivo está muito presente, mas, com diferença de Vera, sem ne-
nhum fenómeno extraordinário de mensagens ou locuções inte-
riores.7 São intuições espirituais, luzes profundas, quase sempre
recebidas num contexto eucarístico, muitas vezes no momento
de ação de graças depois da comunhão. Teresa é uma das maio-
res místicas, mas sem nenhum fenómeno místico.
Recordamos que a santa vive no fim do Oitocentos, quan-
do a Igreja não se exprimiu ainda definitivamente a favor da
comunhão diária. Assim, no seu Ato de Oferecimento ao Amor
Misericordioso – texto essencial publicado no fim da História
de uma Alma 8 a carmelita disse a Jesus:
7 É uma outra modalidade, talvez essencial da experiência mística, na escuta da Pa-
lavra de Jesus no Evangelho: «É sobretudo o Evangelho que me ocupa durante as orações,
nele encontro tudo o que é necessário para a minha humilde alma. Aí descubro sempre
novas luzes, significados escondidos e misteriosos. Compreendo e só por experiência
«que o reino de Deus está dentro de nós». Jesus não tem necessidade de livros nem de
doutores para instruir as almas. Doutor dos doutores, Ele está em mim, guia-me em cada
instante, inspira-me o que devo dizer ou fazer. Descubro, mesmo no momento em que
tenho necessidade, luzes que ainda não tinha visto: a maior parte das vezes não é durante
a oração que são mais abundantes, mas antes nas ocupações de cada dia» Ms A, 83v).
8 Publicada agora no texto autêntico, exatamente como a tinha escrito a santa, a Sto-
ria di un’anima riunisce os três Manoscriti autobiografici (Ms A, B e C com os números
dos fólios), com o acréscimo de duas das suas orações mais importantes: “La preghiera
della sua professione (Pr 2), e a sua Offerta Al’Amore Misericordioso (Pr 6). É o texto
principal de Teresa que ilumina todos os outros seus escritos: Lettere (LT), Poesies (P), Pie
Ricreazioni (PR) e Preghiere (Pr). (Ébo conteúdo de Pr). (É o conteúdo de Opere comple-
te, traduzidas e publicadas em Italiano em 1997 pela Libreria Editrice Vaticana, a partir do
original francês: Oeuvres Complètes, Paris, 1992, e Cerf/DDB. Publicamos recentemente
uma nova edição da História de uma Alma, com prefácio de Bento XVI (Roma, 2015,
35

4.6 Page 36

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Ah! os desejos do meu coração são imensos; peço-Vos, pois,
cheia de confiança, que tomeis conta de minha alma. Ah! não
tenho a felicidade de receber a Sagrada Comunhão tantas ve-
zes, quantas desejara; mas não sois Vós, Senhor, o omnipo-
tente? Permanecei em mim, assim como no Tabernáculo, não
Vos afasteis mais da Vossa pequenina hóstia!
Este é o “grito” mais profundo de Teresa acerca da comu-
nhão, com o desejo da comunhão quotidiana e de guardar em
si a presença eucarística de Jesus “como no Tabernáculo”, isto
é, como Sacrário Vivo! É um pedido muito significativo, face a
uma concepção errada, então muito difundida, segundo a qual
esta presença eucarística seria “momentânea”, de pouquíssimos
instantes, desaparecendo quando os acidentes do pão se dissol-
vem no nosso corpo, com a consequência ridícula que seria me-
lhor fazer a comunhão com uma hóstia grande do que com um
pequeno fragmento, para aproveitar de uma presença mais dura-
doura! Ao invés, Jesus disse: «Quem comer a minha carne e be-
ber o meu sangue permanece: (ou habita: menei, no texto grego)
em mim e Eu nele» (Jo 6,56). E é a verdade que Teresa crê e vive.
No Carmelo de Lisieux, Teresa não tinha licença de comun-
gar todos os dias.9 Assim, sofria muito por causa disso, mas
tinha esperança de uma mudança no futuro. E não era só ela: em
muitas santas religiosas do seu tempo, vê-se o mesmo desejo e
o mesmo sofrimento.10 Tinha sido grande o influxo negativo do
jansenismo, decididamente contrário à comunhão frequente. Já
edições OCD). Paço de Arcos: Edições Carmelo, 1996. Pr=Or / LT=CT / P= PN.
9 Deu-se, todavia, uma exceção, no tempo da epidemia de gripe, que pro-
vocou a morte de várias irmãs: «Durante todo o tempo em que a comunidade foi
provada, pude ter a inefável consolação de receber todos os dias a Sagrada Comu-
nhão…Ah!, como era ditoso!... Jesus mimoseou-me durante muito tempo, mais do
que às suas fiéis esposas, pois permitiu que m’O dessem, sem que as outras tivessem
a felicidade de O receber» (Ms A, 79v).
10 Foi também o maior sofrimento de santa Joana d’Arc (a santa mais amada
por Teresa de Lisieux e com ela padroeira de França): ser privada da comunhão
durante os quatro meses do seu processo de condenação. Muitas vezes fez o pedido
e recebeu uma recusa. Só na manhã da sua morte, 30 de maio de 1431, antes de ser
levada para a fogueira, recebeu Jesus Eucaristia no cárcere.
36

4.7 Page 37

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não era o Deus próximo dos santos, mas ao contrário um Deus
distante que não deixava os fiéis aproximarem-se d’Ele. Foi um
desastre para o povo de Deus. Todavia, já na Idade média, en-
quanto a espiritualidade eucarística colocava em relevo a fé na
Presença Real (contra os erros de Berengário e dos teólogos
racionalistas) sob a forma da adoração ainda não era aconselha-
da a comunhão frequente. Sobre este ponto santa Catarina de
Sena é uma feliz exceção, como a grande profeta da comunhão
quotidiana, o que escandalizava os seus contemporâneos.11 Te-
resa de Lisieux, as santas e os santos do seu tempo retomam e
intensificam este desejo profético, com a certeza de que a Igreja
se exprimirá a favor da comunhão quotidiana, o que acontecerá
poucos anos depois, com o Decreto de são Pio X em 1905. Na
espiritualidade eucarística de Teresa, a comunhão encontra-se
no centro.
Para Teresa, a Eucaristia é por excelência o sacramento do
Amor Misericordioso de Jesus, do Amor divino que se abaixa,
que se torna pequeno, que deseja unir-se a nós, viver connosco
e em nós, pobres filhos pecadores. Em poucas palavras, Teresa
reassume toda a sua espiritualidade eucarística na sua última
carta escrita para um futuro sacerdote, o seminarista Maurice
Bellière, seu primeiro irmão espiritual. É uma imagem que re-
presenta Jesus Menino na Hóstia consagrada nas mãos do sa-
cerdote, ao lado da qual Teresa escreveu estas simples palavras:
«Não posso temer um Deus que Se fez tão pequenino por mim…
amo-O!... Porque é só amor e misericórdia!» (CT 266). Em
poucas palavras, é como o testamento eucarístico da santa. Na
Eucaristia, Jesus é o Deus próximo, o Deus Amor Misericor-
dioso, o Deus que se faz pequeno, que não mete medo, mas que
11 A este propósito podemos citar as palavras do dominicano Tommaso Caf-
farini, testemunha e biógrafo de Catarina: «Entretanto devemos saber que, embora
sendo costume dos cristãos do seu tempo orientado para evitar a comunhão fre-
quente, Catarina desejava comungar também todos os dias. […]. Se tivesse po-
dido, comungaria todos os dias, porque sabia que o venerando Sacramento era o
único meio para conseguir unir-se de alma e corpo com o seu Esposo» (Legenda
Minor, c XII).
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4.8 Page 38

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suscita a nossa resposta de confiança e de amor. É o verdadeiro
Corpo nascido de Maria Virgem como Menino, é o Crucificado
e o Ressuscitado!
Na história da sua primeira comunhão, Teresa exprime a in-
timidade da sua união com Jesus, como uma “fusão”. Descreve-
-a como «o primeiro beijo de Jesus à sua alma». É já a experiên-
cia do amor esponsal, corpo de Jesus com o dom total, recíproco
e definitivo entre o Esposo e a esposa. A Jesus que «se dava tão
amorosamente a ela», Teresa responde: «Amo-Te e dou-me a Ti
para sempre» (Ms A 35rv). Para a carmelita, a união mística com
Jesus, o matrimónio espiritual não será mais do que a comunhão
eucarística plenamente vivida com o auxílio de Maria.12
A Maria, Teresa diz: «Tu és a Doce Estrela / Que me dás
Jesus e me unes a Ele» (P 5). Contemplando-a grávida, chama-
-lhe o «Tabernáculo / Que esconde a divina beleza do Senhor»
(P 54). No momento da comunhão não teme identificar-se com
Maria na Anunciação, quando o Filho de Deus desceu do Céu e
incarnou no seu seio virginal:
Ó Mãe bem-amada, apesar da minha pequenez
Como tu possuo em mim o Omnipotente
Mas eu tremo ao ver a minha fraqueza:
O tesouro da mãe pertence ao filho
E eu sou tua filha, ó minha Mãe querida!
As tuas virtudes, o teu amor, acaso não são meus?
Por isso quando a Hóstia branca vem ao meu coração
Jesus, o teu Manso Cordeiro, julga repousar em ti!... (ibid)
Do mesmo modo, o sacerdote deve aprender de Maria todo
o seu amor ao Corpo de Jesus.13 Como Vera, Teresa fala insepa-
12 Temos o exemplo disso nestas palavras da santa: «O meu céu está oculto
na Hóstia pequenina / Onde Jesus, meu Esposo, se esconde por amor / A este Fogo
Divino eu vou buscar a vida, / E nele o meu Salvador ouve-me noite e dia. / «Oh!
que feliz instante quando na tua ternura / Vens, meu Bem-amado, transformar-me
em Ti.» / Esta união de amor, esta inefável loucura, / Eis o meu Céu!» (P. 32).
13 Assim, rezando pelo seu irmão espiritual o seminarista Bellière, Teresa dis-
se a Nossa Senhora: «Dignai-Vos ensinar-lhe desde já com que amor pegáveis no
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4.9 Page 39

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ravelmente de Jesus na Eucaristia, de Maria e dos sacerdotes.
Como ministro da Eucaristia, o sacerdote deve ser o primeiro
Sacrário Vivo que, com Maria, na fé e no amor, acolhe Jesus
e o dá aos homens. Nesta luz, a santa vai ao coração da vida
e da vocação do sacerdote quando escreve: «Sinto em mim a
vocação do Sacerdote. Com que amor, ó Jesus, Te seguraria nas
minhas mãos quando, à minha voz, descesses do Céu… Com
que amor Te daria às almas!» (Ms B 2v). Teresa é padroeira das
Missões, sempre com esta dinâmica eucarística.
Acerca da comunhão, Teresa coloca o acento principal, não
sobre o nosso desejo de receber Jesus, mas sobre o desejo de
Jesus vir a nós, de unir-se a nós, e de permanecer connosco e
em nós. Jesus não quer permanecer fechado no frio Tabernáculo
de pedra, mas deseja vir ao Tabernáculo de carne, ao Sacrário
Vivo do nosso coração. Diz isso com grande clareza: «Não é
para ficar no cibório de ouro que Jesus desce todos os dias do
Céu, mas para encontrar um outro Céu que
Lhe é infinitamente mais caro que o primeiro: o Céu da nossa
alma, feita à sua imagem, o templo vivo da adorável Trindade».14
A santa já tinha expressado este pensamento quando era no-
viça, na sua carta de 30 de maio de 1889 à prima Maria Guérin
que tinha deixado de receber a comunhão por causa dos seus
escrúpulos (acerca da castidade). Eis as suas palavras mais ca-
raterísticas:
Ó minha querida, pensa que Jesus está no tabernáculo ex-
pressamente para ti, para ti só, arde com o desejo de entrar
no teu coração… não oiças o demónio, zomba dele e vai sem
medo receber o Jesus da paz e do amor! […] O teu coração
é feito para amar Jesus, para O amar apaixonadamente, reza
muito para que os mais belos anos da tua vida não se passem
em receios imaginários. Temos apenas os breves instantes
Divino Menino Jesus e o envolvíeis em paninhos, para que possa um dia subir ao
Altar Sagrado e levar nas suas mãos o Rei dos Céus» (Pr 8).
14 Ms A, 48v. Do mesmo modo escreve: «O mistério de amor! / O meu pão quo-
tidiano, / Jesus, és Tu! / A tua píxide dourada, / preferida entre todas, / Jesus, sou eu!»
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4.10 Page 40

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da nossa vida para amar Jesus, o demónio bem o sabe, por
isso esforça-se por consumi-la em trabalhos inúteis... Irmã-
zinha querida, comunga muitas vezes, muitas vezes… É esse
o único remédio, se quiseres curar-te […]. Não receies amar
demasiado a SSma Virgem, nunca a amarás suficientemente
e Jesus ficará muito contente visto que a SSma Virgem é a sua
Mãe (CT 92).
Esta carta tinha agradado muito a São Pio X. A causa de
beatificação tinha sido aberta sob o seu pontificado, e ele mesmo
tinha profetizado que Teresa viria a ser “a maior santa dos tem-
pos modernos!” Foi ele que, em 1905, se tinha definitivamente
pronunciado acerca do valor da comunhão diária, segundo a
intenção do próprio Jesus que tinha escolhido o pão, alimento
quotidiano do homem. Segundo São Pio X, era não só permiti-
do, mas também aconselhado, a cada fiel receber a comunhão
cada dia, se não tivesse pecado grave na sua consciência (neste
caso, devia antes receber a Misericórdia no sacramento da Re-
conciliação). Graças a esta intervenção decisiva do Santo Papa,
quase todos os santos do século XX, também os leigos, são san-
tos da comunhão quotidiana. São Pio X abria também a comu-
nhão às crianças mais pequenas. Assim, a venerável Antonietta
Meo (“Nennolina”), falecida aos 6 anos, tinha feito a primeira
comunhão aos 5 anos!
O cardeal Van Thuân
Em 4 de maio de 2017, o Papa Francisco reconheceu as vir-
tudes heróicas do Cardeal François-Xavier Nguyen Van Thuân.
Este novo venerável é uma excecional figura de santidade, um
testemunho de Cristo particularmente próximo de São João
Paulo II, que o tinha criado cardeal em 2001, um ano antes da
morte do cardeal. O Papa tinha-o convidado a pregar os exercí-
cios espirituais no Vaticano para o grande jubileu de 2000 sobre
o tema da esperança. É um grande místico, testemunho de gran-
díssima espiritualidade eucarística e mariana, realizando ple-
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5 Pages 41-50

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5.1 Page 41

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namente na sua vida tudo o que Vera tinha profetizado acerca
dos Sacrários Vivos. Este facto é muito impressionante porque,
provavelmente nunca ouviu falar de Vera e da sua Obra. Porém,
era muito próximo de Chiara Lubich, partilhando a espirituali-
dade dos Focolares, mas também profundamente influenciado
por Teresa de Lisieux e Luís Maria Grignion de Montfort.
Exatamente em 1967, Paulo VI tinha-o nomeado bispo de
Nha Trang, no Vietname. Jovem bispo de trinta e nove anos, ti-
nha-se empenhado totalmente ao serviço do seu povo nos anos
dramáticos da guerra. Muito estimado por Paulo VI, foi nomeado
arcebispo coadjutor de Saigão em abril de 1975, mas logo a se-
guir, com a vitória dos comunistas, foi preso em 15 de agosto de
1975 e sem nenhum processo, teve de ficar mais de treze anos na
prisão, dos quais nove em isolamento, até à libertação em 21 de
novembro 1988. Para ele, estas duas festas marianas da Assun-
ção e da Apresentação no Templo tinham um profundo significa-
do para iluminar todo o período tão dramático da sua vida. Vive
então uma experiência mística centrada na Eucaristia em todas
as suas dimensões de sacrifício, comunhão, presença e adoração.
Assim, a 7 de outubro de 1976, depois de um ano em prisão
duríssima, escreve esta oração que sintetiza a sua espiritualida-
de eucarística:
Amabilíssimo Jesus, esta tarde, no interior da minha cela,
sem luz, sem janela, quentíssima, penso com fortíssima sau-
dade na minha vida pastoral. […] Outrora celebrava com pa-
tena e cálice dourado, agora, com o teu sangue na palma da
minha mão […] Outrora ia visitar-Te no tabernáculo, agora
levo-Te, dia e noite, comigo, na algibeira. Outrora celebrava
a Missa diante de milhares de fiéis; agora na obscuridade da
noite, passando a comunhão sob os mosquiteiros […] Outrora
eu dava a bênção solene com o Santíssimo na catedral, agora
faço a adoração eucarística cada dia às 21 horas, no silêncio,
cantando baixinho o Tantum Ergo, a Salve Regina.15
15 Muitos textos foram publicados, outros encontram-se, com testemunhos, na
excelente Positio para a Causa de Beatificação e Canonização.
41

5.2 Page 42

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Muitos outros sacerdotes têm celebrado a Missa em con-
dições semelhantes, nos campos de concentração nazis ou co-
munistas. Mas eu quis evidenciar o aspeto mais original, que
se refere exatamente à espiritualidade dos Sacrários Vivos, isto
é, de levar consigo a hóstia consagrada. Ele vive isso como sa-
cerdote e bispo, mas, no mesmo período de perseguição comu-
nista, os leigos mais fervorosos viviam a mesma experiência.
De facto, os bispos do Vietname tinham dado aos fiéis, homens
e mulheres, a licença de levar consigo a Eucaristia, para dar a
comunhão nos lugares onde os sacerdotes não podiam chegar.
Acontecia o mesmo no tempo da Revolução Francesa.
Este facto de levar consigo a hóstia consagrada tinha im-
pressionado o seu arcebispo, que na sua relação a Roma em
1978 escrevia: «ele adquiriu o hábito de guardar consigo, depois
da Missa, uma hóstia pequena consagrada». Ao mesmo tempo,
vive momentos de sofrimento extremo como juntamente com
Jesus no Getsémani. Segundo o testemunho da sua irmã, «ao
ver o sofrimento dos prisioneiros com ele e o seu mesmo sofri-
mento, ele deu-se conta que somente a presença de Jesus Eu-
caristia podia dar sentido e força àquela sua situação de vida».
Van Thuân não receia partilhar esta espiritualidade euca-
rística de Sacrários Vivos com os outros. Assim o testemunha
um outro sacerdote, o Reitor do Seminário Diocesano que era
prisioneiro com ele:
Como sinal da esperança, ele deu-me um outro presente que
eu julguei preciosíssimo, isto é, com a lata dos frascos tinha
feito um anel que me ofereceu, perguntando-me o que era, e
eu lhe respondi que era um brinquedo; mas ele respondeu-me
que era um anel, no qual tinha escondido um fragmento de
Partícula consagrada, a fim de que eu levasse sempre comi-
go Jesus Eucaristia, e eu achei que isso era extraordinário,
e ainda agora me comovo ao pensar no que ele fez por mim.
Era o cumprimento pleno da palavra de Jesus a Vera: Leva-
-me contigo! Mais tarde, depois da sua libertação, Van Thuân
42

5.3 Page 43

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testemunhou com frequência esta experiência eucarística vivi-
da na prisão.
Assim, a um grupo de sacerdotes ele contou como, desde o
início da sua detenção, tinha conseguido ter um pouco de vinho
num frasquinho de “medicina contra a doença do estômago”,
e também hóstias pequenas escondidas. Podia assim celebrar
a Missa com três gotas de vinho na palma de uma mão, e um
fragmento de hóstia na outra. No campo de reeducação, cele-
brava às escondidas para os outros prisioneiros, dava a comu-
nhão, e distribuía estes humildes tabernáculos clandestinos, le-
vando também consigo Jesus Eucaristia:
Fizemos saquinhos com papel de maços de cigarros para con-
servar o Santíssimo Sacramento. Jesus eucarístico está sem-
pre comigo no bolsinho da camisa. […] Em cada semana tem
lugar um acto de doutrinação, na qual deve participar todo o
campo. No momento de intervalo, com os meus companhei-
ros católicos, aproveitamos para passar um pacotinho a cada
um dos outros quatro grupos de prisioneiros: todos sabem que
Jesus está no meio deles, é Ele que cura todos os sofrimentos
físicos e mentais. À noite, os prisioneiros alternam-se por tur-
nos de adoração; Jesus eucaristia ajuda de modo maravilho-
so com a sua presença silenciosa. Muitos cristãos voltam ao
fervor da fé durante estes dias; também budistas e outros não
cristãos se convertem. A força do amor de Jesus é irresistível.
A obscuridade da prisão torna-se luz, a semente germina na
terra durante a tempestade. Ofereço a Missa juntamente ao
Senhor: quando distribuo a comunhão dou-me a mim mesmo
ao Senhor para fazer-me alimento para todos. Isto quer dizer
que estou sempre totalmente ao serviço dos outros. Cada vez
que ofereço a Missa tenho oportunidade de estender as mãos
e de cravar-me sobre a Cruz com Jesus, de beber com Ele o
cálice da amargura. Todos os dias, recitando ou ouvindo as
palavras da consagração, confirmo com todo o coração e com
toda a alma um novo pacto, um pacto eterno entre mim e Je-
sus, mediante o seu sangue junto com o meu (1Cor 11, 23-25).
Jesus sobre a cruz iniciou uma revolução. A vossa revolução
deve começar na mesa eucarística e daqui ser levada à frente.
Assim podereis renovar a humanidade.
43

5.4 Page 44

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Passei 9 anos em isolamento. Durante este período celebrei
a Missa todos os dias pelas 3 horas da tarde: a hora de Jesus
agonizante sobre a cruz. Estou só, posso cantar a minha Mis-
sa como quiser em latim, francês, vietnamita… Levo sempre
comigo o saquinho que contém o Santíssimo Sacramento: «Tu
em mim e Eu em ti». São as Missas mais belas da minha vida.
À tarde, das 21 horas às 22, faço uma hora de adoração, canto
Lauda Sion, Pange lingua, Adoro Te, Te Deum e cânticos em
língua vietnamita, apesar do ruído do alto-falante que dura
das 5 da manhã às 11 e 30 da noite. Sinto uma paz singular de
espírito e de coração, e a alegria, a serenidade da companhia
de Jesus e Maria e José. Canto Salve Regina, Salve Mater,
Alma Redemptoris Mater, Regina coeli… Em união com a
Igreja universal. Apesar das acusações, as calúnias contra
a Igreja, canto Tu es Petrus, Oremus pro Pontifice nostro,
Christus vincit… Como Jesus alimentou a multidão que o se-
guia no deserto, na Eucaristia é Ele mesmo que continua a ser
alimento de vida eterna. Na Eucaristia anunciamos a morte
de Jesus e proclamamos a sua ressurreição. Há momentos de
tristeza infinita, que hei de fazer? Olhar para Jesus crucifi-
cado e abandonado sobre a cruz. Aos olhos humanos, a vida
de Jesus é um fracasso, é inútil, é frustrada, mas, aos olhos
de Deus, Jesus sobre a cruz cumpriu a ação mais importan-
te da sua vida, porque derramou o seu sangue pela salvação
do mundo. Quanto Jesus está unido a Deus, quando, sobre a
cruz, já não pode pregar, curar os enfermos, visitar as pes-
soas, fazer milagres, mas permanece na imobilidade total!
Maria está intimamente presente nesta experiência eucarís-
tica. Depois de nos ter entregado o Dom do seu Corpo e do seu
Sangue, Jesus deu-nos sua Mãe:
Como filho de Maria, em particular durante a Santa Missa,
quando pronuncio as palavras da consagração, identifico-me
com Jesus, in persona Christi. Quando pergunto a mim mes-
mo o que significou Maria na minha escolha radical por Je-
sus, a resposta é clara: sobre a cruz Jesus disse a João: «Eis
aí a tua Mãe» (Jo 19, 27). Depois da instituição da Eucaristia,
o Senhor não podia deixar nada mais precioso do que a sua
Mãe. Para mim, Maria é o Evangelho vivo, em formato de
44

5.5 Page 45

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bolso, com a maior difusão, mais próxima de mim do que
a vida de todos os santos. Maria é a minha Mãe: aquela que
Jesus me deu. A primeira reação de um menino quando está
mal ou tem medo é a de chamar. «Mamã!». Esta palavra, para
um menino é tudo. Maria viveu inteiramente e exclusivamen-
te para Jesus.
Ele mesmo contou como nos momentos mais extremos de
desolação, conseguia apenas repetir a Ave Maria.16 No período
mais duro do isolamento escreve esta oração de consagração,
de confiança total em Jesus por meio de Maria:
Maria, minha Mãe, Mãe de Jesus, Mãe nossa, para me sentir
unido a Jesus e a todos os homens, meus irmãos, quero cha-
mar-te nossa Mãe. […] Em mim, ó Mãe, continua a operar,
a rezar, a amar, a sacrificar-me; continua a cumprir a vonta-
de do Pai, continua a ser a Mãe da humanidade. Continua
a viver a paixão e a ressurreição de Jesus. Ó Mãe, eu me
consagro a Ti, todo a Ti, agora e para sempre. Vivendo no
teu espírito e no de José, eu viverei no espírito de Jesus, com
Jesus, José, os anjos, os santos e todas as almas. Eu Te amo,
nossa Mãe, e partilharei a tua fadiga, a tua preocupação e a
tua luta pelo reino do Senhor Jesus. Ámen.
É a mesma consagração de Montfort, vivida por João Pau-
lo II e por Vera, que conduz a uma «identificação do fiel com
Maria no seu amor a Jesus, no seu serviço a Jesus».17 Esta forte
espiritualidade eucarística e mariana é essencialmente apostóli-
ca: levar Jesus consigo para comunicar o seu amor aos homens,
amigos ou inimigos. Van Thuân deixou-nos um extraordinário
testemunho do amor aos inimigos. Falando dos seus duros car-
16 No meu ministério sacerdotal com doentes terminais e moribundos, pude
experimentar esta força da Ave-Maria, especialmente das últimas palavras: «Santa
Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora da nossa morte».
17 É a expressão de João Paulo II na sua importante Lettera ai religiosi e alle
religiose delle Famiglie Monfortane de 8 de dezembro de 2003 (n. 5). Nos passos
de Montfort, Chiara Lubich insistia também neste aspeto: «Tornar-me uma outra
Maria, uma pequena Maria» CIT.
45

5.6 Page 46

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cereiros comunistas, escreve: «Tinha decidido amá-los». E não
era ele, era Jesus sempre presente com ele que os amava e que
progressivamente os levava a ficarem amigos!
Uma mensagem profética para a Igreja de hoje e do futuro
É a mesma Voz de Jesus que fala à sua Igreja através do
magistério e dos santos. A mensagem eucarística de Vera é ple-
namente confirmada e reforçada por Santa Teresa de Lisieux e
do venerável Van Thuân. Não são, portanto, ilusões nem pie-
dosas exagerações de uma pessoa exaltada, mas uma poderosa
profecia para a Igreja, uma “palavra de vida” dirigida a todo o
povo de Deus: o papa, os bispos e os sacerdotes, os diáconos, os
ministros extraordinários da Comunhão, os religiosos e todos
os leigos que vivem no matrimónio ou no celibato. É um modo
maravilhoso para reafirmar a centralidade da Eucaristia na vida
da Igreja Peregrina. Jesus na Eucaristia é como o sol que ilu-
mina e aquece todo o povo de Deus em caminho para a Pátria
Celeste. Assim falava já Santa Catarina de Sena.
Com o seu tema dos Sacrários Vivos, Vera convida-nos a
redescobrir a maravilha da Presença Real de Jesus na Eucaris-
tia como o grande Mistério da proximidade de Deus Amor com
os homens. Como santa Catarina de Sena, Vera escuta a voz
deste Deus “louco de amor” por nós, que se aproximou de nós
de modo inefável e insuperável nos mistérios da Incarnação,
da Redenção e da Eucaristia. É verdadeiramente o Emanuel, o
Deus connosco! É Ele que nos diz esta parábola mais caraterís-
tica nas mensagens de Vera: “Leva-me contigo”.
Estamos concentrados no período mais recente, conside-
rando a espiritualidade eucarística de Teresa e de Van Thuân,
mas, na realidade, é toda uma dinâmica no caminho histórico
da Igreja para aproximar cada vez mais a Eucaristia dos fiéis e
os fiéis da Eucaristia. E frequentemente são os santos (sobretu-
do as santas) que dão o impulso à autoridade eclesiástica para
46

5.7 Page 47

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adiantar novos passos neste caminho de aproximação. Acerca
da festa do Corpo de Deus, o primeiro impulso veio de Santa
Giuliana de Liege no século XIII. Depois virão logo as decisões
de Urbano IV e a obra de São Tomás de Aquino, o grande teó-
logo da Eucaristia. Era a resposta da fé do povo de Deus e da
verdadeira teologia, confirmada pelo papa, perante as opiniões
erradas acerca da Presença Real.
O outro grande passo de aproximação foi a comunhão diá-
ria, tão desejada por Teresa e pelos santos do século XIX e de-
finitivamente aprovada por São Pio X no início do século XX.
Depois, neste caminho de aproximação, foi aliviado o jejum eu-
carístico no princípio para três horas, depois para uma hora an-
tes da comunhão. Inicialmente era a partir da meia-noite, sendo
muito duro para os sacerdotes e os fiéis, e tornava praticamente
impossível a missa à tarde.
O Santo Paulo VI, que tinha orientado com muita sabedoria
o Concílio Vaticano II, ofereceu a toda a Igreja uma renovada
espiritualidade eucarística à luz do Concílio, perante novos er-
ros que se tinam difundido. Depois dos anos da grande crise,
floresceu na Igreja a Adoração Eucarística, com a Renovamen-
to do Espírito Santo e a espiritualidade mariana nos Movimen-
tos e nas novas comunidades.
Sempre na mesma direção de uma maior aproximação de
Jesus na Eucaristia, novos passos foram dados por Paulo VI
e pelos seus sucessores, com a restauração do diaconado per-
manente, a instituição dos ministros extraordinários da Comu-
nhão, as celebrações comunitárias da Palavra e com a comu-
nhão eucarística (na ausência do sacerdote) e a autorização da
comunhão na mão mediante a qual os fiéis podem também tocar
com fé e amor o verdadeiro Corpo de Jesus. É a mesma familia-
ridade com Jesus, amorosa e adorante, vivida por Teresa e Vera.
Hoje, muitos bispos alargaram a permissão de guardar a
Eucaristia na própria casa: para os sacerdotes (nas próprias
reitorias), para os doentes, para as pequenas comunidades de
consagrados e consagradas, para as famílias comprometidas no
47

5.8 Page 48

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serviço aos pobres e das pessoas mais feridas, para as consa-
gradas da Ordo Virginum, para os eremitas, sempre com um
atento discernimento das situações para evitar abusos. Assim,
a profecia de Vera acerca dos Sacrários Vivos está a realizar-se
na vida da Igreja, e seguramente para enfrentar tempos difíceis.
Foi na perseguição que Van Thuân pôde viver em plenitude o
ser Sacrário Vivo, e a perseguição está muito presente na Igreja
de hoje, sob muitas formas diversas.
Por outro lado, não faltam hoje novas dificuldades e obstá-
culos que tendem de novo a afastar os fiéis do encontro quoti-
diano com Jesus Eucaristia. O maior problema é evidentemente
o número insuficiente de sacerdotes, com uma terrível crise das
vocações na Europa e na América do Norte, a tal ponto que se
torna muito difícil para os fiéis participar na Missa todos os
dias. Outro problema é a descristianização das próprias regiões
do mundo, com uma grande indiferença religiosa. As igrejas
estão vazias e muitas vezes fechadas, porque são raríssimos os
fiéis que vão rezar diante do tabernáculo. A isto se acrescenta
o problema das profanações da Eucaristia, cada vez mais fre-
quentes, por parte das seitas satânicas, que têm como conse-
quência a retirada do Santíssimo Sacramento de muitas igrejas
ou capelas. Também sendo as profanações uma coisa horrível,
o mais diabólico é a retirada de Jesus Eucaristia que se torna
inacessível àqueles que O amam! Deve-se acrescentar que é
maior o risco destas profanações nas igrejas desertas do que nas
casas de fiéis ou nas pequenas tecas guardadas pelos ministros
da Comunhão.
Um outro problema aparece também de uma corrente teo-
lógica e pastoral, bastante difundida hoje, que propõe aos fiéis
e aos sacerdotes o chamado jejum eucarístico, isto é, abster-se
voluntariamente da Eucaristia ao menos um dia por semana.18
18 Já tinha feito a experiência nos anos setenta, antes da minha ordenação sa-
cerdotal (1975), numa das nossas comunidades de carmelitas em França, onde era
praticado este “jejum eucarístico” um dia por semana. Mas justamente, o superior
permitiu-me receber a comunhão sozinho. O padre René Voillaume sentia-se muito
48

5.9 Page 49

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Esta corrente insiste justamente sobre a importância da Euca-
ristia dominical, mas relativizando muito a Eucaristia quotidia-
na, como se fosse um exagero. Antes de tudo, falar de “jejum”
eucarístico neste sentido é um abuso de linguagem, porque esta
expressão tradicional significa exatamente o contrário: renun-
ciar a qualquer alimento (agora por um tempo breve de uma
hora), para receber o Alimento Eucarístico! A intenção seria
também evitar a rotina do quotidiano, mas basta ouvir os santos
da comunhão diária, (como por exemplo Santa Gemma Galga-
ni), para ver tudo o contrário: cada dia é a festa sempre nova
do Amor! A fome eucarística, o desejo da comunhão quotidiana
não é uma “gulodice espiritual” que se deveria mortificar. Te-
resa de Lisieux mostrou-nos que é a nossa resposta ao “grande
desejo” de Jesus (cf. Lc 22, 15) de se unir a nós todos os dias,
de vir a nós e de ficar connosco. Finalmente, esta corrente opõe-
-se frontalmente ao magistério de São Pio X, confirmado pelo
Concílio Vaticano II e por Paulo VI, sobre o valor da comunhão
diária. A referida ideia não é de nenhum modo um progresso,
mas um voltar atrás! Penso que seria importante um debate fra-
terno com representantes desta corrente, que são muitas vezes
pessoas espirituais e empenhadas na vida da Igreja.
Por causa de todos estes problemas, muitos fiéis viverão a
espiritualidade dos Sacrários Vivos ao modo de Teresa de Li-
sieux, apropriando-se da sua oração: «Ah, não posso receber
a Sagrada Comunhão tantas vezes como desejo! Mas, Senhor,
não és Tu Omnipotente? Fica em mim como no Tabernáculo.
Nunca te afastes da tua pequena hóstia!». Como Teresa de Li-
sieux, Vera ajuda-nos a compreender não só quanto Jesus nos
ama, mas também “quanto deseja ser amado”. Assim a carme-
lita explicava o sentido da sua Oferta ao Amor Misericordioso
(Ms A, 84r), logo partilhado com as suas irmãs, e em seguida
com todos os batizados.
preocupado por causa desta corrente, e tinha-se falado disso no nosso último encon-
tro, pouco antes da sua morte. Ele tinha sido convidado por Paulo VI para pregar os
exercícios espirituais no Vaticano, exatamente em 1968.
49

5.10 Page 50

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A mensagem de Vera é atual e preciosa para todos, e antes
de tudo, para os sacerdotes, os ministros da Comunhão, chama-
dos a ser os primeiros Sacrários Vivos, para ajudá-los a crescer
no Amor a este grande Sacramento, na celebração quotidiana da
Missa, nos longos momentos de oração diante do tabernáculo
(como faziam todos os santos sacerdotes), na missão de levar
a comunhão aos doentes e aos anciãos. É também um chama-
mento a cultivar a fraternidade sacerdotal, sobre a qual insiste
muito o Papa Francisco, entre sacerdotes jovens e idosos, entre
aqueles mais conservadores e os mais inovadores. A Eucaristia,
sacramento do Amor de Jesus, é o sacramento do Amor fra-
terno, da Unidade da Igreja; é por excelência o sacramento da
fraternidade sacerdotal.
É uma mensagem forte também para os religiosos, as re-
ligiosas e os leigos, para viverem melhor a Eucaristia quoti-
diana participando na Missa (ou só na comunhão quando não
há sacerdote), e para rezar todos os dias junto do Santíssimo
Sacramento. Não há dúvida que o Papa e os bispos em comu-
nhão com ele saberão todos dar os novos passos para aproximar
todos os fiéis a Jesus na Eucaristia, todos os dias, na comunhão
e na adoração.
Nesta direção, a resposta dos Sacrários Vivos é, portanto,
a resposta atual, e encontra já a sua realização na missão dos
ministros extraordinários da Comunhão, com a intenção pro-
fundamente mística e apostólica de Vera: Levar Jesus consigo
para dá-lo aos irmãos. É uma proposta ampla, aberta a todos,
às “almas simples” que querem caminhar em direção à santi-
dade. Nisto, também, Teresa e Vera dão-se as mãos e dão-se as
mãos para viver plenamente a Eucaristia como o grande Sacra-
mento do Amor de Jesus.
Avon, 6 de julho 2017
na festa de santa Maria Goretti
50

6 Pages 51-60

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6.1 Page 51

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“Leva-me contigo”!
Notas teológico-espirituais sobre
a espiritualidade dos Sacrários Vivos
Padre Roberto Carelli SDB
Salvaguardando os decretos indiscutíveis de Deus, cujos
pensamentos não são os nossos pensamentos e cujos caminhos
não são os nossos caminhos (cf. Is 55,8), é muito interessante
que Deus tenha escolhido e confiado aos filhos de dom Bosco,
o legado da missão de Vera Grita. Da parte de Vera o pedi-
do era mais do que explícito, mas a conveniência teológica
é, entretanto, reconhecível. A arquitetura teológico-espiritual
das mensagens recebidas por Vera é manifestamente eucarís-
tico-mariana, isto é articulada sobre o núcleo constitutivo da
Igreja, o que assegura o seu perfil pessoal e escatológico, e o
caráter de santidade e fecundidade. Neste sentido, as mensa-
gens de Vera parecem ser o prolongamento e a atualização
do famoso sonho das “duas colunas”. É verdade que o eixo
Eucaristia-Maria é sempre, e especialmente nos tempos mo-
dernos, a principal fortaleza e a marca mais inconfundível do
catolicismo, mas a sua dupla projeção nupcial e apostólica é
própria dos nossos dias. O interesse do testemunho de Vera é
neste sentido reconhecível já porque o próprio selo das mensa-
gens é íntimo sem ser intimista, espiritualmente exigente, mas
orientado apostolicamente; e é uma mensagem que pede mui-
to aos próximos, mas visa aos afastados. Há na espiritualidade
dos “Sacrários” algo de belo e promissor: porque, como se
compreende, uma coisa é pensar em Nossa Senhora como Ba-
51

6.2 Page 52

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luarte da fé, outra é pensar nela como Estrela da evangelização.
A nossa intenção, nestas páginas introdutórias, é propiciar
um espaço teológico ao tema dos “Sacrários Vivos”, ver nisso
uma extensão da obra redentora adequada aos tempos da nova
evangelização, e deste modo dilatar a potencialidade do ca-
risma salesiano. Prevemos em concreto três ordens de consi-
derações inspiradas nas mensagens de Vera, em sintonia com
as indicações dos últimos Pontífices, e respondendo às nossas
convicções pessoais. Eis a nossa perspetiva, em síntese:
1. A Igreja pode resgatar o seu rosto de Esposa e Mãe, e
assim libertar-se da sua figura sobretudo institucional, doutri-
narista e moralista (sem, no entanto, ceder à tentação contrária
de desvanecer os contornos da sua realidade de Corpo místico
e da Verdade e Vida de que é portadora), só se desenvolver
teologicamente e pastoralmente a convicção de que Jesus e
Maria são juntos um único princípio de redenção.
2. Sob o impulso da Evangelii Gaudium, parece claro o
convite a inclinar em sentido missionário todo o agir eclesial,
ad intra e ad extra. O superar o sentido de trincheira da Igreja
e o fortalecimento da sua ação missionária ad extra encontram
o seu focus no desenvolvimento teológico e prático naquilo
que João Paulo II expôs na Ecclesia de Eucharistia, ou seja, a
compreensão do mistério eucarístico como fonte da evangeli-
zação e primeiro passo da missão.
3. A intuição mística de uma realidade como os “Sacrá-
rios vivos” pede à teologia sacramental para explorar um pos-
sível desenvolvimento do delicado tema da “presença real”,
capaz de retirar a hermenêutica das interpretações fisicistas e
de acento apologético, para mostrar que no mistério da Euca-
ristia o real e o simbólico não se excluem mas se implicam en-
tre si, não são alternativos mas se pertencem e se determinam
entre si.
52

6.3 Page 53

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1. A Arca da Aliança e os “Sacrários Vivos”
A importância das “duas colunas” da Eucaristia e de Maria
para a vida cristã era para dom Bosco objeto de visão diurna e
noturna, e sem dúvida isso encontrou nele um relevo pastoral
extraordinário. Mas por si, as duas colunas são de facto o fun-
damento real da Igreja como humanidade nova fundada sobre
os arquétipos pessoais de Jesus e de Maria como novo Adão e
nova Eva, sendo Jesus e Maria os dois ressuscitados nos quais
cada homem pode encontrar redenção e ressurreição. E é um
dado largamente partilhado por muitas espiritualidades.
Cada homem tem necessidade da Graça de Deus e da capaci-
dade para a acolher e fazê-la dar fruto. Por isso há necessidade
de Jesus e de Maria inseparavelmente: Jesus é a Graça e Maria
a cheia de Graça, a Mãe da Graça, e a Medianeira de todas
as graças. Em relação com a Graça, Maria não perde nunca
as suas prerrogativas pessoais de Virgem, Esposa e Mãe que
caraterizam coletivamente a Igreja nos seus modos de ser e de
fazer. Em Maria estão já presentes no fiat de Nazaré, amadure-
cem dolorosamente no seu stabat aos pés da Cruz, cumprem-se
na Assunção ao Céu e são distribuídas com coração materno a
cada homem que procura Deus, ou que O encontrou, ou que O
perdeu. Na Igreja, a partir de Maria, as mesmas prerrogativas
são respetivamente a integridade da fé, a obediência da fé e a
fecundidade da fé. E convém recordar aqui como nos escritos
de Vera, Nossa Senhora é invariavelmente, umas vezes Imacu-
lada, outra Senhora das Dores ou ainda Auxiliadora, exatamen-
te os títulos correspondentes à postura virginal, esponsal e ma-
terna com que Jesus modelou a Igreja e à qual quer conformar
o coração de cada crente.
De um outro ângulo, Maria, como Mãe do Sumo-Sacerdo-
te, realiza plenamente o sacerdócio comum de toda a Igreja. Se
de facto o sacerdócio consiste em levar Deus aos homens e os
homens a Deus, Maria realiza o ideal sacerdotal na sua especi-
ficidade feminina, e por isso em modo virginalmente esponsal
53

6.4 Page 54

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e virginalmente fecundo, isto é, esponsal e fecundo pela fé,
precisamente pela fé eucarística, a fé na presença real e ope-
rante do Senhor na história. Neste quadro, compreende-se a
densidade daquele “leva-me contigo” que exprime o desejo e o
pedido de Jesus nos propósitos de Vera e dos que lhe seguiram
os passos. Está aqui em jogo o mistério da Eucaristia na linha
Feminina-mariano-eclesial: “levar” Jesus em si e levá-lo aos
outros. A linha masculina-cristológico-apostólica é diferente:
Jesus, Aquele que existe desde sempre no seio do Pai, não de-
seja operar só, mas connosco, e não quer simplesmente “vir”
ao mundo ou “ir” aos homens, mas quer “ser levado”, guarda-
do, apresentado, conduzido, reposto e exposto. Deus não atua
nunca de modo solitário, mas trinitário, assim como o homem
não pode agir de maneira fecunda sem a mulher. E de facto
Jesus foi trazido uma primeira vez por Maria, Arca da Aliança,
trazido todas as vezes pelos apóstolos no Sacramento da Euca-
ristia, guardado no tabernáculo, apresentado na adoração, leva-
do em procissão, reposto nos corações e exposto na caridade.
Lendo atentamente as mensagens de Jesus a Vera torna-se
logo claro – e é importante sublinhar isto – que o “leva-me
contigo” não é de imediato apostólico, mas antes de mais e
inseparavelmente nupcial: é um guardar em si para levar aos
outros. E o contraponto mariano deste pedido eucarístico é
pontual: as disposições de ânimo, fundamentalmente a humil-
dade e a caridade, necessárias para levar Jesus em plena trans-
parência e sem opacidade, não são coisas que se improvisam, e
sem a ajuda de Maria nunca seremos capazes de dar tudo para
receber tudo e voltar a dar tudo sem reserva. Assim diz Jesus
a Vera:
Porque tu representas a humanidade frágil, pobre de virtude,
atribulada, sofredora; a mísera humanidade que anseia por
Deus, mas não poderia jamais levantar-se sem Mim, sem a
minha Mãe. (…) Dons do Coração da minha Mãe, e os unirás
às tuas pobrezas, às tuas nulidades, ao teu pequeno coração.
Eu receberei tudo.
54

6.5 Page 55

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Só graças a Maria, a Igreja e os cristãos podem realizar de
forma cada vez mais perfeita a dinâmica fundamental da histó-
ria salvífica, ou seja, as formas daquela única polaridade que é
a graça de Deus e a correspondência do homem: a concentração
do Natal e a irradiação da Epifania, o opróbrio e a glória da
Cruz, a dedicação que dá a vida e a Ressurreição que a reen-
contra, o permanecer em Jesus e o dar fruto n’Ele, a sístole e
a diástole do discipulado e apostolado, consagração e missão,
castidade e caridade, pureza e transparência.
Nas mensagens de Jesus a Vera realiza-se o ideal cristológi-
co-mariano que desde Grignion de Montfort a Chiara Lubich
desenha a maravilhosa reciprocidade do ad Jesum per Mariam
mediante o per Jesum ad Mariam. Acerca desta reciprocidade,
Jesus está com Vera de modo explícito e direto:
Disse-te que te falo no Coração de minha Mãe, e através da-
quela espada que trespassa o seu Coração de Mãe, a minha
Voz chega a ti. Desde “Ela” escuta-Me. (…) Para este traba-
lho tu deves confiar-te à minha Mãe, em particular à Senhora
das Dores. Quero que “tu sejas a humilde serva de Maria
Santíssima”. Confio-te a Ela, e tu, com ternura de filha, aban-
dona-te a Ela.
Algo parecido, quando Jesus se refere aos Sacrários Vivos,
como veremos:
Maria, minha Mãe e sua, elas se abandonem nos braços ma-
ternos e aprendam com docilidade a “escravidão de Amor” desta
dulcíssima Mãe. Deixem-se trabalhar por Ela, deixem-se formar
por esta admirável Mestra de almas. Ela há-de preparar os seus
filhos para Mim, a fim de serem impregnados cada vez mais pela
minha Graça, pelo meu Amor e, como disse o meu apóstolo Pau-
lo, já não serão eles a viver, mas sim Eu, Cristo, neles.
Até aqui, apenas a confirmação de uma fé plenamente ecle-
sial. O elemento de novidade da espiritualidade dos Sacrários
Vivos é, segundo o nosso parecer, o que poderemos chamar um
encurtamento das distâncias entre o coração eucarístico de Ma-
55

6.6 Page 56

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ria e o coração eucarístico do cristão. É verdade que a singula-
ridade de Maria é Ela ser senhora eucarística já pelo motivo da
incarnação (cf. Ecclesia de eucharistia, 53-58), e que a sua união
física com Jesus é o que a torna inimitável; e é também verda-
de que a união eucarística do cristão é místico-sacramental. Mas
esta primeira e elementar consideração não pode e não deve abrir
uma distância excessiva entre nós e a Mãe. O privilégio de Maria
não está em nossa desvantagem, mas é vantajoso para nós: na
sua fé também nós podemos ter fé, no seu modo de estar unida a
Jesus, também nós podemos estar unidos a Ele, e na sua materni-
dade também nós podemos encontrar fecundidade.
São as mesmas palavras de Jesus que nos encorajam. Sur-
preende que Jesus não use nenhuma palavra para atenuar o “es-
cândalo” do seu oferecimento eucarístico: o seu Corpo é verda-
deiro alimento e o seu Sangue é verdadeira bebida: o seu Corpo
e o seu Sangue são Pão de vida e Pão para o caminho, e o Pão
eucarístico é verdadeiramente o seu Corpo e o seu Sangue (cf. Jo
6). Deve-se também considerar que, por um lado, a Incarnação
do Verbo acontece antes no coração do que no corpo de Maria -
prius mente quam ventre, dizia Santo Agostinho – e isto torna-a
imitável; e por outro lado não fica desvalorizado que o específico
da graça eucarística, com relação às outras dimensões da vida de
graça, é mesmo a Comunhão com o Senhor em toda a sua pleni-
tude pascal, compreendendo o corpo, o sangue, a humanidade e
a divindade. Neste sentido o ideal dos “Sacrários Vivos” torna-se
um realce e um aprofundamento do realismo eucarístico que in-
tegra a figura bíblica da Arca da Aliança e a figura sacramental
da reserva eucarística com a sensibilidade pessoal e afetiva, his-
tórica e prática que é própria do nosso tempo.
As mensagens de Jesus a Vera atestam em cada página este
realismo sobrenatural da vida de graça como inabitação de Jesus
na alma crente e da alma crente em Jesus. E antes de mais isto
significa ser “Sacrário Vivo”. Não se trata de união mental ou
moral que não comporte a intimidade somática. É toda uma im-
plicação a ser desenvolvida sobre o mistério da Incarnação.
56

6.7 Page 57

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2. “Deixa-me lidar com as almas”: Jesus em saída
Como é sabido, no coração da obra do Anticristo está a ne-
gação de Deus no corpo (cf. 1Jo 2, 22; 2 Jo 7). E de facto nos
tempos modernos o ataque do maligno tomou a forma da con-
testação acerca dos aspetos da Incarnação segundo a fé; na prá-
tica, como diria o papa Francisco, trata-se do ataque conjunto
aos “três amores brancos”, isto é, Maria, a Eucaristia e o Papa,
ou seja a negação do “Corpo de Cristo” na sua forma histórica,
na sua forma sacramental e na sua forma eclesial. Neste ponto,
é significativo que o tempo das mensagens e o tempo da morte
de Vera tenham sido simultâneos com aquela viragem, no ano
sessenta e oito, com a qual as coisas não ficariam como antes,
na Igreja e no mundo. A ditadura do “pensamento único”, que
prolonga e aumenta as precedentes ditaduras do racionalismo
e do relativismo, procura, de qualquer modo neutralizar o sig-
nificado dos corpos, e pretende tornar as pessoas indiferentes
a todo o tipo de diferença: pode-se falar de Deus, mas não de
Jesus Cristo, falar do homem, mas como se Deus não existisse
e como se o homem mesmo fosse Deus; falar dos corpos mas
não como sexuados, ou dos afetos, mas sem laços, ou ainda
da justiça, mas sem misericórdia, e da misericórdia, mas sem
justiça; até os limites entre o homem, o animal e o objeto se
tornam diluídos. Muitos estudiosos interpretam o nosso sen-
tido humano utilizando a categoria do “pós-humano”: fim das
pretensões da excelência do homem sobre todas as outras cria-
turas, fim do homem como imagem e semelhança de Deus. O
homem é apenas um “animal esperto”, que não deve responder
a nenhum Deus, visto que ele é simplesmente “a experiência
de si mesmo”.
A esta onda de “desincarnação” ou de “ex incarnação”, que
determina uma difusa apostasia a que correspondem dificul-
dades psíquicas e conflitos sociais de globalização, Vera Gri-
ta, inspirada pelo Senhor Jesus, responde com uma indicação
luminosa: “Sacrários Vivos”! Este relançamento do realismo
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6.8 Page 58

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eucarístico cristão tem um aspeto de novidade; é a consciência
de que a Eucaristia não pode valer apenas como confirmação
identitária, mas reconhecida como fonte missionária: conside-
rando o atual nível de oposição entre Cristo e Satanás, ocorre
reconhecer que já não estamos em tempo de dar um sinal sobre-
tudo apologético, mas de irradiar uma presença acolhedora. O
próprio Jesus quer estar próximo de quem se afastou, porque as
palavras e as explicações, e com frequência também os gestos
e os testemunhos resultam insuficientes e ineficazes. É sabido,
que a evangelização acontece, antes de tudo, como presença e
proximidade, por irradiação e contágio de santidade, mas os
nossos tempos exigem algo mais como a presença e a irradiação
do próprio Jesus, fonte de toda a santidade da Igreja.
Em torno desta dilatação apostólica do mistério eucarístico,
as palavras de Jesus para Vera são abundantes, e a sua mensa-
gem fundamental é um aprofundamento real dessa proximidade
de Deus, que os Padres da Igreja chamam “condescendência
divina” que qualifica radicalmente o rosto do Deus cristão. A
lógica subjacente à espiritualidade dos Sacrários Vivos é, por
outras palavras, a vontade divina de compartilhar com os cren-
tes mais sensíveis e disponíveis o tornar-se próximo de Jesus.
Trata-se, segundo o nosso parecer, de um aprofundamento da
obra redentora no seu realismo eucarístico que se põe em conti-
nuidade com os avanços históricos, lentos e prudentes, que da
“reposição” tendem sempre mais à “exposição” eucarística:
uma mistagogia centrífuga como integração necessária de uma
mistagogia centrípeta, uma aproximação do mistério como de-
senvolvimento do aproximar-se ao mistério.
A ideia é, portanto, estender os frutos do dom eucarístico
daqueles que estão próximos àqueles que estão longe. É pensar
a Eucaristia não só como o alimento dos fortes, mas também
como o pão dos pobres. É tirar Jesus do isolamento em nome
do seu desejo de Comunhão. Como bem se exprimiu o card.
Parolin por ocasião do Congresso Eucarístico de Cesena (30 de
maio de 2016),
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6.9 Page 59

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Jesus, vivo e presente no pão e no vinho consagrados, não
pretende permanecer isolado, embora central sim, nos taber-
náculos e nas igrejas, mas quase periférico e desconhecido no
mundo. Pelo contrário, Ele quer sair às ruas para ser encon-
trado e servido com um compromisso e uma devoção que não
podem limitar-se à intimidade da consciência, mas deveriam
traduzir-se numa ação concreta de caridade e misericórdia.
Neste sentido, a novidade inerente ao apaixonado e supli-
cante “leva-me contigo” de Jesus a Vera exprime em primeiro
lugar o desejo de expor e estender a graça eucarística de quem
a reconhece, a quem ainda não pode ou não quer fazê-lo. É a
passagem do “levar a Jesus” ao “levar Jesus”.
Por exemplo:
Ó minha filha, estabeleci a minha morada em ti: quero fazer
de ti um Sacrário Vivo para ir às almas. (…) Vou, sob as
Espécies Eucarísticas, procurar o que está em perigo de se
perder… vou procurar as ovelhas que não querem conhecer
o meu Aprisco; vou chamar aqueles que já não Me ouvem.
(…) Eis que volto ao mundo, volto para junto das almas, para
lhes falar, para Me aproximar delas, para tratar diretamente
com elas, até que o “véu caia” e elas Me reconhecerão em
cada irmão.
Nas mensagens de Jesus a Vera encontra plena expressão o co-
ração misericordioso do Pai:
Nenhuma das almas afastadas de Mim Me acolhe esponta-
neamente porque não Me procura, porque Me excluiu da sua
vida. Eu sou Pai e amo, amo todas as minhas criaturas; Eu
quero voltar a esta terra à procura das almas que não Me pro-
curam, não pensam no meu Aprisco.
Na verdade, o “leva-me contigo” não representa uma mudança
da lógica eucarística da intimidade à extroversão, mas um de-
sejável e talvez necessário aprofundamento. De facto, o desejo
de Jesus confidenciado misticamente a Vera é o de radicalizar
a fé dos que estão próximos para reacender a daqueles que
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6.10 Page 60

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estão distantes. Porque se requer muita pureza e muita fé para
ser transparência de Jesus e suscitar ou reacender em outros a
fé. Eis o programa em termos gerais:
Agora escolhi novas igrejas, novos Sacrários para Me guar-
darem; Sacrários Vivos que Me levem pelos caminhos do
mundo, que Me conduzam por entre aquela gente que não
pensa em Mim, que não Me procura, que não Me ama. (…)
Quero passar, por meio das almas humildes e dispostas, a ou-
tras almas ainda insensíveis aos meus apelos. (…) mediante a
renúncia a si mesmos, para que Eu possa viver e agir neles. A
sua meta seja desaparecer para Me dar lugar a Mim, que que-
ro operar nas suas almas e nas outras almas por meio delas.
A confirmação da lógica eucarística de reposição e exposi-
ção, de intimidade e fecundidade, é inequívoca:
Sou Eu, Jesus, que desejo os Sacrários Vivos. Estou no
Céu, na minha Glória, com os meus Santos e os meus Anjos;
estou sempre com a minha Mãe. Estou convosco, na terra, es-
tou nas vossas almas, estou nos Sacrários das igrejas. A minha
nova morada sereis vós, almas que esperais a vossa salvação
e a dos vossos Irmãos no meu Amor de Pai. Eu desejo habitar
também em vós, por dois motivos; primeiro: por vós mesmos,
para que Eu seja vosso Guia, o Mestre mais íntimo da vossa
alma, educador do vosso coração, para que vos inspire e vos
infunda aquela confiança que Eu desejo de toda a criatura para
Mim. Segundo: para que Eu, em vós e convosco, possa ir ao
mundo, às outras almas.
A necessidade de almas alimentadas pela Eucaristia, para
que a Eucaristia possa alcançar as almas é compreensível. São
precisas disposições de mente muito claras, que só Jesus pode
comunicar e Maria educar, para serem “portadores” de Cristo
aos irmãos. É o estilo da misericórdia, que envolve concreta-
mente a identificação com os pobres, como uma implicação de
identificação com Jesus (cf. Mt 25):
60

7 Pages 61-70

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7.1 Page 61

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Não se aproximem do incrédulo, do presunçoso, com inflexi-
bilidade e obstinação. Por vezes, bastará que ele se sinta ama-
do por “uma” destas almas, para que a minha Graça realize
os seus efeitos.
Trata-se de uma união mística que exige notável trabalho
ascético:
Eu vou-Me servir do vosso modo de falar, de vos exprimir-
des, para falar, para chegar às outras almas. Dai-Me as vossas
faculdades, para que Eu possa encontrar-Me com todos e em
qualquer lugar. No princípio será para a alma um trabalho de
atenção, de vigilância, para afastar de si tudo o que representa
obstáculo à minha Permanência nela.
3. Presença real e “permanência eucarística”
Falando a Vera e referindo-se aos futuros Sacrários Vivos, Jesus
assim se exprime:
Deve, porém, sabê-lo, porque Eu quero a sua adesão à minha
PERMANÊNCIA EUCARÍSTICA na sua alma; Eu quero
que esta alma também Me dê a sua voz para falar às outras
pessoas, os seus olhos para que os meus possam encontrar o
olhar dos irmãos, os seus braços, para que Eu possa abraçar
outros, as suas mãos para acariciar os pequenos, as crianças,
os sofredores.
Também deste ponto de vista, se já o milagre cristão é a
“presença do mistério”, e se a sua forma histórica eminente é
a “presença real” de Jesus Eucaristia no coração dos cristãos e
nos tabernáculos das igrejas, parece-nos descobrir um progres-
so digno de nota. À luz das mensagens recebidas pela mística
de Savona, acolhidas na sua totalidade e em pormenor, parece
surgir um convite a pensar na presença real pondo o acento
da “realidade” na “presença”. O valor teológico deste con-
vite está completamente em consonância com a inclinação do
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7.2 Page 62

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pensamento contemporâneo a repensar a metafísica em termos
mais personalistas, a substância em termos de relação e, em
teologia, a repensar o projeto cristão em óptica trinitária. Com
efeito, a função anti-gnóstica do realismo eucarístico é uma he-
rança agora conquistada dos tempos dos primeiros Padres da
Igreja e confirmada nos tempos da Contra-Reforma, mas o de-
senvolvimento da união real com Jesus em termos de presença,
embora encontre as suas raízes no dizer evangélico e na expe-
riência eclesial, está apenas nos inícios.
Neste campo, é precisamente a experiência dos santos e dos
místicos que faz texto. É necessário ouvir o seu testemunho
para realizar todas as implicações do convite que Jesus dirige
aos seus discípulos para permanecer e agir n’Ele, para encon-
trar a alegria, experimentar a eficácia da oração e alcançar mui-
to fruto. (cf. Jo 15, 4-11). A antropologia contemporânea, por
sua vez, confirma a experiência do senso comum, ou seja, que a
presença e, sobretudo, a qualidade da presença, faz realmente a
diferença. A presença de amor, por vezes mesmo sem palavras e
gestos específicos, é em si comunicativa e operativa. A presen-
ça física da mãe e a autoritária do pai consolidam a confiança
da criança, desenvolvem nela a capacidade de se afirmar e de se
dar. A simples presença é então o alimento básico da amizade. A
presença carinhosa, vigilante e criativa dos educadores é o ele-
mento imprescindível da educação preventiva de dom Bosco. A
oração da simples presença e do olhar não é inferior à oração
discursiva, e é o átrio da oração contemplativa.
Agora, se já nas relações humanas a presença é o que faz a di-
ferença em comparação com outras formas de relacionamento,
que de outro modo caem facilmente no funcional e no assistên-
cial, no modo didascálico e didático, no paternalismo e no ma-
ternalismo, tanto mais será necessário conceder que a presença
de Jesus na sua plenitude eucarística possa ter uma eficácia es-
pecífica nas relações de quem entra na sua esfera de presença.
Através dos Sacrários Vivos, Jesus quer alcançar os corações
mais distantes, aqueles que, de outra forma, não seriam alcan-
62

7.3 Page 63

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çáveis pelas muitas resistências internas ou externas que as
distanciam do encontro com Deus. A ideia é o extremar-se da
misericórdia de Deus no sentido de aplicá-la com os afastados,
com aquele que não se aproxima d’Ele, nem se deixa conduzir
a Ele: a estes, que não O reconhecem, não O adoram e não se
alimentam d’Ele, Jesus quer ser levado!
Eis então apresentar-se aqui o elemento de novidade que a ex-
periência mística de Vera parece sugerir: os Sacrários Vivos,
ao contrário dos outros sacrários, realizam e aprofundam uma
forma de presença do Senhor adaptada particularmente aos
tempos da nova evangelização, onde o impacto de novidade da
primeira evangelização está esgotado e neutralizado pelo peso
do juízo histórico e do preconceito ideológico, pela visão defor-
mada do progressismo e do conservadorismo, que corrompem
o sentido autêntico da tradição cristã. Este elemento da novida-
de é o aprofundamento da presença real de Jesus não apenas
na caridade que Ele comunica ao crente, mas na presença da
sua mesma Caridade, portanto, não só no fogo apostólico que
brota da comunhão com Ele, mas na sede das almas que arde no
seu próprio coração.
Nesta perspetiva, a presença real é entendida de forma mais
profunda como eficácia da “permanência” e da “proximida-
de” de Jesus como tal. No fundo, é uma explicitação e uma
concretização de quanto diz o Concílio, onde afirma que, em
virtude da sua Incarnação, e com maior razão da sua Páscoa e
da sua irradiação eucarística, «Cristo uniu-se de certo modo a
cada homem» (cf. GS 22). A direção que a reflexão teológica
e pastoral poderia tomar, neste sentido, é a de aprofundar a
caracterização eucarística da vida cristã, traçando uma linha
de conjugação entre o dom sacramental celebrativo e o agir
eclesial de caridade através do protagonismo direto do Senhor,
que, todavia, é inseparável da cooperação daquele que é chama-
da a ser “sacrário vivo”.
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7.5 Page 65

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Perfil biográfico
e espiritual de Vera.1
“Eu dei-te o meu Nome santo,
e desde agora em diante chamar-te-ás
Vera de Jesus”.2
Vera Grita, salesiana cooperadora, nasceu em Roma em 28
de janeiro de 1923 e faleceu em Pietra Ligure em 22 de dezem-
bro de 1969, e é um daqueles grãos de trigo que o Céu deixou
cair à Terra para dar muito fruto, a seu tempo, no silêncio e sem
se fazer notar. Acerca dela escreveu o padre Borra: «A alma de
Vera com as mensagens e as cartas entra na fileira dessas almas
carismáticas chamadas a enriquecer a Igreja com chamas de
amor a Deus e a Jesus Eucarístico para a expansão do Reino».3
Vera pertence ao grupo das almas “simples” e “pobres” lem-
bradas por são João Paulo II na Carta Apostólica Divini Amoris
Scientia: «A ciência do amor divino que o Pai das misericórdias
derrama através de Jesus Cristo no Espírito Santo é um dom
concedido aos pequenos e aos humildes, para que eles conhe-
çam e proclamem os segredos do Reino, escondidos aos doutos
e aos sábios, por isso Jesus exultou no Espírito Santo, louvando
1 Contributo já editado como: M.R. SCRIMIERI, Vera Grita e a Obra dos Sa-
crários Vivos, Edição extracomercial, Milão 2000, pp. 13-29 e aqui atualizado com
l’atto di oferta della vita de Vera, e os testemunhos do padre G. Roascio, padre G.
Bocchi, e o contributo do padre P. Cameroni no que se refere à Causa de Beatificação
e Canonização de Vera.
2 Jesus a Vera, em 3.12.1968.
3 G. BORRA SDB Grita Vera. Notizie biografiche, Ed.Terzo Millennio Ca-
serta1984, p. 112.
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o Pai que assim dispôs (cf. Lc 10, 21-22; Mt 11, 25-26)».4
Precisamente na pobreza e fragilidade de Vera pôde cum-
prir-se o Mistério do Dom de Deus que nela se fez “Voz” da
alma, “Voz” do Espírito para ditar, durante os últimos anos da
sua vida terrena, as mensagens que constituem A Obra dos Sa-
crários Vivos.
Passou despercebida na sua breve vida terrena
Vera não realizou na sua vida nada de “grande”, do pon-
to de vista humano, não construiu escolas, nem hospitais, nem
aparece na sua experiência mística nada que tenha atraído a
atenção das multidões. Passou despercebida na sua breve vida
na terra, ensinando nas escolas das terras do interior da Ligúria,
onde ganhou a estima e o afeto dos alunos e dos diretores esco-
lares pelo seu exemplo como professora e pelo seu caráter bom
e meigo, que não se alterou com o passar dos anos cada vez
mais marcados pelo sofrimento físico. Viveu com simplicidade
e fidelidade aos compromissos da sua vida diária e também o
acontecimento extraordinário que irrompeu na sua vida: o divi-
no Mestre chamava-a e preparava-a em vista da missão para a
qual tinha sido escolhida desde a eternidade, a ser a mensageira,
a porta-voz de Jesus para a Obra dos Sacrários Vivos. Também
a sua morte foi marcada pela simplicidade e pela “pobreza”:
morreu aos 46 anos, num pequeno quarto dos Hospitais Reu-
nidos de Santa Corona em Pietra Ligure (Savona), no dia 22
de dezembro de 1969: tinha ao seu lado a mãe, e o seu funeral
foi numa manhã cinzenta de dezembro, com a participação dos
seus entes queridos e de poucos íntimos.5
Vamos recordar as principais etapas da sua vida. Segunda
4 JOÃO PAULO II, Carta Apostólica Divini Amoris Scientia, 19 de outubro de 1997.
5 G. FORMENTO, Carta ao padre Zucconi, in Grita Vera. Notizie biografi-
che, op. cit. p.19.
66

7.7 Page 67

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de quatro irmãs, viveu a sua infância numa família tranquila
e sólida nos afetos familiares, mas perturbada pela crise eco-
nómica que nos anos trinta feriu a Europa fazendo precipitar
muitas famílias na ruína financeira. Também a família de Vera
foi ferida e o pai Amleto, fotógrafo por tradição familiar, e a
mãe, Zacco Marianna della Pirrera, de família nobre, decidiram
transferir-se de Roma para Savona.
A perda do bem-estar económico causou uma ulterior mu-
dança na vida de Vera: aos doze anos viveu de facto a sepa-
ração da família da qual saiu com a irmã Liliana para chegar
a Modica, na Sicília, e encontrar-se com as tias paternas, não
casadas e afetivamente disponíveis para se ocuparem das so-
brinhas. Pouco tempo depois, também Pina, a mais velha, se
juntou às irmãs; Rosa, a mais nova, ficou em casa com os pais.
Vera esteve com as tias cinco anos, durante os quais prosseguiu
os estudos e completou a sua formação religiosa. «As tias fo-
ram muito atenciosas – recorda a irmã Liliana – em transmitir
valores e princípios de verdadeira fé. À noite, quando a família
estava toda reunida, recitava-se o santo terço e de manhã as
orações em conjunto. Em Modica, Vera e eu fizemos a primei-
ra Comunhão e recebemos o Sagrado Crisma no Instituto das
Irmãs Filhas de Maria Auxiliadora. Tínhamos o costume de ir
com frequência à Sagrada Eucaristia, mas as tias queriam que
nos confessássemos antes. Preparavam-nos para a Santa Páscoa
fazendo-nos participar nos exercícios espirituais. Maio era todo
dedicado a Nossa Senhora, e Vera tinha particular devoção a
Nossa Senhora Auxiliadora».6
Em 1940, aos dezassete anos, reuniu-se de novo com a fa-
mília em Savona e aqui no ano seguinte obteve o diploma no
Istituto Magistrale da cidade.
Daí a pouco tempo, Vera viveu uma outra perda bem mais
dolorosa do que as precedentes: o falecimento do pai, em 23 de
setembro de 1943, após longos sofrimentos por um mal incu-
6 L. GRITA, Mia sorella Vera di Gesù, op. cit, p. 40.
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7.8 Page 68

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rável. Vera teve de interromper os estudos universitários para
ajudar economicamente a família trabalhando como empregada
num sector militar de Savona.
A experiência de espoliação depois de ter tocado na esfe-
ra económica, na estabilidade da família e na continuidade das
afeições, a aspiração aos estudos afetou Vera também na esfera
do corpo, privando-a para sempre da saúde de modo traumáti-
co, no dia em que a cidade de Savona foi bombardeada.
Em 4 de julho de 1944 Savona foi bombardeada, e Vera foi
pisada pela multidão em fuga
A Europa vive a hora trágica da Segunda Guerra Mundial.
Em 4 de julho de 1944 Savona foi bombardeada durante uma
imprevista incursão aérea sobre a cidade. Vera, com os seus
colegas de trabalho, correu para uma galeria próxima à procura
de refúgio; ao mesmo tempo, um mar de gente cheia de terror
fugia pela rua em direção à mesma galeria. Na confusão Vera
cai e na queda é pisada pela multidão em fuga: fica por terra vá-
rias horas entre muitas pessoas feridas e mortas. À noite, quan-
do é transportada para casa pela Cruz Vermelha, tinha «a face
inchada, as vestes em farrapos, descalça, mas viva».7 Foram-lhe
encontradas graves lesões lombares e dorsais.
Vera tinha 21 anos e, a partir desse momento, nenhum trata-
mento conseguiu curar os seus males físicos que começaram a
fazer parte do seu calvário, e também com frequência não pôde
utilizar nenhum alívio farmacêutico porque sofria de uma aler-
gia aos medicamentos. «Permaneceu no leito longo tempo por
causa de uma pleurisia exsudativa bilateral – lembra a sua irmã
Liliana –, a febre não a deixou mais nem um só dia. Desde en-
tão, foi um suceder-se de internamentos hospitalares, cirurgias,
análises, dores lancinantes na cabeça e em todo o corpo. Foram
7 Ibid, p. 41.
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7.9 Page 69

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diagnosticadas doenças graves, foram tentados vários tratamen-
tos. Os órgãos afetados não respondiam aos tratamentos e, na-
quelas desordens inexplicáveis, um dos seus médicos que a tra-
tava, maravilhado, exclamou: “Não se compreende como seja
possível que a paciente tenha encontrado o seu equilíbrio”».8
No Mistério da Cruz, Vera respondeu com o seu Fiat
Tinha chegado para Vera a hora do encontro com Jesus Cru-
cificado que a preparava, pelo mistério da cruz, para a sua mis-
são: escrever quanto nos anos seguintes Ele lhe ditaria através
de locuções interiores. E no mistério da Cruz, Vera deu o seu
fiat no fiat de Maria. «Ela refugiou-se em longas meditações,
prossegue a irmã, em prolongadas adorações diante do Santís-
simo Sacramento. – Seja feita a Tua vontade, venha o teu Reino
–. Agora, o desejo de Vera consistia só em estar diante de Jesus,
adorar Jesus, contemplar a sua Cruz… Estava disposta a en-
tregar tudo a Ele em oferta e renúncia de amor sublime e isto
aconteceu poucos anos antes que a “Voz” se lhe revelasse».9
Aos pés da gruta de Lourdes onde Vera se dirigiu muitas
vezes em peregrinação, não pediu a cura, mas ofereceu o seu
sofrimento e a si mesma, pela conversão dos corações. «Lem-
bro ainda quanto a minha amiga se prodigalizou pela salvação
das almas, recorda a amiga e colega de trabalho Maria Mattalia,
a oferta generosa dos seus sofrimentos, heroica de si mesma
pela conversão de uma pessoa, confidenciou-me um dia no hos-
pital de Santa Corona di Pietra Ligure onde foi várias vezes
internada».10
Não obstante as suas precárias condições físicas, Vera quis
concorrer a concurso para o ensino nas escolas elementares.
8 Ibid, p. 11.
9 Ibid
10 G. BORRA, Grita Vera. Notizie biografiche, op. cit., p. 104.
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7.10 Page 70

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Ganhou-o e deixou a região militar para iniciar o ensino nos lu-
gares do interior da Ligúria, submetendo o seu corpo já sofredor
também ao cansaço dos movimentos necessários para se dirigir
às sedes escolares distantes de Savona. Lecionou nas escolas
elementares em Rialto, Erli, Alpicella, Deserto di Varazze.
De longe, o Senhor manifestou-se-me: «Eu te amei com
amor eterno» (Jer 3,1).
Em Alpicella, uma zona de Varazze, a 6 de outubro de 1959,
Vera ouviu pela primeira vez a “Voz” que lhe ditava a primeira
mensagem: o olhar misericordioso do Pai tinha olhado para ela
através do Sacrifício do Filho na Santa Missa e na imensidão
do seu Amor, fixou-se nela para a atrair a si no dom do chama-
mento:
É um chamamento do Céu: o Céu que se inclina para uma
sua criatura para lhe dar na tristeza a maior Graça. É Deus
Pai, Espírito puro, que na sua Perfeição volve o seu olhar de
misericórdia para a mais desconcertante imperfeição e olha
para ela através de um Lago de ouro: o Sacrifício da Vítima
inocente, a Santa Missa. O céu, manto doce e terno de Ma-
ria Santíssima, abre-se e atrai uma alma e ao mesmo tempo,
lá em cima, é uma grande vigília de festa, festa do Amor,
porque nenhuma coisa triunfa no Alto se não vem do Amor.
Uma alma simples sente esse dom inefável e perde-se. Dis-
tante, no entanto, perto, aproxima-se, distingue-se o Divino
que se aproxima. A pobre alma treme na sua miséria consi-
derando como é forte e imenso o seu Deus que a desperta e
dela se aproxima. A criatura imperfeita não conhece senão
esta força doce que a tomou hoje mais do que ontem, que a
chama e a conduz aonde Ele está nesta terra, que a conduz a
olhar lá para cima, para cima. E é lá em cima que o Pai exala,
de modo indefinido, mas poderoso, a sua Força, o seu Cha-
mamento. Infinito como Ele, infinita é a sua linguagem: Ele
entra na alma e deixa o seu Sinal. A alma não compreende
nada de que se trata: sabe que o seu Pai a dignificou, olhou
70

8 Pages 71-80

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8.1 Page 71

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para ela. Aqui está o ponto avassalador. Suspensa pelo seu
chamamento a alma não sabe olhar. mas aí, onde a misteriosa
linguagem, feita de motivos indizíveis, desceu a ela. E então
ela gostaria de dizer: o que é, meu Pai, tudo isto? “É amor,
minha filha, Amor que te foi prometido pelo meu Filho”. Por
que olhas deste modo para mim, meu Pai? “Porque no Lago
de ouro Eu vi a tua alma”. Porque vivo, Senhor? “Para morrer
duas vezes no meu Filho”. Eu sou Aquele que estive, estou
e estarei; quem observa a minha lei e Me segue, terá a vida
eterna porque é Eterno e o Eterno sou Eu. Eu sou o teu Pai, o
teu Deus, Eu sou a Voz que fala em ti, que te movimenta, te
salva. Bendito Aquele que vem em meu nome e em nome do
meu Filho: Eu lhe abrirei os Meus Braços e o chamarei filho
e o colocarei à mesa Comigo. Este deverá ser humilde e pie-
doso, pobre em si mesmo e rico somente de Mim. Este deverá
apresentar-se como um pobre porque é pobre, Eu o purificarei
e lhe darei uma veste nova e o introduzirei na minha Gló-
ria. Então será a grande festa. Hoje começou apenas a vigília
dela. Sê humilde e eleva louvores ao Céu porque uma grande
graça está a chegar a ti em Nome do Pai, do Filho do Espírito
Santo, em Nome d’Aquela que chora muito por ti.
Pela primeira vez, Vera vive a experiência de sentir que
Deus Pai olha para ela e a ama, e no encontro com o olhar divino
que lhe revela o amor de predileção e a dignidade de ser filha,
inicia para ela a vigília da festa que a introduzirá na grande festa
das núpcias eternas com o Cordeiro Imaculado. Na fraqueza
e na confusão pelo abismo que Vera sente entre a sua própria
miséria e a imensidão de Deus que se lhe fez assim próximo,
fica indelével na sua alma a certeza daquele olhar de amor que
desde agora a ligará definitivamente e de modo especial ao seu
Senhor e seu Deus.
Ser é ser visto por Deus, escrevia o card. Martini. Este olhar
– prossegue – é criador, como o das origens, que faz a bon-
dade que ama, cria e ama a bondade criada. Se um existe
na medida em que é aos olhos do outro, ser é ser visto por
Deus. Em todos os casos de vocações, o evangelista Marcos
coloca o olhar antes da palavra de Jesus (Mc 1, 16. 18; 2, 14).
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Este olhar, que desencadeia o dinamismo da sequela, é a por-
ta do ingresso no Reino. Só quem encontra e acolhe este olhar
pode conhecer quem é o Senhor, amá-lo com todo o coração
e segui-lo, porque descobre que é um prodígio aos olhos de
quem O ama porque o criou. Diversamente, Adão foge para
longe e esconde-se d’Ele. Na origem de toda a resposta ao
chamamento para o Reino está sempre a descoberta da pérola
preciosa (Mt 13,45), o amor do Senhor “por mim”, o seu olhar
em que vejo quem Ele é para mim, vendo quem sou Eu para
Ele. Só este está em grau de imprimir-me na “minha” justiça,
e colocar-me na sequela do Senhor. Foi isto o que viu o peca-
dor Levi (Mc 2,14) e Paulo nos testemunha: Ele “amou-me e
entregou-Se a si mesmo por mim”.11
Um longo silêncio seguiu esta primeira experiência místi-
ca que Vera viveu e manteve no segredo do seu coração: esta
primeira mensagem foi apenas o anúncio do chamamento para
uma missão que começou a ser realizada 8 anos depois, em se-
tembro de 1967 quando Jesus começou a ditar-lhe a Obra dos
Sacrários Vivos.
Salesiana Cooperadora: 24 de outubro de 1967
A sua vida continuou sem mudanças, a não ser o progressi-
vo agravamento das condições de saúde. Isto não a afastou da
paixão e do compromisso no ensino, ao qual se dedicou total-
mente sem se poupar a qualquer esforço, apesar de considerá-
veis sofrimentos físicos.
Quando estava em Savona, antes de partir para a escola,
Vera participava sempre na Missa da manhã, na igreja de Ma-
ria auxiliadora dirigida pelos salesianos, levantando-se às 5.30
para poder participar nela. Em 1963 o salesiano padre Giovanni
Bocchi foi nomeado reitor desta igreja: todos os sábados Vera
11 C.M. MARTINI, Le virtù del cristiano. Meditazioni per ogni giorno, Piem-
me, Segrate (MI) 1988, pp. 295-296.
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confessava-se a ele. Naquele período, quando era possível, fre-
quentava as reuniões dos salesianos cooperadores, participando
também, às vezes, nas da Ação Católica e dos Devotos de Maria
Auxiliadora.
Foi, porém, no verão de 1967 que a escolha de Vera se orien-
tou definitivamente para a Família Salesiana ao entrar como
cooperadora. Aconteceu no mês de julho, durante a semana dos
exercícios espirituais em Finale Ligure, orientados pelo salesia-
no padre Gabriello Zucconi e organizados pelo padre Bocchi.
Naqueles dias Vera expressou ao padre Bocchi a sua decisão de
se tornar salesiana cooperadora, e o seu diploma de inscrição
na Associação, chamada então Pia União, tem a data de 24 de
outubro de 1967. Ao mesmo tempo, pediu ao padre Gabriello
Zucconi a sua direção espiritual.12
À luz dos acontecimentos subsequentes, poderemos dizer
que, desde há muito, Nossa Senhora Auxiliadora tinha prepa-
rado este encontro e tinha reunido pela primeira vez aqueles
que nos meses sucessivos o Senhor chamaria para a Obra dos
Sacrários Vivos: Vera, o padre Bocchi e o padre Zucconi, per-
tencentes à Inspetoria salesiana Ligure Toscana. A eles também
se juntará o padre Guiseppe Borra, na altura diretor em Lom-
briasco (Turim) chamado a estudar a mensagem dos Sacrários
Vivos. Após o verão, no mês de setembro Vera ouviu a “Voz”
que, desde então, não a deixará até à sua morte, que aconteceu
dois anos depois.
Uma caneta na mão e Deus no coração
Em 19 de setembro de 1967 Vera ouviu a “Voz” enquanto
estava na igreja, diante do Santíssimo Sacramento exposto no
altar: [Jesus:] «O vinho e a água somos nós: Eu e tu, tu e Eu.
12 Sobre o testemunho do padre G. Bocchi, em Vera de Jesus e a Obra dos
Sacráarios Vivos, ao cuidado de M. R. Scrimieri, Edições Salesiana, Porto 2000.
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Somos um só. Eu escavo em ti, escavo para construir-Me um
templo; deixa-Me trabalhar, não ponhas obstáculos». (A alma
agora invoca o Espírito Santo). «[Jesus:] … e a vontade do meu
Pai é esta: que Eu permaneça em ti e tu em Mim. Juntos dare-
mos muito fruto».
Foi esta a primeira das mensagens que Vera escreveu no pe-
ríodo de dois anos aproximadamente, e que transcreveu e sub-
meteu fielmente ao padre Gabriello Zucconi. A partir desse mo-
mento Vera, lutando com os receios do engano e obedecendo
ao diretor espiritual serviu o Senhor colocando-se totalmente à
sua disposição, aceitando humildemente a sua Voz e escreven-
do o que lhe foi dito para si mesma, para os sacerdotes e para
as almas.
Jesus: «Páscoa da Ressurreição! (…) Dou-te o meu Amor, o
meu Coração ferido, as minhas Mãos…; estende-Me as tuas
para que as una às minhas. Eu, Jesus Crucificado e Ressus-
citado, santificarei as tuas pobres mãos; Eu as ligarei com o
Amor e a Oferta de si à Igreja, a Mim. Tu escreverás para a
Igreja, para Mim, para as almas. Sim, esta é a Voz de Jesus
no Espírito Santo. Eu dou-te estas luzes. Eu atraio a alma a
Mim para que tu Me ouças. Ainda virão dias de tristeza, de
dor, para que a tua alma seja purificada neste banho. Recolhe-
-te no meu Coração como num ninho de amor, de conforto e
de alívio. Enquanto esperas, escreve para o teu Jesus. Quero
falar aos meus Sacerdotes Salesianos, porque deles desejo a
fundação e o florescimento da minha Obra de Amor. Desejo
que eles conheçam as minhas Mensagens de Amor, uma vez
que Eu, Jesus, darei graças espirituais a quantos Meditarem
nas minhas Palavras. Eles que rezem para que o Santo Pa-
dre vos ligue à minha Obra de Amor. Quero que a minha
efusão de Amor passe dos Sacerdotes para as almas; quero
que os Salesianos Me entreguem à juventude, quero ter mo-
rada na juventude, mesmo que seja breve; porque quem Me
tiver levado com espírito de Amor, de reparação, de oferta
de si aos irmãos por meio de Mim, receberá a ferida do meu
Amor. Quando o “manuscrito” for conhecido pelos meus Sa-
cerdotes, Eu comunicarei a quem achar bem através de ti, das
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8.5 Page 75

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minhas mãos em ti. Então desaparecerás, minha filha, para
que a minha Palavra viva. Agora oferece-te a Mim na minha
Imolação. Eu recebo-te».
Jesus em Vera, Vera em Jesus, “um só coração uma só
alma”, uma única mão que escreve para glória do Pai e para
o bem e a felicidade das almas. Com a caneta na mão e Deus
no coração, Vera correspondeu fielmente aos desejos do Se-
nhor: ela continuou a escrever, vivendo no escondimento de
todos num humilde serviço. Aderiu à vontade do Senhor com o
voto de obediência ao diretor espiritual, padre Zucconi, aceitou
deixar os seus familiares, vivendo com as Irmãs Canossianas
primeiro, e no eremitério dos Carmelitas depois, para melhor
guardar o silêncio interior necessário a fim de escrever quanto
Jesus lhe ditava. Aceitou a tríplice coroa de espinhos que Jesus
lhe havia oferecido na festa de Cristo Rei em outubro de 1967,
enfrentando os sofrimentos físicos, morais e espirituais que en-
controu, sustentada unicamente pela no Senhor Deus que a
chamava para os seus desígnios, na esperança que Aquele que
tinha começado a Obra a levaria a bom termo, na caridade que,
envolvendo-a no fogo do Amor, a transformou numa hóstia
viva, a pequena vítima na só e única Vítima Jesus Cristo.
Assim escrevia ao padre Gabriello Zucconi, sdb, na carta
de 2 de março de 1968: «Nas suas Mãos de Sacerdote renovo o
voto de pequena vítima em Jesus13 pelos Seus Sacerdotes e
lhe ofereço a obediência dos ditados copiados. Como a água e o
vinho: uma só coisa no cálice oferecido a Deus Pai. Não tenho
nada a oferecer a Jesus a não ser os Seus próprios dons visto
que os votos de obediência não são mais do que a expressão do
Amor de Jesus pela sua indigna pecadora. Jesus deu-se a mim
todo Ele e Eu ofereço-lhe tudo o que sou».14 Ao longo da ascese
que a transformou cada vez mais em alma eucarística, Sacrário
13 Tinha emitido os votos de “pequena vítima” nos anos imediatamente prece-
dentes, durante a direção espiritual do padre Bocchi.
14 L. GRITA, Mia sorella Vera di Gesù, op.cit, p.88.
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Vivo, Vera permaneceu simples e humilde, guardou no silêncio
a sua experiência mística, compartilhando o segredo daquele
chamamento só com os sacerdotes chamados à Obra. Nenhum
dos familiares, de facto, teve conhecimento da experiência dela
e dos sofrimentos que a acompanhavam; somente Rosa, a irmã
mais nova, num segundo momento partilhou o segredo de Vera,
vivendo intensamente a espiritualidade dos Sacrários Vivos e
ajudando a irmã a transcrever as mensagens quando as condi-
ções de saúde de Vera pioraram. Em parte, também com a amiga
e colega de trabalho, Maria Mattalia, Vera partilhou a mensa-
gem eucarística revelando à amiga o desejo de Jesus encontrar
almas dispostas a entregar-se totalmente a Ele para serem a Sua
nova morada entre os homens. À volta deste desejo, Vera reco-
lheu a adesão da amiga e de outras almas interiormente prontas
a realizá-lo.15 Para elas redigiu o primeiro programa definindo
a Obra uma «Liga de almas que vivem em graça e levam Jesus
no seu coração» e a sua finalidade «uma resposta de amor ao
pedido de amor que vem do próprio Jesus».16
Últimos anos de ensino: 1967-1969
No ano letivo 1967-1968, Vera lecionou em Casanova de
Varazze e todos os dias tinha de enfrentar a viagem de Savo-
na a Casanova ida e volta. Além da fadiga física pelas condi-
ções precárias de saúde, Vera também sentiu dificuldades para
guardar o necessário recolhimento e o silêncio interior, quando
voltava à família. Em dezembro, providencialmente, conseguiu
transferir-se para as Irmãs Canossianas de Casanova de Vara-
15 Em 29 de outubro de 1967 Jesus tinha ditado a Vera: «Quero passar, por
meio das almas humildes e dispostas, a outras almas ainda insensíveis aos meus
apelos. Estas almas devem purificar-se para Me acolherem, devem oferecer-se elas
mesmas em Mim ao meu Pai Celeste, para que Eu viva nelas. Voltarei às almas,
procurarei assim novamente as almas.».
16 G. BORRA, Grita Vera. Notizie biografiche, o.c., p. 72
76

