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Escola de Artes e Ofícios da Moamba |
Companheiros de viagem
Nos dias 11 e 12 de Março realizou-se em Joanesburgo a reunião da Comissão de Formação da Região África-Madagáscar. Dos temas tratados destacam-se a atenção dada ao pré-noviciado, ao pós-noviciado e ao acompanhamento pessoal.
Leva-me a falar deste último não só o facto de nos últimos anos se ter vindo a falar muito do acompanhamento pessoal e de ter merecido, também nesta reunião, uma especial atenção, mas também porque nos devemos preparar para acolher aqueles que vão iniciar o seu tirocínio. Teremos que ser capazes de os ajudar a continuar a sua caminhada formativa, nesta fase em que deverão fazer “um confronto vital e intenso com a acção salesiana numa experiência educativa e pastoral”, através da prática do sistema preventivo.
O acompanhamento pessoal tem por finalidade a personalização da formação, de modo que cresça a identidade vocacional. Esta consiste na unificação da pessoa, organizando o seu pensar, o seu agir, as suas motivações, os seus afectos à volta do núcleo central que para nós salesianos é Cristo o Bom Pastor, à luz da experiência espiritual e educativo-pastoral de D. Bosco. Deste modo cada uma das atitudes ou gestos, tanto nos momentos importantes como nas circunstâncias ordinárias da vida, revela a pertença total e feliz a Deus (cf. Ratio 208).
O acompanhamento formativo realiza-se em dois momentos. Em primeiro lugar o acompanhamento comunitário ou “direcção espiritual comunitária” que é feito através daquilo que na comunidade se ouve, se comunica; do ambiente, das relações interpessoais de grupo e com os educadores, da orientação por parte dos responsáveis conduzida com um estilo que estimula a participação; o agir em consonância com um projecto comum e partilhando com objectivos bem definidos. Neste sentido toda a comunidade é responsável, por todos os irmãos, mas em especial pelos irmãos em formação.
O outro momento é o acompanhamento pessoal. O acompanhamento pessoal é uma ajuda ao irmão para que assuma e interiorize os conteúdos da identidade vocacional. Na tradição salesiana o director desempenha um papel particular, competindo-lhe a directa responsabilidade em relação a cada um dos irmãos. “Expressão típica deste serviço do director é o colóquio, elemento integrante da práxis formativa salesiana, sinal concreto de apoio à pessoa e á sua experiência, de partilha fraterna e de diálogo. D. Bosco via no colóquio com o director um momento privilegiado de diálogo para bem do irmão” (Ratio, 261).
Recomenda ainda a Ratio que o director reuna regularmente os tirocinantes para um encontro formativo de troca de experiências, porque esse é um momento importante de formação confiado à sua responsabilidade. De facto é um momento de avaliar, de chamar a tenção para aspectos da sua acção educativa da assistência que poderão ser melhorados. (cf. Ratio 438).
Damos graças a Deus e aos directores porque, segundo testemunham os actuais tirocinantes, tem havido um esforço por parte das comunidades para realizar tanto o acompanhamento pessoal como comunitário; apesar disso será bom reler as orientações e normas relativas a este período formativo, reportadas na Ratio, 440-445.
P. Leal
Conselho
Na sua reunião mensal, realizada no dia 19, trataram-se os seguintes assuntos:
Curatorium realizado em Lubumbashi, onde esteve presente o P. António R. Tallon;
Tomada de conhecimento dos escrutínios, dos teólogos e filósofos.
Estudo de critérios para as férias dos estudantes salesianos;
Reflexão sobre a colocação dos futuros assistentes;
Apresentação e aprovação do projecto definitivo das salas de aula de Matundo.
Apresentação do pré-projecto do internato da Moamba, para apresentação a possíveis financiadores;
Estudo do acordo a celebrar entre a Missão de S. José e as Irmão Franciscanas, para a gestão e administração da Escola Primária da Missão;
Aprovação da compra da viatura, incluída no Projecto da Matola, financiado por Áustria;
Sugestões de temas para a reunião conjunta com o conselho das salesianas;
Estudo e aprovação da proposta de projecto de Salesians Mission para a Moamba.
Notícias
A voz da missão de Moatize
Aos amigos do SDB Moçambique!
Para todos vós um abraço dos irmãos desta grande missão de Moatize.
Nós por cá vamos indo razoalvelmente bem, apesar dos percalços que encontramos pelos caminhos e que não têm sido poucos. De facto os nossos dois carros estão já há quinze dias a espera de peças para serem reparados. Mas a mota tem funcionado bem e , graças a Deus, apesar das longas distâncias já percorridas nas visitas às comunidades, até agora não me tem dado qualquer problema.
Os outros irmãos, a pesar de tudo cá vão indo satisfatoriamente. O pe. Bernardo, após um mês de descanso e tratamento lá pelo Maputo, já voltou e retomou as suas actividades pela missão; os outros, com uns achaquesitos ligeiros cá vão indo também...
As trinta e sete comunidades da missão e mais as cinco da vizinha paróquia do Zòbuè também caminham bem, com os seus animadores, catequistas e a maior parte delas com escola.
Os nossos jovens (cerca de noventa – 90) preparam-se para nos dias 29 e 30 próximos fazerem uma peregrinação de oração e penitência até à comunidade Mameme II a pé e que fica a 47 km da sede paroquial. Caminham pela estrada internacional que do Zòbué passa por aqui em direcção Malawi e, também já planeiam outro evento, é a Páscoa Jovem, logo a seguir ás festas pascais.
E por hoje já chega.
De sempre amigo e irmão,
Pe. Júlio Rosa, director.
