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Nome società
Boletim de Animação Missionária Salesiana
O Dom Bosco de Tonj
C aríssimos missionários salesianos e amigos
das Missões Salesianas!
Em Seul, Coreia do Sul, realizou-se no dia 24 de
junho de 2011, na Casa Inspetorial, um congresso que
tinha por tema «Dom Bosco de Tonj / Vida e
espiritualidade do P. João Lee
Taeseok». Já estamos a um ano e meio
da morte desse mui simpático
missionário. Logo depois da sua
ordenação sacerdotal, em 24 de junho
de 2001, o P. João Lee Taeseok foi
enviado à comunidade de Tonj, no
Sudão. Era médico, professor, músico,
salesiano, sacerdote. Viveu sua vida de
filho de Dom Bosco com muito empenho
e simplicidade. Morreu em Seul, aos 14
de janeiro de 2010, com 47 anos, depois
de um ano e um mês de câncer.
Era um salesiano jovem e muito
dotado. Quando tirocinante na
comunidade de Dae Rim Dong, cuidava
de 80 rapazes periclitantes: fora de
série era a sua criatividade, entre eles,
no pátio, nas aulas, por seus dotes
musicais. Imaginem-se apenas esses 80
rapazes, difíceis, que só aos 18 anos
tentavam aprender o alfabeto coreano.
Entretanto, todos eles ao finar-se o
domingo, cantavam um ‘Tantum Ergo’,
em latim, em ritmo pop, composto pelo
próprio João! Depois do tirocínio, em 1997, foi enviado à
UPS, de Roma, para o estudo da Teologia. Como diácono
pediu de poder ir à África, por um verão, a fim de ver se
havia ‘um lugar’ para ele. Graças à Providência e ao P.
James Pulickal, durante um mês africano pôde chegar
até ao Sul do Sudão, ainda em guerra. Os poucos dias
vividos na comunidade de Tonj e o encontro com os
leprosos que vivem perto da comunidade foram
suficientes para fascinar o seu coração.Voltou a Tonj
depois da ordenação para viver em plenitude a sua vida
de médico, salesiano, sacerdote e ‘cuidar dos leprosos
como se fossem Jesus’.
Inserira-se numa comunidade salesiana de Tonj,
composta de tantas nacionalidades, com a missão de
reconstruir, depois da guerra, a comunidade cristã, o
oratório, as escolas e muitas estações missionárias nos
povoados. Chamavam-no ‘Father Jolly’ (Padre Alegre)
pela sua jovialidade e abertura aos jovens com os quais
partilhava toda a sua alma.
Com o auxílio de muitíssima gente montou uma
pequena clínica e um conjunto musical. Depois da sua
morte foi inaugurada a Rádio Dom
Bosco 91FM; e está em construção
uma escola secundária.
Sobre os oito anos de
trabalho em Tonj, além dos dois
livros de experiência, escritos
pelo P. João Lee Taeseok' (‘The
Rays of the Sun in Africa are still
sad’ e ‘Will you be my Friend?’),
há o Documentário, da TV coreana
KBS, que esteve em Tonj para o
fazer. Dom Paul Choi, bispo de
Suwon (Coreia), esteve
pessoalmente no Sudão para ver a
realidade de Tonj e o seu
missionário médico. Depois da sua
morte, nos últimos doze meses,
centenas de milhares de pessoas
viram o filme ‘Don’t Cry For Me
Sudan’, baseado no documentário
da TV coreana, que agora circula
pelo mundo em diversas línguas. A
figura do P. João Taeseok atraiu
perto de 30 000 para a “Fundação
João Lee”, que ajuda a obra
salesiana no Sudão.
Fui seu diretor e depois também Inspetor, na
Coreia. O primeiro país africano que visitei foi
exatamente o Sudão. Estive num último encontro com o
P. João uma semana antes de morrer, quando recebeu o
Sacramento dos Enfermos, em Seul, no inverno de 2010.
Viveu a vocação salesiana com alegria, otimismo,
coerência, paixão e profundo espírito de família.
É preciso racontar histórias de chamados à vida
missionária. O seu exemplo arrasta. Sempre. É o melhor
convite para ver Dom Bosco, vivo, hoje, em tantas
comunidades de fronteira, como a de Tonj, no Sul do
Sudão. Possam assim tantos jovens compreender como
nasce um chamado missionário! Faço votos por que neste
ano vocacional, todo missionário salesiano raconte mais
uma vez o chamado do Senhor que o conduziu para os
caminhos do Evangelho.
P. Václav Klement, SDB
Conselheiro para as Missões