8.7 Page 77

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zze e aqui, no silêncio do seu quarto e no clima da comuni-
dade religiosa, conseguiu atender à tarefa de escrever quanto
o Senhor lhe comunicava: «Chamo-te a cumprir uma missão.
Não temas, tens a minha Força. Vou conduzir-te por caminhos
ásperos e sinuosos, mas no final tu Me reconhecerás porque Eu
estou ALI à tua espera. (…) Quero-te para MIM SÓ, retiro-te
do mundo, dos afetos. Coloca “tudo e todos” nas minhas Mãos
de Pai, os teus familiares e Eu pensarei neles, mas tu pensa só
e sempre em Mim. Deverás “partir” deste mundo, deixá-lo por
Mim. Uma Esposa não é do Esposo se não é crucificada com
Ele. Atraio-te para a loucura da Cruz. Vê, eu faço-te “dom”
das minhas riquezas, das minhas paixões: paixões de Amor, de
Dor, sacrifício, oferta, imolação no meu Sangue.» Mensagem
de 16.11.1967.
«Sim, na Santa Missa está o encontro divino, a União. Eu
atraio-te a Mim, mergulho-te no meu Santo Sacrifício, e tu dei-
xa finalmente de viver para ti mesma, mas vive, mais viva do
que nunca, por Mim.» Mensagem de 15.7.1968.
No ano seguinte, 1968-69 foi-lhe designada a escola no
Deserto de Varazze, perto do Eremitério de São José dos Car-
melitas Descalços, onde o Município tinha alugado uma sala
para crianças da escola elementar. Vera transferiu-se para o
Eremitério, voltava à família no fim-de-semana e no domingo
à tarde reentrava no Deserto, hóspede dos Padres Carmelitas.
Foi o último ano de vida de Vera e a este período se referem as
mensagens que vão de setembro de 1968 até fim de junho 1969.
A experiência no Deserto de Varazze
No Deserto de Varazze, Vera conheceu o padre Guido
Roascio17, jovem carmelita descalço e assistente espiritual
dos rapazes. Na mensagem de 28 de fevereiro de 1969 pela
17 Padre Guido Roascio, ocd (1937-2015).
77

8.8 Page 78

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primeira vez Jesus indica também a Família Carmelita, além
da Salesiana, como destinatária das Mensagens da Obra.
Vera falou da Obra ao padre Guido Roascio e deu-lhe um
manuscrito com as Mensagens recebidas.
O que foi a experiência de Vera no Deserto deve ser com-
preendido a partir das cartas que ela escreveu ao padre Ga-
briello Zucconi nesse ano. O Deserto foi de facto sacrifício,
solidão, foi sofrimento físico, foi dedicação total às crianças;
foi o encontro com a bondade e disponibilidade dos Padres
Carmelitas, do padre Benedetto Cecconi e do padre Guido
Roascio, foi lugar de paz e de oração, mas sobretudo foi en-
contro profundo com Jesus Crucificado, coração da experiên-
cia mística de Vera neste período e que no Crucifixo mira-
culoso do Eremitério teve uma fonte visível viva e vital da
“Voz” que falava ao seu coração para atraí-la a Si e conduzi-la
ao “deserto” de Deus: o Coração sacerdotal de Cristo agoni-
zante, vítima de amor para restituir ao Pai os filhos perdidos
e para entregar um Pai aos “órfãos” de todos os tempos. Vera
foi vista muitas vezes, pelo padre Guido Roascio, ajoelhada
aos pés do Crucifixo milagroso do Eremitério de São José,
independentemente do frio, passando muito tempo recolhida
em oração. Aos pés do Crucifixo a «pequena mártir da Pala-
vra», como Jesus gostava de lhe chamar, recebeu luzes sobre
o significado redentor das Chagas, juntamente com o convite
para participar com Jesus e em Jesus na Obra da Redenção
nos modos que o próprio Senhor lhe indicava de vez em quan-
do. Sob a orientação de Jesus Eterno Sacerdote, Vera realizou
a sua maternidade espiritual através do dom de si vivido em
comunhão com a Virgem Imaculada e das Dores, “raiz e ali-
mento” de toda a maternidade espiritual. Neste sentido, são
luminosas as 5 mensagens sobre as Chagas que Jesus deu a
Vera a partir de 26 de Setembro de 1968 até 10 de janeiro de
1969, às quais chamamos “Chagas luminosas”, porque nes-
tas Mensagens aparece realçada sobretudo a Graça que surge
das Chagas pela adoração, a oração e a participação na obra
78

8.9 Page 79

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de salvação. Jesus, pelo dom de si na SS. Eucaristia, realizou
na frágil humanidade de Vera o último milagre do seu Amor
sacerdotal: torná-la sua esposa crucificada n’Ele para o re-
gresso dos sacerdotes que tinham abandonado o Sacerdócio;
e assim conseguir o nascimento da Obra dos Sacrários Vivos
para a sua difusão no mundo. Etapas e datas significativas do
percurso espiritual deste período são as de 5 de novembro de
1968, 3 de dezembro de 1968 e 6 de março de 1969.
Na primeira, 5 de novembro, Jesus transmite a belíssima
oração de oferecimento da vida ao Pai para o triunfo de Jesus
nas almas, «pelos Sacrários Vivos, pela difusão da Obra de
Amor de Jesus em todo o mundo»:
Ó Pai nosso, clementíssimo, sem Ti eu sou uma simples
pobre, mas sou tudo no teu Jesus;18 sou uma tua criatura
e pertenço a Ti; existo só para Te dar glória. Pai nosso,
pelas mãos de Jesus, teu único Filho e nosso Senhor, Eu
diante de minha Mãe terníssima, Maria Auxiliadora, aos
nove Coros dos Anjos, a São José, esposo de Maria sempre
Virgem, a todos os Mártires cristãos, a todos os Santos, e
em especial aos meus santos protetores, ofereço-me com
humildade a Ti, Deus omnipotente, no teu único Filho, Je-
sus, na única Vítima digna de Ti, na única oferta que Te
é agradável: Agora ofereço-me humildemente a Ti para a
tua maior Glória, para o triunfo do amor de Jesus Euca-
ristia, para os Sacrários Vivos, para a difusão da Obra de
Amor de Jesus em todo o mundo. Quando Tu, ó Pai bondo-
so e clemente, me chamares a Ti, recorda-Te que no santo
Nome de Jesus me entreguei a Ti, meu Deus. Acolhe-me,
ó Pai, à sombra das tuas asas, para que a morte da mais
pobre e indigente e miserável das tuas criaturas, possa no
18 « Ó Pai nosso, clementíssimo…»: oração com a qual Vera confirma o seu
percurso de alma vítima como esposa de sangue de Jesus, com o oferecimento da
vida em união com Jesus Vítima, para a maior glória de Deus, pelos Sacrários Vi-
vos, para a difusão da Obra no mundo, para o triunfo de Jesus Eucaristia. É o último
ato de amor de Vera, da «pequena mártir da minha Palavra», como Jesus a chamava,
que se vai desligar dali, pouco depois de 6 meses de contínuo internamento no Hos-
pitl de Santa Corona.
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8.10 Page 80

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santo Nome de Jesus, prestar-Te, meu Deus Uno e Trino,
toda a honra e glória, e aos homens de boa vontade dar
testemunho da verdade da tua Palavra. A última das tuas
criaturas, a Ti, meu Deus, nosso Criador e Senhor, pelas
santas Chagas de Jesus nas quais espero, por tua paterna
bondade, ver-me e ler-me, assim como Tu deixas ao teu
dileto Filho dispor para Tua glória e a salvação das almas.
Deus nosso Pai, em Jesus Te peço, em Jesus ouve-me, em
Jesus perdoa-me das minhas culpas; em Jesus abençoa este
muito pobre instrumento, que Te oferece a vida na Vida,
para que Jesus a dê a todas as almas; porque Ele a deu a
Mim, e eu ofereço a Ti a vida terrena na Vida de Jesus.19
Um mês depois, em 3 de dezembro de 1968, Vera rece-
be de Jesus o nome novo, pela sua fidelidade e o seu amor:
«Dei-te o meu santo Nome, e de agora em diante chamar-te-
-ás e serás “Vera de Jesus».
E na terceira etapa, em 6 de março de 1968 Vera, por
vontade de Jesus, está em Roma para se oferecer n’Ele ao
Pai, e para voltar a percorrer a Escada Santa, prelúdio para
percorrer com Jesus o Seu Calvário, a Sua Paixão.20
E finalmente o “Deserto” foi a agonia da alma de Vera,
que só na Santa Missa encontrava a sua ressurreição em Je-
sus, Vida e chama de Amor: «Através de sombras desolado-
ras onde estou (segundo penso) fora da vida íntima de Jesus
e fora do mundo, sinto de vez em quando um pouco de luz
durante algum ditado onde tudo me parece irreal. Permanece
a chama da Santa Missa, a centelha divina que me anima, me
dá vida, depois o trabalho, os meninos, a família, a impos-
sibilidade de encontrar nela um lugarzinho tranquilo onde
me isolar para a oração, ou o cansaço físico depois da escola
tudo me vence e sinto a alma que geme, sufocada. Como Je-
19 Mensagem de 5.11.1968 ditada no Deserto diante do Santíssimo Sacramen-
to (é a mensagem escrita na semiobscuridade da igreja à luz fraca da candeia).
20 Cf Mensagem de 6.3.1969 e seguintes.
80

9 Pages 81-90

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9.1 Page 81

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sus me pediu eu ofereço-lhe tudo, mas este é na verdade um
“deserto”… No retomar a Cruz daqui».21
Para a oferta total
O mistério da Santa Missa operava diariamente a morte da
velha criatura e a ressurreição da nova criatura: o novo Sacrá-
rio Vivo. Durante o último internamento hospitalar, (junho de
1969), tendo informação dos médicos ser preciso uma interven-
ção cirúrgica para um tuberculoma intestinal, Vera exprimiu-se
assim na carta escrita ao padre Gabriello Zucconi: «Este é o
dom de amor de Jesus com o qual Ele prepara a “pobrezinha”
e purifica o “seu” pobre tabernáculo. Estou feliz por já não me
pertencer a mim mesma, por sentir que Ele dispõe de mim, se-
gundo a Sua imensa misericórdia. Conforta-me pensar que o
Templo de ouro do Espírito Santo, a Imaculada Conceição olha
com caridade para este pobre “Sacrário Vivo” e intercede jun-
to do Filho para que o purifique. Estou muito serena, também
porque Jesus, de vez em quando, diz-me estas palavras: – Vera
de Jesus, Filha de Jesus –. Depois cala-se, mas eu abraço-o com
muito amor».22
Vera tudo sofreu e ofereceu ao Senhor para o reconhecimen-
to da Obra pelas Autoridades Eclesiásticas, embora não tenha
visto coroado este desejo em vida. Morreu a 22 de dezembro de
1969, no quarto do hospital onde tinha passado o último estado
do seu calvário ficando internada durante os últimos seis meses
da sua vida. Ao tuberculoma intestinal, à doença de Addison
e à adenomesenterite somou-se um abcesso no estômago que,
quando inciso, provocou uma terrível hemorragia causando-lhe
a morte.23 A “pequena mártir da minha Palavra” como Jesus a
21 L. GRITAa, Mia sorella Vera di Gesù, op. cit., p. 146.
22 L. GRITA, Mia sorella Vera di Gesù, op. cit., p. 149.
23 Internamentos de Vera Grita nos vários hospitais e clínicas: Ospedali Civili di
81

9.2 Page 82

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chamara, tinha concluído a sua missão: escrever quanto a “Voz”
no Espírito Santo lhe tinha ditado.
O padre Borra, que estudou as Mensagens de Vera, assim
se expressou na biografia dela: «Meditei um pouco sobre as
Mensagens e vi nelas doutrina maravilhosa. Quantas almas po-
derão obter muito proveito a partir desta leitura. As mensagens
são uma afirmação dos valores genuínos da verdade tradicional
da Igreja. O modo expositivo é, porém, novo. Uma pérola tão
maravilhosa não podia e não devia ficar por mais tempo oculta.
O Espírito – prossegue o padre Borra – permanece na Igreja e
nos corações dos fiéis como num templo e neles reza e dá teste-
munho da adoção filial (1 Cor 3,16; Gal 4,6). O Espírito Santo
distribuindo a cada um os próprios dons como lhe apraz (1 Cor
12,11) dispensa, entre os fiéis de toda a ordem, graças especiais,
com as quais os torna aptos e prontos para assumirem várias
incumbências e missões úteis para a Igreja e para o seu desen-
volvimento. Estes carismas extraordinários, quer sejam os mais
elevados, quer também os mais simples e comuns, são apro-
priados às necessidades da Igreja e por isso devem-se acolher
Genova: de 20.2.49 a 1.3.49; de 5.11.49 a 29.11.49; de 27.10.51 a 28.10.51; de 8.4.57
a 12.4.57; de 25.10.57 a 20.11.57; de 6.10.60 a 27.10.60 por suspeita de doença de
Adison e hipoadrenalismo. Clinica Villa dei Pini di Anzio: de 22.8.55 a 23.11.56
(doenças de Addison). Istituto ospedalieri Santa Corona - Pietra Ligure (SV): de
31.1.58 a 10.8.58; de 14.7.59 a 20.8.59; de 7.11.60 a 20.2.61 diagnóstico: processo
de doença genital tendo como ponto de partida uma lesão pleural antiga. Ospedale
Civico S. Paolo di Savona: fevereiro de 1959 intervenção cirúrgica de laparatomia.
Ospedale Carlo Forlarini di Roma: breve período no verão de 1961, abril de 1962,
sempre a doença de Adison, mostrava pouquíssima tolelância aos medicamentos.
Clinica Due Riviere di Savona: em fevereiro de 1967 foi-lhe extraído o dente do
siso porque incluso e foi-lhe partida a mandíbula fraturada. Ligaram-lhe a boca e
alimentou-se por meio de um pequeno tubo. Ela queria comungar e, não se sabe
como, os ligamentos que uniam os dentes durante a noite tinham-se partido. Recebeu
a Sagrada Comunhão e depois fizeram-lhe um suporte de gesso. Quando lho tiraram,
a mandíbula ficou ligada de modo que já não pode abrir a boca nem mastigar. Assim
outros sofrimentos para conseguir alimentar-se normalmente. Ospedali Riuniti di S.
Corona - Pietra Ligure (SV): de dezembro de 68 a fevereiro de 69 (operação) de
junho 69 a 22 dezembro 69 (operação ao líquido do joelho); nesta última data Vera
morre depois de ter sido muitas vezes operada. Um abcesso no centro do estômago
abrirá uma lesão que não mais se fechará e causará contínua hemorragia apesar de
todas as transfusões de sangue».
82

9.3 Page 83

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com gratidão e alegria (Lumen Gentium 12). A alma de Vera
com as mensagens e as cartas entra na fileira das almas caris-
máticas chamadas a enriquecer a Igreja com chamas de amor a
Deus e a Jesus Eucaristia para a dilatação do Reino de Deus».24
A vida de Vera também como salesiana cooperadora foi
breve, mas desde algum tempo, no espírito que a animava no
trabalho, na vida e na oração, refletia-se a luz da espiritualidade
salesiana. Podemos reconhecer isso na lembrança da sua colega
Maria Mattalia:
Nós encontrámo-nos pela primeira vez na sala de aula de
uma pequena escola no interior da Ligúria e imediatamen-
te ficámos amigas. Estávamos juntas com os nossos alunos,
com as crianças que Vera muito amou, a elas se dedicou com
toda a atenção pela sua aprendizagem e sobretudo pela sua
educação religiosa, moral, e social. Vera tinha confiança nas
crianças e dava-lhes confiança, particularmente aos menos
dotados, com o seu amor estava sempre ao lado da criança
em dificuldade, ao lado daquele que sofria por um atraso no
desenvolvimento intelectual, por uma situação familiar difí-
cil, por alguma doença ou mesmo por uma preocupação que
a professora com uma carícia, o seu sorriso carinhoso, a sua
afetuosa delicadeza sabia acalmar. Eu seguia e admirava Vera
na sua vida humilde, mas muito preciosa, via a sua força de
vontade no sacrifício com que todos os dias enfrentava as
preocupações, o trabalho, os seus sofrimentos. Eu reparei em
particular como o centro de toda a vida espiritual de Vera
era a Eucaristia, a Missa, a comunhão diária; a Eucaristia era
tudo para ela, era o amor imenso de Jesus que ficou connosco
e que se entrega a si mesmo às nossas almas.25
A Eucaristia foi sempre, de facto, a fonte na qual Vera encon-
trou diariamente a força para apoiar espiritualmente uma situação
dificilmente sustentável apenas com as forças humanas. O seu amor
a Jesus Eucaristia e à Auxiliadora, pela qual Vera desde menina ti-
nha uma predileção, vêm também recordadas pelo padre Bocchi:
24 G. BORRA, Grita Vera. Notizie biografiche, o.c., p. 112
25 G. BORRA Ibidi, p. 103.
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9.4 Page 84

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Foi no confessionário que conheci o espírito de Vera Grita:
era muito piedosa, simples, serena, humilde, apaixonada por
Jesus Eucaristia, zelosa no seu dever como professora, devo-
tíssima para com a Virgem Maria, fiel aos seus compromissos
religiosos. Quando ela estava em Savona, participava todos os
dias na primeira Missa da manhã: estou a vê-la no seu lugar
e no seu banco habitual, do lado esquerdo de quem entra para
a igreja, composta, absorta, contemplativa, por vezes com os
olhos fechados, muitas vezes com o terço na mão. Confessa-
va-se sempre uma vez por semana, ao sábado. Durante os três
anos em que Eu permaneci em Savona (1963-66), Vera fre-
quentou sempre a nossa igreja (de Maria Auxiliadora): pude
assim conhecer o seu amor a Jesus Eucaristia e a sua devoção
à Virgem Auxiliadora. Vera tinha uma saúde muito precária,
mas nunca a ouvi lamentar-se, mais, eu não conhecia o cal-
vário que ela levava em seu corpo há mais de 20 anos. […]
Ia muitas vezes em peregrinação a Lourdes e de cada vez
trazia-me uma pequena lembrança: um terço, uma medalha,
as imagens de Nossa Senhora.26
E finalmente referimos o testemunho do padre carmelita
Guido Roascio, que durante os dias de espiritualidade organi-
zados pelo Centro de Estudos, não hesitava em repetir: “Vera
era uma santa”.
Conheci Vera Grita durante o ano escolar 1968/69 no Deserto de
Varazze, onde existia uma Secção Estatal de Escolas Elementa-
res, na cerca do convento. Aqui Vera lecionou durante o último
ano da sua vida. Eu tinha vindo para a comunidade do Deserto
em abril de 1968, depois de ter concluído os estudos de teologia
em Roma. Vera, não possuindo carta de condução e residindo
em Savona, ficava no Deserto, no quarto dos hóspedes, desde
segunda a sexta-feira à tarde ou sábado de manhã, por isso vol-
tava à família para o fim-de-semana. Posso dizer desde já que
Vera era uma santa. Tenho uma lembrança dela muito positiva
relativamente à manifestação da sua fé. Mais do que de pequena
26 M. R. SCRIMIERI, Vera de Jesus e a Obra dos Sacrarios Vivos, Edições
Salesianas, Porto 2000, pp.170-171.
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estatura, era frágil, delgada. Tinha o olhar sereno e luminoso, e
dele transparecia, por vezes, muito sofrimento. Muito doce no
falar, nunca impetuosa. No diálogo nunca agredia psicologica-
mente o seu interlocutor. Era calma, suave. Capaz de suavizar
tudo com um sorriso. Nunca a vi rir de forma exagerada, talvez
porque o ambiente do Deserto não convidava a rir. Muito reflexi-
va, com cinco minutos de colóquio revelava-se amável, bem-dis-
posta, atenta e interessada pelos problemas dos outros, sincera,
comunicativa, disponível para a comunhão com todos. Respei-
tava muito o próximo; nunca a ouvi falar mal de ninguém, nem
apresentar alguém com aspereza. Doce de caráter, difundia sua-
vidade ao desenrolar da conversa. Estou convencido que durante
o ano passado no Deserto de Varazze tenha sofrido muito frio e
solidão sobretudo durante o período invernal. Era muito discreta,
não andava à procura de alguém para falar. Ela ficava sozinha a
preparar as aulas e fazendo oração. Delicada, anémica e doen-
te como era, parecia-me atacada pelo frio. Tinha um aquecedor
elétrico no quarto, mas aquele instrumento pouco valia contra
os bisontes de gelo invernal. E então? Estava sempre ligado e a
funcionar? E a alimentação teria estado adaptada às possibilida-
des do seu fígado? Eu não saberia dizer que sim, pois tenho as
minhas dúvidas. No entanto, ela nunca se queixava. A oração era
o seu pão de cada dia. Ela rezava longamente diante da Eucaris-
tia, ou junto de um belíssimo crucifixo milagroso, que se venera
no Deserto de Varazze: é de marfim, esculpido por um artista
anónimo indiano; suou sangue e foi levado para a Itália pelo mis-
sionário padre Michelangelo da Província religiosa de Génova.
O centro da piedade de Vera estava na Santa Missa recebendo
Jesus Eucaristia. Amava todos os meninos. Dedicou-se ao ensino
com paixão. Infundia nos seus corações um profundo amor pelo
amigo Jesus, alimentado concretamente e psicologicamente atra-
vés de um caderno pessoal que cada criança tinha como diário
e colóquio com Ele. Nunca ouvi gritos provenientes da sala de
aula onde lecionava, como acontece um pouco em toda a parte,
quando os meninos fazem perder mesmo os últimos cêntimos de
paciência aos professores. Concluindo, recordo aquele ano pas-
sado no Deserto com grande prazer, porque a humilde presença
de Vera continua ainda, depois de tanto tempo, a fazer-me bem.27
27 CENTRO STUDI OPERA DEI TABERNACOLI VIVENTI, Magnificat!
Anno 2 - n.1 “Vera era una santa!” de P. Guido Roascio ocd p. 2.
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São muitos os fiéis que esperam e rezam para que um dia a
Igreja possa manifestar a santidade de Vera. Nós agradecemos-
-lhe pelo “sim” heroico dela à vontade do Pai, selado com o
oferecimento da vida pela Obra dos Sacrários Vivos para gerar
em Maria Santíssima, primeiro Sacrário Vivo, muitos outros
Sacrários Vivos, almas eucarísticas que a imitem na sua vida
de comunhão e doação ao Senhor para o bem da Igreja e dos
irmãos. Vera é o “grão de trigo” que tendo caído na terra não
ficará sozinho, mas irá gerar muitas outras “Veras”, as novas
“esposas pobres” de Jesus:
«Jesus eucarístico a ti, humilde esposa prometida a Mim.
Segue-Me: o caminho para ti é renúncia e Amor. Então, será
abandono, mas nunca do teu Jesus, porque Ele ama demasiado
a “pobre”, e Eu agora procuro, vou procurar “esposas pobres”,
como tu. Diz isto, diz que procuro estas esposas que de ti, a seu
tempo, recebam e confiança. Tu serás o primeiro exemplo
que revelarei aos homens. Será Graça maior quando pelo mun-
do fores apenas uma figura representativa perante a qual ou-
tras almas poderão espelhar-se e vir a Mim confiantes, porque
o vosso Deus revelou um Amor inexprimível pelas criaturas;
elas não podem elevar-se da Terra para Mim, sem que Eu, Jesus
Eucaristia não caia com elas para as elevar e para que cheguem
a Mim.» Mensagem de 7.8.1968
O corpo de Vera repousa no cemitério de Zinola, Savona,
e para a esposa do Amor Eucarístico não é preciso haver flo-
res sobre o túmulo, mas espigas de grão como Jesus desejava:
«Depois será o trigo, as espigas douradas, o símbolo da minha
predileção: e para vós, não flores sobre os vossos túmulos, não,
junto ao corpo inanimado, mas espigas, grão que produz pão,
farinha de grão que vai servir para as sagradas partículas: as que
vós tereis trazido humildemente e recebido na alma.» Mensa-
gem de 7.8.1968
86

9.7 Page 87

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Causa de Beatificação e Canonização
de Vera Grita1
O testemunho cristão de Vera Grita, a missão a que Jesus a
chamou e a Obra dos Sacrários Vivos que nos últimos anos se
tem gradualmente difundido, foram sempre acompanhados por
uma significativa fama de santidade da serva de Deus.
Com a apresentação do libelo Supplex ao Bispo de Savo-
na-Noli, Dom Calogero Marino, a 22 de dezembro de 2019, no
50º aniversário do falecimento de Vera Grita, foi formalizado o
pedido oficial de abertura do Inquérito diocesano sobre a vida,
as virtudes, a fama de santidade e de sinais de Vera Grita, leiga,
Salesiana Cooperadora.
A 10 de abril de 2022, em Savona, foi aberto o Inquérito
diocesano, concluído no dia 15 de maio do mesmo ano. A 14
de dezembro de 2022, o Dicastério para as Causas dos Santos
reconheceu a sua validade jurídica e a Causa entrou, então, na
fase romana.
O que se deseja é que o testemunho da vida eucarística e
mariana da Serva de Deus e a herança espiritual que nos deixou
nos seus escritos, agora publicados, possam atingir os objetivos
para os quais a Obra dos Sacrários Vivos foi inspirada, quer
dizer, ajudar o Povo de Deus a reavivar a fé e o amor à Eucaris-
tia, compreendendo cada vez mais profundamente a riqueza do
mistério que nos foi dado.
Como disse o Papa Francisco na homilia pronunciada em
Quinta-Feira Santa de 2020: “A realidade que hoje vivemos,
nesta celebração: o Senhor que quer ficar connosco na Eucaris-
tia. E nós tornamo-nos sempre sacrários do Senhor, levamos o
1 Este contributo sobre a Causa de Beatificação e Canonização de Vera Grita
foi atualizada em relação à edição original publicada em 2017, quando a Causa
ainda não tinha sido iniciada.
87

9.8 Page 88

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Senhor connosco; a ponto de Ele mesmo nos dizer que, se não
comermos o seu corpo e não bebermos o seu sangue, não entra-
remos no Reino dos Céus. Mistério, este, do pão e do vinho, do
Senhor connosco, em nós, dentro de nós”.
Além disso, pensamos que a tradução e a publicação dos
escritos de Vera Grita constituem uma proposta para enfrentar
os desafios do terceiro milénio, o que equivale a dizer, uma
nova via de apostolado e de evangelização baseada na presença
real de Jesus Eucaristia, “levado e doado” a toda a parte para a
salvação das almas que vivem longe d’Ele.
Roma, 5 de setembro de 2024
P. Pierluigi Cameroni SDB
Postulador Geral das Causas dos Santos
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9.9 Page 89

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10.1 Page 91

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Perfil biográfico do diretor espiritual
G. Zucconi SDB,
Pistoia, 11 de maio de 1919 – Roma, 5 de fevereiro de 1980
Os salesianos padre Bocchi, padre Zucconi, padre Borra e
o carmelita Guido Roascio foram os sacerdotes que, além de
conhecerem Vera durante os anos da sua experiência mística,
foram também os primeiros chamados pelo Senhor a receber e
realizar a Obra dos Sacrários Vivos.
A gratidão de Vera para com estes sacerdotes foi sempre
grande: as cartas que ela lhes escreveu são um testemunho de
como Vera não deixava nunca de reconhecer no sacerdote a
ação sobrenatural do Senhor; portanto, ela só podia agradecer
sempre e de alguma maneira os dons de graça que recebia por
meio deles. Por vezes, a gratidão e a alegria transformavam-se
em canto, como no magnificat da Virgem Maria, e Vera assim
se exprimia numa carta ao padre Bocchi: «E eu não acabarei
de lhe dizer “Obrigada”, porque é um “obrigado” que começa
em Jesus, passa a Ele, e volta a Jesus num canto de amor e de
glória que não sei dizer, mas Jesus sabe compreender e ouvir».1
O padre Gabriello Zucconi nasceu em Pistoia em 11 de
maio de 1919, mas foi viver primeiro em Novara e depois em
Génova para onde a família se tinha transferido. Obtida a licen-
ça de Professor, inscreveu-se no Instituto Superior de Ciências
da Educação. Em setembro de 1940 foi admitido no noviciado
salesiano de Varazze, que se concluiu com a primeira Profis-
são trienal. De 1946 a 1949 frequentou o estudantado de Teolo-
1 M.R. SCRIMIERI, relação “Cara figlia della Croce” – Correspondência
inédita entre o padre Bocchi e Vera de Jesus, Centro Studi “Obra dos Sacrários
Vivos”, Milão 2008.
91

10.2 Page 92

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gia em Bagnolo e no ano seguinte em Bollengo para o IV ano,
quando emitiu os votos perpétuos.
Como sacerdote foi conselheiro escolar no internato de
Pisa, depois docente em Borgo San Lorenzo, em La Spezia, em
Valle Crosia, em Livorno, em Florença e em Alassio de 1965 a
1967, quando foi transferido para Florença. Em 1969 foi envia-
do para Bova Marina onde exerceu a função de pároco em Con-
dofuri. Aí permaneceu até outubro de 1976, quando entrou na
Comunidade de Roma “Sacro Cuore” e de 1977 até à sua morte,
em 1980, está em “Don Bosco”, como adido na paróquia.
“Apóstolo predileto da minha Obra de Amor”
O padre Gabriello foi director espiritual de Vera desde se-
tembro de 1967, quando pela primeira vez Vera ouviu a “Voz”
divina que lhe ditava a Obra. É graças à direção sábia e ilumi-
nada do padre Gabriello, que Vera continuou a escrever quanto
Jesus lhe transmitia; tomada pelas dúvidas e pelo medo de se en-
ganar, Vera sentia a tentação de não escrever, mas o padre Zuc-
coni pediu-lhe que o fizesse, em obediência e por amor a Jesus.
Esta orientação foi tão decisiva, que Vera na primeira página do
primeiro caderno dos manuscritos escreveu: “escrito por obe-
diência a Jesus, através do padre Gabriello, sacerdote salesia-
no”. Durante o desenvolvimento da experiência mística, o padre
Zucconi ajudou-a a levar a cruz da “Voz”, mostrando-lhe a sua
fé nas Mensagens que ela recebia, a sua alegria por um Deus tão
próximo que falava ao seu coração de sacerdote através de Vera
e a sua dor por não saber corresponder a tão grande dom.
Por desejo explícito do Senhor, o padre Zucconi foi o “guar-
dião” da Obra dos Sacrários Vivos: à morte de Vera recolheu e
passou à máquina todas as Mensagens, que enviou aos Superio-
res e a vários irmãos. Encarregou-se de enviar ao Santo Padre
Paulo VI as Mensagens a ele dirigidas e a Obra completa. Há
mais de 150 cartas escritas pelo padre Zucconi dirigidas a Vera,
92

10.3 Page 93

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nas quais emerge a grandeza espiritual deste sacerdote que des-
de o primeiro momento abraçou e desposou a Obra do Amor e
de Misericórdia de Jesus, aderindo a ela com todas as fibras do
seu ser humano e sacerdotal.
O padre Giuseppe Borra, que durante um certo tempo foi
diretor espiritual do padre Zucconi, escreveu acerca dele: «A
figura do padre espiritual fica engrandecida, como se vê pe-
las cartas de Vera e pelas Mensagens. Como no momento atual
da ação é difícil avaliar um personagem por ser muito grande,
vemos que se destaca porque outros falam dele e sob vários
ângulos fazem-no reviver, assim o padre Gabriello aparece nas
palavras de Jesus e nas cartas de Vera com uma dimensão que,
sem negligenciar os aspetos humanos, o fazem brilhar pelas
suas qualidades de alma sacerdotal e de guia».2 Quem era o
padre Zucconi?
Um sacerdote que vive a sua vocação sem desvios – continua
o padre Borra –, só pelos interesses de Deus e das almas: era
assim o padre Zucconi. De onde lhe vinha a sede de almas que
tanto o distinguiu? Da formação familiar nos anos juvenis, do
estudo de dom Bosco cujas ânsias foram também as suas, tan-
to que os jovens que o encontravam viam no padre Gabriello
um amigo, um bom diretor de consciência. Recebeu do Senhor
dons que o tornavam sensível aos problemas de espíritos ansio-
sos no caminho da perfeição. Viveu em vários colégios de dom
Bosco: a sua predileção, além da escola, [era] o trabalho na pa-
róquia. O padre Gabriello foi, com Vera, uma alma vítima pela
Obra, pelo seu nascimento e difusão. Muitas vezes Jesus se
dirige ao padre e o encoraja para que difunda as “Mensagens”
e obtenha das autoridades eclesiásticas as devidas aprovações
para os “Sacrários Vivos”. O padre Gabriello enfrenta as difi-
culdades e sobretudo as incompreensões contra ele, decorren-
tes da incredulidade e da suspeição. O caminho é áspero e com
tropeços. Todavia ele escreve aos seus Superiores, escreve e
encontra-se com os bispos.3
2 G. BORRA, Grita Vera Notizie biografiche op.cit., p 73.
3 Ibid. 67.
93

10.4 Page 94

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Quando o padre Gabriello inicia a noite do espírito, da pro-
va e da cruz pela incredulidade e a incerteza que encontra, Je-
sus encoraja-o, enviando-lhe duas Mensagens, até agora inédi-
tas e de grandíssimo valor espiritual. Jesus chamava “cartas de
amor” a todas as Mensagens que dirigia a Vera especificamente
para o padre Gabriello e para os sacerdotes.
Reproduzimos integralmente a primeira, escrita por Vera na
vigília da festa de São João Bosco: Jesus manifesta o seu Amor
Sacerdotal por todos os sacerdotes e a sua predileção pelo padre
Gabriello por ele ter acreditado sem hesitação na experiência
mística de Vera. Encoraja-o a falar da Obra aos Superiores sa-
lesianos, aos bispos, a perseverar até que veja a glória de Deus:
Varazze, 30 de janeiro de 1968
Jesus, Eterno Sacerdote, ao padre Gabriello.
Eu vim ter contigo com o meu Coração aberto e ferido para
introduzir a tua alma no meu Peito. Eu atraio-a a Mim e ela se
une a Mim, está próxima do meu Coração. O teu sofrimento,
Gabriello, é dado pelo Amor, pelo meu Amor por ti. Escuta-
-Me, anseia por mim e o meu Coração se abre, ainda está fe-
rido pelo Amor para introduzir nele a tua alma, o teu coração.
Assim, Eu te comunico o meu Amor, a minha Dor, os meus
Desejos, a minha Vontade.
Eu aproximo-te de Mim, Gabriello, e guardo-te em Mim e so-
fro contigo, contigo Me alegro; oculto-Me em ti e contigo vou
pelos caminhos, contigo caminho, estou contigo, Gabriello.
Se tu soubesses a imensidão do MEU AMOR por ti, pelos
Sacerdotes que me servem, que lutam juntamente comigo e
por Mim!
Se tu soubesses o que é para Mim a tua alma sacerdotal!
Eu cuido-a, previno-a, acaricio-a, guio-a. Eu derramo nela os
perfumes da minha Santidade, enquanto o teu amor Me con-
sola. Sim, procuro consolações, Gabriello! Dá-mas, dá-me
muitas por ti, por aqueles Sacerdotes que ainda não sabem
amar-Me… O teu amor, Gabriello, é uma força, uma força
que eu te dei: pede-a para os teus Irmãos, para todos os meus
94

10.5 Page 95

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queridos Sacerdotes…
Vem, vem, Gabriello, ao Amor do Pai, do teu Deus, do teu
Jesus e encontrarás sempre as minhas mãos chagadas, mas,
por isso mesmo, cheias de “graças”.
Vem a Mim, Gabriello, e Eu te falarei da minha Obra de
Amor, da “nossa” Obra de Amor.
Enviarei almas, almas que se imolem vítimas para que a mi-
nha Obra flua, como um rio de misericórdia para o mundo, e
vós não deixeis de difundir, difundir-Me nas almas.
Vai a Pistoia, vai a Siena, vai aos Superiores e apresenta-te
em meu Nome: Jesus. Eu te iluminarei. Não disse que “ve-
rias a minha Glória?” Vós, chamados por meu Pai, vós meus
Sacerdotes, queridos e santos, ide, não hesiteis: Eu estou con-
vosco, é Jesus que quer ir, é Jesus que quer “falar”, é Jesus
que quer dizer: quero sair do Templo, não quero esperar mais
pelas almas que já não me procuram.
Eu sou o bom Pastor, Eu irei à procura das “ovelhas” que não
entram no meu Redil.
É Jesus que deseja caminhar para procurar…
Vai, padre Gabriello, em meu Nome, mergulha-te em Mim,
na minha Graça, na minha Vida para que em ti não haja mais
do que Eu que fale, que persuada e toque com a minha Graça
aqueles que te escutarem.
Gabriello, meu filho, o meu Pai abraça-te em Mim, abençoa-
-te, atrai-te a Ele.
Eu te consolarei, te apoiarei nas lutas, nas incertezas. Eu te
escreverei e tu serás confortado pelas minhas Palavras. Foste
tu que tiveste mais fé no pobre braço humano; tu acreditaste
e Eu te retribuo a fé em Mim, nas minhas Palavras, com estas
cartas. Tem esperança em Mim. Ó Gabriello, espera em Mim.
Eu quero voltar a viver em ti e em ti imolar-me para o meu
Pai, pelo Reino das minhas Almas.
Levo até ti, Gabriello, com estas palavras, uma fonte de Gra-
ças: nascem do meu Coração ferido de Amor por ti, pelos
meus queridos Sacerdotes e a eles quero comunicar o meu
Amor, as minhas Palavras, a eles o meu abraço de Esposo, de
Irmão, de Eterno Sacerdote.4
4 Mensagem inédita– Aquivo Postulazione Generale delle Cause dei Santi della
Famiglia Salesiana – Roma.
95

10.6 Page 96

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Com a segunda Mensagem, enviada a Vera dois meses de-
pois, Jesus encoraja o sacerdote a perseverar sem desanimar:
Vejo que sofres, sofres pela minha Glória… Por causa das dú-
vidas, das incertezas do momento, porque a “minha Obra de
Amor” verá a luz através de provas e sofrimentos, pedirá “ví-
timas”, será banhada pelo meu sangue, porque Eu, Jesus Euca-
ristia, para Me dar a vós fui imolado. Vós “levais” o Cordeiro
Imaculado sacrificado ao meu Pai, para que as vossas almas “se
aproximassem da luz, “vissem” Luz.
Quem Me “leva” deverá assemelhar-se ao Cordeiro e com Ele ser
imolado. O Cordeiro imolado por vós, resgatou-vos, mas vós em
Mim deveis ser “pequenos cordeirinhos” humildes e confiantes
que em Mim se deixam conduzir ao Sacrifício. O “vosso” está
a começar agora. Padre Gabriello, vai em meu Nome a Siena,
a Pistoia, vai a Sampierdarena e bate… Eu farei que te abram
a porta das almas sacerdotais. Não te desanime a incredulida-
de, não temas… porque Eu estarei sempre contigo. Tu dás-Me
glória, e Eu não recordo as tuas ofensas, eu recordo os teus so-
frimentos, o teu amor, os teus sacrifícios… Eu vejo o teu amor.
Eu, Jesus, falei-te sobre a “noite”, tu estás a entrar na noite e
Eu, no meu Amor Eucarístico serei a tua única “Luz”. […] Eu te
escreverei, te apoiarei e como a uma “criança” te tomarei pela
mão na “noite”. O teu Jesus que te leva no seu Coração de Pai,
Coração de Deus!”.5
No verão de 1969, convidado pelo bispo de Reggio Calá-
bria, dom Ferro, a trabalhar na sua diocese, o padre Zucconi
obteve dos Superiores Salesianos a autorização de se transferir
para Bova Marina, na casa salesiana, e foi-lhe confiada a paró-
quia de Condofuri em outubro desse ano. O bispo, nos encontros
com o padre Zucconi, tinha acolhido bem a Obra dos Sacrários
Vivos, vendo a possibilidade de realizá-la depois de ter estudado
o modo de o fazer.6
5 Ibidem.
6 Não temos de momento uma documentação sobre a atividade desenvolvida
pelo padre Zucconi em Condofuri também sobre a Obra.
96

10.7 Page 97

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Três meses depois da transferência do padre Zucconi para
Bova Marina, em 22 de dezembro de 1969, Vera falecia num
quarto dos Hospitais Reunidos de Santa Corona.
O padre Zucconi desenvolveu o seu ministério sacerdotal
em Condofuri durante sete anos e depois disso pediu para re-
gressar à Comunidade. Estes anos não foram fáceis, nessa terra
de missão.
Voltando a Roma em outubro de 1976, no ano seguinte foi-
-lhe confiado o cargo de vice-pároco em Cinecittà, onde iniciou
o seu ministério em 8 de setembro 1977. Pouco depois, em 22 de
setembro, foi recebido em audiência por Paulo VI. Obedecendo
às iniciativas que o Senhor tinha manifestado através de Vera, o
padre Zucconi tinha feito chegar ao Santo Padre as Mensagens
endereçadas a ele e sucessivamente toda a Obra. Em 22 de se-
tembro, Paulo VI abençoou a Obra dos Sacrários Vivos.
Atingido por um enfarte cardíaco, passou por diversos in-
ternamentos hospitalares. Depois do último internamento, em
26 de novembro de 1979, prolongando-se até 14 de Janeiro de
1980, e voltando à paróquia, escreveu em 17 de janeiro a um
irmão religioso esta carta na qual dava o seu “fiat”, em união a
Jesus Crucificado, pelo bom resultado do Capítulo Inspetorial:7
Rev.mo Irmão,
Como vindo de Deus, acolho com alegria o convite que me
fez de oferecer, no período do Capítulo Provincial, orações e
sacrifícios para o seu bom resultado.
É bem pouco o que eu posso oferecer pessoalmente, todavia
uno-me totalmente às intenções de Jesus Crucificado e in-
voco a maior bênção divina por tudo quanto me recomenda.
Queira ter-me presente nas suas orações. Com amizade fra-
terna em dom Bosco
Seu dev.mo Pe. Gabriello Zucconi
7 Centro Studi Opera dei Tabernacoli Viventi. Carta encontrada entre as ofe-
recidas pelo irmão Sr. Augusto Zucconi.
97

10.8 Page 98

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A missão do padre Zucconi na terra estava concluída. O
Senhor aceitou a sua oferta e duas semanas depois, em 5 de
fevereiro de 1980, o padre Gabriello passou para a vida do Céu,
a continuar a interessar-se em plenitude de graça pela obra dos
Sacrários Vivos com Vera de Jesus, para a salvação das almas,
para o bem da Igreja e da Família Salesiana. O seu corpo repou-
sa no cemitério do Verano em Roma.
A figura do padre Gabriello Zucconi merece um estudo à
parte, um estudo que faça emergir todo o valor e a riqueza do
seu ministério sacerdotal desenvolvido em anos difíceis, e tam-
bém a sua capacidade de compreender a vida mística nas almas
e os dons que recebeu do Senhor durante a direção espiritual de
Vera de Jesus.
As mais de 150 cartas escritas para Vera nos anos 1967-
1969, agora disponíveis no Centro de Estudos Obra dos Sacrá-
rios Vivos de Milão, constituem uma fonte riquíssima e muito
significativa para um futuro trabalho sobre este grande e santo
filho de dom Bosco.
98

10.9 Page 99

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Caderno de
Vera de Jesus
«Estas palavras são luz e,
porque são minhas, devem resplandecer
e não ficar escondidas»
Jesus a Vera, mensagem de 6.3.1969
19193

10.10 Page 100

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100

11 Pages 101-110

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11.1 Page 101

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CADERNO I1
Início em 19 de setembro de 1967
Fim em 24 de novembro de 1967
Escrito por obediência a Jesus através do padre Gabriello,
sacerdote salesiano
Para a maior Glória de Deus, Santíssima Trindade,
“Seja feita sempre a Tua santa e adorável vontade”
“Ó meu Jesus, venha a nós o Vosso Reino!”
1 «Caderno I»: termo usado por Vera para os cadernos empregues para es-
crever as Mensagens. No seu conjunto os cadernos são 13 e por gentil concessão
da Cúria de Savona foram fotocopiados pelo Centro Studi Opera dei Tabernacoli
Viventi e agora integralmente publicados nesta nova edição.
101

11.2 Page 102

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19-9-1967 11h05 (Diante do Santíssimo Sacramento)
J2.: «O vinho e a água somos nós: Eu e tu, tu e Eu. Somos um
só. Eu escavo em ti, escavo para construir-Me um templo; dei-
xa-Me trabalhar, não ponhas obstáculos». (A alma agora invoca
o Espírito Santo). «J.: “… e a vontade do meu Pai é esta: que
Eu permaneça em ti e tu em Mim. Juntos daremos muito fruto».
20-9-1967 11h30 horas
J.: «Leva-Me contigo, leva-Me à Pina, a todos. Vamos
“juntos”, estejamos sempre juntos. Se duvidas, volta a fazer o
sinal da cruz, e diz: “Jesus”»
22-9-1967 (na igreja)
J.: «Eu te abrigarei à sombra das minhas asas. Estás no
mundo, mas não és do mundo. Aqui, no Sacrário, quero ora-
ções, quero consolações de todas as almas. Leva-Me contigo:
no teu coração»
22-9-1967 11 horas, (em casa)
Jesus: «Estou contigo, minha filha. Eu não te deixei. Agora
serás tu a não Me deixares, a não Me abandonares na minha
solidão: solidão do Sacrário, solidão por parte das almas. Conti-
nua a escrever: quero ser amado, quero ser conhecido por todos.
Quero dar, dar, dar-Me às almas. Fala-lhes de Mim; leva-Me,
dá-Me às almas. Minha filhinha, como és pequena, como és
um nada sem Mim. Deixa-Me falar, deixa-Me agir: quero al-
mas, almas simples, muito simples, quero conquistá-las ao meu
Amor. Ando a procurá-las pelo mundo, ando a reuni-las sob as
minhas asas. Vem comigo pelo mundo».
2 Letra inicial de Jesus.
102

11.3 Page 103

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Alma3: Senhor, eu quero obedecer-Te, eu venho, eu corro
para Ti, mas sabes que nada posso sem Ti: dá-me as tuas ordens.
Dou-te a minha mão, toma-a na tua, vamos juntos aonde Tu que-
res. Despoja-me de tudo para que eu nada tenha senão a Ti.
Jesus: «É teu este Nome, é teu o meu Amor, tua a minha
Cruz, os meus Sofrimentos, as minhas Chagas, o meu Sangue:
toma as minhas Riquezas, os meus Dons, são para os pecadores,
para as almas. Refugia-te nestas riquezas, nestes Dons, e ofe-
rece-te a Deus Pai segundo os desejos do meu Coração. Vamos
juntos pelo mundo colher almas. Eis que estás em Mim em cada
uma das minhas Imolações, em toda a face da Terra. Eu em ti, e
tu em Mim, como o vinho se une à água, como Eu estou no Pai,
e o Pai está em Mim, como o Espírito Santo, Amor, resplandece
em Nós. Faço-te dom gratuito de Tudo. Estás contente? É cruz;
é amor: é a minha Cruz, é o meu Amor. Vem, segue-Me! Ó mi-
nha filha, estabeleci a minha morada em ti: quero fazer de ti um
Sacrário Vivo para ir às almas. Dá-Me tudo».
Alma: Meu Jesus, não tenho nada para Te dar, não encontro
em mim nada, a não ser os teus próprios Dons, a Ti os ofereço,
desejo oferecer-tos por intermédio do Coração da tua e minha
doce Mãe com a minha pobre vontade. Meu Jesus, faz Tu, ani-
quila-me, mas permite que eu não Te resista, torna-me humilde,
toma para Ti todo o meu coração: que ele pulse apenas para Ti
e possa dizer-te em cada pulsar que Te ama, que detesta o peca-
do. Vida minha, que eu não tenha outra Vida senão a Tua, outro
suspiro senão o Teu, outra respiração senão a Tua.
Jesus: «Em nome da santa obediência escuta a minha Voz:
é Cruz, é Amor. O meu Amor e a minha Cruz nunca te aban-
donarão, assim será a MINHA VOZ. Aceita-a por obediência,
por amor e em espírito de humildade e penitência. Eis, Eu estou
3 Alma: em lugar de Vera.
103

11.4 Page 104

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em ti no amor e na dor, dor-amor. Esta Voz, a minha Voz, será
o fogo que te vai purificar. Quero que o MEU TEMPLO arda,
arda, se consuma por Mim. Agradece-Me, minha filha, que o
amor do meu Pai por ti é grande. Amanhã, na Santa Missa, le-
varás os meus Dons, os Dons do Coração da minha Mãe, e os
unirás às tuas pobrezas, às tuas nulidades, ao teu pequeno cora-
ção. Eu receberei tudo. Recorda: o vinho e a água. Neste mis-
tério está a união, a doação. Somente comigo a oferta se eleva
a Deus Pai. Minha filha, submerge-te no meu amor. Somente a
minha graça te sustentará. Olha para Mim na Cruz, ama-Me na
Cruz, fixa-te na Cruz: Eu, Jesus, atraio-te para Mim. Faz tudo
em meu Nome e por meu amor. Quando o cansaço te oprimir,
invoca-Me: Eu te ajudarei!».
Alma: Meu Jesus, dá-me a tua bênção!
22-9-1967 (16 horas)
Jesus: «Eu vos uni a Mim: O padre Gab. (Gabriello)4 e o pa-
dre B. (Bocchi)5 no coração do Santo Padre, nos seus sofrimen-
tos, nas suas Cruzes. Vou procurar outras almas, vou reunir-vos
sob as minhas asas, e vou pôr-vos aos pés do Santo Padre. Que-
ro muitas almas vítimas: procura-as!».
Alma: Como hei de fazer, meu Jesus, para as encontrar?
Ajuda-me, ordena-me porque quero obedecer-Te.
4 Padre Gabriello Zucconi, Salesiano (Pistoia, 11 de maio 1905 – Roma, 5
de fevereiro 1980). Vera conheceu o padre Zucconi em julho de 1967 durante os
Exercícios espirituais pregados pelo sacerdote salesiano. Nessa ocasião Vera pediu
ao padre Zucconi a sua direção espiritual e decidiu também vir a ser Salesiana Coo-
peradora.
5 Padre Giovanni Bocchi, Salesiano (Pugliano, 8 de março de 1929 – La Spe-
zia, 1 de maio de 2016), reitor da Basílica de Maria Auxiliadora em Savona. Dele-
gado para os Salesianos Cooperadores, foi confessor de Vera. Com o padre Zucconi
pertencia à Inspetoria Ligure Toscana, hoje Circunscrição da Itália Central. Fundou
a Obra Salesiana nos Camarões, como lhe tinha predito o Senhor na Mensagem de
4.2.1968.
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11.5 Page 105

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Jesus: «Pede à minha Mãe».
Alma: Obedeço-Te, Jesus, Ofereço-Te o meu pobre sofrimen-
to, a minha vontade, tudo, todo o meu ser, aceita-me como sou!
Jesus: «Dá-Me mais».
Alma: Não encontro nada para Te oferecer, mas se Tu des-
cobres alguma coisa, recebe-a, é tua.
Jesus: «Todas as ações sejam feitas por obediência e por
amor; tu não deves pertencer-te a ti mesma, mas a Mim por
meio do próximo. Não haja mais desejos, afetos senão os meus;
deves morrer hora a hora para a vida terrena para progredires
em Mim. Eu, Jesus, te prometo nunca te abandonar».
4 de outubro, São Francisco6
Jesus: «Escreve ao padre Gabriello. Eu estou com ele, e
ele está em Mim. Ele leva a chama do meu Amor às almas que
esperam por ele. Eu nele dou-Me às almas, e ele em Mim dá-se
a meu Pai. Quero que arda nesse Amor divino. Ele está no meu
Coração como consolador das minhas agonias, como irmão,
amigo. Ele é o Esposo que vai ao encontro da Esposa. Nele Eu
Me oculto para procurar as minhas ovelhas, para reunir o meu
rebanho. Nele falo, atuo, sofro e, sobretudo, amo. Eu reuni-vos
debaixo das minhas asas (o padre Gabriello, tu, pobre criatu-
ra, e o padre Bocchi); outras almas hei de colher das minhas
pastagens e assim formarei uma força: a minha Força. Como
6 Na Carta de 5 de outubro de 1967, enviada ao padre Zucconi, Vera escreve:
«Ontem, dia de São Francisco, tinha implorado a Jesus que se dignasse dizer-me
quanto podia dizer-lhe respeito e ofereci-lhe, muitas vezes, a humildade do Santo
para reparar a minha soberba. Sentia que Ele estava em mim e, no meu regresso,
procurei a solidão do meu quarto. Novamente o invoquei e depois… escrevi», in L.
GRITA, Mia sorella Vera di Gesù, p. 69.
105

11.6 Page 106

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soldados lutareis, sofrereis, e como meus soldados caireis no
campo, mas a vossa vitória ficará escrita nos Céus. Diz ao pa-
dre Gabriello que o seu Jesus o ama muito, e que não hesitaria
um instante em voltar a dar-lhe todo o seu Sangue. Eis que o
envio pelo mundo como outrora Eu andei pelo mundo. Ele deve
levar-Me, deve dar-Me, porque ele, padre Gabriello, está em
Mim. Conta-lhe tudo quanto Eu te disse. Eis que te falei agora
para que Eu seja ouvido. Não são estas palavras que lhe trarão
alegria, mas sim a Graça que Eu ponho nelas, porque estas pa-
lavras são, serão Eu. Tu, minha filha, espera por Mim, que Eu
irei a ti».
16 de outubro de 67
Jesus: «Dom de Deus, Dom de amor. O meu Amor é sem
limites, nem barreiras. Não são as tuas misérias que impedem a
minha Graça em ti, porque a minha Graça é AMOR. São as tuas
dúvidas, as tuas incertezas, os limites que tu pões ao abando-
no em MIM: Jesus! Como és frágil, minha filha! Vem a Mim:
Eu sou a FORÇA, a tua força. Pensa no Sacrário. Acredita na
MINHA PRESENÇA no Sacrário. Acredita em MIM, o teu Je-
sus não te engana. Sou Eu, Jesus! Falaria a qualquer pecador
se tivesse fé em Mim, se acreditasse em Mim, no meu Amor.
Mostrar-Me-ia a ele, como outrora na minha Santa Humanida-
de, mas ele não acreditaria porque não tem Fé. Se a Fé cresceu
em ti, sabe que é um Dom da minha parte! Acredita em Mim
que te falo e não perguntes mais nada, não queiras explicar o
porquê: assim agrada ao MEU PAI, assim me agrada a Mim.
Tu, recebe com humildade e gratidão a minha Voz. Regressa a
Mim, abandona-te ao meu Amor. Sentes a minha Cruz, sentes o
meu Jugo?! Deixa-te inundar por Mim».
106

11.7 Page 107

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20 de outubro de 67 sexta-feira
Jesus: «Eu dei-te luz em abundância, caminha com ela,
não te perderás: procura-Me, procura-Me só a Mim. Minha
filha, filha da Cruz, da minha Cruz, ouve-Me: o caminho é
longo e breve, é distante e próximo. Não penses em nada, não
penses nos outros, pensa em Mim. Separa-te de ti mesma,
de toda a preocupação, pensa em Mim. Fecha as janelas do
mundo. Escreve, minha filha, para que não esqueças quanto
Eu te amo. Não Me vês ainda em ti, não Me distingues? Estou
na Cruz, estou na Dor, estou no teu nada: um fio suspenso que
Eu seguro com o Amor. A minha Voz não chega a ti límpida
porque dás ouvido aos teus problemas».
Alma: Ajuda-me, meu Jesus, ajuda-me!
Jesus: «Procura Maria, procura a minha doce Mãe, procu-
ra o seu Amor, procura os seus braços maternos. Sim, sou-te
pesado, sou um peso, mas não pode ser de outro modo, e se-
rei então o teu Peso: Jesus! Vera, Vera, tens-Me grande amor
para Me aceitares assim?! Estás longe do verdadeiro AMOR.
Porém Eu, Jesus, quero este Amor de ti. Quero-o em cada tua
respiração, de dia e de noite, na tranquilidade e na tempestade.
Vem a Mim, abandona-te a Mim. Amanhã te ajudarei a levar
a Cruz, mas não te deves separar da minha CRUZ, porque
para ti é pão, luz, alegria, martírio. Dá-Me a tua companhia:
estou só, Eu, Jesus! Só, porque não sabes dar-Me nada, que-
ro estar contigo. Eu te darei TUDO: EU. Leva as MINHAS
mensagens, leva as MINHAS palavras, elas chegarão com a
MINHA GRAÇA. Hoje é sexta-feira, e tu deves sofrer muito
pela Minha Voz. Escreve ao padre Gabriello. Amanhã à mes-
ma hora espero por ti neste lugar. Deves morrer a tudo para
Me ouvires. Não temas, não tenhas receio, sou Jesus, Jesus,
Jesus. Reza, minha filha, reza para que Eu esteja em ti, para
que tu desapareças e Eu viva em ti».
107

11.8 Page 108

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Alma: Não consigo, Jesus, não consigo: tudo me perturba
e qualquer pequeno barulho é suficiente para me afastar de Ti.
Ajuda-me, ajuda-me. Tu sabes como é impossível para mim…
Mas se esta é a TUA VONTADE eu digo-Te com tua Mãe:
FIAT. Sozinha não posso, não consigo…
Jesus: «Escreve, sim, escreve por obediência, por penitên-
cia. Ó almas santas em Mim, vinde ao MEU CORAÇÃO, vin-
de a este Coração de Pai, de Esposo, de Amigo, de Irmão, no
CORAÇÃO de DEUS. Almas minhas, banhadas pelo orvalho
da minha Graça, purificadas por uma Fonte que flui sem cessar
do meu Coração. Almas minhas, almas de Jesus, almas, loucura
do meu amor, vinde a Mim, quero dar-vos ainda muito, muito
mais: Eu, Jesus, sempre convosco, vós sempre comigo. Nada
separa o Pai do Filho, senão o exílio e a carne, nada Me separa
das almas porque Eu as submerjo em Mim, incessantemente,
no meu amor. Cubro misérias, preocupações, purifico, santifico,
para que a alma permaneça em Mim, e Eu nela. Não, nenhum
alívio esta tarde para ti, e quase não reconheces a minha Voz,
no entanto tenho-te falado a ti e até por ti. Não temas, fizeste a
minha vontade. Eu permaneço em ti».
Alma: Jesus, dá-me a dor dos meus pecados, um puro e
santo AMOR, o dom da humildade e da obediência. Jesus, dá-
-me “tudo” porque eu não tenho nada. Obrigada.
21-10-1967
Jesus: «Amanhã o padre Gabriello estará em Comunhão
comigo, Eu vou iluminá-lo acerca de ti, tu recebe as Minhas
Ordens. Vou falar-te no silêncio, as vozes do mundo não de-
vem afastar-te de Mim. Quero atuar em ti com a minha Graça.
Aproxima-te de Mim, cada vez mais. Eu sei esperar… a hora da
Graça avizinha-se … está próxima. Espera-a com humildade.
Reza, sofre, oferece em comunhão comigo, com as almas, com
108

11.9 Page 109

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os meus SACERDOTES. Sofre pela minha Voz, sofre para es-
crever, sofre. Não te prometo consolações, mas sofrimentos. Tu
escreverás apenas por obediência.7 No teu íntimo, Eu, Jesus, te
apoiarei. Não vim ao mundo para me Alegrar, mas para sofrer,
para fazer a vontade do meu Pai. Não volto a “certas” almas se-
não… para sofrerem comigo, para fazerem, como Eu, a vontade
do meu Pai. Assim Eu vou pelo mundo… e procuro almas. Va-
mos, vamos juntos, procuremos almas “juntos”. Deixa espaço
para Mim, limpa o teu coração de tudo: faz que Eu venha a ti.
Dá-Me tudo, tudo para que tu não existas, não sejas senão para
Mim. Eu, o teu Jesus, te abençoo. Agora podes ir!».
Alma: Glória a Deus!
29-10-1967 “Festa de Cristo Rei”8
Depois das invocações ao Espírito Santo, a Maria Auxilia-
dora, a Alexandrina9, ao meu Anjo da Guarda, li estas passagens
7 «Tu escreverás apenas por obediência…». Vera escreveu as Mensagens em
obediência ao padre Zucconi, que a apoiou a levar a cruz das dúvidas, das incerte-
zas, da noite escura. Na Carta de 10.11.1967 ao padre Zucconi, Vera escreve: «…
ainda outras Mensagens mesmo se a minha pobre alma está na noite mais profun-
da». In L. Grita, Mia sorella Vera di Gesù, op. cit., p.73.
8 Festa de Cristo Rei. Da Carta de Vera ao padre Gabriello de 1 de novem-
bro de 1967: No dia de Cristo Rei, Jesus disse-me aproximadamente isto: Queres
aceitar a minha tríplice coroa? É feita de sofrimentos morais, espirituais e físicos”.
Sim, aceitei, mas como sou débil e como depressa se perfilou no horizonte um outro
sofrimento! […]. Na mensagem de 7.11.1968 Jesus explicita ulteriormente a oferta
da cabeça para a coroa de espinhos: «Esta oferta pode ser feita pela “minha alma”
de muitas formas. Tu, por exemplo, inclina a tua cabeça perante todas as dores
com humildade, oferece a tua cabeça para uma coroa de espinhos, a fim de que
rosas de graças floresçam nos pensamentos de cada homem… Tenho necessidade
de cabeças que saibam humilhar-se e levar comigo, com o seu Rei, a mesma coroa
que Eu levei por todos os homens, que eu, Jesus, levei por amor de ti a fim de que
em ti pudesse dominar, livremente desejado e amado, o meu Pensamento».
9 Alexandrina Maria da Costa (1904-1955), mística portuguesa, salesiana
cooperadora beatificada por João Paulo II em 25 de abril de 2004. O padre Bocchi
tinha oferecido a Vera o livro Tu sei amore che tuto vince, escrito pelo salesiano
padre Humberto Maria Pasquale, segundo diretor espiritual da beata Alexandrina.
109

11.10 Page 110

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do Santo Evangelho, tendo aberto o Livro Sagrado ao acaso
(São João): «Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós. Ainda
um pouco, e o mundo não Me verá mais, mas vós Me vereis;
porque Eu vivo e vós vivereis». De uma imagem do Padre Pio
de San Giovanni Rotondo, que se encontra naquela página, foi
feito um pedido ao Anjo da Guarda do Padre Pio por meio do
meu Anjo da Guarda. Então, eu ainda pedi uma Palavra de Je-
sus no Santo Evangelho que auxiliasse a minha fragilidade. Li
então: «Não temas, filha de Sião, eis que o teu Rei vem a ti
montado num jumentinho», São João. Depois do Sinal da Cruz
e de ter pronunciado o Santíssimo nome de Jesus, como me
disse o padre Gabriello, eu disse: «Fala, Senhor, que a tua serva
escuta».
E Jesus: «Quero que tu, minha filha, Me obedeças, não
quero interferências, por agora. A minha Voz é uma ordem, um
comando, é voz da alma, Voz de Deus! Chega a ti através das
penumbras do teu ser, e procuro um coração humilde, disposto a
ouvir-Me. Queres receber-Me no Amor?! Eu não Me imponho,
mas quero ser procurado, ardentemente desejado. Eu sou Jesus,
Jesus na Voz, Jesus na Graça Santa. Aproxima-te de Mim, não
temas, recebe o calor do meu Coração. Os “meus caminhos”
são infinitos, imprevisíveis, e Eu não posso atuar, se não houver
fé em Mim. Acredita em meu Nome, Jesus, acredita em Nome
da Santíssima Trindade, em Nome do Espírito Santo, acredita
em Nome da minha dulcíssima Mãe, “Imaculada Conceição”.
O padre Gabriello sofre, precisa muito de amor, precisa só do
meu Amor, Eu, Eu Jesus, vou dar-lho em função do teu sofri-
mento. Quero que aceites as “Minhas” dores, e delas te deixes
impregnar. Elas virão a ti como o orvalho sobre as flores, como
a aurora que precede a manhã, como a “morte” que precede a
verdadeira Vida. E é a Vida que quero dar, Vida, Vida, Vida,
toda a minha Vida. Quero passar, por meio das almas humildes
e dispostas, a outras almas ainda insensíveis aos meus apelos.
Estas almas devem purificar-se para Me acolherem, devem ofe-
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12 Pages 111-120

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12.1 Page 111

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recer-se elas mesmas em Mim ao meu Pai Celeste, para que Eu
viva nelas. Voltarei às almas, procurarei assim novamente as
almas. Minha querida filha, que Me podes dar tu? Dá-Me o teu
coração! O padre Gabriello aí está, à espera de Mim, das mi-
nhas Palavras. Eu o conduzirei ao Monte Santo e lhe narrarei as
minhas Belezas: Luz de Amor, Luz que arde e inflama, Luz para
a sua alma, Luz para as outras almas: Minha Luz, Luz de Deus!
Um fogo ardente penetrará em vós, Eu entrarei, por meio de
vós, nas almas, Eu chegarei às almas, Eu voltarei a vós, Eu vol-
tarei para o meio de vós e vos unirei, de um extremo ao outro
do mundo, e sereis a minha LIGA, o meu EXÉRCITO. O padre
Gabriello terá aflições e tristezas, penas e provações, mas ele
ter-Me-á em compensação somente a Mim. Eu amo-o, oh! amo-
-o muito! E amor lhe peço, “puro e santo”, amor, tanto amor por
Mim, pelos meus Planos, pelas minhas Almas. O seu Jesus hon-
ra-o pelo seu sacerdócio, investe-o no seu MINISTÉRIO. Eis
que Eu estou nele, mas ele deve tornar-se como Eu. Quero ser-
vir-Me dele, do meu Sacerdócio nele, porque “devo trabalhar”
pelo meu Reino, pelas minhas Almas. Que ele seja nas minhas
Mãos como um junco maleável, fácil a dobrar-se aos meus de-
sejos, mas não ao mundo. Em breve, farei nele morada estável.
Ele conhecerá a minha Força e o Espírito Santo lhe falará com
linguagem não humana. Que ele seja dócil na Mão de Deus, e
confie em Mim: Jesus, Eterno Sacerdote. Para ti, pobre filha da
Cruz, seja o meu regresso selado pelas feridas do meu Coração,
ferido e a sangrar. Jesus na sua glória te abençoa!».
10-11-1967 sexta-feira
Jesus: «Escreve: Eu sou o teu Jesus. Sim, escreve nova-
mente para ti, para os outros, para todos. Almas minhas, almas
santas, almas benditas do meu Pai, para onde ides? O meu Amor
vos alcança, vos persegue. Parai, escutai a minha Voz: sou Je-
sus, sou o vosso Jesus! Abro os meus braços, estendo-os sobre
a Cruz, alargo-os a toda a humanidade, acolho-vos, trago-vos
111

12.2 Page 112

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ao meu Coração e uno-vos a Mim. Quanta dor e quanto amor
neste abraço! Quem Me dá tanta dor? Quem Me dá tanto amor?
E o meu Coração sangra, geme, sofre, alegra-se, e não cessa
de receber-vos, de acolher-vos. Quem conduzirá as almas ao
meu Coração? Quem as introduzirá na Chaga do meu Lado? O
Sacerdote sofredor em Mim. Dele aceito toda e qualquer alma,
dele permito que a minha Chaga se abra sofrendo, morrendo em
Mim. Quando ele for todo Eu, recebê-lo-ei na minha na Chaga
do meu Lado com as “suas” almas, atravessará o meu peito e
logo depois o meu Coração o acolherá. Quem poderá separar-
-Me dele, das “nossas” almas? Ensina também tu o “caminho”
do amor a todos: grandes e pequenos, bons e menos bons. Jesus
sofredor chama-te ao seu martírio: sê forte. Escreverás coisas
maiores do que estas, e sofrerás, sofrerás em meu Nome, em
Nome do teu Jesus; vais-te sentir louca e ainda mais… A minha
Graça não te abandonará e manter-se-á contigo. Confia, minha
filha, no Amor do teu Jesus. Abre os braços também tu, esten-
de-os sobre a Cruz comigo, e aprende a abraçar toda a huma-
nidade comigo. Não te prometo ajudas, além das necessárias,
mas um padre sempre te compreenderá, porque alguém sempre
te falará em meu Nome. O padre Gabriello receberá “estas pa-
lavras” em meu Nome; ele Me verá, porque nestas palavras Eu,
o seu Jesus, lhe falarei. A minha Graça chegará a ele com estas
mensagens e ele vo-las lerá como no meu Coração. Não serás tu
a “dar” as minhas Palavras, mas haverá quem tas pedirá: então
obedece. Diante do Santíssimo Sacramento dá-Me sempre o teu
coração, e conserva-o no calor do meu Coração. Sim, voltarei a
ti com a água do sofrimento, com o Sangue do meu Sacrifício,
com os frutos da “Minha Graça”. Dá-Me tudo, tudo, tudo por-
que Eu, Jesus, tudo dei e dou a ti. Ámen».
12-11-1967
Jesus: «Escreve, minha filha, uma mensagem de Amor, de
Luz e de Amor. Eu, Jesus Cristo, Filho Incarnado de Deus, amo
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12.3 Page 113

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as “minhas” almas com um amor particular. Eu dou-lhes as “mi-
nhas graças” em superabundância. Elas não são os meus servos,
mas os “meus amigos”. Nelas habito com a minha Graça, e a
Graça sou Eu, sou Jesus. Eis: a minha “Liga” aumenta, o “meu
pequeno exército” está a avançar e avança comigo e por Mim.
Nós vamos juntos, vós vinde comigo e ficai em Mim. Abando-
nai as atrações do mundo, colocai-as diante do meu Altar. Vós
que ainda estais no mundo, não sejais nunca mais do mundo.
Por isso viveis ainda no mundo: para serdes para Mim, para
virdes a Mim: Jesus! A tua alma está agora imersa em Mim,
mas logo as trevas a recobrirão com a sua escuridão. Então,
olha para Mim, olha mais para Mim e fixa-te em Mim na Cruz.
Escreve, minha filha, escreve novamente para ti e para todos.
Que o teu coração confie em Maria, minha Mãe. Conta-lhe as
alegrias e as dores, as misérias e as escravidões, eleva as tuas
mãos para Ela, a fim de que só trabalhem com Ela, eleva a tua
mente até Ela, a fim de que não penses senão com Ela e como
Ela; eleva a tua alma até Ela para que, pertencendo a Ela, seja
d’Ela, imersa n’Ela. Por fim, o teu coração. Oferece-Me tu mes-
ma, tudo o que te pertence e o teu coração, no Coração de mi-
nha Mãe, Maria Imaculada. Minha filha, faz então que Eu sofra
em ti, faz que Eu volte às almas, faz que Eu trate com as almas.
Aceitas? Inclina-te… e recebe a minha Cruz! O teu Jesus».
Alma: Ó Jesus, Vida da minha alma, aceito tudo em Maria
Santíssima e visto que sou um nada e má, escondo-Me no Co-
ração Imaculado de Maria. Obrigada, meu bom Jesus.
12-11-1967
Jesus: «Atraio-te a Mim, não vês?! Sentes a imensidão do
meu Amor? Acolho-te na minha CASA10, debaixo do meu pró-
10 Trata-se do Istituto delle Suore Canossiane - Casanova di Varazze -para
onde Vera se tinha transferido nos primeiros dias de novembro: «Eu lhe [a Jesus]
pedi para mim um lugarzinho tranquilo para ir com serenidade ao meu trabalho, que
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12.4 Page 114

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prio teto. Afasto-te do mundo, estás sob as minhas Asas, e a mi-
nha Sombra te protege. Aqui comigo, deves aprender a sofrer
e a amar como Eu quero; a procurar-Me, a falar-Me, a dizer-
-Me tudo. Eu estou aqui, contigo. Estou na capela, estou aqui
enquanto escreves, estou na tua pobre alma. São minhas as tuas
lágrimas, fui Eu que tas dei! São lágrimas de amor, de dor, são
lágrimas que fluem de mim, do meu Amor. Aqui, nesta Casa, tu
és querida, Eu coloquei-te próxima “das minhas almas”. Juntos,
servi a minha glória. Sim, estás no mundo, mas já não para o
mundo, e dele Eu sempre te livrarei. Quero construir para mim
um Templo de amor, e escolhi-te porque és “nada”, mesmo um
nada. Quero-te humilde, muito humilde. Esta virtude, querida ao
meu Coração, tu a conseguirás de minha Mãe, mas tu não deixes
de a invocar. Quero-te ao “serviço de todos”, pronta a obedecer
a todos, servir a todos, porque desse modo Me servirás a Mim.
Quero-te “misericordiosa e prudente” com todos. Quero que se-
jas “boa e generosa”. Quero-te mártir do meu Amor, da minha
Glória. Quero-te “mártir” de Mim. O meu Sangue te purificará
e, no teu martírio, o Sangue derramado será de novo e sempre o
Meu. Então vais-te consumir por Mim, e em Mim, o Sacrifício
será oferecido a meu Pai e consumado. Não temas, tens-Me con-
tigo e sempre Me terás».
Varazze 16.11.67
Jesus: «Agora, minha filha, ouve-Me: é desejo de meu Pai
que tu estejas recolhida, humilde e à espera de Mim. Chamo-te
a cumprir uma missão. Não temas, tens a minha Força. Vou con-
duzir-te por caminhos ásperos e sinuosos, mas no final tu Me re-
é o “Seu trabalho”, e à escola. No dia 7 de outubro encontrei um quarto nas Irmãs
Canossianas de Varazze. No Instituto existe a Capelina da Nossa Senhora das Dores
onde se celebra a Missa todos os dias às 16 horas. Viajar cansa-me muito e nos
primeiros dias de novembro irei estabelecer-me junto destas Irmãs, regressando à
família no sábado e em algum dia da semana para acompanhar o meu sobrinhito na
escola». Carta de 1° de novembro de 1967 ao padre Zucconi, in L.Grita Mia sorella
Vera di Gesù, p. 71.
114

12.5 Page 115

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conhecerás porque Eu estou ALI à tua espera. Sim, é Jesus dos
Sacrários que fala, que chama: “Eu sou”. Não deves fazer nada,
por enquanto, senão esperar por Mim. Eu preparo os “meus cami-
nhos”, pelos quais tu e muitas almas seguirão. Quero-te para MIM
SÓ, retiro-te do mundo, dos afetos. Coloca “tudo e todos” nas
minhas Mãos de Pai, os teus familiares e Eu pensarei neles, mas
tu pensa só e sempre em Mim. Deverás “partir” deste mundo, dei-
xá-lo por Mim. Uma Esposa não é do Esposo se não é crucificada
com Ele. Atraio-te para a loucura da Cruz. Vê, eu faço-te “dom”
das minhas riquezas, das minhas paixões: paixões de Amor, de
Dor, sacrifício, oferta, imolação no meu Sangue. Minha pobre fi-
lha, nada disto vês ainda! Eu, Jesus, Caminho, Verdade, Vida te
anunciarei a seu tempo tantas coisas. Permanece na humildade,
no meu Amor, na minha Graça. Com o perdão das tuas culpas, Eu
te redimi, na ablução do meu Sangue, purifiquei-te ontem, como
hoje e sempre. Tu precisas todos os dias deste batismo de Sangue
e só no MEU SANGUE isso acontece. Prepara-te, minha filha,
virei a ti em breve. Agrada assim a meu Pai, agrada-lhe servir-se
das criaturas mais pobres e sem prestígio, mas resgatadas pelo
meu Sangue, segundo os seus desejos. És demasiado “nada” e
por isso temes. Disse-te que te falo no Coração de minha Mãe,
e através daquela espada que trespassa o seu Coração de Mãe, a
minha Voz chega a ti. Desde “Ela” escuta-Me. Agora reza, reza
a meu Pai que se compraz em ouvir as vossas orações. Quando
chegarem ao Trono de meu Pai, deverão ter o perfume do incenso.
Pede-Me o incenso nas tuas orações e depois une-as àquelas da
Igreja, do Papa; leva-as ao padre Gabriello para que ele as ofere-
ça a Mim. Pede o meu Reino, a minha Vontade, o meu Amor, a
minha Graça, a minha Bênção para toda a humanidade. À noite
desço ao mundo, por entre as almas, e olho-as, procuro-as… Sim,
desço com a minha Graça às almas que Me serviram, infundo paz
e serenidade nos seus corações: são o “meu tesouro” sobre a terra.
O padre Gabriello falará às almas pela minha boca, e a minha Voz
chegará aos seus corações. Por isso, o teu coração deve sofrer,
deve derramar sangue. Manda-o ao padre Gabriello para que ele
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12.6 Page 116

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o ofereça a Mim no Coração de minha Mãe, Senhora das Dores.
Escreve isto para que ele conheça os meus Desejos. Direi a outras
almas o meu Amor, delas Me servirei para abraçar a todos. Con-
cluo com esta minha Bênção particular: quero-vos a todos, quero
salvar-vos, quero-vos no meu Reino. Sim, minha filha, sou o teu
querido Jesus, sim, sim, sou Eu: Jesus».
20.11.1967
Jesus à alma: «Permanece em Mim, fixa-te em Mim, sendo
uma só coisa, uma só Alma, e vive de Mim. Agora digo-te: a alma
que se deixa ligar a Mim somente, não é da terra, mas do Céu,
porque está imersa em Mim. Depois deixo-a só, faço-a caminhar
sozinha para que compreenda que Amor, Santidade, Humildade,
Graça vêm de Mim. Não, não te deixo cair porque a minha Mãe te
sustém, mas tu deves experimentar sempre as tuas fraquezas por
amor de Mim e para teu bem. Fica em Mim e à espera de Mim. Em
breve, voltarei a falar-te, prepara o teu coração. Jesus, tua Vida».
21-11-1967 “Com Maria Auxiliadora”
Jesus à alma: «Não Me encontras, não Me ouves, experi-
mentas a tua nulidade, os teus limites, a tua incapacidade para
tudo. Segue-Me no escuro, nas sombras pois conheces o “cami-
nho”. Deixo-te por algum tempo. Não temas, não estás só: tens
quem te guia. Obedece, obedece a todos, e assim obedecerás a
Mim. Deixa agir o meu Amor e aumenta a tua fé, a tua esperan-
ça. Dar-te-ei uma recompensa: o meu Amor! Tens necessidade
de Mim, do meu Amor em ti para Me amares com o meu próprio
Amor, para Me amares nos outros, nas almas; para Me amares na
Criação, para Me procurares como Criador, para levantar ao Céu
os teus louvores, para adorar em espírito puro a Deus, teu Pai,
meu Pai, nosso Pai. Sofre em silêncio, quando sentires abandono;
oferece-o em Maria Santíssima, minha Mãe, tua Mãe, nossa Mãe.
Escreve como ordem minha; se duvidas… sabe sofrer com humil-
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12.7 Page 117

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dade, sabe confiar em “Quem” te guia e te ama: se te perdes, pro-
cura-O e procura-Me: o teu Jesus. Permanece unida a Mim. Que-
res o meu Amor? Queres que Eu cresça em ti? Sabe esperar-Me
na dor humilde e escondida, no teu abandono à minha Mãe; sabe
agradecer-Me e bendizer-me nas tribulações, nas cruzes, porque
sou Eu que tas envio».
Jesus na alma: (Depois de ter recomendado a Jesus, se-
gundo os desejos de Maria Auxiliadora, o padre B. (Bocchi) e o
padre G. (Gabriello)) Jesus disse: «Eu farei deles dois grandes
sacerdotes. Consola-Me, minha filha, por quanto eles e outros
como eles sofrem por minha causa. Há quem Me ofenda neles,
há quem Me persiga nos bons, nos justos. Repara, oferece-te por
Mim, pelos meus Sacerdotes, porque eles são Eu mesmo».
Ó Jesus, tu vais ajudá-los nas suas cruzes, certo? E tu, meu
Jesus, vais amá-los muito, muito, certo? Mas insisto: mais, mui-
to mais, amarás o padre Bocchi e o padre Gabriello.
Jesus: «Recebe, recebe a minha Graça, minha filha, não te
limites ao Amor. Pede-Me muito amor e, como disseste, “mais,
muito mais”, não só para eles dois, mas do mesmo modo, para os
outros. Um Pai não ama um filho menos do que outro. Virá tem-
po em que ME PEDIRÁS as “almas sacerdotais” que estão sepa-
radas de Mim.11 Como a minha Graça cresce em ti, assim aquela
11 «Tu me pedirás as “almas sacerdotais” separadas de Mim». Referência aos sacer-
dotes que em grande número abandonaram o sacerdócio nos anos imediatamente suces-
sivos ao Concílio, e à oferta de Vera como alma vítima pelo regresso deles. Isto aconte-
ceu um ano depois aproximadamente, durante a permanência de Vera no Eremitério dos
Carmelitas Descalços. Aos pés do crucifixo milagroso conservado no Eremitério, Jesus
disse-lhe: «Vai agora ao pé de Mim. Deves trazer-Me as minhas almas. São minhas. São
os Sacerdotes que Me abandonaram. Falta-lhes o conhecimento do divino amor, isto é,
de Mim. A pureza do espírito dá o meu conhecimento, mas eles não veem, minha filha, o
engano e o erro exatamente por este motivo. Os meus sacerdotes separados abriram todas
as Chagas, e Eu, Jesus procuro e desejo almas simples, humildes e generosas, que se ofe-
reçam em Mim pelo seu regresso Ao meu Amor sacerdotal destas almas sempre amadas
por Mim sempre muito amadas e esperadas ardentemente» (Da Mensagem de 5.10.1968).
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12.8 Page 118

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“semente” de Amor e de Dor já está em ti; deve macerar para que
esta planta cresça no terreno do teu coração. Então, só então por
Dom de amor, serás vítima em Mim, MÁRTIR do meu Amor de
Sacerdote, pobre de tudo e rica só de Mim. Dei-te uma Mãe para
o teu exílio, para a tua alma, para tudo isto: não te separes nunca
d’Ela, no seu Coração te encontrarei! Agora sabes que estou em
ti, que falo à tua alma; sabes que Jesus emerge do íntimo e fala
aos humildes e fala-te a ti porque é a minha Mãe que te faz dom
da sua humildade, da sua docilidade. Tem fé, sou o teu Jesus».
24-11-1967 17h20
Jesus à alma: «Hoje é sexta-feira. A minha Paixão reflete-se
em ti. O meu Coração padece em ti, Eu sofro ainda em ti. Sofri-
mentos vários, sofrimentos desiguais, que Eu unifico e transfor-
mo em Mim. Obra de Amor, obra de Graça. Trabalho maravilho-
so que a mente humana com dificuldade pode intuir, mas a alma
que já vive de Mim sabe, conhece este mistério de fé, de purifica-
ção, de “identidade” de dor. “Esposa crucificada” em Mim. Este
é o meu “caminho” para ti, esta é a “nossa meta”, esta é a “nossa
União”. Não vejas nas dores senão a Mim, não trabalhes senão
para Mim, não penses senão em Mim, ama em todos a Mim, anu-
la-te por Mim, para que tu sempre Me encontres. Sou mais para
ti, como vês, do que para as minhas Esposas (as Irmãs religiosas),
porque as almas simples como a tua, têm necessidade de Mim.
Contigo Eu vou pelo mundo, Eu trabalho em ti para aproximar
as outras almas, Eu estou a preparar um caminho particular pelo
qual falarei, Me aproximarei e… amarei sensivelmente as almas.
Para este trabalho tu deves confiar-te à minha Mãe, em particular
à Senhora das Dores. Quero que “tu sejas a humilde serva de
Maria Santíssima”. Confio-te a Ela, e tu, com ternura de filha,
abandona-te a Ela. Sim, minha filha, seja tudo pelo meu Reino de
Amor. E tu repete sempre comigo: FIAT. SOU EU, JESUS.
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12.9 Page 119

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CADERNO II
“Adveniat Regnum tuum”
FIAT VOLUNTAS TUA
Para o meu Jesus “tudo”, para mim nada
119

12.10 Page 120

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29-11-1967 “Por Maria, com Maria, em Maria, de Maria…
escrevo. Ó minha Rainha e minha Mãe, eu sou tua e tudo o que
tenho é teu”! Sou a tua muito indigna escrava de amor, Vera.
29-11-1967
Jesus: «O meu colóquio contigo é uma preparação da tua alma
para Me receberes e Me escutares. Agora estás em Mim. O ato
de fé e de abandono em Mim, conquista-Me. Diz ao bom padre
Gabriello que a “Liga das minhas almas” está pronta. Trata-se de
reuni-la. Acontecerá junto do Santo Padre, em Roma. Tu não esta-
rás lá, mas Eu, Jesus, farei com as minhas almas uma só coisa, uma
só alma. Tu és a mão que escreve, um pobre instrumento que é útil
para Me dar glória. Desprende-te de ti, desapega-te de ti e dá-me
tudo o que tu és. Não importa, por agora, que tu compreendas todas
as minhas palavras. O importante é que tu obedeças a Mim e à mi-
nha Voz. Permito que sintas aridez para que não te ensoberbeças,
mas ao mesmo tempo entrego-te a minha Mãe. Não há consolações
para ti a não ser a minha Graça. Eu te visitarei de muitas formas,
mas a Santíssima Virgem te ajudará a reconhecer-Me. Tudo para
a minha Glória, para as minhas almas. Que o padre Gabriello não
tema: Eu, o seu Jesus, vou inspirá-lo e guiá-lo. Se tu não sofresses
ao escrever estas palavras, não terias mérito. Eu sou Jesus! Gostaria
de te encontrar pronta a acolher-Me com mais frequência. Perma-
nece recolhida em Mim e procura fazer todo o esforço para não dis-
persares o espírito interior que Eu, Jesus, te dou. Em breve te darei
um conforto, embora fugaz, para que a tua fé cresça e a tua pobre
alma se abra ao meu Amor, à minha Graça, e se disponha a receber-
-Me. É preciso sofrer, sofrer muito para que os meus pensamentos
se comuniquem a outros, para que o padre Gabriello os conheça.
Eu vejo-te tão pobre, mas Eu, Jesus, suprirei tudo o que te faz falta.
Prepara-te para o recolhimento, cultiva o Espírito de vida interior,
eu te ajudarei. A minha Bênção seja o penhor do meu amor por ti.
Sim, Eu te darei consolação, embora passageira, com a minha Pre-
sença Eucarística. Sim, dá-Me, dá-Me Glória! Sou Eu, sou Jesus».
Gloria tibi Domine.
120

13 Pages 121-130

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13.1 Page 121

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30-11-1967 Santo André, rogai por nós!
Jesus à alma: «Estou em ti na dor, estou na tua angústia,
estou na aridez, na tua dúvida. Estou, estou, estou e conheço…
Conheço a tua pequenez, a tua nulidade, conheço quando te
sentes perdida. Conheço o teu amor por Mim, mas sei que tens
muito receio. Eu, o teu Jesus, não chego para te defender?!
Vera, minha filha, se conhecesses o meu grito de amor e dor que
desde a Cruz dirijo a todas as almas, como não temerias lutar
por Mim! Preciso da tua pobreza, do teu nada, dos teus limites
num coração humilde e devoto. É obra do meu Amor tirar do
nada todas as coisas, e criar, formar obras belas que deem glória
a Deus. Eu sou o divino Reparador que não cessa de renovar as
almas para torná-las suas, unindo-as a Si, para oferecê-las ao
Pai do Céu pelas próprias almas. Aproxima-te da minha Fonte
e bebe a água purificadora, para que nela te renoves. Eu, Jesus,
quero almas humildes que vivam no mundo, que, tendo passado
pelo mundo, sejam convertidas a Mim pela minha Graça. Se-
jam pessoas de classe social humilde ou elevada não importa,
Eu olho para o interior, o coração. Estas almas, sendo provadas
pela vida ou pelos próprios erros perdoados por Mim e esqueci-
dos, saberão, por meu amor, aproximar outras almas distraídas
e distantes de Mim, saberão compreender, amar, ajudar, com-
padecer-se. Quero almas que reproduzam a minha atitude para
com a mulher adúltera. Nenhuma das almas afastadas de Mim
Me acolhe espontaneamente porque não Me procura, porque
Me excluiu da sua vida. Eu sou Pai e amo, amo todas as mi-
nhas criaturas; Eu quero voltar a esta terra à procura das almas
que não Me procuram, não pensam no meu Aprisco. Eu quero
procurá-las através das “minhas almas”, pequenas, escondidas,
insignificantes segundo o mundo. Elas devem ter-ME. Agora
mostro o meu caminho. Por Maria, minha Mãe e sua, elas se
abandonem nos braços maternos e aprendam com docilidade a
“escravidão de Amor” desta dulcíssima Mãe. Deixem-se traba-
lhar por Ela, deixem-se formar por esta admirável Mestra de al-
mas. Ela há-de preparar os seus filhos para Mim, a fim de serem
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13.2 Page 122

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impregnados cada vez mais pela minha Graça, pelo meu Amor
e, como disse o meu apóstolo Paulo, já não serão eles a viver,
mas sim Eu, Cristo, neles. Eis que volto ao mundo, volto para
junto das almas, para lhes falar, para Me aproximar delas, para
tratar diretamente com elas, até que o “véu caia” e elas Me re-
conhecerão em cada irmão. Tudo isto se deve realizar com cari-
dade, com heroísmo, com martírio. Sigam-Me, queridas almas
redimidas pelo meu martírio; recordai o Sangue que Eu dei por
vós, o martírio que desceu sobre vós como segundo batismo: o
meu sangue! Não fecheis os vossos corações com o egoísmo,
não penseis apenas nas vossas almas, mas vede as almas dos
vossos irmãos. Fazei que volte ao mundo, entre vós, em vós.
Dou-vos a minha ajuda, o meu Amor no mais alto grau a fim
de que o vosso coração arda de caridade. Dou-vos, alma por
alma, a minha Mãe terníssima, particular, única. Almas que Me
escutais, abri de par em par a vossa alma à minha Graça, ao meu
regresso ao mundo, para Me ocultar em vós, para me confundir
na Humanidade. Vem, minha alma, o teu Esposo te espera».
A alma: Glória a Deus nas Alturas e paz na terra aos ho-
mens de boa vontade.
30-11-19 67 às 21h30 horas.
Jesus à alma: «Todas as almas são chamadas a esta Obra
de Amor mas, em particular, aquelas que receberam o dom da
fé em maior grau. São as que teriam perecido sem a minha in-
tervenção direta, e Eu as retirei da ruína pela minha Misericór-
dia. Elas agora mostram-se mais agradecidas para comigo, mais
fiéis do que muitas almas que Me têm seguido e, sobretudo,
estão mais apaixonadas pelo meu Amor. São chamadas a esta
Obra todas as almas que anseiam morrer para elas mesmas para
se transformarem em Mim: Jesus em vós, e Eu, através de vós,
para outras almas. O Evangelho indicará a cada alma a sua ati-
tude para com cada irmão pecador. A alma que Me recebe deve
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13.3 Page 123

