Salesianos 2011 %28pt%29


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SALESIANS 2011
1

1.4 Page 4

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SALESIANOS 2011
P. Filiberto González Plasencia sdb
Conselheiro para a CS
Caríssimos amigos e amigas, sensibilizado
pela favorável acolhida prestada a “Sale-
sianos 2010”, tenho agora o grato prazer de
vos apresentar a edição para 2011.
Contém boas notícias. Notícias que iluminam
com realismo um mundo que parece ter-se
embrenhado na escuridão. A Obra de Dom
Bosco continua a formular propostas. São
propostas eficazes com que vencer a pobreza
e educar os jovens, graças à dedicação de
tantos salesianos consagrados e leigos, con-
tando sempre com o auxílio e a adesão de
todos vós. Formamos deveras uma Família,
um Grande Movimento que acredita na força
transformadora do Evangelho, da Educação,
dos Jovens.
Neste ano a revista subdivide-se em nove se-
tores, correspondentes à Direção Geral e às
oito Regiões por que se distribui a Congrega-
ção Salesiana. De cada Região achareis alguns
dados estatísticos e cinco artigos: eles permi-
tem sentir um pouco do bem que, nas cinco
partes do Mundo, se leva a termo em favor
da infância e juventude pobre e carente.
Torno a renovar a todos e à numerosa equipe
de pessoas que mui zelosamente cuidaram
da edição a minha mais cabal gratidão por
generoso apoio dispensado à Missão Sale-
siana.
A cada um de vós e aos vossos caros também
um 2011 repleto das bênçãos de Deus e da
Senhora Auxiliadora – guia e mestra de Dom
Bosco.
8 de dezembro de 2010
Capa:
Voluntário salesiano na Nigêria
da Inspetoria ICP
Índice
SALESIANOS 2011 1
» Índice
» Reitor-Mor: “Cristo,
um direito de todos”
» Salesianos no mundo
ÁFRICA - MADAGASCAR 6
» AFC: Oásis de esperança
» AFW: Don Bosco Fambul, um modelo fidedigno
para a coexistência alternativa
» ANG: 2.000 pirulitos
» AGL: Oratório Dom Bosco Kabgayi
» AFM: É o amor que conta!
AMÉRICA CONE SUL 18
» BRE: “Conta a tua história, fala da tua vida”
» CISBRASIL: Um caminho de rede e solidariedade
na missão juvenil
» Brasil: Voluntariado Juvenil Salesiano
» Argentina: A Obra de Dom Bosco
» ARN: Dê-me um sorriso de presente!
ÁSIA LESTE-OCEÂNIA 30
» VIE: Darhan, começou-se do zero
» KOR: Escola Bíblica Estiva para a juventude
católica
» GIA: Beata Laura Vicuña e Beato Artêmides
Zatti, Patronos da Pastoral no Japão
» AUL: “Projeto Cagliero” - Missionários leigos
» MYM: Oratórios festivos no estilo de Dom Bosco
SALESIANOS 2011 (Edição em português), 8 de dezembro de 2010. Roma

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ÁSIA SUL 42
A magia dos Meninos de Dom Bosco: INK «
Campus Life Plus para os Jovens Misings: IND «
Don Bosco Media: INT «
Um projeto de formação à
comunicação para a Igreja na Índia: Índia «
Curtas para valores intensos: INM «
EUROPA NORTE 54
Herança espiritual e pedagógica
de Dom Bosco: BEN «
Missionários no Parque: PLS «
Promessa e desafio: EST «
O oratório sobre rodas: SLO «
Deserto das cidades: PLN «
EUROPA OESTE 66
Itinerário de Educação na Fé: Espanha «
Edições Salesianas: POR «
Farnières: FRB «
Catequistas e Misión Joven: Espanha «
Missões Salesianas de Madri: SMA «
INTERAMÉRICA 78
» SUE: Experiência paroquial em Chicago
» ECU: Universidade Politécnica Salesiana
» MEM: CECHACI Dom Bosco, Prelazia de Mixes
» BOL: Escolas Populares Dom Bosco
» ANT: Meninos e meninas com Dom Bosco
ITÁLIA-ORIENTE MÉDIO 90
» ICC: Catacumbas de São Calisto
» ILE: Crescimento cristão para depois da Crisma
» ICP: “Alegria, estudo, piedade”
» ISI: 'Meeting' adolescentes
» MOR: Zeitun é um terreno fértil
ROMA GERAL 104
» Haiti, dor impregnada de esperança
» Ou salesianos santos ou não salesianos
» Comunidade da Missão de Dom Bosco
» Carisma salesiano e ministério episcopal
» 141ª Expedição Missionária
redazionerivistesdb@sdb.org, www.sdb.org, ©Direzione Generale Opere Don Bosco
SALESIANOS 2011
3

1.6 Page 6

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REITOR-MOR
4
SALESIANOS 2011
« Cristo, um
direito de
todos»
P. Pascual Chávez V. sdb
Reitor-Mor
Caríssimos Membros da Família
Salesiana, Amigos de Dom
Bosco, Jovens do mundo, é com
muita alegria que vos saúdo e desejo
os melhores votos para o Novo Ano de
2011! Seja-vos ele sereno, fecundo de bens
e rico de bênçãos!
A missão salesiana realiza-se em obras assazmente
variadas, sobretudo no campo da educação – tanto
formal quanto informal. Há escolas primárias e se-
cundárias, escolas profissionais e institutos técnicos,
«colleges» e universidades, internatos e residências
universitárias, oratórios e centros juvenis, paró-
quias e missões: ambientes de ampla acolhida e
projetos especializados para jovens com pro-
blemas. Toda nossa presença deseja ser uma
resposta às pessoas mais pobres e abandona-
das, dando atenção preferencial aos jovens,
que são os nossos primeiríssimos destina-
tários. Por eles, a exemplo do nosso
amado Fundador, Dom Bosco, quere-
mos doar e expender todas as nossas
vidas e energias. Desvelamo-nos por
fomentar uma educação atenta aos di-
reitos humanos, ansiando por promo-
ver a dignidade da pessoa e favorecer
o seu crescimento integral.

1.7 Page 7

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Elemento central, que ilumina e dá cores a todo
o conjunto das presenças salesianas, é a evangelização,
o anúncio de Jesus Cristo
Acompanhamos os jovens e demais
destinatários com um método pecu-
liar: o Sistema Preventivo, alicerçado
em algumas convicções fundamentais.
Estas: que o amor, denso de expres-
sões concretas e palpáveis, é a grande
energia da educação; que o acompa-
nhamento educativo é um processo
gradual, atento, em diálogo conti-
nuado com a pessoa; que a plenitude
formativa requer se cuide e acompa-
nhe não só o aspecto humano mas
também a dimensão moral e espiritual
da pessoa. Por isso a nossa obra se ca-
racteriza por uma convicta antropolo-
gia cristã e tem como fixo ponto de
referência os grandes valores do Evan-
gelho, mesmo quando se atue em
contextos não-cristãos.
Evangelização
Elemento central, que ilumina e dá
cores a todo o conjunto das presenças
salesianas, é a evangelização, o anúncio
de Jesus Cristo. Este anúncio abraça
todas as suas formas, desde o simples
mas questionador testemunho silen-
cioso até ao anúncio explícito, à
inserção na comunidade cristã, ao en-
volvimento ativo em sua missão.
Dom Bosco manifestou esse aspecto
central da missão salesiana com uma
bem conhecida afirmação relativa-
mente às origens da sua obra em Turim:
«Esta Sociedade era em seus inícios
uma simples aula de catecismo». Isto
quer dizer que a obra educativa de Dom
Bosco se caracteriza por uma alma reli-
giosa cristã. O educador não pode e não
deve retardar este grande anúncio:
Jesus é o único que pode saciar a infinita
sede de amor, de felicidade e de vida
que existe no coração dos jovens. E
Cristo é um direito de todos!
Deve-se hoje, certamente, como ou
mais do que ontem, fazer as contas
com os obstáculos com que se depara
a evangelização. O primeiro é a desin-
formação: de Jesus não só se fala
pouco; antes, procura-se fazê-Lo desa-
parecer da cultura atual, da organiza-
ção social, da consciência pessoal. A sua
presença é sentida como irrelevante na
sociedade; e a sua ausência considera-
se uma vantagem. Um segundo obstá-
culo é a visão subjetiva de Jesus, que,
privado da sua real historicidade, se
torna cada vez mais um Cristo fabri-
cado à nossa medida, imaginado
segundo os nossos desejos ou necessi-
dades. O terceiro obstáculo é mais
refinado: num pretenso diálogo inter-
religioso querer-se-ia reduzir o Cristo a
um dentre os tantos mestres de espírito
ou fundadores de religiões, sem reco-
nhecê-Lo como o único Salvador de
todos. Há por fim o risco – não imagi-
nário, antes, muito comum entre os
próprios cristãos – de considerar Jesus
Cristo tão perfeitamente conhecido
que leve a pensar que Ele já não tem
mais nada a nos dizer…: e que, redu-
zido assim a uma insignificância, não
valha mais a pena tê-Lo por Guia e
Senhor.
A evangelização exige outrossim que
se atente para os diversos contextos. O
desejo de levar o anúncio do Senhor
Ressuscitado impele a confrontar-nos
com situações atuais e urgentes, adver-
tidas como um forte chamado e uma
grande preocupação: tenciono referir-
me aos povos ainda não-evangeliza-
dos, ao secularismo que ameaça terras
de antiga tradição cristã, ao fenômeno
das grandes migrações, às novas dra-
máticas formas de pobreza e violência,
à difusão de movimentos e de seitas.
Cada contexto apresenta os seus desa-
fios ao anúncio do Evangelho.
Evangelizar educando e
educar evangelizando
É verdade que nós Salesianos realiza-
mos a nossa missão de evangelizar
educando e de educar evangelizando.
A educação é autêntica quando res-
peita todas as dimensões da criança,
do adolescente e do jovem, e se
orienta claramente para a formação
integral da pessoa humana, abrindo-a
à transcendência. A evangelização,
por seu lado, contém em si um es-
pesso valor educativo, exatamente
porque tende a transformar a mente e
o coração, a criar uma pessoa nova –
fruto da sua configuração a Cristo.
Auguro-vos que, ao folheardes e
lerdes este anuário «Salesianos 2011»,
possais encontrar e apreciar todos
esses valores. Representa ele para
todos vós um raconto das nossas ex-
periências educativo-evangelizadoras
nos diversos países do mundo
SALESIANOS 2011
5

1.8 Page 8

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Nós, Salesianos de Dom Bosco, somos uma organização internacional de pessoas dedicadas em tempo
integral ao serviço dos jovens, especialmente dos mais pobres e abandonados.
Em qualquer lugar trabalhemos, o desenvolvimento integral dos jovens através da educação e da
evangelização está no centro do nosso compromisso, porque acreditamos que a nossa total dedicação
aos jovens é o nosso melhor presente à humanidade.
INTERAMÉRICA
Canadá (1924)
E. U. A. (1896)
México (1892)
Guatemala (1929)
El Salvador (1897)
Honduras (1906)
Nicarágua (1911)
Costa Rica (1907)
Panamá (1907)
Cuba (1917)
Haiti (1935)
R. Dominicana (1934)
Porto Rico (1947)
Antilhas Holandesas (1979)
Colômbia (1890)
Venezuela (1894)
Equador (1888)
Peru (1891)
Bolívia (1896)
SALESIANOS NO MUNDO
(31 dezembro 2009; Anuário 2010, vol. 2)
Número de Países: 130
Número de Inspetorias: 89
Número de Irmãos: 15.346
Número de Noviços: 487
Número de Bispos Salesianos: 120
6
ITÁLIA-ORIENTE MÉDIO
Itália (1846)
São Marino (1922)
Suíça (1889)
Romênia (1997)
Moldávia (2005)
Albânia (1940)
Cossovo (2000)
Lituânia (1934)
Turquia (1903)
Irã (1936)
Síria (1948)
Líbano (1952)
Palestina (1891)
Israel (1896)
Egito (1896)
EUROPA OESTE
França (1875)
Bélgica (1891)
Suíça (1889)
Andorra (1966)
Espanha (1881)
Portugal (1894)
Marrocos (1929)
Cabo Verde (1943)
AMÉRICA CONE SUL
Brasil (1883)
Paraguai (1896)
Uruguai (1876)
Chile (1887)
Argentina (1875)

1.9 Page 9

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Caminhamos com os Jovens… Tomem parte nesta aventura!
Fundados por São João Bosco, um santo educador italiano do século XIX, estamos presentes em 130
países a partir da data entre parênteses.
ROMA
RMG (1970)
UPS (1965)
Vaticano (1937)
EUROPA NORTE
Irlanda (1919)
Grã-Bretanha (1887)
Bélgica (1891)
Holanda (1928)
Alemanha (1916)
Suíça (1889)
R. Tcheca (1927)
Áustria (1901)
Eslovênia (1901)
Suécia (1930)
Polônia (1893)
Eslováquia (1924)
Hungria (1913)
Croácia (1972)
Bósnia -
Herzegóvina (1995)
Sérvia (1965)
Montenegro (1966)
Rússia (1990)
Belarus (1990)
Ucrânia (1990)
Bulgária (1994)
Geórgia (1990)
Azerbaijão (2000)
Malta (1903)
Tunísia (1988)
ÁSIA SUL
ÁFRICA - MADAGASCAR
Índia (1906)
Nepal (1995)
Bangladesh (2009)
Sri Lanka (1956)
Kuweit (2000)
Iêmen (2000)
Mali (1981)
Nigéria (1982)
Senegal (1980)
Camarões (1979)
GuineaConakry(1986) Centro-Af. R. (1994)
Serra Leoa (1986) GuinéEquatorial (1972)
Libéria (1979)
Gabão (1971)
CostadoMarfim(1981) Congo (1959)
Burkina Fasso (1993) R. D. Congo (1911)
Gana (1992)
Angola (1981)
Togo (1982)
Namíbia (1998)
Benin (1981)
Chade (1995)
Sudão (1982)
Uganda (1988)
Ruanda (1953)
Burundi (1970)
Zâmbia (1983)
Zimbábue (1995)
África do Sul (1896)
Lesoto (1980)
Suazilândia (1953)
Eritréia (1995)
Etiópia (1976)
Quênia (1980)
Tanzânia (1980)
Malauí (1995)
Moçambique (1907)
Madagascar (1981)
Maurício (2000)
ÁSIA LESTE-OCEÂNIA
Mongólia (2001)
China (1910)
Paquistão (1999)
Coréia do Sul (1955)
Japão (1926)
Mianmar (1938)
Tailândia (1927)
Camboja (1994)
Vietnã (1941)
Macau (1906)
Hong Kong (1927)
Taiwan (1952)
Filipinas (1951)
Guam (2009)
Indonésia (1985)
Timor-Leste (1927)
Papua N. G. (1981)
Austrália (1922)
Ilhas Salomão (1995)
Fiji (1998)
Samoa (1981)
Nova Zelândia (2010)
7

1.10 Page 10

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ÁFRICA - MADAGASCAR
» AFC: Oásis de esperança (10)
» AFW: Don Bosco Fambul, um modelo fidedigno para a
coexistência alternativa (12)
» ANG: 2.000 pirulitos (14)
» AGL: Oratório Dom Bosco Kabgayi (16)
» AFM: LoveMatters! É o amor que conta! (18)
8

2 Pages 11-20

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2.1 Page 11

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AFO
AFW
AFW
AFW
AFE
AET
ATE
AGL
AFC
AFE
ANG
ZMB
ZMB
MDG
REGIÃO: ÁFRICA - MADAGASCAR
AFM
Número de Países: 37
Número de Inspetorias: 2 (AFC, AFE)
de Visitadorias: 10
Número de Irmãos: 1.310
Número de Noviços: 87
Número de Bispos Salesianos: 8
9

2.2 Page 12

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ÁFRICA - MADAGASCAR
Oásis de esperança
Em 2011: Centenário!
Inspetoria África Central, R. D. do Congo, AFC
P. Dieudonné Makola sdb
ARepública Democrática do Congo
é um país mui extenso, um dos
maiores da África. Há comunidades sa-
lesianas no leste, na direção de Ruanda
e Burundi; em Lubumbáshi, no ex-
tremo sudeste (dez obras); outras estão
um pouco ao centro-sul da nação, em
Mbuji Mayi; e outras mais, na Capital,
Kinshasa, no oeste. A Inspetoria da AFC
estará celebrando o Centenário de Pre-
sença Salesiana em 2011.
Uma inspetoria vibrante
A AFC é uma presença salesiana vi-
brante, que mostra o melhor da pre-
sença salesiana e as atividades que
realiza em favor dos jovens mais neces-
sitados. Embora a visão internacional
da República Democrática do Congo
se veja algumas vezes obumbrada por
problemas econômicos e políticos, a
nação luta por seguir adiante. A maior
fonte de riqueza da nação são os seus
jovens que olham para o futuro com
esperança: e os salesianos têm estado
por um século nos bastidores de toda
essa edificação de esperança. A Bélgica
mandou os seus melhores missioná-
rios, boa parte dos quais continuam
trabalhando e está presente principal-
mente por e em favor de milhares de
jovens: foram eles que lhes insuflaram
interesse profissional, de que já agora
aparecem os frutos. Os primeiros cen-
tros de formação estão florescendo.
Uma característica de relevo da obra
salesiana na AFC – mui bem represen-
tada pela variedade de centros em
Lubumbáshi e em seu derredor – é
quanto se leva avante em favor das
crianças e jovens desfavorecidos,
órfãos ou filhos de famílias muito
pobres. Os salesianos lhes proporcio-
nam não só ofícios mas também
formação profissional da melhor quali-
dade. Há é claro outras obras salesia-
10

2.3 Page 13

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A AFC é uma presença salesiana vibrante,
que mostra o melhor da presença salesiana
e as atividades que realiza em favor
dos jovens mais necessitados.
O propósito é fazê-los sentir que são bem-vindos
e depois tratar de inseri-los novamente
na vida familiar ou social
nas importantes pelo país. Concen-
tremo-nos entretanto por ora na região
de Lubumbáshi, para termos uma ideia
dos maravilhosos "oásis de esperança"
que oferecem os salesianos.
Oásis de esperança
Don Bosco Masina – Localizado no
coração do subúrbio de que toma o
nome, sempre impressiona os visitan-
tes pelos muitíssimos jovens que ele
reúne. É um grande oratório com
ampla gama de atividades: esporte e
artes marciais, dança, variedade de
jogos, música nacional e estrangeira.
Essa a atmosfera que campeia na obra.
Além disso muitos jovens são ali prepa-
rados para a vida através de um centro
de negócios, uma escola tecnológica,
outra elementar e mais uma pré-pri-
mária. ‘Don Bosco Masina’ é além disso
uma paróquia que evangeliza. Ali en-
contramos a esplêndida e imponente
‘Maria Auxiliadora da Igreja Cristã’.
Salama – A complexa obra em Salama
é um lugar frequentado por uns 2.500
jovens todos os dias: se lhes oferece
instrução e formação espiritual; impres-
são técnica, eletrônica, mecânica geral,
mecânica de carros, eletricidade, etc.
Conta outrossim com uma escola de
computação. A escola habilita enge-
nheiros em desenho, redes computa-
cionais, programação e outros. Para
desincumbir-se desse amplo ministé-
rio, os salesianos trabalham com cen-
tenas de Leigos. Os irmãos também
oferecem de segunda a domingo ao
povo do lugar a possibilidade de assis-
tirem à missa.
Cité des Jeunes’, Lubumbáshi – A
‘Cidade dos Meninos’ possui também
muitos jovens. Muitas as atividades ofe-
recidas. Há sobretudo uma escola de
formação profissional onde se minis-
tram cursos de mecânica, soldagem,
agricultura, construção e marcenaria,
além de outras atividades, como o es-
porte e a música. Todas as noites o re-
cinto se enche de jovens que se
divertem com uma grande variedade
de jogos. Além disso, todos os domin-
gos, às 7h30 há um irmão que oficia
uma santa Missa, tanto para os do lugar
quanto para os católicos dos arredores.
Duas vezes por semana dão-se aulas
de catequese para preparar os jovens
aos sacramentos da iniciação cristã.
Bakanja – Bakanja faz parte de uma
obra denominada ‘Œuvre Maman Mar-
guerite’ ou OMM (Obra Mamãe Marga-
rida), que inclui um aglomerado de
casas para jovens de famílias desfeitas
ou disfuncionais. O propósito é fazê-los
sentir que são bem-vindos e depois
tratar de inseri-los novamente na vida
familiar ou social. O‘Lar Bakanja’acolhe
meninos de rua. Depois de conversar
com o menino ou a menina, para
ajudá-los a dar-se conta da situação,
cuida-se de entrar em conexão com
a família e restabelecer o contato.
Quando o diálogo e a ‘negociação’ dão
resultado, o menino vai para a casa da
família. Doutra forma, ele continua em
Bakanja, frequentando a escola, com a
esperança de que depois, com a apren-
dizagem de um ofício, se autoajude e
reabilite.
Imara – Situada no centro de Lubum-
báshi, Imara atinge perto de 5.000
jovens por ano. Sua configuração per-
mite uma escola elementar e uma se-
cundária, assim como uma capela
onde os católicos locais são bem-
vindos. Em ambas as escolas se organi-
zam estudos e outras atividades
adicionais: esportes, música, retiros, ce-
lebrações, catequese… A capela muito
se parece com uma paróquia: missas
matutinas e vespertinas todos os dias,
missas dominicais, atividades de grupo
e movimentos juvenis, cultivo de canto
coral, celebrações, coletas… Toda essa
imensa obra apostólica realiza-se me-
diante uma estreitíssima colaboração
entre Salesianos e Leigos
SALESIANOS 2011
11

2.4 Page 14

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ÁFRICA - MADAGASCAR
Um modelo fidedigno
12
SALESIANOS 2011
Visitadoria Beato Artêmides Zatti, Serra Leoa, AFW
Lothar Wagner sdb
John Kargbo tinha doze anos quando
abandonou a família porque não
aguentava mais a extrema pobreza em
que se debatia. Com muita frequência
ele e suas duas irmãs iam para a escola
e a dormir com o estômago vazio. Ter-
minado o curso primário, os pais não
puderam mais pagar os gastos da
escola.
O pai, pedreiro qualificado, estava sem
trabalho. A mãe, de muletas devido à
pólio, movimentava-se com dificul-
dade. Vivia no cais pedindo esmolas.
John queria ganhar o seu próprio di-
nheiro. E deixou a família. No primeiro
ano costumava visitar os pais uma vez
por mês. Com o passar do tempo,
deixou de fazê-lo. O rapazinho tentou
uma vida melhor na capital, Freetown.
Por quase três anos viveu, comeu, tra-
balhou e dormiu na rua. Teve sorte:
nunca sofreu agressão física ou sexual.
Conta com muita honra que nunca
roubou e sempre se interessou por
melhorar. Na rua ouviu falar da ‘Fambul
Dom Bosco’. E foi ali pedir ajuda.
“Haviam-lhe dito – conta – que ali
podia achar de tudo: um lugar pra
dormir, comida, escola, pessoas que o
escutariam…” Agora o rapaz, 16 anos,
está aqui sentado, num escritório, con-
tando-nos a respeito da sua vida "na
rua e depois da rua".
Ficaram as profundas
feridas da guerra civil
Aproximadamente 4.000 meninos
como John vivem pelas ruas de Serra
Leoa. Não sabem nem ler nem escre-
ver. E vivem em constante perigo de
serem explorados e abusados. A mor-
talidade infantil no país é uma das mais
altas do mundo. Além disso muitas
mulheres morrem durante ou depois
do parto, devido a um serviço médico
que se tem mantido muito deficiente.
Tudo isso é o resultado de onze anos
de cruenta guerra civil que explodiu
em Serra Leoa e da falta de capacidade
do governo. Some-se a isso um inima-
ginável nível de corrupção.
As pessoas foram vítimas de um sofri-
mento inenarrável: devem agora lidar
com os traumas da guerra. Os meni-
nos-soldados são hoje motoristas de
ciclomotos-táxi, gente violentada ou
mutilada, que muito a duras penas
deve abrir-se espaço para ir adiante. A
infraestrutura do país foi em grande
parte destruída. Já faz oito anos que,
oficialmente, a guerra acabou nesse
país da África Ocidental, de 71.000 qui-
lômetros quadrados (umas duas vezes
o nosso estado do Rio de Janeiro). A si-
tuação sociopoliticoeconômica conti-
nua, pois, fraca. Quase 90% da
população vive abaixo do nível da po-
breza. É a geração dos jovens a que
está sendo particularmente afetada. E
visto que eles não veem nenhuma
perspectiva de saída, o seu desespero
é fonte latente de instabilidade no país.
Assessoria, capacitação e
apoio aos jovens
A‘Fambul Dom Bosco’assumiu o com-
promisso tanto de dar aos meninos e
adolescentes de rua perspectivas de
futuro quanto de fortalecer suas famí-
lias perante a difícil situação que no
pós-guerra se vive no País. Com a

2.5 Page 15

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para a coexistência alternativa
Os meninos de rua passam por um período de reabilitação em
nossa casa: aqui não se espanca nem verbera.
Diferimos dos demais institutos que oferecem educação
extrafamiliar em Serra Leoa
ajuda do Instituto, também John
Kargbo encontrou uma solução. Voltou
para o lado dos pais e recebe regular-
mente a visita de uma agente social da
‘Fambul Dom Bosco’, a qual se inteira se
tudo vai bem em casa e se interessa
para que John não volte à rua. A
‘Fambul Dom Bosco’ pagou-lhe a
escola. E financiou uma forma de tra-
balho remunerado para a mãe como
responsável pela família. Não só para os
sem-lar, também para os jovens há um
lugar na Fambul Dom Bosco: para 250
moços entre 18 e 28 anos, oferece pos-
sibilidade de capacitação, tanto dentro
quanto fora da Freetown. E são acom-
panhados por agentes sociais do“Skills
Department” (Departamento de Qua-
lificação).
Como parte dos serviços proporciona-
dos, há um centro juvenil para crianças,
adolescentes e jovens no distrito, e
uma linha de ajuda, em caso de crise.
Desde que se instalou essa ‘linha de
ajuda’, em janeiro deste ano,foram mais
de 750 jovens por semana que se utili-
zaram desse serviço e encontraram um
ouvido compreensivo para toda a sorte
de problemas. O Irmão Lothar – Diretor
da ‘Fambul Dom Bosco’ - explica que o
objetivo da instituição salesiana é
educar crianças, adolescentes e jovens,
a fim de que se tornem cidadãos res-
ponsáveis e bons cristãos. Isto se al-
cança com a ajuda do amor, da razão e
da religião.
Os meninos de rua passam por um pe-
ríodo de reabilitação em nossa casa:
aqui não se espanca nem verbera. Di-
ferimos dos demais institutos que ofe-
recem educação extrafamiliar em Serra
Leoa" – diz o Sr. Lothar, salesiano desde
1993 e à frente do instituto em Free-
town há já um ano e meio. E acres-
centa: “Damos grande
importância ao fato
de que o cuidado
mútuo também
joga um papel
dentro da equipe.
Não se pode dar
cuidado e amor aos
meninos e jovens
de rua, e ser
ao mesmo
tempo um egoísta na equipe ou, em
particular, com a própria família".
Modelo para a solução de
um conflito de não
violência
A guerra na Serra Leoa não só causou
muitas mortes e destruiu as empresas
de caráter econômico. Houve mais: as
famílias foram separadas; as crianças
foram exploradas como soldados-
mirins e escravas; e as drogas e a lava-
gem cerebral causaram um incrível
frenesi de sangue. E todas essas expe-
riências infelizmente estão longe de
terem sido enfrentadas ou superadas:
em grande parte da população, foram
apenas minimizadas. Em muitas famí-
lias e bairros, quando se trata de lidar
com problemas ou conflitos prevalece
ou o silêncio ou a comoção. É preciso
achar um modo que os leve a dialogar.
Por isso, institutos como a ‘Fambul
Dom Bosco’ comprovam serem mui
valiosos para o país, visto que já deram
exemplo de um modo diferente de
conviver. Demonstram dia após dia a
sua credibilidade através do respeito,
da assistência, da não-violência a da to-
lerância. Sua caridade ativa, tal como a
fé e a espiritualidade que observam,
podem servir de modelo ali onde a co-
municação e a coexistência se tenham
tornado difíceis e até impossíveis
Fambul em crioulo (idioma local) significa “fa-
mília”. Dom Bosco Fambul é o maior Instituto
em Serra Leoa que trabalha com meninos de
rua e com jovens desempregados. São perto
de 1.500 - entre crianças, adolescentes e jovens
– as pessoas que ele atende por ano, num dos
países mais pobres do Planeta.
SALESIANOS 2011
13

