Bangladesh: Uma Nova Fronteira Salesiana
O Bangladesh é um país de fé islâmica (89,7%), mas é um dos poucos países democráticos no islã, com imprensa livre e liberdade política.
Além disso, é permitido mudar de religião: quem deseja, vai ao juiz e declara que o faz livremente, sem pressão de ninguém. Não há
perseguição contra os cristãos. Isso explica por que os missionários podem trabalhar livremente no meio da população. Os primeiros
cristãos do Bangladesh foram convertidos pelos portugueses nos séculos XVI e XVII, mas a maioria dos cristãos provêm dos «aborígines»
(adibasis) que, do animismo se convertem ao cristianismo. Hoje a Igreja Católica no Bangladesh conta com perto de 300.000 fiéis, ou seja:
0,3% da população. Há seis dioceses católicas, todas com bispo local, e uma centena de paróquias, com uma média de 300-500
catecúmenos cada uma. Os Salesianos estavam ali antes que o Bangladesh se separasse da Índia, em 1947. As Instituições e paróquias
estavam sob a Inspetoria de Calcutá e sob a então diocese de Krishnagar. Em 1947 muitíssimos cristãos fugiram para a Índia e se
estabeleceram nos arredores de Calcutá. Esta é a razão por que existem tantos salesianos nascidos no Bangladesh. Dom Joseph Gomes,
de Krishnagar, e o Arcebispo Lucas Sirkar, de Calcutá, eram nascidos no Bangladesh. Neste ano o Reitor-Mor mandou o P. Francis
Allenchery, ex-conselheiro geral para as missões, a Bangladesh para iniciar uma nova presença salesiana.
O P. Francis Allenchery raconta a sua chegada no Bangladesh: «Finalmente cheguei no Bangladesh, minha terra de missão. Fui à casa do
bispo, em Mymensingh, pouco antes da meia-noite do dia 24 de março, junto com o P. Joseph Pampadiyil, vigário do Inspetor. Houve retiro
mensal do clero diocesano na noite do dia 25 até a meio-dia do dia 26. No dia 26 pela manhã houve também a Missa Crismal. O fato deu-
me a oportunidade de conhecer o clero da diocese e de me apresentar a ele. Rezando e passando todo um dia em oração com eles, foi um
bom modo de começar o meu ministério na diocese.
«Na tarde do dia 26, o bispo e o pároco de Ranikhong, onde será iniciada a primeira presença salesiana, levou-nos ao local escolhido,
Utrail. A viagem de carro de Mymensingh a Utrail levou um pouco mais de hora e meia, embora a distância seja de apenas 55 quilômetros.
Atualmente uma parte da estrada está em péssimas condições, mas há uma esperança razoável de que se façam logo os necessários
reparos.
«Uma vez em Utrail, foram-nos dadas calorosas boas-vindas com flores, cantos e danças pelas crianças e pelas poucas pessoas que ali se
reuniam. Fui apresentado às pessoas e pude ver que a satisfação, pelo fato de os Salesianos estarem indo ali para ficar com eles
definitivamente, era geral.
«Depois da cerimônia das boas-vindas demos uma volta, estudando as possibilidades e vendo os vários lugares que podessem ser
utilizados para o nosso apostolado. Gastamos perto de três horas. Depois retornamos a Mymensingh, porque no local não havia
alojamento.
«A minha atenção voltou-se imediatamente para a preparação de um lugar destinado à comunidade, em Utrail, e a aquisição de alguns
terrenos para as nossas obras. Espero ficar em Utrail para a Semana Santa. Isto me dará a possibilidade de encontrar-me com o maior
número possível de pessoas. Segundo os cálculos do pároco deve haver perto de 3.000 fiéis nos perto de 18 povoados da paróquia
confiada aos nossos cuidados.
«O bispo e o clero são muito acolhedores. Receberam-nos de braços abertos e esperam muito de nós. Estou certo de que, com o auxílio
de Deus, os filhos de Dom Bosco não os haverão de decepcionar.
«Espero que no dia 18 de dezembro deste ano possamos solenemente iniciar esta nova presença salesiana, como uma lembrança do
Sesquicentenário de fundação da nossa Congregação».
AustraLasia # 2389. V. também #1416, 604, 598.
Notícias Missionárias
As novas fronteiras de 2009 – Os primeiros salesianos começam a trabalhar no Bangladesh, paróquia de Utrail – INC (P. Francis
Alencherry); na Nova Zelândia, Auckland - AUL (P. James Adayadiel); e no Guam [território dos EUA no Pacífico], escola – FIN (P.
Chito Dimaranan). Com isso o número dos países em que estaremos presentes subirá para 133 neste ano!
São 96 os que se ofereceram ao Reitor-Mor para ir às missões neste ano. Depois de um curso de preparação em Roma e uma
peregrinação aos lugares de Dom Bosco, 34 partirão para as missões (Europa: 8, África: 10, América: 10, Ásia: 4, Oceânia: 2) no
dia 27 de setembro. Outros 62, ou mais, continuarão a formação inicial no próprio país ou um discernimento prático em algum
lugar de missão na própria inspetoria.
intenção missionária salesiana de agosto de 2009
«Para que a liberdade religiosa de todos os cidadãos na Ásia Sul seja respeitada e que os Salesianos nas suas
instituições educativas possam cultivar entre os jovens o sentido de Deus e o respeito pela liberdade religiosa »
Nos países da Ásia Sul (Índia, Paquistão, Nepal, Bangladesh e Sri Lanka) os políticos buscam dividir as populações
baseando-se em religião, casta, língua, e etnia, por motivos de partito e de poder. Também a educação é instrumentalizada
para este fim. Nos últimos dois anos a liberdade religiosa foi gravemente agredida nos países da Ásia Sul. Diga-se mesmo
que muitos cristãos na Índia sofrem verdadeira perseguição religiosa. O fanatismo e o fundamentalismo religioso podem
ser enfrentados somente através de uma educação ao respeito universal que se deve a todo ser humano. Assim, os
Salesianos têm o dever de contrastar as forças da divisão, e de promover a amizade, o diálogo e a colaboração entre os
vários grupos, podendo influir nas políticas dos governos centrais e locais, e também no mundo da cultura, através do seu
ministério, para cultivar o sentido da amizade entre as várias religiões, os povos e as etnias.
Para a intenção geral e missionária do Papa v. www.sdb.org
Para sugestões e contribuições: cagliero11@gmail.com