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anular-se, conhecedora dos seus limites, das suas indigências.
Deve desprender-se de si mesma, de tudo o que constitui obs-
táculo à minha morada nela. Não deve perder o contacto com
o mundo e a sociedade, mas, embora vivendo nela deve tra-
tar, falar, amar, animada pelo espírito interior que reflita o meu
Espírito. Não se aproximem do incrédulo, do presunçoso, com
inflexibilidade e obstinação. Por vezes, bastará que ele se sinta
amado por “uma” destas almas, para que a minha Graça realize
os seus efeitos. Como amará a alma chamada a esta Obra? Na
medida em que essa alma ceda em si lugar para o meu Amor,
deixará que Eu faça morada no seu coração, na sua alma. Isto
que indiquei é um Caminho misterioso, um fio subtil que Me
unirá à alma chamada para a “Liga”. Sim, “Liga de Caridade”,
e “Caminho de Amor”. Os Padres Salesianos encontrarão modo
para difundir entre as almas este “Caminho de Amor”, prepa-
rando-as para a minha Liga. São eles os primeiros “Chamados”
a fazer-Me reviver, pelo meu próprio Sacerdócio e pelo espírito
do Fundador de que está impregnado o seu apostolado. Tu serás
sempre uma pobre criatura salva pelo meu Amor, pela minha
Misericórdia. Não temas, tens a minha Graça. Jesus, Caminho,
Verdade e Vida».
2-12-1967 Primeiro sábado. “Ó Maria concebida sem peca-
do, rogai por nós que recorremos a vós!”
Jesus à alma: «Se tu te dispuseres ao recolhimento, Eu ve-
nho. Acredita, minha filha, acredita, acredita em Mim. Agora
escreve, escreve para Mim, escreve para as almas. Se uma alma
escuta a “minha voz”, já Me agrada falar-lhe, é já um consolo
para o meu coração. Quem Me escuta, quem Me segue? Se pro-
curo consolações entre os homens, é porque enquanto procuro,
Eu dou. O meu Amor não tem medida, nada é igual. Se a alma,
liberta dos apelos do mundo, se deixasse impregnar pelo es-
plendor da minha Graça! Como ficaria luminosa e feliz e santa
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13.4 Page 124

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mesmo aqui na terra. Não vás embora, resiste à tentação e ouve-
-Me. Não, não é uma consolação para ti a minha Voz. Disse-te
que era uma “cruz” e será cada vez mais cruz: a minha Cruz.
Esta é uma Cruz nova para ti, diferente, mas muito salutar para
a tua alma porque Me dará Glória. Sim, viste-Me, viste-Me com
os olhos da alma… Agora sabes que era Eu porque Eu próprio
venho, volto para dissipar as dúvidas. Na “Via Sacra” de ontem
reconheceste-Me…Vê a minha Túnica, olha para a minha ves-
te, deve tornar-se familiar para ti, e querida, preciosa, amada,
desejada, porque Eu te vestirei com a minha própria veste. E te
darei um peso muito grande, mas santo: a minha Túnica impreg-
nada de sangue. Não temas, minha filha, porque Eu, Jesus, não te
abandonarei e dar-te-ei a força que te falta, Eu te apoiarei com as
minhas consolações, te purificarei com a aridez. Mas aceita tudo,
tudo, vindo de Mim, porque tu deves ver-Me e reconhecer-Me
nos dias da tua vida, como Eu estando sensivelmente presente.
Agora vai, e depois medita nas minhas palavras, abraça-as no
coração porque são minhas, vindas de Mim, do teu Jesus. Colo-
carei a Graça nestas palavras, também para ti, para que se tornem
o alimento da tua alma. Guarda-Me no teu coração porque Eu
procuro, desejo muito amor: amor de almas, amor de pessoas.
Repousa em Mim, filha abençoada da minha Cruz, e encontra
em Mim o que procuras: o meu amor, a minha paz. Sou Jesus, e
Jesus é para todos, mas muito para ti, Caminho, Verdade e Vida».
Savona 20-12-1967
Jesus à alma: «Quem teme não ouve, quem crê adere a
Mim. Não te dei rosas e consolações, dei-te os espinhos, as in-
certezas, as trevas. Eu não te deixei, não te abandonei, mas as
tuas misérias te submergem. Eu estendo para ti a minha mão
para te levantar, para te atrair a Mim. Que a minha Luz volte
para ti! Como a aurora, como o dia, a minha Luz avança, mas…
voltará depressa a noite. Espera-Me em cada hora do dia e da
noite, porque Eu sou sempre: Jesus!».
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13.5 Page 125

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Savona 21-12-1967
Jesus à alma (enquanto escrevia ao padre Gabriello): «Tu
não deves advertir, deves obedecer. Tu deves levar-Me às al-
mas. Se tu esqueceste o trabalho que te confiei, lembra-te que
Eu providencio com a Graça. Vais escrever espaçadamente a
prática do “meu caminho de Amor”, e as luzes que te darei virão
só de Mim. Eu lancei as “sementes” que devem agora afundar
no terreno da tua alma, morrer e ganhar raízes. Pouco a pouco,
compreenderás. Por que te escolhi? Porque tu representas a hu-
manidade frágil, pobre de virtude, atribulada, sofredora; a mí-
sera humanidade que anseia por Deus, mas não poderia jamais
levantar-se sem Mim, sem a minha Mãe. Encontrarei motivo
para a minha Glória. Os desanimados poderão aproximar-se de
Mim. Todas as almas e cada alma que Me recebe sob as Espé-
cies Eucarísticas pode tornar-se “Sacrário Vivo”. Eis que Eu
estou na alma que Me recebe em humildade, em caridade para
com os irmãos. Agora, esta alma torne outras almas participan-
tes do meu dom: de Mim, da minha Graça. Eu estou na alma
também para Me dar a outras almas. Leva-Me para fora do edi-
fício da igreja e dá-Me a cada irmão com quem trates. Sim, sorri
para Mim, comigo, fala com caridade e prudência por Mim, e
faz tudo contando comigo. Seja o dia desta alma, em que Eu
quero fazer morada, como um “Sacrário Vivo”, a cada hora
sempre mais impregnada de Mim. À noite Eu animarei esta
alma que Me deu muito lugar nela e muito Me deixou trabalhar,
por meio de si, noutras almas para que Eu pudesse aproximá-
-las, segui-las, falar-lhes. Devem ver-Me, devem conhecer-Me,
e vós, almas abençoadas por meu Pai, sede os “ramos”, sede as
“sementes” os “portadores de Jesus”. Nesta escola nos prepara-
mos cada dia, hora a hora, mas a alma que quiser receber-Me,
não só para si mas também para dar-Me a outras almas, deve
tornar-se “pequena” e semelhante a uma criança que confiante
se entrega nos braços do seu Pai. Quanta humildade deve estar
nesta alma! Caridade, amor, humildade, obediência aos meus
desejos. Estas virtudes são pilares fundamentais nos “Portado-
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13.6 Page 126

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res de Jesus Eucaristia”. Tudo o que falte a esta alma, suprirei
Eu. Sim, Florença, Turim, Roma… eis o sulco onde lançar as
“sementes” da minha Palavra».
Varazze 22-12-1967
Jesus à alma: «Agora o meu olhar volta-se para ti. Eu velo
na dor… São poucas as almas que Me seguem, poucas as que
Me esperam. Deixa que Eu te grite a minha dor, que Eu olhando
para ti possa chorar pelas almas perdidas, pelos corações que
Me não amam, pelas mentes envolvidas pelas trevas: máqui-
nas que fabricam ideias, pensamentos que Me combatem e ex-
cluem. Quem Me procura? Quem Me espera? Dei a minha vida
pelos que são “chamados”, pelos meus eleitos. Fugiram, con-
tinuam a fugir.12 Almas que Me escutais, que Me seguis, vivei
unidas em meu Nome, uni-vos em Mim, Jesus; dai-Me um lu-
gar no vosso coração, na vossa alma, para que Eu more sempre
em vós. Lembrai-vos de Mim, da minha Presença Eucarística
na vossa alma. Sede meus Sacrários Vivos e fazei-Me ir ao
encontro das almas dos vossos irmãos. Tende-Me presente em
vós, com toda a minha realidade divina e humana; então falai
comigo, fazei-Me ser vosso confidente, dos vossos assuntos;
conversai comigo, sim, comigo, com Jesus. Qual amigo, qual
confidente, qual amor mais desejável do que o meu? Eu vos
prometo a minha Palavra na vossa alma, prometo-vos o meu
“colóquio” Comigo; Eu desço para dialogar com a alma que Me
dá lugar. Esta alma ter-Me-á sempre, e em cada dia renovarei
nela a minha Presença Eucarística, aumentarei essa presença
na Sagrada Comunhão. Se a alma participa de Mim, de todo
o meu ser, também Eu desejo participar dela para que não se-
jam dois seres separados, Criador e criatura, unidos por poucos
instantes, mas um só Ser, uma só Alma. Quem Me dará a Mim
12 Clara referência aos sacerdotes que, em grande número, abandonaram o
ministério sacerdotal.
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13.7 Page 127

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assim tanto espaço? Oh, a minha Liga! Eu a vejo. Surge da dor
e do amor, surge dos corações que sofrem e amam, surge entre
as almas que Me esperam. Vós as reunis de todas as partes do
mundo, e meu Pai as guardará sob as suas Asas, porque o seu
Filho único, Jesus, ficará nelas, no meio dos homens na Terra.
Eis que os grãos de trigo caem na minha Igreja, sobre as minhas
almas. Os grãos são a minha Palavra, Eu sou o Bom Semeador,
as almas são o terreno. Em cada alma que Me der lugar, farei
descer a minha Palavra, que se renova e ganhará cada vez mais
força, na medida em que a alma se tornar minha, se deixar pu-
rificar, impregnar do Amor Divino. Sou Jesus, Jesus, Amor do
Espírito Santo, Jesus que abençoa, Jesus que sofre e ama, Jesus
entre as pessoas, Jesus com as pessoas, Jesus contigo. Jesus que
te chama, te persegue, te procura, te abandona às tuas misérias;
Jesus que volta, Jesus que espera por ti, Jesus que entra em ti e
te fere, Jesus que te escolheu só porque te ama. Se tu realizares
apenas uma parte dos meus desejos, outros terão melhor su-
cesso, melhor do que tu. Tu, serve a Glória do meu Pai. Deves
prestar-Me a obediência, os teus esforços, a tua vontade, e acei-
tar esta espada que é para ti a minha Voz, a minha Palavra em ti.
Agora, descansa e esconde-te em Mim. O teu Jesus te abençoa
na sua Glória!»
Savona 26-12-1967
Jesus à alma: «Amanhã será dia de festa na terra e no céu.
A minha Obra terá a sua pedra angular. Eis o “meu Templo”,
eis o meu Sacrário Vivo em vós. Assim nós iremos juntos ter
com todas as almas. Eu não vou ficar “fechado”, nem esque-
cido, porque vós Me levareis na plenitude da minha Graça. A
alma que guarda no seu íntimo o Sacrário Vivo deve compor-
tar-se deste modo em relação a outro Sacrário Vivo: um saúda
o outro, adorando-Me “juntos”, a Mim, Jesus, e agradecendo
por tão grande “dom”. Cada alma permaneça na mais profunda
humildade, renuncie a si mesma para Me dar espaço a Mim.
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13.8 Page 128

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Estarei em cada alma, na medida do espaço que ela Me der. A
minha Graça realizará grandes coisas. Eu, Vivo e Presente na
alma, entro nas famílias, na vossa casa, permaneço convosco.
Esta manhã disse-te para Me levares ao seio da tua família; o teu
beijo foi o meu beijo para cada um deles. Depois serão as “pa-
lavras”, as vossas palavras. Eu vou-Me servir do vosso modo de
falar, de vos exprimirdes, para falar, para chegar às outras almas.
Dai-Me as vossas faculdades, para que Eu possa encontrar-Me
com todos e em qualquer lugar. No princípio será para a alma
um trabalho de atenção, de vigilância, para afastar de si tudo o
que representa obstáculo à minha Permanência nela. As minhas
graças nas almas chamadas para esta Obra serão graduais. Hoje,
tu levas da minha parte o meu beijo para a família; noutra oca-
sião, algo mais e cada vez mais, até que quase sem conhecimen-
to da própria alma, Eu farei, agirei, falarei, amarei, através dela,
quantos se aproximarem dessa alma, isto é, de Mim. Há quem
age, fala, olha, trabalha, sentindo-se guiado só pelo meu Espí-
rito, mas Eu sou já Sacrário Vivo nessa alma, e ela não o sabe.
Deve, porém, sabê-lo, porque Eu quero a sua adesão à minha
PERMANÊNCIA EUCARÍSTICA na sua alma; Eu quero que
esta alma também Me dê a sua voz para falar às outras pessoas,
os seus olhos para que os meus possam encontrar o olhar dos
irmãos, os seus braços, para que Eu possa abraçar outros, as
suas mãos para acariciar os pequenos, as crianças, os sofredores.
Esta Obra, tem por base o amor e a humildade. A alma deve ter
sempre diante de si as suas próprias misérias, as próprias nuli-
dades, e nunca esquecer de que substância foi feita. Quanto Eu
dou à alma é um dom, dom de Amor de meu Pai do Céu, dado
por meio de Mim às almas. É também o meu Pai quem Me envia
a vós, entre vós, para Me assemelhar a vós, como aconteceu em
Belém, para vos chamar às coisas do Céu. Dá tudo, tudo de ti e
tudo aquilo que possa contrariar-te não é obra minha. Agora dis-
tingue os assaltos do inimigo. Está atenta. Eu, Jesus, dar-te-ei a
minha força. Sim, as minhas Palavras são sementes e devem cair
em breve no “meu sulco”. Os semeadores são os meus sacerdo-
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13.9 Page 129

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tes. Tu entregarás as minhas Palavras ao padre Gabriello. Ele
sabe o que deve fazer. É necessário iniciar imediatamente as al-
mas chamadas por Mim para esta escola. Dou-vos uma Mestra:
minha Mãe. Que cada alma se faça passar a si mesma pela Sua
Alma, e no seu coração de Mãe de Deus e dos homens, deponha
orações, ofertas, consagrações, graças. Eu receberei tudo da mi-
nha Mãe. Cada alma consagre-se a Ela na entrega completa de
si mesma, por meio dela, a Mim. Em seguida, fale-Me através
do Coração de minha Mãe. Deponha no Coração da Imaculada
as almas que vai encontrando, das quais deseja com mais ardor
a salvação. Eu lerei, no Coração de minha Mãe, estes nomes:
voto de obediência, humildade profundíssima, despojamento do
próprio eu, pureza de espírito, pureza de intenções, simplicidade
e abandono. Tudo isto nasce no Amor, do Amor, com o Amor,
por Amor. O padre Gabriello receberá as minhas Palavras, traba-
lhará pela minha Obra. Eu o iluminarei, e ele escreverá, falará,
tratará, lutará por Mim, pela minha Liga. O seu Jesus atende as
suas súplicas, e Eu estou com ele porque ele faz a minha vonta-
de. Nele, tu deves obedecer-Me, porque sou Eu que te falo por
meio dele. Através do padre Gabriello vou-te pedir quanto dese-
jo de ti. Obedece, obedece, obedece: é o caminho mais simples
pelo qual vais encontrar paz, é o caminho pelo qual te aproxima-
rei da minha Cruz. Vem, minha alma, vem e subiremos juntos o
monte Calvário: Eu e tu, tu e Eu, para que nada nos separe nesta
terra, mas tudo por amor nos una, e faça de nós uma só Cruz, um
só sofredor Crucificado, de modo que não se distinga a humana
e pobre criatura do seu Amor, do seu Deus: Jesus. Minha que-
rida Esposa, eu te conduzo a estas núpcias. Aceitas? Amanhã,
amanhã, amanhã… Eu e tu, tu e Eu e o Sacerdote. Amanhã, por
meio do primeiro Sacerdote da minha Obra vou pôr a minha pe-
dra. Exulta, filha de Sião, o teu Rei vem a ti, o teu noivo avança.
Não Me deixes sem o teu amor, sem a tua respiração, sem ti.».
Amanhã: 27 de dezembro de 1967. Pela santa caridade dei-
xa de escrever e vai. Eu dou-Me a ti, e tu leva-Me lá…
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13.10 Page 130

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28-12-1967
Jesus à alma: «Ó minha filha, em breve, em breve Eu estarei
contigo. Tu já participas da minha alegria, tu já estás unida a
Mim de modo singular. Ó alma minha, já nada nos dividirá: Eu
e tu, tu e Eu, um só, um só Amor, um só Amor. Agora os nossos
olhares se encontram, e tu do Sacrário recebe a imensa onda do
meu Amor. Espero pela minha Esposa aos pés do meu Altar, Eu
irei até ela numa mística união. Tu não sabes o que vai aconte-
cer. Pobre alma, pequena, limitada, imperfeita… A minha Mãe
estará junto de ti, e dela Eu te receberei, por Ela Eu irei para ti,
com Ela farei morada em ti. Dá graças a meu Pai, e nele junta-te
a toda a criação, aos meus Santos, aos Anjos, aos nove Coros, à
Igreja Purgante, à Igreja Militante; une-te aos meus Sacerdotes,
ao Papa Paulo VI. Então vem a Mim pela via “do amor e da
dor”, depois iremos juntos pelo mundo. Para o padre Gabriello:
ele já trabalha para Mim, pela minha Obra, renunciando à sua
vontade, ao apostolado que deseja. Ele está em Florença por
minha vontade.13 Encontra-se no período da prova, assim lan-
çará as sementes da minha Palavra aos seus Irmãos, aos que
o fazem sofrer. Ele deve, por meio de Mim, renovar a Obra
salesiana de Florença. Deve dar-Me aos seus Irmãos: cumpra o
meu agir, que se inspire nos exemplos do Evangelho, isto é, de
Mim; ame, sofra, reze pelos seus Irmãos. Ele está em Florença
para esta missão. Deve fazer germinar a minha Palavra onde ele
vive, e com as pessoas da sua convivência durante o dia, com
quem se senta à mesa na refeição, com aqueles que tocam as
minhas Espécies Eucarísticas. Suporte tudo humildemente, por
amor a mim, e que a minha Paixão esteja sempre diante dele
como ensinamento, instrução, escola, lição. Somente através
desta purificação é que os seus Irmãos virão até Mim e entrarão
na união para a qual foram chamados. Assim, com licença dos
seus Superiores, que ele difunda a minha Obra de Amor, para
13 O padre Gabriello Zucconi tinha sido transferido do Instituto Salesiano de
Alassio para o de Florença.
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14 Pages 131-140

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14.1 Page 131

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que surja em Florença, entre os sacerdotes, a minha Liga de
Almas sacerdotais. Eu o assistirei, consolarei, enviarei a seu
tempo um auxílio, um colaborador. Ele deve primeiro passar
pela “via” que Eu lhe indiquei. Que não duvide do seu Jesus,
Ele está e estará sempre nele. Percorrerá esta via assistido pela
minha Mãe. Por isso, que se volte para Ela e se coloque nas suas
mãos; entregue-se a Ela como uma criança humilde, obediente,
amável, pura e inocente. Quero também que o padre Gabriello
siga a “escravidão de amor” a Maria Santíssima, porque desse
modo Ela será para ele, além de Mãe terníssima, Mestra, guia,
conforto, repouso. Receberá da minha Mãe as minhas inspira-
ções. À minha Obra de Amor são chamados todos os seus fami-
liares pois eles pertencerão à minha Liga de almas: nenhum é
excluído. Para isso eles devem chegar depois de uma cuidadosa
preparação que conduza a alma a Mim, e Eu a atrairei ao meu
Amor com a minha Graça. Existem almas sacerdotais prontas
para a minha Obra. É preciso prepará-las, e Eu farei o que falta.
Tudo e sempre no amor de Maria Virgem, a qual como “Mes-
tra”, além de Mãe, é um dom para cada alma sob três aspetos:
Imaculada Conceição, Maria Auxiliadora, Senhora das Dores.
Isto é, pureza, castidade para os portadores de Jesus Eucaristia,
pureza para todos; ajuda e apoio nas lutas, nas dificuldades; dor
e sofrimento para todos. A minha Obra terá em Mim as suas
vítimas, e para muitas almas haverá uma espada que trespassará
o seu coração. Ide até Ela, minhas almas prediletas, porque Eu,
o vosso Jesus Eucarístico, prometo-vos um Amor indescritível
e para muitas, a minha palavra de conforto e apoio nas prova-
ções, nas tribulações. O padre Gabriello transmitirá as minhas
Mensagens a almas sacerdotais, mas deve agir com prudência.
A minha Obra de Amor está quase toda revelada. Eu, Jesus,
anunciarei os outros sulcos. Tu, pede orações, oferece-te em
Mim a meu Pai pela minha Obra. Quero almas vítimas para o
meu regresso à vida quotidiana dos homens. Eu devo ir, devo
caminhar pelos caminhos do mundo. Sim, do mundo: porque
Eu vim à Terra para todas as almas, e dei a minha vida por to-
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14.2 Page 132

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dos. Sim, haverá lutas, muitas lutas antes de chegar a Roma jun-
to do Papa. O inimigo vai pôr obstáculos, e as “minhas almas”
vão sofrer. O padre Gabriello entregue à Virgem Santíssima,
no seu tríplice aspeto, a minha Obra, as minhas almas. Ela vai
abrir-vos os caminhos. O Papa espera-vos, o Papa aprovará, o
Papa estará convosco: porque Eu estou nele, e ele em Mim. Je-
sus de todos os Sacrários te bençoa! Sim, ao padre Gabriello as
minhas Palavras, o meu Amor sacerdotal, a minha morada nele.
Tu deves permanecer em Mim, e nenhuma respiração seja dada
sem ser para Mim».
Savona 1-1-1968
Jesus à alma: «Ao Coração do teu Jesus nada escapa e Eu
venho dizer-te que o amor é sofrimento, cruz, secura, santidade.
A minha Esposa está crucificada em Mim, e quem Me leva con-
sigo leva a minha Cruz. Agora cada um reflita consigo mesmo
sobre estes pensamentos, medite-os e reconheça quanto a mi-
nha Esposa já compartilha comigo, quanto deve ainda compar-
tilhar para chegar à união comigo. Faço uma exortação à Vera:
persevere na humildade e na obediência, não desanime, não,
não… Para a Lúcia uma advertência: seja cautelosa e prudente.
Ao padre Gabriello: o “meu Dom” produza frutos abundantes
de almas sacerdotais. Minha Mãe vai tê-lo como filho muito
querido nos seus santos braços. A cada uma das minhas Espo-
sas, o meu beijo de amor e de perdão. A ti, minha filha, a ti que
sofres e gemes sob o peso enorme da tua fragilidade, para ti a
minha força todos os dias cada vez mais; a ti o “meu Dom” para
que te recordes sempre que contigo está quem te ama e nunca
te abandona».
Varazze 4-1-1968
Jesus à alma: «Agora Eu estou contigo, Sacrário do meu
Amor. Eu quero-te instruir, preparar para uma missão… A tua
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14.3 Page 133

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alma deve, portanto, viver de Mim, imersa em Mim. Eu vou
libertá-la dos laços terrenos, vou purificá-la. Eu espero por ti na
Fonte batismal para uma outra purificação, a do sangue. Todo
o dom traz consigo um sofrimento, uma oferta, uma renúncia.
Cada alma que Me “veste” deve ocultar-se em Mim, deve dar-
-Me tudo, deve seguir pelos meus caminhos, que são trilhos ou
atalhos, mas são sempre “os meus caminhos”. A alma entregue-
-se a Mim, e Eu serei para ela confiança, conforto, guia, apoio.
Porque ainda não te resolves? Sim, estás na prova de amor.
Uma prova é a tua secura, a tua incapacidade, a tua confusão,
uma prova são as tuas rebeldias, a tua fragilidade. Mantém-te
no meu Amor, ama-Me no silêncio da tua alma. Tens medo das
minhas palavras, Vera? Escreve-as, são do teu Jesus, do teu Je-
sus que tu já não ouves, nem perto nem longe, mas estou muito
em ti… Não, minha filha, quero estar contigo, não temas».
Savona 6-1-1968
Jesus Eucaristia: «Escreveste bem: sou Jesus Eucaristia,
vivo, presente no santo Sacrário; vivo e estou presente contigo,
em ti, com a minha Graça. Não te deixo, não te abandono, es-
tamos aqui, não fugi pelas tuas misérias, porque também elas
servirão para a minha glória. Apoia-te em Mim, no teu Jesus:
não temas, quero dar-te confiança, força, luz. Virás, virás a Mim
pelo caminho que Eu escolhi para ti. Deixa-te guiar, porque Eu
sou o Caminho, o teu Caminho. O tempo em que vamos an-
dar juntos pelo caminho do amor, não está longe. Agora, tens
sofrimento e tribulação, desconforto, mágoa. O que então não
te dará o teu Jesus?! Sim, atos de amor, muitos, muitos. Foi o
que te expliquei esta manhã. No próximo, no teu próximo mais
vizinho, tu encontras-Me. Por isso, paciência, amor, cortesia,
solicitude, compreensão para com cada um. Tudo se resolve
com atos de amor para comigo por meio do teu próximo. Por
enquanto, trata do que te disse e expliquei, porque às vezes en-
sino-te como seguir a minha “maneira de ser”. Espero por ti,
133

14.4 Page 134

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esperarei pelas tuas debilidades. Dei-te um sofrimento que te
servirá para não te esqueceres da minha Presença Eucarística
em ti. Aumentará mais e mais porque não quero ser esquecido.
Será dor e conforto, será dor crescente que sentirás em todo o
teu corpo, para que não movas nenhum membro do teu cor-
po sem Mim. A alma receberá grande bem deste sofrimento e
vai-se preparar para vir a Mim. Não há ascensão de alma e de
espírito sem sofrimentos oferecidos em união de amor comigo.
Sim, como ao cego de Jericó, Eu te darei a visão das coisas
celestes. Não temas, não temas, porque Eu, o teu Jesus, não te
deixo só nenhum instante. Volta… espero por ti… o teu Jesus
espera-te porque quer “ditar”».
Savona 7-1-1968
Jesus Eucaristia. «Nas coias pequenas, como nas grandes,
sou sempre eu que trabalho com a minha Graça. Eu reúno-vos,
faço-vos encontrar, divido-vos, mas tenho-vos sempre em união
comigo, à sombra das minhas asas. É a minha Obra que avança,
sou Eu que desço por entre os homens, sou Eu que vou para o
meio dos homens, sou Eu que estou nas vossas famílias, sou Eu
que vos chamo. Jesus quer muito bem ao padre Gabriello. Ele
dá-Me glória, e nele Eu sinto-Me consolado, amado e… não
esquecido. O padre Gabriello não deve desanimar, ele tem a
minha Graça, tem-Me a Mim. Se a luta o oprime, apoie-se em
Mim, tenha amor para comigo, sofra comigo. Sentirá o meu
abraço de Pai, de Irmão, de Esposo. Eu sou Jesus descido do
Céu para estar no meio dos homens, para compartilhar convos-
co a vossa vida, para viver de vós a fim de que vivais de Mim.
Como os primeiros cristãos, sede os primeiros portadores de Je-
sus, ou seja, os primeiros Sacrários Vivos. Sim, começou uma
nova era de Mim, de Cristianismo, de Cristo em vós. Também
para vós, portanto, as lutas, as tribulações, mas também para
vós a vitória, porque Eu, Jesus Eucaristia, vencerei, triunfarei.
Sim, os fios tecidos com a minha Graça nas vossas almas estão
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14.5 Page 135

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a iniciar o maravilhoso trabalho de unificação sensível e visí-
vel: este é o meu trabalho nas vossas almas. Os fios da minha
Graça encontram-se agora no plano da divina Providência e o
meu segredo de Amor é revelado a muitos, àqueles chamados
por meu Pai. Sim, o padre Gabriello receberá muitas graças de
Mim. Diz-lhe que a sua confiança em Mim deve ser sem limites,
já que a minha é uma Obra de Fé e de Amor. Eu, Jesus Eucaris-
tia, o abençoo, o guardo, o submerjo no meu precioso Sangue
para que a sua alma permaneça em Mim, aqui, no Lado do meu
peito. Este é o seu Jesus, Jesus sofredor, Jesus Sacerdote eterno,
Jesus irmão, Jesus Esposo, que ditou à sua pobre Vera, para que
o meu amor pelo padre Gabriello, minha predileção, lhe seja
revelada também através da obediência e da fragilidade da mais
pobre das suas criaturas. Se ela foi imensamente indigna, agora
foi purificada pelo meu Sangue, pela minha Paixão, pela minha
Graça. Ela é Esposa em Jesus no sofrimento, porque a Irmã So-
frimento será o meu Amor constante por ela. Cada um deve tirar
daqui motivo de amor por Mim, porque tudo é sempre Obra da
minha Misericórdia. Eu escolhi Vera porque ela era o “Mundo”
com dores, pecados, sofrimento, desconfiança… Minha Mãe
salvou-a, no meu precioso Sangue a sua alma foi lavada. Agora,
ela apresenta aos olhos de Deus as cicatrizes do passado. Sim,
está em sofrimento e nunca a privarei disso já que está despo-
sada com a minha Paixão. Ela sabe que o sofrimento foi e será
o meu primeiro Dom. O resto direi somente a ela, para que ela
encontre conforto somente em Mim. Não noutros, mas só Eu
para ela, para que ela não tenha senão a Mim. Jesus, Deus Uno
e Trino abraça-vos e abençoa-vos. Maria Santíssima, a minha
doce Mãe, ama-vos, abençoa-vos, espera por vós. Jesus».
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14.6 Page 136

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14.7 Page 137

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CADERNO III
“Liga de Almas” dirigida por Jesus,
por Maria, em Maria, com Maria
Ó Maria concebida sem pecado,
rogai por nós que recorremos a Vós.
“OBRA DE AMOR”
DIRIGIDA POR JESUS
137

14.8 Page 138

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Varazze 8-1-1968
Jesus Eucaristia ao padre Gabriello. «Os seus Irmãos vão
amá-lo em Mim. Desejo que os sacerdotes sejam bons e santos;
que ele, entre eles, seja Eu, isto é, que viva como Eu entre os
meus apóstolos e discípulos, e ensine com bondade e doçura:
ame, compreenda e compadeça-se. Eu estou nele para viver en-
tre eles, para compartilhar todos os momentos com eles. Quero
assumir o seu semblante para falar com os outros meus Sacer-
dotes, porque deles espero todo o coração, todo o amor. O padre
Gabriello é a minha vítima, a vítima em Mim dos meus Sacer-
dotes. Eu estou nele também por eles, porque Eu amo-os com o
mesmo amor. Sobre o altar, no meu Sacrifício oferecido por ele
mesmo a Deus Pai, ele está em Mim. Nada nos divide porque
nele Eu Me ocultei com a minha Divindade e Humanidade. Ele
deve-a revelar aos outros, porque quero renovar por este ramo
os frutos do meu Sacerdócio. São para Mim sacerdotes queridos,
muito amados por Mim, são outros Eu. O padre Gabriello deve
despojar-se de si, isto é, dos sentimentos pessoais, humanos, que
Eu, Jesus, não tenho. Por isso, ele deve libertar-se destas últimas
cadeias humanas, para que Eu viva e opere nele com a minha
Graça. Esta é a minha vítima na Vítima imaculada, no Cordeiro
de Deus. Grandes serão as minhas consolações para aquele que,
por amor, quer ser todo Eu e desaparecer para si. Diz ao padre
Gabriello que Eu espero por ele à noite, nos caminhos à espera
de almas, porque sou o bom Pastor que vai à procura da ovelha
tresmalhada. mesmo que seja apenas uma alma, não Me alegra-
rei enquanto não a tiver no meu Redil. Coragem, vou apoiar as
suas forças, Eu alimentarei a sua fé. Cada um de vós, Sacrários
Vivos, já começou o meu trabalho, porque por pouco que saibais
seguir os meus novos ensinamentos, Eu agora vivo perto de mui-
tas almas e através de vós coloco os meus olhos misericordiosos
em toda a humanidade. Nós chamaremos outras almas para ter-
mos outros Sacrários Vivos e Vera encontrará outros Sacerdotes
preparados por Mim para esta Obra. Ela receberá grande alegria
e fruto, porque acreditará que Quem lhe dita fui, é, e será sempre
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14.9 Page 139

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o seu Jesus. Rezai por este “encontro” querido por meu Pai, pois
Ele compraz-se em apressar os tempos. Trabalhai em amor e
santidade, rezai, sofrei com humildade, Eu vim a vós para “repe-
tir” a minha vida. Peço-vos tudo por amor porque só o amor Me
fez Homem, Me fez Crucificado, Me fez Eucarístico. Apenas
por amor acolho um sacrifício, uma renúncia, uma lágrima, uma
oferenda. O amor do Criador e da sua criatura vive da minha luz,
participa da glória de meu Pai. É o Espírito Santo que unifica o
Divino e o Humano, e por meio de Mim, que sou Jesus, surge de
cada alma daqui da terra, a honra e a glória. Onde estás, minha
filha, quando te perdes? Estás nos braços do Pai, do Esposo, do
Amigo, do Irmão. Por que ainda tens receio de Mim? Mostra
confiança em Mim, mostra confiança em Mim. Eu queria escre-
ver ao padre Gabriello que a tua obediência, apoiada pela minha
Graça, tornou-se uma obra muito meritória agradável a Mim,
à minha queridíssima Mãe. Eu vos unirei sob o meu Teto, vos
farei encontrar portadores de Mim, de Jesus, e Eu me revelarei
a vós e cada um falará ao outro como sendo pela minha boca,
para que reconheçais que em vós, convosco e por vós está Jesus.
Coragem! Minha queridíssima Mãe vos ajuda, vos abençoa, está
convosco. É Ela quem conduz a minha Obra de Amor, é Ela
quem forma a Liga das minhas Almas: os Sacrários Vivos. Sabei
esperar em oração e com humildade quanto a Divina Providên-
cia, nos seus planos misericordiosos, vai predispondo e revelan-
do. Sim, o Papa sabe, o Papa sofre, o Papa espera, e vós com
ele esperai, como vos disse, o meu regresso a vós no mundo.
Sim, é uma loucura para a tua pobre humanidade, uma prova que
te oprime… Não, não enlouquecerás com isso, mas pelo meu
Amor sim, pelo meu Amor, pelo Amor do teu Deus, do teu Jesus.
É amor a vigília da noite e Eu a permito e muitas vezes a permiti-
rei porque não quero ser esquecido. Se as ocupações diárias vos
desviaram de Mim, sabei que Eu procuro consolações e vigílias
à noite. Que cada um dê o que pode, mas com amor, porque Eu
recolherei cada uma das vossas respirações. Sede humildes, se-
de-Me submissos. Eu sou Jesus, Jesus convosco».
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14.10 Page 140

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Varazze 9-1-1968
Jesus Eucarístico: «Escreve, escreve, e obedece-Me, e ofe-
rece a obediência à minha Mãe. Quero que os Sacrários Vivos
aumentem, se difundam pelo mundo, na humanidade. Eu quero
chegar longe, pelos caminhos do mundo, de um ponto ao outro
da terra e dos mares. Rezai para que se multiplique a minha Mi-
sericórdia, para que o meu Amor se difunda nas almas. Ide, pro-
curai almas preparadas por Mim para a minha Obra de Amor.
Nesta tarde fala de Mim, da minha Obra de Amor à outra alma
próxima de ti, pede orações para este fim: Eu a unirei em espí-
rito a vós, meus Sacrários, para que todos vós possais servir à
minha Causa. Diz ao padre Gabriello que Eu aprovo o seu apos-
tolado no seio da sua família e que vou colher grandes frutos
dos seus parentes, com a minha Graça. Deve-se levar a Obra a
Turim, aos Sacerdotes salesianos sob a proteção da minha Mãe
“Auxiliadora”, para que Ela não deixe de vos dar os auxílios ce-
lestes que vos devem assistir para que Eu, Jesus Eucarístico, Me
iguale a todo o tipo de almas no meio de vós. Rezai, rezai para
que as almas preparadas por Mim Me recebam. Desejo que em
Turim a minha Obra se difunda entre os sacerdotes Salesianos,
e eles vão saber preparar outras almas que vivem no mundo,
mas não são do mundo, para Me receberem. Elas vão levar-Me
pelos caminhos, pelas casas, pelas famílias para que eu viva
próximo de outras almas que estão longe de Mim, para que elas
sintam sempre a minha Presença eucarística: a vontade rebelde
cairá, as ideias erradas cederão perante a “Verdade”, acabará a
obstinação para o mal, a mentira, a falsidade. Tudo isto acon-
tecerá porque Eu, sem o seu conhecimento, estarei junto deles,
e a minha Graça baterá com insistência amorosa à porta da sua
alma até que ela se abrirá ao meu amor, à fé. De Turim deverão
partir outras almas para Me levarem a outros lugares e a toda
a parte. A toda a parte: isto é, a aldeias, em outras províncias e
cidades. De Florença à Ligúria e depois a Roma. Sim, o Papa
espera-vos, o Papa conhece isto. Preparem-se almas sacerdotais
para esta Obra que desejo se estenda a todo o mundo. Ide a Tu-
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15 Pages 141-150

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15.1 Page 141

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rim.1 Apresentai a “minha Obra” à Obra salesiana. Desejo que
lá se comece depressa, se comece já. Envia estas Mensagens ao
padre Gabriello, ao padre Borra, Eu lhes inspirarei o modo de
agir. Tu deixarás tudo por mim, pela minha Obra, e esta ferida
te acompanhará durante a tua vida. Eu te darei então a ferida do
meu ardente amor. Quando chegar o momento saberás dar-me
o teu Fiat, no Fiat da minha Mãe ao meu eterno Pai. Reza,
reza para que reconheças e encontres o Sacerdote que Eu te en-
viarei para trabalharem por algum tempo juntos. Pede orações,
oferece sacrifícios, mortificações, o que na tua miséria sabes
dar. Os sulcos devem aumentar, para que a “minha vida” possa
fluir e encontre sempre caminhos preparados, prontos para Me
acolher. Por enquanto são suficientes estas Mensagens que tu,
minha filha da Cruz, transmitirás para Florença e Lombriasco.2
Os dois Sacerdotes que Eu agora recordei serão inspirados para
irem aonde Eu os enviar no meu santo Nome, para minha Glória
entre vós, minhas almas abençoadas. Agora vai, e pede orações.
Maria, a minha querida Mãe, nunca te deixará. Maria, minha
Mãe, te desculpa. Ela vai-te ajudar, Ela vai-te atrair do lugar
pobre onde estás ainda, mas através do sofrimento, e tu sabes
que sofrimento é Jesus, que Jesus, o teu Jesus está em grande
sofrimento, na Cruz, na Cruz de Amor, na união da Cruz. Eu
vivo de ti, e anseio que tu vivas em breve de mim. Sim, claro,
a minha saudação não só para o padre Gabriello, para o padre
Borra, mas para eles o meu Coração de eterno Sacerdote, feri-
do, derramando sangue de Amor por eles, por todos os meus
Sacerdotes. Eis que agora Eu os oculto em Mim e os envolvo na
luz do meu ardente Amor. Jesus ama-vos, Jesus é feliz por estar
convosco, Jesus sente-se consolado porque está convosco».
1 Em Turim, Valdocco, na Casa Mãe da Congregação, salesiana aí era também
a Sede da Casa Geral, da Congregação, que em 1972 foi transferida para Roma, na
via della Pisana, 1111.
2 Florença e Lombriasco eram as sedes respetivamente do padre Zucconi e
do padre Borra, diretores. Vera, por vontade do Senhor e em obediência ao padre
espiritual, recopiava as mensagens e enviava-as ao padre Zucconi, ao padre Borra e
ao padre Bocchi, os primeiros chamados para a Obra.
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15.2 Page 142

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Varazze 10-1-1968
Jesus Eucaristia. «Desejo ver-te a ler, que te instruas na
minha doutrina, na minha Misericórdia, nas minhas Obras. Vou
dizer-te os livros que deves ler e consultar. Este sacrifício é ne-
cessário para ti e compreenderás mais tarde os motivos. O teu
trabalho deve dirigir-se cada vez mais para Mim, porque tu, na
tua pequenez, estás para dar glória a meu Pai. Deves preocupar-
-te por enquanto em obedecer-Me, e à minha voz. A tua preocu-
pação será resolvida pela minha Misericórdia. Quero que faças
um ato de fé cada vez mais forte, porque a tua vida deve ser
fundada sobre a Fé. É pela fé, que Eu aumentei em ti, que foste
chamada a trabalhar na minha Obra de Amor. Mantém-te se-
gura em Mim, porque Eu não te abandono e cumpro as minhas
promessas. Sê sempre humilde, e esta virtude ser-te-á dada pela
minha Mãe: pede-lha sempre, com frequência. Não olhes para
o mundo, porque o que te deve interessar são as “almas”. Não
te deixes tomar pela desconfiança, por não o saberes fazer, esta
tua nulidade faz parte do meu desígnio de amor, porque Eu por
esse meio atraio amanhã almas a Mim. Não te basta teres-Me
a mim? Sim, sou Jesus, Jesus que te recorda que está também
sobre ti. Sou “Um” em tantas Partículas, sou “Um” numa só
Partícula. Tu Me sentirás. Minha filha, se tu soubesses aonde
te vou conduzir! Mas não posso, caso tu não adiras completa-
mente à minha Vontade. Preciso do teu Fiat. Dou-te de modo
especial a minha Mãe, para que por meio d’Ela venhas a Mim
pela via que Eu desejo. Como filha humilde e devota da minha
Mãe, de agora em diante, diz-lhe que tu desejas colocar-te em
seus braços, diz-lhe que te receba depressa, diz-lhe que o deseja
o seu Jesus. Invoca assim: “Mãe de Jesus, Mãe do belo Amor,
dá amor ao meu pobre coração, dá pureza e santidade à minha
alma, dá vontade ao meu caráter, dá santas luzes à minha men-
te, dá-me Jesus, dá-me para sempre o teu Jesus”. Vai até Ela em
meu Nome e apresenta-te a Ela no meu amor e permanece com
Ela para que fixe o seu olhar na tua alma e, através de Mim,
por Mim que estou contigo, Ela não o desvie nunca. Copia esta
142

15.3 Page 143

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minha invocação numa folha, e recita-a muitas vezes por dia e
sentirás uma santa eficácia».
Ó Virgem Santa, arranca este meu pobre coração de pedra e
dá-me o Coração de Jesus para que Eu ame com o Coração do
teu Jesus. Isto te peço humildemente pelo Nome e pelo Amor
do teu Jesus. Obrigada, Mãe de Jesus, obrigada, minha Mãe.
Varazze 12-1-1968
Jesus Eucaristia: «Eu procuro almas, almas humildes e
fervorosas para a Glória do meu Pai. Eu procuro-te para que a
minha Misericórdia triunfe. Só Eu posso dar-te a glória eterna,
retirar-te da tua pobreza, das tuas tribulações que ainda preocu-
pam a tua alma. Eu quero fazer um Santuário onde a tua alma
esteja em contemplação da Santíssima Trindade e neste santuá-
rio que formarei em ti, tu mesma não deves entrar sozinha, mas
precedida e acompanhada pela minha Mãe para que tu sejas re-
cebida e admitida à divina Presença. Esta deve ser a meta da tua
alma. Quão grande Obra de amor preparei para ti! Agradece-
-Me, agradece-Me em minha Mãe, nos meus Santos, nos meus
Anjos que veem tanta glória preparada para ti, para a Esposa
do meu Martírio, para a Esposa do “Sacrário Vivo”. Continua a
invocar os meus Anjos que estão no céu e os que estão junto de
ti, na terra, os meus santos do Céu para que peçam e intercedam
por ti ao Coração da minha Mãe para que o meu desígnio de
amor se realize plenamente em ti e nas outras almas. A minha
Graça dá-vos luz e, mesmo nas trevas, vós caminhais na luz.
Para Mim, para o meu amor é o “êxodo” das vossas almas. Saí
da vossa escravidão e vinde a Mim, vinde também vós à Terra
prometida: Eu, Jesus. Aprofundai em Mim as raízes das vossas
almas. Eu derramarei água à saciedade para que as raízes se
aprofundem e se alimentem de Mim; Eu vos alimentarei, vos
apoiarei no inverno, nas trevas do espírito. Irá a luz a iluminar-
-vos, e então vereis as novas plantas, os seus rebentos, as flores,
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15.4 Page 144

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os frutos abundantes. Quem de vós deseja morrer para o mundo
para ser imerso nestas trevas? Eu chamo todos, todos, mas os
primeiros chamados sois vós, porque sois os meus primeiros
Sacrários Vivos. Tu não tens nenhuma força, nenhuma virtude
para seres imersa nas trevas. Eu amo-vos muito, mesmo muito,
pelo que não posso privar-te de tão grande Graça. Eu providen-
ciarei às tuas deficiências, eu preencherei os insondáveis vazios
e abismos da tua alma. O que não pode fazer o Amor?! Desejo,
desejo que tu te inflames por mim. Sim, só por Mim, e estou
com ciúmes do teu pouco amor porque nele Me pus totalmente
a Mim mesmo. Sim, quero que tu escrevas para releres e não
Me esqueceres. Sim, esse “hábito” também é uma escravidão,
uma corrente que prende os teus pés. Sem Mim, não terás su-
cesso. Eu quero a perseverança na oração com a intenção de
Me pedires a tua libertação. Só perseverando a obterás, porque
toda a graça deve ser precedida por uma virtude. Sim, a minha
Mãe vai-te salvar sempre. Mas… não peques, não Me ofendas,
tu sabes que és toda minha, toda para Mim, porque aquele “pen-
samento” te distrai. Eu vejo a tua incapacidade na luta, porque
conheço as causas e por isso te repito: não terás sucesso sem
Mim. Eu quero que te libertes e faz o que te disse antes, por
meio da minha Mãe. Ainda não chegou o momento de ires a
Génova. Espera um pouco, ainda alguns dias, e depois iremos
juntos ter com quem nos espera. Eu gostaria de ditar a Men-
sagem para o padre Gabriello, mas vejo que estás cansada e
tenho compaixão, porque as minhas Mensagens fazem-te sem-
pre sofrer. Minha filha, minha filha da Cruz, Eu estou contente
pela tua obediência. Mantém-te sempre pronta a seguir os meus
desejos, sempre disposta, para que eu faça chegar, através de ti,
a minha voz de Amor. De facto, és a minha “porta-voz”, e para
a minha voz se difundir pela humanidade, tu deves ficar em si-
lêncio. Eu vou-te ensinar a guardar silêncio, e vou-te conduzir
a lugares onde estarei sempre junto de ti, sempre à volta de ti e
então Eu falarei. Eu falarei sempre enquanto viveres, porque tu
só falarás por Mim, de Mim e em Mim. A minha Voz no mundo,
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15.5 Page 145

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a minha voz para toda a humanidade, o meu amor por ti, por
toda a humanidade. Não terás voz senão a minha Voz, não terás
palavras senão as minhas Palavras, porque de ti farei uma só
voz: a minha voz. Este é o dom, dom de amor, dom de Crucifi-
cação. Mas então na cruz estaremos juntos, Eu e tu um só Ser,
uma só Vítima, um só Coração e através de ti novamente para o
meu Pai as palavras do patíbulo: “Pai, perdoa-lhes porque não
sabem o que fazem”. No patíbulo, o meu Fiat com o teu fiat, no
patíbulo da Cruz o meu último suspiro em ti, o meu Espírito en-
tregue a Deus Pai em ti. O Esposo ama a esposa, e os seus dons
partilham-se com a esposa; o Esposo transforma a sua esposa
em Si, para que não existam dois seres, mas um só, porque Je-
sus é um só, porque é sempre Jesus que se dá, se imola e n’Ele
as suas vítimas, n’Ele a sua pequena vítima, a sua pobre Vera
na qual ele estabeleceu a sua morada divina. A partir desta santa
morada Eu levanto a minha voz a qual correrá pela terra e pelos
mares e reunirá as almas, vai abraçá-las, num único abraço, vai
renová-las, vai amá-las com um Amor que a alma ainda não co-
nhece, o amor de um Deus, vivo e presente nela para sempre, já
a partir desta vida como antecipação do Reino dos Céus. Jesus
ama-te, Jesus está contente contigo, Jesus está contente com os
Sacrários Vivos. Jesus deseja que tu lhe repitas muitas vezes:
“estou feliz, ó Jesus, por te dignares estar comigo, estou feliz
e amo-Te, amo-Te. Jesus, ensina-me a amar-Te, a amar com o
Teu Coração”. Jesus acaricia-te».
Varazze 15-1-1968
Jesus Eucaristia «Dá-Me a tua alma, dá-Me a tua alma, e
Eu a esconderei no refúgio seguro do meu Coração. Eu quero
defendê-la dos ataques do inimigo. Jesus Eucaristia abençoa-
-te, não te afasta de Si, como tu merecerias, não quer infligir-te
castigos, porque Ele é bom. Vem a ti Maria, a minha doce Mãe,
para te proteger e para que não voltes a cair. Levanta-te, minha
filha, no seu amor materno, na sua Misericórdia. Não venhas a
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15.6 Page 146

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Mim com lágrimas, mas com alegria, porque hoje é dia de ale-
gria no Céu. Uma mãe da terra subiu aos Céus, e agora contem-
pla a minha Glória. A minha Mãe deu-lhe a veste de Jesus, do
seu Jesus, a veste da inocência. Agora ela é feliz com os meus
Santos, com os meus Anjos, em Mim. Eu também te chamei
para o meu Reino, e espero de ti toda a renúncia, para a minha
glória. Mesmo que eu tivesse de te crucificar, Eu quero tudo,
tudo de ti. Não te perturbes, que por enquanto não te pedi isso.
Eu quero de ti, por enquanto a tua alma, através da minha Mãe
Imaculada; desejo que tu recorras a ela com frequência como
um bebé, que ainda não sabe andar nem levantar-se, chama com
medo de cair: “mamã, mamã”. A tua alma crescerá em Graça,
apenas através dela. Quero que tu dependas d’Ela e deixes que
Ela te ensine. Quero que sejas sua filha humilde e devota. Nesta
submissão Ela te mudará o coração, e os teus desejos de amor
serão atendidos. Sim, sábado e domingo e ainda tu duvidaste
de Mim, do meu amor, da minha Misericórdia.3 O receio fez-
-te deliberadamente esquecer de Mim. Que erro, minha filha!
O deserto da tua alma foi o castigo natural que Eu não queria
dar-te. Sim, Jesus é forte no amor, forte na dor que Ele inflige,
Jesus pesa-te na sua Divindade. Eu estou inclinado para ti, com
a minha Cruz, respiro da tua alma a dor do meu amor. Eu gos-
taria de te libertar dos constrangimentos que te sufocam, mas
com este martírio deves viver e sofrer, com este martírio deves
morrer para o mundo, para ti mesma, para o teu “Eu” subtil e ar-
rogante. Eu estou a trabalhar em ti com golpes de cinzel, porque
devo preparar um Templo para Mim. A aridez, as pequenas ou
3 Vera tinha recebido uma Mensagem em contraste com as novas orientações
da Igreja depois do Concílio. «Na igreja, na homilia sobre o Santo Evangelho, con-
firmei que quanto o sacerdote explicava estava em oposição com o que eu tinha
escrito. Era o colapso. Terminada a Missa, fui diante de Nossa Senhora Auxiliadora
com o meu livrinho na mão, disposta a ler-lhe “aquela parte em contraste” com os
novos ensinamentos da Igreja. Pedia a Nossa Senhora que não sairia dali sem ela
me iluminar. E assim folheei o livrinho para encontrar aquela “passagem”, mas não
a encontrei…» Carta ao padre Borra de 2.2.1968, in L. Grita Mia sorella Vera di
Gesù, p. 80.
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15.7 Page 147

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grandes cruzes, são o meu martelo. Então, aos poucos, chegará
o golpe, o meu golpe. Devo tirar de ti muitas e muitas coisas: a
resistência ao meu amor, a desconfiança, os medos, o egoísmo,
as ansiedades inúteis, pensamentos não cristãos, hábitos mun-
danos. Escreve, escreve que Jesus é exigente contigo; escreve,
escreve, escreve, é minha vontade que tu escrevas até ao fim».
Varazze 19-1-1968
Jesus Eucaristia. «Eu cuido de ti, minha filha, nos olhos
de minha Mãe: são olhares de amor, de confiança e proximida-
de. Não temas, não és calcada por Mim. O teu Jesus não quer
oprimir-te. Estás na provação. Provação de fé, de amor, de per-
severança. Ela está contigo porque Eu estou contigo, e onde Eu
estou, Ela está: a minha Mãe. Se receias cair, vacilar, na pro-
vação, Ela te apoiará, porque Eu dei-te a minha própria Mãe.
Amanhã a tua, para que sejas atraída por Mim. Dá-Me a tua,
para que seja atraída para Mim. Virás, Vera, virás a Mim com
o coração cheio de alegria, da minha alegria. Então serás feliz,
porque Me possuirás, mas agora deves acreditar mesmo não
sentindo, amar sem sentires que amas; refugiar-te em Mim en-
quanto sabes não encontrar confortos nem consolações, porque
tu sentirás que não Me encontras. A fé em Mim, no teu Jesus,
deve ser a tua força. Não, não fales se não fores interrogada:
Eu velarei por ti, pela via estabelecida por Mim. Tu não tiveste
nem terás conforto. Tu deves voltar serena para que possas ser
dócil à minha Voz, a quanto eu te vou inspirando, quando tu co-
meças a escrever. Só então voltarei a falar da minha Obra. Que-
ro que tu sejas completamente só para Mim. Não te percas se o
Divino se inclina, se humilha perante a pobre criatura, e desce a
ti porque Eu procuro usar toda a delicadeza para não perturbar
a tua pequenez. E eu, Jesus, preciso realmente da tua pequenez
para as outras almas. Sim, Eu sei que vós gostaríeis de amar-Me
na normalidade, na tranquilidade, mas não sois vós a escolher,
sou Eu, é o Pai que vos escolhe, e a alma deve carinhosamente
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15.8 Page 148

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obedecer. Aqui está o teu novo voto: obediência. Obediência
a Mim, por meio dos Sacerdotes, do meu Sacerdote, porque
através dele te manifestarei a minha vontade, o caminho que
deves seguir. Não vou forçar a tua natureza, pois Eu atuo com
doçura, e verás… confia em Mim, já não terás medo, porque o
medo não vem de Mim. Escreve ao padre Gabriello. Ele sente
pena de ti, pena por Mim, pelos meus desejos. Agora marquei
um período, embora breve, de silêncio para a minha Obra; ago-
ra quero a tua serenidade, a tua confiança, o teu abandono em
Mim, a tua entrega em Mim, porque só lançando-te nos meus
braços de Pai, tu reencontrarás a tua via. A tua via é a minha
Via, porque deves caminhar na minha Via, na Via de Jesus. Fora
de Mim não encontrarás conforto nem paz, nem alegria; e se te
parecer que não encontras isso em Mim, redobra, intensifica os
teus atos de abandono em Mim, até que o teu pequeno e pobre
coração Me tenha conquistado. E acima de tudo acredita em
Mim, acredita que Jesus está contigo, que Jesus, mesmo se é
por muitas horas esquecido por ti, está contigo, porque Ele não,
não te esquece jamais. Vera, minha pequena esposa, não ouves
o que te digo? Não é esta uma maravilhosa carta de amor que
o Amado escreve à sua Amada? Tu deste-Me o braço, a mão
para escrever, mas Eu dei-te o meu Coração para ditares esta
carta desta vez só para ti. Mas tu não estás contente por ter um
Esposo assim tão digno? Eu Me torno pequeno por ti, confor-
mo-Me contigo em tantas coisas para que tu não tenhas receio
do Esposo, mas só de Deus. Eu sou Jesus, o mesmo Jesus que
conquistou o coração de Madalena, e, contudo, ela não teve
receio de Mim; Eu sou Jesus, que se manifestou visivelmente
a Margarida Maria Alacoque: também ela não tinha receio de
Mim. Eu sou Jesus de Belém, de Nazaré, da Galileia, de toda a
Palestina, mas quem Me teve amor não teve receio, porque Eu
ocultei a minha Divindade. Agora, Eu não a oculto a ti, mas no
Mistério da Fé em que Me encobri, tu conheces-Me desde há
muito, e porque não acolhes serenamente a Voz do Amor? Vê
que Eu Me torno pequeno, tão pequeno para ti, vê que Me tor-
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15.9 Page 149

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no “criança” e na aparência de criança venho a ti para te falar.
Queres receber-Me como uma criança? Sim, Eu quero amar-te
como uma criança, e falar contigo como uma criança e brincar
contigo como sabem fazer as crianças. Preferes imaginar-Me
assim?! Então, procura-Me entre as crianças, entre os corações
puros e humildes, porque entre eles Eu Me manifestarei a ti.
Procura-Me, Eu jogo; procura-Me, Eu oculto-Me: procura-Me
até que Me descubras onde Me oculto; O teu Menino Jesus».
21-1-1968
Jesus: «Quero que a tua alma Me sirva, Me glorifique: ela
é minha, pertence-Me. Portanto, em todas as tuas ações colo-
ca a intenção fervorosa de Me glorificar. Glorificas-Me se não
temes, se abandonas o medo; glorificas-Me se mostras amor
para comigo, glorificas-Me se pensas em Mim, se te recordas de
Mim. Tu existes por Mim para a minha Glória, e esta Glória de-
ves dar-ma desde aqui, deste vale de lágrimas. Glorificas-Me se
não te deixas perturbar, se aumentas a fé e a confiança em Mim.
Glorificas-Me se Me serves mesmo na aridez, no abandono. E
tens a certeza que Eu te abandono? As tuas orações recitadas
ao meu lado não são sinal da minha Presença? Sim, quando
alguma vez te deixei, deixei-te verdadeiramente abandonada?
Nunca. Pronto, agora vai para quem espera por mim, porque
Eu estarei convosco, e vós humildes, vós meus filhos, vós meus
esposos, vós minhas esposas, vós tornadas pequenas, vós fazei-
-vos e tornai-vos pequenas para Mim, porque Eu desejo crescer
em Vós. Eu já falo ao coração do meu Sacerdote: padre Bocchi.
Sabes há muito que Eu estou nele, no seu Sacerdócio com ple-
nitude de Graça, porque ele é humilde e tem-Me amor, procura
a minha Glória, dá testemunho de Mim, ele é forte estando em
Mim, e tu és sempre muito frágil. A tua fragilidade faz-te so-
frer, mas disso quero tirar o teu bem: quero tirar bem para ti:
o abandono completo em Mim. Refugia-te em Mim, no meu
Coração de Pai, e encontrarás conforto. Eu hoje vou esperar
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15.10 Page 150

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por ti lá, porque vais ver-Me no meu Amor de Pai, de Irmão, de
Esposo. Hoje o meu Dom vai-se manifestar na tua pequenez,
e a tua alma exultará na alma de minha Mãe, já que nada vem
a ti sem passar por Ela, e nada Eu recebo de ti sem passar por
minha Mãe e pelo Sacerdote. Tu deves estar sempre submissa
aos Sacerdotes e em particular àqueles de quem Me sirvo para
a minha Obra. Tu neles, nos meus Sacerdotes, estás submissa
a Mim, Eterno Sacerdote. Portanto, escreve ao padre Gabriello
porque Eu quero trazer-lhe serenidade através das cartas que
Eu te dito, porque Eu te inspiro. Sim, é o meu Espírito, que
sopra onde quer… Eu quero-te em obediência, na docilidade;
quero-te pura, quero-te jovem para brincar com o teu Menino
Jesus. Entre os meus alunos sê paciente, humilde, deixa-te do
teu “eu”, e pensa neles como sendo Eu. Cada aluno é um Me-
nino Jesus: para tantos meninos há sempre um só Mestre: Eu.
Então, volta a ser uma “menina”, se queres que também para ti
haja um só Mestre. Não, a repreensão amorosa, não o castigo;
segue as minhas sugestões, e não… esses conselhos. Eu quero
os teus alunos no meu Coração: dá-mos! Porque venho a ti? Por
que eu vou contigo? Por que estou contigo? Para as almas, para
os pequenos, para que eles não se tornem… “adultos”, para que
eles cresçam em Mim. Jesus Menino estará agora na escola em
cada aluno… Deixa-te guiar pelo Divino Mestre, e vem a Mim:
olha para Mim e trata-Me em cada criança. Agora começamos
na escola uma nova vida: vida de amor, de encontros, de união.
A tua aridez encontrará força e apoio neste renovado encontrar-
-se entre crianças. A renovada reunião entre as crianças. Sim, o
Menino Jesus uma vez aproximou-se de ti porque a tua alma o
viu. Eu quero estar com as crianças. Eu venho a vós na forma
de um menino, de um jovem. Vera, manifesta-Me o teu amor,
entrega-Me os teus trabalhos, dá-Me tudo nessas crianças, por-
que se a vida humana se desvanece, a da alma dirige-se para
a Luz. Hoje vamo-nos encontrar lá, e Eu serei Jesus de Amor,
Jesus o Esposo. Amanhã, porém, na escola, serei Jesus criança
e Divino Mestre. Fica em Mim por meio de Maria, Rainha dos
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16 Pages 151-160

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corações. Eu abraço-te no meu Preciosíssimo Sangue. O teu
Bem-amado vem a ti, minha pobre criatura, vem, volta, porque
os olhos santos de Maria estão fixos na tua alma. Eu, Jesus,
abraço-te com Ela, com minha Mãe, e d’Ela te recebo. Eu, Je-
sus, digo isto à mais pobre das criaturas como nunca existiram
neste mundo! É assim. Jesus Misericordioso, para a sua alma,
para todas as almas pobres, pobres de toda a virtude; este Jesus
de Amor, para esta criatura que escreve por obediência para si
e para todas as almas que existem e existirão no mundo. Estas
minhas palavras, repletas da minha graça, serão sempre novas,
sempre minhas, sempre para os corações de boa vontade, fonte
de luz, de confiança, de renascimento, de amor, porque Eu as
escrevo para toda a alma que Me procura, que espera ser amada
por Mim, (e, todavia, ela já é muito querida por Mim), que Me
procura. Eu vos saciarei com o meu Amor, e cada um encontra-
rá nestas palavras as palavras que espera de Mim. Eis, minhas
almas, eu vos falei antes de Me procurardes, antes que a Terra
vos acolhesse no seu seio, falei-vos, falo-vos enquanto vós Me
procurais neste mundo e Eu vos respondo. Que a minha voz
chegue depressa aos confins do mundo, porque estou a falar,
estou a procurar-vos nas vossas misérias, estou a chamar-vos e
quem Me procura, depois de se ter esquecido de Mim, não sabe
que Eu o chamei assim como chamo a este trabalho a Vera e a
sua docilidade, a sua obediência e a sua pobre mão a quem Eu
dei a minha mão para escrever. Quem escreve é Jesus, Jesus que
é Amor, Jesus que é Irmão, Jesus que é Esposo, Jesus que é Pai
para todos. O que um Pai não faria para salvar os seus filhos em
perigo?! Não te surpreendas, não se torne rija a mão da criatura,
porque Eu escrevo com ela, para ela, escrevo; porque ela, um
nada, é tudo em Mim, tudo em seu Jesus. Eu, Jesus, para to-
das as almas, para quem Me ama, para quem Me procura, para
quem Me quer seguir. Leva as minhas Palavras, leva a minha
Voz hoje. O teu Jesus, o teu Menino Jesus, que espera uma me-
nina para “jogar”: a ti, minha pequena alma».
151

16.2 Page 152

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Varazze 22-1-1968
«Jesus, o Amor. Jesus Menino, Jesus Mestre? Jesus Cru-
cificado ou Jesus Ressuscitado? Se dependesse de ti, como
gostarias que Eu viesse ter contigo? Sim, venho a ti na forma
que quiseres: como menino. Quero fazer-te sorrir, quero levar-
-te para longe entre jardins cheios de flores, árvores frondosas,
perfumes deliciosos… Vem, menina, comigo. Uma multidão de
almas nos espera, almas crianças. Eu estou convoco no jardim
do Amor. Não, não te preocupes; tu “vê”, e Eu escrevo, escrevo
para ti. (Eu vejo muitos “Jesus” nos seus olhos, e a minha alma
não vê nada mais). Vem, levo-te mais alto, por entre os meus
Anjos. Vem, eu faço-te bela com a minha Graça. Aqui sou o pe-
queno Rei, o Rei Menino, e estes Anjos brincam comigo. Vem,
levo-te para outro lugar. Aqui estão os pequenos soldados: com-
bateram por Mim e Eu sou o seu pequeno comandante. Levo-te
para onde há muitas “florinhas”, que exalam o seu perfume para
Mim: Eu sou a Flor pela qual se humilharam, por Mim. Onde
queres ir? Vem, vem, mostrar-te-ei os meus jardins. Vamos ao
jardim das “rosas”. Que rosas preferes? (Eu, digo a Jesus: aque-
la rosa com a gota de orvalho). Aqui a tens, é a pérola que todas
as pétalas gotejam: a pérola da pureza; eis a cor rosa feita de
amor, de delicadeza, de impulso generoso para Mim. Sente o
belo perfume! É a sua santidade. Eu sou Aquele que lhes deu
a santidade: agora exalam perfume para Mim. Levo-te por en-
tre os lírios sempre brancos e imaculados, sempre perfumados.
Aproxima-te deles. Eles olham para ti e esperam-te. E depois,
avenidas, avenidas compridas e arborizadas, e perfumes e chil-
reio de aves. Tudo canta os louvores a Deus Criador. Vem, vem
comigo e que a tua alma aspire este perfume, porque… o teu
corpo não pode. Não, ainda não és uma menina para brincar
comigo; mas Eu vou-te ensinar para que desfrutes dos meus jar-
dins, e então Eu Me ocultarei lá para que tu Me procures… De-
pois te deixarei “adulta” para o mundo, mas para Mim sempre
menina, para que tu Me vejas como Mestre o teu divino Mestre.
Depois, às vezes, subiremos o Gólgota com a minha Mãe. Vê,
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16.3 Page 153

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faremos tudo juntos, até que o meu coração esteja todo no teu.
Por enquanto, conduzo-te pela mão; vem brincar nos meus jar-
dins, com os meus Anjos, vem para onde estão as minhas flores,
vem para onde se respira o meu Perfume. Vem, Eu levo-te co-
migo para longe, e renasce em Mim. Só deste modo te tornarás
“menina”. O teu Menino Jesus».
Jesus, como és tão querido! Quanta delicadeza, quanto
amor inexprimível! Jesus, faz que eu aprenda contigo a “renas-
cer” para ser uma menina: a menina que Tu queres. Também eu
tenho desejo de brincar contigo.
Varazze 23 de janeiro de 1968
A Maria, Mãe de Jesus, a Imaculada,
A Maria, Mãe de Jesus, a Auxiliadora,
A Maria, Mãe de Jesus, a Senhora das Dores, aos pés da
Cruz, ofereço humildemente a obediência deste “ditado” por
amor do Seu Jesus.
Jesus: «Escreve, minha filha, aquele rio de palavras que flui
do meu Coração. Eis que o meu coração está aberto para vós,
para derramar em vós, minhas amadas criaturas, os meus pen-
samentos, os meus desejos. Acolhei-os com profunda humil-
dade, alegria e gratidão. Eu falo para todos os Sacrários Vivos
que existem no mundo, para aqueles Sacrários que existirão no
tempo até à eternidade. Vós sois os meus templos de amor por-
que vós guardais o Amor. Vós levais-Me, vós dais-Me a outros.
Não, não os teus pensamentos, por enquanto, sim os meus, por-
que Eu não falo por enquanto para ti, mas para todos. Sim, os
“meus Sacrários” são o meu refúgio entre os homens, a minha
delícia, e eles já sabem como olhar para Mim. Agora, Eu digo
a vós que Me levais: amai-Me, amai-Me porque Eu escolhi-vos
para serdes a minha morada já nesta terra. Não tenhais medo
das cruzes, da aridez, das provações, porque são benéficas para
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16.4 Page 154

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a vossa santificação. Um dia renascereis em Mim, porque a vos-
sa alma será investida pela minha Luz, e vós chegareis a amar
com o meu Coração, porque Eu receberei tudo de vós. Cada
Sacerdote, Sacrário Vivo, prepare com paciência e humildade
outros Sacerdotes que Me levem com eles. Eu vou inspirá-los,
porque Eu escolho as almas, mas elas devem ser obedientes às
minhas inspirações. Estou a dirigir-Me ao padre Borra e ao pa-
dre Bocchi, e a outros sacerdotes que já Me levam com eles. O
padre Gabriello já conhece a sua missão. Quero que a “minha
Liga de Almas” se estenda também às almas “consagradas”, já
que é hora de crescer. O padre Gabriello caminha inspirado por
Mim, e os seus insucessos são por agora a minha Glória. Mas
Eu vou mostrar-lhe o caminho a seguir, porque ele e Eu estamos
juntos».
25-1-1968
«Jesus, o Amor, quer que a tua alma repouse em Mim; quer
que a minha OBRA se espalhe. Preparai os meus caminhos onde
deve descer a minha Graça. Há almas, almas belas, prontas, pre-
paradas para Me receber. Ide, ide aos Superiores, ide a Turim,
ide a Milão, ide, preparai os meus caminhos, e submetei tudo ao
Papa. Ele vos espera, vos espera e reza convosco, reza comigo.
Ao padre Gabriello expliquei o que é a “noite”, o que significa
esperar-Me na noite, nos caminhos… Eu escolhi-o como vítima
em Mim, pelos meus Sacerdotes, pelos meus Irmãos; e a minha
recompensa para ele será grande. O padre Bocchi procure-Me
entre as almas confiadas a ele, descubra-Me, veja-Me e Eu Me
revelarei a ele entre os humildes, os mansos, os pequenos. Pro-
cure-Me entre os pecadores, porque entre eles eu sofro e choro.
Ele dê-Me almas, procure as minhas almas, porque dele espero
uma “grande colheita”. Eu já lhe dei o meu Coração para o dar
às almas. Eu dei-lhe a minha própria sede de Amor porque o
meu Amor nunca se esgota, e Eu nele continuo a ter sede de
almas, nele Me estabeleci e nele reviverei. Tu, envia os meus
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16.5 Page 155

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“ditados” ao padre Gabriello, todos, para que ele saiba que Jesus
ainda fala, que Jesus te fala e continua a falar-te para muitas al-
mas que existem e existirão. Envia os meus ditados também aos
Sacerdotes a quem Me dirijo. Falo para eles, para outros, para
muitos, para todos. O padre Borra deve ler todos os “cadernos” e
eles serão iluminados por Mim para serem vistos. Tu, fica serena
e calma, porque o teu trabalho vai aumentar. Este pequeno sa-
crifício é o ato de amor que Me podes oferecer, porque tu sabes
que és muito pobre. Mas Eu amo-vos muito, amo-vos tanto que
cubro as vossas misérias. Eis que Eu, Jesus, te chamo, te chamo
mesmo que sejas um nada. Não, o meu Amor não cessa frente
ao “nada”, porque Eu supero o que é “nada”. Não te parece?
Vem, minha filha, Jesus Crucificado perdoa-te, abraça-te e pro-
tege-te sempre por ti e por todos vós… É com o meu sangue que
Eu te batizo, com o sangue do meu Lado. Não Me vês? Todo o
meu corpo está em sangue, derramo sangue por todos os poros.
Toma, este meu Sangue é teu, é vosso, dos meus Sacerdotes, é
para todas as almas. Quando Me imolo sobre o Altar, ao meu
Pai, vós junto a Mim comigo recebeis o Batismo de Sangue para
que o meu Pai que está no céu, vos veja em Mim, no meu San-
gue, e vos receba no seu Seio de Pai. Não deixeis de aderir a
Mim, à minha imolação; não deixeis perder os meus Dons de
Amor. Vinde e imolai-vos em Mim. Eu procuro pequenas víti-
mas; vinde e oferecei em Mim: Eu ofereço-Me por vós. Vinde
e entregai-vos todos a Mim, porque Eu dei, entreguei tudo a
vós. Amai, amai-vos, esquecei-vos de vós em Mim: Jesus, vos-
so Irmão, Eterno Sacerdote, Vítima imolada por vós. Aos meus
queridos Sacerdotes, envio, através de ti, o meu olhar de Amor,
de doçura. Escreve, escreve-lhes, porque desejo ardentemente
falar com eles. Não será porventura agradável para eles receber
uma carta do seu Amor, do seu Jesus? Jesus escreve através de
ti, e quem Me tem amor acolhe e espera e vai esperar sempre as
minhas cartas enquanto Eu tiver este pobre meio que és tu, para
escrever. Tu vives neste mundo para escrever por Mim. Obede-
ce-Me, ouve-Me, não temas: sou o teu Jesus».
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16.6 Page 156

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28-1-1968
«Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, fala à sua pe-
quena esposa».
(Jesus “dita” e eu escuto).
«Estou a olhar para a tua alma. Estou a purificá-la. Estou
a derramar nela as minhas graças. Eu estou a entrar nela, e ela
em Mim, estou em ti e desejo que tu vivas em Mim. Escolhi a
pobreza: tu, a tua alma, e Eu quero dar-te tudo, e tudo te darei
com o meu Sangue. Quero com o meu Amor separar-te da ter-
ra, para que tu, minha esposa, te encaminhes para Mim, para
a minha Luz, para o Alto. O que posso dizer-te, na verdade, é
divino, é Paraíso. Mas também se te falo de Paraíso, tu perma-
neces perturbada, e depois sem a minha ajuda, não podes voltar
a entrar serenamente na tua pequenez. Eu vou-te preparar para
o Paraíso. Os sofrimentos dos dias passados, são agora uma
lembrança. Tu destes-mos, e agora tudo o que é teu é meu. Não
procures compreender os motivos das provas, porque tu deves
tornar-te “menina”. Outros compreenderão, mas quanto a ti, o
importante é amar-Me e obedecer-Me. Sim, estou aqui, estou
contigo, estou na tua alma e sinto-Me feliz em viver junto de ti.
Eu, Jesus, olho para ti e vou-Me mostrar a ti, se tu não sofreres
muito por agora. A tua fragilidade, no sentido humano, é o meio
que conquistará para Mim outras almas, muitas almas. Quero
comunicar-te a “sede” das almas. Vou derramar sobre ti gotas
da Água e do Sangue do meu Lado, porque Eu quero que tu
penses nas almas. Quando subirmos o Calvário, tu vais entre-
gar-Me a tua aridez, a tua sede, e Eu dar-te-ei a “minha sede”.
Assim nos encontraremos em meu Pai. Sim, confiança e fé no
teu Jesus. Confiança nas minhas palavras, nos meus ditados.
Fé, fé! Fé! Eu, Jesus, Eterno Sacerdote, confirmo através do pa-
dre Gabriello os meus desejos, e deste Sacerdote escolhido para
a minha Obra de Amor receber-Me-ás. Em breve, lhe vamos
escrever, pois desejo comunicar-Me com ele por escrito. Es-
creveremos também ao padre Borra e ao padre Bocchi. Vamos
escrever muito, porque pelos meus queridos Sacerdotes quero
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16.7 Page 157

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derramar muito amor, muito conforto, muito calor: o calor do
meu Coração de Eterno Sacerdote. Também por eles Jesus reali-
za uma Obra de Amor única: Jesus escreve aos seus Sacerdotes,
aos seus “Ele mesmo” sobre a terra. Eles vão sentir-Me muito,
muito perto deles, e a minha crescente Graça neles, as minhas
cartas, serão de muito conforto, alegria e paz. Sim, minha filha,
amo-os muito, e se queres dar-Me um presente agradável, reza
por eles: por todos os meus Sacerdotes. Por eles Eu te escolhi
como vítima, pequena vítima em Mim. E tu és para eles como
eles são para Mim. Espera em oração confiante o encontro do
Sacerdote de Savona: ele virá. Vou enviá-lo a Savona para a
minha Obra de Amor. Eu ditarei muito tempo, mas tu ficas sub-
missa ao teu dever, e deves cumpri-lo com amor, enquanto Eu
permitir. Por isso, desejo que tu continues a escrever, sem te se-
parares de Mim. Desejo que permaneças imersa para que rece-
bas de Mim força, amor, calor. Eu quero a tua alma em Mim, e
quero imprimir nela, através da minha Graça, o meu Semblante.
Ama-Me, ama-Me e repousa em Mim. O teu Jesus: o Amor».
Varazze 2-2-1968
Falai, ó Senhor, que o vosso servo escuta.
Jesus: Escreve por Mim, escreve, minha filha, para a minha
glória. Ramifiquem-se os meus “caminhos” entre vós pelo mun-
do, entre as “minhas” almas. A Obra deve desenvolver-se entre
vós que Me conheceis, e, por meio de vós, deve alcançar as que
vivem no mundo. É hora de as almas chamadas por Mim serem
instruídas sobre a finalidade da minha “Mensagem”. Para tanto,
é necessário que isto seja conhecido quanto antes pelos Superio-
res Salesianos, e eles pensem em apresentar ao Papa esta minha
Obra. É obra de Amor, de infinito e misericordioso Amor que
Eu, Eterno Sacerdote, derramarei sobre os meus Sacerdotes e por
meio deles, sobre as almas. Todos os ditados são Mensagens de
amor; todas as palavras, as cartas dirigidas a ti, são Mensagens
de Amor, do meu Amor por ti, por todas as almas. Há em cada
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16.8 Page 158

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Palavra minha uma doutrina de amor para ser lida, e aprofunda-
da, e Eu a dei àqueles que sabem fazer frutificar os ramos que
estão unidos a Mim. Reuni-vos em meu Nome invocai e tende
Maria, a minha doce Mãe, como Mestra das vossas almas, guia
dos vossos passos, luz nas vossas incertezas, esperança e fé que
sou Eu; Eu quero a Obra de Amor, Eu quero-a difundida. Estes
cadernos devem ser bem copiados num único volume e entregue
ao padre Borra, que o deverá ler, ler por completo.4 Tu ficarás
na sombra, na minha sombra: em Mim. Tu serás sempre a mão
que escreverá sob a minha guia quanto Eu te ditar. Quero que
se comece; quero que se lute por Mim, pelo triunfo da minha
Misericórdia. Vós lutai por Mim, vós que Me levais. Não he-
siteis. Não temais as derrotas, porque Eu, Jesus, triunfarei. Os
Sacerdotes que vierem a fazer parte da “Liga de Almas de Jesus”
deverão preparar os jovens para “viver” de Mim, para serem Eu
por amor, para que os jovens Me deem a outros jovens. Os jovens
que fizerem parte da Liga, segundo o parecer dos Sacerdotes que
orientam as suas almas, poderão levar-Me e assim tornarem-se
Sacrários Vivos. Se os jovens forem chamados por Mim para
outros caminhos, como o matrimónio, eles Me entregarão aos
pés do Altar, ao Sacerdote: é certo que Eu ficarei espiritualmente
mais impresso na sua alma, no seu rosto. De facto, quem Me
tiver levado consigo e já não puder por este ou outro motivo,
ter-Me-á sempre impresso na alma em grau mais profundo. O
Mesmo se aplica à juventude feminina. É bom criar grupos de
jovens, unidos para que se amem em Mim, e procurem conhecer
quem é o seu verdadeiro Mestre de vida, de santidade, de alegria.
Escolhi os Salesianos porque convivem com os jovens, mas a
sua vida de apostolado deverá ser mais intensa, mais ativa, mais
sentida. Esta Obra deverá estender-se em seguida também entre
outros Sacerdotes, nas Paróquias de cidades e aldeias, pois ali o
Sacerdote e as almas devem formar um lugar de paz e de repouso
4 Vera recopiou para o padre Borra em quatro caderninhos todos os ditados
recebidos desde setembro de 1967, a fevereiro de 1968 e lhos fez entregar.
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16.9 Page 159

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para Mim, cansado, para Mim com sede, para Mim com fome
pelo meu longo peregrinar à procura de almas. O Sacerdote e as
almas de uma aldeia, mesmo sendo poucas, devem ser uma “Be-
tânia”, que é um lugar de paz, de consolação, de descanso para
o meu Coração. Destas almas Eu espero consolações, orações,
ofertas e o dom do seu coração. Eu irei a elas para encontrar estas
consolações; deixar-lhes-ei as minhas “lágrimas”, para retomar
o caminho em busca das almas fora do Redil. Junto delas, como
um viandante, vou-Me restabelecer, porque nelas desejo encon-
trar o amor que não Me dão as outras criaturas. Então, vou partir
de novo, mas elas esperem por Mim, prontas e alegres porque
o Esposo volta para a esposa. Na cidade a Obra deve surgir em
grupos, mas rapidamente deve ter um caráter unitário, porque Eu
quero-vos unidas, que vos conheçais e frequenteis porque deveis
amar-vos muito em Mim. Cada Sacrário é um irmão para o outro
mais do que nunca, por isso cada um se considere como tal e aja
como irmão. Cada um deve ter este programa de ascensão espiri-
tual: assumir-Me, ter o meu semblante, para que cada um de vós
seja Eu, seja Jesus. Quanto Eu ditei desde o início (setembro-fe-
vereiro), deve ser lido, estudado e interpretado à minha Luz da
fé e da verdade para ser tratado e posto em prática. Turim e Flo-
rença devem ter um caminho que os una: o Papa que o estabeleça
com a sua autoridade e que adira como Portador de Jesus, como
Sacrário Vivo já no meio de vós, na minha Liga, porque da minha
Liga de almas, ele, Paulo VI, é a primeira alma. Ele já a fundou
na sua vida de Pastor de almas; ele já a difunde mas ainda está só,
muito só, e por isso ele espera por vós. Ele sabe, ele conhece-vos
em Mim, e reza para que andeis com ele. Rezai e ajudai a rezar
para que a hora da minha Misericórdia não demore a chegar, mas
chegue depressa, para todas as almas. Eu sou Jesus, Pontífice
eterno. Vítima Imaculada para as almas que Me foram dadas por
meu Pai: Vítima para toda a Humanidade que existiu, existe e
existirá. Sou Jesus, Divino Mestre: sou o Caminho, a Verdade e
a Vida. Eu sou Uno e Trino: sou o Pai, o Filho, o Espírito Santo.
Sou Jesus: o Amor infinito».
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16.10 Page 160