2.6 Page 16

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ÁFRICA - MADAGASCAR
2.000 pirulitos…
“Às vezes basta pouco para fazer alguém feliz!”
Visitadoria de Mamá Muxima, Angola, ANG
P. Luigi De Liberali sdb
ONatal é o Pre-
sente de Deus a
nós. E é tradição dar pre-
sentes nesse Tempo. Sobre-
tudo às crianças. Nesta região
de Angola, pobre e destruída
pela guerra, os pais não têm condições
de dar presentes aos filhos. Levei por isso
comigo algumas caixas de pirulitos para
distribuir pessoalmente à criançada ao
passar pelos povoados. Nos 31 povoa-
dos que visitei acho que me encontrei
com 2.000 crianças. Muitas delas senti-
ram pela primeira vez o sabor e a alegria
de ganhar um… pirulito! Impossível
descrever a sua festa!…
Faz um ano em maio que moro na região
do Moxico, leste de Angola, depois de
quase 20 anos de experiência missionária
no nordeste do Brasil. O Moxico recebeu a
primeira evangelização em 1933, feita por
Beneditinos vindos de Portugal, os quais
fundaram várias missões e construíram
grandes igrejas, mosteiros e colégios.
Quanto aos Salesianos, chegaram a
Angola faz apenas 30 anos: assumiram a
Paróquia de S. Pedro e S. Paulo, na periferia
de Luena. Trouxeram consigo o espírito de
Dom Bosco – de aproximação da juven-
tude e das camadas sociais mais pobres. A
começar de 2002, quando terminou a
longa guerra de independência, a pre-
sença salesiana nesta cidade se firmou
com a construção de uma escola de
ensino médio e uma escola de formação
profissional, enquanto prosseguia o traba-
lho de evangelização da grande área
urbana e rural, confiada à nossa Paróquia.
Este é pois o meu trabalho: continuar na
evangelização da zona rural.
Um pouco da realidade
Moxico é uma das províncias de Angola:
mostra ainda hoje os efeitos da guerra
civil, que durou quase 30 anos. Depois de
quase dez anos da assinatura do acordo
de paz (2002), as consequências dessa
luta fratricida são ainda muito visíveis em
todos os lugares: estradas impraticáveis
(na maioria são “picadas” no meio do
mato) ou impedidas, por medo das…
minas (Angola é o terceiro país mais
“minado” do mundo); pontes destruídas
ou inseguras, porque feitas com madeira
de pouca qualidade.
Quando fui enviado a Angola, pensava en-
contrar uma terra muito quente, cheia de
desertos e savanas: achei ao contrário
nesta terra africana um paraíso de rios e de
água, com um clima invejável. As florestas
cobrem a maior parte da sua superfície,
enquanto as planícies, cheias de flores,
frutos e animais, dão início e acompanham
os cursos dos rios. O que mais me chama
a atenção é o número de rios que existe!
Em cada viagem atravesso rios de todo o
tipo: pequenos, grandes, estreitos, largos,
retos, sinuosos… E eles sempre me recor-
dam o motivo pelo qual estou em Angola:
paradardebeber “águaviva”–comodisse
Jesus à Samaritana (Jo 4,10) – a todos
aqueles que eu encontrar.
Aspectos religiosos
Pela falta de sacerdotes na diocese, além
da nossa paróquia, devemos atender
também uma outra paróquia, distante 350
km da sede: ao todo, 175 comunidades es-
palhadas por cerca de 90.000 km2, quase
todas de difícil acesso. A maioria das al-
14
SALESIANOS 2011

2.7 Page 17

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Acho que me encontrei com 2.000 crianças.
Muitas delas sentiram pela primeira vez o sabor e a
alegria de ganhar um… pirulito!
Impossível descrever a sua festa!…
deias têm um catequista, uma capela mais
ou menos organizada. Entretanto, 40%
delas não têm presença de católicos. Ou
ainda não foram visitadas! As estatísticas
dizem que 80% dos moradores dessa
região são protestantes. Fala-se sobretudo
a língua chókoe, mas usam-se várias outras
línguas locais (dialetos). Já existem tradu-
ções em línguas locais, de bíblias, livros li-
túrgicos, catecismos.
Nessas comunidades encontram-se
muitas situações difíceis: em alguns luga-
res existem capelas pobres e descuidadas;
outras caíram pela chuva ou por causa do
material muito frágil; outras, ainda, estão
abandonadas ou nunca foram… termina-
das. Em algumas comunidades quase não
existe vida de oração e os católicos não
sabem sequer rezar o Pai-Nosso ou a Ave-
Maria. Alguns coordenadores (chamados
catequistas) têm problemas de relaciona-
mento com a comunidade ou problemas
pessoais(comobebida): e issodesestimula
os outros fiéis. Numa dessas comunidades,
dos 53 católicos que havia só se conserva-
ram três!
Um dos maiores problemas é o chamado
‘feitiço’, que faz com que se acredite que
exista uma causa, ou alguém, por trás de
tudo o que acontece de mal (doença, aci-
dente, desastre…). Por isso, as pessoas
chamam um “experto” para que… ‘adivi-
nhe’ a causa daquela situação ou para que
indique o responsável por ela: e isso leva a
acusações, brigas, divisões, nas famílias e
nas comunidades.
O momento mais significativo, para todas
as aldeias, é certamente o da Celebração
Eucarística, sempre muito animada e que
tanto ajuda a construir as comunidades.
Nela, em muitas capelas, se fazem procis-
sões: a procissão da entrada, na qual o
coral e os ministros entram a passo de
dança; a da Bíblia, antes da Liturgia da Pa-
lavra; a das Ofertas (chamada Tâmbula),
para levar ao Altar o que a comunidade
oferece; e uma dança após a Comunhão.
Toda celebração eucarística dura, normal-
mente, mais de duas horas. Nas festas mais
importantes, o povo, no final da celebra-
ção, sai da igreja em procissão, formando
uma roda na frente da capela, terminando
esse momento com muita alegria.
Formação e Catequese
Vendo a necessidade de formar os cate-
quistas, comecei por reuni-los, por áreas,
a fim de ministrar-lhes cursos. Assim, no
primeiro ano, encontrei-me com 104 ca-
tequistas de 47 aldeias diversas, em 6 lu-
gares diferentes, vivendo com eles uma
semana de estudo, oração e visita às co-
munidades.
Com o intuito de ajudar os catequistas na
sua missão, juntamente com os quatro ca-
tequistas que me ajudam nas visitas e coor-
denam as várias zonas, preparei um novo
catecismo, com textos muito simples, divi-
dido em três etapas e traduzido para a
língua local.
Conclusão
O trabalho de evangelização
Em cada comunidade existe um coorde-
nador: o catequista. Se bem preparado, é
uma pessoa muito importante para a vi-
vência da fé dos cristãos, pelo constante
contacto que mantém com o povo. Nem
todos continuam preparados.
Neste ano e meio foram muitas as dificul-
dades que encontrei. Entretanto nunca
me esqueço das palavras de um canto a
Maria – «Pelas estradas da vida» –, que
sempremeinfundemmuitacoragem: “Se
parecer tua vida / inútil um caminhar, /
lembra que abres caminho: / outros te se-
guirão!”
SALESIANOS 2011
15

2.8 Page 18

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ÁFRICA - MADAGASCAR
Visitadoria de São Carlos Lwanga, Ruanda, AGL
P. Camille Swertvagher sdb
Desde que chegamos a Kabgayi,
Ruanda, África, no ano 2000,
tanto os formadores quanto os
salesianos que estudam filosofia,
fomos de grande ajuda na pastoral
juvenil do lugar. Desde então temos
colaborado na catequese, nos times
esportivos, no campus do internato,
assim como nos diversos grupos e
associações juvenis.
A partir do 2003 passamos a viver
numa casa de formação nova, de Ruli,
benzida e inaugurada pelo Reitor-Mor.
O fato foi também uma bênção para o
Oratório porque se construíram mais
quadras esportivas e melhorou a orga-
nização do internato.
Em 2006-2007 o Oratório, que se
chama ‘Dom Bosco’, recebeu novo im-
pulso, convertendo-se num impor-
tante lugar de apostolado para
o pós-noviciado. Os salesianos da
comunidade somos os primeiros
responsáveis por esse trabalho educa-
tivo-pastoral. Sabemos que no Philo-
sophicum, de Kabgayi, a prioridade dos
jovens salesianos em formação é a sua
própria formação. Entretanto, especial-
mente no fim de semana e na medida
do possível durante a semana, nos de-
dicamos ao apostolado entre os meni-
nos e meninas do oratório.
Assim se formou a
comunidade educativo-
pastoral
Assim, com o passar do tempo se
acrescentaram ou reformaram novas
áreas, que foram inauguradas em
dezembro de 2007. Foi precisamente
nessa ocasião que fizemos memória
de um irmão pós-noviço – Anaclet Nyi-
rimana –, falecido havia pouco e
que tanto se dedicara ao apostolado
no oratório.
Desde 2008 vários animadores juvenis
se foram unindo a nós como volun-
tários para trabalhar no oratório.
Alguns deles são aspirantes salesianos
ou salesianos cooperadores. Assim se
formou a comunidade educativo-pasto-
ral e começamos a desenvolver o Projeto
Educativo Pastoral Salesiano do oratório.
Os meninos e meninas que vêm ao
oratório são geralmente muito pobres.
Desde 2009 eles têm vindo todas as
tardes, ou para jogar (futebol, basquete,
volibol, etc.), ou para outras atividades
(danças tradicionais, música moderna,
caratê, ginástica…)
Sábado à tarde é o melhor tempo e o
aproveitamos para organizar os jovens
em grupos e associações. A última ati-
16
SALESIANOS 2011

2.9 Page 19

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vidade oratoriana desse dia com-
preende um tempo especial para a
oração e um pensamento de boa-
noite. Depois do que, se concluem as
atividades.
As grandes festas salesianas se cele-
bram sempre de modo mui solene
com os Jovens. Ao menos uma vez por
mês se celebra a Missa no oratório. E
também a sessão de formação.
Graças ao apoio dos benfeitores, das
ongues e, sobretudo, do Reitor-Mor, a
infraestrutura do oratório esteve pro-
gressivamente melhorando.
Bons cristãos e honestos
cidadãos
Em 2009, com a ajuda da ‘Solidariedade
Dom Bosco’ da Inspetoria Salesiana da
Bélgica Norte, construiu-se uma área
mariana.
Para além das preocupações materiais,
entretanto, as prioridades dos Salesia-
nos e da Família Salesiana concentram-
se na educação e na evangelização dos
jovens: ajudamo-los com isso a tornar-
se "bons cristãos e honestos cidadãos",
tanto na sociedade quanto na Igreja de
hoje.
Buscamos alcançar este objetivo por
meio de variadas atividades educativas:
educação na fé, na alegria, no amor e
nos valores culturais; educação moral e
social, animando-os a participar nos
grupos e associações juvenis a fim de
que possam descobrir sua própria vo-
cação na sociedade de Ruanda e na co-
munidade eclesial.
À luz do Capítulo Geral 26, procura-se
também dar atenção às famílias, visto
que são os pais os primeiros responsá-
veis pela educação dos filhos.
O‘Oratório Dom Bosco’, de Kabgayi, ins-
pira-se no primeiro oratório de Val-
docco, em Turim. Por isso — com as
adaptações necessárias à realidade do
tempo e do lugar— consideramos o
oratório uma casa que acolhe, uma
escola que prepara para a vida, uma
paróquia que evangeliza e um pátio
onde achar alegria e amizade.
Quanto a nós, formadores e jovens sa-
lesianos em formação, queremos "ser
Dom Bosco" em Kabgayi. Queremos
imitar Dom Bosco. Isto nos faz felizes! A
nós e aos jovens!
As prioridades dos Salesianos e da
Família Salesiana concentram-se
na educação e na evangelização
dos jovens: ajudamo-los com isso a
tornar-se "bons cristãos e honestos
cidadãos", tanto na sociedade
quanto na Igreja de hoje.
Fizemos memória de um irmão
pós-noviço – Anaclet Nyirimana –,
falecido havia pouco e que tanto
se dedicara ao apostolado no ora-
tório.
SALESIANOS 2011
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2.10 Page 20

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ÁFRICA - MADAGASCAR
LoveMatters!
É o amor que conta!
Visitadoria Beato Miguel Rua, Johanesburgo, AFM
P. François Dufour sdb
Pela primeira vez na vida pude fazer
todas as perguntas que queria e
recebi uma resposta" – diz um rapaz de
Soweto. Foi um dos milhares de jovens
pertencentes a escolas e organizações
eclesiásticas que participaram de um
curso residencial de cinco dias cha-
mado LoveMatters! (É o amor que
conta! / O amor é importante!). O curso
tem sido dirigido nos últimos dez anos
por um grupo de Salesianos de Dom
Bosco, por Ministros de culto e por Es-
pecialistas convidados para o curso, no
Centro Juvenil Dom Bosco, nos arredo-
res de Johanesburgo, África do Sul.
LoveMatters é um programa de preven-
ção contra o contágio da AIDS baseado
na abstinência sexual, que promove
também a tomada de consciência espi-
ritual, uma vez que a sexualidade não
atua em nível puramente físico, mas
compreende também planos espirituais
e psicológicos. E como os programas
para os jovens se referem muitas vezes
a problemas relativos à assistência a dro-
gados, aos que estão envolvidos em pe-
quenos atos de criminalidade, aos que
abandonam a escola, … , LoveMatters
empenha-se por isso em dar assistência
a um grande número de jovens. Algu-
mas vezes, dirige-se também a jovens
com problemas. Mas o seu trabalho es-
sencial relaciona-se com o jovem
comum, que só precisa ser orientado e
tranquilizado ao longo do caminho que
leva à saúde, à felicidade e à santidade.
"Acreditamos – dizem os organizadores
do curso – que o nosso programa Love-
Matters, que é dinâmico e formativo,
convencerá os participantes a fazerem
escolhas moralmente seguras, de modo
a evitar as dolorosas consequências
de um comportamento irresponsável.
LoveMatters proporciona algumas expe-
riências para a construção da autoes-
tima e da confiança, e ajuda os jovens a
encontrarem uma espiritualidade básica
e uma filosofia de vida para o seu futuro".
Convém levar os jovens ao
curso enquanto são jovens
"Acho que este programa formativo de-
veria ser levado a pessoas mais jovens,
porque eu mesmo fui, há bastante
tempo, envolvido num vasto leque de
problemas e já não sabia aonde iria
acabar. Seria melhor, por isso, que os
jovens pudessem encontrar soluções
para seus problemas antes que fosse
18

3 Pages 21-30

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3.1 Page 21

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LoveMatters é um programa de prevenção contra o contágio da AIDS
baseado na abstinência sexual, que promove também a tomada de consciência espiritual,
uma vez que a sexualidade não atua em nível puramente físico,
mas compreende também planos espirituais e psicológicos
muito tarde…" – assim escreveu depois
do curso um jovem de 15 anos que en-
tregou as suas observações antes de
tomar o ônibus de volta para casa. Uma
escola de Soweto percebeu que era
quase muito tarde mandar garotos
dessa idade para o curso, dado que os
seus alunos começam a ter experiências
sexuais numa idade muito baixa, e, por
isso, mandou ao curso formativo uma
classe de 13 anos.
Naquela manhã, algumas meninas em-
penharam-se de modo emocionante e
decidiram abster-se de atividades se-
xuais com uma promessa de empenho
e de envolvimento. Tinham apenas 13
anos e, em várias ocasiões, haviam sido
violentadas por homens enquanto iam
de casa à escola; desde então estavam
tomadas de medo e vergonha. Mas o
curso LoveMatters fizera com que aca-
bassem muitos dos seus temores, e
tinham agora um desejo ardente de re-
conquistar a virgindade que lhes fora
tirada à força, e ainda dispunham de co-
ragem de empenhar-se de modo posi-
tivo por toda a vida.
de jogar com a vida querendo acabar
com ela pelo suicídio depois de suportar
uma tragédia muito grande. Pelo final da
semana, passa-se dos fatos, das informa-
ções e da descoberta da verdade, à for-
mulação de juízos de qualidade sobre si
mesmos: como agiria se me encontrasse
nesta ou naquela situação?
Convite ao compromisso
No último dia são convidados alguns
conferencistas, que se apresentam
como modelos: estes compartilham
suas histórias edificantes com os pre-
sentes e demonstram o quanto a sua
vida foi importante para a comunidade
em que vivem. Para dar um exemplo,
Pippa Jarvis conta a história da sua famí-
lia, que acolheu crianças pequenas
abandonadas, dando-lhe efetivamente
18 entre irmãos e irmãs! A jovem con-
vida os participantes do curso a, mais do
que continuarem a ser um problema, fa-
zerem parte da sua solução; por último,
os jovens são convidados a uma ceri-
mônia em que prometem solenemente
empenhar-se numa vida moral de perfil
elevado, de modo que, sentindo-se cha-
mados à luta contra a AIDS ou sentindo
a necessidade de se empenharem nela,
prometem abster-se da atividade sexual
antes do matrimônio e de permanece-
rem fiéis ao/à futuro/a esposo/a. Não é
raro que 75% dos participantes do curso
de formação façam esta promessa.
Naturalmente, não se trata só de conver-
sas e discussões. Há suficiente tempo
para jogos, distração, diversão juvenis. O
recreio não é um puro e simples diverti-
mento: os salesianos estão convencidos
de que as competições físicas forjam e
aumentam a força mental e o senti-
mento daquele que diz: "Tive sucesso!
Consegui!" A mudança que se verifica
através do curso-programa LoveMatters
é significativo. Se 75% dos jovens se
comprometem numa opção de absti-
nência sexual que muda suas vidas, e
mantêm a promessa, eles mesmos se
tornam figuras importantes e significa-
tivas para a mudança social de suas co-
munidades
Alguns atores profissionais ajudam na
fase de JULGAR a realidade, examinando
as situações vitais e o impacto que as
opções feitas têm sobre elas: a pressão
dos amigos e coetâneos a fazer sexo, a
usar e abusar do álcool durante as festi-
nhas, a abortar e a cometer suicídio.
Neste ponto do curso, criou-se já uma
profunda ligação de confiança não só
entre os membros do grupo mas
também entre esses e os animadores;
isso acontece à medida que eles e elas
começam a compartilhar algumas de
suas escolhas fundamentais para a vida,
que já deveriam ter feito, como por
exemplo, a gravidez indesejada e o
aborto como consequência, ou o desejo
SALESIANOS 2011
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3.2 Page 22

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AMÉRICA CONE SUL
20
SALESIANOS 2011

3.3 Page 23

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» BRE: “Conta a tua história, fala da tua vida” (22)
» CISBRASIL: Um caminho de rede e solidariedade na
missão juvenil (24)
» Brasil: Voluntariado Juvenil Salesiano no Brasil (26)
» Argentina: Obra de Dom Bosco na Argentina (28)
» ARN: “Dê-me um sorriso de presente!” (30)
BMA
BRE
BCG
BBH
PAR
BSP
ARN
BPA
URU
CIL
ARS
REGIÃO: AMÉRICA CONE SUL
Número de Países: 5
Número de Inspetorias: 11
Número de Irmãos: 1.587
Número de Noviços: 53
Número de Bispos Salesianos: 43
SALESIANOS 2011
21

3.4 Page 24

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AMÉRICA CONE SUL
“Conta a tua história,
fala da tua vida”
Festival da Juventude Salesiana mobiliza jovens
Inspetoria de São Luís Gonzaga, Recife, BRE
Jakeline Lira
Desde 1996 a então recém-formada
Articulação da Juventude Sale-
siana (MJS), do Nordeste, vem organi-
zando, junto com a Pastoral Juvenil da
Inspetoria Salesiana do Brasil-Recife
(BRE), o Festival da Juventude Salesiana
(FJS). Este é um grande momento de
encontro e intercâmbio entre jovens
de diferentes realidades de toda a
região para partilharem suas experiên-
cias e mostrarem suas habilidades ar-
tísticas, através do teatro, da dança e da
música, vivenciando a espiritualidade
juvenil salesiana.
O FJS se faz sempre no mês de outu-
bro, no Colégio Salesiano Sagrado
Coração, em Recife, e dura quase três
dias. Começa na noite de uma sexta-
feira e termina após o almoço do do-
mingo. Neste período, as salas de
aulas se transformam em alojamentos
e as quadras cobertas em refeitório,
em arena para coreografias, em palco
para um festival de música.
Levando em consideração a média
dos últimos anos de 900/1.000 partici-
pantes, o evento requer, além de
espaço físico, grande esforço humano
para dar certo e sair sempre com saldo
positivo, com jovens felizes e renova-
dos, apesar do cansaço. Assessores,
animadores jovens, salesianos com os
demais grupos da Família Salesiana
empenham-se por organizar e distri-
buir as tarefas, transformando o evento
num verdadeiro trabalho de equipe.
Segundo um olhar salesiano, sempre
se escolhe um tema pertinente à ju-
ventude, à sociedade e/ou à Igreja,
para ser refletido com os jovens nos
meses anteriores ao encontro, ainda
em suas comunidades, e durante o
evento, através de palestras e demais
atividades propostas, como Festivais
de Teatro e Coreografia. Em 2010, por
exemplo, o temática foi: “Jovens pro-
tagonistas no palco da vida”, com o
lema: “Conta a tua história, fala da tua
vida”. Celebrações Eucarísticas e mo-
mentos de oração não podem faltar
nessa programação.
22

3.5 Page 25

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Levando em consideração a média dos
últimos anos de 900/1.000 participantes,
o evento requer, além de espaço físico,
grande esforço humano para dar certo e sair
sempre com saldo positivo,
com jovens felizes e renovados,
apesar do cansaço
Os participantes do festival são predo-
minantemente grupos juvenis e vêm
de realidades diversas, não só pelo
âmbito rural-urbano mas também pelo
socioeconômico. A grande maioria
desses jovens pertencem às diferentes
Casas Salesianas SDB e FMA – especial-
mente a Paróquias, Obras sociais e Es-
colas – e o Festival é um espaço
privilegiado para conviverem com as
diferenças, partilharem experiências e
mostrarem suas habilidades artísticas,
através do teatro, da dança e da música.
Devido às distâncias geográficas da
região, alguns viajam até 12 horas de
ônibus. A Pastoral juvenil organiza
sempre uma rifa para ajudar os jovens a
participar, visto que os custos se tornam
altos e muitos não têm condições finan-
ceiras. Em seus próprios grupos de
origem, os jovens também acham
formas de mobilizar recursos para vir: e
talvez seja essa a palavra-chave do Fes-
tival em vários sentidos: mobilização.
Tendo presente que os Jovens muitas
vezes são mostrados e interpretados
pela mídia e pela sociedade de forma
negativa e generalizada, o Festival
serve também como um momento
de gerar a cultura da vida, mostrando
e valorizando, através da arte e da ami-
zade, o que muitos desses jovens já
fazem de bonito e concreto, nas suas
escolas e comunidades
SALESIANOS 2011
23

3.6 Page 26

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AMÉRICA CONE SUL
CISBRASIL
Um caminho de rede
e solidariedade
na missão juvenil
Conferência das Inspetorias dos Salesianos do Brasil
P. Nivaldo Pessinati sdb
Desde o ano de 1960 as seis Inspe-
torias dos SDB do Brasil partilham
os desafios e soluções por meio de
uma conferência de caráter religioso e
de carisma. Nas atas dos encontros
anuais realizados pela conferência
achamos relatos significativos de traba-
lho, buscas de soluções, ações conjun-
tas.
Somente no final do ano de 1999, foi
constituída juridicamente a Conferên-
cia das Inspetorias dos Salesianos de
Dom Bosco do Brasil – CISBRASIL.
A história de partilha construída ao
longo dos anos anteriores ofereceu,
nesse momento de oficialização legal
da conferência, a maturidade e a expe-
riência necessárias para expressar a sua
identidade e confirmar a sua oportuni-
dade.
Os estatutos da Cisbrasil apontam com
clareza para a sua identidade e expres-
sam a consciência de partilha e cons-
trução em rede: “Coordenação,
articulação, orientação visando o aper-
feiçoamento, modernidade e produti-
vidade” das Inspetorias. Em seguida o
estatuto estabelece que a Cisbrasil
deverá criar, desenvolver, coordenar, in-
centivar e manter a “Rede Salesiana de
Educação e de Assistência Social”.
Além das reuniões da assembléia e da
diretoria – composta pelos inspetores
– as comissões inspetoriais e de modo
particular o escritório executivo de Bra-
sília assumem a realização dos encami-
nhamentos e decisões tomadas pela
conferência.
Merece destaque o desenvolvimento
e a atuação apresentadas pelas redes
acima mencionadas.
“Coordenação, articulação,
orientação visando
o aperfeiçoamento,
modernidade e produtividade”
das Inspetorias
Em sua carta de 25 de abril de 2010 o
próprio Reitor-Mor dos Salesianos, P.
Pascual Chávez, cita a Rede de Escolas
Salesianas, que, partindo das orienta-
ções de Cumbayá, Equador (1994 e
2001), e de Brasília (2008), reúne as 110
escolas dos SDB e FMA em único pro-
jeto de formação dos professores e na
elaboração de textos escolares se-
gundo a pedagogia salesiana.
A Ação Social Salesiana também deu
passos significativos ao constituir-se
como rede. A União Pela Vida (UPV)
continua motivando benfeitores que
participam, com suas orações e ofertas,
no apoio às obras sociais salesianas.
As redes desenvolvem muitos projetos
específicos em sua área de atuação. En-
tretanto, pode-se dizer que o grande
foco deste trabalho articulado seja o
planejamento e execução da formação
continuada dos educadores nas moda-
lidades presencial e virtual. Cerca de
20% dos recursos gerados pelas ações
dessas redes são diretamente investi-
dos na formação dos educadores.
Muitas são as dificuldades e desafios
para se trabalhar em rede. Os resulta-
dos porém são não só positivos mas
também gratificantes e consistentes:
consciência da missão salesiana reali-
zada em nível nacional; reconheci-
mento da qualidade do trabalho
educativo, social e pastoral por parte da
sociedade e da Igreja; reforço positivo
e ampliação da imagem salesiana no
24
SALESIANOS 2011

3.7 Page 27

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país; sentido de solidariedade e per-
tença à Família Salesiana.
Além das redes mencionadas, o escri-
tório executivo responde, na área
da comunicação, pela direção, produ-
ção e distribuição do Boletim Sale-
siano/Brasil, com a significativa tiragem
de 104.000 exemplares por edição, e
pelo gerenciamento de um canal de tv
educativa – a TV Educar.
O escritório executivo procura respon-
der às demandas apresentadas pelas
nossas instituições universitárias e pelas
paróquias salesianas, prestando servi-
ços de representação e de logística,
entre outros. A Família Salesiana conta
também com o seu apoio.
A diretoria da Cisbrasil estuda e aprova
o planejamento bienal que o escritório
executivo desenvolve: avalia e presta
contas. Neste trabalho executivo estão
envolvidos diretamente SDB, FMA e
Leigos.
Além disso, a missão ou horizonte –
que orienta os trabalhos da Cisbrasil
por meio de suas comissões e do escri-
tório executivo – está cada vez mais
claro e perseguido: “participar e asses-
sorar o desenvolvimento da Pastoral
Juvenil Salesiana no Brasil”.
Ao mesmo tempo, também a visão es-
tabelecida no planejamento estraté-
gico da Cisbrasil assume consistência:
“Ser reconhecida como referencial para
a missão salesiana no Brasil”
SALESIANOS 2011
25

3.8 Page 28

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AMÉRICA CONE SUL
Voluntariado Juvenil Salesiano
no Brasil
O protagonismo juvenil salesiano inicia uma
nova etapa em sua história,
pelo desejo de ser discípulos e missionários de
Jesus Cristo,
a fim de que também os menos favorecidos
da sociedade tenham vida
Inspetorias salesianas do Brasil
P. Antonio Ramos do Prado sdb
Ovoluntariado juvenil salesiano no
Brasil surgiu em 1968. O salesiano P.
Walter Ivan de Azevedo (hoje Bispo emé-
rito de São Gabriel da Cachoeira, Rio
Negro/Amazonas) partiu de São Paulo
para Porto Velho (na Amazônia) com
doze entre jovens salesianos e leigos. Nos
anos seguintes, as expedições missioná-
rias continuaram para a Amazônia e o
Mato Grosso. Mais tarde (1990), jovens
universitários, após uma experiência pas-
toral e já terminada a Faculdade, são en-
viados a Angola (na África). Também
outras Inspetorias salesianas do Brasil co-
meçam a ampliar as experiências de Vo-
luntariado missionário juvenil.
abrem a essa experiência. O protago-
nismo juvenil salesiano inicia uma nova
etapa em sua história, pelo desejo de ser
discípulos e missionários de Jesus Cristo,
a fim de que também os menos favore-
cidos da sociedade tenham vida. As ex-
periências missionárias passam a ser
também para adolescentes, que dividem
seus dias entre estudo e voluntariado, em
creches, asilos, orfanatos, etc. Nas férias
esses adolescentes, após um processo de
formação, realizam semanas missionárias,
levando o Evangelho e o Oratório festivo
a Paróquias carentes do Brasil.
Realidade brasileira hoje
Com a AJS (articulação da juventude sa- O Brasil possui hoje 189,6 milhões de ha-
lesiana), consolidada pelo fim do século bitantes. Desses, 52 milhões são jovens
XX, cresce o número de jovens que se entre 15 a 29 anos. Parte dessa juven-
26

3.9 Page 29

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tude – 70% – vivem na pobreza e na
promiscuidade. Em 2009 morreram
mais de 45 mil jovens.
Diante dessa cultura de morte, de
muita corrupção e de abalo de estru-
turas, os jovens perdem o sentido da
referência, e os modelos que a socie-
dade propõe hoje aos jovens não são
infelizmente de promoção humana,
mas de obsessão pelo poder. Dessa
forma, as experiências de voluntariado
têm ajudado os jovens a abrir-se à soli-
dariedade e à busca de novos modelos
que promovam a vida.
Processsos
As Inspetorias do Brasil organizam a Di-
mensão do Voluntariado Missionário
em itinerários com quatro etapas: In-
fância Missionária – 10 a 12 anos, Adoles-
cência Missionária – 13 a 15 anos,
Juventude Missionária – 16 a 25 anos,
Jovem Adulto Missionário – acima de 26.
Infância Missionária – O conteúdo for-
mativo desse período é a catequese para
a primeira Eucaristia e subsídios missio-
nários da CNBB (Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil), Vida de Domingos
Sávio, Miguel Magone e Laura Vicuña.
Adolescência Missionária – Tem
como formação o Itinerário de Educa-
ção na Fé (SDB-FMA Conferência do
Brasil), cujos temas são: Identidade
Pessoal, Encontro com Cristo, Inserção
na Igreja, Compromisso com o Reino,
Cadernos de Mística da EJS.
Juventude Missionária – Estudam-se
os documentos da Igreja, como RM,
Documento de Aparecida, Vida dos
missionários salesianos da América
Latina, Memórias do Oratório de Dom
Bosco.
Jovem Adulto Missionário – Estudo
do Catecismo da Igreja Católica, Cader-
nos Salesianos, Sagrada Escritura,
Campanha do DOMISAL (Domingo
Missionário Salesiano).
Após o I Congresso Voluntariado Mis-
sionário Salesiano da América Cone Sul,
o Brasil procurou estreitar ainda mais a
sua experiência missionária com as ins-
petorias salesianas do Cone Sul: isso fa-
vorecerá um maior intercâmbio entre
os jovens
SALESIANOS 2011
27

