Cagliero11_2020_04_pt


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N. 136 - Abril de 2020
Boletim de Animação Missionária Salesiana
Uma publicação do Setor das Missões para as Comunidades Salesianas e os Amigos das Missões Salesianas
C
aríssimos amigos,
Feliz Páscoa para todos!
Enquanto escrevia estas primeiras linhas como Conselheiro Geral
para as Missões, não podia deixar de relembrar estas palavras de um
teólogo do século XII, João de Salisbury: “Somos como anões em ombros de
gigantes, de modo que podemos ver… mais longe do que eles: não pela
agudeza da vista ou pela possança do corpo, mas simplesmente porque eles
nos elevam mais para o alto!.
Recordo por isso com viva gratidão os meus predecessores no Setor, sobretu-
do o P. Guillermo Basañes por seu serviço neste último sexênio (2014-2020).
Obrigado também ao P. Václav Klement, Conselheiro Geral para as Missões (2009-2014), que teve a feliz
intuição de iniciar o ‘Cagliero 11’: um simples, mas eficiente instrumento de animação missionária que já
faz 11 anos. Agradeço também a todos os membros da Equipe do Setor Missões a cuja capacidade,
dedicação e colaboração me confiarei, também para que me ajudem na tarefa que me foi confiada:
“promover em toda a Sociedade o espírito e o empenho missionário” (C 138).
Como já disse alhures, não esperava por esta eleição. De fato, quando me dei conta de que algo estava se
dando, busquei explicitamente evitar esta nomeação, porque, entre as demais razões, a nossa Visitadoria
tem uma séria necessidade de pessoal. Devo, entretanto, humildemente reconhecer que realmente “o
Espírito Santo opera como, quando e onde Ele quer... Só sabemos que o nosso empenho é necessário”.
Enquanto escrevo estas linhas estamos a viver uma pandemia realmente inédita. Desta tragédia humana
nasce o convite de termos a coragem de refletir e discernir sobre quanto o Espírito nos está a dizer.
Mais: este sexênio será, é claro, marcado pelo sesquicentenário da primeira expedição missionária salesiana
(1875-2025). O meu desejo é que cada um de nós tenha a coragem e a abertura de deixar o Espírito Santo
trabalhar em seu próprio coração ‘como’ queira, ‘quando’ queira e ‘onde’ queira, a fim de que tenhamos a
coragem e a docilidade de sair das nossas zonas de ‘comfort’ para irmos
com empenho aonde Ele nos queira mandar.
P. Alfred Maravilla SDB Conselheiro para as Missões
Entervista ao Pe. Alfred Maravilla
O P. Alfred Maravilla voltou ao Dicastério para as Missões, mas
desta vez não como colaborador, mas como Conselheiro. Filipino,
com longa experiência missionária pessoal, Superior até pouco
tempo de uma florescente Visitadoria, o P. Maravilla relata nesta
entrevista tanto os seus sentimentos conflitantes na eleição quanto a perspectiva da sua nova missão.
Como se sente agora?
Eu fiz o possível para evitar esta eleição. Depois de meu serviço no Dicastério, imaginava poder continuar em minha
Visitadoria de Papua-Nova Guiné Ilhas Salomão (PGS). Por isso, tínhamos apenas começado a lançar as bases, as
estruturas para uma sistematização da recém-criada Visitadoria. Durante o processo de discernimento que visava a
eleição dos membros do Conselho Geral, quando percebi que algo estava por acontecer, recusei explicitamente a minha
candidatura a Conselheiro para as Missões, dentro da Comissão Ásia Leste-Oceânia, porque, entre outras razões, a nossa
Visitadoria conta com uma séria necessidade de pessoal. Entrementes, porém, fora também nomeado candidato a
conselheiro das Missões pelas outras Comissões Regiões. Com essa eleição, pois, desapareceram no horizonte, num
instante, todos os sonhos e projetos para PGS, junto com o meu desejo de continuar missionário 'ad vitam' nessa parte
do nosso mundo. Ainda não entendo os planos de Deus para a minha vida. Mas em meu coração ressoam fortes as
palavras do Papa Francisco: "O Espírito Santo trabalha como quer, quando quer e onde quer; nós nos dedicamos com
devotamento, mas sem esperar por ver qualquer resultado retumbante. Só sabemos que é necessária a nossa própria
doação... Vamos em frente! Façamos tudo o que pudermos! Mas deixemos que seja Ele a tornar frutuosos os nossos
esforços! Como a Ele bem lhe parecer".

