Cagliero 11 maio 2018 pt


Cagliero 11 maio 2018 pt

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N. 113 - Maio de 2018
Boletim de Animação Missionária Salesiana
Uma publicação do Setor das Missões para as Comunidades Salesianas e os Amigos das Missões Salesianas
A cada dia que passa o Sínodo dos Jovens vai-se definindo.
Vamo-nos ao mesmo tempo preparando para o mês missionário –
extraordinário – de 2019, que recorda os cem anos da Carta
Apostólica «Maximum Illud», do Papa Bento XV, uma Carta
replena de ímpeto missionário «ad gentes».
Não há «missões» sem missionários. Há pois que promover as vocações
missionárias «ad gentes, ad exteros, ad vitam». E é preciso fazê-lo com...
zelo apenas alguém dê testemunho de vocação para as Missõesdiz o
Papa Bento XV – e enviar para lá os melhores:Pedimos solicitamente aos
Superiores das Ordens e dos Institutos Religiosos dedicados às Missões ad extra’, que a elas só destinem o
escol dos seus alunos. Quase as mesmas palavras a nós dirigidas pelo Papa Francisco durante o nosso CG27
em 2014: Devem-se mandar os melhores! Os melhores!.
Essa disponibilidade não é apenas para a primeira partida, é permanente. Também pois para os missionários
que estejam dispostos a repartir e mesmo depois de anos de vida e de trabalho numa missão. Neste nosso
mês mariano por excelência, peçamos à Mãe Auxiliadora que inspire em nós um generoso «fiat» missionário!
P. Guillermo Basañes SDB
Conselheiro para as Missões
O famoso Quadro de Maria Auxiliadora, de Lorenzo-
ne, que domina o interior da sua Basílica, em Tu-
rim, saiu menor do que aquele que desejava o co-
ração de Dom Bosco. No projeto original, além dos
Apóstolos, queria Dom Bosco incluir os Mártires, os
Profetas, as Virgens e os Confessores; também as grandes
Vitórias de Maria e os Povos das várias partes do Mundo. O
pintor fez ver a Dom Bosco que um tal quadro ficaria enorme. E
não entraria na Basílica. O Santo resignou-se ao Quadro atual.
O pintor Rollini, depois, em 1891, continuará o desejo de Dom
Bosco pintando o restante na Cúpula.
São evidentes os temas missionários que falam da expansão
apostólica do Evangelho: as várias categorias de fiéis, a expan-
são da Família Salesiana por todo o mundo (os primeiros missio-
nários aparecem na Patagônia); as grandes Congregações religi-
osas missionárias. Tudo isso está a dizer que "o coração de Dom
Bosco era imenso e vasto como as areias do mar". O Quadro
mostra Maria a conduzir a Igreja triunfante e militante a um
único e universal louvor ao Pai! A invocação "Maria Auxiliadora"
visa abraçar a todos os povos.
Uma exegese de todos os elementos do quadro requereria bem
mais espaço; indiquemos apenas alguns traços apostólicos. A
obra é uma grande catequese popular em que se mostra um
vivo equilíbrio e harmonia dominada pela Trindade, pelo Céu,
pela Igreja triunfante, mas com a inclusão, na parte inferior, da Basílica, do Oratório, de Superga, con-
tra um céu afogueado a ameaçar tempestade. Esse detalhe indica a missão entre os Jovens com
coração oratoriano’, em meio a grandes desafios, mas assistidos pela Mãe que auxilia’!
Na imagem de Mariasão diversificados os símbolos: verticalidade, Menino nos braços, estrelas,
identificação com Maria Imaculada, coroa de ouro, cetro. A estrela na coroa reporta à Estrela do Mar
a guiar o marinheiro ao porto seguro, convidando-nos a lançar as redes em alto mar. O cetro, além do
poder, nos remete ao cetro da "Pastorinha", que, por sua vez, nos remete ao cajado do Bom Pastor.
Mostra ao mundo o seu Filho de braços abertos, indicando as linhas da nossa espiritualidade do Sistema
Preventivo: é um Jesus que – antes que a ensinar e a abençoar (diferentemente das difundidas imagens
de Jesus com o livro, ou que segura o mundo com as mãos ou que abençoa...) – sorri e acolhe. Mas a
característica missionário-apostólica mais impressionante é a coroa dos Apóstolos e Evangelistas em
torno de Maria. Essa presença indica o missionário e o martírio: cada Apóstolo irá para outro lugar so-
bre a Terra a levar a Boa Notícia e ali morrer por Ela: os instrumentos de martírio indicam esse aspec-
to. Entre os Apóstolos interessa notar o aspecto de São Paulo que, num como sair do quadro, interpela
os fiéis que o contemplam. É um olhar de fogo, que convida à aventura missionária. É uma Igreja em
saída’, a viver sua radicalidade evangélica.

