FORMAÇÃO |
Dezembro de 2003 - N.º 76
Delegação Salesiana de Moçambique
“A Região África é um pouco como o Oratório de Valdocco...”
No último dia da Conferência das Inspectorias e Visitadorias de África e Madagascar, realizada em Outubro passado, o Reitor Maior esteve presente e dirigiu-nos a palavra.
No seu encontro com a Assembleia da CIVAM, O Reitor Maior comparou a Região África ao Oratório de Valdoco.
Valdoco foi uma procura constante de respostas às necessidades dos jovens, criando aos poucos as estruturas necessárias, até que se consolidou. A Região África tem ainda poucas estruturas, o que é uma vantagem, porque em outros lugares os salesianos jovens sentem o peso de estruturas que se acumularam durante os anos da vida da congregação e que agora se tornam difíceis de gerir. A Região está numa fase de desenvolvimento e de consolidação, cujo centro devem ser os jovens e as suas urgências.
Segundo o Reitor Maior, a consolidação do carisma salesiano, em África, deve fazer-se com mentalidade eclesial; estamos em África para construir Igreja, embora com uma tenção especial aos jovens pobres, até porque a África é um continente pobre.
A implantação do carisma vai mais além do que as estruturas. Estas, estão ao serviço do carisma que deve inculturar-se sempre mais. Inculturar-se significa:
1. Cuidar a identidade salesiana dos irmãos. Somos consagrados, não somos voluntários, membros de uma ONG ou uma simples organização prestadora de serviços sociais. A vida salesiana deve interpelar. Daí a necessidade de cuidar a vida de oração; de que cada salesiano faça o seu projecto de vida. As urgências da acção, não podem abafar os elementos fundamentais da vida salesiana.
2. Cuidar a consistência quantitativa e qualitativa das comunidades. A missão salesiana em África desenvolveu-se, muitas vezes através de salesianos pioneiros, a quem agradecemos, porque abriram caminhos, mas neste momento tudo deve partir da comunidade. É necessário lutar contra o individualismo. Significa que é necessário encontrar salesianos que sejam em primeiro lugar animadores, mais do que gestores.
Que façam funcionar o conselho local, como seu apoio e que cuidem o dia da comunidade.
3. Pensar e realizar uma pastoral juvenil de qualidade. Significa lutar contra o imediatismo e trabalhar com projecto, envolvendo a comunidade educativo-pastoral.
4. Formar os salesianos jovens. A África depois da Ásia é o continente com mais esperança de futuro a nível salesiano. Torna-se necessário ser exigentes na selecção fazendo bem o discernimento sobre os candidatos, verificando se existem os valores fundamentais humanos; se têm capacidade para viver a vida consagrada; sendo exigentes no acompanhamento pessoal; cuidando a identidade salesiana dos estudos. Não podemos ceder à tentação do número. Por serem os primeiros é importante que sejam modelos.
5. Ter a mentalidade de Família Salesiana. O salesiano espiritualmente faz parte de uma grande família. D. Bosco foi fundador de uma Família Apostólica. Isso deve levar-nos a prestar mais atenção aos colaboradores leigos procurando fazer deles, cooperadores; a não perder o potencial que são os antigos alunos. Não ter esta mentalidade é ter uma visão redutora do carisma salesiano e esquecer que D. Bosco é um dom para a Igreja.
6. Conhecer a cultura. Fazer o esforço por conhecer a história e a língua do povo onde se trabalha, apesar da dificuldade, pelo facto de serem tantas, mas sem o conhecimento da língua é difícil entrar no coração das pessoas. Certamente que o grande trabalho de inculturação do carisma cabe aos salesianos africanos, cuidando a forma de organizar a vida comunitária tendo em conta a relação com Deus, com a natureza, e com os outros.
À vida religiosa em África é pedido ser uma força profética. Fermentar a cultura através da educação e da evangelização. Num ambiente de guerra devemos ser profetas da comunhão; onde os jovens não contam dedicar-se aos mais pobres; Onde a mulher é subalternizada, defender a sua dignidade; prestar atenção também ao ecumenismo e ao diálogo inter-religioso.
Conclusões da CIVAM
Embora muitas das conclusões da CIVAM, corresponda aos provinciais e aos seus conselhos criar condições para que se vão concretizando, apresento-as de seguida para conhecimento de todos.
Formação especifica dos coadjutores
Objectivos: identidade do coadjutor salesiano, identidade da formação especifica, preparação para a profissão perpétua.
Para quem? Os coadjutores depois do tirocínio.
Onde? Em Bodjome e em Nairobi.
Quando? Desde Outubro de 2004 ate Junho de 2005 mais o mês de Julho 2005 para a preparação a profissão:
Formadores: Grégoire Kifuayi (ATE) e Grégoire Keita (AFO).
Formação para os directores
Objectivos: Aberto a todos os directores, sobretudo os directores jovens.
Para quem? Para duas ou três pessoas por Inspectoria.
Duração: 2 ou 3 semanas.
Período: 2005
Lugar: Johannesburg
Responsáveis: Mário Valente (AFC) e (....)
Formação permanente
A CIVAM assume como formação permanente os dois seminários propostos pelo Dicastério das Missões:
Seminário 1 |
Data: |
1-5 de Novembro 2004 |
|
Lugar: |
Nairobi |
|
Animadores: |
Padre Francis Alencherry e equipa Irmã Ciri e equipa Organizadores/relatores SDB e FMA da Região |
|
|
|
Seminário 2 |
Data: |
8-12 de Novembro 2004 |
|
Lugar: |
Ngnda (Kinshasha), RDCongo |
|
Animadores: |
Padre Francis Alencherry e equipa Irmã Ciri e equipa Organizadores/relatores SDB e FMA da Região |
Participantes:
- de duas a quatro pessoas de cada Inspectoria/grupo, entre:
- Inspectores/as e membros do conselho inspectorial
- DIAM/ coordenadora da missão ad gentes FMA
- Missionarios/as, directores/directoras, ou outras irmãs ou irmãos religiosos ou leigos comprometidos
- Representantes de outros grupos da Família salesiana.
Tema: O empenho da inculturação no âmbito da evangelização e o desenvolvimento do carisma salesiano em Africa-Madagascar
Formação Permanente
A CIVAM deve continuar a sua reflexão para ter um Centro de Formação Permanente pare a Região, contando com a colaboração dos Centros inter-inspectoriais de formação.
Pós-noviciado
Na CIVAM deve-se continuar a aprofundar o tema da mútua cooperação entre as inspectorias no que toca a formação dos pós-noviços: centros de estudos, comunidades formadoras, formadores e professores.
1 PASTORAL JUVENIL |
▲back to top |
2 FORMAÇÃO PROFISSIONAL |
▲back to top |
3 A FAMÍLIA SALESIANA |
▲back to top |
4 COMUNICAÇÃO SOCIAL |
▲back to top |
5 ECONOMIA |
▲back to top |