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Varazze 4-2-1968
«Jesus vem a ti com o seu Amor. Amor de Sacerdote. Vai
aos meus Sacerdotes, leva-lhes as minhas Mensagens de Amor;
enche a suas mãos com as minhas palavras: estão em Graça, na
minha Graça. Procurem-Me, descubram-Me nestas Mensagens,
no Amor vivo que Eu quero levar para o meio deles, no Meio
das almas. Vai ter com o padre Bocchi, e depõe nas suas mãos
os meus últimos ditados. Vou operar nele com a minha Graça
para que a verdade se manifeste também a ele, e também Me re-
ceba através dos escritos. Ele é um caminho da minha vida, es-
colhido pelo meu Pai pelo qual a “minha palavra” deve passar,
difundir-se, estender-se. Prepara as “cópias” também para ele,
e Eu, Jesus, te abençoo no ato em que te dispões a escrever-Me
porque tu estás dentro da obediência. Sim, falo com ele direta-
mente, e tu com humildade escreve: Padre Bocchi Giovanni,
sou Eu que te escrevo, sou Jesus. Tem confiança em Mim e Eu
Me revelarei a ti. Desejo que tu comeces em Sampierdarena
a minha Obra de Amor entre as almas dos Sacerdotes; desejo
que tu dês a conhecer as minhas Mensagens de Amor aos teus
Irmãos; quero que também eles Me levem, para vos transfor-
mardes em Mim. Quero que a minha Liga de almas se fortaleça,
quero que se torne grande e que ultrapasse os confins da Itália,
quero que se forme em terras de Missões e lá onde o meu queri-
do João Bosco fundou as suas obras, lá onde Eu nele estabeleci
o reino do Amor. Por isso devem-se preparar muitos jovens,
muitos Sacerdotes que levem, aumentem o meu Amor dado ao
mundo por meio de João Bosco, outro Amor, outro Dom, que
vos ajudará a assumir-Me, a tornarem-se Eu.
Eu, Jesus Eucaristia, por meio de vós, desejo alcançar as
minhas almas no mundo, comunicar com as almas; Eu escolhi
um outro Templo: habitações, caminhos, em toda a parte onde
vós andais. Eu escolhi outros Sacrários, não em alvenaria, mas
“vivos”: Vós! Este “dom” deve ser conhecido pelos meus que-
ridos Sacerdotes, pelos Salesianos em primeiro lugar, e a minha
Liga crescerá convosco; e vós com outras almas, vós com a ju-
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ventude, fundi as vossas almas no Fogo do meu Amor para que
a minha liga seja forte, sadia, gloriosa. Padre Bocchi Giovanni,
Jesus chamou-te: escuta-o. Padre Bocchi Giovanni, Eu chamei-
-te para a minha Obra: trabalha, trabalha com os Sacerdotes,
trabalha com os jovens. Na luz do Espírito Santo, medita nestas
palavras: são minhas, do Divino Mestre, do Eterno Sacerdote.
Vou fazer-te compreender mais do que Eu mando escrever. No
fervente dom de Amor de Eu a ti e tu a Mim, estou a reviver
em ti e é por ti que Eu quero revelar-Me aos outros Sacerdotes.
A mesma missão é confiada a ti, padre Gabriello. Procura a as-
sistência materna da minha Mãe: Maria Auxiliadora. Procura
nestas palavras dirigidas a ti aquele amor íntimo e secreto que
Eu te dou; procura-Me na Verdade, porque estas Mensagens
de amor são Verdade, são Eu mesmo, são Jesus. Para todos os
Salesianos, o seu Fundador, São João Bosco, será, desde o lu-
gar onde está na minha Glória, Pai amável, protetor, conforto,
amparo. Sim, também dom Bosco quer voltar a viver convosco,
através da minha Obra de Amor. Sim, dom Bosco volta a vós,
porque Jesus quer renovar em vós a sua vida, o seu amor, o seu
Sacerdócio, ele em pessoa. Eu em vós, vós em Mim, para dar
“frutos” ao meu Pai, para salvar as almas, para morrer pelas
almas. Eu, Jesus, vosso Caminho, vossa Verdade, vossa Vida: a
vós queridos Sacerdotes, todo e sempre para vós, sempre Eu».
Varazze 9-2-1968
«Permito-te que escrevas em meu Nome: Jesus».
[Vera] Jesus une-nos em seu Santo Nome. Ele deseja que
a Liga das suas Almas faça com Ele uma só alma. A oração, a
oferta, os méritos que cada alma pode adquirir em Jesus, não
são apenas para a própria alma, mas para todas as almas da
Liga; assim os vazios de uma alma mais frágil são preenchidos
pelas virtudes da alma mais forte. O que uma alma sofre unida
a Jesus é para que uma outra alma receba de Jesus as graças
particulares de que precisa.
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«Eis que Eu te envolvo-te com a tristeza da minha Paixão.
Nesta tristeza a alma sofre em Mim, para que participe da cruz
de uma outra alma. E Eu vos purifico neste sofrimento, faço de
vós uma só alma, vou formando convosco um só coração em
Mim. Eis que a Liga se funde e Eu uno-vos em Mim e vos pu-
rifico e sou Eu, Jesus, que estou a trabalhar em vós com o meu
Amor, estou a transformar-vos em “Sacrários Vivos”. Vós rece-
bereis uma orientação particular para praticar com amor e fide-
lidade para que eu, Jesus, nas Sagradas Espécies, receba amor,
honra, glória de vós que Me levais. Eu vou-te ditar quanto Me
agrada, mas quero de ti humildade, ainda mais humildade, dor
e sofrimento. Sim, venho pedir o teu fiat. Coloca-o nas mãos da
minha Mãe e Ela te apoiará. Vai uni-lo a si e entregá-lo a Mim.
Então te falarei e te direi como deves honrar-Me, amar-Me, le-
var-Me. Toda a minha graça vai jorrar como jato de água pura e
fresca da rocha, mas cada graça terá sofrimento, e do sofrimen-
to nascerá o amor. O meu Amor redimiu-vos com o meu San-
gue. Eu dei-o a vós sofrendo até à morte. Vós recebeis o meu
Batismo de sangue por meio do amor e do sofrimento. Minhas
almas benditas, Eu aperto-vos contra o meu Coração para ser-
des uma só alma e um só Coração. Assim ofereço-vos em Mim
ao meu Pai. Recebeis os meus Dons, os Dons que vos disse, e
neles Me recebereis sempre a Mim. Vós sofreis pelos vossos
insucessos: vós, pobres, frágeis, pequenos. Vós caminhais, per-
severais, submergis-vos em Mim, vós amai-vos em mim, e Eu,
Jesus, Eu, vosso Esposo, vosso Irmão, vosso Sacerdote, vosso
Missionário, trabalharei, procurarei… quem Me irá escutar. Eu
vou abrir os corações dos homens ao meu Amor, as suas mentes
a Mim, para que suba a meu Pai a honra e a glória dos chama-
dos da terra aos Céus, diante do Trono de Deus. Eis, Eu estou
contigo. A árvore da Vida está na vossa alma e está nela para a
minha Graça. Vê, Eu a purifico, a ilumino, a preparo para que
seja recebida no seio de meu Pai, quando Amor e Dor vos te-
nham dado a veste da inocência e o meu Sangue vos tenha dado
o meu Martírio: o meu último Batismo. Sim: Amor, Incarnação,
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Purificação, Luz e Treva; trevas e luzes, Paixão, Ressurreição,
Glória. Fortaleza de espírito. Fidelidade. Confiança. Abando-
no, Obediência. Humildade. Paciência. Inocência. Eu tornei-
-Me pequeno para vós, para que vós possais subir e vir a Mim.
Não há outro caminho senão o Amor. Desaparecei no abismo
do meu imenso Amor. Foi Jesus que falou. A partir da alma de
Vera, derramou a Sua palavra aqui, para que seja conhecida.
Sou Jesus na Palavra».
Varazze 11 de fevereiro de 1968
«Sou Jesus. Escreve, escreve: Eu abri em ti um canal por
onde faço fluir a minha Graça, as minhas palavras. Tu sabes que
Eu estou em ti, que Eu falo a partir de ti. Sim, é a minha Voz:
sai da tua alma, porque a minha palavra estabeleceu morada em
ti. Tu vais ser forte em Mim, e a fé na minha palavra vai crescer
em ti. Deves dormir e Eu calo-Me. O teu repouso agrada-Me
porque tu és a minha pobre e frágil criatura que no amor e na
obediência deverá servir-Me até que a tire do mundo para que
o seu desaparecimento seja para a humanidade o testemunho
da minha Palavra. Tu, repousa em Mim. Hoje, o teu Jesus foi
glorificado por ti no seio de meu Pai, porque quanto fazes por
Mim é glória a Deus, e Eu te prometo que desde agora cada tua
ação, cada tua invocação feita com pureza, será unida e ligada
a Mim. Agora Eu começo a viver em ti. Esposa de Sangue, do
meu Sangue, abandona-te a Mim: o meu Coração está aberto;
espera por ti… O teu Jesus, o Amor Divino, dando-se totalmen-
te à mais pobre das suas criaturas. Repousa em Mim. Amanhã,
voltarei com a minha Palavra, mas o meu Amor velará por ti.
Agora a tua obediência é minha; agora sobe aos Céus através
de Mim… agora estás em Mim, na minha obediência. Jesus
abraça-te, Jesus abençoa-te».
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15-2-1968
«Jesus, no Abismo do seu Amor. Eu queimo, queimo a
impureza, os defeitos, as resistências às minhas graças. Quei-
mo e neste fogo atraio a alma a Mim; quando ela recebe esta
purificação, dom do meu Amor, sofre porque é atraída pelo
Divino. A alma anela por Mim, a alma procura-Me ansiosa,
procura o meu Amor, e nunca se sacia, enquanto estiver aqui
na terra. Começou assim o “Martírio de Amor”. Desejo a tua
alma chagada: Eu submerjo-a em Mim, Eu renovo-a no meu
Sangue, Eu torno-a pura, brilhante, branca. Sobre a tua alma
descerá o meu Sangue, e as manchas serão as “minhas”: as
que Eu te dou. Eu uno a Mim, à minha Paixão, o teu sofrer; o
teu coração ao meu Coração: até que seja um só Sofredor, um
só Coração: Eu, Jesus. Acolhe-Me, porque venho a ti, como te
disse. Eu iniciei o dom do Amor, pelo qual o Amado deve ser
incarnado pela amada. É o Esposo que prepara a esposa para
a União mística; é o Esposo que dá, enquanto a esposa espera
que o Esposo venha a ela. Tu és pequena para compreender,
mas não importa. Para Mim, basta que tu Me obedeças por
amor, e que permaneças sempre muito humilde na tua peque-
nez. Abandona o teu “eu” porque é do mundo, e tu já não és
do mundo; deixa-te elevar pelo meu Amor, e ama só em Mim,
no meu Amor, para que todo o afeto humano seja, por meio de
Mim, afeto puro, santo, seja meu Amor. E assim Eu te retiro do
mundo, assim preparo o meu Templo, assim te conduzo para
Mim. Não passará um ano, nem dois, nem três, sem que as
minhas Palavras se manifestem a todos. Quem der testemunho
da minha Palavra na terra, encontrará no Céu, diante de meu
Pai, o testemunho do meu Amor. Quem der testemunho com
a vida, terá no Céu a coroa dos Mártires da minha Palavra.
Quem der testemunho de Mim com o apostolado, semeando
a minha Palavra, vai ter-Me a Mim no Céu, a Mim, Eterno
Sacerdote, na visão gloriosa do Pai, do Filho, do Espírito San-
to. Por isso, Eu digo a Vera, minha esposa pobre e humilde
(mais pobre não havia na terra), que dê testemunho da minha
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Palavra diante dos homens, recebendo com humildade e obe-
diência quanto o Espírito Santo lhe dita, por vontade de Deus;
para testemunhar a minha Palavra com fé e confiança que o
seu Esposo a apoia, a sustém, a defende; que dê testemunho
da minha Palavra, aceitando em obediência, quanto Eu, Jesus,
desejo que ela faça por Mim, pela minha Obra de Amor, acei-
tando por amor toda a dor e sacrifício, toda a zombaria ou tro-
ça, toda a alegria e dor. Tu, escreve, obedece, ama, espera…
o Esposo. Eu, Jesus, aceitei da minha Mãe a tua vida e se Eu
a tomar em breve para a minha Glória5 compreende que ela te
será transformada na Vida que Eu dou: a Vida no Céu. Agora
trabalha: escreve, escreve, leva e envia as minhas Mensagens,
até que Eu tenha revelado aos meus queridos Sacerdotes a
imensidão do meu Amor. Nós, Eu e tu, devemos apoiá-los, en-
corajá-los nas lutas que os esperam para que a minha Obra se
torne conhecida. Eu ditarei as minhas cartas, tu as escreverás
e Eu seguirei os meus Sacerdotes até que a minha Graça seja
acolhida por eles com gratidão. Tu estás aqui nesta pequena
sala para escrever por Mim. Eu procurarei que te seja assegu-
rado um lugar tranquilo para Me escutares. Tu, como te disse,
agora vive para Mim, para escreveres. É este o teu trabalho
e quando terminar dirás adeus à terra para os Céus. Dar-te-ei
força para copiares, mas Eu, Jesus, desejo permanecer contigo
também no sofrimento, porque tu deves tornar-te em Mim,
a minha esposa de Sangue. Um dia recebi-te por esposa da
minha Paixão, virá um dia em que Eu, Eterno Sacerdote, ofe-
recerei ao meu Pai, no meu Sangue, o sangue da criatura6 pela
qual Eu dei, na Cruz, cada gota do meu Sangue. A criatura em
Mim será a minha Esposa, e meu Pai a acolherá em Mim. “Eu
Te peço, Pai, que a recebas em Mim, porque Eu ta ofereço em
Mim para a tua Glória. Eu Te imploro para reconheceres em
5 «esta [...] Eu a a levarei em breve»: Vera faleceu em 22.12.1969.
6 “Virá um dia que Eu, Eterno Sacerdote, oferecerei ao meu Pai, no meu San-
gue, o sangue da criatura…”. Vera morreu de hemorragia durante uma incisão a um
abcesso no estômago, um ano e meio depois desta mensagem.
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Mim a alma que Eu lavei no meu Sangue, e aquele pobre meio
de que Me servi para tornar manifesta aos homens a minha
Mensagem de Amor ao mundo. Pai, Eu dei-lhe tudo porque é
pobre; Eu dei-lhe as minhas graças e a minha Palavra. Pai,
acolhe-a na tua Glória, porque ela em Mim prestou-Me obe-
diência, humildade, deu-Me o seu pobre braço. Pai, agora
rogo-Te que a acolhas em Ti, porque Eu a ofereço em Mim,
comigo, para Mim, para Ti, Pai, para que esta oferta Te dê
Glória e seja testemunho da minha Palavra aqui na Terra aos
Sacerdotes, aos homens, às Nações, ao mundo inteiro. Aco-
lhe-a em Mim, Pai, para a tua maior Gloria e a vinda do meu
Reino de Amor entre as almas. Eu, Jesus, Te agradeço por
Me haveres escutado”.7 Eu, Jesus, revelei-te o meu Amor por
ti. Espera com confiança nas minhas Palavras, e dispõe-te a
escrever, a copiar pelo meu amor. Tu não estarás sozinha no
esforço, e terás sempre a minha Mãe próxima de ti, que guiará
a tua vida, levando-a sempre mais a Mim. Recorda:
Confiança no teu Jesus, confiança em minha Mãe, con-
fiança na minha Palavra.
Começa a copiar para o padre Borra. Não desejo outros
sacrifícios além destes, oferecidos por amor e obediência.
Outros sacrifícios te serão poupados, porque tu Me serves,
deste modo, para a Glória de meu Pai e a salvação das almas.
Escreveremos em breve aos Sacerdotes. Quando Me imolo
sobre o Altar, oferece-Me os teus escritos: os meus ditados,
junto com a obediência e o amor. Ao padre Borra e ao padre
Gabriello diz isto mesmo, porque dos meus queridos Sacer-
dotes tudo acolho. Deves dizer-lhes assim: “É Jesus que o
deseja, e Eu desejo-o tanto como Ele”. Recolhe-te em Mim,
no meu Amor, para que Eu te defenda de ti mesma, do mun-
do, das tentações. Permanece nos meus divinos braços: não
vais ter medo porque Eu sou força, coragem, serenidade, con-
7 Belíssima oração de Jesus ao Pai para que receba a oferta de Vera como Sua
Oferta, para a glória de Deus Pai e pelo testemunho da Sua Palavra na Obra dos
Sacrários Vivos.
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fiança, verdade. Em breve te mandarei um conforto: um meu
querido Sacerdote, como dom de Amor. Jesus que te ama e te
abençoa».
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CADERNO IV
Ofereço a obediência à Santíssima Virgem,
Maria Auxiliadora
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Savona 18-2-1968
Jesus: «Escreve o meu Nome! Neste santo nome, Jesus, Eu fa-
lo-te, Eu dito a minha Palavra. Eu guiei-te por caminhos difíceis
e apoiei-te na tua fragilidade, alimentei-te com a minha Graça,
defendi-te na tua fragilidade; alimentei-te com a minha Graça,
defendi-te de ti mesma, ajudei-te a caminhar para Mim. Tudo se
realizou em meu Nome: Jesus! Agora viste a “Luz” nas minhas
Palavras; recebe-as sempre em meu Nome: Jesus. Agora as mi-
nhas Palavras devem cair nos sulcos como sementes que devem
transformar-se no terreno das vossas almas. Chamei, então, as
almas preparadas, capazes de compreender a minha Palavra.
O “manuscrito” deve ser preparado em breve e transmitido ao
padre Borra. De igual modo deve ser preparado um outro para
o padre Bocchi. Ele receberá com o manuscrito a minha Graça.
Terei muitas coisas a ditar, mas Eu desejo que tu copies e Me
ofereças a Mim este trabalho que serve e servirá para a maior
Glória. Tu estás em família por minha vontade. Eu vou ajudar-
-te a levar a Cruz, porque é tempo de reparação, de renúncias,
de ofertas. A minha Obra tem as suas vítimas em Mim, mas
verá a luz entre os pecadores, dará a paz aos humildes, conforto
aos atribulados, alívio aos sofredores, força e coragem aos dé-
beis, confiança aos oprimidos. Mas digo-vos que quem acolhe
estas palavras, acolhe-Me a Mim, Jesus. Eu sou o “Semeador”
e as “sementes” que vêm de Mim são a Palavra de Deus. Agora
é tempo para vós, os chamados, Me escutardes, Me receber-
des, Me acolherdes. Quero que tu, minha filha, copies, porque
o tempo esgota-se. Quero que tu te despeças de Mim para co-
piares. Eu permanecerei em ti com a minha Graça. Este é o meu
desejo: executa-o por obediência e Eu Me darei a ti, Eu Mesmo,
Jesus. Em meu Nome, Jesus, te abençoo».
Varazze 27-2-1968
Jesus: «Há tanto tempo que desejo ditar-te… Mas tu fu-
giste-Me. Agora opero em ti mais diretamente, e os meus cha-
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18.1 Page 171

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mamentos serão mais contínuos, mais frequentes. Não reparas
como te sigo? Umas vezes com a minha Graça, outras com a
minha desaprovação. Agora, Eu em ti, quero ir depressa para
outras almas, visitá-las, e só ao fim do dia… vê, vê a verdade.
Vê-Me em ti que corres, com desconhecimento de ti mesma, e
vai à tua irmã sofredora. Não sabes por que estás ali, não sabes
por que te encontras à sua cabeceira, a beijá-la, enquanto igno-
ravas tudo. E ainda não vês, não Me vês que opero através de
ti. Quando reparaste, por receio de sofreres ironia, não disseste:
foi Jesus que me levou a Pina”. Referiste isso a ti, e retiraste a
minha Glória.1 Pobre criatura! Que farei de ti?! Agora escreve
para não te esqueceres! Vou dar-te dor, dor ardente para te pu-
rificar. E a minha Voz será uma espada que trespassará a tua
alma. Escreve, escreve de joelhos e manifesta aos Sacerdotes
a tua indignidade. Termina com estas palavras: Eu, Jesus, não
quero muitas orações, mas obras, obras de amor. Quero de Vera
a humildade, a bondade. Quero que se humilhe e preste contas
a Mim, ao padre Gabriello, daquilo que fez confessando-se por
escrito. Eu a reerguerei depois de ter concluído este ato de hu-
mildade. Jesus ofendido».
Varazze 28-2-1968
Jesus: «Escreve, mesmo que não Me ouças. Venho ter con-
tigo na humildade do teu coração. Eu vi-o e agora fico con-
solado. Agora compreendeste que os teus defeitos são as tuas
misérias. Não serás nunca capaz de te corrigir sem Mim! Repa-
ra neste monossílabo que é tudo: Mim! Mim, quer dizer, na mi-
nha Graça. Iluminei-te na confissão, falei contigo, derramando
a minha Luz no teu espírito. Agora sabes o que deves pedir: a
minha Graça. Deves pedi-la como o sedento procura a água; o
faminto, o pão; o sofredor, o alívio; o cego, a luz; o caminhan-
1 Referência ao episódio em que Vera tinha ido ao hospital ao lado da cama
da irmã Pina guiada por Jesus. Não disse à irmã que tinha sido Jesus a guiá-la e a
indicar-lhe o lugar e o quarto onde se encontrava.
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18.2 Page 172

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te, o repouso. Vera, minha querida filha, só a minha Graça te
salvará, só a minha Graça te dará a força para escrever, para
obedecer; só a minha Graça transformará o meu Dom em ato de
amor vivido e praticado por ti; só a minha Graça Me imprimirá
na tua alma. Então, Eu viverei na tua alma. Eu irei despojar-te
de ti para que, com a minha Graça, a minha Morada em ti seja
completa. Sabes o que é a minha Graça? É o Amor do Pai, do
Filho, do Espírito Santo. É Deus que desce à “sua” alma prisio-
neira do corpo, e aí habita e a atrai a Si, ao seu Amor, ao seu
Holocausto. Tudo fazes pedindo a minha Graça. Oh! Eu sofro
por te tratar mal… mas amo-te muito, e não quero renunciar
aos Dons que preparei para ti! Vem, minha alma, vem alma pe-
quena, pequena, e repousa no meu Coração. Oh, sim, vejo o teu
sofrer…que me agrada! Que procuras? Sim, é o meu Amor, é a
minha Glória, é o teu Jesus».
(21h30) Jesus: «Chamo-te ao teu trabalho. Há um horizon-
te distante aonde Eu quero chegar para vos imergir nas minhas
Chagas, para derramar em vós o meu Sangue: Sangue do Cor-
deiro Imaculado. O meu Sangue deve ser derramado onde há
ódio, rivalidade, ambição. Os homens derramam o seu sangue
sobre os homens, sacrificando a sua vida, e o ódio não se ex-
tingue. Eu, Jesus, irei visitar aqueles lugares em ruína, aqueles
homens aflitos. Eu quero dar-lhes também o Sangue do Cordeiro
Imaculado. Iremos diante de Deus Pai e vamos oferecer-nos a
Ele pela Paz entre os povos. Se os homens urdiram as suas ligas
para alimentar ódios e desencadear guerras, se eles se combatem
e destroem, Eu tenho pena, pena dos pobres, dos infelizes que
sofrem as tiranias das ligas. A estas quero opor a “minha liga
de Almas”. Sim, vou reunir-vos, minhas almas abençoadas, em
volta de Mim, e vós em Mim vos oferecereis ao meu Pai em vista
da Paz entre os povos, entre as Nações, entre as gentes. Vós se-
reis sempre o meu exército de Amor que quero opor ao exército
dos homens: vós, o exército que avança em Mim diante do meu
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18.3 Page 173

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Pai, e Eu, como Cordeiro Imaculado, quero implorar convosco,
com a minha Liga de Almas, a Paz, como Mensagem de Amor
aos humildes, aos pobres, desprovidos de bens, aos que amam e
esperam em Mim. A minha Liga é exército, que combate e luta
comigo, e Eu serei sempre convosco o vosso Líder. Os confins
da Terra são extensos, e Eu a todos compreendo e os guardo na
minha Misericórdia. Eu, Jesus, como Deus e Pai, dirijo a mi-
nha voz ao mundo, aos Povos, aos irmãos. Eu irei em breve
visitar-vos de um extremo ao outro da Terra, para que a minha
Mensagem de Amor seja dirigida a todos, para que as almas se
voltem para Mim que sou o Autor da Vida. A minha Vida passa-
rá por vós, como frémito de Amor e de Perdão. Oh! Preparai os
meus caminhos para que espereis por Mim, para Me receberdes!
Me acolherdes! Minhas almas abençoadas, o que esperais para
tornar conhecidas as minhas Palavras? Levai ao Papa a minha
Mensagem de Amor, e que o Papa vos consagre e estabeleça na
Ordem que é: Ordem de Graça, de Salvação; Ordem de Paz e
de Amor. Eis que Eu vos enviarei como outrora enviei os meus
Apóstolos, entre as gentes, entre os Povos, para que a eles che-
gue a nova Mensagem: o Evangelho, a última Mensagem de
Amor de Jesus, através dos Sacrários Vivos. Eu vou enviar-vos
e em vós, convosco, por vós Eu irei realizar a Obra de Redenção
de toda a humanidade. Começa a Quaresma, o tempo que Me
levará à imolação. Procuro almas vítimas, muitas almas vítimas,
para que a minha Liga cresça, para que o exército aumente, para
que em Mim vós sejais oferecidas a Deus para a Redenção da
humanidade. Em breve chegará a tarde, depois a noite, e ficare-
mos só nós a lutar: Eu e a minha Liga, Jesus com o seu exército,
a minha Mãe com as almas consagradas a Mim, por meio dela.
Em breve será escuro, e enquanto há luz procuro almas, almas
vítimas: procuro-vos a vós, que esperais por Mim, que Me pro-
curais. Eu dou-Me completamente a vós, e vós a Mim, e juntos
nos ofereceremos no Amor do Pai, do Filho, do Espírito Santo.
Sim, Eu dou a minha Graça com estas Palavras: a Graça de Jesus
Eucaristia que quer tornar-se o Alimento da alma, o conforto e
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18.4 Page 174

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a paz para o mundo. Falou Jesus, Jesus Eucaristia que quer ser
conhecido, amado, levado. Jesus, o Rei das almas; Jesus, Rei
dos corações. Jesus, o Rei das suas criaturas».
Savona 2-3-1968
Jesus: «Agora escreve. Eu vou responder ao padre Ga-
briello em particular. Quero a sua adesão total à minha Santa
Vontade. Eu sou Jesus que vos guia, que fica convosco para
que sejais sempre movidos por Mim. Eu estou com o padre Ga-
briello para falar às almas, às minhas almas: os Sacerdotes. Na
minha imolação entreguem-se a Mim, para que Eu atraia a sua
alma e a invista com a minha Graça. Na oferta de Mim ao meu
Pai, entregue-Me todo o seu ser, e as almas que se apascentam
no meu Coração por meio dele. Ofereça-Me a pobre Vera, ofe-
reça-Me os meus Sacerdotes e as almas vítimas. Eu purificarei
as vossas almas no meu Sangue, e neste Batismo de Graça vos
oferecerei ao meu Pai para a sua Glória, pela minha Obra de
Amor. Então, o padre Gabriello permaneça em Mim, no meu
Coração de Eterno Sacerdote, e Eu guiarei os seus passos, Eu
moverei os filhos do meu Amor ferido para que se aproximem
da Luz do meu chamamento. Ele fale, fale em meu Nome, re-
pousando confiante a sua alma de Sacerdote, de Apóstolo, na
Alma luminosa de minha Mãe. Estará junto dele a Mãe das
crianças: Maria Auxiliadora. Será para ele exemplo e lhe infun-
dirá confiança o meu São João Bosco. Eu vou apoiá-lo com a
minha Graça e o meu Espírito, Espírito de Amor, será, assim Eu
desejo, como pomba no seu coração de Sacerdote. Então, fale,
fale… e diga de Mim que procuro e quero almas “vítimas” em
Mim, almas sacerdotais que aumentem a minha Liga. Que diga
quanto Eu ditei, faça com que leiam tudo, porque a minha von-
tade, os meus desejos não estão manifestados num só “ditado”,
mas todos contêm e exprimem na sua continuidade a minha
Mensagem de Amor a todas as almas, às almas sacerdotais e
consagradas, e por meio delas, ao mundo. Desejei que a pobre
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18.5 Page 175

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criatura, escolhida por Mim na obediência para escrever os di-
tados recopiasse por ordem de data quanto gradualmente ditei
para ele, porque quem lê deve ler tudo: meditar, refletir e pedir
as minhas Luzes com santa humildade. O padre Gabriello deve
possuir um manuscrito único, sem o qual não pode manifestar
completamente os meus Divinos Desejos. Pedirei à Vera este
sacrifício quaresmal. Não vos admireis pela forma simples e
pueril das minhas Palavras. Eu, Jesus, falei a uma pobre criatu-
ra, e a ela me tornei semelhante. Quem vem a Mim com fé sabe
ver a profundidade da minha doutrina de Amor. E quem vier,
será humilde, será criança, o que é puro, que já tem o seu lugar
no meu Coração. Eu, Jesus, Eterno Sacerdote, ditarei ainda para
que a minha Voz chegue aos confins do Mundo. Sim, escreverei
ao padre Gabriello em breve. Escreverei ao padre Bocchi para
que a minha Voz o sacuda, o atraia a Mim. Eu escreverei, dita-
rei, Eu, Jesus, através da última criatura que existe, porque tam-
bém ela na sua pobreza já serve e servirá para a minha glória.
A minha “voz” é sofrimento quando a alma está na escuridão.
Vem, minha filha, vamos escalar juntos aquele monte da Dor,
para que a minha Cruz irradie a sua Luz de Graça no mundo.
Jesus, com o seu Dom, ama-te, com o seu Dom perdoa-te, com
o seu Dom abraça-te. Eu abençoo com a minha Mãe a tua obe-
diência, e por Ela atraio a tua alma a Mim: Jesus».
Varazze 3-3-1968
Jesus: «Eu falo a partir do meu Sacrário Vivo: sou Jesus
Eucaristia! Todas as Palavras que Eu ditei são as minhas “se-
mentes”, mas os terrenos capazes de as acolher não possuem
graça suficiente. Eu peço ofertas, almas vítimas, para que sobre
aqueles que são “chamados” desça abundante a minha Graça.
Quem acolhe as Palavras da minha Mensagem e se imola em
Mim, pela minha Causa, ficou investido com a minha Graça,
e estes, por sua vez rezem para que todas as almas sacerdotais
recebam a minha Obra de amor e adiram a ela. Dirijo-me aos
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Sacerdotes salesianos, aos que têm autoridade, porque estes de-
vem receber-Me com humildade, com gratidão, com louvor a
Deus Pai através de Mim: Jesus. Eu, dos Sacrários derramarei
a Luz do meu Espírito Santo para que as vossas mentes vejam.
Os meus sulcos são e permanecerão os mesmos, porque esta é
a vontade de meu Pai. Deus Pai olhou por meio de Mim para
Turim, Florença, Sampierdarena, Roma. A partir destes lugares
devem abrir-se os outros caminhos, as outras vias: mas quem é
chamado não deve resistir à minha Graça. Eu, Jesus, vou escre-
ver-vos. Eu vos asseguro, e quando Eu vier bater ao vosso cora-
ção, não rejeiteis o meu: é o Coração do vosso Jesus! Rezai para
que Eu Me revele cada vez mais a vós, para que possais conhe-
cer todos os meus desejos de salvação para toda a humanidade.
Eu, Jesus, Pontífice eterno, a vós, meus queridos Sacerdotes:
nesta Páscoa da Paixão, Morte e Ressurreição vou renovar o
meu Holocausto por vós ao Pai, e aceitarei, e unirei em Mim as
almas vítimas, as que a minha Mãe Me oferece. Esta é a Páscoa,
o Sacrifício, a imolação dos Sacerdotes, pelos Sacerdotes. Bre-
vemente, virei a Vós, virei e serei Jesus sofredor, Jesus coroa-
do de espinhos, recoberto de escarros, de flagelos, Jesus com a
Cruz, Jesus na Cruz, Jesus que expira, morre, Jesus com o Lado
aberto… por vós, queridos Sacerdotes. Eu quero o vosso amor,
quero estar em vós, quero que Me leveis, que Me deis, porque
Eu vos fiz outros “Eu mesmo”, para que Eu reúna todas as mi-
nhas almas. Lede, meditai todas as minhas Palavras e vede-Me,
vede Jesus na sua plenitude divina e humana. Levai-Me, dai-
-Me, tende lugar para Mim no vosso coração, deixai-Me agir no
vosso Sacerdócio. Desejo ardentemente fazer morada estável
em vós, para que o meu Fogo purificador vos aqueça sempre,
para que o Eterno Sacerdote e o Sacerdote sejam um só Ser,
um só coração, um só Sacerdote. Rezai, minhas almas que es-
perais por Mim, para que os meus Sacerdotes vejam o Abismo
de Amor do seu Divino Mestre, do seu Esposo, do seu Jesus
Eucarístico que eles consagram, oferecem, imolam. Esta pobre
criatura partirá. Mas as minhas Palavras, Palavras de Deus, não
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passarão eternamente, como o meu Amor por vós não passa.
Jesus que sofre!».
Varazze 4-3-1968
Jesus: «Viste a noite. Desceu sobre os homens. Viste o céu:
é noite, é escuro, mas brilham como chamas de amor as estre-
las, o céu, a noite são Ordem: são Eu. Os meus Sacrários são es-
trelas sobre a terra, são Ordem: são Eu. Eles andarão na “noite”
como chamas de amor, porque levarão quem é Amor e a noite
do espírito passará a ser Luz que vos dou Eu. Vós estais na noi-
te, na noite estrelada. Permanecei em Mim, entregai-vos a Mim,
e tende confiança em Mim, confiança cada vez maior, confiança
cega, porque vós a colocais no vosso Jesus, Jesus Eucaristia.
Então, por que desejei Eu vir a vós? Por que desejei fazer de
vós minhas almas abençoadas, os “meus Sacrários”? Para que
vós, os primeiros a iniciar nestes tempos o “Dom do Amor de
Jesus”, recebais a minha Luz, o meu conforto, o meu calor que
vos purifique, vos inflame de Mim. Vim a vós, sem preparação,
porque Eu vou preparar-vos. Eu serei o vosso Mestre, Amigo,
Pai e Eu vos farei compreender, dia após dia o que desejo de
vós, o que aceito, e o que de vós rejeito. Eu vos tornarei sen-
síveis aos meus desejos, aos meus chamamentos, porque Eu
desejo formar em vós o meu Templo. Outras almas, em segui-
da, receberão uma preparação particular, mas para os primeiros
“Portadores” de Jesus, Eu ofereço e entrego tudo, porque tudo
desejo realizar com a minha Graça. Por enquanto vamos come-
çar assim. A minha Obra terá as suas vítimas em Mim. Repito
o convite que fiz no início dos “ditados”: desejo almas simples,
vítimas e muitas. Procura-as, pede-as à minha Mãe, Maria Au-
xiliadora. Não temais a zombaria humana porque Eu a permito,
e é útil para a minha Glória. Oferece-Me tudo: Eu, o teu Jesus,
te confortarei. Outros como tu sofrerão o mesmo sacrifício, mas
é então que Eu triunfarei. Volto a dizer-te: antes de um, dois ou
três anos, a minha Obra verá luz. Sim, vós estais na noite, meus
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Sacrários vivos, mas é uma noite com estrelas, porque Me ten-
des, levai-Me, como Dom de Amor. Não, Eu não abandonarei o
vosso peito, porque a minha Divina Presença quer derramar na
vossa alma, em cada dia e em cada hora a minha Graça; porque
Eu desejo transformar os vossos corações e dar-lhes a ferida
do meu Amor. Vós, andai, caminhai, doai as minhas Palavras.
Eu, Jesus Eucaristia, prometo-vos o dom de Mim mesmo, bem
como a força do Espírito Santo. Todos os teus pobres sofrimen-
tos são-Me agradáveis e queridos: eles já estão em Mim, no
meu Sacrifício, no meu Sangue, e Eu purifico-os e ofereço-os
ao meu Pai em Mim. São pequenas flores que irradiam o meu
perfume. O meu Pai agradece-as, une-te aos Sacerdotes pelos
quais tu as ofereces em Mim. O meu Pai e Eu com o Espírito
Santo viremos pedir-te outras flores para que a pequena víti-
ma possa ser oferecida no Cordeiro Imaculado. És esposa de
sangue e não sabes! Jesus Eterno Sacerdote abençoa-te. Jesus
pede, Jesus dá, Jesus ama-te ao máximo!».
Varazze 7-3-1968
Jesus: «Eu desejo que ele (o provincial) não olhe para a
criatura, mas “veja” só a minha Misericórdia. A criatura é débil,
defeituosa, mas a ela comunico o meu Pensamento, a minha Pa-
lavra, a ela revelo e continuarei a revelar o meu Amor por vós,
por todas as almas. A criatura humana exprime o meu Amor Eu-
carístico como pode. Eu derramo-o nela com paciência para que
ela o revele a vós, meus Sacerdotes. Eu, Jesus, não dei nenhuma
capacidade à pobre criatura, nenhuma capacidade: ela é sempre
pobre. Eu, Jesus, inclino-me, e a ela chega, como sopro divino,
a Graça da minha Palavra. Ela sofre quando Eu escrevo, porque
o meu Pensamento é Deus, e ela não o sabe traduzir… Sim, sou
Eu, sou Jesus Eucaristia que opero nela, no contraste entre o
Divino e o Humano, o Perfeito e o Imperfeito. Eu, Jesus, har-
monizo tudo, uno tudo, unifico tudo pela virtude do meu Amor.
Ela escreveu por obediência a Mim, através do Sacerdote. Das
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suas misérias, das suas incapacidades, Eu farei, darei motivos
de misericórdia para outras almas. Eu, Jesus, Eterno Sacerdote,
desejo que vós, Sacerdotes salesianos, mediteis sobre as pala-
vras da criatura e, nelas, possais ler o Abismo do meu Amor e
reconhecer, através do humano, o Caminho que Eu, Eucaristia,
vos abri e vos doei. Vós, meus queridos Sacerdotes, ponde em
prática a minha Mensagem de Amor pelas almas».
Sou Jesus Eucaristia que fala a partir dos Sacrários:
«Quero sair das igrejas, desejo ir pelos caminhos, pelas estra-
das, nas vossas famílias, para aproximar, procurar aquelas al-
mas que não Me procuram, não vêm a Mim, não vêm à minha
Casa. Quero reunir estas almas por meio dos meus Sacerdotes,
por meio de almas consagradas. Levai-Me convosco, levai-Me
para fora: que a minha Presença Eucarística leve Fé, Amor, Paz
à humanidade. Vós em Mim, sereis fortes, Comigo amareis
mais, amareis melhor, para Mim sereis Templos santos. Só a
minha Graça vos revelará a profundidade do meu Amor Euca-
rístico. Procurai no pobre, no infeliz, sempre a Mim, porque ao
pobre, ao infeliz, Eu dou-Me totalmente. “Eu, Jesus, dei-vos o
exemplo”. Jesus Eucaristia».
Varazze 8-3-1968
Jesus: «Escreve, não temas, faz a minha vontade. Deixa-
-Me falar em ti. Deixa-Me falar em ti. Deixa-Me repetir milha-
res de vezes o meu Amor por ti, pelas almas. Entra na “noite”.
É quase noite, mas as estrelas brilham. A minha luz permanece
na noite: está sobre ti, a Luz. A noite é necessária para que a
luz da aurora chegue a outros. Apoia-te em Mim, e permanece
no meu Amor. Vou confirmar-te na obediência através do padre
Gabriello e na obediência estarás unida a Mim para sempre,
para a eternidade. Jesus agora quer de ti a prova do teu amor na
obediência. Fica tranquila, sê humilde, fica sempre disposta a
acolher-Me. Eu dei-te e continuarei a dar-te as minhas conso-
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18.10 Page 180

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lações, porque Eu venho a ti e a tua alma vê-Me. Não te chega
isso? Agora repousa em Mim e ama a minha Palavra tornada
fácil para ti; ama os meus pensamentos de Amor repetidos para
ti, para todas as almas. Ama Jesus que não se cansa de procurar,
de chamar através de ti, as suas almas. Minha Mãe vai ajudar-
-vos: Eu entreguei-a a vós. A minha Mãe sorri para vós: ide ter
com ela! Eu, Jesus, abençoo-te. Eu dou-te a minha Paz: a paz do
meu Coração Eucarístico. O teu amor por Mim é o “Dom” que
Eu dou e aumento em ti. Jesus, amado por ti».
Varazze 12-3-1968
«Jesus e a sua Santa Vontade. Desejo um outro manuscrito,
único, para o fazer chegar ao padre Gabriello. Será o último
escrito à mão por ti».
Varazze 13-3-1968
Jesus no silêncio. «Escreve. Começa. Eu ajudo-te a su-
perar as barreiras dos homens. No mar tempestuoso sopra a
minha Graça. Eu venho do mar até vós que naufragais na tem-
pestade da alma. Agora desço à vossa alma com a Graça, e
infundo em vós Luz e Calor. Na viagem da noite Eu vos con-
duzirei ao Amor do Pai. Desejo imolação, purificação reden-
ção nos Sacrários Vivos para Me hospedar. Agora vai a minha
Palavra para as almas na linguagem do Amor, e vai, como
sopro de vento, ali onde pare… Eu sou Jesus no Coração ama-
do, oculto em vós, procuro repouso. Jesus não fala aos vossos
corações aflitos, mas permanece em vós: chama que queima,
ilumina, irrompe. Sou Jesus que constrói o Templo! Jesus aos
Sacrários Vivos no silêncio da “noite”. Olhai para Maria!»
Varazze 14-3-1968
Jesus: «Escreve, minha filha, Eu estou aqui. Silencia e es-
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19 Pages 181-190

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cuta-Me. Eu dou-te o Coração: o meu Coração, a minha Vida.
Deves escrever quanto sentes. Tu participas de Mim. Eu vou-
-te guiar. Coragem, confiança… é Jesus! O Espírito Santo está
aqui, na Luz e no Amor. Deves escrever, deves… Derramo
em ti a minha Graça, nutro e alimento de Mim a tua alma, e
atraio-a a Mim. Eu atraio-te, prendo-te a Mim. Retiro a tua
alma da carne e ela sangrará. Eu quero que estejas aqui, em
Mim, na minha Carne e no meu Sangue: uma só alma. Peque-
na e pobre vítima imolada em Mim: vítima por ti e pelas al-
mas! Abandona-te a Mim, ao teu Jesus. O Espírito Santo vem
a ti, desce dos Céus e meu Pai oferece-o a ti. Tu, não penses
mais no mundo, na vida do mundo, mas na vida do Céu. Vive
pelo meu Amor, pelo meu Reino até que eu tenha dito tudo. Eu
estou aqui contigo, e a alma “vê”. Vim do mar para ti. Agora
permaneço contigo: Luz de Amor, Mensagem do meu Pai para
vós, para ti, para as almas. Eu permaneço em ti na Luz do Es-
pírito Santo. Agora te abrasarás. Tudo vai mudar. Agora tudo
mudará. Eu permaneço em ti, e tu ficarás presa a Mim. Não
Me despeço, porque não te deixo, não Me afastarei de ti. Eu
em ti e tu em Mim: o Vinho e a água. Jesus e a alma. Uma só
oferta, uma só imolação, um só sacrifício».
Varazze 15-3-1968
Jesus: «Desejo que tu escrevas, que tu Me obedeças, que
tu sofras em Mim do Amor do teu Jesus. Eu sou Fogo, fogo
de amor. Quero que o meu Templo queime, queime do meu
próprio Amor. Quero retirar-te do mundo, das preocupações,
dos pensamentos, porque te quero para Mim: no mundo, mas
não do mundo! Venho a ti como Luz, como Força, como Fogo
que arde: Amor que consome. Sim, Eu te aprisiono para que
a tua alma venha a Mim. Eu, Jesus, Mergulhei a tua alma no
meu Lado… e vou introduzir-te em breve na ferida do meu
Coração… Eu te sustentarei pelo Amor da minha Mãe. Em
breve vou chegar a ti: espera-Me. Jesus que se abrasa».
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19.2 Page 182

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Varazze 20-3-1968
Jesus: Escreve, minha filha, o meu Nome: Jesus. Procura
repouso e paz no meu Nome, procura a minha Graça, procura o
abandono. Agora é o tempo de sofreres isto, e de, no abandono,
Me amares, servires e glorificares. Eu virei a ti algumas vezes: é
uma prova para ti, prova para as almas sacerdotais. Sim, desejo
que as minhas Mensagens sejam lidas, sejam meditadas, por-
que elas produzirão “graças”. Voltai a ler, a meditar… enquanto
Eu, Jesus, não voltar a vós. O amor, para ser recebido, deve ser
desejado. O amor que desce a vós é espera de Mim, da minha
Palavra. O amor que procuro em vós é continuação dos pensa-
mentos, das obras, dos sacrifícios, das alegrias que Eu vos dei, e
por meio de vós, dei às almas. Escreve aos meus sacerdotes que
Jesus Eucaristia coloca as suas almas numa prova de amor, pela
qual elas passarão: prova de Fé. Nem sequer tu serás excluída,
mas tem Fé e Amor, pois com a minha Graça serão como luz
nas trevas, porto seguro onde deves refugiar-te como em braços
paternos estendidos para ti, para as almas na provação, que vos
acolherão nas horas difíceis. Agora Eu vou. É tempo de Paixão,
de Penitência. Mas comigo, seguindo-Me, vinde, minhas almas
para que participeis muito no meu Amor eucarístico, participeis
na minha Paixão. Eu não te disse que não volto, mas é bom
que tu e que os meus Sacerdotes Me reconheçais nos traba-
lhos, nas lutas, nos obstáculos, nas dores que ides encontrando,
recebendo, provando, porque, como vos disse antes, a minha
Palavra para vós, para as almas, é dor e amor. Agora vós viveis
quanto vos anunciei para Me reconhecerdes. Tu, minha filha,
vais desejar a minha Palavra e ela voltará a ti, depois da prova,
como água sobre a terra seca, como lágrima há muito desejada.
Agora é hora de silêncio, de recolhimento, de oração. Quando
tu ansiares pela minha Palavra, recorda-te que Eu te dei muitas:
muitas para ti, para todos. Quando Eu voltar a vós, queridos
Sacerdotes, derramarei largamente o meu Espírito para vós Me
“verdes”. Rezai, orai, para que Eu, Jesus, Me revele a vós. Re-
zai pela “pobrezinha” que escreve para que a minha misericór-
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19.3 Page 183

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dia e o meu amor não fiquem perdidos; rezai por toda a humani-
dade, pela paz, pelos débeis, pelos bons e pelos “tristes”; rezai
por vós mesmos para que vos ameis, vos compreendais, vos
perdoeis. Nós permaneceremos vivos na imolação, Vítima e
Sacerdote e Almas: um encontro de Amor, de sacrifício. União
de almas, união e fusão de Pai com os filhos por meio do seu
único Filho. Céu e terra nos braços do meu Pai: momentos de
amor em que Deus está nas almas, e as almas em Deus através
de Mim. Esta é a efusão do meu Coração, que Jesus, Eterno
Sacerdote, deixa para vós, para os sacerdotes “Sacrários Vivos”
e para as almas Portadoras de Jesus Eucaristia. Agora vou e
deixo para a Vera uma Mensagem de Amor. Vem ao meu Co-
ração com humildade, e espera à porta até que o Esposo abra.
Eu, Jesus, Me alegrarei se souberes esperar com confiança a
chegada do Amado. Eu disse-te esta manhã aos pés da Cruz:
“Onde está a tua fé?” Deves fundamentar tudo na fé. Coragem!
Coragem! Eu espero por ti, todos os dias na minha Oferta; Eu
te recebo, te uno a Mim por meio do meu Sacerdote. Coragem!
Estou contigo, em ti. Diz-Me, minha filha, quando é que Jesus
te deixou sozinha? Nunca! Agora desceu a tarde. Agora é noite:
a noite para ti, para os Sacrários Vivos. Sede sempre lâmpadas
acesas diante de Mim. Lâmpadas de Amor. Jesus Eucaristia».
Varazze 25-3-1968
Jesus: «Anunciei-te a dor e não a alegria. Aqui está o sinal
do meu Amor por ti, alma simples; aqui está a ferida no teu co-
ração: ferida de Amor, ferida eucarística. Nesta Ferida vais-Me
ver, e Eu vou trazer esta ferida ao meu Coração, porque quero
atrair-te a Mim na dor que purifica, que se incendeia... Vós,
Sacrários Vivos, sois as “vítimas” do meu triunfo: do meu triun-
fo! Eu, Jesus, revelo o meu ardente desejo: quero “ser levado”
por almas sacerdotais e consagradas. Eu, Jesus, quero ir pelos
caminhos do mundo. Eu, Jesus, quero que as almas deem tudo
por Mim, para que Eu viva nelas, e através delas Eu procure
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19.4 Page 184

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e ame outras almas. Jesus em vós e convosco! Eu vou ainda
revelar-Me. A minha Mensagem está na terra, e quero que seja
acolhida para que disto irradie nova luz para a humanidade».
Fala a Santíssima Virgem: «Eu sou Maria, a Mãe de Je-
sus: sou a Santíssima Virgem: a Imaculada Conceição. Desejo
que te confesses e te confirmes na obediência à Voz e às inspi-
rações do Espírito Santo... Coloca-te na obediência autorizada,
sem a qual não vos serão revelados os pensamentos e os dese-
jos de Amor e de salvação do meu Filho. Jesus, nas Espécies
Eucarísticas, voltará a vós… e a Igreja se orientará para Jesus
humanado na alma: na alma transformada no meu Jesus. Os
Sacrários Vivos vão-se multiplicar para a salvação das almas;
Os Sacrários serão Templos sagrados pelos quais o meu Jesus
visitará outras almas. Os Sacrários não viverão para si mesmos,
mas para levar e dar Jesus às almas; e por isso já não perten-
cerão a si mesmos, mas ao Pai, a Deus, por meio de Jesus. Eu,
Maria, a Imaculada Conceição, entreguei-vos um dom, como
“sinal” do meu Amor e da minha predileção por vós que tendes
levado o meu Jesus sob as Espécies Eucarísticas. Um Anjo do
Paraíso desceu sobre vós, e agora a vossa alma ganhou novo
ânimo pela presença pura de dois Anjos: Anjo da Guarda e o
Anjo do Amor Eucarístico. Isto é para todos os Sacrários Vi-
vos. Eu, Maria Santíssima, vossa Mãe, dei-vos hoje um con-
forto, um guia, um sinal do meu amor materno. Permanecei no
meu sagrado Templo. Fica tranquila, minha filha, sou Maria: a
Mãe de Jesus. Sou a Imaculada Conceição. Eu te abençoo, eu
vos abençoo. Tem confiança, minha filha. Eu sou a tua Mãe: a
Mãe da tua alma. Em mim encontrarás força e confiança, e eu
te chamarei a corresponder ao Pensamento de Deus. Antes da
Páscoa apresenta-te à confissão porque a obediência tem valor
se vinculada pelo sacerdote. Eu vou abrir-te o caminho. Eu sou
Maria, a Mãe de Jesus. A Imaculada Conceição, para a glória de
Deus e para a Redenção das almas».
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19.5 Page 185

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[Vera] Escrevendo ao padre Gabriello
29-3-1968 “Talvez seja bom recitar o Magnificat da San-
tíssima Virgem e unir-se a Ela em louvor e agradecimento,
porque Ela está sempre connosco nesta caridade. Talvez,
quando recitamos o Magnificat, Lhe possamos dizer que de-
sejamos unir-nos às almas que levaram o seu Jesus Eucaristia
para que todas as almas sejam em suas mãos uma só alma que
louva, agradece e dá glória ao Senhor com Ela, com Maria,
pois estas almas já viram a “nova Luz” para a humanidade
de agora, de amanhã. Se quiser, como sacerdote, comunique
isto aos Sacrários Vivos de Carmagnola, para que eles sejam
uma só alma sempre com a Santíssima Virgem diante de Deus
por Meio de seu Filho Jesus. Eu vou começar esta noite. De-
vemos permanecer unidos por meio da Santíssima Virgem e
oferecidos todos a Jesus Eucaristia, pelas Mãos da Imaculada,
para que a obra de Jesus (Sacrários Vivos) possa ver a luz
em breve. Sim, padre Gabriello, o Magnificat, porque este é
o canto que se deve elevar do nosso coração a Deus! Informe
Carmagnola e o padre Borra. Sim, também ele: alegrar-se-á.
Eu direi isto ao padre Bocchi. E ele, quando está triste, quan-
do sofre mais, quando se retira sozinho e observa… a noite
com estrelas, cante com a Santíssima Virgem: A minha alma
glorifica o Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus meu
Salvador…. Jesus estará com ele cada vez mais. Jesus ama-o
muito e este amor conforta-o, porque Jesus está nele, sempre
nele. Ele deve oferecer a Jesus, na Santa Missa, por Meio de
Maria Santíssima, todos os Sacrários Vivos, “vítimas” na Ví-
tima única e santa, como Me oferece a mim, porque somos a
“Liga de almas”, isto é, uma só alma. Que ele tenha o con-
sentimento por escrito dessas almas e faça isso. Entretanto,
vamos rezar. Nós não somos dez ou onze almas, mas uma
só em Jesus Eucaristia e n’Ele somos sacrificadas. Jesus é o
amor que dá, que pede; Jesus é amor que arrasta para o Fogo.
Vamos juntos para este Fogo, juntos, padre Gabriello, é Céu,
é Paraíso, é dor, é exílio, é Jesus, é Jesus. Jesus ajuda-nos, vai
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19.6 Page 186

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ajudar-nos, porque sabe que somos pequenos, pequenos e não
quer que confiemos só em nós, mas apenas n’Ele e em sua
Mãe. Sua Mãe é bela, é muito bela: tem a beleza de Deus! A
Santíssima Virgem é o Amor de Deus. É Ela que nos ajuda, é
Ela que intercede: nós reconheceremos a Santíssima Virgem
nos acontecimentos. Por enquanto, unamo-nos por Meio dos
sacerdotes! Louvor, honra e glória a Deus por meio de Nossa
Senhora, a Imaculada Conceição! Senhor, nosso Deus, eu te
louvo humildemente e te agradeço com toda a criação, com
os santos e os Anjos, porque tu és bom”.
Varazze 18 de abril de 1968
«Segue-Me! Escreve, não temas. Estou aqui, sou Jesus
contigo. Eu fiz-te sofrer para minha glória, para o meu triun-
fo. A minha Cruz é pesada, mas é Cruz de Amor: Eu quero
entregá-la a ti, que és nada sem Mim, porque Eu alegro-Me
em cumular de bens e riquezas os pobres. Tu agora partici-
pas de Mim. Recebe de Mim todo o sofrimento por amor. Eu
continuei e continuo a construir o meu templo em ti, porque
desejo voltar a vós. Vós esperai por Mim… aceitando sofri-
mento, renúncia. Esperai por Mim em oração confiante, na
oferta de vós a Mim. A minha Obra vai ter as suas vítimas,
pequenas vítimas em Mim. Eu acolho-vos na minha Imolação
ao Pai para sua Glória, para que do Céu desça copiosa a sua
Bênção para os Sacrários Vivos. Esta efusão de Amor do meu
Pai para as almas por Meio de Mim deve percorrer a terra, os
mares, os céus… Deve chegar às minhas almas, onde quer
que estejam. O meu convite vai para o Papa, o santo Padre
Paulo VI, ao qual Jesus comunica a sua graça, os seus favo-
res, os seus desejos. O Papa está pronto para acolher a minha
Mensagem. Rezai! Repito: rezai! Sim, esta tarde vou-te reve-
lar outros desejos; desejos que tu não conheces».
Preparação da alma que aspira a tornar-se «Sacrário
Vivo».
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19.7 Page 187

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«A Alma consagrada2 a Mim receberá um Amor particular,
uma atração toda minha para Mim, Vivo e Presente no Altar.
O Sacerdote que seguir esta alma sentirá um sinal de chama-
mento e, assim, a introduzirá gradualmente ao conhecimento do
“Dom”. Iniciará a preparação da alma pelo desapego das coisas
do mundo e das criaturas. Ele deve realizar um trabalho de pu-
rificação que o conduza até Mim, que o prepare para Mim, para
a minha morada sensível nele. O período de preparação varia de
acordo com a alma e o amor. No início, ele Me levará durante
algumas horas, depois a duração variará. A alma que, pela mi-
nha Graça, se tornou Sacrário Vivo, Me levará consigo durante
muitas, muitas horas do dia e, por vezes, conforme os casos, du-
rante a noite. Depor-Me-á no Sacrário da igreja noutras horas do
dia. Mas desejo compartilhar com a alma todo o trabalho, toda a
ocupação, para que Eu seja o guia da alma que se entrega toda
a Mim. A agonia do Sacrário, a agonia da solidão em que estou
abandonado por tantas almas, deve ser compartilhada pela alma
minha amada e que deseja ser para Mim o Anjo consolador.
“Os Portadores de Jesus Eucaristia” são Anjos que nunca Me
abandonam; e Eu não os abandonarei. Em seguida, em segredo
e com aprovações especiais, quando as almas consagradas au-
mentarem, elas se tornarão meus Templos, Me colocarão nas
suas casas com incenso e oração.3 Não, o meu Dom não tem
limite de tempo: Eu desejo que seja para sempre. Quando Eu
descer do Céu com toda a minha Glória, procurarei, com o meu
Coração ferido de Amor por toda a humanidade, os Sacrários
Vivos por meio de quem Eu, Jesus Eucaristia, Me terei dado a
muitas, muitas outras almas. Eles, os Sacrários Vivos, serão os
Cálices nos quais Eu, até ao fim, Me oferecerei para a salvação
2 «A alma consagrada…». Referência à alma do sacerdote aspirante a Sacrá-
rio Vivo, motivo pelo qual na mensagem existe uma alternância entre masculino
e feminino, referindo-se Jesus, ora à alma do sacerdote, ora ao sacerdote. Além
disso, “alma consagrada” é compreendida também em sentido geral para todos os
consagrados.
3 «No segredo e com aprovações especiais…»: a Obra deverá realizar-se
mediante a aprovação eclesiástica.
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19.8 Page 188

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das almas, da humanidade. Compreendes-Me agora, Vera…?
Compreendes a minha Mensagem de Amor, de salvação das al-
mas? Não, a minha Mensagem não é projetada no tempo: Eu
falo da hora atual. Vós que trabalhais por Mim, uni-vos, que-
ro-vos unidos: uma só alma em Mim. Orai, oferecei, sofrei por
amor do meu Reino, para que a minha Misericórdia triunfe. Eu
quero que tu esperes por mim com confiança, humildade, aban-
dono. Eu irei ter contigo, porque o meu Pai Me envia à tua alma
no Amor do Espírito Santo. Tu, obedece à chamada como Eu
obedeço sempre ao meu Pai. Sim, tomei as tuas pobres mãos
nas minhas. As tuas, as do padre Gabriello. Desejo ainda outras
mãos, mãos consagradas para uni-las às minhas, para colocar
nelas os meus Dons. Quanto sofreste no passado foi permiti-
do por meu Pai. Sim, fizeste a minha Vontade mesmo se não
Me “vias”. Tudo agora está como Eu desejava para ti, para tua
serenidade. Desejo que Me sigas até ao fim. Agora, Eu em ti,
tu vives de Mim. Jesus para Vera, para todas as minhas almas
pequenas, pequenas, às quais mais porque não têm nada: dá
tudo. A estas almas abro os meus braços se elas correm para
Mim como uma criança que, desconfiando de si mesma, pro-
cura o seu Pai, a sua Força, o seu Amor, e se entrega ao seu
coração, segura de que ele sabe, e pode dar-lhe tudo. Almas
pequenas, muito pequenas, vinde a Mim: os meus braços estão
abertos para vós, para vos acolher. Vem a Mim, alma pequena,
vem: alimenta-te de Mim, e Eu viverei para sempre em ti. Jesus
que ama, ama sem fim os “seus pequeninos”».
Varazze 19-4-1968
Jesus: «Eu dou-te as minhas Luzes para que tu escrevas.
Os dois pães são símbolo das duas confissões. O cinzento, se-
melhante à cinza, refere-se à primeira confissão e agora já não
existe. O pão que Eu modelei é o símbolo da segunda confissão.
No meu Coração vive esta última, e Eu uni-te a Mim na obe-
diência da minha Palavra. Agora estás ligada a Mim no Sacra-
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mento, e por meio de ti vou “falar” aos Sacerdotes, às “minhas”
almas. Acolhe-Me sempre com humildade. Deves comunicar
os meus favores aos homens de boa vontade, e tu viverás só
para isto. Os Sacerdotes escolhidos por Mim são muitos, e a
eles chegará o feliz anúncio. Leva-Me contigo, leva-Me na dor
e na alegria em ti, leva-Me na vida de todos os dias, leva-Me às
outras almas. Leva-Me aos Sacerdotes nas minhas Mensagens
para que esperem por Mim. Onde Eu estou vencido, triunfo,
onde não Me procuram e não Me esperam, Eu vou. Onde há
incredulidade, darei a Fé que EU SOU. Quero ser Eu a guiar a
tua alma para que ela passe pelos caminhos traçados por Mim,
e Me sigam por penhascos e por estradas planas. Eu darei a
minha força à tua alma. Vem, minha filha, segue-Me, porque o
caminho começou e nós já estamos a caminhar juntos. Eu con-
duzo-te… segue-Me! Jesus».
Varazze 22-4-1968
Jesus: «Páscoa da Ressurreição! Agora tu ressuscitas comi-
go para a vida nova da Graça, do sofrimento e do amor. Minha
filha, o meu Amor é cego: não vê os defeitos, não vê as misérias
da criatura. É o meu Amor que transborda e quer dar… dar.
Dou-te o meu Coração ferido, as minhas Mãos…; estende-Me
as tuas para que as una às minhas. Eu, Jesus Crucificado e Res-
suscitado, santificarei as tuas pobres mãos; Eu as ligarei com
o Amor e a Oferta de si à Igreja, a Mim. Tu escreverás para a
Igreja, para Mim, para as almas. Sim, esta é a Voz de Jesus no
Espírito Santo. Eu dou-te estas luzes. Eu atraio a alma a Mim
para que tu Me ouças. Ainda virão dias de tristeza, de dor, para
que a tua alma seja purificada neste banho. Recolhe-te no meu
Coração como num ninho de amor, de conforto e de alívio. En-
quanto esperas, escreve para o teu Jesus. Quero falar aos meus
Sacerdotes Salesianos, porque deles desejo a fundação e o flo-
rescimento da minha Obra de Amor. Desejo que eles conheçam
as minhas Mensagens de Amor, uma vez que Eu, Jesus, darei
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graças espirituais a quantos Meditarem nas minhas Palavras.
Eles que rezem para que o Santo Padre vos ligue à minha Obra
de Amor. Quero que a minha efusão de Amor passe dos Sacer-
dotes para as almas; quero que os Salesianos Me entreguem
à juventude, quero ter morada na juventude, mesmo que seja
breve; porque quem Me tiver levado com espírito de Amor, de
reparação, de oferta de si aos irmãos por meio de Mim, receberá
a ferida do meu Amor. Quando o “manuscrito” for conhecido
pelos meus Sacerdotes, Eu comunicarei a quem achar bem atra-
vés de ti, das minhas mãos em ti. Então desaparecerás, minha
filha, para que a minha Palavra viva. Agora oferece-te a Mim na
minha Imolação. Eu recebo-te».
Varazze 26-4-1968
Jesus: «Não deves fazer nada sem Mim. Vou avisar-te
quando te quiser falar a ti e às almas. Agora tens permissão,
tens o meu consentimento para escrever. Ninguém virá ter con-
tigo e pedir a minha Palavra, senão aquela pessoa que for inspi-
rada por Mim. O Espírito Santo guia-te e guia as minhas almas.
Tu deves dirigir-te a Mim com os teus problemas. Eu vejo, Eu
sei… Confia em Mim! Tudo à tua volta deve ser silêncio. Não
luz, não conforto, não outro além de Mim. É Jesus quem te
vai isolando de todos, para que tu procures a minha consola-
ção, a minha ajuda, o meu perdão, o meu Amor. Quero que tu
Me procures! Não estás só; não te deixei sozinha. (Depois de
uma pausa). Escreve, escreve, minha filha. Não olhes ao teu
redor, buscando quem me escuta ou acredita em Mim. Eu quero
a tua fé, a tua confiança. Entra em Mim, no meu pensamento
de Amor. Não deves afligir-te se as minhas Palavras não fluem
como a água do rio. Já viste a terra elevar-se ao alto? O mundo
subir para o alto e os mares e a natureza? Já viste o céu baixar-
-se para ficar sobre a terra? E as estrelas e os planetas e o sol?
Se isso acontecesse a harmonia da criação seria quebrada. Mas
isso não acontece, porque tudo segue uma ordem: a ordem de
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Deus. Tudo obedece a uma voz: a Voz de Deus. Tudo obedece
a Deus. Em ti a harmonia da alma está confusa: não sabes obe-
decer à voz da Igreja e, portanto, a Mim. Deves acostumar-te
às provas, porque através delas Me verás. Deves lutar contra ti
mesma, contra as dúvidas, as tentações, a fim de poderes correr
para Mim. O vazio está à volta de ti. Nada está terminado, por-
que Eu começo a construir… em ti, fora de ti. Eu quero formar
no teu pobre coração um Templo onde sinta que tu Me acolhes
sempre. Quando está vazio: procura-Me, reza para que Eu ve-
nha ocupá-lo. Quando Eu estou em ti, esforça-te por procurar
a companhia dos Anjos para suprirem a adoração que tu não
sabes fazer. Quando o Amado fala à pequena amada, escuta
com humildade e gratidão, e faz que o mundo não penetre, não
perturbe os nossos colóquios. Se tu Me recebes assim, Eu posso
manifestar o meu Amor, porque eu quero a tua alma somente no
meu Coração, sem perturbações, sem medos. Então, acontecerá
o verdadeiro encontro: Eu e a alma – e a alma recebe de Mim
a minha Luz. Em cada dia, propõe-te este programa: tenho de
viver para Jesus. Portanto, procura as circunstâncias que te po-
dem tornar livre e dedicada só a Mim. Pede-Me o tempo para
que tu possas entregá-lo todo a Mim: para a minha glória. Pede,
insiste até que Eu te conceda. Oferece-Me os propósitos, para
que comigo se tornem imolação à vontade divina. Agora, es-
pera por Mim, trabalha no teu coração para Me preparares um
lugar feito de muito amor. Eu voltarei».
Varazze 3 de maio de 1968
Jesus: «Deves escrever por amor a Mim. Deves falar às
pessoas com as minhas Palavras. Eu sou o Mensageiro da Paz
em vós e fora de vós. Eu desejo que tu tomes esta cruz que Eu
te ofereço com as minhas Chagas, para que por elas tu sejas re-
generada para nova vida. Somente através das minhas Chagas
chegarás ao meu Coração ferido de amor por ti e por todas as al-
mas. Em cada Chaga coloca os teus defeitos, os teus vícios e as
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tuas misérias. Eu receberei tudo no teu esforço. Devo trabalhar
muito na tua alma para que veja a Luz. Tu estás ainda nas tre-
vas que para ti são prolongadas por causa da purificação de que
precisa a tua alma. Confia só em Mim e em minha Mãe, porque
o Bem, a Força, o Amor, a Luz, virão de Mim, de minha Mãe.
Não fiques parada no caminho, e não desanimes pelos obstá-
culos: sou Eu que os permito, e tu com a minha Graça deves
lutar para os superar. Quero que sejas boa, humilde, paciente.
Guarda silêncio com as pessoas e fala comigo. Quero confian-
ça, confiança da tua parte. Deves dizer-Me tudo: podes ter a
certeza de que te escuto sempre. Recomendo-te o encontro com
a minha Mãe. Trata cada criatura como minha Mãe, fala como
se falasses à minha Mãe, dá como se desses à minha Mãe. Vai
ser difícil começar, mas Ela virá ternamente ter contigo para te
ajudar. Mantem-te neste caminho, o caminho de Maria, Mãe
de Deus. Começa já, e Ela te ajudará a realizar as tarefas que o
Céu estabeleceu para ti. Através dela Eu virei ter contigo para
que tenhas confiança e acredites que Jesus te ama, te inspira, te
fala. Eu não te deixarei cair em erro depois de tantas provações;
não permitirei a tua ruína: Eu que te amo de um modo que é
impossível ao homem. Se tu escreves hoje, é porque Eu quero,
desejo, permito. Vem, minha alma, vem ao teu Jesus: O Esposo
Eucarístico prometido a ti, aos meus Sacrários. Vós sereis os
Cálices que Eu irei encher: vós, os Membros do meu próprio
Corpo. Eu sou Jesus, e no meu santo Nome recebeis o meu
Dom: recebeis-Me a Mim. Reza, mesmo que não sintas fervor,
nem luz, nem conforto. Eu ouço-te sempre. Fica tranquila, por-
que Eu dou-te a minha Paz. Virá nas consolações, mas estas
são fugazes, deves passar por outras provações. Então, nós dois
falaremos, e Eu já não terei segredos para ti. Agora vai ter com
Maria, minha Mãe e começa o seu Caminho, no qual te encon-
trarás sempre com Ela, sempre. O meu Dom para ti é a minha
Mãe Maria, o “caminho de Maria”. Prometo-te a minha Graça.
Caminha com Ela: pensa, acredita, tem fé para a encontrar, mas
tu trata a cada pessoa como a tratarias a Ela, até que venha o
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dia em que viverás para a minha Mãe, com a minha Mãe. Je-
sus, Amor do Espírito Santo, falou contigo e agora acolhe estas
minhas Palavras, em Nome da minha Mãe, Mãe de Deus. A
Imaculada Conceição está junto de ti, e foi Ela que dissipou os
teus medos. Um dia vais vê-la porque é a tua Mãe. Eu, Jesus,
quero o teu amor, muito amor. Quero tudo de ti. Espero muito
amor. O teu Jesus».
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CADERNO V
8 de maio de 1968
Humildemente o ofereço à Santíssima Virgem Maria:
Digne-se Ela aceitar e receber,
em suas Mãos de Mãe, este caderno.
Maria, minha mãezinha,
ajuda-Me por amor de Jesus!
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8-5-1968
Jesus: «Desejo que tu digas ao padre Gabriello quanto se-
gue: que não se deixe levar por entusiasmos fáceis, mas alcan-
ce o fim com amável esforço e paciência. As provações nunca
acabam, mas depois delas surgirá a luz. Que não desista, que
persevere. Devo exortá-lo a ser também cauteloso, porque por
enquanto os olhares de muitos estão fechados por minha von-
tade. Deve olhar para Mim, deve estar certo de que Eu permiti
as provações, as incertezas, para que a vossa fé triunfe. Tam-
bém Vera sofreu o mesmo choque, mas se confiardes em Mim
triunfareis comigo. Eu virei a vós com a minha Palavra, e tu
vais escrever, porque esta é a minha vontade. Para vós ambos
não haverá conforto, porque sois as vítimas da minha Obra.
Vera vai escrever, porque Eu ditarei, e tu, Gabriello, fica se-
guro: a minha Palavra chegará a ti para que tu a guardes. Por
enquanto faz assim. Finalmente, abrirei os meus Caminhos, e
tu serás feliz com o meu triunfo, feliz por Me haveres servido
nas provações. Gabriello, tem a certeza: Jesus falou-te. Eu te
abençoo e espero o teu amor, a tua fé em Mim. Vera vai escre-
ver, vai escrever-te por meu desejo, para a minha Glória. Jesus
Sacerdote a ti, Gabriello!».
8 de maio de 1968
Jesus: «Para ti, minha filha! Sim, sou Pai e sinto pena de
ti, porque és minha criatura. Eu quero tornar-te feliz, muito
feliz no meu Reino. É bom, por enquanto, que tu sofras a ago-
nia do meu Coração, que tu partilhes comigo a dor causada
pelo pecado. Agora deves sofrer por ti mesma, pela purificação
da tua alma. Amanhã sofrerás o mesmo por outras almas, mas
então serás mais forte, e saberás ver, por trás das cruzes e da
aridez, o meu Rosto. Acolhe a Graça, porque Eu sou para ti
sobretudo PAI. Por que te falo a ti e não a outras almas, mes-
mo sendo elas belas e puras? Eu vim para os pobres, para os
doentes, para os pecadores. Há algum destes pontos do qual
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te sintas excluída? És pobre, és doente, és pecadora. O meu
amor é tão imenso, que procurou neste mundo ferido quem era
mais necessitado dos meus cuidados. Eu sou o Médico da tua
alma: quero curá-la. Sou rico, e quero tornar-te participante das
minhas Riquezas, dos meus Dons, porque tu não tens nada. Eu
sou a Vítima Santa que pode eliminar as tuas culpas com o meu
próprio sangue. Agora sabes por que te procurei sem nenhum
mérito da tua parte, e tudo te foi dado e te é dado como dom
gratuito. Confio-te à minha Mãe. Vou levar-te a estar cada vez
mais junto dela, e tu, Vera, minha filha, dá-Me o teu amor e
confia em Mim: aprende a confiar em Mim. Eu não te engano
porque estas palavras fluem do rio da minha Graça. A minha
Obra surgirá: Eu te prometo. Chegará a todos os lugares do
mundo, porque faz parte da minha Redenção, é a minha Von-
tade. Guardarei a tua alma em repouso, como um pai guar-
da a sua criatura. Agora Jesus está contigo: descansa, minha
alma, pobre e pequena! Estou contigo: não te deixo neste mês,
porque Eu sei obedecer sempre à minha Mãe. Mando-te ir ter
com Ela, e Ela entrega-te a Mim mesmo. Ama-a, ama-a muito,
honra-a torna-a conhecida e amada: Ela te amará mais. Eu te
abençoo da Cruz, do Santo Sacrário, da mão do Sacerdote, para
que tu venhas a Mim».
8 de maio de 1968
Jesus: «E não te deixo, prometo! Agora mesmo, entre as
dores e os sofrimentos, estás mais serena, estás menos débil,
sentes que Eu velo por ti. Eu guio-te e tu sê dócil aos meus
chamamentos. Deixa-te guiar também pelo teu Anjo e Eu der-
ramarei muito amor na tua alma pelos Anjos. Eles te infundi-
rão força nas provações, te defenderão nos perigos. O Anjo
que está junto de ti fala-te em meu Nome e revela-te quanto
Eu desejo que tu faças por Mim: obedece com amor. Virás a
Turim: Eu esperarei por ti com minha Mãe, lá nos encontra-
remos por sua mediação maternal. Eu estarei lá e tu Me re-
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conhecerás… Confiança, fé, amor em Mim! Agora descansa:
Eu aceitei a obediência à minha inspiração. Deverás escrever
muito e levar ao cumprimento o teu trabalho: o tempo para ti
não é longo e tens ainda muito a fazer. Tu, confia em Mim e
n’Ela: a minha Mãe! Agora descansa: Eu permaneço contigo!
Jesus, Vida para ti! Vida e dom: a minha Vida! Dá-Me a tua:
Eu desejo-a. Dá-ma: dia a dia, hora a hora… Aprende a dar-
-Me assim a tua vida e Eu derramarei em ti a minha Vida. Vida
para ti é Jesus: Dom».
14 de maio de 1968
Jesus: «Os Sacrários Vivos multiplicam-se no meu Pensa-
mento. Estão diante de ti na minha Visão, e esperam a minha
Palavra. Eu espero por ti em Turim, na terra bendita, e lá, entre
os meus Mártires, atingirás a força e a fé.1 Vai junto deles para
que cada um deles te dê fé, coragem, santidade. Eles são ricos
do que Eu sou! Então, leva as minhas Palavras aos meus Sa-
cerdotes, leva o anúncio do meu Dom antes que seja tarde. O
Sacrário Vivo, quanto antes, deve ser Jesus entre os homens,
Jesus na vossa vida diária, para que não Me esqueçais, mas Me
comuniqueis aos outros homens. Eu em vós, na vossa alma;
Eu convosco, em comunhão constante com a alma! Quando
chegardes a ser muitos, Eu então vos mandarei para longe,
1 «Espero por ti em Turim, entre os meus Mártires…»: referência a Turim
Valdocco (vale dos que foram mortos) e aos Mártires Avventore, Ottavio e Solutore
que em Turim sofreram o martírio. Faziam parte da Legião tebana e foram martiri-
zados no século III. Aqui surgiu a Basílica de Maria Auxiliadora e a Obra Salesiana.
Numa noite de 1845 dom Bosco sonhou ver Maria Auxiliadora que lhe disse: «neste
lugar onde os gloriosos Mártires de Turim Avventore e Ottavio sofreram o martírio,
nestes terrenos que foram banhados e santificados pelo seu sangue, quero que Deus
seja honrado de modo especialíssimo». (Memorie Biografiche). Depois avançou
um passo e com o pé indicou a dom Bosco o ponto exato onde aconteceu o martírio.
É interessante notar a ligação entre o convite de Jesus a Vera para se dirigir a Turim
Valdocco, na terra dos Mártires, e a Mensagem de 7.6.1968 em que Jesus, entre os
fins da Obra, indica também o de “criar os novos Mártires da Fé que devem saber
preparar e esperar a minha descida dos Céus”.
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para que o meu Dom chegue a todas as pessoas. Seja feita uma
cuidadosa seleção dos meus “Ditados”, e sejam enviados ao
Santo Padre. Eu estarei convosco com a minha Graça».
Ao Papa Paulo VI, meu queridíssimo pastor.2 «Paulo,
meu diletíssimo filho, escolhido pela Santíssima Trindade, Ti-
moneiro da minha Barca nas tempestades da humanidade ataca-
da, coloco em tuas mãos a minha Mensagem de Amor e de Sal-
vação para todas as almas. A minha Obra de Amor dirigida por
Mim, Jesus, deve ser difundida em breve e de ti devem surgir
aqueles lumes, cuja luz deverá abraçar a humanidade. Eu dou-
-Me às almas a Mim consagradas, e por elas Eu estarei, Eu irei
pelos caminhos do mundo. Eu escolhi novos Templos: Templos
Vivos. Eu prefiro a alma pequena, para Me consolar e Me amar
e Me dar. Anseio que a alma forte morra em Mim e seja só Eu.
Eu formo novos Templos, novas Igrejas que vivam, que partam,
que trabalhem unidas a Mim: porque Eu sou sempre o Mestre,
o Guia, o Redentor. Sou Salvador e quero salvar todas as almas.
Cada alma que Me levar consigo terá o meu “caminho aberto”
à santidade. Eu, Jesus, dei-vos uma vocação: pescadores de al-
mas. Vós não pescais sem Mim as almas distantes. Eu, Jesus,
irei convosco, em vós! Jesus, Uno e Trino, expande-se na imen-
sidão do seu Amor. Vou, sob as Espécies Eucarísticas, procurar
o que está em perigo de se perder… vou procurar as ovelhas
que não querem conhecer o meu Aprisco; vou chamar aqueles
que já não Me ouvem. “Os meus Templos” devem ser formados
em breve, para que Eu tome Morada neles. Tu, meu primeiro
Sacrário Vivo, forma a minha Liga de Almas, para que esteja
contigo a força e o exército que combate pela minha Glória e a
salvação da humanidade. Eis que regresso para o meio de vós
como início da hora que precederá a minha vinda à terra. Con-
firma a minha divina Vontade: entrega-a às almas consagradas,
entrega-a ao mundo e confia tudo Àquela que, comigo, tu amas
2 «Ao Papa Paulo VI, meu queridíssimo pastor…»: é este o primeiro dos 4
Ditados dirigidos de modo específico a Paulo VI.
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muito. Jesus, Eterno Sacerdote ao primeiro Sacerdote da sua
Igreja: Pontífice Paulo VI. No Pai, no Filho e no Espírito San-
to, cumpra-se a minha Vontade também na Terra.
Anjos que entregais a Deus os Cálices3 para que Jesus aí
habite, oferecei-os com Ele a Deus Pai, diante do seu altíssimo
Trono para que Eu, Jesus, nunca esteja separado da sua criatu-
ra: criatura humana e criatura divina. Difunda-se o amor, ex-
panda-se a graça, cubra-se a terra de Misericórdia, porque Eu,
Cordeiro Imaculado, cobri a humanidade com Templos meus. E
Eu, Eu levantarei as minhas mãos ao Céu nas pequenas Hóstias
para gritar novamente dos meus Sacrários Vivos: “Pai, perdoa-
-lhes, porque não sabem o que fazem”. E o Pai, através de vós,
ver-Me-á a Mim em cada um de vós: o seu Filho; verá, por
Mim, muitos Jesus, muitos Filhos; verá um Cordeiro Imaculado
em todos, a sua Vítima: Eu! Amo os meus Sacrários, amo-os
agora, amo-os desde que Me dei a vós como alimento da alma.
Vi a cada um de vós, vejo-vos, procuro-vos. Acolhei-Me: sou
Jesus Eucaristia, sou o Amor que dou e que dá. Sou Jesus, e
olho para o meu rebanho através do meu Pastor Paulo VI.
Jesus, Sumo Sacerdote, para ti, que Me estás a ler, que Me
conheces e que Me esperas e sabes… Olha para Mim: sou Jesus
no AMOR, na MISERICÓRDIA, na GRAÇA, no PERDÃO.
Olha para Mim: tu estás ferido por Mim; e em ti Eu estou para
Me dar; olha para Mim: sou Jesus e peço-te o teu: “Sim, Se-
nhor!” Para Glória do Pai, do Filho, do Espírito Santo que tudo
é Obra de Amor. Mamã! Invocai: Mamã! Mamã! Os braços
abertos estão estendidos para vós: chamai-a! Eu vos entrego, Eu
vos entrego para esta Obra a minha Mãe, que sempre foi para
a humanidade Mãe dos filhos perdidos, e por Ela encontrados,
salvos, redimidos. Jesus para vós, meus Sacrários queridos, por
meio da minha Mãe a vós, por meio do vosso querido Papa,
porque ele ligará na terra o que é vontade no Céu, amor, perdão
de Deus, Criador e Pai para todas as suas criaturas, assim seja».
3 São os Sacrários Vivos.
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21 Pages 201-210

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14 de maio de 1968
«Jesus sorri e olha para ti com amor…; atrai-te para Si.
Quer que tu encontres os seus olhos, o seu Olhar. Dá-te a sua
mão: agarra-a e deixa-te guiar por Ele. Ele só quer isto….
Encontrou-te no Vale do Amor, onde foste ferida e humilha-
da. Agora tomou-te para Si, quer que sejas para Ele na tua
respiração e no pulsar do teu coração durante o dia e a noite,
no tempo e na eternidade. Agora que se “viram” um ao outro,
tu reconheceste o teu Jesus: Aquele que a tua alma “contem-
pla”. Agora estás a vê-lo, sabes que era Jesus. Não duvides.
(Aqui, quem escreve, anota entre parênteses: “Eu pergun-
tei quem ditava”). Sou Jesus na voz do Anjo que está junto
de ti. Ele fala contigo em meu lugar. Confia, virás a Turim:
espero lá por ti. Quero-te lá, porque deves habituar-te a co-
nhecer-Me, a reconhecer-Me. Defendo-te dos perigos. Tem
confiança! Sim, virás a Turim: prometo-te! Virás por Mim, e
aos pés do Altar de minha Mãe, tu Me encontrarás! No meu
Dom está a tua força, a tua vida, no meu Dom está a ferida
de amor que Eu te darei. Anseia pelo meu Dom, anula-te nas
minhas feridas. Eu trago-te a minha Cruz, esta Cruz nova e
santa para ti: o livro dos ditados, das cópias; o livro do meu
amor pelas almas. Neste livro, Eu porei o meu Nome, Jesus,
se tu o escreveste com amor e paciência. Deste livro serão
recolhidas muitas flores: flores de prado para as almas sim-
ples; flores de jardim para almas cultivadas no meu serviço.
Ainda deves receber muita Luz, muita inteligência. O Es-
pírito Santo vai inundar-te de bens pela minha Obra. Agora
ficaste lá onde estão os meus Santos que, com a minha Mãe-
zinha, te viram, e estás também no seu pensamento, porque
Eu sou Pensamento neles. Vive com os meus Santos, com os
meus Mártires e recebe deles a força e a coragem. Aprende
a amá-los mais, para que o seu Martírio seja a riqueza que
eles te oferecem. Lá onde eles estão, aí permanece tu: quero
a tua alma mártir do meu Amor. Permanece neles para vires
a Mim. Vem à Terra abençoada: a Santíssima Virgem espera
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por ti!4 Pede, em meu nome, à Santíssima Virgem, aos Santos
mártires, a São Tarcísio, este favor único para ti. Espera por
Mim. Eu nunca mais te deixo… É tão grande o meu Amor que
não posso deixar-te nas trevas. Dou-te outros Santos, como vês,
por isso, tens outros apoios, outros intercessores no Céu para ti.
Ama Jesus, tu o encontraste tal como Ele te prometera. Ainda
nos encontraremos de vários modos, enquanto tu não desviares
o olhar de Mim, pois o meu estará sempre em Ti. O Pai olha
para o humilde e apoia-o, para que não mais venha a cair. Agora
Ele abraça-o, porque estava desanimado, talvez se encontrasse
órfão, sem o amor que lhe arrancaram do peito. Agora ofereço-
-te outros dois dons para que sejam como asas para preparar os
voos que precedem a volta do “Dom” Eucarístico.5 Aperta-Me
com força junto ao teu coração. Eu estou em ti! Jesus, Jesus,
Jesus!»
Turim, 17 de maio de 1968 (No Santuário de Maria Auxilia-
dora. Frente à pintura do Sagrado Coração de Jesus). Jesus.
«Não temas: estou contigo».
Turim, 18 de maio de 1968 (Na Capela das Relíquias: aos pés
da pintura da Aparição).
«Diz à multidão do povo que o momento é grave. Serão sal-
vos apenas pela minha intercessão. Eu vim anunciar e difundir
a devoção ao meu Coração Materno e o Amor ao meu Filho na
Santíssima Eucaristia. O meu Filho Jesus dá-se às almas para
que elas vivam de Jesus. Os Sacrários verão a luz no meu Cora-
ção de Mãe. Abri-vos ao Amor, à Graça, ao Dom de Deus para
4 Novo convite para ir a Turim Valdocco, à Basílica de Maria Auxiliadora.
5 Dom Eucarístico. Vera terá consigo Jesus Eucaristia nos últimos meses da
sua vida na terra, durante a convalescença no hospital de Santa Corona, onde virá a
falecer.
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21.3 Page 203

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vos tornardes Templos do meu Jesus. O caminho para os Sacrá-
rios Vivos sou eu: a Auxiliadora. A partir de Turim, na Obra de
São João Bosco deve surgir a Obra! A partir do Papa, surja a luz,
a aprovação. Fazei orações e promessas para que eu venha em
breve até vós para sempre. Maria Auxiliadora dirigida à Vera
por intercessão de São João Bosco, nesta Capela da Aparição».
18 de maio de 1968 Junto de Jesus Crucificado, e dos seus
santos Mártires. Na Capela das Relíquias.
Jesus: «E aqui está o berço da minha Mensagem, do meu
triunfo, porque a Obra salesiana levará ao mundo a minha Luz.
Daqui partirão os primeiros Sacrários Vivos com a aprovação
eclesiástica: mártires da Fé e de Mim! Eu, Jesus, disse tudo.
Escreve, escreve antes de partir para o Santo Padre: “Roma seja
entregue e oferecida a Mim, no Sacrifício Eucarístico, e de ti,
Sumo Pontífice, partam e multipliquem-se pelos caminhos do
mundo as chamas do meu Amor, o meu Pão de vida, vivo e pre-
sente em todos os lugares da terra. Turim envie os seus Missio-
nários, os seus jovens, para onde Eu estou a sofrer, onde Me la-
mento por causa das injustiças. Preparai os meus Templos, para
que Eu, Jesus, possa ir e visitar, consolar, sofrer convosco no
amor. Jesus na Alma, com a sua Graça, Jesus em vós, para Me
oferecerdes o vosso corpo: união de criatura humana e divina
a Jesus Mestre, a Jesus Eucarístico. Possa cada Sacrário Vivo
dizer no fim do seu exílio na terra: “Já não sou eu que vivo, mas
Cristo que vive e opera na minha alma, que move o meu cora-
ção na consumação da caridade; é Cristo que levo aos outros,
que dou aos meus irmãos, que eu comunico. Eu dei-lhes o cora-
ção e a alma, Eu emprestei-lhes o meu pobre corpo, qual templo
que Ele erigiu desde a eternidade para a sua morada entre os
homens”. Pequena Igreja que vai, mas toda a Igreja, porque Eu,
Cristo, Eu sou a vossa Cabeça, e cada alma faz parte do meu
Corpo. Os meus Mártires…
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21.4 Page 204

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A ti, Vera. Quando o caderno estiver terminado, será entre-
gue e colocado nas mãos de um Superior, para a “escolha” dos
meios mais eucarísticos para levar ao Papa. Eu Me revelarei na
minha Vontade, para que todo o sacerdote que conhecer a mi-
nha Obra, possa amar-Me com amor ardente. Eu, com a graça
da Palavra, da comunhão íntima com a alma.»
(12h30, tenho de sair, porque a Capela das Relíquias vai
fechar).
Diante do quadro do Sagrado Coração, antes de sair da Ba-
sílica: «Tu estás aqui por minha livre vontade e meu desejo.
Futuramente, surgirão os frutos da graça para a minha Glória.
Jesus abençoa-te e segue-te...»
21 de maio de 1968
Jesus: «Vem a Mim porque te atraio ao Amor, à Graça. Tu
estás em Mim. Tem confiança no teu Jesus! Alma minha, pre-
dileta do meu Sangue, em breve teremos a mesma ferida de
Amor. Olha para ela: será tua com a Cruz que te ofereço. Que-
res levá-la comigo? Levá-la-emos juntos, porque tudo faremos
juntos: Eu, tu e as almas. Diz-Me que Me tens amor, que espe-
ras sempre e só por Mim. A obediência livra-te dos medos, dos
escrúpulos. Vai ser uma arma poderosa de defesa. Eu dei-ta,
porque sou obediente. Fica tranquila, fica contente. Jesus está
contigo, tem morada em ti por meio de sua Mãe. Eu vou ajudar-
-te a copiar: não temas, nunca estarás sozinha. Sou Jesus, tua
vida, que te promete. Amanhã, em breve, chegará a luz, chegará
a aurora do “nosso dia”. Recolhe-te, reza, ouve-Me: Jesus virá
visitar-te. Espera pelo Amor na humildade da Mãe do Céu. Fica
junto d’Ela e Ela te guardará para Mim, para ti. Jesus que ama
o que estava perdido!».
Varazze 23-5-1968
Jesus: «Meu filho, [padre Gabriello] Eu ouvi-te. O que Me
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21.5 Page 205

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dizes no coração da “pequena” Vera é bondade, humildade, pa-
ciência. Se Eu Me sirvo da sua colaboração, tu, procura fazer o
mesmo com ela, como pobre instrumento. Eu, Jesus, coloco este
instrumento no Coração de minha Mãe; tu, por meio dela, no
meu Sacrifício, para que em Mim seja oferecido e consumado
para a minha Glória no triunfo da minha Obra de Amor. Agora
para ti, padre Gabriello, meu filho, muito amado pelo Pai, pelo
Filho, pelo Espírito Santo, em grande, grande medida. Tu, de-
pois da Novena ao Espírito Santo, dedicada a Ele pelo mesmo
motivo, farás com Vera uma escolha dos “ditados” que ela terá
recolhido no caderno. Sereis guiados por uma Mestra sábia:
Maria Auxiliadora! Nada faças sem Ela, mas com Ela cuida da
minha Obra. Procura ser paciente e age comigo. Dirige-te aos
teus Irmãos com amor, com o meu amor, e dá-o a eles. Ofere-
ce-o na mansidão do meu Coração, e espera comigo em oração,
para que eles “compreendam”. Eu te enviarei aos outros teus Ir-
mãos com coração humilde, e repleto de amor, porque a grande
e poderosa arma que conquista é o Amor. Também os caminhos
errados foram permitidos por Mim para os meus propósitos, e
os outros teus Irmãos foram diferentes meios, mas úteis para a
minha Obra. Quero que vos salve sempre o Amor pelo qual vos
chamei a trabalhar no meu campo, para que Me sigais pelos
caminhos que preparei para vós. Prometo-te a Mensagem para
o Papa, prometo-te a minha ajuda. Sou Eu, Jesus, que desejo os
Sacrários Vivos. Estou no Céu, na minha Glória, com os meus
Santos e os meus Anjos; estou sempre com a minha Mãe. Estou
convosco, na terra, estou nas vossas almas, estou nos Sacrários
das igrejas. A minha nova morada sereis vós, almas que esperais
a vossa salvação e a dos vossos Irmãos no meu Amor de Pai.
Eu desejo habitar também em vós, por dois motivos; primeiro:
por vós mesmos, para que Eu seja vosso Guia, o Mestre mais
íntimo da vossa alma, educador do vosso coração, para que vos
inspire e vos infunda aquela confiança que Eu desejo de toda a
criatura para Mim. Segundo: para que Eu, em vós e convosco,
possa ir ao mundo, às outras almas. Oh!... Gabriello, quanto an-
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21.6 Page 206