3.10 Page 30

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AMÉRICA CONE SUL
A Obra de Dom Bosco na Argentina
Inspetoria Beato Artêmides Zatti, ARN
Inspetoria Beato Zeferino Namuncurá, ARS
Secretaria Nacional para as Missãe e o Desenvolvimento, Argentina
ACongregação Salesiana chegou à Ar-
gentina em 1875. Os primeiros mis-
sionários procuraram localizar-se nas
regiões de maior conflito social e iniciaram
serviços de promoção integral para as
crianças e os jovens de todo o país, se-
gundo a sua condição cultural e realidade
geográfica.
A caminhada foi feita e ainda se faz pro-
curando reunir muitas pessoas com a
mesma preocupação pela juventude, pro-
porcionando possibilidades reais para que
os destinatários do seu serviço se conver-
tam depois em agentes de promoção dos
mesmos jovens, desenvolvendo um
modelo de autogestão.
Foram assim surgindo escolas agrícolas e
industriais, de formação profissional e de
capacitação geral, centros missionários na
Patagônia para atender a diversas etnias,
hospitais, escolas, casas para crianças ne-
cessitadas, atividades de prevenção, pro-
postas para o tempo livre.
A Obra Salesiana integra-se com todos
aqueles que, de algum modo, trabalham
pelo bem dos jovens da Argentina e do
mundo. Para além desses números, há
porém ainda muitas crianças que preci-
sam ser reconhecidas em seu direito de
viver dignamente
28
SALESIANOS 2011

4 Pages 31-40

▲back to top

4.1 Page 31

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A Obra Salesiana na Argentina conta com:
• 96 casas salesianas
• 479 paróquias e capelas
• a primeira Faculdade de Enologia da América
Latina, em Rodeo del Medio
• mais de 77.000 alunos, em 146 Centros de
Formação Profissional
• mais de 9.000 professores, instrutores e agentes
educativos
• mais de 500.000 ex-alunos em toda a Argentina
• mais de 24.000 jovens em grupos juvenis, equipes e
oratórios
• 48 grupos missionários
• 31 centros para crianças e adolescentes em situação
de risco, que atendem cerca de 2.000 jovens
• 12 empreendimentos de radiodifusão, três de
audiovisuais e quatro museus
• 60.000 revistas de alcance nacional, distribuídas por
mês
• 3 selos editoriais, 14 livrarias e 3 gráficas
• mais de 100 publicações digitais e sítios
institucionais
SALESIANOS 2011
29

4.2 Page 32

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AMÉRICA CONE SUL
Dê-me um sorriso de presente!
Inspetoria Beato Artêmides Zatti, Córdova, Argentina Norte, ARN
No quadro do Oratório da Paróquia
São João Bosco e São Domingos
Sávio, do bairro "El Tropezón", em Cór-
dova (Argentina), um grupo de pessoas
oferece a sua contribuição de expe-
riências que visam, comunitária e pro-
fissionalmente, o acompanhamento
de crianças e adolescentes, e suas famí-
30
SALESIANOS 2011
lias: tenta-se assim resolver os seus pro-
blemas e também contribuir para a
construção de uma sociedade mais
humana.
Há para isso um sistema de bolsas para
meninos e meninas com dificuldades
de acesso à escola, quer por não con-
tarem com material (lápis, cadernos,
roupa, etc.), quer por terem problemas
de aprendizagem ou repetência. Os
"padrinhos", que se encarregam da
ajuda material, e os "mediadores", que
se ocupam do acompanhamento no
processo educativo, trabalham com a
Equipe Oratoriana, a qual também pro-

4.3 Page 33

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porciona atividades de apoio es-
colar.
Trabalha-se, a partir da Obra sale-
siana, com a convicção de que a
educação é um direito de todo
ser humano e que "deve orientar-
se ao pleno desenvolvimento da
personalidade humana e do sen-
tido da sua dignidade", como se
afirma no artigo 13 do Tratado In-
ternacional dos Direitos Econômi-
cos, Sociais e Culturais.
Por isso, através deste projeto, se
tenta garantir a aprendizagem
das crianças e dos adolescentes,
e o seu desenvolvimento integral,
movidos pela necessidade de
conscientizar os beneficiários e
suas famílias a respeito da impor-
tância da educação, da disciplina,
dos hábitos de vida ordenada,
dos códigos de convivência e
responsabilidade, objetivando
tornar sustentável e efetivo o
acesso à sua educação
31

4.4 Page 34

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ÁSIA LESTE-OCEÂNIA
VIE
KOR
GIA
FIS
CIN
MYM
THA
FIN
VIE
FIS
ITM
PNG/SI (FIN)
AUL
REGIÃO: ÁSIA LESTE-OCEÂNIA
Número de Países: 20
Número de Inspetorias: 8
2 Visitadorias (MYM, ITM)
2 Delegações (Indonésia, PNG/SI)
Número de Irmãos: 1.346
Número de Noviços: 62
Número de Bispos Salesianos: 12
32
SALESIANOS 2011

4.5 Page 35

▲back to top
» VIE: Darhan,começou-se do zero (34)
» KOR: Escola Bíblica Estiva para a juventude católica (36)
» GIA: Beata Laura Vicuña e Beato Artêmides Zatti, patronos
da pastoral no Japão (38)
» AUL: “Projeto Cagliero” - Missionários leigos (40)
» MYM: Oratórios festivos no estilo de Dom Bosco (42)
SALESIANOS 2011
33

4.6 Page 36

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ÁSIA LESTE-OCEÂNIA
Darhan,
começou-se do zero
Uma história de primeira evangelização
Mongólia, Inspetoria São João Bosco, VIE
P. Andrew Nguyen Trung Tin sdb
Os salesianos de Dom Bosco che-
garam a Darhan no dia 2 de abril
de 2005, dia em que morreu o Papa
João Paulo II. Naquele dia, depois da
Santa Missa e com a bênção do Diretor,
P. Carlos, os salesianos P. James Cheru-
vathur e P. Andrew Nguyen Trung Ting,
acompanhados por mais dois sacerdo-
tes, partiram para Ulan Bator, capital da
Mongólia, a fim de fundar a missão.
Fazia muito frio e havia muita neve ao
longo do caminho para Darhan… Mas
fervia também muito amor, muito zelo,
muito entusiasmo em nossos corações
pela nova missão. Acompanhava-nos
um jovem nosso aluno (e nosso... me-
cânico), que se tinha formado havia
pouco. Era também o motorista.
Cinco anos depois, surge ali um Centro
Cultural, isto é, uma escola e a Igreja de
Maria Auxiliadora. A escola oferece um
programa para a aprendizagem do
inglês e da informática. Os professores
da Mongólia nos ajudam a ensinar
inglês e informática, aos meninos. Abri-
mos também uma pequena biblioteca,
que serve ao mesmo tempo de sala:
34

4.7 Page 37

▲back to top
nela os meninos podem fazer os seus
deveres escolares de casa, ou estudar
por si. Essa possibilidade é muito apre-
ciada, porque algumas famílias não dis-
põem nem de espaço onde os filhos
possam sentar-se e estudar, nem de ca-
deiras ou mesas, e muito provavel-
mente tampouco de… iluminação. A
biblioteca e outros ambientes são
muito importantes na Mongólia: ali o
inverno dura seis meses e a tempera-
tura baixa a 40 graus abaixo de zero. Al-
gumas vezes, desce até mais!
Começou-se do zero
Como na temperatura, também o ca-
tolicismo em Darhan começou do
zero: nunca houvera ali uma presença
católica antes de nós. Contam-se agora
135 os católicos recém-batizados (60%
dos quais são adultos; 25%, jovens
adultos; apenas 5%, crianças). Os cate-
cúmenos são 20, todos adultos. Há seis
Catequistas que ajudam os salesianos
e as Irmãs Missionárias da Caridade.
Mas diga-se a verdade: a maior parte
do trabalho que fazemos aqui consiste
no testemunho e na capacidade de
falar às crianças, aos jovens, aos adultos,
especialmente àqueles que frequen-
tam o oratório e tomam parte das
atividades culturais e educativas, ativi-
dades que oferecemos visando forti-
ficá-los na fé. Empenhamo-nos com
tudo por nutrir e cuidar do novo broto
da fé dos que participam da Santa
Missa e das outras celebrações religio-
sas. O pároco visita as famílias, particu-
larmente os doentes e os velhos.
Temos uma pequena clínica – de
Sant’Ana – dirigida por uma enfermeira
católica, que acompanha o sacerdote
nas visitas aos doentes.
Muitas outras atividades
atraentes
Além da igreja, do centro de estudos,
da biblioteca, do oratório, há um centro
juvenil florescente: ali as nossas ativida-
des convidam os jovens a encontrar-se
com Deus, fazer amizades com os coe-
tâneos e com aqueles que frequentam
o centro. Trata-se de um lugar onde se
pode crescer no trabalho apostólico,
ajudando os outros, e onde há para nós
a oportunidade de encontrar-nos com
as famílias, dialogar sobre seus proble-
mas vitais, sobre as suas necessidades
e sonhos. É também um local que lhes
permite estudar e frequentar os semi-
nários que lhes proporcionamos.
Em 2009 montamos com o auxílio dos
nossos benfeitores uma impressora
muito simples: dispomos de três tradu-
tores e de um diretor da área informá-
tica. Existe assim a possibilidade de
imprimir catecismos, livros, vidas de
santos, narrativa de boa qualidade, o
ordinário (ou ‘ordo’) da Igreja, o lecioná-
rio, o missal…
Muitas das coisas que fazemos aqui são
novidade também para nós: entre-
tanto, como missionários, primeiro es-
tudamos, depois ensinamos e ao
mesmo tempo trabalhamos! “Planta-
mos e regamos a Fé”: Deus dará o cres-
cimento! Louvado seja Deus!
SALESIANOS 2011
35

4.8 Page 38

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ÁSIA LESTE-OCEÂNIA Escola Bíblica Estiva para a Juventude Católica
Os salesianos da Inspetoria Co-
reana têm grandemente a peito
mostrar Jesus Cristo aos Jovens, parti-
cularmente aos do ambiente pastoral,
sobretudo durante o curso chamado
“Escola Bíblica Estiva para a Juventude
Católica”. No ano de 2010, perto de
2.500 jovens, que frequentam as esco-
las dominicais nas paróquias de
diferentes dioceses da Coreia, partici-
param do curso de cultura bíblica cujo
tema era: “Queremos ver Jesus!”
A Escola Bíblica é uma característica da
atividade pastoral dos salesianos na
Coreia. Realiza-se duas vezes por ano,
durante as férias de verão e de inverno,
para alunos de escola ‘média’ e supe-
rior. São os salesianos que trabalham
no Centro Educativo Salesiano que
mantêm a direção e a gestão desse
projeto: envolvem-se nele também
alguns pré-noviços e estudantes de
teologia, como parte da sua formação
pastoral. Os salesianos divulgam o
projeto através dos boletins semanais
das dioceses, dos jornais católicos e
dos sítios de internete; e fazem isso
durante três meses antes da primeira
sessão da Escola Bíblica. Os pedidos de
inscrição no curso não são feitos indi-
vidualmente, mas coletivamente, isto
é: os jovens interessados no Curso
fazem o pedido através das paróquias,
mas a sua participação é decidida
pelos catequistas ou pelos párocos.
A Escola Bíblica não tem nada em
comum com as aulas ou seminários de
escola ou com algo, digamos, intelec-
tual. Refere-se sobretudo a experiên-
36

4.9 Page 39

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Inspetoria Santos Mártires Coreanos, KOR
P. Jun-Seok Lee sdb
cias. Uma sessão dura duas noites e
três dias. E são perto de 300 os jovens
que tomam parte no programa de
cada sessão. Os participantes podem
ter acesso às importantes mensagens
evangélicas e, enquanto correm,
nadam, praticam canoagem ou outros
esportes, têm a possibilidade de refletir
sobre o significado das mensagens.
Cada programa é cuidadosamente
projetado pelos salesianos para dar aos
jovens a possibilidade de crescerem na
fé à luz das mensagens evangélicas, e
não simplesmente para oferecer-lhes
uma ocasião de jogar, sem refletir nos
problemas da própria fé.
As consequências do projeto têm sido
realmente importantes e significativas.
Foi durante a Escola Bíblica que um con-
siderável número dos salesianos de
hoje ouviram o chamado de Deus que
os convidava à vida missionária de Dom
Bosco, na Coreia. O autor deste artigo é
um deles: fui um dos alunos das escolas
superiores que fizeram a experiência da
felicidade, da alegria e do entusiasmo
dos filhos de Dom Bosco, durante o
curso bíblico de verão, em 1991; cabe a
mim mostrar agora os valores salesia-
nos e as mensagens evangélicas aos
jovens, exatamente naquelas circuns-
tâncias em que eu pessoalmente des-
cobri não só aqueles valores mas
também a minha vocação salesiana.
Um segundo fruto da Escola Bíblica é
o fato de que foi graças a este projeto
que os salesianos se tornaram maior-
mente conhecidos na Igreja da Coreia.
Também o povo agora conhece
melhor quem são e o que fazem os Sa-
lesianos.
Mas deve-se apontar mais um bom
fruto: muitos jovens que tomaram
parte da Escola Bíblica familiarizaram-
se com os salesianos e com as suas
Obras; e agora o seu envolvimento no
movimento salesiano na Coreia está
dando uma importantíssima motiva-
ção a muitos outros jovens
37

4.10 Page 40

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ÁSIA LESTE-OCEÂNIA
Beata Laura Vicuña
Beato Artêmides Zatti
P. Hitoshi Yamanouchi sdb
Alguém poderia perguntar: “Que relação pode
haver entre o Japão e os dois Beatos salesianos
– Laura Vicuña e Artêmides Zatti – que viveram e
morreram na América do Sul?”
A resposta se encontra no semblante em contínua mu-
dança do catolicismo japonês, representado pela po-
pulação em constante migração. Os imigrantes agora
superam a população católica nacional. Segundo a Se-
cretaria de Imigrações do Japão, são mais de dois mi-
lhões os estrangeiros que residem no Japão, país com
127 milhões de habitantes. Mais da metade desses es-
trangeiros são coreanos e chineses. Quanto aos outros,
mais de 300.000 são brasileiros.Vêm depois os filipinos,
200.000; e os peruanos, 60.000. A maioria dos três últi-
mos grupos é formada, obviamente, por católicos,
embora não necessariamente praticantes.
O empenho dos salesianos por esses imigrantes, com
freqüência em grandes dificuldades, é um aspecto
muito bem conhecido nestes últimos anos.
A cidade de Hamamatsu tem 80.000 residentes,
20.000 dos quais pertencem à comunidade brasi-
38

5 Pages 41-50

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5.1 Page 41

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Patronos da Pastoral no Japão
Inspetoria São Francisco Xavier, Hamamatsu, GIA
leira, composta em grande parte de
operários que trabalham nas indústrias
da região. A paróquia conta com perto
de 150 fiéis praticantes, 450 operários
imigrantes e mais outros 600, mui es-
treitamente ligados a esses.
No mês de maio de 2010 houve a inau-
guração, com a presença do bispo de Yo-
kohama, Dom Rafael Masahiro Uemura,
de um novo edifício de dois pisos, para
sediar as atividades pastorais em favor
dos habitantes de Hamamatsu.
Evocando rapidamente a história até
aos nossos dias, podemos dizer que
esta presença salesiana começou com
o sonho de um padre salesiano da Ins-
petoria do Brasil-São Paulo (BSP), cujos
pais eram japoneses que haviam mi-
grado para o Brasil. O sacerdote pediu
para vir ao Japão como missionário a
fim de acompanhar brasileiros que
tinham vindo ao Japão em busca
de uma vida melhor. O missionário
se chama P. Evaristo Higa. Quando
chegou, foi morar numa região onde já
havia muitos brasileiros que trabalha-
vam em fábricas de peças de reposição
para automóveis. Foi assim que come-
çou o seu trabalho missionário entre os
seus compatriotas, construindo gra-
dualmente uma comunidade católica
brasileira em Hamamatsu.
Quando a Inspetoria japonesa se deu conta
da sua presença, o P. Evaristo já estava a tra-
balhar no Japão havia dez anos e tinha for-
mado uma densa comunidade cristã,
aberta a outros grupos da América Latina e
da Ásia: dedicava-se também a cuidar de
japoneses sem casa, ajudando-os especial-
mente por meio de voluntários brasileiros
ou provenientes de outros países da Amé-
rica Latina ou mesmo japoneses.
Em 2006, o então Inspetor salesiano, P. Or-
lando Puppo, mandou o P. Angelo Yama-
nouchi a Hamamatsu para estudar a possi-
bilidade de abrir um Centro de Pastoral Sa-
lesiano. Entre outras coisas, a situação
socioeconômica do Japão estava precária
porque o país passava por forte recessão e
a crise atingia particularmente os imigrados.
Deus Providente e Maria Auxiliadora dos
Cristãos com sua proteção, inspiraram os
salesianos a adquirir um terreno adjacente
à paróquia. Depois de numerosos esforços,
sobretudo por parte daqueles que eram os
responsáveis pela administração da dio-
cese, e por obra de arquitetos e engenhei-
ros, foi erguido, em menos de um ano, o
atual grande Centro de Pastoral Salesiano
Rogamos aos bem-aventurados Laura
Vicuña e Artêmides Zatti, Patronos do
Centro de Pastoral, nos replenem de ale-
gria e esperança, fazendo com que o
Centro possa ser uma verdadeira casa sa-
lesiana para meninos e jovens pobres, e
para outras pessoas, necessitadas sobre-
tudo de instrução e de formação cristã
39

5.2 Page 42

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ÁSIA LESTE-OCEÂNIA
“Projeto Cagliero” - Missionários leigos
Inspetoria Maria Auxiliadora dos Cristãos, AUL
Lauren Bicknell
Saber o inglês é uma qualidade de
grandíssimo valor na Tailândia, porque
as possibilidades de emprego são maiores
no setor do turismo. E falar inglês em tal
indústria é essencial
Em 2006 o biblista P. Frank Moloney, sa-
lesiano, voltou dos Estados Unidos para
ser o Superior da Inspetoria Austrália-
Pacífico. Entre os objetivos da Família
Salesiana na Austrália e no Pacífico
havia o da criação de um programa
que permitisse aos/às jovens tornar-se
voluntários nas comunidades salesia-
nas de além-mar. O P. Moloney, com o
apoio da inspetoria salesiana, queria
modelar esse programa pelos que co-
mumente são associados às ordens e
congregações religiosas nos EUA. Em
2007 foi eleito um diretor para o pro-
grama e assim começou o “Projeto Ca-
gliero”! O projeto recebeu esse nome
por lembrar o Cardeal João Cagliero,
que foi o primeiro missionário salesiano
mandado à Patagônia (Argentina) por
Dom Bosco, em 1875.
Em 2008 os dois primeiros voluntários
do projeto dirigiram-se à Tailândia, mas
a lugares diferentes. Ambos eram diri-
gentes do Acampamento Dom Bosco,
de Dromana, Austrália. A tarefa levada
avante pelo Steph na “Casa Dom Bosco”
era bem mais ampla que a de ensinar
inglês. A casa tinha sido fundada pelos
salesianos tailandeses logo depois do
tsunâmi de 2004 para dar amparo aos
muitíssimos meninos que haviam
ficado órfãos no sul da Tailândia. Assim
o Steph ficou envolvido na assistência
geral dessas crianças, além de passar
pelas várias escolas a ensinar inglês.
Primeiros voluntários
Ao mesmo tempo, o outro, David, foi a
Chiang Mai, norte da Tailândia. A Casa
Dom Bosco, de Chiang Mai, foi fundada
para dar um pouco de instrução aos ra-
pagões das tribos das colinas do norte.
A casa favorece um ambiente vital de
apoio aos jovens que desejam estudar:
possui um pedaço de terra, um sítio,
para ajudar os jovens a produzir pes-
soalmente seus meios de subsistência.
Em 2010, o Projeto Cagliero teve sorte:
um dos voluntários trouxera consigo
um instrumental muito útil no setor
agrícola e o fato constituía uma reali-
dade de grande valor.
Um dos principais objetivos do Projeto
Cagliero desde o início foi a sustentabi-
lidade, isto é, o apoio constante, não
simplesmente em fornecer voluntários
mas para ajudar continuadamente as
comunidades salesianas de além-mar.
Nas primeiras fases do Projeto Cagliero,
o P. Moloney perguntou aos demais
Inspetores da Região Ásia-Oceânia se
tinham necessidade de voluntários. O
P. John Bosco Theparat Pitisant, supe-
40

5.3 Page 43

▲back to top
Os objetivos e os sonhos do
Projeto Cagliero se foram realizando,
originando uma aproximação
dos jovens a Dom Bosco
mediante os encontros com
seus coetâneos desamparados,
dos países do terceiro mundo
rior da Inspetoria tailandesa (Inspetoria
que compreende também o Camboja
e o Laos) respondeu imediatamente.
Iniciou-se assim uma importantíssima
relação entre as Inspetorias da Tailândia
e da Austrália-Pacífico.
Os voluntários do Projeto Cagliero
mandados à Tailândia desenvolvem
um trabalho assaz empenhativo,
porque devem esforçar-se por apren-
der o tailandês. E todos os voluntários
do Projeto Cagliero conseguiram com
determinação a - mais ou menos – do-
minar a difícil língua tailandesa. A
comunidade salesiana tailandesa rece-
beu-os com verdadeiro espírito de hos-
pitalidade tailandesa. E os voluntários
completaram a experiência com pro-
funda dedicação, quer à cultura tailan-
desa quer aos salesianos do país.
O sonho vai-se realizando
O sonho, no início do Projeto Ca-
gliero, era poder ajudar de
modo consistente alguns
países da Região sale-
siana Ásia-Oceânia com
voluntários missionários.
O sonho vai-se lenta-
mente realizando com o envio de
mais dois grupos de voluntários a di-
ferentes localidades. O Projeto Cagliero
já mandou doze missionários voluntá-
rios à Tailândia, ao Camboja e a
Samoa. Futuramente o Projeto
gostaria de expandir-se a
outros países da Região sale-
siana Ásia-Oceânia.
introdução
de um novo
programa: uma
experiência de
“imersão de curta du-
ração”. A primeira fez-se
nas Ilhas Samoa, onde os Salesia-
nos de Dom Bosco mantêm uma pre-
sença consistente: foi uma viagem
inesquecível para o grupo, que passou
todo o tempo com as famílias do lugar
a aprender a sua cultura. A coisa mais
importante foi que essa viagem pro-
porcionou a cada um a possibilidade
de aprender uma outra cultura e de ex-
perienciar a vida de um missionário vo-
luntário. Essa atividade de “imersão”
(contato direto e totalmente envol-
vente) se repetiu em 2010, levando
outros jovens a dedicar o seu tempo a
fazer uma experiência de voluntariado
de longa duração, no Projeto
Cagliero.
Lentamente os objetivos e os sonhos
do Projeto Cagliero se foram reali-
zando, originando uma aproximação
dos jovens a Dom Bosco mediante os
encontros com seus coetâneos de-
samparados, dos países do terceiro
mundo. A generosidade e o serviço
dos nossos missionários voluntários
relativamente às missões salesianas
nos está outrossim ajudando a alcan-
çar os nossos objetivos de contínua
ajuda e apoio. Não é essa
uma tarefa muito fácil,
embora seja uma ex-
periência que muda
realmente a vida:
é que os missio-
nários voluntá-
rios levam vida
comum com
os salesianos e
os jovens, tanto
nos momentos
fáceis quanto
nos difíceis
O rápido crescimento
deve-se em parte à
41

5.4 Page 44

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ÁSIA LESTE-OCEÂNIA
Oratórios festivos no estilo de Dom Bosco
Não se pense em edifícios grandiosos
ou sofisticadamente aparelhados;
imaginem-se ao invés atividades vibrantes
Visitadoria Maria Auxiliadora, Anisakan, Mianmar, MYM
P. Mariano Naing sdb
42

5.5 Page 45

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Apenas terminados os exames escolares e aca-
dêmicos, na alegria da primavera de Mianmar,
a comunidade do noviciado, em colaboração com
as Filhas de Maria Auxiliadora (Irmãs salesianas) e
suas alunas, organiza de modo impecável em
Anisakan, Pyin Oo Lwin, o “Dia do Oratório”. São
quase 300 os adolescentes e jovens provenientes
dos povoados vizinhos que se reúnem no santuário
da Bem-Aventurada Virgem Maria.
Existe no Mianmar – em termos geográficos, o
maior país da Ásia Sul Oriental, confinante com os
dois países de maior população mundial (Índia e
China) – existe, no Mianmar, uma Inspetoria per-
tencente à Região salesiana Ásia Leste-Oceânia. Os
salesianos chegaram a Mandaly em 1939. Eles não
só sobreviveram a todas as vicissitudes da guerra,
às calamidades naturais e políticas; estão também
prosperando, cheios de zelo em suas atividades, e
crescendo: crescendo em número e determina-
ção. A intuição inicial de Dom Bosco – o Oratório
– é também a sua intuição.
Em Anisakan, todos os domingos do ano, como na
maior parte das comunidades salesianas do país, há
o oratório. Mas não se pense em edifícios grandiosos
ou sofisticadamente aparelhados; imaginem-se ao
invés atividades vibrantes, nos salesianos, nas irmãs,
na gente ali empenhada, na multidão de rapazinhos
pelos pátios ou de-
baixo de… árvores.
Os noviços de Ansikan
organizam uma ativi-
dade oratoriana para
as diversas vilas, dando
preferência às áreas
mais pobres. Em sua
maioria, as pessoas
com as quais os orga-
nizadores do Dia do oratório devem lidar são bu-
distas. Recomenda-se aos noviços por isso estarem
atentos e evitarem fazer proselitismo entre as crian-
ças e os adolescentes. No domingo, nos oratórios,
os jovens se dedicam a atividades recreativas e cul-
turais, e recebem cartõezinhos com os quais pode-
rão participar ativamente do “Dia Anual do Oratório”.
Os jovens estão informados e sabem muito bem o
que queira dizer ‘participar do Dia do Oratório que
encerra o Ano do Oratório’: participar da premiação!
Neste ano, como sempre, esse dia esteve cheio de
interessantes competições e jogos. As celebrações
começaram com a apresentação do dia, por parte
dos animadores. O P. Francis Cyril, p. ex., explicou
as ‘regras do jogo’ do oratório a uma multidão de
‘potrinhos’ frementes e impacientes.
As Irmãs com suas jovens não só assumiram o en-
cargo da distribuição dos prêmios e da ‘venda’ de
gêneros alimentícios e de roupa (segundo a soma
dos pontinhos dos cartões), mas também ajuda-
ram – algumas delas – na realização correta dos
jogos, entusiasmando a garotada com a esponta-
neidade do estilo salesiano.
Segundo uma programação acuradamente pre-
parada, havia três grupos para participar dos jogos,
cada qual guiado pelos respectivos animadores. A
todos, meninos e meninas, foram dadas muitas
oportunidades de jogar e divertir-se. Ao cair da
tarde, após divertir-se durante todo aquele santo
dia, os oratorianos voltaram para os seus povoa-
dos, felizes e renovados, cheios de alegria, de en-
tusiasmo e de prêmios.
Um deles perguntado sobre o que achara do Dia,
respondeu: “Este festival do oratório abriu em mim
muitas e novas perspectivas”. Outro disse: “Um dia
inesquecível!”
SALESIANOS 2011
43

5.6 Page 46

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ÁSIA SUL
44
SALESIANOS 2011

5.7 Page 47

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INB
IND
ING
INN
INB
INC
INK
INH
INP
INK
INM
INT
LKC
REGIÃO: ÁSIA SUL
Número de Países: 6
Número de Inspetorias: 10
Visitadoria: 1 (LKC)
Número de Irmãos: 2.431
Número de Noviços: 141
Número de Bispos Salesianos: 10
» INK: A magia dos meninos de Dom Bosco (46)
» IND: Campus Life Plus para os Jovens Misings (48)
» INT: Don Bosco Media (50)
» India: Um projeto de formação à comunicação para a
Igreja na Índia (52)
» INM: Curtas para valores intensos (54)
SALESIANOS 2011
45

5.8 Page 48

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ÁSIA SUL
A magia dos Meninos de Dom Bosco
Inspetoria Sagrado Coração, Bangalore, Índia, INK
P. Jude Anand sdb
Gosto de ser um‘Bosco Kid’(Menino petitivos e atividades nas quais cada um
de Dom Bosco), e 'Bosco Kids' é é chamado a demonstrar o próprio
justamente o que me permitiu realizar valor. O valor de um menino está em seu
este empreendimento incrível". Ashiwni ser, não na sua atividade! Mais: a fim de
expressa assim a própria satisfação promover confiança em si mesmos e
depois de ter sido considerado o melhor criatividade, temos programas mensais
aluno nos recentes exames SSLC, na de "demonstração de talento".
"Escola Superior Sagrado Coração", de
Bangalore.
Bosco Kids oferece aos
Um mundo melhor garotos uma experiên-
Bosco Kids é um movi- começa com um si cia genuína de grupo na
mento para meninos
de 10 a 15 anos de
idade: reúne-os sob o
mesmo guarda-chuva
e faz deles uma família:
mesmo melhor: "torna-
te a mudança que
queres no mundo!",
dizia Mahatma
qual possam experi-
mentar liberdade, ale-
gria, amor, amizade,
apoio, confiança e
muitas outras qualida-
eles fazem a promessa
Gandhi.
des humanas, tanto da
de amar a todos como Nós queremos que os parte dos animadores
irmãos e irmãs. Os garo-
tos rezam todos os dias
para serem sinceros
consigo mesmos e fa-
zerem o bem a todos.
jovens cresçam
capazes de amar a si
mesmos, aos outros, às
suas vidas, ao mundo
quanto da parte de seus
companheiros. Vemos
em Bosco Kids uma ex-
periência que deixa um
sinal em todos os aspec-
Hoje, contamos com
e a Deus
tos da vida do jovem. A
mais de 7.000 garotos
atenção é posta na
inscritos nesse movimento. Bosco Kids construção de SI – um "si melhor". Um
estende suas asas pela Índia!
mundo melhor começa com um si
mesmo melhor: "torna-te a mudança
Bosco Kids visa, sobretudo, fazer com que queres no mundo!", dizia Mahatma
que os meninos cresçam com amor, Gandhi. Nós queremos que os jovens
para poderem considerar-se como cresçam capazes de amar a si mesmos,
dons preciosos e únicos de Deus, des- aos outros, às suas vidas, ao mundo e a
tinados a levar mudanças positivas Deus, para que possam ser artífices de
aonde quer que se encontrem. Este es- um mundo melhor.
pírito ultrapassa toda a barreira reli-
giosa, linguística, cultural, territorial! Os Bosco Kids crescem para serem cida-
dãos honestos, dignos e responsáveis da
Bosco Kids coloca no centro a amizade Índia. Eles aceitam todos os indianos
e a harmonia em vez de itinerários com- como membros da própria família
46

