Primeira Parte |
A formação dos
Salesianos de Dom Bosco
PRINCÍPIOS E NORMAS
Ratio
Fundamentalis
Institutionis et Studiorum
Terceira Edição
Roma 2000
Sumário
Abreviações e siglas 15
Decreto de promulgação 17
PRIMEIRA PARTE
A FORMAÇÃO SALESIANA EM GERAL
Capítulo primeiro: A formação salesiana
nas circunstâncias atuais. A Ratio 21
1.1 Vocação e formação: um dom para acolher e cultivar 21
1.2 Olhando para Dom Bosco, fundador e formador,
e para a realidade da congregação 22
1.3 Pontos de referência para a formação hoje 25
1.3.1 Atenção ao contexto: estímulos e desafios 25
1.3.2 A experiência e as orientações da Igreja 28
1.3.3 A experiência e as orientações da Congregação 30
1.4 A Ratio: fim, conteúdos e destinatários 32
1.4.1 O fim da Ratio 32
1.4.2 A estrutura e o conteúdo da Ratio 33
1.4.3 Os destinatários da Ratio 34
Orientações e normas para a práxis 36
Capítulo segundo: Identidade da vocação salesiana:
princípio e fim da formação 38
2.1 Identidade vocacional salesiana 38
2.1.1 Um projeto de consagração apostólica 39
2.1.1.1Educador pastor dos jovens animado pela caridade pastoral 41
2.1.1.2 Membro responsável de uma comunidade 43
2.1.1.3Testemunha da radicalidade evangélica 44
2.1.1.4 Animador de comunhão no espírito
e na missão de Dom Bosco 45
2.1.1.5Inserido na Igreja, aberto à história
e em diálogo com a realidade 46
2.1.2 As diversas formas da identidade vocacional 47
2.1.2.1O salesiano presbítero 47
2.1.2.2 O salesiano coadjutor 48
2.2 A formação ao serviço da identidade salesiana 49
2.2.1 A formação é determinada pela identidade salesiana 49
2.2.2 A formação cultiva a forma permanente da identidade 50
2.2.3 A formação põe a identidade em relacionamento
com
o contexto cultural 51
2.2.4
A formação promove o crescimento na identidade
segundo
os dons pessoais 51
2.2.5
A formação ajuda a viver a identidade
numa comunhão de vocações 52
Orientações e normas para a práxis 53
Capítulo terceiro: As dimensões da formação:
Valores e atitudes 56
3.1 A dimensão humana 58
3.1.1 Saúde e capacidade de trabalho 59
3.1.2 Equilíbrio psíquico 60
3.1.3 Maturidade afetiva e sexual 61
3.1.4 Capacidade de relacionamento 64
3.1.5 Liberdade responsável 65
3.1.6 Abertura à realidade 66
Orientações e normas para a práxis 68
3.2 A dimensão espiritual 69
3.2.1 Primado de Deus e do seu projeto de salvação 71
3.2.2 Sentido de Igreja 73
3.2.3 Presença de Maria Imaculada Auxiliadora 74
3.2.4 Os jovens, lugar do encontro com Deus 76
3.2.5 Experiência de Deus na vida comunitária 78
3.2.6 No seguimento de Cristo obediente, pobre e casto 80
3.2.6.1 Seguir a Cristo obediente 80
3.2.6.2 Seguir a Cristo pobre 82
3.2.6.3Seguir a Cristo casto 84
3.2.7 Em diálogo com o Senhor 85
Orientações e normas para a práxis 90
3.3A dimensão intelectual 96
3.3.1 Motivos e urgência 96
3.3.2 Natureza da formação intelectual 98
3.3.3 Escolhas que qualificam a formação intelectual do salesiano 99
3.3.3.1Caracterização salesiana 99
3.3.3.2Interação de teoria e práxis,
e sintonia com a conjuntura histórica 100
3.3.3.3Estruturação orgânica e unitária 100
3.3.3.4 Continuidade 101
3.3.3.5Inculturação
101
3.3.4 Áreas culturais 103
3.3.4.1 Uma sólida cultura de base 103
3.3.4.2 O aprofundamento da fé por meio da teologia 104
3.3.4.3 Uma coerente visão da pessoa, do mundo
e de Deus por meio da filosofia 105
3.3.4.4 As ciências humanas e da educação 105
3.3.4.5A "salesianidade" 106
3.3.5 Especialização e profissionalidade 107
3.3.6 Centros de estudo para a formação 108
3.3.7 Algumas indicações para promover a formação intelectual 110
Orientações e normas para a práxis 111
3.4 A dimensão educativo-pastoral 123
3.4.1 Formar para o Sistema Preventivo,
encarnação da missão salesiana 124
3.4.2 Formar para a Pastoral da Juventude Salesiana,
realização do Sistema Preventivo 126
3.4.3 Os valores e as atitudes próprios
da dimensão educativo-pastoral 127
3.4.3.1A predileção e presença entre os jovens,
sobretudo os mais pobres 127
3.4.3.2 A integração entre educação e evangelização 127
3.4.3.3 O sentido comunitário da Pastoral Salesiana 128
3.4.3.4 O estilo de animação 129
3.4.3.5 A perspectiva de uma pastoral orgânica
e a mentalidade de projeto 129
3.4.4 Algumas linhas de formação educativo-pastoral 130
3.4.4.1A qualificação educativo-pastoral 130
3.4.4.1.1 A escuta de Deus nas necessidades dos jovens 130
3.4.4.1.2 Atenção ao mundo da educação 130
3.4.4.1.3 A reflexão teológico pastoral e as orientações da Igreja 131
3.4.4.1.4 A assunção das orientações pastorais salesianas 131
3.4.4.1.5 A formação na experiência cotidiana da missão 131
3.4.4.2 As atividades pastorais durante a formação inicial 132
Orientações e normas para a práxis 134
Capítulo quarto: Linhas de metodologia formativa 136
4.1 Atingir a pessoa em profundidade 137
4.2 Animar uma experiência formativa unitária
segundo um projeto orgânico 139
4.3 Assegurar o ambiente formativo
e o envolvimento de todos os co-responsáveis 141
4.3.1 A pessoa do salesiano 142
4.3.2 A comunidade, ambiente da formação 144
4.3.2.1 A comunidade local 144
4.3.2.2 A comunidade formadora 146
4.3.2.3 Centro de estudos 148
4.3.2.4 A comunidade inspetorial 149
4.3.2.5 A comunidade mundial 150
4.3.3 Os co-responsáveis da formação 151
4.3.3.1Co-responsáveis em nível local 152
4.3.3.1.1O diretor 152
4.3.3.1.2 A equipe dos formadores 154
4.3.3.1.3 Os professores e os especialistas 157
4.3.3.1.4 A contribuição dos leigos 158
4.3.3.2 Co-responsáveis em nível inspetorial 160
4.3.3.2.1 O Inspetor com seu Conselho 160
4.3.3.2.2 O Delegado e a Comissão inspetorial para a formação 162
4.3.3.3 Coligação e colaboração em nível interinspetorial 164
4.3.3.4 Co-responsabilidade em nível mundial 166
4.4 Dar qualidade formativa à experiência cotidiana 167
4.4.1 A presença entre os jovens 167
4.4.2 O trabalho conjunto 168
4.4.3 A comunicação 169
4.4.4 O relacionamento interpessoal 169
4.4.5 O contexto sócio-cultural 170
4.5 Qualificar o acompanhamento formativo 171
4.5.1 O acompanhamento comunitário 172
4.5.2 O acompanhamento pessoal 173
4.6 Dar atenção ao discernimento 178
4.6.1 O discernimento, dimensão permanente
da experiência salesiana 178
4.6.2 O discernimento durante a formação inicia 179
4.6.3 O discernimento em algumas circunstâncias particulares 183
Orientações e normas para a práxis 184
SEGUNDA PARTE
O ITINERÁRIO FORMATIVO SALESIANO
Capítulo quinto: O processo formativo salesiano 195
5.1 "Um processo formativo que dura toda a vida" 195
5.2 Características do processo formativo 198
5.2.1 Processo personalizado 198
5.2.2 Processo comunitário 199
5.2.3 Processo unitário e diversificado 199
5.2.4 Processo contínuo e gradual 200
5.2.5 Processo inculturado 200
Orientações e normas para a práxis 201
Capítulo sexto: O pré-noviciado 205
6.1 Natureza e finalidade 205
6.2 A experiência formativa 206
6.2.1 A dimensão humana 207
6.2.1.1As condições físicas e de saúde 207
6.2.1.2 Conhecer-se e fazer-se conhecer 207
6.2.1.3 Uma afetividade serena 208
6.2.1.4 A capacidade de relacionamento 208
6.2.1.5 O sentido de responsabilidade 209
6.2.1.6 A retidão de consciência e a abertura à realidade 209
6.2.2 A dimensão espiritual 210
6.2.3 A dimensão intelectual 211
6.2.4 A dimensão educativo-pastoral 212
6.3 Algumas condições formativas 212
6.3.1 Uma experiência comunitária 212
6.3.2 Os formadores: um orientador 212
6.4 O discernimento e a admissão ao noviciado 213
Orientações e normas para a práxis 214
Capítulo sétimo: O noviciado 218
7.1 Natureza e finalidade 218
7.2 A experiência formativa 219
7.2.1 A dimensão humana 219
7.2.2 A dimensão espiritual 219
7.2.2.1 A configuração a Cristo na perspectiva do Da mihi animas 219
7.2.2.2 A assimilação do carisma salesiano
e a identificação com o Fundador 220
7.2.2.3 A experiência de vida fraterna 221
7.2.2.4 Iniciação à oração que abraça toda a vida 221
7.2.3 A dimensão intelectual 222
7.2.4 A dimensão educativo pastoral 223
7.3 Algumas condições formativas 224
7.3.1 A comunidade e o ambiente 224
7.3.2 O mestre dos noviços e os formadores 225
7.4 Discernimento e admissão à primeira profissão 226
7.4.1 Tempo de discernimento 226
7.4.2 A profissão temporária 227
Orientações e normas para a práxis 227
Capítulo oitavo: O pós-noviciado 234
8.1 Natureza e finalidade 234
8.2 A experiência formativa 235
8.2.1 A dimensão humana 235
8.2.2 A dimensão espiritual 236
8.2.3 A dimensão intelectual 237
8.2.3.1Os estudos 237
8.2.3.1.1As ciências filosóficas 238
8.2.3.1.2 As ciências humanas e da educação 238
8.2.3.1.3 O mistério cristão e a educação da fé 238
8.2.3.1.4Os estudos salesianos 239
8.2.3.2Outros estudos 239
8.2.3 O currículo dos salesianos coadjutores 240
8.2.4 A dimensão educativo-pastoral 241
8.3 Algumas condições formativas 242
8.3.1 O ambiente242
8.3.1.1 Comunidade formadora 242
8.3.1.2 A coligação com outras comunidades 244
8.3.2 Os formadores 244
8.3.3 A colaboração interinspetorial 245
Orientações e normas para a práxis 246
Capítulo nono: O tirocínio 248
9.1 Natureza e escopo 248
9.2 A experiência formativa 249
9.2.1 A dimensão humana 249
9.2.2 A dimensão espiritual 249
9.2.3 A dimensão intelectual 250
9.2.4 A dimensão educativo-pastoral 251
9.3 Algumas condições formativas 252
9.3.1 A comunidade 252
9.3.2 A guia formativa e o empenho pessoal do tirocinante 253
9.3.3 O Inspetor 254
Orientações e normas para a práxis 255
Capítulo décimo: A formação específica 257
A formação específica do salesiano coadjutor
10.1 Natureza e escopo 257
10.2 A experiência formativa 258
10.2.1 A dimensão humana 259
10.2.2 A dimensão espiritual 259
10.2.3 A dimensão intelectual 260
10.2.3.1 O estudo da teologia 260
10.2.3.2 Os estudos salesianos 260
10.2.3.3 A educação no campo social 261
10.2.3.4 A preparação profissional 261
10.2.4 A dimensão educativo-pastoral 261
10.3 Algumas condições formativas 262
A formação específica do salesiano presbítero
10.4 Natureza e escopo 263
10.5 A experiência formativa 264
10.5.1 A dimensão humana 265
10.5.2 A dimensão espiritual 266
10.5.3 A dimensão intelectual 268
10.5.3.1 O estudo da teologia 269
10.5.3.2 Perspectiva salesiana e disciplinas salesianas 270
10.5.4 A dimensão educativo-pastoral 271
10.5.4.1 Aspectos que se devem cultivar 271
10.5.4.2 O exercício dos ministérios e do diaconato 272
10.5.4.2.1 O leitorado e o acolitado 272
10.5.4.2.2 O diaconato 273
10.6 Algumas condições formativas 274
Orientações e normas para a práxis 276
Capítulo onze:
A preparação para a profissão perpétua 283
11.1 Natureza e finalidade 283
11.2 A experiência formativa 286
11.3 Algumas condições formativas 286
Orientações e normas para a práxis 287
Capítulo doze: A formação permanente 290
12.1 Natureza e finalidade 291
12.2 A experiência formativa 292
12.2.1 A dimensão humana 293
12.2.2 A dimensão espiritual 294
12.2.3 A dimensão intelectual 294
12.2.4 A dimensão educativo-pastoral 295
12.3 A atenção a algumas situações de vida 296
12.3.1 As fases da vida 297
12.3.1.1 Os primeiros anos de plena inserção
no trabalho educativo e pastoral 297
12.3.1.2 Os anos da plena maturidade 298
12.3.1.3 A idade avançada 300
12.3.2 Algumas circunstâncias particulares 301
12.4 A animação da formação permanente 302
12.4.1 Em nível pessoal 302
12.4.2 Em nível local 304
12.4.3 Em nível inspetorial 306
12.4.4 Em nível interinspetorial 310
Orientações e normas para a práxis 311
ANEXOS
Anexo n. 1: O Diretório inspetorial - seção formação 317
1Natureza do Diretório 317
2Conteúdo do Diretório 318
2.1No que diz respeito ao processo formativo
2.2Pelo que diz respeito às fases formativas em particular 321
3Avaliação do Diretório inspetorial - seção formação 322
Anexo n. 2: O Projeto inspetorial da formação 324
1Planejamento da formação 324
2O Diretório e o Projeto 324
3O Projeto inspetorial de formação 325
3.1Natureza e escopo 325
3.2Elaboração, estrutura e conteúdos 326
4Projeto da comunidade formadora local 328
5Projeto, comunidade e equipe de formação 329
Anexo n. 3: Linhas orientadoras
para a organização dos estudos 330
1Notas introdutórias 330
2A organização 332
2.1O pré-noviciado 332
2.1.1Orientações para as disciplinas salesianas 332
2.1.2A área do mistério cristão 333
2.1.3Alguns aspectos culturais 333
2.2O noviciado 333
2.2.1Orientações para as disciplinas salesianas 334
2.2.2A área do mistério cristão 334
2.2.3As ciências do homem e da educação. 335
2.3O pós-noviciado 335
2.3.1Orientações sobre as disciplinas salesianas 335
2.3.2Ciências filosóficas, ciências do homem e da educação 336
2.3.3A área do mistério cristão 339
2.4A formação específica do salesiano coadjutor 340
2.4.1Orientações para disciplinas salesianas 340
2.4.2A área do mistério cristão 341
2.4.3Outros âmbitos 341
2.5A formação específica do salesiano presbítero 341
2.5.1Orientações para as disciplinas salesianas 342
2.5.2A área das disciplinas teológicas 343
Anexo n. 4: Documentos eclesiais e salesianos
sobre a formação 346
Índice analítico 353
Abreviações e siglas
ACGAtos do Conselho Geral
ACSAtos do Conselho/Capítulo Superior
CConstituições
cân.Cânon do Código de Direito Canônico
CECCongregação para a educação católica
Cf. cf.Confira, confronte, compare
CGCapítulo Geral
CGECapítulo Geral Especial
CICCodex Iuris Canonici
CIVCSVA Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica
GRISCongregação para os Religiosos e os Institutos Seculares
DSMO Diretor Salesiano. Um ministério para a animação e o
governo da comunidade local, Roma 1986
Ib.Ibidem
ISML'Ispettore Salesiano. Un ministero per l'animazione e il go‑
verno della comunità ispettoriale, Roma 1987
MBMemorie Biografiche di S. Giovanni Bosco
MuRMutuae Relationes. Critérios e diretrizes sobre as relações
entre os Bispos e os Religiosos na Igreja, Congregações para os Bispos e Congregação para os Religiosos e os Institutos Seculares, 1978
OTOptatam Totius — Vaticano II
PCPerfectae Caritatis — Vaticano II
PDVPastores Dabo Vobis. Exortação Apostólica Pós-sinodal,
João Paulo II, 1992
PIPotissimum
Institutioni. Orientações
sobre a formação nos
Institutos Religiosos, Congregação para
os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica,
1990
POPresbyterorum Ordinis — Vaticano II
RRegulamentos gerais
RFISRatio Fundamentalis Institutionis Sacerdotalis, Congrega‑
zione per l'educazione cattolica, 1985
SaCSacerdotalis Coelibatus, Carta Encíclica, Paulo VI, 1967
SCSacrosanctum Concilium — Vaticano II
VCVita Consecrata. Exortação Apostólica Pós-sinodal, João
Paulo II, 1996
Decreto de promulgação
Somos chamados a ser discípulos do Senhor Jesus, testemunhas do Reino e missionários dos jovens, vivendo a experiência carismática que o Espírito Santo suscitou na Igreja por meio de Dom Bosco.
A formação à vida religiosa apostólica salesiana encontra no documento normativo "A formação dos Salesianos de Dom Bosco. Princípios e normas" e em "Critérios e normas de discernimento vocacional salesiano. As admissões", que o complementam, uma linha diretiva segura. A Ratio, na verdade, "expõe e desenvolve de maneira orgânica e didática o conjunto dos princípios e normas da formação que se encontram nas Constituições, nos Regulamentos e em outros documentos da Igreja e da Congregação" (R 87).
O CG24 pediu uma revisão e atualização da Ratio promulgada em 1985 (cf CG24 147). Ao fazer tal pedido, o Capítulo tomou em consideração: as orientações da Igreja sobre a vida consagrada e o ministério sacerdotal emanadas depois da publicação da èdição anterior, especialmente as exortações apostólicas Vita Consecrata e Pastores Dabo Vobis; os desafios da evangelização e da inculturação, de tanta incidência para uma vocação que se desenvolve em nível mundial e contextos diferentes; os novos acentos da experiência vocacional salesiana sublinhados pelos recentes Capítulos Gerais; a necessidade de dar uma resposta adequada às atuais exigências e aos problemas da formação. Reconheceram ao mesmo tempo os capitulares a validade substancial da configuração, dos critérios e das diretrizes da Ratio 1985 e sublinharam a necessidade de maior coerência operativa ao traduzir a Ratio em práxis formativa concreta.
Ao fazer a revisão, assumiu-se fielmente o empenho operativo estabelecido pelo CG24 e deu-se a devida atenção aos destaques e sugestões provenientes tanto das Inspetorias solicitadas a fazê-lo quanto dos expertos especificamente consultados.
Obtida, portanto, a aprovação do Conselho geral segundo o espírito do artigo 132 § 4 das nossas Constituições, com a autoridade que me é própria, promulgo por meio do presente Decreto, nesta data de 8 de dezembro de 2000, solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, "A FORMAÇÃO DOS SALESIANOS DE DOM BOSCO. PRINCÍPIOS E NORMAS", "Ratio Fundamentalis Institutionis et Studiorum", terceira edição, que deverá ser fielmente observada em toda a Congregação salesiana. Ela entrará em vigor segundo as normas do direito universal. Este mesmo ato de promulgação se estende ao texto de "CRITÉRIOS E NORMAS DE DISCERNIMENTO VOCACIONAL SALESIANO. AS ADMISSÕES", reposto em consonância com a Ratio.
A Ratio que ora lhes entrego é a expressão do ardente desvelo da Congregação pelo dom recebido e pela vocação de cada um dos seus membros; constitui para cada salesiano um convite a responder cotidianamente ao apelo de Deus "com o empenho de uma formação adequada e contínua" (C 96); ela urge a responsabilidade carismática de cada Inspetoria chamada a acompanhar e a sustentar a vocação de cada irmão nas diferentes situações e quadras da vida, e a sustentar a experiência salesiana das comunidades locais.
Confio a Maria Imaculada Auxiliadora este Documento fundamental para que a "Mestra de Dom Bosco" seja a inspiradora, o amparo e a guia da nossa formação, e nos ajude a percorrer, com alegria e renovada fidelidade à consagração apostólica pelos jovens, "o caminho da nossa santificação" (C 2) e da nossa realização em Cristo (cf. C 22).
Roma, 8 de dezembro de 2000.
P. Edmundo Vecchi
Reitor-Mor
A FORMAÇÃO SALESIANA
1 EM GERAL |
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Nossa vida de discípulos do Senhor é uma graça do Pai que nos consagra com o dom do seu Espírito e nos envia para sermos apóstolos dos jovens.
Com a profissão religiosa oferecemo-nos a nós mesmos a Deus para caminhar no seguimento de Cristo e trabalhar com Ele na construção do Reino. Missão apostólica, comunidade fraterna e prática dos conselhos evangélicos são os elementos inseparáveis da nossa consagração, vividos num único movimento de caridade para com Deus e para com os irmãos.
A missão dá a toda a nossa existência o seu tom concreto, especifica a tarefa que temos na Igreja e determina o lugar que ocupamos entre as famílias religiosas.
(Constituições 3)
A FORMAÇÃO SALESIANA
NAS CIRCUNSTÂNCIAS ATUAIS. A RATIO
1.1 VOCAÇÃO E FORMAÇÃO: UM DOM PARA ACOLHER E CULTIVAR
1. A vocação salesiana é um dom de Deus radicado no Batismo. É o chamado para tornar-se, como Dom Bosco, discípulos de Cristo e formar comunidades que testemunham aos jovens o seu amor de Bom Pastor. “Respondemos a esse chamado com o empenho de uma formação adequada e contínua, para a qual o Senhor dá cada dia a sua graça”.1 Respondendo fielmente à vocação, cada salesiano encontra o caminho de sua plena realização em Cristo e de sua santificação.2
“Jesus chamou pessoalmente seus Apóstolos para que ficassem com Ele e para enviá-los a proclamar o Evangelho. Preparou-os com amor paciente e deu-lhes o Espírito Santo para que os guiasse à plenitude da verdade. Também a nós Ele chama para vivermos na Igreja o projeto de nosso Fundador como apóstolos dos jovens”.3
A experiência feita pelos primeiros discípulos no encontro com Jesus, o caminho percorrido partilhando sua vida, acolhendo o seu mistério, fazendo própria a causa do Reino e assumindo o estilo evangélico que Ele propôs, constituem também a experiência e o caminho de cada salesiano.
Formação é acolher com alegria o dom da vocação e torná-lo real em cada momento e situação da existência. Formação é graça do Espírito, atitude pessoal, pedagogia de vida.
1.2 OLHANDO PARA DOM BOSCO, FUNDADOR E FORMADOR, E PARA A REALIDADE DA CONGREGAÇÃO
2. Dom Bosco foi um verdadeiro discípulo de Cristo; “profundamente homem de Deus, repleto dos dons do Espírito, vivia como se visse o invisível”.4 O ardor pelo Reino, o serviço à Igreja, a resposta às urgências dos tempos marcaram a sua existência, na qual entreviu a presença e o amparo de Maria Imaculada Auxiliadora.
Sua vocação, sua missão e seu horizonte permanente foram os jovens e sua salvação. Graças ao dom do Espírito, teve por eles um coração de pai e de mestre capaz de doação total: “Prometi a Deus que mesmo meu último alento seria para os meus pobres jovens”.5 Foi a predileção pela juventude, especialmente a mais pobre, a atenção às classes populares e o empenho missionário que conferiram identidade à sua vida.
Dom Bosco viveu com alegria esta sua vocação, consciente de haver recebido um dom para transmitir e partilhar com outros. Soube sempre envolver, e despertar co-responsabilidade.6 Muitos de fato partilharam com ele o espírito e a missão, exprimindo-os e realizando-os com projetos vocaci
onais diferentes. Foi assim que, desde o início, o carisma salesiano se tornou comunidade, família, movimento.7
Dom Bosco Fundador quis no centro de sua obra uma comunidade de consagrados, que dedicassem toda a sua vida a serem educadores e missionários dos jovens, especialmente dos mais pobres, em comunidades fraternas e apostólicas, seguindo Jesus obediente, pobre e casto.8 Inspirando-se na bondade e zelo de São Francisco de Sales, Dom Bosco deu-lhes o nome de Salesianos.9
3. Consciente da responsabilidade carismática que Deus lhe havia confiado, dedicou-se Dom Bosco prioritariamente à formação dos seus primeiros filhos. “É impossível pensar em Dom Bosco fundador sem pensá-lo formador”.10
A formação foi a sua “preocupação constante e a sua fadiga maior, desde os tempos do Oratório, quando escolhia dentre seus rapazes os que davam esperança de poderem ficar com ele, até os últimos anos de vida, quando recomendava com insistência aos Diretores, aos Inspetores e aos missionários que se empenhassem pelas vocações e pela formação”.11 Não se limitou a procurar colaboradores: chamou-os a ser, de alguma maneira e contemporaneamente, discípulos e mestres, a tornar-se com ele “co-fundadores”.12
4. “Os primeiros salesianos encontraram em Dom Bosco seu guia seguro. Perfeitamente inseridos na sua comunidade em ação, aprenderam a modelar pela dele a própria vida”.13
A “paternidade carismática”,14 vivida com o estilo do Sistema Preventivo, levou Dom Bosco:
- a partilhar com seus filhos espirituais o fogo do “da mihi animas”, o entusiasmo pela missão juvenil, a alegria interior de uma dedicação total à causa do Reino no trabalho e no sacrifício;
- a oferecer-lhes um ambiente rico de valores e de relacionamentos, fundado na confiança mútua e na liberdade interior;
- a acompanhá-los individualmente, educando-os a uma experiência simples e profunda de Deus, propondo-lhes uma pedagogia encarnada no cotidiano, abrindo vastos horizontes, tornando-os responsáveis por seu projeto apostólico.
No cultivo das vocações e no longo trabalho pela formação dos seus, foi Dom Bosco, a um só tempo, exigente e paciencioso, firme e flexível.
Formação salesiana é identificar-se com a vocação que o Espírito suscitou por meio de Dom Bosco. É ter a sua capacidade de partilhá-la, de inspirar-se em sua atitude e em seu método de formar.
5. A Congregação salesiana é portadora na Igreja da experiência original de Espírito Santo, vivida por Dom Bosco; prolonga de modo criativo na história o seu projeto e o seu espírito.15 Das origens até hoje viveu-a e cultivou-a com afetuosa e constante fidelidade, empenhando-se por comunicá-la de diversas maneiras, sobretudo mediante o cuidado pelas vocações e pela ação formadora. O esforço de fidelidade e o empenho de renovação expressaram-se de modo especialmente intenso no período pós-conciliar, como o demonstram de um lado o processo de reformulação das Constituições e de outro a reflexão e as orientações dos Capítulos Gerais.
Hoje, rosto e raízes da Congregação são universais. O Espírito Santo tornou fecundo o carisma para o bem dos jovens e continua suscitando pessoas que optam por “ficar com Dom Bosco”, vivendo na consagração religiosa a missão salesiana. A Congregação está presente em todo o mundo, inserida nos mais variados contextos humanos, culturais, religiosos e pastorais. São também variadas as situações que aí vive: situações de implantação ou de refundação, de consolidação ou de expansão, de redimensionamento e de nova localização. Diferentes são, outrossim, os contextos de que surgem e nos quais se desenvolvem as vocações, sendo também desiguais seu número, sua condição e a sua consistência.
Referir-se à formação salesiana implica ter presente a realidade de uma única vocação vivida pelo mundo de modos diferentes; implica pensar com gratidão, com responsabilidade e realismo neste “Dom Bosco no mundo”.
A vocação salesiana apresenta-se assim como uma identidade em movimento: embora permaneça a mesma, é chamada a renovar-se com fidelidade criativa e a encarnar-se continuamente. Como para Dom Bosco nos primeiros tempos, assim também hoje para a Congregação e para cada salesiano a identificação com o carisma e o empenho de ser-lhe fiel, isto é, a formação, constituem uma prioridade absolutamente vital.
1.3 PONTOS DE REFERÊNCIA PARA A FORMAÇÃO HOJE
6. Para que responda aos seus objetivos, requer-se hoje que a formação atente para alguns pontos de referência: atenção ao contexto em que se desenvolve a vocação, capacidade de caminhar com a Igreja e docilidade às suas orientações, sintonia com a experiência carismática da Congregação, e coerência com a práxis formativa que ela propõe.
1.3.1 Atenção ao contexto: estímulos e desafios
A experiência vocacional e formativa é uma experiência marcada pelo contexto humano e histórico do qual cada um faz parte e no qual é chamado a viver; é “uma experiência contextualizada”.16 O ambiente e as exigências da inculturação e da evangelização afetam profundamente todos os projetos de vida religiosa e de missão pastoral. Os diversos contextos culturais comportam estímulos e desafios que incidem sobre a visão e o desenvolvimento da pessoa, e sobre a sua formação.
Perante esta envolvente e ambivalente realidade, é indispensável o esforço de discernimento e a capacidade de dar uma resposta pedagógica adequada. É responsabilidade de cada irmão e tarefa específica de quem trabalha na animação vocacional e na formação compreender os contextos, captar-lhes os problemas, entender as condições que apresentam aos que querem viver a vocação. Se se quiser estruturar uma adequada experiência formativa é preciso levar em atenta consideração o próprio contexto.
Muito mais verdadeiro é isto numa situação complexa, fragmentada e em constante mudança, e para uma Congregação que está se tornando cada vez mais universal e pluricultural.
7. Já existem, tanto em nível de Igreja quanto de Congregação, visões de conjunto da realidade e leituras adequadas de alguns contextos particulares. O mencioná-las tem por fim sublinhar uma atitude formativa permanente, que empenhe a Congregação em nível mundial, as Inspetorias e os formadores nos diversos contextos, isto é: a atenção e o discernimento das situações na sua relação com a formação permanente e inicial.
Os objetivos e a pedagogia da formação devem prestar continuamente atenção à referência cultural e à avaliação pastoral, e os formadores hão de tornar-se capazes de um diálogo que os ponha a ambos em confronto.17
Tendo presente a variedade das situações, que torna impossível uma apresentação unitária, podem-se evidenciar alguns desafios, que nascem dos diversos contextos e tocam de perto a experiência vocacional.
- O valor original e inviolável da pessoa humana é hoje universalmente reconhecido, mas há situações em que a exaltação exagerada do indivíduo leva ao subjetivismo e ao individualismo.
- Cresce a consciência da dignidade da mulher e de seu papel na construção de uma nova sociedade, mas são ainda muitos os ambientes em que ela é, de variadas formas, manipulada e explorada, criando-se ambigüidade a seu respeito.
- Sublinha-se com muita intensidade, freqüentemente porém de forma ambígua ou distorcida, a dimensão da sexualidade, com a conseqüente exigência de personalidades sólidas e maduras.
- O pluralismo já é um fato difundido em muitos contextos, o que pode constituir uma riqueza; entretanto ele sublinha a necessidade de identidades fortes e opções amadurecidas para não cair no relativismo e na superficialidade de pensamento.
- Também o valor da liberdade é fortemente sublinhado, e cresce a consciência de que a liberdade deve ser salvaguardada por meio de uma consciência bem formada.
- A atual complexidade do mundo e da vida tende à fragmentação, tornando difícil viver uma vida unificada.
- O constante fluxo de mudanças e o acentuar-se da globalização e dos particularismos exigem atitude crítica e de equilíbrio, com um enraizamento na própria cultura acompanhado da necessária abertura.
- No campo religioso, percebe-se um maior desejo de espiritualidade e de Deus, enquanto que – por outro lado – em vastas áreas se constata a crescente irrelevância ou marginalidade dos valores religiosos no projeto de vida das pessoas.
8. Este quadro de elementos, a um só tempo positivos e problemáticos, encontra forte ressonância no ânimo de todos, e tem particular incidência na formação dos que optam pela vocação consagrada, os jovens e os já menos jovens. É mesmo necessário perguntar-se de qual “condição juvenil” provêm hoje as vocações e qual é a relação existente entre os critérios e formas de vida que ela propõe e o projeto de vida consagrada salesiana. A resposta não pode ser unívoca, porque as “condições juvenis” são múltiplas e os que iniciam a primeira formação carregam consigo experiências familiares, culturais, religiosas, de trabalho, de estudo e de contato salesiano muito diferentes. Variadas também foram suas caminhadas vocacionais.
Podem-se listar alguns traços que interessam particularmente à perspectiva formativa:
- Os jovens querem ser os protagonistas da própria vida, mas muitas vezes carecem de maiores horizontes ou encontram dificuldade em realizar escolhas definitivas, a longo prazo ou para sempre, escolhas que requeiram constância e sacrifício.
- São sensíveis aos valores da pessoa humana, mas estão ao mesmo tempo fascinados pela sociedade do consumo.
- Tendem a defender a sua liberdade; por outro lado, a falta de sólidos pontos de referência e as rápidas mudanças podem criar personalidades desorientadas, não suficientemente estruturadas, deficientes de consistência psicológica.
- Particularmente no campo da sexualidade, são influenciados pelos comportamentos dos ambientes em que vivem; muito pesa outrossim o aspecto emotivo.
- Seus conhecimentos, sua percepção da realidade e os seus valores derivam freqüentemente do mundo das comunicações sociais. Por causa do seu fraco sentido da história, são levados a sublinhar o imediato.
- Sabem ser acolhedores, sinceros e comunicativos no relacionamento cotidiano. São flexíveis, adaptáveis às novas situações e tolerantes. São em geral capazes de generosidade e de serviço aos necessitados, e não poucos se oferecem para o voluntariado. É preciso, entretanto, que essas experiências positivas sejam integradas em sua vida e não permaneçam um parêntese.
- Enquanto o impacto educativo e evangelizador da família e da escola diminui, a hodierna complexidade da vida torna difícil a unificação da pessoa e prolonga os processos de maturação e de autodefinição.
- Os jovens são sensíveis à dimensão religiosa, à busca de Deus e dos valores que podem dar sentido a sua vida. Sentem necessidade de espiritualidade e de oração, embora nem sempre lhes seja fácil juntar a seqüela da moda com a interiorização do próprio relacionamento com Deus.
1.3.2 A experiência e as orientações da Igreja
9. Consciente dos desafios do tempo presente e continuando a renovação conciliar, a Igreja empenhou-se decididamente em aprofundar as diversas expressões da vocação batismal, e mostrou como as diferentes vocações específicas se integram e se enriquecem mutuamente numa eclesiologia de comunhão.
Nesta perspectiva:
- estimulou uma renovada consciência da vocação dos leigos, convidando-os, a todos, a uma vida cristã de maior qualidade, mais sólida, personalizada, capaz de confrontar-se com a cultura;18
- aprofundou a identidade da vida consagrada e a sua colocação na Igreja, urgindo a vivê-la com autenticidade e fidelidade ao próprio carisma, propondo um testemunho profético tão necessário ao mundo de hoje;19
- repensou o ministério dos presbíteros, pondo em evidência seja o seu serviço ao Povo de Deus, seja a necessidade de renovar o relacionamento e qualificar a comunicação no trabalho pastoral.20
Pôs em evidência a dimensão testemunhal e apostólica da vocação cristã, envolvendo todos no empenho pela nova evangelização, num renovado ímpeto missionário e no confronto entre fé e cultura. Ativamente inserida em situações de pluralismo cultural e religioso nos diversos contextos sociais, aprofundou as razões e as modalidades da inculturação da fé e da abertura ao diálogo ecumênico e inter-religioso, a sua solidariedade com o mundo, em particular para a promoção da justiça e da paz.
10. A Igreja vê numa formação de qualidade e adequada aos tempos a chave da renovação e da vitalidade vocacional. Propõe-na como prioridade estratégica e empenho constante, e acentua alguns pontos de interesse. Em primeiro lugar, a importância de uma clara identidade vocacional e carismática, de uma formação pessoal e ao mesmo tempo partilhada, de um itinerário formativo que se ponha em confronto com as características dos novos candidatos e com o contexto humano e cultural em rápida evolução; e, em segundo lugar, a importância da necessidade da formação permanente que mantenha viva a pujança e a fidelidade vocacional.
São muitos os documentos recentes que oferecem critérios, orientações e disposições a serviço da formação. Citamos entre eles: Vita Consecrata,21 Potissimum Institutioni,22 A colaboração inter-institutos para a formação,23 Pastores Dabo Vobis,24 Ratio Fundamentalis Institutionis Sacerdotalis,25 Diretrizes sobre a preparação dos educadores nos seminários.26
1.3.3 A experiência e as orientações da Congregação
11. A Congregação se sente interpelada pela rápida mudança cultural, pelo mundo dos jovens, pelas solicitações da Igreja e por sua mesma realidade em nível mundial. A caminhada destes decênios testemunha não só o empenho pela recompreensão da identidade carismática e o relançamento da missão mas também a disponibilidade à renovação.
Alguns aspectos da vocação foram objeto de novos enfoques: desde o significado da consagração apostólica até à nova compreensão do Sistema Preventivo, da exigência de espiritualidade à experiência comunitária, da qualificação de base à formação permanente, da consciência da especificidade vocacional à complementaridade e reciprocidade de vocações na Família Salesiana, da capacidade de envolver os leigos ao papel animador do salesiano na comunidade educativo-pastoral.
Novos desafios provêm das situações das comunidades, do novo modelo de ação27, do novo relacionamento com os leigos, de um sentido de conjunto mais intenso na Família Salesiana, das novas fronteiras da missão, das novas situações de pobreza, e da exigência de significatividade.
12. A resposta a estes desafios empenha cada salesiano e pede vivamente à Congregação que zele por uma experiência salesiana autêntica e renovada, e assegure um tipo de formação que ajude os irmãos e as comunidades:
- a serem portadores de uma clara identidade salesiana e de uma experiência espiritual e apostólica de qualidade;
- a serem fortemente marcados pela graça de unidade, à imitação de Dom Bosco, que foi “uma esplêndida harmonia de natureza e graça”;28
- a serem capazes de discernimento da realidade e de reação positiva, que se traduza em criatividade pastoral e em projetos juvenis significativos;
- a terem consciência de seu papel de núcleo animador no interior dessa rede de co-responsabilidade com os leigos que é a Comunidade Educativo-Pastoral;
- a saberem que a vocação salesiana é não só vocação aberta à partilha da missão e do carisma com a Família espiritual mas também um Movimento, que se inspiram em Dom Bosco Pai e Mestre.
Tudo isto requer a elaboração de uma práxis que conduza à formação de salesianos para a Igreja e o mundo de hoje.
13. O texto das Constituições, oficialmente aprovado pela Igreja, constitui a base segura sobre a qual fundamentar o caminho da fidelidade vocacional e estruturação da formação.
O Capítulo Geral e o Reitor-Mor são chamados a garantir a unidade de espírito com responsabilidade e competência, quer oferecendo os meios adequados para cuidar do carisma, guardá-lo e desenvolvê-lo, quer propondo particulares orientações e normas sobre a formação dos sócios, em vista das exigências da vocação comum.
Na esteira das indicações das Constituições, dos Capítulos Gerais e dos Reitores-Mores, a Congregação elaborou outros documentos que aprofundam a experiência salesiana e indicam o modo de cultivá-la: tais são, por exemplo, o comentário às Constituições,29 os textos que se referem à práxis educativo-pastoral, à partilha na Família Salesiana, e ao exercício da autoridade do Inspetor e do Diretor.30
Dentre todos os textos oficiais, reveste singular importância a Ratio (“A Formação dos Salesianos de Dom Bosco”). Ela não só traça o modo de transmitir o carisma de Dom Bosco, "a fim de ser vivido em toda a sua genuinidade pelas novas gerações, na diversidade das culturas e das situações geográficas”, mas também, e ao mesmo tempo, mostra aos salesianos “os meios de viverem o mesmo espírito nas várias fases da existência, avançando para a plena maturidade da fé em Cristo Jesus”.31
1.4 A RATIO: FIM, CONTEÚDOS E DESTINATÁRIOS
1.4.1 O fim da Ratio
14. “O carisma do Fundador – dizem as Constituições – é o princípio de unidade da Congregação e, por sua fecundidade, está na origem das maneiras diversas de viver a única vocação salesiana. A formação, portanto, é ao mesmo tempo unitária nos conteúdos essenciais e diversificada nas expressões concretas. Acolhe e desenvolve tudo o que as várias culturas contêm de verdadeiro, nobre e justo”.32
É nesta perspectiva que se põe a Ratio Fundamentalis Institutionis et Studiorum como instrumento de identidade vocacional e peculiar serviço à unidade e à descentralização da formação. Ela “expõe e desenvolve, de maneira orgânica e didática, o conjunto dos princípios e normas da formação que se encontram nas Constituições, nos Regulamentos gerais e em outros documentos da Igreja e da Congregação”;33 contém as orientações e as normas comuns que devem guiar as Inspetorias na ação de estabelecer o modo de realizar a formação segundo as exigências do próprio contexto cultural.
A Ratio é guia prático e seguro, que entende exprimir os ideais deixados em herança por Dom Bosco. Estabelece disposições operativas de caráter normativo e apresenta em síntese as condições, as opções pedagógicas e os processos que devem caracterizar a formação em nível mundial.34 É nela que encontra sua base de unidade todo o pluralismo legítimo no modo de efetivar a formação e a organização dos estudos.
15. A elaboração da Ratio foi estabelecida pelo CG21. A primeira edição foi publicada em 1981; a segunda, de 1985, foi preparada depois da publicação do Código de Direito Canônico e da aprovação definitiva do texto renovado das Constituições salesianas. A atual revisão foi decidida pelo CG24,35 tanto para atender aos novos desafios da evangelização e da inculturação, quanto para ser uma resposta à exigência de um renovado empenho pela formação, emersa com vigor da análise da situação da Congregação e do aprofundamento do tema capitular.36
1.4.2 A estrutura e o conteúdo da Ratio
16. A Ratio se compõe de duas partes, seguidas de quatro Anexos.
Abre-se a primeira parte com um capítulo que põe em evidência alguns aspectos da formação salesiana nas circunstâncias atuais, e o fim da Ratio (cap. 1º). Segue-se a apresentação da identidade vocacional salesiana: princípio e fim da formação (2º), das dimensões da formação, com a indicação de alguns valores e atitudes requeridos pela vocação salesiana (3º), e de algumas linhas estratégicas de metodologia formativa (4º).
1.1 |
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1.1.1 A segunda parte concentra-se sobre o processo formativo visto na perspectiva da formação permanente. Após uma introdução que delineia as características do processo formativo (5º), segue-se a apresentação dos diversos períodos ou fases da formação inicial, até à profissão perpétua: de cada uma se indicam a natureza e a finalidade, as características particulares e algumas condições necessárias (6º-11º). O último capítulo trata da formação permanente (12º).37 |
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Quatro Anexos completam o documento. Dois oferecem indicações para a elaboração seja do Diretório inspetorial – Secção Formação, seja do Projeto Inspetorial de Formação. Um terceiro anexo contém as linhas de orientação para a organização dos estudos. O quarto relaciona alguns documentos significativos para a formação.
1.4.3 Os destinatários da Ratio
17. A Ratio é um texto entregue a todos os salesianos. Nela encontram a solicitude da Congregação para a santificação e a qualificação de seus membros. Os irmãos, em formação especialmente, deparam aí um convite motivado para uma identificação pessoal com a vocação salesiana e para assumir conscientemente os seus compromissos.
A Ratio é entregue de modo especial às Inspetorias e compromete diretamente o Inspetor e o seu Conselho, os Diretores das Comunidades, o Delegado Inspetorial e a Comissão inspetorial para a formação, os Formadores e todos aqueles que detêm encargos na animação e na formação inicial e permanente.
Tendo em conta os princípios e os critérios gerais da Ratio, confia-se a cada Inspetoria a tarefa de estabelecer, mediante os diversos órgãos de animação e governo, “o modo de levar a cabo a formação segundo as exigências do próprio contexto cultural, em conformidade com as diretrizes da Igreja e da Congregação”.38 Implica tal responsabilidade uma atitude permanente de reflexão e de confronto entre a identidade salesiana e o contexto cultural. Há que favorecer neste campo a colaboração entre as Inspetorias do mesmo contexto.
18. O acolhimento do espírito e da intenção que animam a Ratio por parte da Inspetoria – comunidade responsável pela inculturação do carisma – exige que se estabeleça quer um clima e uma mentalidade formativa em nível inspetorial, quer um serviço de animação e de governo que dê real prioridade ao cuidado da vocação; quer ainda a existência de um grupo de irmãos com real capacidade de reflexão, de avaliação e de proposta – normalmente o Delegado inspetorial para a formação e a Comissão inspetorial de formação – grupo que deve sentir-se responsável, sob a dependência do Inspetor e seu Conselho, e estar em condições de animar e de coordenar a ação formativa nos diferentes níveis.
Expressão da responsabilidade da Inspetoria relativamente à Ratio é a elaboração:
- do Diretório Inspetorial – secção formação, que traduz as modalidades e as exigências da Ratio em normas precisas, aplicadas às realidades locais;39
- do Projeto inspetorial de formação, plano de formação inicial e permanente, que contém objetivos, urgências e prioridades, linhas de ação concretas estabelecidas – em sintonia com a Ratio – após uma leitura atenta e atualizada da situação da formação e com base nela. O projeto assegura gradualidade e organicidade no fazer, permite a avaliação e a constante adaptação às situações, e ajuda a superar os riscos da improvisação e do imediatismo.40
19. O carisma de Dom Bosco Fundador “é princípio de unidade da Congregação e, por sua fecundidade, está na origem das maneiras diversas de viver a única vocação salesiana. A formação, portanto, é ao mesmo tempo unitária nos conteúdos essenciais e diversificada nas expressões concretas. Acolhe e desenvolve tudo o que as várias culturas contêm de verdadeiro, nobre e justo”.41
O pluralismo no modo de levar a cabo a formação salesiana segundo as exigências do próprio contexto cultural42 supõe esta base carismática de unidade.
20. A formação dos salesianos “terá como guia prático, em nível mundial, uma ‘Ratio Fundamentalis Institutionis et Studiorum’ e, em nível inspetorial, um Diretório aprovado pelo Reitor-Mor com o consentimento do seu Conselho.
A Ratio expõe e desenvolve, de maneira orgânica e didática, o conjunto dos princípios e normas da formação que se acham nas Constituições, nos Regulamentos Gerais e em outros documentos da Igreja e da Congregação”.43
A Ratio está a serviço da unidade e da descentralização da formação na Congregação. É, portanto, um documento diretivo e, nas disposições operativas, onde quer que se encontrem, normativo. Deve servir de base ao Diretório Inspetorial – Secção de formação, à organização dos estudos e ao Projeto inspetorial de formação.
21. Zelem o Inspetor e o Delegado Inspetorial para a Formação para que a Ratio e o suplemento “Critérios e normas de discernimento vocacional salesiano” sejam conhecidos por todos os irmãos e constituam ponto constante de referência para os que, por qualquer título, detenham responsabilidades no campo formativo e vocacional (Conselho e Animadores inspetoriais, Diretores, Formadores, Confessores, etc.).
22. A animação da formação é a primeira responsabilidade do Inspetor com seu Conselho. Por meio de um serviço capaz de detectar as diversas situações, de refletir, de projetar e de avaliar, assegure cada Inspetoria, no campo da formação, uma ação orgânica, programada e coordenada.
Tal serviço será ordinariamente assumido pelo Delegado inspetorial e pela Comissão inspetorial para a Formação, de acordo com o Inspetor e o seu Conselho, e sob sua responsabilidade.
23. “É tarefa da Comunidade inspetorial, pelos diversos órgãos de governo e de animação, estabelecer o modo de levar a cabo a formação segundo as exigências do próprio contexto cultural em conformidade com as diretrizes da Igreja e da Congregação”.44
O Diretório inspetorial – Secção de Formação, elaborado pelo Capítulo Inspetorial45 e aprovado pelo Reitor-Mor com o consentimento do seu Conselho, “aplica às realidades locais os princípios e as normas da formação salesiana”46 expostos na Ratio.
Cada Inspetoria – habitualmente por meio da Comissão Inspetorial para a Formação ou, quando o julgar oportuno, segundo a função que lhe compete, por meio do Capítulo Inspetorial – verifique com regularidade a aplicação concreta do Diretório Inspetorial – Secção da Formação. O Inspetor informará disso o Conselheiro para Formação.
24. Em harmonia com o Diretório Inspetorial, promova o Inspetor a elaboração do Projeto Inspetorial de Formação, como plano geral de intervenção em nível de formação inicial e permanente. Contenha ele os critérios, os objetivos, as estratégias e as linhas de ação; garanta a co-responsabilidade e a gradualidade na execução; e estabeleça as modalidades para a avaliação. Seja fruto de reflexão comunitária acerca das orientações eclesiais e salesianas referentes à formação.
CAPÍTULO SEGUNDO
IDENTIDADE DA VOCAÇÃO SALESIANA:
PRINCÍPIO E FIM DA FORMAÇÃO
25. “A nossa regra viva é Jesus Cristo …. que descobrimos presente em Dom Bosco, o qual deu a sua vida aos jovens”.47 Esta afirmação das Constituições exprime sinteticamente a vocação do salesiano: conformar-se a Jesus Cristo e como Dom Bosco dar a vida pelos jovens. Toda a formação, inicial e permanente, consiste em assumir e realizar nas pessoas e na comunidade essa identidade. Para o seu cumprimento orienta-se o empenho de cada candidato e de cada irmão, a ação dos animadores, o inteiro projeto de formação.
A identidade salesiana é, portanto, fundamento de unidade e de pertença à Congregação no mundo inteiro. É o coração de toda a formação: dela parte o processo formativo e a ela faz constante referência. E é critério determinante de discernimento vocacional.
2.1 IDENTIDADE VOCACIONAL SALESIANA
26. Dom Bosco Fundador, “homem de Deus e homem dos jovens”, homem da Igreja e do seu tempo, animador de um projeto de espiritualidade apostólica, é para o salesiano não só constante ponto de referência mas também norma de vida. Em sua experiência vocacional e naquela da primeira comunidade de Valdocco encontra-se a realização original da identidade salesiana. É nas Constituições, expressão da consciência carismática da Congregação, aprovadas pela Igreja, que está contida a sua formulação mais autorizada.
De Dom Bosco e do projeto constitucional salesiano emergem os elementos que definem o “estilo original de vida e de ação”48 que o Espírito Santo suscitou na Igreja, a “forma específica de vida religiosa”49 na qual “encontramos o caminho de nossa santificação”.50
Dando aos seus o nome de Salesianos, quis Dom Bosco sublinhar a sintonia espiritual e pastoral com São Francisco de Sales, do qual admirava sobretudo a bondade e o zelo pastoral.51
Como para Dom Bosco, também para cada salesiano, na experiência vocacional que se faz percurso histórico e biográfico concreto, encontra-se a iniciativa de Deus e o projeto humano.52 Tanto para Dom Bosco quanto para cada salesiano a vocação pessoal se conjuga com a vocação da comunidade portadora do carisma e responsável pela missão.
2.1.1 Um projeto de consagração apostólica
27. A vocação salesiana – segundo as Constituições – é uma especial realização da vocação batismal, que a profissão religiosa retoma e confirma “para sua expressão mais íntima e plena.”53
A vida do salesiano como discípulo do Senhor é assinalada pela consagração apostólica: uma graça do Pai que o consagra com o dom do seu Espírito, radica-o em Cristo e envia-o a ser na Igreja construtor do Reino como sinal e portador do amor aos jovens, especialmente os mais pobres.54
É no ato da profissão religiosa que a nossa consagração apostólica encontra a sua expressão mais significativa. Ela é “sinal do encontro de amor entre o Senhor que chama e o discípulo que responde, doando-se inteiramente a Ele e aos irmãos”.55
28. Este dom do Espírito, que é o carisma salesiano, enquanto opera uma particular conformação a Cristo, comporta uma peculiar sensibilidade evangélica que inspira a inteira existência do salesiano, o seu estilo de santidade e a realização da missão:56
- caracteriza a sua experiência teologal: o relacionamento com o Pai, de cuja paternidade e misericórdia faz cotidiana experiência; com o Filho, Apóstolo do Pai e Bom Pastor, com quem procura identificar-se cada vez mais; e com o Espírito Santo no qual busca a graça para a sua santificação e a energia para sua fidelidade;
- marca a sua relação com a Igreja, Corpo de Cristo, que ama, da qual se sente parte viva, e para cujo crescimento trabalha assiduamente57;
- evidencia alguns aspectos peculiares no âmbito da ascese, que podem ser definidos com estas palavras-chaves: trabalho, temperança, bondade (amorevolezza) e competência na tarefa educativa, relacionamento fraterno;58
- dá à sua vida um tom mariano peculiar, caracterizado por seu relacionamento com Maria Imaculada e Auxiliadora, ícone de sua espiritualidade e sustentáculo de sua vocação. Ele a contempla como a discípula do Senhor que disse o seu "sim" ao desígnio divino da Encarnação, e a segue como cooperadora na obra da redenção e como imagem da Igreja;
- determina a sua visão da realidade e o seu empenho na história.
29. Para o salesiano, a sequela Christi realiza-se no viver o projeto apostólico de Dom Bosco.59
“Mediante um único chamado, Cristo nos convida a segui-lo em sua obra salvífica e no gênero de vida virginal e pobre que ele escolheu para si; e nós, com uma única resposta de amor, pela graça do Espírito e a exemplo dos Apóstolos, aceitamos deixar tudo e reunir-nos em comunidade para melhor trabalharmos com ele pelo Reino. Única é, portanto, a nossa consagração de salesianos: inseparavelmente apostólica e religiosa”.60
O salesiano adere, portanto, de modo total a Deus, amado sobre todas as coisas, e ao seu projeto de salvação. Sua vida parte de uma profunda experiência de Deus e dos desafios da missão.61 É consagrado para a missão, que dá à sua existência o seu tom concreto.62 É através da experiência da missão juvenil que lhe chega o chamado de Deus; não poucas vezes é aí que o seguimento de Cristo principia. Na missão se empenham e manifestam e nele crescem os dons da consagração. Um único movimento de caridade impele-o para Deus e compele-o para os jovens.63 Vive o trabalho educativo com os jovens como um ato de culto e uma possibilidade de encontro com Deus.
Na “graça de unidade”64 fundem-se os aspectos constitutivos do projeto salesiano de vida consagrada apostólica.
2.1.1.1 EDUCADOR PASTOR DOS JOVENS ANIMADO PELA CARIDADE PASTORAL
30. A vida do salesiano, como a de Dom Bosco, é caracterizada pela predileção pelos jovens, e dentre eles a sua preferência recai sobre "a juventude pobre, abandonada, em perigo”.65 O serviço a eles unifica toda a sua vida: “Basta que sejais jovens para que eu vos queira muito”,66 “Por vós estudo, por vós trabalho, por vós eu vivo, por vós estou disposto até a dar a vida”.67
A predileção de Dom Bosco e de cada salesiano pelos jovens e a sua inteira doação a eles são fruto da caridade pastoral, isto é, de uma “especial comunhão de amor com Cristo”,68 e não só fruto da preocupação de educador ou da generosidade de um coração sensível às suas necessidades.
A caridade pastoral, o amor por Cristo, contemplado como Bom Pastor, e pelos jovens, torna-se para o salesiano projeto de vida, caminho de santidade, expressão da aliança com Deus e da vontade de conformar-se a Cristo. É através dos jovens que o Senhor entra na existência do salesiano, ocupando aí o primeiro lugar, e o anseio de Cristo Redentor encontra eco no lema "Da mihi animas, cetera tolle", que constitui o ponto unificador de toda a sua existência.
31. A caridade pastoral assume em Dom Bosco uma ulterior determinação como caridade educativa. Exprime-se ela num amor concreto, personalizado, que envolve os jovens e procura-lhes a salvação integral; a uns oferece o pão, a outros a competência profissional e a formação cultural; a todos traça um caminho que os abre à verdade, impele-os a construir-se a liberdade responsável, e os conduz a encontrar-se com Jesus ressuscitado.
Trabalhando segundo o critério oratoriano, responde o salesiano às necessidades dos jovens dando origem a uma vasta gama de atividades e obras, sendo cada qual “casa”, “escola”, “paróquia” e “pátio”.69 O ímpeto generoso e inovador em nome do Evangelho é o seu jeito de ser Igreja, e traduz-se em projetos juvenis significativos, quer para a Igreja, quer para a sociedade.
32 Além disso, a “paixão apostólica animada totalmente de ardor juvenil”70 imprime ao serviço dos jovens um tom particular: chama-se “coração oratoriano” e se exprime através de um método que Dom Bosco chamou Sistema Preventivo, baseado na razão, na religião e na bondade.71 Inspirando-se no exemplo e nos ensinamentos de Dom Bosco, o salesiano vive a experiência espiritual, pedagógica e pastoral do Sistema Preventivo.72 Seu relacionamento com os jovens caracteriza-se pela cordialidade e por uma presença ativa e amiga,73 que lhes favorece o protagonismo. Assume com alegria as fadigas e os sacrifícios que o seu convívio com os jovens implica, convencido de nele encontrar o seu caminho de santidade.
Este empenho prioritário pelos jovens se harmoniza com a ação pastoral pelas classes populares74 (a educação na fé nos ambientes populares, especialmente com a comunicação social75) e a ação missionária por meio do anúncio do Evangelho aos povos que ainda o não conhecem.76
2.1.1.2 MEMBRO RESPONSÁVEL DE UMA COMUNIDADE
33. O salesiano é por vocação parte viva de uma comunidade (local, inspetorial, mundial) e cultiva um profundo senso de pertença a ela. A vocação salesiana é a um tempo pessoal e comunitária, e o é na fraternidade, na missão, na espiritualidade.
Dom Bosco não foi, nunca, um empreendedor solitário. Quis a partilha, e promoveu a colaboração e a co-responsabilidade. Teve a consciência clara de que a sua vocação devia ser partilhada e transmitida.
O aspecto comunitário é por isso um dos traços mais decisivamente caracterizantes da identidade salesiana. O salesiano é convocado a viver com outros irmãos consagrados, para compartilhar o serviço do Reino de Deus entre os jovens. “Viver e trabalhar juntos – afirmam as Constituições – é para nós salesianos exigência fundamental e caminho seguro para realizar a nossa vocação”.77
Com espírito de fé e amparado pela amizade, vive o salesiano na comunidade o espírito de família e contribui dia após dia para a construção da comunhão entre todos os membros.
Convencido de que a missão é confiada à comunidade, empenha-se por trabalhar com os irmãos segundo uma visão de conjunto e um projeto partilhado.
Sente na oração comunitária a alegria da presença do Senhor e partilha a experiência espiritual.
2.1.1.3 Testemunha da radicalidade evangélica
34. Impelido pela caridade pastoral e pelo sentido da missão, Dom Bosco propôs aos seus colaboradores uma forma de vida que, num estilo inteiramente fundado nos valores do Evangelho, testemunhasse a solidariedade efetiva pelos jovens e o Absoluto de Deus, introduzindo no horizonte educativo o testemunho radical dos bens do Reino.78 Ele “faz notar com freqüência quanto a prática sincera dos votos consolida os vínculos do amor fraterno e a coesão na ação apostólica”.79
O estilo de vida segundo os conselhos de obediência, pobreza e castidade, fundado no amor a Cristo e aos jovens, erguido sobre as bases de uma sólida maturidade humana, e sustentado pela vida comunitária e pela ascese pessoal, testemunha que a necessidade de amar, o impulso de ter e a liberdade de decidir a respeito da própria vida, aspectos que tocam inclinações profundas da natureza humana, adquirem o seu sentido supremo em Cristo Salvador.80 É uma experiência rica de valores evangélicos e humanos.
A prática dos conselhos evangélicos manifesta de modo particular o “Da mihi animas, cetera tolle” que caracteriza a mística e a ascese apostólica do salesiano; constitui um princípio de identidade e um critério formativo.
2.1.1.4 ANIMADOR DE COMUNHÃO NO ESPÍRITO E NA MISSÃO DE DOM BOSCO
35. “Todo salesiano é um animador e habilita-se a sê-lo cada vez mais”.81
A vocação de Dom Bosco se desenvolveu de tal forma que se tornou vocação compartilhada, missão vivida conjuntamente, experiência de santidade na comunhão dos dons. Desde o início do Oratório houve padres diocesanos e leigos, homens e mulheres, envolvidos em clima de família no seu apostolado com o mesmo espírito e com as mesmas finalidades. Outros ainda se sentiam participantes e colaboravam de diversas modos para o bem da juventude.
Assim o ímpeto apostólico de Dom Bosco tornou-se empenho comum dos que se associavam aos seus empreendimentos. Seu zelo pelas almas, seu estilo de achegar-se à juventude, seu método educativo, a sua espiritualidade, tornaram-se patrimônio de uma Família e de um vasto Movimento.
O salesiano não pode pensar integralmente a sua vocação na Igreja sem referir-se àqueles que com ele são os portadores da vontade do Fundador.82 Pela profissão, ele entra na Congregação Salesiana e se insere na Família Salesiana na qual partilha com os outros membros, chamados a viver projetos vocacionais diversos, o espírito e a missão próprios do carisma de Dom Bosco, e o empenho de fidelidade mediante a formação conjunta.83 Assume a responsabilidade de "manter a unidade do espírito e estimular o diálogo e a colaboração fraterna para mútuo enriquecimento e maior fecundidade apostólica".84
36. É na comunidade educativa pastoral (CEP) que o salesiano encontra a expressão cotidiana e concreta da comunhão salesiana. Partilha nela o espírito, vive a complementaridade das vocações e competências, realiza conjuntamente a formação. Com a comunidade salesiana desenvolve a tarefa da animação, promovendo a colaboração e a co-responsabilidade de todos.
O âmbito da comunhão, entretanto, alarga-se para além das obras salesianas, quer no território, quer na Igreja local, estendendo-se sobretudo ao relacionamento com o vasto movimento de pessoas que são atraídas pelo carisma e pela espiritualidade de Dom Bosco ou que trabalham em prol da juventude.
2.1.1.5 INSERIDO NA IGREJA, ABERTO À HISTÓRIA E EM DIÁLOGO COM A REALIDADE
37. Aberto à ação do Espírito, soube Dom Bosco interpretar os sinais dos tempos e responder, de modo iluminado, criativo e concreto, às necessidades emergentes.85 O diálogo com a realidade entrou-lhe no tecido da vocação. Participou pessoalmente da história da Igreja e da Pátria, captando-lhe a complexidade e nela inserindo-se como protagonista. Para ele, a conjuntura histórica tornou-se desafio e convite imperioso ao discernimento e à ação. "Fui sempre avante […] como Deus me inspirava e as circunstâncias o exigiam".86
Aberto à realidade, nutre o salesiano uma sensibilidade preferencial pela situação juvenil, popular e missionária, para a qual se sente investido de carismática responsabilidade.87
Esforça-se por compreender os fenômenos que hoje caracterizam a vida, entrega-se a uma reflexão atenta e empenhada a seu respeito, enquadra-os na perspectiva da Redenção sob a urgência do da mihi animas e do "Reino que vem",88 e neles reconhece um desafio permanente a pedir respostas concretas, criativas e audazes.
O confronto com a realidade estimula o crescimento na identidade vocacional, com fidelidade dinâmica a Dom Bosco e aos tempos.
2.1.2 As diversas formas da identidade vocacional
38. Quis Dom Bosco que o único projeto da consagração apostólica salesiana se exprimisse em sua inteireza nas duas formas que lhe são próprias: a do salesiano presbítero [ou diácono] e a do salesiano coadjutor. Vivem a mesma profissão e participam da mesma comunidade de vida e de ação.
A vocação do salesiano presbítero [ou diácono] e do salesiano coadjutor são duas formas complementares que enriquecem a vida fraterna e apostólica, dando-lhe cada qual a sua contribuição específica.89
2.1.2.1 O SALESIANO PRESBÍTERO
39. O salesiano sacerdote [ou diácono] reúne em si os dons da consagração salesiana e os do ministério pastoral, mas de maneira tal que é a consagração salesiana que determina as modalidades originais do seu ser-sacerdote e do exercício do seu ministério. Como sinal sacramental de Cristo Bom Pastor do qual aufere sua caridade pastoral, procura "salvar" os jovens, trabalhando no contexto de sua comunidade.
Sua contribuição específica à ação apostólica da comunidade reside em seu tríplice ministério.
Por meio do ministério da Palavra, leva a palavra de Cristo às mais variadas situações e com as diversas formas de pregação, de ajuda e conselho, de iluminação da experiência dos jovens, de orientação de projetos e obras, e de transformação de suas vidas.
O seu serviço de santificação possui diversas expressões de realização, mas o momento mais significativo e fecundo consiste no serviço de iniciação à vida em Cristo, na oração litúrgica e na celebração dos Sacramentos, especialmente da Eucaristia e da Reconciliação.
A sua ação de "animação da comunidade cristã" está toda voltada para o serviço de unidade nas diversas comunidades, na salesiana e nas outras de maior amplitude: a Comunidade Educativo-Pastoral, a Família Salesiana e o Movimento Salesiano. Sabe animar os diversos ambientes pastorais salesianos.
2. 1. 2. 2 O SALESIANO COADJUTOR90
40. O salesiano coadjutor, vivendo sua laicidade como consagrado, "conjuga em si os dons da consagração e da laicidade".91
Opera prevalentemente em campos de atividade secular, testemunhando amor radical a Cristo e distinguindo-se por sua competência profissional.
"A presença do salesiano leigo enriquece a ação apostólica da comunidade: torna presentes aos salesianos presbíteros os valores da vida religiosa laical e os alerta permanentemente à viva colaboração com os leigos; relembra ao salesiano sacerdote uma visão e um empenho apostólico muito concreto e complexo, que vai para além da atividade presbiteral e catequética em sentido estrito".92
Sua figura é particularmente significativa em certos contextos onde o sacerdote é tido como figura sacral ou cultual. Por meio de sua consagração, é sinal da presença de Deus no cotidiano, a importância de ser discípulo antes de tornar-se mestre, e testemunha uma fé convicta, não ligada a empenhos funcionais ou de ministério.93
A figura do salesiano coadjutor é também figura que se coloca entre os consagrados e leigos dentro da mesma CEP.
"Aos irmãos consagrados relembra os valores da criação e das realidades seculares; aos irmãos leigos relembra os valores da dedicação total a Deus pela causa do Reino. A todos oferece particular sensibilidade pelo mundo do trabalho, a atenção ao território, as exigências da profissionalidade através da qual passa a sua ação educativa e pastoral".94
2.2 A FORMAÇÃO AO SERVIÇO DA IDENTIDADE SALESIANA
41. A identificação com a vocação determina a perspectiva da formação. Por outras palavras: a identidade caracteriza a nossa formação, que não pode ser genérica, e especifica-lhe as tarefas e as exigências fundamentais.
2. 2. 1 A formação é determinada pela identidade salesiana
"A natureza religiosa e apostólica da vocação salesiana – afirmam as Constituições – determina a orientação específica da nossa formação".95 A identidade de consagrado apóstolo, como foi Dom Bosco, constitui a linha mestra do processo formativo.
Mediante a formação, na verdade, realiza-se a identificação carismática e adquire-se a maturidade necessária para se viver e trabalhar em consonância com o carisma fundacional:96 de uma primeira situação de entusiasmo emotivo por Dom Bosco e por sua missão juvenil, chega-se a uma verdadeira configuração com Cristo, a uma profunda identificação com o Fundador, à assunção das Constituições como Regra de vida e critério de identidade, e a um vigoroso sentido de pertença à Congregação e à Comunidade inspetorial.
A estreita relação entre formação e identidade "comporta para cada um dos membros um estudo assíduo do espírito do Instituto a que pertence, da sua história e missão, para melhorar a sua assimilação pessoal e comunitária".97 Evidencia a importância da "salesianidade", isto é, do patrimônio espiritual e da "mens" da Congregação, que devem ser progressivamente estudados, assimilados e cultivados.
E desde que a forma presbiteral e a laical constituem parte integrante da identidade vocacional salesiana, é necessário que haja, desde o início do processo, uma formação apropriada para a identidade específica.
2.2.2 A formação cultiva a forma permanente da identidade
42. A vocação do salesiano é realidade em contínua evolução. É um caminho de resposta permanente ao Pai no seguimento de Jesus Cristo, segundo o exemplo de Dom Bosco. Exige constante abertura e discernimento perante as transformações em andamento na vida da Igreja e do mundo, especialmente dos jovens e dos ambientes populares.
A formação, portanto – como processo de assimilação da identidade –, é compromisso que dura a vida inteira, é formação permanente para ser e tornar-se salesianos em todas as etapas da vida, para viver salesianamente cada situação. É, com efeito, resposta a uma vocação que nos interpela constantemente. Tarefa de Congregação e tarefa de cada irmão.
É na realidade de todos os dias que o salesiano traduz em experiência de vida a sua identidade de apóstolo dos jovens.
2.2.3 A formação põe a identidade em relacionamento com o contexto cultural
43. A vocação salesiana atravessa os tempos e os espaços, realiza-se em todas as latitudes, assumindo expressões de fidelidade sempre novas e ricas. Chamado a encarnar-se entre os jovens de determinado lugar e cultura, o salesiano precisa de uma formação inculturada.
Mediante discernimento e diálogo com o próprio contexto, esforça-se por permear de valores evangélicos e salesianos os seus critérios de vida e por radicar a experiência salesiana no próprio contexto. Desse fecundo relacionamento emergem estilos de vida e métodos pastorais mais eficazes porque coerentes com o carisma de fundação e com a ação unificante do Espírito Santo.98
2.2.4 A formação promove o crescimento na identidade segundo os dons pessoais
44. A vocação salesiana encontrou a sua realização paradigmática em Dom Bosco e a sua forma histórica mais original na primeira comunidade de Valdocco.
É claro que a realização pessoal da única identidade salesiana tem rostos e histórias diferentes, segundo os dons recebidos de Deus. A história da santidade salesiana e a leitura inteligente da experiência de irmãos que viveram em plenitude o projeto evangélico salesiano põem em evidência a comunhão na fidelidade e a variedade de ressonâncias pessoais do carisma.
Isto sublinha a necessidade de uma formação que saiba comunicar o mesmo núcleo identificador, os mesmos valores de sustentação, as mesmas características mestras, a mesma "cultura" salesiana,99 e que ao mesmo tempo estimule cada irmão a exprimir na vocação salesiana os dons que recebeu e a nela encontrar o caminho de sua plena realização em Cristo.100
Identificação salesiana de cada irmão e personalização da identidade salesiana constituem uma tarefa permanente da formação como atitude pessoal e responsabilidade comunitária.
2.2.5 A formação ajuda a viver a identidade numa comunhão de vocações
45. A formação dá ao salesiano um sentido intenso de sua identidade específica, abre à comunhão no espírito salesiano e na missão com os membros da Família Salesiana que vivem projetos vocacionais diferentes, e introduz na ampla comunhão das múltiplas expressões da vocação cristã. A comunhão será tanto mais sólida "quanto mais clara for a identidade vocacional de cada um e quanto maiores forem a compreensão, o respeito e a valorização das diversas vocações".101
Conseqüentemente, iniciativas de colaboração com grupos da Família Salesiana e com outros Institutos no campo da formação ou de formação conjunta entre salesianos e leigos colaboradores, se forem bem conduzidas, contribuem para um "maior apreço pelo próprio e alheio carisma…" e oferecem "um eloqüente testemunho da comunhão a que a Igreja é chamada por vocação divina".102
A formação à comunhão nos valores salesianos faz crescer a consciência do dever de animação carismática e para ele qualifica.
ORIENTAÇÕES E NORMAS PARA A PRÁXIS
46. A identidade salesiana é ponto fundamental de referência para a formação inicial e permanente. "A natureza religiosa e apostólica da vocação salesiana determina a orientação específica de nossa formação, necessária à vida e à unidade da Congregação".103
47. Cada salesiano, chamado a identificar-se com Cristo como o fez Dom Bosco, cultive o relacionamento com o Fundador, assuma as Constituições qual "livro de vida"104, mantenha-se em sintonia com a consciência carismática da Congregação, conheça e assuma suas orientações, especialmente as dos Capítulos Gerais, do Reitor-Mor e do seu Conselho, e consolide o sentido de pertença à sua Inspetoria.
48. Particular atenção se deve dar ao confronto pessoal e comunitário com as Constituições, que "contêm as riquezas espirituais da tradição dos Salesianos de Dom Bosco e definem o projeto apostólico da nossa Sociedade".105
49. Cada salesiano, clérigo ou coadjutor, assuma durante a caminhada formativa as características de sua específica forma vocacional.
Os animadores da pastoral vocacional e da formação façam conhecer e apreciar as diversas formas da identidade salesiana – do salesiano coadjutor, do salesiano presbítero e do salesiano diácono permanente.
Os programas da formação inicial assegurem a todos os irmãos "um currículo de nível paritário com as mesmas fases e com objetivos e conteúdos semelhantes" e atentem para as distinções determinadas pela vocação específica de cada um, pelos dotes e aptidões pessoais e pelos deveres de nosso apostolado.106
50. Aprofundem todos os irmãos o espírito salesiano e cultivem um conhecimento sério e atualizado da história, da espiritualidade e do patrimônio pedagógico e pastoral próprio do nosso carisma.107 Os responsáveis inspetoriais assegurem as condições e promovam as iniciativas para que se faça tal estudo durante a formação inicial e permanente.
51. O diretório inspetorial contenha as indicações gerais para o estudo da "salesianidade" durante a formação inicial exigidas pela Ratio.108 O Projeto Inspetorial de formação especifique o programa gradual e sistemático dos conteúdos.