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seio por esta união com a alma, quanto anseio revelar às minhas
almas este meu ardente desejo! A quantas almas direi, dos meus
Sacrários Vivos: “leva-Me contigo!”. A quantos direi, depois da
Sagrada Comunhão: “Dá-Me lugar em ti, para que Eu habite na
tua alma, para que faça de ti uma pequena e grande Igreja, que
vá e caminhe pelas vias do mundo, que Me leve à sua habitação
e Me faça participar no seu dia onde ela vai e se encontra”. “Le-
va-Me contigo”: Isto pedi à Vera desde setembro passado. Isto
pedirei, através dela, às minhas almas. Leva-Me contigo, padre
Gabriello! Não desanimes perante a luta e não deixes perturbar
a tua alma. Esta é a minha Mensagem de Amor. Leva-Me con-
tigo: o teu cálice, onde Eu desejo estar, tu, “hóstia” entregue
a Mim na Hóstia que é tudo e somente Eu. Vê, o meu Amor é
tão imenso que nada quer reservar para si, mas tudo quer ofe-
recer. A pequena hóstia na grande Hóstia: pequena vítima, na
grande, só, única Vítima. A sua alma na minha Alma, o seu co-
ração no meu Coração. Como, então, não morar nela?! Por que
não atrair esta alma simples, que gostaria de ser toda minha,
com o poder divino da minha Permanência também nela? Por
que não ajudá-la nas asperezas do dia, por que não infundir-lhe
confiança e amor com a realidade da minha Presença divina!
Oh! Sim, habito na sua alma, mas quantas vezes ela esquece
a minha Presença! Eu, com a minha Habitação sensível, de-
fendo-vos, infundo-vos força, atraio-vos e transformo-vos em
Mim. Sim, padre Gabriello, tu sabes e conheces o meu Amor:
então, luta por Mim, pelo meu triunfo. Eu estou, estarei sempre
contigo. Quando renovares o meu Sacrifício no altar da Cruz,
coloca a minha Obra no Coração de Maria Auxiliadora, e todas
as pequenas vítimas. Não importa que tu conheças quem são:
Eu conheço-as. Tu, com Vera, numa única oferta: vida, sofri-
mento, dor, trabalho. Dá-Me tudo com amor. Dai-Me os vossos
corações para que vivam só pelo meu Amor, para que vivam do
meu Coração. Quero dar-vos a ferida do meu Coração: é um
dom, sou Eu mesmo no vosso coração, e vós no meu. A oferta
a meu Pai em Mim torna-se renovada: o Céu está aberto para
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recebê-la, o Espírito Santo pronto para dar-vos os seus dons,
o meu Pai para amar-vos com a sua Paternidade. Já disse ao
padre Gabriello, por agora. A ti, minha filha, um chamamento
do Céu através da Basílica de Turim: esta Igreja acolhe-te com
os seus braços – os meus Santos –, leva-te ao seu coração e
ao Coração de Deus, e Jesus introduz-te no Coração de Deus.
Tu estarás sempre nesta Igreja, e em cada Sacrifício estará um
Anjo que Me dirá: “Toma Vera contigo para que Tu possas dá-
-la aos outros. Toma Vera contigo, para que Tu, Jesus, possas
dizer a muitas, muitas almas o que lhe disseste a ela: leva-Me
contigo”. Vem em espírito onde minha Mãe acolherá a oferta,
para que os Anjos, os mártires, repitam por ti na Oferta: “Ó Pai,
dou-Me inteiramente a Ti, no teu Jesus, para que Jesus seja das
almas, e faz que elas ouçam e acolham também a Voz de Jesus:
leva-Me contigo”».
Savona 25-5-1968
Jesus: «Terás toda a minha ajuda, o meu apoio. Será Jesus
a ditar as palavras para o Santo Padre. Em nome da santa obe-
diência ligada no Céu como na terra pelo meu Sacerdote, escre-
verás a mensagem que Eu, Jesus, vou dirigir ao Santo Padre.
Eu dou-te a minha Paz, a serenidade que vem do meu Amor:
Dou-Me, Eu mesmo, a ti. És protegida pelos meus Anjos, so-
corrida pelos meus Santos, amada pela minha Mãezinha. Agora
a minha Cruz vem a ti: recebe-a! Elevo-a sobre o altar do meu
Sacrifício, e convido-te, minha filha, vem a Mim: não deves
temer, não podes temer, porque Eu estou e estarei contigo. Sim,
quero abençoar-te com os braços da minha Misericórdia. Es-
creve, escreve que Eu te amo, e em ti, amo todas as minhas
criaturas, todas as almas. Quero que saibam o quanto Eu sei
amar. Queres dar-Me a tua vida, Vera? Dá-ma hora a hora, dá-
-ma completamente, toda: para Mim, para a minha glória, para
o meu triunfo, para a minha Obra de Amor. Quando forem ao
Santo Padre, cantarás o Miserere e recolhida em Mim, e a Mim
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21.8 Page 208

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unida, esperarás a “minha hora”. Tem confiança, minha filha,
no meu Amor: Eu vou salvar-te! Jesus, Jesus dos Sacrários, que
deseja sair, que procura outros Sacrários, que te procura, que
procura almas pobres e desejosas de Mim. Jesus ainda te vai
falar, porque te quer só e para sempre com Ele. Ama-Me, Vera,
ama-Me até ao heroísmo, ama-Me no Sudário da Cruz onde
encontrarás todo o Sangue que Eu derramei na tua alma. Agora
descansa e reconhece que em Turim recebeste uma graça, uma
grande graça. Verás no Céu. Por agora terminei. Jesus com a
Cruz, com o Amor, à sua pobre Esposa».
Varazze 29-5-1968
Jesus: «Vem, vem ao meu Amor… Eu rodeio-te de cuida-
dos, inclino-Me para ti. Escreve, minha filha, querida do meu
Coração, escreve e em tua obediência Eu estarei mais contigo:
em ti. A minha Obra de Amor fluirá do meu Coração, e todos os
meus desejos se hão de realizar. Chamei-te a Mim nesta vida e
tu deves segui-la prontamente, com generosidade. Verás outros
“chamados” virem a Mim, e Eu agora começarei a revelar-Me
através das minhas promessas. Tu, dá-Me o teu trabalho, as tuas
canseiras, as tuas preocupações, os teus fardos; dá-Me as tuas
pequenas cruzes, dá-Me aquelas coisas pequenas que te custam,
e Eu tudo receberei como as florinhas que agora estão diante
do Santo Sacrário. Vê, Eu aceitei isso. O teu amor é feito de
pequenas coisas, mas comigo torna-se um grande, grande amor.
Sim, agora quero falar da minha Obra. Os que já se tor-
naram Sacrários Vivos devem reunir-se e rezar “juntos” pela
realização da minha Obra. Devem elevar a Deus Pai, por meio
de Mim, orações fervorosas com tríduos de adoração dirigidas
a Mim na Eucaristia. Aguardo as ofertas das pequenas vítimas
que se Me dão, para que a minha Mensagem e a minha Obra
cheguem ao Santo Padre. Preparem-se os “chamados” para re-
ceber a minha Mensagem, que Eu dou ao mundo como última
salvação que lhe é oferecida e que é entregue pela minha Mi-
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21.9 Page 209

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sericórdia. Os escolhidos são muitos e poucos. Deve ser prepa-
rado em breve o exército da Fé orientado por Mim. Já formais
uma “Liga de Almas” todas minhas, mas eu quero que sejam
uma só alma no meu Amor. Sim, voltarei a chamar ao coração
do meu Coração: o meu Sacerdote! Eu irei ter com ele, irei visi-
tá-lo. Vós, rezai para que ele Me reconheça. Hoje chamei para
a minha Obra um outro Sacerdote. O meu Espírito de Amor
visitou a sua alma. Tu, espera tendo confiança. Virão a ti pro-
vações e sofrimentos para que os que são chamados ouçam,
distingam a minha Voz, mas desta vez tu estarás menos débil
do que no passado. Também o padre Gabriello será visitado
pela dor e, juntos, oferecei-Me tudo. Tudo e todos nas mãos
de Maria Auxiliadora, do vosso poderoso intercessor São João
Bosco; o vosso socorro: o Bom Papa; a vossa pureza e humil-
dade: a Imaculada Conceição; o vosso conforto na dor: minha
Mãezinha na sua única Dor. E vós, Sacrários Vivos, preparai o
Templo, a Igreja para o vosso Jesus! Eu voltarei, como prome-
to. Jesus vai-te falar e explicar. Vive com a minha Mãezinha,
Eu o desejo. Jesus a ti, e por meio de ti, embora pobre, a todos
os chamados».
Varazze 7-6-1968
Jesus: «Eu falo-te: Jesus! Estou muito, muito entristecido!
Eu vivo e estou presente em vós, procuro almas que orem e se
unam a Mim. Quero preparar-te para Me receberes por meio de
outras graças. Tu conheces pouco, mas vou-te fazer participante
dos meus planos divinos, para que sejam revelados a muitos.
Deves rezar, mergulhar-te em Mim, no amor que Eu te dou.
Nada é somente para ti, pois tudo é também para as almas. Eu
vi-as e vejo-as por meio de ti. Sim, minha filha, nunca te direi
o suficiente sobre a tua nulidade. E tu a reconheces, a sentes e
pesa-te nas dificuldades. Vera, só o teu Jesus pode aplanar todo
o caminho. Vem a Mim, e Eu te abrirei os meus braços de Pai.
Vim a ti para ir a todas as almas; vim para o padre Gabriello: ele
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21.10 Page 210

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está à espera de Mim, espera por Mim! Eu irei ter com ele, Eu o
ajudarei e o meu Amor, que é o Espírito Santo, guiará os meus
pensamentos até chegar a ele, para guardá-lo no meu Amor.
Aqui ele alcançará fé, confiança, força, e Eu renovarei nele a
minha missão de Apóstolo das almas. Ele deve ser humilde e
saber esperar por Mim. Eu devo iluminar-te sobre a minha mis-
são, para que a tua pequena alma seja iluminada pelo Espírito
Divino. Devo preparar-te para cumprires a última missão para
Mim e neste mês receberás um Dom de amor que nasce do meu
Coração de Sacerdote para os meus queridos Sacerdotes. Nun-
ca deixarei de os amar, de Me igualar a eles se forem generosos,
pacientes, humildes. Eu amo-vos, minhas almas prediletas; Eu
consumo o meu holocausto nas vossas mãos sacerdotais e sou
todo vosso. Sereis todos para Mim, como Eu sou para vós. Vera
irá falar-vos em meu nome, e vós recebei-Me nas minhas Men-
sagens, nas palavras que vão chegar até vós. Não esqueçais que
Eu vos procuro por muitos “caminhos”, chamo-vos por mui-
tas “vozes”, infundo em vós as minhas graças por formas não
imagináveis, inacreditáveis, mas verdadeiras, porque partem
de Mim, que sou a Verdade; animam-vos para novo apostola-
do que é Vida, vida de Graça a crescer; Elas indicam-vos um
“caminho” novo, sendo sempre o meu caminho. Nós devemos
alcançar toda a humanidade para que não fique nenhuma parte
da terra, dos mares, dos céus sem Mim. Eu, Jesus, quero cobrir
a terra com a minha presença, e para esta missão chamei-vos
a um generoso renovamento de apostolado entre os povos de
todos os Países.
O meu objetivo é criar os novos Mártires da Fé que saibam
preparar e aguardar a minha descida dos Céus.
O que tenho em vista é santificar a alma que Me “leva”,
para que Eu com ela renove o Holocausto a meu Pai.
O que Eu pretendo é para a alma que Me leva: ela vai alcan-
çar em Mim sempre força, coragem, motivo perene de Amor.
Tudo alcançará de Mim, tudo receberá para que a união mística
seja para essa alma “prelúdio da vida dos meus Céus”.
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22 Pages 211-220

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22.1 Page 211

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O meu objetivo é o amor que desejo difundir através dos
que “Me levam”. Eu repito: em vós Eu santifico, com a minha
divina Presença, as casas em que Eu for recebido, atrairei ao
meu Amor as almas que encontrar e com as quais estarei por
Meio daqueles que Me levam: Eu infundirei, passo a passo, a
paz, acalmarei os espíritos transtornados, emanarei luz de Gra-
ça sobre aqueles que verei através de vós. “Leva-Me contigo,
por ti, e pelas outras almas”. Outros propósitos? Muitos. Mas
nem todos podem ser revelados por enquanto. A ti ainda os di-
tarei. Fica tranquila, fica serena. Eu vivo contigo! Ainda não o
sabes?! Há muito tempo que Eu permaneço em ti e tu, portan-
to, estás em Mim. Eu não te engano, porque sou Jesus, que tu
amas, que tu procuras, que tu vês com a alma, porque gosto, de
vez em quando, de aparecer a ela, à tua alma, de modo que, para
além do Divino que não apreendes, vislumbres a minha huma-
nidade: Jesus, Mestre, Sacerdote, Irmão; Jesus Amor, amor de
Deus, amor que salva, que perdoa, Amor que dá. Diremos a
Jesus para nos conduzir ao seu Reino bem-aventurado através
do seu Amor Eucarístico. Di-lo-emos juntos em cada momen-
to; e quando esqueceres isto, Eu te prometo que farei por ti
essa invocação. É voz de Deus, é voz do Espírito Santo: não
temas. Jesus está próximo de ti. Jesus faz-se teu companheiro
para te ajudar, para fazer o que tu não consegues fazer, o que tu
esqueces, o que descuidas… É Jesus, é sempre Jesus, somente
e tudo Jesus. Falaremos, falarei, vou preparar-te para a minha
vinda, aí onde o Espírito do Senhor te conduzirá, a ti e às almas,
à salvação. Eu virei. Vou conduzir-te com a minha Palavra ao
Papa. Devo preparar-te. Quero que estejas na minha Mãe, dese-
jo ver-te no seu Coração, encontrar-te aí, porque a partir do seu
Coração ferido Eu vou falar ao Papa. Jesus, no Amor do Espí-
rito Santo, a ti, a todas as almas. Jesus, ao padre Gabriello, ao
meu sacerdote predileto para a minha Obra. Diz-lhe que o amo,
o amo, o amo, que confie em Mim! Eu estou com ele. Quero
voltar a ele. Abre-Me o teu coração, para que Eu venha a ti para
sempre, padre Gabriello, Jesus falou-te».
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22.2 Page 212

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11 de junho de 1968
Jesus dirige-se ao nosso Sumo Pontífice Paulo VI. «Sou
Jesus que vem a ti com o seu grande Amor Eucarístico para te
oferecer a Misericórdia do meu Coração de Pai, de Sacerdote,
de Amigo, de Irmão. Isto é para a humanidade, para a salvação
dos povos, das nações. Flui do meu coração ferido, como uma
nascente de água viva, desce dos Céus como nova e última Luz
para iluminar as vias obscuras do mundo, banha a terra árida,
renova as minhas almas no serviço do apostolado, reúne os cha-
mados a mim no exército da salvação. Esta Luz, esta água sou
Eu: Jesus! Venho trazer um “caminho” novo de Amor sobre a
terra, para as pessoas que Me esperam e Me amam: caminho
fundado sobre a Verdade, que é a minha Realidade divina e hu-
mana na Presença Eucarística; caminho que levará a vida da
Graça a muitas almas afastadas de Mim. O meu Caminho as-
senta na Verdade e dá a minha Vida. Este Caminho sou Eu: Je-
sus Eucaristia. Sim, sou Jesus entre os homens nas Sagradas
Espécies, mas só para aqueles que Me procuram, que Me amam.
Eu desejo ardentemente estar presente na minha Realidade Di-
vina e Humana, em todos os lugares da terra; desejo percorrer
os caminhos do mundo, sulcar os céus e os mares e ir ao encon-
tro dos homens: àqueles que não Me procuram, não Me amam,
não Me conhecem. A Igreja guarda no santo Sacrário as minhas
Espécies Eucarísticas. Eu moro nelas, moro na alma com a mi-
nha Graça. Desde os meus Sacrários, derramo o meu Espírito
de Amor. Agora escolhi novas igrejas, novos Sacrários para
Me guardarem; Sacrários Vivos que Me levem pelos caminhos
do mundo, que Me conduzam por entre aquela gente que não
pensa em Mim, que não Me procura, que não Me ama. Sou Eu,
na alma chamada por Mim, entregue a Mim; Eu com ela, nela,
em si mesma, alcançarei outras almas, viverei próximo delas,
compartilharei as tarefas do seu viver; Eu as alcançarei por
meio dos meus Sacrários Vivos. A partir deles difundirei, dia a
dia, hora a hora, a minha Luz para que aprendam a reconhecer
Deus. Derramarei abundantemente a minha Graça para que os
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22.3 Page 213

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pecadores se tornem sensíveis aos meus apelos. Caminharei,
como outrora na terra da Palestina, chegarei até ao extremo da
terra e visitarei a todos, a todos oferecerei a minha Graça, a
todos oferecerei a Salvação. A intenção: reunir todas as almas,
aproximá-las, tocá-las, no íntimo dos seus corações com o meu
Amor de Pai. Finalidade: preparar muitos e santos Sacrários
Vivos que estejam em toda a terra. Eles serão os “Cálices” ofe-
recidos a Deus Pai pela salvação da humanidade. Eu, Pai, Eu,
no Amor do Filho, Eu no fogo do Espírito Santo estarei naque-
les Cálices elevados para o céu, serei o grito de Amor pelos
meus Irmãos, o Holocausto perene agradável a Deus Pai. Eu
consumado nas minhas almas, levado e encerrado no Sacrário
Vivo… Quando Eu descer dos Céus na minha Glória, o meu Pai
verá os meus Sacrários, e as almas atraídas, salvas pela minha
divina Presença por meio dos meus novos Sacrários. Oh,
cubram a terra de Sacrários Vivos: recubram-se de Mim! Pro-
grama: desejo que os futuros Sacrários Vivos sejam “almas
consagradas”. Sejam Sacerdotes com amor fervoroso, de gran-
de caridade, de puro amor. Desejo que a minha Obra de Amor
nasça nos padres Salesianos, se desenvolva e se difunda, por-
que a minha querida Mãe, Maria Auxiliadora, será para cada
alma, para cada Sacrário Vivo, guia e mestra. Ela ensinará no
íntimo de cada um, a forma de amar, adorar, levar e dar Jesus.
Que Ela seja proclamada Mãe da Obra, Mãe de cada alma, Mãe
da Vitória para que com Ela cada alma combata e vença; cada
Sacrário Vivo triunfe sobre si mesmo, sobre as insídias do ini-
migo; a Mãe da Vitória que precede o meu regresso, o meu
Triunfo, a minha vinda entre vós. Os Sacrários Vivos sejam pre-
parados com extrema humildade para o chamamento, median-
te a renúncia a si mesmos, para que Eu possa viver e agir neles.
A sua meta seja desaparecer para Me dar lugar a Mim, que que-
ro operar nas suas almas e nas outras almas por meio delas.
Escolham-se os Sacrários Vivos também entre os jovens, entre
os leigos, para que Eu vá às escolas, às famílias, e partilhe a
vida da humanidade. Os que são chamados para a minha Obra
213

22.4 Page 214

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receberão um fervor particular ao meu Amor Eucarístico, que
os irá caracterizar como prediletos do meu Amor. Devem estar
abertos os sulcos pelos quais eu desejo andar: Turim, Roma,
Florença, Génova, Savona. Partindo daqui outros caminhos,
outras metas, outros lugares, outras aldeias; outras nações, ou-
tros continentes… o Sacrário Vivo receberá de Mim o dom
crescente do meu Amor e, para muitos, a ferida do meu Cora-
ção. Ele encontrará em Mim, que com ele partilho o Pão Divi-
no, todo o conforto na luta, todo o desapego do mundo, toda a
plenitude em Mim. Ao Sacrário Vivo abrirei caminho para a
santidade e, na subida, ele será, mais do que nunca, Comigo. O
Sacrário Vivo nunca agirá sem Mim, e pedir-Me-á auxílio, luz,
conselho, porque Eu estarei com ele e nele para operarmos jun-
tos; nós andaremos, falaremos, trataremos com o próximo. Eu
nele para a santificação da sua alma, Eu nele, para as outras al-
mas. Surgem assim as almas para formar uma “Liga de Almas”,
onde cada um em Mim dá o que sabe dar com pobreza de espí-
rito e profundíssima humildade. Eu unirei e fundirei tudo no
meu Coração ardente. Eu, Jesus, virei consolar quem sofre, irei
visitar o doente no seu coração… Eu direi, mesmo através da
linguagem do silêncio, que Deus é Amor, é perdão, é bondade
para todos. A minha Obra de Amor nasce do meu Coração feri-
do para os pecadores, para aqueles que não Me veem, não Me
desejam, não Me esperam. A estes, Eu, Jesus, irei por meio das
minhas almas, das almas sacerdotais, das almas consagradas. A
Obra, portanto, deve desenvolver-se entre os jovens, nas Paró-
quias, nos Institutos, mas deve assumir todo o silêncio respeito-
so, reserva essa que seja o sinal distintivo daquele que Me leva.
A Obra deve envolver a vida e a atividade salesiana, porque a
obra de São João Bosco deve fazer florescer a minha Obra de
Amor como “continuação” da primeira. Os Sacerdotes procu-
rem, com amor fervoroso, preparar os chamados para a minha
Liga. Os meus Sacerdotes deem-Me a consolação de Eu voltar
a reviver neles. Em cada Sacrário Vivo, Eu, Jesus, colocarei a
minha “pedra”, e esta será a minha nova Igreja que vai à frente,
214

22.5 Page 215

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que seguirá, porque Eu irei, Eu estarei em toda a parte. E tu,
Paulo VI, tu que Me representas na Igreja, como meu Vigário,
recebe com profundo espírito de fé as minhas Palavras. Eu, Je-
sus, Mestre das almas, dei o meu Pensamento ao pobre, que
nada tem de si mesmo, mas só de Mim. Revelei a minha Men-
sagem de Amor, a última Mensagem aos homens, por meio de
uma criatura que é pobreza, fragilidade, nulidade, que represen-
ta… a humanidade pobre, desolada, aflita. Ela será para as al-
mas simples e generosas, confiança, exemplo de confiança em
Mim, confiança, abandono. Ela dirá na sua pobreza, na sua mi-
séria que Eu procuro almas pequenas, pequenas, almas vítimas
em Mim, nas quais derramo as minhas palpitações de amor.
União e imolação em Mim, para que Eterno Sacerdote e alma
pequena, pequena, sejam uma só coisa, como o Vinho, Eu, e a
água, a alma, oferecida ao Pai num único holocausto. Tudo o
que ligares na terra será ligado no Céu. Tu, meu Vigário na Igre-
ja, liga a minha Obra de Amor na autoridade da Igreja; difunde-
-a, difunde-a por todo o mundo. Tu, meu primeiro Sacrário
Vivo, que vais comigo visitar as partes mais distantes da Terra,
para Me dares, faz que aumentem, cresçam os que Me levam,
que, como tu, com o teu exemplo secreto, atinjam a terra, os
mares e até os céus. Ó meu Filho diletíssimo, escuta a minha
Mensagem de Amor! A ti, que sofres comigo as dores da huma-
nidade, deponho nas tuas mãos de Pontífice, o extremo pulsar
de amor por todos os homens. Nas minhas Palavras está toda a
minha santa Graça: Sou Eu, é o fogo purificador do Espírito
Santo. A ti a “minha Voz”, através de uma imagem daquela hu-
manidade pobre, mas que espera sempre por Mim; a ti, minha
voz feita pobre, para que a ti chegue do pobre que espera e crê
em Mim, a ti a minha Palavra humanizante na alma pequena.
Acolhe tudo em Mim, Jesus, e guarda no teu coração de pri-
meiro Pastor a minha Voz. Faz com que ela chegue às minhas
ovelhas, aos meus cordeiros, porque eles saberão reconhecer a
minha Voz. Eles a seguirão, se tu fizeres com que chegue a eles
a voz do seu Pastor divino. Ó alma minha, que Me levas com
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22.6 Page 216

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humildade e amor, tu conheces-Me, tu sentes os meus sinais de
Pai, tu vês quanto Eu sou na minha Mensagem Salvador e Re-
dentor. Tu “vês-Me”. Tu sabes que sou Eu, Jesus! Na tua mão
direita que dá a bênção, reúne os que são chamados, traça os
sulcos estáveis, confirma as minhas almas na ordem estabeleci-
da por Deus por meio de ti, derrama a graça que por ti, Eu, Je-
sus, darei a todas as almas. Procura-Me nas minhas Mensagens
de Amor; procura o Caminho, a Verdade, a Vida naquelas efu-
sões de Amor que o Espírito Santo deu ao pobre para todos os
pobres. Procura-Me nas Mensagens que te serão enviadas, para
que tu, como meu Vigário, Me entregues à humanidade: ao po-
bre, ao rico, ao forte, ao débil. Já desceu a “noite”, mas Eu
quero estar contigo e em ti. Ó Pedro, timoneiro da minha Barca,
conduz para Mim as minhas almas, forma o meu Exército, que
contigo combata e em mim triunfe. A minha hora não está longe
no tempo: Eu desejo estar convosco, eu não quero deixar-vos,
eu estarei convosco até ao fim. “Leva-Me contigo” é a minha
Voz de Amor. “Quero permanecer contigo”, é o meu Coração
que to pede. Eu em ti e contigo, para que tu em Mim, possas
levar sempre muitos frutos. Eu por ti, meu Vigário, a todos os
Sacerdotes, aos Salesianos, às minhas almas, às almas peque-
nas, pequenas e humildes. Eu, através de ti, a toda a humanida-
de. Abençoa e autoriza a minha Obra de Amor, e recolhe aos
teus pés, diante de meu Pai, as “minhas almas” para que por
meio de ti sejam oferecidas em Mim ao meu Pai no Amor do
Espírito Santo. Pede, pede e Eu, Jesus, dar-te-ei os sinais da
graça que darão testemunho da minha Palavra. Ela é Verdade, é
minha. Que o Espírito de Amor desça na sua plenitude sobre a
minha Mensagem, para que tu em Mim acolhas, abençoes tudo
quanto vem de Mim. Sou Jesus, Caminho, Verdade, Vida, a ti,
meu Vigário na Terra. A ti, consumado no meu amor como ho-
locausto perene diante de meu Pai; a ti, a quem os Céus e a
Terra se inclinam para que tu lhes digas: Sim, Pai! Sim, meus
filhinhos, dou-vos Jesus tal como Ele deseja ardentemente vir a
vós, para a vossa santificação e a salvação das outras almas. E
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22.7 Page 217

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Eu, Jesus, poderei pedir a muitas, muitas almas quanto pedi a
uma: “Leva-Me, leva-me contigo”. Jesus em ti, contigo, te
abençoa, e na ferida do Amor que faz dos nossos corações um
só Coração, derrama o seu Amor e a sua Dor. Jesus, Sumo e
Eterno Sacerdote, ao Papa Paulo VI, para a sua glória e o ad-
vento do seu Reino de Amor nas almas».
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CADERNO VI
Ó minha querida Mãezinha do Céu,
humildemente te ofereço este “caderno”
e a obediência, que recebo como a própria
“vontade de Deus” a ti prometida.
Dá-me a santa Graça de obedecer a Jesus,
com humildade cada vez mais profunda
e de fazer até ao fim a sua vontade.
Concede-me o “dom” de amar, amar, amar a Jesus
com pureza e, em Jesus, a todos, todos.
Obrigada.
A tua serva Vera.
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22.10 Page 220

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Varazze 15-6-1968
Jesus: «E tu escreve, escreve em meu santo Nome: Jesus!
Quero consolar-te porque Eu vivo em ti e tu levas-Me na tua
alma, no teu coração. Vivo na Luz e no Amor do Espírito San-
to, e vou alimentando a tua alma com a minha Graça. Falo-te,
ofereço-te o meu Amor, guio-te, chamo-te, sugiro-te. Eu sou
o Pastor, tu a minha ovelhinha em quem Eu, com frequência,
pego e levo nos meus braços. Enquanto tu julgas abraçar-me no
teu coração, sou Eu que te abraço, que te guardo com ternura
de Pai junto do meu Coração. Mas tu não resistes a esta alegria
espiritual, a esta efusão. Quando as forças do teu espírito pre-
valecem sobre as da tua natureza, tu sentes que estás a faltar
e Eu oculto a minha efusão. Não, não te afasto de Mim. Eu
desejei e desejo fazer morada em ti. Amanhã, esta minha imen-
sa bondade salvará, alegrará muitas outras almas. Não temas
se não compreendes tudo sobre a minha Obra. Por enquanto
desejo que seja assim. A minha Obra vai crescer, e apenas em
três anos, será manifestada completamente aos homens. Por
enquanto desejo que se comece, e que aqueles que são chama-
dos se preparem, não só a receberem-Me como alimento da sua
alma, mas também a levar-Me, a dar-Me. O Sacrário Vivo deve
aprender a dar-Me, porque Eu estarei com ele para as outras
almas. A missão do Sacrário é apostolado, é trabalho íntimo e
constante de espiritualização, é dádiva completa de si aos ir-
mãos por meio de Mim. Olha para a minha Cruz, quero que te
inspire muito amor, todo o amor que Me levou a abraçá-la. Por
esta santa e amada Cruz Eu Me entrego sempre a vós, Eu reno-
vo o meu Sacrifício, Eu Me ofereço ao Pai pelas almas. Por esta
santa Cruz, Eu estou convosco e virei a vós. Quem Me levar,
levará a minha própria Cruz. Agora quero que a alma chamada
por Mim tenha consciência do meu holocausto nela e que adira
a ele com amor. Desejo que recebendo-Me, abrace com amor
a Cruz nova que Eu lhe entrego. Nós então uniremos as pal-
pitações de amor e as ofereceremos ao Pai pelos corações que
ainda não amam. Sim, no santo Sacrifício Eu renovo a minha
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23 Pages 221-230

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23.1 Page 221

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Paixão e a minha Morte, e entrego-Me a vós como na última
Ceia aos meus Apóstolos, na Eucaristia venho a vós e perma-
neço entre vós. Para que as almas chamadas à minha Obra se
estabeleçam na finalidade que Eu desejo, devem “levar-Me”.
Cada alma, recebendo-Me nas sagradas Espécies, deveria dar-
-Me às outras almas, mas o homem é pobre, o homem esquece,
o homem é débil e, embora conheça o meu mandamento novo
– amar o próximo – deixa-se desviar pelos seus pensamentos
e ocupações. Eu, na alma e com ela, terei esta Voz: dá-Me aos
outros, leva-Me aos outros, faz-Me agir em ti para que outros
sejam participantes, embora em menor medida, daqueles frutos
espirituais que derivam do Sacrifício da Santa Missa, pelo qual
o símbolo, a Hóstia que tu levas, agora é inteiramente e nada
mais senão Eu mesmo, porque está consagrada. Voz de Amor,
Voz de Deus humanizada para as minhas pequenas almas, voz
que inspira confiança, esperança para si próprio de santidade,
de redenção e de salvação para todas as almas. Agora vai, o teu
Jesus falou-te e abençoa-te. Eu permaneço em ti para te ajudar
a vires a Mim. Estou a pensar no padre Gabriello: não temas
o seu silêncio. Confiança, confiança, confiança. Eu triunfarei!
Não duvides nunca de Mim, das minhas graças de Pai. Eu vejo,
Eu recebo as tuas dores, as tuas ofertas, a tua companhia. Eu
vivo em ti, e este é um Dom que Eu antecipei para ti, porque
sem Mim nunca terias escrito. Sim, estás no Cálice que o Sacer-
dote oferece, estás comigo, na água e no vinho, estás na minha
Cruz, estás no meu Amor. Dá-Me a tua mão, Vera, para que te
deixes conduzir pela minha mão. Vem, segue-Me, caminha co-
migo até à meta. Eu nunca te abandono! Crê e aumenta a fé em
Mim: no teu Jesus, n’Aquele que quer fazer de ti uma esposa,
uma esposa de Sangue. Jesus em ti».
Varazze 23-6-1968
Jesus: «A tua alma é visitada pela santa Graça, pela mi-
nha Luz. Eu vejo em ti os “pequenos”, os meus pequenos e
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23.2 Page 222

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levo-os no meu Coração. Tu estás entre estes. A eles dirijo as
minhas ternuras, porque são pequenos, isto é, precisam de cui-
dados. Quero mantê-los entre os meus braços, para defendê-los
e para que permaneçam em Mim. Agora compreendes porque
uso tanta caridade para convosco, tanta doçura. Eu vou à pro-
cura de almas pequenas, e chamo-as por meio de ti. Por isso,
as minhas Palavras devem ser conhecidas, devem correr pelos
caminhos do mundo. Eu próprio entreguei-Me a ti, agora dá-te tu
mesma totalmente sem reserva a Mim. Devemos “tudo” realizar
“juntos”: Eu e tu, Jesus e a pequena alma; Deus Pai Criador e a
sua pobre criatura. No seio de meu Pai existe Amor para todos,
e todos existem n’Ele. Em Mim Ele redime as almas, por Mim
atraio-vos a Ele. Comigo Ele olha para vós, para que juntos seja-
mos uma Unidade: Cristo Jesus na humanidade. Agora levo-te a
compreensões maiores. Vê comigo: um pobre está sentado num
barco, os ventos arrastam a sua pequena nau à deriva. Ele lamen-
ta-se, julga-se só… Se naufraga é porque não acreditou na minha
Omnipotência, não confiou na Minha bondade, não Me procu-
rou, não chamou por Mim. Sim, é cristão, é batizado, mas não
acredita em Mim. Vês agora aonde quer chegar a minha Obra de
amor? A este pobre, a todos os pobres. Os meios, os ramos uni-
dos à videira, a Mim, sereis vós: os Sacrários Vivos. Eu, Jesus,
prometo na Glória de meu Pai, na efusão de Amor do Espírito
Santo, quanto segue:
A) Derramarei a santa Graça da minha divina Presença na-
queles que casualmente estiverem próximos de Mim por meio
de vós.
M) As casas que forem visitadas frequentemente por Mim,
receberão nos seus hóspedes o Hóspede divino.
O) As graças essenciais que Eu darei às almas que me re-
ceberem sob o mesmo teto serão: aumento da fé, conversão dos
pecadores, serenidade e paz.
R) Nenhum deles morrerá sem Mim, porque Eu estarei com
eles no momento da morte.
E) Eu atrairei os seus corações humanos ao meu Amor divi-
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23.3 Page 223

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no. Antes de eles Me acolherem como seu Hóspede divino, dese-
jo que essa família seja consagrada com todos os seus membros
ao Coração Imaculado de minha Mãe, para que ao acolherem-Me,
Eu, Jesus, encontre sempre a minha santa Mãe. Ela purificará as
vossas almas, suprirá as vossas misérias e vos guiará até Mim.
Quando andardes comigo pelos caminhos já estabelecidos,
tornai-vos humildes, sede muito humildes, porque é grande, é
imensa a honra que vós recebeis, vós pobres, vós mortos outrora
para a vida em Mim, vós agora fostes salvos por Mim. Este é o
meu perdão: tornar-vos meus participantes, “dar-Me e levar-Me”
a outros pobres. Eu em vós, convosco serei sempre o Bom Pastor
à procura das ovelhas que querem estar fora do meu Redil. Eu irei
procurá-las, irei ao seu encontro para que também elas ouçam a
minha Voz e Me sigam. “Leva-Me contigo”: esta Voz é minha,
Voz de Jesus para as minhas almas sacerdotais, para os pequenos,
para as minhas pequenas vítimas, esta Voz ecoará em muitas al-
mas. Agora, tu pedes-Me: “Jesus, leva-Me contigo”. Tu não terias
feito o pedido se Eu não tivesse manifestado a ti este desejo. En-
quanto Tu, na tua pobreza, puderes levar-Me por minha graça e
minha vontade, pensa que não serás tu a levar-Me, mas Eu, Jesus,
é que te levarei. Quero agora a alma humilde, sensível aos meus
chamamentos, às minhas preferências; quero que ela se abandone
confiadamente a Mim, e sobretudo ao meu divino Coração de Pai.
Sim, pede, pede-Me, pede-Me desde já: Jesus, leva-me contigo!
E Eu te responderei: dá-te tu mesma a Mim, para que tu possas
caminhar e percorrer comigo os caminhos do Céu já a partir des-
ta vida. Dá-Me a tua vontade, dá-Me o teu coração, entrega-me
todas as faculdades da tua alma, entrega-Me as tuas mãos para
que fiquem ligadas a Mim. Dá-Me os dias, as horas, os minutos,
os momentos, todo o tempo que te deixo, que ainda te concedo.
Dá-Me o sofrimento, dá-Me a dor, dá-Me a tua vida, para que
finalmente ela seja para Mim um dom de Amor ao Meu Pai. Eu,
Jesus, prometo-te que a ti, aos meus Sacrários Vivos, darei a ale-
gria do sofrimento como a dei ao meu Apóstolo Paulo. Amanhã,
mais tarde, virei a ti. Sê forte em Mim. Jesus na sua santa Graça».
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23.4 Page 224

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Savona 30 de junho 1968
«Eu sou o Caminho, a Verdade, a Vida. Eu sou aquele que
dá e recebe as almas na sua perene Imolação. Eu sou Jesus, que
redime! Quero que as minhas almas venham ao santo Altar para
Me oferecerem os seus dons: a vida da alma, a sua alma, a sua
vida, o seu coração, a sua vontade, os seus pensamentos e ocu-
pações, os seus gemidos e as suas consolações. Muitas, muitas
almas nesta união de amor, de trabalho, de oração, de ofertas.
Eu espero por vós, estendo-vos as minhas mãos para dar e para
receber, para que a união comigo, única Vítima, seja perfeita
em Mim, insubstituível; seja Graça que salva, Graça que se der-
rama sobre os outros homens; seja Glória que sobe da terra aos
Céus. Enumero os que são “chamados” a levarem-Me pelos ca-
minhos do mundo, e ainda os chamo com Voz mais forte, com
Graça mais abundante. São eles: os Religiosos, os Sacerdotes,
as Irmãs religiosas dedicadas a obras de caridade no meio do
mundo; almas consagradas a Mim; juventude pura e preparada;
“pobres pecadores” ressuscitados em Mim. Prepare-se para os
leigos consagrados um pequeno sacrário em madeira, símbolo
da minha santa morte na Cruz, onde Me guardar nas suas casas
para as necessidades que surgirão. Eu, Jesus, estarei mais tem-
po no Sacrário Vivo, durante algumas horas no que é feito de
madeira. Aí devem estar duas velas de cera para chamar alguém
da família à adoração. Os meus santos Anjos far-me-ão honra
e suprirão eventuais solidões. Todas as tardes, o Sacrário Vivo
deverá dizer comigo a meu Pai: “eu desejo consumar-me no
teu dileto Filho Jesus, como uma vela eternamente acesa dian-
te do Santíssimo Sacramento do Amor, em ação de graças por
este Dom inexprimível”. Esta oferta, esta imolação de Amor
em Mim a meu Pai, deve atrair para a humanidade sofredora a
bondade de Deus para que de vós, comigo e em Mim, chamas
de caridade percorram as ruas, os caminhos. Serão levadas, da-
das a todos, as palpitações do meu Amor de Pai, de Irmão, de
Amigo. Vós amareis comigo, porque de Mim aprendereis o que
é o amor, a caridade para com os vossos irmãos. Vós deveis
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23.5 Page 225

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parecer-vos comigo, Jesus, e em Mim desaparecer. Dou-vos um
outro rosto, o Meu; outras mãos, as Minhas; dou-vos outro co-
ração, o Meu. Dou-Me a Mim mesmo a vós: Eu, Jesus! Serei
o primeiro para vós: Amigo, Irmão, Esposo, Pai… terníssimo.
Vós, dai-Me o vosso coração e a vossa vontade. Não temais
quem vos fizer sofrer por minha causa, mas dai glória a Deus,
que no novo Pentecostes vos chamou a um martírio novo e san-
to: o Martírio do Amor eucarístico. Não temais, e guardai-Me
zelosamente em vós mesmos, para que a minha santa Presença
seja para vós, para a humanidade o último testemunho de Amor
que Eu venho dar a todos os meus filhos por meio de vós. Vós,
dai testemunho de Mim diante de meu Pai e dos homens. As-
sim, enviarei as minhas almas pelos caminhos do mundo, assim
espalharei as minhas graças; assim Eu, Jesus, irei com a alma
que Me é querida, com o coração que ama. Assim “nós ire-
mos”: Jesus e a alma. Eu, Deus nas Três Pessoas da Santíssima
Trindade, Criador e criatura à procura das “minhas criaturas”:
todas! Não quero a minha Obra só ao serviço dos Sacerdotes,
mas de muitas almas escolhidas por Mim.
Não quero palavras, mas factos permeados de amor. Ide,
ide ao Santo Padre. Eu, Jesus, preparo a sua santa alma para a
luz que estou a dar ao mundo. Eu, Jesus, preparo o meu Vigário
para o encontro com a minha Obra de Amor. Eu estou convosco,
Eu atuo convosco. O Espírito Santo falou-te, vai espalhar a Sua
Palavra nos sulcos para que, como sementes de trigo caídas na
terra, ganhe raízes e dê muito fruto. O Espírito Santo no Amor
com o Pai e com o Filho, Cristo Jesus, dá as suas graças aos po-
bres, aos pequenos e, por meio deles, manifesta-se aos Grandes
para afirmar que Deus é Amor, é Perdão, é Paz. O Espírito Santo
reúne os filhos que estavam perdidos, purifica-os, salva-os e faz
deles pequenas vítimas do Amor eucarístico.
Quando o Santo Padre aprovar o meu ardente Desejo e Eu
estiver na “minha” alma e com ela estiver e com ela andar, di-
fundirei o meu Espírito e (interrução…)».
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23.6 Page 226

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Savona 1 de julho 1968
Jesus: «Deves ser mais cautelosa, e pronunciar o meu santo
Nome Jesus mais vezes por dia, para que o meu nome, Jesus, te
lembre o compromisso que te confiei. O meu Espírito de Amor
deve estar em todas as almas, e quero que tu o difundas e tornes
conhecido. Esta é a vontade de Deus, e deves inclinar-te face
aos seus divinos Desejos. Deste modo, tu deves evitar as distra-
ções. Elas são vãs e afastam-te do recolhimento interior, isto é,
de Mim. Não temas, Eu, Jesus, supro as tuas misérias! Só quero
encontrar-te pronta para Mim. Quero que tu leias a minha Pai-
xão, e medites nela… porque ao longo da Via dolorosa vais-Me
encontrar. Deves aproximar-te de Mim, da minha dor, porque
com esta arma de amor vou purificar a tua alma, as outras al-
mas e, particularmente, as almas dos que são chamados. Vamos
ler juntos. Deves escrever ao padre Gabriello em meu nome,
Jesus, para que as tuas cartas sejam as “minhas”. Tu deves ser
sempre um meio dócil nas minhas santas Mãos, ao serviço da
glória de Deus e dos seus divinos planos. Nada tens de teu, mas
tudo de Mim. Escreveremos outras cartas e, para não perturbar
a alma sacerdotal, Eu mesmo, Jesus, velar-me-ei no teu nome.
Por isso, cada carta tua comece com este escrito: “Jesus vem a
ti”. Deves viver por Mim, deves servir-Me nos outros, deves
procurar-Me, a minha Misericórdia abunda em ti e nas almas.
Trata-Me, acolhe-Me, serve-Me no próximo, para que a união
seja constante e Eu viva em ti com a minha Graça e o meu
Amor. Só assim chegaremos juntos ao alto, em toda a parte. A
minha Palavra a partir de agora irá confortar-te e a minha Luz
irá penetrar-te. Pede à minha Mãe os auxílios espirituais e tem-
porais, para que não estejas aflita com pesos inúteis, que não
devem existir. Eles dispersam o tempo que Eu estabeleci para
derramar a minha Graça e as minhas Palavras em ti e em todas
as almas. Minha filha, obedece-Me e Eu premiarei a obediência
com muito Amor. Agora relê e medita. Jesus guia-te, instrui-te;
Jesus ensina-te como, dia a dia e hora a hora, te deves entregar
a Ele nos outros. Eu te abençoo em minha Santa Mãe, te ajudo,
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23.7 Page 227

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te protejo. Jesus, servo das almas. Porquê “Servo”? Não estou
Eu sempre pronto a servir as minhas almas em suas necessida-
des? Não venho de encontro a vós nas vossas lutas, nas vossas
labutas, na aspereza da vossa resistência à minha Graça? Se
Eu, Jesus, Mestre, não servisse as minhas almas, como pode-
ríeis conseguir servir-Me para a vossa salvação eterna, para a
minha Obra de Amor? Eu estou ao vosso serviço para que vós
comigo sirvais o meu Pai; e Lhe deis testemunho com a vossa
fé, a vossa caridade, para que sejais em Mim instrumentos de
salvação. Se Eu, Jesus, vosso Pai e Mestre, Me faço ainda vosso
servo, por meio da minha santa Humanidade, sede vós ainda
mais servos de Deus, e por Ele, de todas as almas. Este serviço
divino ensine-vos a verdadeira humildade: Eu, Jesus, em vós
por um ato de Amor de meu Pai; vós em Mim e por Mim ao
meu Pai por um ato do meu Amor. Vós sois para Mim. Vós sem
Mim sois nada. Nada vos perturbe, porque quem vive de Mim
está na Luz, está na Vida, está na Verdade. Eu conduzo-vos às
minhas pastagens. Escutai a minha Voz e segui-Me. Sou Jesus.
Revelo-Me a ti, e por ti a todas as almas. Envia as minhas Men-
sagens até longe, longe. Difunde a minha Palavra, o meu Amor
antes que a humanidade seja provada pela fome e pelo castigo.
Apressai-vos, o tempo para vós é breve. Eu permaneço em ti.
Vamos encontrar-nos no santo Sacrário, na Santa Missa. Vem,
traz-Me as tuas ofertas e Eu, Jesus, aceito tudo, agradeço tudo
e purifico e santifico e uno a Mim, e faço tudo meu. O meu
Sangue redime-vos, e com o meu Sangue preparo as minhas
Esposas. Tu, no meu Sangue inocente, serás a minha primeira
esposa colhida de entre os pobres. Vive de Mim, Vera; vive por
Mim, minha filha, vive em Mim, no meu eterno sacrifício. Jesus
a ti, a todas as almas que estão, que estarão no tempo e que Eu
vejo e amo e espero. Jesus ao padre Gabriello e a todos os seus
Sacerdotes; Jesus aos seus chamados; Jesus a todos para que
todos sejam em Mim, no Amor do Espírito Santo, uma só alma
que glorifique o meu Pai. A Santíssima Trindade vive, perdoa
e redime as almas salvas pelo meu Sangue, na humildade e ca-
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23.8 Page 228

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ridade. Sou Jesus, a esperança dos bons, a confiança de quem
ama. Sou Jesus e vivo na alma de Vera para ela e para as outras
almas. Jesus, Esposo amantíssimo das almas».
Savona 5 de julho de 1968
Jesus: «Deves dizer ao padre Gabriello que a minha Obra
de Amor há de ser levada ao termo por ele. Não devem ser
outros promotores, para Mim. Por enquanto, quero que seja as-
sim. Ele deve confiar a Mim mesmo a minha Obra, porque de
Mim devem surgir os meus caminhos. Dirija-se com segurança
à Diocese, ao Bispo, aos Superiores, enquanto não Me encon-
trar com o Santo Padre: Paulo VI. Lá estarei Eu a esperá-lo e ele
me verá, porque Eu, Jesus, Me revelarei a ele na plenitude da
minha Graça e do meu Amor. Até agora, ditei a primeira parte
da minha Obra, e desejo que seja conhecida, estudada, recebida
com imensa gratidão. Eu guiarei as minhas almas e, quando
forem para Mim “Sacrários Vivos”, novamente vos instruirei.
Então, darei início à segunda parte da minha Obra, que vos re-
velará outros meus desejos. Na prática da vida quotidiana, o Sa-
crário Vivo receberá novos guias e programas particulares, qua-
se individuais: um assunto de cada vez. (Fui interrompida...)».
Savona 8 de julho de 1968
Jesus: «Não estás sozinha quando escreves e, por isso, não
deves temer. Pensa em Mim, como te disse antes, como um bom
Pai, para que Eu, teu Deus, não te cause medo. Agora, minha
filha, deves escrever os meus pensamentos de Amor. Quero que
os Portadores de Jesus Eucaristia recebam Jesus depois de uma
Santa Missa na qual eles serão entregues a Mim totalmente. As
Sagradas Espécies Eucarísticas que eles levarão devem ser con-
sagradas nesse mesmo Sacrifício. A Píxide deve estar cheia de
hóstias para serem consagradas, e as consagradas que restarem
serão almas pequenas e almas grandes que Eu chamarei para
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23.9 Page 229

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Me levarem. Sendo possível, repita-se o Santo Sacrifício cada
mês para renovar comigo, no Sacerdote que celebra, a sagra-
da oblação e a mística união comigo, verdadeira Vida, com a
minha alma. Preparai agora os meus caminhos. Trabalhai com
confiança porque Eu, Jesus, estou e estarei sempre convosco, e
em vós, para as outras almas. Tu, pequena, tão pequena, esposa
do meu Amor Eucarístico e do meu Martírio Eucarístico, segui-
rás o caminho que Eu, Bondade infinita, preparei para ti. Virás a
Mim, prometo, por este caminho, e nem sequer as tuas misérias
poderão desviar-te de Mim. Agora tu estás em Mim e Eu estou
em ti. Agora dá-Me às almas; agora dá-Me o meu coração, a
minha Voz; agora dá, a todas as almas, tudo o que Eu te dei. Eu
estou aqui e tu já Me levas. Amo as tuas canseiras humildes.
Amá-las-ei cada vez mais se as velares com o silêncio. Amo as
tuas orações, porque nelas Me procuras. Partilho os teus sofri-
mentos que te lembram a tua nulidade. À Rosa, ao menino, de-
ves dizer que Eu os amo, e muito, e que vós três estais juntos no
meu Coração ferido de Amor. Sim, Eu salvarei: salvarei Sílvio
para que nenhum da sua família pereça.1 A tua mãe virá a Mim.
As vossas mães, no Céu, ajudar-vos-ão. O padre Gabriello é
abençoado, e Eu envio-o a ti em meu Nome, Jesus, e tu ouve-o
como sendo de Mim. Sim, o meu abraço de Pai e Esposo. Ago-
ra, copia para que nas minhas Palavras tu vejas que Eu estou
em ti para escavar e preparar o meu Templo de Amor. Jesus na
alma. Sou Jesus, sou o Amor. Sou Jesus na Palavra e na Graça.
Sou Jesus, Caminho, Verdade e Vida. Sou a Paz. Sou o Perdão.
Savona 15-7-1968
Jesus: «Sou a Fonte de água viva. Em Mim atingirás a san-
1 «A Rosa, ao menino…»: Rosa é a irmã de Vera, a mais nova de quatro
irmãs; o menino é o filho Fábio, e Sílvio é o marido. Por vontade do Senhor, Rosa
foi a única com a qual Vera partilhou a sua experiência mística. Viveu intensamente
a espiritualidade dos Sacrários Vivos e faleceu em Savona em 29.9.1974, com 43
anos, vítima de uma doença incurável.
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23.10 Page 230

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ta Graça. Eis que Eu derramo na tua alma esta água para que te
sacie a sede, te purifique. Banhada com o meu Sangue divino é
a Esposa que Eu conduzo ao altar, e ali estamos unidos, somos
uma só alma, um só coração. Este é o meu Dom para ti, para as
minhas “pequenas vítimas”. Assim nós vamo-nos preparar para
a grande Oferta, para a última imolação. Eu, Jesus, em vós!
Não, não vos deixarei, sereis sempre mais minhas. O padre Ga-
briello é um meu servo fiel. Eu, Jesus, encontro n’Ele as minhas
complacências, e nele opero, no Mistério do meu Amor. Agora
ele vai com a nova Cruz que Eu lhe dei. Nesta Cruz de salvação
estou Eu. Leva-a, Vera, com ele, com amor e gratidão. É vossa,
é minha. Levando esta Cruz, levar-Me-eis a Mim, e Eu estarei
convosco nesta união, neste lento Calvário. E vós em Mim, até
ao fim. A vós dou tudo, dou tudo para servirdes à minha Obra.
Pede, pedi sofrimento e amor, amor e sofrimento, porque estes
privilégios do meu Coração, amante de almas, identificam-se.
Levai-Me com amor. Guardai-Me no vosso íntimo. Eu estou
em vós! Vós, levai-Me, hóstias consagradas em Mim. Vós,
meus Sacrários, sois o meu novo Templo. Vós tendes-Me. Des-
ce sobre vós o meu Espírito de Amor para vos dar Fortaleza.
Recebei os meus dons com humildade. Agora dai-Me, dai as
minhas Palavras de amor e de paz. Dai aos Povos, dai às nações
o meu anúncio de outro Amor. Quero que o meu Exército esteja
depressa preparado: com ele, Eu, Jesus, triunfarei. Minha Alma
pequena e abençoada, o meu Pai, em meu nome atrai-te a Ele.
Abençoa-te, abençoa-te. Presta ao Sacerdote a obediência que
Eu te pedir. Para Mim, para os meus Sacerdotes, serás a minha
pobre e pequena Esposa de Sangue: já vos uni em Mim.
(Depois de uma interrução de quem escreve, o “ditado” re-
tomou assim):
Jesus sempre contigo. Deves aprofundar a minha Mensa-
gem de Amor para a poder realizar. Deves levar-Me e dar-Me
com humildade e simplicidade. Não temas nada: Eu, Jesus,
protejo-te. Sou Pai, e sei de quantas graças precisas para fa-
zer a minha vontade. Tu, segue-Me, procura-Me, e quando Me
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24 Pages 231-240

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24.1 Page 231

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tiveres encontrado… abraça-Me na forma pela qual Eu Me re-
velo a ti. Acolhe-Me como a minha Querida Mãe aos pés da
Cruz. Aprende com Ela, recebe dela o seu espírito de Amor e
de Imolação pela tua e por todas as almas. Agora iremos juntos.
O padre Gabriello seguirá pela minha Obra de Amor, e tu, em
espírito, tu em Mim e comigo seguirás com o Sacerdote; porque
nós iremos juntos. Deixa que ele ofereça tudo de ti e coloque a
oferta total de ti mesma sobre o Altar, em cada meu Santo Sa-
crifício renovado por ele, para que Eu Me sirva da vossa oferta.
Quero que vós sejais consumados pelo meu fogo de Amor, para
que outras almas sejam acesas com o mesmo desejo purificador.
Ama-me no silêncio. Recebe-Me de todos e de todos os modos.
Sim, na Santa Missa está o encontro divino, a União. Eu atraio-
-te a Mim, mergulho-te no meu Santo Sacrifício, e tu deixa fi-
nalmente de viver para ti mesma, mas vive, mais viva do que
nunca, por Mim. Ah! Vera, quero conduzir-te a esta União, por-
que nenhuma esposa é do Esposo se não for assim. Uma Santa
Missa contínua que não tem fim no tempo, e que teve início com
a minha incarnação. Vou conduzir os que são “chamados” por
mim ao Santo Padre Paulo VI, os meus Sacrários Vivos, para
que Ele, em meu santo Nome, Jesus, no nome glorioso da San-
tíssima Trindade, abençoe as minhas almas, e faça uma coroa
de glória para oferecer ao meu Pai. Depois, que ele as confie a
Mim, a Jesus divino Mestre, ao Espírito Santo Consolador, para
que Eu guie as minhas almas, as instrua hora a hora, as governe
uma a uma, e para que cada uma Eu possa dar-Me a Mim mes-
mo a outras almas. Vós, Sacrários Vivos, ireis; e toda a Terra
deverá ser habitada por Mim. Vera, dá-Me o teu pobre coração;
quero-o só para Mim. Jesus pede, pede aos pobres para lhes
poder dar as Suas riquezas. Então vai e leva-lhes a minha Paz, o
meu Perdão. Eis que Eu lhes ofereço o meu Coração ferido. Faz
com que Me recebam. Eu, Jesus, Guia das minhas almas; Eu,
Fogo de Amor que nunca se extingue. Vai, então. Eu estou e es-
tarei contigo; vai em meu santo Nome, Jesus, e diz-lhes que Eu
serei generoso com as graças, porque Eu, Jesus, vos salvarei.
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Jesus abençoa-vos. Jesus para ti, Jesus para o padre Gabriello,
Jesus para todas as almas. Vai! Eu voltarei a falar-te. Eu, Jesus,
vou ditar-te para que a minha Palavra seja nova Luz com a qual
quero iluminar o mundo. Jesus na tua alma!»
Savona 20 de julho de 1968
Jesus: «Diz às minhas almas consagradas que Eu, Jesus,
desejo uma Santa Missa celebrada pela minha Obra de Amor.
As almas que estão próximas do padre Gabriello adiram em
espírito de amor e ofereçam-se a Mim no Sacerdote celebran-
te pelo mesmo fim. Eu quero fazer uma Coroa de almas con-
sagradas para oferecer a meu Pai no meu Sacrifício quando o
Sacerdote chegar aos pés do Santo Padre. Esta coroa de almas
santas em Mim será formada por aqueles que foram os meus
primeiros Sacrários Vivos, porque o meu Pai vê já em vós o
seu Divino Filho. O padre Gabriello deve obedecer-Me, e Eu,
Jesus, vou confortá-lo. Asseguro-lhe que ele é guiado e apoia-
do pelo meu Espírito de Amor em todo o trabalho que faz por
Mim. Deve guardar no íntimo de si o Amor Eucarístico que Eu
lhe dei como prémio e consolação, como consumação em Mim
ao meu Pai. Eu virei falar às almas para as atrair a Mim, e por
isso não se admire se outras ouvirem a minha Voz de Amor. Tu
deves escrever para Mim, para a minha Obra de Amor enquanto
Eu te deixar em vida. Deves dizer à Rosa que Eu, Jesus, recebi
as suas orações. Desejo que ela aprenda a conhecer-Me, a amar-
-Me. Desejo que ela não se esqueça de Mim, e que Me procure
sempre e em toda a parte. Vou colocar a minha santa mão sobre
a sua cabeça, mas então ela deverá acolher com imenso amor a
minha Vontade, para que viva em Mim. Desejo vir à sua alma,
porque nela Eu procuro a minha Morada Eucarística. Agora
Rosa vai ficar consolada, porque sabe que o seu Jesus também
a ama muito, muito. Escreve com humildade. Não temas, não
temas os meus Dons: Eu te darei a força para os receberes e
guardares. O ano em curso levará os sinais da minha Graça no
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24.3 Page 233

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meu Amor Eucarístico. O ano vai concluir-se com o início da
minha Obra de Amor, com a qual vós sereis autorizados a levar-
-Me. Com esta graça de Amor ficará concluída a primeira parte.
Começará a segunda parte, pelo modo e pelo caminho que Eu,
Jesus, Mestre das almas, vos indicar. Eu traçarei depois o Ca-
minho para cada alma, porque Eu quero conduzir-vos a Mim,
através dos caminhos do mundo. Tu vais escrever, prometo-te,
até ao último momento, até ao fim… Sê forte! Jesus às suas
almas, à sua pobre alma, Vera. Jesus em ti, na sua santa Graça».
Savona 23-7-1968 às 23h05
Jesus: «Venho a ti na luz da santa Graça, e chamo-te ao teu
compromisso. Escreve! As almas pequenas devem padecer so-
frimentos pequenos, mas profundos. Tu estás nestes sofrimen-
tos. Eu, Jesus, vou libertar-te desta angústia quando aprenderes
a entregar-Me tudo o que tu és, momento a momento. Agora já
estás noutras provações; agora deves servir-Me com mais en-
tusiasmo e generosidade, porque sabes que Eu, apesar das tuas
misérias, não te deixo. Confia em Mim. Confia em Jesus! Vem,
pobre esposa minha, e abraça comigo a cruz que Eu te dou.
Jesus, a ti que sofres na alma! Amanhã, reúne as oportunida-
des das pequenas provações que Eu te for apresentando: são os
dons que por agora Eu te ofereço. Vou assistir-te com a minha
Graça. Agora recolhe-te em Mim, e Eu te darei força e paciên-
cia. Ama-Me e procura-Me, procura-Me, chama-Me, repete o
meu Nome santo, Jesus, muitas vezes, e Eu estarei cada vez
mais em ti. Não temas, minha filha, se não me ouves: Eu vivo
contigo e na tua alma. Jesus permanece contigo! Sim, abençoo-
-te da minha Cruz. Jesus ao pobre!».
Savona 24-7-1968
Jesus: «Repete comigo: “Ó Deus, nosso Pai, Criador do
Universo, de todas as tuas Criaturas, nós Te suplicamos! Envia
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24.4 Page 234

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aos homens o teu Espírito de Amor, de fraternidade universal.
Une as tuas criaturas no teu Amor de Pai, e dá-nos hoje e sem-
pre, hoje mais do que nunca o teu Jesus aos nossos corações.
Faz que Ele seja o Hóspede de amor a que todo o irmão aspira…
Faz que Ele esteja entre nós como os raios do sol que aquecem a
terra e iluminam os nossos dias; como os raios do sol penetram
nas nossas casas para nos darem vida e calor, faz que Jesus seja
a Vida e a Luz que dá vida aos nossos corações, luz às nos-
sas mentes, sol que envolve na sua luz as nossas almas aflitas.
Que Ele venha às nossas almas, entre em nossas casas; venha
às nossas casas; venha connosco para compartilhar alegrias e
dores, cansaços e esperanças. Faz, Pai amável e clemente, que
em todo o edifício velho ou moderno, brilhe a Luz, aquela Luz
que Tu, dos Céus, nos deste na Igreja: Jesus Amor Eucarístico!
Faz que Ele venha até nós, em nós, como Pai, Amigo, Irmão.
Faz que nós pobrezinhos saibamos, pelos seus méritos, amá-lo,
consolá-lo, honrá-lo. Concede que todos nós saibamos ofere-
cer-lhe tudo. Faz que todos os dias, todas as horas, todos os
minutos, todos os momentos, saibamos oferecer a ti, nosso Pai
Clementíssimo, em Jesus, teu Divino Filho, a nossa vontade, o
nosso coração, a nossa vida. Assim, quando Tu nos chamares,
saberemos dar-Te pela tua infinita misericórdia as palpitações
do nosso coração na palpitação de Amor do teu Divino Filho,
a nossa vida na Vida do teu Jesus, o nosso Fiat em Jesus. Pai
bondoso, guarda-nos, ajuda-nos! Em Jesus levantamos as nos-
sas pobres mãos, e Tu une-as às de Jesus para que elas operem
para Ti, para tua Glória, para o amor de Jesus. Pai que estás nos
Céus, perdoa ao mundo que não sabe, não compreende. Perdoa
aos ricos e aos pobres, perdoa às tuas criaturas em Jesus, nosso
Irmão. Nós te rogamos, escuta-nos. Nós: Jesus e as suas pobres
almas, que uniu a Si pelo seu grande Amor, na sua imolação
de Sangue. Jesus e as almas, o vinho e a água; União, Oferta e
Consumação em Jesus; para a reparação de toda a humanidade
que geme, dos pobres que olham e esperam de Ti, ó Pai, o teu
Perdão agora e sempre”. Jesus procura almas pequenas, procura
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24.5 Page 235

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as suas pequenas vítimas para as oferecer em Si ao Pai. Quem
Me ama, segue-Me. Eu espero-vos na minha imolação. Vera,
tu amas-Me? Segue-Me! Eu, Jesus, Caminho, Verdade, Vida,
espero a mais pobre: tu!»
Savona 26-7-1968
Jesus: «Escreve ao meu fiel servo.1 Gabriello, meu filho;
falo-te deste pobre Sacrário. Chegou a minha hora. Deves subir
comigo um lento e penoso Calvário. Partilha a tua cruz comigo.
Eu venho contigo, Eu acompanho-te e Vera e as almas pequenas
estarão todas connosco. A minha Mãezinha entrega-as a Mim, e
em Mim e por Mim tu serás, já o és, participante dos holocaus-
tos em Mim: única Vítima de Amor! Dirige-te com confiança
aos Superiores de Turim, porque S. João Bosco abrir-te-á os
meus Caminhos. A minha santa Mãe te cubra com o seu Manto
de Amor, e tu oferece-lhe tudo, consagra-lhe tudo. Dá os teus
passos com ela, fala com Ela, confia-te a Ela. Torna-te fiel servo
dela. Desejo que a Mãe e o filho sejam um só Coração, uma só
alma, um só Amor para agirem juntos. O Céu e a Terra estão
unidos só por meio deles. Assim a minha Obra de Amor terá
o caminho aberto e traçado só por Ela: o Auxílio dos Cristãos.
Assim o Céu se inclina para a Terra por meio dela. Eu, Jesus,
em ti e contigo; a minha Mãe, Maria Auxiliadora, contigo para
te guiar, iluminar, confortar. A ti, um Anjo que te apoia. A ti, um
Anjo consolador. O tempo é breve: breve para vós. Para Mim
é o presente. Vai, desposa a minha causa de Amor, desposa a
minha Obra de Amor. Eis que Eu, Jesus Sacerdote Eterno, a co-
loco nas tuas mãos de Sacerdote: é a minha Causa, o meu Dom
de Amor. Sou Eu!»
[Neste ponto, Vera anota]: “interrompida, omito para obe-
decer a Jesus na minha mãe”. [Depois retoma] «Jesus, ainda
1 Esta Mensagem para o padre Zucconi não foi escrita no caderno, mas entra
na correspondência de Vera e o padre Zucconi e foi publicada na edição precedente:
ao cuidado de G. e L. GRITA, Opera dei Tabernaculi Viventi, p. 107.
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24.6 Page 236

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para o padre Gabriello: a minha vinda até vós, minhas almas,
iniciará no dia que leva o meu santo Nome: Jesus. Esta anteci-
pação da minha Graça é um Dom que te faço, Gabriello, para
que tu no meu santo Nome, Jesus, sejas apoiado nesta fé. Agora
vai em meu Nome. Que esteja impresso no teu coração, na tua
alma de Sacerdote, o meu Nome: Jesus. Agora vai, agora vamos
juntos, porque Eu estou contigo! Sim, irás pelos caminhos indi-
cados por Mim. E lembra-te que por todos os caminhos tu deves
seguir e invocar a minha doce Mãe: sim, a tua Auxiliadora e a
Auxiliadora de todas as almas dos que são chamados. Será doce
e consolador para Mim encontrá-la contigo em todo o caminho.
Cada caminho será o meu caminho, e todos te conduzirão ao
último encontro da minha Obra de Amor; do meu Vigário, o
Papa Paulo VI. Não esquecer a Coroa das minhas Almas: elas
devem ir contigo, e vós comigo, com minha Mãe. Confia à mi-
nha Mãe esta Coroa de Almas, para que Ela, com o seu puro
amor, a apresente a meu Pai no meu Amor e em meu Nome. Tu,
prepara a [Coroa de Almas] e oferece-a a Mim no Santo Sacrifí-
cio, une-a a Mim, e Eu, no Amor do Espírito Santo, a aspergirei
com meu Preciosíssimo Sangue. Eu falei-te, Gabriello, e o meu
Coração amante das almas, procurou e procura sempre o teu
amor de Sacerdote. Dá-mo cada vez mais, Eu quero reviver em
ti. Jesus Sacerdote, ao coração do seu Sacerdote».
Savona 28-7-1968
Jesus: «Só no Meu Nome, Jesus, encontrarás paz e segu-
rança. Eu dei-te o meu santo Nome, Jesus, para que fosse para ti
a força do espírito que te falta. Se o recolhimento é sempre mais
difícil para ti, Eu desejo que aceites este sofrimento com pa-
ciência, com humildade, e então oferece-o a Mim: coloca-o no
cálice que o Sacerdote oferece, coloca-o em Mim, para que Eu
o leve ao meu Coração aflito, e o eleve comigo até ao meu Pai.
Não temas se não consegues escrever, Eu disponho assim para
que tu te inflames no desejo da minha Palavra. Disse-te uma vez
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24.7 Page 237

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e assim será: a minha Palvra é vida para ti, sem a minha Palvra
sentes-te apagada. A minha Palvra sou Eu, Jesus, é amor, é dor,
e tu não podes passar sem Mim: sem Mim em ti. Sê paciente e
humilde, Eu vou-te ajudar, Eu virei a ti, à tua pobre alma, com
mais luz; derramerei um rio de Palavras: graça para ti, graça
para as minhas almas. Procura-Me por todos os meios, mas o
nosso encontro, a nossa união, começa, continua, não tem fim,
no meu Sacrifício. Quando tu participas e te unes a Mim por
meio do meu Sacerdote, então, a “nossa Missa” não teve iní-
cio nem fim: a união continua comigo, com as almas, com o
Céu, com a Terra. Eu abraço-vos e mantenho-vos na Unidade.
Agora estás em Mim e Eu em ti, com a minha santa Graça, e
por Mim, tu estás no Pai e no Espírito Santo. Tu em Mim, estás
com todas as almas dos vivos, dos que se purificam. Estás nos
Céus, na terra, em toda a parte, porque Eu estou em toda a parte
(Interrupção).
Eu estou em ti para te abençoar e dar-te força e perseve-
rança. Oferece-Me este sofrimento (Interrupção) para que Eu
faça de ti uma alma repleta de fervor. Não temas e deixa-te
orientar por Mim. Volta à Santa Missa, ao meu Sacrifício: nela
atingirás a minha Graça, nela crescerás, nela Eu te atrairei e te
mergulharei no meu Amor, no meu Sangue. Tu e Rosa esperai
por Mim e, esperando, procurai o meu Amor. Vós, segui-Me.
O teu Jesus te dirá muitas coisas, quando as provações forem
superadas. Pede a minha Graça e a minha Força para que a tua
alma amanhã resplandeça com a minha Luz. Eu recebo-te no
meu Coração de Pai, minha filha, abraço-te, perdoo-te, confor-
to-te. Tem sempre esperança no teu Jesus, sempre, sempre. Eu
não te deixo, “provo-te”. Jesus que ama, Jesus misericordioso
com os pobrezinhos. Sê assim com os outros. Jesus para todas
as almas».
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24.9 Page 239

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CADERNO VII
“Ó Virgem Santa, Maria Auxiliadora,
faz que a minha oferta seja sincera
no Santíssimo Nome de Jesus,
para o triunfo do seu Amor
e do seu Dom Eucarístico”.
“Ó Rainha, minha Mãe, faz que eu seja
cada vez mais tua e de Jesus”.
A tua pobre serva Vera
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24.10 Page 240

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Savona, 31 de julho 1968
Jesus: «Escreve, minha filha, estou aqui. Deves suportar
ainda outras “provações”, mas enquanto duram não quero que
desanimes: é prejudicial para ti, para as almas! Basta-Me por
agora o teu “sofrer”. Não temas, a oferta será pura, será sincera
em Mim. Eu, Jesus, dar-te-ei a santa Graça de amar todas as
almas: prometo, e tu virás, virás ao meu Amor. Como Eu quero.
Amanhã serei teu conforto. O padre Gabriello é guiado pelo
meu Espírito de Amor. Ele deve confiar em Mim, mesmo que
para os homens tudo por agora pareça impossível. O Céu está
convosco, e Eu contigo, Gabriello! Segue, apoiado na minha
Palavra e no meu santo Nome, Jesus, lança também tu a tua
rede: Eu vou dar-te Graça. Por enquanto apenas poucas pala-
vras. Confia-te ao Rosário de Maria durante o caminho, para
que Ela te mostre a via. Tu, Vera, segue pelo caminho que con-
duz à minha santíssima Mãe, e é só com Ela que não te perde-
rás. Meço as vossas forças. Vejo que o padre Gabriello vem a
Mim, e o meu Coração de Pai recebe consolação pelo seu zelo e
pelo seu amor. Vejo-te cair sob o peso da Cruz, e sinto pena com
isso, minha pobre filha! Tu és o “mundo” e retratas isso na sua
miséria e no seu sofrimento. Eu, Jesus, amo-te mesmo assim.
Eu amo todas as almas e aquelas como a tua que foram o preço
do meu divino Sangue. Levanta-te, minha filha, porque assim
Eu desejo, e vive do meu Amor, da minha Misericórdia. Jesus,
que ama sempre e perdoa. Eu te abençoo, abençoo-vos com a
minha Santa Mãe, Maria Santíssima».
Savona 3-8-1968
Jesus: «Eu não te disse que se acreditas em Mim verás a mi-
nha Glória? Então acredita no meu Amor, no teu Jesus! A minha
Graça é como um fermento que leveda e dilata na vossa alma o
meu Espírito de Amor, para aumentar a minha Vida divina em
vós. O padre Gabriello deve bater a outras portas, deve chegar
ao Papa: em breve! Quero que espere, espere que lhe abram a
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25 Pages 241-250

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25.1 Page 241

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porta. Terá auxílios. Auxílios imprevistos. Quero que entregue
ao Papa a minha Mensagem, desejo e quero que ele, o Papa,
antes da sua partida para a Colômbia, Me leve, que parta comi-
go, atue comigo: Eu, Jesus Eucaristia, nele e com ele. Desejo
que o Papa Paulo VI tome conhecimento desta minha Mensa-
gem.2 Não há tempo a peder, escreve para a minha Glória. Não
hesites! No dia 9 e 11 deste mês devem levar o meu anúncio.
Apressa-te! Que o padre Gabriello Me escute, que confie em
Mim: Eu, Jesus, estou e estarei cada vez mais com ele e nele.
Ele Me encontrará, Me reconhecerá, porque Jesus, o seu Jesus,
nunca o abandona. Agora obedece, copia as minhas Palavras.
Faz que partam e cheguem a tempo. Agora tu encontraste Jesus,
estou contigo. Jesus Redentor».
Savona 4-8-1968 às 18h20
Jesus: «Jesus, Jesus, Jesus. Escreve em meu Nome: Jesus,
Jesus, Jesus! A dulcíssima e beatíssima Trindade: Deus Uno e
Trino, gosta das efusões do Amor dos seus “pequenos”, e nas
suas tribulações visita-os com maior Graça. O que te disse e
digo a ti é útil e será útil para todas as outras almas. Eu, Jesus,
nunca falei só para ti, mas para todos. As tribulações, as afli-
ções, o desconforto por causa da minha aparente ausência são o
fruto do meu Amor e da minha Dor. Tu tens parte comigo nas
minhas Dores, porque o meu Amor por ti é grande. Todavia não
é a tua alma que atrai o meu Amor, mas é a santa Graça que tu
recebes em medida crescente, por meio d’Aquela que te esco-
lheu e preferiu, por Amor a mim. Eu, Jesus, vejo na tua alma as
lágrimas da minha Mãe e estas pérolas de Graça atraem o meu
Coração ferido. Vês qual amor puro invoca o meu amor? Ó
2 «… tome conhecimento desta minha mensagem»: O padre Zucconi dirigiu-
-se a Roma e em 16 de agosto entregou ao pároco de Castel Gandolfo, salesiano,
duas cartas. Uma para o secretário do Papa e uma para o Papa. CENTRO DI STUDI
“OPERA DEI TABERNACOLI VIVENTI” - Milano. No outono a Santa Sé respon-
deu pedindo à Cúria de Génova informações sobre o padre Zucconi e a Obra.
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25.2 Page 242

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Amor maravilhoso da minha Mãe, que prepara tudo, que pen-
sa em tudo! Que Morada não estabeleces tu, ó Mãe terníssi-
ma, para o teu Filho Jesus, e para a minha alma! Uma Morada
purificada pelas tuas lágrimas de Mártir, de Virgem, para que
o meu Sangue divino não fosse derramado em vão. Ó minha
filha, agradeçamos juntos à nossa querida Mãe, porque Eu, no
seu Coração de Mãe, vejo-te, encontro-te sempre. Agora tu não
deves ter dúvida acerca da minha Obra de Amor. Deves estar
certa de que Eu, Jesus Eucaristia, triunfarei… Tu és demasiado
pequena para compreender, mas deves aumentar a tua fé, a tua
confiança n’Aquele que vem a ti com extrema simplicidade: Eu,
Jesus! Padre Gabriello, não temas! Eu, Jesus, apressarei os tem-
pos. Rezai, rezai para que o Santo Padre reconheça nele o meu
“enviado”. É tempo de oração, oração que elevereis ao Céu, no
Coração de minha Mãe, Maria Auxiliadora. Ela é a vossa guia
para ir ao Santo Padre. Eu, Jesus, vou reunir-vos para agradecer
à minha querida Mãe. O Céu e a terra vão encontrar-se com o
Santo Padre, o Papa, e eu Me revelarei ao seu espírito de Pon-
tífice. Chegou a minha hora que dará aos homens ainda Paz e
Perdão, e isso acontecerá com a multiplicação dos Sacrários
Vivos. Fazei que a minha Obra de Amor recubra a Terra e en-
volva a Humanidde com a minha Misericórdia. Agora escreve
e manda a minha Mensagem de Amor aos meus queridos Sa-
cerdotes para que rezem, Me esperem, se preparem. Eu irei ter
com eles. O padre Gabriello confie! Eu, Jesus, estou com ele.
Desça sobre ti, sobre os teus amigos a minha bênção de Pai. Ao
menino Fábio dou o meu Coração: Coração de Jesus, Coração
de Sacerdote, Coração de Amor Eucarístico para o meu querido
inocente. Não temas, Rosa, o Amor de Jesus: Eu dou e darei, se
residirem no coração daqueles que eu chamo: confiança, amor,
abandono filial. Tu, fala acerca do meu amor, tu, entrega o meu
amor: Eu, Jesus, desejo isso! Permaneço contigo na minha san-
ta Graça. Jesus abençoando».
242

25.3 Page 243

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Savona 7-8-19683
Jesus: «Eu caí por ti, para te reergueres na fé e na confiança
em Mim, Jesus! Acredita, Vera, acredita no Amor do teu Jesus,
mesmo que sejas tão pouco e mesmo nada sem Mim, sem o teu
Jesus. Eu, nas sagradas espécies da Eucaristia, caí em terra, caí
em ti, para te reerguer e trazer até Mim. Agora, tu estás mais
em Mim! Jesus não te deixa! Em Roma luta-se por Mim, e tu és
uma só pessoa em Mim e com eles: os meus Sacerdotes. Estas
são as “horas da agonia”. Tu estás no primeiro lugar comigo:
tu, pecadora por ti mesma e pelos teus irmãos, e Eu, Jesus na
Paixão, contigo, convosco. Tu, abandona-te a Mim: não penses
em mais nada. Os outros lutam e continuarão a lutar pelo meu
triunfo de Misericórdia, tu, recolhe-te em Mim: no meu Martí-
rio de amor. Jesus eucarístico a ti, humilde esposa prometida a
Mim. Segue-Me: o caminho para ti é renúncia e Amor. Então,
será abandono, mas nunca do teu Jesus, porque Ele ama dema-
siado a “pobre”, e Eu agora procuro, vou procurar “esposas po-
bres”, como tu. Diz isto, diz que procuro estas esposas que de ti,
a seu tempo, recebam e confiança. Tu serás o primeiro exem-
plo que revelarei aos homens. Será Graça maior quando pelo
mundo fores apenas uma figura representativa perante a qual
outras almas poderão espelhar-se e vir a Mim confiantes, porque
o vosso Deus revelou um Amor inexprimível pelas criaturas;
elas não podem elevar-se da Terra para Mim, sem que Eu, Jesus
Eucaristia não caia com elas para as elevar e para que cheguem
a Mim. Depois será o trigo, as espigas douradas, o símbolo da
minha predileção: e para vós, não flores sobre os vossos túmu-
3 Na Carta ao padre Gabriello de 9.8.1968, Vera escreve sobre esta Mensa-
gem: «A última mensagem do dia 7 de agosto está em relação com um episódio
doloroso verificado casualmente na distribuição da Sagrada Comunhão no final da
Santa Missa celebrada às 18 horas na igreja dos Salesianos… No momento da dis-
tribuição da Eucaristia, Jesus caiu das mãos do Sacerdote. O que senti nesse mo-
mento não saberei explicar. Chorei sem consegui parar e sentia que Ele me dizia:
“Caí por ti, para dar-te Fé...”. A minha alma estava abatida e assim permaneci com
Ele até que Ele, meu amado Jesus, me falou dizendo para escrever». Carta ao padre
G. Zucconi de 9.8.1968 in L. GRITA, Mia sorella Vera di Gesù, op. cit., p. 110.
243

25.4 Page 244

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los, não, junto ao corpo inanimado, mas espigas, grão que produz
pão, farinha de grão que vai servir para as sagradas partículas: as
que vós tereis trazido humildemente e recebido na alma. Eu em
vós no mistério do Pão onde está velado o meu Sagrado Corpo; Eu
no vinho, fruto da videira, e vós os meus ramos, pelos quais Eu fiz
derramar a minha seiva vital: o meu sangue inocente. Vós bebereis
todos, com os meus Sacerdotes, e também do Cálice, o meu San-
gue, porque com os Sacerdotes sereis as minhas almas sacerdotais
com as quais irei pelos caminhos do mundo para que o mundo
venha a Mim, Jesus! Vós, minhas esposas, vós desposadas com a
minha causa, vós sereis outros sacerdotes que como os Sacerdotes
“chamados” ireis longe, a cada recanto da terra, a cada recanto do
céu. É este o meu Amor, que estou a dar-vos, e também ao mundo,
por vós mesmas e por todas as almas. Vem, minha alma, o meu
Coração ferido abre-se agora para ti. Amanhã vou-te chamar onde
tu não quererás ir, porque tu não podes viver sem respirar comigo.
Eu, Jesus Eucaristia, torno-te minha: pelo meu imenso Amor, para
minha Glória. Tu, através do padre Gabriello, aceitarás os meus
desejos, e dar-lhe-ás a obediência que em breve, em meu nome,
ele te pedirá. É este o primeiro chamamento ao qual outros se vão
seguir, e Eu unir-vos-ei a Mim na mesma oferta que ele, Gabriello,
oferecerá consigo mesmo em Mim e no Amor sublime do Espírito
Santo, a Deus Pai. No meu Holocausto unirei a Mim, unificarei, e
o meu Sangue vos desposará comigo Crucificado, ao Meu Após-
tolo, a Mim vítima pura, a Mim Redentor. Jesus ajoelhado e incli-
nado sobre a terra a fim de reerguer as suas criaturas, para levá-las
ao seu Coração Eucarístico. Jesus na perpétua Imolação por vós
e convosco a fim de que ele venha também sobre vós. Leva-Me
contigo, Vera, minha pobre esposa; leva-Me contigo, Gabriello,
fiel sacerdote; levai-Me convosco: é isso que Eu desejo. Jesus aos
seus chamados. Glória, Glória, Glória a Deus nas Alturas. Paz aos
homens de boa vontade. Paz e perdão para ti, pequena vítima do
meu imenso Amor, infinito como sou Eu: o teu Deus! A minha
Mãe, Maria Auxilidora, está junto de vós, e abençoa-vos. Jesus por
ti, por todas as almas».
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Savona 16-8-1968
Jesus: «Eis o anúncio da minha Glória: Eu, Jesus, estou no
Papa, e a minha Obra de Amor e de Misericórdia já lhe é ma-
nifesta, mediante os vossos escritos, pelos quais Ele Me “viu”:
Jesus Amor! Agora deves referir ao padre Gabriello que atenda
confiante o chamamento. A Secretaria do Vaticano vai chamá-lo
em audiência privada com o Santo Padre.4 Enquanto se espera:
oração, humildade, amor e adoração eucarística, íntima união
Comigo no abandono filial a Deus por meio de Mim, Jesus!
Escreve para ti. Jesus.
Ó pequena alma, a minha Cruz está em ti, e Eu estou sem-
pre na Cruz. A minha Cruz é o silêncio, para que o teu sofri-
mento seja puro. A minha Cruz é o que tu vais experimentando.
Este caminho é estreito, tortuoso. Esta é a via que conduz até
Mim. No silêncio do sofrimento cavo o meu Templo, preparo
o lugar, a minha Morada divina, e imprimo em ti o meu santo
Nome: Jesus!».
(Obrigada, Jesus, porque te dignaste ditar-me diante do
Santíssimo Sacramento).
Savona 16-8-1968
Jesus: «Aos meus queridos Sacerdotes. A hora da santa
Graça está para chegar a Vós! Vós sois e sereis cada vez mais
os depositários e os guardas dos Bens da santa Igreja. Vós dis-
tribuís com sabedoria e amavelmente os tesouros de Graça que
a Mão omnipotente e misericordiosa de meu Pai dá às minhas
almas por meio de vós. Vós propagais e difundis a minha Men-
sagem de Amor; juntai-vos e reuni os que são “chamados” sob
a autoridade do meu Vigário, e em seguida ide e levai-Me, e
dai-Me aos irmãos. De Roma, do coração da comunidade cristã,
do coração do Santo Padre, dirigi-vos para as quatro direções
4 O padre Zucconi encontrou-se com o Papa Paulo VI em audiência privada
em 22 de setembro de 1977.
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25.6 Page 246

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(Este, Oeste, Norte e Sul), que formam a Cruz, a santa Cruz pela
qual Eu, Jesus Vítima, e Redentor vos salvei e salvarei. A minha
Mensagem de Amor chega-vos do amor do Santo Padre, com
as santas Graças e as santas Bênçãos que Eu, Jesus, por meio
dele farei descer dos céus sobre vós, meus Sacerdotes, e sobre
todos os que eu chamo. Eu vos acolho e vos preparo no meu
Coração de Pai. A partir de vós, Eu desejo amor, muito, muito
mais amor, de vós desejo caridade, generosidade, de vós que
Me imolais, de vós, que Me ofereceis ao Pai, Me dais; de vós,
tudo o que vós sois: como Eu, Jesus, Me dou a vós, como Eu
nas vossas mãos sacerdotais, Vós Sacerdotes nas minhas mãos
de Eterno Sacerdote! Vós, dóceis ao meu convite, vós obedien-
tes no vosso Fiat, vós humildes para Mim, porque vós fostes
escolhidos por Deus para consolar e para dar e levar Aquele
que é Caminho, Verdade e Vida. Eis que Eu venho a vós para
ir convosco e em vós a toda a parte, para que todos os irmãos
possam vir a Mim! Jesus Salvador! Jesus Eterno Sacerdote!
Aos que são “chamados”, que acolhem o meu convite, repito
as palavras que já dirigi aos primeiros chamados: “Quem quer
vir após Mim renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”.
Jesus pede: amor, abandono confiante n’Ele, fé que aumenta,
que forja, que fortalece sob a ação da sua Graça. Portanto, Ele
pede-nos docilidade para que possa agir na nossa alma segundo
os desejos do Seu Coração. Jesus deseja que cada alma aprenda
a falar com Ele, porque Jesus deseja ardentemente falar com
cada alma. A alma diga a Jesus: Jesus, fala! Jesus, ensina-me a
falar contigo, a falar de ti, para que eu viva só de ti! Estas são as
carícias de Jesus. Glória a Deus!».
Savona 17-8-1968
Jesus: «Ama o meu Nome, Jesus; Vera, ama o meu Nome,
porque Eu dou-to. Ama tudo o que Eu sou, tudo para Mim, e
ama a todos em Mim. Sim, é Jesus quem te fala… Eu não aban-
dono as minhas criaturas, as minhas almas. Como Eu me senti-
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25.7 Page 247

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ria feliz ao encontrar uma alma disposta a escutar-Me, tu ainda
não podes compreender isto. De onde vem a ti a minha Voz? A
minha Voz é Graça. Graça particular que Eu desejo dar a todas
as minhas almas se quiserem escutá-la com humildade. A mi-
nha voz é dom do Espírito Santo. De onde vem? Está em ti, é
Pensamento, é Palavra, é Amor, é Jesus na alma. Se tu não sa-
bes explicar isto a ti nem aos outros, quando fores interrogada,
diz a palavra do Santo Evangelho: “… e o Verbo se fez carne
e habitou entre nós”. Os outros compreenderão. Eu, Jesus, de
facto humanizei-me por vós e continuo a humanizar-Me por
ti, por todas as almas. Eu desço a vós com a minha Graça e
encho-vos de Mim e a alma, então, vem a ser imersa em Mim.
A minha Palavra está na tua alma inundada com a minha Luz;
a minha Palavra está no teu pensamento, e o teu pobre cora-
ção vibra com o meu supremo Amor. Eu, Jesus, humanado na
minha pobre criatura para que ela receba de Mim quanto lhe
falta. Assim, Eu quero descer a todas as minhas almas para que
toda a criatura sinta em si o seu Criador; a cada filho humilde e
confiante, o amor do seu Pai Celeste o acaricia, o guia, o vigia.
Ninguém, ninguém deve sentir-se órfão. Àquele que se con-
siderasse assim, Eu irei a ele com o meu Sacrário Vivo, para
que Eu possa abraçá-lo com os vossos braços, possa fazê-lo re-
pousar no meu Coração. Procuro através de vós os meus filhos
perdidos, afastados; procuro os meus filhos afastados de Mim,
mas todos ainda vivos em Mim enquanto Eu, Jesus, continuo
a amá-los. Eu, através de vós, já comecei a procurar as almas
que não sabem procurar-Me. Agora serei Eu, e cada vez mais,
que irei a eles enquanto o mundo existir. Venho já encontrar-
-vos, visitar-vos, chamar-vos, e a minha Voz silenciosa toca as
vossas almas. Abri-me a porta. Sou Eu, Jesus, que bato. Sou a
Graça, o Perdão, o Conforto. Sou o Pai que não esquece o pró-
prio filho. Sou o Amor, o mesmo Amor de antes, o que me fez
aceitar a amarga Paixão. Sou o Amor de Deus Criador. Sou o
amor que dei e manifestei a Abraão e aos Profetas. Sou o amor
pelo qual vos criei, vos redimi. Sou o Amor que, sem parar no
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25.8 Page 248

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tempo, se oferece para a Glória de Deus por vós, meus irmãos!
Sou Jesus, e Jesus é só o Amor. Agora sabes como falo em ti.
Agora compreenderão como te “disse”. Assim será para as al-
mas pobres e humildes, que aprenderão a procurar-Me na sua
alma, a encontrar-Me nos irmãos, a ver onde Eu manifesto a
minha Bondade a minha Beleza, o meu chamamento de Amor.
Quem verdadeiramente Me procura, sabe de quantos modos e
em quantos caminhos pode encontrar o seu Jesus, porque em
toda a parte e em todos Eu derramo o meu olhar. Procurai-o! É
o olhar de Amor».
Savona domingo 18-8-1968
Jesus: «Prepara o teu coração para Me receberes mais inti-
mamente. Eu, Jesus, estou em ti na medida em que tu me tens
amor. Quero que esta “medida” aumente e que o teu coração
se torne para Mim um cálice que transborde… de amor. Então
imprimirei neste novo Cálice o meu santo Nome: Jesus! Quero
que tu cumpras todas as ações comigo, que aprendas a consul-
tar-Me antes de tomar cada uma das tuas decisões. Cada alma
deve propor-se a viver, em cada momento, o próprio dia comi-
go, se ela deseja na verdade ser minha companhia. Só assim
Eu poderei ser o Mestre da sua vida, o pastor da sua alma. Só
assim Eu a posso conduzir pelo caminho estabelecido pela mi-
nha divina Vontade. A alma que se abandona confiante a Mim
nunca mais fica só, porque Eu estou com ela. Aprenda o homem
a falar com o seu Deus. Aprenda a falar com o seu Jesus, seu
Irmão. Desejo também as orações que brotam do vosso cora-
ção: ímpetos, sentimentos expressos com a vossa linguagem,
pensamentos dirigidos a Mim continuamente. Sou o Amigo
amoroso para todos os corações que Me procuram. Vinde, vin-
de a Mim que vos espero, vos amo. Eu, Jesus, não recordarei
mais o tempo em que nunca pensastes em Mim; o tempo em
que, embora vivendo na minha Casa, não soubestes amar-Me
nem aos vossos irmãos; o tempo em que chamei por vós… e
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25.9 Page 249