Da terra da boa gente
No dia 27 de Janeiro, iniciou-se o ano lectivo nesta nova Escola Profissional Domingos Sávio.
São 120 alunos e alunas, na sua totalidade, das cidades de Maxixe, Inharrime, Quissico, Inhambane e povoações vizinhas desta escola.
São quatro áreas que os alunos frequentam: serralharia-mecânica, carpintaria, construção civil e electricidade.
Inciamos o dia às 7.30 horas com um momento de reflexão para todos os alunos e para o pessoal docente e não docente, seguindo-se depois as aulas e oficinas cujo horário se prolonga, para os alunos até às 14.30 e até às 15.30 horas para o pessoal docente e não docente, seguindo-se depois um grande silêncio neste espaço de 10 ha.
No campo desportivo têm-se realizado alguns torneios de futebol de salão entre as diversas turmas e também com os professores. As outras modalidades não existem, devido à inexistência de estruturas que possibilitem a prática do desporto.
As actividades musicais são inexistentes, pois não existe nenhum instrumento musical, excepto uma acordeão que chegou a esta comunidade no dia 29 do mês passado e que foi emprestada pelo Padre Rafael Estêvão
A comunidade é formada por quatro irmãos cujas idades vão de 31 a 71 anos.
Longe do mundo, sem notícias televisivas e sem jornais. Ainda bem que a internet funciona, No campo da Pastoral ajudamos aos domingos e fins de semana na Paróquia de S. Maximiliano Kolbe e nas 13 comunidades que a compõem.
A população é de 55.155. Os católicos são 26.573. Os catecúmenos são 400 e os catequistas são 15. Esta paróquia está entregue aos Padres Palotinos.
Inharrime, 01.04.2003
O encarregado da Comunicação Social desta Comunidade.
Na sexta-feira, dia 14 de Março a nossa Escola teve uma visita ilustre, o Sr. Miguel Costa Nkaima, Ministro da Cultura de Moçambique. Estava acompanhado pelo senhor administrador do distrito da Moamba, por vários directores distritais e por membros do seu ministério. Nos breves minutos da sua estadia entre nós visitou todas as oficinas e a biblioteca, durante o decorrer da visita fez várias perguntas sobre o funcionamento da Escola. No fim da visita agradeceu, em nome do governo, o trabalho educativo que fazemos em favor da juventude; apontou como elementos positivos a ordem e a limpeza que observou na Escola como o bom estado de manutenção de todo o equipamento das oficinas; por último nos animou a seguir trabalhando na nobre tarefa de educar.
No dia 20 de Março recordamos o 10º aniversário da chegada dos salesianos a esta Escola de Artes e Ofícios da Moamba. Na crónica desse dia, redigida pelo Pe José Maria, lemos o seguinte:
“No dia 20 de Março de 1993 a primeira Comunidade Salesiana destinada a esta Escola de Artes e Ofícios chegou a Moamba às 13 horas desse dia.
Acompanharam-na o Pe José Adolfo Vieira Duro e o Sr. António Pedrosa respectivamente Delegado e Ecónomo da Delegação Salesiana em Moçambique.
A equipa era assim constituída:
P. José Maria Ribeira – director
Sr. Joaquim Gomes Raposo – administrador
Sr. José Carlos Patrão – coordenador escolar
Sr. Júlio Zubiria - coordenador das oficinas
Fomos acolhidos na residência provisória junto da entrada principal da Escola. É uma residência bonita cuja restauração fazia parte da 1ª fase das 3 previstas para a recuperação total da Escola. O Sr. Mário e Sr. Giovanni, directamente responsáveis pelas obras de restauro, estiveram a acolher-nos e a abrir-nos as portas. Com eles brindamos com um cálice de vinho do Porto quer a nossa chegada quer ao futuro desta Escola”
Damos graças a Deus pelo serviço educativo e pastoral prestado ao longo destes anos nesta vila da Moamba. Reconhecemos e também agradecemos o trabalho feito pelos pioneiros desta obra, ao longo destes anos souberam imprimir o carisma de D. Bosco. Moamba continua a ser um desafio educativo pastoral para nós, os filhos de D. Bosco: a reforma educativa do Ensino Técnico Profissional; a capacidade de dar resposta às reais necessidades dos jovens da zona; a inserção no tecido social, cultural, económico e político de Moamba; a capacidade de evangelizar em profundidade; o estilo educativo e pastoral dos jovens internos, são alguns destes desafios.
Na quarta-feira, dia 26, tivemos uma visita de supervisão. Dois membros da DINET e um da Direcção Provincial de Educação estiveram toda a manhã, com o Director da Escola e o Director Pedagógico, a fazer um balanço das actividades escolares até agora realizadas. Na agenda da reunião estavam os seguintes pontos a tratar: plano anual de actividades, análise do aproveitamento escolar do ano 2002, matrículas do ano 2003, efectivo escolar 2003, regulamento interno, horário geral da escola, distribuição da carga horária dos professores, plano do cumprimento de actividades de 2003, plano de assistências às aulas, conselhos pedagógicos realizados, ponto de situação do cumprimentos dos programas de ensino, dosificação das matérias, planos de lição, livros de turma, produção escolar.
Foi uma manhã de trabalho cheia e proveitosa, além dos encontros tidos os supervisores tiveram a oportunidade de visitar as oficias e a biblioteca. Ao fim da visita o balanço foi positivo, estamos a realizar um bom trabalho tendo que melhorar alguns aspectos, sobre tudo no que diz respeito aos livros de turma e ao plano de assistência às aulas.
Pe José Angel
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