Cada Inspetoria ou Grupo de Inspetorias providencie a preparação de pessoas competentes em "salesianidade" usufruindo do serviço da UPS109 ou de outros centros salesianos qualificados.
Garanta cada Inspetoria a atualização constante dos meios necessários para o conhecimento, o estudo e o ensino da "salesianidade"; crie e/ou mantenha uma "biblioteca de salesianidade" suficientemente completa e atualizada.
52. Cultive cada irmão o conhecimento e o sentido de pertença à Família salesiana, mantenha-se disponível à formação recíproca e conjunta, e se prepare para a tarefa de animador no âmbito da Família Salesiana.
53. O apreço e encontro com os diversos carismas e as diversas formas de espiritualidade pode favorecer a comunhão dos dons e o aprofundamento da própria identidade vocacional.
Durante a formação inicial, enquanto amadurece a identificação salesiana e o sentido de pertença à Congregação, prevejam-se e valorizem ocasiões de partilha com membros de outras formas de vida consagrada ou de compromisso cristão. Não é, entretanto, aconselhável a participação sistemática e habitual a manifestações de outras espiritualidades.110
Uma experiência particular de comunhão é oferecida pelas iniciativas (momentos, programas, centros) de colaboração Inter-Institutos para a formação, mantendo o justo relacionamento entre a identidade de cada Instituto e a comunhão na diversidade, e assegurando a comunicação vital do próprio carisma.
Após a formação inicial, a participação ou o serviço de assistência espiritual a movimentos eclesiais seja acertado com o próprio superior.
CAPÍTULO TERCEIRO
AS DIMENSÕES DA FORMAÇÃO:
VALORES E ATITUDES
54. "Cada um de nós é chamado por Deus a fazer parte da Congregação Salesiana. Para tanto recebe dEle dons pessoais e, respondendo fielmente, encontra o caminho da sua plena realização em Cristo".111
A vocação é um chamado que passa por mediações e circunstâncias externas. Mas é em primeiro lugar o chamado de Deus que se manifesta por meio de um conjunto de dons pessoais (aspirações, expectativas, projetos, qualidades) – obra do Espírito – que estão em sintonia com o projeto vocacional salesiano e tornam o indivíduo idôneo a vivê-lo. Tal vocação se reconhece na pessoa: envolve-a em sua totalidade, em todas as suas dimensões e por toda a sua vida.
Compete à formação ajudar a reconhecer, interiorizar e desenvolver os valores e as atitudes que constituem a idoneidade vocacional, sinal do chamamento e fruto da resposta.
Conseqüentemente, a formação deve ser integral: compreende a dimensão humana, espiritual, intelectual e pastoral.112 São dimensões que estão presentes, se integram, e "uma chama a outra":113 não se podem pensar separadamente e "devem harmonizar-se numa unidade vital".114
Por outro lado, a formação é permanente e dinâmica. As dimensões de que se trata e os elementos que as constituem não devem considerar-se de forma estática, como se fossem condições que se cumprem ou metas que se alcançam de uma vez para sempre. Devem ser vistos no dinamismo e segundo o desenvolvimento de cada pessoa, na perspectiva de uma resposta continuada, estimulada e requerida pela evolução de cada um, pelas exigências da situação, e pelas circunstâncias que marcam a vida.
É a ótica do carisma salesiano que constitui o ponto de síntese e a perspectiva peculiar de onde são vistas as dimensões. E é a partir dela que nelas se evidenciam conotações e aspectos específicos.
55. As supra-indicadas dimensões incluem os elementos a serem considerados no discernimento da idoneidade vocacional. Evidenciam os critérios a assimilar, as aptidões a possuir, as atitudes a viver, as atividades a praticar, a fim de assumir e realizar, com alegria e maturidade, o projeto salesiano.
Quanto se disse a respeito da pluralidade de realizações da identidade salesiana e acerca da personalização da vocação faz compreender que também a idoneidade vocacional deve ser vista nesta perspectiva e não pode ser tomada como modelo único, estático e idealizado, ou como a soma de um conjunto de requisitos a serem considerados separadamente.
A apresentação oferece um quadro de referência no qual se encontram a um só tempo seja os aspectos constitutivos da idoneidade vocacional, que poder-se-iam chamar fundantes e caracterizantes, sem os quais não há idoneidade para a vida salesiana (requisitos de base e requisitos específicos), seja outros elementos que se devem adquirir e cultivar constantemente, para uma experiência vocacional mais autêntica e plena.
Assuma-se o quadro de referência segundo o critério da qualidade vocacional, um critério, portanto, de exigência e de estímulo permanente, e tendo presente que cada salesiano vive de modo pessoal a identidade vocacional, segundo os dons recebidos. A pedagogia formativa ajudará a distinguir, numa perspectiva gradual, a idoneidade de base, a idoneidade exigida pelos diversos momentos de compromisso vocacional e especialmente a maturidade necessária para o compromisso definitivo.
56. Tanto a individuação dos valores e das atitudes requeridos para traduzir em experiência pessoal a identidade salesiana quanto a indicação de linhas pedagógicas e de atividades para torná-los reais, oferecem aos formadores uma base para o seu encargo de orientação e de discernimento. Ao mesmo tempo, estimulam cada irmão a traduzir em compromisso concreto o desejo e a vontade de tornar-se salesiano com todo o próprio ser.
As diversas fases da formação inicial acentuarão aqueles valores e atitudes que mais se afinam com os objetivos específicos. Nas diferentes épocas e situações da vida, ao mudarem-se os contextos e ao sucederem-se as obrigações, cada irmão se sente responsável por renovar-se na mentalidade, nas atitudes e nas habilitações, a fim de poder exprimir melhor na própria pessoa a vocação salesiana e percorrer a via da santidade.
3.1 A DIMENSÃO HUMANA
57. Só uma personalidade equilibrada, forte e livre, que saiba integrar os diversos aspectos da sua pessoa num todo harmônico, pode perseverar no caminho de identificação vocacional e tornar-se capaz de viver com serenidade e plenitude a consagração religiosa. Sem uma adequada formação humana, toda a formação estaria privada do seu necessário fundamento, não só para uma justa e requerida maturação de si mas também em vista da missão.115
Por outro lado, uma experiência consagrada, que preste atenção à dimensão antropológica de todos os seus elementos e ajude a viver uma humanidade rica e profunda, torna-se profecia de verdadeira humanidade e representa a melhor resposta aos que vêem a consagração como mortificação da pessoa e de sua realização.116 No contexto atual, a maturidade humana assume particular importância.
58. Para o salesiano chamado a ser por profissão amigo, educador e pastor dos jovens, e servidor de seu crescimento integral, a qualidade da dimensão humana é determinante. Sua vocação exige uma personalidade que saiba amar e fazer-se amar com afeto, equilíbrio e transparência, com capacidade de compreensão e de firmeza. Nisto ele se inspira em Dom Bosco , "profundamente homem, rico das virtudes da sua gente".117
A maturidade humana é tarefa permanente; comporta valores e atitudes que se exprimem diferentemente segundo as diversas fases da vida e os variados contextos culturais.
3.1.1. Saúde e capacidade de trabalho
59. O estilo salesiano de vida e de ação requer habitualmente boa saúde e resistência física, com uma grande capacidade de trabalho.
Dom Bosco, convidado desde menino a tornar-se "forte e robusto", sublinhava a necessidade da saúde para um intenso e prolongado serviço à missão. Aos noviços dizia: "Preciso que cresçais e vos torneis jovens robustos, tomeis os devidos cuidados para conservar a saúde, a fim de mais tarde poderdes trabalhar muito!".118 "Trabalho, trabalho, trabalho!", repetia a seus salesianos. "Quem quiser entrar na Congregação deve amar o trabalho".119 As Constituições relembram que "o trabalho assíduo e sacrificado é uma característica deixada a nós por Dom Bosco".120
O mesmo Dom Bosco foi exemplo de vida dedicada ao trabalho e quis que seus salesianos se caracterizassem pelo espírito de empreendimento e de laboriosidade. Valdocco tornou-se escola de trabalho onde se desenvolvia a pedagogia do dever que não foge da fadiga e se transforma em caminho de ascese e jeito de viver a espiritualidade.121
60. Por isso, o salesiano:
- zela por sua saúde, observa as normas comuns da higiene pessoal, regula adequadamente a alimentação e reserva o tempo necessário para o descanso e para uma simples e sadia distensão. Enquanto a idade e as forças físicas lho permitem, mantém em forma e disponível para o trabalho o seu corpo, ajudado pelo esporte em meio aos jovens e pelo exercício físico;
- ama o trabalho cotidiano, quer manual quer intelectual, e o cumpre com "operosidade incansável, procurando fazer bem todas as coisas com simplicidade e medida";122
- assume um ritmo de vida e de trabalho ordenado, metódico, sacrificado, evitando a saturação que lhe pode provocar tensão e estresse. A disciplina e o sentido do dever se tornam para ele caminho de ascese.123
A comunidade por seu lado:
- garante e programa todos aqueles elementos que favorecem o equilíbrio físico: trabalho adequado e proporcionado, tempos convenientes de descanso, alimentação sadia, possibilidade de prática de esporte e de exercício físico, os necessários acompanhamentos médicos.
3.1.2. Equilíbrio psíquico
61. A particular vocação do salesiano e o estilo de relações na vida comunitária e na ação educativa requerem: a posse de adequado equilíbrio psíquico; apropriada imagem de si, que faz brotar sentimentos e atitudes positivas perante a vida; a serenidade de quem se possui, confia em si e é capaz de opções compromissadas em virtude da unidade que conseguiu dar à própria experiência.
62. O equilíbrio psíquico, particularmente necessário num contexto que pode levar à fragmentação e à fragilidade psicológica, constrói-se mediante a progressiva integração de vários elementos que interagem positivamente entre si.
Portanto, o salesiano:
- busca o conhecimento e a auto-aceitação: reflete em sua experiência, em suas qualidades e limites; aprende a aceitar-se; cultiva a confiança em si e em suas possibilidades; é capaz de conhecer e de valorizar o tecido da própria história na ótica do plano da salvação; sabe que Deus dispõe de um projeto para ele, projeto que ele acolhe confiando plenamente. A consciência gaudiosa de que Deus o ama dá-lhe serenidade e alegria, sustenta-o nos conflitos e incertezas;
- cultiva a capacidade de gerir o próprio mundo interior: aprende a entender-se a si mesmo, às suas atitudes e às motivações profundas do seu agir; aprende a dominar os sentimentos, as emoções, os medos e as reações diante das pessoas e dos acontecimentos.
Esforça-se por potenciar os aspectos positivos e de superar as dificuldades, num gradual processo de amadurecimento. Sabe prevenir os possíveis conflitos.
É capaz de viver com moderação o sucesso e de aceitar com serenidade o insucesso. Sabe ser flexível e desinibido; baseia suas decisões em motivações verdadeiras e autênticas;
- valoriza o ambiente e o acompanhamento fraterno: insere-se na comunidade, cultiva relações de vida e de trabalho, interessa-se pela partilha fraterna e o confronto espiritual, evitando o isolamento e a incomunicação.
3.1.3 Maturidade afetiva e sexual
63. A vocação salesiana vivida na comunhão fraterna e no relacionamento educativo-pastoral requer uma afetividade amadurecida.
O afeto do salesiano é o de "um pai, irmão e amigo, capaz de criar correspondência de amizade",124 dizem as Constituições. O espírito de família e a bondade manifestam concretamente a afetividade madura do salesiano.125 Ele ama a sua vocação e é chamado a amar de acordo com a sua vocação.126
Deu Deus ao homem a capacidade de amar por meio de sua realidade corpórea e espiritual. Pelo corpo ele pode significar e exprimir o amor com a intensidade do sentimento e do coração, acompanhada pela pureza do espírito.
A sexualidade é dom de Deus e força que torna o homem e a mulher capazes de comunicação, de encontro e de amor.
64. O salesiano vê sua vida como dom recebido e dom que se deve transmitir; realiza-se doando.
Torna-se capaz de amar com gratuidade, de estabelecer relacionamentos humanos positivos, personalizados, autênticos, de dar e receber afeto com simplicidade. Este seu amor é profundo e pessoal, feito de sinceridade, fidelidade e de calor humano. Sabe urdir verdadeiras e profundas amizades,127 sem atitudes possessivas; vive com equilíbrio a solidão; e é capaz de dosar o seu envolvimento afetivo com as pessoas, particularmente na relação educativo-pastoral.
Em seu relacionamento com as mulheres é acolhedor, equilibrado e prudente; sua atitude reveste-se de estima, respeito e responsabilidade.
Esta limpidez de afeto e de amor só é possível graças à disciplina dos sentimentos, dos desejos, dos pensamentos e dos hábitos. O "exercício ascético", expressão da virtude eminentemente positiva da castidade, conduz as tendências e as potencialidades sexuais do indivíduo na harmonia da inteira personalidade, quer tornando possível o dom gaudioso de si mesmo, liberto de toda escravidão egoísta, quer fazendo prevalecer as atitudes racionais sobre as impulsivas.
65. Para viver e crescer na maturidade afetiva e sexual, o salesiano:
- tem consciência do valor do corpo e do seu significado; zela por um estilo de vida marcado por equilíbrio, higiene mental e corporal, e temperança;
- reconhece o valor da sexualidade humana masculina e feminina com suas conotações físicas, psíquicas e espirituais;
- encontra em sua vocação uma razão válida de vida e na consagração uma realidade que confere beleza e bondade à sua existência; cresce no sentido de confiança em si mesmo e na segurança da própria identidade; evita buscar apoios e compensações, também de natureza afetiva;
- cultiva uma amizade profunda com Cristo por quem é chamado à comunhão fraterna e enviado aos jovens para amá-los em seu nome; sua vida e o seu tempo são "preenchidos" por Deus, pela comunidade e pelos jovens;
- ama àqueles com quem partilha a vocação e, no afeto doado e recebido, conscientiza-se do seu valor como pessoa e exprime as mais profundas potencialidades do seu ser.128 Ama a Congregação salesiana e sente a comunidade como verdadeira família;
- sente-se bem no meio dos jovens, buscando ser para eles sinal límpido do amor de Deus: não invade nem é possessivo, mas quer-lhes o bem com a mesma benevolência de Deus;
- zela por um relacionamento maduro e coerente com os leigos colaboradores, homens e mulheres, ciente de que a maior integração da mulher em nível educativo-pastoral e institucional incorpora aspectos novos e valores próprios do "feminino", estimula uma nova compreensão da identidade masculina e da reciprocidade, envolve a afetividade, a capacidade de relacionamento e a ascese;129
- ama a própria família: um relacionamento afetivamente sereno e maduro com a família traz desdobramentos muito positivos para a formação. Entrando para a Congregação, conserva íntegro o afeto pelos seus familiares, especialmente pelos pais. Exprime-o na oração, na correspondência e nas visitas;130
- cultiva as amizades que favorecem a interiorização de valores, a busca do crescimento humano e espiritual, e a consolidação da própria vocação. Tais amizades aborrecem qualquer egoísmo e permanecem abertas aos olhos de Deus e de outras pessoas;
- mantém-se vigilante em sua própria vida: não se expõe a situações ou a relacionamentos não límpidos; pratica a mortificação e a guarda dos sentidos; usa de maneira discreta dos meios de comunicação social.131 Sente nisso o empenho de ser austero e pronto à renúncia.
3.1.4 Capacidade de relacionamento
66. As relações interpessoais estão na base da missão educativa e pastoral do salesiano. Deve ser capaz de simpatia e de encontro com os jovens, disponível e habilitado para "viver e trabalhar com" e para a animação de pessoas, grupos e comunidades.
"A relação se encontra no coração de todo contato educativo, de todo esforço de colaboração, da serenidade familiar como da eficácia de uma comunidade educativa pastoral. 'É preciso tornar-se irmãos dos homens no próprio ato de querermos ser deles pastores, pais e mestres. O clima do diálogo é a amizade. Antes, o serviço'".132
Dom Bosco sabia doar aos seus o presente de um relacionamento humano sereno e acolhedor, ao qual emprestava gradualmente um conteúdo pastoral e sacramental. A qualidade do encontro educativo estava no ápice dos seus pensamentos.133 "Todos aqueles com quem falares devem tornar-se teus amigos",134 recomendava.
67. Esse estilo de relações interpessoais requer do salesiano inspire o seu relacionamento nalgumas virtudes humanas características:
- o respeito constante pela justiça, a fidelidade à palavra dada, a gentileza no trato, o senso da medida nas relações e comportamentos, a solicitude pressurosa pelos outros;
- a aceitação dos outros, ainda que diferentes por motivo de formação, idade, cultura, etc.;
- as atitudes que facilitam o diálogo, como a empatia, a confiança, o saber ouvir, a abertura de ânimo, o apreço pelo ponto de vista do outro, as boas maneiras e a capacidade de perdoar;
- a capacidade de colaborar com outros, o espírito de serviço, a co-responsabilidade, a acolhimento da autoridade.
3.1.5 Liberdade responsável
68. A liberdade é o núcleo central da pessoa humana.
A experiência vocacional de quem optou radicalmente pela vida consagrada requer a formação para o uso responsável da liberdade, especialmente em contextos em que são particularmente exaltadas a subjetividade e a autonomia da pessoa, exaltação que impele até ao individualismo: estimula-se a massificação, multiplicam-se os condicionamentos, promove-se mais a imagem do que o agir por motivos verdadeiros e autênticos; é-se determinado mais pela resposta ao imediato do que pela coerência a pontos de referência ou projetos que dão significado a toda a existência.
Será empenho constante libertar-se "de" aquilo que na vida refreia e escraviza, ser livre de paixões e de pecados, de egoísmo e de individualismo, "para" ser, ao contrário, dono de si mesmo, aberto aos outros e generoso em servi-los, para agir na verdade e segundo as motivações profundas da própria vocação.
Estes dois aspectos levam a uma real autonomia e à capacidade de opções verdadeiramente livres, que surgem de uma consciência iluminada pela verdade e habituada a pensar em termos de responsabilidade e disciplina de vida. É justamente por isso que a consciência deve ser formada nos valores da vida cristã e salesiana, e da ascese. É a consciência que determina o uso responsável da liberdade.
69. A formação da consciência implica um trabalho paciente de escuta e de diálogo. Ela exige:
- uma séria formação crítica que capacite a formular juízos respeitosos e objetivos acerca de pessoas e acontecimentos, e leve a tomar posição a respeito dos modelos culturais e das normas da convivência social. Nesta perspectiva, é importante saber ler criticamente e usar responsavelmente os meios de comunicação social;
- uma educação ao sentido do mistério que envolve a vida como realidade marcada pelo pecado e pela infidelidade, mas atingida e salvada por Cristo. Isto leva à convicção de que a liberdade é fruto de obediência, convicta e cordial, à verdade;
- a capacidade de confrontar a própria vida com o Evangelho e as orientações da Igreja, de modo a poder discernir o bem do mal, o pecado e as estruturas de pecado, a ação de Deus na própria pessoa e na história;
- a capacidade de unificar as próprias aspirações, energias e valores num projeto de vida pessoal, assumindo a responsabilidade do próprio crescimento e vivendo com plenitude as motivações profundas da própria vocação.
3.1.6 Abertura à realidade
70. Dom Bosco desenvolveu a sua vocação dialogando com a realidade dos jovens e do povo, em constante interação com o contexto eclesial e social.
Entre os aspectos que enriquecem a humanidade do salesiano e a tornam mais autêntica, está o seu crescimento em sensibilidade humana, fruto de apaixonado amor pelo homem, e a sua atenção ao movimento da história, aos sinais e urgências que dela provêm.135
Vivendo em contato com os jovens e seu mundo, e com os ambientes populares, o salesiano compreende suas necessidades, intui suas perguntas inexpressas, partilha suas esperanças e aspirações, e participa de seus sofrimentos.
Sente compaixão pelas "ovelhas sem pastor",136 torna-se solidário e busca prolongar a passagem do Senhor pelos caminhos do mundo.
No amor pelos jovens o salesiano encontra apoio para a própria fé, descobre valores que se tornam para ele estímulo e riqueza de vida.
O conhecimento dos problemas e dificuldades que os jovens experimentam acresce nele o arrojo pela missão e o impele a adquirir a competência necessária para responder evangelicamente aos desafios que provêm das novas fronteiras da humanidade. Partilha com outros e leva para diante de Deus, em atitude de reflexão e oração, as experiências que realiza.
A proximidade e a partilha com a humanidade indigente e sofredora ajuda-o a viver plenamente a própria vocação.
71. A abertura do salesiano à realidade requer:
- atenção às instâncias do ambiente e possibilidade de um contato direto com a realidade quer dos jovens, quer da pobreza e quer do trabalho; disponibilidade para viver em sintonia com os grandes problemas do mundo;
- sensibilidade cultural e social, contato com outros agentes no campo da educação e da promoção, atenção à comunicação social;
- esforço por cultivar para com a realidade a atitude do Senhor que se fez carne e "quis conhecer a alegria e o sofrimento, experimentar a fadiga, partilhar as emoções, consolar a dor";137
- zelo por valorizar a informação salesiana, eclesial e cultural.
ORIENTAÇÕES E NORMAS PARA A PRÁXIS
72. "Para favorecer a saúde, a ação apostólica, a convivência, o clima de recolhimento e de oração, evite cada irmão o trabalho desordenado e a comunidade assegure equilibrada distribuição dos encargos, momentos de repouso e de silêncio e oportuno lazer comunitário".138 Verifique-se periodicamente o estilo da vida fraterna, o espírito de família e a qualidade da vida.
73. Cada salesiano melhore sua capacidade de comunicação e de diálogo,139 cultive a confiança nos irmãos, esteja pronto a aceitar a diversidade e a superar os preconceitos; participe ativamente nos encontros comunitários, cumpra com precisão as tarefas que lhe forem confiadas e aprenda a trabalhar na co-responsabilidade contribuindo para a convergência fraterna e operativa.140
74. "O salesiano conserva íntegro o afeto pelos seus familiares, especialmente pelos pais", e "a comunidade mantém relações cordiais com a família de cada irmão".141
Durante a formação inicial, eduque-se a um justo equilíbrio entre o relacionamento com a própria família e o sentido de pertença à comunidade e à Congregação segundo os critérios da vida consagrada e o estilo salesiano.142
3.2 A DIMENSÃO ESPIRITUAL
75. A dimensão espiritual, entendida como caminho de vida em Cristo e no Espírito, é o coração que unifica e vivifica a experiência vocacional salesiana, que é em primeiro lugar experiência espiritual, teologal, e, como tal, constitui o elemento central da formação, o aspecto que a fundamenta e motiva.
Ela completa a dimensão humana, contribuindo para construir aquela "esplêndida harmonia de natureza e graça"143 que admiramos em Dom Bosco e que está na base do seu projeto de vida para o serviço dos jovens.144 Motiva a dimensão intelectual, que é por ela sustentada e fortificada. Dinamiza a dimensão educativo-pastoral, pondo como centro do trabalho apostólico Deus e seu Reino e a Ele tudo orientando como a seu fim.
A dimensão espiritual compreende as atitudes necessárias para cultivar a experiência de Deus, e é uma modalidade particular de viver a força da fé, o dinamismo da esperança e o ardor da caridade. Ela está no centro do projeto salesiano, identifica-o, fundamenta-lhe as motivações e constitui-lhe o elã apostólico.
76. Para viver a missão salesiana não bastam apenas os dotes humanos, a preparação cultural e o profissionalismo, a criatividade apostólica e a paixão pelos jovens; tudo isto é necessário, mas não é suficiente para sustentar com motivações adequadas a experiência vocacional.145 O salesiano precisa antes de tudo de uma intensa experiência de Deus e do Espírito, elemento que funda e motiva a missão.
O salesiano é chamado a conjugar vida no Espírito e pedagogia, vivendo a educação como lugar de espiritualidade e caminho de santidade. Da qualidade espiritual da vida depende a sua fecundidade apostólica, a sua generosidade no amor pelos jovens pobres e a atração vocacional que exerce sobre as novas gerações.146
A necessidade da espiritualidade se torna ainda mais evidente num mundo e cultura que impelem ao ativismo e à auto-suficiência. A vida centrada no encontro e experiência com Deus faz-se testemunho atraente e profecia para as pessoas do nosso tempo, sedentas que estão de valores absolutos. Converte-se assim o salesiano em comunicador de espiritualidade,147 animador e guia de vida espiritual148 para os jovens, para os leigos e no âmbito da Família Salesiana.
77. Homem de grande fé, foi Dom Bosco o iniciador de uma escola de espiritualidade.149
A sua experiência de Deus evidencia os traços da figura do Senhor150 que o sensibilizavam e se caracteriza "por modulações espirituais particulares e opções operativas"151 que definem a peculiar espiritualidade salesiana como espiritualidade apostólica.
Ao reconhecer a Congregação, a Igreja declara que tal espiritualidade – transmitida pelo Fundador a seus filhos e filhas – possui "todos os requisitos objetivos para alcançar a perfeição evangélica pessoal e comunitária".152
Ela constitui, portanto, na Igreja, uma "grande corrente espiritual", uma "escola verdadeira e original" de santificação.153 É o caminho para o testemunho de santidade que constitui "o dom mais precioso que podemos oferecer aos jovens".154
Não faltam sínteses e expressões que recolhem e comunicam a fisionomia espiritual do salesiano e seus traços característicos: nas Constituições encontra-se a sua apresentação autêntica, os valores que a configuram e as condições que a tornam possível; nelas a espiritualidade salesiana, "meditada pelas sucessivas gerações que a viveram, é magnificamente apresentada em fórmulas originais que lhe refletem sua tão prolongada vivência".155 Retomamos aqui brevemente e explicitamos alguns desses traços.
3.2.1 Primado de Deus e do seu projeto de salvação
78. O salesiano é chamado a descobrir Deus familiarmente presente em cada momento da vida. "Deus te vê", fazia Dom Bosco escrever nas paredes do Oratório.
Experimenta Deus que lhe está perto e o envolve em seu projeto de salvação para os jovens.
Este sentido da presença operante de Deus, intensamente vivida por Dom Bosco e os seus, é-lhe transmitido como herança preciosa.
79. Jesus Bom Pastor é o centro vivo e existencial de sua vida consagrada. Se é verdade que todos os consagrados estão centrados no Cristo Jesus, isto para o salesiano se traduz no testemunho específico, caracterizado pelo aspecto pedagógico-pastoral: contempla o Senhor como o "Bom Pastor" que redime e salva.156
O salesiano contempla-O Bom Pastor em sua gratidão para com o Pai por seu plano de salvação, na capacidade de predileção pelos pequenos e os pobres, na solicitude em pregar, curar e salvar sob a urgência do Reino que vem. Imita-lhe a mansidão e a doação de si, e com ele partilha o desejo de reunir os seus na unidade de uma só família.157
É um Jesus "vivo", agindo e caminhando em busca de quem está perdido e que, em retornando, transporta aos ombros a ovelha perdida, celebrando o fato com grande alegria.
É um Jesus que carrega na mente e no coração a Deus, seu Pai, reza-lhe incessantemente, rende-lhe graças e cumpre a sua vontade, fala dele aos seus e aponta a si mesmo como o caminho para vê-lo e encontrá-lo.
80. Por meio de Jesus o salesiano encontra o Pai e vive no Espírito. Trabalhando para a salvação da juventude e vivendo a experiência espiritual do Sistema Preventivo, faz experiência da paternidade de Deus,158 descobre-lhe a presença e a ação providente, e sente-se chamado a ser o revelador do Pai aos jovens.
O Espírito Santo que suscitou Dom Bosco, formando nele um coração de pai e mestre, e guiando-o em sua missão,159 chama também a cada um de seus discípulos a continuar a mesma "experiência do Espírito"160 para servir os jovens. O salesiano é homem espiritual, atento em discernir os caminhos pelos quais o Espírito age no coração dos jovens. Sabe colher-lhe a presença em suas perguntas, expectativas e invocações, e torna-se instrumento da sua ação nos corações.
O Espírito, a ele doado pelo Pai na consagração,161 forma e plasma-lhe o ânimo, configurando-o a Cristo obediente, pobre e casto, e impelindo-o a fazer própria a sua missão.
81. Para cultivar a experiência de Deus o salesiano:
- aprofunda a sua fé e faz experiência do mistério cristão, pondo-se na escola da Palavra de Deus;
- põe Deus no centro da existência, mantendo-se sempre "em diálogo simples e cordial com o Cristo vivo e com o Pai", e cultivando uma atenção permanente à presença do Espírito. Faz "tudo por amor de Deus", para tornar-se como Dom Bosco "contemplativo na ação".162 Age de tal forma que seu trabalho seja expressão de interioridade e que toda a sua existência se torne celebração da "liturgia da vida";
- alegra-se profundamente todas as vezes que pode revelar, especialmente aos jovens, as insondáveis riquezas do mistério de Deus, e ser sinal e portador do seu amor;163
- unido a Cristo e fitos no Pai o olhar e o coração, cultiva atitudes de confiança e empenha-se com zelo na realização de seu plano de salvação; agradecido pelo dom da vocação, sente-se empenhado em vivê-la em plenitude;
- tendo sido aferrado por Cristo, procura imitá-lo na doação de si mesmo e no serviço. Esforça-se por assumir seus sentimentos e por assemelhar-se a Ele. Sua opção fundamental por Cristo leva-o a fazer dEle o parâmetro de todas as suas escolhas. Nenhuma opção se dá em seu coração que seja anterior e independente de Cristo; e é para partilhar a forma de vida de Jesus e tomar parte de modo mais íntimo e fecundo na sua missão que abraça os conselhos evangélicos;164
- cresce na atenção ao Espírito, reconhecendo e acolhendo a sua ação santificante e renovadora: detecta-lhe constantemente a presença em sua vida, nas pessoas e na história. Vive, sob sua ação, em atitude de discernimento e de disponibilidade à vontade de Deus. Assume a experiência da formação como experiência de abertura, de docilidade e de colaboração com Ele,165 "fonte permanente de graça e apoio no esforço cotidiano para crescer no perfeito amor a Deus e aos homens".166
3.2.2 Sentido de Igreja
82. A missão de Dom Bosco está inserida no mesmo mistério da Igreja em seu devir histórico: nela e para ela é que foi ele suscitado.167 O amor à Igreja é uma das expressões características de sua "vida e santidade".
A experiência espiritual do salesiano é, por isso, uma experiência eclesial.
"A vocação salesiana situa-nos no coração da Igreja", dizem as Constituições.168 Ela comporta intenso sentido de Igreja, identificação com ela, comunhão cordial e profunda com o Papa e com todos os que operam a construção do Reino.
83. Para crescer no sentido de pertença à Igreja o salesiano:
- cultiva em si mesmo uma sensibilidade espiritual que vê na Igreja o "centro de unidade e comunhão de todas as forças que trabalham pelo Reino"169 e nela se empenha segundo a sua vocação específica a fim de que "ela se manifeste ao mundo como sacramento universal da salvação";170
- sente-se envolvido nos anseios e nos problemas da Igreja universal, no seu elã missionário; insere-se na pastoral da Igreja Particular; educa os jovens cristãos num autêntico sentido de Igreja;171
- manifesta seu sentido eclesial "na fidelidade filial ao sucessor de Pedro e ao seu magistério, e na vontade de viver em comunhão e colaboração com os bispos, o clero, os religiosos e os leigos";172
- vive uma tal "espiritualidade de comunhão" que se torna "sinal para o mundo e uma força de atração que leva à fé em Cristo".173
3.2.3 Presença de Maria Imaculada Auxiliadora
84. Em relação muito íntima com a experiência espiritual está a presença especial de Maria na vocação e missão salesiana. Maria Imaculada Auxiliadora aparece como ícone da espiritualidade do salesiano que estimula à caridade pastoral e à interioridade apostólica. Na experiência carismática de Dom Bosco Fundador, foi Maria, desde o primeiro sonho até os vastos horizontes das missões, uma presença permanente, determinante.
Nela, como Imaculada, vê o salesiano a fecundidade do Espírito, a disponibilidade ao projeto de Deus, a ruptura com o mal e com todas as forças que o sustentam, a totalidade da consagração. Inspira-lhe a Imaculada a abertura para o sobrenatural, a pedagogia da graça, a delicadeza de consciência, e os aspectos maternos do acompanhamento educativo.174
Em Maria, como Auxiliadora, o salesiano contempla a maternidade com relação a Cristo e à Igreja, o amparo ao Povo de Deus nas conjunturas históricas mais difíceis, a colaboração na obra de salvação e na encarnação do Evangelho por entre os povos, a mediação de graça para cada cristão e comunidade. A Auxiliadora sustenta o sentido de Igreja, o entusiasmo pela missão, a audácia apostólica e a capacidade de arregimentar forças para o Reino.175
85. Para viver a presença de Maria em sua vocação e para crescer numa sua "devoção filial e forte",176 o salesiano:
- cultiva um relacionamento pessoal com Maria, fundamentando-o na contemplação do seu lugar no Plano da salvação e no Mistério de Cristo, exprimindo-o numa atitude filial por meio das diversas práticas marianas;
- sente-a ativamente próxima como estímulo e amparo de sua consagração apostólica, como Aquela que o "educa à plenitude da doação ao Senhor";177
- encontra nEla inspiração e coragem para a sua missão educativa: dEla aprende a estar junto dos jovens e a servi-los com solicitude.
3.2.4 Os jovens, lugar do encontro com Deus
86. "Cremos que Deus está a nos esperar nos jovens para oferecer-nos a graça do encontro com Ele e para dispor-nos a servi-lo neles".178
Indica esta profissão de fé do CG23 a encruzilhada da vida espiritual do salesiano. Marca-lhe Deus um encontro e faz-se achar no encontro educativo com os jovens.
O primeiro Oratório foi, por isso, experiência educativa, pedagogia realística de santidade para o educador e para o educando. A vocação salesiana leva a viver "o elã para a santidade no empenho pedagógico", a realizar "a perfeição da caridade educando".179 O intercâmbio entre educação e santidade é o aspecto característico da figura de Dom Bosco. Ele realiza a sua santidade pessoal por meio do trabalho educativo vivido com zelo e coração apostólico.180
Hoje também o salesiano, revivendo a experiência espiritual de Dom Bosco, torna-se, na espiritualidade do cotidiano e do pátio, o homem espiritual que possui o sentido de Deus.
87. A missão do salesiano não se identifica simplesmente com a atividade ou ação externa; é verdadeira experiência espiritual. Não é ele que vai aos jovens. É o Pai que o consagra e envia como seu colaborador e apóstolo dos jovens, nos quais Ele já opera por meio do Espírito, e o compromete em seu projeto sobre eles.
A finalidade da missão – levar o amor de Deus aos jovens – faz com que, em toda a sua pessoa e em toda a sua ação, desprendendo-se de si mesmo com a humildade do servidor, se concentre em dois pólos de referência, Cristo vivo e a juventude, para que possam encontrar-se.181
Justamente porque se trata de uma experiência espiritual que nasce, vive e se nutre na ação apostólica, o salesiano sabe efetuar em si e em sua ação educativa uma verdadeira síntese entre educação e evangelização, entre promoção humana e empenho evangélico, entre cultura e fé, entre trabalho e oração.
88. Daqui algumas atitudes que o salesiano cultiva sem cessar:
- trabalha entre os jovens com verdadeiras motivações sobrenaturais, superando o nível das inclinações e preferências naturais;
- reaviva a experiência teologal e espiritual da missão: sente-se enviado pelo Pai para cumprir o seu plano de salvação; cultiva a disponibilidade do Filho de cujo amor é sinal e portador; permanece aberto ao Espírito Santo que lhe enche o coração com a caridade pastoral e lhe anima todos os esforços;
- vive com entusiasmo a experiência da Congregação, isto é, o serviço aos jovens com o método de Dom Bosco, participando deste modo da missão da Igreja;
- habitua-se a contemplar a realidade juvenil com a atitude do Bom Pastor; detecta nas necessidades dos jovens a urgência da salvação e o pedido de mediação; percorre com os jovens o caminho espiritual, ajudando-os por meio dos sacramentos, da direção espiritual e do discernimento;
- submete seu trabalho às leis que chamamos "apostólicas". Sabe que deve trabalhar com competência, mas confia primariamente na força de Deus. Reza muito e conserva-se modesto nos sucessos. Não pede para ver os resultados, confiando na fecundidade que Deus concederá;
- aceita as renúncias que acompanham o seu trabalho e acredita no valor misterioso do sofrimento. Valoriza positivamente as mediações e as estruturas da vida apostólica. Sabe obedecer de muito boa mente. Possui capacidade de colaboração e de partilha do trabalho apostólico. Pratica a temperança e evita as comodidades e o bem-estar.
3.2.5 Experiência de Deus na vida comunitária.
89. O salesiano encontra em seu viver e trabalhar em conjunto uma exigência fundamental e um caminho seguro para realizar a sua vocação.182
A experiência comunitária é para ele experiência teologal e profundamente humana. Com e mediante os irmãos, os jovens e os colaboradores, ele encontra Deus e experimenta-lhe a presença.
Participante da missão comum, o salesiano discerne com a comunidade e à luz do Evangelho as conjunturas, e sente-se co-responsável pelas intervenções educativas e pastorais, e de sua realização.
Ajuda a comunidade a tornar-se centro de comunhão e participação, agregando e animando outras forças apostólicas.
Perante um mundo tão necessitado de comunhão, o "viver e trabalhar juntos" do salesiano entre irmãos diferentes por idade, língua e cultura, não só se torna sinal da possibilidade do diálogo e profecia de uma comunhão que sabe harmonizar as diferenças mas também proclama com a eloqüência dos fatos a força transformadora da Boa Nova.183 É assim que a comunhão se faz missão184 e fonte de espiritualidade.
90. Para viver a experiência de Deus na vida comunitária, cultiva em si o salesiano estas atitudes:
- considera a comunidade "um mistério que deve ser contemplado e acolhido com alma reconhecida numa límpida dimensão de fé".185 Acolhe os irmãos como presente de Deus, ama-os como Cristo nos ensinou e faz, da partilha da experiência de fé na escuta da Palavra e na celebração da Eucaristia, a base da vida comunitária. Cuida para que na vida cotidiana se patenteie a escolha radical por Jesus Cristo e que a comunidade se torne "sinal", "escola" e ambiente de fé;186
- consciente dos próprios limites, o salesiano ama a sua comunidade tal como é, com seus arrojos e mediocridades, com sua busca de autenticidade e suas indigências;
- vive o espírito de família, que é afeto correspondido, tecido de relações fraternas e amigas, estilo fraterno de exercício da autoridade e da obediência, de diálogo e co-responsabilidade na ação; mantém com o diretor um relacionamento vivo, à imitação dos primeiros salesianos para com Dom Bosco,
- aperfeiçoa sua capacidade de comunicação interpessoal a ponto de partilhar os sentimentos, a oração e as experiências espirituais e apostólicas;
- vive segundo um projeto comunitário e participa ativamente de momentos significativos, quais o "dia da comunidade", os encontros comunitários, as assembléias, os conselhos;
- sente e vive concretamente a sua pertença à comunidade inspetorial e mundial;
- aprofunda o sentido da missão como a experiência mais estimulante de comunhão, que o ajuda constantemente a superar toda a forma de egoísmo e de individualismo. Lê e avalia, em conjunto, as situações, colabora com os agentes pastorais, vive a co-responsabilidade e a coesão perante o projeto comum, assumindo seu papel e respeitando o dos outros;
- vive inserido na Igreja particular com sentido de comunhão e é disponível a colaborar com todas as forças que no território se engajam pela juventude.
3.2.6 Na seguimento de Cristo obediente, pobre e casto
91. A vida espiritual salesiana é uma forte experiência de Deus, que é sustentada e por sua vez sustenta um estilo de vida fundado por inteiro nos valores do Evangelho.187
Por isso, o salesiano assume a forma de vida obediente, pobre e casta que Jesus escolheu para si na terra. É para ele um modo radical de viver o Evangelho e caminho seguro para doar-se totalmente aos jovens por amor de Deus. É o seu modo de buscar a caridade perfeita.188
Crescendo na radicalidade evangélica com intensa tonalidade apostólica, faz de sua vida uma mensagem educativa, dirigida especialmente para os jovens, proclamando com a sua existência "que Deus existe e o seu amor pode saciar uma vida; que a necessidade de amar, a ânsia de possuir e a liberdade de decidir da própria existência adquirem em Cristo Salvador o sentido supremo".189
3.2.6.1 Seguir a Cristo obediente
92. A obediência ao Pai é para Jesus a síntese de sua vida, que se exprime no mistério pascal. Revela a sua identidade de Filho e ao mesmo tempo de Servo, mostrando-O, de modo absolutamente único, unido ao Pai e totalmente dócil. À consagração da parte do Pai corresponde a sua total disponibilidade para a missão de salvação.
Para o salesiano, uma das razões principais da prioridade da obediência – Dom Bosco dizia: "numa Congregação a obediência é tudo"190 – deve ser buscada na importância peculiar que tem a "missão" em sua vida,191 e especificamente em sua forma comunitária.192 A obediência torna-o plenamente disponível para o serviço dos jovens.
No atual contexto cultural, que põe em evidência a auto-realização e o protagonismo individual, o discípulo de Cristo obediente aperfeiçoa a própria liberdade de consagrado, pondo toda a sua pessoa a serviço da missão comum com espírito empreendedor, responsabilidade, docilidade, e evitando toda a forma de individualismo.
93. Para viver a experiência de obediência, o salesiano atenta para algumas atitudes:
- esforça-se porque se opere em si mesmo a difícil passagem do que agrada a ele para o que "agrada ao Pai", identificando-se com os sentimentos de Cristo;
- busca a vontade do Pai por meio da oração e das mediações legítimas – o diálogo comunitário, o discernimento pastoral, a atenção às situações concretas e aos sinais dos tempos, o colóquio fraterno com o superior – e cumpre-a com plena dedicação;
- acolhe com plena liberdade as Constituições como a seu projeto de vida e santidade, e aceita com docilidade as determinações da Igreja e dos Pastores, as orientações da Congregação provenientes dos Capítulos Gerais, das intervenções do Reitor-Mor e dos outros superiores;
- cumpre suas atribuições com generosidade e criatividade, investindo todos os seus dotes no serviço da missão;
- assume pessoalmente a missão da obra a que é enviado; na comunidade é aberto ao diálogo e à co-responsabilidade; trabalha em sintonia com o projeto comum servindo-o segundo a própria função e respeitando a contribuição dos outros;
- vive a obediência no exercício das funções de autoridade e governo, cumprindo-as com o estilo da animação, favorecendo a colaboração e a convergência operativa, estimulando o sentido da missão comum, sabendo intervir com bondade e destemor;
- quando a obediência lhe exige provas difíceis de amor, ele se lembra de Jesus, filho obediente do Pai.193 Relembra as palavras de Dom Bosco: "Haverá alguma regra que não agrada, algum cargo ou outra coisa de que não se gosta; não nos deixemos vencer pelo desânimo, vençamos essa disposição contrária do nosso ânimo por amor de Nosso Senhor Jesus Cristo e do prêmio que nos está preparado… Daí nascerá a verdadeira obediência".194
3.2.6.2 Seguir a Cristo pobre
94. Jesus assumiu a pobreza como forma de vida; como expressão de total pertença à missão, de solidariedade para conosco e de renúncia ao próprio interesse; e como visão pastoral e preferência pelos pobres. Em Jesus o salesiano encontra a verdadeira riqueza; nEle deseja amar os jovens pobres e sentir-se solidário com eles.
A pobreza é uma atitude do coração,195 uma característica da missão. É um estilo pessoal e comunitário de vida que torna livres para a dedicação generosa a serviço do Evangelho.
Deste modo o salesiano e a comunidade se tornam profecia de uma sociedade alternativa que busque mais o bem comum, respeite os valores de cada pessoa, sociedade construída sobre critérios de justiça e de equidade, e solidária com os fracos e injustiçados.196
95. Em caminhada progressiva e constante, o salesiano cultiva em si estas atitudes:
- assume Jesus pobre como modelo de vida e nEle encontra o verdadeiro tesouro: "Renunciei a tudo para ganhar Cristo …. E isto para que O possa conhecer e à eficácia de sua ressurreição";197
- procura viver com alegria uma vida simples e laboriosa, ama o trabalho apostólico e o serviço à sua comunidade, é disponível ao trabalho manual,198 aceita com simplicidade os inevitáveis inconvenientes e as necessárias renúncias;
- confia no projeto de Deus sobre a própria existência; sente-se responsável pelos bens de que usa e é sensível ao testemunho comunitário de pobreza; procura partilhar tudo fraternamente: os bens materiais, os frutos do trabalho, os presentes recebidos, as energias, os talentos, a experiência; sabe depender da comunidade e do superior;199
- manifesta a pobreza na fidelidade aos destinatários, na configuração da ação educativa e pastoral nas diversas obras, na perspectiva peculiar com que observa a realidade e os acontecimentos, na sensibilidade para com a situação social e as novas pobrezas, solicitado também pela doutrina social da Igreja; sente-se por vocação impelido a interessar-se pelos pobres e seus problemas, e "amá-los em Cristo"200 com amor solidário e empreendedor e a participar de suas condições de vida. Alegra-se por trabalhar com os jovens pobres, com os jovens trabalhadores e com a classe popular. Desenvolve em si e nos outros o amor pelas missões e o envolvimento na animação missionária;
- vivencia a ação educativa e promocional como o melhor serviço aos pobres, valorizando os meios e as estruturas mais apropriadas, unindo capacidade administrativa e confiança na Divina Providência, apelo aos "benfeitores" e plena dedicação pessoal.
3.2.6.3 Seguir a Cristo casto
96. "União com Deus", "predileção pelos jovens", "bondade", "espírito de família", são todas características do espírito salesiano que exprimem a forma salesiana de amar.
O salesiano faz cotidianamente a experiência do amor de Deus que lhe sacia a vida201 e vive uma castidade feliz como sinal indicativo de Cristo vivo, ressuscitado, presente em sua Igreja, capaz de conquistar os corações.202
Está convencido de que a castidade consagrada imprime um estilo original à sua capacidade de amar e o torna generoso e feliz na doação sem medida, livre no coração para amar somente a Deus e sobre todas as coisas, e capaz de viver a amorevolezza [a bondade de Dom Bosco].
Aprende a tornar-se testemunha da predileção de Deus pelos jovens, educador capaz de encarnar a paternidade de Deus para eles, de modo que "saibam que são amados". Por meio da caridade que sabe fazer-se amar, educa-os no amor verdadeiro e na pureza.
No contexto de uma cultura que sublinha o corpo e não poucas vezes exacerba a sexualidade, o empenho pela castidade e o testemunho de uma humanidade equilibrada e feliz são sinal do poder da graça de Deus na fragilidade da condição humana. O salesiano apregoa com a vida que mediante o auxílio de Deus é possível orientar o coração, educar os afetos e dominar-se a si mesmo, o que leva a uma experiência autenticamente humana de amor a Deus e ao próximo.
97. A formação à castidade requer algumas condições particulares:
- educar-se e educar na maturidade afetiva e no amor, partindo do reconhecimento de que o amor ocupa o lugar central na vida, não se reduz a uma só dimensão, a física, mas envolve a pessoa em todos os seus aspectos, compreendidos o psíquico e o espiritual; amadurecer a convicção de que o verdadeiro amor é sempre orientado ao outro, é oblativo, torna capazes de renúncia;203
- amar a Deus com todas as forças e nEle os jovens a quem é enviado: por isso, o salesiano aceita uma forma de vida e um estilo de amor educativo e pastoral, que implicam a renúncia à vida matrimonial e a tudo o que lhe é próprio;
- integrar a necessidade de amar e de ser amado na capacidade de amizade e de partilha fraterna, no espírito de família, na "amorevolezza" do Sistema Preventivo que é capacidade de amar e de fazer-se amar;
- educar-se a um amor pelos outros feito de respeito, sinceridade, calor humano, fidelidade e compreensão, superando as barreiras que isolam e as atitudes que levam a instrumentalizar as pessoas;
- tornar-se consciente da própria fragilidade e cultivar a ascese e a temperança, mantendo quer equilíbrio diante das próprias emoções, quer domínio das pulsões sexuais; ser prudente no trato com as pessoas, na linguagem habitual e no uso dos meios de comunicação social;
- invocar o auxílio de Deus e viver na sua presença; cultivar a amizade com Cristo, valorizar o sacramento da Reconciliação como fonte de purificação, entregar-se com simplicidade a um diretor espiritual; recorrer com filial confiança a Maria Imaculada que ajuda a amar como Dom Bosco amava.204
3.2.7 Em diálogo com o Senhor
98. Na oração o salesiano cultiva, alimenta e celebra a capacidade de encontrar a Deus na vida e no trabalho educativo com os jovens e a alegria em contemplar Jesus Bom Pastor, Deus Pai como pai dos seus jovens, e o Espírito que neles opera.
Ele sabe que a oração é antes de tudo docilidade ao Espírito, depois experiência humilde, confiante e apostólica de quem une espontaneamente a oração com a vida,205 chegando "àquela operosidade incansável, santificada pela oração e pela união com Deus, que deve ser a característica dos filhos de S. João Bosco".206
99. Imita Dom Bosco, que viveu e educou os salesianos a um relacionamento singelo com Deus. Testemunhou uma atitude permanente de oração e a capacidade de orientar todas as coisas para a glória de Deus, de viver e de trabalhar na sua presença, de ter como única preocupação o seu Reino. Seguindo-lhe o exemplo, o salesiano "cultiva a união com Deus, consciente da necessidade de rezar sem interrupção".207
O relacionamento com Deus e a interioridade apostólica constituem o coração de sua experiência; permeiam-lhe todo o ser antes mesmo de traduzir-se em atividade ou em práticas de piedade. A sua oração é a oração do Da mihi animas, cetera tolle, que encontra a fonte na Eucaristia e se exprime na plena doação ao empenho apostólico.208
100. Nada há de especial e excepcional na forma de oração do salesiano. Segue o itinerário de oração que a Igreja oferece ao bom cristão. Faz sua a pedagogia da Igreja que o conduz a reviver em si os mistérios da redenção seguindo as etapas do ano litúrgico, e se deixa evangelizar pela Palavra.
Como Dom Bosco, vive com intensidade de fé as práticas de piedade ordinárias: são para ele, "mais do que meios de santificação pessoal, …. momentos de treino para a colaboração cada vez mais intensa na transformação do mundo segundo o plano de Deus".209
Reza com a sua comunidade, que na oração "reaviva a consciência da sua íntima e vital relação com Deus e da sua missão de salvação"210 e partilha tal atitude de oração com a comunidade educativa e com a Família Salesiana, particularmente na celebração das festas salesianas.
Sua oração leva a marca de apóstolo e educador todo entregue ao bem dos jovens, une-se com a vida: precede, acompanha e segue a ação apostólica, está vinculada aos jovens, pelos quais e para os quais reza.
Exatamente por isso a oração do salesiano possui estilo juvenil feito de simplicidade, vivacidade e sinceridade.211 É uma oração "alegre e criativa, simples e profunda (que) se abre à participação comunitária, adere à vida e nela se prolonga".212
101. No diálogo pessoal e comunitário do salesiano com Deus, há que sublinhar algumas expressões e eventos de particular importância:
"A Palavra de Deus é a fonte primeira de toda a espiritualidade cristã. É ela que alimenta um relacionamento pessoal com Deus vivo e com a sua vontade salvífica e santificadora".213
"É para nós fonte de vida espiritual, alimento na oração, luz para conhecer a vontade de Deus nos acontecimentos e força para viver com fidelidade a nossa vocação".214 Exatamente por isso, o salesiano ouve-a com fé e humildade, acolhe-a no coração para guia dos seus passos, fá-la frutificar em sua vida e proclama-a com alegria.215
A escuta da Palavra de Deus "é o momento cotidiano mais eficaz de formação permanente".216 E isto se realiza de modo particular na celebração da Eucaristia e por meio da prática da meditação. A meditação cotidiana é momento privilegiado de intimidade com o Senhor, ocasião concreta para familiarizar-se com a Palavra de Deus e encarná-la na vida.
102. A celebração da Eucaristia é o ato central do dia do salesiano. Nela dá graças ao Pai, faz memória do projeto de salvação cumprido pelo Filho, comunga do Corpo e do Sangue de Cristo e recebe o Espírito que o torna capaz de comunhão fraterna e o renova em sua doação apostólica.
A presença da Eucaristia na casa salesiana é para um filho de Dom Bosco motivo de freqüentes encontros com Cristo, do Qual ele haure dinamismo e constância no trabalho pelos jovens.217
A graça da Eucaristia estende-se às diversas horas do dia pela celebração da Liturgia das Horas.218
103. A celebração do sacramento da Reconciliação constitui a expressão mais significativa e eficaz do caminho cotidiano de conversão. Concede a alegria do perdão do Pai, reconstrói a comunhão fraterna e purifica as intenções apostólicas.219
Dom Bosco sublinhou a relevância pedagógica do sacramento da Reconciliação e apresentou a sua celebração regular e freqüente como chave do progresso espiritual pessoal e do caminho educativo dos jovens.
O salesiano ama e faz amar o sacramento da Reconciliação.
104. A devoção a Maria constitui para o salesiano um alegre e forte chamado a reconhecer e a invocar Maria como "modelo de oração e de caridade pastoral, mestra de sabedoria e guia da nossa Família"; e a contemplar e imitar "a sua fé, a solicitude pelos necessitados, a fidelidade na hora da cruz e a alegria pelas maravilhas operadas pelo Pai". A exemplo de Dom Bosco, sente-se ele comprometido a difundir "uma devoção filial e forte" por Ela, Imaculada e Auxiliadora.220
105. Alguns atendimentos sustentam e exprimem a experiência de oração do salesiano e constituem uma pedagogia de vida:
- exercita-se em celebrar na história o mistério de Cristo, quer vivendo os vários tempos do ano litúrgico quais momentos a ritmarem as etapas da experiência cristã, quer evidenciando espiritualmente o domingo;
- cultiva a própria fé, aprofunda o conhecimento do mistério cristão e, como motivação de sua experiência de oração, atualiza a sua visão teológica e espiritual;
- faz da participação na liturgia uma escola permanente de oração, aprende a ouvir voz de Deus e a acolher a sua graça; persevera na oração mesmo quando atravessa períodos de aridez;
- celebra a Liturgia das Horas como extensão, durante o dia, do mistério eucarístico, partilhando com a comunidade – nos tempos previstos – o louvor a Deus;
- desenvolve a consciência da missão apostólica: vai aos jovens como enviado de Deus para operar em seu nome e não só por escolha pessoal; sabe que Deus o precede; está convencido de que o trabalho que realiza é uma obra de redenção, como libertação das diversas formas do mal ou evangelização das diversas realidades humanas;
- gosta de rezar com a sua comunidade e é fiel aos momentos em que a sua comunidade se encontra para rezar. Descobre a beleza de partilhar com a comunidade as próprias experiências de fé e as preocupações apostólicas. Praticada com espontaneidade e comum consenso, tal partilha "nutre a fé e a esperança, assim como a estima e a confiança mútua, favorece a reconciliação e alimenta a solidariedade fraterna na oração";221
- tira proveito do encontro fraterno e da direção espiritual para o seu caminho de oração;
- valoriza as oportunidades e os estímulos que favorecem aquela oração comum e pessoal viva e renovada que supera os riscos de formalismo, desgaste e passividade que freqüentemente ameaçam as formas comuns e obrigatórias de oração.
106. A experiência espiritual do salesiano encontra na ação apostólica poderosos estímulos, correndo ao mesmo tempo alguns riscos. O salesiano é chamado a viver a graça da unidade, evitando "qualquer dicotomia entre interioridade e empenho pastoral, entre espírito religioso e trabalho educativo ou qualquer fuga para formas de vida que não correspondam ao conselho de Dom Bosco: trabalho, oração, temperança".222
Diligencia o salesiano para que o seu dinamismo espiritual não sofra retardamentos ou interrupções, sua vida espiritual não seja ameaçada pela superficialidade ou pela dispersão. Para tal objetivo, empenha-se em caminhar no Espírito, por agir movido pela interioridade apostólica e a cultivar uma vida unificada.
ORIENTAÇÕES E NORMAS PARA A PRÁXIS
A vida comunitária
107. Cultive a comunidade um tal estilo de comunicação fraterna e de partilha da experiência vocacional que fomente o espírito de família, a ajuda mútua e a capacidade de correção fraterna.223 Haja qualidade nas diversas modalidades de encontro e partilha: o diálogo sobre a missão, o discernimento comunitário, a oração em comum, o "dia da comunidade",224 a elaboração do projeto educativo-pastoral, a programação, a revisão de vida, o estudo das orientações da Igreja e da Congregação, os momentos de avaliação da fraternidade, da pobreza,225 da oração,226 dos valores da espiritualidade salesiana, etc.
A vida segundo os conselhos
A obediência salesiana
108. Cada salesiano participe da elaboração do projeto educativo-pastoral salesiano, local e inspetorial, e se torne idôneo para o trabalho conjunto.227
109. "Fiel à recomendação de Dom Bosco, cada irmão se encontra freqüentemente com o próprio superior em colóquio fraterno".228 "Os irmãos em formação inicial terão uma vez por mês o colóquio com o superior, previsto pelo artigo 70 das Constituições".229
A pobreza salesiana
110. Vivam todos os irmãos a pobreza "como desapego do coração e generoso serviço aos irmãos, com um estilo austero, industrioso e rico de iniciativas";230 cultivem a solidariedade com os pobres231 trabalhando pela justiça e pela paz, especialmente mediante a educação dos necessitados.232
"A comunidade local e a inspetorial avaliem, com a freqüência que julgarem oportuna, o próprio estado de pobreza quanto ao testemunho comunitário e aos serviços prestados. Procurem os meios para contínua renovação".233
111. Procure-se durante a formação inicial que o irmão:
- cumpra com responsabilidade os seus deveres, dedique-se com seriedade aos estudos e esteja disponível para fazer os trabalhos manuais necessários à comunidade;
- assuma, também com experiências concretas, uma atitude solidária com o mundo dos jovens e dos pobres;
- cresça no uso responsável do dinheiro, habitue-se a prestar contas de suas despesas e seja oportunamente levado a participar da administração da comunidade;234
- seja introduzido no conhecimento dos aspectos econômicos e se habilite ao uso responsável dos instrumentos de gestão administrativa necessários à missão.
A castidade salesiana
112. Desde os primeiros anos da formação assegure-se, por meio do diálogo pessoal e do acompanhamento de toda a experiência formativa,tal educação personalizada da sexualidade que ajude a conhecer-lhe a natureza verdadeiramente humana e cristã, assim como a finalidade no matrimônio e na vida consagrada;235 educação que leve à estima e ao amor pela consagração, e faça "crescer numa atitude serena e madura em relação à feminilidade".236
113. Oportunamente ajudados, assumam os irmãos conscientemente a ascese que a castidade implica.237 Em particular:
- verifiquem se as atitudes e o modo de portar-se com os outros, homens e mulheres, e com os jovens são coerentes com as opções da vida religiosa salesiana e o testemunho que lhe é próprio;238
- acolham as eventuais correções fraternas;239
- saibam fazer uso equilibrado do tempo livre, dos meios de comunicação social e das leituras;240 e sejam prudentes ao fazerem visitas e ao participarem de espetáculos.241
Para favorecer o dom da castidade salesiana cultive a comunidade clima de fraternidade e de família entre os irmãos e no relacionamento com os jovens.242
Em diálogo com o Senhor
114. A vida espiritual do salesiano é sustentada pela pedagogia litúrgica da Igreja, pela participação "plena, consciente e ativa"243 nas celebrações e pela permanente educação litúrgica comunitária. Tenha a peito cada irmão a dignidade do culto divino, o respeito pelas orientações litúrgicas, a sensibilidade pelo canto, os gestos, os símbolos.244
115. A Eucaristia ocupa um lugar central na vida cotidiana do salesiano e da comunidade.245 É por meio dela que se exprime e consolida o significado da consagração apostólica na configuração a Cristo, na comunhão fraterna e numa renovada propulsão apostólica.
"Todos os irmãos serão fiéis à celebração cotidiana da Eucaristia".246
116. Por meio do trato contínuo, leitura orante, estudo e partilha comunitária, cultive-se a familiaridade com a Palavra de Deus, verdadeira escola de formação permanente.
117. Sublinhe-se na vida pessoal e comunitária o valor educativo e formativo do Sacramento da Reconciliação, segundo a nossa espiritualidade. A freqüência de sua celebração "deve cada um determiná-la de acordo com o próprio confessor, segundo a tradição dos mestres espirituais e as leis da Igreja".247 Normalmente os religiosos, "solícitos da própria união com Deus, esforcem-se por se aproximarem do sacramento [da Reconciliação] freqüentemente, isto é, duas vezes por mês".248 Durante a formação inicial, dada a incidência que pode ter o acompanhamento do confessor sobre o discernimento vocacional e sobre toda a experiência formativa, tenham os irmãos um confessor estável e ordinariamente salesiano.
118. Uma adequada e bem cuidada celebração da Liturgia das Horas contribui para consolidar a atitude de oração e a união com Deus.249 "Os sócios celebrarão todos os dias, possivelmente em comum, as Laudes e as Vésperas".250 Os irmãos diáconos e presbíteros sejam fiéis às "obrigações assumidas na ordenação",251 participando, com a celebração das diversas Horas, do louvor incessante que a Igreja eleva ao seu Senhor.
119. Cuide-se com particular atenção não só da educação na oração pessoal e na oração mental mas também da participação e da animação dos retiros e dos exercícios espirituais anuais: eles são momentos fundamentais da pedagogia espiritual do salesiano, momentos que estimulam a atitude de renovação e consolidam a unidade de vida.252 "A comunidade destinará ao menos três horas ao retiro mensal e, convenientemente preparado, um dia inteiro ao retiro trimestral. Todos os anos os sócios farão seis dias de exercícios espirituais, segundo as modalidades estabelecidas pelo Capítulo Inspetorial".253
120. A Comissão inspetorial de formação e os Diretores ajudem os irmãos a zelarem pela qualidade da oração pessoal, especialmente da meditação, feita em comum por ao menos meia hora,254 e favoreçam-lhes o conhecimento e a prática de métodos que sejam adequados às características de nossa espiritualidade.
121. Ponham-se, durante o ano, segundo o espírito da liturgia, na devida evidência as festas marianas; valorizem-se as expressões de devoção mariana típicas da Família Salesiana, especialmente o santo Terço.255
Celebrem-se com gaudiosa participação as festas e as memórias dos Santos e Beatos da Família Salesiana, louvando a Deus pelo dom da santidade concedido à nossa Família espiritual e acolhendo-lhe o estímulo para a sua imitação.
122. Cultivem-se momentos de partilha da oração com os jovens e com os leigos.
123. Métodos e estilos de oração, textos e outros subsídios conservem a característica salesiana da oração intimamente conjugada à ação; abram "a uma equilibrada espontaneidade e criatividade, quer pessoal quer comunitária",256 e eduquem a uma particular sensibilidade para formas juvenis, populares e festivas.257 Contribuam para reavivar o espírito das diversas celebrações e evitar os efeitos da rotina.
3.3 A DIMENSÃO INTELECTUAL
3.3.1 Motivos e urgência
124. Para viver de forma adequada a vocação salesiana é indispensável uma formação intelectual sólida e constantemente atualizada, fundada em estudos sérios, que amadureça e cultive a capacidade de reflexão, de avaliação e de confronto crítico com a realidade.
A sociedade em contínua mutação está a exigir pessoas de mentalidade aberta e crítica, em atitude de busca, dispostas a aprender e a enfrentar o novo, hábeis em distinguir o permanente do transitório, inclinadas ao diálogo e capazes de discernimento.
Somente uma abordagem inteligente da realidade e uma visão aberta à cultura, ancorada na Palavra de Deus, no sentir eclesial e nas orientações da Congregação, conduzem o salesiano a uma escolha e experiência vocacional solidamente motivada e o ajuda a viver com consciência e maturidade, sem reducionismos nem complexos, a própria identidade e o seu significado humano e religioso. Doutra forma, há o perigo de extraviar-se perante as correntes de pensamento ou de refugiar-se em modelos de comportamento e formas de expressão superadas ou não coerentes com a própria vocação.258
125. Na sociedade de hoje, sob o impulso da nova evangelização, o salesiano adverte a necessidade de contribuir segundo o seu carisma para o diálogo entre fé e cultura, de individuar métodos mais apropriados ao anúncio da Palavra de Deus. Ora, tal penetração do Evangelho na cultura e na sociedade pressupõe que se tenha aprofundado o mistério de Deus, a vocação humana e as condições atuais em que a vida se processa.
O salesiano em particular, chamado como é a trabalhar no campo juvenil, experimenta a necessidade de conhecê-lo e de habilitar-se para que sua intervenção educativa e pastoral seja adequada e eficaz. Isto requer atenção e reflexão constante, e a capacidade de traduzir, em projetos concretos, a missão educativa. É-lhe indispensável adquirir uma iluminada mentalidade pastoral, competência pedagógica e profissionalidade.
126. Além disso, no cumprimento da missão, realizada junto com leigos competentes, ao salesiano confia-se a tarefa de orientador pastoral, responsável primeiro da identidade salesiana das iniciativas e das obras, animador e formador de adultos co-responsáveis no trabalho educativo.
Tal encargo, que, segundo as obras e as funções, pode assumir expressões diferenciadas, está a reclamar dele tanto um conhecimento maior, teórico e prático, dos problemas juvenis e dos caminhos da educação quanto a capacidade seja de interagir com os adultos acerca de problemas de vida e de fé, seja de comunicar e orientar, seja de propor autorizadamente metas e itinerários educativos.
Supõe também vivência mais convicta do espírito salesiano, conhecimento reflexo e orgânico do Sistema Preventivo e consciência maior da própria identidade.259
127. Na atual conjuntura cultural é sumamente necessário vincular o testemunho religioso tanto aos valores da pessoa quanto aos desafios provenientes da cultura. "No seio da vida consagrada, há necessidade de renovado amor pelo empenho cultural, de dedicação ao estudo como meio para a formação integral e como percurso ascético, extraordinariamente atual, frente à diversidade das culturas".260
3.3.2 Natureza da formação intelectual
128. A dimensão intelectual é, portanto, um componente fundamental da formação tanto inicial quanto permanente. Trata-se de uma formação intelectual estreitamente conjugada com as outras dimensões da formação, porque formação religiosa e profissional, caridade pastoral e competência pedagógica reclamam-se mutuamente; o esforço de qualificação e de profissionalidade integram-se na experiência vocacional.261
"O estudo e a piedade – escreveu Dom Bosco a um irmão – farão de ti um verdadeiro salesiano",262 como a repetir com outras palavras: "Cultura e espiritualidade farão de ti um autêntico e competente educador pastor dos jovens".263
129. A capacidade intelectual e, em particular, a capacidade de refletir, discernir e julgar, são aptidões sobre cujo desenvolvimento se deve continuamente zelar.
Sublinhe-se que a formação intelectual é antes de tudo um modo de viver e de trabalhar aprendendo da vida, mantendo-se abertos aos desafios e estímulos da situação (cultura, Igreja, Congregação), dedicando tempo à reflexão e ao estudo, e valorizando os meios e as propostas; é agir no cotidiano com capacidade de atenção e de discernimento, habilitando-se a desenvolver com competência o próprio trabalho; é zelar por um ambiente comunitário que estimula o confronto e o aprofundamento, e que favorece a ação pensada, programada, avaliada.
Era convicção de Dom Bosco e, hoje, o é da Congregação que uma séria preparação intelectual ajuda de maneira insubstituível a viver coerentemente a característica própria da vocação salesiana e a sua missão.
130. A formação intelectual do salesiano compreende a formação de base, isto é, os estudos que fazem parte das diversas fases da formação inicial, a especialização ou profissionalização, e a formação permanente.
Lugar especial ocupa a formação intelectual durante a formação inicial, especialmente em alguns períodos. Ela tende a assegurar uma preparação e uma qualificação de base, uma mentalidade pedagógica pastoral aberta e crítica, uma visão salesiana inteligente e fundada, uma atitude permanente de reflexão e de estudo.
Cada salesiano, coadjutor ou sacerdote, adquire e cultiva uma sólida base cultural. Por outro lado, a vocação específica incide na organização dos estudos, precisando-lhe as escolhas, a orientação e o planejamento. Para os salesianos candidatos ao presbiterato, o currículo específico é determinado pela Igreja, segundo as exigências do próprio contexto cultural.
A formação de base leva em conta a situação inicial dos candidatos, uma situação diversificada: algumas vezes frágil nos conteúdos, na perspectiva e no método de estudo; outras vezes já profissionalmente qualificada.
3.3.3 Escolhas que qualificam a formação intelectual do salesiano
131. A formação intelectual do salesiano é orientada por algumas opções qualificantes, que se devem assumir já na configuração da formação inicial (currículo, programas, métodos, etc.).
3.3.3.1 Caracterização salesiana
Os Regulamentos caracterizam de modo explícito o relacionamento entre identidade e formação intelectual do salesiano quando afirma: "A missão salesiana orienta e caracteriza de modo próprio e original a formação intelectual dos sócios em todos os níveis. A organização, pois, dos estudos harmonize as exigências da seriedade científica com as da dimensão religioso-apostólica do nosso projeto de vida".264 Não é, por isso, indiferente a escolha da configuração, do currículo e do centro de estudos para a formação dos irmãos, se se quiser assegurar a qualificação pedagógico-pastoral requerida pela vocação salesiana; e não se pode delegar a instâncias não salesianas a orientação dos estudos.
3.3.3.2 Interação de teoria e práxis, e sintonia com a conjuntura histórica
132. A formação intelectual prepara para o diálogo com as situações históricas, especialmente com a situação juvenil, vistas em chave educativa e pastoral; ela qualifica para o discernimento pastoral, e torna capazes de orientar pessoas, projetos e processos em consonância com os objetivos da missão.
Requer por sua natureza uma verdadeira iniciação à metodologia da ação apostólica. Pode ser sinteticamente indicada com a expressão "reflexão sobre a práxis", interação de teoria e práxis; a vida real estimula e motiva o estudo e a reflexão, e estes iluminam a práxis.
3.3.3.3 Estruturação orgânica e unitária
133. A unidade e a organicidade que caracterizam todo o processo formativo qualificam também a dimensão intelectual para o serviço de uma experiência pessoal unificada e de uma adequada compreensão da missão.
Num contexto cultural que não parece privilegiar a referência a alguns critérios fundamentais e que aparece marcado pelo pluralismo e pela complexidade, é indispensável a proposta de um saber unificado que torne possível uma visão fundamentada, crítica e aberta. Tal saber unificado e orgânico nasce não só da síntese ativa dos conteúdos próprios das diversas disciplinas e das diversas abordagens mas também de um método de ensino e de estudo que estimula a interiorização e a síntese.
Ele leva o salesiano a compreender a originalidade de sua vocação, que supõe constantemente a delicada referência da natureza à graça, da ciência à fé, da ordem temporal ao Reino de Deus.
3.3.3.4 Continuidade
134. Também a formação intelectual deve ser direcionada perspectiva de formação permanente, a fim de que amadureça o hábito da reflexão e do estudo, a abertura ao diálogo, a atenção às orientações eclesiais e salesianas, o empenho pela qualificação.
A continuidade da formação intelectual ajuda o salesiano seja a conhecer e a viver com certa conaturalidade os novos avanços da história, seja a empenhar-se nela apostolicamente. A constante promoção da inteligência habilita a aprender de forma progressiva; torna capaz de valorizar os momentos e as ocasiões de atualização sem limitar-se àquilo que é já previsto institucionalmente; e condiciona decisivamente a missão do salesiano educador pastor dos jovens.
3.3.3.5. Inculturação265
135. A atenção à inculturação deve estar presente em todas as dimensões da formação. A inculturação, com efeito, atinge o relacionamento da pessoa, de suas raízes e de sua caracterização cultural, com a vocação; interessa à encarnação do carisma e à realização da missão educativa pastoral nos diferentes contextos. É, pois, nesta perspectiva e perante tal tarefa que se deve colocar também a formação intelectual e a programação dos estudos.
Fundada nos princípios indicados pela Igreja, princípios ligados ao mistério da encarnação e à antropologia cristã, e alicerçada em sólida plataforma filosófico-teológica, a formação intelectual inculturada e a serviço da inculturação não se reduz a uma simples adaptação aos contextos, mas atinge a pessoa em suas raízes e no quadro de referência que traz em si, habilita a um diálogo inteligente e crítico com a realidade, enquanto sublinha conteúdos particulares de reflexão e de estudo.
136. Ao "estabelecer o modo de levar a cabo a formação segundo as exigências do próprio contexto cultural"266 cuidar-se-á para que, na implantação dos estudos, não falte a perspectiva da inculturação. Ela interessa, particularmente, a formação filosófica, a orientação teológica e pastoral, a dimensão da evangelização, a ação missionária e o diálogo ecumênico, o relacionamento inter-religioso, o método e a espiritualidade salesiana.
Nos estudos do pós-noviciado em que se concede amplo espaço às ciências humanas, a formação filosófica – estabelecido o núcleo fundamental de afirmações conexas com a revelação cristã – é aberta a um sadio pluralismo com relação às diferentes culturas. Evitando apresentações justapostas e sincretistas, oferece uma síntese original inculturada.
A formação teológica (teológico-pastoral, moral, espiritual, litúrgica, etc.) – atenta quer aos desafios que apresenta a nova evangelização nos diversos contextos, quer às diversas formas de encarnação do ministério pastoral – pede que se assuma a inculturação como critério e instrumento de toda reflexão e metodologia pastoral, com o objetivo de preparar educadores e evangelizadores habilitados a serem mediadores do relacionamento entre Evangelho e cultura em sintonia com a Igreja.