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não viestes. Eu o esqueço imediatamente, assim que vós Me
precurais com pureza de espírito e esquecerei, ainda e sempre,
logo que a vossa alma tenha confiança em Mim e aprenda, mes-
mo que seja apenas balbuciando, a primeira linguagem de amor
íntimo para comigo: Jesus Eucaristia. Tu, fala com o teu Jesus,
não tenhas nada para ti, mas todo o teu pensamento dirige-o a
Mim. Deves dizer-Me tudo, para que Eu viva em ti, para que
tu não Me excluas do teu dia nem sequer um momento. Esta é
uma União de Pai com o Filho, de Filho com o irmão, do Amigo
com quem procura o amigo. Ó Vera, que alegria imensa vem a
vós desta união! Já desde aqui, vós podeis saborear as alegrias
do Céu. Então as vossas dificuldades não vos aparecerão, por
Mim, como símbolo de Cruz penosa, mas como Cruz alegre; as
vossas dores vos tornarão agradecidos a Mim que vos benefi-
ciei com os meus tesouros; a paz, a serenidade serão o fruto do
vosso viver comigo».
Porto Maurício 22-8-1968
Jesus: «Hoje deixo a minha Palavra ao Coração Imaculado
de Minha Mãe! Entrego-te a minha querida Mãe, dou-te o Seu
Coração. Jesus para todas as almas».
Porto Maurício 22-8-1968
«Sou a Mãe de Jesus: a Imaculada, concebida sem pecado,
para “levar Jesus”. A vós que sereis em breve os “Portadores
do meu Jesus nas Sagradas Espécies” eu, Mãe de Jesus e vossa
Mãe, dirijo-me a suplicar-vos para aderirem à graça sem medi-
da que Ele preparou para a salvação do mundo. Vós, chamados
e prometidos a Deus Pai por Jesus, recolhei-vos em oração con-
fiante e vigilante. Eu, Maria Santíssima, intervim e intervirei
muito mais, para que o Amor do meu Jesus triunfe. Eu, Ma-
ria Auxiliadora, vou guiar a Obra de Amor ao Santo Padre, e
vou dar, a ele e depois aos outros, sinais interiores e exteriores
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25.10 Page 250

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para que “vejam” que Quem opera é Jesus Eucaristia, a sua
Misericórdia. Eu, com o meu Coração de Mãe, vou mostrar a
Verdade. Ao mundo perturbado eu, Mãe, quero dar Aquele que
é Salvação e Paz: Jesus! Tu, minha filha, não temas: eu ouço-
-te, sigo-te, vejo-te. Sei que temes o erro, o engano, mas eu,
a Imaculada, esmago a cabeça do inimigo. Sê forte em Mim,
tua Mãe; aumenta a fé e a confiança nesta Mãe do Céu que
acorre sempre compadecida aos teus gemidos. A Obra de Amor
do meu Jesus pede sacrifício, e o meu Filho pede, a cada um
dos que são chamados, tudo quanto saiba dar. E a quem Jesus
pede em primeiro lugar? Ao padre Gabriello, servidor fiel do
meu Jesus. A ti, humilde criatura, para que escutes a Voz, rece-
be os pensamentos do meu Filho. Tu recebeste muito de Deus,
pelo meu Jesus, pela minha intercessão materna. Ora Ele, Jesus,
desposou-te e acolheu o padre Gabriello, para a sua Obra de
amor. Virão os outros chamados, e à palavra do Santo Padre se
espalhará na terra a semente da nova Misericórdia: os Sacrários
Vivos. Então vão delinear-se os sulcos aqui em baixo, já estabe-
lecidos no Céu. Sereis recebidos sob a autoridade do Papa, para
que Jesus, que é o Caminho, percorra as vias do mundo. Que se
endireitem os caminhos tortuosos, se anulem os becos escuros,
se purifiquem as almas na oração e no arrependimento. O meu
Jesus vem a vós com uma imensa graça, que nunca tinha sido
dada ao homem. Jesus Eucaristia irá sobre vós para procurar e
salvar o que estava perdido. Depois o mundo será purificado
por uma visita de Deus, e eu, também vossa Mãe, estarei con-
vosco e com o meu Filho, Jesus Eucaristia, a receber juntamen-
te convosco, Deus Criador na revelação do seu Amor e da Sua
Justiça. De facto, onde está Jesus, aí estou eu, sua Mãe, a Pura e
Santa, a Imaculada por desígnio de Deus. Jesus, meu Filho, vai
ditar-te a sua Obra. A mim cumpre-me guiar-vos, encorajar-vos
nas provações e conceder-vos mais: quanto falta por motivo das
vossas fraquezas, e sobretudo das tuas, minha filha. Eu, Imacu-
lada concebida sem pecado por desígnio de Deus, abençoo-vos
nesta pequena comunidade que vós formais. Abençoo os Sacer-
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26 Pages 251-260

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26.1 Page 251

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dotes, abençoo, abençoo o padre Gabriello e a sua ação apostó-
lica. Abençoo-vos com o meu Coração de Mãe de Jesus e vossa
Mãe. Agora o meu Espírito de Graça vai unir-te mais ao meu
Jesus, porque eu tenho a missão de preparar o teu pobre coração
para acolher Jesus; só eu posso preparar esta morada para Ele:
um Sacrário íntimo onde o meu Jesus seja amado, ardentemente
amado. Esta missão é fruto do amor do meu Coração de Mãe
voltado para ti e para o padre Gabriello. Abandono, confiança,
Fé, amor: eu estou convosco! Uno-vos ao meu Coração Imacu-
lado e ofereço-vos ao meu Jesus. A vossa querida Mãe: a Ima-
culada, porque Mãe de Jesus, verdadeira Mãe de Deus».
Sv. 26-8-1968
Jesus: «… e Eu irei ter com ele e farei morada nele. Tu
chamas-Me, e Eu, Jesus, venho a ti, derramo em ti a santa graça
da minha divina presença e a tua alma fica iluminada por Mim.
Sim, Eu escuto o clamor das minhas almas como o bom pastor
escuta e distingue o balir das suas ovelhas e corre para elas e
socorre-as segundo as suas necessidades ou segundo o amor
de que sou objeto na sua busca, na sua alegria e na sua morte,
de que Eu sou o Sujeito no sujeito. Jesus, o Sujeito: Vida na
vida da “sua alma”, e a alma, o sujeito que se deixa permear
pelo Sujeito de Vida: Eu. Eu oculto-Me por vários motivos:
provações, provações! De facto, quem me segue nas provações
glorifica-Me, quem persevera na total confiaça em Mim, conso-
la-Me, quem crê em Mim quando a noite desce e fica a brilhar
a única estrela da minha Realidade divina, a Santíssima Euca-
ristia, está em Mim, e Eu estou nele. Se todas as almas fossem
sensíveis aos meus chamamentos! Estou a falar de almas que
Me conhecem, que Me amam… mas não distinguem a minha
Voz: voz da alma, a minha Voz! Sim, minha filha, quero que a
alma perceba o som da minha Voz. Eu, Jesus, disse, lembra-te,
a alma, não o ouvido! Este dom, por enquanto é para ti, e por
teu pobre meio, para todas as almas a fim de que elas conhe-
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26.2 Page 252

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çam o meu Amor na intimidade da sua efusão. Eu, Jesus, falaria
a todas as minhas almas se elas aprendessem a distinguir a
minha linguagem. Muitos não creem, não têm fé, e recusam o
verdadeiro conforto do Amigo. Muitos têm pressa, não sabem
recolher-se em silêncio e humildade. Aqui, no templo de Amor
que Eu, Jesus Eucaristia, vou construindo todos os dias para
a minha sagrada Morada, Eu sou. Nela Eu derramo a Vida, e
sou o seu Bom Pastor. Na humildade Eu falo à alma, e sou
para ela o Divino Mestre. Quem te guia, te corrige, te exorta,
te admoesta, te consola? Aquele a quem tu abriste a alma para
ser o teu Senhor: Eu, Jesus! Diz às minhas almas, diz ao mundo
que Eu procuro “moradas estáveis”, onde Eu não seja somente
o hóspede, mas o Senhor. De facto, tu não Me entregaste total-
mente a tua alma? Então Eu, Jesus, sou o Senhor da tua alma. E
o Senhor fica livre de dar o que lhe parece bem. Eu, Jesus, sou
livre para dar sentido à minha voz. Sim, Vera, chama-a também
“Voz da alma”. Oh, se esta humanidade apressada chegasse a
compreender esta voz, a voz do meu Amor! Se pelo menos as
“minhas” almas aprendessem a procurar-Me com humildade,
dentro de si mesmas, se descobrissem a minha Divina Presença,
real, humana: Eu, Jesus!».
Sv. 27-8-1968
Jesus e os pobres. «Vós os encontrais em toda a parte: na
criança que pede respeito pela sua inocência; no idoso que sabe
ver-Me; é a humanidade humilde que Me segue com coração
fiel. Eu gostaria que as minhas almas aprendessem a “ver” co-
migo, para reconhecerem os meus “pobres”. Com os seus olhos
não podem, porque estas almas, embora Me sejam queridas,
abraçam tudo e todos, mas não sabem encontrar-Me no pobre
que Eu coloquei junto delas. Tendes um véu que obscurece a
visão das minhas realidades espirituais: por causa do orgulho,
da presunção… Pensais abraçar e conter no espírito do vosso
apostolado, das vossas orações, todas as pessoas, e depois não
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26.3 Page 253

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sabeis acolher o mais pequeno que está entre vós: o pobre. Eu
disse antes: pobre é aquele que está privado de dons, de rique-
zas interiores. Ao pobre, a quem a fé e o amor deram as asas do
céu, Eu dou, porque o pobre é humilde, generoso, agradecido a
Deus. Este pobre encontrou o seu tesouro na simplicidade: Eu.
Eu sou para ele a riqueza, eu visto-o de graça, como os lírios do
campo. Para ele procuro o alimento da alma que nutre o seu es-
pírito. Esse alimento está nas minhas Palavras. Ele sabe amar os
outros pobres, e sabe reconhecê-los porque os seus olhos veem
com os meus olhos. Ele respeita a todos, sabe manter-se no seu
lugar de pobre, sem aspirar a outra coisa senão a possuir-Me
cada vez mais. E vós, minhas almas, sabeis distinguir estes po-
bres? Ó almas sacerdotais, parai a corrida. Não sigais os erros
dos tempos! Segui-Me, procurai-Me, vede-Me. Eu, Jesus, estou
nos meus pobres. Jesus a uma pobrezinha».
Varazze 27-8-1968
Jesus: «Quero caridade entre os meus sacerdotes!
Amem-se um ao outro como eleitos do meu Amor para a Glória
do Pai, em igual medida de predileção. Amo o Sacerdote fiel e
fervoroso; também amo o Sacerdote que não sabe ou não quer
ser desse mesmo modo. O sacerdote fiel é motivo de glória, de
reparação, de consolação para o meu Coração Sacerdotal, o que
não é fiel é causa de sofrimento para outros Sacerdotes, não dá
glória a Deus por meu intermédio, mas Eu, Jesus, continuo a
amá-lo, a oferecer-lhe ocasiões para regressar ao meu Coração
ferido. O meu infinito Amor estende-se a cada um dos meus
Sacerdotes com inefável ternura. Sou o Bom Pastor que com
as minhas ovelhinhas fiéis sofro para guardar no meu Redil as
ovelhas que tentam o abandono e a fuga. Não há Redil nesta
humanidade onde esteja a verdade senão na Igreja Católica,
apostólica. Não existe Pastor na minha Igreja senão o meu Vi-
gário: o Papa Paulo VI. Quem ouve e põe em prática a sua pala-
vra, está comigo. Quem não segue a Igreja na palavra do Sumo
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26.4 Page 254

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Pontífice está fora de Mim e por isso está contra Mim. Vós, Sa-
cerdotes que quereis abandonar o meu Caminho em nome de
uma presumível justiça, estai atentos aos vossos passos: quando
tiverdes seguido direções falsas, tereis caído em cisma. Então
a humanidade ficará sujeita aos flagelos e à ruína, porque Deus
só reunirá os “justos” para formar, com o Papa, o Coração Sa-
cerdotal da sua nova Igreja. Vinde a Mim, a Jesus; vinde ao
vosso Pastor, aproximai-vos do meu Amor, e assim chegais às
fontes inefáveis da minha Mensagem evangélica: esse é o Ca-
minho que contém a Verdade e conduz-vos à minha Vida. Os
verdadeiros valores não mudaram e não mudarão, porque são
eternos como eterno sou Eu que, por amor e vontade de meu
Pai, os transmiti a vós. O Sacerdote “novo”, moderno, forme-se
no exemplo do Sacerdote “velho”. Guardai com zelo a verdade
infalível à luz da prática da espiritualidade do Sacerdote de pen-
samento conservador, para que não corra o risco inconsciente
de ser ele mesmo arrastado, por vezes, pelo catolicismo moder-
no. Saiba fazer uma cuidadosa seleção do que é “novo” para in-
tegrá-lo com o “antigo”. O Sacerdote conservador seja guia hu-
milde, paciente, trabalhador do sacerdote jovem. Aceite o que é
bom do renovamento da Igreja. Que todo o vosso pensamento
se traduza em atividade prática de apostolado, tenha dois faróis
de luz que venham de Mim: o Santo Evangelho e a Palavra do
Santo Padre. Tudo que é contra este sentido conduz ao erro. E
amai-vos, amai-vos entre vós, se quereis que Eu esteja convos-
co até ao fim. Jesus aos seus Sacerdotes».
Sv. 1 de setembro de 1968
Jesus: «Nas tuas conversas haja caridade, perdão e com-
preensão para com todos. Quando tu amas quem te feriu, Eu,
Jesus, exulto em ti. Quando esqueces as feridas do passado por
amor de Mim, Eu reavivo em ti a minha santa Graça. Quando
falarem de ti injustamente e tu por amor de Mim souberes calar
para morrer em Mim, Eu viverei em ti e o mundo desaparecerá
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26.5 Page 255

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para ti. A alma que se entrega a Mim, vítima na Vítima, é como
um soldado na luta. Em cada dia ele deve conquistar terreno
ao mesmo tempo que deve defender-se dos assaltos do inimi-
go. Enquanto avança, deve deixar em cada dia parte de si, do
homem velho que ainda sobrevive nele, e quando Eu nele e ele
em Mim formos uma só Alma, ele terá feito com que Eu reviva
na sua humanidade. Nesta subida tu não estás só, ninguém está
só, porque Eu dou-Me a vós. Lede, lede nos corações humanos
o amor: o amor contido, oculto, inconsciente. Lede, lede nos
corações humanos aquele canto de amor pelo qual Eu o criei.
Cada ser humano é a manifestação mais concreta da minha
Omnipotência, a revelação mais sublime do meu amor de Pai,
tendo-lhe dado a minha imagem. O Filho é como o Pai, mas
vós deformastes o Meu semblante com o pecado… Escreve,
escreve ainda, não pares: sou Jesus. Quero que tu ames os que
não te amam. Quero que rezes por eles. Tu reconhecerás estas
almas pelo modo como elas se apresentam a ti: com ingratidão,
injustiça, abandono… Eu, Jesus, dou-te estas almas: abre o teu
coração e recebe-as. Cada alma que abraçares no sofrimento e
no amor, receberá de Mim o que lhe falta: o meu Amor. É esta a
primeira indicação que Eu te dou, minha pequena alma. Tu sa-
bes que não estás só, porque Eu, Jesus, volto a dizer-te, nunca
te abandonei e nunca te abandonarei. Eu vou preparando na tua
alma a minha Morada estável, para que o meu Pai seja glorifi-
cado em Mim com o Espírito Santo na tua alma. Quero almas,
quero as minhas almas mobilizadas como um exército contra
o inimigo. Vós tendes um estandarte de glória: a minha santa
Cruz; um nome que vos tornará fortes: Jesus; uma esperança
que é certeza, porque é verdade: possuir-Me. Eu sou a Verda-
de, Eu serei a vossa glória. Não desanimeis na luta. Nenhum
de vós está só, porque Eu Me renovo em vós, revivo em vós,
incarno-Me em vós. Fazei-Me vir a vós e deixai-Me o lugar.
Preparai uma lâmpada que esteja acesa no vosso coração: onde
for acesa, Eu irei e levantarei a minha tenda, para que o mun-
do saiba que Eu prefiro os pobres e os humildes, os doentes e
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26.6 Page 256

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perseverantes, os sofredores e os misericordiosos. Para estes,
Eu volto a renovar-Me na sua humanidade, para que eles em
Mim sejam uma só coisa. Agora é tempo de os pobres saberem
que Eu vou a eles, e que entre eles estabeleci a minha divina
Morada. Jesus.
Tu, Vera, escreveste por vontade do meu Pai, por efusão do
Espírito Santo e Eu, Jesus, dei-te o “meu pensamento e a minha
Palavra”. Para ti: tu estás chamada.5 Sê preparada, bondosa,
misericordiosa. Sê pronta. “Juntos” preparamos o “dom” para
oferecer à nossa querida Mãe, Maria Santíssima. Une as mãos
em oração, dá-as a Maria sempre Virgem, para que operem para
o sumo Bem. Jesus que te ama, que vos ama, vos espera…».
5 «Tu estás chamada… Juntos preparamos o “dom” para oferecer à nossa que-
rida Mãe, Maria Santíssima»: trata-se da nova sede escolar, no Deserto de Varazze,
que foi atribuída a Vera no ano escolar 1968-1969, último ano da sua vida na terra.
Na Carta de 5 de setembro ao padre Gabriello, Vera escreve: «Na primeira mensa-
gem Jesus fala-me de “chamamento”, e eu não compreendi até ontem. Vi o Deserto,
o nome da minha sede de trabalho, os muitos incómodos e o trabalho que me espera.
Estava deprimida pela minha débil saúde. No regresso, na minha desolação, ouvi:
“É por Mim, pela minha Obra”». Poucos dias depois, pela festa da Natividade da
Virgem Maria, 8 de setembro, Vera oferecerá à Virgem Maria no Deserto, a sua
nova sede escolar, em espírito de reparação como Jesus lhe tinha ensinado: «Ofe-
rece-Lhe o “Deserto”, para a consular do deserto das almas e Ela pensará na minha
Obra de Amor». Além disso, em espírito de reparação, Jesus ensina a Vera a oração
que acompanha a oferta: «Enquanto ofereces comigo o “Deserto» à minha querida
Mãe, ela vai-te ajudar nesta tarefa, com esta intenção. Fala todos os dias à minha
santa Mãe: “é poor ti, para reparar com Jesus o “deserto” das tuas almas, para que
voltem a ti. Este trabalho, estas crianças são para Ti, e tu Mãe de Amor, pensa no
Papa, nos Sacerdotes, faz que se tornem meninos” porque na Casa do meu Pai há
lugar só para os simples”, como os alunos que Eu Jesus, te confiei» (Mensagem de
5.10.1968).
256

26.7 Page 257

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CADERNO VIII
JESUS
Início da segunda parte
da Obra de Amor de Jesus
3-5 de setembro de 1968
257

26.8 Page 258

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Sv. 5 de setembro de 1968
Jesus: «Quero uma Casa toda para Mim, para a minha Obra
de Amor. Ela deve surgir em Roma como farol de luz que ir-
radie para todo o mundo. A minha Casa deverá acolher os que
são chamados tendo em vista a sua preparação para se tornarem
os “Portadores de Mim, de Jesus Eucaristia”. Esta Casa, a “mi-
nha”, será lugar para acolher os Sacrários Vivos, para fazerem
turnos de exercícios espirituais a realizar ao longo de todo o
ano. Aqui serão instruídas as almas chamadas a irem para terras
de missão. Aqui se reforçará e se aperfeiçoará a espiritualidade
do Sacrário Vivo à luz do santo Evangelho. Os “meus ditados”
deverão ser integrados com a minha Mensagem evangélica e
formar-se, na sua unidade, objeto de meditação e norma de vida
atual para todas as almas. Cada um Me encontrará e procura-
rá encontrar-Me nas Mensagens de Amor dirigidas aos pobres.
Para cada alma Eu, Jesus, abri a ferida do meu Coração para
que a alma descubra, veja o meu caminho íntimo, pessoal, que
conduz a Mim. Eu, Jesus, sou o Caminho na efusão da Palavra
que vos é dada, a vós, consagrados a Mim. Eu estou na Palavra
que vos é dada por meu Pai para as almas que sinceramente Me
procuram e querem seguir-Me no declinar do mundo corrup-
to, na aridez da humanidade sofredora. Escreve: a minha casa
seja lugar de oração, de orações fervorosas e espontâneas; seja
a reunião de almas em colóquio comigo. Aqui vos acolherei,
vos unirei, e o Espírito Santo, Espírito de Deus, vos manterá à
sombra das suas Asas, no calor divino do seu Amor. Esta será
a Casa fundadora da minha Obra. Seguirão outras na Itália e
depois na Europa e em toda a parte, e terão as mesmas finalida-
des: preparar as almas dos que são chamados a assumirem-Me
na alma, no coração, no espírito de imolação, para Me levarem
e Me darem aos irmãos, a todos os irmãos. Sacerdotes prepa-
rados atenderão a esta elevada tarefa. Eles receberão o grande
encargo de Vigários, Bispos, e altos Prelados para que tudo o
que for ligado na Terra seja ligado também no Céu. Então, os
Sacrários Vivos serão enviados às quatro direções estabeleci-
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das por Deus no sinal da minha santa Cruz: norte, sul, este e
oeste. Suscitarei muitas e muitas almas para que as minhas Ca-
sas estejam repletas. Muitos Sacrários Vivos viverão nas suas
famílias, muitos servirão na Casa; muitos irão para as direções
referidas atrás. Quero que a terra fique coberta por Mim, pela
minha Misericórdia. A minha Casa nascerá da Providência de
meu Pai e Eu, Jesus, prometo graças importantes e ajudas para
aqueles que Me pedirem por intercessão materna da Santíssima
Virgem Maria. O que lhe pedirdes, segundo a vontade de Deus
e para sua maior glória, Eu, Jesus, vos concederei por meio de
minha Mãe. Quero que tudo passe pelas mãos da Auxiliadora,
tudo em união com as lágrimas da Senhora das Dores, tudo
purificado naquela que Deus preservou de toda a sombra de pe-
cado: a Imaculada Conceição. Reavive-se a fé em minha Mãe,
alimente-se o amor, a confiança, o abandono naquela que tudo
pode junto do meu Coração. Estabeleça-se a caridade entre os
irmãos sob a imagem da caridade materna de Maria Santíssi-
ma. Reze-se com Ela, trabalhe-se com Ela, confiai-vos a Ela. E
quanto tiverdes feito ao mais pequeno dos vossos irmãos, isso
tereis feito a Ela. Libertem-se os corações de toda a estreite-
za humana, porque o vosso coração poderá amar muito, muito,
quando tiverdes aprendido a viver com Maria Santíssima. Ela
será rica de graças particulares para vós, rica para aqueles que
pensarem fazer surgir a minha Casa, a Casa da minha Obra, da
Obra do Amor de Jesus, Jesus na plenitude do Amor e das luzes
do Espírito Santo para com uma pobrezinha.
Sv. 14-9-1968
Jesus: «O Amor, só e todo o Amor derrama na tua alma a
doçura do meu chamamento. Estou em ti, minha filha, sou Eu,
Jesus, que te visito e te levo a minha força para que tu escre-
vas e não temas. As minhas Mensagens devem ser reveladas,
porque Eu manifesto-Me a ti para as outras almas, para os teus
irmãos. Não temam aqueles que devem conduzir a minha Obra
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26.10 Page 260

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de Amor. Ser-lhes-há dado um sinal pelo qual deverão acre-
ditar. Eu o revelarei a ti e o ditarei para que não venhas a ser
atormentada pela dúvida. Que importância tem para ti a opinião
dos outros? Tu tens a Minha Palavra, a Palavra de Jesus. Eles
precisam de acreditar, de tocar para crerem. Tu, abandona-te
a Mim e coloca tudo nas Minhas mãos: tem plena confiança
em Mim. Eu preciso dessa tua confiança para continuar a falar
contigo. A ti e à Madalena dou a mensagem da minha visita,
da minha vinda, do meu regresso até vós. Informa as minhas
almas do novo “Dom” que vos entrego; diz bem alto a todos
que Eu, Jesus, procuro as moradas das minhas criaturas, que
Eu, Jesus, quero viver a sua vida e nunca mais ser excluído nem
esquecido. Oh! que a “minha voz” ressoe em breve na humani-
dade! Abri o coração a Mim, Jesus. Eu amo-vos, Eu vos darei a
paz, a minha paz. Eu Me renovo, imolo-Me nas minhas almas,
porque Eu, Jesus, sou Salvador. Leva-Me contigo. Jesus, feito
Homem, desce à pobre alma e manifesta-lhe o seu amor de Pai,
de Irmão, de Amigo, de Esposo. A alma está com Jesus, e vive
n’Ele. A criatura esquece-o, porque ela é mísera e débil, por-
que é defeituosa. Eu, Jesus, venho para Ela, como a mãe para
o bebé, e digo-lhe: “leva-Me também sobre ti”. Eu serei luz
nas tuas dúvidas, Eu serei força nas tuas fraquezas, Eu, força na
tua fraqueza; chamamento ao “nosso” pacto de amor. Faço isto
pelo que é débil. “Dá-Me aos outros, dá-Me a todas as almas”:
Isto lhe direi depois “e usa com os irmãos a amabilidade que
Eu, Jesus, tratei e trato contigo”. Vera, leva-Me contigo! Minha
pequena alma, Eu dou-me a ti, porque tu, sem Mim, nada podes
fazer. Eu em ti e contigo, para que Eu, Jesus, vença e triunfe em
ti. Jesus, no seu ardente amor. Sim, terás a permissão do Papa
Paulo VI, para Me levares. Eu, Jesus, concederei esta antecipa-
ção a ti e ao padre Gabriello, porque onde chegar a minha Voz,
aí deve estar a minha Morada, a minha tenda».
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Turim 18-9-1968 às 12h20
Jesus: «O meu Nome é Jesus, Filho do Altíssimo e de Ma-
ria Santíssima sempre Virgem. Eu, Jesus, levo-te no meu divino
Coração, para que o teu seja nutrido e alimentado pelo meu
sumo bem: o Amor! Não foste tu que Me escolheste, mas Eu
que olhei para ti e o meu olhar de amor chegou a ti e feriu-te.
A ferida do meu amor é a ferida que procura a minha Glória. É
ferida incruenta, mas é ferida, e tu a levas. Eu, Jesus, entreguei-
-ta. Agora os “nossos” corações comunicam melhor, porque tu
vives de Mim, dos meus desejos de amor, de salvação, de per-
dão, de paz. Espero por ti, volta!
Agora estás na minha paz, porque Eu, Jesus, te liberto das
perturbações. A minha querida Mãe está contigo e nós não
abandonamos a si mesmas as nossas almas, os nossos filhos.
São mesmo os pobrezinhos que mais precisam das riquezas e
do perdão. É mesmo pelas almas pequenas e débeis, como a tua,
que Eu volto a humilhar-Me e “esqueço-Me” de que sou Deus.
Vive em Mim, em Jesus, o Irmão para os irmãos, o Amigo, o
Esposo, o Pai. No sacramento da Penitência batizei-te com o
meu Sangue divino e dei-te uma nova Luz: luz de graça que
cresce, de graça que fortifica. Agora desposei-te para a minha
Obra de Amor, e como sinal desta união de Graça, recebe a mi-
nha Cruz. Tu a chamarás Cruz de Amor de Jesus. Ela parte de
Turim pelas mãos de minha Mãe dulcíssima. Ao longo desta via
dolorosa e jubilosa está e estará Ela: Maria Auxiliadora, socor-
rendo, ajudando confortando; a Imaculada pela pureza com que
desejo que seja levada a minha Cruz de Amor. Vós encontrareis
ao longo da “via” a minha Mãe, e ela também vos dará con-
forto, alegria. Vós encontrareis muitas vezes o seu Coração de
Mãe. Quanto digo a ti é igualmente para o padre Gabriello, ser-
vidor fiel no qual depositei a minha confiança. Uma outra men-
sagem será dirigida a ele, para que não só a minha graça, mas
também a minha palavra, fortifique o seu espírito sacerdotal.
Eis que estou em vós e sou vosso. Sirvo-Me do meu povo santo
para difundir amor, muito e muito amor. Escolhi os pobres, para
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confundir os poderosos, escolhi os débeis para derramar neles a
minha força, escolhi os frágeis para revelar aos fortes que eles
estão em Mim… (interrompida)».
Turim 18-9-1968 (às 16h00 na Basílica de Maria Auxiliadora)
Jesus: «Escreve em meu Nome: Jesus! A Obra está aqui, nas
mãos dos Superiores. De Turim partirá o meu triunfo. Eu te pro-
meto! Queres escrever em meu santo nome, Jesus? Escreve três
vezes o meu nome santo: Jesus, Jesus, Jesus. Quando eles pedi-
rem o sinal do Céu, Eu, Jesus, lhes darei uma prova tangível da
minha verdade na Obra de Amor».
Savona 19-9-1968
«Jesus para ti, Jesus para as almas, Jesus para o padre Ga-
briello. O Espírito consolador virá confortar a alma na dor do
meu servidor. Eu, Jesus, desço ao íntimo do Coração Sacerdotal
e infundo paz e confiança, fortaleza e humildade, ciência e enten-
dimento. O Espírito Santo será luz, guia, conforto para ele. Ele,
padre Gabriello, é o meu soldado que luta pela minha causa, e
Eu, Jesus, dei-lhe um grande Anjo. Ele aprenderá e experimenta-
rá o amor puro que Eu desejo sempre dele: a humildade de espíri-
to e a doçura com que deve movimentar-se no meu Santo Nome:
Jesus. Tais virtudes são e serão sempre mais reveladas a ele pelo
seu Anjo da Guarda. Deve deixar-se guiar como criança por este
Guia luminoso, para que Eu, Jesus, em Deus Pai, guarde essa
minha alma sacerdotal na pureza do espírito, espírito angélico,
espírito de Deus. Confie na minha Misericórdia. Aceite com fé
e humildade as provações necessárias para que a minha Obra de
Amor veja a luz sobre a terra. Partirá de Turim, da Auxiliadora,
como farol de salvação para a humanidade que vive na aflição1,
1 Cf. Sonho de dom Bosco, chamado o “Sonho das duas colunas”: A Euca-
ristia e a Imaculada Conceição salvam da tempestade das perseguições a Igreja e
a humanidade depois de se terem ancorado entre as duas colunas encimadas, uma
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27.3 Page 263

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difundir-se-á pela terra, pelos céus, pelo mar. Eu, Jesus, Filho do
Omnipotente e da Bem-Aventurada sempre Virgem Maria, vos
prometo. Parte de Turim a minha Cruz de Amor; e porque é Cruz
será Salvação. O Memorial da minha Paixão e Morte é a minha
divina Presença na Santíssima Eucaristia. Não há o Santíssimo
Sacramento do meu Amor sem o meu sacrifício renovado pelo
Sacerdote sobre o altar. Sem oferta não há Sacrifício. Não exis-
tiria a minha Imolação incruenta, se Eu, Jesus, não Me tivesse
dado a Mim mesmo até ao fim, até à morte na Cruz. Por isso, não
haverá triunfo sem a minha Cruz. Não existirão Sacrários Vivos
sem imolação de vítimas, pequenas vítimas em Mim, única Víti-
ma aceite por Deus. Por isso, digo-vos: cada um que é chamado
aceite a Cruz de Amor que Eu, Jesus, lhe entrego, e abrace-a no
seu coração com agradecimento e sinceridade. Ela é um sinal de
predilecção das minhas almas. Minhas almas, vinde a Mim: levai
comigo este sinal de Amor e deixai que esta Cruz de Amor vos
molde, vos purifique e vos prepare para virem a Mim. Depois
do sacrifício, a liberdade de espírito; depois da morte, a ressur-
reição; depois do último suspiro entregue a Deus Pai no meu
próprio suspiro, Eu, Jesus, estarei diante de vós com a minha
doce Mãe, não para vos julgar, mas para vos introduzir na Glória
de meu Pai. Vem, Bendito de meu Pai: tu deste-Me testemunho
de fé e de amor diante dos homens, Eu, Eterno Sacerdote, Jesus,
reconheço-te diante de meu Pai, e já não és servo, mas senhor,
em Mim na Casa dos Céus. Tu foste-Me fiel na missão que te
confiei, agora participarás da minha Glória, e aí verás a festa que
se faz no Céu pelos pecadores que se convertem, pelos pobres
que encontraram Jesus no irmão, pelos afastados que foram vi-
sitados por Mim mediante a Santíssima Eucaristia levada por ti.
Tu, Gabriello, tua alma sacerdotal que me lê, tu és aquele meio,
aquela morada que Eu escolhi, dos céus, para chegar a outras
almas. Queres oferecer-Me uma tenda, a tua tenda? Sou Jesus,
com a Hóstia da Eucaristia e a outra com a Imagem de Nossa Senhora Auxílio dos
Cristãos.
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em Deus Uno e Trino, Filho da Imaculada Conceição. Tal como
para salvar a humanidade Me fiz homem e, como tal, para a vos-
sa Redenção tive necessidade dos homens, do seu testemunho,
para fazer chegar a vós a Mensagem de salvação, o Evangelho,
assim também, enquanto o mundo for mundo, para levar e dar a
última Misericórdia, tenho necessidade do homem, morto para
o mundo, da alma consagrada a Mim, vítima na Vítima. Minha
alma, queres levar o teu Jesus para sempre? Queres que Eu ve-
nha também a ti, e por ti às outras almas? Dá-Me lugar, prepara-
-te, recebe-Me. Aceita com generosidade a minha nova Cruz de
Amor. Sou Jesus, leva-Me contigo! Jesus, na santa Graça, à alma
pequena e pobre. Jesus doa, Jesus dá. Vinde a Mim!».
Santuário de Savona “Mãe da Misericórdia” 22-9-1968
«Sou Maria, a querida Mãe de Jesus, a querida Mãe das
vossas almas, de todas as almas. Estás sob o meu Manto. O pa-
dre Gabriello está envolvido pelo meu Manto. Não temais, não
duvideis. Eu, Maria Santíssima, conduzirei a Obra de Amor do
meu Jesus: onde há defeito, eu levo a perfeição; onde há dúvi-
da, eu levo a certeza; onde há confusão, eu, pela misericórdia
divina, levo ordem. Não se perturbem os vossos corações, con-
fiai em mim, Maria Santíssima sempre Virgem, que sou Mãe,
e desejo glória, amor, honra, triunfo para o meu Filho Jesus,
salvação e redenção para todas as almas. Eu, filha de Deus Om-
nipotente, Imaculada Conceição, Mãe do Unigénito, Jesus, pro-
meto para a maior glória de Deus, o triunfo da Obra de Amor
de Jesus: os Sacrários Vivos aprovados e autorizados pelo Papa
Paulo VI. Para ti, padre Gabriello, filho da santa Cruz do meu
Jesus, a minha chamada à Santa Sé, onde tu, por minha graça,
serás introduzido e recebido, e aí falarás sob minha inspiração.
Eu, Mãe do Bom Conselho, estarei presente convosco. Recebei,
Tu e Vera, a minha Bênção materna com a qual eu, Maria San-
tíssima sempre Virgem, permaneço em oração ao vosso lado. A
minha Misericórdia está convosco! Maria Santíssima».
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Savona 25-9-1968 (de manhã)
Jesus: «O meu santo Nome é Jesus, entreguei-o a ti! Filha,
minha filha da Cruz! Quero almas, almas pequenas, crucifica-
das em Mim e para Mim. Pequenos crucificados, crucificados
por meu amor. Tu estás, no longo caminho do Calvário com a
minha Mãe e a minha Cruz de Amor; tu estás crucificada nela e
em Mim. Quero, por isso, “crucificados” que vão, que avançam
ao longo do caminho. Eu sou o Caminho! O Caminho da Cruz é
para ti, para os primeiros chamados, o caminho da minha Obra
de Amor. Vem para a frente neste caminho de Amor e Eu, Jesus,
estarei cada vez mais em ti, porque sou o Caminho! Quem está
desposado com a minha Obra está crucificado para Mim, para
a minha glória. Gostaria de elevar da terra todos os homens
crucificados caídos, e dar-lhes a santa cruz do Amor. Ao longo
do Caminho da Obra, recolhei os “caídos”, e pela Cruz santa de
Amor que vos dei, pedi, pedi os… “crucificados” caídos. Quan-
do te der mais força para receberes o meu Espírito de Amor,
vou-te manifestar outros desejos de redenção. Vou dar-te força
para Me receberes. Em breve virei a ti. Jesus que ama. Jesus
que não te deixa; Jesus no sofrimento por ti, por muitas almas.
Jesus te abençoa, te absolve, te perdoa. Jesus nos pequenos e
para os pequenos. Agora escreve: viva Jesus!».
Savona 25-9-1968 (às 19h00)
Jesus: «Quero falar a quantos sofrem. O sofredor no mun-
do é aquele que sufoca no seu íntimo o meu Espírito de Amor.
Pode-se encontrá-lo em toda a parte: nos olhos apagados do
desanimado, na atitude irónica do presunçoso e no homem que
quer agir por si mesmo. Sofre o deprimido porque se encontra
só, não Me procura; sofre o crente porque não me vê; sofre e
engana-se quem confia apenas em si mesmo. Há outros sofre-
dores, mas por agora volto o meu pensamento para estas criatu-
ras. Estes são os “crucificados caídos” mais comuns. Para eles
é mais difícil a salvação, porque estão feridos por um grave pe-
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cado: a soberba. A minha Obra de Amor quer chegar a eles por
meio dos “meus crucificados”. No Sacrário vivo quero também
andar “crucificado” para Me aproximar destes pecadores. As-
sim, no silêncio mais místico, o meu Sacrário deve viver na so-
ciedade, porque Eu, Jesus, quero que a minha Divina Presença
esteja entre os homens. Os Sacrários não excedam o “número”,
mas que sejam os “chamados”, e não aqueles que não tenham
recebido o meu convite. Que sejam de espiritualidade profunda,
mesmo que sejam pobres. Quanto ao que falta darei Eu, Jesus.
Eles saibam receber comigo a minha Cruz, e nela sejam cruci-
ficados por Mim e pelos irmãos. Esta Cruz agora está sobre ti,
sobre o padre Gabriello. Leva-a com amor e gratidão, e pede
por este dom de amor pelos crucificados caídos! Não duvides:
escreveste o meu Pensamento.
Agora dito para ti: Jesus! Os “caídos” estão crucificados
por causa do pecado mais grave. Esses são os mais “doentes”,
porque a sua alma está toda numa chaga e não têm médico nem
medicamentos. Quero ir ter com estes sofredores, quero que
eles sintam que Eu sou. Quero que acreditem, que vejam o en-
gano e reconheçam o erro. Mas basta que tenham um ato de
humildade para que Eu me revele a eles como Pai. Assim, serão
aqueles “chamados” que irão onde se governa, onde se discu-
te pelo bem dos Povos, onde se procura acordo e harmonia.
Discute-se, disse Eu, mas infelizmente cresce a desordem no
mundo. Ó homens de pouca fé! que podeis vós sem Mim? Eu,
Jesus, sou a PAZ. A minha paz é para os humildes, para aqueles
que Me seguem até ao fim. Tornai-vos humildes, sede humildes
e misericordiosos, se quereis que o meu Pai seja misericordio-
so convosco. Eu, Jesus, na minha santa Cruz de amor, procu-
ro com a minha infinita misericórdia, através dos Sacrários, os
“caídos”, para lhes dar a Cruz do meu amor: salvação e reden-
ção! Este convite destina-se àqueles, entre os chamados, mais
fortes em Mim. Jesus na santa Graça!»
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27.7 Page 267

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Sv. 26-9-1968
Jesus: «Quero que tu escrevas, que Me obedeças. Aproxi-
ma-te do meu Lado e aí receberás força e graça, e todo o calor
do meu amor. Viste-Me Crucificado. Mostrei os meus Pés cra-
vados na Cruz do sofrimento. O sofrimento não era tão visível
a teus olhos, quanto a GRAÇA, graça de salvação e de perdão
que Eu, Jesus Crucificado, dou a quantos Me invocam e ado-
ram as minhas Chagas. Difunde entre as almas esta adoração.
Agora ninguém recorda, nem medita na profundidade do amor
que Me levou a ficar cravado. O Pé direito cravado na Cruz
mostrou o meu Sangue vermelho; a luz com que era iluminado
o Pé vinha do meu Sangue e por isso era vermelha. O Pé es-
querdo mostrou no lugar do prego uma grande pedra preciosa:
a santa Graça que vós recebeis por esta Chaga santíssima, o
conforto do perdão quando com espírito humilde vos recolheis
aos meus Pés. É tal a luz da Graça que cobre a luz difundida
pelo meu Sangue: aquele Sangue que Eu te fiz ver no outro
Pé. A santa Graça é como uma pedra preciosa que ilumina e
emana reflexos resplandecentes em todas as direções. Luz viva,
luz que vem do Céu e leva às vossas almas os reflexos azuis e
nítidos do firmamento. Eu, Jesus, apaixonado, não quero correr
atrás da humanidade, recordando o meu amor sofrido, mas sim
dar a graça que por ele, Eu, Jesus, quero levar a todos. A alma
que Me segue receba o meu ensinamento. Todo o sofrimento
permanece oculto se a Graça vive e cresce nele. O sofrimento
é passageiro, mas a graça permanece. O sofrimento é fonte de
Vida em Mim, e gera a santa Graça. Vinde aos meus pés com
humildade. Eu vos darei quanto a vossa alma precisa. Beijai es-
ses Pés santos, crucificados por amor, e permanecei neles. Farei
surgir das santas Chagas dos meus Pés a contrição, o perdão, o
amor. Pelas santas Chagas dos meus Pés, Eu, Jesus Crucificado,
dar-te-ei, e a todas as minhas almas, a graça de se tornarem os
verdadeiros Filhos da minha Paixão e da minha Cruz de Amor.
Agora revelaste o meu Pensamento, desde que a tua alma o
viu e o sofreu em Mim. Estas últimas palavras são ditadas por
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Mim: Jesus. Eu te abençoo, permaneço na tua alma com a mi-
nha Divina Presença. Agora copia, manifestar-Me-ei ainda a ti.
Espera o teu Jesus».
Deserto de Varazze 2-10-1968
Jesus: «No meu santo Nome escreve por obediência e por
amor. Oferece-Me os teus sacrifícios, os teus sofrimentos: Eu
vejo-os e são queridos ao meu Coração. O meu Coração é o do
Esposo que espera os abraços de amor da esposa. Quando Me
procuras com humildade e sofrimento Eu, da Cruz onde estou
pregado, recebo consolação. Tens sofrido abandono, o mesmo
que Eu recebo das minhas almas. Isto aconteceu para reparar o
meu Coração desolado. Quando fores mais forte, o abandono
será mais profundo ou mais prolongado até que as minhas al-
mas voltem para Mim. Não há vida sem Mim, e tu estás como
morta quando Eu, Jesus, abandono sensivelmente a tua alma.
Só esta certeza será para ti conforto: Eu permaneço sempre em
ti com a santa Graça. Tu, sem a minha Divina Presença, estarás
em agonia. Esta é a agonia que o meu Amor quer dar-te aqui.
Tu, espera com confiança e humildade o meu regresso. Sempre
sem desconfiança! Tenho muitas revelações a fazer-te acerca
da minha Obra de Amor. Desejo que elas sejam precedidas por
este sofrimento. O teu corpo, frágil e também pobre será apoia-
do pela minha Graça. As tuas tribulações quotidianas, alivia-
das pelo amor materno de minha Mãe. As tuas canseiras, agora
sobrecarregadas, levam o sinal da minha santa Cruz e por ela
são abençoadas. Não temas. Eu, Jesus, vou ajudar-te a fazer a
minha vontade para glorificarmos juntos o meu Pai. Não vais
falhar, nem a tua vida se completará antes de teres cumprido a
tua tarefa comigo, Jesus, com a minha Mãe Maria Santíssima
sempre Virgem. Tu estás na terra por este motivo, e na escola
para sacrificares a tua vida a Mim na Vítima inocente. Agora
confia sempre cada vez mais. Eu vejo-te, vi-te antes na igreja,
e as tuas orações consolaram-Me no abandono em que tinha
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27.9 Page 269

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ficado o meu Coração. Agora vai, procura as crianças em meu
nome, Jesus. Eu te abençoo do santo Sacrário. Jesus que “vê” ».
Deserto de Varazze 5-10-1968
Jesus: «Minha filha bendita, escreve com humildade e sim-
plicidade. Escreve para Mim, para a minha grande Glória. Vem
para a minha Cuz, recolhe-te aos pés dela e, imersa nas minhas
Chagas Santíssimas, escuta-Me. Quero levar a tua alma até à
ferida do meu divino Coração através do sofrimento e da graça
que Eu te vou dando pelas Chagas santíssimas que sofri por
teu amor. Agora vai aos meus Pés, deves trazer-me as minhas
almas. São os Sacerdotes que Me abandonaram. Falta-lhes a
humildade. Falta-lhes o conhecimento do Divino Amor, isto é,
de Mim. A pureza do espírito dá conhecimento de Mim, mas
eles não veem, minha filha, o engano e o erro são exatamente
por esse motivo. Os meus sacerdotes, que se separaram, reabri-
ram todas as minhas Chagas e Eu, Jesus, procuro e desejo almas
pequenas, humildes, generosas, que se ofereçam em Mim, para
o regresso ao meu amor sacerdotal destas minhas almas que
Me são muito queridas e esperadas ardentemente. Às minhas
pequenas vítimas dar-me-ei por completo e virei morar nos seus
corações, porque nos humildes e perseverantes, nos “queridos
pobres”, Eu, Jesus, encontro a minha consolação. Este é o tem-
po dos infelizes que na minha Graça vivem para Mim. Já não
é o tempo das almas heróicas e fortes. É o tempo dos infelizes
que na minha Graça vivem por Mim. É o tempo dos “pobrezi-
nhos”, isto é, das espigas nascidas e germinadas das sementes
de cevada. Estes deram e dão o que podem e Eu, Jesus, aceito
tudo mesmo o que é infeliz e pobre. Ao que falta, Eu acrescento,
Eu, Jesus, dou! Por isso vos digo: vinde a Mim, almas pobres
e pequenas, pois Eu, Jesus, sou rico e generoso para com todas
as minhas criaturas. Quero que tu rezes pelo Santo Padre com
ofertas particulares. Sim, o Espírito Santo, com a intercessão
de minha Mãe, Maria sempre Virgem, deu-te um conhecimento
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27.10 Page 270

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novo quando a tua alma viu. Agora conta tu: “Vi com a alma
(como disse Jesus), o Santo Padre com os paramentos sagrados,
brancos, como se estivesse para celebrar ou já tivesse celebrado
a Santa Missa. Ele estava à frente dos bancos onde estavam sen-
tadas as crianças e, atrás dele, a estátua da Santíssima Virgem
parecia dominar o quadro. O Papa sorria para as crianças e fala-
va-lhes com afeto comovedor. Eu não compreendia as palavras,
mas intuía pela expressão do Papa, que continuava a elevar os
braços, como se quisesse acariciar todos os meus alunos.”».
Jesus. «Os Sacerdotes devem ser como as crianças que se
deixam guiar pelo seu pai. Eles devem, dessa forma, confor-
mar-se com a Vontade de Deus, agarrando-se com amável obe-
diência à voz do meu Vigário: o Papa. Desejo ver nos meus
Sacerdotes a humildade, a obediência, a pureza como selo do
seu Sacramento; o amor como comunhão perene entre Mim e
o Sacerdote e, por meio dele, entre as outras almas; a procu-
ra da minha Doutrina de Amor à luz do Espírito Santo. Dei-
-vos um guia, dei-vos uma voz que vem de Mim, que sou é Eu,
que é Deus Pai, é Deus Filho, é Deus Espírito Santo, na Pessoa
que Me representa: o Sumo Pontífice, Paulo VI. Os sacerdotes
voltem ao Papa, e como crianças confiantes deixem-se guiar e,
através do Papa, e só por ele, receberão a minha palavra de
. O Papa sofre pelas profundas feridas da minha santa Igreja.
Tu tens contigo crianças. Chama-as no teu coração “as crianças
do Papa”, e depois oferece, assistida pela minha Graça, tudo
quanto fazes: trabalho, trabalho e oração. Tudo no amor, num
amor de maternidade espiritual, que deve encontrar as raízes e
o alimento na mais pura maternidade que existe e existirá: a da
Minha Mãe, a Imaculada Conceição. Quando “ofereces” comi-
go o Deserto à minha querida Mãe, Ela te ajudará nesta tarefa
com esta intenção. Fala com minha Mãe todos os dias assim:
“É por ti, para reparar com Jesus o deserto das tuas almas,
para que voltem a Ti. Este trabalho, estas crianças são para Ti;
e Tu, Mãe de Amor, pensa no Papa, nos Sacerdotes… Faz que
voltem, como “crianças”, para a Glória do teu Jesus; faz que se
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28 Pages 271-280

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28.1 Page 271

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tornem “crianças”, porque na Casa de meu Pai – disse Jesus –
há lugar só para os pequenos, como os alunos que Eu, Jesus, te
confiei.
Agora abençoo-te e prometo-te uma nova visita na reve-
lação do Espírito Santo. Por agora quero serenidade em ti, no
padre Gabriello e, portanto, não falo da minha Obra de Amor.
Sofrei em Mim e ficai alegres. Uno-vos em Mim, às minhas
Chagas, renovadas na minha santa Igreja. Esta oração, ofer-
ta, consagração, consumação deve viver em Mim e preparar o
acesso à minha Obra de Amor junto do Santo Padre. O padre
Gabriello trabalhe nos novos encargos trabalhosos que lhe vêm
da minha santa Cruz de Amor. Em breve indicarei um caminho
particular a seguir. Reze, reze e leve outros a rezar para que
o meu Coração aumente a minha divina Misericórdia. Eu es-
tou com ele. Abençoo-vos com a minha mão paterna. Jesus que
nunca vos deixa!».
Deserto 9-10-1968
«Viva Jesus, viva Jesus, viva Jesus! Fala o meu Coração!
Para a glória de Deus, para a glória de meu Pai, para ti, para
os outros, escreve estas Palavras: sou Jesus, Jesus na sua nova
Cruz de Amor; Jesus para os seus “chamados”, para os seus
“Sacrários Vivos”. Sou Jesus, e vou às minhas almas, àquelas
que Me esperam. O meu Coração de Pai, de Amigo, de Irmão,
de Esposo, bate à porta dos vossos corações humanos, emana
uma nova Luz que leva um Fogo purificador, e transborda num
rio de Graça. Nasce do meu divino Coração e flui nos vossos
corações, irriga a vossa carne com o meu Sangue para serdes
atraídos ao meu amor divino. Vou aos “meus corações” e dou, a
cada um, o meu próprio pulsar para que não termine o dia sem
que o vosso coração, que se tornou meu, tenha pulsado em unís-
sono com o Meu, nem que seja por um só instante. Numa destas
pulsações em que já não há dois corações, mas um só Coração,
o meu, Eu, Jesus, direi, e já digo às minhas almas: “Leva-Me
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28.2 Page 272

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contigo!” Estes corações já Me esperam, mas não sabem ainda
como poderão levar-Me. No entanto, esperam-Me. Os escritos!
Sim, faça-se depressa, muito depressa! Eu, Jesus, desejo arden-
temente o “Sacrário Vivo” e encontrar aqui a minha Tenda, a
minha nova Morada. Escreve, escreve ao Papa para que se faça
depressa, que se interesse, que leia o meu amor. Levai-lhe as
minhas Palavras, Palavras de Jesus Eucaristia. Ele ver-Me-á
porque Eu, Jesus estou nele, e o Papa “vê-Me”. Enviai as mi-
nhas Palavras, depois… chegarão a ele os pareceres dos teólo-
gos. Por enquanto, seja o meu Amor manifestado ao Papa. Seja
ele o meu “primeiro portador”, e vos receba em meu santo
Nome: Jesus. Em Turim, em Génova, faça-se depressa e não
se atrasem. Invoque-se o Espírito Santo, porque Eu, Jesus, sou
misericordioso para os que Me invocam na Pessoa do Espírito
Santo. A Paz virá da devoção, do amor que toda a Igreja nutri-
rá para com o Espírito Santo. Este, em forma de pomba pura
e branca, leva sobre o peito uma Cruz. É uma Cruz de ouro
porque é a Cruz da Salvação, mas sob a plumagem dourada
está o meu Sangue. Em breve descerá sobre os homens, sobre
aqueles que invocarem o meu Sangue divino para purificação
da humanidade. E Eu farei jorrar ainda rios de sangue sobre as
almas, para que se redimam e no meu Sangue precioso tenham
a minha Paz. Eis de novo o Espírito Santo que vem a vós no
meu Sangue para trazer-vos a Paz. Da minha Paz no vosso cora-
ção, o homem encontrará a paz no mundo. Eis, Eu vos revelei a
fonte à qual deveis chegar, para que a humanidade volte a Deus.
Os Sacrários Vivos levar-Me-ão e serão iluminados e guiados
pelo Espírito Santo, para que cada portador de Jesus atue e fale
sob a orientação deste Espírito consolador. Desejo que os meus
portadores sejam guias, luz, conforto para as outras almas. Com
frequência, para que permaneçam na humildade, não se darão
conta dos “dons” que Eu, Jesus, lhes darei, porque Quem atua-
rá neles será sempre a minha Graça, isto é, Eu, Jesus! Agora,
apressai-vos. Depois revelarei outros meus desejos. Jesus para
ti, para o padre Gabriello. Jesus para os que são chamados, isto
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28.3 Page 273

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é, para os Superiores de Sampierdarena e de Turim. Repito con-
tigo, para a Glória de meu Pai: “Viva, Viva, Viva Jesus!”».
Deserto 14-10-1968 (na igreja)
«Sou a Bem-Aventurada sempre Virgem Maria, a Mãe de
Jesus. Escreve o seu santo nome: Jesus! Eu, Maria Santíssima,
honra do meu Carmelo, abençoo-te, abençoo-vos. não há cora-
ção que me procure, a quem eu deixe de escutar, de socorrer.
Tu chamas-me, invocas-me. Voltarei a ti serenamente, e por ti,
às minhas almas. A Mãe do Divino Amor, Maria Santíssima
Imaculada».
Mais tarde, no quarto. «É minha Mãe, a Santa Virgem Ma-
ria que te fala. Eu sou Jesus, que te diz, em Corpo, Sangue,
Alma e Divindade: Jesus Eucaristia. “Sou Maria Santíssima, a
Imaculada Conceição. Estou junto de ti. Desço à tua alma pe-
quena, visito-a e conforto-a e dou-lhe força, luz, paz. Dou-te o
meu Jesus. Sou eu, Maria Santíssima que o dou a ti, às minhas
almas. Eu preparo-vos para o receberdes nas Sagradas Espé-
cies. Eu recebo-o, comunico-o. Eu, Mãe do Belo Amor, vou
preparando em ti, nas minhas almas, os Sacrários Vivos consa-
grados a Deus, porque vão hospedar o mais Santo dos Santos:
o meu Jesus. Ó minha filha, eu vos darei Jesus, vos darei Jesus,
mas vós lutai, rezai, sofrei, amai e procurai o meu Coração de
Mãe para que eu seja a Mãe da Obra de Amor de Jesus. Eu,
por vontade de Deus, dei-o aos homens. Por misericórdia do
Meu Jesus e glória do Deus Omnipotente o darei às almas e
farei com a minha graça Templos sagrados que “verão” Jesus
renovar-se nos pobres, nos humildes. Eles amarão e levarão o
meu Jesus para que Ele, antes que o mundo chegue ao fim, te-
nha passado por todos os caminhos do mundo e tenha visitado
toda a humanidade. Não temas, minha filha, é vontade de Deus.
Agora não se deve atrasar a hora da misericórdia, e isto é muito
importante ainda que não te seja permitido saber o porquê. Por
isso desejo que em nome da santa obediência, o padre Gabriello
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28.4 Page 274

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prepare a Obra de Amor para os Superiores de Sampierdarena,
e estes não ponham ulteriores atrasos ao lerem com humildade
e gratidão a Palavra do meu Jesus tornada pobre para os pobres.
Enviem-se ao Santo Padre as Mensagens dos Sacrários Vivos.
Portanto, toda a Obra de Amor. Antes do próximo Santo Natal,
o Papa Paulo VI deve ficar ao corrente da Obra de Jesus. De-
pois, estudar-se-ão as ‘Mensagens’ à luz do Amor do Espírito
Santo. Esta é a Salvação que parte de Mim: Maria Auxiliadora.
Do Fundador, São João Bosco, vós recebereis o impulso que
Ele pede aos Salesianos para o triunfo do meu Jesus. São João
Bosco voltará a reviver no espírito dos Sacerdotes quando todo
o Sacerdote salesiano tiver abraçado e desposado a santa Obra
de Amor. Eu, Maria Auxiliadora, serei para vós agora e sem-
pre, Mãe, Guia, Mestra, Dispensadora de Graça. Abençoo-vos
e exorto-vos: andai depressa, por amor e glória do meu Jesus,
andai depressa para a salvação das almas. O tempo está a esgo-
tar-se e o meu Jesus procura as suas novas moradas. Eu pre-
paro-vos e com Jesus vos abençoo. Maria Santíssima, sempre
Virgem, Mãe de Jesus, vossa Mãe”.
Jesus a Vera no Coração, no amor da sua terníssima Mãe».
Com o meu Anjo da Guarda e com os Anjos da Guarda do
padre Gabriello e dos teus “chamados”, agradeço-te, meu Jesus,
no Coração da Santíssima Virgem e com ela me uno aos nove
coros dos Anjos e aos santos para repetir em conjunto, Céu e
terra: “Santo, Santo, Santo é o Senhor, Deus do Universo!».
14 de Outubro de 1968 Deserto
Jesus: «e Eu virei a ele e nele farei morada”. «Vem, mi-
nha filha, a hora está próxima: a hora do amor, da Crucifixão,
da Consumação. Eu virei também a ti. Prepara-te para levar o
amor: Eu, Jesus! Crê! Crê! Crê! Espera-Me com confiança e
humildade: Jesus Redentor».
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CADERNO IX
JESUS
Revela-Se aos “pequenos” e aos “pobres”
(Assim disse Jesus!)
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28.6 Page 276

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Deserto 15-10-1968
«Escreve três vezes o meu santo Nome, Jesus: para glória
de Deus Pai, Jesus para Glória de Deus Filho, Jesus para Gló-
ria de Deus Espírito Santo.
Amor a Deus Pai, Amor a Deus Filho, Amor ao Espírito
Santo revelador do Amor, de Mim, Jesus. Em breve voltarei a ti
pelos meus Sacerdotes. Espera-Me em humildade, prepara-te.
Sou Jesus na Santa Paixão. Ofereço-te a minha Cruz de Amor,
abraça-a comigo. Jesus para ti, para os seus “chamados”. Escre-
ve, não temas, Eu sou Jesus e a minha Palavra é Graça!».
Deserto 17-10-1968
Jesus: «Sou Jesus! Com uma mão ofereço as minhas gra-
ças, com a outra dou a minha Cruz de amor: o sofrimento. O
sofrimento vivido e levado por Mim. Os meus braços, esten-
didos na Cruz que antes Eu, Jesus, abracei e levei por vosso
amor, abrem-se agora às minhas pequenas vítimas neste abraço
de união. Toma, recebe pela santa Chaga da minha Mão direita
a grande graça que te concedo: misericórdia, perdão para as
vossas fraquezas. Eu, Jesus Crucificado, inclino-Me para reco-
lher as minhas almas, e com o meu Sangue as purifico, as elevo,
as conduzo a Mim. Quando elas estão no meu Amor, isto é, em
Mim, abro as riquezas da santa Chaga da minha Mão esquer-
da. Ofereço a minha Cruz por amor. Tu, aceita tudo por amor
a Mim. Assim, os meus braços abertos sobre a Cruz, abraçam
as almas “pequenas”. E neste divino abraço, Eu convido as mi-
nhas pequenas vítimas para a Mesa eucarística do seu Esposo
Jesus. Uma hóstia grande: Eu, Jesus; muitas hóstias pequenas:
as minhas almas pequenas. Vós assim estais em Mim e Eu, Je-
sus, estou em vós; vós já vos conheceis em Mim, porque sois
um só comigo: Jesus. Para esta Mesa Eu convido muitas, mui-
tas almas, e espero-as com paciência e bondade. Espero por
Rosa, espero por outras almas. Tu vais conhecê-las em Mim.
A este convite responde-se só por amor, pois é um convite es-
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28.7 Page 277

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pecial do meu Coração de Esposo. Sim, escolho os pobres e os
perseverantes, os que amam com humildade e em verdade. Eu,
Jesus, sou antes e sobretudo o “Pai dos Pobres”, e volto sempre
para eles, e cuido particularmente para que na Casa do meu
Pai não fique nenhum lugar vazio, e tanto o pobre como o rico
são bons para glorificar a Deus e amá-lo eternamente. Agora tu
escreveste o meu pensamento de amor: o pensamento de Jesus.
Eu, Jesus, ilumino a tua pobre alma para a Glória de meu Pai e
o bem das almas. Disse-te: “se acreditares, verás a minha Gló-
ria”. O dia não está longe, mas enquanto esperamos desejo que
tenhas paciência, perseverança, humildade, amor. Eu vou-te so-
correr: Jesus! Escreve em meu santo Nome: Jesus. Guarda no
teu coração quanto te disse antes na igreja. Agora repousa em
Mim: Jesus. E para terminar escreve: “O céu e a terra passa-
rão, mas as minhas palavras jamais passarão”. Escreve, escreve
ainda, minha filha: “Viva o santo Nome de Jesus”. “Viva Jesus
em ti, viva nas suas almas, nos seus “chamados”. Viva Jesus na
humanidade!” Jesus».
Deserto 17-10-1968
Jesus: «Escreve ao padre Borra: desejo que ele reze, que ele
se ofereça e ofereça o seu sofrimento pelo triunfo da minha santa
Obra de Amor. Então, Eu, Jesus, Me revelarei a ele, Me comuni-
carei com ele e farei morada nele. Desejo que ele abrace a minha
santa Cruz de Amor para que em breve seja desposado com a
minha Causa por meio do santo sofrimento. Este sofrimento que
ele suporta com tormento tornar-se-á alegre quando a sua alma
sacerdotal viver pelo meu triunfo. Ele está em Caserta por minha
vontade.1 A minha santa Mãe vai guiá-lo pelo caminho que con-
duz a desposar-Me na Obra de Amor. Então, Eu serei pródigo de
graças particulares para ele. Jesus ao seu querido sacerdote».
1 Mensagem inédita «Ele está em Caserta por minha vontade». O padre Borra
em Caserta será o diretor espiritual da estigmatizada Teresa Musco.
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28.8 Page 278

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Savona 20-10-1968
«Minha Filha, escreve, escreve e não temas: sou Jesus na
santa Graça!
Jesus, ao seu primeiro Portador, o Sumo Pontífice Paulo VI.
Mensagem de amor ao meu querido Vigário na terra: Paulo!2
Se os Sacrários Vivos devem ser em breve a expressão do
meu terno e profundo amor de Pai, de Irmão, de Amigo, de Es-
poso, tu, Paulo, és e serás sempre cada vez mais o meu Coração
ferido pelo amor e pela dor. O pulsar do teu coração é o meu,
e já não são dois corações, mas apenas o meu Coração em ti,
ferido pelo amor e pela ofensa, apenas o meu Coração, que so-
fre, geme e ama no teu. O pulsar do amor eucarístico, pelo qual
anuncio a minha morte pelos homens está no teu coração de
Pastor de almas. Com este pulsar de amor Tu, Paulo, dar-Me-
-ás às minhas almas consagradas para que Eu, Jesus Eucaristia,
faça viver e aumentar a Graça. Tu dar-Me-ás, assim como Eu
Me dei aos meus Apóstolos na Última Ceia, para que as minhas
almas se tornem as minhas novas Moradas, os meus novos
Templos pelos quais Eu, Jesus, poderei visitar toda a humani-
dade. Eu, Jesus, quero amor, procuro amor, dou sempre amor
aos meus pobres. Dá-Me ao mundo assim como Eu, Jesus, te
disse, para que os pequenos, os meus pobres, alimentados e
enriquecidos por Mim, se dispersem pela terra como estrelas
do firmamento deixadas cair da abóbada do céu pela vontade e
misericórdia de meu Pai. Eis que Eu, Jesus, vivo em ti, Paulo,
e em ti, minha alma, guio o meu rebanho, a minha Igreja. Em
ti reúno as minhas almas e formo uma liga, liga de almas e
preparo-a como exército que partirá da Santa Sé, do Vaticano,
abençoado por Mim em ti no sinal da Santa Cruz para todas as
direções: Norte, Sul, Este e Oeste. Eu Me revelarei a ti em toda
a santa Obra de Amor que Eu, Jesus, ditei, e o Espírito Santo
2 Em 25 de outubro de 1968 o padre Zucconi envia ao Papa Paulo VI uma
carta contendo as mensagens até àquele momento endereçadas ao Pontífice, com
o pedido da Benção Apostólica para a Obra. Em novembro, o pároco salesiano de
Castel Gandolfo confirma ao padre Zucconi a chegada do envelope para o Papa.
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28.9 Page 279

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descerá a ti. Eu levei na Terra uma nova Cruz de amor para a
dar aos meus “chamados”. Eis que Eu, Jesus, coloco-a agora
nas tuas mãos de Pontífice. Abençoa-a, dá-a às minhas almas
para que elas, abraçando-a com gratidão, respeito e amor, sejam
por esta Cruz de amor e sofrimento transformadas em Mim,
Crucificado que vai, que procura as suas almas por todos os
caminhos do mundo. Tu, em Mim, querido Paulo, abraça a cruz
de toda a humanidade e Eu vivo, sofro, alegro-Me em ti. Tu
conheces a linguagem do meu Amor, tu conheces o amor pelo
pobre, pelo infeliz. Tu sabes que Eu, Jesus, Me sirvo do pobre
para falar e procurar o outro pobre. Eu, Jesus, assim, fiz-me de
novo pobre na palavra para que o humilde, o homem da rua, Me
comprendesse e se familiarizasse com o seu irmão: Jesus.Tu,
Paulo, compreendes esta linguagem de amor porque Eu vivo
na plenitude do meu amor em ti. Tu sabes, tu já sabes tudo e
esperavas… tu, espera. Eis para ti a minha mensagem de amor,
do teu Jesus, de Jesus “feito Palavra”. Que a minha Palavra,
palavra de Deus Uno e Trino, se torne em breve Obra, a Obra
de Amor de Jesus. De facto, sem as obras, seriam vãs as mi-
nhas Palavras. Deponho nas tuas mãos a minha Obra, e desejo
que ela chegue a ti completa quanto antes. Depois, recebe-Me
naquela efusão de amor que quero dar aos meus filhos, para
que com eles Eu possa voltar a percorrer o mundo, visitá-lo e
salvá-lo antes que ele… chegue ao fim. Com esta mensagem de
amor dirigida a ti, como meu Vigário, Eu, Jesus, abri o cami-
nho pelo qual tu procurarás as minhas Mensagens. A Santíssima
Trindade, no dom da Sabedoria do Espírito Santo, será a tua
Mestra, e Eu Jesus, digo-te: pede à minha Mãe, Maria Santíssi-
ma Auxiliadora, o sinal revelador da minha Palavra, e Eu, para
a glória do meu Pai, no amor do Espírito, darei o sinal a ti e a
toda a minha Igreja. Eu, Jesus, Sumo-Sacerdote em ti, Paulo,
para que tu, em Mim, sejas um só comigo, para a glória do meu
Pai e do Reino do meu Amor e da minha Misericórdia aqui na
terra com os homens, meus irmãos. Palavra de Jesus, Caminho,
Verdade, Vida».
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28.10 Page 280

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Deserto 28-10-1968
Jesus: «Escreve o meu santo Nome: Jesus! Ele vai dar-te
conforto! Vera, minha filha, não temas, tens-Me, Jesus está conti-
go. Ninguém poderá fazer-te mal como tu pensas: Eu, Jesus, não
permitirei. Suporta estes sofrimentos por Mim, para minha Gló-
ria, para a minha santa Obra de Amor. Os Sacrários Vivos devem
ver a luz, e tu deves nesta hora de provação, de decisão, sofrer
de forma recolhida o pouco e o muito que Eu Jesus, permito,
porque tu em Mim és parte viva na minha Obra. Neste escuro do
Deserto, em ti e à tua volta, nesta falta de estima, cresce e avança
a minha Luz. Tu és um pobre soldado que combate firme num
lugar sem armas a não ser a minha misericórdia. Outros lutam
sendo fortes comigo, Jesus. Tu sem Mim és pouco, és nada. Mas
em Mim és tudo. Verás a minha Glória quando saíres do deserto
na tua alma e serás feliz por ter sofrido e resistido por amor da
minha Glória, do meu triunfo. Não temas, tu és a minha pobre
ovelhinha e conheces a minha Voz. É a voz do teu Pastor, Jesus.
Agora repousa e deixa acontecer. Eu, Jesus, defendo-te se tu não
procurares justificar-te. Só Eu conheço a verdade, porque só Eu,
Jesus, sou a Verdade. Eu, Jesus, vou guiar-te e inspirar-te no tra-
balho, para que tu o dirijas só e sempre a Mim, ao teu Jesus. Esta
união de almas, de vida, de ações, de pensamentos é um dom do
teu Jesus. Tudo é dom e tudo será dom. Aguarda e espera o maior
dom que eu ainda posso dar-te aqui na terra: Eu mesmo! Então
Eu estarei contigo, em ti, e temerás menos, cada vez menos até
que não temerás mais absolutamente, porque chegarás a com-
preender, a sentir que quem Me possui na alma, quem Me leva
consigo, como Sacrário Vivo, torna-se um verdadeiro soldado
capaz de toda a luta e de toda a imolação pelo seu rei. Eu, Jesus,
sou o teu rei, e tu, a minha pobre esposa de Sangue, meu Sangue,
Sangue do teu Jesus. Jesus falou a Vera, oprimida pelo sacrifício
da escola. Jesus abençoa o teu pobre trabalho, o teu esforço; Je-
sus alivia as tuas fadigas, ajuda-te nas tuas incapacidades. Confia,
minha filha, Eu salvei-te sempre. Confia no teu Jesus: o Amor!»
Obrigada, meu Jesus!
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29 Pages 281-290

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29.1 Page 281

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Deserto 29-10-1968 Viva Jesus
Jesus: «Sim, escreve “Viva Jesus”! Eu estou em ti no amor
do Espírito Santo. Escreve tudo o que te digo, tudo o que ouves.
Vim esta tarde, porque Eu, Jesus, te prometi. Agora tu estás em
Mim, pobre e pequeno ser. Vê como és nada sem Mim! Que te
ensina isto? Que tu existes, tu és alguém, tu vives e trabalhas só
porque Eu, Jesus, quero. Sem Mim ficas no vazio, ficas no teu
nada. Agora que Me conheceste, a minha aparente ausência é
para ti a dor mais ardente porque sem Mim ficas só, perdida. E
Eu quero que tu não te acomodes durante o meu silêncio, mas
que com oração e sofrimento Me procures, e enquanto Eu não
ficar comovido com as tuas lágrimas não repousarás, porque
para ti não há repouso senão em Mim. Sou cioso, oh, se sou
cioso do amor das minhas almas! Até a sua respiração, se acon-
tece fora do meu pensamento, Me fere. É verdade, sou um
Esposo cioso, mas Eu a ti dei todo o meu Sangue. Vê as minhas
Chagas: sofri-as por ti, e agora dou-tas. Vê aquele Crucificado
sem a Cruz: vem a ti para te dar todas as suas Chagas. Toma-as,
Vera, são tuas, e aprende de Mim a dá-las às outras almas. Eu
vou-te ensinar, porque Eu sou mestre e do mesmo modo que
Eu ensino e atuo contigo, tu ensina e age humildemente com as
outras almas. Aprenderás através da experiência mística. Agora
Rosa ficará consolada com as minhas Palavras, porque são tam-
bém para ela, são para o padre Gabriello, são para as almas que
desejam e anelam abraçar a minha santa Cruz de Amor. Levo
em Mim sofrimento, sofrimento de amor, porque não há amor
que cresça senão na dor, e não há dor pura e santa que não seja
livre no amor. No meu Coração eucarístico há lugar para to-
dos. Vem, minha alma, e repousa no meu Coração. O teu Jesus
chama-te, espera por ti. Vem, minha alma, pequena alma. Eu,
Jesus, desde a eternidade olhei para ti, amei-te, esperei por ti.
Queres ainda fazer-Me esperar? Diz-Me que esperas por Mim,
diz-Me que queres viver só para Mim, diz-Me que queres mor-
rer por Mim como Eu, Jesus, fiz por ti. Diz-Me que Me queres
como Rei do teu pequeno coração. Eis que Eu escolho um rei-
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29.2 Page 282

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no pequeno e modesto e faço-Me pequeno por ti, para que tu
Me possas conter em ti. Eu trato contigo como irmão e amigo;
trato contigo como Esposo com doçura e bondade. Diz-Me, mi-
nha alma, se esperas o teu Esposo, diz-Me se queres preparar
o lugar em ti, em ti para o teu Rei. Eis que a minha Corte de
Anjos me forma uma coroa, mas Eu desço à alma em silêncio,
não observado, mas circundado pelos meus Mansageiros. Eis
o meu Templo: Eu vou torná-lo sagrado e esta nova morada
será a minha Igreja onde todos irão, aí estarão, e Eu serei vi-
sitado e os visitarei. Eu estarei convosco, e vós estareis mais
próximos de Mim. Vera, ó pequena alma, ó pequenas almas:
levai-Me, leva-Me contigo. Eu, Jesus, Filho de Deus Pai, no
meu Pai desejo isso, e juntos daremos amor e paz no Espírito
Santo. A primeira graça para ti será a paz da tua alma, porque
nada mais te perturbará. A primeira graça para o meu fiel padre
Gabriello será a paciência. Rezai, esperai, lutai para o triunfo
do vosso Rei, Jesus. Eu quero vir a vós na graça do meu santo
Nome: Jesus. Jesus esteve aqui contigo. Tem a certeza. Ele te
disse isto em nome dos outros. Jesus também visitou este pe-
queno quarto.3 Ele abençoou tudo, e tudo e todos levarão frutos
do bem, porque partem da videira os ramos ligados a Ele. Tu és
um pequeno ramo querido e amado pelo bom Jesus, porque Ele
é bom contigo, com todos. O Espírito Santo, Espírito de Amor
falou-te. No santo sinal da Cruz estas palavras serão escritas e
entregues a todos, e neste santo Sinal triunfarão. Jesus para ti,
Rosa, para as pequenas almas que o amam, o esperam. Jesus ao
padre Gabriello, Jesus aos seus Sacerdotes, Jesus ao padre Bor-
ra, Jesus ao padre Bocchi, Jesus aos seus Sacerdotes salesianos,
e para eles, um dia não longe, aos seus jovens “chamados”;
Jesus aos homens de boa vontade; Jesus às suas almas no seu
Vigário Paulo VI. Jesus no Papa, para toda a humanidade. Jesus
Vida, Jesus Vida, Jesus Vida. Jesus vive no Santo Sacrário, Je-
3 «Stanzetta»: é o quarto de Vera junto do Eremitério S. José dos Carmeltas no
Deserto de Varazze.
282

29.3 Page 283

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sus viverá também nos seus Sacrários Vivos. Viva Jesus em ti,
viva Jesus contigo. Uno e Trino na Glória do Pai e do Espírito
Santo! Eternamente. Viva Jesus!».
5 de novembro de 1968 Diante do Santo Sacrário do Deserto
(era quase noite). Viva Jesus!
Jesus: «Quero falar aos homens de boa vontade, quero re-
cordar-lhes que Eu, Jesus, vou ao encontro das almas para que
estas venham a Mim. Isto é, Eu vou e irei para distribuir os
meus dons, as minhas graças a fim de que todas as almas par-
ticipem. Por isso, o viver com a minha santa Presença Euca-
rística, também sobre os meus “chamados”, significa procurar
as minhas ovelhinhas, as do meu redil e as que neste momen-
to estão perdidas. Ser levado por vós, minhas almas, significa
andar pelas ruas e estradas do mundo, onde não está ainda a
minha Igreja. Levar Jesus Eucaristia significa imolar-se com Je-
sus, por Jesus, na Obra vivificante da Redenção. Eu, Jesus, não
venho a vós somente pelas vossas almas, porque para isso basta
a Graça santificante que vós recebeis na sagrada Comunhão.
Levar-Me significa dar-Me. Esta é a vossa finalidade, o vosso
programa. Cada um de vós trabalhe para “dar” de maneira que
Eu seja o Mestre de cada alma, e à luz do santo Evangelho. Tra-
balhai para dar-Me no ambiente em que viveis. Eu darei às ou-
tras almas as asas do Céu para Me difundirem na Humanidade.
Quero que não fique nenhum pedaço de terra sem Mim: Jesus.
O “pequeno” deixe-se conduzir pelo “grande”: isto é, a alma
pequena deixe-se formar e guiar por Mim, porque na verdade
Eu, Jesus, poderei, com as minhas mãos benditas, fazer dela
um Portador de Mim, uma Igreja que caminha, quer dizer que
Eu, Divino Mestre, volto pelas vossas ruas para vos encontrar.
Hoje, desceu do Céu a minha bênção sobre a minha Obra. Ela
está agora no coração da minha Igreja. Agora vem o encontro
tão esperado entre Mim, Jesus, e o meu Vigário. Agora ele “vê”
o meu amor, a minha misericórdia e… chora. Minha filha, Eu
283

29.4 Page 284

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estou em Roma, Eu estou aqui contigo, estou com o padre Ga-
briello, estou com as almas reparadoras que Me esperam. Eu
vivo nas minhas almas para que elas possam viver de Mim:
Jesus. Eu sou a Videira e vós os meus ramos, vós os sulcos por
onde passará a minha Graça a outras almas. Não temas. Estás
aqui, diante de Mim, diante do Santo Sacrário e quanto escreves
vem de Mim, de Jesus Eucaristia. Eu coloquei-te como sinal de
prova da minha Palavra, e tu em Mim verás coroado o teu mais
íntimo desejo e união com Jesus, Eterno Sacerdote. Também
este é um dom do meu imenso amor eucarístico. Vem, minha
frágil criatura, apoiada só pela minha graça, pelo meu amor,
vem e reza assim comigo: “Ó Pai nosso, clementíssimo, sem
Ti eu sou uma simples pobre, mas sou tudo no teu Jesus;4 sou
uma tua criatura e pertenço a Ti; existo só para Te dar glória. Pai
nosso, pelas mãos de Jesus, teu único Filho e nosso Senhor, Eu
diante de minha Mãe terníssima, Maria Auxiliadora, aos nove
Coros dos Anjos, a São José, esposo de Maria sempre Virgem, a
todos os Mártires cristãos, a todos os Santos, e em especial aos
meus santos protetores, ofereço-me com humildade a Ti, Deus
omnipotente, no teu único Filho, Jesus, na única Vítima digna
de Ti, na única oferta que Te é agradável: Agora ofereço-me
humildemente a Ti para a tua maior Glória, para o triunfo do
amor de Jesus Eucaristia, para os Sacrários Vivos, para a difu-
são da Obra de Amor de Jesus em todo o mundo. Quando Tu, ó
Pai bondoso e clemente, me chamares a Ti, recorda-Te que no
santo Nome de Jesus me entreguei a Ti, meu Deus. Acolhe-me,
ó Pai, à sombra das tuas asas, para que a morte da mais pobre e
indigente e miserável das tuas criaturas, possa no santo Nome
de Jesus, prestar-Te, meu Deus Uno e Trino, toda a honra e gló-
4 « Ó Pai nosso, clementíssimo…»: oração com a qual Vera confirma o seu
percurso de alma vítima como esposa de sangue de Jesus, com o oferecimento da
vida em união com Jesus Vítima, para a maior glória de Deus, pelos Sacrários Vi-
vos, para a difusão da Obra no mundo, para o triunfo de Jesus Eucaristia. É o último
ato de amor de Vera, da «pequena mártir da minha Palavra», como Jesus a chamava,
que se vai desligar dali, pouco depois de 6 meses de contínuo internamento no Hos-
pitl de Santa Corona.
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29.5 Page 285

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ria, e aos homens de boa vontade dar testemunho da verdade
da tua Palavra. A última das tuas criaturas, a Ti, meu Deus,
nosso Criador e Senhor, pelas santas Chagas de Jesus nas quais
espero, por tua paterna bondade, ver-me e ler-me, assim como
Tu deixas ao teu dileto Filho dispor para Tua glória e a salvação
das almas. Deus nosso Pai, em Jesus Te peço, em Jesus ouve-
-me, em Jesus perdoa-me das minhas culpas; em Jesus abençoa
este muito pobre instrumento, que Te oferece a vida na Vida,
para que Jesus a dê a todas as almas; porque Ele a deu a Mim, e
eu ofereço a Ti a vida terrena na Vida de Jesus”.
Desça a ti a minha graça, e vive de Mim, do teu Jesus. Em
breve virei (interrompida porque foi chamada ao telefone). Re-
toma. Escreve “Jesus”, escreve “Viva Jesus”. Agora sou Eu,
Jesus, no Espírito Consolador, mas sempre Jesus na Graça vivi-
ficante, na Palavra, na paciência, na bondade. Escreveste assim,
porque assim Eu quis: não temas, não te deixes perturbar. Sou
Eu que atuo e não tu. Compreendeste? Agora espera-Me, vol-
tarei com mais frequência. Voltarei, devo voltar e ditar ainda.
Vou ajudar-te na escola e tu trabalha para Mim, para a minha
Glória.5 Tu estás aqui por Mim, para escrever, para trabalhar,
para Me pertenceres a Mim, mesmo que não Me procures na
Palavra. Minha filha, não temas, não temas: não estás engana-
da! Espera-Me, espera-Me sempre cada vez mais, até que Eu
esteja sempre contigo. Coloca-te nas minhas santas mãos de
Pai; entrega-te a Mim, e faz com que Eu disponha de ti segun-
do o meu amor imenso por ti e por todas as almas. O teu Jesus
crucificado!».
5 «Vou-te ajudar na escola…»: pelas condições de saúde muito precárias e
sempre com febre, Vera sentia muito cansaço no ensino e para recuperar as Mensa-
gens a enviar ao padre Zucconi, ao padre Borra e ao padre Bocchi. Jesus animava-a
durante as horas de ensino, como testemunham os registos de classe e os ótimas
impressões dos seus diretores escolares.
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Deserto 6 de novembro de 1968
Jesus: «Sou Jesus, estou aqui contigo. Tu escreveste o meu
Nome, Jesus, porque Eu mostrei esse desejo. Quero anunciar-te
a minha paz: a Paz que vem do meu Coração. Quero dá-la ao
mundo, à humanidade aflita, para a minha Obra de Amor. Quan-
do o Santo Padre, Paulo VI, Me tiver dado às minhas almas e Eu
andar pelos caminhos do mundo, Eu, Jesus, darei a Paz, Paz de
amor. Este é o dom que partirá de Mim para os homens por meio
da oração e do sofrimento do meu Vigário. A ele, ao Santo Padre,
darei este dom, e por ele, à humanidade. Será este o meu agrade-
cimento de amor dirigido ao Papa Paulo VI, por Me ter dado às
almas. Era isto que Eu desejava que escrevesses por amor do teu
Jesus. E agora alegro-te dizendo: “Viva Jesus” em ti, minha alma
abençoada. Agora obedeceste, e Eu te darei graça, amor e paciên-
cia com todos. Sim, escreve: estou em Roma na minha Obra de
Amor e nas mãos do Santo Padre. Reza, rezai, porque ele agora
sofre mais em Mim. O nosso colóquio agora abriu-se, e em breve
ele Me verá. Tu, fica junto dele com a oração, a oferta, o trabalho
e na Santa Missa, amanhã, oferece-te a Mim, Jesus, pelo meu
Vigário. Eu, Jesus, purificarei tudo e transformarei em incenso
para que suba aos Céus, diante de meu Pai. Sim, haverá outras
revelações, aguardai-as. Por enquanto, Eu estou em ti e fora de
ti; próximo de ti, tal como acontecerá quando me levares na tua
alma e em ti. É assim para cada minha alma. A Sílvio darei a luz
da minha santa Graça na Santíssima Eucaristia. Este será o dom
para a tua família. Tu, não peças nada para ti senão amor, amor,
amor e perdão e paz. Tu, pede só que seja Eu, e ter-Me-ás sempre
mais. Espera por Mim de todos os modos para que Eu te leve
aonde Eu julgar bem. Nesta semana fica em Mim, na minha santa
Obra de Amor em Roma e viverás de Mim e da dor que faz sofrer
a alma pastoral do meu muito querido Vigário. Sou Eu, Jesus, que
te levo. Tu, segue-Me: agora o caminho encurta-se. Em breve vi-
rei dizer-te: leva-Me contigo. Escreve ao padre Gabriello. “Jesus
disse: “Leva-Me contigo”. Recebei-Me das mãos do Santo Padre
Paulo VI. Esta é a minha vontade. Jesus Eucaristia».
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29.7 Page 287

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Deserto 7 de novembro de 1968
Jesus: «Olha para as minhas Mãos, que agora te mostro.
Observa as minhas Chagas. Elas emanam luz para as mentes
obscurecidas pelos prazeres do mundo. Eu gostaria de pousar as
minhas Mãos sobre a cabeça dos homens para dissipar as trevas
causadas pela matéria. Há um meio e por isso procuro almas
que se ofereçam a Mim, Jesus, coroado de espinhos. Esta oferta
pode ser concedida pela “minha alma” de muitas formas. Tu,
por exemplo, inclina a tua cabeça perante toda a dor com hu-
mildade, oferece a tua cabeça por uma coroa de espinhos para
que floresçam rosas de graças nos pensamentos dos homens. Se
a mente não é iluminada, o espírito definha. Se os pensamentos
terrenos dominam no homem, o coração permanece fechado e
a alma continua a ter no mar tempestuoso uma luta íntima, por-
que a mente e a razão não aceitam isto. Eu preciso de cabeças
que se saibam humilhar e levar comigo, seu Rei, a mesma co-
roa que Eu levei por todos os homens, que Eu, Jesus, levei por
teu amor, para que em ti pudesse dominar o meu Pensamento,
livremente aceite e amado. Agora, dá-Me a tua cabeça, minha
filha, para que Eu, Jesus, teu Esposo, teu Amigo, teu Irmão,
disponha segundo os meus desejos. Eu vou ajudar-te sempre,
e nunca deixará de existir em ti a minha Graça, o meu ardente
amor, mesmo se te parecer que ficas só, que ficas sem Mim.
Deves saber que Eu fico em silêncio por um amor ainda maior
e fervoroso. Quero a humildade da tua parte, da parte do pa-
dre Gabriello, em máximo grau, e quero a simplicidade. Vê as
minhas mãos: Eu, Jesus, ofereço-as a vós. Vinde a Mim como
Eu desejo, para que vos leve ao meu Coração de Esposo e de
Eterno Sacerdote. Sim, a minha veste agora é branca, e não sa-
bes porquê. Noutra altura to direi. Agora estou contente por Me
teres obedecido escrevendo prontamente. Eu disse-te, recordei-
-te, que te abençoo no mesmo ato em que tu começas a escrever
por Mim. Portanto tenho esta tarde as graças que dimanam das
Chagas das minhas Mãos por todas as pessoas do mundo: a Luz
para as mãos fechadas às “coisas do Céu”. Desejo que se peça
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29.8 Page 288

