Gostaria de Partilhar o Carisma que recebemos
dos Missionários Salesianos
Quando alguém descobre que eu sou venezuelano e que sou missionário no Oriente
Médio, imediatamente me diz que, segundo ele, não é justo nem sábio que eu deixe a
Venezuela onde há tantas necessidades. E mais: que seja obrigado a aprender uma
nova língua, difícil como é o árabe, e uma cultura muito mais diferente da minha,
quando poderia servir com mais “eficácia” no meu país. Acrescente-se que também se
deverá receber um novo missionário, o qual será obrigado quem sabe a assumir o lugar
que deixei vazio, esforçando-se por aprender o espanhol e adaptar-se à nossa cultura.
Então por que desejo ser um missionário? Porque depois de um honesto e sério
discernimento estou convencido de que Deus me chama a ser missionário como uma
parte viva da Igreja de Comunhão. Embora seja verdade que na Igreja e Inspetoria da
Venezuela há tantas necessidades, é igualmente verdade que podemos sempre partilhar da nossa pobreza. Por um lado,
com um missionário salesiano venezuelano, a Inspetoria do Oriente Médio se enriqueceu com mais uma expressão do ser
salesiano. Por outro, a Inspetoria da Venezuela, a minha família, os meus amigos – todos ganharam numerosos corações
reconhecidos pela doação de um missionário. Eu mesmo encontrei oportunidades espirituais, formativas, carismáticas,
culturais que sequer nos meus melhores sonhos poderia imaginar. O Senhor prometera dar cem vezes mais. Senti
entretanto que a sua medida é ainda mais generosa.
No início da minha vida missionária, como tirocinante no Oriente Médio, o desafio maior era aprender o árabe, que é
realmente muito, muito, muito difícil. Virara criança e me sentia inútil. Tinha um grande desejo de me comunicar. Por
isso, além de me dedicar ao estudo, usei de todos os estratagemas para me relacionar: mímica, sorriso, desenho, errar; e
falar também de modo confuso. Enfim, estar presente e interagir com uma nova cultura na comunidade, no oratório...
Participei do Curso de Orientação para Novos Missionários, organizado pelo Dicastério das Missões, em Roma, só depois do
tirocínio e dos estudos teológicos; mas foi útil para mim, porque pude aprofundar os dinamismos antropológicos, eclesiais
e carismáticos, da minha opção missionária. Ajudou-me também a reavaliar as minhas experiências, a tomar consciência
dos elementos aos quais deverei dar atenção no futuro. Forneceu-me depois um “input” para amar ainda mais a missão
que Deus me confiou.
É claro que a vida missionária no Oriente Médio é, mais bem, dura. Mas a minha maior alegria é o estar em contato com
jovens pobres, necessitados, maravilhosos, exigentes, mas sedentos de Deus, de amizade, de atenção. São jovens
estupendos! Há depois os irmãos…: provimos de culturas diferentes. Sem tirar nada da evidente dificuldade que a
integração em semelhante diversidade exige, a interação e a fraternidade que se cria é realmente muito enriquecedora
para todos. Tornamo-nos um testemunho da universalidade do cristianismo, da Igreja, do carisma salesiano. Aqui me sinto
realmente em casa. Sobretudo no relacionamento com o grupo dos irmãos em formação inicial.
Agora, como jovem sacerdote, estou fazendo licença na Universidade Pontifícia Salesiana, de Roma, a fim de preparar-me
melhor para ao voltar ao Oriente Médio dar a minha contribuição pessoal à missão da comunidade inspetorial. Tenho a
esperança de poder ajudar os jovens do Oriente Médio a achar Deus assim como eles me ajudaram a descobrir a Sua
presença no meio deles. É claro que as dificuldades são copiosas. Mas o plano é de Deus. A vitória final está assegurada,
embora no momento não saibamos quando e como virá.
Aos Salesianos que estão fazendo o discernimento da própria vocação missionária compartilho duas palavras: Gratidão e
Confiança. A nossa vocação é um presente de Deus. Mas é também o resultado da generosidade de muitos Salesianos que
antes de nós deixaram tudo para vir e viver em nossos países, partilhando conosco o espírito salesiano! Se hoje somos
Salesianos é porque Dom Bosco deixou Castelnuovo para ir a Turim. É porque tantos Salesianos deixaram Turim para ir
para toda a Itália. É também porque muitos deixaram a Itália, a Europa, a sua pátria enfim, para ir partilhar o carisma
salesiano com todo o mundo. Então, por que não posso eu restituir com gratidão do meu pouco, por aquele muito que me
deram gratuitamente?
Deus nos conhece a nós muito mais do que nós nos possamos conhecer a nós mesmos. Deus nos ama muito mais do que nos
possamos amar a nós mesmos. Creio que a coisa mais sábia que possamos fazer de nossa vida seja entregá-la com
confiança às Suas mãos. Quem sente o chamado de Deus para ser missionário, reze e faça discernimento sobre tudo
quanto seja necessário… Mas não duvide do “poder da cruz”. Não duvide nunca, da “beleza do plano de Deus”!
P. Alejandro José Leon Mendoza
Venzuelano, missionário no Oriente Médio
Interamérica Voluntários
missionários leigos e vocações
missionárias ad gentes
Intenção Missionária Salesiana
Para que o Voluntariado missionário salesiano, desenvolvido especialmente no Equador, possa
inspirar numerosas vocações consagradas e missionárias em todas as Inspetorias da América.
Estamos celebrando o Dia Missionário Salesiano 2011 com o tema "Ide e proclamai o Evangelho
em todo o mundo". O melhor do voluntariado missionário salesiano se encontra nos países da
América, desenvolvido nos últimos 40 anos. Os grupos missionários, a começar pela Infância
Missionária até ao empenho de Jovens adultos para o voluntariado missionário de longa duração,
tudo está mostrado pelo vídeo do Dia Missionário Salesiano 2011 (Equador, Brasil, México-EUA
Oeste).
Para sugestões e contribuições:cagliero11@gmail.com