Se essa for a vontade de Deus, vá sem medo!
Q uando criança meus pais me levavam todos os domingos à igreja para a Santa Missa.
Finda a Missa, là nos íamos nós cumprimentar o sacerdote missionário: o pároco. Foi
ele que nos ensinou a cantar, dançar, rezar. Uma vez por mês, vinha celebrar a
Missa em nosso vilarejo. Missionário, diligente, visitava as pessoas também dos lugares
distantes. Era muito gentil e generoso com seu povo. Em nossa Paróquia conheci, desde
pequeno, também outros sacerdotes missionários europeus, mesmo de outras
congregações. Minha vocação missionária se fortificou quando entrei para a Congregação
Salesiana. Muito contribuiu para esse fortalecimento o testemunho de vida e santidade dos
missionários salesianos que trabalhavam em minha Pátria. Um testemunho de Fé e de
preocupação pela juventude pobre e simples. Comecei a sonhar em tornar-me um
sacerdote missionário como eles.
Quando disse aos meus Pais que queria ser missionário, não só ficaram
surpresos mas também um pouco tristes. Minha mãe disse: “Por que ir tão longe,
quando aqui temos necessidade de missionários? Entretanto, se essa for a vontade
de Deus e também for a sua vocação, vá sem medo! Nós o acompanharemos com a
oração”.
Sou muito grato aos Formadores salesianos que me acompanharam a
vocação missionária. Temos recebido muito dos missionários: e algum fruto já está
aparecendo... “Gratuitamente recebestes, gratuitamente dai” (Mt 10,18). Creio
que o testemunho de alegria aos jovens e do amor por Cristo seja para todos, sem
limites. Depois do discernimento, disse um “SIM” global e total para a missão "ad
gentes et ad vitam”. O Reitor-Mor, P. Pascual Chávez, mandou-me ao Paraguai.
Consequentemente tive de aprender o espanhol, uma língua que nunca
havia estudado – e também o guarani: a maioria dos paraguaios falam as duas. Experimentei também o tal do “choque
cultural”: tive de adaptar-me a uma nova cultura e a tradições que, embora ricas, me eram muito diferentes. Quem
não sente saudades da comida da própria terra, dos amigos, da Família? Mas, com a paciência, fui aprendendo
lentamente a nova história, aceitando e querendo bem às pessoas e a suas culturas. É claro que o contato com pessoas
de outras culturas revela as próprias indiscutíveis convicções e preconceitos; mas melhora o autoconhecimento. E isso
me ajuda a consolidar a vocação religioso-missionária.
Estou feliz e contente na minha vida missionária salesiana, rezando, trabalhando, sacrifícando-me e dando
testemunho de vida na comunidade, acompanhando os Salesianos e a alegria dos jovens que fazem parte da minha
vida. Sinto-me por isso mais motivado a seguir Jesus Cristo pelos jovens pobres e necessitados, a exemplo de Dom
Bosco.
Aos Salesianos que desejam ser missionários, digo: somos chamados a partilhar o amor de Cristo com os outros,
sobretudo com os jovens mais necessitados e pobres. Deus nos chama a anunciar a Boa Notícia. Não tenhais medo de
ser missionários. Sinceramente com o carisma de Dom Bosco se diz: “Eis-me aqui! Mandai-me!” (Isaías 6,8).
Cl. Agustinus Jou Poma
indonésio, missionário no Paraguai
Testemunho de Santidade Missionária Salesiana
Na vida do Venerável P. Rodolfo Komórek (1890-1949), salesiano polonês,
missionário no Brasil, de quem neste ano se celebra os 125 Anos de Nascimento (11 de
agosto de 1890), era chamado, por sua vida virtuosa, «o Padre Santo». Entre suas virtudes
brilhou particularmente a da penitência. O P. Rodolfo percebeu-lhe o fascínio durante toda
a vida: era uma quase resposta pessoal a uma misteriosa, divina, inspiração: “Os Superiores
exortavam-no a mitigar o seu rigor por causa da saúde, embora estivessem persuadidos de
que uma moção do Espírito o impelia nessa direção, como havia guiado, por exemplo, o
Santo Cura d’Ars e São Bento José Labre, nos quais o Servo de Deus gostava de inspirar-se”.
Intenção Missionária Salesiana
Pelo Empenho Social dos Salesianos na América Cone Sul
Para que os Salesianos da América Cone Sul saibam dialogar com a cultura e questio-
nar-se acerca da realidade social em que vivem.
O CG27 pede colocar-nos ‘à escuta’ da vida, das situações, das expectativas do
mundo, sobretudo dos Jovens, pois Deus nos fala através da vida, das pessoas, dos
acontecimentos e da história. Rezemos para que os Salesianos saibam interrogar-se
a fim de compreender as múltiplas realidades sociais da Região e, como discípulos
missionários numa ‘Igreja em saída’, entender a Mensagem de Deus!