A reflexão e o estudo devem acompanhar também a inculturação dos valores do carisma e da espiritualidade salesiana, ajudando a encarnar os conteúdos e as modalidades características nas várias culturas e indicando "as maneiras diversas de viver a única vocação salesiana".267
3.3.4 Áreas culturais
137. A experiência vocacional e a missão salesiana, na sua unidade e nos elementos que a constituem, faz-se critério privilegiado também para a escolha das áreas culturais, sua interna estruturação e suas relações. Além de uma sólida cultura de base, ela requer uma adequada abordagem teológica, filosófica e pedagógica, particular atenção a alguns aspectos da realidade e o estudo da "salesianidade".
3.3.4.1 Uma sólida cultura de base
138. Para estar em condições de confronto e de diálogo com pessoas de diferentes experiências e competências, é necessário que todo salesiano possua como base mínima o nível de estudos que se requer de qualquer pessoa que termine o ciclo de instrução ordinário no próprio país, e que seja capaz de organizar seu saber numa síntese significativa e comunicável. "É a própria situação contemporânea a exigir que os mestres estejam cada vez mais à altura da complexidade dos tempos e em condições de afrontar, com competência, clareza e profundidade de argumentação, as carências de sentido dos homens de hoje, às quais apenas o Evangelho de Jesus Cristo dá resposta cabal".268
É necessário, portanto, que todo salesiano possua uma cultura – isto é, um conjunto de conhecimentos, significados e valores – , cultura ampla, aberta e ao mesmo tempo crítica, e que seja o mais qualificado possível no que diz respeito à missão salesiana. O ser educador pastor dos jovens requer esteja em condições de animar, efetivamente, outros educadores e colaboradores leigos.
Considerando a universalidade da Congregação, a composição das Regiões e dos grupos de Inspetorias e as hodiernas tendências do mundo, vê-se hoje também a conveniência de incluir na bagagem cultural o aprendizado, em níveis úteis, de uma ou mais línguas além da própria, para superar as barreiras lingüísticas e criar espaços de maior comunicação e colaboração.
3.3.4.2 O aprofundamento da fé por meio da teologia
139. Uma qualificação de base nas ciências teológicas e sua constante atualização leva o fiel a uma compreensão adequada do mistério cristão, a viver com ciência o relacionamento entre Evangelho e cultura, e habilita-o a responder às questões que a ela dirigem as mutáveis situações e a evolução cultural.
A teologia está a serviço da fé, de sua dimensão eclesial e de sua inculturação. Está indissoluvelmente conexa com a vida e a história do Povo de Deus e com o Magistério que lhe orienta o caminho; tem saliente caráter vital e uma relevante incidência na missão da Igreja e em particular sobre a vida espiritual e sobre o ministério pastoral de seus membros.269
Conseqüentemente, a reflexão teológica ajuda o salesiano a crescer no amor a Jesus Cristo e à sua Igreja, confere sólido fundamento à vida espiritual, qualifica para a missão educativo-pastoral. Requer a atual conjuntura que já nas fases iniciais da formação – mas não só nelas – já esteja presente um bom enraizamento da fé, seja em termos de conhecimento intelectual da verdade, seja em termos de uma experiência de vida baseada no Evangelho. Especial atenção deve merecer também a teologia da vida consagrada.
3.3.4.3 Uma coerente visão da pessoa, do mundo e de Deus por meio da filosofia
140. O estudo da filosofia é indispensável para se chegar a uma válida compreensão e interpretação da pessoa humana, da sua liberdade, e das suas relações com o mundo e com Deus;270 indispensável para se ter uma adequada capacidade de reflexão e de avaliação crítica da realidade.
Ajuda, na verdade, seja a amadurecer uma visão coerente em que se compõem e harmonizam os múltiplos dados da experiência, seja a apreender a dimensão de verdade e a garantir-lhe a certeza num contexto em que freqüentemente se exalta o subjetivismo como critério e medida da verdade. Apresenta-se como base necessária para o diálogo entre ciências teológicas e ciências humanas, para a compreensão crítica das diversas culturas, para garantir os pressupostos racionais do mistério cristão, e para permitir um discernimento das formas culturais por meio das quais se propõe o anúncio evangélico.
3.3.4.4 As ciências humanas e da educação
141. As ciências humanas, como a sociologia, a psicologia, a pedagogia, as ciências da economia e da política, as ciências da comunicação social oferecem uma compreensão mais profunda do ser humano, dos fenômenos e das linhas evolutivas da sociedade.271 São indispensáveis para quem é chamado por vocação a inculturar o Evangelho na realidade juvenil.
Para o salesiano que durante a formação assimila a práxis educativa e a sabedoria pedagógica da Congregação, as ciências da educação resultam em elemento insubstituível de qualificação vocacional e profissional, e ocupam lugar privilegiado para seu relacionamento com o campo e os objetivos específicos da missão salesiana. E a catequese, que integra profundamente a preocupação pastoral e a sensibilidade pedagógica, desfruta de especial centralidade, porque o anúncio de Cristo aos jovens é a nossa razão de ser de salesianos.
O influxo cada vez mais vasto e profundo da comunicação social em quase todos os aspectos da vida, dos setores de atividade e das relações na sociedade, torna necessária a formação do salesiano no campo da comunicação que o habilita ao conhecimento dos instrumentos, de suas linguagens e de seu uso, adquirindo senso crítico e capacidade metodológica e educativa, para uma comunicação mais eficaz da mensagem.
A fim de garantir uma ação educativo-pastoral eficaz, é também importante que o salesiano conheça a realidade sócio-político-econômica em que vive e trabalha, e se confronte com as atuais complexas problemáticas do mundo do trabalho, com os problemas sociais, com as novas pobrezas, com a doutrina social da Igreja.
3.3.4.5 A "salesianidade"
142. Cultivar a identidade vocacional, aprofundar a riqueza carismática do Fundador, viver em sintonia com a consciência da Congregação e as orientações que ela se dá para caminhar com fidelidade ao projeto vocacional e exprimi-lo de modo adequado aos tempos e às circunstâncias, tudo implica uma compreensão e por isso um estudo inteligente, atualizado e constante da espiritualidade, da pedagogia, da pastoral e da história da congregação.
É tarefa permanente de todo salesiano cultivar a inteligência da própria vocação e assumir a mens da Congregação, consolidando a própria identidade e tornando-se capaz de comunicar e propor os valores do carisma salesiano.
3.3.5 Especialização e profissionalidade
143. Além da sólida qualificação de base, a nossa vocação requer adequada competência profissional, que implica às vezes a especialização. Por outro lado, o contexto e os campos em que operamos e as tarefas que assumimos exigem com freqüência o reconhecimento oficial das qualificações. Assegurada, portanto, a formação de base, torna-se necessária uma ulterior qualificação ou especialização.272
É certo que uma pessoa se pode habilitar em determinado setor por meio da vida e do trabalho. Hoje, entretanto, para dar qualidade à práxis cotidiana e evitar a improvisação e a superficialidade operativa, requer-se o conhecimento adequado e a preparação específica.
A especialização valoriza os dons pessoais para a ação apostólica e tem por fim habilitar o salesiano a um serviço marcado pela profissionalidade e pela competência.
Todo salesiano se qualifica para a tarefa educativo-pastoral e para o encargo que lhe é confiado, especialmente quando se trata de responsabilidade de animação, de governo e de formação na comunidade local e inspetorial.
144. Na escolha da especialização levam-se em conta, é claro, as aptidões e inclinações do irmão. Entretanto, o critério fundamental e prioritário continua sendo a missão concreta da Congregação. Neste sentido, não se programe a especialização para alcançar objetivos individuais, mas para que possa corresponder às exigências dos projetos apostólicos.273
É a Inspetoria que, na sua programação e mais especificamente no Plano inspetorial de qualificação e especialização dos irmãos, estabelece as áreas e as prioridades de especialização, indicando as modalidades de execução.
Ela prossegue depois oferecendo ao irmão especializado quer a continuidade e estabilidade na atividade para a qual foi preparado, quer a possibilidade de atualização. De seu lado, o irmão valoriza a sua preparação a serviço da missão comum.
3.3.6 Centros de estudo para a formação
145. A organização e as características dos estudos requeridos para a formação intelectual do salesiano encontram uma resposta institucional nos centros de estudo. A opção pelo centro de estudos responde aos critérios da formação salesiana. Por esta razão, os Regulamentos gerais convidam as Inspetorias que estão em condições de fazê-lo a terem um centro próprio de estudos.274
Existe, de fato, na Congregação uma diversidade de estruturas para os estudos do pós-noviciado e da teologia: o centro salesiano, quer integrado com uma comunidade formadora ("estudantado"), quer funcionando independentemente dela; o centro não salesiano; e o centro administrado em co-responsabilidade com outros.
Muitos centros salesianos estão abertos a estudantes não pertencentes à Congregação.
Dentre os diversos tipos de centros de estudo deve-se dar preferência ao centro salesiano, que oferece uma configuração dos estudos com perspectiva salesiana, evidenciando o caráter pastoral e pedagógico, favorece a integração entre projeto formativo global e formação intelectual, e a relação entre salesianos estudantes e docentes; dever-se-á garantir o relacionamento entre centro de estudos e comunidade.
146. É dever dos Inspetores velar cuidadosamente pelos centros de estudos, preocupar-se quer com seu objetivo salesiano, quer com a qualidade do serviço acadêmico, e provê-los dos meios necessários. A consistência qualitativa e o adequado funcionamento de um centro de estudos exige sobretudo o cuidado por seu corpo docente e, portanto, que se programe o quadro dos professores efetivos e se preveja a preparação, a estabilidade, o emprego racional e a substituição necessária do pessoal; que se sublinhe a salesianidade como ponto de convergência e se proceda à qualificação de docentes para aqueles setores culturais que caracterizam salesianamente o centro; que se ueles queles setrores culturais que caracterizam salesianam3nte o centro; que sefavoreça o contato e o envolvimento dos docentes na ação e na reflexão da Congregação e da Inspetoria.
É preciso também ter presente que os centros salesianos podem oferecer às Inspetorias e à Igreja local, um serviço qualificado de animação espiritual, pastoral e cultural: iniciativas para a atualização dos irmãos, dos membros da Família Salesiana e dos leigos; assessoria para organismos inspetoriais e interinspetoriais; pesquisa, publicações, elaboração de subsídios; iniciativas várias em colaboração com organismos eclesiais e religiosos.
Um centro de estudos constitui para uma só Inspetoria uma exigência por vezes pesada. É pois aconselhável, e freqüentemente necessária, a colaboração entre várias Inspetorias.
Quando a freqüência a um centro salesiano de estudos, quer em nível inspetorial, quer em nível interinspetorial, não for possível, a escolha do centro deve-se basear em critérios formativos, assegurando as condições e seguindo o procedimento indicado pela Ratio. Em cada caso, para tal escolha dever-se-á tomar em consideração a situação da Inspetoria, o número dos salesianos estudantes, a vizinhança ou não de centros salesianos e o contexto eclesial.
147. Dentre os vários centros de estudos salesianos, ocupa posição de privilégio a Universidade Pontifícia Salesiana que tem missão particular de serviço à Igreja e à Congregação para a qualificação do pessoal.
"O atual desenvolvimento da Congregação e sua expansão mundial, os desafios da missão e a exigência de qualidade na sua expressão pedagógico-pastoral, a perspectiva da nova evangelização e da inculturação, o zelo pela comunhão e a atenção às diversas expressões do nosso carisma, tornam de grande importância e atualidade a função da UPS no quadro da realidade salesiana".275
A UPS mantém um relacionamento particular com outros centros salesianos de estudo sob a forma da filiação e da agregação. Trata-se de uma experiência construtiva e útil, a serviço da qualidade acadêmica, do diálogo e da colaboração, do papel dos docentes.
3.3.7 Algumas indicações para promover a formação intelectual
148. O empenho pela formação intelectual deve ser uma constante na vida do salesiano. Tal empenho encontra estímulo e expressão concreta em algumas atitudes que ele deve cultivar:
- o salesiano faz com que o entusiasmo por sua vocação, gerado pela caridade pastoral, se torne uma intensa motivação para a sua formação intelectual. Nutre amor pelo estudo, dedica-lhe tempo e valoriza as oportunidades que lhe são oferecidas, considerando-o instrumento eficaz para a missão;
- zela por uma visão de síntese entre fé, cultura e vida, entre educação e evangelização, entre valores seculares e pastorais;
- vive a formação intelectual como uma autoformação, especialmente na perspectiva da formação permanente, isto é, como atitude e empenho pessoal, valorizando a reflexão, a partilha e o intercâmbio em grupo;
- consciente das exigências da missão, empenha-se por desenvolver autênticos interesses culturais; por manter a identidade vocacional salesiana como critério de orientação dos próprios esforços para atualizar-se e amadurecer intelectualmente; por adquirir uma mentalidade de reflexão e de discernimento perante os sinais dos tempos e dos novos fenômenos emergentes nas culturas juvenis;
- encontra na comunidade, tanto inspetorial quanto local, estímulo e auxílio para sua formação intelectual; projeta-se ela de fato como ambiente rico de valores salesianos, aberto à vida e à cultura. De particular auxílio é a reflexão sobre a práxis no âmbito do Projeto Educativo-Pastoral Salesiano, feita juntamente com a CEP;
- na formação inicial, assume a responsabilidade pela própria formação intelectual. Enfrenta com generosidade e sentido apostólico a ascese demandada pela seriedade dos estudos, o esforço penoso do trabalho científico, a diligência e a concentração. Toma parte ativa na aula, nos grupos e nas diversas iniciativas acadêmicas e culturais, e valoriza o encontro com os professores. Interioriza as motivações e os objetivos de cada disciplina e atividade escolar em que está envolvido;
- introduz-se na metodologia da ação apostólica, e sabe unir exercício pastoral com formação intelectual, a serviço de uma experiência integral que evita os riscos do abstraimento e do imediatismo.
149. "A missão salesiana orienta e caracteriza de modo próprio e original a formação intelectual dos sócios em todos os níveis. A organização, pois, dos estudos harmonize as exigências da seriedade científica com as da dimensão religioso-apostólica do nosso projeto de vida".276
Ofereça-se a todo irmão uma sólida formação intelectual teológica, pedagógica e profissional, de acordo com as diversas formas vocacionais e segundo as normas estabelecidas pela Igreja.
150. Por meio de constante reflexão sobre a práxis, do aporte complementar das várias disciplinas de estudo e da aquisição das necessárias habilitações, forme em si o salesiano uma mentalidade pedagógico-pastoral e habilite-se a enfrentar adequadamente as tarefas e os desafios próprios da missão.
151. A preparação intelectual deve formar no salesiano uma mentalidade "aberta e crítica"277 que o torne capaz de compreender a realidade, especialmente a dos jovens e dos pobres; desenvolva nele o espírito de iniciativa;278 induza-o "a seguir o movimento da história e a assumi-lo com a criatividade e o equilíbrio do Fundador".279
Empenho pessoal pela formação intelectual
152. Cultive todo salesiano a reflexão pessoal e comunitária sobre a práxis, e o hábito da leitura; aproveite as oportunidades de atualização oferecidas pela comunidade local, pela Inspetoria e pela Igreja; vele pela qualificação cultural requerida por sua tarefa de educador dos jovens, por seu papel de animador e pelos desafios do contexto, tornando-se cada vez mais apto para o cumprimento da missão comum.
"Cada irmão procure com os superiores o campo de qualificação mais apropriado às suas capacidades pessoais e às necessidades da Inspetoria, dando preferência a quanto diz respeito à nossa missão. Conserve a disponibilidade característica do nosso espírito e esteja disposto a requalificações periódicas".280
1.1.2 Em nível de Congregação |
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153. Os estudos na Congregação são regulados:
- pelos documentos da Igreja que direta ou indiretamente se referem à formação intelectual dos religiosos e aos estudos eclesiásticos;
- pelas Constituições e pelos Regulamentos gerais, pelos Capítulos Gerais, pelo Reitor-Mor com seu Conselho, por esta Ratio e pelos Diretórios inspetoriais aprovados.
154. A formação intelectual na Congregação está sob a direta competência do Reitor-Mor com seu Conselho. Zela-a especificamente o Conselheiro Geral pela formação,281 ao qual cabem os seguintes serviços:
- a promoção dos estudos exigidos pela índole própria da Congregação;
- a atenção à preparação do pessoal, e a verificação do Plano inspetorial de qualificação e requalificação dos irmãos;
- o cuidado pelos centros salesianos de estudos para a formação e pelo pessoal que neles opera;
- a avaliação quer da escolha dos centros de estudo não salesianos para a formação, quer das filiações dos centros salesianos de estudo a instituições salesianas e não salesianas.
155. Os centros superiores de estudo, como academias ou faculdades de teologia, de filosofia e de pedagogia, dependentes de nossa Congregação, devem inspirar-se, por quanto se refere aos estudantes salesianos, aos critérios e às diretrizes desta Ratio.
156. Favoreça-se o estudo do italiano como instrumento para conhecer as fontes, ler os documentos, e como elemento de comunicação na Congregação, especialmente nos contatos e encontros internacionais.
Estimule-se também o estudo de outras línguas que possam servir para a comunicação pastoral e salesiana.282
1.1.3 Em nível inspetorial |
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157. Objetivando a unidade da formação intelectual, o Diretório Inspetorial – secção formação contenha as orientações e as opções fundamentais para os estudos, tendo presentes as normas da Congregação, as exigências da missão e do contexto inspetorial; contenha também as indicações relativas aos centros de estudo freqüentados pelos irmãos nas diversas fases da formação e a sua caracterização. O Projeto inspetorial de formação indique muito concretamente quanto se refira ao currículo de estudos.
158. A Inspetoria elabore o Plano inspetorial de qualificação e especialização dos irmãos baseando-o nos critérios indicados pelo Diretório e como parte do Projeto inspetorial de formação. Avalie-o e reveja periodicamente por meio da CIF. Seja o Plano apresentado ao Conselheiro Geral para a formação.
Na formação inicial
159. A preparação intelectual constitui um elemento integrante da formação inicial em todas as fases. Ela tem importância particular na programação geral e no investimento do tempo durante o imediato pós-noviciado (ao menos dois anos) e na formação específica, seja dos salesianos encaminhados ao sacerdócio (quatro anos), seja analogamente na formação específica dos salesianos coadjutores (ao menos um ano).283
160. Há que sublinhar, durante a formação inicial, a configuração salesiana dos estudos e cultivar o estudo gradual e sistemático das disciplinas especificamente salesianas.284
Quanto à configuração salesiana dos estudos, zele-se:
- pela perspectiva fundamental e unificadora da formação do educador pastor salesiano;
- pela correspondência efetiva dos planos de estudo às exigências da vida e da missão salesiana;
- pela presença de irmãos adequadamente preparados que, a partir da sua própria área de qualificação, ajudem os irmãos estudantes a captarem o estilo salesiano dos estudos e estejam em condições de sensibilizarem os responsáveis dos centros não salesianos para tal feição.
Quanto ao estudo das matérias especificamente salesianas:
- promova-se um estudo gradual e sistemático das disciplinas salesianas (históricas, pedagógicas, espirituais e as linhas fundamentais da Pastoral Juvenil Salesiana) levando à prática quanto se estabelece no Diretório inspetorial – setor formação e no Projeto inspetorial de formação;
- quando se freqüenta um centro salesiano, ordinariamente a responsabilidade se partilha entre as autoridades acadêmicas e as da comunidade formadora;
- quando se freqüenta um centro não salesiano, essa tarefa é assumida pela comunidade formadora, a não ser que a cumpra o mesmo centro.
Os responsáveis pela formação intelectual
161. O irmão em formação deve considerar-se o primeiro responsável pela sua preparação intelectual. Por isso:
- freqüente regularmente as aulas e prepare diligentemente colóquios ou entrevistas, dissertações escritas e exames;285
- esteja aberto ao diálogo e à partilha em grupo, e participe ativamente das iniciativas acadêmicas e culturais do próprio centro de estudos;
- empenhe-se, com o auxílio dos professores, por aprimorar a reflexão e aprender um método de estudo segundo o espírito da formação permanente.
162. O Diretor e os outros formadores diligenciem por acompanhar a formação intelectual do irmão, mantenham-se informados, dialoguem com os responsáveis pelos estudos, façam periódicas avaliações.
Garanta-se na comunidade formadora a presença de irmãos qualificados, possivelmente professores, que ajudem a harmonizar estudos e experiência formativa.
163. Consciente de sua específica função formadora, demonstre o irmão professor todo o interesse pela caminhada intelectual dos estudantes, promova o desenvolvimento de suas capacidades, tendo presentes os objetivos e as exigências pastorais e pedagógicas da atividade salesiana.
Subordine os eventuais serviços culturais e apostólicos, em nível de Inspetoria ou de Igreja local, àqueles aos quais é chamado a oferecer aos irmãos estudantes. Dedique-se a sistemático esforço de atualização na própria qualificação.
164. Os professores não salesianos, eclesiásticos, religiosos ou leigos, chamados a oferecer seus préstimos em centros salesianos, sejam escolhidos tendo presentes sua idoneidade científica e pedagógica, os critérios e as condições indicadas pela Igreja e a Congregação, especialmente a sintonia com as orientações eclesiais e o testemunho de vida.286
A metodologia
165. A metodologia dos estudos e do ensino abra espaço a uma válida caracterização antropológica e a instâncias de interdisciplinaridade, a métodos que favoreçam a capacidade de reflexão, de diálogo e de confronto, a maturidade crítica e a atitude de formação intelectual permanente. Professores e estudantes entreguem-se com seriedade ao trabalho intelectual e procedam segundo perspectivas de síntese em função de uma mentalidade pastoral pedagógica.
166. Na organização do trabalho acadêmico:
- preveja-se quer um número suficiente de horas de aula nos cursos institucionais para o desenvolvimento da matéria programada, quer as indicações gerais para o estudo pessoal;
- instituam-se "seminários" e exercitações para estimular a ativa participação dos alunos;
- ensinem os professores um método sério de trabalho científico;287
- favoreça-se de diversas maneiras o estudo pessoal.
Centros de estudo para a formação
167. Há, de facto, na Congregação diversidade de estruturas para os estudos do pós-noviciado (freqüentados em alguns casos também pelos pré-noviços) e da teologia:
- há o centro salesiano de estudos integrado a uma comunidade formadora ("estudantado") ou funcionando independentemente da comunidade formadora; em ambos os casos, o centro pode ser freqüentado por estudantes salesianos e por outros religiosos, diocesanos ou leigos;
- há também o centro não salesiano, eclesiástico ou civil, freqüentado por irmãos membros de uma comunidade formadora; em alguns casos o centro é dirigido pelos salesianos em colaboração com outros Institutos ou com a Diocese.
168. Entre os dois tipos de centros de estudo acima indicados – centro salesiano e centro não salesiano – escolha-se ordinariamente o centro salesiano.288 Sublinha esta opção a importância de uma orientação que favorece a integração e a convergência entre a formação intelectual e a formação global na perspectiva salesiana.
Tal convergência pode verificar-se, seja na forma da comunidade formadora com um centro próprio de estudos ("estudantado"), seja na forma da separação entre comunidade formadora e centro salesiano de estudos, sempre que haja estreita colaboração entre as duas instâncias para a consecução do comum objetivo formativo.
O centro salesiano oferece também a vantagem formativa da partilha de reflexão e de vida entre irmãos docentes e discentes, e de um serviço qualificado para a formação permanente na Inspetoria.
169. A preferência pelo centro salesiano não significa que ele deva reservar-se apenas aos salesianos. Os mesmos regulamentos convidam a abrir nossos centros "na medida do possível também aos externos, religiosos e leigos, para um serviço à Igreja particular".289
Esta abertura, que deve salvaguardar a identidade e as condições de qualidade do centro, importa outrossim vantagens formativas, quais a partilha, a colaboração e a maior presença numérica de estudantes.
170. "As Inspetorias em condição de fazê-lo tenham um centro próprio de estudos para a formação dos irmãos e para serviços qualificados de animação espiritual, pastoral e cultural".290
Mantenham-se os centros salesianos de estudo, garanta-se a qualidade acadêmica e formativa, a consistência do corpo de professores e a continuidade do pessoal qualificado. Para a troca de irmãos que fazem parte do corpo docente estável de um centro salesiano de estudos, proceda o Inspetor de entendimento com o Conselheiro para a formação.
Planejem-se, segundo a consistência e a estrutura do centro, as diferentes atribuições e organismos acadêmicos (coordenador de estudos, conselho, congregação dos professores, assembléia dos estudantes…), zelando por seu reto funcionamento. Tenha cada centro de estudos salesiano seus próprios estatutos e regulamentos inspirados na Ratio.
171. Haja uma decidida e séria colaboração em nível interinspetorial para a criação de centros de estudo para a formação e para assegurar-lhes as condições, sobretudo quando não for possível fazê-lo em nível inspetorial.
172. Favoreçam-se formas e iniciativas de comunicação entre centros de estudos e comunidade salesiana: encontros das autoridades acadêmicas com as autoridades religiosas, dos professores com os alunos, etc.
No caso do "estudantado", levando-se em conta a sua situação concreta, estejam sempre adequadamente distintas e harmonicamente unidas as competências do centro de estudos (regulamento, órgãos acadêmicos, ambientes, financiamento) e as próprias da comunidade formadora, segundo as normas das Constituições e dos Regulamentos gerais.
Garanta-se também a 'coligação' institucionalizada entre o centro de estudos, a comunidade formadora e a Inspetoria na qual está inserido. Tal coligação pode ser expressa sob a forma de:
- "encontros periódicos" entre as autoridades do centro de estudos e a comunidade formadora (Coordenador de estudos e Diretor) com o Inspetor e eventualmente o seu Conselho, para estudar problemas de importância, relacionados com a formação intelectual, o corpo docente, a programação e execução dos planos de estudos, a biblioteca, o setor administrativo e a mesma vida do centro de estudos ou do estudantado;
- constituição de um "órgão diretivo" composto pelos responsáveis em nível inspetorial, em nível da comunidade formadora e do centro de estudos, tendo como tarefa tratar dos problemas de maior relevância.
173. "Quando o centro de estudos é insterinspetorial, as inspetorias colaborem co-responsavelmente para que atinja suas finalidades".291
A colaboração interinspetorial para o estudantado ou o centro de estudos supõe a criação e o adequado funcionamento de um organismo de co-responsabilidade (o "curatorium", por exemplo) composto pelos Inspetores diretamente interessados, pelo Coordenador dos estudos, pelo Diretor da/das Comunidade/s formadora/s e pelo administrador e por outros membros estabelecidos pelo estatuto. Serão suas tarefas:
- precisar os direitos e os deveres das Inspetorias participantes, o papel que compete ao Inspetor local e aos outros Inspetores interessados;
- estabelecer concretamente as áreas e as formas de colaboração entre centro de estudos e as Inspetorias que o sustentam;
- acompanhar a programação dos estudos e da atividade acadêmica;
- estudar e apresentar indicações aos superiores competentes acerca do pessoal docente e discente;
- zelar para que se observem as orientações e normas da Sé Apostólica a respeito dos centros de estudo eclesiásticos;
- manter a coligação com o Conselheiro Geral para a formação.
174. A assunção, por parte de uma Inspetoria, do empenho de co-responsabilidade na direção e gestão de centros de estudos, levados avante com outras instituições eclesiásticas ou civis, deve ser aprovada pelo Reitor-Mor. Faça-se com que os irmãos neles empenhados estejam adequadamente qualificados e possam prestar serviço válido e significativo.
175. Recomenda-se vivamente que os Centros de estudos teológicos, tanto das dioceses quanto dos Institutos Religiosos, freqüentados por nossos irmãos estejam afiliados a alguma Faculdade de Teologia.292
176. Requer-se a aprovação do Reitor-Mor para a filiação de um centro salesiano a instituições não salesianas.
177. As filiações ou outras formas de uniões dos centros salesianos de estudo às Faculdades da Universidade Pontifícia Salesiana devem ser favorecidas. Se delas adequadamente cuidar o mesmo centro e a Universidade, as filiações ultrapassarão o aspecto administrativo acadêmico e contribuirão para a consolidação da qualidade dos estudos, a qualificação do pessoal, o diálogo entre os diversos centros da Congregação, a comunhão de intentos, a colaboração.
Cabe ao Reitor-Mor, como Grão-Chanceler da UPS, autorizar o início do processo da filiação e encaminhar o pedido oficial à Congregação para a Educação Católica, depois que as autoridades acadêmicas competentes tiverem concluído as necessárias verificações e dado o seu consentimento.
Os decanos das Faculdades da UPS e os responsáveis pelos centros filiados informarão periodicamente o Conselheiro Geral para a formação de como anda a filiação ou outras formas de união.
178. Quando a freqüência a um centro salesiano de estudos for impossível também em nível interinspetorial, escolha-se aquele centro de estudos não salesiano que responda às orientações eclesiais e leve maiormente em consideração as exigências e a acentuação dos aspectos293 que caracterizam cada uma das fases.
Em particular, para o imediato pós-noviciado, privilegie-se o centro de estudos não salesiano que melhor vincule a filosofia às ciências humanas; e, para a fase da formação específica para o presbiterado, o centro de estudos que estiver em condições de maiormente contribuir para a formação de um sacerdote educador pastor. Verifiquem-se periodicamente as condições formativas da experiência.
A escolha de um centro de estudos não salesiano requer diálogo prévio com o Conselheiro Geral para a formação e a aprovação do Reitor-Mor.
179. Cada Inspetoria estabeleça no Diretório qual é o centro de estudos escolhido para a formação dos irmãos, apresentando os motivos de contexto que levaram a tal decisão.
180. Quando os irmãos freqüentam um centro de estudos não salesiano, a fim de que se garanta a consecução dos objetivos formativos, cuide-se porque, segundo as possibilidades e circunstâncias concretas:
- tais irmãos estudantes se empenhem, individual e grupalmente, por assumir em visão de síntese e segundo a perspectiva da vocação salesiana os conteúdos culturais propostos pelo centro de estudos;
- não falte relacionamento entre os responsáveis da comunidade formadora e os responsáveis acadêmicos;
- um salesiano competente acompanhe a formação intelectual dos irmãos que freqüentam o centro e, se possível, haja algum irmão que ensine no centro de estudos e tenha nele participação significativa;
- os conteúdos de história, pedagogia, pastoral e espiritualidade salesiana sejam objeto de cursos específicos e sistemáticos, ou como parte do currículo do centro ou como proposta interna da comunidade formadora.
Reconhecimento do currículo de base e outros estudos
181. Faça-se com que os estudos previstos pelo currículo comum durante a formação inicial "sejam estruturados de modo a tornar possível, onde as condições o permitam, a obtenção de títulos de estudo com valor legal".294 O Plano inspetorial de qualificação terá presente esta exigência.
182. Quanto à possibilidade de empenhar-se durante a formação inicial em mais estudos, além dos previstos pelo currículo comum, também em vista da consecução de títulos, tenha-se presente o dever de garantir em primeiro lugar as condições requeridas pela fase formativa que se está vivendo e a prioridade de dedicar-se o irmão ao currículo de base. Em caso de real incompatibilidade, dê-se precedência absoluta, à experiência formativa.
Quando for possível conciliar tanto o respeito às exigências formativas quanto o empenho por outros estudos, dedique-se o irmão a eles com responsabilidade e sacrifício, e o Inspetor e o Diretor garantam o necessário acompanhamento e a periódica verificação.
183. Tenha-se presente a norma da Congregação para a Educação Católica que proíbe, durante os estudos filosóficos e teológicos, a freqüência simultânea como alunos ordinários a mais de uma universidade ou centro de estudos superiores.295 Estejam, portanto, os formandos, nas diversas fases da formação, matriculados como alunos ordinários num só instituto de nível universitário.
184. As Inspetorias que durante a formação inicial, antes ou depois do tirocínio, estabelecem um período particular de anos, não coincidentes com outras fases formativas, para que irmãos coadjutores ou clérigos façam estudos de qualificação, avaliem atentamente a situação formativa do irmão, escolham com atenção o centro de estudos, assegurem ao irmão um ambiente comunitário apropriado e não deixem faltar um adequado acompanhamento formativo.
3.4 A DIMENSÃO EDUCATIVO-PASTORAL
185. O salesiano forma-se para viver na Igreja o projeto de Dom Bosco: ser sinal e portador do amor de Deus aos jovens, especialmente aos mais pobres.296
Toda a formação é orientada por esta missão e habilita a vivê-la; por isso, a dimensão educativo-pastoral constitui-lhe uma característica original. Ela é a destinação final e o ponto de convergência das outras dimensões formativas; determina-lhe com unidade vital os conteúdos, as escolhas e os percursos, emprestando a cada um deles caráter educativo-pastoral.
Assim o serviço aos jovens, que é parte integrante da consagração apostólica, exige necessariamente do salesiano qualidades humanas, preparação cultural, competência profissional e profundidade espiritual.
A missão salesiana inspira-se no Sistema Preventivo e se realiza na Pastoral da Juventude Salesiana. É firmada nesses dois elementos – Sistema Preventivo e Pastoral da Juventude Salesiana – que se articula a dimensão educativo-pastoral da formação.297
3.4.1 Formar para o Sistema Preventivo, encarnação da missão salesiana
186. O salesiano educador e pastor dos jovens prepara-se para viver o estilo de vida e de ação de Dom Bosco e de seus primeiros discípulos, o espírito salesiano, que se encarna na experiência espiritual e educativa de Dom Bosco no Oratório de Valdocco e que ele chamou Sistema Preventivo. Este pertence à essência mesma da nossa missão; pode considerar-se uma como síntese de quanto Dom Bosco quis ser e viver para os jovens. Constitui, por isso, uma referência essencial para a formação salesiana.
A formação e a realização da missão segundo o Sistema Preventivo pressupõe:
- habilitar para uma experiência espiritual que tem sua fonte e centro na caridade de Deus, dispõe a acolher e a servir Deus nos jovens, e cria com eles uma relação educativa para orientá-los à plenitude da vida;
- capacitar não só para fazer uma proposta de evangelização que valoriza o patrimônio natural e sobrenatural que todo jovem recebeu de Deus, mas também, num ambiente acolhedor e carregado de vida, propor um itinerário educativo que orienta para uma forma original de vida cristã e de santidade juvenil, a Espiritualidade Juvenil Salesiana;
- assumir uma metodologia pedagógica caracterizada:
* pela presença amorável e solidária em meio aos jovens;
* pela aceitação incondicional de cada jovem e o encontro pessoal;
* pelo uso do critério preventivo por meio do qual se busca desenvolver os recursos do jovem através de experiências positivas de bem;
* pelo apelo aos recursos da razão através da razoabilidade das propostas e da riqueza de humanidade;
* pela religião como proposta de cultivar o sentido de Deus ínsito em toda pessoa e o esforço de evangelização cristã;
* pela bondade (amorevolezza) como amor educativo que faz crescer e cria correspondência;
* pelo ambiente positivo, vivificado tanto pela animação dos educadores trabalhando na co-responsabilidade quanto pelo protagonismo dos mesmos jovens;298
- saber exprimir o modelo operativo nas diversas obras e serviços, e nas "novas formas de presença salesiana entre os jovens", em particular na AJS, em cada uma delas segundo a sua peculiaridade.299
3.4.2 Formar para a Pastoral da Juventude Salesiana, realização do Sistema Preventivo
187. Ao desenvolver a missão com fidelidade dinâmica, a experiência da Congregação aprimorou uma modalidade concreta de realizar a ação educativo-pastoral no meio dos jovens segundo o Sistema Preventivo: é a Pastoral da Juventude Salesiana.
A formação e a realização da missão implicam assumir os elementos que definem a Pastoral da Juventude Salesiana:
- a escolha determinante dos jovens, especialmente dos pobres, que permeia todo o modo de pensar e de agir;
- o processo unitário de educação e evangelização juvenil, que visa à salvação integral dos jovens na realidade humana e na vocação de filhos de Deus ("honestos cidadãos e bons cristãos"), articulando quatro dimensões características: a educativo-cultural, a da evangelização e catequese, a da experiência associativa, a vocacional;300
- o estilo específico da animação e o critério oratoriano aplicado nas diversas obras e serviços;
- o processo vivido na Comunidade Educativo-Pastoral (CEP) de que a comunidade salesiana é núcleo animador, promovendo a co-responsabilidade de todos no respeito e integração das diversas funções atribuídas e na atenção ao próprio papel específico;
- a Pastoral Juvenil realizada segundo o Projeto (Projeto Educativo-Pastoral salesiano: PEPS), que é o modo concreto em que a comunidade educativa entende viver o carisma de Dom Bosco, encarnando-o na própria realidade social e eclesial, e escolhendo apropriadas prioridades, objetivos, estratégias e ações, formas de participação e de avaliação.
3.4.3 Os valores e as atitudes próprios da dimensão educativo-pastoral
188. Formar o educador-pastor salesiano na perspectiva indicada requer maturar e cultivar com atenção particular alguns elementos:
3.4.3.1 A predileção e presença entre os jovens, sobretudo os mais pobres
Ser salesiano quer dizer ter um coração para os jovens, especialmente para os mais pobres e em perigo, e que vivem à margem na Igreja. Cultivar o dom da predileção pelos jovens impele a:
- dirigir-se a eles com atitude amiga e capacidade de partilha;
- acolhê-los sem bloqueios e preconceitos, reconhecendo e valorizando tudo quanto trazem dentro de si;
- caminhar com eles, adequando-se-lhes ao passo e ritmos de vida;
- ajudá-los a captar a riqueza da vida e seus valores, equipando-os para enfrentar a realidade, e tornando-os conscientes dos valores permanentes.301
A predileção pelos jovens move o salesiano a interessar-se pelos ambientes populares em que vivem, a ler a realidade colhendo-a de seu ponto de vista, e a reagir a ela com respostas e projetos significativos para a Igreja e o território.
3.4.3.2 A integração entre educação e evangelização
189. O serviço que prestamos aos jovens é a educação e a evangelização "segundo um projeto de promoção integral do homem, orientado para Cristo, homem perfeito", como dizem as Constituições.302 Por isso, a ação educativa e a ação evangelizadora não são dois caminhos sucessivos: a preocupação pastoral situa-se, sempre, no interior do processo de humanização e este último abre-se e orienta para o horizonte do Evangelho.
Isto significa:
- partir de uma visão de fé: a vida é um dom em que Deus está presente;
- orientar positivamente todo o processo educativo dos jovens para o encontro com Cristo e o seu Evangelho;
- promover o desenvolvimento humano da pessoa e a promoção social do ambiente;
- fazer com que os valores evangélicos e os dinamismos cristãos animem o processo de maturação dos jovens (formação à liberdade responsável, formação da consciência, formação da dimensão social);
- promover uma fé operosa que permeie o crescimento da pessoa e de sua cultura de modo que se possa formar nela uma síntese vital de fé e de cultura.
3.4.3.3 O sentido comunitário da Pastoral Salesiana
190. A ação do salesiano em favor dos jovens é sempre ação comunitária, vivida na co-responsabilidade e partilhada na comunidade religiosa e na Comunidade educativo-pastoral, no âmbito da Família Salesiana e do Movimento Salesiano.
Por isso, o salesiano aperfeiçoa o sentido da "ação conjunta" segundo a diversidade das tarefas e papéis, a consciência de ser parte do núcleo animador, a responsabilidade de contribuir a "manter a unidade do espírito e estimular o diálogo e a colaboração fraterna para mútuo enriquecimento e maior fecundidade apostólica".303
3.4.3.4 O estilo de animação
191. Nosso estilo de fazer é o da animação que exige:
- se acredite na pessoa e em suas possibilidades de bem, de modo a torná-la protagonista e agente principal de tudo quanto lhe diz respeito;
- se parta do ponto em que a pessoa está e se lhe abram novos horizontes por meio de propostas adequadas, de relacionamento marcado por aquela bondade que cria clima de liberdade e facilita o desenvolvimento das energias;
- se mantenham relacionamentos interpessoais profundos, em sereno ambiente acolhedor em que a pessoa se sente à vontade, sabe exprimir-se e assumir a responsabilidade do próprio crescimento, fazendo escolhas livres baseadas em motivos e valores;
- se suscite o envolvimento, a participação, a co-responsabilidade.
3.4.3.5 A perspectiva de uma pastoral orgânica e a mentalidade de projeto
192. A pastoral juvenil salesiana é uma pastoral orgânica porque nela as diversas atividades e intervenções miram à promoção integral dos jovens, e porque na CEP se compartilham os objetivos e linhas operativas, e se integram e complementam os aportes de todos.
Ela pede um modo de pensar e agir que promova a coligação e a convergência de todas as pessoas e entre todos os elementos que intervenham na ação educativo-pastoral.
Isto exige:
- uma mentalidade de projeto, que se exprime no PEPS;
- a idoneidade para atuar segundo as diversas dimensões do Projeto;
- a capacidade de organizar a animação pastoral, de modo a promover a comunicação, a coordenação e o trabalho em equipe.304
3.4.4 Algumas linhas de formação educativo-pastoral
3.4.4.1 A qualificação educativo-pastoral
3.4.4.1.1 A escuta de Deus nas necessidades dos jovens
193. Inspirado no exemplo de amor e doação com que Deus veio em socorro da pessoa humana, e imitando Dom Bosco que percorria as ruas para encontrar-se com os jovens em sua realidade, o salesiano sente no coração os apelos que lhe vêm dos jovens, especialmente dos que estão em situação de pobreza e sofrimento.
Por meio do discernimento, feito com o auxílio do Espírito, detecta o sentido teológico dos desafios que procedem do mundo dos jovens. Aprende a reconhecer em seus apelos a voz de Deus salvador, que o interpela. Entra assim em diálogo com o Senhor, introduz nesse diálogo os jovens e põe-se todo ao seu serviço.
A consciência de ser chamado e enviado por Deus a encontrá-lo nos jovens e a empenhar-se por sua libertação e evangelização, ajuda-o a formar em si uma mentalidade de apóstolo que dá unidade à toda a sua vida.
3.4.4.1.2 Atenção ao mundo da educação
194. Perante os desafios da nova evangelização, o salesiano sente a necessidade de sólida qualificação e de intenso empenho cultural. Não poucas vezes são as mesmas instâncias civis e legais, as exigências do mundo da educação e os fenômenos educativos nas áreas em que trabalha que lhe exigem qualificação.
Assim, pois, a reflexão, o estudo e a atualização contínua constituem para ele uma responsabilidade vocacional e profissional, em particular nas áreas mais próximas da missão salesiana específica, como a pedagogia e a catequese.
3.4.4.1.3 A reflexão teológico-pastoral e as orientações da Igreja
195. Toda a formação intelectual do salesiano é caracterizada pela perspectiva pastoral. Ele estuda especificamente a teologia pastoral e, no estudo de outras disciplinas, encontra a conexão com a atividade pastoral. Recebe estímulo e iluminação das orientações da Igreja universal e particular, sobretudo das que se referem ao campo da missão juvenil.
3.4.4.1.4 A assunção das orientações pastorais salesianas
196. É preciso que o salesiano se enraíze no carisma, aprofundando o Sistema Preventivo e sua tradução na Pastoral da Juventude Salesiana, em particular a Espiritualidade Juvenil Salesiana.
É importante conheça bem as orientações dos Capítulos Gerais recentes e das linhas pastorais indicadas pelo Reitor-Mor e seu Conselho, pelo Dicastério da Pastoral da Juventude e por sua Inspetoria.
Necessários e úteis são também os estudos profissionais e as especializações nos vários campos da Pastoral da Juventude Salesiana, como também a aquisição de habilidades e habilitações em outras áreas (animação, liderança, dinâmica de grupo).
3.4.4.1.5 A formação na experiência cotidiana da missão
197. Embora atribuindo o justo valor e o lugar indispensável à formação de base e às iniciativas extraordinárias, deve-se pôr em evidência que é a experiência cotidiana da missão vivida na comunidade local e inspetorial que oferece ao salesiano o ambiente e o caminho mais eficaz para a formação como educador apóstolo salesiano. É no dia-a-dia que ele faz a experiência do discernimento pastoral, de projeção e avaliação, de co-responsabilidade e colaboração, de oração e espiritualidade da missão.305
É nessa mesma comunidade educativo-pastoral que aprende e se sente estimulado a dar um gaudioso testemunho de sua vida religiosa, comunitária e apostólica; empenha-se a viver os elementos fundamentais de sua identidade salesiana; colabora lealmente com os diversos órgãos de co-responsabilidade; participa ativamente nos processos de formação em andamento na CEP; e preocupa-se com o desenvolvimento da vocação salesiana nos jovens e nos colaboradores.
3.4.4.2 As atividades pastorais durante a formação inicial
198. Na linha da tradição salesiana, "em toda a formação inicial – lê-se nas Constituições – juntamente com o estudo, dá-se importância às atividades pastorais da nossa missão",306 ainda que, metodologicamente, em algumas fases prevaleçam as atividades teóricas e que habilitam para o serviço de específicos objetivos formativos. Expressão salesiana típica e qualificada de experiência formativa pastoral é o tirocínio.
As atividades pastorais têm por fim desenvolver a dimensão educativo-pastoral. Se bem programadas e acompanhadas, orientam e ajudam a alcançar algumas finalidades formativas específicas:
- crescer na sensibilização pela situação dos jovens e adquirir o hábito de perceber-lhes a realidade do ponto de vista da salvação;
- cultivar as capacidades educativo-pastorais, como sejam, especialmente, a assistência salesiana, a animação de grupo;
- amadurecer na vocação, ponderando as possibilidades e as dificuldades que se encontram no caminho de identificação com os ideais apostólicos salesianos. É vivendo concretamente a missão que se aprende a verificar as atitudes, as motivações e as capacidades, e se esforça por sintonizá-las com as exigências da missão;
- integrar na própria vida os diversos aspectos espirituais, intelectuais, emotivos e operativos da experiência, visando a um euilíbrio entre trabalho e oração, entre ação e contemplação, quilíbrio entre trabalho e oração, ação e contemplação, teoria e práxis, atenção ao indivíduo e atenção ao conjunto, consagração e missão;
- fazer experiência pessoal da missão salesiana nas diversas obras e atividades, abrir-se aos horizontes da Família Salesiana e do Movimento Salesiano, e progredir no sentido de co-responsabilidade no trabalho segundo as exigências da "pastoral orgânica" e do trabalho em equipe.
199. A interação entre teoria e práxis é um elemento metodológico constante do itinerário formativo. Por um lado é importante que a práxis tenha uma finalidade formativa, isto é, seja pensada, cumprida e avaliada segundo a intenção formativa que se propõe; ao mesmo tempo, a reflexão sobre o conjunto dos princípios e das idéias deve incidir sobre a visão e sobre a experiência da pessoa, sobre sua mentalidade e sobre seus critérios de ação, sobre as motivações que sustentam o seu projeto de vida e a sua abordagem da realidade.
Para garantir a qualidade formativa das atividades pastorais é preciso cuidar de algumas condições:
- que as atividades façam parte do Projeto inspetorial de formação, que especifica as responsabilidades e as atividades educativo-pastorais para as diversas fases, segundo um itinerário diversificado e gradual. Desaconselham-se, portanto, atividades individuais ou muito autônomas;
- que tais atividades estejam relacionadas com a missão salesiana e se cumpram ordinariamente em obras salesianas e ambientes juvenis onde se pode aprender a trabalhar com mentalidade de projeção, a viver a unidade orgânica da Pastoral da Juventude Salesiana, a operar em comunidade e com os leigos, e a ser animadores;
- que tenham caráter formativo; sejam proporcionadas à idade, à maturidade e à necessidade de formação do salesiano e diferenciadas segundo as diversas formas de vocação. A programação, feita em conjunto com os irmãos em formação, atente para vários elementos: a análise da situação, os objetivos, os métodos, as estratégias, os prazos e as avaliações;
- que haja a presença de orientador qualificado, dotado quer de necessária competência para avaliar as situações, quer de reconhecido ascendente para estimular nos que acompanha o processo de crescimento nos valores;
- que se cuide para que se faça uma avaliação séria e sistemática, quer por parte dos irmãos em formação, quer por parte dos formadores.
200. Cada comunidade se confronte e aprofunde os conteúdos da Pastoral da Juventude Salesiana e se mantenha atualizada com respeito às orientações da Igreja e da Congregação.
201. Particulares oportunidades de formação permanente encontra-as todo irmão:
- na participação responsável da animação da própria comunidade educativa pastoral;
- no "trabalhar juntos" com os irmãos e com os leigos;
- no empenho da elaboração, realização e avaliação do projeto educativo-pastoral inspetorial e local;
- na atenção às indicações pastorais da Inspetoria, da Congregação e da Igreja.
202. Preveja a Inspetoria, para a formação inicial, um itinerário de atividades educativo-pastorais alinhadas com o Projeto educativo-pastoral inspetorial e o Projeto inspetorial de formação.
Apresente tal itinerário propostas graduais e progressivas, com objetivos formativos precisos, nos diversos setores da pastoral da juventude salesiana. A Comissão inspetorial para a formação, em diálogo com a Comissão para a pastoral da juventude, verifique periodicamente esse itinerário.
203. Podem-se prever no itinerário atividades educativo-pastorais ordinárias, geralmente semanais, e outras extraordinárias, pelo tempo que se lhe dedica e pelo contexto e condições em que se desenvolvem.
Indiquem-se para tais atividades os objetivos, os métodos, as estratégias, as modalidades de acompanhamento.307 Façam-se avaliações sistemáticas em nível pessoal e comunitário.
204. Procure-se que as atividades educativo-pastorais correpondam às seguintes condições:
- atenção à vocação específica e à situação formativa do interessado, e coerência com a fase formativa que está vivendo e com as exigências que ela comporta no campo da vida comunitária e do estudo;308
- oportunidade para conhecimento direto da situação da pastoral da juventude inspetorial nos diversos ambientes e segundo as diversas dimensões do PEPS, e para contato com os destinatários da própria missão;
- possibilidade de provar as próprias motivações e qualidades no cumprimento da missão salesiana;
- oportunidade para partilhar o espírito e a ação educativo-pastoral com os leigos e os membros da Família Salesiana.
- o estilo comunitário da programação em sintonia com o PEPS, da realização e da avaliação;
- o acompanhamento da comunidade onde se realiza e de um guia qualificado que ajude a configurar e a avaliar a experiência, e a viver os valores apostólicos que lhe são próprios;
- uma avaliação formativa segundo os critérios de que acima se falou.
2 CAPÍTULO QUARTO |
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2.1 LINHAS DE METODOLOGIA FORMATIVA |
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205. A identificação vocacional salesiana (cap. 2º) é em primeiro lugar dom do Espírito, mas é também uma tarefa que envolve cada irmão e cada comunidade num processo de discernimento e constante maturescência.
A apresentação da vocação salesiana pôs em evidência os conteúdos que se devem assimilar, as aptidões que se devem possuir e as atitudes que se devem viver (cap. 3º). Trata-se de fazê-los passar de proposta a projeto, de valores conhecidos a valores vividos. Responder ao apelo de Cristo, que chama pessoalmente, significa realizar os valores da vocação.
206. Da experiência educativa salesiana já desde os tempos de Dom Bosco e das orientações da Igreja e da Congregação salesiana emergem indicações de metodologia formativa; trata-se de convicções, critérios e condições considerados indispensáveis para a consecução dos objetivos do processo formativo e para o cultivo continuado da vocação.
São indicações para se levar às diversas situações, tornando-as nelas susceptíveis de atuação. Diferentes são, na verdade, as situações vocacionais e formativas nas Inspetorias, diferentes as possibilidades e os desafios, diferente, portanto – sob certos aspectos –, a estruturação da formação inicial e a animação da formação permanente.
São indicações que empenham cada salesiano e demandam a responsabilidade das Inspetorias e dos mais diretos responsáveis pela animação da formação.
Algumas linhas metodológicas referem-se de modo particular à formação inicial, que tem estruturação específica, estabelecida pelas Constituições, com metas, momentos, conteúdos, intervenções e responsabilidades previstas.
207. Tendo embora presente a diversidade de situações, são estrategicamente importantes as seguintes linhas e atenções metodológicas: uma formação que atinja a pessoa em profundidade por meio de uma experiência toda vivida em clave formativa segundo um projeto orgânico e um caminho gradativo; o cuidado pelo ambiente formativo e o envolvimento ativo e co-responsável de todos os protagonistas; a qualidade formativa de alguns aspectos da experiência; a atenção ao acompanhamento e ao discernimento.
4.1 ATINGIR A PESSOA EM PROFUNDIDADE309
208. A formação, como atitude pessoal e responsabilidade comunitária, como projeto educativo e pedagógico de vida, tem por objetivo a assimilação pessoal da identidade salesiana para uma sua expressão fiel e criativa em cada momento da vida.
Tornar-se ou ser salesiano não comporta simplesmente uma identificação operativa, isto é, o querer trabalhar pelos jovens como Dom Bosco; supõe, muito mais, uma identificação interior, a sequela Christi segundo a graça própria do carisma de Dom Bosco. Da configuração a Cristo irrompe a missão e na missão se dá a configuração a Cristo.
A identificação vocacional se realiza no coração da pessoa, no nível mais íntimo de afetos, sentimentos, convicções, motivações, não se limitando à assunção ou transmissão de conteúdos e comportamentos. "A formação deverá, pois, atingir em profundidade a própria pessoa, de tal modo que cada uma das suas atitudes ou gestos, tanto nos momentos importantes quanto nas circunstâncias ordinárias da vida possa revelar a sua pertença total e feliz a Deus".310 Não se trata de adaptação ou adequação, mas de interiorização.
O texto constitucional faz consistir o método formativo no fazer experiência dos valores da vocação311 e os Regulamentos gerais afirmam que "a assimilação do espírito salesiano é fundamentalmente um fato de comunicação de vida".312
209. Atingir a pessoa em profundidade implica antes de tudo partir da realidade da pessoa; uma realidade comunicada, conhecida e interpretada do ponto de vista da vocação salesiana. É indispensável que a construção se faça sobre a base de um conhecimento verdadeiro e adequado da pessoa no seu presente e no seu passado, evitando preconceitos ou suposições ingênuas e ilusões, e ajudar a cada um a dizer-se toda a verdade a respeito de si mesmo e a individuar tudo quanto necessita de purificação e crescimento.
Atingir a pessoa em profundidade na perspectiva da formação salesiana significa pois confrontar a pessoa com a identidade vocacional, com seus elementos integrantes e com as motivações que a sustentam, com a identidade expressa no projeto constitucional e encarnada na realidade da Congregação; significa construir um profundo sentido de pertença.
Só quando o salesiano se deixa interpelar por Deus no profundo do seu coração, se identifica, a partir de dentro, com os critérios e os valores vocacionais e sabe renunciar às atitudes que se lhe opõem, fundamenta o próprio projeto e unifica a própria vida ao redor de motivações verdadeiras e autênticas, só então é que a formação alcança seu objetivo fundamental.
Tal formação, a partir de dentro, é por certo um dom do Espírito, mas é também favorecida por uma adequada pedagogia. É uma tarefa e um critério válidos, seja para todo salesiano, o qual deve cuidar daquilo que é o coração da própria experiência, seja para aqueles que animam e acompanham a experiência vocacional.
4.2 ANIMAR UMA EXPERIÊNCIA FORMATIVA UNITÁRIA SEGUNDO UM PROJETO ORGÂNICO
210. As Constituições convidam o salesiano a conferir eficácia formadora às atividades ordinárias e a "viver com interesse formativo qualquer situação"313; indicam ao mesmo tempo um caminho que vai da primeira orientação para a vida salesiana até o empenho definitivo de viver num dinamismo de fidelidade e perseverança.
A formação parte da realidade da pessoa do salesiano, uma realidade em contínuo desenvolvimento, e tem como meta a sua identificação com a vocação salesiana, de modo a poder vivê-la com alegria e plenitude. O percurso através do qual se desenvolve essa experiência formativa é múltiplo e diversificado nos indivíduos e nos operadores, nos momentos, nas intervenções, nos conteúdos, nas expressões. Em particular a formação inicial é marcada por fases diversas, é vivida em comunidade e com responsáveis diferentes; prevê sucessivas experiências, avaliações, empenhos.
A eficácia da formação requer que os diversos aspectos e momentos, situações, tarefas, relacionamentos, e avaliações, que configuram a experiência formativa, sejam vistos e vividos como elementos de um único processo, de uma única proposta, de ação coordenada e convergente. Evitando o risco de fazer da formação uma soma de intervenções desorganizadas e descontínuas, confiadas à ação individual de pessoas ou grupos.
211. Emerge, assim, a importância do projeto – uma visão de conjunto e uma convergência para o redor de pontos chaves – tudo centrado na formação integral do salesiano. Isto abraça harmonicamente a responsabilidade da pessoa, as atitudes a assimilar, a pluralidade dos ambientes, a diversidade das intervenções, a ação complementar dos responsáveis, e sabe concatenar, em continuidade progressiva, as várias fases da formação inicial e as várias etapas da vida do salesiano.
Deve, por isso, a formação implantar-se, em cada nível, segundo um projeto orgânico e unitário, ser vivida com mentalidade de projeto, ser levada avante por um sujeito unitário e pela convergência dos diversos agentes. É necessário, particularmente em nível inspetorial, que exista um projeto, como plano geral de intervenção.
Todos os membros da comunidade inspetorial, especialmente os animadores e os formadores, participam deste processo de reflexão e partilha, baseando-se nas orientações eclesiais e salesianas, e atentando não só para os desafios da própria situação sócio-cultural mas também para as condições das pessoas. A encarnação da identidade salesiana no contexto exige tanto um bom conhecimento dos valores a serem encarnados quanto uma contínua e atualizada leitura da situação, de modo a se poder chegar a prudente discernimento.
212. O projeto não se limita a assinalar as grandes metas e as linhas gerais de formação. Inclui também a elaboração específica de cada fase, em termos de objetivos, estratégias, programação de intervenções e processo de avaliação.
Os conteúdos, as experiências, as atitudes, as atividades, os momentos fortes devem ser pensados, programados e orientados segundo o objetivo de cada fase e de toda a formação, por meio de uma pedagogia que supere o perigo da fragmentação, do improviso ou de um agir sem finalidade e dispersivo.
Uma tal estruturação faz com que a passagem de uma fase a outra seja marcado mais pela consecução dos objetivos do que pelo transcurso do tempo ou do currículo de estudos, e que uma fase prepare a seguinte e esta se construa sobre a base daquela. O ritmo de crescimento vocacional é assim mantido, sem quedas de tensão, e é sustentado por crescentes compromissos e por oportunas verificações.
A atenção à pessoa e ao seu amadurecimento requer que o processo formativo disponha do tempo necessário. "É preciso, pois, encontrar um justo equilíbrio entre a formação do grupo e a de cada pessoa, entre o respeito aos tempos previstos para cada fase da formação e a sua adaptação ao ritmo de cada um".314
É tarefa do salesiano assumir desde o início uma clara atitude formativa, compreender os objetivos do inteiro processo e de cada momento, viver a passagem de uma fase a outra assumindo responsavelmente as finalidades do novo momento formativo, traçar metas e percursos concretos, verificar e partilhar a realização do projeto formativo pessoal.
É tarefa dos formadores assumir e traduzir as indicações do projeto inspetorial e fazer com que o candidato se aproprie da proposta formativa que ele vive em comunidade e com responsabilidade.
É nessa ótica que os diferentes aspectos e momentos, as situações, as tarefas, os relacionamentos, as avaliações, que configuram o processo formativo ao longo dos anos, devem ser vistos e vividos como elementos de uma única experiência integral personalizada, de uma proposta acolhida e interiorizada, de um desafio compartilhado por todos os agentes, de um itinerário pedagógico animado pelo amor à vocação e pela docilidade ao Espírito.
Mais que um texto para levar á prática, o projeto é a expressão e o instrumento de uma comunidade que quer trabalhar junto, a serviço do caminho formativo de cada irmão.
4.3 ASSEGURAR O AMBIENTE FORMATIVO E O ENVOLVIMENTO DE TODOS OS CO-RESPONSÁVEIS
214. A experiência vocacional e formativa é experiência dialógica, experiência acompanhada e conduzida, que empenha pessoalmente o candidato e envolve a comunidade.
Ela parte de um pressuposto fundamental, isto é, da vontade de cumprir, juntos, um processo de discernimento, de opção e de fidelidade vocacional na atitude de comunicação aberta e de sincera co-responsabilidade, atentos à voz do Espírito e às mediações concretas. É necessária, pois, a presença de diálogo vocacional permanente entre o irmão e a comunidade nos vários níveis, e que ambos assumam a própria responsabilidade, pondo em ação as necessárias estratégias.
4.3.1 A pessoa do salesiano
215. Cada irmão reconhece ser pessoalmente chamado por Deus à vida consagrada salesiana. É um chamamento a amar a Deus com todo o coração e a amar os jovens com caridade pastoral, buscando-lhes a salvação.
A caridade pastoral é, portanto, a motivação que fundamenta o empenho da formação e dá significado às renúncias, aos esforços, à ascese e à disciplina que a formação implica.315 E não é somente o ponto de partida da formação; é também a sua meta a alcançar. E como a caridade nunca está completamente desenvolvida, sempre se está em formação!
216. Impelido pela caridade, cada qual se torna "protagonista necessário e insubstituível de sua formação: toda e qualquer formação, naturalmente incluída a sacerdotal, é, no fim de contas, uma autoformação. Ninguém de fato pode substituir a pessoa na sua liberdade e responsabilidade".316
O salesiano assume esta tarefa, tomando como ponto de referência a Regra de vida e envolvendo-se na experiência cotidiana e no caminho formativo da comunidade. Adquire um conhecimento cada vez mais profundo de si mesmo, cultiva os diversos aspectos da pessoa, e empenha-se a ser instrumento maleável nas mãos de Deus para o cumprimento da missão. Assume a ascese e enfrenta as lutas que a fidelidade à vocação pressupõe.
Uma das formas concretas para exprimir a própria responsabilidade na formação é ter o seu próprio projeto pessoal de vida. Nele delineia cada irmão o tipo de salesiano que se sente chamado a ser e o caminho para realizá-lo, em sintonia sempre com os valores salesianos; verifica periodicamente – em diálogo com o Diretor – o progresso na consecução de tal objetivo.
217. Perante essa responsabilidade formativa o salesiano não está só. Vive antes de tudo em atitude de diálogo com Deus. Reconhece que a iniciativa de sua consagração apostólica reside no chamado de Deus. Deixa-se guiar pelo espírito de Jesus, primeiro e principal agente de sua formação,317 e plasma no seu coração os sentimentos do Filho.318
"Dócil ao Espírito Santo, desenvolve suas aptidões e os dons da graça num esforço constante de conversão e renovação."319
218. Olha para Dom Bosco Fundador como pai, mestre e guia na sua experiência formativa, antes, como seu modelo. Descobre nele o núcleo originário do carisma salesiano, e nutre por ele uma "simpatia", um "sentir comum", uma consonância íntima de valores e de ideais.
Segue com amor e fidelidade as orientações da Igreja, "geradora e educadora de vocações",320 e encontra a via segura na sua fidelidade ao sucessor de Pedro e ao seu magistério.
Acolhe as indicações e os estímulos da Congregação, comunidade carismática, que zela constantemente pela fidelidade a Cristo, à Igreja e ao genuíno pensamento de Dom Bosco.
Mantém-se em diálogo constante com a comunidade local e inspetorial, elas também mediações da ação formativa de Deus e responsáveis pelo projeto vocacional salesiano num território. Participando ativamente do caminho comunitário, que é tornar-se-discípulos-juntos, acolhe o papel daqueles que têm a missão de acompanhá-lo, orientá-lo e guiá-lo.
Ao mesmo tempo, na medida do seu empenho de formação, é ele também agente de crescimento para os seus irmãos e para a sua comunidade.
4.3.2 A comunidade, ambiente da formação
219. "A assimilação do espírito salesiano – lemos nos Regulamentos – é fundamentalmente um fato de comunicação de vida"321 e tal comunicação possui como contexto natural a comunidade, local e inspetorial. Dom Bosco educador cultivou o relacionamento pessoal, mas aparece sobretudo como formador de um ambiente rico de relacionamentos e figuras educativas, de propostas e estímulos (momentos, intervenções, ritmos, celebrações, etc.), criador de um estilo e de uma pedagogia de vida, comunicador de um projeto para viver juntos, animador de uma comunidade com fisionomia clara e pontos de referência estabelecidos. A Comunidade de Valdocco, moldada segundo o Sistema Preventivo, oferece um ambiente acolhedor, orienta, acompanha, estimula e exige.
A consistência comunitária e a qualidade da comunidade como ambiente de formação salesiana constituem uma exigência metodológica determinante para o serviço de personalizar a formação.
Não se trata evidentemente de uma formação vista como adaptação ou adequação a um lugar, mas de um ambiente que apresenta as condições para incidir qualitativamente no caminho vocacional e formativo da pessoa.
4.3.2.1 A comunidade local
220. "O ambiente natural de crescimento vocacional é a comunidade na qual o irmão se insere com confiança e colabora com responsabilidade. A própria vida da comunidade, unida em Cristo e aberta às exigências dos tempos, é formadora".322
Como ambiente e sujeito coletivo de formação, a comunidade:
- promove uma rede de autênticos relacionamentos pessoais e de trabalho, e cria um clima que acompanha o crescimento de cada um;
- oferece uma pedagogia de vida, feita de partilha fraterna, co-responsável arrojo apostólico, oração comum, e estilo autêntico de vida evangélica, que se torna estímulo vocacional;
- demonstra uma atenção particular para o crescimento vocacional de cada irmão;
- favorece a sintonia com a vida da Igreja e da Congregação, e a abertura ao envolvimento com a Família Salesiana e com os leigos;
- formula o próprio projeto formativo alinhado com o projeto inspetorial.
221. A comunidade local é o núcleo animador de um ambiente mais amplo e diversificado de vida salesiana e de formação em nível local, que é a comunidade educativo-pastoral, horizonte de partilha da missão e do espírito salesiano entre irmãos, leigos e jovens.
A comunidade educativo-pastoral é formativa enquanto:
- no intercâmbio entre os diferentes membros, o salesiano se abre a toda a riqueza da experiência vivida, particularmente do contexto e da cultura juvenil;
- no mesmo ato de comunicar a sua experiência de consagrado e de acolher o rico testemunho de vida e de fé dos leigos, ele se conscientiza da sua vocação e se sente desafiado a viver com maior fidelidade, maturidade e alegria.
Além dos programas de formação mútua e de conjunto,323 a comunidade toma consciência de que o empenho cotidiano na comunidade educativo-pastoral, com a rede de relacionamentos entre as pessoas e a sinergia operativa na elaboração, na execução e na verificação do PEPS, é um espaço privilegiado de autêntico crescimento e intensa formação permanente. Tal formação recíproca requer, naturalmente, do salesiano uma atitude de abertura e de respeito, e a capacidade de despertar confiança.
4.3.2.2 A comunidade formadora
222. Toda comunidade salesiana é ambiente de formação. Mas há comunidades intencionalmente projetadas para a formação inicial: são as comunidades chamadas especificamente "formadoras".324
Seguindo as orientações da Igreja, os candidatos, durante o período de formação, residem "em comunidades nas quais não deve faltar nenhuma das condições exigidas para uma formação completa: espiritual, intelectual, cultural, litúrgica, comunitária e pastoral".325
"Antes de ser um lugar, um espaço material", a comunidade formadora "representa um espaço espiritual, um itinerário de vida, uma atmosfera que favorece e assegura um processo formativo".326 É uma família coesa, na qual formadores e formandos, unidos na fé em Cristo e no amor por Dom Bosco, na caridade, na estima recíproca e na convergência dos esforços,327 intentam reviver "a experiência do grupo dos Doze unidos a Jesus".328
Enquanto "comunidade educativa em caminhada",329 caracteriza-se ela por um projeto que tudo faz convergir para uma única finalidade: a formação do salesiano. Em clima de co-responsabilidade, todos se empenham por viver-juntos, valores, objetivos, experiências e métodos formativos, programando, verificando e adequando periodicamente a própria vida, o próprio trabalho e as experiências apostólicas às exigências da vocação.
Condição indispensável e ponto estratégico determinante para construir uma atmosfera formativa, para traduzir em práxis o projeto comunitário e para operar com pedagogia adequada é a existência de equipes formadoras consistentes, integradas por educadores preparados, que oferecem contribuições diferentes segundo suas qualidades, sua experiência e competência. O formadores, na verdade, ocupam um posto-chave, que determina o espírito e a inteira eficácia da obra formadora.330
223. A comunidade formadora assegura as condições para a personalização da experiência, a variedade e a pluralidade de expressões, a integração e o confronto de sensibilidades e valores – particularmente quando é interinspetorial ou internacional. Para estimular a contribuição de todos, favorece o envolvimento na elaboração do projeto comunitário e da programação, o trabalho de grupo, a revisão de vida e as outras formas articuladas de encontro e de participação. Cada membro assume algum serviço útil à vida da comunidade e ao crescimento da comunhão.
Na comunidade formadora há entreajuda pela amizade, o testemunho, o conselho e o serviço. Pelo exemplo dos formadores, compreendem os formandos que à comunhão do espírito só se chega por intermédio de paciente trabalho de renúncia a si mesmos e de abertura aos outros.
A vida comunitária é estruturada com uma razoável flexibilidade no horário e na distribuição das atividades diárias para educar ao uso pessoal e valorização do tempo, e para favorecer o espírito de iniciativa.
Tendo como critério determinante a perspectiva vocacional e formativa, a comunidade formadora mantém contatos significativos com as famílias dos formandos, cultiva atitudes de abertura para com os membros da Família Salesiana, insere-se no contexto eclesial e social.
224. A fim de poder cumprir adequadamente a sua missão, a comunidade formadora demanda consistência quantitativa e qualitativa. Comunidades ou muito exíguas ou muito numerosas constituem um desafio para a pedagogia formativa. A consistência numérica pode favorecer a convivência e o diálogo, multiplicar os relacionamentos, tornar possível a multiplicidade de expressões nos diversos âmbitos da vida comunitária. Por outro lado, esse número muito elevado de presenças, se não se lhes oferecem as condições formativas exigidas, pode tornar difícil a participação e a responsabilização dos indivíduos, o relacionamento formativo pessoal, o conhecimento e o acompanhamento da experiência, e pode favorecer a adequação externa não interiorizada, uma certa massificação. A consistência qualitativa requer pessoas capazes de presença, de animação, de acompanhamento e de orientação formativa, de atenção a horizontes mais vastos.
A responsabilidade de garantir um ambiente formativo adequado, não só pelo número dos membros mas também pela consistência das equipes, aconselha e exige em alguns casos que se unam as forças entre as Inspetorias e se constituam comunidades de caráter interinspetorial.
Nas comunidades interinspetoriais deve-se assegurar a co-responsabilidade formativa de modo estável, por intermédio do "curatorium" ou outras instâncias e instrumentos, e por meio da presença de formadores das diversas Inspetorias. Deve-se também zelar pelo sentido de pertença à própria Inspetoria por meio de visitas freqüentes do Inspetor ou de outros irmãos, da troca de notícias e de todo e qualquer outro meio e ocasião de comunicação, e por meio de outras formas possíveis de contato.
4.3.2.3 CENTRO DE ESTUDOS
225. O centro de estudos faz parte integrante do ambiente formativo. Nele todos estão envolvidos num único projeto que tem por finalidade a formação, ainda que a contribuição do centro seja prevalentemente intelectual.
As relações entre os vários componentes do centro inspiram-se no diálogo, na compreensão, na amizade e na co-responsabilidade.
Para a escolha do centro de estudos e garantir as condições que lhe determinam a qualidade e a índole formativa, é importante ater-se aos critérios indicados pela Ratio.331
4.3.2.4 A comunidade inspetorial332
226. Encarregada de "promover …. a vida e a missão da Congregação" num determinado território,333 a Inspetoria é comunidade formadora, mas também comunidade em formação.
É constituída por irmãos que vivem momentos e situações formativas diferentes; compõe-se de comunidades que não têm a mesma história nem vivem uma idêntica experiência, e se defrontam com a evolução das situações e dos desafios dos tempos.
Empenha-se, por isso, a Inspetoria num processo contínuo de reflexão sobre a situação dos irmãos e das comunidades e sobre sua formação, convertendo-se num ambiente animador, estimulante e exigente, de fidelidade vocacional.
Tal função formativa não é um puro estado de ânimo nem só um fato de boa vontade; é um princípio que organiza a vida da Inspetoria e envolve toda a sua realidade; partindo das exigências da consciência vocacional e da co-responsabilidade de todos pela missão, traduz-se num projeto inspetorial formativo orgânico.
227. É responsabilidade primeira da comunidade inspetorial no âmbito formativo promover a identificação dos irmãos, especialmente dos que estão na formação inicial, com a vocação salesiana, comunicando-lha vitalmente. Não é indiferente, portanto, que ela se apresente intensamente motivada ou apática, vibrante na ação ou cansada.
O clima de oração e de testemunho, o sentido de responsabilidade comum e a abertura ao contexto e aos sinais dos tempos, o viver com vigor espiritual e competência os vários empenhos da missão salesiana, o benefício de um ambiente que oferece cotidianamente critérios e estímulos de fidelidade, a rede de relacionamentos cordiais e de colaboração entre as comunidades, entre cada um dos irmãos, entre os grupos da Família Salesiana e com os leigos empenhados na comunidade: todos estes aspectos constituem o ambiente inspetorial para a formação dos irmãos.
Este clima permite aos irmãos formandos fazer experiência viva da identidade salesiana e de sentir-se sustentados na caminhada vocacional. É precioso também para os outros irmãos, que se vêem estimulados no processo de fidelidade.
228. O Capítulo Inspetorial, em particular, enquanto "reunião fraterna em que as comunidades locais reforçam o sentido de sua pertença à comunidade inspetorial, mediante a solicitude comum pelos problemas gerais",334 tem uma especial responsabilidade para o crescimento vocacional na Inspetoria. Com seu ritmo trienal de celebração, com a preparação que o precede e o movimento de idéias e de projetos que o segue, mantém praticamente a Inspetoria em estado de contínua reflexão, de busca e de tensão em ordem à atualização da identidade salesiana.
