SDB Moçambique
7 de Junho de 2003
72
EM MEMÓRIA DO P. MAGALHÃES
Queria neste número fazer memória daquele que o Senhor chamou tão repentinamente e que a todos marcou pela sua entrega à vida missionária e pelo exemplo de vida salesiana.
O P. Manuel Morais de Carvalho Magalhães, nasceu em Almofala, Castro Daire a 6 de Maio de 1937.
Frequentou o seminário de Poiares da Régua e Mogofores, onde fez o noviciado. Em Manique fez o pós-noviciado. Cedo iniciou a sua experiência missionária. De facto fez o seu tirocínio prático durante 4 anos na Namaacha, Moçambique, de 1955 a 1959, regressando para fazer a teologia em Córdoba, Espanha. Fez a profissão perpétua a 16 de Agosto de 1959 e foi ordenado sacerdote no Estoril em 11 de Junho de 1963.
A vocação missionária estava-lhe na alma. Por isso, no mesmo ano da ordenação, parte para Timor, com destino a Baucau. Aí permanece, passando pelas várias comunidades como director de 1963 a 1985, ano é em que obrigado, pelas autoridades indonésias, ocupantes do território de Timor, a voltar a Portugal.
A obediência coloca-o na cidade do Porto, no Colégio dos Órfãos, como ecónomo e mais tarde como director. Aqui com a sua bondade e serenidade, dá uma maior abertura da casa ao ambiente circundante, dá novo vigor ao Centro Juvenil, abre o curso Técnico Profissional de Artes Gráficas e estabelece um clima de colaboração e responsabilização dos leigos na comunidade educativa onde as relações fraternas e de família crescem cada vez mais.
Em 1993 é nomeado Vigário Provincial e director da Casa Provincial em Lisboa. Nesta casa onde passam tantos irmãos, também se torna notória a sua característica de bem acolher os irmãos.
Mas a sua alma de missionário não descansa e por isso em 1996, pede para vir para Moçambique, sendo colocado em S. José de Lhanguene como director. Os irmãos que aqui conviveram com ele, sabem mais do que ninguém do seu imenso trabalho, desempenhando, por falta de salesianos, na obra salesiana mais complexa de Moçambique, com paróquia, internato, escola primária, escola comercial, centro de formação profissional e centro juvenil, várias tarefas ao mesmo tempo Director, pároco, ecónomo. Sem nunca de queixar desse trabalho, viu S. José crescer e desenvolver-se, na obra que todos conhecemos.
No dizer do P. Valentin “o P. Magalhães é um ponto de referência muito alto para todos os salesianos em Moçambique pelo seu testemunho religioso e a sua entrega missionária e salesiana... O Senhor concedeu a Moçambique o dom inestimável da presença do P. Magalhães no momento da re-fundação do carisma salesiano. Ele chegou trazendo uma rica personalidade, resultado dos anos de entrega missionária em Timor e de longa experiência de vida no relacionamento com as pessoas. Foi para todos nós um exemplo de identificação religiosa e salesiana, de presença constante e animadora das pessoas, de entrega generosa e sacrificada à missão salesiana. Foram sete anos fecundos que enriqueceram o carisma salesiano em Moçambique. Temos que dar muitas graças a Deus pela sua presença entre nós e confiar na sua intercessão em favor da Obra salesiana em terras de Moçambique.”
É eloquente o testemunho de alguns salesianos moçambicanos. Permito-me transcrever um deles: “O padre Magalhães foi para mim um verdadeiro amigo, pai e confidente. Ele caracterizou-se por ser um salesiano positivo, paciente e dedicado à causa salesiana nas várias dimensões. Sabia estar atento a tudo e ser discreto ao mesmo tempo. Cultivou sempre um espírito de família e de perdão...
Perdemos um irmão aqui na terra mas penso e creio que "ganhamos" um santo no Céu. Para a delegação é doloroso mas é também o primeiro fruto "semente" missionária que cai em terras de Moçambique. Ninguém podia antever este sinal forte da parte de Deus.
O túmulo dos nossos antepassados é lugar de encontro para recordar a história da família. Que os jovens possam atestar a doação salesiana até ao ultimo respiro e que as vocações presentes e vindouras vejam, aprendam e se edifiquem sob o exemplo de salesianos que deram tudo e deram-se totalmente.”
A sua alma de missionário, apesar da idade e do cansaço e depois do seu contributo em Moçambique, pedia-lhe ainda a disponibilidade para voltar a Timor. Era o seu sonho e que estava nos seus planos realizar depois destes meses de colaboração na nova obra de Inharrime.
O Senhor chamou-o quando ele se preparava para ir a Lisboa celebrar, na festa provincial, os cinquenta anos da sua profissão religiosa, que cumpria este ano, mas o Senhor quis chamá-lo a si para celebrar com Ele os cinquenta anos da sua entrega.
Enquanto damos graças pelo dom que o P. Magalhães foi para nós, fica-nos o exemplo de um homem simples, bondoso, acolhedor e do salesiano dedicado à causa missionária.
O homem do silêncio que sem muitas palavras se tornava presente e criava um ambiente de família e de confiança.
Fica-nos um missionário de referência para os fundamentos e implantação e do carisma salesiano em Moçambique pelo seu testemunho de vida salesiana e missionária entregue à missão e ao Senhor. Certamente será um modelo para todos nós, mas sobretudo para os jovens salesianos moçambicanos. Oxalá a sua semente, agora lançada à terra, dê fruto e possamos ter em Moçambique muitos salesianos como o P. Magalhães.