5.9 Page 49

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ÊNFASES
» Enfatizamos o papel crucial do animador/líder, que
deve fazer-se amar pelos meninos, mas deve
também fazer com que os meninos entendam que
eles próprios são amados. É o animador quem atrai
os meninos ao grupo.
» Celebramos a vida: festejamos os aniversários dos
meninos assim como outros eventos significativos
de suas vidas, mas também da vida da comunidade,
como as festas nacionais.
» Ensinamos a apreciar o trabalho de grupo, que
produz sinergias, mais do que o trabalho individual,
que pode reforçar o egoísmo.
» Infundimos o espírito de apreço por tudo que de
bom possa ser encontrado nos outros.
» Encorajamos os meninos a viverem com coração re-
conhecido, que é sinal de autoestima!
» Sublinhamos a necessidade da Acolhida, do Afeto e
do Apreço na vida, como instrumentos para alcançar
a verdadeira amizade.
» Instilamos nos meninos a consciência de que toda
pessoa é diferente das demais.
SALESIANOS 2011
47

5.10 Page 50

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ÁSIA SUL
CampusLifePlusparaosJovens Misings
Inspetoria São Francisco de Sales, Jorphat, Assam, Dimapur, IND
P. K.A. Thomas sdb
OProjeto Educativo-Pastoral Salesiano Congregação Salesiana foram elabora- "Congratulo-me com o P. Thomas –
(PEPS) do programa Life Plus (Mais dos e readequados para um público disse o Inspetor – que soube apresen-
Vida) para Bosco Asha, em Jorhat, foi moderno e secular. Tudo foi reescrito, tar o PEPS de maneira renovada para o
apresentado ao público de maneira re- sem perda da riqueza original, em lin- público no campus Life Plus. Isso ser-
novada em 31 de maio de 2010. O guagem compreensível ao homem virá de inspiração também para outras
mesmo lugar da apresentação, chamado comum.
instituições".
"Don Bosco Lotta", foi abençoado
e inaugurado pelo P. James Poont-
huruthil SDB, Inspetor de Dimapur.
O termo lotta, próprio da tribo
dos Mising, significa pátio, lugar
onde se dão os encontros e as
As ideias de Dom Bosco e os ensinamentos
da Congregação Salesiana foram elaborados
e readequados para um público
moderno e secular
Life plus, que se tornou
operativo em 2006, possui
uma biblioteca para consul-
tas, um centro para as publi-
cações dos Mising, uma
reuniões, e recebe uma nova co-
tinturaria de fios, um centro
notação no campus Life Plus.
As centenas de jovens pertencentes de tecelagem à mão e um departa-
aos mais de 250 grupos de "Jovens mento de turismo cultural. É cha-
As ideias do PEPS, a vida - tudo o que Mising" (estruturas construídas no mado de "centro de aprendizagem
Dom Bosco realizou com a sua filosofia quadro das atividades do I-CARD), que rápida sobre os Mising". Em breve,
– foi traduzido para a língua do Assam frequentam Life Plus para uma série de a ‘DBTech India’ iniciará alguns
pelo P. Thomas Kalapurackal, salesiano, programas de formação, e outros inú- cursos de alfabetização informática,
diretor do Institute for Culture and Rural meros visitantes, poderão compreen- financiados pelo Ministério para o
Development (Instituto para a Cultura der melhor a pessoa de Dom Bosco, Desenvolvimento Rural, no interior de
e o Desenvolvimento Rural – I-CARD, graças às apresentações coloridas e aos Life Plus e em prol de jovens desem-
acrônimo inglês), que é uma experiên- cartazes colocados nas paredes da va- pregados. Estão em estudo também
cia de desenvolvimento tribal no inte- randa. Na verdade, atualmente, muitís- um museu sobre os Mising e um
rior da comunidade mising. As ideias simos na região só conhecem "Dom estúdio para produções de audiovi-
de Dom Bosco e os ensinamentos da Bosco" como nome de uma escola. suais
48

6 Pages 51-60

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6.1 Page 51

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49

6.2 Page 52

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ÁSIA SUL
DON
BOSCO
MEDIA
Don Bosco MEDIA é um centro
para as comunicações, da Inspe-
toria salesiana da Índia-Tiruchy, no
estado de Tamil Nadu. Em breve tempo,
firmou-se como um dos principais cen-
tros de produção multimídia de Tamil
Nadu. Seu lema é: "Communicate to
educate, empower, employ and entertain"
(Comunicar para educar, dar possibili-
dades, empregar e entreter). Ele atua
através de quatro seções operativas in-
dependentes.
O Don Bosco Institute of Informa-
tion & Communication Excellence
(Instituto Dom Bosco para a Informa-
ção e a Comunicação de Excelência –
DBIICE, acrônimo inglês) oferece opor-
tunidades de instrução superior nos
campos da informação, da comunica-
ção e da mídia, com a contribuição de
valores e a consciência do seu impacto
social. Ela propõe, em colaboração com
a Bharathidasan University, de Tiruchy,
cinco cursos de estudo, relacionados
com o mundo da mídia: Produção te-
levisiva; Visual editing (Aplle Final Cut
Pro); Tecnologias para o cinema; Ani-
mação e desenho (Multmídia): Rádio e
Vídeo Jockeying (RJ & VJ). Ao final dos
cursos, os estudantes recebem o certi-
ficado da Universidade e um lugar de
trabalho. É o único instituto de Tamil
Nadu reconhecido em nível universitá-
rio a ter revolucionado os estudos
relacionados à mídia, tornando-os
acessíveis aos pobres.
Alaihal MEDIA (alaihal significa "ondas
sonoras", na língua tâmil) é o departa-
mento de produção, muito conhecido
e largamente apreciado pelas suas pro-
duções de áudio e vídeo. Produziu 25
obras de áudio e 26 de vídeo, com-
preendidos alguns documentários par-
ticipativos, e publicou 10 livros nos
P. A. Raj sdb
É o único instituto
de Tamil Nadu
reconhecido em nível
universitário a ter
revolucionado
os estudos
relacionados à mídia,
tornando-os
acessíveis aos pobres
50
SALESIANOS 2011

6.3 Page 53

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últimos cinco anos sobre temas sociais,
culturais, educativos e religiosos. Neeye
Nirantharam (Tu és eterno), um dos
álbuns religiosos, continua a ser um
best-seller há mais de cinco anos. Life…
Love… Hope, trilogia de curtas-metra-
gens sobre soropositivos, produziu um
grande impacto no Tamil Nadu: a sua
sucessiva passagem às salas cinemato-
gráficas do país é um fato sem prece-
dentes para curtas-metragens do
gênero. Nessa ocasião, alaihal MEDIA
reuniu organizações governativas e
não-governativas, empresas, celebrida-
des e público em geral, para aumentar
a consciência e promover a cura e a
dignidade dos doentes de AIDS, sobre-
tudo das crianças. As nossas produções
compreendem também animações de
vídeo e videojogos em 2D. As produ-
ções de sensibilização social são usadas
nas escolas, nos colégios, pelas emisso-
ras de rádio e de televisão, não só para
preservar e promover a cultura mas
também como instrumentos de edu-
cação e evangelização.
Alaihal MEDIA CLUBS é uma rede de
clubes juvenis, projetados para desen-
volver nas mentes dos jovens maior
consciência, capacidade de análise e
participação, relativas aos Meios. Existem
atualmente 50 clubes, cada qual com 20
inscritos. Mas o seu número está cres-
cendo e cada clube se distingue por sua
própria bandeira e hino e seu regula-
mento. Um moderador orienta as reu-
niões que se fazem normalmente duas
vezes por mês. Laboratórios, seminários
e simpósios, realizados com regulari-
dade e com fluidez de conteúdos alter-
nativos e folclóricos, caracterizam a
animação dos media clubs. Outros ins-
trumentos educativos são distribuídos
com regularidade aos media clubs, nas
escolas e nos colégios.
Alaihal MEDIA CENTRE localiza-se
em Madurai, enquanto os outros três
departamentos estão em Tiruchy. Ele
pensa na difusão e na distribuição
dos produtos. O centro também está
a considerar a distribuição de conteú-
dos por dispositivos móveis, com
finalidade educacional e evangeliza-
dora. Organiza outrossim eventos de
mídia e programas de premiação para
produções de áudio ou outras produ-
ções do gênero que tenham caráter
educativo e de sensibilização social.
O «DON BOSCO MEDIA», pois, com
suas múltiplas atividades, põe em
ação um esforço combinado para
dar aos jovens desfavorecidos uma
educação de qualidade sobre os
Meios. E oferece, a grande número de
jovens e de público, as suas boas ini-
ciativas no campo da Comunicação
Social
51

6.4 Page 54

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ÁSIA SUL
Um projeto de formação
à comunicação
para a Igreja na Índia
Comunicação para a Liderança Pastoral
A educação e preparação à comunicação
devem ser consideradas parte integrante
da formação dos sacerdotes e agentes pastorais
(Aetatis Novae)
ASanta Sé está muito satisfeita com
o empreendimento significativo
dos Salesianos da Índia, por esta sua
contribuição na formação do clero in-
diano. Muitos, em outros países, estão
à espera do livro, ou melhor: dos três
volumes. A iniciativa representa um
momento importante na vida da Igreja
e pode servir de inspiração a muitos" –
comentou o Arcebispo Dom Claudio
Maria Celli, Presidente do Pontifício
Conselho para as Comunicações Sociais,
em 12 de fevereiro de 2010, ao apre-
sentar a obra em três volumes, dos Sa-
lesianos da Índia.
A série, intitulada Communication for
Pastoral Leadership (Comunicação para
a Liderança Pastoral), contém três livros
distintos: "Basics of Social Communica-
tion" (Fundamentos da comunicação
social), do P. Louis Kumpiluvelil SDB;
"Critical Understanding of Social Com-
munication" (Compreensão Crítica da
comunicação social), do P. Robert Pen
SDB; e "Theological Perspectives in Social
Communication" (Perspectivas teológi-
cas na comunicação social), do P.
George Plathottam SDB. Os volumes
foram preparados a pedido da Confe-
rência Episcopal da Índia e pensados
para a formação contínua do pessoal
eclesiástico, empenhado na comunica-
ção nos seminários e nas casas religio-
sas de formação.
A Comissão da Igreja na Índia para as Co-
municações Sociais apoiou a iniciativa,
promovendo os livros em todo o país
mediante uma série de nove seminários
nos quais pessoal eclesiástico apresentou
ao público os conteúdos e os objetivos
do projeto.
A educação e preparação à comunica-
ção devem ser consideradas parte inte-
grante da formação dos sacerdotes e
agentes pastorais. A Instrução Pastoral Ae-
tatis Novae sublinha que "no mundo de
hoje, tão intensamente influenciado pela
mídia, é preciso… que os agentes pasto-
rais tenham pelo menos uma boa visão
de conjunto do impacto que as novas
tecnologias da informação e da mídia
exercem nos indivíduos e nas
sociedades" (AN 18).
P. K. J. Louis sdb
As futuras lideranças da Igreja, de
modo especial os sacerdotes e os reli-
giosos, só poderão ser ministros
eficazes se souberem integrar a comu-
nicação nos componentes essenciais
da sua formação. E isso requer a aquisi-
ção de conhecimentos e habilitações,
pensamento crítico, juízos de valor,
criatividade e capacidade de elaborar
e gerir a informação.
A Conferência episcopal da Índia decla-
rava em 2004: "Bispos, sacerdotes,
religiosos e agentes leigos deveriam
adquirir uma adequada preparação
para a comunicação, de modo que pu-
dessem cumprir com eficácia os
próprios deveres de
evangelização e o
genuíno inte-
resse pela Igreja
e a sociedade"
DVD
Recursos para os professores de
comunicação.
52
SALESIANOS 2011

6.5 Page 55

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Volume I
Fundamentos da comunicação
social: O primeiro volume apre-
senta, de maneira simples e direta,
os elementos essenciais da comu-
nicação. Introduz os estudantes a
todos os aspectos: desde a comu-
nicação verbal, verbal e paraverbal,
até à comunicação intrapessoal,
interpessoal, grupal e de massa;
da "velha" à nova mídia; dos de-
safios da comunicação no mundo
real aos do mundo virtual.
O volume é pensado tanto para
estudantes de nível inicial de for-
mação, de modo particular dos
seminários menores e dos pré-no-
viciados, quanto para estudantes
pré-universitários.
Além do mais, não se trata só de
teoria e de conceitos abstratos. Há
também toda uma seção quer so-
bre o desenvolvimento das habi-
lidades linguísticas, de escuta, de
oratória, de escrita, de apresenta-
ção, quer sobre o "mundo vir-
tual".
Volume II
Compreensão crítica da comuni-
cação social: O segundo volume é
um estudo detalhado da mídia e
da sua influência penetrante nas
pessoas. Ele examina os apelos in-
seridos na própria mídia, os valores,
as "agendas" escondidas, as com-
plexidades, os interesses e tudo
quanto se relacione com ela. Mira
tornar os alunos consumidores
críticos e usuários criativos dos
produtos da comunicação. Foi
pensado para os estudantes de fi-
losofia, dos seminários diocesanos
e dos pós-noviciados de formação
religiosa.
Volume III
Perspectivas teológicas: O ter-
ceiro volume é uma apresenta-
ção das comunicações sociais,
alicerçada em profunda pes-
quisa e de acordo com os
tempos, do ponto de vista da di-
reção pastoral. Foi pensado prin-
cipalmente para os estudantes
de teologia ou para aqueles que
estão nos últimos anos da for-
mação religiosa. A atenção visa
ajudar os agentes pastorais a
compreender, apreciar e aplicar
de maneira criativa os princípios
e as práticas da comunicação
social em seus diversos ministé-
rios. Sacerdotes, religiosos e
agentes leigos nele encontrarão
um autêntico tesouro de estraté-
gias – perspicazes e inovadoras
– para aumentar as possibilida-
des de frutos em seu ministério.
O livro compreende seções
sobre a pregação, sobre as estra-
tégias mais avançadas de comu-
nicação, sobre o modo de
relacionar e integrar diversas
formas de comunicação no de-
sempenho do próprio encargo.
SALESIANOS 2011
53

6.6 Page 56

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ÁSIA SUL
Curtas para
valores intensos
Inspetoria S. Tomás Apóstolo, Chennai, INM
P. Glorious Stephen sdb
OInstituto Dom Bosco para as Artes
da Comunicação (Don Bosco Ins-
titute of Communication Arts – DBICA)
impôs-se como um dos principais ins-
titutos de mídia, empenhado na trans-
missão de valores e capacidades, como
também na alfabetização para a mídia,
entre os jovens e as pessoas empe-
nhadas no setor dos Meios, na Índia. O
DBICA continua a oferecer um itinerário
válido aos críticos e profissionais da
mídia para discutir as temáticas relativas
aos próprios Meios e às suas implicações
sociais, mediante seminários, pesquisas,
festivais de curtas-metragens e várias
outras campanhas.
A iniciativa de apresentar curtas-metra-
gens de gêneros variados de todas as
partes do mundo, segundo a fórmula
do festival cinematográfico, queria mos-
trar aos cinéfilos, e ao público em geral,
as potencialidades dos "curtas" ao tratar
de diversos temas de um jeito a um só
tempo agradável, educativo e estimu-
lante. O curta-metragem é uma forma
de cinema muito rica, que pode ser uma
alternativa válida ao cinema convencio-
nal e comunicar de maneira intensa his-
tórias tocantes e temas de valor.
Coerentemente com essa posição, o
DBICA organizou com sucesso uma
série de festivais cinematográficos,
como o Festival Internacional de Curta-
Metragem da Índia, o Festival cinema-
tográfico sobre os Direitos Humanos, o
Festival do Documentário, o Festival In-
ternacional do Curta-Metragem de
Crianças, o Festival da Participação no
Serviço Público (PSA Fest) e o DBICA
Film Festival. Todos eles foram organi-
54

6.7 Page 57

▲back to top
O curta-metragem é uma forma de cinema muito
rica, que pode ser uma alternativa válida ao
cinema convencional e comunicar de maneira
intensa histórias tocantes e temas de valor
zados em colaboração com numero-
sos colégios, organizações não gover-
nativas, institutos de mídia e também
com a participação do Departamento
para a Informação do governo, do
Tamil Nadu.
ISFFI - International Short Film Festival of
India (Festival Internacional de Curta-Me-
tragem da Índia). Este festival, que se rea-
liza no Albert Theatres de Chennai, teve
até agora quatro edições, todas de su-
cesso: a última contou com 419 partici-
pantes de 28 países. O ISFFI esforça-se
por apresentar curtas-metragens que
celebram culturas diversas, tradições es-
téticas, temas políticos e sociais e, possi-
velmente, obras que desafiem e vão
além das expectativas. Por ocasião
deste festival projetaram-se alguns
“Curtas”, vencedores de prêmios em nível
mundial, o que facultou intercâmbios
em nível internacional, nacional e local e
encorajou a interação entre os autores
de curtas-metragens, profissionais da
mídia e a sociedade em seu conjunto.
ICSFF - International Children's Short
Film Festival (Festival Internacional do
Curta-Metragem de Crianças). O ICSFF
ambiciona apresentar“curtas”de gêne-
ros variados voltados especificamente
às crianças, com a finalidade de au-
mentar a consciência sobre a condição
das crianças no mundo, mas também
celebrar a infância. As últimas duas edi-
ções do festival obtiveram grande su-
cesso e produziram ótimos resultados,
tendo atraído crianças de diversas es-
colas para assistirem juntas à projeção
de filmes e curtas, capazes de, ao
mesmo tempo, elevar-lhes o espírito,
diverti-las e torná-las cientes de ques-
tões que lhes dizem respeito. O festival
foi realizado no Auditório Dom Bosco,
em novembro, com a participação de
mais de 2 mil crianças.
DBICA Short Film Festival (DSFF). Não
faltou uma só edição nos últimos nove
anos. O objetivo do DSFF é incentivar
os autores locais de filmes e os jovens
"aprendizes" do mundo da mídia a
apresentarem suas produções, e forne-
cer uma plataforma que oferece inte-
ração, visibilidade e possibilidade de
"pôr-se em rede" estabelecendo con-
tatos. O festival realiza-se normalmente
em março.
PSAF - Public Service Announcement Fes-
tival (Festival da Participação no Serviço
Público). Este festival acontece todos os
anos com a dupla finalidade de modifi-
car algumas atitudes do público, au-
mentando a consciência sobre temas
específicos, e encorajar os jovens a
serem produtores de conteúdos midiá-
ticos criativos e de empenho social. O
DBICA já organizou com sucesso cinco
edições e está preparando a sexta.
Há ainda outros festivais temáticos de
curta-metragem organizados periodi-
camente pelo DBICA em colaboração
com numerosas organizações e insti-
tuições, como o Festival do Documen-
tário, o Festival cinematográfico sobre
os Direitos Humanos, o Festival cine-
matográfico da Mulher e o Festival ci-
nematográfico da Água. Para este ano
há mais dois novos festivais projetados
pelo DBICA: o Festival do Curta-Metra-
gem Cristão e o ‘Eco Film Festival’
SALESIANOS 2011
55

6.8 Page 58

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EUROPA NORTE
PLN
EST
IRL
GBR
BEN
GER
PLN
PLE
PLO
PLS
CEP
SLK
AUS UNG
SLO
CRO
SLO
CEP
EST (UKR)
SLK
56
SALESIANOS 2011
IRL(MAL)
REGIÃO: EUROPA NORTE
Número de Países: 24
Número de Inspetorias: 15
Circunscrição especial: 1 (EST)
(mais 3 Delegações - Malta, Holanda, Ucrânia)
Número de Irmãos: 2.448
Número de Noviços: 35
Número de Bispos Salesianos: 9

6.9 Page 59

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» BEN: Herança espiritual e pedagógica de Dom Bosco (58)
» PLS: Missionários no Parque (60)
» EST (UKR): Promessa e desafio (62)
» SLO: O oratório sobre rodas (64)
» PLN: Deserto das cidades (66)
SALESIANOS 2011
57

6.10 Page 60

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EUROPA NORTE
Herança espiritual e pedagógica de
Dom Bosco
Inspetoria João Berchmans, Bélgica Norte, BEN
Colette Schaumont
58
SALESIANOS 2011
As obras salesianas na Inspetoria
Bélgica Norte são numerosas e
florescentes: são grandes instituições
escolares, obras para jovens pericli-
tantes ou em risco, campos de
jogos, etc. A educação se inspira
na espiritualidade e na pedagogia
de Dom Bosco. A colaboração –
entre SDB, FMA e mui numero-
sos Leigos e Leigas – está pro-
fundamente radicada na
espiritualidade salesiana e já
goza de longa tradição em
nossa Inspetoria. Atual-
mente os Leigos estão as-
sumindo cada vez mais a
responsabilidade pelas
obras e pela salesianidade das
mesmas.
Para acompanhar e dar suporte a esse
processo, a Inspetoria Bélgica Norte
criou o "Centro Dom Bosco para a for-
mação e a animação". O Centro ga-
rante formação, acompanhamento e
apoio ao pessoal que trabalha nas
obras salesianas. Uma iniciativa espe-
cialmente importante é o percurso
formativo dito "herança espiritual e
pedagógica de Dom Bosco", que já
chegou à sua 11ª edição. O pacote
formativo exige 17 dias de trabalho,
judiciosamente divididos ao longo de
dois anos consecutivos. O curso aspira

7 Pages 61-70

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7.1 Page 61

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a oferecer aos participantes a possibili-
dade de implementar a própria moti-
vação e competência salesiana, e a
despertar-lhes o desejo de se tornar,
em seu próprio contexto, multiplicado-
res do espírito salesiano. Antes de co-
meçar o curso, cada participante deve
declarar-se disposto a assumir formas
de responsabilidade com que salva-
guardar a identidade salesiana da ins-
tituição em que trabalha. Todos os
anos são perto de 15 as pessoas que,
com toda a liberdade, iniciam o per-
curso formativo. Sempre os pedidos
superam as vagas disponíveis.
O percurso formativo compreende
quatro grandes partes: histórica, peda-
gógica, espiritual, organizativa.
A parte histórica descreve: a figura de
Dom Bosco no seu próprio contexto; o
desenvolvimento das suas obras e do
seu carisma; e ao mesmo tempo a his-
tória das origens das Irmãs Filhas de
Maria Auxiliadora ou FMA. No final
desta parte, os participantes devem
apresentar uma breve redação histó-
rica, sobre um tema salesiano.
A parte pedagógica descreve a abor-
dagem pedagógica de Dom Bosco,
levando-a a um confronto com temá-
ticas atuais da educação e da assistên-
cia a jovens periclitantes. Os
participantes são também convidados
a avaliar, segundo esses critérios, a sua
própria estruturação pedagógica. No
final do primeiro ano, tenta-se fazer um
balanço provisório.
O ponto relativo à pastoral e à espiri-
tualidade reparte novamente da práxis
de Dom Bosco educador na fé e pastor.
Aqui também se procede a um empe-
nhador confronto com o tempo pre-
sente. No atual contexto secularizado
da Europa os desafios são imensos. Dá-
se por isso atenção à espiritualidade do
Professor e do Educador salesiano
A parte relativa à implementação sale-
siana da instituição educativa procura
oferecer aos participantes as ideias e as
habilidades necessárias com que trans-
mitir a outros, no próprio ambiente de
trabalho, a herança espiritual e peda-
gógica salesiana. Aprende-se acurada-
mente como seja possível atuar no
próprio ambiente de trabalho quanto
se aprendeu durante o percurso for-
mativo.
Durante o segundo ano, os participan-
tes devem redigir um trabalho final.
Fazem o projeto de uma iniciativa qual-
quer, para o ambiente específico em
que trabalham, visando implementar a
identidade salesiana. No final do curso
cada participante traça um balanço
pessoal e procede a uma avaliação do
itinerário formativo. Deve, além disso,
tentar exprimir visualmente a imagem
de Dom Bosco que nele/nela se
formou durante o biênio, isto é, expri-
mir com um quadro a sua própria visão
pessoal de Dom Bosco. É um mo-
mento tocante de testemunho.
A resposta a este itinerário formativo é
muito grande. Para muitos participan-
tes é uma ocasião única para recriar e
aprofundar a própria dedicação e espi-
ritualidade pessoal. Também as Direto-
rias das obras exprimem a sua grande
satisfação, sobretudo porque o pro-
grama desencadeia uma fecunda re-
percussão dentro da própria instituição
educativa. Graças a estes cursos forma-
tivos nasceram gradualmente diversos
núcleos de animação salesiana que
dão apoio às Diretorias no seu zelo pela
identidade salesiana.
A herança espiritual de Dom Bosco é
uma fonte inesgotável. Na Inspetoria
da Bélgica Norte, Salesianos e Leigos
empenham-se por oferecer conjunta-
mente, aos jovens, esta fonte de vida.
Eis como nós procuramos realizar a
missão que nos foi confiada pelo CG24
quando diz que Salesianos e Leigos,
juntos, corresponsabilizam-se pela
missão e pelo carisma de Dom Bosco
SALESIANOS 2011
59

7.2 Page 62

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EUROPA NORTE
Missionários no Parque
“Onde passou as últimas férias?” temos
diante de nós um grupo de crianças e
adolescentes de uma escola elementar.
No Egito!
“Você também?”perguntamos ao me-
nininho que acenava com a mão e sen-
tava ao lado de uma menina que no
ano passado lá esteve a passear sen-
tada por entre as corcovas de um
camelo. As respostas deixam-nos um
tanto perplexos: são crianças de famí-
lias que poderíamos chamar… ricas.
Estamos sentados debaixo de uma
grande árvore que nos ampara da luz
ofuscante do início de manhã. Com fre-
quência levamos para ali esses grupos,
a fim de dar aos… jovens visitantes
uma ideia de como e onde são minis-
tradas a maior parte das aulas na África:
“Possível?!” respondem incrédulos!
“É isso mesmo! E querem saber agora
quantos alunos pode haver numa
‘classe’ dessas?”
30! – 40! – 20!
“Até mais de… 100!”
Mas como? E com uma só professora?
Inspetoria São Jacinto, Cracóvia, Polônia, PLS
Katarzyna Woźniak
Passamos depois a contar… Refletem-se
nesses jovenzinhos que acabam de tocar
um mundo que nunca imaginaram nem
sentiram, dependendo da idade, refle-
tem-se os dois problemas fundamentais
do nosso empenho de educadores na
área do mundo das missões salesianas: o
primeiro se refere ao escasso conheci-
mento (na Polônia) dos problemas dos
países a caminho do desenvolvimento; o
segundo ao invés seria o de como dar-
lhes uma informação que não seja sim-
plesmente um conjunto de dados e
fatos, e o que fazer para que a visita ao...
Parque não lhes dê somente miniaturais
turísticas emoções. Alguém poderia dizer
que o método do laboratório, do contato
direto com as imagens e os sabores, já
seja alguma coisa que lhes muda a per-
cepção, que os torna mais responsáveis,
visto que para a visita ao Parque são pre-
parados pelos professores, com uma
série de material de apoio didático. Exis-
tiria portanto também o cuidado pela
continuidade do processo educativo e
pela consolidação do saber adquirido.
Entretanto o problema de fundo é muito
mais sutil e importante. Este: como dar-
lhes conjuntamente com as informações
e o divertimento de tantos… laborató-
rios de arte, também a consciência da di-
mensão evangélica da pobreza e da vida
humana?
Não só questão de método educativo
A pergunta de fundo é, de fato, muito
simples. É um ‘por que…?’ que se refere
ao modo de falar de pobreza no
mundo de hoje – ou seja, das tantas
pobrezas que se devem enfrentar… –
e é também uma pergunta que vai ao
coração da missão salesiana e que
talvez, mais ainda, toque o caminho da
vida espiritual das pessoas que funda-
ram o Voluntariado de Cracóvia, há já
treze anos: um caminho da Pastoral Ju-
venil Salesiana, que levou jovens de
ambos os sexos a dedicarem o
seu tempo livre às missões,
60

7.3 Page 63

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Voluntariado Salesiano para as Missões – Jovens para o Mundo (SWM)
O SWM, fundado em 1997 em Cracóvia, é hoje uma associação com mais de 200 voluntários em toda a
Polônia. Realizou até agora perto de 120 projetos infra-estruturais ou de voluntariado, a maior parte na
África. Na Polônia e na Europa Ocidental – com os diversos parceiros locais – empenham-se esses
voluntários por sensibilizar, com o espírito de Dom Bosco, adolescentes e jovens nos problemas dos
países em via de desenvolvimento.
na dimensão de vida leiga, mas forte-
mente ancorada na espiritualidade sa-
lesiana (trazendo por isso novas
vocações aos Salesianos Cooperado-
res). A questão da identidade cristã e da
dimensão evangelizadora do nosso Vo-
luntariado é intensamente presente na
reflexão sobre as linhas de desenvolvi-
mento da Associação. A importância
da experiência do Parque, mas
também de todos os outros projetos
de educação à mundialidade, realiza-
dos com vários parceiros europeus,
dever-se-ia portanto buscar não so-
mente – talvez não sobretudo – na es-
petaculosidade da empresa.
O Parque da Educação à Mundialidade,
ideado e realizado pelo Voluntariado
Salesiano para as Missões, de Cracóvia, é
de fato o primeiro projeto desse
gênero na Polônia, nascido em
2007 como um pequeno
vilarejo africano.
Hoje, numa superfície de dois hectares,
crianças, adolescentes e jovens de
todas as faixas etárias podem imergir
no Mundo missionário. O lema – «Ver,
tocar, sentir» – que nos acompanha em
nosso trabalho de educação contém
todas as dimensões de um método
inovador, desde a abordagem até à
educação. Uma vez no Parque, somos
convidados não só a ver, em dimen-
sões originais, residências da África, do
Peru, da Mongólia e dos Índios da
América do Norte mas também a
entrar nessa realidade, tocando exata-
mente os objetos procedentes dessas
regiões e, graças à aparelhagem de alta
qualidade (entre as quais telas interati-
vas, etc.), penetrar realmente num
mundo interativo. Como dissemos, não
é, entretanto, esta sua dimensão inova-
dora que o torna importante.
Há um grande potencial educativo
nesse ambiente salesiano – não só
de encontro e de educação
mas também de trabalho –, que atra-
vés do voluntariado abre o mesmo vo-
luntariado a muitíssimos grupos de
rapazes e jovens, cada vez mais sensí-
veis aos problemas do mundo. Trazê-
los aqui, para o meio de nós, em vez de
nós carregarmos os nossos laboratórios
às escolas, além da dimensão da aven-
tura e de uma excursão escolar, oferece
aos adolescentes também a possibili-
dade de entrar num ambiente de edu-
cação salesiana (e até mais, porque o
Parque foi montado nas imediações do
Seminário Salesiano e do Centro Nacio-
nal para a Pastoral Juvenil). Esse poten-
cial, que apenas agora começamos a
explorar em nossa missão de educado-
res no espírito de Dom Bosco, é
também um exemplo significativo de
transformação de ambiente: soube-se
detectar a nascente necessidade exis-
tente entre os jovens (na Polônia) de
ouvirem falar dos países em vias de de-
senvolvimento e de receberem uma
resposta desde o interior da missão
pastoral salesiana
SALESIANOS 2011
61

