Pastoral Juvenil e Familia_pt


Pastoral Juvenil e Familia_pt



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PASTORAL
JUVENIL
e FAMÍLIA
ATOS
DO CONGRESSO
INTERNACIONAL
MADRID, 27 Novembro - 1 Dezembro 2017
Dicastério de
Pastoral Juvenil
Salesiana

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Desenho gráfico: ARTIA COMUNICACIÓN
Ilustrações: JAVIER CARABAÑO
Propriedade reservada ao DICASTÉRIO DE PASTORAL JUVENIL SALESIANA
SEDE CENTRAL SALESIANA
Via Marsala, 42
00185 Roma

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PASTORAL
JUVENIL
e FAMÍLIA

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APRESENTAÇÃO
P. ÁNGEL FERNÁNDEZ ARTIME
X Sucessor de Dom Bosco
Tenho o prazer de apresentar os atos do Congresso Internacional “Pastoral
Juvenil e Família” realizado em Madri de 27 de novembro a 1º de dezembro
de 2017.
A reflexão sobre “Pastoral Juvenil e Família” fez parte do nosso caminho
como Congregação nos Capítulos Gerais anteriores. A ideia de um Con-
gresso Internacional surgiu em 2014, como resposta aos dois Sínodos dos
Bispos convocados pelo Papa Francisco sobre os desafios pastorais da família
(2104 e 2015), e ao Capítulo Geral 27 dos Salesianos de Dom Bosco (2014).
Em 2014, então, o Dicastério para a Pastoral Juvenil Salesiana iniciou um
itinerário contínuo e inteligente de estudo e reflexão, que consistiu numa
série de etapas em vista do Congresso: estudo dos contextos familiares nas
sete regiões do mundo em que a Congregação Salesiana está presente,
criação de um grupo interno de estudo, análise do contexto inspetorial e
local através de um questionário.
Neste Congresso, com a presença de cerca de 300 participantes de todo o
mundo salesiano, pôde-se aprofundar o dom do carisma salesiano nas quatro
conferências oferecidas, nos vários workshops e na apresentação de 21 boas-
-práticas; isso tudo ofereceu-nos uma “fotografia” do trabalho da Congregação
em favor da família nos diversos processos educativo-pastorais.
Pude constatar um verdadeiro ambiente de família e uma grande disposição à
aprendizagem e participação. Espero que este espírito e esta experiência sejam
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repetidas nos vários contextos locais para que a riqueza vivida e compartilhada
neste Congresso se torne viva em nível local.
Sirvo-me, também, desta oportunidade para agradecer ao P. Fabio Attard, Con-
selheiro Geral para a Pastoral Juvenil Salesiana, que orientou este caminho. Uma
palavra especial de apreço pelos membros do Dicastério para a Pastoral Juvenil
em Roma e pelos membros do Conselho Geral dos Salesianos de Dom Bosco
que participaram. Agradeço também ao Inspetor e aos membros do Conselho
Inspetorial dos Salesianos da Inspetoria de Madri, Espanha, e a participação dos
membros da Família Salesiana e muitos outros, que contribuíram para o bom
êxito do Congresso.
Gostaria de concluir recordando que este Congresso não é o evento culmi-
nante desse caminho. Ele, de fato, faz parte de um longo caminho e processo
no qual continuaremos a abrir espaços de discernimento ao redor da pasto-
ral juvenil e da família. Para tanto, serão criadas estratégias comuns, com
a finalidade de aumentar o impacto das nossas ações, e será enfrentada a
construção de uma ação educativo-pastoral com as famílias, mais incisiva e
frutuosa, sempre na baliza da pastoral juvenil salesiana. Estou certo de que
estes “Atos do Congresso” serão um instrumento eficaz em nosso caminho
de Pastoral Juvenil e Família.
Com o meu afeto e os votos de todo bem do Senhor.