Pedimos ao Senhor, que nos concedeu este fruto, que o acolha na sua Luz de Ressuscitado.
Notícias - Moamba
As actividades do mês de Maio, na nossa Escola de Artes e Ofícios, estiveram orientadas para ajudar a todos a viver a nossa devoção a Maria Auxiliadora. Ao inicio da jornada, nos bons dias, falava-se aos alunos, professores e trabalhadores de alguma característica da nossa Mãe Maria. Desde o dia 24 de Abril até 20 de Maio realizaram-se, por turmas, os torneios de voleibol, futebol de 11, futebol de salão e basquetebol. A turma do 3º ano de Electricidade Industrial foi a vencedora no nível básico, no novo nível e nível elementar foi a turma de 1º de Electricidade quem levou o prémio. As meninas também participaram no torneio com equipas feitas para o efeito. Ao longo do mês também se organizaram torneios de parchis, xadrez, damas e ping-pong. A cultura não foi descuidada neste mês de Maria Auxiliadora, as olimpíadas de matemáticas e o concurso de cultura geral mexeu com muitos alunos. As tardes do mês de Maio foram diversas, das 16,00 h até as 17,30 h vivia-se um ambiente de alegria, de encontro, de confronto amigável.
Nas vésperas da festa às 18,00 h demos oportunidade aos alunos de celebrar o sacramento da reconciliação. A escola fez silêncio para viver este momento.
A grande festa a celebramos na sexta-feira, dia 23 de Maio. As 8.00 h os alunos, professores, trabalhadores e alguns paroquianos já se encontravam na paróquia S. João de Brito. Às 8.30 demos inicio à procissão, ao ritmo dos cantos caminhamos pela estrada principal da Moamba até o pavilhão da escola, lugar onde celebramos a eucaristia presidida pelo P. Alfredo Elejalde. O almoço suculento, abundante e muito bem preparado foi saboreado com muito gosto por todos os alunos e alunas da Escola. Seguiu-se de parte da tarde a sessão recreativa. Houve música, poesia, teatro e um desfile, organizado pela secção de corte e costura, retratando a dignidade da mulher. O momento cultural serviu também para premiar aos vencedores dos diversos concursos e torneios efectuados ao longo de todo o mês. Neste ano também quisemos premiar aos melhores alunos ou alunas de cada turma.
O Sábado 31 de Maio, no encerramento do mês dedicado à Nossa Senhora, realizou-se na Paroquia de S. João de Brito da Moamba, depois da celebração da eucaristia das 18,00 h., a procissão das velas com o andor da Santíssima Virgem Maria.
Moamba comemora o dia da Vila no dia 1 de Junho. Este é também o dia da criança. Nesse dia realiza-se na vila a feira agropecuária. A Escola foi convidada a participar como expositor. Estivemos presentes, como todos os anos, com o nosso pavilhão cheio de obras feitas nas nossas oficinas de carpintaria, serralharia, electricidade, corte e costura e torno e fresa.
Pe José Angel
Notícias – Festa de Nossa Senhora Auxiliadora
A festa de Nossa Senhora reuniu a Família Salesiana vizinha de Maputo, com alunos e jovens das nossas presenças. Este ano pelas apreciações ouvidas esteve mais gente que de em anos anteriores, sinal de que Nossa Senhora continua convocar-nos. A igreja foi pequena e de facto os mais pequenos tiveram a sua celebração na escola primária.
A concentração iniciou-se pelas 08.00horas na Escola Primária Rainha Sofia e pelas 08.30 iniciou-se a procissão, partindo da escola, passando diante da igreja, percorreu o lado esquerdo do campo de futebol e regressou pelo lado direito, baixando ao meio do terreno que está diante da igreja para depois entrar na igreja.
Durante a missão houve promessas de 2 cooperadores, antigos alunos e um bom grupo e ADMAS.
Depois da missa seguiu-se o almoço e a sessão recreativa com a participação das várias presenças salesianas. O sorteio final manteve o auditório suspenso até ao fim. Com a Benção de Maria Auxiliadora partiu cada um para sua casa com a alegria de um dia bem vivido.
Notícias – Visita do Dicastério da Formação
De 18 a 20 de Maio visitaram-nos D. Cereda e D. Chrys Saldanha, do Dicastério da formação. Foram poucos dias, mas intensos vividos sobretudo na Matola e no Noviciado, onde tiveram reuniões de trabalho seja com a comunidade formadora, seja com os pré-noviços e noviços. Agradecemos a sua visita e as indicações que nos deixaram.
Calendário
Agenda de Maio:
08 Reunião da comissão de formação
09 Festa de Santa Maria Mazzarello
10-11 Peregrinação à Namaacha
12 Dia de Formação Permanente Intercomunitária
14 Conselho da Delegação
17 Reunião de coordenação do MJS, na casa das FMA do Jardim
18-20 Visita do Conselheiro Geral da Formação
23-25 Experiência vocacional “Vem e Vê”
25 Festa de N. S. Auxiliadora em S. José
20-23 Visita à Missão de S. José de Lhanguene
31 Reunião da Comissão Executiva de Escolas e CFP.
Aniversários
06 P. Manuel Magalhães e P. Afonso Sebastião
09 P. Julio dos Santos Rosa
14 Tomé Gonçalves Bangueiro
27 Júlio Zubiria
31 Jesús Garcia