7.4 Page 64

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EUROPA NORTE
Promessa e desafio
A delegação salesiana da Ucrânia de rito bizantino
Circunscrição especial
Imaculada Conceição de Maria, EST
P. Rino Pistellato sdb
Éuma novidade para a Congrega-
ção Salesiana. No dia 24 de ja-
neiro de 2005 o Reitor-Mor, P. Pascual
Chávez, assinou o Decreto pelo qual
se constituiu a Delegação Salesiana
da Ucrânia de Rito Bizantino. Lançou-
se assim ao carisma de Dom Bosco
o grande desafio da inculturação
na Igreja Oriental, assumindo-
lhe“in toto”o patrimônio teoló-
gico, espiritual, litúrgico e
disciplinar. Os Salesianos são
chamados a fundir-se com a
alma e a vida de um povo de an-
tiquíssima tradição há pouco
saído de intensas e siste-
máticas perseguições
religiosas, suportadas
com grande cora-
gem moral:
não foram
poucos os mártires que sacrificaram
a vida.
As raízes do binômio Salesianos-
Ucrânia de Rito Bizantino nos levam
aos anos ‘30, quando o Papa Pio XI
pediu ao então Reitor-Mor, P. Filipe Ri-
naldi, que abrisse colégios e institutos
especialmente populares de artes e
ofícios, em favor dos ucranianos, com
a finalidade de promover a sadia ins-
trução e educação católica por entre
as classes mais pobres. Convidava os
Salesianos a começarem logo, sem
perda de um precioso tempo. Suge-
ria mandar à Itália jovens para uma
oportuna formação no próprio rito e
preparar a criação de uma província
religiosa.
Os grandes pioneiros
Foi assim que, entre 1932 e 1939, par-
tiram quatro sucessivos grupos de
62

7.5 Page 65

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O futuro salesiano é promissor e de grande
atualidade, embora não possua ainda o país uma
sólida estrutura política, econômica, e dê apenas os
primeiros passos rumo à democracia
jovens. Entre eles floresceu uma quin-
zena de vocações. O porta-bandeira foi
o P. Stefan Czmil, morto em conceito
de santidade: está-se de fato traba-
lhando para iniciar a sua causa de bea-
tificação e canonização. A seu lado,
relíquia vivente, Andrij Sapelak, que se
tornaria Bispo Eparca para os fiéis ucra-
nianos em diáspora na Argentina’, par-
ticiparia do Concílio Ecumênico
Vaticano II e, com 91 anos, é agora o
bispo mais idoso da Ucrânia e da Con-
gregação Salesiana. No próximo ano
de 2012 celebrará, se assim a Deus
prouver, o cinquentenário de ordena-
ção... episcopal.
Citei apenas dois nomes,
mas não me esqueço dos
que se dignificaram traba-
lhando no exterior e com
seus muitos sacrifícios prepara-
ram o retorno à pátria a eles impe-
dido pelas circunstâncias históricas. As
portas porém se abriram com a queda
do regime soviético e alguns deles,
com Dom Sapelak à
frente, retornaram.
Avançados nos
anos mas remoça-
dos pelo sopro da
esperança prima-
veril da história e
da Igreja, dedica-
ram-se com
grande zelo a reunir os jovens deixados
à mercê de si mesmos, porque haviam
desmoronado todas as instituições
preexistentes ao comunismo, sem
nada ver ainda de novo que lhes desse
apoio às próprias famílias, à escola, à so-
ciedade.
O sonho se torna realidade
A mesma Igreja, que deixava as cata-
cumbas em que a repressão a havia
confinado, não estava em condições
de atender à grande necessidade reli-
giosa dos fiéis, vista a escassez de sa-
cerdotes, de edifícios religiosos,
de meios. Depois
de 75 anos, o
trabalho e
o sacrifício
dos
pioneiros salesianos deram como fruto
as primeiras vocações.
Atualmente a Delegação conta com 43
Salesianos, um sólido grupo de ativos
e entusiastas Salesianos cooperadores,
empenhados nas seguintes obras nas-
cidas em mui pouco tempo: ginásio,
escola profissional, casa-lar para meni-
nos órfãos, casa de formação para can-
didatos à vida salesiana e pré-noviços,
uma grande paróquia com oratório,
centro juvenil com muitos jovens ani-
madores, uma quadra coberta para es-
portes.
A missão salesiana é compartilhada
pelas Irmãs Filhas de Maria Auxiliadora,
presentes em L’viv desde a primeira
hora. Trabalhamos juntos, como Família
Salesiana.
O futuro salesiano é promissor e de
grande atualidade, embora não possua
ainda o país uma sólida estrutura polí-
tica, econômica, e dê apenas os pri-
meiros passos rumo à democracia.
Há sem dúvida também nume-
rosos desafios, entre os quais o
do diálogo ecumênico com a
Igreja ortodoxa e a
abertura da delega-
ção a toda a Con-
gregação
63

7.6 Page 66

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EUROPA NORTE
O oratório sobre rodas
SKALA – Microônibus da alegria
Dom Bosco, para alcançar a finali-
dade de salvar as almas, estava dis-
posto a servir-se de vários meios e
equipamentos. Também dos que no
seu tempo estavam na vanguarda. Os
Salesianos têm "no sangue" esse ca-
risma de buscar novos caminhos e
novas possibilidades para aproximar-se
dos jovens e colocá-los em sintonia
consigo mesmos, com a sociedade e
com Deus. O projeto "Microônibus ve-
selja", isto é, "microônibus da alegria" é
um modesto sinal dessa busca de
novos modos de se aproximar dos me-
ninos de rua, de hoje.
Esta iniciativa nasceu na Inspetoria da
Eslovênia há uma década, dentro do
projeto Skala (em esloveno a rocha)
que se ocupa de jovens em situação de
risco, incluindo os de rua.
A ideia do microônibus parte daquele
pressuposto que orientou o próprio
Dom Bosco: é preciso buscar os jovens
Inspetoria Santos Cirilo e Metódio, Eslovênia, SLO
onde estão. Eis o porquê de um orató-
rio sobre rodas, que gira pelas ruas da
capital eslovena, Liubliana, sobretudo
pelos bairros onde a imigração, parti-
cularmente dos territórios balcânicos,
deixa sua marca específica com todas
as consequências que ela comporta:
educação, escola, integração, traba-
lho…
P. Marjan Lamovsek sdb
O veículo, adaptado ao trabalho de rua,
oferece espaços educativos: sala de
chat na parte anterior, sala de jogos na
parte de trás e uma varanda exterior
sob a tenda. A estrutura educativo-
social do projeto divide-se em três
partes: atividades psicossociais e de
orientação, atividades de criatividade,
formativas e espirituais e, enfim, ativi-
dades esportivas e de diversão. A pri-
meira finalidade do centro juvenil
"itinerante" é recolher os meninos de
rua (para os quais a vida oferece menos
oportunidades) num ambiente de es-
tímulo, segundo o sistema preventivo
64
SALESIANOS 2011

7.7 Page 67

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de S. João Bosco. Além de prevenir,
intervém-se outrossim para dar solu-
ção a casos mais difíceis dos jovens
(cura, prevenção secundária), para o
que se exige o apoio de instituições es-
pecializadas.
O programa do Projeto Microônibus
da Alegria é realizado três vezes por
semana, enquanto nas férias de verão
e de outono mantém-se um programa
diário, chamado também Oratório de
Rua. Dessa forma, as férias tornam-se,
também para esses jovens, uma expe-
riência de fazer comunhão e de viver o
tempo livre de modo criativo e provei-
toso.
O centro juvenil móvel é um novo po-
tencial para a atuação do sistema pre-
ventivo nos contextos sociais de hoje.
O microônibus demonstra-se prático,
adaptável, e oferece uma variedade de
possibilidades para atrair e educar. É
contudo, sempre e apenas um instru-
mento: o coração e a alma são
dados pelos educadores e
animadores, que
se sentem inspirados e animados pela
paixão de Dom Bosco e que visam
o bem material e espiritual
dos jovens
No ano passado o projeto foi relançado
com a aquisição de um novo veículo:
os resultados superaram as expectati-
vas. É preciso, contudo, dar atenção à
variedade do programa, revê-lo, desco-
brir as especificidades dos jovens que
dele participam, adaptá-lo.
65

7.8 Page 68

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EUROPA NORTE
Deserto das cidades
Comunidades evangelizadoras salesianas
Inspetoria Santo Adalberto, Piła, Polônia, PLN
P. Jarosław Wąsowicz sdb
Aidéia de fundar
as Comunida-
des Evangelizadoras Salesianas
(sigla em polonês, SWE) nasceu na onda do
grande movimento que foram, nos inícios dos
anos ’90s do século passado, os Dias Mundiais dos
Jovens, em Częstochowa, Polônia. João Paulo II
reunia nesses tempos em torno do altar de Cristo,
no santuário de Nossa Senhora de Jasna Góra,
jovens de Leste e Oeste. Caída a chamada «cortina
de ferro», o mundo começou a mudar e o povo a
se mexer. Apelida-se hoje essa gente «Geração JP
II». O Papa em Częstochowa convidava a abraçar
a iniciativa da Nova Evangelização.
A apenas um ano desses acontecimentos, nasceu
o grupo chamado Peregrinação Evangelizadora
Salesiana (SPE). Dentro desse grupo formou-se em
1994 a Comunidade Deserto das Cidades (PM).
Sublinhe-se que, desde o início, essas duas comu-
nidades se nutriam da rica experiência do estilo
salesiano: as experiências frutificaram e se concre-
tizaram nas atividades empreendidas por essas
comunidades na área da Nova Evangelização. Ao
longo do ano a formação é feita durante os en-
contros semanais. Os membros do grupo se
lançam também às atividades de apostolado: o
trabalho e o esforço maior das comunidades se
voltam às próprias paróquias. A característica
desses grupos consiste no fato de que os mesmos
jovens inventam e põem em prática as próprias
idéias. Nas paróquias animam atividades para
crianças e adolescentes, santas missas, vigílias de
oração, adorações, e ajudam na organização de
exercícios espirituais.
Deserto das Cidades
66
SALESIANOS 2011
Depois de cada ano de trabalho, de formação e
de evangelização, os membros das Comunida-
des Evangelizadoras Salesianas (SPE) de verão
participam dos exercícios espirituais itinerantes.
Todos os anos essa peregrinação inicia em Szcza-
niec. Os jovens das comunidades «Deserto das
Cidades» entretanto fazem os exercícios espiri-
tuais nas diferentes localidades. Durante esses
exercícios eles se dedicam a muitas atividades
de evangelização: encontros com pessoas dos
povoados com os quais partilham a própria fé;
encontros com pessoas que vivem sozinhas e
sem parentes, p. ex., nos hospitais, nas prisões,
nas casas de recuperação, etc. Animam todas as
santas missas dominicais da paróquia em que
estão naquele momento; falam com as pessoas

7.9 Page 69

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encontradas. O objetivo de todas essas ini-
ciativas é fazer chegar a mensagem cristã
àquelas pessoas que já não ligam tanto para
a fé, àqueles que há muito não vão à igreja,
àqueles que se afastaram grandemente de
Deus. Damos uma atenção especial às pes-
soas jovens, rebeldes, comprometidas com
as propostas do mundo de hoje, i. é, sexo,
álcool, droga, estilo consumista de vida, uso
inadequado do dinheiro que com frequên-
cia aparenta poder substituir Deus. Aos
nossos coetâneos mostramos uma realidade
diferente, não sem problemas, mas muito
mais simples de se aceitar, graças ao lugar
que damos à presença misericordiosa do
nosso Deus. Durante o verão conseguimos
chegar a muitíssimas pessoas. E diga-se que
elas de muito boa vontade falam conosco,
compartilham suas dúvidas e experiências,
mesmo desagradáveis. Acontece que expe-
rienciando a sua própria conversão pessoal
se unem a nós, e partem conosco pelo “ca-
minho de Deus”.
A história de quase vinte anos do grupo é a
história de um tempo de contínua leitura
dos sinais dos tempos: conseguimos perse-
verar como grupo vivo e ativo talvez porque
temos continuamente buscado novos ca-
minhos para chegar aos jovens, procurando
sempre novas formas de evangelização, ela-
borando o programa formativo para todos
os membros da comunidade. Considera-
mos isso um verdadeiro sucesso.
Parada Jesus
Para a crônica, vale a pena recordar alguns
acontecimentos do passado: a comunidade
«Deserto das Cidades» tornou-se membro
fundador de uma iniciativa de amplitude na-
cional, chamada “Parada Jesus”, uma alterna-
tiva religiosa para o grande festival da música
‘rock’na Europa Leste, Woodstock; faz alguns
anos o grupo ‘Peregrinação Evangelizadora
Salesiana’anima um grupo “amarelo”durante
uma Peregrinação internacional a pé, de
Suwałki a Ostra Brama (Vilnius); falaram de
nós programas de rádio e televisão, escre-
veu-se a nosso respeito em todas as mais im-
portantes publicações católicas da Polônia.
Alguns de nós vão abrindo ativamente
espaço de evangelização através da mídia. A
mais prolongada forma de atividade é a pu-
blicação do boletim“Tempo de Graça”. Che-
gamos a publicar alguns livros dentro das
atividades do boletim das Comunidades
Evangelizadoras Salesianas. Faz anos que fun-
ciona com sucesso uma página web das
SWE. Em 1999 começou-se a organizar, para
jovens, peregrinações aos lugares ligados à
vida e à obra de Dom Bosco
SALESIANOS 2011
67

7.10 Page 70

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EUROPA OESTE
FRB
SLE
SBI
SBA
POR
SMA
SVA
SSE
POR
SSE
POR
68
SALESIANOS 2011
FRB
REGIÃO: EUROPA OESTE
Número de Países: 7
Número de Inspetorias: 8
Número de Irmãos: 1.548
Número de Noviços: 6
Número de Bispos Salesianos: 4

8 Pages 71-80

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8.1 Page 71

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» Espanha: Itinerário de educação na fé (70)
» POR: Edições Salesianas (72)
» FRB: Farnières, a evangelização começa com a natureza (74)
» Espanha: Catequistas e Misión Joven, duas revistas dedicadas à
catequese (76)
» SMA: A Procuradoria das Missões Salesianas de Madri (78)
SALESIANOS 2011
69

8.2 Page 72

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EUROPA OESTE
70
Itinerário de Educação
na Fé
Uma realidade pastoral fecunda
e madura nas Inspetorias da Espanha
Inspetorias espanholas, Região Europa Oeste
Manuel F. Ruiz Piqueras
Em 1981 o Centro Nacional de Pastoral Juvenil da Es-
panha publicou a tese de Licença de Ángel Larra-
ñaga SDB: “Uma Pastoral Juvenil de Linha Catecumenal”.
A Proposta, impulsionada e animada pelo Centro Nacio-
nal, encontrou o terreno preparado em muitas das Ins-
petorias Salesianas, nas quais, havia já alguns anos, se
vinha trabalhando na educação e acompanhamento da
fé dos jovens, com formas novas.
Pastoral juvenil rumo a um novo
modelo?
O modelo proposto foi assumido pela Delegação Na-
cional Salesiana de Pastoral Juvenil e foi-se tornando rea-
lidade em todas as Inspetorias da Espanha.
A tarefa se esteve completando com a publicação de
uma coleção de livros organicamente estruturados para
os diversos níveis e etapas do processo, numa proposta
coerente e com material adequado. O nível de aceitação
e a ampla utilização do material nos permitem afirmar
que o Projeto de Pastoral Juvenil na Linha Catecumenal
supôs, na década dos oitentas e primeiros dos noventas,
uma resposta pastoralmente válida no acompanha-
mento e educação na fé de crianças, adolescentes e
jovens na Igreja espanhola e latino-americana.
Anos depois, a mudança nas condições socioculturais e
religiosas dos destinatários pediu uma urgente revisão
aprofundada da proposta, para melhor responder a uma
nova geração de jovens cujo perfil estava marcada-
mente modificado, numa sociedade com altos índices
de secularismo e de indiferença religiosa.

8.3 Page 73

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Hoje o Itinerário de Educação na Fé é
uma realidade consolidada em todas as
Inspetorias da Espanha.
Bem inserido nos
projetos educativo-pastorais de nossas
presenças, é uma área transversal que se
desenvolve em escolas, oratórios, centros
juvenis e paróquias
Nos anos 90s, após o Capítulo Geral 23
dos Salesianos de Dom Bosco sobre A
educação na fé dos jovens, surge um
novo projeto pastoral, o Itinerário de
Educação na Fé com o desejo de conti-
nuar acompanhando o caminho da fé
dos jovens nos novos contextos socio-
culturais e religiosos. O Itinerário de Edu-
cação na fé começa o seu caminho em
1994 e se vai implementando progres-
sivamente nas diferentes inspetorias da
Espanha com as necessárias adaptações
aos diferentes contextos e momentos
culturais que vive o nosso país.
A realidade atual
Hoje o Itinerário de Educação na Fé é
uma realidade consolidada em todas
as Inspetorias da Espanha. Bem inse-
rido nos projetos educativo-pastorais
de nossas presenças, é uma área trans-
versal que se desenvolve em escolas,
oratórios, centros juvenis e paróquias.
Mesmo num contexto fortemente
secularizado, milhares de crianças, ado-
lescentes e jovens crescem e amadu-
recem em sua fé numa proposta
claramente evangélica, unitária e de
processo.
Desde a infância e a pré-adolescência
até à idade adulta, com uma metodo-
logia dinâmica e grupal, visa-se o ob-
jetivo da personalização da fé através
de experiências significativas que
ajudem, em cada etapa, o encontro
com o Deus Trinitário na Comunidade
eclesial. Reuniões de grupo, celebra-
ções cristãs, convivências, retiros espi-
rituais, colônias de férias de verão,
voluntariado… – esses alguns dos mo-
mentos que estruturam o caminho
durante o ano, de modo sistemático e
orgânico.
Formam parte integrante do processo
a busca da própria identidade de
crente, a iniciação à celebração cristã, a
possibilidade de compartilhar as pró-
prias experiências e o compromisso da
própria vida em ações concretas de
compromisso pessoal em favor de
outras crianças e jovens.
A formação dos animadores conti-
nua sendo uma prioridade em todas
as Inspetorias. Os jovens mais cresci-
dos, que percorreram o caminho de
crescimento na fé, se tornam acom-
panhantes dos mais pequenos. Ga-
rantir a sua formação catequética,
teológica e espiritual é uma tarefa
essencial para assegurar a transmis-
são da fé e o adequado acompanha-
mento.
O Itinerário possui uma forte dimensão
vocacional que percorre transversal-
mente todo o processo. No caminho
feito, os jovens descobrem o chamado
de Deus e seu lugar na sociedade e na
Igreja. Muitos deles respondem à voca-
ção salesiana consagrada e secular; ou
se incorporam nas diferentes comuni-
dades cristãs das Igrejas locais.
O Centro Nacional de Pastoral Juvenil
continua alentando e cuidando dessas
experiências, tratando sempre de ir
além. Nestes últimos anos, a preocupa-
ção com a formação dos agentes levou
à proposta de experiências significativas
para preparar os animadores no acom-
panhamento espiritual, sobretudo de
jovens adultos, que continuam o cami-
nho de amadurecimento da sua fé.
Não há dúvidas de que o Itinerário de
Educação na Fé, na Espanha, tem sido
e continua sendo um “tesouro” que
marca de modo mui significativo a pas-
toral juvenil e que tem produzido e
continua oferecendo bons e abundan-
tes frutos. O apelo do CG26 ante a ur-
gência de evangelizar nos anima a
continuar impulsionando um modelo
válido e fidedigno de presença anima-
dora e de acompanhamento na fé dos
jovens espanhóis
SALESIANOS 2011
71

8.4 Page 74

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EUROPA OESTE
Edições Salesianas:
a porta aberta dos salesianos
Inspetoria Santo Antônio, Portugal, POR
P. Rui Almeida sdb
Em Portugal os salesianos animam,
há mais de 50 anos, uma editora: as
Edições Salesianas. Claramente assu-
mida como obra de evangelização, é a
forma como a província portuguesa
partilha a riqueza espiritual e pastoral
da congregação com a Igreja local.
Uma tradição de inovação
Desde os anos 80 a editora tem estado
na vanguarda da catequese portu-
guesa. Com o desenvolvimento e
edição de materiais para a catequese
de adolescentes, esta editora introdu-
ziu na Igreja portuguesa a necessidade
de acompanhar os adolescentes com
propostas credíveis e de qualidade. Nos
anos 90 a editora colaborou com os
bispos portugueses no projecto nacio-
nal de catequese. No início do século
XXI a editora, cruzando o muito traba-
lho feito pela congregação com os iti-
nerários de fé para jovens com as
necessidades da Igreja portuguesa
apresentou um inovador projecto de
catequese com jovens: projecto GPS.
crianças e dos jovens. Uma outra ver-
tente desta opção evangelizadora é o
cuidado posto na formação dos opera-
dores pastorais. Quer com publicações
quer com cursos.
Uma editora que faz
formação
Esta editora é também um centro de
formação pastoral. Por livre iniciativa ou
respondendo a pedidos das dioceses,
paróquias e movimentos, a editora
anima dezenas de acções de formação
em cada ano. Além de permitir uma
boa divulgação dos materiais editados,
o contacto com os operadores pasto-
rais permite recolher um feedback
sobre as dificuldades e desafios que
eles enfrentam. Esta recolha de infor-
mação e o diálogo com tantas cente-
nas de párocos, animadores e
catequistas, ajudam a editora a discer-
nir o seu rumo. São um estímulo ao
desenvolvimento de materiais de qua-
lidade, capazes de dar soluções de alta
qualidade pastoral.
Prioridade à evangelização Música cristã
Ao longo das décadas as Edições Sale-
sianas sempre procuraram oferecer à
Igreja local uma“tradução salesiana”das
grandes intuições eclesiais sobre a
evangelização. E a Igreja aprecia a
nossa forte atenção à realidade das
Nos últimos anos a editora tem feito
um esforço sério para a renovação da
música cristã em Portugal. Tal como
acontece um pouco por toda a Europa,
a música católica tem pouco espaço
fora da liturgia. Para contrariar essa si-
72

8.5 Page 75

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Esta recolha de informação e o diálogo
com tantas centenas de párocos,
animadores e catequistas ajuda a
editora a discernir o seu rumo
tuação, convictos do enorme potencial
educativo e evangelizador da música, a
editora, com muito realismo procura
jovens artistas cristãos, ampara-os no seu
esforço de traduzir as suas vivências es-
pirituais em forma musical. Este empe-
nho não se esgota na “clássica” edição
de CDs. Procuramos novos lugares para
a fruição da música cristã: o “ao vivo”, nas
praças da cidade ou num momento de
oração são espaços importantes para
dar visibilidade e viabilidade a estes pro-
jectos.
Em parceria
Sendo um país pequeno e uma provín-
cia com poucos recursos, o aprofundar
das parcerias com outras editoras salesia-
nas tem sido um recurso insubstituível. A
troca de materiais, o estímulo recíproco,
a procura conjunta de soluções tem re-
forçado a nossa adesão ao Projecto
Europa.
Jornais & revistas
A editora é responsável ainda por vários
periódicos.
ao concreto, às mediações educativas,
ao contexto onde decorre o processo
de maturação da fé. Fundada em 2005
foi possível chegar rapidamente aos
3.000 assinantes e tornar-se a mais
lida das revistas para catequistas por-
tugueses.
A revista Juvenil é a nossa proposta
para o mundo dos pré-adolescen-
tes. Na atenção às suas vivências,
vamos dando pistas e valores que
lhes permitem fazer o seu cami-
nho. É um instrumento muito
usado por aqueles que fazem anima-
ção com essa faixa etária.
O jornal Cavaleiro da Imaculada,
com uma tiragem de 118.000
exemplares, mensal é gratuito.
Destina-se aos adultos dos
ambientes populares. Edi-
torialmente ajuda um seg-
mento importante da
população portuguesa,
culturalmente débil, a
redescobrir a Igreja
com as vestes do
Vaticano II
A revista Catequistas é uma revista para
a formação dos catequistas de base.
Com autores da família salesiana e de
várias dioceses, a revista aposta num
visual moderno. Nos conteúdos valoriza-
mos a interdisciplinaridade e a atenção
73

8.6 Page 76

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EUROPA OESTE
Farnières: a evangelização começa com a natureza
Inspetoria São Francisco de Sales, França-Bélgica Sul, FRB
P. Jean-François Meurs sdb
Grand-Halleux, Bélgica, um povoado
entre colinas e bosques. Deixamos
o vale do rio impetuoso para descobrir
a calma e a beleza da região colinosa de
Farnières. Muitíssimos jovens chegam ali
cortando pelos bosques: a viagem espi-
ritual começa com esse cenário e esse
esforço comum, através do contato
com a natureza. A paisagem é mágica,
cheia de beleza e de paz, com o castelo
de pedra e o belo campanário da igreja.
Em pouquíssimo tempo os jovens se
sentem plenamente à vontade. Perce-
bem uma presença. Descobrem imedia-
tamente uma comunidade de amigos.
Grupo de animadores
A vida de comunidade em Farnières en-
volve tanto os salesianos quanto as Filhas
de Maria Auxiliadora. Ambos têm o seu
espaço bem definido. E mais: o carisma
e o estilo de vida são respeitados e valo-
rizados por aquilo que são.
Mas quando se trata de
oração, de
trabalho, de
refeições, da recuperação de energias, do
desenvolvimento da vida de comuni-
dade e das celebrações, os dois grupos
se fundem. O grupo que se dedica ao mi-
nistério é vasto: há un voluntário leigo
que se interessa pela acolhida; dois leigos
são animadores; vem a seguir uma rede
de agentes voluntários. Juntos analisam,
avaliam, refletem, formam e redigem
programas adaptados às várias necessi-
dades dos jovens.
Um valor para as escolas
Durante a semana chegam muitos
grupos de estudantes. Sobretudo de
jovens entre 17-18 anos. Dedicam dois
ou três dias a examinar a própria vida para
depois juntos olharem o futuro – um
tempo, é claro, muito curto! Especial-
mente quando com freqüência é preciso
desfazer-se de muita... tranqueira inútil. A
absoluta necessidade de atingir certas
metas acadêmicas (diploma, láurea) cria
um estado obsessivo, que faz com que
alguns se perguntem se de fato valha a
pena continuar, visto
que é tão massacrante. Não ousam con-
fiar em suas próprias intuições sobre o
seu profundo sentido de generosidade,
e isso por vezes os torna tristes. Já estão
cansados de qualquer falação sobre
Deus, e, para redescobrir uma nova
imagem da Igreja, requer-se com fre-
quência um bom espaço de tempo. Mas
existe uma busca de espiritualidade pela
necessidade de dar um vigoroso empur-
rão na própria vida, de pôr-se de acordo
com Aquele que é maior do que nós:
assim descobrem e reconhecem na na-
tureza a experiência do amor. Procura-
mos ajudá-los a descobrir a fonte da
alegria na expressão, na escuta, na busca
de sentido, na experiência de grupo, na
descoberta do Evangelho.
Acolhemos também jovenzinhos
(entre 10 e 12 anos) para encontros cul-
turais, na mata. Oferecemos a eles a
descoberta da natureza e momentos
de reflexão profunda sobre a pró-
pria experiência vital.
74
SALESIANOS 2011

8.7 Page 77

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Procuramos ajudá-los a descobrir a fonte da
alegria na expressão,
na escuta, na busca de sentido,
na experiência de grupo,
na descoberta do Evangelho
Ministério paroquial
Temos um lugar bem preciso dentro
do plano pastoral das paróquias locais,
das dioceses: acolhemos grupos de
meninos que fazem a profissão de fé
(onze anos) e recebem a crisma (15-16
anos); e criamos para eles programas
de acordo com o tempo que preten-
dem transcorrer no centro de encon-
tros juvenis. Vêm principalmente nos
fins de semana ou durante as férias. A
vila ou casa em que se dão os encon-
tros é muito apropriada para acolher
jovens que fazem a experiência de co-
lônia de verão e de fim de semana.
Farnières faz parte do movimento“Effatha
Dom Bosco”. Jovens dos 14 aos 16 anos
vêm regularmente fazer experiência de
um fim de semana de animação espiri-
tual. Um grupo de jovens animadores
sugere aprofundar um problema e traba-
lhar em torno de um
programa sobre as di-
mensões da identi-
dade, a reciprocidade
e a solidariedade.
Alguns jogos ou au-
diovisuais introduzem
à reflexão e à partilha:
isso leva ao “tempo
do deserto” (reflexão
pessoal em silêncio),
depois do que, há um testemunho, se-
guido da celebração da Eucaristia. Cada
verão, alternadamente, há uma peregri-
nação, de bicicleta, ou se organiza a colô-
nia“Canta & Reza”. Se os jovens estão pelos
17 ou mais anos, passam a tomar parte de
um grupo diferente. Há também encon-
tros de verão para famílias.
Um lugar para as famílias
Para o bem dos jovens estendemos o
nosso cuidado às famílias: muitos casais
buscam um lugar onde se viva com
muito otimismo, onde se sintam
bem, onde possam melhorar os
relacionamentos de casal,
onde exista a possibili-
dade de pôr em ordem
uma vida quiçá tumul-
tuada, onde possam
ser ajudados a redes-
cobrir ou enriquecer a
vida espiritual. Mante-
mos encontros de
fim de semana para
pais e filhos: du-
rante esse tempo
exploram-se
temas bíblicos,
descobre-se a
natureza e o
canto. Há um
tempo para a
vida e para a formação cristã.
Cultivamos o espírito salesiano
Farnières é um lugar mui denso de re-
cursos para a Família salesiana (s. coo-
peradores, ex-alunos, amigos de Dom
Bosco, voluntários de Dom Bosco).
Gostam de ir lá, muitas vezes por ano,
a fim de cultivar o espírito salesiano, o
conhecimento de Dom Bosco e o seu
empenho pelos jovens. A isso nós faze-
mos confluir a nossa experiência e os
nossos recursos para formar educado-
res embebidos do espírito e da capaci-
dade pedagógica de Dom Bosco.
Todos os anos se organizam cursos de
formação para professores e para o
pessoal das nossas instituições.
O laboratório dos ícones
A arte da pintura de ícones joga um
papel particular naquilo que oferece-
mos. Cada verão e uma vez por mês or-
ganizam-se nos fins de semana
programas sobre esse tema. E’ um
modo de, no silêncio, na meditação e
na espiritualidade oriental, entrar numa
relação de leitura orante com o Evan-
gelho. Uma breve introdução a essa
arte possibilita aos jovens criar um pe-
queno ícone do Bom Pastor, em três
dias
SALESIANOS 2011
75