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INTRODUÇÃO
PASTORAL JUVENIL
E FAMÍLIA REFLETIR,
COMPARTILHAR, CONSTRUIR
FABIO ATTARD SDB
Conselheiro para a Pastoral Juvenil
dos Salesianos de Dom Bosco
O CORAÇÃO DA IDEIA:
a família, uma realidade
extremamente rica e complexa
Os Salesianos de Dom Bosco, através do Dicastério para a Pastoral Juvenil Sa-
lesiana, quiseram dedicar o seu trabalho no triênio 2015-2018 ao tema da
família, por ocasião dos Sínodos promovidos pela Igreja sobre o assunto
(2014 e 2015). A própria reflexão do 27º Capítulo Geral da Congregação
Salesiana (2014) insistiu no fato de a família ser um fator-chave na sociedade e
na educação das novas gerações. A família, atingida por uma série de transfor-
mações econômicas, sociais, jurídicas, políticas, viu mudar a própria fisionomia
em seus aspectos fundamentais. Indo às raízes da mudança, deve-se registrar
o surgimento de uma nova cultura familiar, de um novo modo de acompanhar
pastoralmente as exigências da família. Para nós Salesianos, a família é sujeito
ativo da pastoral, sujeito edificador da Igreja e da sociedade, com uma identi-
dade e uma missão específicas. Ou, então, podemos afirmar que a família é o
lugar unificante da ação pastoral.
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Por essa razão, o Dicastério deseja que a reflexão seja um caminho em comum,
um caminho progressivo e propositivo, um caminho no qual confluam os muitos
contextos da realidade mundial. Para que seja realmente um caminho feito em
comum, foram pensadas várias etapas nas quais somos e seremos progressiva-
mente envolvidos.
Nas diversas etapas pensamos, de fato, em interagir com diversas pessoas
competentes a título diverso sobre o tema da família. Esperamos, assim,
que o caminho se torne propositivo não só pelas escolhas que cada realidade
Inspetorial e local deverá fazer, mas também de apoio válido a opções que
cabem a todos, enquanto rico da análise de muitos aspectos. As três primeiras
etapas serão as premissas e os fundamentos sobre os quais construir o Encontro
Internacional, de modo a representar quase a conclusão de um longo raciocínio.
Vejamos, então, os passos dados até agora, as propostas ativadas em quatro
etapas:
eeUma fotografia mundial particularmente poliédrica (setembro 2015
- fevereiro 2016)
eePara uma síntese realista e articulada do mundo das famílias (março
2016)
eeEstudo do contexto salesiano local para eventuais perspectivas ope-
rativas (julho-fevereiro 2017)
eeTempo de confronto e planejamento para o futuro (novembro 2016)
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FASE 01
Uma fotografia mundial
particularmente poliédrica
De setembro de 2015 a fevereiro de 2016, a família foi estudada em chave
sociológica e educativa em nível regional (Timeline, tabela 1). Os dias formativos
estudaram as múltiplas dimensões da realidade familiar, com a ajuda qualificada
de especialistas provenientes das diversas regiões geográficas nas quais a Con-
gregação está organizada. Seis relatórios ofereceram uma documentada pesquisa
de campo, alternando a perspectiva sociológica e política, à atenção pastoral e
pedagógica, colocando as bases para uma reflexão atenta dos aspectos consti-
tutivos da realidade familiar e dos desafios que se está a enfrentar atualmente.
Recolher numa conclusão a fotografia particularmente poliédrica da família de
hoje no mundo é uma empresa difícil. Contudo, as conclusões desses encontros
permitiram-nos individuar uma série de temas que formam uma plataforma
muito robusta para novos aprofundamentos, além do balanço positivo sobre
a importância substancial da família. Enunciamos alguns deles entre os mais
emergentes:
eede uma parte, as ameaças que desestabilizam a família não são
apenas de caráter econômico, mas se colocam ao lado sobretudo
daquelas de caráter simbólico, cultural e antropológico, que põem
em discussão a sua natureza e as suas funções (o desafio da ideologia
de gênero, a imagem da família em algumas mídias, o aumento da
instabilidade conjugal e a fragilidade da instituição familiar, os fatores
condicionantes de caráter sociocultural);
eede outra, há uma consciência mais viva da liberdade pessoal,
e uma maior atenção à qualidade das relações interpessoais no
matrimônio, na promoção da dignidade da mulher, na procriação
responsável, na educação dos filhos.