Expressão concreta da responsabilidade do Capítulo inspetorial no âmbito formativo è a elaboração e a revisão do Diretório inspetorial.335
4.3.2.5 A comunidade mundial
229. A comunidade mundial torna participante o salesiano da comunhão de espírito, de testemunho e de serviço que ela vive na Igreja universal.336 A vitalidade da Congregação, a atualidade do seu trabalho, as exigências e desafios que lhe vêm da história incidem com intensidade nos irmãos e são um estímulo providencial para a sua formação.
O sentido de comunhão vocacional tem a máxima expressão no Capítulo Geral. Ele manifesta o empenho de toda a Congregação tanto para viver na fidelidade ao Evangelho e ao carisma do Fundador, sensível às necessidades dos tempos e dos lugares, quanto para responder aos desafios e às urgências que emergem da situação juvenil, da Igreja e da sociedade. Com as orientações que oferece e os caminhos que indica, fomenta na Congregação a tensão formativa e a atitude permanente de renovação.
4.3.3 Os co-responsáveis da formação
230. Dentre os múltiplos elementos que a Inspetoria deve assegurar na formação (programas, conteúdos, instituições, metodologias), o dos formadores aparece certamente como o mais determinante.
Quando se fala de co-responsáveis na formação não nos referimos em primeiro lugar a indivíduos ou a formadores isolados, mas a formadores que operam no contexto da comunidade formativa e como membros de uma equipe de formação, seja em nível inspetorial, seja em nível local.
A consistência qualitativa das comunidades formadoras funda-se antes de tudo sobre a consistência efetiva da equipe e sobre a possibilidade real de assegurar a ação de co-responsáveis no processo formativo inspetorial. É este um dos critérios de que depende a constituição de uma comunidade de formação. Para evitar situações de inconsistência será necessário em algumas situações proceder a escolhas corajosas e decididas de colaboração interinspetorial.
4.3.3.1. Co-responsáveis em nível local
4.3.3.1.1 O diretor337
231. O Diretor está no centro da comunidade salesiana, e tem o "dever essencial de animador espiritual da comunidade, de formador, e de presidente da caridade".338 O seu serviço de autoridade se dirige ao crescimento vocacional dos irmãos.
Convencido do valor formativo do ambiente, esforça-se por criar um clima repleto de valores salesianos. Não só conserva a comunidade unida no espírito de família e de partilha mas também difunde nela espírito de dinamismo e de zelo pastoral.
Mantém a comunidade em atitude de resposta ao chamado de Deus e de sintonia com a Igreja e a Congregação.
Acompanha o crescimento da comunidade cumprindo com estilo paterno o serviço da autoridade, valorizando as instâncias da programação e de avaliação, as reuniões, as conferências, a oração, os acontecimentos cotidianos.
Envolve os outros setores na animação comunitária, responsabilizando de modo particular o Conselho local.
232. Estimula e orienta cada irmão em sua experiência vocacional.
Momento privilegiado de diálogo é o colóquio com os irmãos.339 É nele que realiza de modo especial o seu ser "pai, mestre e guia espiritual".340 Tem consciência de que a eficácia do colóquio freqüente e regular depende sobretudo de sua atitude humana e espiritual, de sua disponibilidade e bondade, e de sua competência.341
Também os irmãos procuram o Diretor para os préstimos da direção espiritual. É tarefa delicada e dádiva fina de ajuda no caminho vocacional da consciência. O Diretor está sempre cordialmente disponível para esse serviço.
Enquanto Diretor da comunidade salesiana, animadora da comunidade educativo-pastoral, tem ele responsabilidades definidas para criar no interior da CEP um clima humano e apostólico que favorece o crescimento dos salesianos, dos jovens e dos leigos colaboradores.342
233. Além das tarefas confiadas a cada Diretor de comunidade local, o Diretor de uma comunidade formadora tem um encargo ainda mais empenhativo no campo da formação. Anima a comunidade constituindo uma equipe unida com os formadores e fazendo convergir o empenho de todos para um projeto comum em sintonia com o projeto inspetorial.
Ele é responsável pelo processo formativo pessoal de cada irmão. É também o diretor espiritual proposto, não imposto, aos irmãos em formação. É seu encargo principal acompanhar cada irmão, ajudá-lo a compreender e a assumir a fase formativa que está vivendo.343 Mantém com ele diálogo freqüente e cordial, esforça-se por conhecer suas qualidades, sabe fazer propostas claras e exigentes e indicar metas adequadas, apóia e orienta nos momentos de dificuldade, verifica junto a caminhada formativa.
A essa tarefa que a Inspetoria confia ao Diretor deve corresponder no irmão a consciência e o empenho de entrar em relacionamento pessoal de abertura, confiança e partilha formativa.
Com o Conselho da comunidade o Diretor realiza o devido discernimento vocacional, especialmente por ocasião das admissões e avaliações.
4.3.3.1.2 A equipe dos formadores344
234. Compõem a equipe formadora e são co-responsáveis pelo ambiente e pelo projeto formativo todos os que colaboram com encargos, funções e contribuições diversas e complementares, assegurando juntos uma como orquestração perfeita e unitária a serviço da comum experiência formativa. Zelam pela animação da oração, pelo âmbito dos estudos ou da pastoral, pelo aspecto econômico e administrativo ou pelo acompanhamento espiritual.
Papel de relevância pertence ao confessor pela importância que detém o seu serviço na orientação vocacional dos irmãos.
Significativa é na comunidade formadora, e possivelmente com os encargos de animação comunitária ou de ensino, a contribuição de irmãos coadjutores.
235. Chamados a acompanhar os próprios irmãos no crescimento vocacional, os formadores trabalham em sintonia com a "mens" e a práxis formativa da Congregação e da Inspetoria, como ela vem descrita na presente Ratio e no projeto inspetorial. Fazem própria uma visão de conjunto de toda a formação como processo gradual, continuado, orgânico e unitário, que se há de cumprir em estilo salesiano.
O seu trabalho é um verdadeiro trabalho conjunto que implica: comunicação, coesão, unidade e lealdade no desenvolvimento das diversas tarefas e dos diversos papéis. Eles constituem com o Diretor uma equipe, por ele animada, cônscia da própria responsabilidade comum.345 Empenham-se por unificar os critérios de formação e de avaliação e juntos programam a vida da comunidade. Estão habitualmente unidos a quantos, de um modo ou de outro e nos diversos momentos, estão envolvidos no processo formativo.
236. No cumprimento de sua missão, os formadores estão conscientes de serem os mediadores da ação de Deus e da responsabilidade da Inspetoria, esforçam-se por viver seu particular serviço com o arroubo do Da mihi animas e segundo o estilo do Sistema Preventivo.
Sustentados por sólida espiritualidade salesiana e por uma suficiente experiência no trabalho educativo e pastoral, eles comunicam vitalmente o amor e o entusiasmo por Dom Bosco e pela vocação salesiana. Mantêm o ambiente fiel à prática das Constituições e valorizam a complementaridade das formas da única vocação.
Homens de oração e de sabedoria espiritual, sabem ajudar os irmãos a discernir a ação e os sinais da vontade de Deus. Guiam pelos caminhos do Senhor, quer com as palavras, quer com o testemunho coerente de sua vida.
Atentam positiva e criticamente para a cultura e os problemas sociais a fim de contextualizar adequadamente o processo formativo.346
237. Sabem atuar uma pedagogia "dinâmica, ativa, aberta à realidade da vida, atenta ao processo evolutivo da pessoa"347 e ao ritmo do grupo.
Dirigem particular atenção à pessoa do formando, ao qual fornecem os elementos espirituais, doutrinais e pastorais necessários à interiorização da proposta formativa. Acompanham, aconselham, sustentam, corrigem e estimulam segundo as exigências da situação pessoal do irmão em formação.
Acompanham a caminhada de cada um, avaliam em nome da Igreja e da Congregação a idoneidade vocacional, e apresentam elementos de informação e de discernimento também em vista das diversas admissões.
Para a prestação de tal serviço requer-se dos formadores "um olhar atento e afinado por um bom conhecimento das ciências humanas para ir além das aparências e do nível superficial das motivações e dos comportamentos e para ajudar [o candidato] a conhecer-se em profundidade, a aceitar-se com serenidade, a corrigir-se e a amadurecer partindo das raízes reais, não ilusórias, e do 'coração' da sua pessoa".348
238. Os formadores são animadores do processo formativo e o conduzem apontando as metas, procedendo às diversas verificações e tomando as oportunas decisões.
Possuem "capacidade de incidir, de entrar em diálogo com os candidatos, de interagir de forma evangelicamente autêntica com os desafios que eles apresentam, sem reservas nem renúncias ao que devem fazer. Em suma, não são formadores que se ficam apenas a 'olhar', impotentes, como os [candidatos] elaboram as suas próprias convicções e atitudes; não são 'exemplos' silenciosos e imparciais; são, ao invés, educadores 'propositivos' e convincentes".349
239. Para prestar este serviço requerem-se dons pessoais, conjugados não só com uma séria preparação doutrinal, espiritual, pastoral e pedagógica de base mas também, ordinariamente, com uma qualificação específica.
A formação no dia-a-dia, a capacidade de trabalho partilhado, programado e avaliado, a disponibilidade para encontrar-se periodicamente a fim de refletir sobre o andamento do processo formativo, para o intercâmbio e a atualização, as periódicas ocasiões de renovamento, isto constitui para os formadores da Inspetoria uma verdadeira escola de formação permanente. Para isso é importante uma certa estabilidade no encargo formativo e é indispensável a ação animadora do Delegado da Comissão inspetorial para a formação.
4.3.3.1.3 Os professores e os especialistas
240. Os professores – os professores salesianos em primeiro lugar – mesmo que estejam só dedicados ao âmbito acadêmico, são verdadeiros formadores. Mantêm estreita colaboração com os demais formadores e trabalham na perspectiva integral da experiência e do projeto formativo. Sua tarefa ultrapassa o aspecto puramente intelectual, e o seu ensino é acompanhado pelo testemunho de sólida fé. São formadores por sua presença amiga e educadora no meio dos candidatos salesianos, participando com eles quando é possível dos momentos de oração, recreação e atividade apostólica.
Conscientes de estar desenvolvendo, em virtude da obediência, um serviço eclesial e salesiano, são mediadores da experiência e da doutrina da Igreja e da Congregação. Oferecem, com generosidade e rigor científico, o seu aporte original e qualificado nas diversas disciplinas, a fim de que os estudantes cheguem a assimilar profundamente o mistério cristão. Orientam o estudo pessoal dos alunos para que eles aprendam um método, científico, de trabalho, assimilem os conteúdos culturais, aprofundem-nos, atualizem-nos.
241. Para cumprir a sua função os professores possuem sólida preparação de base em nível humanístico-filosófico e teológico, e são qualificados no próprio setor de ensino.
Possuem capacidades pedagógicas e, para esta finalidade, recebem preparação conveniente,350 a fim de ajudarem os alunos a cultivar uma visão crítica e uma mentalidade de formação permanente. São além disso formados nos métodos didáticos ativos para estimular os alunos à participação, e mantêm-se atualizados no campo científico e metodológico.
242. Cultivam a experiência da vida salesiana seguindo com interesse e participando da vida da Congregação e da Inspetoria, mantendo uma viva sensibilidade pelo mundo juvenil e popular, a fim de poderem eficazmente entrosar os temas do ensino com os conteúdos e as exigências da ação apostólica salesiana.
Exercem o ministério educativo-pastoral que lhes pode oferecer ocasiões e estímulos de diálogo, mas a ele se dedicam sem descurar as exigências de sua tarefa acadêmica.351
243. Particular contribuição, de modo sistemático ou ocasional e em áreas diferentes, são chamados a dar salesianos ou outros que possuam competência específica (expertos). Seu aporte à experiência formativa e à caminhada dos candidatos ou dos irmãos pode situar-se na linha preventiva, pedagógica ou integrativa. Quando tais peritos não são salesianos, é importante fazer com que o seu trabalho atente para as características próprias da vocação e seja visto na perspectiva global da formação salesiana. Caso a intervenção do especialista tivesse finalidade terapêutica, é de obrigação que ele seja, com oportunas motivações, proposto, nunca imposto.
4.3.3.1.4 A contribuição dos leigos
244. A eclesiologia de comunhão levou à valorização dos leigos, pondo em evidência a sua contribuição não só no âmbito da missão salesiana mas também no terreno específico da experiência formadora.352
Da perspectiva de sua vocação específica, os leigos podem ajudar o salesiano a perceber com mais profundidade a sua identidade e a amadurecer um sentido mais intenso de Igreja na complementaridade e na reciprocidade das diversas vocações.
É nesta perspectiva que se põe a sensibilidade e a atitude de acolhimento da mulher, com sua capacidade de humanizar e de personalizar relações e ambientes, e a valorização de sua contribuição no âmbito da educação e da formação salesiana, em modos coerentes com os valores da consagração e atentos aos vários contextos culturais.353
Reconhecendo "a utilidade de um saudável influxo da espiritualidade laical e do carisma da feminilidade em todo e qualquer itinerário educativo",354 propõe o CG24 programas de formação conjunta para salesianos e leigos, quer homens quer mulheres,355 aos quais cada um leva a sua especificidade.
245. Por quanto se refere ao envolvimento dos leigos, homens e mulheres, na formação inicial dos salesianos, é desejável que possam eles desenvolver papéis de direta incidência formativa. O CG24 declara que os irmãos em formação "recebem ajuda mais eficaz, quando desde a formação inicial são encaminhados a experiências de colaboração com os leigos tanto no plano prático quanto no terreno da elaboração do PEPS".356 Por isso pede que, "tendo presente a natureza diversa das vocações dos SDB e dos Leigos, e os tempos de amadurecimento humano, afetivo e apostólico, as etapas da formação inicial prevejam conteúdos e experiências de formação recíproca e complementar para o crescimento comum".357
Há além disso setores em que os leigos podem dar uma contribuição específica em virtude de suas particulares competências e de sua experiência, como a espiritualidade familiar, algumas áreas pastorais, o campo político, econômico e social, a comunicação social.358 Nestes casos eles "devem ser escolhidos com cuidado, no quadro das leis da Igreja e segundo as suas comprovadas competências",359 e a sua colaboração deve ser oportunamente coordenada e integrada com as responsabilidades educativas primárias dos formadores.
4.3.3.2 Co-responsáveis em nível inspetorial
4.3.3.2.1 O Inspetor com seu Conselho360
246. Na comunidade inspetorial é o Inspetor com o Conselho o primeiro responsável pela formação, tanto inicial quanto permanente.
O seu serviço manifesta-se de múltiplas formas:
- assume pessoalmente a responsabilidade da formação, assegurando a consecução de seus objetivos e cuidando da identidade salesiana no contexto cultural; estimula a convergência de todos para o âmbito formativo e conduz a Inspetoria na elaboração do projeto formativo;
- age como animador espiritual da Inspetoria, sensibilizando os irmãos ao conhecimento e à docilidade para com o Magistério eclesiástico, e oferecendo-lhes o patrimônio espiritual do carisma de Dom Bosco, em sintonia com as orientações da Igreja;
- promove a co-responsabilidade do Conselho inspetorial e da Comissão inspetorial para a formação, coordenada pelo Delegado inspetorial;
- acompanha e dá apoio às comunidades locais como ambientes e sujeitos de formação; cuida para que estejam de tal forma animadas que sejam ambientes vocacionalmente estimuladores, ricos de valores salesianos; dá especial atenção à preparação dos diretores e a seu acompanhamento, dedicando-se a isso pessoalmente e promovendo iniciativas periódicas e sistemáticas (encontros, cursos…);
- garante às estruturas de formação aquele conjunto de condições que permitem a realização de autêntica experiência formativa em suas diferentes dimensões, a consecução dos objetivos de cada fase e de todo o processo formativo;
- assegura às comunidades formadoras um Diretor e uma equipe adequadamente preparados para pôr em prática uma válida ação formativa; provê com escolhas tempestivas e perspicazes à qualificação e requalificação dos formadores; visita com freqüência as comunidades formadoras e os irmãos em formação inicial; informa-se a respeito de suas qualidades e inclinações e anima-os a se aperfeiçoarem tendo em vista as exigências do bem comum;
- zela pelo crescimento de todos na vocação salesiana, animando por diferentes maneiras os irmãos a vivê-la no trabalho apostólico com o arrojo do "da mihi animas", a amadurecê-la por meio de relacionamentos verdadeiros, a exprimi-la num particular estilo de vida evangélica, a fundá-la sobre um permanente e ativo diálogo com Deus e a renová-la na fidelidade a Dom Bosco;361
- cuida para que se ofereça a quem se orienta para a vida salesiana o ambiente e as condições adaptadas para o primeiro discernimento vocacional; acompanha-o nos delicados períodos da formação inicial e assume a própria responsabilidade no discernimento e nas admissões;
- assume como empenho prioritário a qualificação dos irmãos; identifica as áreas em que, na perspectiva de presente e de futuro para uma melhor realização da missão, a preparação cultural e a competência profissional aparecem como mais urgentes; elabora e põe em prática um Plano inspetorial de qualificação do pessoal e o avalia periodicamente; empenha os irmãos qualificados em tarefas específicas para o serviço da Inspetoria e da Congregação e faz o possível para que permaneçam no âmbito da própria qualificação;
- promove iniciativas ordinárias e extraordinárias que favorecem os processos de formação permanente;
- oferece uma colaboração aberta e generosa para a formação em nível interinspetorial e da Congregação, e no âmbito da Família Salesiana; valoriza as propostas e as ocasiões oferecidas em nível eclesial e de vida consagrada.
4.3.3.2.2 O Delegado e a Comissão inspetorial para a formação
247. Ao Delegado inspetorial para a formação e à Comissão inspetorial para formação (CIF), por ele coordenada, atribuem-se tarefas de reflexão, projeção, programação, coordenação, atuação e avaliação estabelecidas pelo Diretório.
O Delegado para a formação é delegado do Inspetor e opera sob sua dependência e em concordância com ele e o Conselho. Diferente pode ser, de fato, a sua figura, dependendo das atribuições que lhe são designadas, do tempo disponível, dos outros papéis a ele confiados.
Convém que seja membro do Conselho inspetorial a fim de que possa manter habitualmente presentes a perspectiva e as preocupações formativas.
No empenho de animação, que realiza em colaboração com os membros da Comissão, mantém-se atento aos irmãos e às comunidades formadoras, cuida da comunicação e da colaboração no âmbito formativo com outros grupos da Família Salesiana e em nível interinspetorial.
A situação da Inspetoria e as opções inspetoriais podem conduzir a diferentes articulações e formas diversas de composição da Comissão. A animação dos vários âmbitos pode sugerir ou requerer a constituição de diversos grupos: para a formação inicial, para a formação permanente, para a formação de salesianos e leigos, para a ligação com a Família Salesiana. É importante, porém, assegurar uma estruturação convergente, evitando ações paralelas, setoriais.
A composição da Comissão é determinada pela natureza e por suas tarefas, e requer que os membros, além de poderem dar uma contribuição válida e complementar por sua experiência, competência ou papel, disponham do tempo requerido para os encontros, a reflexão e o diálogo, a atenção às orientações referentes à formação, a colaboração nos serviços concretos.
Entre as tarefas do Delegado – em colaboração com a CIF – indicam-se as seguintes:
- refletir – junto com o Inspetor e o seu Conselho – sobre a situação da formação na Inspetoria;
- assistir o Inspetor na elaboração, atuação e avaliação do Projeto inspetorial para a formação;362
- colaborar na elaboração e avaliação do Plano inspetorial de qualificação e especialização dos irmãos;363
- realizar em via ordinária a avaliação da atuação do Diretório inspetorial – seção formação;364
- cuidar para que a Ratio e o fascículo Critérios e normas de discernimento vocacional salesiano sejam conhecidos e constituam incessante ponto de referência;365
- garantir uma ação orgânica, programada e coordenada no campo formativo,366 de tal forma que as diversas áreas da formação, as intervenções, as iniciativas, o trabalho dos responsáveis, tendam à realização da identidade vocacional salesiana e contribuam para fazer da Inspetoria uma comunidade formadora;
- cuidar da unidade e continuidade do processo de formação inicial, com especial atenção aos critérios de discernimento e à pedagogia formativa;367
- acompanhar, na estruturação e avaliação da ação formativa, as comunidades formadoras e, onde for necessário, também os centros de estudos para a formação;
- verificar periodicamente o itinerário das atividades educativo-pastorais, em diálogo com a Comissão para a Pastoral da Juventude;368
- assegurar iniciativas de animação e de acompanhamento para os tirocinantes e de apoio às suas comunidades;369
- colaborar com o Inspetor e o seu Conselho na realização do Plano orgânico de formação permanente, na animação do processo de formação permanente das comunidades e dos irmãos, e no programa de formação conjunta com os leigos;370
- planejar um programa anual de formação permanente de acordo com o Projeto inspetorial de formação, que responda às diversas situações dos irmãos (idade, vocação específica, funções),371 que preveja a organização dos serviços específicos, a elaboração de conteúdos e subsídios;
- garantir as condições e promover iniciativas para favorecer nos irmãos o conhecimento das orientações da Congregação, o aprofundamento do espírito salesiano e uma exposição séria e atualizada da história, da espiritualidade e do patrimônio pedagógico próprio de nosso carisma;372
- programar encontros sistemáticos para o diálogo e o intercâmbio com os delegados e as equipes inspetoriais da Pastoral Juvenil, da Família Salesiana e dos outros setores, para levar a efeito uma adequação maior da formação à realidade inspetorial e para uma coordenação melhor da animação;
- cuidar e valorizar os contatos e as iniciativas em nível interinspetorial ou regional e com a Família Salesiana no campo da formação;
- manter o contato com o Conselheiro para a formação.
4.3.3.3 Coligação e colaboração em nível interinspetorial
248. A ação formativa das Inspetorias encontra apoio e estímulo graças a diversas modalidades de comunicação, coligação e colaboração interinspetorial no campo da formação inicial e permanente.
Fez-se já referência às comunidades de formação inicial e aos centro de estudos interinspetoriais, sublinhando a importância de juntar forças para o serviço da qualidade da formação e indicando as formas concretas.
Referem-se outras iniciativas aos delegados inspetoriais, aos formadores, aos irmãos em formação, ou a todo o âmbito da formação permanente.
As formas e estruturas de coligação, o tipo e os níveis de serviço e os destinatários são diferentes, dependendo também do relacionamento existente entre as Inspetorias. Vai-se da coordenação ocasional às "delegações" (ou delegados) e equipes estáveis, interinspetoriais ou de Conferência, aos centros nacionais ou regionais; de encontros esporádicos a iniciativas periódicas, a programações orgânicas; da partilha da experiência à reflexão e ao estudo realizados juntos, à organização de encontros, seminários, experiências formativas, à preparação de pontos de referência comuns e de subsídios de apoio; de uma primeira atenção dada aos delegados inspetoriais e aos formadores, ao serviço oferecido aos diversos grupos de irmãos (diretores, sacerdotes e coadjutores do "qüinqüênio", irmãos que se preparam à profissão perpétua, experiências de formação permanente, etc.).
Na diversidade das situações e dos contextos, a coligação entre os delegados de formação, as comissões inspetoriais e os formadores ajuda as Inspetorias a:
- refletir juntos sobre a formação salesiana e sobre os desafios que ela apresenta no âmbito interinspetorial;
- promover o intercâmbio de experiências e tudo aquilo que qualifica o caminho formativo salesiano em cada Inspetoria;
- elaborar critérios, linhas de referência, subsídios para o trabalho formativo;
- responder às necessidades da formação com uma visão aberta e partilhada e com real capacidade de colaboração;
- apoiar a ação formativa de cada inspetoria por meio de iniciativas comuns;
- estimular e valorizar a contribuição dos Salesianos dos centros de estudos e dos centros de formação permanente.
A incidência das formas de coordenação e de colaboração, que se levam a efeito na dependência e em estreita relação com os Inspetores e com os responsáveis em nível de Conferência ou de Região, depende em grande parte da dedicação dos coordenadores, de uma programação sistemática e atenta às reais necessidades, do empenho dos Delegados inspetoriais e da co-responsabilidade dos Inspetores.
4.3.3.4 Co-responsabilidade em nível mundial
249. O governo em nível mundial assegura a unidade de vida e de ação na diversidade dos ambientes e situações, promovendo a constante fidelidade dos sócios ao carisma salesiano.
O Reitor-Mor, como pai e centro de unidade, promove, com a assistência do seu Conselho, uma constante e renovada fidelidade à vocação salesiana, anima os irmãos por meio do governo ordinário, de suas autorizadas orientações doutrinais e dos contatos, das visitas e dos encontros.
250. Todos os membros do Conselho Geral, tanto os Conselheiros encarregados de setores específicos quanto os Conselheiros regionais encarregados de grupos de Inspetorias, no exercício de seu serviço prestam particular atenção à formação.
O Conselheiro geral para a formação "tem o encargo de promover a formação integral e permanente dos sócios. Segue com particular solicitude a formação inicial nas suas várias fases, a fim de que nelas os conteúdos, a organização dos estudos, os métodos formativos e as estruturas garantam as condições para o crescimento da vocação salesiana".373
De acordo com os Conselheiros regionais, exige das Inspetorias a programação e atuação de iniciativas e orientações de formação permanente e zela especialmente pelo andamento dos centros que a promovem.
4.4. DAR QUALIDADE FORMATIVA À EXPERIÊNCIA COTIDIANA
251. Conferir qualidade formativa ao empenho cotidiano é uma linha estratégica da metodologia salesiana. Dom Bosco atribuía valor educativo aos deveres de cada dia, no pátio e na aula, na comunidade e na igreja,374 no modo de ver e ler os acontecimentos, de responder à situação dos jovens, da Igreja e da sociedade.
Fazer com que a experiência cotidiana seja formativa para a pessoa, e não indiferente ou deformadora, implica assegurar algumas condições (atitudes, mentalidade, planejamento, avaliação) e também ajudar a todos a assumi-la, a vivê-la e a avaliá-la como via concreta que manifesta, envolve e favorece a experiência de si mesmo, os critérios de ação, a maneira de relacionar-se com os outros e com a realidade, a identificação vital com os valores vocacionais.
A experiência cotidiana vivida em chave formativa aproxima-nos da verdade de nós mesmos e oferece-nos ocasiões e estímulos para tornar real o nosso projeto de vida.
O salesiano, que "confere eficácia formativa às suas atividades ordinárias",375 é chamado a viver como momento formativo o encontro com os jovens, o "trabalhar juntos", a comunicação e os relacionamentos interpessoais, a abertura e o confronto com o contexto pastoral, cultural e social.
4.4.1 A presença entre os jovens
252. O encontro com os jovens é para o salesiano caminho e escola de formação.
Tornando-se companheiro de viagem dos jovens, o salesiano faz "experiência direta de seu mundo", ouve "suas perguntas e experiências", entra em "sua cultura e linguagem". Aprende a aceitá-los e a amá-los como são e a viver com eles o Sistema Preventivo.
O contato com o mundo dos jovens em constante evolução torna-o cônscio da necessidade de competência educativa e profissional, de qualificação pastoral e de constante atualização.
Conhecendo o papel determinante que tem a comunicação na vida dos jovens, esforça-se ao máximo por tornar-se bom comunicador, capaz de transmitir-lhes mensagens significativas.
E como "o testemunho é a única linguagem capaz de convencer os jovens de que 'Deus existe e o seu amor pode saciar uma vida' ",376 sente-se desafiado a viver e a tornar transparente a sua fé em Jesus Cristo.
4.4.2 O trabalho conjunto
253. A realização da missão juvenil exige comunhão operativa e capacidade de convergência.
"Na ação conjunta", o salesiano aprende a trabalhar com sentido de co-responsabilidade, respeitando e integrando as diversas funções, mediante uma pedagogia de vida que o ajuda a superar o individualismo,
A ação conjunta torna-se verdadeiramente formativa quando se acompanha da reflexão e, mais ainda, quando esta se permeia de atitude de oração.
Por isso, a comunidade cria momentos e espaços que favorecem um olhar atento, uma leitura mais aprofundada, uma partilha serena. E o salesiano é chamado a confrontar-se com as próprias motivações de fundo, seu próprio sentido pastoral, a consciência da própria identidade.
A reflexão pessoal leva a "aprender da vida"377 (acontecimentos, situações, experiências) amadurecendo a mentalidade e a capacidade de descoberta comunitária e pessoal. É a base da formação contínua.
4.4.3 A comunicação
254. A comunicação recíproca é formativa enquanto é verdadeira troca de dons e de experiências para o mútuo enriquecimento das pessoas e da comunidade. Há que haver inteligência, abertura de espírito e habilitação prática para o diálogo, e dela se recebe iluminação, estímulo e ânimo para o crescimento pessoal.
Mais: a comunicação aprende-se; habilitamo-nos a ela. Da parte de quem comunica, é preciso superar certo medo ou timidez de exprimir os próprios pensamentos e sentimentos, e ter a coragem de confiar no outro. Da parte de quem recebe a comunicação, exige-se a capacidade de acolhê-la estimando a pessoa que a estabelece, sem julgá-la, apreciando-lhe a diferença de vistas.378 De ambas as partes requer-se a disponibilidade para modificar juízos e posições e buscar a convergência.
4.4.4 O relacionamento interpessoal
255. O relacionamento interpessoal favorece e revela o nível de amadurecimento de uma pessoa, indicando até que ponto o amor se apossou de sua vida e aprendeu a expressá-lo. Ao contrário, "as relações desagradáveis, as situações de conflito não sanadas oportunamente com a reconciliação, agem no interior da pessoa, bloqueando o processo de amadurecimento e criando dificuldades para a mesma doação alegre e serena à missão e a Deus".379
As relações interpessoais constroem-se baseadas nas qualidades "requeridas em todas as relações humanas: educação, gentileza, sinceridade, controle de si mesmo, delicadeza, senso de humor e espírito de partilha".380 São inspiradas "na oblatividade e na doação, e não centradas na própria pessoa ou nos próprios fins";381 onde se vive o perdão e o amor, é possível construir um bom relacionamento interpessoal.
4.4.5 O contexto sócio-cultural
256. Também o relacionamento com o próprio contexto sócio-cultural é uma instância que incide cotidianamente sobre a maneira de ser, de sentir e de avaliar; ele interpela a própria identidade.
O primeiro passo consiste em conhecer a situação e montar um quadro do contexto sócio-cultural em que se está envolvido, dos estímulos e dos condicionamentos que dele provêm.
Mais importante, porém, que o conhecimento é a interpretação da situação, tarefa difícil por causa da ambivalência dos vários elementos presentes. "Não se trata única e simplesmente de acolher os fatores positivos e de rejeitar frontalmente os negativos. Mas tem-se de submeter os mesmos fatores positivos a um atento discernimento, para que não se isolem uns dos outros nem entrem em oposição entre si, absolutizando-se e combatendo-se mutuamente. O mesmo se diga dos fatores negativos: não são de rejeitar em bloco e sem distinções, porque em cada um deles pode ocultar-se algum valor que espera ser liberto e reconduzido à sua verdade plena."382
257. Tal interpretação, elaborada à luz do Evangelho, faz com que não surjam da situação simplesmente "dados" de fato que não criam envolvimento, mas a "voz" de Deus que desafia por meio da percepção da "tarefa" por cumprir. É um verdadeiro discernimento espiritual, "a arte de procurar os sinais de Deus nas realidades do mundo".383
Com ânimo e sabedoria buscam-se respostas adequadas e novas abordagens; criam-se novas formas de vida e de pedagogia à medida que são selecionadas, modificadas, e assumem os valores culturais que podem ser harmoniosamente fundidos com o Evangelho e com as exigências quer da própria consagração, quer do espírito e missão salesiana.
A capacidade de ver Deus no mundo e de captar seu chamado por meio das urgências dos momentos e dos lugares é uma lei fundamental do caminho de crescimento salesiano. Como diz o artigo 119 das Constituições, "vivendo entre os jovens e em constante contato com os ambientes populares o salesiano se esforça para discernir nos acontecimentos a voz do Espírito, adquirindo assim a capacidade de aprender da vida". Isto é: torna-se discípulo inteligente da vida, chega à sabedoria por meio da experiência.
4.5 QUALIFICAR O ACOMPANHAMENTO FORMATIVO
258. A experiência formativa é experiência pessoal, acompanhada e dirigida.
O acompanhamento é condição indispensável para a personalização da experiência formativa e para o discernimento vocacional.
O acompanhamento comunitário e pessoal é característica fundamental da pedagogia salesiana. Dom Bosco foi mestre no encaminhar e acompanhar os jovens por meio da direção de comunidade ou de ambiente, da direção ocasional e da direção de consciência habitualmente na confissão.
Dar qualidade ao acompanhamento significa assegurar ao irmão a proximidade, o diálogo, a orientação e o apoio adequado em cada instante do itinerário formativo e fazer com que ele seja disponível e ativamente responsável no buscar, acolher e tirar proveito de tal serviço, tendo presente que ele pode assumir variados graus e múltiplas formas. Não se restringe ao diálogo individual; é um conjunto de relações, um ambiente e uma pedagogia, próprios do Sistema preventivo: vai da presença próxima e fraterna que suscita confiança e familiaridade, até à caminhada realizada em nível de grupo, à experiência comunitária; dos encontros breves e ocasionais ao diálogo pessoal procurado, freqüente e sistemático; do confronto com aspectos externos à direção espiritual e à confissão sacramental.
A situação atual dos candidatos e o fato de que a experiência formativa é vivida sucessivamente em diversas comunidades torna ainda mais determinante a incidência do acompanhamento formativo. Por outro lado, a experiência ensina que a ausência do acompanhamento ou um acompanhamento que não vá à profundidade do ser ou seja descontínuo, podem lançar uma séria hipoteca sobre toda a ação formativa.
4.5.1 O acompanhamento comunitário
259. Da comunidade como ambiente formativo e das condições para que o seja realmente, já se tratou, como também já se falou do papel do seu diretor.
O acompanhamento das pessoas no estilo salesiano é feito antes de tudo pelo ambiente educativo, por aquilo que na comunidade se ouve e comunica, pela inspiração que move tudo e a todos, que conduz o trabalho e propõe aquela experiência vivida que se torna critério constante de identificação e orientação.
O ambiente, o clima, o relacionamento interpessoal, de grupo e com os educadores; a orientação dada pelos responsáveis, feita num estilo que leva à participação; o proceder segundo um projeto comum e com objetivos definidos – tudo isso orienta e acompanha cada membro da comunidade na sua caminhada pessoal, enquanto sublinha a atenção à pessoa e à perspectiva vocacional, propõe metas, sugere critérios, indica itinerários, estabelece momentos de confronto e avaliação. Comunidades com baixo teor formativo, com débeis capacidades de proposta e escassa orientação, com pouca interação e limitada participação no projeto comum, são de muito pouco apoio para cada um dos irmãos.
Cuidar do acompanhamento comunitário a serviço da formação dos irmãos significa assegurar a qualidade pedagógica e espiritual da experiência comunitária e a qualidade da animação e da orientação da comunidade: é o que se chama "direção espiritual comunitária". Tende a construir não só uma comunidade orientada pela clareza de identidade e animada pedagogicamente; tende também a edificar uma experiência comunitária que, por meio das múltiplas cotidianas expressões do estilo salesiano, orienta, estimula e sustenta. Constitui um empenho para cada ambiente formativo e especialmente para as comunidades muito pequenas ou muito grandes.384
4.5.2 O acompanhamento pessoal
260. Não só a experiência comunitária é determinante para a formação salesiana. Requer-se também um acompanhamento personalizado, que ajude cada qual a assumir e a interiorizar os conteúdos da identidade vocacional.
São diferentes as formas que assume tal acompanhamento e as pessoas que intervêm: o diretor da comunidade, o diretor espiritual, que pode ser o mesmo diretor, o confessor, os formadores aos quais são confiados diferentes aspectos da experiência formativa, os irmãos mais chegados que sabem ajudar em nome de uma verdadeira amizade espiritual, o Inspetor. A Ratio explicita as diversas contribuições, as responsabilidades e as formas de intervenção nesta obra comum.
Qualificar o acompanhamento pessoal significa assegurar a presença, a competência, a dedicação, a unidade de critérios e a convergência de intervenções das pessoas chamadas a prestar este serviço com aportes diferentes.
261. Na tradição salesiana ocupa lugar especial o Diretor. Sua responsabilidade é direta para cada irmão: ajuda-o a realizar a sua vocação pessoal.385 Durante a formação inicial, o Diretor é responsável pelo processo formativo pessoal. "É seu encargo principal acompanhar cada irmão, ajudá-lo a compreender e a assumir a fase formativa que está vivendo. Mantém com ele diálogo freqüente e cordial, esforça-se por conhecer-lhe as qualidades, sabe fazer propostas claras e exigentes e indicar metas adequadas, apóia e orienta nos momentos de dificuldade, verifica, junto, a caminhada formativa.386
Expressão típica desse serviço do Diretor é o colóquio, elemento integrante da práxis formativa salesiana; sinal concreto de atenção e zelo pela pessoa e por sua experiência; de partilha fraterna e diálogo. Dom Bosco via no colóquio com o Diretor um momento privilegiado de diálogo para o bem do irmão.387 Com esta atenção à caminhada de cada um e ao seu crescimento, as Constituições estabelecem que cada irmão "fiel à recomendação de Dom Bosco se encontre freqüentemente com o próprio superior em colóquio fraterno".388
Na formação inicial, o colóquio, vivido segundo o espírito das Constituições, há de ser um autêntico momento de acompanhamento formativo. "Um encontro que exige os valores da vida salesiana, a história pessoal do irmão: virtudes, aptidões e limitações, sucessos e insucessos, alegrias e esperanças, necessidades profundas".389 Uma forma de orientação espiritual que ajuda a personalizar o itinerário formativo e a interiorizar-lhe os conteúdos.
Para os irmãos em formação, seguindo a nossa tradição, a freqüência do colóquio é assim estatuída: "uma vez por mês".390 Nele pode o irmão, se quiser, manifestar também seu estado de consciência.391
Uma forma de acompanhamento explicitamente prevista pela pedagogia formativa salesiana é constituída pelos momentos periódicos de avaliação pessoal ("escrutínios"), por meio dos quais o Conselho da comunidade ajuda o irmão a avaliar sua situação formativa pessoal, orienta-o, estimula-o concretamente no seu processo de maturação.392
262. Qualificar o acompanhamento significa assegurar as qualidades do serviço da direção espiritual feita pelo Diretor ou por outros irmãos disponíveis e preparados.
A direção espiritual de consciência é um auxílio oferecido a quem está buscando a plenitude de sua vocação cristã e religiosa. É um ministério de iluminação, de apoio e de guia no discernimento da vontade de Deus para atingir a santidade; motiva e suscita o empenho da pessoa, estimula-a a sérias opções em sintonia com o Evangelho e confronta-a com o projeto vocacional salesiano.
A direção espiritual é um ministério eclesial qualificado, que requer do diretor espiritual equilíbrio humano e sabedoria, paternidade verdadeira, capacidade de amor gratuito, grande disponibilidade e relacionamento que inspira confiança e otimismo. Ao diretor espiritual favorece a respeitabilidade que advém da experiência vivida, particularmente – para nós – da experiência salesiana; uma certa competência nas ciências psico-pedagógicas; a capacidade não só de ler as moções do Espírito na pessoa mas também de comunicar-se, ouvir e ser empático. Ele põe em jogo a qualidade mesma de sua pessoa como homem, cristão, consagrado e salesiano. Além das qualidades pessoais e da experiência, é-lhe indispensável a devida preparação e a atualização.
Segundo a tradição salesiana, o Diretor da comunidade de formação, "mestre e guia espiritual",393 "guia da comunidade e mestre de espírito",394 é o diretor espiritual proposto aos irmãos, que no entanto permanecem livres de optarem por outro diretor espiritual.
263. De grande importância no acompanhamento formativo é o papel do Confessor, cuja intervenção se coloca no âmbito sacramental. Dom Bosco sublinhava sua relevância pedagógica e a sua eficácia no caminho de crescimento dos jovens. Não se deve esquecer que no sacramento da Reconciliação se oferece a cada irmão uma direção espiritual muito prática e personalizada, enriquecida pela eficácia própria do sacramento. O Confessor não só absolve dos pecados. Reconciliando o penitente, anima-o e estimula-o na via da fidelidade a Deus e portanto também na perspectiva vocacional específica. É exatamente por esta razão que se recomenda tenham os irmãos durante a formação inicial confessor estável e ordinariamente salesiano.395
Deve-se também cuidar de outras formas de acompanhamento pessoal que ajudam o irmão a integrar em sua experiência formativa o exercício educativo pastoral e o empenho nos estudos.
Qualificar o acompanhamento significa assegurar um serviço prestado com sensibilidade formativa por quem acompanha em áreas específicas da experiência formativa, no campo pastoral396 e no setor dos estudos,397 por exemplo.
264. O acompanhamento formativo em seus diversos níveis exige dos que prestam tal serviço em primeiro lugar disponibilidade e dedicação; a consciência de serem mediadores da ação de Deus, do ministério da Igreja, da mens da Congregação. São, além disso, indispensáveis algumas convicções, atitudes e condições: uma atitude espiritual e uma perspectiva de fé, a ótica da vocação salesiana e, portanto, o conhecimento dos critérios para discerni-la e das condições para vivê-la, uma sensibilidade pedagógica que favoreça o clima de liberdade e a atenção à pessoa e ao seu ritmo de amadurecimento, algumas habilitações específicas referentes quer à dimensão humana quer à pedagogia espiritual.
Cada qual é chamado a ver a sua contribuição em complementaridade com as outras intervenções e em ater-se aos critérios de prudência e de justiça que, segundo os casos, requerem discrição ou absoluto respeito ao segredo profissional398 e ao segredo sacramental.
Para dar qualidade ao acompanhamento formativo é indispensável que os responsáveis inspetoriais se preocupem com a preparação e a atualização dos diretores, dos confessores, dos formadores e com sua real dedicação a esta tarefa. Zelem pela convergência dos critérios e pela continuidade do processo de acompanhamento ao longo do percurso formativo e na passagem de uma comunidade para outra.
265. Condição chave para o acompanhamento é a atitude formativa do irmão em formação inicial.399 Desde o pré-noviciado está consciente de que a caminhada vocacional é em primeiro lugar obra de Deus, que "se serve da mediação humana";400 que a formação salesiana é diálogo sincero e co-responsável com a comunidade portadora do carisma; que a autoformação não quer dizer auto-suficiência ou caminhada individual.
Toma por isso a iniciativa e se sente na obrigação de ter um diretor espiritual401 e um confessor, de manter com eles e com o próprio diretor um relacionamento marcado pela confiança, abertura e receptividade, de valorizar de forma estável o serviço que lhe prestam e o de outros que podem acompanhá-lo em sua caminhada, de acolher de modo pessoal as manifestações do acompanhamento comunitário.
266. O acompanhamento formativo situa-se no âmbito da animação. Evita duas atitudes extremas: o de forçar o que está crescendo, impondo-lhe do exterior, de certa maneira, uma experiência alheia, com uma diretividade que desresponsabiliza; e a atitude da indiferença que deixa tudo ao espontaneísmo e ao subjetivismo, e renuncia a aconselhar, a propor e a corrigir. Sublinha a capacidade de acolhimento e de atenção à pessoa, estimula a comunicação, empenha-lhe a responsabilidade pessoal.
Atento à meta, isto é, à finalidade da formação salesiana, e tendo presente a realidade da pessoa e seu ritmo de crescimento, no acompanhamento formativo, introduz o salesiano ao conhecimento de si, à percepção de sua realidade e de seus valores; ajuda-o a aceitar-se e possuir-se; leva-o a "desprender-se de si" naquilo que o afasta de Deus e dos valores vocacionais; orienta-o constantemente para a busca da vontade de Deus nas circunstâncias concretas e para ver a sua vida nesta perspectiva; estimula-o a organizar progressivamente a sua existência segundo o projeto vocacional.
267. O salesiano adulto, que avança segundo a Regra de vida e assimila vitalmente quanto lhe oferece a animação comunitária, sente-se apoiado na experiência vocacional e estimulado a uma fidelidade permanente. Mesmo que possa haver momentos e situações que requerem confronto pessoal e discernimento mais atento, ordinariamente na idade adulta não é necessária aquela direção metódica exigida pelo primeiro período da formação. Este o entendimento de Dom Bosco, confirmado por sua práxis habitual e pela tradição salesiana.402
4.6 DAR ATENÇÃO AO DISCERNIMENTO
4.6.1 O discernimento, dimensão permanente da experiência salesiana
268. A atitude de discernimento espiritual e pastoral é indispensável para que cada salesiano viva a vocação com fidelidade criativa e como resposta permanente.
O discernimento comunitário, vivido como experiência de fé e de caridade, reforça a convergência e a comunhão, sustenta a unidade espiritual, aprofunda o sentido da vocação, estimula a procura da autenticidade e a renovação. Por isso, cada comunidade, atenta aos sinais do Espírito, aberta aos estímulos da Igreja e da Congregação, cultiva um olhar evangélico sobre a realidade e busca a vontade de Deus com fraterno e paciente diálogo e com sentido vivo de responsabilidade.403 E fá-lo em clima de verdade e de confiança recíproca, à luz da Palavra, na oração e por meio da reflexão e da partilha.
4.6.2 O discernimento durante a formação inicial404
269. O discernimento vocacional, como serviço ao candidato e ao carisma, reveste uma importância determinante na formação inicial, que é pedagogicamente orientada para este fim. Os diversos períodos formativos "são necessários tanto para o candidato como para a comunidade a fim de discernir, em colaboração mútua, a vontade de Deus e a ela corresponder. O candidato conhece progressivamente a Sociedade, e esta, por sua vez, pode ajuizar de suas aptidões à vida salesiana".405 As admissões são momentos de síntese ao longo deste processo.
Realiza-se o discernimento em íntima colaboração entre o candidato e a comunidade local e inspetorial. A experiência formativa parte de um pressuposto fundamental: a vontade de fazer juntos um processo de discernimento com uma atitude de comunicação aberta e de sincera co-responsabilidade, atentos à voz do Espírito e às mediações concretas.
Objeto do discernimento vocacional são os valores e as atitudes exigidos para se viver com maturidade, alegria e fidelidade a vocação salesiana: as condições de idoneidade, as motivações e a reta intenção.
270. O discernimento constitui um ponto-chave da metodologia formativa. É portanto indispensável cuidar de suas condições em nível inspetorial e local, e de todos aqueles que nele intervêm, assegurando o conhecimento de sua natureza e de suas características, o uso dos meios sugeridos e a atenção aos momentos específicos, e sobretudo o empenho constante e qualificado de todos.
– Atentar para o discernimento quer dizer em primeiro lugar tornar efetivo o empenho e a colaboração dos responsáveis.
Deve-se preparar o candidato desde o início do processo formativo para assumir ativamente a responsabilidade do discernimento pessoal e partilhado, como componente necessário da atitude formativa. O candidato é o primeiro interessado em descobrir o projeto de Deus a seu respeito, e cultiva, por isso, uma abertura constante à voz de Deus e à ação dos formadores, orienta a sua vida segundo uma perspectiva de fé, confronta-se com os critérios vocacionais salesianos. Procura conhecer-se verdadeiramente, fazer-se conhecer e aceitar-se; vale-se de todas as mediações e meios que a experiência formativa lhe oferece, em particular o acompanhamento formativo e o diálogo fraterno, o colóquio com o Diretor, a direção espiritual, o sacramento de Penitência, as avaliações e o discernimento comunitário.
A responsabilidade da comunidade inspetorial e local no discernimento manifesta-se de várias maneiras. O Inspetor zela pela unidade dos critérios de discernimento e promove um adequado conhecimento dos candidatos, seja por parte dos membros do Conselho inspetorial, seja por parte dos responsáveis pelas diferentes fases, favorecendo ao longo do processo formativo a atitude de discernimento e, com as modalidades mais oportunas, a comunicação de adequadas informações".406 Os membros do Conselho inspetorial, por sua vez, devem sentir a responsabilidade de formar um juízo o mais possível pessoal e fundado sobre o candidato.
Em nível local, deve-se assegurar o papel do Diretor e do Conselho, que realizam um discernimento periódico a respeito dos irmãos em formação mediante as revisões trimestrais; avaliam o progresso feito pelo candidato em sua caminhada vocacional, oferecem as sugestões e as indicações oportunas e dão um parecer por ocasião dos pedidos de admissão.
É fundamental para o candidato envolver no discernimento o diretor espiritual e o confessor.
Por ocasião das admissões, a comunidade é convidada a dar o próprio parecer no modo mais condizente.407
271. – Os que intervêm no discernimento devem assumir uma perspectiva vocacional e uma atitude de fé, ter sensibilidade pedagógica e dotar-se de algumas competências específicas. O discernimento vocacional, na verdade, é descoberta do dom de Deus, reconhecido pelos sinais cotidianos na mesma realidade da pessoa, por meio de uma prudente e iluminada interpretação, é colaboração com o Espírito. Isto implica conhecimento das mediações espirituais e aquela sensibilidade humana que capacitam a um conhecimento profundo da realidade humana e de seus processos, e de uma atitude que sabe unir confiança e firmeza, atenção aos ritmos individuais e aos requisitos vocacionais.
272. – O discernimento tem como ponto de referência a identidade salesiana, seus elementos constitutivos, os requisitos e as condições para vivê-la; não é discernimento genérico. Requer, portanto, conhecimento e consonância com os critérios indicados pela Congregação, em primeiro lugar com o critério de qualidade carismática, que visa a pôr as bases de uma experiência vocacional autêntica e fiel, superando preocupações quantitativas ou funcionais, entusiasmos não fundados ou compromissos construídos sobre idoneidades frágeis e não provadas. Os que intervêm no discernimento fazem-no em nome da Congregação, que é a responsável pelo carisma.
273. – A duração do processo de discernimento, a sucessão e a diversidade de comunidades em que se realiza, a multiplicidade dos responsáveis que nele intervêm, requer unidade de critérios e convergência de intervenções, conhecimento da gradualidade do processo e da especificidade dos momentos. O discernimento deve ser realizado na perspectiva da unidade e da evolução da pessoa, na continuidade do seu conhecimento e da avaliação do seu percurso.
Por outro lado, a gradualidade do processo implica que haja, de certo modo, critérios para uma avaliação inicial (idoneidade de base), para as avaliações intermediárias (critérios de crescimento), para os compromissos definitivos. A atenção para a gradualidade implica o dar-se tempo para o conhecimento e a avaliação, e o saber intervir para tomar as decisões no momento oportuno, evitando "protrair situações problemáticas ou de indecisão que não oferecem perspectivas sérias de superação".408
Os que intervêm no discernimento devem estar cientes de que colaboram num trabalho de conjunto e se insere num processo coerente e aberto.
274. – As admissões aos diversos compromissos da caminhada vocacional constituem momentos importantes de discernimento para o candidato que faz o pedido e para quem é chamado a avaliá-lo; recolhem o fruto de uma atitude permanente e exprimem-no num parecer ou num consenso para o qual confluem o conhecimento, o diálogo e a avaliação. A seriedade do processo de admissão, por parte do candidato, da comunidade e dos responsáveis diretos em nível local e inspetorial, comprova a qualidade do discernimento. A admissão e, portanto, o discernimento para o início do processo formativo e para a profissão perpétua, têm especial incidência sobre a experiência formativa e sobre a perseverança vocacional.
275. – Funda-se o discernimento sobre o conhecimento dos elementos necessários para a avaliação pedida, elementos que se referem à pessoa, à sua experiência, às suas aptidões e às suas motivações. Um discernimento esclarecido e fundado implica que cada qual, segundo a sua situação e função, valorize os meios e os procedimentos necessários para alcançá-lo: a partilha no cotidiano vivido com o estilo do Sistema preventivo, as diversas formas de relacionamento pessoal, o diálogo formativo com o candidato estimulado para a auto-observação, as avaliações, a coleta sistemática e a avaliação das informações feitas com prudência e respeito, o recurso à contribuição de especialistas nas diversas áreas.
4.6.3 O discernimento em algumas circunstâncias particulares
276. Podem-se dar na vida do salesiano momentos em que se sente a necessidade de um olhar mais profundo, de um exame mais atento da própria caminhada, de uma revisão – para uma reafirmação – das próprias opções ou para uma nova opção vocacional. Podem-se apresentar situações novas ou novos desafios, momentos de dificuldade ou de dúvida, situações de forte desmotivação ou gravemente comprometidas.
É muitíssimo necessário que o irmão se ponha em atitude de verdadeiro discernimento espiritual, livre de pressões internas e externas, aberto ao diálogo, evitando o isolamento ou as decisões tomadas solitariamente, concedendo-se o tempo necessário, aceitando as oportunidades e os meios que lhe são oferecidos. À comunidade, por meio dos responsáveis, compete reconhecer, compreender e acompanhar o irmão com respeito e estilo fraterno, e sustentá-lo oportunamente com intervenções ordinárias e extraordinárias.409
Ocasião concreta de verificação da qualidade do discernimento, que se realiza durante a formação inicial, é dada pela avaliação da perseverança dos irmãos e pela análise dos casos de saída durante a formação inicial e nos primeiros anos de compromisso definitivo. A leitura da caminhada vocacional permitirá compreender se os diversos momentos de discernimento e de admissão, os critérios aplicados e a metodologia seguida, a intervenção dos responsáveis, a atitude do candidato ou do irmão, a maneira de perceber e acompanhar as eventuais crises, foram adequados ou põem em relevo aspectos aos quais se deve dar responsavelmente maior atenção.
277. Cada salesiano assume a responsabilidade da própria formação e empenha-se num esforço constante de conversão e renovação.410 Elabora o próprio projeto pessoal de vida a partir de sua experiência e do projeto vocacional dos Salesianos de Dom Bosco e o verifica nos momentos fortes.
278. A ação formativa pretende atingir o salesiano com profundidade ajudando-o a fazer experiência dos valores vocacionais num itinerário que ele assume pessoalmente e envolve todos os protagonistas.
279. Cada comunidade salesiana é para os irmãos o ambiente natural de crescimento vocacional.411
280. Garanta a Inspetoria as condições para uma autêntica experiência formativa e, em particular: o clima formativo em todas as comunidades, o estilo de vida e ação pastoral, o serviço de animação dos Diretores e de outros responsáveis, a consistência qualitativa e quantitativa das comunidades formadoras, especialmente por meio de equipes formadoras consistentes e suficientemente estáveis, o projeto formativo e a continuidade do processo formativo.
281. A Comissão inspetorial para a formação zele pela unidade do processo formativo inspetorial, pela atitude de discernimento, pela convergência dos critérios e pela continuidade metodológica.
Comunidades formadoras e formadores
282. "A formação inicial em via ordinária se realiza em comunidades intencionalmente estruturadas para tal fim".412 Só em casos especiais o Reitor-Mor pode permitir que os formandos sejam integrados em outras comunidades.
Garantam os responsáveis a consistência qualitativa da comunidade formadora por meio de atento cuidado às condições requeridas pelo processo.
283. A comunidade formadora seja constituída por número de membros suficiente para o desenvolvimento da experiência formativa, evitando tanto um número muito pequeno, que não oferece as condições mínimas para alguns aspectos da formação, quanto um número excessivo, que não favorece nem a personalização, nem o acompanhamento do processo.
284. Os formadores sejam homens de fé, capazes de diálogo, com suficiente experiência pastoral e em condições de comunicar vitalmente o ideal salesiano. Escolha o Inspetor um Diretor e uma equipe particularmente preparada, sobretudo para a direção espiritual comunitária e pessoal.413
Os formadores, cientes da própria tarefa, formem junto com o diretor um grupo consciente de sua responsabilidade comum e assegurem aos irmãos formandos as condições para uma experiência válida, o acompanhamento e o discernimento.414
Faça-se com que as equipes formadoras contenham salesianos coadjutores e zele-se por sua preparação específica para a tarefa.
285. Inclua-se no Plano inspetorial de qualificação e especialização dos irmãos a programação para a qualificação em pedagogia e metodologia formativa e em espiritualidade salesiana dos irmãos escolhidos para o serviço formativo: diretores, mestres de noviços, formadores.415
Preveja a Inspetoria para os Diretores das comunidades formadoras uma periódica e específica atualização que lhes seja de ajuda no cumprimento da tarefa do acompanhamento formativo, da direção espiritual comunitária e pessoal.416
Ofereçam-se analogamente oportunidades de aperfeiçoamento e de requalificação aos outros formadores.
286. Os responsáveis pela formação nos diversos níveis (Inspetores, Conselheiro regional, Conselheiro para a formação), promovam iniciativas e formas de colaboração para a qualificação dos formadores.
287. A comunidade formadora, verdadeiro laboratório de amadurecimento pessoal, se distinga pelo clima de família e de partilha fraterna, pela convergência de intentos e a co-responsabilidade na realização dos ideais salesianos, pela participação de todos aos momentos de elaboração e revisão do projeto comunitário e da programação.
288. Zele-se pelas condições ambientais da comunidade: locais, espaços e instrumentos, que favorecem a vida comunitária e religiosa (capela, biblioteca, sala de audiovisuais, espaços para a recreação…).417
289. Segundo o estilo educativo de Dom Bosco, seja a comunidade formadora uma comunidade aberta, e inserida no contexto social e eclesial em que está.418
Mantenha-se informada acerca da situação e das orientações pastorais da Igreja local419 e desenvolva formas concretas de participação;420 haja recíprocos intercâmbios e momentos de encontro421 com as comunidades formadoras de outros Institutos religiosos; esteja atenta à realidade juvenil e cultural.
290. Deve-se durante a formação inicial cultivar o sentido de pertença à própria Inspetoria. Aos irmãos enviados a comunidades formadoras pertencentes a outras Inspetorias são úteis, para esta finalidade – além da presença na equipe formativa de formadores da própria Inspetoria –, as visitas do Inspetor ou de outros irmãos membros do Conselho, o intercâmbio de notícias, os encontros de informação e comunhão com os irmãos da própria Inspetoria, a programação do período de férias acadêmicas feita de acordo com o Diretor da própria comunidade e a Inspetoria de origem, e outras formas de comunicação.
291. Na comunidade formadora, a animação espiritual e o acompanhamento pessoal são tarefa primária do Diretor.422
É seu dever realizar a animação formativa e pastoral e a direção espiritual por meio do estilo paterno da autoridade, as reuniões do Conselho e da Assembléia dos irmãos,423 as conferências e os encontros,424 a elaboração do projeto formativo local,425 a programação anual,426 o dia da comunidade, as exortações públicas e particulares, a 'boa noite' cotidiana,427 o colóquio mensal,428 a direção espiritual pessoal,429 a valorização das oportunidades oferecidas no território e em nível inspetorial.
292. O Diretor da comunidade é sempre também o diretor espiritual proposto, não imposto, para cada um dos irmãos. Os irmãos em formação podem dirigir-se, além de ao Diretor, também aos confessores e a outros irmãos capazes e preparados.430
Mesmo não sendo o diretor espiritual do irmão, o Diretor da comunidade continua responsável por seu processo formativo pessoal; implica isto que haja para com ele um relacionamento de abertura e de confiança que lhe assegure o conhecimento necessário para orientar, discernir e decidir.
Se um irmão pedir um confessor ou diretor espiritual especial, o superior lho conceda,431 lembrando, porém, que é da maior conveniência, para o tempo da formação inicial, seja ele salesiano e estável.
No noviciado o guia espiritual é o mestre.432
293. A pedido do irmão em formação, também o Diretor e o mestre podem oferecer o seu ministério no sacramento da Reconciliação, mas somente de modo extraordinário, e contanto que no momento das admissões se sintam capazes de fazer uma serena distinção entre foro interno conhecido em âmbito sacramental e foro externo unicamente referível naquele ato.433
2.1.1 Avaliações |
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294. "Formadores e irmãos em formação façam em co-responsabilidade uma programação e revisão periódicas".434
295. O Diretor e o seu Conselho verifiquem periodicamente a qualidade das instâncias de animação e de acompanhamento comunitário e pessoal.
296. No período da formação inicial, para avaliar e estimular o processo formativo pessoal, os escrutínios se façam cada três meses. Ponham-se em confronto os objetivos da fase e a caminhada do irmão, verificando a maturidade vocacional em continuidade com as avaliações precedentes. Seja o irmão envolvido na verificação com variadas modalidades.435
297. No interior da comunidade (Diretor, Conselho, formadores, confessores) e entre as comunidades de formação (pré-noviciado, noviciado, pós-noviciado, tirocínio, formação específica) favoreça-se a unidade dos critérios de discernimento vocacional e de admissão, seguindo quanto está indicado em "Critérios e normas para o discernimento vocacional. As admissões".
Com a mesma finalidade realizem-se encontros entre os responsáveis locais e o Conselho inspetorial.
298. O Inspetor promova, sobretudo no início de uma fase formativa, o conhecimento dos formandos por parte dos responsáveis da fase, e favoreça ao longo de todo o processo formativo, com as modalidades mais oportunas, a comunicação de adequadas informações.
299. "Usem-se em forma habitual e sistemática (e não apenas nalguns casos difíceis) os vários recursos das ciências psicológicas e pedagógicas",436 seja para os momentos de discernimento, seja para o acompanhamento formativo ordinário.
Assegure-se que as intervenções profissionais no discernimento inicial e no acompanhamento sucessivo sejam coerentes com a vocação salesiana. É conveniente, por isso, que se escolham especialistas cuja orientação esteja atenta à vocação religiosa, e, no possível, que tenha conhecimento suficiente da vida salesiana.
A decisão final sobre a idoneidade dos candidatos é tarefa dos responsáveis salesianos.
Colaboração interinspetorial
300. Em mais de uma situação as condições indicadas para garantir a consistência qualitativa e quantitativa dos centros de formação são tais que não podem ser facilmente asseguradas por uma só Inspetoria. È conveniente, em tais casos, que outras Inspetorias, especialmente se forem do mesmo contexto cultural, colaborem para a manutenção de estruturas formativas interinspetoriais.
A colaboração interinspetorial deve traduzir-se em real co-responsabilidade. Deve também traduzir-se pela implementação e o funcionamento de organismos intermediários (por exemplo, o "curatorium", comissões, etc.): eles tornam possível uma participação eficaz das Inspetorias no estabelecer a orientação da formação (projeto formativo), no garantir as condições e os meios para realizá-la (pessoal, estruturas, economia, etc.) e no proceder às oportunas revisões.437
Discernimento vocacional
301. Nas modalidades de admissão à profissão, aos ministérios e às ordens, sigam-se estas etapas, levando em consideração a diversidade de situações:
- colóquio do interessado com o Diretor e a apresentação do pedido;
- parecer da comunidade438 e eventualmente dos membros da CEP que estejam em condição de dar uma contribuição significativa, respeitando as normas da prudência;
- parecer do Conselho inspetorial de origem (quando o irmão está fora de sua Inspetoria);
- voto do Conselho local;
- voto do Conselho inspetorial e decisão do Inspetor.
302. "A comunidade local, enquanto co-responsável pelo amadurecimento de cada irmão, é convidada a dar o próprio parecer quando um de seus membros pede para ser admitido à profissão ou às ordens sacras; fá-lo-á nos modos mais condizentes com a caridade".439 Não se esqueça que compete ao Diretor com seu Conselho a responsabilidade jurídica do parecer a ser transmitido ao Inspetor.440
303. Faça-se o possível para que os membros do Conselho inspetorial, que têm a tarefa de dar o próprio consentimento para a admissão à profissão, aos ministérios e às ordens,441 conheçam os candidatos, acompanhem-lhes a preparação, pondo em andamento aquelas formas de contato e de averiguação que permitem dar um voto motivado e consciente.
304. Quando um irmão ou um noviço se encontram em dificuldade em sua caminhada vocacional, procurem os Superiores e formadores acompanhá-lo com cuidado particular em seu discernimento, a fim de ajudá-lo a esclarecer as próprias motivações e a descobrir qual seja o desígnio de Deus em sua vida. Tal itinerário de discernimento se empregue também para o caso de eventual pedido de mudar a própria opção vocacional.
O Inspetor e o Diretor da comunidade formadora, valendo-se de oportunas colaborações, ajudem com prudência e discrição a quantos deixam a Congregação a inserir-se em seu ambiente, quer do ponto de vista profissional, quer do apostólico.
305. Com a finalidade de permitir uma avaliação do ponto de vista formativo das saídas de irmãos com votos temporários, solicite o Inspetor a quem deixa a Congregação ao término dos votos que redija por escrito os motivos da decisão. Seja tal informação comunicada com a devida prudência à Secretaria Geral.
306. Faça a Inspetoria periodicamente uma avaliação da perseverança vocacional, a fim de melhor compreender a situação e adequar a pedagogia formativa. Comunique os resultados ao Conselheiro Geral para a formação, o qual indicará critérios para tal avaliação.
O PROCESSO FORMATIVO SALESIANO
5.1 "UM PROCESSO FORMATIVO QUE DURA TODA A VIDA"442
307. Viver a vocação é entrar numa história onde se entrelaçam a iniciativa de Deus e o projeto humano.443 É participar de um diálogo de vida no qual chamado e resposta não são episódios de um momento, mas experiência permanente do seguimento de Jesus. Quanto se disse nos capítulos precedentes a respeito da formação salesiana e as condições para assumi-la pessoalmente realiza-se por meio de um caminho formativo que dura toda a vida.
A experiência vocacional de Dom Bosco – experiência carismática e fundacional – testemunha uma atitude constante de atenção às solicitações do Espírito e de corajosa e sempre renovada resposta. Deixou-se ele formar pelo Espírito e seguiu-lhe os impulsos com docilidade. Sentiu-se chamado e desafiado pela realidade, sobretudo pela dos jovens, e devotou-se inteiramente a responder com criatividade em cada momento.
As Constituições apresentam a experiência do salesiano como "resposta sempre renovada":444 "iluminado pela pessoa de Cristo e pelo seu Evangelho, vivido segundo o espírito de Dom Bosco, o salesiano se empenha num processo formativo que dura toda a vida e lhe respeita os ritmos de amadurecimento".445
308. A experiência vocacional desenrola-se ao longo de um único trajeto formativo em que se podem distinguir dois momentos diferentemente caracterizados: a formação inicial e a formação permanente.
A formação inicial, já vivida na perspectiva de formação permanente, vai desde o primeiro direcionamento para a vida salesiana até ao aprofundamento das motivações, até à identificação com o projeto salesiano que se há de viver numa Inspetoria concreta. Prolonga-se até à incorporação plena e à pertença definitiva à Congregação salesiana com a profissão perpétua e, para os sócios chamados à vocação salesiana no presbiterado, até à ordenação sacerdotal.
"A formação inicial, mais que espera, é já tempo de trabalho e santidade. É tempo de diálogo entre a iniciativa de Deus que chama e conduz, e a liberdade do salesiano que assume progressivamente os compromissos da própria formação".446 É tempo de decisões cada vez mais exigentes, de diálogo e interação com a comunidade, feito de momentos de verificação, de síntese e de renovado empenho, isto é, de tensão espiritual para a meta.
309. Pela profissão perpétua – e, no caso dos presbíteros, pela ordenação sacerdotal – o salesiano entra plenamente na experiência de vida salesiana a ser vivida com uma fidelidade sustentada pela graça da formação permanente.
De fato, justamente porque se trata de uma transformação de toda a pessoa, o processo formativo não pode reduzir-se à sua fase inicial. "A pessoa consagrada não poderá mais pensar em ter completado a gestação daquele homem novo que experimenta os mesmos sentimentos de Cristo dentro de si, em cada circunstância da vida. A formação inicial deve, portanto, consolidar-se com a formação permanente, criando no sujeito a disponibilidade de se deixar formar em cada dia de sua vida".447
A formação permanente consiste num "esforço constante de conversão e renovação":448 é crescimento na maturidade humana, é configuração a Cristo, é fidelidade a Dom Bosco, para responder às exigências sempre novas da condição juvenil e popular.449 É um caminho que se realiza segundo a condição de vida de cada um.
310. Em toda esta caminhada, a experiência formativa salesiana demanda, a um só tempo, uma igualdade de base e uma diferenciação que respeita e promove a especificidade vocacional: "A formação inicial dos salesianos leigos, dos futuros sacerdotes e dos diáconos permanentes – dizem as Constituições – tem ordinariamente um currículo de nível paritário, com as mesmas fases e com objetivos e conteúdos semelhantes. As distinções são determinadas pela vocação específica de cada um, pelos dotes e aptidões pessoais e pelas tarefas do nosso apostolado".450
Isto supõe que cada noviço, durante o noviciado, esclareça a própria orientação mais geral (futuro sacerdote ou diácono ou coadjutor), a fim de que possa programar e integrar da melhor maneira possível a formação do pós-noviciado e do tirocínio com as várias disciplinas e atividades correspondentes.451 A orientação deverá tornar-se definitiva, para todos, antes da formação específica depois do tirocínio.
311. As Constituições descrevem o caminho vocacional e formativo do salesiano. Realiza-se em fases ou momentos sucessivos:
- o pré-noviciado, para aprofundar a opção vocacional inicial e preparar-se para o noviciado;
- o noviciado, como início da experiência de vida religiosa;
- o período da profissão temporária nas suas diferentes fases:
* o imediato pós-noviciado, que ajuda a crescer na integração de fé, cultura e vida;
* o tirocínio, que visa à síntese pessoal no confronto vital e intenso com a ação salesiana;
* a formação específica, que completa a formação inicial e que, para os seminaristas, se prolonga até a ordenação presbiteral;
- o período de preparação à profissão perpétua, que verifica a maturidade espiritual por ela requerida e que conduz ao compromisso definitivo;
- e a formação permanente, que continua o processo de amadurecimento até o fim da vida.
5.2 CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO FORMATIVO452
312. Realiza-se o processo formativo por meio de uma experiência vital determinada pela identidade salesiana, que integra diferentes elementos e apresenta características peculiares.
Conjuga-se na formação o empenho da comunidade, que demonstra solicitude pelo crescimento de cada um de seus membros, e a responsabilidade pessoal de cada irmão.
5.2.1 Processo personalizado
O processo formativo concentra-se no candidato ou irmão, considerado na sua realidade concreta, segundo a idade, o caráter, os dotes de inteligência e de coração, a família de proveniência, a educação recebida, o caminho de fé e o itinerário vocacional cumprido, as experiências vividas.
Cada candidato e irmão tem o seu próprio modo de situar-se perante o único projeto salesiano e o caminho a percorrer; tem ritmos e modalidades próprias. Quem acompanha o processo de formação toma em consideração essas variáveis e ajuda a pessoa a integrá-las harmonicamente, levando-a a viver a identidade salesiana de modo sereno, fiel e original.
Durante o processo atenta-se para os traços característicos da psicologia e para as situações sócio-culturais que de qualquer modo incidem na disponibilidade à formação e em seu ritmo.
Quem conduz o processo, atento a tais características, ajuda o candidato e o irmão a amadurecer progressivamente suas opções e a tomar as decisões no momento oportuno segundo o grau de maturidade exigido, sem pressas nem retardamentos injustificados e nocivos. Muito ajuda a este respeito proceder segundo um projeto pessoal, adequado às metas formativas específicas.
5.2.2 Processo comunitário
313. Por intermédio das diversas mediações, a comunidade acolhe o candidato e o irmão em formação, ampara-o com sua ajuda, oferece-lhe a possibilidade de diálogo sério na procura da vontade de Deus e realiza o necessário discernimento. Garante-lhe uma vida comunitária formativa, possibilitando-lhe ambiente e meios que lhe promovem o crescimento.
A Comunidade inspetorial envolve-o, além disso, em seu projeto de formação e constitui um núcleo animador que o acompanha e que favorece a convergência de tudo e de todos para os objetivos a alcançar.
O salesiano, por sua vez, progredindo em seu caminho, torna-se para a comunidade portador da riqueza de seus dons de natureza e de graça.
5.2.3 Processo unitário e diversificado
314. O processo formativo desenvolve-se ao longo de fases e experiências diversificadas que fazem progredir, num único movimento harmônico, todas as dimensões da formação – humana, espiritual, intelectual e educativo-pastoral. Acentua-se, ao mesmo tempo, nos diversos momentos, segundo a finalidade própria de cada fase, uma dimensão específica, que enriquece as demais com novos conteúdos, sensibilidades e motivações.
A Inspetoria, enquanto sujeito responsável pela formação num determinado contexto, garante a unidade da experiência formativa de todo o processo na sua evolução segundo fases diferentes, em diferentes comunidades formadoras e em iniciativas de formação permanente.
5.2.4 Processo contínuo e gradual
315. O candidato e o irmão aprofunda a identificação com o projeto salesiano, aprimora a idoneidade e consolida as motivações por meio de ação progressiva e ininterrupta: cada fase continua a precedente e prepara a seguinte. A passagem de uma fase a outra é delicada; merece cuidadoso acompanhamento.
O princípio da gradualidade impõe que se atente, ao mesmo tempo, para a qualidade como meta, pedagogia e critério de discernimento, e que se imposte o processo com realismo e flexibilidade formativa.
Tal processo contínuo e gradual não termina nunca. A configuração com Cristo seguindo Dom Bosco é um empenho constante para toda a vida.
5.2.5 Processo inculturado
316. As Constituições empenham as Inspetorias a atuarem o processo formativo segundo as exigências do próprio contexto cultural:453 as exigências que provêm do candidato e de sua cultura e as que derivam do contexto em que o carisma se deve exprimir.
O carisma é fundamentalmente um fato interior – seguir Jesus Cristo mais de perto, como fez Dom Bosco – e deve traduzir-se em vida vivida, permeando toda a vida do salesiano, em todas as suas expressões, individuais e comunitárias. É toda a sua pessoa que deve ser assumida e transformada pelo carisma.