8.8 Page 78

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EUROPA OESTE
CATEQUISTAS e MISIÓN JOVEN,
duas revistas dedicadas à Catequese!
Inspetorias espanholas, Região Europa Oeste
Feliz coincidência: em 1960, surgiu a revista "Misión
Joven" com o subtítulo "Tecnica di Apostolado". Em
1985 surgiu uma segunda revista: "Catequistas", com o
subtítulo: "Projeto Conquista – Projeto Catequético".
As duas revistas fundiram-se e tornaram-se a voz pastoral
e catequética dos Salesianos de Dom Bosco, na Espanha,
e celebram, agora, o jubileu de ouro e de prata, ambas
agradecendo a Deus, que de modo muito claro jogou
no time delas ao dar uma motivação à sua publicação
regular, aos autores e aos leitores de ontem e de hoje.
Um pouco de história
Misión Joven é uma revista especializada em apostolado
juvenil, que presta serviços aos animadores no campo
da educação e da pastoral, e é uma ajuda específica que
os salesianos dão à Sociedade civil e à Igreja espanhola,
através do Centro Nacional Salesiano para o Ministério
Juvenil.
Dirige-se àqueles que, na Igreja e na sociedade, têm
a responsabilidade da educação e do ministério
dos jovens menores de vinte anos, e dos que
compõem a faixa imediatamente seguinte.
A finalidade da revista é oferecer oportu-
nidades de análise e reflexão crítica
sobre a práxis, o intercâmbio de
experiências e de material, e a
promoção de um pensamento
pastoral criativo no novo con-
texto da fé na "Boa Nova",
isto é: a "Bela Notícia" da
salvação que nos foi
trazida por Jesus Cristo.
No contexto atual de uma cul-
tura democrática, pluralista e secula-
rizada, Misión Joven procura afirmar uma
mentalidade pastoral que leve a uma humani-
dade mais justa, fraterna e solidária.
Tendo participado do desenvolvimento pós-Vaticano II,
é uma plataforma de busca e de diálogo, e encoraja pro-
postas para o povo de hoje, especialmente no que se
refere à instrução e à evangelização da juventude.
Quando Misión Joven iniciou, com humildade e espe-
rança, em 1960, ligada aos movimentos espontâneos e
à experiência de grupos religiosos por 17 anos, o seu
nome "Técnica de apostolado" refletia o seu aspecto
76

8.9 Page 79

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Catequistas foi em sua história uma revista fiel à formação das bases culturais e religio-
sas dos catequistas:
- com um estilo particular, que ajuda a entender o valor formativo através das suas pá-
ginas;
- com equilíbrio entre teoria e prática;
- com o esforço de continuar próxima ao catequista comum.
Catequistas teve como resultado uma vasta gama de iniciativas catequéticas comple-
mentares, que abrange por isso um público muito mais vasto que o dos sós assinantes.
eminentemente prático. Em 1977
foi ampliada e renovada: orientou-se a
um público mais vasto; e assumiu o novo nome:
"Misión Joven".
Os 50 anos da sua experiência permitiram-lhe es-
clarecer os seus objetivos e enriquecer a sua
contribuição geral de revista de qualidade.
O seu fundador e primeiro diretor foi Luis
Chiandotto (1960-65). Os outros foram:
José Antonio Rico (1965-66), Antonio
Mélida (1966-70), Jesús Mairal (1970-78),
Antonio Sánchez Romo (1978-83), Euge-
nio Alburquerque (1983-86), Alfonso
Francia (1986-90), José Luis Moral (1990-
2002), Manuel Cantalapiedra (2002),
Jesús Rojano (2003), Eugenio Albur-
querque (2003-2009) e Koldo Gutiérrez
(2009-…)
lidade a formação dos animadores no campo da fé.
Reservava-se grosso modo aos catequistas. O seu
objetivo particular, diferente, era fornecer instrumen-
tos de reflexão – simples, mas sérios – que permitis-
sem aos jovens participar do diálogo eclesial
sobre a fé…
A revista tem 32 páginas: em branco e preto de um
lado, e coloridas de outro. De outubro a maio se pu-
blica mensalmente (no dia 15 de cada mês). Algumas
seções são desenvolvidas por um único escritor du-
rante oito edições: essa estrutura permite dar conti-
nuidade à proposta formativa.
Mais que uma revista
Ao dizer que é mais do que uma revista, queremos
dizer que a ideia inicial evoluiu, assumindo um con-
ceito mais vasto.
A história de CATEQUISTAS
A primeira edição foi publicada em ja-
neiro de 1985. O título original –
Proyecto Catequista – tinha por fina-
Referimo-nos a publicações que foram, ao seu redor,
um "pequeno universo" ou "pequena família". Hoje,
a assinatura de Catequistas compreende mais coisas:
um calendário de acontecimentos para os catequis-
tas, pôsteres catequéticos, calendário litúrgico
77

8.10 Page 80

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EUROPA OESTE
“Misiones Salesiannaass””
A Procuradoria das Missões Salesianas de Madri
Inspetoria São João Bosco, Madri, Espanha, SMA
Sustentar centenas de missionários
e ajudá-los a iniciar projetos de
desenvolvimento nos lugares onde tra-
balham, é uma árdua tarefa. Para orga-
nizá-la, o Reitor-Mor de então criou, em
1970, a Procuradoria das Missões
Salesianas de Madri. É uma obra de
animação missionária e de apoio aos
Salesianos enviados a terras de missão,
além de ser um lugar de acolhida dos
missionários espanhóis que retornam
à Espanha por algum breve tempo,
tanto para descansar como para visitar
suas famílias ou submeter-se a algum
tratamento médico.
A casa das Missões Salesianas localiza-se
na Rua Ferraz 81, ao lado do Parque dos
Rosais, de Madri. Ela é encarregada das
relações com os benfeitores e da gestão
econômica dos donativos, que permi-
tem resolver muitos problemas econô-
micos que comportam o sustento das
missões e os projetos de desenvolvi-
mento geridos pela Família Salesiana.
Alguns instrumentos de animação mis-
sionária utilizados são: as revistas ‘Ju-
ventud Misionera’, para as crianças, e
‘Misiones Salesianas’, com reportagens,
entrevistas e notícias dos missionários.
Lança mão também de campanhas de
sensibilização e a web:
http://www.misionessalesianas.org
Encontra-se também ativa uma exposi-
ção missionária itinerante, que percorre
colégios e paróquias de todo o país.
Nela, se mostram objetos muito curio-
sos de diversas partes do mundo, que
os missionários recolheram dos cinco
continentes. Há, na própria sede da Pro-
curadoria, outra exposição permanente;
encontra-se, no momento, num pe-
ríodo de potenciação e restauração.
Jovens e desenvolvimento
Faz parte da Procuradoria das Missões
Salesianas de Madri a Fundação Jovens
e Desenvolvimento (JyD), organização
não governativa sem finalidade de
lucro que nasceu em 1988 ligada ao
movimento associativo salesiano.
78

9 Pages 81-90

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9.1 Page 81

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Sua finalidade principal é cooperar com um de-
senvolvimento sustentável, humano, social e
econômico que contribua para a erradicação da
pobreza no mundo mediante a realização de
projetos em presenças salesianas de países em
vias de desenvolvimento.
na formação profissional e ocupacional no
âmbito da educação.
Na JyD dá-se atenção especial à infância e à ju-
ventude, considerando a educação como a fer-
ramenta mais eficaz. Graças a isso, em 2006 foi
qualificada pela Agência Espanhola de Coope-
ração como Organização Especializada em Edu-
cação.
No âmbito da cooperação, realiza-se uma média
de 80 projetos anuais em mais de 10 países, fa-
zendo nos últimos anos uma importante aposta
Na Espanha, a principal atividade centraliza-se
na sensibilização e conscientização da popula-
ção, especialmente dos mais jovens, promo-
vendo valores de justiça, paz, equidade,
democracia, participação, solidariedade e res-
peito ao meio ambiente. Promove-se, também,
o voluntariado internacional como grande ver-
tente para exercer a solidariedade
SALESIANOS 2011
79

9.2 Page 82

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INTERAMÉRICA
SUO
SUE
MEG
MEM
CAM
ANT
HAI
REGIÃO: INTERAMÉRICA
Número de Países: 17
Número de Inspetorias: 12
Visitadoria: 1 (HAI)
Número de Irmãos: 2.055
Número de Noviços: 79
Número de Bispos Salesianos: 24
COM VEN
COB
ECU
PER
BOL
80
SALESIANOS 2011
» SUE: Experiência de missão paroquial em Chicago (82)
» ECU: UPS, Universidad Politécnica Salesiana (84)
» MEM: CECHACI Dom Bosco, Prelazia de Mixes (86)
» BOL: Escolas Populares Dom Bosco (88)
» ANT: Meninos e meninas com Dom Bosco (90)

9.3 Page 83

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SALESIANOS 2011
81

9.4 Page 84

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INTERAMÉRICA
Experiência de missão paroquial
em Chicago
Inspetoria São Filipe Apóstolo, Estados Unidos Leste, SUE
Para vir ao encontro da urgente
necessidade de evangelização, a
Paróquia São João Bosco, de Chicago
(EUA), organizou a sua quinta missão
paroquial. A paróquia é em grande
parte uma comunidade de língua es-
panhola num ambiente culturalmente
heterogêneo. Pelo espaço de duas
semanas, numerosos membros da pa-
róquia participam do trabalho da
Igreja de partilhar com os outros a Boa
Nova (Linda Notícia do Evangelho de
Cristo) tanto explícita quanto implici-
tamente. Esta vasta operação no am-
biente se divide em cinco atividades
interligadas.
Oração
O zelo pelo anúncio da Boa Nova deriva
da alegria de conhecer Jesus Cristo. Du-
rante a missão paroquial, os voluntários
que se partem para as ruas e para as
casas começam com uma oração e
uma bênção. Enquanto esses anunciam
o evangelho, outros paroquianos estão
em oração perante o Santíssimo Sacra-
mento. Os que não podem ir à igreja são
convidados a rezar em sua própria casa.
Organiza-se uma cadeia de oração, de
modo que em todas as horas do dia –
durante a missão – haja alguém da pa-
róquia a rezar.
Visitas a domicílio. Os missionários
vão às ruas em grupos de dois ou três,
com uma mensagem muito simples e
clara: «Deus te ama!». Esses missioná-
rios vão de casa em casa partilhar a Pa-
lavra de Deus com os que os desejam
receber. Depois de anunciar a Boa
Nova, os missionários convidam seus
ouvintes a participar de um encontro
durante o qual as pessoas comparti-
lham a própria fé com aqueles que
estão presentes na casa. Na experiência
dos missionários modernos, vemos
que as histórias do evangelho se atua-
lizam hoje mais uma vez: muitas pes-
soas não têm tempo ou não estão
82
SALESIANOS 2011

9.5 Page 85

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P. Timothy Zak sdb
interessadas: e se recusam a abrir a
porta; algumas se surpreendem que
sejam os católicos a pregar o evange-
lho; outras aceitam com gratidão a
Mensagem evangélica.
Lugares de encontro
Um pequeno grupo de catequistas se
reúne com os próprios vizinhos de casa
a fim de refletir sobre a Palavra de Deus,
e rezar. Partilham as suas experiências
de fé, dando um testemunho pessoal
da importância de Cristo na própria
vida.
Jardim de Mamãe
Margarida. Um grupo de catequistas
muito empenhados e de voluntários se
oferecem para pregar uma missão
entre os adolescentes. Aos jovens da
comunidade paroquial se ensina viver
na presença de Deus, tal como fazia
Mamãe Margarida com os filhos (entre
eles Joãozinho Bosco) e com os meni-
nos do Oratório.
Café Dom Bosco. Os adolescentes da
paróquia organizam as suas atividades
durante a missão paroquial. Cada noite
se dialoga sobre um assunto que
ponha a vida em relação com fé. No
local do encontro há a possibilidade de
um refresco, música, esporte, jogos
vários. Os jovens são responsáveis pela
preparação dos encontros e pelos con-
vites aos seus amigos: trata-se de
jovens que evangelizam outros jovens.
Depois de nove dias,
oito horas por dia de participação ativa
na missão evangelizadora da Igreja, a Pa-
róquia celebra um festival de dois dias.
E’ uma ocasião maravilhosa para expri-
mir o espírito dinâmico de família, tão
típico das casas salesianas. Renova
também as energias dos paroquianos,
como comunidade de fiéis, a fim de
continuar a anunciar o Evangelho ao
longo de todo o ano
Grupo organizador
Essas pessoas são responsáveis pela
preparação dos voluntários e pela
coordenação da missão. Oferecem oito
horas de formação, apresentando
Jesus Cristo como modelo de todo tipo
de evangelização. Encorajam os volun-
tários a darem o melhor de si por Deus,
durante a missão paroquial. Essas pes-
soas anotam os problemas que
surgem durante as visitas a domicílio
(p. ex., necessidade dos sacramentos) a
fim de que se dê um acompanha-
mento positivo nos meses seguintes à
missão.
SALESIANOS 2011
83

9.6 Page 86

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INTERAMÉRICA
Luís Alfonso Alvarez Rodas
Inspetoria Sagrado C. de Jesus,
Equador, ECU
• A Universidade Politécnica Salesiana (UPS)
é uma das obras mais importantes da
Inspetoria do Equador. Foi fundada em
1994: é um tesouro de prestígio,
conquistado pela Congregação Salesiana na
área da instrução técnica e da educação das
populações indígenas e dos meninos de rua,
durante os 106 anos de presença no país.
• A Politécnica possui três sedes principais no
país – Cuenca, Quito e Guaiaquil – e uma
série de Programas Acadêmicos nas
Missões, nos territórios de montanha e na
Amazônia. Isto possibilitou receber alunos
provenientes de diferentes partes do país e
de diferentes realidades – econômicas,
sociais, étnicas, físicas e psicológicas – e,
mais, dirigir-nos a grupos sociais
tradicionalmente excluídos da instrução
nesse nível.
• A UPS equatoriana oferece 27 cursos de
láurea e 20 de especialização, junto com oito
centros de pesquisa, cujas atividades vão das
ciências humanas e estudos sociais às da
vida agrária e de estudos ambientais; das
tecnologias e ciências exatas ao estudo da
economia e da administração.
• A UPS do Equador “é uma estrutura que
cria, dirige e comunica conhecimento com
todos os requisitos necessários e o rigor
acadêmico, através da pesquisa, do ensino e
dos laços com a comunidade, além de ser
uma instituição de Ensino Superior de
inspiração cristã, católica no caráter e de
índole salesiana, com um componente
pastoral que atravessa cada uma das suas
atividades” (Carta de Navegação, 2009).
84

9.7 Page 87

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85

9.8 Page 88

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INTERAMÉRICA
CECHACI Dom Bosco, Prelazia de Mixes
Inspetoria Nossa Senhora de Guadalupe, Oaxaca, México-México, MEM
P. Isidro Fábregas Sala sdb
Os missionários salesianos da Pre-
lazia de Mixes e as “Filhas de
Maria Auxiliadora” (Irmãs salesianas
de Dom Bosco), com o apoio de
um grupo de ex-alunos, vo-
luntários e outros leigos
empenhados, funda-
ram o centro “CECA-
CHI”, na região de
Chinanteca, mais
precisamente em
Rio Manso Joc.,
Oax., México.
Trabalhando em
estreita união
com os párocos,
essas pessoas
acompanham, nesta
parte da Prelazia, uma
centena de rapazes e
perto de 80 meninas, prove-
nientes de mais de cem povoados
e vilarejos da região.
Trata-se de um centro residencial,
que organiza classes de escola
média, oferecendo também possibi-
lidade de recuperação a alunos que
disso precisem.
O programa escolar funciona de se-
gunda a sexta, das 7 às 14h15min.
Em outros períodos e durante os fins
de semana estão disponíveis cursos
programados segundo as exigências
específicas de cada centro, mas le-
vando sempre em conta um pro-
grama cultural completo, incluída a
religião, de modo que os alunos
possam ter uma sólida base cultural
e cristã, e estejam prontos para servir
às suas comunidades e famílias. A in-
tenção dos educadores é elevar o
nível sociocultural da região.
Este fato criou uma atmosfera sadia
e feliz, onde cada aluno se sente
parte de uma família, numa expe-
riência mui semelhante àquela que
eles poderiam achar no povoado ou
vilarejo de origem. Assim os jovens,
86

9.9 Page 89

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terminadas as horas de aula, trabalham
no campo, interessam-se pela criação
de animais domésticos, incluída a pis-
cicultura, e pelo cultivo de grande va-
riedade de hortigranjeiros. As meninas
dedicam-se entre outras coisas ao cul-
tivo das verduras, plantando-as e co-
lhendo-as, e a cursos de corte, costura,
bordado.
Nos domingos e outras festas especiais
oferecem-se ulteriores atividades para
completar a formação dos jovens: me-
cânica, computação, pronto-socorro,
signalética, música, audiovisuais, dança
e outros cursos de atualização. A instru-
ção musical que eles recebem é espe-
cial: orquestra, coro, guitarra para todos.
Para os de mais idade: flauta.
Demonstra-se um especial respeito por
aqueles que chegam ao centro proce-
dentes de outras culturas (chinanteca,
mixe, zapoteca, mestiça, …). Este fato
exige a aprendizagem das línguas da
região: o chinanteco e o mixe, que têm
uma sua especial escritura. A língua in-
dígena se ensina aos jovens a partir do
sétimo ano. A santa Missa para os
grupos étnicos celebra-se aos sábados:
um sacerdote a celebra para os mesti-
ços; um outro para os chinantecos; um
terceiro para os mixes.
É muito grande a satisfação que
se sente no Centro por ver que
há já um bom grupo de
ex-alunos que se estão
preparando para o sacerdócio
Foram publicados textos bilingues em
chinanteco e mixe para ajudar os
alunos a fortalecerem a própria identi-
dade cultural. Muitos missionários no
decorrer dos anos têm mostrado um
grande cuidado e respeito pelas cultu-
ras. No centro “CECACHI”, o P. Mario Mar-
tinez Gallegos, que é chinanteco, usa a
sua língua: escreveu a primeira gramá-
tica chinanteca; ajuda-o o P. Isidro Fá-
bregas Sala, autor de várias obras nessa
língua. Também a Irmã Edith e a Irmã
Beatriz Reyes Chávez, provenientes da
tribo mixe, colaboram usando essa
língua; o P. Raúl Prado García deixou
material excelente sobre a cultura mixe.
O sonho do Centro é, por ora, aumen-
tar e ampliar as possibilidades de aten-
der aqueles alunos que acompanham
com dificuldade os estudos em outros
centros. Está-se por isso tentando
fundar para eles um centro residencial
e dar-lhes acompanhamento en-
quanto continuam a trabalhar, ainda
que com muito esforço, no centro de
estudos do vizinho povoado de Rio
Manso.
É muito grande a satisfação que se
sente no Centro por ver que há já um
bom grupo de ex-alunos que se estão
preparando para o sacerdócio; algu-
mas jovens já professaram de religiosas;
outros já trabalham como médicos, en-
genheiros, professores, veterinários;
outros ainda entraram para o mundo
das belas-artes
87

9.10 Page 90

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INTERAMÉRICA
Escolas Populares Dom Bosco
88
SALESIANOS 2011
Inspetoria Nossa Senhora de Copacabana, Bolívia, BOL
P. José Ramón Iriarte sdb, Diretor Nacional EPDB
As atividades educativas dos salesianos
de Dom Bosco na Bolívia tiveram
inícios humildes. Mas logo a árvore flores-
ceu, até criar 265 escolas e colégios, que
acolhem 110.000 alunos e um grupo com-
plementar de 4.500 professores e adminis-
tradores. A instituição é conhecida como
Escolas Populares Dom Bosco, ou EPDB.
Não é fácil calcular o número de famílias en-
volvidas nesse sistema educativo. Podemos
entretanto dizer que essa instituição cultural
está crescendo e renovando a sociedade.
O Concílio Ecumênico Vaticano II suscitou
um empenho de fidelidade e um retorno
às fontes do carisma dos fundadores de
ordens e de congregações religiosas. A
obra salesiana na Bolívia começou traba-
lhando pelos mais pobres, pelos órfãos e
pela classe operária, nas cidades de La Paz
e de Sucre. Com o passar dos anos, como
os governos não davam qualquer auxílio
financeiro a tais instituições, criou-se entre
os salesianos um sentimento de desâ-
nimo relativamente às autoridades polí-
tico-administrativas, com a consequente
necessidade de virar-se e autofinanciar-se.
Em 1970 havia na Bolívia seis centros: Dom
Bosco em La Paz, Quintanilla, Sucre, Santa
Cruz, Calacoto e Muyurina, todos em
ambientes urbanos. A maior parte da po-
pulação nesse tempo, constituída por pes-
soas do mundo rural e minerador, não se
beneficiava da atenção da Congregação.
Dez anos antes Muyurina tinha iniciado

10 Pages 91-100

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10.1 Page 91

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O nosso escopo é que o dom
carismático da educação,
na esteira do espírito de Dom Bosco,
possa chegar a todos aqueles
que o desejam
com uma obra pioneira no setor da
educação agrícola: isso se formalizou
com uma resolução ministerial no dia 30
de novembro de 1970, com a autoriza-
ção da gestão de uma escola de inicia-
ção agrícola, para trabalhadores rurais.
A mesma data viu a assinatura de outra
resolução que autorizava a instrução, livre
dos controles estatais, nos colégios, espe-
cialmente no Colégio Dom Bosco, de La
Paz, e em outros colégios salesianos da
Bolívia, mediante um acordo estipulado
entre o Ministério da Instrução Pública e
o Colégio Dom Bosco. O Ministro da Ins-
trução Pública, Dr. Huásca Taborga, e o P.
Hermann Artale firmaram o acordo.
Estes e outros dados estão contidos
num folheto intitulado:“Rumo a uma re-
volução cultural: Escolas Populares para
a Instrução agrícola”, 1970.
A intenção de prestar serviços educati-
vos salesianos aos estratos ordinários da
população, tornados conhecidos no su-
pramencionado documento, foi ao
depois confirmada por um acordo assi-
nado em 31 de janeiro de 1990, ratifi-
cado e, a seguir, reformulado em 23 de
novembro daquele mesmo ano, en-
trando em vigor a 1° de janeiro de 1991.
Essas as origens legais das “Escolas
Populares Dom Bosco”, aprovadas pelo
Ministro Doutor Mariano Baptista
Gumucio e pelo Inspetor salesiano de
então, P. Carlos Longo Doná.
Os primeiros quatro
anos de vida das “Escolas
Populares Dom Bosco” foram
marcados pela gestão – vigo-
rosa, criativa e inovadora – do sa-
lesiano irmão Sr. Pacífico Felletti.
Instituiu ele o certificado de escola su-
perior nas matérias técnicas e humanís-
ticas, tendo à frente a escola de
Muyurina. Houve ulteriores resoluções
ministeriais que apoiavam essas escolas
e lhes forneciam material cultural neces-
sário. Durante a administração do P. Luis
Chamizo e do P. Carlos Longo, esse tipo
de trabalho cresceu e se consolidou. Foi
nesse período que o P. Carlos Longo ins-
tituiu o famoso curso preparatório
bienal para professores que levou a criar
a Universidade Salesiana, na Bolívia.
Durante os últimos onze anos, graças
aos esforços decididos e constantes de
leigos impregnados do carisma de Dom
Bosco e ao apoio de projetos financeiros
procedentes de organizações interna-
cionais, as EPDB puderam crescer e ofe-
recer à sociedade e instituições públicas
a força educativa de Dom Bosco em
favor do povo comum, pertencente ao
mundo do trabalho.
Sem nenhuma ambição que a de servir,
o nosso escopo é que o dom carismá-
tico da educação, na esteira do espírito
de Dom Bosco, possa chegar a todos
aqueles que o desejam, sem sobrecar-
regá-los com pesada carga financeira
89

10.2 Page 92

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INTERAMÉRICA
Meninos e Meninas com Dom Bosco:
uma pedagogia milagrosa
Inspetoria
São João Bosco,
Santo Domingo,
ANT
P. Juan Linares sdb
Fazemos parte da Inspetoria salesiana das
Antilhas: Cuba, Porto Rico, República Do-
minicana. Estamos em pleno mar do Caribe
onde tudo é beleza e cor e vida e calor.
MMDB - “Muchachos y Muchachas con Don
Bosco”(Meninos e meninas com Dom Bosco)
começou como uma típica obra oratoriana
para responder a uma decisão da Inspetoria
das Antilhas com que favorecer àqueles que
eram objeto da assim chamada “opção pre-
ferencial do carisma salesiano”.
MMDB é o resultado da atividade pastoral
dos Centros Juvenis e do envolvimento de
um grupo de jovens que começaram a tra-
balhar com esses pequenos de oito anos
que todas as manhãs se vão às ruas da
cidade de Santo Domingo, República Domi-
nicana, em busca de trabalho.
MMDB é uma rede inspetorial de organiza-
ções para o desenvolvimento educativo e
pastoral que têm por finalidade fornecer
uma instrução completa e um desenvolvi-
mento adequado. Essa rede é administrada
pela Família Salesiana para ajudar meninos e
meninas periclitantes e às suas famílias.
Chega até eles através de várias estruturas
consistentes em centros locais (doze ao
90
SALESIANOS 2011

10.3 Page 93

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todo) e uma Secretaria central, que põe em movimento
todos os mecanismos da rede.
Os centros acolhem crianças, adolescentes e jovens
abaixo de vinte anos, gente e gentinha que vive pelas
ruas, especialmente a que deve achar um trabalho,
devido à precária situação financeira em que se encon-
tram. Trata-se de meninos e meninas órfãos, ou‘sem’fa-
mília, meninos que abandonaram a escola, jovens que
foram vistos a fazer uso continuado de droga, menores
grávidas…
O currículo bem programado oferecido pela organiza-
ção MMDB compreende seis etapas:
- Pesquisa: vamos à procura dos meninos, mos-
trando amor e interesse, e ao depois os convi-
damos a ir ao centro local.
- Acolhida: acolhemo-los como se fôssemos nós a
receber um presente, aceitando uma pessoa a
quem queremos conhecer e torná-la parte de nós.
- Socialização: esforçamo-nos por integrar as pessoas
no mundo de que são parte e a que pertencem,
isto é: à sua família, ao seu grupo, à sua escola, aos
vários programas, à sociedade.
- Acompanhamento: criamos uma grande varie-
dade de programas, entre os quais a escola, a
instrução profissional, o divertimento, a edu-
cação na fé, o aprendizado artístico, etc.
- Projetos de vida: apresentamo-los com uma carac-
terística eminentemente profissional, dando aos
jovens orientações vitais e em diferentes níveis: pro-
fissão, educação familiar, vida consagrada.
- Envolvimento cristão e sociopolítico: isto sig-
nifica uma ativa participação na vida social,
apresentando-se como pessoas preparadas
para operar verdadeiras mudanças e para tra-
balhar por uma verdadeira justiça social.
Este currículo, oferecido às nossas crianças, adolescentes
e jovens de ambos os sexos, que pode durar até dez
anos, possui programas relativos a cinco áreas: pedago-
gia, trabalho, atividades familiares, sociais, legais, recrea-
tivas e culturais, podendo cada área subdividir-se em
vários programas.
O nosso segredo consiste em criar um grande movi-
mento que envolva a todos e também peça a cada um
o seu próprio envolvimento: os mesmos meninos e me-
ninas, suas famílias, os professores, a administração local,
as várias Igrejas, os profissionais, os homens de negócios,
a mídia social, cada cidadão.
Há mais de quatro mil meninos, rapazes e jovens com
menos de vinte anos nesses centros e, como as ativida-
des se estendem às suas famílias, a população atingida
pelos nossos programas chega a perto de 30.000 pes-
soas.
Os melhores resultados atingidos estão registrados na enci-
clopédia que traz o seguinte título: “Histórias com final feliz”,
histórias de pessoas que tiveram momentos difíceis na vida,
mas que agora superaram felizmente tais crises
91

10.4 Page 94

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ITÁLIA - MOR
ILE
ILE INE
ICP
INE
ICC
ICC
IME IME
ISI
MOR
MOR
MOR
MOR
92
SALESIANOS 2011
REGIÃO: ITÁLIA - ORIENTE MÉDIO
Número de Países: 15
Número de Circunscrições Especiais: 2 (ICC, ICP)
Número de Inspetorias: 5
Número de Irmãos: 2.410
Número de Noviços: 24
Número de Bispos Salesianos: 5

10.5 Page 95

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» ICC: Catacumbas de São Calisto (94)
» ILE: Crescimento cristão para adolescentes depois
da Crisma (98)
» ICP: “Alegria, estudo, piedade” (100)
» ISI: 'Meeting' adolescentes (102)
» MOR: Zeitun é um terreno fértil (104)
SALESIANOS 2011
93