Os destinatários dos seis encontros foram os responsáveis inspetoriais para a
pastoral juvenil de todas as Regiões do mundo. Das constatações e das reflexões
feitas com eles, emerge um duplo desafio:
eeconstruir e difundir uma nova cultura da família, tanto em
nível social como educativo. Onde for percebida e valorizada como
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ela é realmente, isto é, como sujeito social a pleno título com
uma função extraordinária não só econômica e de cuidado, mas
também cultural e educativa, então poderá ser geradora de so-
lidariedade entre as gerações e fonte de formas comunitárias de
vida no território;
eeao mesmo tempo, é preciso promover adequadas estratégias edu-
cativo-pastorais de apoio à família na sua função fundamental de
coesão social e de ação educadora das novas gerações.
FASE 02
Para uma síntese realista e
articulada do mundo das famílias
Um grupo de estudo foi convocado para os dias 19 e 20 de março de 2016.
Participavam: Marcelo Farfan (Equador), Alberto Martelli (Itália), Hubert Pinto
(Índia), Miguel Ángel García (Equipe do Dicastério para a Pastoral Juvenil), Fabio
Attard (Conselheiro Geral e responsável da Equipe do Dicastério para a Pasto-
ral Juvenil), Gustavo Cavagnari (Argentina), Rossano Sala (Itália), Mario Olmos
(Equipe do Dicastério para a Pastoral Juvenil), Renato Cursi (Dicastério para a
Pastoral Juvenil), Daniel García (Equipe do Dicastério para a Pastoral Juvenil) e
Virginia Cagigal (Espanha).
Uma vez estudada a realidade dos diversos contextos na primeira etapa, o grupo
internacional esboçou as grandes questões emergentes encontradas hoje pela
família. O grupo quis refletir sobre algumas linhas de leitura com uma aborda-
gem estrutural e cultural:
eea primeira, relativa aos aspectos críticos e às dimensões da crise
econômica, demográfica e sociocultural (e aqui os relatores releram
alguns temas considerados em nível mundial na primeira etapa, entre
outros, o novo cenário sociocultural, a questão educativa e antropoló-
gica, o esforço que as famílias devem fazer para transmitir aos filhos
a vontade de, por sua vez, construir uma família, a imagem que a
família nos é passada pelas mídias, a delicada e urgente questão da
educação afetivo-sexual);
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2.1 Page 11

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eea segunda, relativa a possíveis recursos a potenciar para uma
maior abertura, acolhida e acompanhamento, entendendo que a fa-
mília não é uma área, mas uma dimensão da pastoral da juventude.
Sucessivamente, foram recordadas algumas opções operativas educativas e pas-
torais a serem favorecidas. A tentativa foi de individuar alguns núcleos:
eeacompanhar os casais na vida afetiva;
eeeducar os pais na missão educativa;
eeconseguir ter um duplo olhar como educadores sobre a vida do jovem
e a sua família;
eecuidar do ciclo da vida familiar, ou seja, educar para a transição à vida
adulta e a relação entre pais e filhos adolescentes;
eecompreender e reforçar a identidade individual, a identidade de casal
e a identidade geracional; a urgência de uma formação específica
(sobre a família, não só sobre o matrimônio), especializada (porque
o ponto de vista da teologia não é o mesmo da psicologia, e todas as
ciências podem contribuir), integrada (porque as diversas abordagens
não devem ser meramente aproximadas) e compartilhada (feita em
comum por consagrados e leigos, para que as respectivos vocações
se compreendam reciprocamente);
eesistematizar a preparação remota, próxima e imediata ao matrimônio.
FASE 03
Estudo do contexto salesiano
local para eventuais
perspectivas operativas
Em junho de 2016, foi pedido a todas as realidades inspetoriais que respon-
dessem um Questionário, um instrumento de pesquisa que os 86 Conselhos
Inspetoriais devem compilar a partir da observação da própria realidade. O
questionário prevê três perguntas:
eeQuais os desafios que a família apresenta à pastoral juvenil na Ins-
petoria?