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Os Jovens me ajudaram a abrir o coração
N asci no Vietnã. Numa paróquia diocesana. Queria ser sacerdote. Chegou-me
às mãos um livrinho: a vida do menino S. Domingos Sávio; gostei demais do
padre que lhe orientou a vida. Fiquei também impressionado com o filme de
Dom Bosco: pensei que aquele seria o modelo de padre que eu gostaria de ser”.
Entrei em contato com os Salesianos, e fui amadurecendo para a vocação missionária.
Em 2014 achava-me no Brasil a fazer a formação do tirocínio. Durante esse período de
4 anos estive em contato com diferentes universos culturais que muito me enriquece-
ram socioetnicamente. Ao chegar à Inspetoria Salesiana do Brasil-Campo Grande
(BCG), fui mandado diretamente à missão indígena. Cheguei ali como... surdo-mudo:
não podia falar nem português nem a língua dos Xavante, povo da minha terra
prometida”... Nessa comunidade, eu era o "diferente". Difícil pois esse início! Mas, como experiência missionária,
foi um ano e meio assaz gratificante.
A um só tempo, imergi em duas culturas: na brasileira, ocidental’, e na xavante, da missão’. Devido às
dificuldades linguísticas tive alguns momentos de crise: cheguei a pensar em voltar para o meu País. Mas rezei.
Refleti. Optei por ficar. E desde então, desde que decidi continuar, achei forças e desejo de aprender a "nova"
língua. Minha vida começou a mudar em sentido positivo. Os momentos mais belos durante o meu tirocínio, na
missão xavante, consistiam em viver com as populações indígenas. Participei até de uma sua grande festa cultu-
ral chamada "Wai-a". Festa que normalmente se faz apenas cada 15 anos. Foi grande a alegria de participar desse
encantador momento festivo, dançando e cantando sob o sol calorento, sem camisa e sem água, com os Jovens
indígenas, desde a manhã até às 16… Depois de participar dessa festa fui aceito e reconhecido como um deles.
Findo esse tempo com os Xavante, fui mandado a uma cidade no interior do Estado de Mato Grosso, onde
além de ajudar numa Obra social tinha aulas de português: ali minha missão era realmente intensa, uma vida
salesiana replena de atividades e desafios. Acabei cansado, mas não desanimado: sentia que "essa era a minha
vocação, vocação de filho de Dom Bosco". Nessa fase formativa do Tirocínio prático, aprendi muito dos jovens:
ensinaram-me não somente a língua mas também a abrir o coração’. Eram muitos os que me diziam de coração
aberto: "Precisa de alguma ajuda?"; ou: Posso ajudá-lo?", e me convidavam às suas variadas e mui criativas
atividades pastorais.
Atualmente estou no segundo ano de Teologia, numa grande comunidade de formação em São Paulo:
diversíssimas as culturas. Temos entre nós também alguns missionários – do Vietnã, da Indonésia, como também
das várias Regiões do extenso Brasil – . E tudo isso faz-me tanto experimentar a riqueza da vida salesiana quanto
ter a oportunidade de absorver a cultura brasileira através dos meus próprios coirmãos. Por outro lado, somos
muitos na comunidade e nem sempre se podem fazer amizades profundas com todos. Nestes anos de Estudos
Teológicos andamos também envolvidos em apostolados em nossas obras e paróquias. Desde o ano passado vou a
um oratório com centenas de crianças e jovens: adoro esse oratório porque ali me encontro com os preferidos de
Dom Bosco: os meninos pobres. Com eles eu me sinto feliz em minha vocação de salesiano.
Aos jovens salesianos que desejam ser missionários deixo dois conselhos. O primeiro é: viver intensamente
as nossas Constituições é já um modo de ser missionário. O segundo: ser alegremente salesiano com aquela
alegria que vem de dentro, que cresce na intimidade com Jesus Cristo, ou seja, com um sorriso que tenha raízes;
a alegria ajudará também os jovens a superar os desafios da vida). Dificuldades e defeitos sempre os haverá,
mas optar por ser alegres, isso depende apenas de nós.
Joseph Tran Van Lich
Vietnamita, missionário no Brasil
Testemunho de santidade missionária salesiana
P. Pierluigi Cameroni SDB, Postulador Geral para as Causas dos Santos
Santa Maria Domingas Mazzarello (1837-1881), cofundadora com Dom Bosco das
FMA, era, em seu encargo de animadora, formadora e guia da comunidade, dotada
de profunda maternidade espiritual. Buscava na Verdade o bem das pessoas. «O
encargo de superiora, cumpriu-o perfeitamente. Sob todos os aspectos. Foi superio-
ra boa, reta, sábia. E pronta, isto é, não diferia um apelo às coirmãs. Antes, fazia-o
por vezes com intensidade, mas de modo a deixar em quem a ouvia a impressão de
que assim procedia unicamente pelo desejo de um maior bem».
Pelos Leigos da
Família Salesiana
Intenção Missionária Salesiana
Para que, ao evangelizar os Jovens e as Realidades do mundo contemporâ-
neo à luz dos desafios atuais, tenham a criatividade própria de Dom Bosco.
A Família Salesiana, além de numerosos consagrados, é formada de muitos Leigos, Coopera-
dores, Ex-alunos, chamados todos a ser luz e sal nas diversas realidades seculares. Rezemos
para que, ao levar o Evangelho, Eles contem com a luz e a criatividade do Espírito.