Isto implica que os valores carismáticos assumam e transformem cada aspecto de sua cultura, encarnando-se nela, no contexto concreto em que vive. A conseqüência é que o processo formativo, atento à realidade do candidato, deverá levar a uma assimilação profunda do carisma na pessoa que o acolhe e a uma mudança de mentalidade. Assim, a identificação progressiva com a vocação vai transformando os hábitos pessoais e os relacionamentos com os outros, com Deus e com a mesma vida da comunidade salesiana, até que a fermentação carismática de tudo o que é humano lhe confere um rosto original.454
Este processo, que requer o diálogo e o discernimento, faz-se na comunhão com a comunidade: comunidade local, inspetorial e mundial.
ORIENTAÇÕES E NORMAS PARA A PRÁXIS
317. Para garantir a unidade e a continuidade da experiência formativa inicial, que se desenvolve em períodos sucessivos, em diferentes comunidades e às vezes em diferentes Inspetorias, é necessário que ela se realize não só segundo um projeto unitário mas também se favoreça a coligação entre as fases e a convergência das intervenções.
318. As fases formativas que preparam à plena incorporação na Congregação pela profissão perpétua são necessárias quer para o candidato quer para a comunidade, a fim de discernir, em mútua colaboração, a vontade de Deus e lhe corresponder. Os objetivos formativos desses períodos devem ser alcançados também por aqueles que entrarem na Sociedade havendo já concluído os estudos previstos pelo currículo formativo.455
319. Durante a formação inicial sejam os irmãos ajudados a aprofundar a identidade da consagração, a maturarem sólidas convicções a respeito de seu valor educativo e a assumirem uma atitude de formação permanente.456
320. Tanto a admissão às diversas fases formativas, à profissão, aos ministérios e às ordenações quanto a avaliação da consecução dos objetivos de cada um dos períodos formativos fundam-se na efetiva constatação dos elementos positivos que comprovam quer a idoneidade e a maturidade requeridas pelo compromisso que se assume, quer a capacidade para enfrentar adequadamente a fase formativa seguinte. Não basta a ausência de contra-indicações. Não é suficiente a consecução dos objetivos acadêmicos.457
321. Cuide-se de modo particular dos momentos de passagem de uma fase a outra, velando por uma pedagogia que ajude o irmão a assumir com plena consciência e responsabilidade a nova situação formativa.
Não se permita o início de fases formativas ou a assunção de compromissos (profissões, ministérios, ordens) a candidatos não idôneos.458
Ponha-se, neste caso, o irmão formando na situação que melhor lhe consinta alcançar a idoneidade requerida.
Mesmo levando-se em conta a gradualidade da experiência formativa, evite-se protrair situações problemáticas ou de indecisão, que não oferecem perspectivas sérias de superação.
322. A orientação do processo formativo tenha presente as diversas formas da única vocação salesiana:
- salesianos clérigos e coadjutores estejam conscientes das características de sua específica forma vocacional e cresçam na mútua integração, evitando o genericismo e o fechamento à complementaridade;
- os formadores conheçam, apresentem e façam apreciar a identidade salesiana nas sua formas próprias: laical, presbiteral e diaconal.
323. Procure-se esclarecer a orientação vocacional específica, coadjutor ou futuro presbítero, durante o noviciado, antes da profissão, a fim de que se possa caracterizar a formação durante o período dos votos temporários e programar as atividades e os estudos correspondentes.459 A orientação vocacional deverá tornar-se definitiva, para todos, antes da formação específica depois do tirocínio.
324. "As possibilidades concretas de viver na Congregação a laicidade consagrada são múltiplas e variadas. Essa multiformidade exige que os Diretórios inspetoriais da formação prevejam um currículo formativo sério, mas flexível e adaptável quer à natureza própria das diversas tarefas, quer às possibilidades concretas dos candidatos".460
325. A formação inicial amadureça o sentido de pertença à Família Salesiana e ao Movimento salesiano nos quais consagrados e leigos, vivendo projetos vocacionais diferentes, partilham o espírito e a missão.461 Em particular:
- façam-se conhecer a identidade e os aspectos característicos da Família Salesiana e dos diversos grupos;
- "sejam apresentados os conteúdos e os valores da laicidade; habilitem-se os jovens irmãos a saber crescer e amadurecer juntos, a adquirir a capacidade de ser formadores e animadores dos leigos, a promover as vocações laicais";462
- sublinhe-se nos salesianos a capacidade de trabalhar com mentalidade de projeto no âmbito da comunidade educativo-pastoral;
- o Projeto inspetorial de formação preveja conteúdos e experiências diversificadas e graduais de formação recíproca e complementar entre salesianos e leigos para a formação inicial e permanente; a programação tenha presente a diferente natureza de suas vocações e os tempos de amadurecimento humano, afetivo e apostólico.463
326. Tenham-se presentes, durante a formação inicial, os ritos de proveniência e de pertença dos irmãos, e a necessária preparação para desenvolver a missão em contextos de ritos diversos.464
327. Os critérios e as normas referentes às aptidões do candidato, às condições, aos impedimentos e aos requisitos jurídicos para a admissão ao pré-noviciado e ao noviciado, para a primeira profissão, para a renovação da profissão temporária, para a profissão perpétua, e para os ministérios e as ordens são amplamente indicados e comentados em "Critérios e normas de discernimento vocacional salesiano. As admissões".
3 CAPÍTULO SEXTO |
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3.1 O PRÉ-NOVICIADO |
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6.1 NATUREZA E FINALIDADE
328. "A quem se orienta para a vida salesiana são oferecidos ambiente e condições adequadas para conhecer a própria vocação e amadurecer como homem e como cristão… Imediatamente antes do noviciado requer-se uma preparação específica para aprofundar a opção vocacional e avaliar a idoneidade necessária para começar o noviciado. Tal preparação se realiza numa experiência de vida comunitária e apostólica salesiana".465
É no pré-noviciado que começa a formação inicial do candidato que pede para entrar na Congregação Salesiana a fim de dedicar sua vida a Deus no serviço à juventude.
329. Os candidatos em geral chegam de ambientes muito heterogêneos, com situações de idade e de maturidade pessoal, experiências de vida, de fé e de cultura muito diferentes. Cresceram alguns em contato vivo e prolongado com a realidade salesiana. Outros só de pouco é que conhecem o projeto de vida de Dom Bosco.
A Inspetoria por isso, assegurado um sério caminho de pastoral vocacional, e em sintonia com ele, empenha-se decididamente por situar o pré-noviciado como fase específica que leva em conta a situação familiar, os condicionamentos sociais, e o nível de educação e de fé dos candidatos. Esforça-se por cuidar da personalização e inculturação da formação, provendo-se de um projeto claro e definido, e mantendo a devida flexibilidade e criatividade na estrutura e programação.
330. "O candidato só é admitido ao pré-noviciado quando houver feito a opção pela vida salesiana"466 e apresenta, segundo o juízo dos responsáveis, as correspondentes condições de idoneidade humana, cristã e salesiana.467
Embora "não se exija que o candidato à vida religiosa seja capaz de assumir imediatamente todas as obrigações dos religiosos, deve ser julgado capaz de aí chegar progressivamente. O poder julgar dessa capacidade justifica que se dêem o tempo e os meios para consegui-lo. Tal é a finalidade da etapa preparatória ao noviciado...".468
Ao pré-noviço, portanto, se lhe concede todo o tempo necessário a fim de que chegue ao nível de maturidade requerida para ingressar no noviciado.
331. Organiza-se o pré-noviciado de tal maneira que o candidato atinja os seguintes objetivos específicos:
- amadurecer como pessoa e como cristão;
- conhecer a própria vocação e aprofundar a opção vocacional por meio do acompanhamento dos formadores;
- fazer experiência de comunidade e refletir seriamente sobre a vida salesiana;
- verificar a idoneidade necessária para começar o noviciado;
- decidir de modo consciente, e livre das pressões externas e internas;
- assumir uma clara atitude formativa.
O tempo do pré-noviciado permite, igualmente, à Congregação avaliar se o candidato é idôneo e maduro para entrar no noviciado.
6.2 A EXPERIÊNCIA FORMATIVA
332. A natureza do pré-noviciado requer que se cuide de algumas atitudes fundamentais, prestando especial atenção às humanas e cristãs, de modo que se garanta a suficiente maturidade para fazer uma opção responsável.
6.2.1 A dimensão humana
A primeira exigência da formação é poder-se encontrar no candidato um pressuposto humano, isto é, uma base humana adequadamente preparada.
6.22.1.1 As condições físicas e de saúde
333. Durante o pré-noviciado devem ser verificadas as condições físicas e o bom estado de saúde necessário para enfrentar a vida e a missão salesiana.469 Os oportunos exames médicos podem ser feitos também antes da admissão à fase.
Eduque-se o candidato a gerir com cuidado o equilíbrio físico e sua saúde.
6.2.1.2 Conhecer-se e fazer-se conhecer
334. Ajudado pela comunidade e pelo orientador espiritual, procura o pré-noviço conhecer-se nos seus diferentes aspectos e assume conscientemente o comando do percurso de sua existência. Apoiado no que já tem de positivo, aprende a defrontar-se também com os aspectos e os pontos problemáticos. Toma conciência de suas qualidades e limites, e é sereno e reconhecido por aquilo que é.
Enfrenta com abertura e coragem o próprio passado e fala sem receios de si e da própria família. Aprende a refletir sobre a sua conduta, sobre as experiências, sobre as razões das opções e sobre o próprio modo de pensar. É ajudado a descobrir as motivações inconscientes e a distinguir entre desejos e verdadeiras motivações.
Esta abordagem sincera e profunda de si constitui uma primeira base para o discernimento.
6.2.1.3 Uma afetividade serena
335. O pré-noviço toma consciência do valor humano da própria sexualidade e descobre as forças da própria afetividade.
Identifica-se com a própria condição masculina e amadurece a "aceitação do outro, homem ou mulher, no respeito da sua diferença".470
Aprende a avaliar com sinceridade os próprios sentimentos, os impulsos e as motivações, e a vivê-los em sintonia com os valores de uma vocação celibatária.
É ajudado a alcançar uma suficiente certeza de ser amado e de ser capaz de amar.
Mantém os vínculos afetivos com a família por meio de um relacionamento de gratidão e de sincero afeto, e ao mesmo tempo aperfeiçoa o sentido de pertença à comunidade. Aprende a desprender-se daqueles vínculos que lhe reduzem a autonomia e refreiam ou perturbam a realização do próprio projeto vocacional.
6.2.1.4 A capacidade de relacionamento
336. Após compreender que, para a vocação salesiana, é fundamental um sereno relacionamento interpessoal, procura o pré-noviço desenvolver boas relações com os próprios colegas e com os formadores da comunidade, com os leigos da comunidade educativa e com outras pessoas que encontra nas experiências pastorais. Sabe acolher e ouvir; pratica as boas maneiras e a jovialidade; trata a todos com simpatia, amizade e muita abertura.
Oferece-lhe o pré-noviciado a experiência de uma vida de comunidade com os demais pré-noviços e com os irmãos. Toma nela parte ativa e presta a sua contribuição pessoal na criação de um ambiente rico de valores formativos. Aperfeiçoa aí o modo de exprimir-se, a capacidade de comunicação, a co-responsabilidade na realização das decisões tomadas, e o sentido do trabalhar junto.
6.2.1.5 O sentido de responsabilidade
337. O pré-noviço é fiel a seus deveres cotidianos e aprende a trabalhar com dedicação. Ama o trabalho, é assíduo ao estudo, cumpre os serviços comunitários com disponibilidade, sacrifício e constância, vendo neles ocasiões concretas de explicitar o seu amor à vocação. Aprende a usar bem do tempo, a utilizar as qualidades recebidas de Deus e a fazer todos os dias opções motivadas e orientadas ao dom gratuito de si.
6.2.1.6 A retidão de consciência e a abertura à realidade
338. Educa-se o pré-noviço à autenticidade e à retidão de consciência, adquirindo o hábito de ler a conjuntura à luz do Evangelho, consolidando suas convicções morais e construindo uma atitude inteligente e crítica perante os modelos culturais propostos pela sociedade.
Aberto às realidades sociais e culturais do ambiente e do mundo da comunicação social, é particularmente sensível aos problemas dos jovens pobres e marginalizados, e às situações de pobreza, de injustiça e de exclusão. Cresce-lhe o sentido de compaixão e de solidariedade, e o manifesta numa vida simples. Transforma tais experiências em ocasiões concretas para amadurecer no realismo da vida.
6.2.2 A dimensão espiritual
339. Chamado a abraçar uma vida radicalmente centrada na pessoa de Cristo, o pré-noviço é levado a viver com o Senhor um relacionamento pessoal e a fundamentar solidamente sua vida cristã, concentrando-se em alguns aspectos e experiências, típicos, de tal vida, sublinhando-os com as características da Espiritualidade Juvenil Salesiana. Cultiva por isso:
- uma sólida catequese, que inclui os fundamentos de uma formação bíblica, moral, espiritual e litúrgica necessários para aprofundar sua fé e para descobrir a pessoa de Jesus Cristo, a missão da Igreja, o plano divino da salvação;
- uma iniciação à vida sacramental e à devoção mariana: põe-se em atitude de escuta e de resposta à Palavra de Deus, nutre-se à mesa da Eucaristia, aproxima-se regularmente do sacramento da Reconciliação e descobre a presença materna de Maria em sua vida e na história de sua vocação;
- uma iniciação à vida de oração: ele reza em grupo e em comunidade, exercita-se na oração pessoal e aprende a partilhar as experiências de fé. Capacita-se pouco a pouco a ler os acontecimentos de sua vida à luz do Evangelho e a ouvir a voz interior do Espírito.
340. Pondo-se o candidato perante o projeto de vida dos SDB, compreende que a missão salesiana implica a vocação à comunidade.
Exercita-se, por isso, à vida de comunidade adquirindo suficiente capacidade para a comunicação interpessoal, aceitando os outros e integrando a própria ação no projeto comunitário, perdoando e superando as antipatias e os preconceitos. Cultiva o sentido da amizade, assimila os traços do espírito de família, contribui para ele, e mostra uma atitude prestimosa de serviço aos outros.
À medida que se insere em sua comunidade e na comunidade educativa, e se abre às comunidades maiores da Inspetoria, da Congregação e da Família Salesiana, ele realiza uma experiência de Igreja.
341. Esforça-se o pré-noviço por inspirar sua vida nas exigências dos conselhos evangélicos e por adquirir algumas atitudes concretas, como a simplicidade que não busca o supérfluo ou a comodidade, a gratuidade nos relacionamentos e nas motivações, o desprendimento de compromissos afetivos, o exercício no domínio de si e a fidelidade aos empenhos que lhe são confiados.
6.2.3 A dimensão intelectual
342. A vocação salesiana e a missão juvenil requerem uma sólida preparação intelectual. É preciso durante o pré-noviciado certificar-se da idoneidade para enfrentar os estudos exigidos pelo currículo formativo.
Requer-se do pré-noviço uma "cultura geral de base que corresponda à que geralmente se espera de um jovem que haja terminado uma escolaridade normal no país".471
A formação intelectual nesta fase pode ser muito diferentemente estruturada, segundo a preparação dos candidatos e a situação concreta. Em todo o caso, deve ela assegurar a aquisição de adequado método de estudo e, sobretudo, de um hábito de estudo e de reflexão, e, onde for necessário, o domínio da língua em uso no noviciado;472 cuidará: da complementação ou da consolidação da bagagem cultural necessária para o noviciado e para os estudos do pós-noviciado; do início de uma apresentação sistemática do mistério cristão; de um conhecimento geral da vida de Dom Bosco e da Congregação em nível de primeira abordagem segundo a experiência salesiana do candidato.
O empenho nos estudos que se fazem deve harmonizar-se com as tarefas designadas ao pré-noviciado. A soma das obrigações acadêmicas não deveria desviar dos objetivos fundamentais desta fase.
6.2.4 A dimensão educativo-pastoral
343. Enquanto por diferentes maneiras aperfeiçoa o conhecimento e o amor pela missão salesiana em suas múltiplas expressões, empenhar-se-á o pré-noviço em experiências proporcionais à sua preparação.
São experiências educativas e pastorais significativas, de clara feição salesiana, como a presença-assistência no meio dos jovens, a colaboração na animação de grupos juvenis e as atividades de catequese e de trabalho missionário.
Mediante tais experiências, experimenta o pré-noviço o Sistema Preventivo e a colaboração com os leigos e com outros membros da Família Salesiana.
6.3 ALGUMAS CONDIÇÕES FORMATIVAS
344. Para realizar tal programa, são necessárias algumas condições:
6.3.1 Uma experiência comunitária
O pré-noviciado deve realizar-se segundo um projeto claramente definido, que oferece a experiência real de uma comunidade salesiana que vive intensamente os valores do carisma.
Pode tratar-se de uma comunidade autônoma de pré-noviciado, ou então de um grupo no interior de uma comunidade salesiana com um ou dois irmãos responsáveis.
Mesmo que se trate de um número reduzido de pré-noviços, é preciso que se garantam as condições para uma efetiva experiência comunitária.
6.3.2 Os formadores: um orientador
345. É determinante nesta fase uma qualificada e sistemática experiência de acompanhamento formativo pessoal e comunitário, e de direção espiritual.
O Inspetor designa expressamente o Diretor e a equipe da comunidade do pré-noviciado, ou um ou mais salesianos que tenham o encargo de guiar os pré-noviços.
Acompanham os pré-noviços pessoalmente com encontros freqüentes; partilham com eles o ritmo de vida diário e as diversas experiências; e os ajudam a alcançar a maturidade exigida para tomar decisões oportunas. Fazem com que o pré-noviço assuma uma atitude ativa de formação, isto é, que seja aberto e comunicativo, e que se torne responsável pelo próprio processo formativo.
Os formadores se mantêm em contato e operam de acordo com o mestre dos noviços, a fim de garantir a indispensável continuidade da formação.
6.4 O DISCERNIMENTO E A ADMISSÃO AO NOVICIADO
346. A fase formativa do pré-noviciado atinge os seus objetivos quando:
- o pré-noviço conclui sua busca vocacional e com o auxílio dos formadores chega à convicção de que Deus o chama para a vida salesiana, quer abraçá-la e pede para ser admitido ao noviciado; ou então, alternativamente, chega à conclusão de que não é chamado à vida salesiana;
- a Congregação Salesiana, por meio da comunidade local e inspetorial, faz seu processo de discernimento e chega à fundada certeza de que o pré-noviço mostra sinais autênticos de vocação salesiana e apresenta os requisitos básicos para iniciar o noviciado.
347. A admissão ao noviciado é feita pelo Inspetor baseado nos sinais positivos que comprovam a aptidão do pré-noviço à vida salesiana:473
- saúde suficiente e cultura geral de base;
- existência de uma verdadeira atitude formativa assumida pelo pré-noviço;
- capacidade de escolha por motivos autênticos e sentido de responsabilidade;
- reta intenção;
- capacidade de viver em comunidade, com obediência e espírito de fé;
- afetividade serena, e equilibrado e adequado desenvolvimento da capacidade de relacionamento;
- uma adequadamente vivenciada experiência de vida cristã e de apostolado;
- amor a Dom Bosco e à missão salesiana, bom relacionamento com os jovens, e preferência pelos jovens pobres.
348. "Imediatamente antes do noviciado requer-se uma preparação especial para aprofundar a opção vocacional e avaliar a idoneidade necessária para começar o noviciado. Tal preparação se realiza numa experiência de vida comunitária e apostólica salesiana".474
Faça-se normalmente fora da casa de noviciado e junto a uma casa salesiana apropriada, aprovada pelo Inspetor com seu Conselho. E se o número dos candidatos o permitirem e se as circunstâncias o aconselharem, far-se-á numa comunidade especialmente formada para tal finalidade.475
349. "A preparação imediata para o noviciado não seja, em via ordinária, inferior a seis meses".476 A importância deste período, que freqüentemente condiciona as fases subseqüentes e em particular o noviciado, requer que, em cada caso, se lhe conceda o tempo suficiente para alcançar os objetivos, prolongando se for necessário a experiência por um ano e mais, e fazendo-a preceder de séria caminhada de pastoral vocacional.
350. O Diretório inspetorial – seção formação determine as modalidades concretas da preparação imediata ao noviciado, tendo presentes as indicações gerais deste documento.
351. Para a admissão à preparação imediata ao noviciado ("pré-noviciado"), que é feita pelo Inspetor, a quem o candidato dirige seu pedido, recolham-se, com a colaboração do mesmo candidato, aqueles dados e informações que podem fazer emergir os sinais de uma verdadeira vocação salesiana e de suas eventuais contra-indicações.
"Somente quando o candidato houver feito a opção pela vida salesiana"477 e apresenta, a juízo dos responsáveis, as correspondentes condições de idoneidade humana, cristã e salesiana,478 pode ser admitido a iniciar a experiência. Quer a opção, quer a idoneidade, deverão ser avaliadas segundo "Critérios e normas",479 levando em conta o grau de maturidade da pessoa e de suas possibilidades de desenvolvimento.
Ao fixar o início do pré-noviciado atente-se para o que o Código determina a respeito da idade mínima para a admissão ao noviciado, isto é, os 17 (dezessete) anos completos.480
352. Antes ou durante o pré-noviciado é oportuno que haja exame médico e exame psicológico, que verifique a existência da base humana para o início do itinerário formativo salesiano, respeitando-se entretanto quanto se dispõe no cânon 220.
353. Com respeito à formação intelectual durante o pré-noviciado, o Diretório estabeleça os critérios e suas linhas fundamentais, o Projeto inspetorial de formação lhe indique os conteúdos gerais. Garanta-se a consecução do nível de estudos civis requeridos, a consolidação da base cultural e a verificação da capacidade para os estudos seguintes, o conhecimento da língua, uma séria introdução à doutrina cristã, um conhecimento geral de Dom Bosco, da vocação salesiana e da Congregação.481
A dedicação aos estudos, especialmente quando se completa o currículo civil ou se enfrenta o primeiro ano do programa que irá prosseguir durante o pós-noviciado, deve harmonizar-se com os objetivos especificamente formativos desta fase e não comprometê-los.482
354. "Quando se sente suficientemente preparado e disposto, o candidato faz o pedido para iniciar o noviciado. Para ser admitido, deve estar livre dos impedimentos previstos nos cânones 643-645 §1, demonstrar as aptidões e a maturidade necessárias para iniciar a vida salesiana e ter suficiente saúde para poder observar as Constituiçoes da Sociedade".483
Os impedimentos de que estar imune são relacionados em "Critérios e normas".484 O mesmo se diga de quanto se refere aos requisitos jurídicos.
355. A admissão ao noviciado é feita pelo Inspetor com o consentimento do Conselho, ouvido o parecer do Diretor da Comunidade com o seu Conselho.485 Os superiores, se o julgarem oportuno, podem pedir informações, também sob segredo.486
A avaliação da idoneidade deve ser feita com base nos critérios e nas orientações dados pela Congregação (cf "Critérios e normas"), tendo presentes as exigências da experiência do noviciado e a situação de quem está iniciando o caminho formativo. É importante que haja uma clara disposição formativa, isto é, a plena disponibilidade para empenhar-se no amadurecimento da própria vocação na comunidade salesiana.
Os critérios ou elementos positivos que comprovam a aptidão do pré-noviço à vida salesiana487 são:
- saúde suficiente e disponibilidade para o serviço e o trabalho;
- capacidade intelectual e base cultural adequada;
- normal capacidade de escolha por motivos autênticos;
- afetividade rica e equilibrada, e boa capacidade de relacionamento;
- o conhecimento e a experiência de vida cristã exigida de quem principia o noviciado;
- suficiente assimilação do espírito salesiano 488
- presença da reta intenção e de disposição formativa.
356. Para a eventual aceitação de candidatos que voluntariamente se retiraram ou foram demitidos de um seminário ou de outro Instituto religioso,489 existe a obrigação de se pedir uma prévia e adequada informação. Em particular, além dos documentos mencionados pelo cân. 241 § 2,490 é preciso pedir, "sob grave obrigação",491 também "a declaração do respectivo superior, principalmente sobre a causa da sua demissão ou saída".492
De nossa parte, temos a obrigação de fornecer análogas informações a outros Institutos ou seminários. Devem tais informações respeitar a discrição do foro interno, o direito da pessoa à boa fama e à tutela de sua intimidade,493 mas, ao mesmo tempo, não devem esconder ou dissimular o verdadeiro estado das coisas para o bem das pessoas e da Igreja.
O NOVICIADO
7.1 NATUREZA E FINALIDADE
357. O noviciado é o início da experiência religiosa salesiana como seguimento de Cristo.494
"Destina-se ele a que os noviços conheçam melhor a vocação divina, a vocação própria do Instituto, façam experiência do modo de viver do Instituto, conformem com o espírito dele a mente e o coração e comprovem sua intenção e idoneidade".495
Nesta fase, com o auxilio do mestre e da comunidade, o noviço:
- aprende a viver a vida consagrada apostólica salesiana mais diretamente sob o aspecto de experiência religiosa: aprofunda as motivações de sua escolha, adquire uma mentalidade de fé e interioriza os valores salesianos;
- verifica a sua idoneidade à vida salesiana de maneira a dar, a si mesmo e à comunidade, a possibilidade de chegar a uma certeza moral positivamente provada;
- orienta constantemente a sua vida à doação de si a Deus no serviço aos jovens segundo o espírito de Dom Bosco, e empenha-se a tender àquela graça de unidade que associa contemplação e ação apostólica;
- prepara-se para, com a primeira profissão, doar-se totalmente a Deus de modo consciente e livre, entrando num processo formativo que há de durar toda a vida.
7.2 A EXPERIÊNCIA FORMATIVA
358. A formação que se oferece no noviciado conjuga progressivamente o conhecimento com o exercício prático, a proposta comunitária com o acompanhamento pessoal, de modo que os conteúdos comunicados se tornem "experiência" e sejam assimilados de forma personalizada. Deste modo, o noviço se identifica gradualmente com a vocação salesiana.
A proposta formativa do noviciado abraça as diferentes dimensões da formação salesiana, mas dá especial atenção à dimensão espiritual e ao aprofundamento do carisma.
7.2.1 A dimensão humana
359. O noviço aprofunda o conhecimento e a aceitação de si, cultiva o autodomínio e a temperança, consolida a capacidade de opções motivadas e se torna disponível ao trabalho.
Cuida de sua inserção na vida comunitária, aperfeiçoando a capacidade de adaptação e de relacionamentos interpessoais permeados de cordialidade e gratuidade.
Cultiva a urbanidade, a capacidade de diálogo, de aceitação da diversidade, de viver com otimismo e de pôr os próprios dons a serviço da comunidade.
É importante que o mestre e a equipe formadora abram "espaços" de responsabilidade e de liberdade, a fim de que o noviço se possa medir a si mesmo, à sua autonomia pessoal e à sua capacidade de colaboração, e tenha possibilidade de refletir sobre as opções feitas.
7.2.2 A dimensão espiritual
7.2.2.1 A configuração a Cristo na perspectiva
do da mihi animas
360. É a dimensão que caracteriza o noviciado.
O noviço é acompanhado na caminhada de configuração a Cristo, apóstolo do Pai e Bom Pastor, descobrindo-o presente em Dom Bosco que doou sua vida aos jovens.496 Entra num processo de seqüela de Jesus obediente, pobre e casto, e cresce na união com ele em sintonia com o carisma salesiano.
Busca pela graça do Espírito uma real identificação com Cristo: "Não esqueçais que vós, de modo muito particular, podeis e deveis dizer não só que sois de Cristo, mas que 'vos tornastes Cristo'".497 Quer dizer: a pessoa do noviço é assumida em sua totalidade num processo de conversão e de transformação evangélica.
No esforço ascético que realiza, o noviço experimenta a alegria de pôr Cristo no Centro da vida e de partilhar cada vez mais os seus sentimentos. Trata-se de uma auto-transcendência, pela qual atinge a sua verdadeira realização pessoal em Cristo.498
Este aprofundamento do Batismo e configuração a Cristo na perspectiva do "da mihi animas" explicitar-se-á plenamente na profissão religiosa e na vida consagrada.
7.2.2.2 A assimilação do carisma salesiano
e a identificação com o Fundador
361. A formação tende a purificar e consolidar a atração inicial por Dom Bosco e pela vida salesiana, e a torná-la real mediante um processo de assimilação do carisma salesiano expresso nas Constituições.
O noviço é guiado a uma experiência espiritual que se concentra num modo original de ser e de operar, e se exprime em atitudes características: uma forte sensibilidade pela missão salesiana entre os jovens pobres, um estilo particular de oração e de vida fraterna em comunidade, numa palavra, um modo peculiar de viver a consagração.
362. O noviço aprofunda a particular experiência de Deus feita por Dom Bosco, verifica as motivações que o impelem a abraçar a vida consagrada salesiana e aprende a manter o equilíbrio entre a tensão ideal e a situação concreta da comunidade. Entra em contato profundo e sério com as fontes da experiência carismática.
Prepara-se para fazer parte da Congregação, cultiva a comunhão com a sua Inspetoria e se abre à realidade da Família Salesiana. Por meio do conhecimento de sua história e da informação a respeito dos seus acontecimentos mais significativos, toma consciência da diversidade das vocações na Família Salesiana e vai assim crescendo em sua pertença a ela.
7.2.2.3 A experiência de vida fraterna
363. É na comunidade que o noviço aprende o espírito salesiano, que é fundamentalmente um fato de comunicação de vida499.
Acolhe os irmãos com espírito de fé500 e abre-se à comunicação e ao serviço. A vida cotidiana oferece-lhe múltiplas ocasiões para crescer na caridade fraterna, na paciência e na superação das dificuldades no relacionamento interpessoal. Intensifica o seu amor concreto à comunidade e sabe que, para além das diferenças e dos defeitos dos irmãos, é convocada pela iniciativa de Deus. Insere-se nela com verdadeiro espírito de participação e de alegria familiar, aí descobrindo a presença de Deus.501
7.2.2.4 Iniciação à oração que abraça toda a vida
364. O noviciado oferece clima e ambiente de recolhimento que favorece o diálogo com Deus. Assegura também orientações apropriadas, tempo e regularidade, conhecimento das diferentes modalidades de oração. Apresenta-se deste modo como verdadeira escola de iniciação à oração. Grande auxílio encontra o noviço quando a comunidade do noviciado tem um programa de oração bem conduzido, oração feita com simplicidade, dinamismo e alegria, e quando também lhe oferecem diferentes possibilidades de rezar, em pequenos grupos até, com os jovens e com os leigos.
Durante o noviciado, é o noviço educado:
- a amar a Palavra de Deus e a pôr-se à sua escuta;
- a compreender e a amar a liturgia como oração de Cristo e da Igreja, e como caminho de vida espiritual;
- a viver a Eucaristia como ato central cotidiano de sua vida e da comunidade salesiana, "vivido como uma festa em liturgia viva",502 a celebrar com regularidade e profundidade o Sacramento da Reconciliação, a descobrir a riqueza da Liturgia das Horas e a rezar com os salmos da Igreja;
- a exercitar-se na oração pessoal e a sentir-lhe a necessidade como um autêntico respiro da alma; é importante que o noviço adquira o hábito da meditação, hábito que o deverá acompanhar por toda a vida;
- a aprender a caminhar pessoalmente na vida espiritual.
Este caminho de oração ajuda-o a viver em "união com Deus" e a santificar as atividades de cada dia. Passa assim o noviço de um ritmo de oração ao espírito de oração, que lhe engloba toda a existência e fá-la tornar-se vida no Espírito.
7.2.3 A dimensão intelectual
365. "Os estudos durante o noviciado se façam com seriedade, segundo um programa definido na organização geral dos estudos; tenham como objetivo principal a iniciação ao mistério de Cristo, para que o noviço, no contato com a Palavra de Deus, desenvolva mais profunda vida de fé e um conhecimento amoroso de Deus. Aprofunde-se também a teologia da vida religiosa e se estudem as Constituições, a vida de Dom Bosco e a nossa tradição".503 Apresentar-se-ão os aspectos significativos da história da Congregação, uma visão da Família Salesiana e do Movimento Salesiano.
O estudo ajuda o noviço a iluminar sua fé, a compreender a vocação salesiana, a fundamentar as convicções, a crescer na direção da completa doação de si504 e a sustentar os comportamentos e as opções. O programa de estudos previsto tende a reforçar este caminho de amadurecimento espiritual e tem, como centro, o estudo das Constituições.
Fomenta-se durante o noviciado a leitura de autores de espiritualidade e favorece-se o estudo das línguas, especialmente das que são requeridas pela situação da Inspetoria, e da língua italiana. Esta permanece elemento de comunicação para a Congregação, para o conhecimento das fontes e a leitura dos documentos, para os contatos com os superiores e para os encontros internacionais.
7.2.4 A dimensão educativo-pastoral
366. Todo o noviciado é vivido na perspectiva da vocação apostólica, no fervor do "da mihi animas", na disponibilidade para o serviço aos jovens, na assunção da missão da Congregação. O serviço do Reino, o testemunho do Evangelho, o sentido de Igreja, o elã missionário caracterizam a experiência do noviciado. Não deve faltar a informação e a reflexão sobre a condição dos jovens, especialmente dos pobres, sobre a pastoral da Inspetoria, e sobre a experiência e as orientações da Congregação, sobre as fronteiras da missão e das missões.
A sensibilidade para as necessidades do mundo, especialmente dos jovens, constitui um estímulo vocacional, alimenta a oração, torna-se partilha. E é justamente em vista da missão que o noviço cultiva seus dotes e desenvolve suas potencialidades.
367. "Inserida na realidade social e apostólica",505 a comunidade do noviciado exprime a sua caridade pastoral no serviço do Reino por meio de diversas experiências educativas e pastorais, que dão ao noviço a possibilidade de :
- amadurecer como pessoa e conhecer as próprias qualidades para a vida e missão salesiana;
- aprender a prática do Sistema Preventivo;
- tornar-se capaz de unir ação e contemplação na "graça da unidade";
- conhecer e experimentar a realidade do mundo dos jovens, especialmente os mais pobres.
Por meio das atividades educativas e pastorais o noviço aprende a tudo fazer por amor de Cristo, encarnando-se entre os destinatários, partilhando com os leigos, descobrindo a alegria de doar-se gratuitamente.
Tais experiências se caracterizam por sua simplicidade e qualidade, pela boa projetação e preparação, pelo estilo comunitário, a presença de um guia que acompanha e a reflexão sobre a atividade feita.
7.3 ALGUMAS CONDIÇÕES FORMATIVAS
7.3.1 A comunidade e o ambiente
368. A comunidade do noviciado – quando é "um exemplo de vida fundada na fé e alimentada pela oração, em que a simplicidade evangélica, a alegria, a amizade e o respeito recíproco criam um clima de confiança e docilidade",506 – facilita a osmose dos valores religiosos e salesianos. Nela o relacionamento dos noviços com os professos se desenvolve em clima de naturalidade, e a sua formação é o resultado do trabalho concorde de uma comunidade formadora capaz de comunicar, por meio da vida vivida, os valores do carisma.
A Inspetoria, consciente de sua responsabilidade, empenha-se em fornecer o pessoal e os meios necessários para concretizar as finalidades formativas do noviciado.
Governa a organização do noviciado um único e fundamental critério: o ambiente e as estruturas devem estar em condição de favorecer a transmissão da autêntica formação salesiana, de levar os noviços a assumir as finalidades do noviciado e a interiorizar os conteúdos.
Tendo presente a finalidade do noviciado, é desejável que ele se situe numa realidade pastoralmente significativa.507
Úteis também são todas as ocasiões de contato, de partilha espiritual e de colaboração entre Institutos religiosos, respeitada a especificidade da vida comunitária e do caminho formativo de cada Instituto.
7.3.2 O mestre dos noviços e os formadores
369. "O mestre dos noviços é o guia espiritual que coordena e anima toda a ação formadora do noviciado".508 O noviço desde o início do noviciado "se coloca sob a direção do mestre",509 abre-lhe com confiança e simplicidade o coração, assume uma clara disposição formativa e colabora com responsabilidade.
É tarefa principal do mestre dos noviços, assistido pelos outros formadores, fazer do noviciado uma verdadeira comunidade educativa, que acompanha cada noviço numa experiência formativa personalizada e salesianamente identificada e que vive segundo o estilo e o espírito do Sistema Preventivo, aberta à realidade salesiana inspetorial.
As conferências, as boas noites, o colóquio pessoal regular, os encontros de programação, avaliação e partilha são alguns dos meios à sua disposição.
370. O mestre possui capacidade de diálogo e bondade nos contatos, de modo a inspirar confiança; demostra apego a Dom Bosco e à Congregação, zelo apostólico, capacidade de trabalhar em equipe e de criar clima de família.
Favorece a co-responsabilidade entre os formadores que dão uma contribuição particular segundo o próprio papel e são envolvidos no discernimento e nas decisões. Cuida do relacionamento com os responsáveis do pré-noviciado e do pós-noviciado.
Adapta-se à situação de cada noviço, fazendo o possível para conhecer seu ambiente, a educação recebida na família e a experiência de vida precedente. Deixa espaço suficiente para que os noviços se exprimam com espontaneidade e sabe discernir com profundidade.
7.4 DISCERNIMENTO E ADMISSÃO
À PRIMEIRA PROFISSÃO
7.4.1 Tempo de discernimento
371. O ano de noviciado é um tempo de intenso discernimento vocacional feito em clima de fé, de sincera abertura e de sistemático acompanhamento.
À medida que faz experiência da vida consagrada salesiana, avalia o noviço sua situação diante de Deus – o lugar que Jesus ocupa em sua vida, a assimilação dos valores vocacionais, as motivações, a caminhada formativa – e, com o acompanhamento do mestre e o auxílio da comunidade, chega a um grau de serenidade e clareza relativamente à vontade de Deus a seu respeito.
Momentos significativos deste processo são também as avaliações periódicas, e sobretudo o discernimento final, que envolvem o noviço pessoalmente.
São momentos de confronto entre a pessoa do noviço e sua experiência concreta de todos os dias, de um lado, e a identidade salesiana, os requisitos e as motivações para vivê-la, de outro.
7.4.2 A profissão temporária
372. O noviço é admitido à primeira profissão pelo Inspetor com o consentimento do seu Conselho, ouvido o parecer do Diretor da comunidade com seu Conselho.510
A profissão religiosa sanciona publicamente o início do pacto de aliança que Deus, a Igreja e a comunidade estabelecem com o novo consagrado.
É Deus que consagra e o noviço responde oferecendo-se todo inteiro a Ele na vida salesiana. A comunidade reconhece-o capaz de viver tal vocação e o acolhe como irmão.
Em sua experiência, estabeleceu a Igreja um período de profissão temporária em que o religioso aprofunda o amadurecimento e a verificação de suas capacidades concretas baseando-se no carisma vivido, a fim de poder chegar a uma escolha livre, responsável e definitiva.
O candidato, acolhendo de todo o coração as disposições da Igreja, emite a profissão temporária, mas com a intenção de doar-se completamente por toda a vida, porque sabe que "não se entrega a vida a Cristo 'para tentar'".511
ORIENTAÇÕES E NORMAS PARA A PRÁXIS
373. "Para ser válido o noviciado deve ser feito numa casa devidamente designada para isso".512 Compete ao Reitor-Mor com o consentimento de seu Conselho erigir ou suprimir a casa de noviciado, aprovar-lhe a transferência ou a colocação junto a outra comunidade apropriada.513 Estes atos devem ser feitos canonicamente, isto é, por decreto escrito.
374. "A casa destinada ao noviciado esteja inserida na realidade social e apostólica. Se as circunstâncias o aconselham, pode o noviciado ser colocado junto a outra comunidade apropriada."514 A inserção no contexto, feita levando-se em consideração as finalidades formativas deste período, pode enriquecer a experiência, mantém a formação em contato com a realidade e abre espaço para a realização das atividades pastorais requeridas.515
375. O Inspetor sob cuja jurisdição se põe a casa de noviciado "pode permitir que o grupo de noviços, em determinados períodos de tempo, more em outra casa do Instituto por ele mesmo designada".516 Se a casa escolhida pertencer a outra Inspetoria, deverá haver o acordo com o Inspetor competente. Especifica-se:
- a designação da casa deve ser feita por escrito;
- junto com os noviços devem estar também o mestre e os formadores;
- o período de tempo deve ser claramente determinado no decreto;
- a casa religiosa deve ser unicamente salesiana e canonicamente ereta.517
376. Um candidato pode fazer o noviciado em outra casa com as seguintes condições:
- em casos particulares e por exceção, apenas por concessão do Reitor-Mor com o consentimento do seu Conselho;
- sob a direção de um salesiano experiente que faça as vezes do mestre, nomeado pelo Inspetor com o consentimento do seu Conselho e aprovado vez por vez pelo mesmo Reitor-Mor;518
- numa casa salesiana canonicamente ereta.
377. O mestre "é professo perpétuo. É nomeado pelo Inspetor com o consentimento do seu Conselho e a aprovação do Reitor-Mor. Permanece no cargo por três anos e pode ser reconduzido".519 A aprovação do Reitor-Mor é necessária: tanto para o primeiro triênio quanto para os demais.520
378. Nas casas de noviciado destinadas exclusivamente a tal escopo, é oportuno que o mestre seja também Diretor. Nos outros casos – seja ele Diretor ou não –, o Inspetor garantirá que as condições em que o mestre trabalha sejam as mais apropriadas para levar a termo as finalidades do noviciado.521
Seja a equipe dos formadores consistente tanto pelo número quanto pela qualidade. Zele-se pela diversidade dos papéis e dos personagens; em particular, faça-se o possível para que haja entre os formadores também salesianos coadjutores.
379. "De acordo com o direito, o noviciado dura doze meses. Começa quando o candidato, admitido pelo Inspetor, entra na casa do noviciado, erigida canonicamente, e se coloca sob a direção do mestre. Uma ausência superior a três meses, contínuos ou descontínuos, torna-o inválido. Uma ausência superior a quinze dias deve ser recuperada".522 Para a cômputo do tempo é preciso remeter-se a quanto dispõe o CDC.523
380. Em casos especiais o Inspetor pode prolongar o noviciado, não, porém, por mais de seis meses, de acordo com o cânon 653".524
381. "Os noviços façam os exercícios espirituais no início do noviciado, em tempo julgado mais oportuno, e antes de emitir os votos".525
382. As "experiências pastorais" se inspirem nas normas supra-indicadas.526 Realizem-se com gradualidade e segundo o caráter de iniciação do noviciado; sejam preparadas, acompanhadas e oportunamente avaliadas dentro da comunidade do noviciado.527 Seu primeiro responsável é o mestre.
383. Durante o noviciado interrompe-se o currículo oficial dos estudos (inclusive os filosóficos e teológicos). Também os que estiverem em andamento para a consecução de títulos acadêmicos ou para a preparação direta de um trabalho profissional ou apostólico.528
"Os estudos durante o noviciado se façam com seriedade segundo um programa definido na organização geral dos estudos; tenham como objetivo principal a iniciação ao mistério de Cristo […]. Aprofunde-se também a teologia da vida religiosa e se estudem as Constituições, a vida de Dom Bosco e a nossa tradição”.529
384. Cada três meses o mestre com o Conselho da comunidade faça uma avaliação atenta do amadurecimento vocacional de cada noviço. Sejam os noviços educados a fazerem constante discernimento, a fim de compreenderem a vontade de Deus e purificarem as próprias motivações.
385. "Durante o noviciado pode o noviço deixar livremente o Instituto".530
A eventual demissão de um noviço, durante o noviciado ou na sua conclusão, compete ao Inspetor da Inspetoria em que se encontra a casa de noviciado;531 caso o noviço pertença a outra Inspetoria, é conveniente que antes se informe ao Inspetor de origem.
A profissão
386. O pedido para a primeira profissão, respeitando-se embora a forma pessoal própria de cada um, contenha os seguintes elementos comuns:
- conhecimento do ato público que se pretende fazer;
- intenção de empenhar-se por toda a vida;
- liberdade para se fazer tal ato;532
- referência ao discernimento feito e ao pedido de parecer ao diretor espiritual e ao confessor;
- indicação da orientação para a vocação específica de salesiano presbítero ou salesiano coadjutor.
387. O candidato é admitido à profissão temporária depois de apresentar pedido e ser julgado idôneo.533
"Os superiores fundamentam o próprio juízo em elementos positivos que comprovam a idoneidade do candidato, levando em conta em primeiro lugar os requisitos canônicos".534 Não basta a só ausência de elementos negativos ou problemáticos. Distinga-se claramente o processo de amadurecimento da não aptidão à vida religiosa salesiana. Os que não dão esperanças de poder no futuro ser admitidos aos votos perpétuos, não sejam admitidos aos votos temporários.535
388. As condições para a validade da profissão temporária estão contidas no cânon 656:
- dezoito anos completos;536
- noviciado válido;
- admissão feita livremente;
- profissão expressa publicamente em total liberdade; o caráter público exige a presença do superior legítimo ou de um seu delegado, que recebe a profissão em nome da Igreja, segundo o cânon 1192 § 1, e de duas testemunhas para a prova jurídica de sua emissão;
- recepção pessoal por parte do legítimo superior ou de um seu delegado.
"Observem-se cuidadosamente todas as disposições do direito referentes às condições de validade e aos prazos da profissão".537
389. Ordena-se o período da profissão temporária à consecução da maturidade espiritual salesiana requerida pela profissão perpétua. O período ordinariamente dura seis anos.538
O Inspetor, atento à maturidade pessoal e aos critérios formativos, pode prolongá-lo, mas não além de nove anos.539
390. "A profissão no primeiro triênio será trienal ou anual; no segundo triênio, ordinariamente trienal".540
Nada proíbe que possa ser bienal. A escolha entre as diversas possibilidades deve basear-se em motivos formativos, considerando a gradualidade e a seriedade do compromisso. A decisão depende do pedido do noviço ou do professo temporário e do Inspetor que o admite.
391. A celebração da primeira profissão, subordinada à solenidade com que se celebra a profissão perpétua, mantenha um tom de sobriedade.541
392. A renovação da profissão temporária realiza-se após decorrer o tempo para o qual foi feita.542 A data precisa do tempo findo é o dia seguinte àquele em que foi feita.
A renovação deve ser celebrada "sem nenhuma solenidade particular",543 embora com a consciência do compromisso que importa.
393. O hábito que portam os futuros sacerdotes é o que se conforma com as disposições das Igrejas particulares dos países em que residem. Valem tais disposições também para o tempo que determinam para o início de seu uso.
Os salesianos coadjutores e, antes da vestidura clerical, os candidatos às ordens sagradas zelarão por trajar-se com a simplicidade e dignidade que Dom Bosco aconselhava.544
394. Compete ao Inspetor com seu Conselho readmitir na Congregação quem a tenha deixado legitimamente no final do noviciado ou depois da profissão. Quem for readmitido deverá repetir o noviciado e cumprir o período dos votos temporários.
Segundo o cânon 690, o Reitor-Mor com o consentimento do seu Conselho pode dispensar da obrigação de repetir o noviciado, dando ao mesmo tempo ao Inspetor com seu Conselho faculdade de readmitir.
Cabe ao Reitor-Mor estabelecer – nestes casos – um conveniente período de prova antes da profissão temporária e a duração dos votos temporários antes da profissão perpétua.545
O Inspetor, avaliadas com seu Conselho as motivações do pedido de readmissão, apresentará a solicitação ao Reitor-Mor, com uma relação pormenorizada do caso (currículo detalhado do requerente, motivos pelos quais não fez a profissão ou decidiu sair depois da profissão e agora pede para ser aceito, etc.).546
395. Não se conceda, em via ordinária, a ausência da casa religiosa ("absentia a domo") por eventuais crises vocacionais aos irmãos em formação inicial e aos irmãos coadjutores. Tais situações sejam enfrentadas com sério discernimento, em diálogo sincero e confiante com o Inspetor, o Diretor e os formadores, continuando o professo na vida comunitária.547
3.2 CAPÍTULO OITAVO |
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8.1 NATUREZA E FINALIDADE
396. "A primeira profissão abre um período de vida consagrada durante o qual o irmão, apoiado pela comunidade e por um guia espiritual, completa o processo de amadurecimento em vista da profissão perpétua e desenvolve, como salesiano leigo ou como aspirante ao sacerdócio, os diversos aspectos de sua vocação”.548
Como primeiro tempo deste período da profissão temporária, o pós-noviciado é "uma fase de amadurecimento religioso que continua a experiência formativa do noviciado", evitando uma brusca mudança de estilo de vida e uma queda de tensão no crescimento vocacional, "e prepara o tirocínio".549
É um momento delicado e importante. O irmão, vivendo com alegria e fidelidade os compromissos assumidos com a primeira profissão, radica-se na identidade salesiana mediante a interiorização e o aprofundamento de seus diferentes aspectos.
Estabelecem as Constituições que ele seja ajudado a "integrar progressivamente fé, cultura e vida" mediante "o aprofundamento da vida de fé e do espírito de Dom Bosco, e uma adequada preparação filosófica, pedagógica e catequética em diálogo com a cultura".550
397. Nesta fase o irmão é chamado a amadurecer:
- na identidade pessoal, integrando o seu crescimento humano com o seguimento de Cristo;
- na fé, por intermédio de uma sua progressiva compreensão, sobretudo por meio da reflexão e do estudo;
- na vocação salesiana, mediante adequada preparação pedagógica e catequética, teórica e prática, centralizada em Dom Bosco educador e no Sistema Preventivo;
- na competência intelectual-cultural-profissional, recebendo uma introdução fundamental na área do conhecimento da pessoa, do mundo, e de Deus, por meio das ciências filosóficas e as ciências da educação;
- na progressiva participação da missão salesiana, tomando parte de algumas experiências apostólicas significativas e pondo-se em contato com a realidade dos jovens e da sociedade.
8.2 A EXPERIÊNCIA FORMATIVA
398. O compromisso assumido pela profissão religiosa explicita-se na vivência autêntica dos valores da vocação, em aderir-lhes cotidianamente, aprofundando-lhes a compreensão e descobrindo-lhes a unidade e a organicidade.
As dimensões da formação são integradas e harmonizadas numa síntese: inspira-a o princípio unificador do carisma salesiano.
Dado que salesianos, clérigos e leigos, participam da única vocação, a formação do pós-noviciado prevê "um currículo de nível paritário".551 Entretanto, o programa de estudos pode ser diferenciado, porque os clérigos, visto como se preparam ao sacerdócio, devem submeter-se às disposições da Igreja.
8.2.1 A dimensão humana
399. O pós-noviciado é um tempo em que o irmão zela de modo concreto pela integração de sua personalidade com os elementos da vida consagrada salesiana. Introduz o processo de seu amadurecimento pessoal no cotidiano fluxo de vida da comunidade, integrando o sentido de liberdade e responsabilidade pessoal com o sentido de pertença à comunidade e ao projeto comum. Cultiva, pois, a serenidade de ânimo, presta-se para os serviços domésticos, aceita a todos indistintamente e dá a sua contribuição para a animação.
Na comunidade vive com regularidade no cumprimento do próprio dever, na dedicação ao estudo, cultivando o sentido da disciplina, a comunicação, o diálogo e o confronto, a programação do próprio tempo, o uso sensato dos meios de comunicação social
8.2.2 A dimensão espiritual
400. O pós-noviço, sustentado pela direção espiritual freqüente e sistemática, visa a aprofundar a própria vocação por meio da experiência vivida, da reflexão e da assimilação dos valores salesianos.
Cresce ao mesmo tempo na compreensão das diferentes expressões da vocação salesiana e da vocação laical.
Empenha-se na prática personalizada e convicta da oração, aprofundando e interiorizando a metodologia aprendida no noviciado. Participa ativamente das celebrações e dos ritmos de oração da comunidade. Dá atenção aos tempos privilegiados de renovação interior: Advento e Natal, Quaresma e Páscoa, retiros mensais e exercícios espirituais.
Cultiva a presença de Deus na vida e experiência cotidiana, desenvolvendo um espírito de laboriosidade e de fortaleza por meio da ascese do trabalho intelectual sério e constante, do trabalho manual feito com dedicação e sacrifício, do exercício da missão no cotidiano e sem a busca da comodidade, do serviço constante em comunidade.
Aprende a integrar fé e cultura, espiritualidade e visão crítica, experimentando concretamente como a prática alegre da fé e dos conselhos evangélicos ajude a desenvolver a fundo a sua humanidade.
8.2.3 A dimensão intelectual
401. A formação intelectual, vista na unidade do processo formativo, é o aspecto que caracteriza esta fase, objetivando aquela integração cultural e religiosa que responda às exigências fundamentais da identidade salesiana.
Perante, pois, as perguntas da cultura hodierna e da missão salesiana, o pós-noviciado oferece um programa original que harmoniza as disciplinas filosóficas com as ciências humanas e da educação numa síntese aberta às propostas da fé.
Na orientação dos estudos se cuida de modo especial da inculturação na perspectiva e nos conteúdos, prestando particular atenção ao estudo dos escritos, das tradições, da antropologia e da história do povo e descobrindo neles autênticos valores culturais, como a religiosidade, o sentido de Deus, a hospitalidade, o amor à vida, e a solidariedade.
Ao longo deste caminho intelectual vai o irmão adquirindo um quadro mental claro e coerente com suas opções, o qual lhe permite formar-se uma visão de vida pessoal, sólida e aberta. Habilita-se a um sério relacionamento com a cultura, com o mundo juvenil, com os problemas educativos, com a vida cristã. Adquire o gosto pelo trabalho intelectual sério, consolida o método de estudo, adquire capacidade de refletir, objetividade no julgar e sentido crítico.
8.2.3.1 Os estudos
402. Segundo o nosso direito, a organização dos estudos do pós-noviciado prevê "uma adequada preparação filosófica, pedagógica e catequética em diálogo com a cultura"552 e uma "iniciação teológica".553 "Pode-se ainda começar ou continuar a formação técnico-científica ou profissional, tendo em vista uma qualificação específica".554
8.2.3.1.1 As ciências filosóficas
403. O estudo da filosofia deve levar o salesiano a um sólido e coerente conhecimento da pessoa e de Deus.555
A filosofia é indispensável para educar a capacidade de juízo nos confrontos dos problemas mais agudos, assim teoréticos quanto existenciais, da pessoa humana, a fim de compreender a cultura atual e para manter um diálogo com o homem contemporâneo tendo em vista um eficaz anúncio do Evangelho.
Dada, pois, a importância de uma séria e específica abordagem filosófica, ‘não’ parece conveniente optar por um ordenamento de estudos que privilegie a integração das disciplinas filosóficas e teológicas.
De grande auxílio para a compreensão da cultura é também o aprofundamento do pensamento da literatura universal e local.
8.2.3.1.2 As ciências humanas e da educação
404. Estreitamente vinculadas à filosofia estão as ciências da educação (a antropologia cultural, a psicologia, a pedagogia, a sociologia, a comunicação social, etc.), que favorecem uma compreensão melhor do ser humano e da evolução da sociedade. Oferecem elas, em sua específica função, aportes indispensáveis e perspectivas caracterizantes.
8.2.3.1.3 O mistério cristão e a educação da fé
405. A fé, que está na base da síntese vital a que se pretende educar durante esta fase, exige que seja consolidada por meio do aprofundamento do mistério cristão e da sua comunicação na catequese.
Tais estudos, porém, não se devem identificar com o currículo institucional de teologia, próprio da formação específica do presbítero. Sua configuração é mais bem de iniciação sintética e sapiencial, vinculada a uma visão positiva da história da salvação, dirigida a uma habilitação catequística e preocupada diretamente com o fortalecimento e a iluminação do crescimento pessoal na experiência da fé.
8.2.3.1.4 Os estudos salesianos
406. Tendo em vista um conhecimento e uma assimilação mais amadurecidos do carisma, os estudos, durante o pós-noviciado, privilegiarão o aspecto específico de pastoral e de pedagogia salesiana, tendo por fim consolidar a visão educativa e o valor da assistência.
Prevêem-se, por isso, cursos sobre Dom Bosco educador, utilizando os instrumentos críticos adequados, e sobre a história da Congregação, o estudo sistemático do Sistema Preventivo e das linhas fundamentais da Pastoral Juvenil Salesiana. Estudar-se-ão também os traços principais dos grupos da Família Salesiana presentes na própria Inspetoria.
É indispensável que a reflexão sobre a experiência salesiana, pessoal, inspetorial e da Congregação, acompanhe os estudos.
8.2.3.2 Outros estudos
407. "Durante os anos de formação inicial, os estudos sejam estruturados de modo a tornar possível, onde as condições o permitam, a obtenção de títulos de estudo com valor legal",556 dizem os nossos Regulamentos.
Em não poucas Inspetorias o programa de estudos do pós-noviciado, oportunamente integrado e prolongado, goza de reconhecimento oficial e leva, por isso, à consecução de títulos acadêmicos oficialmente reconhecidos. É um passo positivo, quando se pode unir a fidelidade aos objetivos formativos e à caracterização da formação intelectual salesiana com uma preparação profissional reconhecida.
É preciso, porém, em todos os casos salvaguardar a originalidade salesiana dos estudos desta fase.
Fazer coincidir, ainda que parcialmente, o programa comum de estudos do pós-noviciado com o empenho em outros estudos requer atenta avaliação e respeito para com as exigências formativas.
8.2.3. O currículo dos salesianos coadjutores
408. Os estudos do pós-noviciado têm presente as características próprias da vocação do salesiano coadjutor.557
Dada a importância da filosofia para a formação à vida religiosa e para a preparação de um educador dos jovens, também o salesiano coadjutor se lhe dedica ao estudo, em modo e medida mais condizente com sua vocação específica.
O programa de estudos inclui também a preparação pedagógica, os elementos pastorais e catequéticos, e uma educação sócio-política que leve primeiramente em conta o ensinamento social da Igreja e prepare para uma específica ação educativa no mundo.
É, por isso, necessário que em nível inspetorial, e mesmo interinspetorial, exista para os coadjutores um "currículo formativo sério, mas flexível e adaptável, quer à natureza própria das diversas tarefas, quer às possibilidades concretas [dos candidatos]".558
409. Sem comprometer o valor fundamental da formação filosófica, pedagógica e social de base, pode o salesiano coadjutor, durante o pós-noviciado, iniciar ou continuar outros estudos de natureza técnico-científica ou profissional.
É preciso fazer o possível para que os estudos lhe garantam uma competência ao menos igual à que possui um leigo que, na sociedade civil, exercita a mesma profissão.
Para aqueles irmãos coadjutores que devessem fazer estudos civis fora das estruturas salesianas, garantam as Inspetorias sólidas condições de acompanhamento e de verificação formativa, e o cumprimento da formação de base de que se trata acima.
8.2.4 A dimensão educativo-pastoral
410. O salesiano adquire as atitudes requeridas por sua vocação de educador-pastor, antes de tudo por meio do esforço progressivo de integrar fé e vida, fé e cultura.
O estudo, a reflexão comunitária e a direção espiritual habilitam-no a uma leitura cristã da história e da cultura, a uma visão inteligente dos acontecimentos da Igreja e do mundo, dos conteúdos e linguagens juvenis e da comunicação social.
Educa-se ele assim ao "sentido apostólico" como alma da atividade cotidiana, cultivando o conhecimento e a compreensão do mundo dos jovens.
Vive seu compromisso no estudo como amor aos jovens, cujo serviço requer competência e profissionalidade.
411. Empenha-se também em atividades educativo-pastorais oportunamente programadas e avaliadas, feitas por quanto possível em grupo no âmbito das obras salesianas, ou também em experiências de trabalho missionário, com a finalidade de:
- adquirir sensibilidade educativa e mentalidade pastoral, por meio da reflexão, dos contatos pessoais e do estudo das orientações da Congregação;
- fazer experiência da missão salesiana por meio de experiências concretas de serviço educativo-pastoral colocadas no contexto do PEPS e no âmbito de participação na comunidade educativa;
- exercitar-se na animação juvenil e sobretudo na assistência salesiana;
- aprender a trabalhar em equipe, reconhecendo os diferentes papéis e respeitando-os com sentido de co-responsabilidade;
- habituar-se ao acompanhamento e à avaliação pastoral;
- aprofundar o conhecimento e o contato com a vida pastoral da Inspetoria.
8.3 ALGUMAS CONDIÇÕES FORMATIVAS
8.3.1 O ambiente
412. O pós-noviciado precisa de um ambiente explicitamente formativo e salesianamente válido, capaz de retratar os valores e as atitudes que os irmãos formandos são chamados a assimilar.
8.3.1.1 Comunidade formadora
A comunidade formadora do pós-noviciado acolhe o irmão e o insere num tecido de relacionamentos fraternos, permeados de respeito e confiança. É sempre uma comunidade homogênea e específica, ordinariamente diferente das comunidades de irmãos que se encontram em outras fases de formação.
É desejável que tanto salesianos candidatos ao sacerdócio quanto salesianos coadjutores levem vida comum na mesma comunidade formadora, onde vêem valorizadas as duas formas da única vocação salesiana559 e cuidadas as suas características específicas.
413. A comunidade do pós-noviciado oferece clima propício ao desenvolvimento da liberdade responsável, ambiente e estilo pedagógico que ajudam a assumir e a personalizar a disciplina. O espírito que reina é de zelo e entusiasmo pela missão salesiana e se baseia mais em motivos de fé e de amor por Cristo que em fatores externos.
Os tempos de oração e de reflexão comunitária levam a contemplar a realidade com capacidade crítica, a vê-la à luz de Deus e a empenhar-se por sua transformação.
A construção da comunidade é confiada à participação e à co-responsabilidade de todos os membros e estende-se a todos os aspectos de sua vida e ação.
"Formadores e irmãos em formação, embora na diversidade de papéis, criam um clima de co-responsabilidade e realizam com clareza as metas formativas".560
414. A comunidade formadora pode ter o seu próprio centro de estudos, como no caso do estudantado. Mas pode também freqüentar um centro de estudos externo, salesiano ou não salesiano.
O delicado processo de síntese cultural e religiosa desta fase requer a cuidadosa organização e escolha de um centro de estudos com programação de conteúdos aptos ao desenvolvimento vocacional. Devem-se, por isso, privilegiar os centros de estudos salesianos, freqüentemente em nível interinspetorial,561 que se propõem como objetivo sublinhar melhor o relacionamento entre filosofia e ciências da educação, e integrar tais conteúdos com os tipicamente salesianos, tendo em vista a unidade vocacional.562
Diferentes razões, como as exigências de uma particular situação eclesial, o reduzido número de irmãos, a escassez de formadores ou outras dificuldades – como a distância de um centro salesiano – podem aconselhar a opção por um centro de estudos não salesiano.
Permanece, porém, o empenho de garantir o tempo, os programas, os professores e os formadores que zelem pelos aspectos essenciais e originais desta fase, como, por exemplo, a integração e o completamento dos estudos do ponto de vista salesiano: as ciências da educação, a pedagogia, a catequética, as disciplinas salesianas.
8.3.1.2 A coligação com outras comunidades
415. Numa visão unitária de todo o processo formativo inspetorial, os formadores cultivam a ligação entre o pós-noviciado, o noviciado e o tirocínio. Eles operam co-responsavelmente, assegurando a continuidade da experiência, mas respeitando a peculiaridade dos diversos acentos formativos.
A comunidade formadora local favorece a integração ativa dos irmãos "com a comunidade inspetorial, também ela formadora".563
A ligação com a Igreja local e a inserção no contexto cultural mantêm a formação em contato vivo com a realidade e com suas multíplices instâncias.
8.3.2 Os formadores
416. Os formadores são chamados a ser homens espirituais, de profundo sentido salesiano, capazes de diálogo porque competentes e informados sobre os problemas que os irmãos estudam.
A delicadeza e a importância desta fase requerem da Inspetoria um esforço assíduo para integrar a equipe com irmãos culturalmente abertos e qualificados, especialmente para a direção espiritual, o ensino, a organização da vida comunitária, o trabalho pastoral, a animação litúrgica e musical dos tempos de oração.
Julga-se particularmente importante a presença de salesianos coadjutores na equipe do pós-noviciado, "não só com funções de formação cultural e técnica mas sobretudo com empenhos de formação para a vida religiosa e salesiana".564
417. O Diretor continua a ação do mestre de noviciado. Com ciência e sapiência anima o ambiente e o caminho da comunidade, segue e ajuda os pós-noviços particularmente por meio do acompanhamento pessoal e o colóquio,565 a direção espiritual de consciência e as conferências periódicas. Fomenta em cada um o sentido vocacional, a participação e a responsabilidade formativa.
Por meio de verificações periódicas, comunitárias e pessoais, os formadores avaliam, estimulam e orientam o processo formativo.
Os professores desta fase exercem grande influência. São eles chamados a oferecer um quadro de referência sólido e convincente, a desenvolver o conhecimento "sapiencial", a formação do espírito crítico na leitura da realidade e a capacidade de síntese.
É importante valorizar a contribuição, qualificada, dos leigos e dos membros da Família Salesiana para a formação dos pós-noviços.
8.3.3. A colaboração interinspetorial
418. A delicadeza e a importância desta fase e a sua originalidade requerem um conjunto de condições que nem sempre podem ser garantidas pelas Inspetorias individualmente, quer sob o aspecto comunidade, quer sob o aspecto centro de estudos.
Em algumas situações é necessário que as Inspetorias, especialmente se da mesma área cultural, colaborem para a criação de estruturas formativas e acadêmicas interinspetoriais.566
ORIENTAÇÕES E NORMAS PARA A PRÁXIS
419. "Logo depois do noviciado todos os irmãos devem continuar, pelo menos por um biênio, a sua formação em comunidades formadoras".567
420. Os pós-noviços sejam reunidos em comunidade homogênea e específica, diversa de comunidades de irmãos que se encontram em fases diferentes de formação. Tenham um guia espiritual,568 que ordinariamente é o mesmo Diretor.569
421. É desejável que durante o pós-noviciado os irmãos candidatos ao sacerdócio e os irmãos coadjutores levem vida comum na mesma comunidade formadora, onde vêem valorizadas as duas formas da única vocação salesiana.
422. Durante esta fase não se confiem aos irmãos em formação encargos que lhes desviem o empenho e lhes obstaculem a consecução dos objetivos.570
423. O núcleo de disciplinas humanístico-filosóficas, vinculadas com as ciências da educação que se ordenam a alcançar a capacidade pedagógica, é, do ponto de vista intelectual, o elemento essencial, original e prioritário desta fase.
Assegurados o desenvolvimento e a assimilação deste núcleo e as outras condições formativas, "pode-se ainda começar ou continuar a formação técnico-científica ou profissional, tendo em vista uma qualificação específica".571
424. O Inspetor com seu Conselho, por meio da Comissão inspetorial para a formação, programe com particular cuidado os diversos elementos do currículo formativo do salesiano coadjutor, inserindo-os no Projeto inspetorial de formação.
425. O salesiano coadjutor pode acompanhar a preparação filosófica, pedagógica e catequética com os estudos técnico-profissionais ou pastorais.572
426. A peculiar caracterização da formação intelectual e o delicado processo de "síntese cultural religiosa" deste período requerem a cuidadosa escolha de um centro de estudos com uma programação adequada ao desenvolvimento vocacional. Privilegiem-se os centros salesianos de estudo, mesmo em nível interinspetorial.573
Tendo de escolher um centro de estudos não salesiano, privilegie-se o que melhor vincula a filosofia às ciências humanas. A comunidade garanta as demais condições requeridas.
427. Sejam os estudos de tal forma estruturados que se possa conseguir o seu reconhecimento oficial e a obtenção de títulos de estudo com valor legal,574 "onde as condições o permitam”575 e tal não se torne incompatível com as exigências formativas da fase. Em caso de real incompatibilidade, ainda que se tratasse de qualificar jovens irmãos para os seus préstimos no tirocínio, deve-se dar a precedência absoluta às exigências da experiência formativa e aos estudos próprios do pós-noviciado.576
4 CAPÍTULO NONO |
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O TIROCÍNIO
9.1 NATUREZA E ESCOPO
428. “Em toda a formação inicial, juntamente com o estudo, dá-se importância às atividades pastorais da nossa missão.
Fase de confronto vital e intenso com a ação salesiana numa experiência educativo-pastoral é o tirocínio. Durante esse tempo, o jovem irmão exercita-se na prática do Sistema Preventivo e em particular na assistência salesiana.
Acompanhado pelo diretor e pela comunidade, realiza a síntese pessoal entre sua atividade e os valores da vocação”1.
É esta, do ponto de vista salesiano, a fase mais característica da formação inicial, o modelo em que se apóia a experiência que Dom Bosco viveu com os jovens do primeiro Oratório.
429.A intenção e a perspectiva formativa são prioritárias no tirocínio, que tem como primeira finalidade a formação do irmão. São dois os objetivos577 do tirocínio:
o amadurecimento na vocação salesiana: o irmão, exercitando-se na missão e no espírito do Sistema Preventivo, desenvolve as suas atitudes e a sua responsabilidade2 e visa a realizar uma “síntese pessoal entre a sua atividade e os valores da vocação”3.
a avaliação da idoneidade vocacional de acordo com a experiência pessoal e comunitária da missão salesiana, com vistas à profissão perpétua.
A EXPERIÊNCIA FORMATIVA
O tirocínio é privilegiada a dimensão educativo-pastoral, que por sua vez estimula e enriquece de novos conteúdos as outras dimensões.
A dimensão humana
O tirocinante amadurece a própria personalidade, fazendo experiência direta da missão educativo-pastoral salesiana:
mediante o relacionamento comunitário e educativo (assistência) e na partilha com os leigos torna-se mais consciente das suas atitudes pessoais, das suas riquezas e carências, das dificuldades e dos aspectos que corrigir e melhorar.
aprende a viver a própria autonomia, a tomar decisões e a assumir responsabilidades;
experimenta a alegria do doar-se aos outros na generosidade do trabalho e na comunicação, com o estilo de bondade típico do sistema preventivo;
aprende a disciplina da vida, o espírito de iniciativa e a paciência;
cultiva boas relações com todos os irmãos de diferentes idade, cultura e formação, sabe ouvi-los e dialogar com eles no respeito e apreço de sua experiência;
empenha-se na comunidade com espírito de colaboração e de co-responsabilidade; aprende a refletir, a planejar, a organizar e a verificar adquirindo uma mentalidade projetual, traz à comunidade a contribuição específica do seu dinamismo juvenil.
A dimensão espiritual
É de modo especial no tirocínio que o irmão faz experiência da espiritualidade apostólica salesiana: pratica e estreita sua união com Jesus Cristo, que sabe encontrar no trabalho e nos jovens.
Exercita-se para ser contemplativo na ação, procurando a síntese tipicamente salesiana entre atividade e oração, entre educação e espiritualidade.
Haure a caridade pastoral no coração de Cristo, Bom Pastor, cuidando do ritmo e da qualidade da oração, tanto comunitária como pessoal, sem se deixar dominar pelo trabalho.
É fiel na meditação cotidiana e na celebração freqüente do sacramento da Reconciliação.
Amadurece uma mentalidade de consagrado, aprofundando as motivações da missão e testemunhando a sua vocação entre os jovens.
Vive a obediência na plena disponibilidade à vontade de Deus e na aceitação das mediações humanas, pelas quais Deus guia-lhe a vida. Está disposto a realizar a missão na expressão concreta das diversas obras, crescendo na ótica do projeto comum e da complementaridade dos encargos. Ama a vida simples e sacrificada, não busca a comodidade e se doa na missão que lhe é confiada. Expressa sua afetividade num relacionamento sereno e equilibrado, vivido com prudência e ascese, particularmente no relacionamento educativo com os jovens, com os colaboradores leigos, com o mundo feminino.
No seu relacionamento com Cristo e no seu amor pelos jovens, o tirocinante encontra força e apoio, ao passo que a partilha fraterna na comunidade e o acompanhamento na direção espiritual oferecem-lhe luz e orientação.
E se, no contato com a realidade comunitária e pastoral, encontra dificuldades ou enfrenta momentos de insucesso, não desanima, não se isola, mas sente-se levado a amadurecer as motivações que lhe sustentam a vocação.
A dimensão intelectual
A reflexão na práxis e sobre a práxis é o primeiro caminho de crescimento intelectual para o tirocinante.
Não se trata de um currículo de estudos, mas de uma atitude permanente no trabalho educativo-pastoral sustentado pelos momentos ordinários de reflexão e de confronto e por iniciativas particulares. O tirocinante participa ativamente no processo de reflexão e de programação da comunidade e da CEP: desenvolve destarte uma mentalidade educativo-pastoral, tornando-se capaz de analisar a realidade do mundo juvenil ou do contexto.
Usufrui também das possibilidades que lhe são oferecidas por programas breves de caráter pedagógico, metodológico, catequético, ou especificamente salesiano (leituras, encontros, momentos de partilha em nível local e inspetorial).
Outros empenhos de estudo são possíveis, se compatíveis com as finalidades específicas dessa fase.
A dimensão educativo-pastoral
434, Enviado a uma comunidade, o tirocinante assume-lhe a missão e o projeto segundo a realidade específica da obra, e insere-se nela conforme o encargo e as tarefas que lhe são atribuídos.
Aprende a trabalhar junto como membro da comunidade, com uma visão integral da Pastoral Juvenil Salesiana, em sintonia com o projeto inspetorial.
Nos diversos ambientes em que se encontra, desenvolve sua capacidade de assistência, de animação, e de educação, e exercita-se na comunicação e no ensino.
Movido pela predileção pelos jovens, especialmente pelos mais pobres, ele se sente contente de ficar com eles e de animá-los tanto individualmente como em grupo. Esforça-se por criar um ambiente de alegria, espontaneidade e amizade, unindo firmeza e bondade. Estando vizinho às novas gerações, sabe entusiasmá-las4, testemunhando os valores da sua vocação de consagrado e desfruta essa experiência.