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a minha Luz pelas Chagas das minhas Mãos, e Eu, como a tua
alma agora vê, não estou diante de ti Crucificado, mas Ressus-
citado, porque desejo que a humanidade conheça as riquezas da
minha Paixão e os dons da Ressurreição e da Redenção. Sou Je-
sus Ressuscitado, compreendes? Eu não mostrei senão a Tomé
as minhas Chagas, porque ele tinha necessidade para acreditar.
Ao mundo mostro os dons dos meus Estigmas, perenes como o
meu Amor, eternos como Eu, por todas as almas. Agora procu-
ro as minhas almas; as que desejam permanecer à minha vol-
ta, como os Apóstolos pelos caminhos da Palestina. Procuro
Apóstolos, Mártires, Vítimas pelos “nossos irmãos” afastados.
Quem quer vir comigo neste caminho de amor? A ti, minha fi-
lha, peço a tua cabeça. Dá-ma na Santa Missa, dá-ma através do
Sacerdote que de Mim recebe, e a ti Me dá. Agora, Vera, deves
ser, segundo os meus desejos, crucificada em Mim, porque és
a Esposa da minha santa Obra de Amor. A ti, padre Gabriello,
o mesmo convite de amor do vosso Jesus Ressuscitado. Ago-
ra é noite, mas virá a aurora do meu dia, e quando Eu, Jesus,
triunfar, tu descerás ao mistério da minha Coroação. Coragem,
minha filha, o tempo é breve para ti, e tudo deve desenvolver-se
rapidamente, como rapidamente a minha Obra de Amor deve
progredir e triunfar. Agora abençoo-te ainda para te dar força e
coragem e muito, muito amor pelo teu Jesus, pelas almas, para
que não Me esqueças. Eu sou cioso, e não quero ser esquecido
por ti que és pequena e pobre e tens necessidade de Mim. Jesus,
que te ama e te espera em breve…».
Deserto 12 de novembro de 1968 “Viva Jesus”
«Sim, minha filha, o teu Deus está na Palavra: Jesus! Que
te encha de alegria este santo Nome, que Eu dou às almas para
consolação no pranto. Que te encha de alegria no pranto. A alma
pequena, a alma pobre, está na minha Alma, isto é, em Mim. É
isto que Eu sei fazer de ti, dos simples que se esforçam por vir
a Mim, por Me seguirem. A estes abri a porta do meu Coração.
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Eu sou a Porta pela qual estão a entrar no meu Redil as minhas
ovelhinhas: os que são chamados. Preparem-se as almas con-
sagradas para Me receberem em grupos nas várias Dioceses. A
Obra dos Salesianos estenda-se nas paróquias onde existe vida
espiritual, intenso caminhar para Deus e dedicação aos irmãos.
Quero que a minha Obra seja um sopro forte de graça que sacu-
da as almas dos Sacerdotes que caíram na rotina. Quero que re-
nasçam para a minha Graça, para a vocação do seu ministério:
do meu ministério sacerdotal. Em breve, no curso do próximo
ano, a Obra deve estender-se na península italiana. Deve par-
tir de Roma, das mãos do meu Vigário Paulo VI e espalhe-se
em todas as direções, dos Salesianos aos Párocos de aldeia, aos
conventos onde a vida sacerdotal e mística se encontra agora
estéril. Vou fazer florescer frutos de Graça, de fervor. Desejo
uma profunda preparação dos Religiosos. Dos leigos, um com-
portamento exemplar, um silêncio completo, porque ninguém
no mundo deve intuir a minha Presença Eucarística no Sacrário
Vivo, mas através dele, deve receber a Minha Luz de graça.
Depois deve-se ultrapassar a Nação, e de Itália, os que estejam
preparados, partam pela Europa, Ásia, América, e por toda a
parte onde exista uma criatura humana, onde Eu desejo chegar.
Os Sacrários das famílias são para santificar as mesmas. Cada
um recorde que se tornará Igreja: a minha Igreja de Amor. Ago-
ra estão nas mãos de altos Prelados com a minha Obra de Amor
em Roma. Lê-se, discute-se, medita-se, e Eu, Jesus, na mais
imprevista simplicidade, entro nas almas dos Conselheiros e
permaneço neles com a minha nova gaça. O momento é difícil,
mas Eu posso, com as minhas pequenas vítimas, revelar-Me
a quem quero. O Santo Padre espera o parecer deles, mas não
fez esperar o seu Jesus em seu coração. Ele já Me disse: “Sim,
Pai”. Agora dá-Me o teu “sim” a quanto Eu te pedi na Igreja
diante da minha Presença Eucarística. Diz também tu como o
Santo Padre: “Sim, Pai”. Agora abençoo-te, abençoo-vos, e esta
bênção chegará às minhas pequenas almas, aos meus chamados
ao Amor, ao Banquete Nupcial Eucarístico, e reunir-vos-á no
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meu santo Nome, Jesus. Para ti, pobre Esposa Eucarística, uma
Cruz de amor e dor que levará o nome do teu Esposo Jesus:
Cruz de Amor Eucarístico. Que ela desça sobre ti, como sinal
da minha predileção e da minha misericórdia. Vai agora ajudar
o Padre. Eu guardo-te em Mim, Jesus».
Padre Guido encarregado dos rapazes.6
6 O padre Guido Roascio, carmelita descalso, assistente dos rapazes na Co-
munidade Carmelita Deserto.de Varazze – Savona.
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CADERNO X
Glória a Deus nas Alturas, paz aos justos,
esperança para os pobres, júbilo para os “fortes”.
Jesus!
Eu vivo em ti com a minha santa Graça,
o meu Amor Eucarístico,
a minha insondável Misericórdia,
para que as almas venham a Mim,
ao alegre convite do amor de Deus!
Jesus para ti, Jesus para todas as almas.
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Deserto 13 de novembro de 1968
«Estás na minha santa Graça. Escreve: Jesus, viva Jesus em
ti, alma pobre e pequena! Jesus vem a ti. Escreve para os meus
queridos Sacerdotes. Estou presente de um ao outro extremo da
terra. Estou a despertar o seu espírito apostólico, mas os mais
próximos de Mim estão ainda ligados à sua crença de um “Je-
sus” não familiar, de um Jesus que não desce até à sua criatura,
especialmente no Sacerdote, para incarnar-Se e reviver nela.
Sim, Jesus vem, Jesus desce à alma do peregrino que vai sem-
pre à minha procura. Eu faço morada na alma, e transformo as
ações em orações, as palavras em instrumentos de verdade, de
paz. Se a minha alma acreditasse no poder e na misericórdia do
meu Amor… Jesus em lágrimas… pelos Sacerdotes que não sa-
bem acolher o meu convite de amor… Jesus oferece as suas lá-
grimas ao Pai, porque ainda não é crido pelos seus amigos mais
íntimos. Jesus triunfará, mas o Sacerdote que tiver resistido ao
meu chamamento sofrerá muito, porque Eu, Jesus, tinha vindo
bater ao seu coração de amigo, e tinha-lhe pedido: “abre-Me,
sou Jesus”. Agora é tempo de ofertas, de sacrifícos, de renún-
cias pelos meus “chamados”. Cada um dê agora na medida que
Eu peço. Minha filha, o Pai está no Filho: Eu sou o Pai, Jesus.
Assim, abandona-te nos braços do Pai e deixa-te ser levada por
Mim. Os meus Sacerdotes “verão”, mas Eu sofro, porque eles,
alguns deles, ainda não são gratos por tão grande, tão grande
amor, por serem incrédulos. Também sobre as suas cabeças de-
verei pousar as minhas santas mãos para que a santa Graça que
vem das minhas Chagas, transmita a Luz, a minha Luz, Luz de
Jesus Eucaristia. Espero as minhas pequenas vítimas como ove-
lhinhas brancas próximas do Cordeiro Imaculado. Eu, Jesus, es-
colherei. Agora desejo que tu não te poupes nas fadigas embora
para ti pareçam pesadas. Dá, dá sempre como puderes. Dá-Me,
porque Eu, Jesus Eucaristia, estou espiritualmente em ti. Tu,
querida esposa do meu Amor Eucarístico, leva espiritualmente
o teu Jesus. Este é um dom que o meu Coração te oferece, a ti
e ao padre Gabriello. Sim, escolhi as minhas Moradas, mas são
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muitas, muitas as que o meu coração vê e contém! Virei buscar-
-te às 8 horas para levar-te à igreja comigo. Jesus em lágrimas
pelos seus queridos Sacerdotes. Escreve: Jesus Eucaristia quer
amor, fervor, quer o seu amigo Sacerdote abandonado entre os
seus braços de Pai. Deseja confiança, segurança, atração por
Mim e muita, muitíssima humildade. O Amor procura o amor.
Quem Me ama verdadeiramente procura-Me e segue-Me. Jesus
à espera».
“Viva Jesus!”
20h35 Deserto 13 de novembro de 1968
«Sou Jesus na santa Graça, na Palavra. Jesus Eucaristia
dos seus santos Sacrários, aos Sacerdotes chamados.
Vivo convosco nas Sagradas Espécies: realidade divino-hu-
mana e mística. Procuro-vos, procuro em vós um amor todo
renovado, vivo, fervoroso. Quero que os vossos corações se
acendam de amor para inflamar as almas de outros sacerdotes,
as almas dos fiéis. Vós não chegais a tanto amor e mística tam-
bém porque viveis em tempos tristes e difíceis. Também vós,
como as pessoas do mundo, sois débeis e deixais-vos distrair
do meu pensamento, daquele pensamento de comunhão con-
tínua comigo. Eu ajudo-vos, Eu, Jesus, desejo vir a vós para
não esquecerdes o vosso Esposo, o vosso verdadeiro Mestre,
para vos deixardes guiar por Mim, tomar-vos pela mão e con-
duzir-vos por aqueles caminhos de graça e de predileção que,
desde há tempo e de sempre, Eu, vosso Irmão e Amigo, desejo
dar-vos. Agora sou Eu, Jesus, o Eterno Sacerdote, que bate ao
coração do seu Sacerdote. Mais uma vez vos digo: “Abri, sou
Jesus Eucaristia que fala, que procura, que solicita: leva-me
contigo, em ti, sobre ti. O meu Coração de Esposo transborda
sempre de ardente amor por vós, meus amigos. Não deveis ferir
o meu Coração com a vossa incredulidade ou indiferença”. É o
que Eu peço por amor. Os meus olhos estão cheios de lágrimas,
porque poucos Me amam com amor puro, poucos Me aceitam
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neste inesperado Dom de Amor. Sede puros, sede castos, sede
meus, para que Eu esteja sempre em vós, viva sempre em vós.
Agora, abri a mente às belezas do Amor e vede Deus no fir-
mamento. Desta abóbada celeste descerá o vosso Esposo num
tempo não distante, e lá, onde Ele estará, estareis vós se Me
tiverdes seguido até ao fim. Eu, com os meus Sacerdotes, com
as minhas almas, quero visitar toda a humanidade. Eu, Jesus,
quero ser “Igreja” que vai, que caminha, e procuro almas ge-
nerosas, almas puras e pequenas, almas enamoradas pelo meu
Amor. Farei de vós um exército, uma Liga de almas, pela qual
poderei encontrar e abraçar todas as pessoas. O meu convite é
dirigido primeiramente aos meus amigos Sacerdotes e antes de
todos, os Salesianos, porque a minha Santa Mãe, Maria Auxi-
liadora, será vosso auxílio e apoio, Mestra e guia individual da
vossa vida; porque São João Bosco guiará as almas dos jovens
ao meu encontro eucarístico e vai preparar estes jovens para
“Me levarem”, porque deverão ser confiados a Dom Bosco os
rapazes, e a ele, por meio de minha Santa Mãe, deve ser en-
tregue a escolha dos “chamados”. O meu convite é dirigido a
todos os Sacerdotes que aspiram a uma união, comunhão e
consumação contínua em Mim. Por eles, Eu passarei depois
às almas de todos os meus filhos. Convidei todos para o meu
Banquete Nupcial. Quem apresenta pretextos para não aceitar o
convite de amor? Eu, Jesus, sou paciente e humilde. Eu sei es-
perar os “meus chamados”. Jesus, Eterno Sacerdote, Jesus que
convida os seus amigos para a sua Mesa. Jesus que não quer
permanecer só e abandonado na Igreja, nos sacrários feitos de
material. Jesus que procura o novo Sacrário, o seu Sacrário: tu!
Vera, grita-o às minhas almas: Jesus quer vir contigo e sobre ti,
Jesus não quer mais ser esquecido. Jesus quer viver connosco!»
Ó meu Jesus, vem, esperamos-Te, vem!
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Deserto 19 de novembro de 1968
«Jesus na santa Graça. Viva Jesus! Assim Me cantaram os
meus Anjos; é o coro de amor que une Céu e terra: a alma de
quem é pequeno dirige-se a seu Pai criador e a alma vibra, por-
que uma melodia divina a tocou. É assim que a alma encontra
o seu Deus, encontra Jesus no seu íntimo. “Encontra” porque
ela procurou-o. Mas a alma procurou-Me com ânsia e fervor,
porque Eu procurava a “minha” alma. Tu procuras-Me porque
Eu, Jesus, olho para ti com profunda ternura. Escondo-Me para
que tu Me procures, escondo-Me para que tu reconheças sem-
pre cada vez mais a tua nulidade, o vazio que permanece em ti,
sem Mim. Que és tu sem Mim? Pobre pequena alma, que fará
o Pai por esta pobrezinha? Duplicará os seus cuidados, as suas
atenções para que não tropece em grandes obstáculos. Até o
próprio cascalho é suficiente para a fazer cair. Agora conheces
como Jesus sabe amar. Eu gostaria que todas as almas pequenas
se deixassem conduzir por Mim: dia a dia, hora a hora, momen-
to a momento. Como Eu ficaria consolado se aprendessem a
viver a paternidade do seu Jesus! Elas Me teriam sempre a seu
lado, sempre próximo. Eu guio-te, corrijo-te, repreendo-te, aca-
ricio-te, abandono-te, e depois volto a ti, minha filha, com mais
graça do que antes. Por isso não te admires se tu “sentes” que
Eu estou aqui contigo, próximo de ti: por que não pode um Pai
ir ter com o filho? Sou Eu, Jesus, que venho pedir-te para vires
à igreja e parares em frente ao Sacrário onde Eu sou ainda mais.
Eu, Jesus, anulo o tempo: uma hora é como um átimo, um átimo
é como uma hora quando tu estás em Mim. Vem, vem todas as
tardes ter comigo antes de anoitecer. Eu, Jesus, voltarei a tomar-
-te todas as tardes. Levar-te-ei onde Eu estou só e abandonado
sem almas que rezem e adorem.1 Procuro consoladores, procuro
1 «Levar-te-ei a onde estou só e abandonado…». Vera escreve ao padre Borra
na Carta de 20 de novembro de 1968: «Regresso do Santo Sacrário onde Jesus per-
manece durante muito tempo só, só. Senti todo o sofrimento de Jesus por este aban-
dono. Também a ela Jesus faz sentir este sofrimento como me escreveu. […] Jesus
sofre muito pela indiferença dos seus sacerdotes, faz-me sentir esta dor a ponto de
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30.6 Page 296

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os corações dos homens pelos quais Eu, Jesus Eucaristia, perma-
neço vivo e presente na igreja. Quem se lembra de Mim? Quem
pensa vir ter comigo? Procuro com infinito e profundo amor os
meus novos Sacrários. Agora compreendes porque também Eu
os desejo assim ardentemente? Já não quero ser abandonado,
nem negligenciado, nem esquecido. As minhas almas devem
ter-Me sempre como seu Esposo, o amor eucarístico que está
a preparar a nova Igreja de Deus. Eu quero anunciar-te em meu
santo Nome Jesus, este dom, dom sem medida, que transborda
do meu Coração: a santa Graça do chamamento de Roma. A
vós, a ti, ao padre Gabriello, Jesus dá este anúncio. Meus fi-
lhos, a Palavra do Papa é a minha Palavra: Eu, Jesus, agora
entrego-a a vós na autoridade da minha Igreja. Quem Me espera
alegrar-se-á em Mim, e brevemente irei àqueles que tiveram fé
em Mim. Em breve farei morada nas minhas almas. É preciso
fazer tudo depressa, porque a humanidade não pode esperar… e
Eu imolo-Me e Me consumo e, comigo, as minhas almas, para
que a Misericórdia salve, perdoe, redima. Diz às minhas almas
que enquanto esperam não Me deixem só no Sacrário. Se Me
amardes muito, virei a vós e sobre vós, Eu farei morada em
conjunto convosco. Sim, Jesus com os homens, Jesus com os
seus irmãos e os seus amigos, Jesus está nas suas almas, Jesus
nos vossos corações. Jesus que espera, Jesus que vem.
Escreve, minha filha! Eu ensino-te a “Rede de Jesus”. A
rede de Jesus são as minhas “Mensagens” de Amor, a minha
santa Obra de Amor. Vós sois os pescadores que lançam em
meu santo Nome Jesus esta santa rede no mar da humanidade.
Sempre que espalhastes uma mensagem de amor, vós lançastes
a rede. Quando as minhas almas fizerem isto entre os homens,
vós sereis como os pescadores que convidais a seguirem-Me
para se tornarem “pescadores de almas”. Em meu santo Nome,
Jesus, lançai a rede, puxai a rede e acolhei os meus novos “cha-
me fazer chorar. Eu desculpo-os, porque podem não ter conhecido o verdadeio amor
de Jesus e rezo para que lhes conceda este dom: o seu Amor» L GRITA Mia sorella
Vera di Gesù, p. 21
296

30.7 Page 297

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mados” no seio da nova Família eucarística. Esta Família se
comporá no seio da Sagrada Família onde Maria Santíssima,
Imaculada, a toda Pura, será Mãe de cada alma e de todas as
almas eucarísticas, e São José será o humilde protetor. Ambos
ensinar-vos-ão como deveis trazer-Me e guardar-Me nas vossas
famílias. Ambos farão dos meus Sacrários Vivos a sagrada famí-
lia divina e humana que deverá atrair graças do Céu sobre mui-
tas famílias cristãs. Agora, Eu, Jesus, expliquei-te a visão da tua
alma. Eu revelo o significado só no momento oportuno. Muitos
dias se passaram, é verdade, mas Eu imprimo-Me na tua alma,
com as minhas Mensagens, as revelações, como eu gosto. Tu,
recebe, agradece, permanece humilde e submissa, semelhante
a uma criança que aceita e acolhe tudo de seu pai, mesmo que
não compreenda tudo. Quanto a ti, basta obedecer, amar, amar,
amar e… no silêncio e na humildade, viver, sofrer e morrer por
Mim. Eu acrescentarei este desejo por amor, dando-te a sede
das almas. Recebe com o aumento de graça esta Mensagem di-
vina. Lança a minha rede em Florença e que o padre Gabriello
acolha com humildade e alegria as minhas Palavras dirigidas
do mesmo modo a ele e, por ele, aos meus queridos Sacerdotes,
às minhas almas. Rezai, rezai para que toda a Obra se difunda,
e a curto prazo. Rezai para que a minha Misericórdia chegue a
todos. Jesus do Sacrário aos seus novos Sacrários».
Deserto 25-11-1968
«Eu te abençoo em meu santo Nome: Jesus!
Não temas, não estás enganada. Eu não teria permitido por
tanto tempo um erro. Eu dou-te a verdade, porque sou a Verda-
de. Tu estás na verdade, porque estás em Mim: Jesus. As peque-
nas hóstias consagradas estão junto de Mim e em Mim. Pensa
no santo Sacrário. Junto da Hóstia grande estão muitas hóstias
pequenas: Eu, Jesus Eucaristia, com as minhas pequenas almas,
esposas do meu alimento de amor. Em cada hóstia pequena es-
tou Eu, Jesus e a minha alma. Eu em todas as almas. Eu para to-
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30.8 Page 298

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das e com todas as almas. O tormento dos meus ditados seguir-
-te-á em toda a parte. Eu, Jesus, não te privo dele, por causa da
humildade em que a tua alma deve mergulhar. Em troca, minha
querida filha, dar-te-ei os meus próprios desejos. Tu vais dese-
jar ardentemente comigo os Sacrários Vivos e a difusão da mi-
nha Obra de Amor. Tu vais desejar unir-te a Mim, Sumo Bem, à
medida que o teu pobre sacrifício se realiza no meu: Sacrifício
de Jesus Sacerdote pelos seus Sacerdotes, pelas suas almas. Tu
Me levarás, ter-Me-ás, mas as minhas Palavras serão alegria e
dor, conforto e angústia. Isto por causa das tuas misérias, para
benefício da tua humildade. Não vou explicar mais como está
a minha Palavra na tua alma. Não seria preciso. Quando fores
chamada fica certa de que a minha santa Graça está em ti. Res-
ponde apenas em meu santo Nome, Jesus. Sê sempre sincera,
não omitas por receio. Eu, Jesus, no Pai, estarei a teu lado, Eu,
Jesus Mestre, ensinar-te-ei. Eu, Jesus, no Espírito Santo, desci-
do à tua pequena alma, falarei a língua que sabe falar o pobre.
O que deve triunfar é o meu Amor, a minha Misericórdia, em
toda a parte e sempre. O que os outros devem ver é a verdade
das minhas Mensagens e não a “forma”, a substância e não o
“estilo”. Não, minha filha, nunca repito suficientemente o meu
Amor pelas almas, porque elas não o escutam. O meu Amor,
o meu Pensamento por vós nestes cadernos é como um rio de
água límpida, refrescante, e tem a sua fonte na rocha, em Mim,
Jesus! Vem, pequena alma, não temas repetir o meu amor, a mi-
nha mensagem de amor: é de Jesus, do teu Jesus. Não temas se
Me alongo: tal é a sede de falar às minhas almas consagradas.
Amanhã, elas Me bendirão pela abundância da minha Graça. O
padre Gabriello não receie os seus Superiores: eles virão a Mim,
a Jesus. Pequena mártir da minha Palavra, agora Jesus volta ao
silêncio e no santo Sacrário vos espera, Jesus Eucaristia.
Para Rosa.2 O seu Jesus espera por ela aos pés do altar, com
o seu filhinho. Jesus chama, chama a sua alma. Diz à Rosa:
2 Rosa, irmã de Vera.
298

30.9 Page 299

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“Desejo que ela viva de Mim. Escolhi o seu pobre coração e aí
desejo habitar. Assegura-lhe que Eu, Jesus, nunca a deixei só, e
prometo a minha santa Graça a crescer na sua alma em cada ato,
em cada pensamento de amor dirigido a Mim, no santo Sacrá-
rio, para que por amor Eu viva sempre nela. Jesus (escreve-lhe
isto) abraça-a, abraça as suas pobres almas, Jesus é das almas
pobres. Rosa está em Mim: assegura-lhe! Jesus que ama, Jesus
que espera”».
Viva Jesus, triunfe Jesus para glória do Seu santo Nome,
Jesus!
Savona 3-12-1968
Jesus: «escreve no amor e no abandono da tua alma ao Es-
pírito de Graça, ao Espírito consolador, Espírito Santo, Amor!
Não és tu que falas, mas Eu em ti, na tua alma. É certeza de fé
invocar o Espírito Santo, é Dom gratuito, feito só por amor,
manifestar-Me à alma, lidar com ela, falar com ela como falo
contigo. Não temas, pequena alma, porque assim agrada a Deus
Pai ir a quem é humilde, ao pecador por meio de Mim, Jesus, e
entregar-se a ti na luz do Espírito Santo. Tu, a pequena ovelhi-
nha que recolhi de entre os arbustos, tu a pequena chama que
Eu mantive ardente com o meu alimento de amor. Minha filha,
quantas vezes o teu Jesus atraiu a tua alma e a fez repousar em
seu Coração! Escreve, desejo que tu escrevas agora por amor.
Todo o amor que Eu, Jesus, dei e vou aumentando, fazendo
crescer em ti, quero derramá-lo e infundi-lo nas minhas almas.
A simplicidade e o abandono são os caminhos mais fáceis. De-
ves dizer que Eu, Jesus, manifesto-Me à alma apenas se ela dei-
xa abertos para Mim estes dois caminhos onde desejo encontrar
um amor ardente e uma grande humildade. Então é o Esposo
que vai ao encontro da esposa e realiza tudo com ela, tudo ope-
ra, tudo ama, tudo aceita, acolhe e sacrifica, porque nela vive
já o Esposo. Muitas almas Me aguardam, a Palavra de Jesus, o
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30.10 Page 300

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chamamento. De Deus Pai, por Mim, descerá a ti e às minhas
almas, mas o tempo é breve. A ti, pequena alma, Eu, Jesus, re-
velei a minha Obra de Amor no Dom dos Sacrários Vivos. Esta
minha Obra é específica e não se confunde com outra Obra.
Ela deve permanecer íntegra e na luz da graça, como a gerei
e a ditei. A Obra de Amor de Jesus é o fruto do meu amor
Eucarístico. Jesus na palavra de Graça abre à humanidade in-
teira a sua misericórdia por meio de Si, sobre as suas almas.
Esta Obra é, portanto, única e tem o meu santo Nome: Jesus!
Turim, em Maria Auxiliadora, será o berço da minha Obra de
Amor. Roma será sua Mãe. Os Superiores Salesianos alegrem-
-se no meu santo Nome, Jesus; exultem porque são grandes as
graças reservadas para eles do meu Coração sacerdotal. Desejo
que as dúvidas desapareçam dos seus corações e eles se apres-
sem a trabalhar por Mim. Acrescenta, minha filha, esta revela-
ção: uma profecia foi-lhes dada a seu tempo, agora a profecia
é verdade: Sou Eu, é a minha Obra, são os meus Sacrários
Vivos.3 A minha Palavra é Caminho, Verdade, Vida, porque sou
Eu: Jesus.
Vera de Jesus, Eu chamei-te para a minha Obra de Amor,
Eu tornei-te a Esposa da minha Obra. Não temas, Eu escolhi-te.
Agora vem cada vez mais a Mim. Aproxima-te do teu Esposo,
de Jesus Eucaristia. Vem, pequena alma, Eu venho ao teu en-
contro. Amanhã, quando a minha luz de Graça for disseminada
pelo mundo, tu exultarás na minha glória. Vera de Jesus, espera
sempre o teu Esposo, Ele deseja vir a ti, fazer morada em ti.
Dei-te o meu santo Nome, e de agora em diante chamar-te-ás e
serás “Vera de Jesus”.4 Escreve no papel este ditado e lança a
3 «Profecia»: acreditamos que se trata do sonho das duas colunas.
4 «Dei-te o santo Nome…»... Na Carta ao padre Zucconi de 1 de novembro
de 1968 Vera descreve a experiência mística na qual Jesus lhe muda o nome: «Jesus
ontem estava junto de mim, manifesta-se sempre à minha pobre alma. Veste sempre
os paramentos sagrados de Sacerdote, ontem eram roxos. Aproximou-se do meu
leito, segurando a píxide repleta de partículas consagradas. Sentia que a minha alma
recebia o seu Sagrado Corpo. Depois Ele disse-me: “quero dar-te o meu Nome,
Vera de Jesus”». In L. Grita Mia sorella Vera di Gesù, op. Cit., p.124 Carta.
300

31 Pages 301-310

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minha rede em Florença em meu santo Nome, Jesus, e no Co-
ração da minha Mãe».
Savona 13-12-1968
Jesus: «Que a minha Cruz te dê conforto. Minha filha,
apoia-te nela e segue em frente com ela. Estás com Jesus, estás
comigo. Eu, Jesus, não te deixo, Eu não te abandono. Estás
em provação, é o tempo de te “dares” em Mim. Todo o sofri-
mento é sinal de amor, e Eu, Jesus, teu Esposo, conduzo-te
pelo caminho do meu amor.5 No final do caminho Me “verás”,
e lá estarei à espera da minha pobrezinha. Coragem, minha
filha, este caminho não é longo nem curto, mas peróximo. Eu
chamo-te, chamei-te a sofrer comigo. Aqui, no meu Coração,
ferido, há lugar para todos. Vem ao meu Coração, mostra-Me
o teu amor: quero vê-lo, quero senti-lo, quero recebê-lo.
As “Mensagens”, Palavra de Jesus, entregues ao pobre
devem chegar ao Santo Padre. Ele deve conhecer o desígnio
de Amor de toda a Obra de Jesus. Os Sacerdotes Salesianos
devem rezar e oferecer súplicas e novenas para que Eu, Jesus,
venha a eles e aos seus jovens como lâmpada invisível que
dá a todos luz e calor. Eu, Jesus, sou a lâmpada, e vós aquele
Templo onde Eu desejo habitar. Vós a janela aberta para o
mundo pela qual Eu verei. Escreve ao padre Gabriello: “Eu
venho a ti na graça, no amor, na simplicidade. Permanece em
mim, no meu chamamento de amor para que ele realize o cha-
5 «Todo o sofrimento é sinal de amor…»: Vera sofre de uma dor no joelho
e cansa-se ao caminhar. Deverá hospitalizar-se durante as férias de Natal para ser
operada. Na carta ao padre Zucconi de 16.12.1968, escreve: «volto à escola depois
de um período de tratamentos, atravessei um período de grande sofrimento. En-
quanto escrevo, recordo que Jesus, ontem, junto do meu leito, poisava as mãos so-
bre a coberta. Eu perguntei-lhe o que me queria dizer e Ele, depois de um momento,
disse-me: “quero ajudar-te, faremos tudo juntos”. Dias atrás disse-me: “tens uma
moeda, gasta-a, dá-ma”. É uma intervenção de pouca importância, mas dolorosa,
soro num joelho. Pensava poder melhorar com o repouso e os tratamentos, mas
nada mudou, devo mesmo ser operada”. Carta de 6.12.1968 in L. Grita Mia sorella
Vera di Gesù, p. 126.
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31.2 Page 302

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mamento apostólico. Os frutos do amor procedem de Mim. O
teu sofrimento é fruto do meu amor sacerdotal por ti. Mantém
o teu olhar fixo em mim, Jesus. Eu te ouvirei, Eu te chamarei.
Afastai as dúvidas e incertezas, e recebei a minha força, o meu
sofrimento, a minha paz. Eu, Jesus, brevemente estarei con-
vosco. Jesus convosco!».
Savona 24-12-1968
«Viva Jesus! Sim, minha filha, é assim: Viva Jesus! Jesus
umas vezes dita, outras, fala. Escreve em meu santo Nome: Je-
sus! Muito silêncio nos cadernos! Mas não para ti. Sofredora,
guardei-te no meu Coração de Pai, dei-te o maná do deserto. Tu,
porém, estás mais viva em Mim do que antes, e cada dia avan-
ças na minha Cruz de amor. Este silêncio é símbolo do mistério
em que deve viver a alma eucarística que Me vai incarnando.
Este silêncio precede a minha vinda a vós. Em generoso reco-
lhimento esperai a minha Hora. O padre Gabriello deve escre-
ver as minhas Mensagens para fazê-las chegar com urgência ao
Santo Padre. Sejam enviadas para Roma por meio da pessoa
que Eu lhe fiz encontrar.6 Eu, Jesus, sou o Caminho, irei ao
Papa, Eu, Jesus, manifestar-Me-ei ainda mais na Palavra. Le-
vai os “pobrezinhos” a rezar, pela graça que esperais. Tu, reza
também com o sofrimento de que te revisto como uma esposa.
Aceita tudo por meu amor e tem a certeza: Eu estou e estarei
em ti e contigo. Sim, darei a luz da minha Graça aos “chama-
dos”; também a ti darei mais luz, mais força, mas tu e outras
almas pequenas deveis sofrer muito. Dar-te-ei o dom de Mim
6 «Pessoa que Eu lhe fiz encontrar»: Refere-se ao dominicano padre Colosio.
Em fevereiro de 1969 o padre Zucconi encaminhará uma apresentação das Mans-
gens da Obra acompanhadas de um pedido de bênção e autorização através do padre
Colosio, indicado pelo Inspetor salesiano padre Ranieri. O padre Colosio fará che-
gar os datilografados a um seu irmão de Roma, padre Lenzetti, especialista em ma-
téria teológica que entregará pessoalmente ao Santo Padre as cartas na terça-feira
de Cinzaas de 1969, depois de ter examinado o conteúdo e expressado o seu parecer
positivo (M.R. SCRIMIERI, Relação sobre o iter seguido pelo padre Zucconi aos
Superiores Salesianos e ao Santo Padre para a Obra dos Sacrários Vivos, Centro
Studi, inédito.
302

31.3 Page 303

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mesmo, crucificado. A luz virá através da revelação de Mim,
efetuada nas minhas Mensagens, e após as provações Eu ma-
nifestar-Me-ei em espírito de verdade, e farei quanto anunciei
pela boca do profeta. A minha graça não terá fronteira na terra.
Os homens, os queridos pobres viverão de Mim e comigo. Eu,
Jesus, irei anunciar-Me ao Santo Padre com uma outra Mensa-
gem de amor.7 Vive recolhida, em oração, em sofrimento, em
humildade, e espera. Dar-te-ei força para escrever, pobreza de
espírito para permaneceres em Mim, com sensibilidade para a
minha Voz, para que Vera de Jesus seja sempre o pequeno ins-
trumento de que Jesus possa servir-se para escrever. Não temas,
não escreveste por minha vontade. O silêncio é voz que fala.
Se tu Me amasses muito, compreenderias esta linguagem si-
lenciosa. A quem direi o meu amor senão a ti, aos pobres, aos
infelizes, aos inocentes que vivem só por Mim?! “Se tu Me ti-
veres muito amor, revelar-Me-ei a ti. Pois bem, vou entregar-te
o Dom, porque o meu Coração é rico de amor. Dar-te-ei o Dom
de capacidade para mais fervoroso amor para que a “minha”8
alma seja imersa em Mim. Jesus que ensina no silêncio. Jesus
que atrai, Jesus que dá a sua luz. Virei a ti brevemente com a
minha Palavra».9
7 Mensagem de 5.7.1969 para o Papa Paulo VI.
8 «Minha alma»: Vera em uma nota no caderno especifica: «a alma do Chamado».
9 Depois desta Mensagem Vera tem uma experiência mística da qual fala ao
padre Zucconi na Carta de 29.12.1968: «Depois desta mensagem vi com a alma
duas coisas: a aurora era observada por mim de uma janela na montanha. O sol
levantava-se e a sua luz feria-me os olhos, mas logo a luz se afastava para eu poder
reabrir os olhos. Tinha pedido a Jesus: “Ó Jesus, que faz o Santo Padre, não faz
nada pela tua Obra?” Vi, estámos numa majestosa igreja, uma grande mesa, uma
espécie de altar com uma toalha branca e de um lado estava o Santo Padre sentado
e na frente dele, muitos hostensórios com a sagrada Hóstia: era uma fila sem fim.
Jesus explicou-me um pouco, mas penso que dirá mais. Diga, por favor, padre,
reflita sobre o significado dos Hostensórios. A si, caro padre, bom ano com Jesus e
que Jesus lhe conceda o dom precioso: “Leva-me contigo”. Carta de 29.12.1968 in
L. GRITA, Minha irmã Vera de Jesus, op. cit., p. 128.
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31.4 Page 304

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Santa Corona 6-1-1969 Viva Jesus!
«Sim, minha filha, escreve, escreve o meu santo Nome: Je-
sus! Não és tu que falas, que pensas, mas Eu, Jesus, em ti, na tua
alma, que dou a minha luz: esta é a palavra, a palavra de Jesus
para os queridos pobres como tu… O padre Gabriello continue
no caminho empreendido, e persevere em meu santo Nome,
Jesus. Repito: persevere tendo confiança. Esta é a “noite” da
prova, e Eu, no silêncio, espero que ele venha a Mim pelo ca-
minho que está na sua frente». * A partir deste ponto, enquanto
copiava na folha o ditado,10 Jesus dita quanto segue: «Esta é a
espera. Eu, Jesus, espero no silêncio o “chamado”. Desprendo-
-me da minha Cruz e vou ao seu encontro. Minha alma, minha
alma sacerdotal, vem a Mim: Eu, Jesus, estou pronto a abraçar-
-te. Vem, abandona-te a Mim, a Jesus Eucaristia, a Jesus Eterno
Sacerdote em ti, meu irmão! Que a força do meu pungente amor
te conquiste! Liberta-te, despoja-te dos pensamentos terrenos e
vem a Mim. Olha para Mim, quero que Me encontres, que Me
vejas nas Mensagens eucarísticas que Eu te dirigi. Vem, dei-
xa todas as coisas que te preocupam, e segue-Me, segue o teu
Mestre, Jesus. Ama-Me no Santo Evangelho. Realiza o manda-
to que te confiei e procura-Me nas Palavras que Eu, Jesus, agora
quis dar aos pobres. Tu as farás conhecer, tu Me darás uma luz
íntima que colocará as almas em relação de união e de confian-
ça que nunca existiu senão nos santos. Este “Dom” quero dá-lo
primeiro a ti. Vem, e como São João, apoia a tua cabeça ao meu
peito: sentirás o meu palpitar de amor. Eu dou-to se tu, meu
filho, meu irmão, meu amigo, te abandonares com confiança,
com em Mim.» “Estas são as palavras de Jesus para os seus
Sacerdotes salesianos ‘chamados’. Assim ditou Jesus”.
«Agora continua a copiar desde a secção onde Eu, Jesus, in-
terrompi a cópia para ditar e expandir o meu amor. Portanto re-
tome-se a partir deste ponto. Por enquanto atenda à sua missão,
10 Por vezes, Vera recopiava as Mensagens a serem envidas ao padre Gabriello
Zucconi, Jesus intervinha ditando ulteriormente um pensamento a integrar na Men-
sagem, como neste caso.
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31.5 Page 305

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à missão que Eu, Jesus, Mestre de vida, lhe confiei. Desejo que
trate dela, em santa humildade, e Eu Me manifestarei aos outros
“chamados”. A Vera, Jesus promete o amor de sua Mãe, Maria
Santíssima sempre Virgem. Vera de Jesus, levanta-te! Sou Eu
que te digo: o teu Jesus. E esperai-Me confiantes. Eu irei a vós,
Eu, Jesus Eucaristia estarei brevemente em vós. Acreditai, acre-
ditai, acreditai! A minha Palavra é Graça, é luz, é alívio para
todos. Esperai com amor humilde e agradecido. Vera de Jesus,
não temas: Eu estou contigo. Eu estou convosco, também no
silêncio. Vera de Jesus, o teu amor, a tua vida, nunca te abando-
nou, e por isso tu, Vera, estás em Mim, Vera em Jesus, Vera para
Jesus. Agora abençoo-te, e em ti permaneço, eterno Sacerdote
para os meus Sacerdotes e Sacerdotes chamados. Abençoo-te,
abençoo-vos e dou-vos a minha querida Mãe, a Virgem Santa
Maria, para que sejais confortados nas provações e na expecta-
tiva da sua amável maternidade. Obedece ao padre Gabriello e
escreve o que a tua alma vê por Mim, Jesus. Eu assim desejo.11
Jesus para todas as almas! Vou até vós, em breve».
Santa Corona 10-1-1969
Jesus! «Eu, Jesus, desejo que tu continues a escrever. Temos
coisas a “falar”, a “tratar” com os nossos Sacerdotes. Para eles
quero ainda manifestar-Me sobre o anúncio que vos dou. Escreve,
minha querida filha, escreve que Eu assim desejo: não és tu, mas
sou Eu, Jesus, que em ti atuo, falo, vivifico, trabalho… Aceita a
Santa Cruz de amor. Eu vou-te inspirar, como movida por uma
11 «Escreve o que a tua alma vê por Mim»: Trata-se de uma experiência místi-
ca que Vera descreve assim: «Eis a obediência que Jesus deseja. Esta manhã, cerca
de 15 minutos após a comunhão que recebi no leito, “vi Jesus” junto do meu leito
com a estola preta. Retirou a veste de sacerdote celebrante e mostrou-Me a ferida
do lado. Esta primeiro estava fechda, mas depois estava aberta e em seguida o San-
gue e a água que saíam brilhavam. Pedia-me para me aproximar da ferida». Carta
de Santa Corona de 6.1.1969 in Mia Sorella Vera di Gesù, p. 129 Santa Corona:
Hospital onde estava internada Vera. Aí permanecerá cerca de dois meses e todas as
Mensagens deste período indicam Santa Corona como o lugar do qual Vera escreve.
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emoção de Graça, de Perdão e de Luz. Tudo o que te dou quero
dá-lo às “minhas” almas, aos “meus chamados”. Devo abrir a
ferida do meu divino Coração, ela deve ser de novo aberta para
que o meu sangue vivo jorre. Eu, em breve, a reabrirei para
entrarem as almas sacerdotais para um amor mais fresco, mais
vivo, mais eucarístico. Derramará o meu sangue precioso desta
Ferida para vivificar o meu Sacerdote. Quero-o novo, quero-o
santo, quero-o todo meu. Quem quiser receber este bálsamo di-
vino venha a Mim: Eu o espero! Quero atrair a Mim as almas
pequenas, as almas grandes e em Mim formar uma só alma, um
só coração. Estai preparados para este anúncio de Graça que
se move dos Céus, da Casa de meu Pai, percorre o universo e
desce sobre a terra. Asseguro-vos que os meus Anjos no Céu
exultam de alegria e glorificam com Hossanas o Pai enquan-
to os Anjos na terra aguardam ansiosos esta Hora: a hora em
que Eu Me revelarei aos meus Sacerdotes. Então, virá ordem:
a minha ordem nas casas, nas paróquias, nas assembleias de
leigos. Então, vereis que ninguém é mestre de si mesmo e dos
outros se não tiver sido meu verdadeiro discípulo. Então, abrí
o Evangelho, lede-o e meditai-o, pois aí Eu sou Mestre. Procu-
rai-Me somente na verdade; segui-Me na obediência; revesti na
humildade a vossa missão. Chegareis a isso só por amor, amor
puro, amor de Jesus. Agora, o meu Coração está pronto a reno-
var a ferida de Amor para que todas as minhas Chagas estejam
presentes na oferta a meu Pai e no dom de amor para os meus
filhos atribulados, pobres e sofredores. Agora, Jesus Crucifica-
do renovou para vós as graças das suas Chagas. Agora, rezai e
levai outros a rezar, porque quem pede receberá, quem bate en-
contrará a porta entreaberta, quem bate à porta encontrará uma
mão que a abrirá. No decurso destes ditados revelei as graças
das minhas Chagas e desejo que se reze e se invoque como Eu
disse. As minhas mensagens devem chegar a Turim. Ao Santo
Padre, toda a Obra de Amor. Eu sou: Jesus! Agora, Jesus aben-
çoa-te desde a sua Morada Celeste».
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31.7 Page 307

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Santa Corona 11-1-1969 Viva Jesus!
Jesus: «Minha filha, filha da minha Cruz de amor, filha de
Jesus Eucaristia, filha de minha Mãe, Maria Santíssima sempre
Virgem. Não és tu que amas, mas Eu em ti é que estou a amar,
e com este amor divino retiro a tua alma da terra e a elevo. Só
purificando-te, só transformando-te em Mim, conhecerás quem
é o verdadeiro, o puro amor. Quero dar-te a alegria de amar,
quero comunicar-te esta delícia dos Santos. Queres, Vera, Vera
de Jesus, amar o teu Esposo Eucarístico com puro amor? Dei-
xa-te conduzir por MIM. O padre Gabriello, repito, agiu por
minha inspiração: agora não tema, porque Eu estou com ele.
Franco di Mondovì12 escreva a Vera para que seja confirmada
na fé, na minha Palavra. Vera reze pelos sofredores e os mo-
ribundos para que pelo menos em espírito Me desejem. Rosa
esteja unida a Mim no Sacrifício Eucarístico, porque só em
Mim encontrará luz, conforto, graça. Não tema, reze e confie,
porque Eu, Jesus, vejo-a. Liliana, Pina, Raffaella,13 são as al-
mas em quem Eu gostarei sempre de habitar, Sílvio é o apelo
do meu renovado Sacrifício. Para almas como a sua Eu, Jesus,
procuro almas pequenas, almas vítimas. Esta mensagem refe-
re-se a ti, mas o padre Gabriello veja que sou Eu sempre, sou
Jesus e não outros. Não tu, pobre criatura, não haja interfe-
rências, porque não as permito (és demasiado frágil!); não são
pensamentos teus. Eu em ti, como no Santo Sacrifício a água
fica unida ao vinho: uma só coisa. Quando a minha Palavra
desce à tua alma, é impossível separá-la de ti, assim como é
impossível separar a água e o vinho que se uniram forman-
do juntos um único todo: Eu. Esperai a minha Hora, a hora
da minha Graça. Eu não anunciarei mais nada, também para
não perturbar os débeis, mas a todos os que Me esperam digo:
confiai, Eu, Jesus, triunfarei. À Vera, digo: paciência na prova-
ção. No sofrimento estará em Mim e mais para Mim, pois as
12 Francisco Mondino, filho espiritual do padre Pio.
13 Liliana, Pina: irmãs de Vera; Raffaella: sobrinha de Vera.
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31.8 Page 308

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minhas Chagas brilharão. Minha filha, filha de Jesus Cruci-
ficado, agora o meu abraço desce da Cruz. Espera por Mim, eu
virei na Palavra, Eu te purificarei no sofrimento e permaneço
em ti como te disse antes: a água e o vinho no santo Sacrifício.
Virei a ti porque desejo dirigir-Me individualmente aos meus
Sacerdotes “chamados”. Sê bondosa, humilde e confiante. O
Padre Pio protege-te, fica segura. Jesus em ti abençoa-te e em ti
permanece. Vera de Jesus, não temas: estás comigo, porque Eu
vivo em ti e ao teu redor. O teu Jesus».
Santa Corona 20-1-1969
«Escreve o meu Santo Nome três vezes para a Glória
das três pessoas da Santíssima Trindade: Jesus no Pai, Jesus
o Filho, Jesus no Espírito Santo. Eu venho a ti, minha alma
abençoada, e infundo em ti a minha Paz. Desejo que os sale-
sianos “chamados” sejam os Templos do Espírito Santo. De-
sejo que eles Me levem, Jesus Eucaristia, consigo mesmos
na Teca para Me darem a todos. Eu tenho em lista as graças
que derramerei por meio dos meus Sacrários Vivos. Gosta-
ria que fossem meditadas, porque neste “Dom Eucarístico”
Eu, por meio de vós, encontrarei, tratarei, abraçarei todos os
pobres. Virá o tempo em que na abençoada Teca se levarão
muitas Partículas; tempo em que Eu irei à procura das almas
para Me entregar a elas, para ser recebido por elas. A minha
Obra de Amor deve começar em breve, já, mas os seus de-
senvolvimentos estarão em tempo certamente não distante.
Preparai-vos. Eu desço dos Céus e estou já convosco para
que juntos se prepare a Hora de meu Pai. Eu guio a Obra, Eu
guio os vossos passos para a luz. O padre Gabriello dirija-se
ao padre Colosio para encaminhar a Obra ao Santo Padre.
Ele que reze pela pobrezinha que escreve para que seja forte,
pura e santa. Ditei à Vera coisas novas e coisas antigas para
que sejam integradas no meu projeto de Amor. Eu, Jesus, de-
sejo para as almas pequenas, para as almas vítimas, a escra-
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31.9 Page 309

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vidão de amor à minha santa Mãe.14 Recolhi na minha Obra
os frutos mais santos e mais fáceis para que vós encontreis
meios para alimentar o vosso espírito. Das minhas Chagas
dei-vos outra luz de Graça, porque a minha Misericórdia quer
abraçar a todos. Agora ide e com o santo Evangelho difundi a
linguagem fraterna de amor entre os pobres para os quais Eu,
Jesus, estou a falar, estou a ditar. À Rosa devem chegar as mi-
nhas Palavras. Ao Sílvio a minha bênção. Ao pequeno Fábio
um convite de amor: vem, minha alma pura, Jesus Eucaristia
quer descer até ti. O padre Gabriello trabalhe com serenida-
de e confiança. Em breve, estará imerso em Mim, na minha
Obra, e por esta santa Cruz de amor é imolado em Mim. Ire-
mos ao Papa e o meu Sacrário será como Eu, Jesus, o desejo.
Agora, tu estás aqui por minha vontade. Vou-Me revelar a
ti na medida em que tiveres amado os pobrezinhos. Emilia
Massoleni15 está em Mim. Diz-lhe isto. Pede a aprovação do
padre Gabriello para fazê-la participante do meu Desígnio de
amor. Minha filha, afasta-te, vem a Mim. Minha filha, Vera
de Jesus, oferece-Me tudo: a tua indigência, a tua doença, o
teu ar cansado. No Céu, no meu Sacrifício, tudo brilha, tudo
é Glória em Mim para meu Pai. Mantém-te pronta para todo o
chamamento, porque Eu, Jesus, desejo que tu aceites a minha
vontade dia a dia, hora a hora. Mantém-te preparada, Jesus
está junto de ti. Para o Santo Padre, para os Sacerdotes, ainda
estas mensagens: as últimas. Escreve, escreve ainda: Jesus
vem a ti. Vera de Jesus, atraio-te para Mim. Jesus que ama».
Santa Corona 2-2-1969
Jesus: «Escreve o meu Santo Nome, Jesus. Escreve que Eu,
Jesus, amo todas as minhas almas, que Eu vejo, que Eu sofro…
14 Referência a L. M. GRIGNION DE MONTFORT, Tratado da verdadeira
devoção à Santíssima Virgem.
15 Escrevia a Vera em nome do Padre Pio.
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31.10 Page 310

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e imolo-Me convosco e convosco ofereço-Me, Jesus vítima, a
meu Pai. Escreve que as chamas de amor Me consomem no
eterno Sacrifício. Escreve que a humanidade sofredora, a hu-
manidade ferida, a humanidade rebelde será salva apenas por
Mim, pelo meu Sacrifício, em que o meu Sangue renovado e
oferecido a Deus Pai por vós desce sobre aqueles que Eu cha-
mo e a quem amo como irmãos. Revela este meu amor ines-
gotável, com o qual quero eternizar as vossas almas no meu
holocausto. Eu alimentarei os pobres, aliviarei os sofrimentos
do doente, derramarei graça, perdão, paz sobre os obstinados.
Eu, Jesus, virei a vós e ficarei convosco, e por vós irei como a
Igreja que vai e caminha por toda a parte. Das mãos do Santo
Padre descansarei nos meus Sacrários e nestes templos vivos
formarei o meu templo. Agora há trevas, mas em breve serão
brilhantes de luz. Eu, Jesus, sou a luz do mundo e em vós,
convosco e por vós, vamos dá-la aos irmãos. Preparem-se os
Sacrários para este Dom a fim de que a minha vinda até vós
se manifeste aos bons por esta união mística pela qual nós nos
preparamos para aguardar a “Hora de Deus”. Vou revelar este
amor inexprimível aos meus “chamados” e vou-lhes revelar
este mistério de fé e de amor. Intervirá neste projeto de amor
a minha Mãe junto do Santo Padre e Ela vos entregará a Mim,
por meio de Paulo VI. Esperai com confiança, paciência, hu-
mildade, estes acontecimentos. As provações são úteis para a
minha Obra, vão fortificar-vos; os sofrimentos suportados pela
minha graça são úteis para vos purificar. O abandono é salutar,
porque vos faz constatar a vossa nulidade e a impossibilidade
de Me servirem sem Mim. Quero-vos, portanto, humildes e
misericordiosos, volto a dizer-vos: estar no mundo, mas não
ser do mundo. Estai preparados para acolher cada um dos meus
chamamentos que chega até vós de várias formas, mas surgem
sempre de Mim, Jesus. Cada um acolha-o com profundo amor,
porque é um Dom, Dom do meu Coração para cada um dos
meus “chamados” e é útil para abrir os caminhos às minhas
Mensagens, é útil para Me revelar. Quando Eu Me tiver mani-
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32 Pages 311-320

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festado ter-Me-ei dado aos homens na sua vida de cada dia, e
eles andarão no meu caminho, porque Eu, Jesus, sou o Cami-
nho. Jesus aos seus irmãos».
Santa Corona 6-2-1969
Jesus: «Escreve: a minha Obra de Amor flui da ferida do
meu Lado. É amor misericordioso, é Salvação, é Obra Reden-
tora. Escreve que Jesus quer, deseja que a sua Obra seja ins-
tituída, autorizada pelo Santo Padre. Diz aos teus Superiores
que Jesus deseja, quer os seus Sacrários Vivos. Sou Eu, Jesus,
que quero dar-Me, como Luz, ao mundo por meio de Mim.
Sou Eu, Jesus Eucaristia, a Luz que dissipa e faz que as trevas
fujam. Quando Eu, sob as Espécies Eucarísticas, for convosco,
sobre vós, assim como em vós, levarei a luz às outras almas.
Isto parece por agora um mistério para vós, e por agora acei-
tai-o por meio da fé. Amanhã, este ato de fé concederá graças
inumeráveis. Preparai as vias do Senhor, os meus caminhos
para que Eu viva convosco e vos ensine e, por vós, ensine aos
nossos irmãos o preceito do meu amor. Preparai-vos para Me
acolher, porque Eu, Jesus, virei… A hora de Deus aproxima-se
e desejo estar convosco e em vós para que, onde Eu estou e o
meu Pai está, aí esteja também o meu servo. Preparai-vos para
Me acolher com amor. A cada um e para cada um Eu sou e serei
o vosso amigo, vosso irmão, vosso Redentor. Não se pertur-
bem os vossos corações com estas predições: os bons esperem
confiantes e humildes, e os pecadores arrependam-se, os que
estão afastados voltem a Mim, para a minha Mesa. Eu, Jesus
Eucaristia, espero por vós. Para Vera de Jesus uma promessa:
na aceitação da minha vontade, a oferta tornar-se-á pura e sin-
cera e humilde. Para Vera de Jesus vai a minha força e o meu
amor. Para Vera de Jesus vai o meu Coração nos meus queridos
Sacerdotes pelos quais Eu, Jesus, Eterno Sacerdote, desposo
a minha pequena alma. Agora o silêncio volta a ti, mas a minha
voz, voz de Jesus, voltará no amor gratuito do Espírito Santo,
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e o Pai e o Filho estarão em ti para a nossa glória, para a reve-
lação e manifestação do meu amor aos meus Sacerdotes. Virei,
virei, alma pobre e pequena, para ti e para todas as almas. Vi-
rei para abraçar-te, para abraçar-vos. Eu, Jesus sofredor, pela
Santa Cruz guardo-vos e uno-vos a Mim. Tu não tens nada e
tens tudo em Mim. Abandona-te a Mim e faz que o teu Jesus
leve a sua esposa, Vera de Jesus. Agora, Eu vos abençoei, e vós
vivei da alegria, do amor, de Mim, de Jesus. Este pensamento
dirige-se também a Emma16 e a ti. Desço ao íntimo do vosso
espírito e permaneço em vós na luz do Espírito Santo. Estou
em ti, estou em vós, permaneço em vós: Eu, Jesus!»
Continua. “Fala, meu Jesus, o teu pobre servo escuta”.
«Jesus: Tu, pede, porque Eu, Jesus, desejo “falar”. Fala,
minha filha, do meu Amor, fala da minha Misericórdia. Que-
ro-vos salvos, quero-vos redimidos em Mim. Escreve, escreve
aos meus Sacerdotes, escreve aos teus Superiores de Turim, de
Sampierdarena, dos quais tu por agora dependes. Em Maria Au-
xiliadora, em Turim, quero que as minhas Mensagens de Amor
sejam meditadas. Pedí a assistência do Céu, da minha Mãe Au-
xiliadora, para que ela seja vossa Mestra e vos ensine a simpli-
cidade e a grandeza da minha Obra. Quero que vós invoqueis
e tenhais em grande veneração o vosso Santo Fundador, São
João Bosco. Ele deve ser para vós Pai amável que vos guia, pelo
caminho da humildade, a ver-Me, Jesus, na Vontade de meu Pai
através destes escritos. A minha mão que escreve na pobreza é
sinal de união entre Mim, Jesus, e as almas pobrezinhas. Quem
escreve? Não importa. O que está escrito vem de Mim, de Jesus,
16 Emma, não é conhecido o sobrenome. “É uma doente, hospitalizada em S.
Corona. Vera escreve acerca dela na carta dirigida ao padre Zucconi, em 31.1.1969:
Emma… está pior: é a alma vítima que se ofereceu a Jesus, única Vítima Imaculada
por amor. Ela já está na Paz de Jesus! Emma agradece-lhe e retribui saudações.
Pede-lhe que se lembre dela nas suas orações como ela fará por si. Emma lembra-se
de si por ter ouvido a sua pregação aos capuchinos, em Alassio, e alguma vez aos
salesianos”. Carta de 31.1.169 ao padre Zucconi, em G. BORRA, Grita Vera, Noti-
zie biografiche, op., cit., p. 129. Poucos dias depois, Jesus ditará a Vera para Emma:
«Para Emma estas palavras do esposo: «Ele virá, vai manifestar-se e será alegria,
será luz, será felicidade eterna». Mensagem de 13.2.1969.
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e por isso é verdade, vida, é caminho de salvação. Meditem-se
em Turim os escritos com humildade. Invocai o meu Pai para
que renove em vós um novo Pentecostes, e o Espírito Paráclito
difunda a sua luz de graça, luz de intelecto, luz de sabedoria,
de amor. Agora, o Reitor e vice-Reitor tenham confiança nesta
grande e universal missão, nos meus Mártires, nos Apóstolos e,
volto a recordá-lo, em São João Bosco. Vós, fazei tríduos para
esse fim com a intenção de que Eu Me revele e a minha vontade
seja feita. Os tríduos devem ser tríduos de adoração eucarística,
coletiva e individual, porque Eu, Jesus, darei todas as graças
através do meu amor eucarístico. Quanto mais me honrardes
no santo Sacrário, mais permanecereis na Minha companhia,
mais Eu, Jesus, virei a vós, descerei sobre vós.
Para o padre Borra. A ti, meu querido Sacerdote, o palpi-
tar do meu amor eucarístico, a ti o pulsar do meu Coração. Vem
e repousa sobre o meu Peito. Sou o teu Jesus que te escuta.
Escreve, escreve ainda. Na santa obediência tu honras-Me.
Na santa obediência glorificas-Me com as minhas criaturas e
os meus Santos. Na santa obediência Eu estou em ti e contigo.
Ao padre Gabriello, apóstolo predileto da minha Obra de
Amor. Eu o apoio, o ajudo, o conforto e o ilumino. Para o padre
Gabriello a minha ferida de amor, para que o mesmo amor, a
mesma sede de bem, o mesmo ardor pelas almas nos consuma
“juntos”.
Ao padre Bocchi Giovanni vou revelar o meu amor e o
mandato de amor que Eu quero depor nas suas mãos consa-
gradas. Também ele com Vera diga: Fala, Senhor, revela a tua
vontade, que eu Te obedeça por amor”.
E então novamente escreveremos aos Superiores, e o Cora-
ção de Jesus baterá, baterá com força e insistência ao coração
dos seus “chamados” para lhes dizer: “Abram-Me, sou Jesus!
Olha para Mim, reconhece-Me: Sou o teu Jesus!”».
313

32.4 Page 314

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Santa Corona 13-2-1969
«Jesus, para ti, para todos. Escreve, sê forte em Mim.
Agora o meu Pensamento Eucarístico foi dado e revelado
à humanidade. Agora deve ser aceite por aqueles que eu cha-
mei: eles serão os Cálices que Eu, Jesus, encherei com o meu
Sangue. Roma será Mãe na minha Mãe, porque toda a luz é
dada aos homens pela Virgem Puríssima. Ela que concebeu o
Filho do Altíssimo pelo Amor do Espírito Santo, ela, a Imacula-
da, levou e leva no seu Coração a Obra da minha Misericórdia
e do meu Amor. Ela, a Mãe que dará agora e sempre a Luz ao
mundo, ela Me dará e revelará o seu Jesus, a Palavra de Jesus,
através da sua Divina Maternidade: Maternidade de Maria
Santíssima sempre Virgem. Esta é a maternidade da Obra de
Amor de Jesus, porque nada é dado à humanidade, pelo Altís-
simo, senão por Maria Imaculada. Em Roma, minha Mãe re-
velar-Me-á, mas em Turim Maria Auxiliadora formará o Berço
da Obra, onde nascerão os meus Sacrários e de onde partirão,
pelos caminhos do mundo. Eles irão, e Eu, Jesus Eucaristia, es-
tarei neles e com eles, e enquanto eles Me levarem e Me derem,
como sendo Luz do mundo, luz para as outras almas, Eu, Jesus,
levá-los-ei assim amavelmente como um pai leva o filho nos
seus braços fortes. Almas que Me escutais e ouvis, preparai o
berço do vosso coração para o vosso Jesus Menino e aprendei
daquela que Eu vos dei por Mestra espiritual do meu Sacrá-
rio Vivo! Minha filha, Vera de Jesus, tudo vem de Mim! Confia,
não temas. Usarei as tuas fraquezas para dar Misericórdia, para
atrair os corações à confiança e à fé. Então Jesus te libertará do
emaranhado da inquietação humana, te soltará dos laços que
sufocam o teu espírito e então viverás de Mim, de espírito, da
minha paz. Suporta-te a ti mesma e evita a amargura. A tua
miséria é a tua cruz, cruz mais pesada quando vens e persistes
no meu caminho, cruz útil para a tua santificação, para a tua hu-
mildade. O padre Gabriello deve confiar mais em Mim. Eu vivo
no meu Sacerdote, este deve “abandonar-se a Mim”. Escreve,
escreve todas as minhas palavras. Escreve e obedece ao padre
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32.5 Page 315

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Gabriello, e faz como ele te diz. Em Roma a minha Obra será,
em breve, examinada e o Papa disporá com a minha misericór-
diosa intervenção. Se perseverardes na fé, na confiança, Eu dar-
-vos-ei a conhecer os motivos do silêncio pelo qual a Santa Sé
não falou. Agora vou intervir Eu, Jesus, em minha Mãe. O que
Eu quero de Vera de Jesus para isso? Que creia sem medo, por-
que não permitirei que escreva o que não procede de Mim. No
que está escrito está a verdade, porque no que está escrito está
Jesus. Obediência, fidelidade, perseverança, humildade e ações,
ações de amor contínuo tendo presente que Eu, Jesus, estou no
seu coração e nunca, nunca a deixo. Para Emma, estas palavras
do Esposo: “Ele virá, manifestar-se-á e será alegria, será luz,
será felicidade eterna”. Sim, escreve, Vera de Jesus, fala ao teu
Jesus e segue em frente, e enquanto avanças pela minha Gra-
ça, mostra-Me o teu coração ferido. Transformarei estas feridas
em feridas de amor, do meu Amor Eucarístico. Este caderno
terminou e tu oferece-o à Glória da Santíssima Trindade, e a
cada uma das Pessoas, para que o Filho, Jesus, seja glorificado
no Pai, e gerem o Amor, o Espírito Santo, na Unidade divina
que desce suavemente, como o voo de uma pomba, sobre as
vossas almas, ardente como o meu Coração no amor, puro nos
pensamentos com os quais desejo penetrar nas vossas mentes.
Eis que Eu, Jesus, envio sobre vós o meu Espírito de Graça e
neste dom recebei-Me, Jesus Eucaristia, em vós, convosco, por
vós. Eu quero permanecer nos meus Sacrários até ao fim. Jesus
que goteja sangue».
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CADERNO XI
E tu que lês…
Detém-te… medita as palavras de Jesus.
Não tenhas pressa!
Jesus às almas
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Savona 24-2-1969
Jesus: «Estou no teu peito, na tua alma. Escreve pela santa
obediência o que te vou ditando. Tens demasiado medo, sinal
da tua debilidade e da tua pobreza. Se tu escreves é porque Eu,
Jesus, o quero. Não és tu que pensas, que atuas, mas Eu em
ti, com a minha Graça. Graça significa também luz, fogo de
Deus, luz celeste, amor do meu Coração ultrajado pelos ho-
mens e sempre amante do seu coração, do seu amor. Assim, Eu
venho a ti e conquisto o coração mais pequeno que existe entre
todos os meus filhos. Vês, minha filha, o que faz o teu Jesus
em ti? Reparas como Jesus Eucaristia impregna de Si mesmo,
do seu amor, este pobre coração humano? O meu amor, como
sentes, é também dor, dor de amor. Se sofres é porque Eu, Jesus,
te amo, e este amor é a chama que deve consumar as minhas
novas Moradas. Agora não temas, e sobretudo não duvides das
minhas palavras. As revelações que Eu, Jesus Eucaristia, te dei
na minha santa Graça devem ver a luz. Elas devem resplan-
decer como Farol de salvação para a minha Igreja. O silêncio
do Papa. Consiste na oração, no recolhimento, na confiante ex-
pectativa da minha revelação, de Mim, Jesus, isto é, da Verda-
de. Paulo VI espera o sinal do Céu do meu Amor Eucarístico,
e Eu, Jesus, o darei através do Coração Imaculado de minha
Mãe para vós compreenderdes cada vez mais que Eu nada faço
sem ela. A Redenção dos homens é confiada ao seu Coração de
Mãe. Recorrei sempre a Ela… Agora os meus Santos rezam e
na Santíssima Trindade veem a minha Obra de amor. Recorrei
a eles, uni-vos na Comunhão dos Santos. Eu quero que as mi-
nhas almas vivam também no amor dos Santos, para que Céu
e Terra sejam uma só coisa a invocar a minha Misericórdia.
Escreveste no meu santo Nome, Jesus, na obediência que te foi
confirmada pelo Sacerdote, na obediência pela qual Eu, Jesus,
Filho do Altíssimo, te renovo sempre, como renovo, sobre o
altar, o meu sacrifício de Amor. Esta manhã, na igreja, durante
a celebração, a minha Mãe intercedeu por ti, e a tua fragilidade
deu-Me pena. Nenhuma esposa jamais será tão débil e frágil
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32.9 Page 319

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como tu: asseguro-te! Não temas, a Rainha do Céu vai ajudar-
-te a cumprir a tua missão, pela qual deves viver. Anuncio-te
dores e sofrimentos e, sobretudo, muito amor. Sim, vou dar-te
esta chama de amor que já arde em ti, mas crescerá desde que
venhas a Mim. Quando fores escarnecida, consola-te e exulta
em Mim, porque é sinal de que Eu, Jesus, te faço semelhante a
Mim. Quando Eu, Jesus, triunfar, tu ficarás oculta e esquecida,
nesse tempo disfruta da minha Glória. Em breve tudo terminará
para ti. Agora é o tempo das provações, das contradições que
anunciam o meu Triunfo Eucarístico. O Papa acredita, fica certa
disso, mas a minha Revelação é necessária para dar às minhas
almas o Sacramento do Amor. Em Turim há pouco interesse
pela minha Causa, mas na Casa de minha Mãe, Maria Auxilia-
dora, muitos corações sacerdotais serão “informados” pela San-
tíssima Virgem Maria. Escreve, Vera, Vera de Jesus, escreve e
obedece. As minhas Chagas acolhem-te e guardam-te. Escreve
por amor e Glória do teu Jesus. Amanhã estas palavras levarão
muito, muito conforto aos corações dos nossos irmãos aflitos.
A agonia da qual sofre, e na qual vive Gabriello, é consolação
para Mim. Diz ao padre Gabriello que Eu tenho necessidade
destes sofrimentos, da fidelidade da sua alma sacerdotal, para
a minha Obra de Amor. Diz ao padre Gabriello que Jesus veio
à terra e se deixou crucificar em nome da santa obediência. Por
isso, na minha santa obediência chamei a alma mais pequena
que existe para Me obedecer, a Mim, Jesus, escrevendo as mi-
nhas revelações, a minha Palavra no seu uso mais corrente em
que ela costuma atuar. Pelo meu Santo Nome, Jesus, já não se
duvide, não mais se duvide. Eu tinha anunciado provações, difi-
culdades e mais… Sede fortes e não temais. A minha Vontade
será feita na terra como é nos Céus. Jesus, vosso Pai».
Savona 28-2-1969
«Escreve, o meu Nome é Jesus! Minha pobre alma, esva-
zio-te de ti e encho-te de Mim, de Jesus, do meu ardor. O cha-
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32.10 Page 320

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mamento é meu, vem de Jesus: tu o reconhecerás pelos frutos.
Desejo que tu Me descubras e reconheças nos acontecimentos
ora alegres ora tempestuosos. Recorda, porém, que depois da
tempestade vem a bonança. A minha Obra de Amor por enquan-
to é amada apenas por poucos Sacerdotes, enquanto Eu, Jesus,
desejei e continuo a desejar, que muitos dos que Eu chamo es-
tejam preparados para Me receber enquanto em Roma se lê, se
discute, se medita e se espera a minha Revelação. Se tivessem
acreditado, Eu, Jesus, teria revelado a cada um dos chamados
o meu plano de amor particular, teria falado a cada um assim,
coração a coração e teríamos feito um colóquio íntimo de amor
eucarístico. Por que não acreditas em Mim? Por que não se
acredita em tão incompreensível amor de Pai? Homens de pou-
ca fé, até quando Eu, Jesus, Me compadecerei de vós? Agora
vai à Escada Santa1 e no meu Preciosíssimo Sangue assumirás
o rosto da humilde vítima em Mim. Então, Eu, Jesus, te ofere-
cerei ao meu Pai, para que Ele te veja sempre em Mim. Eu em
ti e tu em Mim na Paixão que brevemente te darei para te honrar
como noiva que se prepara para as núpcias mais místicas do seu
Amante. (Interrupção…).
Queres que revele o meu amor aos “pequenos”, como Eu,
Jesus, o revelo a ti? Tornai-vos uma só coisa em mim, sede
unidos, sede humildes, e o irmão ame o irmão como a si mes-
mo. Quero dar-vos um conforto, uma consolação constante: a
chama do meu Amor Eucarístico. Cada alma que procura, com
intenção pura, alimentar-se com a minha Carne Eucarística será
despertada para a nova Vida, a Vida de União e de intimidade
mística comigo por obra da minha santa Graça. Vós sentireis
o Espírito Santo agir no íntimo para aumentar em vós a fé e a
caridade para com os irmãos. Ficai certos de que quanto Eu,
1 «Agora vai à Escada Santa…»: Vera dirige-se a Roma poucos dias depois
e percorre a Escada Santa levando consigo os cadernos escritos até esse momento.
Receberá a graça de união com Jesus vítima e oferece-se ao Pai para que todos os
chamados recebam a graça e os dons concedidos a ela: a graça da permanência
eucarística na alma, o dom Eucarístico, a palavra interior.
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33 Pages 321-330

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33.1 Page 321

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Jesus, dou a uma alma, darei a todas as almas se elas souberem
seguir-Me. A minha Obra de Amor deverá estender-se também
aos Carmelitas Descalços, porque Eu, Jesus, vim dar o meu
amor a todos.2 Com a submissão que tu deves ao Sacerdote,
recebe dele a autorização para falar do meu Dom eucarístico ao
padre Guido. Por enquanto, ele deve ouvir, meditar e conservar
no seu coração sacerdotal as minhas palavras, palavras de Jesus
para os pobrezinhos. Amanhã, quando estiveres distante, tudo
servirá para Me glorificar. Eles devem ser participantes de Mim
por meio da minha Obra de Amor no momento estabelecido e
querido por Mim. Por agora é suficiente que um deles saiba até
ao fim e guarde silêncio. Esta é a vontade estabelecida por meu
Pai. Após a autorização e a obediência ao Sacerdote, prepara o
padre Guido e, finalmente, torna-o participante por meio de um
dos textos datilografados. Nestes poucos meses de permanência
no Deserto, deves “dar-Me”, confiar em Mim. (interrupção)».
Roma 4-3-1969 Jesus, Jesus, Jesus.
«A minha Palavra desceu até ti como fruto de grande graça
que o “teu Jesus Eucaristia” te dá. Estás aqui ao meu servi-
ço, para a minha Causa. Eu, Jesus, chamei-te, agora estás aqui
porque Eu assim desejei. Estás na minha santa Graça. Vamos
refazer a pé o caminho percorrido: é o que conduz ao Calvário.
Estás aqui para receber maior Graça, mais força interior; estás
aqui porque Eu, Jesus, desejo ver a tua alma em Mim a passar
pelo “caminho” em que Eu, outrora, derramei Sangue por ti.
Agora tu podes, por este meu Sangue precioso, vir a Mim e re-
fazer o mesmo caminho, o “meu” caminho. Estás aqui por Mim,
por ti, pelas almas pequenas, pelas almas dos meus Sacerdotes.
O Céu te assiste: acredita! Palavra de Jesus. Minha filha, minha
2 Pela primeira vez os Carmelitas são indicados como ulteriores destinatá-
rios da Mensagem da Obra, além dos Salesianos. O padre Guido Roascio era o
assistente dos rapazes no Eremitério de São José do Deserto de Varazze, onde Vera
ensinava.
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33.2 Page 322

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filha querida, não há engano, acredita! Eu vi-te com as minhas
Palavras juntinho ao peito, e assim te recebi em Mim na aceita-
ção da minha vontade, do mandato que te confiei. Agora, Vera
de Jesus deve defender o Dom do Amado. Tu terás em breve
um Anjo que te guiará ao longo do caminho.3 Escolhi-o para
ti, para que te apoie na tua fragilidade e, em breve, usufruirás
dele. Depois, revela ao Sacerdote quanto te vier a suceder. Este
presente é necessário para dissipar as dúvidas que formam os
teus desalentos. Então suportarás com firmeza e serenidade as
outras provas, as vicissitudes que terás de encontrar. Não temas,
permanece em Mim, no teu Jesus, porque Eu venci o mundo.
Amanhã espera-te um dia intenso, todo ao “meu serviço”, e tu,
pobrezinha, comigo poderás prestar honra a meu Pai. Estão-te
reservadas surpresas, surpresas de amor. Guarda-as como um
tesouro para ti e para as outras almas. Agora deixo-te repousar.
Eu permaneço em ti, Eu, Jesus, vivo em ti. Copia e envia em
nome da santa obediência pela qual Eu, Jesus, te uno e te des-
poso com a minha Cruz de Amor. Jesus sofredor».
Ao copiar, Jesus acrescentou: «e te desposo», isto é, «te uno
e te desposo à minha Cruz de Amor».
Roma 6-3-1969 Viva Jesus Eucaristia
«Minha querida filha, escreve: é Jesus quem o deseja! Eu
estou aqui contigo, diante de ti, no Sacramento do Amor. Não
há engano, é Jesus: a Verdade. A minha Obra de amor, na sua
Cruz, avança. No Céu os meus Anjos, os meus Santos oram ao
meu Pai em Mim para que não demore a hora da minha Revela-
ção. Grande graça foi-te concedida nesta manhã no Vaticano, na
Cidade santa. Os meus Apóstolos Pedro e Paulo e João XXIII e
3 «Tu terás em breve um Anjo»: vai ser o Arcanjo São Rafael, que ficará ao
lado de Vera nos últimos meses da sua vida na terra, durante o internamento hos-
pitalar, quando, por vontade do Senhor, Vera for Sacrário Vivo, portadora de Jesus
Eucaristia, e nela Jesus renovará o seu holocausto para o nascimento da Obra. Men-
sagem 27.1.1969.
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33.3 Page 323

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Pio XII beneficiaram-te com a sua proteção. Ninguém recorre
a eles em vão, se recorreis aos meus Santos com profunda fé e
profunda humildade. A minha vontade é esta: Eu, Jesus, darei
às almas pequenas e generosas os mesmos dons que te estou
a prodigalizar a ti. Nenhuma destas almas deverá sentir-se só
e perdida, porque Me terá consigo no seu íntimo. Levar-Me-á
aos irmãos, nas Sagradas Espécies Eucarísticas. Falarei a es-
tas almas pequenas e humildes, dóceis à ação da minha Graça
santificante, falarei e guiarei os seus passos. Vou ajudá-las a
superar as incertezas, as dificuldades, porque “tudo” faremos
juntos: Eu, Jesus, e a alma humilde. Seremos “uma” só coisa,
como a água e o vinho no santo Sacrifício. Eu dou as minhas
Graças sem medida aos pobrezinhos que Me procuram com pu-
reza de espírito. Tu és a primeira alma na qual Eu opero com
a minha Graça santificante, e realizo o meu Desígnio de Amor.
Tu sabes por que Eu te escolhi: por causa das tuas fraquezas e
debilidades. Não são os teus pecados, porque Eu, Jesus, nunca
mais os recordo; são as tuas angústias, as tuas incapacidades, as
tuas aflições, a nulidade do teu ser, que te impelem para Mim
e fazem de ti uma alma toda “minha”. Ao teu pequeno coração
revelei a imensidão do meu Coração e agora também a minha
ferida de amor. E Eu, Jesus, Me inclino para ti e abro-te o meu
Coração. Agora falo contigo, amanhã falarei com outras almas
puras, santas e fortes. Em breve, Jesus estará convosco na Pa-
lavra, para que o colóquio interior seja, para cada alma minha,
revelador de Jesus Mestre que orienta, ensina, conduz à santi-
dade a alma que quer e deseja tudo entregar ao Esposo. Almas
pequenas e débeis, mas todas minhas, ou almas fortes e grandes
em Mim, Eu Me dou a vós na Palavra interior como dom de
amor do Espírito Santo. Vera de Jesus, não temas os silêncios.
Os Superiores falarão, e compreenderão.4 O Papa chamará …
4 «Os superiores falarão, compreenderão…». Palavras proféticas: a carta do
Reitor-Mor, padre Ángel Fernández, publicada neste livro pela primeira vez, abre a
porta da Congregação Salesiana à Obra dos Sacrários Vivos para a sua realização e
difusão.
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33.4 Page 324

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Eu não te especifico a data para que a tua paz seja completa. Eu,
Jesus, vou dar-te um sinal. Ele te dirá que Roma, na sua Mãe
Igreja, abre a porta. Quando ele descer até ti, regozija-te na tri-
bulação, porque Eu, Jesus, te incluo, te completo em Mim. Je-
sus Eucaristia faz-te dom de Si, torna-te participante dos seus
méritos, da sua imolação. A oferta está agora nos Céus, diante
do trono de meu Pai, e minha Mãe a acompanha com os seus
suspiros de amor. Os meus Anjos estremecem e alegram-se, os
meus Santos louvam e agradecem ao Criador, Deus Pai, por tão
imenso amor por ti, pela humanidade de hoje. O padre Gabriello
seja paciente e prudente. O seu Jesus ama-o muito, muito e está
feliz com o seu ministério.
Escreve, Vera de Jesus. Aos incrédulos, aos que duvidam,
diz Jesus: não fostes vós que Me escolhestes, mas fui Eu, Jesus,
que vos escolhi. Não és tu que segues pias ilusões, mas Eu, Je-
sus, que te comunico a minha Palavra: Palavra de Deus para
os “pobres”. Aqui, diante de Mim, no Santíssimo Sacramento do
meu Amor onde Eu estou vivo e verdadeiro, verdadeiro Deus e
verdadeiro Homem, confirmo a minha palavra, palavra de Jesus,
e a minha vontade. E a minha vontade é esta: difundir a minha
Obra de Amor, torná-la conhecida pelas almas pequenas, porque
elas esperam por Mim. Estas palavras são luz e, porque são mi-
nhas, devem resplandecer e não permanecer ocultas. O mundo
precisa de Mim, e Eu vou ao mundo nos meus Sacrários Vivos.
Eu quero abraçar o mundo inteiro, porque o homem não Me co-
nhece, não Me ama, não Me quer. Procuro os meus templos, as
minhas igrejas que caminham, e que Me levam e Me dão. É esta
a Vontade de meu Pai: que o Esposo repouse sobre o peito da
esposa. “Sacrário Vivo a Esposa” e Jesus Eucaristia, consolado,
amado, glorificado, porque encontra as suas delícias vivendo, so-
frendo, lutando, amando com as “suas” criaturas. Deus Criador.
Sacrários Vivos, luz dos meus olhos, chama ardente de amor que
se eleva a Deus em Mim, invocai a minha Misericórdia, dai-vos
a Mim para o advento do meu Reino. Eu sou a luz que dissipa
as trevas. Eu sou o Caminho, Eu a Verdade, Eu a Vida: Jesus!».
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33.5 Page 325

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Roma 7-3-1969
«Sou Jesus Eucaristia. Um último adeus desta cidade que
na sua Igreja foi para ti uma Mãe misericordiosa. Agora vai
e continua a tua tarefa até que esteja concluída. Fizeste o que
Eu, Jesus, queria. Nem todos os fins por enquanto são óbvios
para ti, mas esteja em ti esta certeza: tinhas de estar aqui para te
ofereceres em Mim a meu Pai no meu precioso Sangue, para re-
ceber a bênção que os meus santos Pontífices te concederam do
Céu. Agora continua a tua viagem e cumpre o “meu mandato”.
Sim, as minhas palavras são estas: espero por ti no Céu, com os
meus Santos, com os meus anjos, quando tiveres completado
toda a minha vontade. Saúdo-te assim desde esta Cidade san-
ta: “até nos vermos no Paraíso”! Jesus que ama os pequenos.
A Santíssima Trindade viva sempre em ti e nas minhas almas,
porque Eu, Jesus, o desejo por amor. Repete com frequência e
invoca-Me assim: “Viva Jesus Eucaristia”! Seja para ti recon-
fortante pronunciar estas minhas palavras que exprimem toda
a minha Obra de Amor. Amanhã virei, e tu espera por Mim e
segue-Me. Jesus».
Savona 10-3-1969
Jesus Eucaristia
«A obediência que Eu te confiei é fruto da santa Graça que
tu não merecias. Vera de Jesus, se compreendesses a dimen-
são do meu amor por ti e pelas almas pobres! Minha filha, sê
abençoada novamente no meu Santo Nome: Jesus! Além de ti,
abençoo amplamente o padre Gabriello e os que acreditam nes-
te meu inexplicável amor pelos pequenos e pelos pobrezinhos.
Abençoado seja, portanto, o padre Borra que acredita em Mim;
abençoados sejam os Sacerdotes que aderem em silêncio, com
humildade, ao meu Desígnio de amor. Abençoada seja Rosa,
tua irmã, porque acreditou e acredita em Mim. Eu, Jesus, au-
mentarei esta fé para que ao chegar a hora do meu chamamento
do Vaticano, a vossa alegria em Mim seja completa. Tu per-
325

33.6 Page 326

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tences à minha Obra: esta é a minha Vontade, a Vontade de Jesus
Eterno Sacerdote. Escreve, minha filha, sê forte! O Santo Padre
acredita, acredita em Mim, em Jesus, nas minhas palavras, nas mi-
nhas Mensagens. Vera de Jesus, sê humilde e paciente, e espera
por Mim. Paciência na espera da minha Palavra, paciência em fa-
mília, Paciência com o teu próximo. Escreve aos teus irmãos, para
as almas que irão receber a fé e o impulso de fervor eucarístico.
Paciência na espera do Anjo que Eu, Jesus, te prometi. Sim, Vera,
virá. Virá do Céu enviado por meu Pai para que se cumpra a minha
vontade em ti até ao fim. Paciência na espera do “sinal” revelador
do meu amor e da minha Vontade ao Santo Padre. A paciência que
vos peço será uma virtude adquirida por vós com sofrimento, mas
meritória. Tornai-vos pacientes e humildes como Eu! Eu, Jesus,
estou convosco e em vós: guio-vos, apoio-vos, encorajo-vos, ensi-
no-vos. Se Me invocais com fé e com amor, Eu não deixarei de Me
fazer sentir em vós, para que a vossa paz, perturbada, possa voltar
a vós pelo meu Espírito Consolador. Eis que Eu não vos deixo,
estou convosco na santa Graça santificante; estou convosco pela
minha Palavra até ao fim. Eu sou o Bom Pastor que não abandona
as “suas” ovelhinhas. Vera de Jesus, padre Gabriello, meu querido
Sacerdote, minhas almas, escutai-Me e segui-Me. A alma que vive
em Mim e para Mim no meu Sacrifício místico deve ser submissa à
minha Igreja, ao Sumo Pontífice. Deve em Mim entregar-se a meu
Pai por meio de minha Mãe. Deve em Mim entregar-se ao irmão.
Cada um de vós abrace-Me nas circunstâncias de cada dia, na cari-
dade para com os irmãos. O esforço constante consista em ver em
todos e em tudo a Mim, Jesus. É assim que Eu desço a vós, é assim
que Eu venho e Me revelo a vós. Então, levar-Me-eis em vós e Me
tereis convosco. Sim, quero os meus Sacrários Vivos, porque eles
vão ser na humanidade a luz para os irmãos afastados do meu Ser,
Deus, seu Pai e Criador. Vera de Jesus, empenha as tuas forças, as
tuas canseiras para Mim, para os teus irmãos. Nestas minhas pala-
vras, nestas minhas Mensagens, está toda a caridade que podes dar
ao teu próximo, vivendo, sofrendo, escrevendo para ele. Tu, para
a glória de meu Pai, tu para os homens teus irmãos. Manifesta às
326

33.7 Page 327

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almas, ao mundo inteiro o meu amor de Salvador, a minha graça.
Repete comigo, com os meus Anjos:
“Viva Jesus Eucaristia. Venha depressa o Reino do amor de
Deus por Jesus Eucaristia. Maria, Mãe de Jesus, ensina-nos a in-
carnar Jesus Hóstia Consagrada, a levar Jesus, a dar Jesus. Maria
Santíssima Auxiliadora, sê nossa Mãe, nossa Mestra, nossa Rainha.
Nós te elegemos juntamente com os teus Santos, diante do trono
da Santíssima Trindade, na adoração que os Anjos prestam a Deus
Pai, a Deus Filho, a Deus Espírito Santo, ó Mãe da nossa alma eu-
carística, para que tu a prepares e a disponhas a tornar-se o Sacrário
Vivo desejado e querido pelo teu Jesus. Na tua mão de Rainha dos
Céus e da Terra, colocamo-nos nós mesmos. Maria, tem piedade
das nossas fraquezas, das nossas misérias, das nossas incapacida-
des. Eleva-nos da terra para vivermos e sermos para o Céu, para o
Reino do teu Filho. Na tua mão está a nossa pequena oferta: lava-a
com as tuas lágrimas, mergulha-a no precioso Sangue do teu Jesus
e une-a à dos teus Santos, de todas as almas do Purgatório, de todas
as almas que vivem na terra. Então, no teu Fiat, Maria, eleva o nos-
so fiat; faz que seja puro, que seja santo, que seja digno de Jesus.
Agora, Maria Santíssima, nossa Mãe, dispõe-nos a aceitar quanto
Deus Pai, em Jesus Cristo, estabeleceu para nós, para que a sua
vontade se manifeste ao Santo Padre, para que a Obra de amor de
Jesus, derramada da ferida do seu divino Coração, se manifeste aos
que são chamados, por aquela espada de dor que trespassou a tua
alma. Ó Maria, escuta-nos, atende-nos, socorre os teus filhos. A ti
a nossa vida, para que tu a coloques em Jesus e, nele, seja vida que
renove e transforme a vida dos homens aqui na terra. A Jesus que é
Vida, a nossa vida, humildemente a oferecemos por Maria Santís-
sima em união com os nossos queridos Santos, na única oferta da
Vítima que é Jesus Cristo Nosso Senhor.”
Estás na minha Santa Graça, escreveste em meu Santo Nome:
Jesus! A obediência vem de Mim, Jesus, e está unida à minha obe-
diência a meu Pai, no Fiat de minha Mãe. Jesus a Vera, para lhe
assegurar que tudo vem de Mim: Jesus!».
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33.8 Page 328

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Savona 12-3-1969
«Escreve o meu Santo Nome, Jesus!
Obediência, caridade, amor! Três flores da santa Graça com
as quais a “minha” alma deve vir a Mim.
Estas são as três vestes, entre as mais brilhantes, com as
quais gosto de ver adornada a minha Esposa. Vera de Jesus, es-
tas vestes não se usam, mas são assumidas até tornarem orante
a alma que reza comigo e em Mim, obedecendo ao Pai até se
tornar Eu mesmo, porque agora nada ficou na alma “velha”, até
se tornar “chama” que arde e queima porque Eu na plenitude
do meu amor, vivo eternamente em vós. Revê o caminho da tua
vida passada, e sofrerás as penas da agonia que Eu, Jesus, sofri
por teu amor. Agora, pouco a pouco, a tua alma será imersa
no teu passado de pecado, porque assim Eu, Jesus, desejo para
teu bem e o bem de outras almas. Agora que conheces o meu
amor, descobrirás na minha atroz paixão e Morte todos os teus
pecados, e as minhas Carnes martirizadas por amor de ti, e o
meu Sangue, sobretudo o meu precioso Sangue, que Eu derra-
mei sobre a terra, isto é, sobre ti. Disse-te em Roma: “vamos
refazer juntos o caminho da Santa Cruz e do meu Calvário”. Eu
agora mergulho-te, embora na minha luz, naquela criatura que
eras antes. Se no passado a tua dor e arrependimento foi sincero
e profundo, hoje deve levar-te à agonia comigo, por ti e pelos
teus irmãos para que também eles sejam participantes de Mim.
Coragem, Vera de Jesus, Eu estou contigo. Recebe-Me assim
como Eu desejo unir-te, pobre alma pequena, a Mim, na minha
Paixão. Este renovamento dar-te-á aquela virtude da humildade
que eu quero ver brilhar em ti como pérola preciosa. Assim,
trago-te a reviver, sofrendo, o longo tempo em que, sem me
amares, estavas no mundo, manchada de mundo. Assim, vamos
juntos subir o Calvário e a Cruz deste doloroso sofrimento, pelo
meu Sacrifício renovado por ti, seja a expiação dos teus peca-
dos aqui na terra. Vera de Jesus, pequena Hóstia consagrada a
Mim pelo Sacerdote: não há holocausto sem expiação, não há
oferta sem dor, dor que mortifica, que destrói toda a sombra do
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33.9 Page 329

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passado. Eu, Jesus, perdoei, Eu, Jesus, esqueci, e nada recordo
senão o teu coração amoroso. Tu não sofrerias a minha Paixão,
senão sofrendo pelas tuas próprias culpas. Eis porque reabro
em ti as feridas do teu passado. Quando a tua alma encontrar
alívio em Mim, revela ao padre Gabriello o que permiti ver na
tua alma. Não agora, porque estás imersa na agonia da minha
Paixão. Confirmo à Vera as minhas Palavras por aquela obe-
diência com a qual ela, pobrezinha, está unida a Mim na santa
Cruz, na Cruz de Amor do seu Jesus. Vera de Jesus escreveu por
minha vontade, para ela e para as outras almas. Eu sou a Porta
pela qual as minhas almas entram no Reino de meu Pai. Eu sou
a Vida: permanece em Mim, na Vida para que a vida terrena se
extinga na Minha, e dê frutos de Graça, dê à vida humana a mi-
nha Vida. Outras almas fizeram tudo isto por ti, em Mim; agora,
tu em Mim, façamos isso pelos meus Sacerdotes e para sempre.
Jesus te abençoa, Jesus vítima em ti, agora pequena Hóstia. Je-
sus ama-te muito, muito. Jesus ama-vos. Jesus para todos!».
Sv. 16-3-1969 Viva Jesus Eucaristia.
«Escreve as minhas Palavras, porque só elas podem restau-
rar confiança aos homens. A minha Obra verá a luz se souberem
esperar com confiança e serenidade. Virá o tempo em que vós re-
conhecereis o cumprimento das minhas revelações. Estejam pre-
parados e não duvidosos. Por que duvidais? De quem duvidais! A
minha Obra está lançada e Eu, Jesus, abro o Caminho do Amor.
Dei-te, antes da chamada local, o sinal revelador do Papa. Sei que
tu acreditaste nele, e esperaste. Sei que o padre Gabriello sofre
de incertezas. Vera de Jesus, se ficasses tu só a acreditar e a lutar,
seguir-Me-ias até ao fim? Eu te darei amor, muito amor para dar a
Mim, Jesus, às minhas almas, a todas as almas. Vem, Esposa pobre
e pequena, e repousa em Mim: sobre o meu Coração Eucarístico.
O texto datilografado devia estar preparado a seu tempo. Mas Eu,
Jesus, serei sempre o Divino Reparador. Não temas, e confia em
Mim, Jesus! Eu estou contigo. Estarei contigo até ao fim!».
329