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Como vê o novo encargo de Conselheiro para as Missões?
Este sexênio (2020-2026) será marcado pelo 150º aniversário da Primeira Expedição Missionária
Salesiana (1875). Os meus votos são por que todos tenham a coragem de deixar o Espírito Santo
trabalhar em seus próprios corações como Ele quer, quando quer e onde quer, para que, anima-
dos pelo espírito missionário de Dom Bosco, tenhamos a coragem de sair das nossas zonas de
'comfort' e seguir em frente. Graças a esse espírito missionário, o carisma de Dom Bosco já está
profundamente arraigado na Região. Já é também tempo de que cada Inspetoria, rica ou pobre
de pessoal, participe ativamente na atividade missionária da Congregação. Ironia da sorte, só
uma tal generosidade missionária manterá as nossas Inspetorias... vivas e a serviço dos jovens
pobres e excluídos.
És feliz em teu coração?” (Ma sa' lach'ool)?
Do dia em que participei da Expedição Missionária Salesiana 141,
conservei na caixinha da minha escrivaninha, numa folha de papel,
um como simples esboço de vida missionária. Um dos pontos diz: "O coração
missionário de Dom Bosco seja o ímã de sua vida". Este seria simplesmente o
conselho que partilharia com alguém que estivesse refletindo sobre a própria
vocação missionária. Faz um pouco mais de 9 anos que trabalho na Guatemala,
entre os indígenas Maya Q'eqchi, numa paróquia missionária com 250.000 habi-
tantes, distribuída pelas mais de 400 vilas. Em síntese, o que aprendi em minha
vida missionária entre os «Q'eqchi» foram três coisas: observar, ouvir, esperar.
O missionário vem como hóspede para ficar com eles e partilhar sua vida. Essa
linda expressão se atribui a S. Francisco de Assis: "Pregai o Evangelho a todo o
momento e, se for necessário, usai vossas palavras. Os «Q'eqchi» são um povo maravilhoso; mas, infelizmen-
te, pouco se ouve falar dele no mundo. Saúdam-se pelo caminho com uma expressão que é uma joia: "És
feliz em teu coração?” (‘Mas sa' lach'ool?’). Depois de alguns anos de vida missionária, sinto que essa
felicidade já me invade o coração e que ser missionário é um dom que Deus me deu”.
P. Vittorio Castagna SDB
italiano, missionário em San Pedro Carchá Guatemala
Testemunho de santidade missionária salesiana
P. Pierluigi Cameroni SDB, Postulador Geral para as Causas dos Santos
A Venerável Sra. Dorotea De Chopitea (1816-1891), casada e mãe de seis filhos, foi a
primeira Salesiana Cooperadora de quem se iniciou a Causa de Beatificação. Foi uma das
pouquíssimas pessoas a quem Dom Bosco chamou de “Mãe”. E foi realmente uma mãe para
todos: sempre pronta a intervir onde houvesse necessidade de ajudar. Foram listadas bem
31 (trinta e uma) fundações devidas todas à sua generosidade. A virtude que nela
maiormente brilhou foi a caridade. Essa “Esmoler de Deus” sacrificou os bens de fortuna
como nenhuma outra pessoa o fez em Barcelona em seu tempo. Na escala dos valores, pôs
no primeiro lugar o amor aos pobres: “Os pobres serão o meu primeiro pensamento”.
OMaria Auxiliadora,
como nosso pai Dom Bosco
fez com os jovens do oratório de
Valdocco, por ocasião da cólera,
Intenção Missionária Salesiana
nós também, em um mundo afetado pela epidemia de Coronavírus,
desejamos, como família salesiana,
expressar nossa entrega filial a seu coração materno.
Conforta os doentes e suas famílias.
Apoia os médicos e profissionais de saúde.
Ajuda todos os membros da sociedade e os governantes.
Acolhe a todos que morreram desta epidemia.
Acima de tudo renova, em cada um de nós,
em nossas comunidades e nossas famílias.
A fé em teu Filho Jesus, morto e ressuscitado,
Fazendo nossas as palavras de Dom Bosco, Te dizemos:
Ó Maria, Virgem poderosa, Tu, grande e ilustre defensora da Igreja;
Tu, Auxilio maravilhoso dos cristãos; Tu, terrível como exército em ordem de batalha;
Tu, que, só destruíste toda heresia em todo o mundo;
Nas nossas angústias, nas nossas lutas, nas nossas aflições,
Defende-nos do inimigo; e na hora da morte, acolhe nossa alma no Paraíso! Amém.