Tendo sempre presente o horizonte do seu ser clérigo ou leigo, vive o impulso apostólico no espírito do “da mihi animas”. Procura o crescimento integral dos seus jovens dando uma dinâmica erduci e evangelizadora à sua presença entre eles. Torna-se educador da fé5 em todos os ambientes: a escola, o pátio, a oficina.
Colabora na animação da oração da comunidade e dos jovens.
Valoriza os contatos com os membros da Família Salesiana e com os leigos colaboradores. Trabalha com eles em equipe e com espírito de serviço e de animação. Cresce no sentido de pertença à Congregação e à Família Salesiana. Aprecia as diversas formas de participação no carisma salesiano e adquire maior consciência em relação à própria vocação de salesiano consagrado.
ALGUMAS CONDIÇÕES FORMATIVAS
A comunidade
Importa antes do mais que o tirocinante seja enviado a uma comunidade que esteja capacitada a oferecer-lhe as condições para uma experiência válida e frutuosa.
Ela o acolhe cordialmente, envolve-o na sua vida e missão, e sente-se co-responsável pelo compromisso formativo desta fase.
Em particular, a comunidade garante ao tirocinante “um trabalho pastoral proporcionado à sua preparação e às suas forças”6 dentro do projeto comunitário. Ao mesmo tempo, faz com que o trabalho do tirocinante não fique limitado a um único tipo de atividade, a fim de que ele possa dar-se conta das diversas expressões da missão. Dá-lhe uma espaço decisório real.
Acompanha-o fraternalmente com compreensão e encorajamento, particularmente quando o ano de tirocínio coincide com a preparação para a profissão perpétua.
Assiste-o na avaliação das próprias experiências e na realização da “síntese pessoal entre a sua atividade e os valores da vocação”7, sempre atenta ao seu ritmo de crescimento. Oferece-lhe sugestões e correções quando necessárias, e mediante o Conselho exprime o seu juízo, de modo especial mo momento dos escrutínios trimestrais e das eventuais admissões.
A guia formativa e o empenho pessoal do tirocinante
A experiência do tirocínio, pela mudança de situações, pela realidade comunitária e pela imersão no trabalho educativo-pastoral, exige particular atenção para garantir um acompanhamento válido.
É indispensável que o tirocinante tenha uma guia formativa iluminada e competente, que a Congregação lhe oferece, ordinariamente, na pessoa do Diretor.
Quem acompanha tem consciência de que o tirocinante está fazendo a primeira experiência de plena inserção na missão da comunidade e que o ambiente da comunidade apostólica é um tanto diferente, por composição, ritmo de vida e tipo de compromissos, do da comunidade formadora da qual ele provém.
436. O Diretor encontra-se freqüente e pessoalmente com o tirocinante.
Reúne regularmente os tirocinantes da casa para um encontro formativo de troca de experiências. Está convencido de que este é um momento importante de formação confiado à sua responsabilidade. Assegura-se de que os tirocinantes podem participar na oração comunitária e têm oportunidade de celebrar o sacramento da Reconciliação.
Pelo colóquio mensal e pela direção espiritual, à qual o tirocinante se mostra sempre disponível, o Diretor estimula e mantém o compromisso formativo, o discernimento e o crescimento vocacional.
O tirocinante, por sua vez, abre-se à partilha, manifesta com confiança sua situação formativa ao Diretor, e traça com ele as metas por atingir e as condições por garantir.
Valoriza todas as possibilidades de diálogo que lhe oferece a comunidade, e o relacionamento com o Diretor e com o confessor, e atualiza seu projeto pessoal, avaliando-o periodicamente e atingindo um ritmo e uma pedagogia pessoal que lhe permitam dar qualidade à experiência e vivê-la de forma unificada.
O Inspetor
439. O Inspetor tem consciência de sua responsabilidade, em primeiro lugar na escolha da comunidade à qual envia o tirocinante: uma comunidade que possa garantir as condições para a qualidade formativa desta fase. Indica ao Diretor os aspectos que se devem zelar no acompanhamento formativo.
Preocupa-se em ter um contato pessoal com o tirocinante e acompanha-o com interesse. Nessa tarefa pode também fazer-se ajudar por algum irmão qualificado.
Acompanha, com o seu Conselho, a avaliação periódica que se faz do tirocinante.
Com a ajuda da Comissão inspetorial para a formação, providencia iniciativas adequadas de animação e acompanhamento dos tirocinantes e de apoio às comunidades, de acordo com um programa oportunamente pensado. Tais iniciativas são ocasião para um confronto direto entre irmãos que trilham o mesmo caminho, a comunicação de experiências, a reflexão compartilhada e o apoio mútuo. Ajudam a qualificar o percurso formativo individual.
É oportuno que no fim do tirocínio haja uma avaliação de toda a experiência e do caminho vocacional percorrido, seja por parte do Inspetor e da comunidade seja por parte do interessado.
ORIENTAÇÕES E NORMAS PARA A PRÁXIS
440. “O tirocínio dura ordinariamente dois anos e é feito antes da profissão perpétua, numa comunidade que apresente os requisitos exigidos para a validade dessa experiência”8 . O advérbio ‘ordinariamente’ indica que uma duração inferior ou superior aos dois anos deve ser considerada extraordinária e para cada caso.
O escopo formativo próprio do tirocínio deve ser o primeiro critério para a escolha da comunidade; ela deve garantir as condições formativas exigidas, de modo particular o acompanhamento adequado, pelo qual o Diretor é o primeiro responsável.
Para garantir melhores condições formativas, a experiência do tirocínio, quando possível, se faça reunido vários tirocinantes na mesma comunidade9.
Para a escolha e a prática das atividades educativas pastorais:
leve-se em consideração a situação vocacional e formativa do irmão e das suas capacidades:
providencie-se um programa diversificado de atividades, tendo presentes antes de tudo as exigências do trabalho educativo pastoral cotidiano;
faça-se com que o tirocinante proceda em co-responsabilidade e sob a guia de algum irmão experimentado, e tenha um espaço decisório real.
O Inspetor procure ter um contato pessoal com os tirocinante. Pode fazer-se ajudar nessa tarefa por algum irmão qualificado.
Os escrutínios trimestrais dos tirocinantes sejam feitos pelo Conselho da casa10. São uma ajuda para o tirocinante e demonstram a responsabilidade formativa do Conselho, que avalia a experiência educativa pastoral e a progressiva maturação do irmão. O resultado dos escrutínios deve ser posto por escrito, com prudência e clareza, a fim de favorecer a continuidade do discernimento e do acompanhamento formativo.
Ao fim do tirocínio faça-se uma avaliação global da experiência por parte do Inspetor, da comunidade e do irmão.
Durante o tirocínio cuide-se também da formação intelectual:
ajude-se o irmão a refletir sobre a práxis, envolvendo-o na reflexão cotidiana da comunidade salesiana e nas ocasiões de programação, de avaliação e de formação da comunidade educativo-pastoral;
organizem-se “reuniões formativas periódicas em nível local e inspetorial” 11;
elabore-se uma proposta de estudos ou de leituras compatível com a natureza dessa fase;
o compromisso do tirocinante em estudos universitários ou de outro tipo é permitido quando se mostra compatível com a finalidade prioritária desta fase.
5 CAPÍTULO DÉCIMO |
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A FORMAÇÃO ESPECÍFICA
446. “Após o tirocínio, o salesiano completa a formação inicial”1 – dizem as Constituições – com a formação específica.
A vocação salesiana é sempre específica e as diversas formas da única vocação – laical, presbiteral e diaconal – constituem uma perspectiva permanente da formação. Neste sentido, em nenhum momento existe o salesiano genérico, e, pois, nem mesma uma formação genérica.
Todavia dá-se um período próprio de “formação específica”, colocado em torno da profissão perpétua, que completa a formação de base do educador-pastor salesiano feita no tirocínio. Não deve identificar-se com a qualificação profissional.
Para os salesianos chamados ao presbiterato ou ao diaconato, a formação específica segue o currículo exigido pelas orientações da Igreja2.
Dada a situação concreta dos diáconos permanentes na Congregação, pouso numerosos, a semelhança de sua formação com a dos futuros presbíteros e o fato de ela depender das normas da Igreja, não se faz aqui uma apresentação separada.
A FORMAÇÃO ESPECÍFICA DO SALESIANO COADJUTOR
Natureza e escopo
Segundo as Constituições, “a formação específica oferece ao salesiano coadjutor, juntamente com o aprofundamento do patrimônio espiritual da Congregação, adequada preparação teológica na linha da laicidade consagrada, e completa sua formação para o trabalho eductivo-apostólico”3.
As Constituições não exprimem apenas um desejo, mas apresentam uma disposição que corresponde a uma responsabilidade vocacional do irmão e da comunidade e às orientações da Igreja4.
O momento da formação específica, visto no contexto da opção definitiva pela vida salesiana, oferece-se ao salesiano coadjutor como oportunidade de:
um tempo de avaliação e integração do caminho vocacional e formativo percorrido;
um tempo de reafirmação da própria identidade, vivida na complementaridade com o sacerdote, e das próprias motivações;
um tempo de reflexão, de estudo e de qualificação no âmbioto cristão-teológico-pastoral e da vida consagrada salesiana;
um tempo de consolidação de uma atitude e de uma pedagogia de formação permanente.
A EXPERIÊNCIA FORMATIVA
449, Dada a situação concreta, e em particular o número normalmente reduzido de irmãos para esta fase e cada Inspetoria, diversas são as modalidades da sua realização. Em todo o caso, é preciso garantir que seja uma experiência integral e comunitária. Ela deve durar pelo menos um ano.
Para ajudar a avaliação, o aprofundamento e o complemento da formação destacam-se alguns valores e atitudes específicos em cada uma das quatro dimensões, que se devem ter presentes neste período.
A dimensão humana
O irmão coadjutor presta atenção:
a um estilo de relações marcado pela simplicidade, delicadeza e serenidde;
à virtudes sociais que são tidas em grande conta entre os homens e o tornam aceito, e à capacidade de escuta dos outros e de comunicação;
à experiência afetiva e à capacidade de contato na relação educativa com pessoas de diversas condições;
ao relacionamento cotidiano na comunidade e a relação com o salesiano sacerdote na complementaridade dos dons;
a uma sensibilidade profunda pelo mundo do trabalho e da cultura, com capacidade de avaliar objetivamente as situações e de assumir as exigências de profissionalidade.
A dimensão espiritual
O salesiano coadjutor verifica sua experiência de consagração e sua maneira de caminhar no Espírito, em sintonia com as linhas mestras da espiritualidade salesiana.
Ele participa na caridade pastoral de Cristo Bom Pastor, e procura aprofundar na sua vida e ação a referência à pessoa, ao estilo e ao espírito de Dom Bosco como seu Fundador e modelo. Consolida suas atitudes e suas motivações mediante a reflexão, a oração e a partilha fraterna.
Sabe unir o caráter da laicidade com o sentido pastoral, e cultiva os aspectos que lhe permitem acompanhar os jovens em seu crescimento espiritual.
Amadurece uma atitude de oferta total a Deus de si mesmo, das iniciativas apostólicas, do trabalho diário, e das próprias dificuldades da vida. Assim a sua vida recebe um impulso filial e sacerdotal: torna-se liturgia para a total glória do Pai5.
A dimensão intelectual
A
formação específica oferece ao salesiano coadjutor uma formação
intelectual sólida e atualizada. Ela abrange “uma
séria formação teológica, pedagógica e salesiana”6
a serviço da experiência vocacional e da missão, e
reforça o hábito de unir a reflexão com o próprio trabalho.
Essa formação
é especificada no projeto inspetorial de formação.
O ESTUDO DA TEOLOGIA
A “adequada preparação teológica na linha da laicidade consagrada”7, de que falam as Constituições, compreende os aspectos da teologia que servem para reforçar e iluminar a fé cristã e a vida consagrada para vivê-las com alegria e empenho, e que tornam possível um trabalho eficaz de evangelização e catequese entre a juventude, especialmente a operária, e na relação com os leigos.
Entre as diversas matérias que fazem parte deste programa teológico não deveriam faltar os temas atuais de moral cristã, a teologia da vida consagrada, aprofundamentos bíblicos e litúrgicos, elementos de teologia pastoral e catequese e a doutrina social da Igreja.
No que diz respeito ao grau de conhecimento teológico nos coadjutores, ele deve ser “proporcionado ao grau de cultura que eles alcançaram nos outros setores de estudo e de qualificação”8.
OS ESTUDOS SALESIANOS
“O aprofundamento do patrimônio espiritual da Congregação”9 comporta, entre as outras coisas, a história do salesiano coadjutor, sua espiritualidade e a apresentação de algumas figuras significativas em que se encarnou a herança salesiana, o quatro teórico e prático da Pastoral Juvenil Salesiana e da pedagogia salesiana, as orientações da Congregação, e a realidade da Família Salesiana.
A EDUCAÇÃO NO CAMPO SOCIAL
Em linha com a dimensão laical da sua vocação, o salesiano coadjutor é devidamente preparado, pelo estudo e pela reflexão, para sua inserção no mundo complexo do trabalho, da técnica e da economia e contato com as situações sociais e políticas.
A PREPARAÇÃO PROFISSIONAL
Diferente do período da formação específica é a qualificação profissional. É tarefa da Inspetoria fazer com que o salesiano coadjutor atenda “segundo as aptidões aos estudos para uma preparação profissional, tendo em vista o trabalho apostólico”10.
O irmão qualifica-se no seu campo profissional específico e nas competências necessárias para a realização dos diversos encargos ou papéis que lhe serão confiados, por exemplo, o vasto campo da escola e da técnica, a comunicação social, as técnicas de animação e os vários aspectos da administração e da gestão.
A dimensão educativo-pastoral
O salesiano coadjutor:
cultiva uma particular sensibilidade pelos jovens pobres e mantém-se junto ao mundo do trabalho e aos problemas concretos da vida;
aprofunda a visão da Pastoral e da Espiritualidade Juvenil Salesiana, fundamento da sua ação educativa entre os jovens;
dá atenção aos aspectos que dizem respeito à missão da Igreja no mundo, a evangelização da cultura e o papel dos leigos;
presnde-se sempre mais à missão de educador e evangelizador dos jovens, segundo a perspectiva da sua vocação específica, em complementaridade com o salesiano presbítero;
desenvolve a capacidade de animação, de projeção e de trabalho em equipe, no âmbito da CEP, em partilha com os leigos e cultivando a relação com a Família Salesiana, e oferece sua contribuição peculiar no núcleo animador, consciente do valor especial da sua consagração apostólica.
ALGUMAS CONDIÇÕES FORMATIVAS
Mesmo estruturando-se em formas diversas, a experiência formativa não pode limitar-se a oferecer ao salesiano coadjutor a possibilidade de freqüentar alguns cursos de índole teológico-pastoral. Deve tratar-se de uma proposta formativa orgânica e adequada ao escopo que lhe é próprio.
A qualidade dessa experiência formativa exige que se garantam algumas condições concretas também onde, por causa do número diminuto ou por outras razões, não é possível oferecer uma solução estrutural estável (casa, comunidade, centro e programa de estudos).
É importante considerar:
o contexto salesiano;
o ambiente comunitário;
a programação, a animação e o acompanhamento da experiência;
um programa específico de estudos e de reflexão.
a avaliação da experiência salesiana vivida;
o serviço dos formadores responsáveis.
Para garantir essas condições é indispensável a colaboração responsável e perseverante das Inspetorias neste campo, no qual já existem experiências positivas.
A FORMAÇÃO ESPECÍFICA DO SALESIANO PRESBÍTERO
NATUREZA E ESCOPO
“A formação específica do candidato ao ministério presbiteral segue as orientações e normas stabelecida pela Igreja e pela Congregação e tem por fim preparar o sacrdote pastor-educador na perspectiva salesiana”11.
A formação específica do salesiano sacerdote ou diácono permanente tende à preparação de um salesiano chamado a realizar a missão juvenil mediante o ministério presbiteral ou diaconal, a vivê-lo na comunidade salesiana em co-responsbilidade fraterna com o salesiano coadjutor, e a expressá-lo no contexto da Família Salesiana e no horizonte mais vasto da Igreja e do mundo.
A identidade do salesiano padre é dada pela fusão dos dois elementos que a conotam(a consagração religiosa e a presbiteral) numa experiência única original: “por um lado, a consagração presbiteral é assumida, qualificada e vivificada pelo espírito e pela missão próprios da profissão salesiana, e por outro, ela garante, enriquece e torna fecunda a identidade pastoral da sua vocação e da de toda a comnidade”12.
Tendo presente a especificidade salesiana, podem-se destacar os seguintes objetivos da formação específica do presbítero:
assimilar os sentimentos de Cristo Sacerdote, de quem o salesiano, como Dom Bosco, é testemunha para os jovens necessitados, e viver o ministério como experiência espiritual;
sentir com a Igreja13: assumir a identidade do sacerdote como é apresentada pela Igreja e na relação com a comunidade cristã (leigos, outras vocações...); colaborar na realização da missão segundo o carisma salesiano; agir em comunhão com o Papa e os Bispos;
crescer na consciência de que o ministério presbiteral é uma dimensão específica da sua vocação salesiana e é caracterizado por ela: pelo aspecto juvenil e educativo, pela índole comunitária, e pelo compromisso de ser padre sempre e em toda a parte14 na diversidade de atividades, obras e funções;
desenvolver uma sensibilidade própria do espírito salesiano pela dimensão catequética, vocacional e mariana no exercício do ministério sacerdotal.
amadurecer uma atitude de discernimento espiritual e pastoral diante de pessoas e eventos, para poder orientar e acompanhar cada pessoa e as comunidades;
aquirir uma formação teológica e pastoral sólida e atualizada, em sintonia com as orientações da Igreja e da Congregação;
fazer experiência do ministério próprio do leitorado e do acolitado, do diaconato e do presbiterato, no contexto da comunidade local e inspetorial;
educar-se numa pedagogia de vida que prepare para viver em atitude de formação permanente.
A EXPERIÊNCIA FORMATIVA
A experiência formativa sacerdotal, que deve conservar toda a amplitude de vista do sacerdócio universal e a unidade com o presbitério local15, é feita na perspectiva salesiana e acontece por graus e etapas progressivas, que compreendem a outorga e o exercício dos ministérios do leitorado e do acolitado e a outorga e o exercício da ordem do diaconato.
Em algumas Inspetorias ela coincide em parte com o período de preparação para a profissão perpétua.
Chamado a ser, como Dom Bosco, sinal-instrumento de Cristo Pastor a serviço dos jovens, o futuro presbítero ou diácono cultiva uma fé forte e viva, centrada na pessoa de Jesus Cristo, Chefe da Igreja, sumo sacerdote e mediador.
De Cristo aprende e atinge a caridade pastoral que está na base de toda a sua vida e da sua formação, e que se expressa naquela compaixão e naquele amor que o leva a dedicar-se plenamente à missão.
Vive e expressa essa caridade como ministro da Palavra, dos sacramentos e no serviço da caridade.
Movido pelo “da mihi animas”, vê cada pessoa e cada acontecimento com ótica pastoral e se empenha com sentido comunitário “em múltiplos serviços pedagógico-pastorais a fim de fazer chegar aos destinatários a capacidade de viver a liturgia da própria vida incorporando-a na Eucaristia de Cristo”16
10.5.1 A dimensão humana
462. Consciente de que a eficácia do ministério presbiteral depende muito da maturidade pessoal e do bom relacionamento com os outros, o futuro sacerdote esforça-se por refletir, na medida do possível, a perfeição humana que vê brilhar em Jesus Cristo e admira em Dom Bosco.
Demonstra, pois, grande sentido de responsabilidade, afetividade madura e serena, equilíbrio e prudência no avaliar e julgar, sinceridade de coração e respeito pela justiça.
Cultiva em si as qualidades humanas que o tornam amável e, por isso mais crível, como simpatia, afabilidade, lealdade, fidelidade à palavra dada, respeito pelas pessoas e abertura às idéias dos outros, reserva e discrição.
Desenvolve os dotes que facilitam o encontro com as pessoas, como a humildade, a gentileza do trato, a confiança, a escuta, a empatia, a compreensão e a caridade na conversação
Aprimora um relacionamento fraterno de complementaridade na missão com o salesiano coadjutor.
Aprende a reconhecer os limites que deve ter nas relações pastorais e no seu envolvimento na vida das pessoas. Cultiva uma relação pastoral positiva, equilibrada e prudente com a mulher.
Cultiva uma profunda sensibilidade pelos mais pobres e por quem sofre.
10.5.2 A dimensão espiritual
463.A dimensão espiritual é o ponto central e identificante do chamado a ser mediador da ação e da presença de Nosso Senhor. Trata-se de criar em si a unidade entre vida interior e apostolado, entre anúncio e testemunho, atenção a Deus e atenção aos jovens, liturgia e vida;
No coração da experiência está, sim, a disponibilidade para o serviço, mas antes ainda a disponibilidade para uma comunhão de vida com Cristo, para um caminho de santidade no ministério.
Consciente do fato que a ordenação presbiteral ou diaconal estabelece um novo e profundo vínculo pessoal com Cristo, pelo qual é configurado a Cristo Cabeça da Igreja, o candidato prepara-se para ela e começa a vivê-la sabendo que tudo depende daquele vínculo. Ligar-se a Cristo com sentimento de profunda amizade é o coração de toda a sua preparação para a ordenação e de todo o seu ministério.
A configuração total com Cristo caracteriza sua vida espiritual, que é “marcada, plasmada, conotada por atitudes e comportamentos próprios de Jesus Cristo Cabeça e Pastor da Igreja”17. Identificando-se com “os mesmos sentimentos de Jesus Cristo”18, que cresce no amor ao Pai e aos homens, imita Cristo na doação total de si mesmo e no serviço.
Cresce no conhecimento e no amor para com Ele, encontra-o muitas vezes na sua Palavra e na oração e vive unido a Ele e na sua amizade mediante a participação ativa nos sacramentos, especialmente a Eucaristia e a Reconciliação, na Liturgia das Horas e no serviço da caridade aos irmãos.
464.A sua configuração a Cristo manifesta-se também pela identificação com a Igreja. Ele é chamado a ser homem da Igreja.
Ama a Igreja, contemplando sua realidade na fé e vivendo em comunhão de mente e coração com os pastores. Cultiva o ardor pastoral e missionário e dá sua contribuição pessoal à edificação da Igreja. Santifica-a com sua vida santa. Faz da Liturgia das Horas, em cuja celebração comprometeu-se solenemente19, o alimento da oração pessoal e a expressão do sentido eclesial.
Esse amor pela Igreja torna-se efetivo no compromisso de viver a relação com a Igreja local, com o bispo, com os sacerdotes, com os religiosos e os leigos, apreciando e promovendo “a unidade da comunidade eclesial na harmonia das diversas vocações, carismas e serviços”20.
465.A configuração a Cristo e a identificação com a Igreja desagua de modo natural no humilde e desinteressado serviço aos irmãos pelo ministério.
“A formação para o dom generoso e gratuito de si... representa uma condição irrenunciável para quem é chamado a tornar-se epifania e transparência do Bom Pastor que dá a sua vida...”21.
O presbítero ou diácono qualifica-se como homem da caridade. Ele sabe que o escopo principal da sua vida sacerdotal não é a realização de si mesmo e nem mesmo o bom êxito de todos os seus esforços – deixa isso para Nosso Senhor – mas é o consumir a própria vida pelos outros, com todo o amor e a ascese que isso implica, consciente de que dessa maneira está trabalhando para Aquele que verdadeira e unicamente importa.
O salesiano vive essa atitude na perspectiva específica da sua vocação, uma atitude de serviço alegre e gratuito aos irmãos e aos jovens, com coração indiviso e grande liberdade interior, mesmo à custa de muito sacrifício pessoal. Assim ele desenvolve a “constante disponibilidade para deixar-se prender, quase ‘comer’22 pelas exigências da missão.
10.5.3 A dimensão intelectual
466. A formação intelectual do salesiano presbítero tem como objetivo a aquisição por parte do candidato de uma ampla e sólida preparação nas ciências sagradas, de um sólido enraizamento na “salesianidade” e de uma cultura geral proporcionada às necessidades dos nossos tempos, que permita habilitar-se ao diálogo e discernimento pastoral e habilitar-se para anunciar convenientemente a mensagem evangélica aos jovens de hoje, de inseri-lo na sua cultura, de orientar e construir a comunidade cristã23.
Os estudos são integrados num caminho espiritual marcado pela experiência pessoal de Deus. Assim o candidato ao sacerdócio vai além de uma pura ciência limitada às noções; põe sólido fundamento e nutre a própria fé, chega à sabedoria ou inteligência do coração, e habitua-se à reflexão, ao estudo e à partilha como atitude de formação permanente.
467.A formação intelectual nesse período exige tempo e grande dedicação, amor e espírito de sacrifício. É fruto de uma contribuição interdisciplinar e de uma metodologia que envolve ativamente.
O rigor científico dos estudos será equilibrado com seu destino pastoral24, enfrentando os problemas pastorais de hoje, especialmente os desafios da evangelização das culturas e da inculturação do Evangelho. Iinspirada nas orientações eclesiais, essa tarefa implica uma inteligente e responsável contextualização da reflexão.
Os estudos devem habilitar a comunicar a fé aos jovens em sua situação sócio-cultural e a iluminar e guiar-lhes a vida espiritual. Ao mesmo tempo, continua muito verdadeiro que somente um estudo sério contribui para uma sólida formação do pastor de almas como mestre da fé e habilita-o a anunciar a mensagem evangélica com eficácia de maneira mais condizente com a cultura hodierna.
10.5.3.1 O ESTUDO DA TEOLOGIA
468.O estudo da teologia tende a fazer com que o candidato ao presbiterato adquira uma visão orgânica das verdades reveladas por Deus em Jesus Cristo e da experiência de fé da Igreja.
Por um lado, ela se dirige ao sacerdote, chamado a crer, viver e comunicar a fé e o ethos cristãos: de aí, o estudo da dogmática, da teologia moral, da teologia espiritual, do direito canônico e da teologia pastoral.
A referência ao homem crente exige que se enfrente a questão da relação fé-razão – por isso, o estudo da teologia fundamental – tratando da revelação cristã e da sua transmissão na Igreja. E procura dar respostas aos problemas conexos com a situação social e cultural: para tanto, o estudo da doutrina social da Igreja, da missiologia, do ecumenismo , das religiões não-cristãs25 e das expressões da religiosidade.
O importante é que todos esses aspectos da teologia convirjam harmonicamente na visão da história da salvação que se realiza na vida da Igreja e nos acontecimentos do mundo26.
Não se deve descurar a formação no campo da comunicação social, que oferece um quadro de referência sobre a teologia da comunicação, o magistério da Igreja, os valores éticos e as problemáticas pastorais conexas com as culturas juvenis, e habilita o futuro sacerdote ou diácono à comunicatividade na homilética, na práxis litúrgica, na pastoral, na catequese e no serviço ministerial em geral. O conhecimento dos instrumentos, e conjuntamente dos estilos, dos códigos e das linguagens dos modernos meios de comunicação, ajudá-lo-ão a anunciar o Evangelho, tornando a mensagem mais compreensível ao homem contemporâneo.
10.5.3.2 PERSPECTIVA SALESIANA E DISCIPLINAS SALESIANAS
469. No contexto do plano fundamental de formação sacerdotal promulgado pela Igreja, a vocação específica salesiana leva a sublinhar a perspectiva da missão juvenil e outros âmbitos que têm conexão com ela. Isto supõe que:
- dentro das mesmas disciplinas teológicas haja uma sensibilidade salesiana no modo de enfrentar os temas e de sublinhar sua incidência pastoral;
- cultivem-se âmbitos especificamente salesianos na linha do presbiterato ou âmbitos que têm atinência direta com ele, como a experiência sacerdotal de Dom Bosco, a pastoral juvenil, a catequese (especialmente do jovens) e a espiritualidade salesiana, a animação espiritual de pessoas, grupos e comunidades, a compreensão e a animação das diversas vocações dentro da Família salesiana, a fisionomia pastoral das diversas obras salesianas e a figura do padre ou diácono nelas.
10.5.4 A dimensão educativo-pastoral
470.A formação específica do salesiano presbítero na dimensão educativo-pastoral visa à mentalidade e aos critérios pastorais, às atitudes, à metodologia e às habilidades, à maneira de colocar-se como presbítero salesiano na realidade pastoral da comunidade eclesial e diante dos desafios da missão. Em particular, nesta fase a dimensão educativo-pastoral entende qualificar o irmão para as expressões fundamentais do ministério, segundo as especificações da vocação salesiana, continuando a experiência vivida durante os anos da formação anterior, especialmente no tirocínio.
10.5.4.1 ASPECTOS QUE SE DEVEM CULTIVAR
471.Para ser servidor da Palavra, no contexto da nova evangelização e diante dos desafios culturais, o futuro presbítero ou diácono:
- qualifica-se, pelo estudo e pela meditação, para anunciar e testemunhar a Palavra de Deus, em sintonia com a “mens” da Igreja e tendo sempre presente a relação entre fé e cultura;
- aprende a arte da pregação, especialmente a homilética, e a arte da comunicação social em função da evangelização, com especial atenção a alguns âmbitos como o primeiro anúncio, a educação da fé na catequese, o diálogo ecumênico e o diálogo inter-religioso;
- torna-se mais idôneo para o acompanhamento e o crescimento espiritual das pessoas, especialmente no campo juvenil e no âmbito da Família Salesiana;
472.Tendo em vista seu serviço na liturgia e nos sacramentos:
- qualifica-se para as diversas tarefas litúrgicas do sacerdote ou diácono, e em particular, para a presidência dos atos de culto do povo cristão;
- põe em sintonia cada expressão cultual com o conjunto da evangelização e da ação pastoral da Igreja e com as opções básicas da Pastoral Juvenil Salesiana;
- habilita-se para iniciar os jovens e os fiéis na celebração dos sacramentos, especialmente da Eucaristia e da Reconciliação.
473.Para tornar-se capaz do serviço da caridade próprio do presbítero ou diácono:
- dispõe-se a colocar no primeiro lugar a lógica do serviço e torna-se testemunha da caridade de Cristo Bom Pastor na comunidade, superando qualquer egoísmo e individualismo;
- prepara-se para assumir as formas diferentes de viver o sacerdócio ou o diaconato, segundo os diversos papéis e nos diversos ambientes em que se realiza a missão salesiana;
- da sempre maior atenção à pastoral de conjunto, seguindo as indicações da Igreja e da Congregação e em sintonia com o PEPS local, aprendendo a trabalhar em equipe com uma metodologia de projetação pastoral e a dar sua contribuição específica à CEP como sacerdote ou diácono;
- torna-se apto para a animação espiritual dos grupos e movimentos juvenis, e das comunidades eclesiais.
10.5.4.2.1 O EXERCÍCIO DOS MINISTÉRIOS DODIACONATO
474.No caminho para o presbiterato têm um particular significado pedagógico os ministérios do leitorado e do acolitado e o diaconato, que ajudam a amadurecer e a fazer experiência dos valores e assumir as atitudes características da dimensão educativo-pastoral e a adquirir as competências e
habilidades exigidas.
10.5.4.2.1 O leitorado e o acolitado
O papel do leitor é de proclamar a Palavra de Deus na assembléia litúrgica e desenvolver outras tarefas conexas, como, por exemplo, dirigir o canto, guiar a participação dos fiéis e instruí-los para receberem dignamente os sacramentos27.
O exercício do leitorado, por sua vez, sublinha de modo particular o amor e o conhecimento da Sagrada Escritura, e a habilitação para a sua proclamação.
Como acólito o irmão assume o encargo de cuidar do serviço do altar, ajudar o diácono e o sacerdote nas ações litúrgicas, especialmente na celebração da Missa, distribuir a Santa Comunhão em certas circunstâncias, expor publicamente à adoração dos fiéis o Santíssimo Sacramento.
Assim sendo, o exercício do acolitado destaca a participação na celebração da Eucaristia e o serviço litúrgico nos seus diversos aspectos.
Para os candidatos às ordens sagradas, o exercício gradual do ministério da Palavra e do altar tem uma finalidade predominantemente pedagógica, à proporção que os torna mais conscientes de sua vocação e os ajuda a ser fervorosos no espírito e prontos no servir o Senhor nos fiéis28.
10.5.4.2.2 O diaconato
475.Também o diaconato – para os que se encaminham ao sacerdócio – orienta-se pedagogicamente para o ministério presbiteral. É um tempo de iniciação, mas também de aprofundamento e de síntese. O exercício dessa ordem, com efeito, favorece o amadurecimento de alguns aspectos especificamente sacerdotais, embora seja limitado na duração e nas possibilidades concretas de aplicação.
Entre as áreas que se devem privilegiar na preparação e no exercício do diaconato, podem-se destacar as seguintes:
- o anúncio da Palavra de Deus: o diácono salesiano qualifica-se e faz experiência na pregação da Palavra de Deus e na educação da fé dos jovens;
- a animação litúrgica: ele aprofunda os conteúdos teológico-pastoris do Lecionário, do Missal e da Liturgia das Horas. Empenha-se no exercício do ministério diaconal no campo litúrgico (organizando e presidindo as várias celebrações, cuidando da preparação dos que nelas participam) tanto dentro da própria comunidade, quanto em outras atividades pastorais;
- a pastoral dos sacramentos e a preparação para o exercício do sacramento da Reconciliação: o salesiano que recebe o diaconato em preparação à ordenação sacerdotal é gradualmente introduzido no ministério dos sacramentos e já se orienta para o futuro encargo de confessor e guia das almas. Com a ajuda de irmãos especializados no campo moral e na confissão, habilita-se ao acompanhamento das pessoas no sacramento, juntando a atenção às situações, a clareza dos critérios e a habilidade educativa e levando em conta a gradualidade do itinerário pessoal. Prepara-se para o acompanhamento, orientação e direção espiritual das pessoas também em âmbito não sacramental. Tudo isso supõe sensibilidade e capacidade de leitura das realidades humanas e uma avaliação delas segundo os critérios da fé.
Com o diaconato inicia o compromisso oficial de celebração da Liturgia das Horas em nome da Igreja.
10.6 ALGUMAS CONDIÇÕES FORMATIVAS
476.Os anos de formação específica do salesiano presbítero encontram um ideal em que se inspirar n tempo de espera dos apóstolos no cenáculo após a ressurreição: assíduos na oração com a Virgem Maria, aguardam a vinda do Espírito Santo.
A caridade pastoral e o ardor pela missão na perspectiva de abertura ao serviço pastoral dão o tom a toda a experiência formativa.
477. A comunidade de formação presbiteral é composta de irmãos que fizeram experiência de vida salesiana e estão para assumir em plenitude as tarefas da missão. É importante levá-los a assumir a plena responsabilidade pela própria formação desde o início dessa fase muito diferente da anterior.
Devem caracterizar o ambiente formativo:
- o envolvimento de todos no empenho formativo, superando atitudes de reação ou de individualismo, agindo de forma motivada com liberdade madura, aceitando serenamente o serviço da autoridade e as diversas mediações;
- o estudo assumido com seriedade e a importância dada à reflexão pessoal e participada, espiritualidade presbiteral e cultivando uma atitude e um ritmo pessoal de oração.
- a orientação da vida de oração com estilo salesiano e com qualidade, sublinhando a espiritualidade presbiteral e cultivando uma atitude e um ritmo pessoal de oração;
- o sentido de fraternidade mediante a partilha da própria experiência, o discernimento comunitário à luz da Palavra, o caminhar juntos na conversão e na correção fraterna, o confronto sincero e compreensivo;
- a oferta e a prática do acompanhamento pessoal e da direção espiritual;
- um forte impulso pastoral expresso conforme as características dessa fase, evitando dois perigos: que o estilo de vida da comunidade esteja muito distante dos interesses pastorais salesianos ou que esteja de tal modo inserido numa ação concreta que já não ofereça aos candidatos tempo suficiente para o estudo, para a vida comunitária e a oração;
- o sentido de união com a Inspetoria, com a Congregação e a Família Salesiana, e a sintonia com a Igreja e com as orientações dos Pastores.
Dar-se-á seriedade às admissões ao diaconato e ao presbiterato, procurando fazer cuidadoso processo de discernimento e de co-responsabilidade de todos aqueles que intervêm, a começar pelo candidato.
478.É parte do ambiente formativo dessa fase o “centro de estudos” – salesiano ou não salesiano – que contribui para amadurecer a mentalidade, os critérios e a qualificação pastoral, comunicando de fato uma imagem do sacerdote e do ministério que incide na identidade vocacional, na visão da missão e na espiritualidade29. Sua orientação deve ser coerente com o projeto formativo global.
O centro salesiano – que deve ser preferido – torna possível uma orientação dos estudos voltada para a perspectiva salesiana e os conteúdos específicos que dela derivam.
Não basta que a comunidade formadora garanta a dimensão salesiana por seu estilo de vida espiritual e fraterna, de empenho apostólico e de estudos, mas é necessário completar o programa das matérias “salesianas”, justamente para oferecer uma base sólida à vocação e ao ministério do futuro sacerdote ou diácono.
ORIENTAÇÕES E NORMAS PARA A PRÁXIS
479.Após o tirocínio, o salesiano coadjutor e o candidato ao ministério presbiteral ou ao diaconato permanente completam a formação inicial com a formação específica30.
O salesiano coadjutor
480.É responsabilidade das Inspetorias assegurar aos irmãos coadjutores após o tirocínio a formação específica e a preparação profissional prevista pelas Constituições e pelos Regulamentos gerais31.
- A formação específica no âmbito intelectual consiste numa adequada preparação teológica, pedagógica e salesiana na linha da própria vocação específica.
- Além disso, os salesianos coadjutores “atendam ainda, segundo as aptidões, aos estudos para uma preparação profissional, tendo em vista o trabalho apostólico”32.
481.A vocação do salesiano coadjutor é um dom de Deus que deve ser cuidada e cultivada pelo irmão e por toda a comunidade. Nessa perspectiva o pedido de um coadjutor professo perpétuo que solicite iniciar um currículo formativo em vista do diaconato permanente ou do presbiterato deve ser tratado com particular discernimento, com a consideração e as reservas que merece uma mudança de opção vocacional; o pedido deve ser endereçado ao Reitor-Mor, com aprovação prévia do Inspetor com seu Conselho.
O salesiano presbítero ou diácono permanente
482.A formação específica do irmão clérigo exige de cada candidato a orientação clara para a vida sacerdotal. Por isso, no momento da sua aceitação para essa fase formativa, exige-se do irmão uma declaração de intenção nesse sentido. As modalidades para tal declaração podem ser várias: por exemplo, pelo pedido ao Inspetor para iniciar os estudos teológicos ou o pedido para iniciar a preparação da profissão perpétua na linha do presbiterato salesiano.
483.“A formação específica do candidato ao ministério presbiteral segue as orientações e normas estabelecidas pela Igreja e pela Congregação”33. “Os sócios que se preparam para o sacerdócio devem dedicar-se, ao menos por quatro anos, a mais intensa formação específica em comunidades formadoras”34. Durante esse período dê-se prioridade ao empenho próprio da fase formativa; outros estudos e atividades são permitidos somente se compatíveis com este objetivo.
484.Os estudos teológicos devem durar quatro anos35. Nas faculdades onde ao triênio institucional segue-se a inscrição a um biênio de licença
em ciências eclesiásticas, o quarto ano de teologia é substituído por esse biênio 36.
485. “Haja uma séria formação teológica pastoral mediante os estudos prescritos pela Igreja”37. Sejam eles “ordenados e desenvolvidos segundo a nossa específica intencionalidade vocacional. Cuide-se de modo particular dos estudos de salesianidade com referência explícita à figura de Dom Bosco padre”38.
486.Os estudos teológicos dever ser feitos com seriedade, de preferência em centros salesianos39. Quando não for possível a freqüência de um centro salesiano, privilegie-se o centro não salesiano capaz de contribuir melhor para a formação de um padre ou diácono educador pastor. Para a escolha do centro tenham-se presentes os critérios anteriormente apontados40.
487.Os irmãos devem enfrentar os estudos teológicos com a “necessária preparação tanto literária como filosófica”41. Estejam capacitados a acessar as fontes da reflexão teológica (a Sagrada Escritura, os documentos do Magistério, as obras dos Padres da Igreja e os grandes Teólogos).
Para tanto deve-se favorecer um suficiente conhecimento do latim, e pelo menos para os que se orientam para os graus acadêmicos, das línguas bíblicas42.
488.No fim dos estudos teológicos e, para os futuros presbíteros ordinariamente antes da ordenação sacerdotal, haja um exame de “síntese” ou de bachalerado43.
489.O que em geral se exige quanto às qualidades humanas e espirituais, a preparação doutrinal, psico-pedagógica, salesiana, pastoral, a prévia e conveniente experiência apostólica e o empenho de atualização, seja norma e critério para destinar um irmão ao encargo de formador em comunidade de formação sacerdotal e/ou diaconal44.
490.O Diretor, no cumprimento de sua missão, tenha consciência de sua particular responsabilidade na formação dos futuros sacerdotes. Zele pela animação espiritual comunitária e pessoal: as conferências periódicas, as boas-noites, o colóquio mensal, os momentos de discernimento para as admissões, a preparação para os ministérios e ordenações, os retiros mensais e trimestrais, os exercícios espirituais anuais45.
491.Os ministérios do leitorado e acolitado, previstos para os clérigos com finalidade pedagógica, sejam conferidos durante a formação específica do salesiano presbítero.
492.Na instituição dos ministérios e no conferimento do diaconato e do presbiterato sigam-se as normas da Igreja e da Congregação. Em particular:
- o conferimento dos ministérios do leitorado e do acolitado aos candidatos ao diaconato e ao presbiterato é uma obrigação da qual somente as Santa Sé pode dispensar46;
- tais ministérios devem ser exercidos por um conveniente período de tempo em vista de mais adequada e específica habilitação ao serviço da Palavra e do altar47;
- o exercício de tais ministérios por um “tempo conveniente” implica que entre o conferimento do leitorado e o do acolitado sejam respeitados os intestícios estabelecidos pela Santa Sé e pelas Conferências Episcopais. Entre o acolitado e o diaconato, o interstício de tempo é de pelo menos seis meses48;
- o conferimento do leitorado e do acolitado sem que entre eles intercorra pelo menos o espaço de alguns meses é ilícito e irregular e faz perder o sentido pedagógico dos próprios ministérios. Assim também uma proximidade muito estreita entre o acolitado e o diaconato49 .
493.Para os critérios e modalidades de admissão aos ministérios e às ordens tenha-se presente o que foi dito sobre o discernimento vocacional50 . A admissão ao diaconato e ao presbiterato deve ser feita com especial diligência e seriedade na base de uma avaliação de toda a experiência formativa.
494.A ordenação diaconal pode realizar-se ordinariamente só depois de concluído o terceiro ano dos estudos teológicos51.
Após a ordenação diaconal, sem interromper os estudos regulares, o diácono exerce o ministério segundo as funções litúrgico-pastorais a ele especificamente inerentes. É importante que esse exercício se faça de maneira sistemática e guiada e com oportunas avaliações por parte dos formadores52.
O “tempus congruum”, de que fala o cân. 1032 §2, será avaliado quer em relação à pessoa do candidato quer à índole da Congregação, que já antes se interessa por uma consistente preparação pastoral.
495.Os futuros presbíteros ordinariamente devem completar os quatro anos de permanência em comunidades formadoras antes da ordenação. Isto vale também para os que, terminado o triênio institucional numa faculdade, se
inscrevem no biênio de licença em teologia. “Terminado o quarto ano de teologia ou o primeiro ano de licença, pode-se proceder à ordenação presbiteral”53.
Quando sérias razões aconselharem a antecipar a ordenação presbiteral durante o último semestre do quarto ano dos estudos teológicos, a decisão será tomada pelo Inspetor com o consentimento do seu Conselho, garantindo, em todos os casos, que se concluam os estudos de teologia segundo as normas eclesiásticas54. O mesmo se diga de uma eventual antecipação da ordenação diaconal.
O Inspetor informe oportunamente o Reitor-Mor por intermédio do Conselheiro geral para a formação.
496.Se um diácono, terminado o currículo formativo normal, pedir mais tempo antes de apresentar o pedido para ser ordenado presbítero, esclareçam-se os motivos do pedido e estabeleçam-se os objetivos, a duração e as condições formativas da experiência.
497.Em caso de interrupção da formação específica ou de não admissão à profissão, ao diaconato ou ao presbiterato por motivos sérios, se o candidato depois fizer pedido para continuar a fase interrompida ou para ser admitido, o Inspetor com o seu Conselho garantam um período adequado de tempo para verificar positivamente se foram cumpridas as condições estabelecidas e atingidos os objetivos indicados, antes de examinar o pedido. O período de tempo ordinariamente não deve ser inferior a um ano.
498.A preparação dos diáconos permanentes atenha-se, em princípio, às disposições da Igreja local onde irão exercer seu ministério55. Eles eventualmente manterão referência às comunidades formadoras e aos centros salesianos de estudo do lugar.
499.“O diácono religioso, habitando de maneira estável ou temporária num território em que não esteja em vigor a disciplina do diaconato permanente, não exerça as funções diaconais a não ser com o consentimento do Ordinário do lugar”56.
500.Dada a importância da opção vocacional, o eventual pedido de um salesiano diácono permanente com vista ao presbiterato é apresentado ao Reitor-Mor, com prévia aprovação do Inspetor com o seu Conselho, e será tratada com particular discernimento e coma consideração e reservas oportunas.
5.1 CAPÍTULO ONZE |
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A PREPARAÇÃO PARA A PROFISSÃO PERPÉTUA
501. O caminho que vai da primeira profissão à incorporação definitiva na Sociedade é necessário “tanto para o candidato como para a comunidade a fim de discernir, em colaboração mútua, a vontade de Deus e a ela corresponder”578. É tempo de conhecimento mútuo e de decisões tomadas em co-responsabilidade. O irmão “apoiado pela comunidade e por um guia espiritual, completa o processo de amadurecimento em vista da profissão perpétua”579.
502. A profissão temporária já é graça de aliança e mistério de consagração de Deus e de oferta total a Ele.
Todavia, sem nada tirar ao valor da profissão temporária, também ela feita com a intenção de oferecer-se a Deus por toda a vida, é a profissão perpétua, com seu caráter de totalidade (“totalmente”) e indeclinabilidade (“para sempre”), que exprime, por um lado, a opção fundamental e definitiva da liberdade do salesiano, e, de outro, a consagração totalizante de Deus, que se realiza pelo ministério da Igreja.
Um ato de tal importância, que marca toda a vida do salesiano e que estabelece um laço novo e definitivo entre ele e a Congregação exige um adequado período de preparação próxima.
11.1 NATUREZA E FINALIDADE
503. “O sócio – dizem as Constituições – faz a profissão perpétua quando atingiu a maturidade espiritual salesiana exigida pela importância de tal opção. A celebração desse ato é precedida por um tempo conveniente de preparação imediata”3.
De fato, a expressão “preparação para a profissão perpétua” assumiu até agora significados diversos e traduziu-se em propostas diferenciadas.
Refere-se, às vezes, à preparação imediata para a celebração depois de feito o discernimento, apresentado o pedido e o irmão ter sido aceito.
Outras vezes, pensa-se no caminho de discernimento diante do pedido, tomado como tempo de avaliação e de síntese do percurso formativo, que vai do pré-noviciado ao fim da profissão temporária.
Por “preparação para a profissão perpétua” nós entendemos o período que abrange o processo de discernimento e a avaliação que precede a opção definitiva, o pedido, a admissão, e a preparação imediata para o ato da profissão; não se limita, pois, a preparar o momento da celebração, após a admissão.
504. Esse período de preparação tem como finalidade:
- a avaliação da vocação à luz da experiência vivida.
O irmão refaz o caminho percorrido, avalia sua história vocacional à luz de Deus, e verifica a solidez das motivações.
A comunidade local e inspetorial, por sua vez, acompanha-o nesse caminho, verifica a idoneidade do irmão para o compromisso definitivo na vida consagrada salesiana, a consistência de suas motivações e a existência da maturidade espiritual exigida.
O discernimento e a admissão à profissão perpétua, que comportam uma responsabilidade particular, fazem-se com base numa avaliação global da experiência formativa e se baseiam em elementos positivos.
Sinal fundamental da maturidade exigida para a profissão perpétua é a reta intenção, isto é, a vontade clara e decidida de oferecer-se inteiramente a Deus, de pertencer a Ele e de servi-lo no próximo segundo a vocação salesiana. Mais que um generoso desejo de serviço e uma inclinação para o trabalho no campo juvenil e educativo ou a atração para o estilo de vida salesiano – aspectos certamente importantes mas que não bastam, por si sós, para sustentar um projeto de vida consagrada – é preciso a intenção sobrenatural, que é compromisso de toda a pessoa iluminada pela fé, oferecimento de si a uma missão claramente aceita da mão de Deus por meio da Igreja. É o sinal vocacional mais característico que confere sólido fundamento aos outros elementos de idoneidade vocacional.
- o amadurecimento de uma nova síntese pessoal:
O irmão toma consciência do caráter peculiar da profissão perpétua, aprofunda suas motivações e cresce no sentido de pertença à Congregação. Reelabora seu projeto de vida na perspectiva dos valores do carisma, projetando-o para o futuro com uma atitude de formação permanente.
- a opção definitiva motivada e fundada na graça de Deus:
O irmão conclui seu discernimento com a decisão de assumir definitivamente o projeto de Dom Bosco como vida no Espírito a serviço dos jovens, segundo o caminho de santidade traçado pelas Constituições salesianas, e de vivê-lo numa comunidade inspetorial concreta. Consciente do alcance dos compromissos que está para assumir, baseia sua fidelidade em Deus que o amou por primeiro e estabelecer uma especial aliança com ele. Encontra apoio também na ajuda dos irmãos e no seu amor aos jovens4.
Poderá haver quem, durante esse período de preparação, em diálogo com o diretor espiritual e o Inspetor, julgue oportuno prolongar o período dos votos temporários ou quem chegue à conclusão de não continuar na vida salesiana.
11.2 A EXPERIÊNCIA FORMATIVA
505. O tempo de preparação para a profissão perpétua perfaz o caminho de compreensão e assimilação do projeto vocacional de Dom Bosco.
É tempo de grande empenho espiritual, de contato fraterno, de avaliação sincera da própria situação, de consciência do dom recebido e de identificação concreta e profunda com ele, de reafirmação das motivações fundamentais, de formulação de uma pedagogia de vida que ajude a caminhar na fidelidade.
506. A programação do período de preparação visa a dar qualidade aos conteúdos da experiência e privilegia um método que envolva a pessoa em profundidade. No seu conjunto, ela sublinha o confronto vital com o projeto salesiano e com o espírito da Congregação. É tempo de re-meditação das Constituições e, através delas, de aprofundamento dos temas fundamentais da vida consagrada, que orientam a existência do salesiano. Reflete-se também no sentido da profissão, em seu caráter único e definitivo, em suas implicações eclesiais, no rito da profissão.
Assumem muita importância neste período os tempos de recolhimento, o encontro vital com Jesus Cristo “nossa regra viva” e com Dom Bosco, mediante a reflexão, a oração e a direção espiritual.
11.3 ALGUMAS CONDIÇÕES FORMATIVAS
507. Sendo tal preparação um dos tempos fortes de todo o processo formativo, a Igreja exige que seja um período de particular intensidade espiritual5.
A preparação traduz-se por vezes num itinerário de um ano ou de vários meses, vivido no empenho ordinário de tirocínio ou de formação específica, orientado por propostas concretas, marcado por momentos particulares, pessoais ou de grupo, oportunamente acompanhado pela comunidade local e apoiado pela comunidade inspetorial. Pode ser disposto e completado em tempos escalonados ao longo do ano (por ex., no início do período, durante o percurso e nas proximidades da profissão), de modo, porém, que se não percam a continuidade e a eficácia da preparação.
508. Essa experiência envolve o irmão, a comunidade e a Inspetoria.
É, pois, de grande importância garantir o acompanhamento, até pela presença de um guia competente e experiente que acompanha a pessoa e o grupo.
Ela ajuda o irmão a reler espiritualmente a própria vida do noviciado em diante, avaliando o nível de conformação dos seus sentimentos aos de Cristo, da sua maturidade afetiva e vocacional e da identificação pessoal com os valores da vida salesiana.
Ajuda, além disso, a avaliar a disponibilidade para imergir-se no mistério pascal, a clareza e robustez das motivações e a capacidade de comprometer-se totalmente com fidelidade.
Nessa tarefa, o diálogo e a oração com os próprios irmãos e o clima comunitário assumem grande importância, embora o momento pessoal tenha mais importância que o momento comunitário.
509. Essa é uma das situações em que a colaboração entre diversas Inspetorias pode manifestar-se na organização de iniciativas e tempos particulares e pode proporcionar à experiência formativa maior qualidade pela consistência comunitária e numérica, pela possibilidade de escolher mmonitores válidos e pela partilha de experiências e métodos.
6 ORIENTAÇÕES E NORMAS PARA A PRÁXIS |
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510. “A profissão perpétua se faz ordinariamente seis anos depois da primeira profissão. Todavia, se julgar oportuno, o inspetor pode prolongar esse tempo, mas não além de nove anos”6. A oportunidade de prolongar a profissão temporária deve resultar de um juízo prudencial, baseado em motivos razoáveis e adequados.
511. A profissão perpétua pode fazer-se ao terminar o prazo da profissão temporária7 ou até três meses antes desse prazo8.
Essa última possibilidade exige que haja uma justa causa, avaliada pelo Inspetor e pelo seu Conselho.
512. A preparação para a profissão perpétua compreende o período de averiguação e discernimento em vista do pedido, o processo de admissão e a preparação para a celebração do ato da profissão. Não se limita a preparar a celebração, uma vez resolvida a admissão.
513. A Inspetoria deve traçar um programa de preparação para a profissão perpétua, indicando modalidades, conteúdos, duração e responsáveis, incluindo os exercícios espirituais que antecedem a celebração.
514. A preparação para a profissão perpétua inclui a responsabilidade do irmão, da Inspetoria e da comunidade local. Pode resultar vantajoso que alguns momentos da preparação contem com a participação e colaboração de várias Inspetorias.
515. O professo temporário, por volta de um ano antes de terminar o prazo da profissão, manifeste explicitamente ao Inspetor, na forma que se julgar mais oportuna, sua vontade de iniciar a preparação para a profissão perpétua.
516. Na preparação para a profissão perpétua dê-se particular atenção à dimensão litúrgica da consagração religiosa, valorizando os diversos elementos fornecidos pelo Rito.
A celebração litúrgica da profissão perpétua tenha uma solenidade que a distinga claramente da primeira profissão e das sucessivas renovações. Observem-se os elementos próprios do Ritual com as adaptações nele previstas9.
517. “O sócio faz a profissão perpétua quando atingiu a maturidade espiritual salesiana exigida pela importância de tal opção”10. No seu pedido ele deve manifestar:
- a plena consciência do ato definitivo que realiza;
- a total liberdade ao realizá-lo;
- a vontade expressa de continuar na vida salesiana já iniciada;
- a referência ao diálogo mantido com o Diretor e à sua anuência para a apresentação;
- a menção ao discernimento feito e ao pedido de parecer ao diretor espiritual e ao confessor.
518. Faça-se a admissão à profissão perpétua baseando-se numa avaliação de todo o processo formativo, verificando as motivações do sujeito e sua identificação com o projeto vocacional salesiano.
519. “Quando um religioso de votos perpétuos pede para passar do seu Instituto à nossa Sociedade, faça um período de prova de três anos pelo menos numa de nossas comunidades a fim de assimilar o nosso espírito. Terminada a prova, pode apresentar o pedido e, se for aceito, faz a profissão perpétua segundo o direito”11.
7 CAPÍTULO DOZE |
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A FORMAÇÃO PERMANENTE
520. Toda a vida é vocação, toda a vida é formação.
A formação inicial leva à identificação com um projeto de vida consagrada que deve ser traduzido em experiência de vida ao longo de toda a existência. A formação permanente é a graça e o compromisso que levam a viver esse projeto “num dinamismo de fidelidade”580. Ela é a continuação natural e absolutamente necessária do processo vivido na formação inicial.
521. A formação permanente é uma necessidade inerente à realidade pessoal do salesiano e no coração da sua vocação cristã e salesiana. Por diversas razões.
- o caráter evolutivo e dinâmico da pessoa humana exige uma abertura constante à renovação em todas as dimensões e momentos da existência;
- a vida cristã é vocação permanente, desenvolvimento da graça batismal, exige capacidade de discernimento e resposta de fé diante dos desafios que a situação cultural lhe apresenta. A própria Igreja está em contínuo estado de renovação e estimula-o em seus membros;
- a missão juvenil salesiana, que se dirige àquela parte da humanidade que é sempre nova e imprevisível, exige criatividade e dinamismo sempre renovados: “com suas solicitações os jovens não permitem que fiquemos parados no passado, nos educam e forçam a encontrar respostas novas e corajosas”2;
- os ritmos acelerados das transformações do mundo provocam de maneira inquietante e fazem perguntas que exigem em nível pessoal e comunitário respostas adequadas (por exemplo, os desafios da nova cultura, da secularização, da evangelização);
- a expectativa atual e a exigência universal de qualidade em todos os campos exige da vida consagrada que saiba manter legível o seu testemunho e eficiente o seu serviço apostólico3;
- o papel animador da comunidade salesiana como núcleo que lidera, orienta e forma a ação pastoral no novo contexto de partilha com os leigos, sublinha a urgência de uma reabastecimento espiritual e apostólico, de uma atualização doutrinal e de competências adequadas e reconhecidas.
12.1 NATUREZA E FINALIDADE
522. A formação permanente é uma atitude de vida e um “processo global de renovação”4 que envolve pessoa e comunidade nas diversas situações da vida cotidiana.
Ele se dá primariamente no “cotidiano”, no próprio cumprimento da missão: “vivendo em meio aos jovens e em constante relação com os ambientes populares, o salesiano esforça-se por discernir nos acontecimentos a voz do Espírito, adquirindo assim a capacidade de aprender da vida”5.
Dá-se como experiência comunitária, fruto da partilha fraterna, de relações mútuas e de uma comunicação de qualidade, do entusiasmo apostólico encarnado num projeto comum, da centralidade de Cristo vivida e celebrada, e da autenticidade do estilo de vida evangélica: tudo isso enquadrado no contexto da Igreja e da Congregação.
Num nível mais amplo – inspetorial, interinspetorial ou eclesial – recebe estímulo e apoio mediante propostas e iniciativas ordinárias e extraordinárias de renovação espiritual e pastoral ou de atualização.
523. Sujeito de formação permanente é antes do mais a pessoa do salesiano. Nada pode substituir-se ao seu empenho livre e convicto. Ninguém pode percorrer por ele o itinerário da renovação. “Cada salesiano – dizem as Constituições – assume a responsabilidade da própria formação”6.
Finalidade da formação permanente é fazer com que o salesiano viva a vocação com maturidade e alegria, com fidelidade criativa, e com capacidade de renovação, como resposta permanente ao Senhor e aos desafios da missão. Tal atitude exprime-se na capacidade de discernimento e reflexão, no empenho por um caminho espiritual constantemente cultivado e por um estilo de vida que garanta a qualidade da experiência, e na busca de qualificação para cumprir a missão com competência profissional e para animar numerosas forças apostólicas.
524. Sujeito da formação permanente é também a comunidade salesiana, como portadora e testemunha na Igreja de um dom do Espírito, educadora dos seus membros, mas também como necessitada ela própria de contínua renovação na fidelidade a Dom Bosco e de discernimento no Espírito. A comunidade é sujeito de formação permanente no seu essencial relacionamento educativo com jovens e leigos, com aqueles com os quais partilha o espírito e a missão, e é esse relacionamento que estimula a renovação também espiritual e oferece motivações, critérios de avaliação e indicações de atualização7.
Para tanto, a comunidade, sujeito de uma experiência espiritual e apostólica, vive segundo um projeto e responde em conjunto à vocação salesiana.
12.2 A EXPERIÊNCIA FORMATIVA
525. A formação permanente mantém vivo “um processo geral e integral de contínuo amadurecimento, mediante o aprofundamento de cada uma das dimensões da formação... a partir da caridade pastoral e em referência a ela”8. Ela se vale de métodos adequados a pessoas adultas, métodos que partem de sua experiência e das situações concretas de vida.
122.2.1 A dimensão humana
526. A formação permanente mantém-se atenta ao crescimento da pessoa. Estimula e confirma o caminho de cada irmão rumo à sua plena maturação, levando em consideração o conjunto da própria realidade e dos próprios limites, para o desenvolvimento de uma personalidade equilibrada e adulta, consciente da própria identidade e fiel a ela. Promove nele a atenção à liberdade interior, à integração afetiva, à serenidade do espírito, ao amor pela verdade e à coerência entre o falar e o fazer9.
O salesiano maduro desenvolve a sensibilidade que lhe permite abrir-se à realidade humana circunstante e dá-lhe a capacidade de relacionar-se como adulto com outros adultos de todas as idades, especialmente na própria comunidade e com os jovens.
Sente-se estimulado pelos jovens, que têm necessidade de encontrar nele um homem “novo”, capaz de suscitar emulação e de despertar neles as riquezas que trazem dentro de si, seus recursos humanos e os valores evangélicos. A amizade atenta, o clima de família, a simplicidade e a bondade, a promoção da dignidade de cada pessoa tornam-se para eles uma experiência deveras original, um válido “testemunho”10 .
A realidade evolutiva da pessoa exige atenção, nas diversas fases da vida, aos aspectos biofísicos e psicológicos, mediante a iluminação e o acompanhamento pessoal e comunitário.
12.2.2 A dimensão espiritual
527. O salesiano cultiva a vida espiritual como experiência de Deus no relacionamento com os jovens, no olhar de fé sobre os acontecimentos e no discernimento; consciente de ser mediador da sua presença e da sua atuação, experimenta a alegria de anunciar Jesus Cristo e seu Evangelho.
Aprofunda a sua via espiritual mediante a partilha comunitária da experiência de fé e da missão. Junto com sua comunidade vive a presença de Espírito como “fonte permanente de graça e apoio no esforço cotidiano para crescer no amor de Deus e dos homens”11.
Caminha segundo o itinerário espiritual que a Igreja lhe oferece e segundo o projeto de vida consagrada que as Constituições propõem como pedagogia concreta de santidade. Valoriza os momentos fortes, como os Exercícios Espirituais, e as ocasiões extraordinárias de renovação que lhe são oferecidas12 .
Cultiva a radicalidade da doação a Deus e a unidade de vida nele, evitando cair na dispersão e na superficialidade. O diálogo filial com o Pai leva-o a unir trabalho e oração e a viver a união com Deus nas atividades ordinárias e em qualquer situação.
12.2.3 A dimensão intelectual
528. A dimensão intelectual da formação permanente não se limita a acumular conhecimentos ou a atualizar competências, aspectos certamente necessários, ajuda sobretudo a crescer em sabedoria para poder viver com maior profundidade a própria vida consagrada e para habilitar-se a realizar com a devida competência a missão nas diversas circunstâncias e situações e nos diversos papéis.
Manifesta-se antes de tudo numa atitude e numa capacidade de unir trabalho e reflexão, de tal maneira que se possa viver com abertura e inteligência o confronto com as diversas realidades e se possuam sólidos critérios de discernimento coerentes com a visão cristã, com as orientações eclesiais e o carisma salesiano.
Deve cuidar-se também a atualização doutrinal e profissional, o conhecimento das culturas dos lugares em que se vive e se age, a requalificação profissional e técnica13 para poder enfrentar de maneira adequada o serviço educativo pastoral com capacidade de animação e de orientação de pessoas, projetos e obras.
Caminho e incentivo de formação permanente é a abertura aos estímulos que provêm da Igreja universal e particular, da experiência e orientações da Congregação, especialmente através dos Capítulos Gerais e dos ensinamentos do Reitor-Mor, dos programas e iniciativas inspetoriais ou interinspetoriais.
A atualização deve proporcionar-se à idade, tendo presente que cada fase da vida traz consigo sensibilidades espirituais, preocupações pastorais e interesses culturais que, bem cultivados pelo estudo e pela reflexão, nutrem a pessoa do irmão, dão qualidade à sua experiência e aumentam a eficácia da sua vida apostólica.
12.2.4 A dimensão educativo-pastoral
529. O salesiano é chamado a reavivar o dom da caridade pastoral recebido na sua profissão religiosa, a fim de poder viver o trabalho educativo e de evangelização, a mística e a ascese da sua plena doação a Deus e aos jovens, o impulso do Da mihi animas.
Escola de formação é antes de tudo o trabalho educativo-pastoral assumido e realizado como projeto comunitário: ele é pensado, programado e avaliado em conjunto, partilhado numa colaboração ampla e co-responsável na CEP, vivido como experiência espiritual e eclesial.
“A rede de relações promovidas por uma CEP viva e atuante – escreve o CG24 - é lugar de intensa formação permanente e toca os aspectos humanos, pedagógicos e salesianos. Tais relações transmitem mensagens, habilitam a novas linguagens, favorecem uma escuta mais atenta do mundo e da cultura juvenil, especialmente quando a CEP promove o protagonismo juvenil"14.
Pelo recíproco dar e receber, o salesiano adquire uma compreensão renovada da sua identidade vocacional, partilha a espiritualidade salesiana, atualiza suas competências, torna-se capaz de animar um amplo ambiente educativo, de acompanhar grupos e orientar pessoas.
530. Os diversos tipos de ambientes e obras em que o salesiano é chamado a trabalhar e as diversas funções que lhe são confiadas exigem preparação específica e constante empenho de requalificação, constituem uma exigência e uma oportunidade de renovação e de valorização das qualidades a serviço da missão, às quais ele permanece aberto.
Escola permanente de fé é a sintonia com a missão da Igreja, suas urgências, a comunhão pastoral com a Igreja universal e local, o relacionamento com o mundo juvenil e da educação.
12.3 A ATENÇÃO A ALGUMAS SITUAÇÕES DE VIDA
531. O salesiano é “chamado a viver com interesse formativo qualquer situação, considerando-a tempo favorável para o crescimento da sua vocação”15, sabendo procurar e encontrar “em cada ciclo vital uma tarefa diversa para desenvolver, uma maneira específica de ser, de servir e de amar”16.
Algumas situações e circunstâncias particulares marcam o período da vida; enfrentadas adequadamente, podem ser tempos e momentos particularmente adequados para novos aprofundamentos e expressões diversas da experiência vocacional.
As fases da vida, mais ou menos previsíveis, são marcadas também por circunstâncias pessoais e por situações sociais, culturais ou pastorais não previsíveis, mas que incidem em toda a experiência da pessoa.
12.3.1 As fases da vida
12.3.1.1.1 PRIMEIROS ANOS DE PLENA INSERÇÃO NO TRABALHO EDUCATIVO E PASTORAL
532. Os primeiros anos de inserção plena no trabalho pastoral assumem para o salesiano sacerdote e coadjutor uma importância particular: oferecem novos estímulos, mas podem também apresentar problemas.
A passagem de uma vida orientada e acompanhada – como a vivida nas comunidades formadoras – à plena responsabilidade pessoal no trabalho apostólico implica geralmente uma mudança de organização da existência, a adequação a um ritmo diferente de vida e trabalho, e exige uma nova síntese vital.
Surgem com maior força algumas necessidades, como a afirmação de si, a busca de fecundidade, o incentivo à iniciativa pessoal e à criatividade. No confronto com a realidade salesiana pode acometer o salesiano a tensão, a distância e a desproporção entre o que apreende e o que encontra na vida concreta de todos os dias. Pode sentir-se incapaz diante de novos encargos e responsabilidades.
533. O salesiano empenha-se, por isso, em aprofundar as próprias motivações e em cultivar a unidade de vida, combatendo a dispersão e evitando o isolamento, a solidão e a queda de tensão espiritual. Assume com consciência a responsabilidade de viver o projeto de Deus no novo contexto de vida e exprime com modalidades novas sua fidelidade a Ele.
Nessa fase, o irmão consolida o sentido comunitário, a atitude de co-responsabilidade, a disponibilidade à partilha; cultiva o encontro com irmãos de experiência, capazes de compartilhar e acompanhar com amizade, paciência e sentido espiritual; valoriza as oportunidades que o ajudam a aumentar o entusiasmo por Cristo, a renovação espiritual, a atualização e a reflexão.
534. A comunidade procura proporcionar-lhe um ambiente de família, incutir-lhe confiança e amplo espaço para cumprir a missão, ajudá-lo a desenvolver as aptidões e continuar sua formação, e sobretudo o integra no caminho espiritual comunitário. O Diretor tem consciência de ter uma responsabilidade particular na atenção fraterna e no acompanhamento.
A Inspetoria acompanha de maneira especial os sacerdotes e os coadjutores que se encontram nos primeiros anos do exercício de seu apostolado. Além de garantir o apoio em nível local, oferece uma forma estável de apoio que permite aos irmãos encontrar a ajuda necessária para viver positivamente o próprio serviço. Organiza encontros com certa freqüência a fim de prolongar o empenho espiritual vivido durante a formação inicial e oferecer oportunidade para um intercâmbio de experiências e reflexões sobre a vida comunitária e sobre o trabalho apostólico.
12.3.1.2 OS ANOS DA PLENA MATURIDADE
535. A plena doação que o irmão demonstra e as funções e responsabilidades que assume amadurecem nele um sentido de segurança e de confiança em si mesmo. Essa estabilidade torna-o mais apto para um serviço competente em seu campo, mais sereno no exercício da autoridade, mais capaz de compor conflitos e mais aberto aos outros, às suas necessidades e aspirações.
Todavia, com o passar dos anos, podem advir situações em que se experimenta a inadequação diante da situação juvenil, ao defrontar-se com os novos contextos culturais e pastorais. Podem surgir perguntas referentes à própria experiência na vida comunitária, ao campo da afetividade, ao caminho espiritual, à fecundidade da doação.
Exige-se vigilância da parte do irmão para não cair no perigo de uma vida “habitudinária”, de uma perda do impulso e do entusiasmo inicial, de um ativismo exagerado ou de um “individualismo, acompanhado tanto pelo temor de não se adaptar aos tempos como por fenômenos de enrijecimento, de fechamento, de relaxamento”17.
536. A Inspetoria apóia o irmão, oferecendo-lhe estímulos de animação espiritual, oportunidades de preparação para as funções que lhe são confiadas como também encontros e iniciativas para respaldá-lo nos trabalhos que está executando e nas situações que deve enfrentar.
Os Regulamentos pedem que “seja oferecido periodicamente a todos os salesianos um tempo conveniente para a própria renovação”18. Pode constituir um momento forte vocacional, por exemplo, na oportunidade de algum jubileu de profissão ou de ordenação sacerdotal, um período prolongado em que o irmão se afasta da vida ordinária para “relê-la” à luz do evangelho e para confrontar-se com o sentido profundo do próprio projeto de vida e consolidar a unidade interior. O ativismo cede o passo a um encontro profundo consigo mesmo e à busca de interioridade.
Em tais ocasiões, o salesiano torna a definir a visão cristã e salesiana da própria vocação consagrada e reafirma as motivações das próprias opções de vida. Assume a própria existência com maior serenidade e realismo, com motivações mais transparentes, sentido de oblatividade, na perspectiva da maturidade humana e da paternidade espiritual.19
12.3.1.3 A IDADE AVANÇADA
537. O prolongar-se da vida constitui um dom que se deve acolner e valorizar, uma oportunidade que deve viver-se salesianamente, segundo as características da consagração apostólica e do espírito que dá o tom a toda a nossa existência20. Também para esse momento vocacional temos como modelo e estímulo o nosso pai e fundador Dom Bosco na sua velhice e na doença; ele não se fechou em si mesmo, mas manteve-se em constante contato com os jovens, cheio de ardor pela missão e pelas missões, animador dos irmãos, totalmente entregue a Deus, preocupado com os outros, consciente do valor apostólico da paciência e do sofrimento.
As condições pessoais em que se chega e se vive essa fase da vida são muito diversas, quanto à saúde, à possibilidade de atividades e de serviço e de integração na comunidade.
538. É uma fase que apresenta dons que devem ser valorizados, riscos que se devem enfrentar, riquezas que se devem partilhar. Podem emergir nesse período limites que devem ser assumidos e manifestações menos positivas que devem ser superadas. Há quem, após anos de forte identificação com uma função ou com a atividade profissional, forçado a diminuir seus trabalhos ou a deixar determinadas tarefas, sente-se quase marginalizado, aceita com dificuldade o processo de envelhecimento. Há quem, experimentando a inadequação diante das situações, mostra-se menos disponível à mudança e tende a fechar-se.
Para quem se torna disponível, esse tempo abre a porta a novas manifestações de equilíbrio pessoal, de fraternidade e de serviço. O irmão aprende a envelhecer serenamente, construindo uma presença preciosa mas diferente na comunidade, à qual continua a oferecer os grandes valores de que é portador, como, por exemplo, a capacidade de reflexão, a sabedoria, o olhar sobre o que é fundamental e outras características próprias dessa idade.
539. O salesiano idoso é ajudado a assumir a nova situação e a encarnar nela o sentido profundo da sua vocação, consciente de que a vida consagrada conserva seu pleno significado em todas as circunstâncias, como disponibilidade radical e contínua à vontade de Deus. Esforça-se por viver plenamente integrado na comunidade fraterna e apostólica, oferece seus recursos de testemunho e oração, de experiência, sabedoria e conselho. Procura um alimento espiritual e pastoral adequado e a possibilidade de prestar as formas de serviço e apostolado de que ainda é capaz.
E quando chega a hora da doença, do sofrimento ou da dependência também física ou a hora suprema do encontro com Cristo, o salesiano é ajudado a viver até o último momento a fidelidade à consagração e a fazer da sua vida um dom total, que o leva à união plena e definitiva com seu Deus.