10.6 Page 96

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ITÁLIA - MOR
Catacumbas de São Calisto
Um setor privilegiado de apostolado salesiano,
contato com mártires e santos
Circunscrição especial Sagrado Coração, Roma, ICC
P. Rozmus Tadeusz sdb
Em 1930 o Papa Pio XI convidou os
salesianos a cuidarem, em nome da
Santa Sé, de um dos mais preciosos tes-
temunhos da Igreja dos primeiros sécu-
los, terra de muitos santos e mártires,
meta de inumeráveis peregrinações. O
fascínio dessa "terra dos mártires" atrai
os peregrinos também hoje: eles conti-
nuam visitando o lugar, chegando de
todas as partes do mundo. E um grande
número, dentre os centenas de milhares
de visitantes de todos os anos, são
jovens. Estamos a falar
das «Catacumbas de
São Calisto», em
Roma: "As mais
augustas e as mais célebres catacumbas
de Roma" – segundo o Papa João XXIII.
"Catacumbas por excelência, primeiro ce-
mitério oficial da Comunidade de Roma,
glorioso sepulcro de bem 16 Papas do
século III" – segundo João Batista de Rossi.
Hoje, depois de 80 anos de serviço conti-
nuado dos salesianos, as Catacumbas de
São Calisto são servidas por uma comu-
nidade formada por 30 religiosos prove-
nientes de 14 nações do mundo.
As Catacumbas de São
Calisto
As Catacumbas de São Ca-
listo constituem o núcleo
mais antigo de cemitérios
da Via Ápia e o mais bem
conservado. Surgidas no
final do século II
94

10.7 Page 97

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de uma grande área sepulcral comuni-
tária da Igreja, administrada autonoma-
mente pela autoridade eclesiástica,
assumem o nome do Diácono Calisto,
que foi colocado à frente da adminis-
tração do cemitério pelo Papa São Ze-
ferino. Eleito, por sua vez, Pontífice,
Calisto aumentou o complexo funerá-
rio e foi ali que encontraram sepultura
16 Pontífices Romanos do século III
(Cripta dos Papas).
À Catacumba se desce mediante uma
escadaria íngreme. E, passando justa-
mente pela Cripta dos Papas, chega-se,
mediante uma pequena abertura, ao
cubículo no qual foi encontrada a
tumba da mártir Santa Cecília: as pare-
des conservam pinturas do V-VI sécu-
los, entre as quais a mais antiga
representação da Santa, em atitude de
oração. Em 821 o Papa Pascoal I retirou
dali o sarcófago da Mártir para o trans-
portar à igreja homônima, no ‘Traste-
vere’ (i. é, no Além-Tibre).
Ao sair da cripta de Santa Cecília, pode-
se descer a um ossário, formado por es-
tratos sobrepostos que chegam a 4
metros de altura, e percorrer uma ga-
leria na qual se abre uma série de cubí-
culos chamados "dos Sacramentos"
(devido às pinturas que aludem ao Ba-
tismo e à Eucaristia).
Depois de visitar o sarcófago monu-
mental chamado "do Papa Milcíades",
penetra-se nas demais regiões dos
Santos Gaio e Eusébio e na chamada
área “liberiana”, pelas inscrições do
tempo do Papa Libério (352-366); nessa
SALESIANOS 2011
95

10.8 Page 98

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ITÁLIA - MOR
região existem arcossólios, pintados com
cenas do Antigo e do Novo Testamento.
Continuando, pode-se chegar também a
um núcleo primitivo, as "criptas de
Lucina", onde se encontram: o sepulcro
do Papa Cornélio, decorado com pinturas
de estilo bizantino; e, perto dali, dois
afrescos, que mostram um deles "o Bom
Pastor e orante" e o outro “dois peixes,
dois cestos cheios de pão e, no centro,
um copo de vidro cheio de vinho” – sím-
bolos evidentes da Eucaristia.
Por motivos de organização e relaciona-
dos com a segurança, os visitantes e pe-
regrinos só podem visitar uma pequena
parte das Catacumbas. Essa visita entre-
tanto deixa uma impressão inesquecível:
a consciência de tocar os lugares ligados
à sepultura de mais de 56 mártires e 18
santos envolve de modo muito forte, im-
primindo um intenso apelo espiritual.
Não podemos pois nos admirar se tantos
grupos de jovens (de catequese, escotei-
ros, estudantes, etc.) ali chegam de diver-
sas partes do mundo e visitem as
Catacumbas para ali respirar dos ares
novos da Fé dos inícios da era cristã.
O serviço nas catacumbas
O serviço nas catacumbas, realizado
96

10.9 Page 99

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pelos salesianos e por guias leigos, não
é fácil. Os visitantes são acompanhados
por guias da própria língua por apenas
30 minutos, com uma palavra rica de ex-
plicações que não se limitam tão so-
mente aos aspectos histórico-culturais.
Toda visita é uma catequese por exce-
lência que deixa profunda marca. A fim
de dar a essa visita um significado ainda
mais fundo, muitos grupos pedem para
ali celebrar a Santa Missa: são assim de-
zenas as missas, todos os dias, em diver-
sas línguas, espalhadas pelos cubículos
das catacumbas, unidas à voz sussur-
rante dos Santos.
As Catacumbas de São Calisto atraem
também muitos salesianos de todas as
partes do mundo, para dedicar ali, como
guias, uma parte da sua vida. É esse um
precioso serviço! Alguns estão ali há mais
de 50 anos; outros vêm a São Calisto só
por algum tempo. O contato direto com
a "terra dos santos", a possibilidade de co-
nhecer lugares ligados a Dom Bosco, o
aprofundamento da língua italiana, o
vasto conhecimento da história romana,
etc., são algumas das vantagens que
todo salesiano leva consigo ao partir.
Entre os guias, não faltam jovens volun-
tários que, de modo particular no verão,
vêm aqui reforçar a própria fé, sintoni-
zando-a com a mensagem profunda da
Igreja das origens
97

10.10 Page 100

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ITÁLIA - MOR
Já recebi a Crisma!
Inspetoria São Carlos Borromeu Bolonha, Itália, ILE
Comunidade Educativa da Paróquia de São Bento, Ferrara
Chegou o grande dia da Crisma.
Parece que essa festa de fim de Ini-
ciação Cristã se assemelhe muito com a
da formatura no fim do curso escolar. E
como as férias depois do ano escolar
marcam uma parada (que gostariam não
terminasse nunca) assim também muitos
adolescentes se vão da Paróquia com um
sentido de feito e perfeito! Também a Pa-
róquia de São Bento, de Ferrara (Itália), em
que se insere o popular oratório salesiano
“Sambe” (de SanBenedetto), não escapa
desse“êxodo”que se dá em tantas regiões
da Itália (e não só). São muitos os jovenzi-
nhos que passam de boa vontade por
nossos ambientes para brincar ou encon-
trar-se, mas muito poucos os que aceitam
as propostas concernentes a continuar a
caminhada da Fé.
Estimulados pela necessidade de colo-
car a evangelização no centro da nossa
atividade com os jovens, tantas vezes
repisado pelos Bispos e pelo Reitor-
Mor, estamos, faz alguns anos, a percor-
rer uma estrada nova, a fim de achar
um caminho que abra os jovens à vida
cristã depois da iniciação cristã. A Co-
munidade educativa, composta de Sa-
lesianos e leigos, começou por isso a
examinar tantas outras experiências,
em nível de Itália, de Dioceses e de Mo-
vimentos. Interessantes pareceram al-
gumas concordâncias no pensar o
ponto inicial e o objetivo a que tender:
parte-se do complexo e variável
mundo do pré-adolescente para
tender a um gesto público – à profis-
são de fé – que marca, com variados
matizes, o ingresso, a título pleno, na
Comunidade cristã. Examinadas as
tantas soluções, pusemo-nos a dialogar
com a Secretaria Catequética Dioce-
sana e começamos a experimentar
propostas de grupo, individuando uma
caminhada mistagógica que julgamos
deva ter duas fases: o tempo das pro-
messas e o tempo das profissões de fé.
As promessas
Os primeiros passos de uma cami-
nhada de fé que conduza à vida cristã
de modo realístico parece-nos a nós
que seja a reapropriação pessoal da-
quilo que foi recebido nos anos de ca-
tequese. Esta adesão se dá com a
fórmula da promessa. Ela é um empe-
nho importante, mas não é tão solene
e definitivo como uma profissão de fé.
Na atual conjuntura de precariedade
constante e relatividade difusa, parece-
nos oportuno acompanhar gradual-
mente os adolescentes a consolidar a
sua capacidade humana de dar uma
resposta de fé o mais possível realizável.
A intuição inicial nasceu lendo alguns
passos do Evangelho de Lucas, que se
referem aos discípulos de Jesus. Torna-
98
SALESIANOS 2011

11 Pages 101-110

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11.1 Page 101

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E agora?
Uma experiência de caminhada de crescimento cristão
para adolescentes depois da Crisma
ram-se os traços de um tríplice movi-
mento de adesão a Ele por sobre o ho-
rizonte do dinamismo conciliar de
mistério-comunhão-missão.
As profissões de fé
Passado o tempo das promessas, guiadas
e sustentadas por um acompanhamento
personalizado, propõe-se-lhes amadure-
cer numa profissão de fé em três tempos.
A caminhada deve iniciar no ponto em
que se encontra quem recebe o anúncio.
No centro deve estar a adesão, cada vez
mais convicta e real, à pessoa de Jesus perados. Chegamos à conclusão de que
Cristo, que se torna opção de se viver não é possível pensá-lo como um cami-
como cristãos. A educação à oração litúr- nho de cadência anual estática, mas di-
gica e pessoal, guarnecida pela possibili- nâmica. Quer dizer, é preciso adaptá-lo à
dade de um acompanhamento concreta capacidade de recepção dos
personalizado, torna-se um terreno fe- destinatários pré-adolescentes, adoles-
cundo para continuar o caminho. A centes e jovens, sem contudo perder de
idade adolescencial precisa de referências vista a existência da etapa seguinte. A di-
para conseguir expressar confiança in- visão em etapas é um convite dirigido a
condicionada em si ou nos outros. Guia- todos, porque com freqüência a cami-
dos pelo Catecismo da Igreja Católica nhada se completa em tempos diferen-
(usado como ponto de referência) tes, mesmo no âmbito do mesmo grupo.
propõe-se uma redescoberta do mistério Atualmente temos chegado à quinta
de Deus e da realidade do homem a etapa com um grupo de jovens de 16/17
partir de Jesus Cristo, revelador do Pai, anos; à segunda, com um segundo
para que o dom do
grupo de 14/15 anos;
Espírito Santo leve a
exprimir uma adesão
A idade adolescencial
e outros vêm vindo
pelas outras etapas,
que se torne pública precisa de referências para num total de mais de
e real.
conseguir expressar
setenta rapazes. Os
confiança incondicionada resultados são alenta-
As passagens por
em si ou nos outros
dores porque dupli-
entre as várias etapas
caram os números
serão sublinhadas
precedentes e, sobre-
por peregrinações a lugares que viram tudo, porque sentimos nos jovens o
surgir Santos significativos: Turim (Dom apreço por essa gradualidade e liberdade
Bosco e Domingos Sávio), Roma (Pedro de opção que lhes é proposta.
e Paulo), Assis (Clara e Francisco), Alta
Sabóia e Sul da França (Francisco de Sales, Permanecem algumas questões sobre
Cura d’Ars), Santuários do Abruzzo (Ma- a necessidade de unificar as atividades
noppello, Lanciano, São Gabriel da formativas na faixa da idade adolescen-
Virgem Dolorosa). Para além da escolha cial. Veem-se com frequência jovens a
do lugar, importante foi estudar fórmulas tomar parte do próprio grupo, partici-
e sinais que indicassem o caminho, a par de um curso para Animadores de
serem colocados oficialmente durante Oratório, ser auxiliares de Catequistas e,
uma celebração. Achamos que é por vezes, também fazer parte do
necessário criar ritos de passagem (que Grupo missionário! Outro ponto fraco
desejamos sejam logo construídos e par- continua sendo a formação e prepara-
tilhados em nível eclesial) nos quais ção de educadores adaptados a este
jovens e educadores saibam que ponto acompanhamento de caminhada.
da caminhada já se tenha alcançado,
para se poder intervir de modo coerente Concluindo, só temos de glorificar a
e linear no crescimento humano e cristão Deus, que nos está a ajudar a abrir este
rumo à santidade.
caminho já percorrido por tantos, e
que mostra aos nossos jovens a alegria
A nossa experiência revelou-se um labo- e a beleza de caminhar com Jesus
ratório que, embora iniciado sem Cristo, na típica alegria salesiana, para
nenhuma pretensão, trouxe frutos ines- ser por Ele enviados ao mundo
SALESIANOS 2011
99

11.2 Page 102

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ITÁLIA - MOR
P. Luca Barone sdb
Oprojeto de um percurso de dois
anos, organizado em quatro reu-
niões por ano aos sábados de manhã,
para SDB, FMA e Leigos, cujo objetivo era
o assunto precioso e delicado do acom-
panhamento espiritual em chave voca-
cional, nascera havia tempo. Apesar disso,
para compreender real e profundamente
os objetivos que tentávamos perseguir, é
preciso voltar e reexaminar as raízes e ori-
gens do projeto.
Durante a reunião conjunta dos dois Con-
selhos Inspetoriais SDB e FMA, em de-
zembro de 2005, os membros trataram
do assunto da animação vocacional.
Ambas as partes verificaram que era che-
gado o momento de se oficializar a coo-
peração que já vinha existindo desde
alguns anos e de pedir que se formasse
uma Comissão Conjunta para partilhar e
projetar a animação vocacional das duas
Inspetorias.
A Comissão apresenta quatro possíveis
direções para o trabalho que tem de en-
frentar: primeiro, uma revisão e reorgani-
zação do que já existe, quer dizer, todas as
atividades de animação vocacional pro-
priamente ditas que as duas Inspetorias já
realizam em conjunto; uma segunda di-
reção poderia ser o desenvolvimento de
um projeto global de animação vocacio-
nal nas diferentes idades; terceira possibi-
lidade: o confronto e a partilha da anima-
ção vocacional como animação da cul-
tura vocacional das comunidades
religiosas e das comunidades educadoras
ou CEP; por último, as funções das duas
comunidades de formação inicial nas ati-
vidades de animação vocacional do terri-
tório das duas Inspetorias – o mais difícil,
talvez, de fazer, mas o mais fecundo.
Desde o início fica patente que se o mais
urgente é a programação conjunta das
atividades diretamente dedicadas aos
jovens, por outro lado, torna-se absoluta-
mente necessário ocupar-se das comuni-
dades religiosas e das comunidades
educadoras – núcleos e verdadeiras pro-
tagonistas da animação vocacional. Por
isso, a Comissão decide, de comum
acordo com os Conselhos Inspetoriais, fo-
calizar a atenção na formação das comu-
nidades.
Nasce assim a ideia do percurso de forma-
ção seguindo algumas decisões de fundo:
A urgência de trabalhar juntos
Quer dizer, a urgência de operar como
um único movimento, variegado no seu
interno, mas coordenado nas ações e nos
pontos de referência, teóricos também.
Junto existe também a urgência da com-
presença das vocações – masculinas e fe-
100
SALESIANOS 2011

11.3 Page 103

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Alegria, estudo, piedade:
o acompanhamento espiritual
mininas – a fim de oferecer aos jovens
um acompanhamento personalizado
e personalizante. Alem disso, graças ao
fato de trabalhar num território
comum, é ainda mais necessário poder
coordenar não só as propostas concre-
tas mas também os projetos e os
objetivos, a fim de aumentar as possi-
bilidades de presença e proposta que
sejam as mais significativas e eficazes.
A necessidade de uma
comunidade
A animação vocacional não é nem so-
litária nem inspetorial: é comunitária.
Tem, na comunidade educadora e na
comunidade religiosa, não só o seu
ponto fundamental mas também a sua
verdadeira realização. Por isso, o proje-
tarem duas Inspetorias, juntas, a anima-
ção vocacional no território como
movimento salesiano significa
também conseguir refletir juntos parte
da formação das comunidades e parte
da formação dos irmãos e das irmãs de
vida consagrada a fazer comunidade.
Urgência de um itinerário
pessoal e acompanhado
A função da comunidade claramente
não exclui a necessidade de uma per-
sonalização do caminho em dois níveis:
o caminho do acompanhador e o do
acompanhado. A comunidade é de
fato composta de pessoas que devem
estar cada vez mais preparadas para a
proposta vocacional, de maneira espe-
cífica e planejada, para serem assim
testemunhas eficazes e eficientes do
chamado do Senhor. Alem disso, o ca-
minho vocacional não pode ser só um
caminho de grupo. Deve também ser
um caminho proposto individual-
mente, a cada jovem, que precisa de
uma atenção particular, individual, de
qualidade, constante. É mesmo nesta
dupla personalização que a qualidade
do acompanhamento espiritual en-
contra a exata função e a exata impor-
tância.
A escolha da formação
O trabalhar juntos como movimento
carismático e como comunidade, per-
sonalizando o caminho que será pro-
posto aos jovens e seguindo o seu
desenvolvimento em clave vocacional,
não se pode improvisar. Exige, ao con-
trário, uma formação sólida e conti-
nuada que possa ser um ponto de
referência também ideológico das pes-
soas interessadas. Uma formação en-
tretanto que não pode ser prioridade
de poucos especialistas ou de quem
tenha ‘manias de vocação’: esta forma-
ção tem de envolver o maior número
possível de operadores, de modo que
ela chegue a ser uma área comum das
mentalidades e das programações co-
munitárias.
A partir dessas ideias e linhas funda-
mentais, chegamos ao depois a uma
estrutura de encontros ao longo de
dois anos, realizados durante o ano
pastoral 2008-2009 e 2009-2010: o pri-
meiro, sobre o acompanhamento espi-
ritual; o segundo, para vê-lo chave
carismática propriamente salesiana.
No final do percurso, os documentos
foram impressos em forma de livro
SALESIANOS 2011
101

11.4 Page 104

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ITÁLIA - MOR
'Meeting' adolescentes
“ … Outra parte caiu em terra boa e produziu fruto… ” (Mt 13,8)
Lendo jornais, estudando estatísticas
sociológicas, vendo e ouvindo televi-
são, entrando em blogues ou‘facebook’,
navegando em internete, tem-se a im-
pressão de se ouvir a uma só voz:“Aonde
vamos parar, se a coisa continuar assim?”
A imagem que o mundo nos dá hoje
dos adolescentes está pintada com
tintas negras. Negativas! Vejamos: afas-
tados da fé, desconfiados dos educa-
dores, incapazes de optar por valores
fortes e duradouros, rebaixados a um
estilo de vida dissipado e promíscuo,
indiferentes às necessidades dos outros
irmãos, distanciados do mundo do vo-
luntariado! Nós não concordamos! Não
condividimos essa visão negativa, pes-
simista, desesperançada. Achamos,
antes: vemos que não é assim. São
muitíssimos os adolescentes que per-
fazem um caminho intenso de fé, de
discernimento espiritual e vocacional.
Muitos optam por dedicar o seu tempo
aos colegas mais humildes e necessita-
dos mediante atividades de serviço, de
voluntariado, de animação salesiana.
São capazes de fazer escolhas audazes,
importantes. E sabem dizer «não» a so-
luções fáceis e banais. E não falamos de
moscas… brancas, de exceções. Em
nossa terra siciliana, são mais de 3.000
os adolescentes que, frequentando os
vários centros salesianos, acolhem o
dom da fé e, seguindo o carisma edu-
cativo de Dom Bosco, estão a amadu-
recer como homens e como cristãos.
Para esta faixa de idade, uma das expe-
riências mais significativas de evangeliza-
ção que estamos realizando na Inspetoria
é o 'Meeting' adolescentes. São quatro
dias de formação que os melhores ado-
lescentes das nossas casas salesianas
fazem durante as férias de Natal. Já se
tornou um encontro anual, vivido por
cerca de 250 participantes, os quais se
confrontam sobre a própria caminhada
de fé e sobre a disponibilidade em seguir
a Deus com estilo salesiano.
Os temas mudam de ano para ano. Nesta
apresentação nos referimos a um tema
especialmente denso de consequências,
concernente à evangelização:“Eu confio
em Você!” Evocando o título de uma
canção mui conhecida no mundo juvenil
(“Mi fido di Te”), fizemos um caminho de
análise do itinerário cristão e um percurso
em que se perfilam as etapas e os empe-
nhos sucessivos.
Depois de deixar-se interrogar por um
vídeo-provocação (“La gente chi dice che
io sia?”, Quem diz o povo que eu seja?),
em que se apresentavam entrevistas
102
SALESIANOS 2011

11.5 Page 105

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Inspetoria de São Paulo, Sicília, Itália, ISI
P. Marcello Mazzeo sdb
feitas com coetâneos sobre o percurso
de fé neste delicado período de amadu-
recimento cristão, os participantes con-
frontaram-se em grupos sobre a
pergunta fundamental que Jesus faz a
todos aqueles que O querem seguir: “E
vós, quem dizeis que Eu sou?”.
Os trabalhos continuaram com três la-
boratórios, durante os quais os partici-
pantes puderam, sob a guia de
animadores, tratar de algumas pergun-
tas mais densas que os adolescentes
carregam consigo: “O Evangelho na
experiência de fé; a ligação entre Jesus
Cristo e a Igreja; a importância dos Sa-
cramentos na caminhada cristã”.
Os jovens começaram assim a segunda
fase do 'Meeting', que girava em torno da
relação bíblica intitulada “O aspecto
humano de Jesus”, através da qual foram
indicados o traços fundamentais de Jesus
de Nazaré. Depois de um confronto com
o palestrante os rapazes voltaram ao
grupo para aprofundar, através do labo-
ratório da dramatização, algumas das
principais páginas evangélicas relativas
ao itinerário da fé que Jesus Cristo propôs
àqueles com quem se encontrava.
Realizou-se a seguir a dinâmica das
“Linguagens da Fé”, percurso que, atra-
vés do uso de diferentes estilos artísti-
cos (música, filme, arte, poesia, dança),
possibilitou aos participantes aprofun-
dar o próprio grau de adesão – pessoal
e profundo – a Jesus Cristo.
O itinerário continuou mediante a
apresentação de figuras de importan-
tes testemunhas da fé, particularmente
do Padre Puglisi, Piergiorgio Frassati e
muitíssimos outros.
O 'Meeting' encerrou-se com uma
releitura salesiana da caminhada da fé
através da palestra “Todas as vezes que
tiverem feito uma dessas coisas a
um dos meus irmãos, a Mim o terão
feito. Serviço e animação, traço carac-
terístico da Espiritualidade Juvenil
Salesiana”.
Durante todo o itinerário formativo, os
adolescentes foram acompanhados
por momentos fortes de oração pes-
soal e comunitária, e por tempos inten-
sos de fraternidade e de animação com
estilo salesiano.
A experiência, a par de outras, tem re-
forçado a nossa convicção de que os
adolescentes buscam valores fortes e
querem empenhar-se seriamente no
próprio caminho de fé para “verem
Jesus Cristo”
SALESIANOS 2011
103

11.6 Page 106

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ITÁLIA - MOR
Zeitun é um terreno fértil
Inspetoria Jesus Adolescente
Zeitun, Egito, MOR
P. Giancarlo Manieri sdb
Diretor do Boletim Salesiano italiano
Os sudaneses estabeleceram-se no
bairro Zeitun onde os salesianos só
mantêm um oratório e uma obra de assistên-
cia com igreja pública e algumas capelanias. Os
‘zabbalin’, garis, estão em Mansheya. Duas reali-
dades extraordinárias.
Visitando a obra de Zeitun, no Cairo (Egito),
chamou-me a atenção a ordem… da semana. Todos
os dias a comunidade, feita de quatro salesianos sacer-
dotes, está empenhada em diversas atividades formati-
vas e/ou esportivas e/ou culturais e/ou religiosas, sem falar
das capelanias em duas comunidades das Filhas de Maria
Auxiliadora (FMA), uma comunidade de refugiados armênios,
duas outras comunidades de Religiosas, mais a ajuda na Paró-
quia copto/católica do bairro. Encontram-se ali perante dificulda-
des realmente especiais. Mais com os irmãos cristãos do que com
os muçulmanos. Chocou-me um bocado ouvir que os párocos
ortodoxos, para desencorajar os fiéis a freqüentar as igrejas cató-
licas, advertem: “Se VV. entrarem numa igreja católica, cometem
pecado: devem confessar-se!”… Isso na cara da fraternidade cristã
e dos esforços do Papa Bento pelo ecume-
nismo que, entretanto, pelo menos no
Cairo, ainda nem sequer se pensou em co-
gitar... Zeitun é um bairro cristão, habitado
por fiéis tanto da Igreja latina quanto da
copto-católica, tanto da copto-ortodoxa
quanto da greco-católica. E também por
fiéis de algumas confissões protestantes.
O Sudaneses
A comunidade de fiéis mais numerosa e, de
certo modo, folclórica é a dos sudaneses
que fugiram de uma guerra que por quase
cinquenta anos tem ensanguentado a sua
infeliz Nação… Eles chegaram a Zeitun com
todos os meios possíveis – inclusive a... pé
–, portando consigo apenas a fé católica e
a esperança de um futuro, melhor do que
aquele que lhes poderia oferecer o próprio
País. Nada de bagagem: só os trapos que
vestiam e uma fome... endêmica. Foram os
Padres combonianos os primeiros a se inte-
104
SALESIANOS 2011

11.7 Page 107

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ressarem por achar-lhes um assentamento, um teto, um traba-
lho… A dos sudaneses é uma comunidade coesa, ativa, eclesial-
mente empenhada. Ajudam-se e apóiam reciprocamente. Os
jovens mais vivos estudam. Mas todos se interessam por algum
trabalhinho mesmo humilde. As mulheres procuram trabalho
como domésticas ou para acompanhantes de idosos, deficientes
físicos, doentes. A comunidade salesiana
desvela-se por eles: além de dar-lhes assis-
tência religiosa, ajuda-os a agilizar consultas
médicas, a achar leite para as crianças, re-
médios para os doentes, livros de aula para
os escolares.
Missa
de que o
teu irmão
tem alguma
coisa contra ti,
deixa a tua oferta
ali diante do altar e
vai primeiro reconci-
liar-te com o teu irmão’».
E os sudaneses a levam a
sério! A celebração foi uma
sucessão de orações, cantos,
danças, oferendas: uma conce-
lebração de fazer inveja às nossas
missas mais participadas!
Participei de uma normal missa da comu-
nidade sudanesa na igreja salesiana, seu
ponto fixo de referência, igreja que já se
tornou a sua igreja, que assim a conside-
ram. Foi uma celebração extraordinaria-
mente sugestiva. Durou mais de hora e
meia, animada do início ao fim por um coro
composto de… todos os fiéis. A chegada à
igreja se caracteriza pela“saudação de paz”:
pequenos e grandes, jovens e velhos,
homens e mulheres – uma santa… confu-
são!“É uma sua característica?”–, perguntei.
«Exatamente! Mas é uma cerimônia de
algum modo evangélica: ‘se te lembrares
É um bairro pobre Zeitun e mais de
98% são ortodoxos. Mas, no dizer do Di-
retor, P. Nagib,“é um terreno fértil”. Vi ali um
oratório sem quadras nem outros ambientes
típicos de todo e qualquer centro juvenil, mas
vivíssimo: animação, catequese, preparação aos
sacramentos, encenações, sessões acadêmicas.
Também boa-noite! Convenci-me de que campos,
quadras, salas de jogos e de grupo, etc., são todos
meios excelentes, mas não… indispensáveis:“Tudo de-
pende de como se trabalha, da disponibilidade, da aco-
lhida, da paciência”. Em situações como estas – pensei em
voz alta – a gente ou é realmente padre ou se vai à falência.
“Isso mesmo!” – concordou o Diretor
SALESIANOS 2011
105

11.8 Page 108

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ROMA GERAL
ROMA GERAL (RMG)
Número de Visitadorias: 1 (UPS)
Número de Irmãos: 211
Número de Noviços: 0
Número de Bispos Salesianos: 5 (Vaticano)
106

11.9 Page 109

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» Haiti, dor impregnada de esperança (108)
» Ou salesianos santos, ou não salesianos… (112)
» Comunidade da Missão de Dom Bosco - CMB (114)
» Carisma salesiano e ministério episcopal (116)
» 141ª Expedição Missionária (118)
107

11.10 Page 110

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ROMA GERAL
Haiti,
dor impregnada de esperança
Gratidão aos que acompanham a ressurreição da nossa gente!
Escrevem os Salesianos do Haiti
Quando o presidente Sténio Vincent
soube que os salesianos iriam abrir
uma Escola Profissional na República Do-
minicana, aproveitou a escala do P. Pittini
em Porto Príncipe para apresentar-lhe a ne-
cessidade de uma presença igual na região
ocidental da "Pérola das Antilhas", o Haiti.
Se em 1936 a educação das massas po-
pulares era uma urgência para os qua-
tros primeiros salesianos que aqui
chegaram guiados pelo P. Gilbert e com
a missão de abrir a Escola Nacional de
Artes e Ofícios – ENAM, na zona que
atualmente é La Saline, um dos bairros
mais degradados do planeta, imaginem
o imenso campo de trabalho que se nos
depara hoje aos 62 haitianos que forma-
mos esta Visitadoria: meninos de rua e
internatos; escolas elementares, médias,
técnicas, superiores, de artesanato, no-
turnas e agrícolas; oratórios e centros ju-
venis; paróquias, igrejas públicas…
Numa Congregação de 150 anos, os 75
anos da presença no Haiti testemu-
nham uma maturidade juvenil: maturi-
dade atestada pela missão realizada e
pela consistência das atividades levadas
a termo e confirmada pela sua juven-
tude, porque a média de idade dos sa-
lesianos que a compõem orça pelos 44
anos e é grande o dinamismo educa-
tivo-pastoral que os anima.
Os salesianos ofereceram ao povo hai-
tiano um enorme serviço nos campos
da formação profissional (desde 1936, o
ENAM formou operários qualificados
em mecânica, eletricidade, marcenaria,
corte e costura, hidráulica…; posterior-
mente foram abertas escolas profissio-
nais em Cap Haïtien, Gonaïves, Les
Cayes, Fort Liberté); na área da pastoral
juvenil (de modo particular em Thor-
land, mas, como atividade geral, em
todas as presenças); na área do ensino
108