33.10 Page 330

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Savona 20-3-1969
Jesus: «Vera, Vera de Jesus, escreve. Deves proclamar ao
mundo a minha Divindade e a minha Humanidade contida nas
Sagradas Espécies: a Eucaristia! Com este Pão quero alimentar
as vossas almas, por este Pão vós vivereis, porque Ele sou Eu:
Jesus. Perseverai na minha Palavra, no meu preceito de amor,
e alimentai-vos de Mim. Eu, Jesus, transformo-vos em Mim!
Sim, os chamados à minha Mesa são muitos, mas poucos aco-
lhem o convite do seu Rei. Pensa, Vera de Jesus, é um Rei que
vos convida porque ele é Soberano e tem o seu Reino nos Céus.
É um Rei velado no seu esplendor, humilde por vós, que se faz
pequeno por vós aqui na Terra. Este Rei Eucarístico é Jesus, é
Deus, é Deus na Trindade Santíssima, é Deus com o Espírito
Santo, o Amor. Agora Eu estou em ti, na tua alma, Uno e Tri-
no, e derramo a minha Graça. Quanto mais a alma está vazia
de si mesma, liberta do mundo, mais Eu desço a essa morada
e aí habito. Habita em ti, por isso, o Rei, o Rei do universo e,
sobretudo, o Rei da tua alma. Eu não procuro súbditos, mas
sim herdeiros do meu Reino, que vos dou mediante a minha
Cruz de Amor. A minha Cruz de Amor agora é Obra dos Sa-
crários Vivos. Vou difundi-la nas minhas almas, vou suscitar,
naqueles que Eu Chamo, o ardor Eucarístico e os convidados
vão ser muitos. Quantos acolherão o convite do seu Rei? No
entanto, pelo caminho da minha Obra de Amor, Eu, seu Rei,
desejo fazê-los mais participantes de Mim, herdeiros do meu
Reino dos Céus. Vera de Jesus, quantos Me seguirão? Quan-
tos Me incarnarão? Se as minhas almas se abandonassem mais
confiantes ao meu amor de Pai, como Eu transformaria as suas
misérias com as minhas riquezas, com os meus Dons! Não tema
o Sacrário Vivo a nulidade do seu ser. Peço, quase diria, exijo,
o seu abandono e a sua confiança em Mim, e tudo o que falta ao
meu pobre sacrário, lhe darei Eu, Jesus! Peço humildade, gene-
rosidade, amor, amor, amor. Escolhi um sacrário talvez despre-
zível para o mundo, mas não para Mim. Eu torno-o belo com
a minha Graça. Estou a dar-lhe tudo porque Eu, Jesus, alegro-
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34 Pages 331-340

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34.1 Page 331

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-me em dar. Vós, esvaziai os vossos corações de vós mesmos,
para que possa descer a vós o meu amor. Eu quero procurar
e encontrar repouso em ti, minha filha, no teu pobre coração.
Por que te afliges se não sabes amar? Devemos isolar a alma,
separá-la da terra para que fique imersa em Mim. Então sentirás
que Me amas pelo menos um pouco. Sentirás que amas Jesus
com amor puro. Também este amor seria limitado, porque Eu
atraio a alma à contemplação do amor puro. Por isso, amar-Me
significa por agora sofrer, sofrer por não saber amar. Também
isto é amor. Ora, o amor puro é semelhante a uma gota de mel
que Eu derramo na alma através da Eucaristia. Eu, vindo a vós,
faço um trabalho de purificação, trabalho de redenção, trabalho
de sublimação da alma em Mim. Agora ninguém chegará a este
amor sensível sem Mim, isto é, sem a Eucaristia. Agora o meu
Sacrário refugia-se em Mim, no seu Jesus Eucarístico: Eu vou
preparar a sua alma para “Me levar”. Que confie e não se per-
turbe! Eu sou Jesus!».
Deserto 25-3-1969 às 22h45
«Vera de Jesus, escreve, escreve por obediência, obediência
de amor e de fé. Eu sou Jesus, Filho do Altíssimo, incarnado no
seio da Virgem Maria. Anuncio-te uma mensagem de paz e bem
para a tua alma: o Anjo da promessa vai descer, e tu o chamarás
Anjo da Cruz do Amor de Jesus. Ele te ajudará a levar a minha
Cruz, e juntos vireis a Mim. Eu prometi, Eu, Jesus, mantenho a
promessa. Palavra de Jesus à sua pobre esposa. Jesus».
Deserto 28-3-1969
«Vera de Jesus, escreve, sou Jesus Eucaristia! Escreve que
na minha Graça está o Amor. Dou-te paz, dou-te serenidade,
dou-te a Mim mesmo: Jesus! Agora sinto-Me consolado, por-
que tu ouviste a minha voz! Tu és a “minha” ovelhinha que
Eu mantenho nos meus braços de Pai. Tu, pobre e sofredora
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34.2 Page 332

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estás no meu amor. Como te trago a Mim, como te atraio, tu
ainda não o sabes, nem saberás aqui na Terra. Não deves temer.
Quem te defende, quem te protege é Jesus. Eu farei que haja
luz onde está a treva, Eu providenciarei a tudo e a todos. Estas
tribulações presentes são o bálsamo do meu sofrimento. Vê, Eu
recebo-as no meu Sangue precioso, e ao longo da via dolorosa
do Calvário, tu Me acompanharás com a tua pobre crucifixão.
Olhei para ti como alma a resgatar, olhei para ti ainda como
alma a conquistar. Tu agora estás entre as “minhas” Marias.
Agora assim te vejo, Eu, Jesus Apaixonado. Vem, minha alma,
entrego-te sempre a minha Cruz de Amor. É tua, é para as al-
mas consagradas a Mim, é para as almas que Me procuram
na pureza de coração, com generosa humildade, procuram a
minha vida íntima, mística, de fusão de alma comigo, Jesus.
Contemplei-vos, minhas almas, ao longo do Calvário, e logo
a partir desse momento, o vosso amor Me consolou. Agora
procuro esse amor que Eu paguei com o meu Sangue, peço
esta oferta na minha própria imolação ao Pai. Recorda, minha
alma, e não esqueças que tu hoje podes amar em Mim ao Pai,
ser consumada por Mim, para a minha Glória, porque Eu fui
consumado por ti. Agora, olha para os teus irmãos, os nossos
irmãos distantes, e não queiras negar-lhes quanto Eu, Jesus, te
entreguei gratuitamente. Não queiras negar a alegria eucarísti-
ca que vem de Me receberes, e as efusões de amor e de graça
que Eu sei dar aos meus filhos perturbados e angustiados. No
abraço eucarístico eles vão encontrar-Me, vão receber-Me e
vão salvar-se. Minha filha, vou derramar tesouros de Graças
sobre aqueles que Eu chamo, os meus Sacrários, se quiserem
seguir-Me, a Mim, Jesus».
Savona 30-3-1969, Domingo de Ramos
«Jesus Eucaristia em ti.
Escreve, Vera de Jesus, sou Jesus Eucaristia em ti! Vivo
na tua alma, habito nela e fixei aqui a minha Morada. Sim, é
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34.3 Page 333

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verdade, leva-Me, porque tens-Me em ti. Devemos caminhar
juntos e visitar os irmãos para os atrair aos pensamentos de
paz e de eternidade. Escreve, Vera de Jesus, Eu manifesto-Me.
Visitei esta Casa com a santa Graça. Eu, Jesus, fiz morada
nas Sagradas Espécies e habito neste Sacrário, mas há alguém
que Me resiste. Eu, Jesus, olhei para vós e olho, porque estais
no meu Pensamento. Agora, minha Mãe Maria Santíssima vai
empreender a sua obra de persuasão em todas as vossas al-
mas para compreenderdes a linguagem de Deus! Rosa deve
seguir-Me ligada a ti, com o olhar fixo na meta. Indulgente
dentro do possível, limpe a mente e o coração dos pensamen-
tos terrenos. Eleve-se para Mim, para o seu Jesus, por meio
da minha Graça Eucarística. Eu, Jesus, quero tirá-la das tribu-
lações que sufocam o espírito. Quero que venha a Mim pelo
caminho que te ensinei. Por isso, ela, com o auxílio da minha
Graça, remova com firmeza os obstáculos que a impedem de
vir a Mim, Jesus Eucarístico. Se anseia por Mim, procure-Me,
e se Me procura Eu, Jesus, Me farei encontrar. O esforço fei-
to para atingir a meta será enormemente recompensado por
Jesus. Deves dizer-lhe que Eu, Jesus, venci também a morte.
Quem permanece em Mim e persevera até ao fim, vencerá em
Mim, porque juntos venceremos o espírito deste mundo. En-
tão, a pessoa que lhe é querida, que Me é querida, ressuscitará
como Lázaro. Mas tudo isto não acontecerá se a Rosa não es-
tiver em Mim, se não viver só por Mim, para a glória do meu
Reino. Rosa já tem um guia íntimo a quem deve seguir, e que
o seu Jesus lhe revela para derramar nela ondas de ternura,
de amor filial, de conforto e luz. Quero que caminhe na Luz;
deve ver que Eu, Jesus, a amo muito, porque, mesmo nas suas
fraquezas, tenho predileção por ela. Vera de Jesus, continua
a escrever! Leva-Me contigo, Vera. Leva-Me aos pequenos,
a quem está em perigo de morrer sem Mim! Leva-Me com
as tuas dores, leva-Me com humildade e caridade. Eu, Jesus,
estou sempre contigo. Jesus em ti».
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34.4 Page 334

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Deserto 1-4-1969
Jesus: «Filha, Minha filha, é Jesus quem te fala. Venho a ti,
desço em ti, e a minha Divina Presença, como no santo Sacrário,
é real. Agora, neste momento, leva-Me e fica a ser o meu Sacrá-
rio santo para que Me dês hospedagem, a Jesus Eucarístico. Isto
acontece quando te falo, te dito, Me revelo a ti. No meu Tem-
plo sagrado procuro a minha alma, para atraí-la a Mim, elevo-a,
dou-lhe consolações para que o seu espírito encontre em Mim a
força, a força que só pode vir do meu amor. Na Sexta-feira Santa
vou dar-te uma mágoa por meu amor. Queres que o Esposo prive
a esposa de si próprio nesse dia? Tu, espera-Me com humildade e
em silêncio. Isto alegrará a tua alma e Me consolará. Deves lou-
var a Deus que em Mim te cobre de graças, fruto da minha mise-
ricórdia. Quando Eu tiver morada estável em ti, vou enviar-te o
meu Anjo: Anjo da Cruz de Amor de Jesus! Será em breve, por-
que Eu, Jesus, quero formar o meu Sacrário com as minhas mãos:
um sacrário pobre para os pobres, um sacrário todo meu, onde Eu
habite junto aos pobres, um sacrário pequeno, muito pequeno,
para ir visitar os pequenos. Consola-te, minha alma, porque em
breve virei para ti e para aqueles que sofrem, que precisam de
Mim. Tu deves “dar-Me”, tu deves “levar-Me”, porque esta é a
minha vontade. Tu, espera por Mim confiante! Agora não estás
só: tens-Me, tens os Anjos que Me adoram. Permanecerei ainda
em ti, na tua alma, sensivelmente. Prepara-te para Me acolher no
Sacramento da Eucaristia, no meu Dom de Amor às almas. Es-
creve, Jesus está em ti para as almas, para salvar as almas, para
procurar as almas. Jesus espera por ti, Jesus espera por vós. Vem
a Mim, alma minha, Eu, Jesus, procuro-te, procuro-te com amor.
Estas palavras, palavras de Jesus para os pobres, disseminar-se-
-ão por toda a parte, e levarão a minha alegria. Não, não temas,
tu já não estarás, porque Eu, Jesus, te defenderei de ti mesma. Eu
te retirarei do mundo, como te disse, e em Mim será consumada
a tua vida. Muito te prometi, muito Eu manterei, Eu, Jesus. Para
o padre Gabriello valem as mesmas palavras dirigidas a ti, Vera,
Vera de Jesus. Eu estou convosco! Jesus Eucaristia».
334

34.5 Page 335

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Savona 6-4-19695
«Sou Jesus, Jesus na santa Graça. Escreve. Escreve que Eu
dito. A minha Presença Eucarística em ti é querida por Deus, que
cobre as suas pobres criaturas com o manto da minha Misericór-
dia. Por isso, não temas: estás na minha santa Graça e na obediên-
cia. Agora a mágoa cessa, e Eu, Jesus Ressuscitado, ressuscitarei
na tua alma para a conduzir das opressões à alegria, à minha ale-
gria: alegria de Jesus Eucaristia! Agora estás doente. Sofreste em
Mim, mas o homem velho tarda em morrer. Vera de Jesus, con-
fiança! Escreve, escreve, minha querida filha, sou Eu que derramo
a Graça das minhas palavras. Se o meu Sacrário Vivo existe6, Eu
vivo a minha Obra de Amor. Isto não induz em absoluto os outros
a alargar esta antecipação, porque só por vós Eu, Jesus, faço uma
exceção. Os outros vão esperar a autorização da Santa Sé. O padre
Gabriello e tu sois minhas pobres “pedras” sobre as quais desejo
edificar a Obra dos Sacrários Vivos. Se estas pedras não Me levam
não edificarão a minha Obra de Amor. Repito: é um privilégio
para vós, pobrezinhos, que trabalhais por Mim e em Mim. Eu sin-
to-Me consolado em vós, e vós sede-o em Mim: em Jesus Euca-
ristia. Este Dom de amor é para Vera, para que não mais se pertur-
be e acredite que o seu Jesus nunca a deixou nem a deixará. Jesus
agora está contigo, com as almas pobres e débeis para atraí-las a
si. Abençoo, sim abençoo a todos, também aqueles que não Me
amam. Abençoo e espero que todos os vossos corações venham a
Mim, a Jesus Eucaristia. Jesus Ressuscitado dá-vos a Paz, a Paz
que Eu conquistei com o meu Sangue. Eis que Eu vos dou esta
paz; difunda-se no vosso espírito para Me verem, para Me procu-
rarem, para vos tornar felizes em Mim. Jesus Ressuscitado com a
sua Graça em ti, Ressuscitado para ti, para todas as almas. Vai em
paz. Eu permaneço em ti para te atrair, hora a hora, a Mim. Jesus».
5 6.4.1969. Páscoa.
6 «Se o meu Sacrário Vivo existe…». O padre Gabriello Zucconi e Vera,
como pedras fundamentais da Obra, levam por um certo periodo Jesus nas Sagra-
das Espécies. Uma exceção para eles, para todos os outros chamados é necessária
autorização da Santa Sé.
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34.6 Page 336

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Sv. 12-4-1969
Jesus Eucaristia. «Escreve o meu amor por ti, por todas as
almas. Revelo-Me aos pequenos, porque eles têm necessidade de
Mim. Ao pequeno ensino como se ama o próprio irmão, e o ajudo
a levar o peso das suas próprias misérias. Se ele me ouve encon-
trará em Mim o caminho que o fará subir até Mim: o Amor! Do
amor humano, sentido e vivido por meio de Mim, ele será arreba-
tado ao Amor Divino. Então, ele será livre, ficará todo em Mim.
O pequeno abrace então com ternura os pequeninos, mesmo que
façam sofrer, e procure neles sempre e só a Mim. Este é o único
meio para vir a Mim, para ficar ainda no mundo e não ser do
mundo. Dou-vos um mandamento novo: “amai-vos um ao outro”
como vos disse uma vez. Recordo-vos com amor, com amor in-
sistente, o mesmo mandamento, porque vós sois as almas eleitas
do meu Reino Eucarístico. Escolhi entre os pobres a minha Mo-
rada e aqui eu quero habitar na paz e na caridade. Eu estou aqui
para isso, para vos ajudar no amor, para unir-vos no amor, para
que vos torneis todos “meus” como Eu, Jesus, sou no Pai. Estou
aqui por ti, estou aqui pelos teus familiares, e as minhas Graças,
Graças da alma, virão porque os frutos amadurecerão a seu tem-
po. Eu venho a vós por amor e abraço-vos e abençoo-vos. Aben-
çoo a tua alma, abençoo do mesmo modo a alma dos teus irmãos.
Abençoo o pobre e o rico, o justo e o pecador, porque agora é a
hora da minha Misericórdia. Tal e tão grande misericórdia, sendo
o Pão vivo descido do Céu para vos regenerar sempre na na mi-
nha Graça. A minha eterna consumação nas almas é fruto do meu
amor. Eu quero eternizá-la dentro das paredes domésticas, para
que a minha Vida, a minha Luz nunca vos falte, nunca mais
vos falte. Vera de Jesus, escreve, escreve: tens esta tarefa. Deves
cumpri-la, porque sou Eu que dito, o teu Jesus Eucarístico. A
dor que me ofereces Eu a vejo. Vou-te ensinar, Vera de Jesus,
a acompanhar-Me, a alegrar-Me, a deixar-te levar por Mim. Tu
nada poderás fazer sem Mim. Deixa-te guiar também no silêncio,
e neste silêncio ouve-Me humilde e confiante. No silêncio, para
Me servir, deves confiar mais em Mim, e permanecer na humil-
336

34.7 Page 337

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dade. Se estás árida, olha com mais amor para o Céu: esta é a tua
Pátria, a Pátria que te espera. Esta promessa seja conforto para ti,
entre as trevas que agora te virão. Depois será a luz, a luz do meu
imenso Amor Eucarístico. Reparas, Vera de Jesus, como olho
para ti e te sigo!? Vês quanto e como te amo!? Agora vai em paz,
Eu estou em ti, contigo, e não te deixo. Prometi, e estabeleci con-
tigo este pacto de amor: Jesus e a alma eucarística. Eu renovarei
este pacto de amor para cada alma que se alimenta de Mim, e isto
será assim até ao Juízo Universal. Neste pacto, Jesus Eucaristia e
a alma estarão unidos. Não esqueças, o Vinho e a Água. Assim,
cada alma em Mim, e Eu em cada alma, até ao fim. A minha mão
que abençoa agora está sobre ti, sobre os pobres desta casa, sobre
os pobres da estrada. Jesus para todos!».
Deserto 14-4-1969
«Jesus na santa Graça, Jesus no Amor, dita a ti, pobre. Escre-
ve, o meu amor é Amor Eucarístico. Revelo-o a ti para todas as
almas. Quero almas “pobres” que Me sigam, que Me levem. Pro-
curo-as entre os pobres, os deprimidos, os caluniados, os ofen-
didos, os puros, os simples. Quero que estes tenham a certeza
do meu grande amor de Pai, porque mesmo estes pequenos, Eu,
Jesus, não quero deixá-los órfãos. Quantas vezes repeti e expli-
quei este meu amor sofrido pelos pobres! Não Me cansarei de
repeti-lo enquanto os meus filhos tiverem necessidade de Mim,
enquanto eles não Me tiverem em si. Descerá ainda a noite sobre
ti, mas tu sabes esperar por Mim: Eu, Jesus Eucaristia, voltarei
sempre. O ano em curso dará também consolações a vós, que
esperais por Mim, e a luz da minha Obra de Amor estará em ti,
estará nos que Eu chamo. Roma, em S. Pedro, abençoará a pri-
meira pedra do meu grande Edifício eucarístico, porque o ano da
grande Graça está próximo. Virá, neste outono, a primeira apro-
vação da Santa Sé, quando a minha Obra, no seu conteúdo, esti-
ver completa. Sim, minha filha, aceita-Me na Cruz, aceita-Me na
dor, acolhe-Me no amor. O teu Jesus que vive em ti».
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34.8 Page 338

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Sv. 18-4-1969
«O meu nome é Jesus, filho do Altíssimo Deus Omnipoten-
te! Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, Pão vivo descido
do Céu para alimentar os pobres, para alimentar os que duvi-
dam dos tesouros da Verdade, para levar a cabo a Obra de sal-
vação dos homens, meus irmãos, entregues a Mim por meu Pai.
Eu, Jesus, no Céu na minha Glória: Deus Uno e Trino, com mi-
nha Mãe, Maria Santíssima, Virgem Imaculada, os meus San-
tos, os meus Anjos. Eu, Jesus aqui convosco, em vós, pela sede
de almas que está em Mim. Eu sou Jesus Eucaristia. Falo de
um Sacrário novo e pobrezinho. Eu gostaria que ele se tornasse
parte de Mim, entregando-se totalmente à minha Mãe. Ela é o
Sacrário de ouro capaz de “Me levar”. Leva a tua alma, leva o
teu coração, leva este Sacrário a Maria. Ela te receberá no meu
Amor, no amor do seu Filho, Jesus. Ela, tua e minha Mãe, vai
remediar, vai suprir, vai purificar e com o seu amor puro vai
preparar o meu Lar Eucarístico. Nela virás a Mim, nela levar-
-Me-ás e Eu, Jesus, Me deixarei embalar pela mais doce das
Mães: Minha Mãe, Maria sempre Virgem. Quanto mais viver
Maria Santíssima no Sacrário Vivo, mais serei amado, louvado
e glorificado. Se Me amas, Vera de Jesus, torna-te a escrava de
Amor da minha Mãe. Ela poderá e saberá ser tua mãe, mestra e
rainha da tua alma, da tua vida terrena. Faz que a minha Obra
leve o nome de Maria Santíssima. Faz que Eu viva na minha
Obra com Ela, Imaculada Conceição. Cada alma, Templo do
Espírito Santo, pode ter Maria Santíssima como Sacrário puro
e agradável a Deus, se por meio dela a alma se tornar humilde
serva de amor. Então, eu vou descansar como uma criança nos
braços de minha Mãe. Chegarás a tudo isto por minha grande
Graça, pelo sofrimento vivido, pela piedade filial d’Aquela que
te amou muito, muito, e te ama. Agora vê-te, agora olha para
ti, agora ela te assiste mais do que antes. Recolhe todas as tuas
forças e coloca-as ao seu serviço: Ela as orientará e as guiará
para o Céu. O Sacrário será santo, será agradável a Deus, na-
quele Sacrário puro e radioso que acolheu o Verbo. Estou agora
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34.9 Page 339

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em ti na Palavra guardada por minha Mãe. Desejo que ela seja
sempre guardada pela Fonte de toda a graça, porque sempre por
Ela, Eu, Jesus, Verbo incarnado, Me dou ao mundo. Vive a vida
de amor e de união com a minha Mãe e viverás de Mim e para
Mim; anula-te no Sacrário de ouro que é a minha Mãe e saberás
“guardar-Me”. A devoção ao meu Preciosíssimo Sangue deve
ser difundida na Eucaristia, porque a minha Carne e o meu San-
gue são o meu Sacrifício por vós oferecido ao Pai, são o meu
amor por vós, são o meu Dom de amor. Gosto de vos dar o meu
Sangue, gosto de ver que vós procurais, desejais, honrais o San-
gue que vos dou. Invocai-o como bênção amorosa sobre as vos-
sas almas: Eu lhes darei o esplendor da minha Graça, o fervor
do impulso que vos faz subir até Mim, à ferida do meu Coração.
Eu, em ti, falei e no meu Sangue, Sangue de Jesus Cristo, Eu
abençoo, abençoo, abençoo. Triunfe o meu amor, triunfe pelo
meu Preciosíssimo Sangue. Jesus vivo em ti!».
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XII CADERNO
“Viva Gesù Eucaristia”
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Deserto 20-4-1969
«O meu Santo Nome: Jesus! Dou-te a minha Força, a mi-
nha Bênção. Jesus na alma, presente em ti, pobre esposa de
Jesus. Agora repousa, a obediência à minha palavra terminou
por agora. Jesus Eucarístico!».
Savona 27-4-1969
«Sou Jesus. Viva Jesus Eucaristia! O padre Colosio deve
fazer chegar a minha Obra de Amor completa às mãos do Santo
Padre. Desejo que seja entregue pessoalmente a ele e depois
examinada pelos outros. O Santo Padre Paulo VI conduzirá de
Roma a minha Obra e orientará os “meus Sacrários”. Ele é o
timoneiro da minha Barca e nas tempestades impetuosas que
se abatem sobre ela conduzirá ao largo, em águas tranquilas,
os meus filhos, os “Chamados”. Com as minhas mensagens de
amor, Eu, Jesus, desejo colocar nas mãos do meu Vigário na
terra os destinos da Igreja de amanhã, da nova Igreja. Ele, Paulo
VI, está repleto de Mim, do Espírito Santo; ele “vê” e “verá” e
nas minhas palavras nós vamo-nos reconhecer. Agora, preparai
o caminho para Mim, isto é, trabalhai com entusiasmo e dai em
breve ao mundo, às minhas almas a Palavra de vida que Eu vos
dei. Não as guardeis só para vós, elas são para todos. Trabalhai
para que a minha Obra de Amor seja entregue depressa Àquele
que, por minha vontade, na minha Igreja une e autoriza e difun-
de esta nova Cruz de Amor que é o meu Sacrário Vivo.
Para Vera, o meu Anjo: São Rafael, Arcanjo de Deus, para
que no caminho seja guiada por um “enviado de Deus” com o
qual ela poderá levar a bom termo a tarefa que lhe foi designada
por Deus Pai, por meio de Mim, Jesus. Este Anjo te guiará, te
protegerá até ao fim da tua vida terrena, até conduzir-te a Mim:
na Pátria, na minha Morada do Paraíso.
Eis que tu, Vera de Jesus, recebeste este privilégio para a
glória de Deus, para que se cumpra a sua vontade até ao fim.
Ele substituiu o teu precedente Anjo da Guarda, que agora está
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35.3 Page 343

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comigo em adoração à Santíssima Trindade, em toda a parte
onde Eu estou nas Sagradas Espécies Eucarísticas. Agora com-
preende, lê, medita… Rafael não fala como o teu Anjo prece-
dente, Rafael leva-te, guia-te, ensina-te inspirando-te os meus
Desejos, a minha Vontade. Não procures as suas palavras, elas
vão ser raras, mas torna-te dócil às inspirações boas e místicas:
vêm de Rafael. Agora está contigo, no teu caminho e aqui fica-
rá, ao teu lado. Eu, Jesus, prometo e mantenho isso. Depois virá
a Luz, Eu te darei a minha Luz, aquela que tu queres, porque a
Luz é sagrada, é santa, sou Eu. Prometo-te a minha palavra mais
frequente. Ama-Me, Vera de Jesus, Eu quero ser amado, muito,
muito, muito. Ama-Me e esquece-te de ti mesma em Mim. Eu,
Jesus Eucaristia, quero permanecer em ti. Sou Eu, Jesus, que
o desejo. Tens a minha palavra, palavra de Jesus. Minha filha,
abençoo-te! Jesus na Santa Graça».
Sv. 30-4-1969
«Escreve, minha querida filha, é o teu Jesus que te fala!
Vem, minha filha, aproxima-te de Mim, do meu Lado. Aqui está
o amor, o verdadeiro amor. Sim, por obediência escreve e em
nome desta santa obediência virás a Mim. Aproxima-te cada
vez mais do amor, do puro amor, mediante a obediência e a hu-
mildade. Agora abandona-te a Mim. Não queiras ver no mundo
senão a Mim, através de Mim. Eu, Jesus, vou-te conceder uma
graça: ver tudo e todos em Mim. Devo formar o meu novo tem-
plo, devo purificá-lo, mas para esse fim servirá o meu Sangue.
Escreve, sou Eu, Jesus, que guio a tua alma. Eu, Jesus, Eterno
Sacerdote, Pastor de almas. Eu erijo o meu Templo com a mi-
nha Graça a partir da tua pequenez, e sobre ela construo a minha
Igreja. Sou Eu, Jesus, que a formo, a adapto segundo os tempos
e segundo a Verdade. Eu sou sempre o Caminho, a Verdade, a
Vida. Evangelho de vida, para a vida de amanhã onde Eu, Jesus,
continuo a ensinar como é sempre possível vir a Mim. Tu és um
pobre exemplo sobre o qual o meu Pai se alegrou em começar.
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35.4 Page 344

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Rosa, tua irmã, vai ser um outro exemplo. E haverá outros exem-
plos para convencer as almas de que Eu, Jesus, no amor e na ação
do Espírito Santo, sou quem apascenta as suas ovelhas. Guio-vos,
sigo-vos, e se souberdes ser sensíveis à minha Voz, nunca anda-
reis no escuro, porque Me tereis como Luz. Tudo o que escreveste
vem de Mim, não penses nos outros. Pensa apenas que Me deste
alegria obedecendo. Não quero que tenhas esta preocupação; tu,
serve-Me como és, serve a minha Obra de Amor. Sem obediênia
aos Superiores, ao Sacerdote, não haverá para ti compreensão,
nem guia, nem refúgio espiritual. Refere tudo a Mim, à minha
Glória, e convence-te que, já nesta terra, tu começaste comigo a
viver para o Céu. Pode ser que não vejas isso, mas Eu preparo-o
para ti, para as minhas almas em particular. Coragem e confiança!
Vera de Jesus, o meu Coração ferido de amor é um Coração de
Esposo, por isso é também cioso da mais pobre e miserável espo-
sa como és tu para Mim. Tu levas-Me e Eu conduzo-te e juntos
aproximamo-nos da Morada celeste. Permanece em Mim, esposa
do meu Sangue! Eu, Jesus, quis revelar a minha Divina Presença
por meio da minha Palavra, para testemunhar aos homens de boa
vontade que, através da graça santificante, da Santíssima Eucaris-
tia, Eu, Jesus, dou a minha Palavra aos pobres simples, pequenos.
Jesus Uno e Trino, nas Sagradas Espécies».
Deserto 6-5-1969 Viva Jesus Eucaristia!
«Vera, sou Eu, Jesus, não temas! Reconheces-Me? Agora es-
creve. Ao padre Gabriello deve chegar o meu encorajamento para
o trabalho empreendido. Eu apoio-o com a minha Graça, dirijo-o
segundo a minha vontade que é o desejo de expandir o meu amor
a ele e às minhas almas. Sou prisioneiro, prisioneiro por amor.
Não, não quero deixar-te, não quero deixar-vos, quero permane-
cer sempre contigo, com as almas. Por enquanto é assim: silêncio,
silêncio, silêncio. Caminha comigo. Eu sou a luz que guia a tua
alma, mesmo se não vês, nem sentes, nem sabes que Eu vivo, vivo
em ti. O meu amor feito de caridade perdoa-te, eleva-te, atrai-te.
Espera em Mim, espera em Jesus! Volta, espero por ti, vou dar-te
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35.5 Page 345

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força, vou ajudar-te, não temas. Jesus a ti, alma humilde, alma
eucarística!».
Deserto 9-5-1969
«Escreve o meu Santo Nome, Jesus! Escreve, porque Eu
dito. Eu, Jesus, guio a tua mão como guio a tua alma. Ao pobre
e ao pequeno irei sempe falar, porque a ele Eu falo e Me ma-
nifesto. Vera de Jesus, quero, através de ti, escrever às minhas
almas. Quero dirigir-Me aos Sacerdotes que esperam por Mim:
o padre Colosio, o padre Borra, o padre Bocchi, são aqueles que
Me têm como tu Me tens. Escreve ao padre Colosio: “Tu és o
trajeto por onde a minha Obra de Amor deve caminhar. Tu és
o caminho mais breve para chegar a Roma. O padre Colosio é
o meu transmissor: o transmissor de Jesus. Leva-Me na minha
Obra de Amor a Roma, à sede de Pedro. Jesus serve-se de ti”.
Ao padre Borra Jesus diz: “Tu és o advogado das minhas
almas junto do Coração de minha Mãe. Tu, advoga a salvação,
a minha luz para as almas sacerdotais. O teu Jesus prefere-te na
contínua imolação da Cruz pela causa sacerdotal. Jesus sempre
em ti”.
Ao padre Bocchi uma saudação do fundo do meu Coração:
“sou Jesus na Palavra aos pequenos e aos pobres, sou Jesus nos
teus pequenos, naqueles que Me dás, nos que Me formas, na-
queles que Me preparas.1 Sou Jesus no mandato de amor que te
renovo. Esta é a vontade de meu Pai: aceita-Me”.
“A ti, Franco, a minha Palavra, a minha Bênção. Terás de
fazer muito caminho comigo, mas Eu viverei em ti e vencerei.”
Ao Franco deves dizer que Eu, Jesus, amo-o muito; que estou
nele como ele está em Mim. Esta certeza seja a fé a crescer, seja
força que o anime, seja coragem que o mova para coisas maio-
res. Jesus na Santa Cruz e no Amor.
1 O padre Bocchi tinha formado um cenáculo de crianças que preparava para
a Primeira Comunão e depois continuava a acompanhá-las.
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35.6 Page 346

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Ainda escreveremos, Vera de Jesus, novamente e a todos os
Sacerdotes antes que a minha Obra de Amor esteja concluída
em Mim. Jesus hoje acaricia-te. Vai, minha filha, estou próximo
de ti. Jesus na santa Graça».
Santuário de Nossa Senhora da Misericórdia de Savona 11-5-1969
«Escreve, Eu dito: sou Jesus no meu Preciosíssimo Sangue,
na minha imolação ao Pai por vós, para vos inspirar pensamen-
tos e desejos bons de amor, de caridade, de pureza. Sou a Eterna
Vítima que se oferece e repara por vós nas Sagradas Espécies.
Hoje a minha Misericórdia expande-se por Aquela que junto
de Deus invoca por ti, por todas as almas: Misericórdia. Vou
estender um véu com o qual (interrompida)».
Deserto 12-5-1969
«Escreve: fala Jesus Eucaristia. Viva Jesus Eucaristia! Viva
Jesus Eucaristia, Uno e Trino! Estou aqui na minha Palavra de
amor para te consolar, para vos consolar. Deves dizer à Rosa
que Eu, Jesus, a amo muito, muito. Que as minhas mensagens
de amor se dirigem a ela, sobretudo às almas como a sua. Deves
dizer-lhe que Eu, na minha imensa bondade, a escolhi como
minha Esposa eucarística. Vera, Vera de Jesus, procuro almas
que abracem a minha santa Cruz comigo. Procuro nos simples
este amor na oferta constante em Mim. Procuro-te, procuro a
tua dor, a tua miséria, procuro quem Me ama; procuro os afli-
tos, os sofredores, procuro os deserdados dos bens do mundo,
procuro estas almas. Com qual exército Eu, Jesus, combaterei
o inimigo das almas? Sois vós, minhas filhas queridas, a liga de
almas: são as vossas lágrimas, as vossas dores; é a aceitação da
minha vontade, sou Eu em vós na santa Cruz! O silêncio não
vos oprima, não vos desanime. Eu, Jesus, estou convosco. Vera
de Jesus, não abandono as almas pelas suas misérias, porque Eu
vim para vós e quero permanecer convosco. Os Sacrários Vivos
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35.7 Page 347

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são a realização mais corajosa do meu Amor: o Pai que nunca
abandona o seu filho, o Esposo que não se afasta da esposa, o
Amigo que quer o amigo com quem conversar e difundir a sua
amizade. Enquanto a humanidade se perde, Eu avanço com os
meus Pobres, e com eles Eu, Jesus, vencerei e triunfarei. Vou-te
ensinar o que é a Cruz, Cruz aceite com amor, a do Sacrário. A
experiência é mais dura agora do que no passado, mas tu, atra-
vés das inspirações do teu Anjo, aprenderás. Para ti é doloroso
“levar-Me”, e vai ser durante muito tempo. Enviei-te um Anjo,
o Anjo da Cruz de Amor de Jesus, para que te ajude a levar-Me:
a Eucaristia! Eles adoram, reparam, guiam-te. Minha filha aben-
çoada, vem a Mim. O teu Esposo espera por ti! O nosso encon-
tro dá-se no meu Santo Sacrifício. Aqui, Eu, Jesus, mergulho-te
em Mim, aqui tu estás em Mim e na minha a santa Graça, Eu
ofereço-te em Mim ao meu Pai. Vinde, minhas almas, o Esposo
espera-vos! Vera de Jesus, sou Eu, sou o teu Jesus: não temas,
não fiques vítima da depressão, oferece-a a Mim, oferece-te em
Mim. Acolho tudo, tomo tudo e tudo purifico. Oferece-te para o
trabalho do padre Gabriello, oferece-te para a minha Obra, para
que chegue depressa às mãos do Santo Padre. Após as “ofertas”
escreverás, escreveremos, trabalharemos juntos: Eu e tu. Tu sê
humilde e paciente e sê agradecida a Jesus que espalha na tua
vida também a graça do sofrimento. Permaneço em ti, e derra-
mo em ti os perfumes do meu Amor. Minha filha abençoada,
repousa em Mim. Jesus que vê!».
Deserto 13-5-1969
«Sou Eu, sou o teu Jesus na alma. Quero permanecer con-
tigo, quero conversar contigo. Eu falo à tua alma, e tu respon-
de-me. Vera de Jesus, escreve sobre o meu amor, o que Eu te
dou. Quem te leva, quem te conduz às verdes pastagens? – És
tu, meu Jesus. Quem te apoia nas incertezas? Agora respondo
Eu: a minha Graça. Nas trevas em que te deixo como caminhas?
Agora responde tu: – Não caminho, sinto-me parada e sufoca-
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35.8 Page 348

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da. Em vez disso, caminha e avança, apesar das tuas misérias e
quedas, porque Eu Crucificado Me ofereço por ti ao meu Pai, e
oro e reparo. Se tu vacilares, Vera de Jesus, Eu inclino-Me e te
levanto. Nas tentações, quando a ansiedade te ataca, Eu trago-
-te de volta à oração. Se não sabes ensinar, Eu olho para ti e so-
fro por este amor que não consegues dar. Vera de Jesus, como
tu és nada, como és pequena e como Eu te amo, Eu, Jesus!
Renovo-te e purifico-te todos os dias; preparo-te sempre para
Mim. É este Dom o bater do meu Coração Eucarístico. Deves
saber ouvi-lo para que a minha ternura permeie o teu coração.
Queres escrever ainda para Mim? – Sim, Jesus, imediatamente
–. Escreve a um Salesiano que tenho muito no meu Coração.
Tu não penses quem ele é, porque te revelarei o seu nome no
fim. “Tu representas-Me na Igreja, tu estás por minha vontade
na Autoridade Eclesiástica, portanto, todas as tuas palavras se
refletem nos outros meus queridos Sacerdotes”. Vera de Jesus,
escreve em obediência estas palavras, palavras de Jesus. “Abs-
tenham-se dos comentários desfavoráveis os que não abrem a
mente e o coração à minha Obra de Amor. Por isso vos digo: é
melhor calar do que exteriorizar pensamentos contrários à mi-
nha vontade. Agora Eu, Jesus Eucaristia, digo-vos: as palavras
dirigidas aos pobres nas minhas Mensagens de amor não pas-
sarão porque, como as do Santo Evangelho, vêm de Mim, do
meu Amor Eucarístico. Desejo que tu e os outros rezem para
que a minha Luz desça até vós; desejo que vos dirijais à minha
Mãe para conseguirdes este fim. Desejo que vós, os que são
Chamados, os primeiros escolhidos, venham a Mim pela via
do Amor que Eu, Jesus Eucaristia, vos dei. Agora rezai, rezai e
sede humildes, profundamente humildes como Eu, Jesus. Em
Roma, a minha Vontade vai ser feita, mas Eu desejo que nesse
dia a minha alegria esteja completa também em vós. Quem
tiver esperado por Mim, quem tiver acreditado e rezado, estará
mais em Mim, será uma só coisa que Eu nunca mais separarei:
como a água e o vinho do meu Sacrifício. Cada Sacerdote que
conhece as minhas Mensagens, refira a si mesmo esta amorosa
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35.9 Page 349

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exortação, e venha a Mim, venha a Mim na humildade. Eu o
acolherei se ele for sincero. Chamo-vos ainda, e espero por
vós. Jesus dos pobres”».
Deserto de Varazze 15-5-1969 Ascensão de Jesus.
«Vem, minha alma abençoada, vem ao meu Amor Euca-
rístico. Estou em ti, inspiro-te e falo-te. Hoje, atraio as minhas
almas para o Céu. Hoje Eu, na minha Glória, assumo-vos em
Mim e, como pequenas hóstias eucarísticas, sois, na Hóstia
consagrada, uma só Hóstia, uma só Oferta diante do Trono de
meu Pai: aqui e nos Céus. Eis porque vós já viveis na vida dos
Santos comigo. Hoje, é uma grande festa! Meu Pai é glorificado
em Mim, e com mãos abertas derramamos o Espírito de Amor
sobre vós: recebei-o com alegria, com humildade. Estou em ti
para te comunicar os meus Pensamentos, a fim de que tu Me
envies os teus a Mim, ao Céu, à Mesa Eucarística e à Morada
do Pai onde Nós te esperamos. Ainda um pouco mais, Vera de
Jesus, um pouco mais e depois estaremos na meta, porque Eu,
Jesus Crucificado, vou-te abraçar desde a minha Cruz de Amor.
Os Salesianos virão a Mim! No Céu reza-se para que a minha
vontade seja feita também na terra. Eu nos meus Santos e eles
em Mim, numa só oração dirigida ao Pai. Eu em vós, nas mi-
nhas pobres esposas eucarísticas, numa só oração – oferta – de
consumação ao Pai: “Venha o teu Reino, a fusão eucarística
(Jesus e a alma) no Dom e na luz do Espírito Santo”. Quando
o meu Reino de Amor se difundir assim, Eu descerei aos co-
rações mais duros, porque as minhas almas serão consumadas
em Mim. Agora vai, e dá ao mundo as minhas Mensagens de
paz, de amor e de perdão. Vive a vida que te ofereço, e amanhã
tudo será transformado em alegria. Agora vai comigo e sempre,
porque, através de ti, quero confirmar a minha Vontade: a que
Eu expliquei na minha Obra de Amor. São os Sacrários Vivos,
a luz da Igreja que ressurgirá renovada em Mim Eucaris-
tia. Vós sois os primeiros caminhos, as primeiras pedras, mas
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35.10 Page 350

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em breve se multiplicarão pela virtude de minha Mãe que tudo
levará ao Santo Padre. Quero que também a vossa alegria seja
completa em Mim. Jesus no Céu, Jesus aqui contigo: na alma,
na mente, no coração, na Santíssima Eucaristia. Abençoo-te,
abençoo-vos, abençoamo-vos com minha Mãe! Jesus».
Deserto 20-5-1969
«Escreve, Vera de Jesus! Eu sou o Pai Omnipotente e bom.
Eu te perdoo os teus pecados e te coloco na Chaga do Sagrado
Lado de Meu Filho. Eu quero que sejas pura, porque o mundo já
não te pertence, quero-te no meu Jesus e no seu Coração ferido
pelo amor. Aqui deves albergar a tua alma enquanto fores pere-
grina na terra. Então não terás medo, e o meu próprio Jesus será
a tua rocha. Agora choraste, e Eu, teu Deus, purifiquei-te, aben-
çoei-te. Caminha segura, porque as mãos da Santíssima Virgem
guiam-te no caminho desejado por Mim, Deus Pai. A sombra da
terra é fugaz, Eu envio a luz do Alto. Agora segue o meu queri-
do Filho na Paixão, ganha força, virtude e mérito n’Ele. Depois
da Paixão vem a Morte e a Vida verdadeira. Depois do caminho
da esperança e da expectativa virá a vitória. Eu sou o Pai de
meu Filho, dou-O a vós na Santíssima Eucaristia para que O
ameis cada vez mais, para que sejais transformados pela santa
Graça, pela sua presença perene, nas suas almas: almas euca-
rísticas! Levai Jesus, levai-Me a Mim, o Pai e o Espírito Santo
derrame-se no vosso espírito. Falo-te, Vera de Jesus, em nome
do Pai, do qual tu dependes, do seu amor infinito brotaste e a
Ele voltas por Mim, por Jesus. É o Pai providente, dispensador
de Graças, que dá as “provações”. É o Filho que lava, purifica,
e intercede junto do Pai. O Espírito Consolador desce, porque
é conforto, alívio, amor. Que trabalho Jesus faz na tua alma!
Minha filha abençoada, abençoada no Pai, no Filho, no Espírito
Santo, porque Eu, Jesus, sou o Amor».
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36 Pages 351-360

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36.1 Page 351

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Deserto 20-5-1969
«Escreve, por amor e por obediência, três vezes o meu San-
to Nome: Jesus, Jesus, Jesus. Depois volta para o teu leito. Dou-
-te uma palavra de paz: as almas pelas quais tu imploras estão
no pensamento de Deus Pai, e vivem em Deus. O teu Jesus!».
Deserto 21-5-1969
«Sim, viva Jesus Eucaristia! Sou Eu: Jesus para o padre
Gabriello! Trabalho contigo, vivo contigo e sofro contigo. Tu
tens-Me, e Eu tenho-te no teu sacerdócio onde te faço santo
para Mim, para o Reino das minhas almas Eucarísticas. Por este
Reino dei-te a minha Cruz de Amor: abraça-a com amor pun-
gente até ao fim. Coragem! Repito: vivo em ti e no teu sacerdó-
cio Me renovo, Eu torno-me presente, me consumo e me entre-
go. Por ti, Eu vou às almas, e tu por Mim te aproximas do Pai.
Desça a minha Graça para te comunicar os meus Dons, que no
próximo Pentecostes te renovo. Ide a Maria, ide pedir luz para
os Superiores: Isto será dom do seu Coração Imaculado. Rezai,
invocai! Quero que se recorra a Ela, que se preste homenagem
a Ela, a querida Mãe da alma. Jesus para ti!».
Deserto 1-6-1969 Santíssima Trindade2
«Minha filha, minha filha predileta da minha Cruz, e Cruz
de Amor Eucarístico, escreve no santo Nome da Santíssima
Trindade e na obediência que te ligou a Mim, ao meu Dom Eu-
carístico na minha Paixão sangrenta. A tua alma está na etapa
da purificação, e os teus sofrimentos íntimos vão-se aprofundar.
Não temas, a tua alma vem mais a Mim, avança, embora nas
trevas, avança na Luz. Dou-te um sinal: quando amares todas
as criaturas em Mim e o mundo não te pertencer, porque livre-
2 Festa da Santíssima Trindade.
351

36.2 Page 352

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mente por meu amor o terás deixado; quando, criatura ainda
em vida, viveres só de Mim e do Céu, então a minha Obra de
Amor estará quase concluída no meu Sacrário vivo. O meu pe-
queno Templo estará purificado e terá sido oferecido, vítima na
única Vítima, no último Sacrifício. Pequena esposa eucarística,
compreende bem a purificação do Sacrário. Ele é sagrado, é
Morada de Deus, é Deus. Obra de Amor, no meu Sacrário; Obra
de Amor, os meus escritos, as minhas Mensagens. Eu estou na
minha Obra de Amor, como nas Sagradas Espécie Eucarísticas,
por uma só alma e por todas as almas. Eu dou-Me na Palavra
a uma só alma como a todas as almas. Eu desci na Palavra a
uma só alma para a confortar, para a assistir e a transformar em
Mim. Este amor de Pai será renovado em todas as almas que
vierem a Mim no abraço Eucarístico e na Santíssima Eucaristia
me derem honra, glória, amor. Tenho uma esposa, já considero
muitas esposas eucarísticas preparadas pela minha Mãe, mas
quero alargar em profusão as minhas graças a outras, a muitas,
a muitíssimas almas. Agora Jesus mostra-te o seu ardente dese-
jo: permanecer sempre contigo, permanecer sempre com a sua
criatura, no seu Sacrário embora pobre e desolado. Eu, Jesus,
Caminho – Verdade – Vida, estou e estarei na Hóstia consagra-
da que tu levas. Esta sagrada Partícula dirá às minhas almas
quanto e como Eu quero unir a minha Divindade e Humanida-
de também às suas vidas. Irás dizer-lhes que Jesus Eucaristia é
Amor infinito, é Dom, é promessa de paz, é Paz. Oh, quantas
coisas dirá a minha Divina Presença nesta mesma Hóstia con-
sagrada. Guarda-a sempre, por Mim, por meu amor, por obe-
diência. Coloca toda a confiança em Mim, no teu Esposo euca-
rístico, e acredita n’Aquele que está em ti: Jesus! Eu estou no
Pai, Eu estou no Espírito Santo, Eu sou o teu Deus. Jesus na sua
santa palavra à Vera, pequena esposa eucarística».
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36.3 Page 353

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Deserto 3-6-1969
«Escreve, minha filha querida, sou Jesus: Hóstia consagra-
da. Quero descer até ti e elevar-te. Alivio a tua cruz por amor.
Santifico-te com a minha Palavra e dou-te a Luz. Os sofrimen-
tos de hoje são permitidos por meu Pai, e em Mim vão-se trans-
formar brevemente em luz de piedade. Estás nas minhas santas
Mãos perfuradas, e Eu agora disponho de ti, da tua vida intima-
mente eucarística. Sim, ouviste bem o que Eu disse anteontem.
O braço, tu és o meu braço! Deixa-Me agir, e eu agirei por ti,
através de ti. És um humilde, pobre, mas grande instrumento
nas minhas mãos, e tu és-Me útil e à minha Obra de Amor.
Confia em Jesus, sempre cada vez mais. Eu, Jesus, elevo-te das
tuas prostrações, atraindo a tua alma cada vez mais a Mim, ao
meu Coração. Vera de Jesus, não procuras isto para Me amar?
O meu Peito vai-se abrindo também para ti, e um dia, o teu po-
bre coração verá o meu! Será o encontro, será a união. Agora
dá-Me o teu pobre braço, dá-mo no silêncio, porque assim Eu
atuo, e tu sê humilde, não Me perguntes – como tens feito até
agora – para que precisas dele, Senhor? Digo-te de novo: para
o teu Jesus Eucarístico, para o seu triunfo, preciso dele, preciso
de ti. Agora no Céu, reza-se por ti, pelo padre Gabriello, pelos
Salesianos. Reza-se por vós e convosco para que obedeçam e
correspondam à minha Graça. Não temas os espinhos que aqui
te transfiguram: também estes são preciosos no meu Sangue
Eucarístico. Aceita todo o sofrimento, Eu o permito, e tu entre-
ga-o no meu Altar, no meu Sangue. Depois espera. Jesus está
aqui, está contigo, está junto de ti e a tua alma vê-Me porque Eu
mostro-Me a ti. Vou ajudar-te a terminar a escola, vou ajudar-te,
vou ajudar-vos. Sê generosa e dá-Me quanto te pedi. Vera de
Jesus, quero falar-te ainda. Escreve, por amor e por obediên-
cia. A água que Eu derramo do Meu Lado no Santo Sacrifício
é para as almas que sofrem como a tua, o Sangue que flui dele
vos atrai às doçuras íntimas do meu Coração. Com a água lavo,
purifico, alivio, infundo confiança, com o sangue chamo-vos ao
Amor, à União. Agora, se Me dás a tua alma após a elevação,
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36.4 Page 354

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Eu farei também com a tua vontade quanto já faço por Mim.
Vem, vinde a Mim, minhas almas, porque Eu dou a todas, estou
aqui por ti, mas sou para todas. Compreendeste bem? Vou aju-
dar-te! Jesus Pai».
Savona 8-6-1969
«Escreve, minha filha querida, é Jesus quem te fala. A auro-
ra de um novo dia não está longe; as trevas dissipam-se, e dão
lugar às primeiras luzes, às primeiras claridades de um grande
dia: o dia dos “meus” predestinados a cumprir em Mim e comi-
go a nova época do Cristianismo. Como entre as nuvens mais
densas, Eu vos dou o sol, vos mostro o azul do meu céu, assim
entre a obscuridade dos tempos virá, quase de surpresa, mas
aguardada, a minha luz para todos. Eu sou o sol que te dei esta
manhã; Eu dei-te o céu no seu azul, porque mo pediste com
amor filial. Pede a luz da minha Obra para as almas, pede-Me
almas eucarísticas e sede as chamas dos meus Sacrários. Ain-
da um pouco, minha filha, ainda um pouco e depois Me verás,
serás toda do teu Jesus. Quero que sejas boa e obediente e pa-
ciente. Sê serena, Eu atuo, opero em ti! Vera de Jesus, já estás
crucificada comigo, e quanto tu sofres é agora meu. Sê feliz
pelo meu Dom. Este é o primeiro dom do teu Esposo Eucarís-
tico. Haverá outros de igual medida, mas o último está no meu
Coração, no meu palpitar de vida por ti e pelas almas. Recebe
esta bênção por Mim, pelo meu Pai, pelo Espírito Paráclito,
para que Ele seja para ti Consolador e Sustentáculo. Não tenho
amor mais excelente do que o de reunir, sob as minhas asas, as
minhas esposas eucarísticas, o que desejo com ardor é o meu
Sacrário, é a Minha União com a alma: a fusão da água com o
vinho do Santo Sacrifício. Ardo por viver também em vós para
vos transformar mais em Mim, para raptar sempre os vossos co-
rações para o meu Amor. Ardo, Vera, ardo! Tenho um fogo que
queima as vossas misérias. Tenho uma chama que vos envolve
e quer penetrar em vós… Ardo no meu Sacrário, e assim será
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36.5 Page 355

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para ti, à medida que este se vai purificando. Ardo e espero…
Agora, Vera de Jesus, fica sempre em Mim: no amor, na cruz,
no sofrimento, nas dores, nas consolações, nas intensas uniões
que Eu te dou, nas pequenas manifestações de paterna bondade
com que te alegro, no louvor, no sono, no repouso, no trabalho,
no tempo. Fica sempre comigo, Vera de Jesus, agora e sempre.
Eu, Jesus, desejo-o, quero-o. Jesus Cristo teu Deus!».
Sv. 14-6-1969
«Vera de Jesus, escreve: sou Jesus, Jesus Eucaristia! Escre-
ve: estou aqui por ti, por Rosa, por Sílvio, por Fábio. Estou aqui
pela tua mãe, estou aqui pelas minhas almas, para não mais as
deixar, para viver com elas, para defendê-las, para guardá-las,
para lhes abrir os meus caminhos de graças. Sou Pai, sou puro
Espírito, sou Deus, Deus convosco. Vera de Jesus, agora estás
desposada comigo, com a minha Cruz de Amor, e tu vives para
ela. Ainda um pouco, ainda um pouco no teu Jesus crucifica-
do… Estás em Mim, na minha Paixão, no meu sofrimento, no
meu Amor. Depois estarás no meu Lado, no meu Coração. Fica
serena, confiante, confiante no teu Jesus. Virei em breve, vou-
-Me manifestar para te apoiar e confortar. Virei a ti, num modo
novo e diferente, interiormente. Levar-te-ei comigo, depois te
conduzirei a Mim. Vem, minha alma, Jesus abraça-te e abençoa
a todos. Viva Jesus Eucaristia para todos!».
Deserto 18-6-1969
«Sim, minha filha, falo contigo que estás na tribulação por
amor a Mim, falo contigo para te dar força, força. Estou con-
tigo, vivo contigo, e Eu, Jesus, levo-te em Mim. Estás no meu
Lado, junto da ferida do meu Coração: em breve te darei a co-
nhecer os tesouros do meu divino Coração. Dar-te-ei serenida-
de, dar-Me-ei Eu mesmo a ti, no mais íntimo e para este dia Eu,
Jesus Eucaristia, estou a preparar-te. Vem a Mim, ao teu Jesus,
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36.6 Page 356

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minha alma abençoada, Eu te abraço bem junto a Mim. Tu não
Me deixes… Vera de Jesus, tenho muito amor por ti, pelas mi-
nhas almas abençoadas. Tu nem sequer imaginas! Eu gostaria
de mostrá-lo a todas, se elas pensassem verdadeiramente em
Mim. Eu dirijo estas palavras, as minhas palavras, a todas. Falo
contigo, pequena alma, falo contigo, alma grande, falo ao peca-
dor e ao justo. Espero por todos, aguardo por todos, e para este
fim procurei as minhas novas moradas. Não vejo a hora em que
os Sacrários Vivos serão aprovados pelo Santo Padre. Anseio
pela hora em que estarei com todas as graças prometidas, nos
que Me levarão. Para este fim é preciso ainda lutar e sofrer,
mas a provação vai ser em breve superada pela intervenção de
minha Mãe, Maria Auxiliadora. Ela vencerá as forças inimigas,
defenderá, como Mãe, a sua criatura, a minha Obra e o Sacrário
novo. Portanto, Ela deve ser proclamada “Mãe” da minha Obra
de Amor. Agora Jesus abraça-te, Jesus abençoa-te, Jesus espera
por ti. Jesus Eucaristia».
Savona, 23-6-1969
«Direi Eu o momento da conclusão».
Santa Corona 7-7-19693
«Viva Jesus Eucaristia! Eu, Jesus Sofredor, uno-te a Mim e,
no meu Lado, recebo-te sofredora. Eu te abençoo da minha san-
ta Cruz de Amor e, com ela, inclino-me sobre ti para te absolver
e abençoar. Vamos escrever em breve ao Papa, meu querido
Paulo VI, antes da sua viagem ao Uganda. Quero que o meu
Sacrário o acompanhe e seja (...)».
(Interrompida para ser submetida a um exame radiológico).
3 Depois de um intervalo de três meses durante os quais Vera retomou o en-
sino, no mês de junho foi novamente internada no Hospital de Santa Corona, onde
sofrerá mais e uma intervenção cirúrgica e onde morrerá a 12 de dezembro, depois
de 6 meses contínuos de internamento hospitalar.
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36.7 Page 357

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Santa Corona 15-7-1969
«Vera de Jesus, escreve: sou Jesus na Palavra. “E o Verbo
incarnou e habitou entre nós”. Assim mesmo, minha filha. Tam-
bém em ti e nas minhas pobres criaturas, já que Eu, Jesus Eu-
caristia, habito na vossa alma e tenho-a em minhas mãos sofre-
doras e chagadas. Sentes, minha alma, este amor do teu Deus?
Sou Eu, sou Jesus, que te levo e te acompanho para uma feliz
morada. Deixa que Eu te conduza, e tu aceita em meu Nome:
Jesus! Eu guio tudo e todos. Também a minha Obra de Amor
tem o seu guia. Não temas, Vera de Jesus, já está em boas mãos,
nas mãos certas.
Agora devem chegar estas minhas santas Palavras ao meu
Vigário na terra, Paulo VI: “As tuas viagens têm de multipli-
car-se, porque Eu, Jesus Mestre e Redentor, em ti que Me repre-
sentas, quero também com a minha santa Humanidade visitar
todos os povos da terra antes que chegue o dia em que Deus
Pai fará justiça. Pede-Me as Graças que Eu, Jesus, prometi na
minha Obra de Amor. Pede-Me a Igreja nova, renovada no meu
Sacrifício, purificada no meu Sangue. Pede-Me as pequenas e
novas moradas que Eu próprio, por amor e misericórdia, esco-
lhi: os Sacrários Vivos. Desejo que aproves e autorizes, para
que Eu, Jesus, mantenha quanto prometi. Que os Sacerdotes
Salesianos sejam confirmados na minha Mensagem de Amor, e
a sua incredulidade seja amanhã motivo de profunda renovação
interior para o bem e o amor que deveriam ter para comigo,
Jesus. Tu, vai, meu querido Paulo, e Eu estou contigo, na Cruz,
na santa Cruz que te dei, na tua cabeça coroada de espinhos por
Mim e em Mim; tu, vai e leva-Me, dá-Me e torna-Me conheci-
do na Santíssima Eucaristia. Eu desejo estar nos meus Sacrários
Vivos, e com eles viver com a humanidade, com justos e peca-
dores. Acolho as minhas pequenas vítimas e em Mim, no meu
holocausto perene, ofereço-as a meu Pai a fim de que te seja
dada liberdade para autorizar isto, que é palpitação de Amor,
isto que é Caminho, Verdade, Vida: Jesus nas Sagradas Espé-
cies na Igreja que vai, que caminha para que avance e encontre
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36.8 Page 358

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e abençoe todos antes desse dia. Este pobre Sacrário escolhido
por meu Pai por ser o mais infeliz, agora te acompanha na mi-
nha Cruz de Amor.4 Eu, Jesus, quero permanecer convosco até
ao fim. Jesus Eterno Sacerdote, ao seu Vigário na Terra, Paulo
VI. Abençoo-te e em ti e contigo abençoo na Santíssima Trin-
dade, na minha gloriosa Mãe Imaculada, nos meus Santos e nos
meus Anjos, toda a humanidade sofredora que visitarás comigo.
Eu, Jesus Crucificado, estou em ti”. Jesus Eucaristia».
Santa Corona 21-7-1969
«Jesus, viva Jesus Eucaristia! Não há muito para escrever
para a Obra, mas sim para refletir e meditar e, portanto, para
trabalhar. Agora confirmo-te na santa obediência, porque estás
com receio. Tranquiliza-te, sou Jesus, junto de ti. Queres escre-
ver ao padre Gabriello estas minhas palavras, estas palavras de
Jesus?
Tranquiliza-te, apesar das provações ainda duras, os meus
Sacrários Vivos vão ser aprovados pela Santa Sé. Peço-te hu-
mildade e simplicidade, sobretudo com os irmãos descrentes. A
tua palavra não será tão persuasiva quanto são os acontecimen-
tos e a minha Graça. De ti exijo confiança nas minhas Palavras,
nas minhas promessas, mesmo que elas tardem a aconteer. É
o momento mais difícil para os meus Sacrários, e cada um de
vós em Mim deve dar a sua parte no modo, no dia e na hora
que Eu, Jesus, estabeleci. Agora vós já não pertenceis a vós
mesmos, mas a Mim. Desposados com a minha Obra de Amor
sois imolados em Mim, cada um segundo o meu desejo. Vera
escreverá ainda por pouco tempo, a conclusão está próxima.5
Falarei a Vera, vou servir-Me dela, porque da sua pobreza fiz
um meio, mas os “ditados” chegam ao fim. São suficientes para
a minha doutrina de Amor dirigida à prática da vida da alma, à
4 «Este pobre Sacrário»: é Vera de Jesus, internada no hospital.
5 As mensagens terminam em 9.11.1969.
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36.9 Page 359

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meditação profunda e confidencial que Eu, Jesus, quero suscitar
nas minhas almas eucarísticas. Eu queria alcançar os corações
de muitos queridos Sacerdotes Salesianos, mas a sua incredu-
lidade amanhã será motivo de profunda humildade. Que o pa-
dre Formento6 seja em breve um Sacrário Vivo, porque desejo
ardentemente colocar nele a minha Morada. Eis que lhe dou a
minha santa Cruz de Amor, porque Eu, Jesus Eucaristia, amo-o
muito. Ele acredita em Mim, e Eu, Jesus, irei em breve ter com
ele. Agora tens obedecido a Mim, Jesus, estás na obediência
que te foi conferida em Nome de Deus e do Sacerdote. Fizeste a
minha vontade. Jesus sofredor em ti vive no teu íntimo, contigo.
Ama-Me, Vera de Jesus, ama-Me, ama-Me, ama-Me. Jesus, na
Hóstia consagrada que tu levas! Viva Jesus Eucaristia sempre».
Santa Corona 25-7-1969
«Sou Eu, Jesus! Escreve agora e sempre: Viva Jesus Euca-
ristia nas “minhas” almas, almas consagradas! Eu gostaria que
das vossas almas se elevasse um canto, um hino de amor capaz
de chegar aos Céus, e diante de meu Pai escutar de vós o eco
de amor que vós elevais da terra ao Céu. “Viva Jesus nos nos-
sos corações, no nosso espírito, repouse sobre o nosso peito.
Viva Jesus, Jesus Eucaristia, que resgatou a minha alma”. Pela
intensidade, pelo fervor do vosso amor Eu, Jesus, serei conso-
lado, sendo reparado dos insultos recebidos na minha Igreja, no
meu Vigário Paulo VI. Quem se oferece a Mim pelos pecadores
e por si, consola o meu Coração, e Eu comunico Graças de fer-
vor para si e salvação para outras almas. Quem se oferece em
Mim ao Pai pelos meus queridos Sacerdotes, esse não é só meu
amigo, mas Filho do Amor que transborda do meu Peito nos
dois sinais exteriores: Sangue e Água. Que farei deste meu po-
bre Filho? Dar-Me-ei a ele, dar-lhe-ei o meu Coração, a minha
6 Reitor da Catedral de Savona, conhecia Vera e garantiu por ele serviu de ga-
rante ao Bispo de Savona para responder à Santa Sé que tinha pedido informações
sobre Vera e a Obra dos Sacrários Vivos.
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36.10 Page 360

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Paixão, a minha Cruz e a ressurreição imediata em Mim. Ele
procure-me, só por meu amor e amor das almas, só para a mi-
nha glória. O resto vos será dado por acréscimo. Vera de Jesus
e filha espiritual do padre Pio, o Céu te assiste e Eu te perdoo,
compadeço-Me de ti, vejo-te e por isso te amo. Coragem, terás
de sofrer, mas Eu estarei contigo até ao fim. Escreve amanhã,
escreve enquanto puderes. Jesus Eucaristia to permite. Diz com
os Anjos: “Viva Jesus Eucaristia”, cinco vezes, tantas quantas
são as minhas santas Chagas por vós conhecidas. Refugia-te
nelas e aqui procura repouso. Jesus sofredor em ti».
Santa Corona 26-7-1969
«Vera de Jesus, minha filhinha, escreve. Prometi que ditaria
e falaria. Tu obedeceste, e Eu tenho gosto em Me revelar a ti.
Onde estás não ficarás muito tempo. Em breve, faremos mora-
da noutro lugar. Por enquanto, leva-me assim. Segunda-feira tu
vais depor-Me. Vou mandar-te um meu enviado.7 Escreve: Je-
sus está ainda em ti, na tua alma. Os receios terminarão quando
te tiver dado Graça… Eu, Jesus. Jesus diz ao padre Gabriello
para rezar muito por Vera de Jesus. A minha Obra deve ser con-
cluída com o meu triunfo Eucarístico. Eu, Jesus, exorto-vos a
perseverar e tu dá ao teu Jesus Eucarístico o sofrimento que te
purifica e te une a Mim. Depois do sofrimento que aceitaste
serenamente, passarás à oferta da tua vida na minha Vida, para
que as minhas Palavras eucarísticas fluam como rios sobre a
terra.8 Vera de Jesus, estou na tua alma e nunca te abandonei. Sê
humilde e paciente. Espera com fé que Jesus conclua com o seu
Amor Misericordioso a Obra dos Sacrários Vivos. Sim, ditarei
ainda. Ainda um pouco… depois te falarei. Jesus Eucaristia na
tua alma com a Graça Santificante. A minha Mãe, a Imaculada,
7 Padre Formento.
8 Vera oferece a sua vida na vida de Jesus para que a Obra nasça e se difunda
(ver ato de oferecimento da vida em 5.11.1968).
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37 Pages 361-370

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37.1 Page 361

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segue-te e está junto de ti. Ela vai-te protegendo e tu terás o
conforto de descobrir e experimentar a sua Maternidade divi-
na nas circunstâncias e eventos que estão a preparar-se para a
tua alma. Tudo deve servir para os meus queridos Sacerdotes,
para o meu Paulo; tudo deve contribuir para levar a bom termo
o meu anseio divino: os Sacrários Vivos. Diz sempre assim: “é
por ti, meu Jesus, para a tua maior glória!” Tu, fala, fala comi-
go. Eu te escuto mesmo que penses que Eu Me calo ou que não
queira escutar-te. Jesus é Amor, é Vida, e Eu sou a Vida que
comunica a linfa: a minha Vida. Vera de Jesus, nunca temas, Eu
permanecerei em ti. Jesus na tua alma».
Santa Corona 14-8-1969
«Escreve, é Jesus que fala. Estás em Mim, submerjo-te em
Mim, absorvo-te no meu amor que é Luz, é Graça, é Vida. Ca-
minha de novo, e chegarás longe, muito longe, à minha Graça
transfundida na Obra de Amor. É esta a Vontade do meu Pai, tão
grande é a minha Misericórdia que Eu quero chegar a abraçar e
visitar a todos antes de tudo se cumprir. Por isso, terás alegrias
e dores, espinhos e cruzes, para que tu e o padre Gabriello sejais
crucificados na minha Cruz de Amor. Coragem, Eu estarei sem-
pre convosco até ao fim, e os vossos dias serão contados e san-
tos em Mim. Agora informa o padre Gabriello que Eu trabalho
e atuo nele. Não temas, ele executa os meus desejos e cumpre
a minha Vontade. Veremos almas incrédulas sacerdotais “vol-
tar” a Mim, ao meu Amor Eucarístico com impulso generoso.
Todo o vosso sofrimento unido produz grande fruto e frutos
que Eu anseio por ver amadurecer dos meus ramos, são as mi-
nhas almas, os meus Sacerdotes. Agora a Obra está lançada, é
preciso que os canais se multipliquem, para que a minha Graça,
como seiva, flua para a humanidade. Rezai, e sede próximos e
unidos ao meu Vigário Paulo VI. Eu, Jesus, abençoo-vos nele.
Jesus Sacerdote!».
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37.2 Page 362

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Santa Corona 2-9-1969
«Eu sou Jesus na minha santa Palavra. Dou aos pobres mais
do que eles possam imaginar, porque o meu amor é puro e santo
e olha para a eternidade. Entrego-te dons sublimes que tu só
verás na minha Morada celeste. Levo-te no meu Coração como
algo pequeno e precioso, e tu deves isso à tua querida Mãe di-
vina. Eu vou com o padre Gabriello, caminho com o meu Sa-
cerdote, e faço-Me igual a ele, atuo e opero. Eu estou convosco,
para além da minha Presença divina e Eucarística, e habito no
vosso coração. Agora, ele deve tornar-se completamente meu.
Dirijo-me sobretudo a ti, e tu serás a minha esposa eleita para
sempre. Que o padre Gabriello espere confiadamente e com pa-
ciência as decisões da Santa Sé. Vós, meus primeiros Sacrários,
ainda sereis provados, mas Eu, Jesus, vou dar-vos muita, muita
graça e força. Vera de Jesus deves levar a teca com prudên-
cia, e o Anjo São Rafael te assistirá também nisto. Dei-vos dois
Anjos para vos guardar e vos acompanhar no trabalho e no ca-
minho da Igreja que vai… Recebestes auxílios divinos extraor-
dinários, e nunca se perderão, mas segundo as circunstâncias,
aumentarão. Tudo deve cumprir-se segundo a vontade de meu
Pai, a salvação de muitos, muitos dos meus filhos. Aceita com
paciência e humildade as provações. O sofrimento que tu sentes
pela impossibilidade de te recolheres e esperares a minha Pala-
vra é permitido por Deus para que tu ames ainda mais, e adores
as minhas palavras, as Palavras de Jesus. Por enquanto, é assim.
Amanhã estarás livre, serás para Mim, para o teu Esposo Euca-
rístico. Mas então o teu exílio estará quase terminado. Falarei
do trabalho que o padre Gabriello deverá iniciar na Calabria.9
Eu, Jesus, desejo que ele, sob a autorização da Igreja, forme os
“meus Sacrários”.10 Esta missão não deve estar limitada a um
centro, mas em todos os lugares de Itália devem surgir estes
núcleos eucarísticos dos quais vão emergir os Sacrários Vivos.
9 Em Bova Marina.
10 Mons. Giovanni Ferro (1901-1992), Arcebispo de Reggio Calabria-Bova
Marina, Servo de Deus, tinha chamado o padre Zucconi para a sua diocese.
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37.3 Page 363

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Por isso, repito ao padre Gabriello: não irá somente à Calábria,
mas a muitas regiões, quando o Santo Padre fizer as primeiras
concessões. Tu, permanece comigo no sofrimento e no amor.
Eu, Jesus, te favoreci, porque te dei toda a minha Vida. Agora,
Vera de Jesus, não hesites em dar-Me a tua vida, como te peço.
Abençoo-te com o padre Gabriello, com os meus Sacrários Vi-
vos. Abençoo-te com os meus Chamados – e tu sabes quem são
–, abençoo-te onde tu estás, com aqueles com quem vives e
com os quais Eu, Jesus, quero permanecer. Abençoa-te a minha
Mãe, abençoa-te o padre Pio, abençoa-te o Papa João. Interce-
dem por vós todos os Santos, e os Anjos adoram também por
vós a minha Divindade. Jesus deu alegria ao padre Gabriello
por amor, ditando à sua pobre serva Vera de Jesus. Estou con-
tigo, estou convosco, quero permanecer com a minha criatura.
Fico contigo para sempre. Jesus que ama loucamente».
Obrigado, meu Jesus, obrigado! Glória a Ti!
Santa Corona 5-9-1969
«Jesus para ti, para as minhas almas consagradas. Quero
que o meu amor eucarístico alcance os confins da terra. Quero
salvar os meus filhos. Por isso vos digo, minhas almas, sede os
“meus” Portadores, porque por meio de vós estabeleci o meu
Triunfo Eucarístico pelo qual muitas almas virão a Mim e pas-
sarão da morte para a Vida. Abraçai com amor e prudência a
minha Cruz de Amor, isto é, a Mim eucarístico em vós! Vinde a
Mim pelos caminhos que vos serão assinalados, e em profunda
humildade e reconhecimento recebei o “Mandato Eucarístico”,
em obediência à Santa Madre Igreja, em obediência ao meu
Vigário, o Papa. Agora acrescento: virá o dia em que a minha
Igreja na terra sereis vós, os Sacrários Vivos. Virá a hora em
que o meu Sacrifício Eucarístico será oferecido a Deus Pai jun-
tamente convosco, pelos caminhos, pelas estradas e em toda
a parte onde houver um sacerdote preparado para o celebrar.
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37.4 Page 364

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Isto será mais fácil se Eu, Jesus, estiver convosco nas Sagradas
Espécies, e pela minha Divina Intervenção, aí estarão o vinho
e a água. O vinho será sempre o meu Sangue, derramado por
vós, a água será a minha alma consagrada, que por meu amor
se tornou Sacrário, Templo do Espírito Santo. Se a alma euca-
rística for vítima em Mim, o Sacrifício será concelebrado, e por
Mim se encontrarão os elementos que serão transubstanciados:
o vinho e a água. Vós compreendeis como Me é querida e pre-
ciosa a minha alma, oferecida em Mim, comigo e por Mim.
Procurai almas pequenas, sofredoras, almas vítimas. É a coisa
mais preciosa que eu desejo para salvar os meus filhos, todos
os meus irmãos, todos os homens. Almas eucarísticas, preparai
os meus caminhos. Eu serei pródigo com graças e consolações
para vós. Vera de Jesus, obedeceste e Eu abençoo-te. Estou em
ti e junto de ti. Agora, vamos juntos visitar os doentes. Isso te
dará fervor, isto é, força. Vera de Jesus, diz ao padre Gabriello
que Jesus Mestre o abençoa e lhe dará muito… mar!11 Jesus,
Filho do Deus Altíssimo e Omnipotente e da Bem-aventurada
Virgem Maria».
Santa Corona 28-9-196912
«São as provas de Amor, do meu Amor pelo padre Gabriello.
São predileções que fluem das feridas do meu Lado. Feridas
que se renovam, se reabrem para os meus Sacerdotes… (Ele,
Jesus, estava feliz por dar estas provas…) … irá, irá em meu
santo Nome. Eu quero isso, desejo-o. O seu ardor e a sua triste-
za glorificam-Me. Diz-lhe isto. Deve continuar a ter confiança
em Mim que permaneço crucificado, para que ele vá, caminhe,
trabalhe e opere em mim e comigo. Das dúvidas, das incertezas
dos seus Irmãos tirarei motivo para derramar a minha Graça
11 O padre Gabriello, da Ligúria, gostava muito do mar e Bova Marina, para
onde se vai transferir, é uma cidade marítima.
12 Esta Mensagem não se encontra no caderno, mas Vera escreveu-a direta-
mente na Carta de 28 de setembro de 1969 endereçada ao padre Gabriello.
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37.5 Page 365

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sobre os que são chamados. Meus filhos amados e consumados
em Mim, levai-Me aos vossos irmãos e não duvideis do meu
Amor Eucarístico. No momento da instituição da Eucaristia, na
minha última Ceia, vós estáveis presentes em Mim e já comigo.
Vós éreis as futuras lâmpadas acesas que Me guardavam e a
luz do meu Corpo e Sangue místico vos ocultava… Eu via-vos
resplandecer com a minha Luz, com a minha Graça, porque
Eu, Jesus, amando-vos até vos consumar em Mim, vos trans-
formava naquela chama de amor do Céu e da Vida que agora
desejo difundir sobre a terra. Que coisa iluminará esta terra se
não parte de Mim, Luz Eucarística? Com que fogo queimarei os
pecados da humanidade senão com o meu fogo do amor? Quem
se Me dará a si mesmo? Quem livremente quer aceitar tornar-se
o meu “braço?” Ó minha alma eucarística, ó padre Gabriello,
meu querido sacerdote, vai, prepara as minhas almas, abre os
meus caminhos. As provações não te devem afligir, mas acre-
dita n’Aquele que te desposou com o seu divino Sacerdócio:
Jesus, teu Eterno Sacerdote. Vai, meu filho, o meu amor de Pai
te acompanha, te segue, te abençoa, te inspira. Aceita com fé
e humildade este contratempo. Outros seguirão, mas em Mim
vencerás. Digo-te novamente: tudo serve para a minha Glória.
A minha Obra de Amor entra no mundo pela via estreita, pela
via santa. Esperai por Mim, voltarei para vos apoiar, porque Eu
estou convosco e, juntos, faremos tudo. Confio-te a pobre Vera.
Leva-a pela mão ao meu altar, e entrega-a a Mim. A minha voz
está aqui, Eu estou aqui e ditei quase sem conhecimento de
quem escreve. Ela é pobre, é débil: ajuda-a! Escreve que Eu
amo estes pobres. És mais pobre do que antes, Vera de Jesus,
és rica de Mim, só e tudo em Mim. Sim, Eu ditei, Eu absorvi-
-te na minha Graça, por isso os teus sentidos foram anulados.
Muito, muito te dou porque é incompreensível este amor por
ti, pelas minhas almas. Permanece em Mim, procura-me com
humildade crescente. Eu virei a ti, Eu te isolarei dos outros para
Me ouvires, o Esposo da tua alma. Também abençoo o padre
Gabriello, meu fiel Sacerdote, e a missão que o espera. Ele leva-
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37.6 Page 366

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rá em cada dia, em cada noite, o meu santo Nome, e assim Eu,
Jesus, trabalharei, amarei, Me manifestarei! Jesus, Jesus, Jesus!
Exultai: estou convosco, estarei convosco até ao fim e por toda
a eternidade.
Escreve, escreve, escreve aos meus Chamados. Eu farei
tudo, tu, volta a Mim, a Jesus. Tranquiliza e conforta o padre
Gabriello, porque estas minhas Palavras, de Jesus Eucarístico,
lhe levarão a minha Graça: aumento de fé e confiança de que
Eu, Jesus, venci e vencerei. A paz, a minha Paz esteja sempre
convosco».
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37.7 Page 367

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CADERNO XIII
Jesus
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Santa Corona 5-10-1969
«Jesus guarda as “suas” almas no seu santo Lado. Assim é
com o padre Gabriello, com os seus seguidores, com aqueles
que abraçam e que abraçarão esta sublime Cruz de Amor, que é
a minha Obra de Amor Eucarística vivida, amada, sofrida pelo
meu “Portador e doador de Mim” às almas. Agora o Céu abre-se
e já deixa penetrar na terra a luz da minha divina misericórdia.
Enquanto aqui se começa a difundir o meu Amor Eucarístico
por vós, na Santa Sé, Eu, Jesus, revivo e renovo a minha Paixão
de Amor e de dor em quem Me representa, o Santo Padre Pau-
lo VI. Ele é a minha querida vítima que se oferece, como Eu,
livremente em Mim ao Pai para que a minha vontade se cum-
pra, a minha Misericórdia se manifeste, a minha Mensagem de
Amor chegue aos confins da terra. Portanto, Eu Jesus, exorto-
-vos a perseverar até ao fim. Dias de trevas poderiam enganar a
vossa fé. Permenecei firmes em Mim, porque é bom que a mi-
nha Obra de Amor nasça, que tenha vida a partir do sofrimento.
Eu permanecerei em vós, convosco, para vos ajudar a superar
as dificuldades, porque vós, pobrezinhos, sois as minhas cria-
turas prediletas. Sim, Vera de Jesus, as provações serão breves,
mas intensas. Sofrerás no corpo e no espírito, mas a tua alma
permanecerá aqui, em Mim, no meu Lado. Ao padre Gabriello
darei provações, provações de amor com muita Graça. Graça
que cresce, que o identifica comigo. Do nada farei surgir o que
é meu, vou inspirar às almas pequenas o Amor Eucarístico. Ele
acolherá as minhas ovelhas no meu Redil, e Eu Me darei a elas
por meio dele. Sabei que está na hora de vos reunirdes, de vos
recolherdes na minha Casa de Pai, porque o exército com o
qual Eu, Jesus, combaterei sois vós. De Roma tereis muitas sur-
presas, mas tal como as estrelas surgem tímidas e trémulas no
firmamento, assim também as aprovações virão pouco a pouco,
e só a minha santa Graça dará vigor às primeiras concessões.
Para cada aprovação que vos for concedida pelo Santo Padre,
terei bênçãos para conceder e frutos para fazer amadurecer. Se-
rão estes que pela minha misericórdia Me revelarão a Mim, Je-
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37.9 Page 369

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sus Eucaristia, e dirão que Eu, Jesus, desejo os Sacrários Vivos
para a salvação das almas. Estamos na terceira parte das minhas
revelações que se vão concluir com a aprovação pela Santa Ma-
dre Igreja. Neste mês, dedicado à minha Mãe, começa a viver,
com aprovação eclesiástica, a minha Obra de Amor. Tudo deve
levar o Nome e a bênção d’Aquele que vos assiste do Céu. E
agora é o momento dos meus Sacrários Vivos! É agora que o
meu Reino se dilata, é agora que Eu vou convosco para procu-
rarmos “juntos” os irmãos perdidos. Jesus, às pequenas Hóstias
consagradas. Jesus abençoa-te, abençoa-vos».
Santa Corona 21-10-1969
Viva Jesus Eucaristia. Enquanto escrevia ao padre Gabriello.
«Diz ao padre Gabriello estas palavras: “Eu sou o Bom Pastor
que cuida das suas ovelhas para que o lobo não as abocanhe. Eu
estou nele e com ele para trabalharmos juntos. Vera de Jesus, es-
creve para a minha glória. Diz, repete que a noite é longa e breve
para ti também. Eu uni-vos à minha doce Paixão Eucarística.
O vento dispersa os vossos pensamentos, porque sois pobres,
mas Eu, Jesus, permaneço em vós e convosco. Não temais, meu
pequeno rebanho, porque agrada a Deus Pai escolher entre vós
aqueles que Me irão difundir. Estais no meu caminho, estais em
Mim. Anjos e Santos vos assistem para realizar o meu mandato.
Cada um de vós Me glorifica se aceita a minha Cruz de Amor,
como Eu lha entrego. Gabriello no apostolado, tu no sofrimento
por Mim querido e desejado. Eu ungi-te com o carisma do sofri-
mento. Gabriello seja forte, seja humilde, seja pobre em Mim.
Eu virei, e comigo virão as graças desejadas, suspiradas e pro-
metidas. Jesus abençoa-vos, como a quantos trabalham para di-
fundir o meu Reino de Amor Eucarístico. Ficai em Mim, sendo
parte viva de Mim e Eu vos consagro no meu Sacerdócio. Vera
de Jesus, sê forte. Deves viver de Mim, só de Mim. Escreve que
só o amor, o amor vos vivifica, vos salva, vos une ao Amor, e
vos transforma em Mim: Jesus! Jesus, Jesus, Jesus”».
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Santa Corona 26-10-1969 Festa de Cristo Rei
«Escreve, Vera de Jesus, Eu te darei luz. A árvore que floriu
na primavera, deu os seus frutos. Muitas árvores devem flores-
cer na estação oportuna para que os frutos sejam abundantes. É
necessário, portanto, que tu e outras minhas almas consagradas
deis quanto vos estou a pedir. Não temas pobre alma, este sacri-
fício é permitido por meu Pai, e já vives de Mim, de Jesus. Sê
forte e bondosa, paciente e humilde. Eu te assisto com a minha
santa Graça. E para que Gabriello caminhe e avance levando a
minha Cruz de Amor, a minha Mensagem Eucarística, é bom
que tu estejas firme, sofrendo em Mim. Este é o meu caminho
pelo qual tu serás purificada e assim, à medida que avanças, te
aproximarás cada vez mais do meu Altar. Tudo aqui é Cruz. Pe-
ço-te que aceites com fé toda a provação, toda a dor por Mim.
Verás os frutos, os primeiros frutos da nova floração. Eu sou
Jesus, Rei do teu coração, Eu sou Jesus, Rei da Palavra, Eu sou
Rei, o teu Rei: Jesus. Paz, paz, paz!».
Santa Corona 9-11-1969
«Eu sou Jesus! Viva Jesus Eucaristia nas minhas almas pe-
quenas e débeis como tu, Vera de Jesus. Eu, Jesus, Sofredor e
Crucificado, enriqueço-te com as minhas dores e faço-te parti-
cipar de Mim. Estás na minha Cruz de amor, no meu Holocaus-
to oferecido por Mim, no Sacerdote celebrante, ao meu Eterno
Pai. Agora, desde a minha cruz, olho para ti e envio-te o meu
olhar de amor e de dor. Tu já encontraste os meus olhos, e tu os
vês, porque Eu continuo a mostrar-tos. Vais ler no meu olhar, e
nele te vou falar. Vou ter-te junto a Mim. Depois verás os meus
olhos, e o passado de dor vai desaparecer. Verás o meu olhar
que reflete a glória dos Céus, de meu Pai. Por enquanto, Vera
de Jesus, Eu, Jesus Sofredor, continuo a olhar para ti da mi-
nha Cruz de Amor. Vamo-nos separar por pouco tempo, porque
voltarei a ti em breve. Tem confiança, e reconhecerás a minha
intervenção divina. Eu, nas Sagradas Espécies, vivo em ti. No
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38 Pages 371-380

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38.1 Page 371

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íntimo da tua alma estou a formar e a purificar o meu Templo,
e a luz que vês é o reflexo da minha Graça, da minha Divina
Presença. Estou em ti e contigo. Ama, minha filha, ama este
amor imenso que Eu te estou a dar. Ama os meus Salesianos,
os meus Sacerdotes, ama a todos tal como são. Eles são parte
de Mim. Escreve ao padre Borra que Jesus conhece todas as
suas angústias, as suas penas, e que deseja uma santa resig-
nação pelas suas próprias fraquezas, porque elas ornamentam
a sua alma com muitas virtudes, entre as quais a humildade.
Além disso, ele deve abandonar-se à minha Divina Misericór-
dia, confiante em Mim. O seu sacerdócio é para mim querido,
agradável, valioso, mas desejo que a sua alma, mesmo entre
as Cruzes, repouse em Mim. Ele tem a minha Mãe como Mãe
Protetora, tem o maior dom que Eu posso oferecer a um amigo:
a minha própria Mãe. Ele deve-se refugiar nela e Ela, sempre
no meu Santo Nome, Jesus, o acolherá. Os “Sacerdotes afasta-
dos” fazem parte da Cruz que Eu lhe ofereci. Reza e oferece por
eles, também tu. Eu, Jesus, amo-os! Agora acaba de escrever e
oferece-Me a Mim esta renúncia. Eu a colocarei no meu Cálice.
Quando te sentires perturbada pelo ambiente à tua volta, deves
interromper, para que a tua alma possa ouvir a minha Palavra
no silêncio. Jesus abençoa-te, abençoa-vos. Jesus está convosco
e vive em vós!
O vosso Jesus Eucaristia!»
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38.3 Page 373

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Índice
Primeira Parte
Preâmbulo................................................................... pag. 7
Vera Grita no “círculo dos Santos” ............................... » 29
“Lava-Me contigo”! Notas teológico-espirituais
sobre a espiritualidade dos Sacrários Vivos .................. » 51
Perfil biográfico e espiritual de Vera ............................. » 65
Sobre a introdução da Causa de beatificação
e canonização da Vera de Jesus .................................... » 87
Perfil biográfico do diretor spiritual:
G. Zucconi SDB ............................................................ » 91
Segunda Parte
Caderno I ....................................................................... » 101
Caderno II ..................................................................... » 119
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38.4 Page 374

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Caderno III ................................................................. pag. 137
Caderno IV .................................................................... » 169
Caderno V ..................................................................... » 195
Caderno VI .................................................................... » 219
Caderno VII .................................................................. » 239
Caderno VIII ................................................................. » 257
Caderno IX .................................................................... » 275
Caderno X ..................................................................... » 291
Caderno XI .................................................................... » 317
Caderno XII .................................................................. » 341
Caderno XIII ................................................................. » 367
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