12.3.2 Algumas circunstâncias particulares
540. Não apenas as fases da vida, bastante previsíveis, mas também as circunstâncias previstas e imprevistas formam o conteúdo concreto da experiência vocacional e da formação permanente. Em qualquer idade podem surgir situações particulares ou momentos que exigem uma nova referência aos valores e às motivações da nossa existência; podem advir de causas externas (mudança de comunidade ou de trabalho, convite a novos encargos, insucessos, dificuldade da comunidade) ou de causas internas (doença, problemas de relacionamento interpessoal, falta de motivações, novos estímulos espirituais, aridez, crise de fé ou de identidade, ou também aprofundamentos vocacionais, novos estímulos espirituais etc.)21.
A caridade atenta dos irmãos e do Diretor intui esses momentos antes que seja tarde, e oferece o apoio de uma maior confiança e do necessário acompanhamento.
O irmão procura e é ajudado a procurar o apoio qualificado de pessoas prudentes, que o iluminam a compreender a situação e o amparam no discernimento do significado vocacional do que está vivendo. O diretor e os irmãos, atentos à situação, manifestam com delicadeza e oportunidade, nas formas mais adequadas, sua compreensão, seu apoio e o acompanhamento oportuno.
Esses momentos, vividos em atitude formativa, podem transformar-se em ocasiões de renovada entrega a Deus, de verdade interior e de integração no mistério da Páscoa.
12.4 A ANIMAÇÃO DA FORMAÇÃO PERMANENTE
541. O compromisso da formação permanente como atitude e mentalidade, ambiente e pedagogia de vida, itinerário, programa e serviço organizado é confiado não somente à responsabilidade de cada irmão mas também à comunidade em seus vários níveis e aos animadores e formadores. As expressões dessa resposta permanente numa vida vivida constantemente como vocação são numerosas e diferenciadas.
12.4.1 Em nível pessoal
542. Como primeiro responsável da própria formação22, o salesiano procura responder às exigências sempre novas da vocação. Sabe que a identificação com a vocação, que o leva a examinar-se profundamente, é o caminho mais fecundo de formação permanente. A atualização e a qualificação são componentes da formação, mas ela deve atingir a interioridade, a mentalidade e o coração da vida. Neste sentido é transformação e renovação profunda.
Por isso, dócil ao Espírito Santo, o irmão desenvolve suas aptidões num esforço constante de conversão e renovação. Empenhando-se “num processo formativo que dura toda a vida”23 , o salesiano valoriza algumas expressões concretas desse empenho.
- cultiva “a capacidade de aprender da vida”24, preocupando-se com a comunicação, o diálogo e a revisão de vida, especialmente na comunidade e com os jovens, mantendo sempre uma mentalidade aberta e crítica25, pronta a ouvir, acolher, dialogar;
- mantém uma atitude de discernimento pastoral diante da realidade26, utilizando os meios da vida cotidiana (missão e experiência partilhadas, confronto com as orientações da Igreja e da Congregação, atenção às situações, leituras, estudo);
- preocupa-se com o próprio caminho espiritual ou projeto de vida, segue com fidelidade as indicações das Constituições, esmera-se na qualidade da oração, da meditação e da vida sacramental, valoriza o acompanhamento e a reflexão pessoal, sabe ocupar-se em cultivar as fontes da consagração e evitar o desgaste e a superficialidade;
- valoriza os aspectos formativos do caminho cotidiano da sua comunidade e aproveita os momentos extraordinários de formação permanente que lhe são propostos; na CEP e nos contatos com a Família Salesiana mantém-se aberto às oportunidades de formação em conjunto;
- procura desempenhar o próprio trabalho com a competência exigida pelas situações e pelos tempos27: tem consciência de que animar, educar e guiar no atual contexto cultural e religioso significa tornar-se capaz de enfrentar os problemas da vida, da relação fé-cultura, do campo ético-moral, da pedagogia espiritual e sacramental e da dimensão social;
- procura com os superiores o campo de qualificação mais condizente com suas capacidades pessoais e as necessidades da Inspetoria. Está sempre disponível a requalificações28 periódicas, tanto em nível doutrinal como profissional, e aproveita as oportunidades que lhe são oferecidas em dias de estudo, conferências, cursos, encontros pastorais e outras iniciativas formativas.
12.4.2 Em nível local
543. “O ambiente natural de crescimento vocacional – dizem as Constituições - é a comunidade, na qual o irmão se insere com confiança e colabora com responsabilidade. A própria vida da comunidade, unida em Cristo e aberta às exigências dos tempos, é formadora; deve, por isso, progredir e renovar-se continuamente”29.
Eis algumas considerações que contribuem para fazer realmente da comunidade o lugar da formação permanente:
- criar na comunidade um ambiente e um estilo de vida e de trabalho que favoreçam o crescimento como pessoas e como comunidades.
. o espírito de família dispõe do encontro, põe em atitude de escuta e de diálogo, cria uma mentalidade de comum procura e discernimento que valoriza a experiência de todos e leva a aprender na experiência de cada dia;
. um clima de fé de e oração revigora as motivações interiores e dispõe a vivê-las com radicalidade evangélica e doação apostólica;
. uma boa compreensão do trabalhar juntos, do projeto comunitário e pastoral e das avaliações favorece no salesiano um processo de revisão das suas atitudes de vida religiosa e dos seus métodos de trabalho e o relançamento da qualidade da vida e da missão.
- valorizar todos os tempos, meios e aspectos que a vida comunitária oferece para favorecer a formação permanente:
. os tempos de oração comunitária, como a meditação, a leitura espiritual, a boa-noite, os retiros mensais e trimestrais; os momentos de avaliação, participação e co-responsabilidade (entre os quais, em particular, o dia comunitário29);
. a comunicação com a comunidade inspetorial e com a Congregação e o acolhimento dos estímulos e das orientações que delas chegam;
. a informação, as leituras, uma biblioteca atualizada;
- estabelecer um programa anual de formação permanente;
- garantir a formação em conjunto na comunidade educativo-pastoral mediante encontros de reflexão, programação e avaliação e as iniciativas partilhadas com outros membros da Família Salesiana.
- - oferecer a quem tiver necessidade a possibilidade de momentos ou programas específicos de renovação e atualização (iniciativas, experiências, cursos, etc.).
544. O Diretor é o primeiro animador da experiência de formação permanente na comunidade. Devidamente preparado, ele:
- favorece um clima e uma forma de relações internas e externas, que dão qualidade à vida cotidiana da comunidade ( a “direção espiritual comunitária, as conferências, as boas-noites, os encontros”30);
- comunica aos irmãos o critério salesiano de vida e de ação, para tanto faz conhecer e valoriza como estímulos privilegiados os documentos eclesiais e salesianos, e cultiva a comunhão com a Inspetoria e a Congregação;
- anima a missão salesiana, co-responsabilizando a Assembléia dos irmãos e o Conselho local, e promovendo os encontros que favorecem a fraternidade, a atualização e a distensão31;
- promove processos relacionais e formativos com a Família Salesiana e com a CEP, zelando a identidade carismática do PEPS, estimulando a comunidade salesiana ao papel específico de animação, e aproveita com inteligência os meios de animação. como a informação salesiana e experiências concretas de participação32.
12.4.3 Em nível inspetorial
545. A Inspetoria é uma comunidade formadora e em formação.
Ela realiza a missão convertendo em experiência de vida, em obras e atividades, num contexto histórico e geográfico bem definido, o “Da mihi animas” e o Sistema Preventivo.
O projeto da Inspetoria, a identidade salesiana vivida e os critérios que orientam o caminho espiritual, a partilha da missão e do espírito salesiano com a Família Salesiana e com os leigos, e tantos outros aspectos da vida inspetorial constituem a primeira forma de animação da formação permanente porque oferecem um ideal de vida e um modelo de referência que o estimulam a viver salesianamente.
Bastante incidência tem nesta perspectiva a relação de equilíbrio que a Inspetoria sabe conservar entre as frentes de ação, a qualificação das pessoas, a consistência qualitativa das comunidades e a significatividade da vida salesiana e da missão. Em algumas situações, a formação permanente dos irmãos e das comunidades receberá impulso de um novo elã e de novas aberturas apostólicas, em outras será mais conveniente uma readequação e uma concentração com vistas à qualidade da experiência e do serviço.
546. Há em toda Inspetoria momentos, instrumentos, serviços, e estruturas que tornam concreta, de diversas maneiras, a animação da formação permanente na comunidade inspetorial, nas comunidades locais e em cada irmão.
São antes do mais os processos que envolvem os irmãos na avaliação e redefinição da presença salesiana inspetorial, como, por exemplo, os Capítulos e as Assembléias inspetoriais, a elaboração e a revisão do Projeto inspetorial e do Diretório.
São os encontros dos Diretores, das várias equipes inspetoriais e dos grupos de irmãos.
São enfim todas as iniciativas que educam a capacidade de discernimento, estimulam a renovação metodológica, acompanham os animadores, qualificam sistematicamente o pessoal, promovem o empenho para a constituição e a qualidade das equipes e dos centros, que podem dar uma contribuição significativa à comunidade inspetorial.”33
547. Algumas condições concretas podem incidir sobre a experiência da formação permanente na Inspetoria, como:
- cuidar do bom funcionamento do governo e da animação, de modo particular da visita inspetorial anual, dos exercícios espirituais, do Capítulo inspetorial (roteiro da preparação, celebração e realização), da ação do Conselho inspetorial, do Delegado e da Comissão para a formação.
- planejar uma ação programada, que comporta, de modo especial:
. elaborar “um plano orgânico de formação permanente dos irmãos com vistas à sua renovação espirit
ual, qualificação pastoral e competência educativa e profissional”33;
. traduzir esse plano num programa anual de formação permanente na Inspetoria;
. preparar um plano de qualificação do pessoal e esforçar-se, também com esforço econômico e de pessoal, por realizá-lo com perseverança. Dar particular atenção à preparação de especialistas em salesianidade e colocá-lo a serviço dos irmãos e das comunidades; procurar que os irmãos qualificados sejam ocupados em tarefas específicas dentro do projeto da Inspetoria e continuem no âmbito de sua qualificação;
. ter um programa de formação SDB-leigos no qual estejam previstos “conteúdos, experiências e tempos dedicados à formação; definição dos papéis das relações e das modalidades de colaboração entre SDB e leigos; coordenação entre os vários setores e estruturas de animação; papel e intervenções do Inspetor e dos membros do Conselho inspetorial nas atividades de formação; e disponibilidade de centros, grupos e estruturas de animação inspetorial”34;
- promover encontros:
. das equipes inspetoriais, par criar convergências e preparar as pessoas para as funções que devem desempenhar;
. dos Diretores, dos formadores, dos animadores pastorais, dos ecônomos e de outros irmãos, como ocasiões para aprofundar a identidade salesiana em suas dimensões educativas pastorais35. Em tais encontros, enquanto se tratam aspectos específicos também de caráter administrativo e organizativo, está presente a preocupação com a vida religiosa e o progresso espiritual e doutrinal dos salesianos;
- oferecer e organizar iniciativas particulares:
. preparar iniciativas ordinárias e extraordinárias de formação espiritual e pastoral para todos os irmãos segundo um programa de vários anos, que tenha presente o progresso da doutrina teológica e as novas questões pastorais;
. fazer com que os exercícios espirituais tenham “uma particular eficácia sobre o crescimento pessoal e a comunhão inspetorial e [que sejam] valorizados mediante a preparação dos irmãos, e a atualização das formas e dos animadores”36;
. organizar um centro ou uma equipe inspetorial de animação espiritual-cultural, em união com o centro de estudos salesiano ou com o centro de espiritualidade, onde existe;
- promover a colaboração com outros grupos da Família Salesiana no campo da formação permanente, mediante iniciativas extraordinárias ou uma ação sistemática e programada, que pode ser proposta e animada por equipes integradas com membros dos diversos grupos;
- manter a abertura às instâncias de renovação e qualificação oferecidas em nível eclesial, dos Institutos de vida consagrada e nos setores próximos à nossa missão.
548. O Inspetor, assistido por seu Conselho e valendo-se do Delegado e da Comissão inspetorial da formação, empenha-se em garantir as condições indicadas.
Para cuidar da formação permanente:
- apoia o compromisso dos irmãos com o contato pessoal e proporcionando oportunidades de renovação;37
-= programa com o seu Conselho ou por intermédio da Comissão as atividades e as iniciativas que estimulam e apoiam a formação permanente dos irmãos e das comunidades e assume como compromisso prioritário de governo a formação dos principais animadores (Diretores, formadores, delegados);
- acompanha com especial atenção a vida ordinária das comunidades locais;
- favorece a colaboração interinspetorial.
549. O Delegado para a formação, com a ajuda de Comissão inspetorial para a formação, tem o encargo de:
- sensibilizar os irmãos e as comunidades no respeitante à necessidade da formação permanente;
- coordenar as diversas iniciativas para dar continuidade à formação;
- elaborar conteúdos e subsídios e organizar serviços apropriados: os exercícios espirituais renovados, os dias e sessões de oração, os cursos longos de renovação, os encontros de atualização por categorias, os encontros para o estudo dos documentos eclesiais e salesianos, as indicações bibliográficas;
- valorizar a contribuição para a formação permanente dos outros delegados e animadores:
- manter contato com os delegados de outras Inspetorias e com o responsável da coordenação em nível interinspetorial.
12.4.4 Em nível interinspetorial
550. Algumas iniciativas para a animação da formação permanente num raio mais amplo são:
- formas diversas de ligação entre as Inspetorias para trocar experiências, organizar programas e iniciativas, elaborar subsídios, e apoiar o trabalho dos animadores;
- em nível de Região, Grupo lingüístico ou Conferências inspetoriais, constituir, segundo a possibilidade e a conveniência, centros de formação permanente. Tais centros oferecem de várias maneiras seu serviço às Inspetorias, às comunidades e a cada irmão, organizando, por exemplo, cursos ou programas, preparando e distribuindo material para a animação das comunidades ou promovendo a tradução de textos salesianos;
- criar, em nível regional ou de Conferências inspetoriais, grupos de pessoas qualificadas para estudos salesianos com possibilidade de serviços, publicações, seminários e cursos específicos de atualização para irmãos em fase de formação permanente.
551. Os Conselheiros regionais acompanham a atuação dos programas interinspetoriais de formação permanente e mantêm-se em contato com os Inspetores, que são os responsáveis por eles. Para tal fim favorecem uma maior colaboração e coordenação entre as Inspetorias.
O Conselheiro Geral para a formação tem o cuidado e a responsabilidade da formação integral e permanente dos irmãos. Estimula e apoia a ação das Inspetorias. De acordo com o respectivo Conselheiro regional, pede-lhes a programação e a atuação de linhas s práticas para a formação dos irmãos; tem um cuidado especial do andamento dos centros de formação permanente.
ORIENTAÇÕES E NORMAS PARA A PRÁXIS
552. O salesiano, como primeiro responsável da própria formação38, procura viver numa atitude constante de resposta vocacional e de renovação: cuida de uma adequada pedagogia de vida espiritual pessoal, faz do cotidiano o tempo privilegiado da formação, cultiva a atitude de discernimento e torna-se capaz de aprender da vida39; mantém-se atualizado e aberto aos estímulos da Igreja e da situação particularmente dos jovens e dos ambientes populares; assume a comunidade como o ambiente natural da sua experiência vocacional e partilha ativamente seu caminho; vive a pertença à Inspetoria e à Congregação e acolhe as propostas e iniciativas que dela provêm.
553. Cada comunidade tenha um programa de formação permanente que contemple as diversas dimensões da formação salesiana, examine-o e renove-o anualmente. Nesse programa dê-se adequada importância ao dia da comunidade, aos retiros mensais e trimestrais, aos momentos de programação e de avaliação, aos momentos de formação na CEP e com a Família salesiana.
554. “As comunidades locais deverão programar a própria atividade de maneira a assegurar aos irmãos a participação nos tempos de oração, reflexão em comum e também o tempo necessário para uma atualização pessoal contínua”40.
555. O Diretor privilegie a animação religiosa e pastoral e a direção espiritual na sua comunidade. “Sua primeira tarefa é animar a comunidade para que viva na fidelidade às Constituições e cresça na unidade”41. “Tem a responsabilidade direta em relação a cada um dos irmãos: ajuda-o a realizar sua vocação pessoal e o apóia no trabalho que lhe é confiado“42. Cuide da qualidade formativa da experiência cotidiana em fidelidade às Constituições e aos Regulamentos, torne efetiva a co-responsabilidade e a colaboração dos irmãos, estimule a presença animadora na CEP. Cultive a comunhão com a Inspetoria, a Congregação, a Família salesiana, e com a Igreja.
556. O Projeto inspetorial de formação43 deve incluir o Plano de formação permanente com vistas à renovação espiritual, à qualificação pastoral e à competência educativa e profissional dos irmãos44. Sua elaboração deve ter em conta os diversos papéis e funções e as diferentes idades, situações e momentos da vida (qüinqüênio, maturidade, aniversários significativos, ancianidade...).
557. “Ofereça-se periodicamente a todos os salesianos nos anos da sua maturidade um tempo conveniente para a própria renovação. As Inspetorias tenham em conta, na programação, essa exigência. Responda cada irmão a esse apelo tamnbém para o bem da própria comjnidade”45.
558. O Inspetor anima a formação integral e permanente dos irmãos46, em primeiro lugar dando qualidade formativa ao governo ordinário da Inspetoria. Empenhe o Conselho e os animadores inspetoriais, de modo particular a CIF e os Diretorses. Esteja disponível à colaboração interinspetorial, com a Família salesiana e em nível eclesial.
559. A Comissão inspetorial para a formação colabora com o Inspetor e o seu Conselho na animação do processo de formação permanente das comunidades e dos irmãos47, e no programa de formação junto com os leigos. A Comissão ofereça um roteiro de iniciativas de acompanhamento formativo em conformidade com o projeto inspetorial de formação, atenta às diversas situações dos irmãos, conforme as idades, a vocação específica, seus diversos papéis.
560. A partilha do espírito e da missão salesiana com os leigos exige uma válida formação conjunta48 que encontra seu caminho privilegiado no correto funcionamento da CEP49.
561. As Regiões, os Grupos lingüísticos ouas Conferências inspetoriais colaborem nas iniciativas e nos programas de formação permanente e, conforme a possibilidade e a conveniência, constituam uma equipe ou um centro de formação permanente.
De modo especial, organizem-se em nível interinspetorial iniciativas periódicas para a qualificação específica dos Diretores ou de outros grupos de irmãos. Tais iniciativas estão sob a responsabilidade dos Inspetores da Região ou da Conferência interessada, do Conselheiro regional e do Conselheiro para a formação50.
562. Cabe ao Conselho Geral aprovar a criação de centros interinspetoriais e regionais de formação permanente. Os responsáveis pelos centros estejam em contato o Conselheiro Geral para a formação e os Conselheiros regionais.
563. Aproveitem-se as iniciativas organizadas em comunhão e colaboração com outros grupos da Família salesiana, como também as oportunidades oferecidas em nível eclesial ou intercongregacional. “Acolham-se de bom grado as contribuições formativas da Igreja e da sociedade”51.
564. “As Conferências ou Grupos lingüísticos devem providenciar uma suficiente e atualizada bibliografia salesiana na própria língua. É desejável, além disso, a formação, em nível regional, de grupos de estudos salesianos, com possibilidade de serviços e publicações”52.
565. O Conselho Geral organizará iniciativas visando à qualificação específica dos Inspetores para seu papel de animação e governo. Encontram oportunidade de formação também em outras iniciativas, por exemplo, em nível de Conferência inspetorial e de Região bem como nas visitas de conjunto.
“A fidelidade ao compromisso assumido com a profissão religiosa é resposta sempre renovada à Aliança especial que o Senhor fez conosco. A nossa perseverança se apóia totalmente na fidelidade de Deus, que nos amou por primeiro, e é alimentada pela graça da sua consagração. É ainda sustentada pelo amor aos jovens aos quais somos enviados, e se manifesta na gratidão para com o Senhor pelos dons que a vida salesiana nos oferece.”
(Constituições art. 195)
48 Cfr CG21 322
49 Cfr CG24 138
50 Cfr CG24 53 144
51 Cfr CG24 145
52 Cfr CGG21 323, R 101
53 R 101
54 CG21 342
8 ANEXOS* |
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Anexo n. 1
O Diretório inspetorial - seção formação
Anexo n. 2
O Projeto inspetorial de formação
Anexo n. 3
Linhas orientativas para a organização dos estudos
Anexo n. 4
Documentos eclesiais e salesianos sobre a formação
* Os Anexos apresentam
- o conteúdo do Diretório inspetorial – seção formação pedidos pela Ratio;
- as principais indicações referentes ao Projeto inspetorial de formação;
- as linhas orientadoras para a organização dos estudos;
- alguns documentos eclesiais e salesianos significativos para a formação.
9 ANEXO n. 1 |
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O Diretório inspetorial - seção formação581
1.Natureza do Diretório
1.1No art. 87 dos Regulamentos gerais está estabelecido:
566. “A formação terá como guia prático, em nível mundial, uma Ratio fundamentalis Institutionis et Studiorum e em nível inspetorial um Diretório aprovado pelo Reitor-Mor com o consentimento do seu Conselho.
A Ratio expõe e desenvolve de maneira orgânica e didática o conjunto dos princípios e normas de formação que se encontram nas Constituições, nos Regulamentos gerais e em outros documentos da Igreja e da Congregação.
O Diretório inspetorial aplica às realidades locais os princípios e as normas da formação salesiana” (R87).
1.2“É tarefa da comunidade inspetorial, pelos diversos orgãos de governo e de animação, estabelecer o modo de levar a cabo a formação segundo as exigências do próprio contexto cultural, em conformidade com as diretrizes da Igreja e da Congregação” (C101).
Compete ao Capítulo inspetorial “elaborar e rever o diretório inspetorial no âmbito das competências atribuídas a esse nível” (C171).
1.3Formam parte do Diretório as deliberações capitulares que dizem respeito à formação de caráter normativo estável, e são, por isso, incluídas no que se pode definir códice legislativo particular da Inspetoria. Deve-se ter presente a diferença que há entre o que é matéria de lei, bem precisa e aprovada, e as indicações de caminho ou de processos que a Inspetoria quer seguir, mas que por sua natureza não têm o valor de uma norma jurídica estável.
1.4O diretório inspetorial não se identifica com o Projeto inspetorial de formação. O diretório, com efeito, pela sua própria natureza jurídica, pelo processo de elaboração e de aprovação a que é submetido e o grau de estabilidade das suas determinações, não pode oferecer o tipo de operatividade próprio de outros níveis de planificação (Cf ISM 366).
O Diretório constitui um ponto normativo de referência para a elaboração do Projeto inspetorial de formação (FMDB 24).
2. Conteúdo do Diretório
567. De acordo com as indicações da Ratio e atendendo a quanto exige a realidade inspetorial, o Diretório tem na “seção formação” as seguintes finalidades:
2.1No que diz respeito ao processo formativo.
I. Dar as indicações que se julgam pertinentes para o Projeto inspetorial de formação. Estabelecer os critérios e as opções operacionais fundamentais que devem guiar e caracterizar a orientação da formação (FSDB 24).
II. Estabelecer com que serviço, “com capacidade de atenção às diversas situações, de reflexão, projetação e avaliação”, a Inspetoria garantirá “uma ação orgânica, programada e coordenada no campo formativo”: o Inspetor com o seu Conselho, a Comissão inspetorial para a formação ou outro serviço (FSDB 22).
III. Indicar os critérios para a composição da Comissão inspetorial para a formação, as principais tarefas do Delegado inspetorial e da Comissão, as modalidades de ligação com o Inspetor e o seu Conselho e com os outros delegados e animadores inspetoriais (FSDB 247).
IV. Determinar as instâncias para garantir a unidade e a continuidade do processo de formação inicial (FSDB 280, 281, 314, 315, 317).
V. Indicar os critérios para garantir a continuidade da informação sobre a situação dos irmãos em formação inicial, especialmente nos momentos de passagem de uma fase a outra ou de uma comunidade a outra, para as avaliações trimestrais, para a conservação da documentação, para a participação da comunidade na expressão de um parecer para as admissões (FSDB 296, 298).
VI. Indicar as formas de colaboração e co-responsabilidade em nível interinspetorial no campo da formação inicial e permanente, sobretudo naquilo que se refere às comunidades e aos centros de estudos interinspetoriais (FSDB 146, 171, 173, 230, 246, 248, 286, 300, 418, 458, 509, 514, 548, 558).
VII. Oferecer orientações para o relacionamento com a família, especialmente durante a formação inicial (FSDB).
568. VIII. Indicar os critérios para a elaboração do itinerário de atividades educativo-pastorais durante a formação inicial (FSDB 202-204).
IX. Estabelecer as orientações fundamentais para os estudos durante a formação inicial e para a escolha dos centros de estudos e sua orientação, tendo presentes as normas da Congregação, as exigências da missão e do contexto inspetorial (FSDB 157. 179-180).
X. Assinalar as condições para assegurar a qualidade do centro salesiano de estudos, a consistência a a continuidade das equipes (FSDB 170).
Estudo da salesianidade
XI. Estabelecer as indicações gerais para o estudo da “salesianidade” durante a formação inicial, solicitadas pela Ratio.
Determinar quanto se refere aos meios necessários para o conhecimento, o estudo e o ensinamento da “salesianidade” e a uma “biblioteca de salesianidade” suficientemente completa e atualizazdas (FSDB 51).
Qualificação e especialização
XII. Enunciar as opções e as linhas operacionais para a qualificação e especialização dos irmãos e para a elaboração do Plano inspetorial de qualificação (FSDB 158, 285).
Estabelecer os critérios para a realização de outros estudos durante a formação inicial além dos do currículo comum, por exemplo, currículos universitários, e as condições formativas que se devem garantir (FSDB 181-184).
Formação permanente
XIII. Traçar os critérios para o Plano inspetorial de formação permanente a ser incluído no Projeto inspetorial de formação, indicando opções, linhas operacionais nos diversos âmbitos, para os diversos destinatários, para circunstâncias particulares (p. ex., diretores, “quinqüênio”, sdb e leigos, Família salesiana, etc.). (FSDB 556).
Pelo que diz respeito às fases formativas em particular.
Pré-noviciado
569. XIV. Determinar as modalidades da preparação imediata ao noviciado e estabelecer os critérios e as linhas fundamentais da formação intelectual nesta fase (FSDB 348-350, 353).
XV. Determinar quanto se refere ao controle médico e psicológico pedido pela Ratio antes ou durante o pré-noviciado (PSDB 352).
XVI. Precisar as modalidades de admissão ao pré-noviciado (FSDB 351).
Noviciado
XVII. Estabelecer as opções inspetoriais para o noviciado: lugar, comunidade, equipe dos formadores, estudos, experiências pastorais, modalidades de celebração da primeira profissão (FSDB 358, 365, 367, 374, 375, 378, 382, 383, 391).
Pós-noviciado
XVIII. Apresentar diretrizes para o imediato pós-noviciado: lugar, comunidade, duração, e experiências pastorais (FSDB 412;422).
XIX. Especificar a orientação dos estudos de pós-noviciado, indicando especialmente como garantir a peculiar caracterização filosófico-pedagógica salesiana, especialmente quando se freqüenta um centro não salesiano (FSDB 423-427).
XX. Cuidar que haja para os salesianos coadjutores um currículo formativo sério, mas flexível e adaptável seja à natureza própria dos diversos encargos seja às possibilidades concretas dos candidatos, que tenha presente a multiplicidade de possibilidades para viver na Congregação a laicidade consagrada (FSDB 322, 424-425).
Tirocínio
570. XXI. Dar indicações para garantir as condições formativas do tirocínio em nível local e inspetorial: tipo de comunidade, acompanhamento, iniciativas inspetoriais, subsídios, avaliações (FSDB capítulo 9).
Formação específica
XXII. Estabelecer a maneira de realizar a formação específica do salesiano coadjutor e de assegurar sua preparação profissional (FSDB 480).
XXIII. Indicar as opções inspetoriais para a formação específica do salesiano presbítero: eventual declaração de intenção para o início da formação teológica, comunidade, centro de estudos, estudos de salesianidade, experiências apostólicas (FSDB capítulo 10).
Profissão perpétua
XXIV. Apresentar os critérios, as opções e as condições para a elaboração do programa de preparação para a profissão perpétua (FSDB 513). Especificar a forma de manifestação por parte do candidato da intenção de iniciar a preparação para a profissão perpétua (FSDB 515).
Avaliação do Diretório inspetorial seção formação
571. Indicar as formas e a periodicidade da avaliação da aplicação do Diretório. “Cada Inspetoria verifique regularmente – normalmente através da Comissão inspetorial para a formação ou, quando o julgar oportuno, segundo a função que lhe compete, através do Capítulo inspetorial – a aplicação concreta do Diretório inspetorial – seção formação. O Inspetor informará a respeito o Conselheiro para a formação” (FSDB 23).
9.1 Anexo n. 2 |
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10 O Projeto inspetorial da formação582 |
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1.Planejamento da formação
572. O planejamento da formação numa Inspetoria pode concretizar-se de maneiras diversas e em diversos níveis: no Diretório inspetorial. Que oferece um quadro de referência e estabelece as principais opções da Inspetoria, no Projeto inspetorial de formação, na Programação anual, nas Programações setoriais, nos roteiros, e analogamente em nível local.
O planejamento da formação atinge também o nível interinspetorial para as Inspetorias que compartem fases, momentos ou iniciativas de formação ou que acham útil ter pontos comuns de referência.
Para todas essas expressões de planejamento, a Ratio constitui uma base comum e um quadro fundamental de referência.
2. O Diretório e o Projeto
573. São diferentes a natureza e o escopo do Diretório e do Projeto inspetorial de formação.
O Diretório “seção formação” é a primeira expressão da incumbência que as Constituições confiam à comunidade inspetorial, encarregando-a de estabelecer o modo de realizar a formação (cfr. C 101). Não é tarefa do Diretório apresentar uma orientação completa da formação. Por outro lado, por sua própria natureza jurídica, pelo processo de elaboração e de aprovação a que está sujeito e o nível e o grau de estabilidade das suas determinações, não pode oferecer o tipo de operatividade própria de outros níveis de planejamento (cfr ISM 366).
O Projeto inspetorial de formação apresenta, ao invés, uma visão orgânica da formação, oferece conteúdos mais específicos e completos, com um caráter mais operativo e mais facilmente adaptável. O Projeto não se limita a apontar as grandes metas e as linhas gerais, mas precisa de forma concreta a maneira de realizar a formação, considerando o que é importante, o que é urgente e o que é possível. Ordinariamente não é elaborado pelo Capítulo inspetorial; é provado pelo Inspetor com o seu Conselho. O Diretório constitui um ponto normativo fundamental de referência para a elaboração do Projeto (cfr FSDB 24).
3. O Projeto inspetorial de formação
3.1 Natureza e escopo
A formação deve situar-se nos diversos níveis de acordo com o projeto e ser vivida com mentalidade de projeto (FSDB 211). É uma das linhas estratégicas de metodologia formativa apresentadas pela Ratio (cfr FSDB cap. IV).
Cada Inspetoria deve ter um Projeto inspetorial de formação como plano geral de atuação (FSDB 18.24). O Projeto exprime de forma concreta a mens e a práxis formativa da Inspetoria em função de um processo gradual, contínuo, orgânico e unitário(FSDB 235).
Mais que um documento que se deve elaborar ou um texto para ser executado, o Projeto é a expressão e o instrumento operativo de uma comunidade que quer atuar na formação de maneira reflexa e convergente, promovendo a comunicação e a coordenação, realizando uma ação sistemática e contínua, capaz de confrontar-se com a realidade e renovar-se (FSDB 211). O Projeto é mediação concreta do modelo formativo e é critério e guia para executá-lo.
O Projeto é indispensável, especialmente para garantir a unidade e a continuidade da experiência formativa inicial, que se desenvolve em períodos sucessivos, em diversas comunidades e por vezes em diversas Inspetorias, e para favorecer a ligação entre as fases e a convergência das intervenções (cfr FSDB 210, 314, 317).
O Projeto deve ter a estabilidade e a flexibilidade que a formação requer. Não reflete um agir em permanente experimentação, mas tende a consolidar uma práxis inspetorial aberta à avaliação periódica e capaz de ajustar-se às situações. Neste sentido, o processo de elaboração do Projeto inspetorial de formação é um processo aberto.
A estreita relação do Projeto formativo com a realidade inspetorial exige que ele esteja em consonância com as demais expressões do planejamento inspetorial. Ao mesmo tempo, a diversidade de situações inspetoriais faz com que os Projetos inspetoriais tenham caraterísticas diversas.
3.2 Elaboração, estrutura e conteúdos
575. O Projeto inspetorial de formação é o resultado de uma ampla participação: comporta o envolvimento dos irmãos, a participação das diversas instâncias de animação (ex., Delegado e Comissão inspetorial de formação, diretores, formadores) e em particular a intervenção do Inspetor e do Conselho.
O processo de elaboração, realização e avaliação do Projeto constitui uma oportunidade de formação para todos os agentes da formação.
A elaboração do Projeto inspetorial de formação requer atenção permanente ao seu quadro de referência (FSDB 23):
. a identidade vocacional, o perfil de salesiano, ao qual tende a formação e as condições para torná-lo real, como são apresentados pelos documentos eclesiais e salesianos e particularmente pela Ratio e pelo Diretório.
. a situação da formação na Inspetoria.
576. O Projeto, além de evidenciar o quadro de referência, compreende:
. os elementos relevantes da situação da formação na Inspetoria: os aspectos positivos, as linhas de força e os recursos, os aspectos inadequados e as urgências;
. a projeção operativa que apresenta:
a) a orientação da formação na Inspetoria:
estabelecendo, para a formação em geral e para alguns âmbitos, fases ou destinatários em particular, as opções a serem feitas, as prioridades e os objetivos que se devem colimar. As linhas operativas, as estratégias, as intervenções que se devem fazer. As condições que se devem garantir (agentes, responsabilidades e papeis: coordenação e colaboração. Ambientes, instrumentos, etc.).
b) alguns aspectos em particular
- os aspectos específicos para a programação de cada fase formativa (FSDB 212);
- o currículo formativo do salesiano coadjutor (FSDB 424, 480);
- o currículo de estudos (FSDB 157);
- o programa gradual e sistemático dos estudos salesianos (FSDB 51.160);
- o roteiro de atividades educativo-pastorais para a formação inicial (FSDB 202-204);
- a preparação para a profissão perpétua (FSDB 513);
- o plano de formação permanente (FSDB 547, 556);
- o plano inspeorial de qualificação e especialização dos irmãos (FSDB 158), com particular atenção à qualificação dos formadores (FSDB 294;285);
- as linhas de formação para salesianos e leigos juntos na formação inicial e permanente (FSDB 325, 560).
. as modalidades e os tempos de avaliação nos diversos níveis e da revisão do projeto conforme as situações (FSDB 18. 24).
4. Projeto da comunidade formadora local
A comunidade formadora “caracteriza-se por um projeto que faz convergir tudo para uma única finalidade: a formação do salesiano. Num clima de co-responsabilidade, todos se empenham em viver juntos valores, objetivos, experiências e métodos formativos, programando valores, objetivos, experiências e métodos formativos, programando, verificando e adequando periodicamente a própria vida, o próprio trabalho e as experiências apostólicas às exigências da vocação” (FSDB 222).
A finalidade, os conteúdos e o processo de elaboração do Projeto da comunidade de formação são análogos aos apresentados para o Projeto inspetorial.
Assumindo como base as indicações da Ratio e a orientação dada pelo Diretório e pelo Projeto inspetorial em relação à natureza e ao escopo da fase, às diversas dimensões da experiência formativa, às condições que se devem garantir, aos conteúdos, as estratégias, às formas de participação e de coordenação, às avaliações, etc., a comunidade formativa local elabora o próprio projeto:
- apresenta o objetivo formativo e as características da experiência formativa da fase (perfil formativo, quadro de referência);
- confronta-o com a sua situação concreta mediante a avaliação da comunidade e a atenção aos estímulos do contexto salesiano, eclesial e social);
- traça as linhas operativas nos diversos âmbitos e nas diversas dimensões da formação e estabelece as condições que levam a atingir o escopo formativo (objetivos prioritários, metas, estratégias, intervenções, roteiros, responsabilidades, avaliações, etc.).
5. Projeto, comunidade e equipe de formação
578. A realização do Projeto requer como condição necessária o empenho da comunidade inspetorial e local e a existência e o funcionamento de equipes adequadas. Um Projeto não assumido por uma comunidade e por uma equipe (grupo, núcleo animador), pelos diretores e pelos formadores torna-se ineficaz.
Em nível inspetorial, essa tarefa é assumida em via ordinária pelo Delegado inspetorial e pela Comissão inspetorial para a formação, de acordo e sob a responsabilidade do Inspetor e do seu Conselho, ao qual é confiada a primeira responsabilidade da formação (FSDB 22). Em nível local pelo Diretor e por uma equipe de formadores consistente e suficientemente estável (cfr FSDB 222, 233, 235, 284) nas diversas fases.
ANEXO N. 3
LINHAS ORIENTADORAS PARA A ORGANIZAÇÃO DOS ESTUDOS
NOTAS INTRODUTÓRIAS
579.1.1 “A dimensão intelectual da formação do salesiano compreende a formação de base, isto é, os estudos que fazem parte das diversas fases da formação inicial, a especialização ou profissionalização e a formação permanente” (FSDB 130. As linhas orientadoras aqui apresentadas referem-se aos estudos de base previstos para todos os salesianos, não tratam de outros estudos que são objetos do Plano inspetorial de qualificação dos irmãos. A apresentação é feita sob forma de indicações, que podem corresponder a conteúdos ou a pontos de atenção ou a destaques.
È encargo dos responsáveis passar das indicações ao programa, cuidando da articulação dos conteúdos e sua extensão e assegurando-lhes a qualidade e a gradualidade, evitando repetições ou antecipações desnecessárias. Os conteúdos que se apresentam devem ser assumidos com a seriedade que exige o escopo formativo e com a flexibilidade que a situação requer.
As normas têm presentes as exigências específicas das formas vocacionais do salesiano coadjutor e do salesiano presbítero e ao mesmo tempo exigem a adequação a elas.
Para os candidatos ao presbiterato ou ao diaconado permanente sigam-se as indicações e as normas da Igreja.
Os estudos do salesiano devem ser vistos na perspectiva da formação intelectual como é apresentada pela Ratio, seja na descrição geral da dimensão intelectual da formação (capítulo terceiro), seja na apresentação da dimensão intelectual em cada uma das fases. Trata-se de uma ótica formativa, atenta à caracterização salesiana e ao horizonte da formação permanente.
1.3 A apresentação das normas dentro de cada fase subdivide-se em áreas: das disciplinas salesianas, das ciências do homem e da educação, do mistério cristão ou das ciências teológicas, cuja acentuação varia segundo as fases. Em alguns casos preferiu-se a expressão “área do mistério cristão” em vez de falar de “disciplinas teológicas”, porque não se trata de um ensinamento teológico propriamente dito, que tem uma metodologia específica e pressupõe a assimilação orgânica das disciplinas filosóficas e pedagógicas.
580. 1.4 A persspectiva pastoral, a ótica da inculturação e da comunicação e outros aspectos, devem constituir dimensões permanentes da formação intelectual, além de traduzirem-se em conteúdos ou cursos específicos.
1.5 As situações e os contextos em que se desenvolve a formação intelectual salesiana no mundo são muito diversos. Tal diversidade incide também na organização dos estudos e exige seriedade, competência e flexibilidade ao traduzir num programa gradual, orgânico e completo as normas.
Além da variedade de condições de base dos candidatos, da diversidade de exigências culturais que os contextos e as nações apresentam, ao fato que os estudos podem desenvolver-0se em centros salesianos ou em centros não dependentes de nós, há outrossim diversidade de estruturação em algumas fases. Por exemplo:
para o pré-noviciado: em alguns casos trata-se de estudos individuais pré-universitários ou universitários e de um programa específico interno; em outros, de dedicação exclusiva a um programa específico interno, em outros ainda do início do currículo filosófico-pedagógico;
para o pós-noviciado: há uma duração diferente de anos, diferente integração curricular de filosofia e ciências da educação; em não poucos casos se trata de estudos oficialmente reconhecidos que se encerram com a consecução de um título;
para a teologia: há programas de quatro anos ou de cinco anos; com distribuição anual ou cíclica dos cursos: com diferente integração do âmbito pastoral, com estudos oficialmente reconhecidos ou sem reconhecimento oficial.
A ORGANIZAÇÃO
2.1 O PRÉ-NOVICIADO
581. A organização dos estudos do Pré-noviciado deve ter presente a diversidade de situações dos pré-noviços quanto à preparação cultural, cristã e salesiana, como também as múltiplas orientações dos estudos nesta fase.
A Ratio precisa algumas tarefas da formação intelectual: “assegure-se o conseguimento do nível de estudos civis exigidos, a consolidação da base cultural e a avaliação da capacidade para os estudos posteriores, o conhecimento da língua, uma séria introdução à doutrina cristã, um conhecimento geral de Dom Bosco, da vocação salesiana e da Congregação” (FSDB 353).
2.1.1 Orientações par as disciplinas salesianas
582. Exige-se uma apresentação, proporcionada ao momento formativo, da figura de Dom Bosco e da Congregação salesiana. Para um primeiro contato pode ser suficiente a leitura de algumas obras escolhidas e bem fundamentadas ou de extratos delas, acompanhada da referência à experiência salesiana atual.
De modo especial: uma biografia de Dom Bosco, as Memórias do Oratório. A referência a alguns testemunhos da vocação salesiana; um olhar à presença da Congregação no mundo e à sua missão. Uma primeira informação sobre a Família Salesiana.
2.1.1 A área do mistério cristão
583. Introdução e reflexão sobre alguns aspectos da vocação cristã, inspirando-se na disposição fundamental do Catecismo:
introdução à leitura e à escuta da Palavra de Deus, nos textos litúrgicos, apresentação de alguns momentos significativos da história da salvação;
elementos fundamentais da iniciação cristã: da oração, da vida litúrgica e sacramental (Eucaristia e Reconciliação) do agir moral cristão;
missão e testemunho da Igreja e variedade de vocações nela.
2.1.3 Alguns aspectos culturais
584. Tendo presente a diferente preparação e situação dos pré-noviços, podem-se sublinhar:
A. um complemento no campo da cultura de base (língua, redação, cultura geral);
B. introdução ao método de estudo e de reflexão.
C. uma apresentação básica dos valores humanos, dos valores relacionais e do processo da comunicação;
os aspectos fundamentais do conhecimento de si, da própria afetividade e das suas expressões, a análise da própria experiência.
O NOVICIADO
585. Os Regulamentos gerais indicam o escopo e algumas áreas de conteúdos dos estudos durante o noviciado: “tenham como objetivo principal a iniciação ao mistério de Cristo, para que o noviço, no contato com a Palavra de Deus, desenvolva mais profunda vida de fé e um conhecimento amoroso de Deus. Aprofunde-se também a teologia da vida religiosa e se estudem as Constituições, a vida de Dom Bosco e a nossa tradição” (R 91).
2.2.1 Orientações para as disciplinas salesianas
586. Para um conhecimento do projeto vocacional salesiano no Fundador, nas Constituições e na realidade da Congregação, apresentam-se alguns conteúdos centrais fundados em bases sérias e atualizadas:
Dom Bosco: sua vida, seu ambiente, sua experiência vocacional e espiritual, o relacionamento com outros santos. Alguns testemunhos da santidade salesiana.
O projeto de vida apresentado nas Constituições e nos Regulamentos gerais, viga mestra do estudo do noviciado e da reflexão sobre os elementos integrantes e específicos da vocação e da Congregação.
Pontos importantes da história da Congregação, seu desenvolvimento no mundo. Os Reitores-Mores.
Uma visão de conjunto da Família salesiana e do Movimento salesiano, comunhão de vocações diversas.
2.2.2 A área do mistério cristão
587. Para uma “sequela Christi” mais consciente e profunda na vida consagrada salesiana:
Introdução geral à Escritura, à leitura e compreensão dos textos bíblicos da liturgia, em vista da oração pessoal e comunitária e da catequese.
Apresentação sistemática de alguns conteúdos fundamentais da fé e da vida espiritual; iniciação à oração nas diversas expressões; uma introdução aos tempos litúrgicos e à Liturgia das horas.
Principais linhas da teologia da vida consagrada, com particular referência à espiritualidade apostólica; apresentação sintética da evolução histórica da vida consagrada e das diversas formas vocacionais.
Algumas temáticas de moral fundamental (aliança, consciência, leis, virtude e pecado) e alguns aspectos da moral social.
2.2.3 As ciências do homem e da educação.
588. Algumas informações essenciais sobre:
A comunicação interpessoal, capacidade de interação, diálogo.
Alguns aspetos psicológicos, sociológicos e pedagógicos da vida consagrada.
A situação sócio-religiosa-cultural da própria nação, com particular referência à realidade eclesial e à condição juvenil.
A comunicação social na vida salesiana, em Dom Bosco e na Congregação. Música, canto e dramatização no estilo salesiano: elementos teóricos e práticos.
O estudo da língua itaiana e de outras ínguas de maior utilidade e difusão.
O PÓS-NOVICIADO
589. O núcleo de disciplinas humanístico-filosóficas, vinculadas com as ciências da educação, é do ponto de vista intelectual o elemento essencial e original desta fase, que orienta o irmão a integrar progressivamente fé, cultura e vida.
A colocação peculiar e o delicado processo de síntese cultural religiosa deste período requerem uma organização específica dos estudos. Para os irmãos que se orientam ao Presbiterato devem-se ter presentes as indicações da Igreja em relação ao estudo da filosofia e das ciências do homem.
Orientações sobre as disciplinas salesians
590. Devem-se ter presentes os seguintes conteúdos:
Dom Bosco educador no contexto cultural do séc. XIX. A práxis educativa dos primeiros Salesianos. Estudo crítico de alguns textos pedagógicos originais, interpretação e atualização.
O método educativo salesiano (Sistema preventivo). O Projeto Educativo Pastoral. Orientações da Congregação.
A presença salesiana no próprio contexto e as suas diversas expressões.
Características dos grupos da Família Salesiana presentes na própria Inspetoria.
Ciências filosóficas, ciências do homem e da educação
591. Nesta área dever-se-á ter presente a qualificação exigida para cada salesiano e a adequação às exigências das duas formas vocacionais. Não poucos aspectos das ciências humanas, incluídas as filosóficas, são necessários para a comum formação de base, ainda que possam ser colocados de modo diferente.
As ciências filosóficas, as ciências do homem e da educação exigem particular atenção às exigências da inculturação.
592. A. As disciplinas filosóficas
Propedêutica filosófica: a filosofia na vida do espírito humano (origem, natureza, relação com as outras disciplinas científicas, autonomia; problemáticas; indispensabilidade e inadequação);
Antropologia filosófica: a pessoa humana (as dimensões antropológicas fundamentais e as estruturas do universo pessoal. O personalismo cristão; humanismos em confronto. Filosofia da história e da cultura).
Gnoseologia: o problema da verdade (possibilidades, estrutura, caracteres e validez do conhecimento; o sentido da criticidade; racionalismo e empirismo; ideologia, desmistificação, hermenêutica, filosofia da linguagem).
Metafísica: o problema do ser e dos valores (possibilidades e validez da metafísica. Oi ser como fundamento do real; metafísica e antimetafísica perante a “experiência integral”; ação e contemplação, axiologia e historicismo).
Teologia filosófica: o problema de Deus (possibilidade e legitimidade do conhecimento natural do Absoluto; temas filosóficos da existência e da natureza de Deus; relação entre razão e fé e entre filosofia e teologia; os ateísmos contemporâneos; fenomenologia, filosofia e história da religião).
Filosofia da natureza: o problema do cosmo e da ciência (inteligibilidade da realidade material; cosmologia científica e cosmologia filosófica; saber científico e saber filosófico. O problema da epistemologia).
Ética: princípios e dinâmica da conduta hunana; a conduta humana em relação a Deus; consciência e liberdade; economia e direito; problemas de bioética.
Filosofia social: princípios fundamentais; modos de “leitura” de uma ordem social; sínteses sócio-políticas em confronto com a de inspiração cristã; relações internacionais e comunidade mundial; a Doutrina Social da Igreja.
Filosofia da educação: os fundamentos últimos do fato educativo.
Estética: a arte e as outras atividades humanas; gosto e juízo estético; arte e moral.
B. A filosofia na memória histórica
O pensamento ocidental: a filosofia greco-helenística, patrística, medieval; os momentos nodais da filosofia moderna.
O pensamento oriental.
Os maiores sistemas filosóficos contemporâneos.
Características históricas e teoréticas da cultura local. Os autores e os textos mais significativos do pensamento do próprio país.
593. C. Disciplinas pedagógicas
Introdução à pedagogia: natureza e fins da educação. As grandes linhas, orientações e perspectivas da educação contemporânea. Diversos modelos pedagógicos.
História da educação e da pedagogia.
Metodologia pedagógica geral e pedagogia cristã.
Tecnologias educativas: mídia, novas mídias, telemáticas; sentido, responsabilidade e uso.
Disciplinas psicológicas
Psicologia geral e dinâmica; os processos psíquicos fundamentais, psicologia do desenvolvimento humano; a organização da personalidade: diversas teorias. Elementos de psicopatologia.
Psicologia da educação e da instrução.
Psicologia da religião, com particular atenção ao mundo juvenil.
Psicologia social; comunicação, interação, dinâmica de grupo e de comunidade. Comunicação e linguagens.
Disciplinas sociológicas
Sociologia geral: aspectos sociológicos da família, da condição juvenil, da escola, do mundo do trabalho e da formação profissional.
Sociologia da religião, com particular referência à condição juvenil.
Doutrina social da Igreja (cf também Filosofia social).
Antropologia cultural, com atenção à cultura local, sua história, suas características.
594. F. Ciências da Comunicação Social
Teoria da comunicação e problemas psico-sociológicos da comunicação social.
As várias formas de comunicação, em particular, as novas técnicas (imprensa, rádio, TV, internet...).
A comunicação social “caminho de educação integral”: leitura e escuta crítica; aplicação em diversos âmbitos: catequese, liturgia, ação pastoral em geral, didática e animação cultural.
Comunicação social e missão salesiana.
A informação salesiana, a informação na vida dos irmãos.
Formação artística
Educação para a música e o canto
Teatro e outras formas de expressão artística úteis à missão juvenil salesiana.
Elementos teóricos e práticos de música sacra em função litúrgica, catequético-pastoral e educativa.
Metodológicas
Metodologia do estudo e da pesquisa, leitura de textos, crítica histórica.
Elementos de didática geral.
Elementos de pedagogia e didática do ensino da religião na escola e técnicas de animação sócio-cultural para o ensino, a catequese, a educação e evangelização; outras iniciativas não formais.
Elementos de economia e administração.
Estudo do italiano e de outras línguas necessárias ou úteis para a missão, estudo do latim para os candidatos ao presbiterato.
A área do mistério cristão
595. – Continue-se a apresentação orgânica e fundamental do mistério cristão já iniciada nas fases anteriores. A apresentação sublinhe a conexão com a vocação consagrada e a missão educativa pastoral.
A apresentação inclua:
Particulares temáticas bíblicas para uma mais plena compreensão do anúncio e em vista da vida espiritual e da catequese;
Elementos de liturgia sacramental em função pedagógico-catequética.
Uma reflexão sobre a Igreja no mundo e sobre a evangelização (relação cultura, educação, fé) e apresentação das orientações pastorais, especialmente as que dizem respeito à pastoral juvenil e da educação.
A FORMAÇÃO ESPECÍFICA DO SALESIANO COADJUTOR
596. A Ratio põe em evidência as diversas modalidades que assume de fato a formação específica do salesiano coadjutor, distingue a formação específica da qualificação profissional e indica as áreas da formação intelectual durante a formação específica.
Tendo presente a variedade de situações pessoais e de comunidade, de propostas e de duração, e sobretudo o escopo formativa desta fase, a organização dos estudos destaca os seguintes conteúdos.
Orientações para disciplinas salesianas
597. Alguns conteúdos em mais direta conexão com a formação específica do Salesiano Coadjutor e a sua ação educativa pastoral:
Dom Bosco Fundador no contexto social e eclesial do seu tempo; a dimensão laical da missão. Confronto com a situação atual.
A espiritualidade salesiana e a espiritualidade juvenil salesiana: destaques particulares, referência a S. Francisco de Sales, pedagogia de vida espiritual, a figura do salesiano coadjutor e do salesiano presbítero, outras expressões espirituais no âmbito da Família Salesiana.
A pastoral salesiana: orientações da Congregação (dos últimos Capítulos Gerais e do Reitor-Mor), a Pastoral Juvenil Salesiana. Envolvimento dos leigos na Família Salesiana e na Comuniocade Educativa Pastoral, presença e papel específico de animação dos Salesianos.
A missão salesiana no mundo: desafios nos diversos contextos, prioridade e significatividade. A presença salesiana na própria região ou inspetoria; o Projeto inspetorial.
2.4.2. A área do mistério cristão
598. A experiência da vida consagrada e o confronto com a missão exige uma visão orgânica e atualizada da fé e da missão da Igreja no mundo de hoje, com atenção a alguns núcleos de conteúdo:
Introdução à Sagrada Escritura (AT e NT) e aprofundamento dos temas centrais da história da salvação em função espiritual e pastoral.
Reflexão sobre a situação eclesial e sobre aspectos atuais do ensino da Igreja perante os desafios da nova evangelização.
Aprofundamento teológico da vida religiosa.
Moral pessoal e social; Doutrina social da Igreja;
Pastoral do mundo do trabalho; elementos de metodologia pastoral e catequética em relação aos destinatários da missão.
Outros âmbitos
599. O serviço ao mundo e aos jovens no termos da cultura hodierna comporta uma atenção a outras áreas de conteúdo:
Formação sócio-política: elementos de sociologia; mundo do trabalho (política, mercado, sindicato...); promoção social; elementos de economia e administração.
A comunicação social em âmbito educativo e pastoral. Técnicas e tecnologias da comunicação social: utilização educativa e pastoral das várias linguagens. Técnicas de animação. A expressão musical.
A gestão dos principais instrumentos de informática.
A FORMAÇÃO ESPECÍFICA DO SALESIANO PRESBÍTERO
600. “A formação específica do candidato ao ministério presbiteral segue as orientações e normas estabelecidas pela Igreja e pela Congregação e tem por fim preparar o sacerdote pastor-educador na perspectiva salesiana” (C 116). Os estudos também são programados nessa perspectiva. “Os estudos teológicos devem durar quatro anos. Nas faculdades e nos centros agregados em que ao triênio institucional se segue um biênio de licença em ciências eclesiásticas, o quarto ano de teologia é substituído para esse biênio” (FSDB 484).
Nos casos em que o currículo institucional de teologia está concentrado em três anos, seguidos de um quarto ano ou do biênio de licença, é importante garantir a devida atenção e o tempo necessário para os estudos de “salesianidade” e de pastoral.
Orientações para as disciplinas salesianas
601. A fase da formação específica favorece uma fundação teológica aprofundada do carisma; uma mentalidade pastoral; uma leitura “salesiana” dos conteúdos teológicos.
Em conexão direta com a figura e a missão educativa pastoral do salesiano presbítero e com os estudos do quadriênio teológico, devem aprofundar-se os seguintes conteúdos:
Dom Bosco sacerdote: perfil espiritual e pastoral. Linhas da sua espiritualidade e do seu serviço sacerdotal, a sua colocação pastoral; Dom Bosco sacerdote fundador no contexto eclesial e social do seu tempo. Fontes e referências da espiritualidade de Dom Bosco, especialmente S. Francisco de Sales.
A espiritualidade salesiana e a espiritualidade juvenil. Espiritualidade do salesiano presbítero: o salesiano presbítero na missão salesiana e nos diversos tipos de obras, complementaridade com o salesiano coadjutor. Diversas figuras de salesianos sacerdotes.
A reflexão, as opções e as orientações da Congregação, especialmente dos últimos Capítulos Gerais e na atualidade: Pastoral Juvenil Salesiana, Família Salesiana, partilha com os leigos. Atenção à dimensão pastoral, catequética, sacramental, ao acompanhamento espiritual (disciplinas correlativas e acentuação particular). O Projeto educativo pastoral da Inspetoria.
O Salesiano Sacerdote na animação espiritual dos grupos da Família Salesiana; conhecimento das diversas vocações e de suas características espirituais.
A missão salesiana no mundo: desafios pastorais nos diversos contextos, prioridade e significatividade.
A área das disciplinas teológicas
602. As disciplinas teológicas estão aqui agrupadas em torno de algumas unidades metodológicas fundamentais. Para melhor orientar e amadurecer a síntese final mostra-se a conveniência de destacar cada ano, quando a estruturação concreta dos estudos o permitir, uma perspectiva temática unificante, por exemplo para o quadriênio: o mistério de Cristo (1º ano), o mistério da Igreja (2º ano), o mistério do homem redimido em Cristo (3º), síntese teológico-pastoral (4º ano).
Sagrada Escritura: introdução geral do AT e do NT: aprofundamento de alguns livros; exegese e compreensão de sua mensagem.
Teologia litúrgica.
noções e princípios fundamentais;
a Eucaristia e o culto eucarístico; a celebração dos outros sacramentos e sacramentais;
pastoral dos sacramentos;
a santificação do tempo: ano litúrgico e liturgia das Horas.
História da Igreja universal (antiga, medieval, moderna e contemporânea) e local. Introdução à patrologia.
Teologia fundamental: introdução à teologia; a revelação e a sua transmissão mediante a Escritura inspirada, a tradição e o magistério vivo da Igreja. A credibilidade da revelação cristã; revelação cristã e outras religiões. Revelação e inculturação da fé.
Teologia sistemática: o mistério de Deus (Deus uno e trino); o mistério de Cristo (Cristologia); o mistério do homem: criação, homem, pecado, graça e virtudes teologais (Antropologia). O mistério da Igreja (Eclesiologia); Mariologia; os Sacramentos da Igreja; a Escatologia cristã.
603. F. Teologia prática e pastoral: teologia prática geral, teologia pastoral fundamental; catequética geral e especial; pastoral juvenil; pastoral vocacional; introdução ao ecumenismo e ao diálogo interreligioso; introdução à missiologia; pastoral da comunicação e do uso da mídia; homilética.
G. Teologia espiritual: teologia da experiência cristã: as fontes da espiritualidade; formas diferenciadas de espiritualidade; principais correntes espirituais cristãs. Espiritualidade apostólica, espiritualidade laical, espiritualidade da vida consagrada. Direção espiritual e pedagogia espiritual.
Teologia moral: teologia moral fundamental, teologia moral especial: religião e fé, Doutrina social da Igreja, moral e economia, moral sexual e familiar; bioética.
Direito canônico:
lineamentos históricos do Código e breve apresentação das Normas Gerais (Livro I) para uma reta compreensão dos conceitos fundamentais e do vocabulário jurídico-canônico;
as Partes I e II do Livro II, “O povo de Deus”: a função de ensinar e o ministério da Palavra, a ação missionária, as escolas católicas, os instrumentos de comunicação social; as linhas mestras dos Livros V, VI e VII;
a seção sobre os Institutos de vida consagrada, com referência concreta e contínua ao nosso direito próprio, constituições e Regulamentos gerais; o sacramento do Matrimônio;
a legislação complementar das Conferências episcopais.
L. Música e arte sacra:
função do canto e da música na liturgia, várias formas musicais na liturgia e sua finalidade, exemplos concretos;
a expressão artística, como parte da índole didática da Liturgia, que é culto a Deus e ao mesmo tempo catequese para o povo: valor teológico e catequético-pastoral dos gestos e atitudes do corpo, dos sinais essenciais da liturgia, dos lugares de culto, do ícone, com o seu significado teológico-espiritual e catequético.
M. Estudo das línguas bíblicas, pelo menos para os que visam a graus acadêmicos, e, segundo conveniência e possibilidade, de outras línguas de maior utilidade e difusão.
11 ANEXO N. 4 |
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Documentos eclesiais e salesianos sobre a formação
604 . Nota: Indicam-se os principais documentos eclesiais e salesianos recentes que podem ser de particular interesse para a formação.
Supõe-se a referência aos documentos do Concílio Vaticano II, ao Código de Direito Canônico, aos documentos dos Sínodos episcopais e às Exortações pós-sinodais, especialmente aos Sínodos sobre “A vida consagrada e sua missão na igreja e no mundo” (1944) e sobre “A formação dos sacerdotes na situação atual” (1909) e aos Sínodos continentais.
No que diz respeito aos documentos salesianos supõe-se a referência à documentação salesiana fundamental oficial e não oficial, aos Capítulos Gerais recentes, às intervenções do Reitor-Mor e dos Conselheiros gerais que interessam direta ou indiretamente a formação. Pelo que se refere aos estudos salesianos, especialmente às fontes, as edições críticas e as publicações recentes, devemos referir-nos ao Instituto Histórico Salesiano e à sua revista Ricerche Storiche Salesiane.
605. DOCUMENTOS ECLESIAIS
João Paulo II
Constituição apostólica Sapientia christiana sobre as Universidades e Faculdades eclesiásticas, 1979
Exortação apostólica Christifideles laici, 1988
Carta apostólica Mulieris Dignitatem, 1988
Carta Iuvenum Patris no centenário da morte de Dom Bosco, 1988
Exortação apostólica Pastores Dabo Vobis, 1992
Exortação apostólica Vita consecrata, 1966
Carta encíclica Fides et ratio, 1998
Congregação para a educação católica (CEC)
Ratio fundamentalis institutionis sacerdotalis, 1985
Carta circular sobre o ensino da filosofia nos seminários, 1972
Orientações educativas para a formação para o celibato sacerdotal, 1974
Carta circular sobre o estudo do Direito canônico, 1975
Documento sobre a formação teológica dos futuros sacerdotes, 1976
Normas aplicativas da constituição Apostólica Sapientia christiana, 1979
Instrução sobre a formação litúrgica nos seminários, 1979
Carta circular sobre a formação espiritual nos seminários, 1980
Orientações educativas sobre o amor humano, 1963
A pastoral da mobilidade humana na formação dos futuros sacerdotes, 1986
Orientações para a formação dos futuros sacerdotes nos instrumentos da comunicação social, 1986
A admissão ao seminário de candidatos provenientes de outros seminários ou famílias religiosas, 1986
Os estudos sobre as igrejas orientais, 1987
Carta circular “Algumas diretrizes sobre a formação nos Seminários maiores”, 1987
A Virgem Maria na formação intelectual e espiritual, 1988
Orientações para o estudo e o ensino da doutrina social da Igreja na formação sacerdotal.
Instrução sobre o estudo dos Padres da Igreja na formação sacerdotal, 1989
Diretrizes sobre a preparação dos educadores nos seminários, 1993
Formação dos seminaristas sobre matrimônio e família, 1995
Normas fundamentais para a formação dos diáconos permanentes, 1998
O período propedêutico (documento informativo), 1998
Congregação para os institutos de vida consagrada e as sociedades de vida apostólica (antes SCRIS/CRIS)
Instrução Renovationis causam, 1969
Critérios diretivos sobre as relações entre os Bispos e os Religiosos na Igreja Mutuae relationes, 1978 (com a Congregação para os Bispos)
Religiosos e promoção humana, 1980
A dimensão contemplativa da vida religiosa, 1980
Os elementos essenciais do ensino da Igreja sobre a vida religiosa, 1983
Diretrizess sobre a formação nos institutos religiosos Potissimum Institutioni, 1990
A vida fraterna em comunidade, 1994
A colaboração inter-Institutos para a formação, 1999
Congregação para a doutrina da fé
Fé e inculturação, (1988)
Instrução sobre a vocação eclesial do teólogo, 1990
Congregação para a evangelização dos povos
Carta circular sobre a dimensão missionária da formação sacerdotal, 1970
A formação nos seminários maiores, 1987
Congregação para o culto divino
Instrução Professionis ritus, 1970
Instrução Ritus pro collatione ministeriorum, 1972
Carta “Os escrutínios sobre a idoneidade dos candidatos às ordens”, 1997
Congregação para o culto divino
Instrução Professionis ritus, 1970
Instrução Ritus pro collatione ministeriorum, 1972
Carta “Os escrutínios sobre a idoneidade dos candidatos às ordens”, 1997
Congregação para o clero
Carta sobre a “Instrução e formação permanente do clero” (Inter ea), 1969
Diretório para o ministério e a vida dos presbíteros, 1994
Normas fundamentais para a formação dos diáconos permanentes. Diretório para o ministério e a vida dos diáconos permanentes, 1998
O presbítero, ministro da Palavra, ministro dos sacramentos e guia da comunidade em vista do terceiro milênio cristão, 1999
11.1 Congregação para os Bispos |
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Critérios diretivos sobre as relações entre os Bispos e os Religiosos na Igreja Mutuae relationes, 1978 (com a Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica)
11.2 Pontifício conselho para a promoção da unidade dos cristãos |
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O ecumenismo no ensino da teologia, 1986
A dimensão ecumênica na formação de quem se dedica ao ministério pastoral, 1995
Pontifícia Comissão para a Conservação do Patrimônio Artístico e Histórico da Igreja
Formação relativa ao patrimônio artístico e histórico, 1992
11.3 Pontifício Conselho para a Família |
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Sexualidade humana: verdade e significado, 1995
606. DOCUMENTOS SALESIANOS
11.4 Capítulos Gerais |
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Documentos que se referem principalmente ou explicitamente à formação
CGS (1971)
“A formação para a vida salesiana” (documento 13)
CG21 (1978)
“A formação para a vida salesiana”
“O Salesiano Coadjutor”
“A Obra PAS e a Universidade Pontifício Salesiana”
CG23 (1990)
“Educar os jovens na fé”
CG 24 (1996)
“Salesianos e Leigos: Comunhão e partilha no espírito e na missão de Dom Bosco”
11.5 Reitores-Mores |
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Egídio Viganó
Carta “O componente laical da comunidade salesiana”, ACS 298 (1980) 3-50
Carta “Perfil salesiano no sonho do personagem dos dez diamantes”, ACS 300 (1981) 3-37
Carta “O texto renovado da nossa regra de vida”, ACG 312 (1985) 3-37
Carta “Interessa-nos o sacerdote do ano dois mil”. ACG 335 (1991) 3-4
Carta “Como reler hoje o carisma do Fundador”, ACG 352 (1995) 3-33
Juan Edmundo Vecchi
Carta “Indicações para um caminho de espiritualidade”, ACG 354 (1995) 3-52
Carta “Por vós estudo”, ACG 361 (1997) 3-47
Carta “Especialistas, testemunhas e artífices de comunhão”, ACG 363 (1998) 3-42
Carta “O Pai nos consagra e nos envia”, ACG 365 (1998) 3-45
Carta “Um amor sem limites a Deus e aos jovens”, ACG 366 (1999) 3-43
Carta “Reconciliou-nos consigo e confiou-nos o ministério da Reconciliação”, ACG 369 (1999) 3-47
Carta “Isto é o meu corpo, oferecido por vós”, ACG 371 (2000) 3-51
Documentos de referência
O projeto de vida dos Salesianos de Dom Bosco. Guia à leitura das Constituições salesianas, 1986
O Diretor Salesiano. Um ministério para a animação e o governo da comunidade local, 1986
O Inspetor Salesiano. Um ministério para a animação e o governo da comunidade inspetorial, 1987 contém em Apêndice “Elementos jurídicos e práxis administrativa”, veja abaixo.