12 Pages 111-120

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12.1 Page 111

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“Procurava ouvir Deus que estava a falar por meio do surdo murmúrio das milhares de
pessoas que se esforçam por viver sob as tendas entregues pelos organismos internacionais
ou feitas de trapos juntados de modo injuntivo e possível”
elementar e secundário (Pétion-Ville,
Cap Haïtien, Gressier, as Pequenas Es-
colas OPEPB, Fort Liberté); nos campos
da formação superior (Centro de filoso-
fia), da paróquia (Imaculada Conceição
de Cité Soleil), dos meninos de rua
(Lakay).
O Dr. Jean Price-Mars, conhecido es-
critor haitiano, iniciava uma de suas
obras afirmando que "na História Uni-
versal não se dá, quem sabe, nenhum
drama mais patético do que o de en-
frentar a população haitiana". A frase é
de 1953 e refere-se à interminável luta
dos descendentes dos escravos
negros para obterem a plena liber-
dade, mas parece ser escrita para refe-
rir-se à situação em que o país se
encontra hoje, depois da catástrofe
causada pelo terremoto de 12 de ja-
neiro de 2010.
O nosso Reitor-Mor, P. Pascual Chávez,
depois da sua histórica visita em feve-
reiro passado, a um mês da calami-
dade, escreveu uma carta explicando a
situação e o futuro das presenças sale-
sianas do Haiti. Nela, entre outras
coisas, afirma:
“Fiquei estarrecido perante a grandeza da devas-
tação e a paisagem apocalíptica de morte, sofrimento e
desespero. O Palácio Nacional, símbolo do brio e do
poder, praticamente ruído sobre si mesmo com as co-
lunas que saltaram pelo ar e, da mesma maneira, os
demais edifícios dos ministérios. Da Catedral só ficaram
em pé a fachada e as paredes laterais; o teto e as colunas
caíram por terra. Foi como se a cidade, naqueles 28 se-
gundos de duração da intensíssima vibração, tivesse per-
dido a cabeça e o coração. De fato, foi isso mesmo,
porque desde aquele momento há uma absoluta falta
de liderança, e a vida, imensamente mortificada, con-
tinua a caminhar mais por força da inércia e pela luta
pela sobrevivência do que por uma organização social
que a sustente e estimule.
Enquanto ouvia os testemunhos dos sobreviven-
tes, sobretudo daqueles que conseguiram escapar da
morte depois de horas ou dias em que ficaram bloquea-
dos entre pavimentos, telhados e muros, e à medida que
observava os edifícios e casas destruídos, procurava
ouvir a voz de Deus que, como o sangue de Abel, grita
com as vozes de milhares de mortos sepultados em valas
comuns ou ainda debaixo dos escombros. Procurava
ouvir Deus que estava a falar por meio do surdo mur-
múrio das milhares de pessoas que se esforçam por viver
sob as tendas entregues pelos organismos internacionais
ou feitas de trapos juntados de modo injuntivo e pos-
sível. Procurava abrir ouvidos e coração ao grito de
Deus que se fazia ouvir através da revolta e do senti-
mento de impotência daqueles que viam como tudo o
que tinham construído – muito ou pouco que fosse –
se havia esfumado na poeira, no nada. Mais: também
em nível eclesial, a morte do Arcebispo, do Vigário
Geral, do Chanceler, de 18 seminaristas e 46 religiosos
e religiosas, com a queda de casas, escolas e centros de
assistência – tudo significou uma bem dolorosa perda
de pastores imensamente necessários para esse povo.
Embora a situação de emergência possa durar –
pelo menos, mais dois meses, segundo o que afirmam
os que administram esta fase – chegou a hora de arre-
SALESIANOS 2011
109

12.2 Page 112

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ROMA GERAL
gaçar as mangas e começar a reconstruir o país; antes:
fazê-lo renascer das cinzas. Eis a grande oportunidade
oferecida a esta pobre nação, a antiga "Pérola das Anti-
lhas".
Da nossa parte, sentimos a necessidade de renovar
o nosso empenho pelo renascimento do país, refun-
dando ao mesmo tempo a Congregação com presenças
que correspondam às expectativas da Sociedade hai-
tiana, da Igreja, dos Jovens. Mais do que simplesmente
levantar paredes, trata-se de mudar de mentalidade. A
Igreja, e nela a vida consagrada, deve mudar, procu-
rando, cada vez mais, identidade, fidelidade ao Senhor
Jesus e ao seu Evangelho, integrando muito bem evan-
gelização, promoção humana e transformação da cul-
tura e da sociedade.
Teve também início um plano imediato, que con-
templa a reorganização da Visitadoria em todos os
níveis, compreendido o da refundação das obras, a re-
visão da proposta pastoral em geral e em determinados
ambientes, tendo sempre em mente particularmente as
necessidades da sociedade, da Igreja e dos jovens.
Vê-se como necessário, antes de tudo:
» tornar seguras todas as obras, algumas das quais já foram
saqueadas, reconstruindo os caídos muros de proteção;
» reconstruir todo o conjunto das OPEPB, as que estão
ao lado do ENAM e as situadas em Cité Soleil, o que
implica a elaboração de um plano de conjunto para
a Escola Lakay e um Centro Juvenil;
» transferir para outro lugar a ENAM, de tal modo que
se possa construir um Centro de Formação Profissional
à altura da demanda, mesmo virando a página da histó-
ria dessa obra: busque-se para tanto um lugar melhor;
» reconstruir o Centro dos Jovens, de orland, e a
quadra polivalente;
» reconstruir a Paróquia de Cité Soleil e o Centro Juvenil;
» reconstruir o dormitório e as salas de aula de Gressier;
» reconstruir parte da escola primária de Pétion-Ville;
» repensar toda a obra de Fleuriot, levando em conta
as necessidades da casa para os pós-noviços e do
Centro de Estudos;
» transferir a Casa Inspetorial, deixando a sede atual à
casa da comunidade de Cité Soleil;
» simplificar o conjunto de obras em Fort-Liberté, pri-
vilegiando o Centro de Formação Profissional, a
escola de formação de professores, que é estratégica e
absolutamente necessária para formar o novo tipo de
educadores de que o Haiti precisa, e a escola de en-
fermagem, a única que restou no país;
110

12.3 Page 113

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» discernir quanto ao futuro da Escola Agrícola "Fun-
dação Vincent", de Cap-Haïtien, situada numa pro-
priedade que não é nossa, e transferi-la para Tosiá ou
Gressier, onde há uma extensão bastante grande de
terreno de nossa propriedade. No momento, deve
continuar a funcionar com os diversos serviços edu-
cativos que oferece;
» decidir sobre Baudin (casa para o noviciado que, de fato,
só funcionou três anos): ou doá-la à Conferência Episco-
pal Haitiana para o seu centro de formação ou vendê-la.
Isto não quer dizer que se deva fazer tudo e tudo ao
mesmo tempo. Será preciso fazer uma hierarquização das
intervenções a serem realizadas. Deveremos contar com a
disponibilidade, já em ação, da Proteção Civil Italiana, que
expressou a intenção e satisfação de colaborar estreitamente
conosco, e com as ofertas que já chegaram às Procurado-
rias, de organismos internacionais, Inspetorias ou Casas,
Conferências Episcopais, Benfeitores.
Prioritário é, considerando o presente e o futuro, con-
tinuar a fazer funcionar, onde for possível, as escolas e os
centros juvenis, e também construir ou reconstruir o mais
depressa possível as obras que ficaram sem condições de
habitabilidade. A prioridade com o cuidado e a educação
dos jovens é absoluta,
tanto mais que o que
está em jogo é a cria-
ção de uma nova cul-
tura por meio de
uma nova educação,
capaz de construir o
novo Haiti.
No próximo
ano, a Visitadoria
"Beato Filipe Ri-
naldi" do Haiti celebrará o 75º aniversário de presença no
País. Para os irmãos haitianos será um autêntico jubileu, e
espero que então já possamos ver a refundação do carisma
como dom renovado de Deus aos jovens haitianos.
Enquanto agradeço à Congregação, às nossas Pro-
curadorias, aos organismos internacionais chegados a
nós e simpatizantes da obra salesiana, pela generosidade
e coragem com que responderam à minha carta ante-
rior, convido a continuar o nosso esforço de enfrentar
as ingentes necessidades desse país tão carente.
Confio a Maria SS. esta nova fase da história. Ela
nos guie para sabermos estar à altura do desafio. Ela
abençoe a todos nós".
Eis por que nós, filhos de Dom Bosco,
estamos aqui, também tocados física e
psicologicamente pelos efeitos do de-
vastador terremoto de janeiro passado.
Estamos cientes de que somos os
"novos missionários" salesianos do Haiti;
e, com o entusiasmo dos primeiros aqui
chegados em 1936, nos empenhamos
por fazer renascer a vida salesiana com
uma pastoral que corresponda aos de-
safios da sociedade e das necessidades
dos jovens.
2010 colocou todas as casas salesianas
do Haiti num novo ponto de partida.
Devemos voltar ao pátio, organizar os
oratórios, relançar o associacionismo,
fomentar os movimentos juvenis… Os
meninos e os jovens, muitos deles sem
casa e sem escola, cá estão a nos espe-
rar. Devemos pensar neles e repor-nos
a seu lado, tornando realidade a espiri-
tualidade do «da mihi animas, cetera
tolle».
Poderemos fazê-lo contando com a
graça de Deus, com a solidariedade de
toda a Congregação e de tantíssimas
outras pessoas. A nossa vida é já de per
si uma ação de graças
“Da nossa parte,
sentimos a necessidade de
renovar o nosso empenho pelo
renascimento do país,
refundando ao mesmo tempo a
Congregação com presenças
que correspondam às
expectativas da Sociedade
haitiana, da Igreja,
dos Jovens”
111

12.4 Page 114

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ROMA GERAL
Ou salesianos santos,
ou não salesianos…
Encontro dos Noviços da Europa
em Turim
Os Noviços de Monte Oliveto (Pinerolo)
A“ santidade do Pai foi a causa efetiva
da vocação de todos os seus
filhos”. Estas palavras do P. Paulo Álbera
podem muito bem fazer de fundo a
uma reflexão acerca do encontro – que
é também chamado – dos noviciados
europeus.
Dentro das iniciativas ligadas ao Projeto
Europa e às comemorações pelo 150°
de fundação da Congregação sale-
siana, o Dicastério para a Formação
projetou inserir um encontro de todos
os noviços da Europa: para ser uma
como ocasião profícua e estratégica
para permitir a eles fazer um primeiro
reconhecimento e iniciar assim a cons-
truir uma possível, futura, solidária e
jovem rede salesiana européia.
O encontro realizou-se de sexta a se-
gunda (21-24 de maio), no Noviciado
de Monte Oliveto, em Pinerolo, Provín-
cia de Turim. O mestre, P. Carlos Maria
Zanotti, o sócio, P. Ivan Ghidina, os
Irmãos e todos os Noviços acolheram
com júbilo a chegada de outras comu-
nidades de noviciado. Somaram ao
todo 50 noviços, provenientes de
Monte Oliveto, de ‘Genzano di Roma’,
de Madri, da Eslováquia, da Polônia.
Estiveram nesses dias os noviços em-
penhados em momentos de estudo
da figura histórica do Bv. Miguel Rua e
em horas de fraternidade e espirituali-
dade, enriquecidas pela visita aos luga-
res em que desabrochou o carisma
salesiano.
Os noviços, guiados por seus formado-
res, iniciaram por lembrar o aniversário
112

12.5 Page 115

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de fundação da Congregação Sale-
siana, relendo e comentando o episó-
dio de 18 de dezembro de 1859
reportado nas Memórias Biográficas;
apresentaram-se as caminhadas e pe-
culiaridades dos vários noviciados, evi-
denciando alguns traços específicos
das culturas e das tradições de cada
País; partilharam-se as próprias expe-
riências vocacionais – momento for-
mativo e espiritual central de todo o
encontro. A peregrinação ao santuário
de Nossa Sra. das Graças, em Pinerolo,
e o encontro com Dom De Bernardi,
Bispo diocesano, externou por fim a es-
treita união entre Salesianos e Igreja
local e universal.
A parte final do encontro decorreu em
Turim-Valdocco, por ocasião da Festa
de Nossa Sra. Auxiliadora, em cuja ce-
lebração os noviços tomaram parte
ativa, e da reunião de todos os Salesia-
nos Bispos do mundo.
Novinhos de Constituições, no espírito
tão belo e exigente da fraternidade, os
“A santidade do Pai foi a
causa efetiva da vocação de
todos os seus filhos”
noviços avaliaram mui positivamente
quer a preparação ao encontro, quer a
sua realização, tendo sido por todos
considerado potencialmente fecundo.
“Belo, interessante, o confronto com
outras culturas, com as diferentes ex-
periências espirituais e de fé; pena que
não houvesse mais tempo para apro-
fundar um conhecimento que espero
adquira espaço de crescimento no
futuro”– revela Tiago, como para suge-
rir outras ocasiões de encontro e inter-
câmbio.
Ivan completa: “Belo o confronto que
tem em vista manter uma ligação de
amizade no Cristo, profunda e dura-
doura. Embora não seja fácil inserir este
encontro no interior do itinerário pes-
soal formativo, é forte a tentação de
considerá-lo apenas um lindo parên-
tese. Mas nos mantemos unidos na
oração e na consciência de termos sido
amados por Deus e por ele chamados a
seguir Dom Bosco como educadores de
paraíso, corajosos e empreendedores”.
“Agradou-me especialmente – admite
Davi – ver como cada grupo possua a
sua marca, o seu estilo, a sua feição es-
pecial, e a queira passar adiante. Isso
testemunha a variedade e a originali-
dade do Espírito”.
Essas são apenas três das muitas im-
pressões deixadas: e simbolizam em
geral o bom êxito do encontro e o juízo
globalmente positivo por parte de
todos os noviços. Para além das dife-
renças, dos desafios e riquezas do hoje
e do amanhã, persiste, acreditamos, no
coração de todos, o grande desejo de
permanecer, com o estilo salesiano, no
coração de Cristo, e sobre Ele alicerçar
a própria vida religiosa. É um belo sinal
e uma grande esperança para uma
Congregação que deseja continuar o
seu caminho como sinal e portadora
do amor de Deus aos Jovens
SALESIANOS 2011
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ROMA GERAL
Comunidade da Missão de Dom Bosco, 28° grupo da Família Salesiana
Quatro verbos para uma ação educativa
Guido Pedroni cmb
Salesianos da Comunidade da
Missão de Dom Bosco! Isso mesmo!
Salesianos CMB! Depois de uma cami-
nhada de 15 anos e a partir de janeiro
de 2010, fomos reconhecidos como
28° grupo da Família Salesiana de Dom
Bosco. Que dizer?… Nós sempre nos
sentimos salesianos. E por diversos mo-
tivos. Mas ouvi-lo dizer oficialmente é
uma confirmação que nos enche o co-
ração de alegria e nos renova em nosso
ímpeto de apostolado. Trabalhar pelo
bem dos jovens como Dom Bosco é
uma vocação que nos empenha não
só nos momentos de tempo livre e de
serviço específico, num determinado
ambiente, mas nos empenha a vida.
Já em 1990 nos fora dito que éramos
chamados a traficar o dom de Dom
Bosco a serviço das Dioceses. Não exclu-
sivamente! Mas, por certo, esse o cami-
nho que parecia especialmente
indicado. De fato, foi São Carlos a pri-
meira Paróquia não salesiana da Diocese
de Bolonha, onde foi fundada a Comu-
nidade, que nos chamou para abrir o
oratório (1996). Fazia quase 100 anos
que ali haviam chegado os primeiros sa-
lesianos mandados pelo P. Miguel Rua.
Poderemos nós dizer que isto seja para
nós um sinal concreto de originalidade
no caminho do serviço aos jovens?
Assim pensamos. Essa peculiaridade
operativa é certamente sugestiva, mas
não deixa de ter as suas dificuldades.
Sobretudo porque é necessário
manter-se fiéis à própria identidade
num contexto em que com frequência
se pede seguir as indicações diocesa-
nas ou as linhas pastorais e pessoais
dos párocos. Há duas realidades dioce-
sanas que são muito expressivas neste
percurso de pastoral juvenil: a primeira
exatamente na Diocese de Bolonha
114

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(Itália); a segunda num distrito missio-
nário da Diocese de Fianarantsoa, na
ilha de Madagascar (África).
Em Vado, cidadezinha nos Apeninos bo-
lonheses, o pároco confiou à Comuni-
dade a pastoral juvenil e a animação do
oratório. Vive-se nesse caso um relacio-
namento de muita confiança e de
estima recíproca. Ali estão envolvidas
não só as crianças e os adolescentes mas
também algumas famílias, que logo per-
cebem o clima familiar que se vive.
A atividade possui o seu ponto funda-
mental nos percursos formativos diver-
sificados segundo a idade. O subsídio avante nas presenças, e que se resume, Padre sublinhou, várias vezes e com
CMB formativo geral preparado pela mesma
CMB ajuda não só para fazer uma ca-
minhada de fé pessoal mas também
para chegar a pôr-se a serviço dos mais
pequenos.
Está presente de modo particular o
grupo dos educadores e o grupo dos
para uma linha operativa da Comuni-
dade, em quatro verbos, que indica-
mos a seguir:
Crer, criar, suscitar e envolver
Crer que Cristo chega ao coração dos
adolescentes (também ao nosso); de-
força, a urgência educativa e a necessi-
dade de educar.
Parafraseando São Paulo, poder-se-ia
dizer que o “bom combate pelo Evan-
gelho” se torna hoje o “bom combate
pela educação”. E’ uma missão que se
deseja levar adiante com aquele espí-
jovens da Comunidade. Este ultimo é vemos crer num “humanismo sale- rito missionário que se identifica com
formado por aqueles educadores que siano”como o dizia Dom Bosco;
um valor específico da Comunidade da
estão fazendo uma caminhada forma-
Missão e que se chama Estado de
CMB tiva comunitária específica.
Já em Vohimasina, vilarejo nas monta-
nhas que circundam Fianarantsoa, o
cuidado do oratório, a catequese e a
animação dos diversos grupos juvenis
– tudo foi confiado à CMB local, que já
faz alguns anos leva avante um per-
curso formativo e eclesial das numero-
criar relacionamento, isto é: ocasiões de
diálogo, de confronto, de jogo, para…
suscitar a atenção dos jovens e…
envolver a sua responsabilidade.
Chegar, chegar, chegar antes! Porque
parece que existe hoje um sistema para
Missão.
Toda a nossa ação educativa está em
Estado de Missão. Não importa que isto
se faça na Itália, em Madagascar ou na
Argentina. O importante é estar pre-
sentes no território com uma cons-
tante atenção aos jovens, querendo
“provocá-los”, chamar-lhes a atenção,
síssimas crianças e adolescentes se chegar antes ao coração do jovem, conscientizá-los, acreditando que
presentes na região. Também ali existe mas não com o bem e sim com o mal! também hoje Deus pode chegar até
um grupo de jovens da Comunidade, Parece que o sistema preventivo seja aos seus corações mediante o nosso
CMB formado por uma dezena e mais de
mocinhas que se preparam para entrar
na Comunidade e para se porem esta-
velmente ao cuidado das crianças.
Dessas duas experiências de vida e de
vida oratoriana (mas não só delas), co-
lhemos uma forte indicação: descobri-
utilizado por outros, tornando o cora-
ção dos jovens – inclusive das suas pró-
prias famílias – presa de outros
interesses, de outros pensamentos, de
outras sugestões.
A preocupação geral, e também mui
genérica, é com os jovens que perde-
testemunho.
Este é um ponto essencial: Ele pode
chegar ao seu coração se formos capa-
zes de dar um testemunho fidedigno,
isto é: com espírito de acolhimento, de
atenção, de partilha, que leve a viver a
relação entre jovens e educadores na
mos que o Sistema Preventivo de Dom ram os parâmetros fundamentais. A CEI familiaridade afetiva e efetiva.
Bosco pode ser vivido hoje com uma – Conferência Episcopal Italiana –
originalidade típica, que se potencia da lançou a emergência educativa para os Penso que seja isto o que se nos pede
mesma atividade que se quer levar próximos 10 anos. O mesmo Santo dentro de nossa vocação específica
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ROMA GERAL
Dom Malayappan Chinnappa
Arcebispo de Madras (Índia)
Caríssimos Irmãos,
Écom o coração repleto de gratidão que
desejo dar graças a Deus pelos mui in-
tensos dias passados em Turim com os Sa-
lesianos Cardeais, Arcebispos e Bispos, com
o Reitor-Mor e o Conselho Geral. Fomos
convocados justamente pelo Reitor-Mor
para celebrar os 150 anos de fundação da
nossa Congregação e recordar o centenário
da morte do Padre Rua e, ao mesmo
tempo, os 125 anos de eleição e ordenação
do primeiro Salesiano Bispo, Cardeal João
Cagliero.
Foram dias em que nos sentimos em casa,
vivendo um grande espírito de família,
num clima de sincera cordialidade e ver-
dadeiro envolvimento por parte de todos.
Na Casa Mãe de Valdocco percebemos a
presença de Dom Bosco, como também
nos Becchi em Castelnuovo. Além de
quanto compartilhamos juntos e das ex-
periências vividas, os mesmos lugares sa-
lesianos inspiravam toda uma atmosfera
particular que nos transportava à nossa
comum vocação salesiana. Ali compreen-
demos melhor o que significa repartir de
Dom Bosco, na iminência da celebração
do Bicentenário do seu nascimento, em
2015.
Para mim, foi um como segundo novi-
ciado, um banho de salesianidade, uma
profunda renovação espiritual. Todos vive-
ram realmente uma intensa experiência es-
piritual, cujo fruto imediato era uma alegria
espontânea e contagiosa. Não temos, em
nossas Dioceses, a possibilidade de viver
em contato com as fontes do nosso ca-
risma; ali pudemos, então, renovar as
opções da nossa vocação, que permane-
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Carisma salesiano e
ministério episcopal
Reunião de Bispos Salesianos em Turim
O Reitor-Mor, P. Pascual Chávez, con-
vidou os 120 Bispos salesianos de
todo o mundo para um encontro geral,
de 21 a 25 de maio de 2010, em Turim.
Seu tema-lema foi: “Carisma Salesiano e
Ministério Episcopal. Desafios e cami-
nhos de fé para uma nova evangelização
dos jovens de hoje, nos 125 Anos de
Ordenação Episcopal de Dom João
Cagliero”.
Em sua fala de abertura disse o P. Pascual:
“Caríssimos Irmãos Bispos! Sinto-me real-
mente muito feliz por dar-vos as mais
cordiais boas-vindas, agradecer-vos pela
resposta positiva ao convite do encontro
e manifestar-vos a minha enorme felici-
dade pela vossa presença. Esta é sempre
a vossa casa – o nosso lar –, porque de
algum modo todos nós, Salesianos, nas-
cemos aqui, em Valdocco”.
Foram cinco dias de convivência fra-
terna, de oração serena, de reflexão pro-
funda, celebrados à luz das Solenidades
de Pentecostes e de Nossa Senhora Au-
xiliadora. A cidade de Turim, Valdocco e
o Cole Dom Bosco foram testemunhas
desse evento eclesial-salesiano, parti-
lhado outrossim pelo Conselho Geral da
Congregação. Um sem número os tes-
temunhos e cartas de agradecimento
chegados ao Reitor-Mor da parte de
Cardeais, Arcebispos e Bispos salesianos
participantes. Um deles parece sintetizar
o pensamento geral:
cem sempre presentes em nós e que
em ocasiões extraordinárias, como
esta, se podem reavivar.
Também a visita à Santa Síndone enri-
queceu esses nossos dias: na Eucaris-
tia, os noviços de toda a Europa
ajudaram-nos a rezar. O precioso Su-
dário remete à Paixão de um Homem
muito semelhante àquele da descri-
ção feita pelos Evangelhos. O Reitor-
Mor, P. Pascual Chávez, e o Arcebispo
de Turim, Cardeal Poletto, ilustraram-
nos acerca do sentido dessa visita que
remete à paixão de Cristo e à paixão
do homem: "Passio Christi, passio Ho-
minis". Contemplando o Homem da
Síndone somos convidados a cuidar –
em nosso ministério – de todos os que
sofrem.
A solenidade de Pentecostes e de
Maria Auxiliadora fizeram-nos viver em
Valdocco num como Cenáculo. A pro-
cissão de Maria Auxiliadora foi muito
participada e, ao mesmo tempo, vivida
com recolhimento e espírito de oração.
Em pouco tempo, vivemos tantas ex-
periências! Somos por isso agradecidos
a Deus e ao Reitor-Mor. Foram dias
inesquecíveis.
Já pelo fim do mês de maio, a Virgem
Maria nos acompanhe, para que pos-
samos em retornando às nossas dioce-
ses produzir frutos abundantíssimos:
muita foi a semente lançada às nossas
almas. Acompanhe Ela com a sua inter-
cessão a nossa Congregação, a Família
Salesiana, o Reitor-Mor, o seu Conselho.
E todos os irmãos salesianos
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ROMA GERAL
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SALESIANOS 2011
Ser evangelizados
não basta…
De evangelizados
a protagonistas da evangelização
141ª Expedição Missionária, Valdocco, Turim
P. Stanislaw Rafalko sdb
Avocação cristã é, por natureza e
em todas as suas dimensões, uma
vocação missionária. São sobretudo o
cristão leigo, o religioso, o sacerdote ou
o bispo, que vivem o carisma de Dom
Bosco a sentirem como ele essa urgên-
cia da evangelização.
Ao preparar a 141ª expedição missio-
nária, o P. Václav Klement, Conselheiro
geral para as Missões salesianas, escre-
via aos Padres Inspetores salesianos:
Para Dom Bosco ser cristão significa
sentir-se mandato por Deus a procla-
mar o Evangelho. Não há nada de mais
satisfatório e feliz que expender a pró-
pria vida doando-se como missionário
«ad gentes – ad extra – ad vitam», com
toda a radicalidade do «da mihi animas,
cetera tolle».
Foi nesta perspectiva que, ao longo dos
150 anos da Congregação salesiana,
partiram de Valdocco mais de 11.000
missionários. Como todos os anos,
também agora, no último domingo de
setembro, o IX Sucessor de Dom Bosco,
P. Pascual Chávez, entregando o cruci-

13 Pages 121-130

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13.1 Page 121

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fixo missionário, mandou novos
O testemunho dos missionários
panha, quer-se dar um grande
grupos de Salesianos, Filhas de – salesianos e leigos – pode ser de estímulo a impulso ao voluntariado missio-
Maria Auxiliadora e Voluntários
leigos a levar Jesus Cristo a todos
que muitos outros jovens façam o seu
nário salesiano em todas as Ins-
petorias. Durante o curso de
os Continentes. A contar da pri- discernimento vocacional e missionário, preparação à expedição, feita
meira, feita por Dom Bosco em
segundo o convite de Jesus:
em setembro em Roma, na Casa
1875, essa foi a expedição missio-
«Vinde e vereis»
Geral, atestou um jovem missio-
nária de número 141.
nário: «Ao fazer-me salesiano,
luntários leigos, cuja presença e descobri a alegria de ser discípulo de
A missionariedade é especialmente número cresce de ano para ano na his- Jesus Cristo. Fez-me Deus compreender
viva hoje, porque o mundo voltou a ser tória das expedições missionárias.
que não posso conservar só para mim
“terra de missão” – escrevia o P. Pascual
esta experiência, mas que a devo parti-
Chávez na Estréia para 2010. De fato, a O desejo do Reitor-Mor, expresso na Es- lhar com outros jovens, muitas vezes
tradicional distinção entre países de tréia para 2010, de que os jovens também eles desorientados como eu
missão e países cristãos já não rege passem de discípulos a evangelizadores mesmo o fui um dia. Serei um missio-
porque também a Europa é, cada vez de jovens, torna-se cada vez mais reali- nário da Ásia na Europa». Uma voluntá-
mais, terra de missão. Neste contexto, dade. Todos os anos, de fato, centenas ria da Polônia, ao invés, disse, ao voltar
é significativo o fato que , entre 38 sa- de jovens voluntários partem de diver- de um ano de serviço entre meninos de
lesianos que receberam o crucifixo sas nações a outros continentes para rua, no Peru: «É uma coisa excepcional
missionário, 12 venham do Vietnã e em serem evangelizadores dos seus pró- partilhar com outros o amor de Jesus
grande parte sejam jovens salesianos prios coetâneos. Tal dinamismo juvenil, Cristo e a própria pequenina fé».
em fase de formação inicial. Além disso, expresso no voluntariado missionário,
onze desses novos missionários foram será, de modo particular, o tema do Dia O testemunho dos missionários – sa-
enviados a diversos países europeus no Missionário Salesiano em 2011: Volun- lesianos e leigos – pode ser de estímulo
contexto do “Projeto Europa”, que, tários para proclamar o Evangelho. a que muitos outros jovens façam o
embora não seja fácil, começa a dar os Neste ano do 125º aniversário do seu discernimento vocacional e missio-
primeiros frutos. O terceiro fato signifi- quinto – e último – sonho missionário nário, segundo o convite de Jesus:
cativo da expedição é o envio de vo- tido por Dom Bosco em Barcelona, Es- «Vinde e vereis»
SALESIANOS 2011
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13.2 Page 122

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Agradecimentos
Redação:
P. Filiberto González Plasencia,
Conselheiro para a Comunicação Social
Membros do Dicastério da Comunicação Social
Tradutores:
P. Francesc Balauder sdb
P. Wilfried Mushagalusa sdb
P. Luciano Coldebella sdb
P. Hilário Passero sdb
P. José Antenor Velho sdb
P. Julian Fox sdb
Gian Francesco Romano
Sra. Oralia Alejos
Colaboração especial:
P. Guillermo Basañes,
Conselheiro Regional para África-Madagascar
P. Natale Vitali,
Conselheiro Regional para América Cone Sul
P. Andrew Wong,
Conselheiro Regional para Ásia Leste-Oceânia
P. Maria Arokiam Kanaga,
Conselheiro Regional para Ásia Sul
P. Štefan Turanský e P. Marek Chrzan,
Conselheiro Regional para Europa Norte
P. José Miguel Núñez Moreno,
Conselheiro Regional para Europa Oeste
P. Esteban Antonio Ortiz,
Conselheiro Regional para Interamérica
P. Pier Fausto Frisoli,
Conselheiro Regional para Itália-Oriente Médio
P. Klement Václav,
Conselheiro para as Missões
Procuradoria das Missões Salesianas
Impressão:
Editora Dom Bosco
Bratislava, Eslováquia
Editrice S.D.B.:
Direzione Generale Opere Don Bosco,
Via della Pisana 1111, Casella Postale 18333,
00163 Roma-Bravetta, Italia
Informação:
redazionerivistesdb@sdb.org
www.sdb.org
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13.4 Page 124

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