Elementos jurídicos e práxis administrativa no governo da Inspetoria, 1987
O Salesiano Coadjutor. História, identidade, pastoral vocacional e formação, 1989
Ritual da Profissão religiosa, Sociedade de São Francisco de Sales, Roma, 1989
- Missal Próprio da Família Salesiana, Sociedade de São Francisco de Sales, Roma, 1990
A Pastoral Juvenil Salesiana. Quadro de referência fundamental, Dicastério para a pastoral juvenil, 2000
A Carta de Comunhão na Família Salesiana de Dom Bosco, Dicastério para a Família Salesiana, 1995
A Carta da missão da Família Salesiana, Dicastério para a Família Salesiana, 2000
ÍNDICE ANALÍTICO583
Absentia a domo 395
ação apostólica, veja Apostolado
contemplação na ação 81, 123, 198, 357, 367, 431
Acolitado 460-461, 474, 491-492
Acompanhamento 4, 62, 112, 262, 276, 409, 411, 432, 437, 458, 504, 508, 526, 540, 542
comunitário 258-259
formativo 180, 184, 209, 214, 235, 237, 258, 264-266, 270, 299, 312, 315, 345, 444
papel da comunidade 219-220, 224, 276, 283, 313, 428, 436, 477
papel do Confessor 117, 263
papel do Diretor 162, 182, 231, 233, 261, 285, 291, 295, 369, 361, 285, 291, 295, 369, 371, 417, 428, 439-440, 534
papel dos formadores 284, 331
pessoal 258, 260, 263, 358
pastoral 198-199, 203, 367
Admissões 269-270, 274, 293, 567
aos ministérios e ordens 301, 303, 320, 327, 477, 490, 493
à primeira profissão 371
à profissão perpétua 504, 518
às diversas fases 301, 303, 320, 327
ao noviciado 346-347, 354-355
ao pré-noviciado 351, 569
Afetividade 63-65, 96-97, 245, 325, 375, 341, 347, 355, 432, 450, 462, 508, 526, 535
Afiliação/filiação 147, 176-177
Agregação 147
alegria da doação 4, 64, 255, 367, 430, 465
alegria do encontro com Deus 33, 98, 103, 121, 364
alegria de proclamar Cristo 81, 101,197
alegria na ascese 32, 62, 96, 360
viver a vocação com alegria 1, 55, 210, 221, 269, 396, 453
animar o ambiente 186, 189, 191, 435, 529
comunitário 62, 90, 129, 148, 219-220, 224-227, 231, 236, 246, 259, 279, 458, 534, 543
formativo 197, 207, 214, 336, 364, 369, 412-413, 477
a Cristo 40, 88, 91, 93, 139, 367
a Deus e aos jovens 1, 34, 65, 81, 87, 91, 95, 185, 215, 463, 504, 527
a Dom Bosco 222, 236, 347
à Igreja 28, 82
à missão salesiana 95, 342, 347, 461
à vocação 63, 213, 337
ao estudo 127, 148
aos irmãos 65, 90, 363
aos jovens 27, 31, 70, 76, 94-97, 410, 504
e castidade 63-64, 91, 96,97
Ancianidade 399, 537, 539, 556
Animação 191
da formação 22, 206, 210, 238-239, 246-247, 266, 291, 369, 541, 550, 559
tarefa do Diretor 231, 233, 235, 291, 417, 490, 544, 555
salesiano animador 35, 39, 45, 52, 66, 76, 89, 126, 138, 143, 152, 190, 198, 325, 343, 411, 473, 475, 523 528-529
Ano litúrgico 100, 105, 121
Apostolado 40, 75, 88, 95, 99, 102, 106, 132, 143, 148, 246, 447, 456, 463, 478, 480, 521, 532, 534, 537, 539
apóstolo dos jovens 41-42, 87, 100, 197
elã apostólico 86, 115, 220, 435, 522
sentido apostólico 148, 193, 410
para a vida salesiana 269, 347, 354-355
para levar em consideração na formação 49, 129, 144, 261, 275, 456, 480
para se desenvolver 217, 429, 542
Ascese 28, 34, 59, 60, 64-65, 68, 97, 113, 127, 148, 215, 216, 360, 400, 432, 465, 529
do carisma salesiano 41, 141, 205, 208, 219, 316, 340, 355, 361, 371, 400, 406, 505, 519
de discernimento veja Discernimento
de reflexão 17, 70, 124, 130, 165, 338, 466, 528
espiritual 85, 88, 94, 100, 118-119, 217, 229, 231, 253, 264, 271, 307, 339, 451, 463, 552
formativa 1, 7, 44, 208, 213, 265, 270, 319, 331, 345, 347, 355, 369, 448, 460, 504, 522, 540-541
atividades educativo-pastoral 198-199, 202-204, 247, 367, 374, 411, 428, 436, 442, 475, 568, 576,
atividades formativas que devem ser programadas 310, 323, 548, 554, 560
atividades ordinárias têm eficácia formativa 210, 251
síntese entre atividades e valores vocacionais 99, 364, 410, 428-429, 431, 436, 527
Atualização
e formação permanente 146, 152, 522, 524, 529, 533, 542-544, 547, 549-550, 552, 554
em salesianidade 51, 142, 247, 543, 564, 568
formação intelectual 105, 124, 134, 139, 148, 452, 528
necessidade 194, 239, 252, 521
para os diversos papéis, tarefas, encargos 144, 163, 241, 262, 264, 285, 489
Ausência (da casa do noviciado) 379
acolher a autoridade 67, 477
12 Avaliações |
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avaliação da própria caminhada 113, 213, 216, 276-277, 438, 451, 543
avaliação da qualidade da vida comunitária 72, 107, 110, 222, 231, 239, 287, 529
avaliação da vocação 198, 212, 233, 276, 328, 357, 362, 372, 429, 504, 518
avaliação das atividades educativo-pastorais 198-199, 202-204, 247, 411, 494
avaliação do Diretório inspetorial 23, 571
avaliação do Plano inspetorial de qualificação 158, 246-247
avaliação do processo formativo 18, 22, 162, 178, 182, 212, 222, 233, 238, 247, 251, 261, 270, 295-296, 308, 384, 409, 417, 567, 574, 577
avaliação do Projeto inspetorial 154, 575-576
Batismo 1, 27, 360
Biblioteca 51, 172, 288, 543, 568
de s. Francisco de Sales 2, 26
estilo de bondade 232, 370, 430, 435
Caridade 29, 91, 186
caridade educativa 31, 86
caridade fraterna 363, 540
caridade pastoral 30-31, 34, 39, 84, 88, 104, 128, 148, 215, 367, 431, 451, 461, 476, 525, 529
presbítero/diácono, homem de caridade 461, 463, 465, 473
Carisma 316
comunidade portadora do carisma 18, 26, 47, 218, 265, 272
de aprofundar 50, 142, 246, 358
de inculturar 135-136, 187, 316
de partilhar 2, 12, 35-36, 45, 435
dom do Espírito 5, 28
formação: identificação carismática 5-6, 41, 196, 361, 398, 406, 504
princípio de unidade 14, 19, 54
outros carismas 45, 53
ascese que a castidade supõe 64, 113
castidade consagrada 96
clima de fraternidade favorece a castidade 113
formação para a castidade 97, 112
área/âmbito de estudo 141, 194, 339, 396-397, 402, 405, 408, 4145, 425, 433, 453, 460, 468-469, 471
Centro de estudos 145-147, 167-180, 225, 414, 426, 478, 486
centro não salesiano 145, 160, 178, 180, 414, 426, 486, 569
centro salesiano 145-147, 160, 164, 168-171, 177, 414, 426, 478, 486, 568
escolha segundo critérios formativos 131, 145-146, 178, 184, 225, 426, 478, 486, 570
relacionamento centro-comunidade formadora 145, 160, 172, 414
ciências humanas 136, 141, 237, 397, 404, 414, 579
ciências filosóficas e as ciências humanas 178, 401, 414, 423, 426, 580
ciências psicopedagógicas 262, 299
ciências teológicas 139, 466, 484, 579
ciências teológicas e as ciências humanas 140
clima de família 35, 113, 287, 370, 526
clima de fé e de oração 72, 227, 364, 371, 543
clima formativo 18, 220, 259, 280
Coadjutor, veja Salesiano Coadjutor
inter-Institutos 10, 53, 167, 289, 368, 563
interinspetorial 17, 138, 146, 171, 173, 230, 246-248, 286, 300, 418, 458, 509, 514, 548, 551, 558
na CEP e Família Salesiana 35-36, 40, 45, 66-67, 83, 90, 190, 197, 227, 245, 247, 343, 430, 529, 547, 563
Colóquio 93, 109, 232, 261, 270, 291, 301, 369, 417, 438, 490
Comissão inspetorial para a formação 17-18, 22-23, 202, 239, 246-247, 281, 424, 547-549, 559, 567, 571, 575, 578
dos responsáveis pela formação 211, 234, 247, 264
do salesiano coadjutor e presbítero 38, 236, 322, 448, 450, 457, 462
dos salesianos e leigos 11, 36, 192, 244-245, 325, 432
comunhão com a Igreja 82-83, 460, 464, 530
comunhão de dons na Família Salesiana 35-36, 45, 53, 90
comunhão fraterna 63, 65, 90, 102-103, 115, 223, 290
comunhão na Congregação 33, 89, 316, 362, 544, 547, 555
interpessoal 8-9, 73, 90, 107, 254, 259, 262, 266, 269, 336, 340, 345, 363, 399, 430, 450, 522, 543
social 8, 32, 65, 69, 71, 97, 113, 141, 145, 338, 399, 404, 410, 456, 468, 471
comunidade ambiente de formação 197, 213, 216, 218-219, 246, 253, 259, 270, 276, 279, 302, 312-313, 372, 436, 504, 524, 543, 552-554, 574
comunidade educativo-pastoral (CEP) 12, 36, 40, 51, 148, 187, 190, 192, 197, 232, 543
comunidade formadora interinspetorial 173, 224, 290, 300, 418, 567
comunidade formadora local, 145, 160, 162, 167-168, 222-224, 246, 280, 282-293, 344, 364, 367-369, 412-415, 419-421, 477-478, 483, 495, 498, 577
comunidade inspetorial (Inspetoria) 14, 18, 22-23, 110, 144, 148, 202, 211, 226-227, 248, 250, 313, 316, 409, 545, 566, 573, 578
comunidade salesiana: qualidades e empenhos 1, 12, 60, 65, 72, 74, 89-90, 94, 100, 107, 115, 187, 259, 265, 268, 363, 481, 534, 543, 555
Confessor 117, 234, 260, 263, 265, 270, 292, 386, 438, 475,517
Congregação Salesiana 5-7, 11, 17, 141-142, 229
Conhecimento de si 62, 216, 237, 266, 270, 334, 359, 367
e valores humanos 57, 65
fundamento teologal 27, 29, 79, 80, 87, 92, 115, 217, 539
Conselheiro para a formação 23, 154, 158, 170, 173, 177-178, 247, 250, 286, 306, 495, 551, 561-562, 571, 604
Conselheiro regional 250, 286, 551, 561-562
Conselho inspetorial 17, 21-22, 246, 270, 297, 301, 303, 355, 372, 394, 424, 547-548, 558-559, 567, 573, 575, 578
Conselho local 90, 231, 233, 261, 270, 295, 297, 301-302, 355, 372, 384, 436, 439, 444, 544
Conselhos evangélicos 34, 81, 108, 341, 400
Consistência (qualitativa e quantitativa)
da comunidade formadora 219, 224, 230, 280, 282, 509, 545
da equipe formadora 170, 222, 224, 230, 280, 378, 568, 578
do centro de estudos 146, 300
Contextualização 5-7, 10, 13-14, 17, 19, 23, 43, 58, 70, 130, 135-136, 211, 236, 244, 246, 251, 256, 289, 316, 374, 415, 468, 535, 566, 568, 577
continuidade da formação 134, 211, 247, 345, 415, 444, 507, 549, 567, 574
continuidade do pessoal formativo 144, 170, 568
Conversão 103, 217, 277, 309, 360, 477, 542
Co-responsabilidade 67, 336, 442, 533
co-responsabilidade com os outros 12, 36, 90, 187, 190-191, 197-198, 529
co-responsabilidade na formação 24, 186, 207, 214, 222, 224, 230, 234, 269, 287, 294, 302, 370, 413, 415, 436, 477, 501, 577
Consciência (formação) 7, 68-69, 84, 105, 189, 338
base para a impostação d formação 13-14, 20, 153, 206, 311, 316
estudo das Constituições 48, 365, 383, 506
expressão do carisma salesiano 26, 77, 361
projeto de vida e de santidade 41, 47, 93, 504, 527
Crises 276, 304, 395, 540
atitude para com a cultura 9, 14, 19, 69, 71, 124, 136, 140, 236, 256-257, 338, 396, 401-403, 450, 528
base cultural 7, 130, 137-138, 342, 347, 353, 355
empenho cultural 127-128, 148, 152, 185, 194, 246, 416, 466
síntese fé-cultura9, 87, 125, 133, 136, 139, 148, 189, 311, 396, 400-401, 405, 410, 414, 426, 457, 471, 521, 542, 547
Curatorium 173, 224, 300
Currículo 324
currículo de base (curriculum comum) 182, 576
currículo para salesianos coadjutores 49, 310, 398, 408, 424, 569, 576
indicações para o currículo no Projeto inspetorial 157, 576
Da mihi animas 4, 30, 34, 37, 99, 236, 246, 360, 366, 435, 461, 529, 545
Delegado inspetorial para a formação 17-18, 21-22, 239, 246-247, 547-549, 567, 575, 578
Demissões 356, 385
desafio a viver com fidelidade 221, 252
desafios provenientes da missão 11, 15, 29, 136, 147, 150, 194, 467, 470, 521, 523
desafios provenientes da situação da comunidade 11, 224
desafios provenientes do contexto histórico 11, 37, 70, 127, 129, 152, 194, 211, 226, 229, 238, 307, 471, 521
formação, um desafio 213, 248
voz de Deus nos desafios 257, 521
Descentralização 14, 20
13 Deus |
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Deus opera por mediações 216, 218, 236, 264-265, 432, 463
em diálogo com Deus 70, 97-106, 193, 209, 217, 246, 270, 527
encontrar Deus nos jovens, veja Jovens
fazer experiência de Deus 29, 75-76, 81, 89-91, 97, 466, 527
presença de Deus 33, 40, 65, 69, 78, 86, 257, 363, 400
primado de Deus 34, 75, 78, 81
projeto de Deus na própria vida 62, 95, 270, 304, 533
14 Deus Pai |
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Deus Pai consagra e envia 27, 80-88, 92, 372, 502, 504
paternidade para com os jovens, reflexo de Deus Pai 96, 98
relacionamento de Jesus com o Pai 28, 79, 92-93, 360
relacionamento filial com Deus Pai 28, 42, 80-81, 93, 102, 451, 463, 527
Diaconato/Diácono, veja Salesiano diácono
atitudes que facilitam o diálogo 67
formação requer diálogo 93, 112, 214, 218, 265, 268, 308, 316
formadores capazes de diálogo 238, 284, 416
diálogo inter-religioso 9, 471
a dimensão da formação 54-55, 75, 128, 135, 185, 246, 314, 358, 398, 430, 449, 521, 525, 553, 577
a dimensão educativo-pastoral 185-204, 343, 366-367, 410-411, 434-435, 457, 470-475, 529-530, 547
a dimensão espiritual 75-123, 339-341, 360-364, 400, 431-432, 451, 463-465, 527
a dimensão humana 57, 74, 264, 332, 338, 359, 399, 430, 450, 462, 526
a dimensão intelectual 124-184, 342, 365, 401-409, 433, 452-456, 466-469, 528, 579,
as dimensões características do PEPS 187, 192, 204
15 Direção espiritual |
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direção espiritual no sacramento da Reconciliação 263
envolvimento do diretor espiritual no discernimento vocacional 270, 386, 517
escolha do diretor espiritual 265, 292
natureza da direção espiritual 232, 262
prática da direção espiritual nas fases formativas 105, 260, 267, 270, 345, 400, 410, 416-417, 432, 438, 475, 477, 506, 555
qualidades requeridas no diretor espiritual 262
16 Diretor |
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acompanha a formação intelectual 162
direção espiritual comunitária 231, 233, 259, 291, 440, 534, 544, 555
direção espiritual pessoal 232-233, 260, 262, 284, 291-292, 417, 420, 438
Diretor e sacramento da Reconciliação 293
guia/orientador pessoal 182, 232-233, 260-261, 417, 428, 438, 540, 555
opera discernimento mediante avaliações e admissões 233, 261, 270, 293, 301-302, 355, 372
papel e tarefas 231-233
relacionamento do irmão com o próprio Diretor 90, 216, 233, 265, 292, 438
responsabilidade pela CEP 232, 544, 555
responsabilidade pelo processo formativo pessoal 233, 261, 275, 292, 304, 417, 578
Diretório inspetorial – seção formação 18, 20, 23, 24, 228, 247, 546, 566-571 (Anexo nº 1), 573, 575, 577
17 Discernimento |
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atitude de discernimento 81, 268, 270, 276, 281, 460, 542, 552
auto-discernimento 270, 275, 334, 346, 386, 477, 504, 517
critérios para o discernimento 25, 55, 264, 270, 272-273, 281, 297
discernimento comunitário 268, 346, 477, 543
discernimento em circunstâncias particulares 276, 304, 395, 481, 500, 540
discernimento pastoral 6-7, 12, 42-43, 80, 89, 93, 124, 129, 132, 140, 148, 293,197, 256-257, 460, 466, 521-522, 528, 542
discernimento vocacional, ponto-chave da formação 211, 214, 236-237, 269-270, 274, 318, 371, 503
natureza do discernimento 262, 271
Disciplina 60, 64, 68, 215, 399, 413, 430
Docentes, veja Professores
Doença/Doentes 399, 537, 539-540
aberto à realidade37, 70, 307
apóstolo dos jovens 2, 30, 193, 258
discípulo de Cristo 1-2, 25, 47, 77, 316, 360, 460
esplêndida harmonia de natureza e graça 12, 58, 66, 75, 462, 537
formador 3-5, 219
iniciador de uma escola de espiritualidade 26, 77-78, 80-82, 84, 86, 99, 100, 251, 307
modelo (realização paradigmática da identidade salesiana) 26, 41, 44
origem do carisma salesiano, fundador 3-4, 84, 142, 151, 218, 307
Doutrina social da Igreja 95, 141, 508, 453, 468
Dom Bosco educador 219
educador dos jovens 30, 58, 96, 100, 128, 136, 186, 435
o testemunho consagrado e a educação 34, 91, 96
pedagogia de santidade para educador e educando 29, 76, 86-87, 98, 106, 186, 431
Emoções 62, 71, 97
metodologia do ensino 133, 165, 242
qualificar-se para ensinar 164, 241, 416
Ensino social da Igreja, veja Doutrina social da Igreja
Equilíbrio 7, 58, 64-65, 74, 97, 151, 198, 212, 262, 362, 462, 538, 545
físico, 60, 333
psíquico 61-62
consistência da equipe de formadores 170, 222, 224, 230, 280, 378, 568, 578
equipe de formadores 233-235, 246, 284, 416, 528, 569
equipes inspetoriais 247, 546-547
equipes interinspetoriais 248, 561
salesiano coadjutor na equipe de formadores 284, 416
trabalho de equipe na pastoral juvenil 192, 198, 411, 435, 457, 473
Escrutínios 261, 270, 296, 436, 444, 567
Especialistas/expertos 51, 240, 243, 275, 299, 475, 547
Especialização 130, 143-144, 158, 196, 247, 285, 568, 576, 579
Espírito salesiano 186, 537,
aprofundamento do espírito 41, 50, 247, 396, 451
assimilação do espírito 208, 219, 355, 357, 363
características do espírito 96, 152, 435, 460
comunhão no espírito 2, 35-36, 45, 190, 204, 221, 223, 229, 325, 524, 545, 560
viver o espírito 126, 459, 506
ação do Espírito 1, 4-5, 26, 28, 43, 54, 80, 84, 87-88, 98, 102, 193, 262, 527
atenção ao Espírito 81, 88, 257, 262, 268-269, 307, 522
docilidade ao Espírito 98, 213-214, 217, 307, 339, 542
Dom Bosco guiado pelo Espírito 2, 37, 80, 307
formação, obra do Espírito 1, 4, 209, 213, 360
vida no Espírito 75-76, 80, 364, 451, 504
Dom Bosco, fundador de uma escola de espiritualidade 35, 77
espiritualidade apostólica 26, 76-77, 86, 128, 197, 431
espiritualidade partilhada 35, 76, 107, 529
espiritualidade juvenil salesiana 186, 196, 339, 457
estudo da espiritualidade salesiana 50, 53, 142, 180, 247, 285, 454, 469
fontes da espiritualidade 89, 91, 101, 114, 117, 139
inculturação da espiritualidade 136
Maria, ícone da espiritualidade 28, 84
necessidade hodierna de espiritualidade 7-8, 76
outras espiritualidades 53
Esporte 60
Estudantado 145, 167-168, 172-173, 414
Estudantes 145-146, 155, 160, 163, 165, 167-170, 172-173, 180, 240
Estudos, veja Formação intelectual
estudos reconhecidos 181-182, 383, 407, 427, 580
Exercícios espirituais 119, 381, 400, 490, 513, 527, 547, 549
experiência comunitária 90, 254, 259, 522
experiência do quotidiano 42, 197, 251, 543, 555
experiência espiritual 28, 75, 80-81, 86-90, 99, 106, 186, 361, 527
experiência formativa 81, 210, 258, 263, 269, 274, 280, 312, 314, 476
experiência vocacional 26, 75-76, 128, 214, 308, 540
experiências educativo-pastorais 198-199, 202-204, 222, 343, 367, 382, 397, 411, 428, 430, 569-570, 577
fazer experiência para personalizar a formação 199, 208, 221, 223, 227, 253, 278, 358, 474
Expertos, veja Especialistas
Eucaristia 90, 99, 101-102, 115, 339, 474
anunciar o Evangelho 1, 32, 138, 189, 403, 468, 527
inculturação do Evangelho 84, 125, 136, 139, 141, 257, 467
ler a realidade à luz do Evangelho 89, 257, 338-339
vida fundada sobre os valores do Evangelho 31, 69, 94, 139, 189, 229, 262, 307, 366, 536
18 Evangelização |
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empenho de evangelização 186, 193, 435, 453, 529
evangelização da cultura 457, 467
integração de evangelização e educação 87, 148, 187, 189
Exames médicos 60, 333, 352
conhecer a família do candidato 312, 334, 370
relacionamento com a família 65, 74, 223, 335, 567
animação 39, 52, 76, 100, 469
colaboração no âmbito da formação 45, 146, 246-247, 471, 542-544, 547, 553, 563
complementaridade e reciprocidade de vocações 11, 362, 417
partilha de espírito e missão 11, 13, 190, 204, 220, 343, 435, 457, 545, 555
pertença 35, 52, 325, 435
aprofundar a fé 81, 339, 105, 139, 270, 357, 365, 396-397, 405, 453, 461, 466
comunicar a fé 40, 126, 252, 339, 401, 435, 467, 475
síntese fé-cultura, veja Cultura
Férias 290
a Deus, a Cristo 218, 263, 533
à vocação 1, 5, 13, 216, 221, 249, 267-269, 272, 309, 523, 539
ao carisma de Dom Bosco 5, 37, 229, 246, 249, 309, 524
às Constituições 236, 542, 555
dinâmica do confronto/diálogo entre carisma e situação 5, 37, 43, 309
o fruto de uma formação permanente 10, 520, 523
Filiação/Afiliação 147, 176-177
filosofia aberta às várias culturas 136
filosofia e relacionamento com as ciências 178, 401, 404, 414, 423, 426
formação no pós-noviciado 396-397, 402-403, 423, 425
valor dos estudos filosóficos 135, 137, 140, 403, 408-409, 487, 569, 579
Formadores 234-239, 416
animadores do processo formativo 162, 199, 222, 237-238, 260, 294, 304, 331, 346, 395, 413, 417, 494
em sintonia com a Ratio e o Projeto inspetorial 17, 21, 211, 222, 233, 235, 248, 575
equipe dos formadores 230, 233-235, 284, 345, 378, 415-416, 569
formação dos formadores 7, 237-239, 246, 284-286, 416, 489, 547-548, 571
presença de formadores de diversas Inspetorias nas comunidades interinspetoriais 224, 290
presença do salesiano coadjutor na equipe formativa, veja Salesiano coadjutor
Formação 1, 4-5, 22, 25, 41-42, 44, 46, 185, 208-210, 265
auto-formação 148, 216, 265, 277, 523, 542, 552
centro de formação permanente 248, 546-547, 550-551, 561-562
co-responsabilidade da formação 21, 230-250
formação conjunta (com os leigos) 35-36, 45, 52, 197, 221, 244-247, 325, 542-543, 547, 559-560
formação do salesiano coadjutor 130, 184, 248, 322, 396, 408-409, 412, 421, 425, 532, 569-570, 576, 579
formação específica do salesiano coadjutor 159, 447-458, 479-480, 570
formação específica do salesiano diácono 41, 49, 310, 322, 446, 459-499
formação específica do salesiano presbítero ou diácono 41, 49, 130, 159, 178, 308-309, 311, 322, 398, 405, 446, 459-500, 570, 579
formação inculturada 6-8, 10, 14, 17, 19, 23, 43, 136, 206
formação inicial 49, 130, 206, 210, 222, 282, 247, 319, 323, 325-326, 328-520
formação integral 54-204, 210-211, 222, 314, 398, 558
formação intelectual 124-184, 401, 407, 579 veja Anexo nº 3 – Linhas orientadoras para a organização dos estudos
formação permanente 10, 42, 54, 201, 221, 239, 247, 309, 311, 520-565
formação técnico-profissional 128, 141, 143, 149, 246, 252, 397, 402, 407, 409, 423, 446, 456, 480, 523, 528, 542, 547, 556, 570
Fraternidade 33, 107, 113, 477, 538, 544
comunhão fraterna 63, 65, 102-103, 115
partilha fraterna 62, 97, 220, 287, 432, 451, 522
Idade avançada 537-539
Igreja 9, 218, 313, 372, 521
particular/local 36, 83, 90, 146, 163, 169, 195, 289, 415, 464, 475, 528, 530
sentido de Igreja 82-84, 220, 231, 244, 366, 460, 464-465, 471, 477, 530
Bom Pastor 1, 28, 30, 39, 79, 88, 98, 360, 431, 451, 461, 465, 473
comunhão de amor com Jesus Cristo 30, 40, 65, 81, 367, 413, 431-432, 463, 527, 533
configuração com Cristo 25, 28, 30, 41, 47, 79, 93, 115, 208, 309, 315, 360, 400, 463-465, 508
conhecer Jesus Cristo (iniciação ao mistério cristão) 105, 139-140, 339, 342, 365, 383, 405
realização em Cristo 1, 44, 54, 360, 462
seguimento, ou seqüela, de Jesus Cristo 2, 29, 34, 42, 81, 90-97, 307, 316, 357, 360, 397
vida centralizada em Jesus Cristo 27, 79, 87, 339, 360, 461, 522
condição juvenil 8, 37, 42, 70-71, 88, 125-126, 132, 148, 188, 193, 198, 221, 229, 242, 289, 307, 309, 338, 366-367, 397, 401, 410, 433, 529, 552
jovens: lugar de encontro com Deus 29-30, 78, 80, 86-87, 89, 98, 186, 193, 257, 431, 527
presença salesiana entre os jovens 32, 43, 65-66, 70, 85, 186, 188, 252, 347, 364, 432, 435, 522
protagonismo juvenil 32, 186, 529
gradualidade das experiências formativas 199, 202, 325, 382, 397, 461, 474-475
gradualidade do processo formativo 18, 24, 62, 207, 235, 273, 308, 312, 315, 321, 325, 358, 574
gradualidade dos estudos 41, 51, 160, 576, 579-580
Graça de unidade 12, 29, 106, 357, 367
Deus guia 1, 80, 101, 217, 432
Dom Bosco guia 4, 218
guia das experiências formativas 199, 204, 367, 442, 494
guia espiritual por parte de vários formadores 97, 218, 232, 240, 262, 292, 334, 336, 339, 345, 361, 369, 396, 420, 432, 437, 501, 508
identidade que deve incarnar-se na realidade quotidiana 5, 17, 37, 42-43, 124, 208, 211, 246, 256, 308
identificação vocacional e formação 4-5, 25-53 (capítulo 2), 41, 44, 131, 208-210, 319, 520, 542
identificar-se com Dom Bosco 26, 41, 361
Idoneidade vocacional 54- 55, 237, 269, 273, 299, 320-321, 328, 330-331, 342, 348, 355, 357, 387, 429, 504
inculturação da fé/Evangelho 9, 139, 141, 467
inculturação da formação 7, 10, 13-14, 17, 19, 23, 43, 135-136, 211, 236, 244, 246, 316, 329, 401, 415, 566, 580
Interioridade 62, 81, 400, 463, 536, 542
int. apostólica 84, 99, 106
Interiorização 65, 133, 148, 208, 213, 237, 260-261, 357, 368, 396, 400
intervenções na formação específica 481-482, 495, 497, 500
intervenções na formação inicial 170, 172, 182, 224, 246, 270, 290, 298, 304-305
intervenções na preparação para a profissão perpétua 50, 510-511, 515
intervenções na formação permanente 547-548, 558-559
intervenções no noviciado 372, 375-380, 385, 389, 390,
intervenções no pós-noviciado 424
intervenções no pré-noviciado 345, 347-348, 351, 355
intervenções no tirocínio 439, 443, 444
responsável pela animação da formação 17, 21-23, 246
responsável pela readmissão 394
responsável pelo Projeto inspetorial de formação 24, 573, 575, 578
19 Leigos |
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aporte dos leigos na formação dos SDB 164, 201, 221, 244-245, 417, 430, 435
favorecer o crescimento dos leigos colaboradores 40, 76, 122, 138, 146, 232
leigos colaboradores 11-12, 40, 83, 126, 199, 204, 220-221, 227, 325, 343, 367, 430, 457, 545, 547, 560
Trabalho
amar o trabalho 59, 60, 95, 337
ascese do trabalho 88, 400
disponibilidade para o trabalho 60, 95, 355, 359
laboriosidade 28, 59-60, 337, 437
trabalhar com competência 59-60, 108, 129, 143, 199, 222, 447, 480, 542, 577
trabalhar juntos 33, 66, 88-89, 108, 190, 192, 198, 201, 223, 235, 239, 251, 253, 273, 336, 370, 411, 435, 457, 473, 529, 543
trabalho e oração 29, 75, 87-88, 98, 105-106, 198, 246, 431, 451, 465, 527
trabalho e temperança 28, 106, 430
trabalho intelectual 129, 148, 165-166, 240, 400-401
trabalho manual 60, 111, 400
sensibilidade para o mundo do trabalho 40, 141, 450, 455, 457
Leitorado 460-461, 474, 491-492
Língua 138, 156, 342, 353, 365, 487, 550, 564
língua italiana 156, 365
Liturgia 39, 105, 364
animação litúrgica 416, 475
ano litúrgico 100, 105
formação litúrgica 114, 136, 222, 339, 453, 468, 472
liturgia da consagração religiosa 516
liturgia da vida 81, 451, 461, 463
Liturgia das Horas 102, 105, 118, 364, 463-464, 475
Magistério da Igreja 83, 139, 218, 246, 468, 487
Auxiliadora 2, 28, 84, 104
devoção a Nossa Senhora 28, 85, 97, 104, 121, 339
Dom Bosco e Maria 2, 84, 104
Imaculada 2, 28, 84, 97, 104
modelo 28, 84-85, 104
sustentáculo/amparo 2, 84-85, 476
maturação afetiva 63-65, 97, 112
maturação da mentalidade de consagrado 319, 432, 462
maturação da pessoa 57, 237, 255, 287, 336, 399, 430, 504, 526
maturação intelectual 124, 140, 148, 161, 165, 253, 78
maturação na vocação 198, 429, 525
maturação espiritual 365, 389, 504
maturação humana b34, 57, 58, 309, 536
Meditação 101, 120, 364, 431, 471, 506, 542-543
Mestre dos noviços 292-293, 345, 357, 359, 369-371, 375-379, 382, 384, 417
método de oração 120, 123, 400
método de estudo 130, 161, 165-166, 240, 342, 401
metodologia didática 133, 165, 241, 579
metodologia formativa 4, 131, 198-199, 205-306 (cap. 4º), 467, 470, 506, 525, 546, 574, 577
metodologia pastoral 43, 60, 125, 132, 136, 148, 199, 203, 433, 473, 543
metodologia pedagógica 32, 35, 88, 141, 186
Ministérios 460-461, 474-475, 491-492, 494, 498
ministério pastoral 39, 136, 139, 242
ministério presbiteral 9, 39, 293, 459-460, 462-463, 465, 468, 470, 475, 478-479
Missão 29, 87
entusiasmo pela missão 4, 70, 84, 361, 413, 476, 537
formação na experiência quotidiana da missão 197, 522, 527, 542, 545
a missão orienta a formação 131-133, 137-138, 144, 149, 185
missão, experiência comunitária 33, 35, 66, 88-90, 92-93, 253, 340
missão, experiência espiritual 29, 76, 87-88, 208, 216, 527
missão juvenil salesiana 88, 105, 185-187, 521
Missões 84, 366
trabalho missionário 2, 32, 136, 343, 411, 432
elã missionário 9, 37, 83, 95, 366, 464, 537
mundo necessitado de testemunho profético 9, 76, 83, 89, 366
mundo juvenil 11, 70, 193-194, 242, 252, 367, 401, 410, 433, 530
mundo em transformação 7, 42, 100, 521
solidariedade com o mundo 9, 71, 111
ver sinais de Deus no mundo 257
Motivações 199, 209, 432, 536
elementos motivadores da vocação 75-76, 88, 105, 215, 413, 451, 524, 543
motivações para a formação intelectual 124-127, 132, 148
objeto de discernimento vocacional 198, 204, 253, 269, 275, 304, 334-335, 362, 371, 384, 504, 508, 518
Movimento Salesiano 2, 12, 35-36, 39, 190, 198, 325, 365
Música 416
Mulher 7, 65, 244, 335, 432, 462
Noviciado 297, 310-311, 323, 327, 342, 347, 357-395, 415
Obediência 2, 34, 69, 80, 88, 90-93, 108, 240, 347, 360, 432
animação da oração 234, 416, 435
atitude de oração 99, 118, 197, 253, 477
encontrar o Senhor 33, 98, 100, 463, 506, 508
estilo salesiano de rezar 100, 105, 123, 364, 477
formas de oração 100, 123, 361, 364, 400
oração apostólica 99-100
oração comunitária 33, 100, 105, 220, 231, 240, 268, 339, 364, 368, 400, 431, 435, 438, 508, 543, 554
oração ligada à vida 70, 98, 100, 268, 364, 366, 368, 413
oração litúrgica 39, 105, 118, 364, 464
oração pelos e com os jovens 100, 123, 364, 366, 435
oração pessoal 88, 105, 119-120, 339, 364, 400, 431, 464, 477, 542
partilha da oração 90, 100, 122
Ordenação 18, 308-309, 311, 320, 463, 475, 488, 490, 494-496, 536
Ordens 301-303, 321, 327, 393, 461, 474-475, 483, 493
da formação intelectual 126, 133, 579-580
da pastoral 192, 198-199
da Ratio 14, 20, 566
do processo formativo 22, 235, 247-248, 398, 458, 567, 574
do projeto de formação 18, 207, 210-211, 226, 247, 468, 547, 573,
anunciar a Palavra 125, 471, 474-475
discernimento à luz da Palavra 124, 268
deixar-se evangelizar pela Palavra 81, 90, 100-101, 116, 339, 364-365, 463
ministério da Palavra 39, 461, 471, 474, 492
20 Participação |
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dos estudantes 166, 241
da missão comum 89, 108, 397, 451
da oração 100, 105, 114, 118-119, 121, 400, 438, 463, 474, 554
comunitária 73, 90, 111, 218, 223, 240, 289, 363, 413,
na comunidade educativo-pastoral 187, 197, 201, 411
na reflexão sobre a formação 211, 287, 417, 575
partilha da vocação salesiana com outros 35, 100, 122, 192, 221, 529, 543
partilha espiritual na comunidade 33, 65, 70, 90, 105, 107, 148, 211, 261, 270, 339, 360, 439, 466, 477, 527, 542, 552
21 Pastoral |
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animação pastoral 126, 192, 291, 555
formação pastoral 136, 142, 150, 165, 239, 252, 425, 458, 460, 475, 478, 485, 489, 494, 547, 556
mentalidade pastoral 125, 130, 150, 165, 193, 411, 433, 470 478
pastoral orgânica 83, 192, 198, 473
pastoral salesiana 160, 180, 185, 187, 190, 196, 199-200, 202, 406, 434, 454, 457, 469, 472
pastoral vocacional 49, 329, 349
perspectiva pastoral da formação 7, 145, 195, 406, 469, 580
relações pastorais 66, 462
sentido pastoral 253, 451
zelo pastoral 231, 464, 477
22 Pastor 30, 58, 128, 134, 138, 160, 178, 186, 188, 410, 446, 459, 467, 486 |
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encarnar a paternidade de Deus 96
experiência quotidiana da paternidade de Deus 28, 80
paternidade carismática de Dom Bosco 4
paternidade espiritual 262, 536
23 Pedagogia |
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caráter pedagógico dos estudos 145, 569
competência pedagógica 125, 128, 131, 137, 149, 239, 285, 396-397, 402, 404, 408, 414, 425, 480
finalidade pedagógica dos ministérios e do diaconato 474-475, 491-492
idoneidade pedagógica dos formadores 164, 241, 489
mentalidade pedagógica 130, 150, 165
metodologia pedagógica 186
pedagogia de vida 1, 105, 219-220, 253, 460, 505, 541, 552
pedagogia formativa 7, 14, 209, 212-213, 237, 247, 258, 261, 306, 315, 321, 409, 413, 448, 452, 541
pedagogia salesiana (a estudar) 50, 160, 180, 247. 406, 454
pedagogia espiritual 86, 100, 103, 114, 119, 263-264
ciências pedagógicas 141-142, 194, 262, 579
sensibilidade pedagógica 141, 264, 271
Pedido 274, 301, 304, 326, 351, 354, 386-387, 390, 394,, 481-482, 496-497, 500, 503, 512,
517, 519
Perseverança vocacional 210, 274, 276, 306
24 Pessoa |
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atenção à pessoa 81, 211-212, 237, 259, 264, 266, 526
atingir a pessoa em profundidade 54, 97, 135, 186, 208-209, 237, 262, 271, 309, 316, 360, 504, 506
formar personalidades maduras 7, 57-58, 124, 224, 526
responsabilidade pessoal pela própria formação 69, 191, 211, 215-218, 266, 277, 399, 523
unificação pessoal 8, 57, 64, 273, 312, 399
valor da pessoa 7-8, 65, 94, 462, 526
valorizar os dons pessoais 44, 54, 143, 239, 262
Personalização da formação 44, 112, 213, 219, 223, 258, 260-261, 263, 283, 312, 329, 358, 369, 413
Pertença (sentido de ) 83, 94, 208, 335
à Congregação 25, 33, 41, 53, 74, 90, 209, 308, 399, 435, 504, 552
à Família Salesiana 52, 325, 362, 435
à Inspetoria 47, 90, 224, 228, 290, 52
25 Pluralismo |
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contexto cultural marcado pelo pluralismo 7, 9, 133
pluralismo no realizar a formação 14, 19, 136,
Pós-noviciado 136, 145, 159, 167, 178, 297, 310-311, 342, 353, 370, 396-427, 569, 580
26 Pobres |
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jovens pobres 2, 27, 76, 79, 94-95, 185, 187-188, 338, 347, 361, 366-367, 435, 457
os pobres 94-95, 110-111, 151, 462
pobreza assumida como forma de vida 34, 90, 94-95, 107, 110
situações de pobreza 11, 71, 95, 141, 193, 338
práxis educativo-pastoral 13, 148
interação entre teoria e práxis (= reflexão sobre a práxis) 132, 150, 152, 198-199, 433, 445
práxis formativa 6, 12, 141, 143, 222, 135, 261, 267, 574
Pré-noviciado 265, 297, 311, 327, 328-356, 370, 503, 569, 580
Preparação à Profissão Perpétua 311, 436, 461, 482, 501-519, 570, 576
Presbiterato/Presbítero, veja Salesiano presbítero
Processo formativo 210, 213, 307-327, 567, 574
assimilação da identidade salesiana 25, 41-42, 312, 361
processo comunitário 222, 283, 313
processo contínuo e gradual 235, 273, 280-281, 315
processo inculturado 236, 316
processo personalizado 213, 270, 278, 312, 345
processo unitário e diversificado 133, 199, 235, 314, 322, 415
Professores 145-148, 161-164, 166, 168, 170, 172-173, 240-241, 414, 417
Profissionalidade 40, 76, 125, 128, 143, 410, 450
Profissão religiosa 27, 35, 529
profissão perpétua 274, 308-309, 318, 389, 391, 429, 501-504, 506, 510-511, 516-517, 570
profissão temporária 311, 357, 360, 372, 388-392, 396, 399, 501-502, 510, 516, 569
27 Projeto |
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mentalidade de projeto ou projetual 192, 199, 211, 325, 430, 574
projeto apostólico de Dom Bosco 1, 4, 5, 26, 29, 185, 329, 504
projeto comunitário 90, 93, 222-223, 233, 259, 287, 340, 399, 432, 436, 522, 524, 529, 543, 577
projeto de consagração apostólica 27, 29, 38, 44, 504, 520, 527
projeto educativo-pastoral 107-108, 148, 187, 192, 201-202, 204, 221-222, 245, 411, 473, 544
projeto formativo 210-213, 291, 317
Projeto inspetorial de formação 18, 20, 34, 51, 157-158, 160, 199, 202, 213, 220, 226, 233, 235, 246-247, 300, 313, 325, 329, 353, 424, 452, 245-546, 556, 559-560, 566-568, 572-578 (Anexo n. 2)
Projeto inspetorial de qualificação 144, 154, 158, 181, 246-247, 285, 547, 568, 576, 579
projeto pessoal 69, 209, 213, 216, 220, 277, 312, 438, 504
Psicologia 141, 199, 312, 352, 404, 526, 569
28 Qualificação |
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de base 130, 139, 143
dos formadores 146, 162, 170, 174, 239, 241, 246, 286, 416, 542, 550, 576
educativo-pastoral 131, 138-139, 143, 152, 193, 252, 427, 523, 556
profissional 456
Qüinqüênio 248, 556, 568
Ratio 13-24, 51, 146, 153, 155, 170, 235, 247, 260, 566-569, 572, 574-575, 577, 579
Readmissão 394
abertura à realidade 37, 70-71, 124, 187, 257, 268, 271, 307, 338, 374, 415, 526
confronto/diálogo crítico com a realidade 6, 12, 37, 124, 135, 140, 188, 413, 417, 475, 528, 542, 574
Dom Bosco, homem aberto à realidade 37, 70
realidade juvenil 37, 71, 88, 141, 199, 289, 367, 397, 433
Reconciliação, sacramento da 39, 97, 103, 117, 263, 293, 339, 364, 431, 438, 463, 472, 475
Reflexão 132, 253
capacidade de reflexão 124, 129, 134, 140, 165, 401, 523, 538
reflexão e trabalho 253, 367, 452, 528
reflexão partilhada 152, 410, 413, 439, 445, 477, 534
reflexão pessoal 62, 152, 161, 194, 199, 334, 400, 451, 477, 542
reflexão sobre a formação por parte dos responsáveis 18, 22, 24, 146, 211, 226, 228, 239, 247-248, 567
29 Reitor-Mor |
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aprovação do Reitor-Mor necessária 20, 23, 174, 176-178, 282, 373, 376, 566
formação intelectual regulada pelo Reitor-Mor 153-154
pedidos especiais ao Reitor-Mor 394, 481, 495, 500
Reitor-Mor, pai e centro de unidade 13, 249
Relacionamento fraterno 28, 90, 412, 462
Relacionamentos/Relações interpessoais 64, 67, 90, 191, 210, 213, 219, 227, 251, 255, 316, 336, 341, 430, 529
Renovação 5, 9-11, 56, 110, 119, 217, 229, 239, 268, 277, 309, 400, 521-524, 527, 530, 533, 536, 542-543, 546-549, 552, 556-557
renovação da profissão 327, 392, 516
Renúncia 65, 88, 94-95, 97, 209, 215, 223, 238
Requalificação 152, 154, 163, 246, 285, 528, 530, 542
30 Responsabilidade |
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carismática 3, 18, 37, 272
comunitária 26, 44, 208, 218, 227, 268, 270, 276, 447
da Inspetoria 18, 227, 228, 236, 246, 270, 314, 368
do Diretor 302, 370, 382, 438, 440, 490, 534, 555
dos animadores em nível inspetorial 18, 50, 206, 264, 270, 286
dos formadores 235, 245, 259, 284
sentido de responsabilidade 17, 33, 35, 64, 68-69, 92, 95, 111, 182, 198, 213, 321, 337, 462, 467
Retiro 119, 400, 490, 543, 553
Revisões, veja Avaliações
Rito da profissão 506, 516
Ritos 326
Sacerdote/Sacerdócio, veja Salesiano presbítero
Saída 305, 356, 394
Salesianidade 41, 51, 137, 142, 146, 406, 454, 466, 485, 547, 550, 564, 568, 570, 576
formação, veja Formação específica do salesiano coadjutor
presença na equipe formativa 234, 284, 378, 416
vocação 38, 40, 310, 323, 393, 395, 481
Salesiano diácono,
formação, veja Formação específica do salesiano presbítero (diácono)
vocação 38-39, 118, 500
31 Salesiano presbítero |
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formação, veja Formação específica do salesiano presbítero
vocação 38-40, 118, 323, 386, 457
Saúde 59-60, 72, 333, 347, 354-355, 537
32 Santidade |
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Constituições, projeto de santidade 93, 504
formação inicial, tempo de santidade 308
oração, meio de santificação 100, 364
santidade no empenho educativo 30, 35, 76, 86
vocação à vida consagrada apostólica, caminho de santidade 1, 26, 28, 44, 77, 527
Segredo 264, 355
Seguimento de Cristo, veja Jesus Cristo
Sexualidade 7-8, 63-65, 96-97, 112, 335
experiência espiritual, pedagógica, pastoral 11, 32, 80, 186, 252, 258, 343, 545
formação para o Sistema Preventivo 126, 185-186, 196, 397, 406
inspiração do modo de agir 4, 97, 185, 219, 236, 275, 367, 369, 428-430
tradução em Pastoral Juvenil Salesiana 187, 196
Sociedade 7-8, 31, 94, 124-125, 141, 229, 251, 338, 397, 404, 409, 563
centros de estudos teológicos 145, 155, 167, 175, 486
estudos teológicos 135-137, 139-140, 149, 183, 403, 460, 468, 485, 579-580
iniciação teológica no pós-noviciado 402, 405
pedido para iniciar a formação específica do presbiterado 482, 570
teologia da vida consagrada 139, 365, 383, 453
teologia para os salesianos coadjutores 447-448, 452-453, 458, 480
Teoria e práxis 132, 198, 199
Testemunho 9, 77, 252, 526
testemunho comunitário 45, 95, 110, 223, 227, 229
testemunho da vida consagrada salesiana 34, 76, 79, 113, 127, 197, 236, 521
Tirocínio 184, 198, 297, 310-311, 323, 396, 415, 427-446, 470, 479-480, 507, 570
Trabalho
amar o trabalho 59, 60, 95, 337
ascese do trabalho 88, 400
disponibilidade para o trabalho 60, 95, 355, 359
laboriosidade 28, 59-60, 337, 437
trabalhar com competência 59-60, 108, 129, 143, 199, 222, 447, 480, 542, 577
trabalhar juntos 33, 66, 88-89, 108, 190, 192, 198, 201, 223, 235, 239, 251, 253, 273, 336, 370, 411, 435, 457, 473, 529, 543
trabalho e oração 29, 75, 87-88, 98, 105-106, 198, 246, 431, 451, 465, 527
trabalho e temperança 28, 106, 430
trabalho intelectual 129, 148, 165-166, 240, 400-401
trabalho manual 60, 111, 400
sensibilidade para o mundo do trabalho 40, 141, 450, 455, 457
Universidade Pontifícia Salesiana 51, 147, 155, 177, 183
comunidade, ambiente rico de valores 4, 148, 231, 246, 336, 344, 368, 412
confronto com os próprios valores 69, 223, 266, 540
formação, assimilação dos valores 43-45, 199, 208-209, 251, 278, 316, 357, 371, 400, 474, 508
inculturação dos valores 58, 136, 211, 257
respeito hodierno pelos valores de cada pessoa 7-8, 94
valores da laicidade 40, 325
valores da vida consagrada 34, 40, 91, 244, 319, 335, 435, 457
valores vocacionais 142, 216, 261, 266, 269, 398, 428-429, 436, 504
Verificações, veja Avaliações
Virtudes humanas 58, 67, 450
Vocação 25, 29, 33, 54, 89, 307
dom de Deus 1, 81, 271, 481
elemento que determina a formação 41, 43, 46, 130-131, 137, 143, 148, 469
realização da vocação batismal 1, 27, 521
realidade sempre em movimento 1, 5-6, 37, 42-43, 70, 95, 135, 141, 307, 366, 552
Vontade de Deus 79, 81, 93, 101, 236, 262, 266, 268-269, 313, 318, 371, 384, 432, 501, 539
Trabalho
amar o trabalho 59, 60, 95, 337
ascese do trabalho 88, 400
disponibilidade para o trabalho 60, 95, 355, 359
laboriosidade 28, 59-60, 337, 437
trabalhar com competência 59-60, 108, 129, 143, 199, 222, 447, 480, 542, 577
trabalhar juntos 33, 66, 88-89, 108, 190, 192, 198, 201, 223, 235, 239, 251, 253, 273, 336, 370, 411, 435, 457, 473, 529, 543
trabalho e oração 29, 75, 87-88, 98, 105-106, 198, 246, 431, 451, 465, 527
trabalho e temperança 28, 106, 430
trabalho intelectual 129, 148, 165-166, 240, 400-401
trabalho manual 60, 111, 400
sensibilidade para o mundo do trabalho 40, 141, 450, 455, 457
1 C 96
2 Cf. C 2. 22
3 C 96
4 C 21
5 Cf. C 1
6 Cf. CG24 71
7 Cf. CG24 48-49
8 Cf. CG24 149-150
9 Cf. C 4
10 ISM 359
11 Ib.
12 Cf. CG23 159; DSM 23
13 C 97
14 DSM 23
15 Cf. MuR 11
16 PDV 5
17 Cf. CG24 246
18 Cf. João Paulo II, Christifideles Laici, 30 de dezembro de 1988 (Sínodo de 1987)
19 Cf. João Paulo II, Vita Consecrata, 25 de março de 1996 (Sínodo de 1994)
20 Cf. João Paulo II, Pastores Dabo Vobis, 25 de março de 1992 (Sínodo 1990)
21 Exortação Apostólica de João Paulo II, Roma , 25 de março de 1996
22 Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, 1990
23 Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida apostólica, 1999
24 Exortação Apostólica de João Paulo II, Roma, 25 de março de 1992
25 Congregação para a Educação Católica, 1985
26 Congregação para a Educação Católica, 1993
27 Cf. CG24 39
28 C 21
29 O Projeto de vida dos Salesianos de Dom Bosco. Guia à leitura das Constituições salesianas, Roma 1986 (V. trad. port.)
30 V. no Anexo n. 4 documentos significativos sobre a formação
31 VC 68
32 C 100
33 R 87
34 Cf. VC 68
35 CG24 147
36 Cf. CG24 244
37 Cada capítulo da Ratio contém, quase sempre no fim, uma secção que leva o título de Orientaçõe e normas para a práxis. Essa secção recolhe algumas indicações já contidas no capítulo e acrescenta outros elementos normativos ou de orientação significativos para a práxis formativa. A Ratio é um documento diretivo e nas disposições operativas, onde quer que se encontrem, normativo (FSDB 20). A secção Orientações e normas para a práxis não contém, portanto, todas as indicações normativas presentes na Ratio.
38 C 101; Cf. ISM 363
39 Cf. R 87; ISM 365
40 Cf. ISM 366
41 C 100
42 Cf. C 101
43 R 87
44 C 101
45 Cf. C 171,4
46 R 87
47 C 196
48 C 10
49 C 2
50 C 2
51 Cf. C 4. 9
52 Cf. C 1
53 C 23
54 Cf. C 3; VECCHI J., O Pai nos consagra e envia, ACG 365 (1998)
55 C 23
56 Cf. C 10-11
57 Cf. C 13
58 Cf. ACG 357, p.17-18 (it.)
59 Cf. C 96
60 O projeto de vida dos Salesianos de Dom Bosco, p. 77-78
61 Cf. CG24 152;VC 73
62 Cf. C 3
63 Cf. C 10
64 CGE 127
65 C 26; cf. CGE 47; CG19, p. 101 (it.)
66 BOSCO G. Il Giovane Proveduto, cf. Opere Edite II, LAS Roma, p. 187
67 C 14
68 VC 15
69 Cf. C 40
70 CGS 89
71 Cf. C 38
72 Cf. C 20
73 Cf. C 39
74 Cf. C 29
75 Cf. C 6
76 Cf. C 30
77 C 49
78 Cf. VC 96; CG24 152
79 C 61
80 Cf. C 62
81 CG24 159
82 Cf. CGE 151
83 Cf. CG24 142
84 C 5
85 Cf. VC 9
86 Cf. MB VI, p. 381.
87 Cf. ISM 15-17
88 C 11
89 Cf. C 45
90 Para o que se refere à vocação e à formação do salesiano coadjutor, cf. O Salesiano Coadjutor. História, Identidade, Pastoral Vocacional e Formação. Editora Salesiana Dom Bosco, São Paulo, 1990 (ed. extra comercial)
91 CG24 154
92 O Salesiano Coadjutor, p. 89-90
93 Cf. VECCHI J., O Pai nos consagra e envia, ACG 365 (1998), p. 39
94 CG24 154
95 C 97
96 Cf. Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida apostólica, A colaboração Inter-Institutos para a Formação, 7
97 VC 71
98 Cf. VC 80
99 Cf. VC 80
100 Cf. C 22
101 CG24 138
102 Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, A colaboração Inter-Institutos para a formação, 8
103 C 97
104 C 196
105 C 192; cf. VECCHI J., O Pai nos consagra e envia, ACG 365, p. 24; cf. O Projeto de vida dos Salesianos de Dom Bosco, Roma, 1986; Parola di Dio e spirito salesiano. Ricerca sulla dimensione biblica delle Costituzioni della Famiglia Salesiana, a cura dell'Associazione Biblica Salesiana 1995
106 Cf. C 106
107 Cf. VECCHI, J., Por vós estudo, ACG 361, pp. 37-38.
108 Cf. CG21 259; Ver Anexo n. 3 Linhas de orientação acerca do ordenamento dos estudos
109 Cf. CG21 337
110 Cf. Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, A vida fraterna em comunidade, 46; cf. VECCHI J. , Salesianos e movimentos eclesiais, ACG 338 (1991), pp. 38-44
111 C 22
112 Cf. VC 65
113 Cf. CG23 118
114 Cf. C 102
115 Cf. PDV 43
116 Cf. A vida fraterna em comunidade, 35
117 C 21
118 MB XIII, p. 89
119 MB XIII, p.424
120 C 78
121 Cf. CG24 98
122 C 18
123 Cf. CG24 98
124 Cf. C 15
125 Cf. C 15. 16
126 Cf. A vida fraterna em comunidade, 37
127 Cf. C 83
128 Cf. VECCHI J., Um amor sem limites a Deus e aos jovens, ACG 366 (1999), p. 41
129 Cf. CG24 33
130 Cf. R 46
131 Cf. C 84
132 CG24 92
133 Cf. CG24 91
134 MB X, p. 1039
135 Cf. C 19. 79. 119
136 Mt 9,36
137 PDV 72
138 R 43
139 Cf. R 99
140 Cf. VECCHI J., Especialistas, testemunhas e artífices de comunhão, ACG 363 (1998), pp. 33-35
141 R 46
142 Cf. ib.
143 C 21
144 Cf. ib.
145 Cf. CG24, 240; ACG 365, p.10-12
146 Cf. VC 93
147 Cf. CG24 239
148 Cf. VC 55
149 Cf. JOÃO PAULO II, Juvenum patris, 5
150 Cf. C 11
151 VC 93
152 Ib.
153 Cf. VIGANÓ E., Redescobrir o espírito de Mornese, ACS 301, p. 24
154 C 25
155 VECCHI J., O Pai nos consagra e envia, ACG 365 (1998), p. 24
156 Cf. VIGANÓ E., Espiritualidade salesiana para a nova evangelização, ACG 334, pp. 22-23
157 Cf. C 11
158 Cf. C 12. 20
159 Cf. C 1
160 MuR 11
161 Cf. C 3
162 C 12
163 Cf. C 34. 2
164 Cf. VC 18
165 Cf. C 99
166 C 25
167 Cf. VIGANÓ E., A Família Salesiana, ACS 304, p. 10
168 C 6
169 C 13
170 C 6
171 Cf. C 13
172 C 13
173 VC 46
174 Cf. VECCHI J., Indicações de um caminho de espiritualidade salesiana, ACG 354 (1995), p. 44-45
175 Ib.
176 C 92
177 Ib.
178 CG23, 95
179 VC 96
180 Cf. João Paulo II, Juvenum Patris, 5
181 Cf. O projeto de vida dos Salesianos de Dom Bosco, p. 72
182 Cf. C 49
183 A vida fraterna em comunidade, 56
184 Cf. VC 46
185 A vida fraterna em comunidade, 12
186 Cf. CG23 216-218
187 Cf. C 60
188 Cf. PC 1
189 C 62
190 MB X, p. 1059
191 Cf. C 3
192 Cf. C 50
193 Cf. C 71
194 MB VI, p. 933
195 "Para praticar a pobreza – costumava dizer Dom Bosco – é preciso tê-la no coração". Cf. MB V, p. 670
196 Cf. VECCHI J., Enviados a anunciar aos pobres uma alegre mensagem, ACG 367 (1999), pp. 10-11
197 Cf. Fl 3, 8-10
198 Cf. R 64
199 Cf. C 76
200 C 79
201 Cf. C 62
202 VECCHI J., Um amor sem limites a Deus e aos jovens, ACG 366, p. 13
203 Cf. R 66. 68
204 Cf. C 84
205 Cf. C 86
206 C 95
207 C 12
208 Cf. VECCHI J., Este é o meu Corpo, oferecido por vós, ACG 371 (2000), pp. 39-42
209 CGE 535
210 C 85
211 Cf. C 86; O projeto de vida dos Salesianos de Dom Bosco, pp. 493-495
212 C 86
213 VC 94
214 C 87
215 Cf. ib.
216 VECCHI J., Este é o meu corpo, oferecido por vós, ACG 371, p. 22
217 Cf. C 88
218 Cf. C 89
219 Cf. C 90
220 Cf. C 92
221 La vita fraterna in comunità, 16
222 VECCHI J., O Pai nos consagra e envia, ACG 365 (1998), p. 29
223 Cf. CG21 59b; CGE 494. 540
224 CG23 222
225 Cf. R 65
226 Cf. R 174
227 Cf. CG24 152
228 C 70
229 R 79
230 C 73
231 Cf. C 79
232 Cf. C 73
233 R 65
234 Cf. CGE 613; ACS 253 (1968), p. 55 (it.); ACS 276 (1974), p. 85 (it.)
235 Cf. PDV 50
236 CG24 178
237 Cf. PO 16; CG21 39. 59
238 Cf. R 68; CGE 675
239 Cf. CG21 59
240 Cf. R 44
241 Cf. R 50. 66
242 Cf. CG21 39. 58; PC 12; C 15
243 SC Vaticano II, 1963 14
244 Cf. VECCHI J., Este é o meu corpo, oferecido por vós, ACG 371 (2000), p. 51-52
245 Cf. C 88
246 R 70
247 CEC-Instrução A formação litúrgica nos seminários, 1979 36; CRIS Decreto Dum canonicarum legum, 1970, art. 3
248 CRIS Decreto Dum canonicarum legum, 1970, art. 3
249 Cf. C 89
250 R 70
251 C 89
252 Cf. C 91; R 72
253 R 72
254 Cf. R 71
255 Cf. C 92; R 74
256 CG21 45
257 Cf. CG21 44
258 Cf. VECCHI J., Por vós estudo, ACG 361 (1997), p. 35
259 Ib. p. 16-18
260 VC 98
261 CG23 220-221
262 MB XV, p. 28
263 Cf. VECCHI J., Eu por vós estudo, ACG 361 (1997)p.11; La formazione intellettuale nell'ambito della formazione salesiana, incontro promosso dal Dicastero per la formazione con la collaborazione della Facoltà di s. Teologia dell'UPS, Roma 1981
264 R 82
265 Cf. PDV 55; Inculturazione e formazione salesiana, a cura del Dicastero per la formazione e della Facoltà di teologia dell'UPS, Roma 1984
266 C 101
267 C 100
268 PDV 56
269 Cf. CEC A formação teológica dos futuros sacerdotes, 1976, passim
270 Cf. JOÃO PAULO II, Fides et Ratio, 60
271 Cf. PDV 52
272 Para outros estudos além dos previstos pelo currículo comum, a serem feitos durante a formação inicial em função de uma ulterior qualificação ou especialização, tenham-se presentes os critérios e as normas indicados pela Ratio.
273 Cf. MuR 26
274 Cf. R 84
275 Vecchi J., Relazione del Vicario del Rettor Maggiore al CG24, n. 229
276 R 82
277 R 99
278 Cf. ib.
279 C 19
280 R 100
281 Cf. C 135
282 Cf. ACS 276, p. 85(it.); CG21 153d; VECHI J., Por vós estudo, ACG 361, p. 38
283 Cf. O Salesiano Coadjutor, pp. 160-161
284 Cf. R 85; Gli studi di "Salesianità" durante la formazione iniziale, seminario organizzato dal Dicastero per la formazione, Roma, 1993
285 Cf. FFIS 93
286 Cf. CIC, can. 809. 810. 812; CG24 164
287 Cf. RFIS 91
288 Cf. CG21 282. 283. 441
289 R 84
290 Ib.
291 Ib.
292 Cf. JOÃO PAULO II, Constituição apostólica Sapientia Christiana sobre as universidades e faculdades eclesiásticas, 1979, art. 62, 2; citar-se-á Sapientia Christiana
293 Cf. CG21 262
294 R 83
295 Cf. CEC Disposições da Sagrada Congregação para a Educação Católica para a exata aplicação da Constituição Apostólica Sapientia Christiana 1979 art. 25
296 Cf. C 2
297 Cf. Dicastero per la Pastorale Giovanile Salesiana, La Pastorale Giovanile Salesiana. Quadro di riferimento fondamentale. Seconda edizione, Roma 2000; si citerà La Pastorale Giovanile Salesiana
298 Cf. La Pastorale Giovanile Salesiana, pp. 18-19
299 Cf. La Pastorale Giovanile Salesiana. Parte II
300 Cf. La Pastorale Giovanile Salesiana, p. 31
301 Cf. La Pastorale Giovanile Salesiana, p. 17
302 C 31
303 C 5
304 Cf. La Pastorale Giovanile Salesiana, pp. 20-25
305 Cf. CG24 237
306 C 115
307 Cf. CG21 284. 289. 296
308 Cf. RFIS 98b
309 Cf. VC 65
310 VC 65
311 Cf. C 98
312 R 85
313 C 119
314 PI 29
315 Cf. C 98
316 PDV 69
317 Cf. CRIS Gli elementi essenziali dell'insegnamento della Chiesa sugli istituti dediti all'apostolato, 1983 47
318 Cf. VC 66
319 C 99
320 PDV 35
321 R 85
322 C 99
323 Cf. CG24 145
324 Cf. C 103
325 PI 27
326 PDV 42
327 Cf. C 103
328 PDV 60
329 Ib.
330 Cf. Diretrizes sobre a preparação dos educadores nos seminários, 1
331 Cf. números precedentes: 145-146. 167-180
332 Cf. ISM cap. 10, "Animazione e governo dell'Ispettoria, communità in formazione e formatrice"
333 Cf. C 157
334 C 170
335 Cf. C 171
336 Cf. C 59
337 Cf. O Diretor Salesiano. Um ministério para a animação e o governo da comunidade local, Roma, 1986
338 Cf. CG21 53
339 Cf. C 70
340 C 55
341 Cf. O projeto de vida dos Salesianos de Dom Bosco, pp. 419-422
342 Cf. C 55
343 Cf. DSM 234
344 Cf. CEC, Diretrizes sobre a preparação dos educadores nos seminários, 1993
345 Cf. C 104
346 Ib.
347 CEC, Diretrizes sobre a preparação dos educadores nos seminários, 1993, 10
348 Ib. 57
349 VECCHI J., I protagonisti della formazione sacerdotale, in DAL COVOLO-TRIACCA, Sacerdoti per la nuova evangelizzazione. Studi sull'Esortazione apostolica 'Pastores dabo vobis' di Giovanni Paolo II, Roma 1993 pag. 321
350 Cf. RFIS 35
351 Cf. RFIS 37
352 Cf. PDV 66; DES (Diretrizes Educadores Seminários) 20
353 Cf. VECCHIJ., Um amor sem limites a Deus e aos jovens, ACG 366 (1999), por exemplo, pp. 27-29; cf. também PDV 66; CG24, Índice analítico Mulher
354 PDV 66
355 Cf. CG24 138-141
356 CG24 53
357 CG24 142
358 Cf. Diretrizes sobre a preparação dos educadores nos seminários 10-11
359 PDV 66
360 Cf. L'Ispettore salesiano. Un ministero per l'animazione e il governo della comunità ispettoriale, Roma 1987, specialmente cap.10: "Animazione e governo dell'Ispettoria, comunità in formazione e formatrice"
361 Cf. ISM 305-307
362 Cf. precedente n. 24
363 Cf. precedente n.158
364 Cf. precedente n. 23
365 Cf. precedente n. 21
366 Cf. precedente n. 22
367 Cf. precedente n. 29; seguinte n. 278
368 Cf. precedente n. 202
369 Cf. precedente n. 437
370 Cf. precedente n. 556
371 Cf. ib.
372 Cf. precedente n. 50
373 C 135
374 Cf. C 40
375 C 119
376 CG23 219
377 Cf. C 119
378 Cf. VECCHI J., Especialistas, testemunhas e artífices de comunhão, ACG 363 (1998), pp. 32-34; CG24, Índice analítico Comunicação
379 VECCHI J., Especialistas, testemunhas e artífices de comunhão, ACG 363 (1998), p. 30
380 A vida fraterna em comunidade, 27
381 VECCHI J., ib.
382 PDV 10
383 VC 68
384 Cf. seguinte n. 280
385 Cf. C 55
386 Precedente n. 233; cf. seguinte n. 290
387 Cf. C 70
388 C 70
389 DSM 252
390 R 79
391 Cf. C 70
392 Cf. seguinte n. 294
393 C 55
394 C 104
395 Cf. precedente, n. 117
396 Cf. precedentes n. 199. 204
397 Cf. precedente n. 162
398 Em termos jurídicos, e nos manuais de moral, é às vezes chamado "segredo comisso" ou de consciência, enquanto é entregue ("comisso", de cometer com o sentido de entregar) à consciência da pessoa pela profissão que exerce.
399 Cf. precedente n. 213
400 VC 66
401 Cf. C 105
402 Cf. DSM 266-267
403 Cf. C 66
404 Uma apresentação mais ampla e concreta do discernimento vocacional salesiano durante a formação inicial e em particular do discernimento para as admissões, encontra-seno fascículo Critérios e normas de discernimento vocacional salesiano. As admissões, que é um complemento da Ratio
405 C 107
406 Cf. FSDB 298
407 Cf. R 81
408 FSDB 321
409 Para o acompanhamento dos irmãos em situações particulares, cf. ISM 390-395. DSM 268
410 Cf. C 99
411 Ib.
412 C 103
413 Cf. R 78
414 Cf. C 104. 101; CG21 112
415 Cf. CG21 276
416 Cf. CG21 252
417 Cf. ACS 276, p. 84 (it.)
418 Cf. CGE 679a; R 89
419 Cf. MuR 47
420 Cf. MuR 30a; C 48
421 Cf. MuR 48
422 Cf. CGE 678b; C. 104
423 Cf. C 178-186
424 Cf. R 175
425 Cf. C 44b; R 4b.5
426 Cf. C 181.1; R 184.3
427 Cf. R 48
428 Cf. R 79
429 Cf. R 78
430 Cf. CGE 678c
431 Cf. ACS 244, p. 97 (it.)
432 Cf. C 112
433 "O mestre de noviços e seu sócio, o reitor do seminário ou de outro instituto de educação não ouçam confissões sacramentais dos alunos que residem na mesma casa, a não ser que eles, em casos particulares, o solicitem espontaneamente" (CIC, cân. 985)
434 R 78
435 Cf. OT 11; ACS 293, p. 3-11
436 CGS 673a; cf. RFIS 39; SaC 163; OT 11
437 Cf. CG21 277.250b
438 Cf. R 81
439 R 81
440 Cf. C 108
441 Cf. ib.
442 C 98
443 Cf. C 1
444 C 195
445 C 98
446 C 105
447 VC 69
448 C 99
449 Cf. C 118
450 C 106
451 Cf. CGE 660; CG21 299
452 Ao se falar do processo formativo, referimo-nos aqui sobretudo à formação inicial. Mais adiante tratar-se-á especificamente da formação permanente.
453 Cf. C 101
454 Cf. VECCHI J., Levantai vossos olhos e vede os campos que lourejam prontos para a messe. O nosso empenho missionário em vista do ano 2000, ACG 362 (1998), pp.18-19
455 Cf. C 107
456 Cf. CG24 167
457 Cf. C 108
458 Cf. O projeto de vida dos Salesianos de Dom Bosco, p. 614
459 Cf. CGE 660, CG21 299
460 CG21 301
461 Cf. CG24 142
462CG24 147
463 Cf. CG24 142
464 Para os candidatos dos vários ritos orientais, se lembre de pedir o prescrito “Nada Obsta” da Congregação para as Igrejas Orientais – com a anexa permissão de "bi-ritualismo" – segundo o cân. 517 § 2 do Codex Canonum Ecclesiarum Orientalium (1990). O pedido do candidato, acompanhado pelo parecer do Inspetor, seja remetido à Secretaria geral.
465 C 101
466 CG21 267
467 Cf. ACS 276, 71-72 (it.)
468 PI 42
469 Cf. R 90
470 PI 43
471 PI 43
472 Cf. ib.
473 Cf. R 90
474 C 109
475 Cf. C 109; R 88; CG21 439; ACS 276, p. 72 (it.)
476 R 88
477 CG21 267
478 Cf. ACS 276, p. 71-72 (it.)
479 Cf. Critérios e normas de discernimento vocacional salesiano. As admissões, Roma 2000
480 Cf. cân. 643 § 1.1; 656.1; R 90
481 Cf. CG21 268
482 Cf. ib.
483 R 90
484 Cf. Critérios e normas de discernimento vocacional salesiano. As admissões, n. 114-116
485 C 108
486 Cf. cân. 645 § 4
487 Cf. cân. 642; R 90
488 Cf. CGE 695; cân. 642
489 Cf. CEC L'ammissione al seminario di candidati provenienti da altri seminari o famiglie religiose 1996
490 Trata-se das certidões de batismo e de crisma, e dos “outros documentos requeridos segundo as disposições da Ratio de formação sacerdotal” (cân. 241 § 2)
491 Cf. RFIS 39
492 Cân. 241 § 3
493 Cf. cân. 220
494 Cf. C 110. Veja-se proposta de celebração para o início do noviciado no Rituale della professione religiosa, Società di San Francesco di Sales, Roma 1989, cap. I, L'ammissione alla vita religiosa.
495 Cân. 646
496 Cf. C 196
497 VC 109
498 Cf. C 22
499 Cf. R 85
500 Cf. C 50
501 Cf. C 52
502 C 88
503 R 91
504 Cf. C 110
505 R 89
506 C 110
507 Cf. R 89
508 C 112
509 C 111
510 Cf. C 108
511 PI 55
512 Cân. 647 § 2; cf. C 111
513 Cf. C 132 §1.3; cân. 647 § 1
514 R 89
515 Cf. R 86; cân. 652 § 5
516 Cân. 647 § 3
517 Cf. ib.
518 Cf. C 111. 165 § 3; cân. 647 § 2
519 C 112; cf. cân. 651 § 1
520 Cf. ACS 276 p. 76 (it.)
521 Ib.
522 C 111; cf. Elementi giuridici e prassi amministrativa nel governo dell'Ispettoria. Roma 1987 55-56; si citerá Elementi giuridici
523 Cf. cân. 201§ 1; 202 § 2; 203 § 1.3
524 R 93
525 R 92
526 Cf. precedentes nn. 198-199. 202-204
527 Cf. R 86; ACS 276, p. 81 (it.)
528 Cf. ACS 276, p. 77 (it.)
529 R 91
530 R 93; cân. 653 § 1
531 Cf. R 90; cân. 653 § 1.2
532 Cf. C 108
533 Cf. R 93; cân. 653 § 2
534 C 108; cf. cân. 657 § 1
535 Cf. CGE 697b
536 Cf. cân. 656 § 1
537 PI 57; cf. cân. 655-657
538 Cf. O projeto de vida dos Salesianos de Dom Bosco, pp. 613-614
539 Cf. C 117
540 C 113
541 Cf. PI 56; Congregazione per il Culto Divino, Ordo profissionis religiosae 5, nota 24. Per la celebrazione salesiana della professione temporanea e perpetua vedi Rituale della professione religiosa, Società di San Francesco di Sales, Roma 1989
542 Cf. cân. 657 § 1; Elementi giuridici e prassi amministrativa nel governo dell'Ispettoria, Roma 1987; ISM, App. 64
543 PI 56
544 Cf. C 62
545 Cf. cân. 690 § 1
546 Cf. Elementi giuridici, 70-71; ISM App.70-71
547 Cf. Lettera del Vicario del Rettor Maggiore D. G. Scrivo agli Ispettori, 20.1.1985. Prot. 85/64; cf. Elementi giuridici, 91
548 C 113
549 Cf. C 114
550 C 114
551 C 104
552 C 114
553 R 95
554 Ib.
555 Cf. RFIS 71
556 R 83
557 Cf. O Salesiano Coadjutor, p. 155-159
558 CG21 301
559 Cf. CG21 303
560 C 103
561 Cf. CG21 283
562 Cf. CG21 247
563 CG21 245b
564 Cf. CG21 305
565 Cf. R 79
566 Cf. ACS 276, p. 83-84 (it.)
567 R 95; cf. cân. 659 § 1
568 Cf. C 113
569 Cf. R 78
570 Cf. cân. 660 § 2
571 R 95
572 Cf. CG21 303
573 Cf. CG21 283; cf. precedentes n. 168, 170, 178
574 Cf. PC 18; CG21 440
575 R 83
576 Cf. CG21 440. Quanto a outros estudos durante esta fase, cf. precedentes 182-183
4 Cf C 46
5 Cf C 34
6 CG21 287
7 C 115
8 R 96
9 Cf CGE 696; CG21 285
10 Cf CG21 289
11 CG 289
1 C 116
2 Cf RFIS
3 C 116; cf Il Salesiano Coadiutore, Postirocinio, pág. 202-206.
4 Cf VC 65.68
5 Cf C 95.
6 R 98
7 C 116
8 CGE 688
9 C 116
10 R 98
11 C 116
12 VIGANÓ E., “Ci sta a cuore il prete del duemila”, ACG 335 (1990). Pag. 22
13 Cf PI 24
14 Cf. CG21 294
15 Cf MuR 36; PO 8.10
16 Cf VIGANÓ E., Ci sta a cuore il prete del duemila, ACG 335 (1990), pag. 35
17 PDV 21
18 Fl 2,5
19 Cf PAULO VI, Carta Apostólica 1972, Ad pascendum, VIII
20 PDV 16
21 PDV 49
22 PDV 28
23 Cf RFIS 59
24 Cf PDV 55
25 Cf PDV 54
26 Cf RFIS 77
27 Cf PAULO VI, Carta Apostólica, 1972, Ministeria quaedam, V
28 Cf PAOLO VI, Carta Apostólica, 1972, Ad Pascendum, Introdução
29 Cf PDV 67
30 Cf C 116
31 Cf C 6; R 98
32 R 98
33 C 116
34 R 97; cf CG21 295.44
35 CEC, La formazione teologica dei futuri sacerdoti; CG21 295
36 Cf Sapientia christiana art. 72-74
37 CG21 295
38 Ibid
39 R 97
40 Veja atrás o n. 178
41 CEC, La formazione teologica dei futuri sacerddotiI 129
42 Cf Ibid 130
43 Cf Sapientia christiana art. 72
44 Cf CGE 684-686
45 Cf C 55.70; R 49.79.175
46 Cf ACS 293 26
47 PAULO VI, Carta Apostólica, 1972, Ad Pascendum II
48 Cf cân 1035 § 2
49 Cf ACS 293, pág. 36; CEC-FS, pág 16
50 Cf Critérios e normas; também o n. 301
51 Cf ACG 312, pág. 46
52 Cf ACG 312, pág. 46-47
53 ACG 312, pág. 47
54 Cf Sapientia christiana art. 72-74
55 Cf ACS 267, pág. 54
56 PAULO VI, Carta Apostólica Sacrum diaconatus ordinam (1967) 34
578 C 107
579 C 113
3 C 117
4 Cfr C 195
5 Cfr PI 64
6 C 117
7 Cfr cân 657 § 1; C 117
8 Cfr cân 657 § 3
9 Cfr Ordo Professionis Religiosae, Premissas 5. 14c; para a celebração salesiana., ver Ritual da profissão religiosa, Sociedade de São Francisco de Sales, Roma 1989
10 C 117
11 R 94, cfr cân. 684
580 VC 70
2 CG23 90
3 Cfr CG21 310
4 PI 68
5 C 119
6 C 99
7 Cfr CG21 311
8 PDV 71
9 Cfr VC 71
10 Cfr CG23 292
11 C 25
12 Cfr C 91
13 Cfr PI 68
14 CG24 55
15 C 119
16 VC 70
17 Ibid
18 R 102
19 Cfr VC 70
20 Cfr VECCHI, L’anzianità: um’etá da valorizzare, ACG 337 (1991), pág. 44-51
21 Cfr VC 70. “I confratelli in difficoltà o ‘gravemente compromessi’” in ISM 390-395; v. também DSM 268
22 Cfr CG21 311
23 C 98
24 C 119
25 Cfr R 99
26 Cfr VECCHI J., Io per voi studio, ACG 361 (1997), pág. 29
27 Cfr C 119
28 Cfr R 100
29 C 99
30 Cfr CG23 222
31 R 175
32 Cfr R 173
33 Cfr CG24 172
34 CG23 223
35 CG24 145
36 Cfr R 101
37 CG21 332
38 Cfr R 102
39 Cfr CG21 311
340 Cfr C 119
41 CG21 327; cfr R 69, 44
42 C 55
43 Ibid
44 Cfr n. anteriores 18.211
45 Cfr CG23 223
46 R 102
47 Cfr C 161
581 Cf. C 171.4, 191; R 87, 88; ISM 365, 382 e Elementos Juridicos, 43,45; Van Looy Luc, O diretório inspetorial, ACG 365 (1998) 47-53.
582 A Ratio se refere ao projeto inspetorial de formação e ao projeto da comunidade formadora local; recolhemos aqui as principais indicações que dizem respeito ao Projeto inspetorial.
583 Este Índice não compreende os conteúdos dos Anexos à Ratio.
Para alguns itens (por exemplo: Admissões, Discernimento, Idoneidade, Maturidade, Motivações, Profissão, etc.) é útil consultar o suplemento Critérios e normas de discernimento vocacional salesiano. As admissões, Roma 2000.