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eeNos vários projetos da Inspetoria, quais as opções que a Inspetoria fez
ou pretende fazer no campo da pastoral juvenil e família?
eeQuais as propostas que na Inspetoria podem ser qualificadas como
boas-práticas, isto é, que sejam inovadoras e capazes de contrapor-se
com sucesso aos novos desafios sobre pastoral juvenil e família?
A apresentação da pesquisa (Timeline, tabela 2) mostrará que o acompanha-
mento e o protagonismo das famílias na realidade local oferecem atualmente
diversas abordagenseducativo-pastorais. Esta terceira etapa é dedicada, pois, a
expor os resultados da pesquisa de campo, esboçando o perfil das famílias que
se dirigem às presenças salesianas do mundo. Os numerosos dados das respos-
tas contribuirão implicitamente para descrever e compreender a identidade da
missão salesiana.
FASE 04
Momento de confronto e
planejamento para o futuro
Depois de iniciar um caminho de participação e escuta ativa da Congregação,
através da consulta em nível continental e das reflexões das Inspetorias, uma
quarta etapa se prefixa as três seguintes finalidades: aprofundar as orientações
atuais da Igreja e da Congregação sobre a família, compartilhar os desafios e
as oportunidades educativo-pastorais da família e construir experiências para a
reflexão e ação no interior das Comunidades Educativo-Pastorais. O Dicastério
para a Pastoral Juvenil, partindo dessa atenção especial, propõe o Congresso
Internacional Pastoral Juvenil e Família, que se dará em Madri nos dias 17
de novembro a 1º de dezembro de 2017.
Este encontro internacional propõe oferecer três conteúdos precisos:
eeUma leitura propositiva sobre a família de hoje: partindo da ex-
periência atual da Congregação, acolher os desafios e oportunidades
que nos são oferecidos pelo momento histórico
eeUma leitura eclesial e espiritual da família: à luz do caminho
sinodal da Igreja e da Exortação Apostólica «Amoris Laetitia» são
oferecidos temas e estímulos para a reflexão pessoal e comunitária:
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família e evangelização; jovens e vocação matrimonial; educação ao
amor; itinerários formativos para noivos e esposos; situações particu-
lares do casal/família; família e filhos.
eeUma leitura educativo-pastoral salesiana: propor, reforçar e in-
tegrar a pastoral salesiana em favor da família no interior do Projeto
Educativo-Pastoral Salesiano.
A atividade confiada ao Congresso baseia-se numa metodologia articulada
em diversos momentos para promover e compartilhar não só reflexão, mas
também iniciativas em favor da família. Nesses dias os participantes do Con-
gresso serão envolvidos nas seguintes propostas (Tabela 3):
eeReflexão profunda inicial, oferecida por especialistas, que acompanha
os trabalhos do dia.
eeTestemunhos e boas-práticas de várias partes do mundo no campo
da pastoral juvenil salesiana e da família, que já estejam em ação e
consolidadas, facilitando a aprendizagem experiencial e a participação
de grupo.
eeTrabalhos de grupo em nível continental, para escuta e reflexão mais
contextualizadas.
eeWorkshop: laboratórios práticos e experienciais sobre temas especí-
ficos guiados por especialistas internacionais, em vista de uma pro-
posta de acompanhamento pastoral para várias faixas de idade e
de grupos, permitindo adquirir novos conhecimentos, habilidades e
predisposições em relação a diversas áreas ao redor da família.
Os destinatários diretos do Congresso são os 400 participantes, leigos e con-
sagrados, provenientes das 89 Inspetorias em que está organizada a Congre-
gação dos Salesianos de Dom Bosco, presentes hoje em 132 Países do mundo.
Prevê-se para cada Inspetoria a participação de uma delegação de alguns es-
pecialistas ou pessoas empenhadas no setor do trabalho pastoral com a família
(o número entre parêntesis indica a quantidade de participantes por país ou
grupo de países).
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LOGO
«Vigia sobre os teus pensamentos: a tua vida depende de como
pensas» (Provérbios 4,3)
O ícone representa a alegria multicolo-
rida das famílias: “Crescer desde o pro-
fundo do coração” (fala de acolhida,
encontro, fragilidade, misericórdia, con-
fiança...).
ILUSTRAÇÃO
«Jesus ia crescendo em sabedoria, estatura e graça diante de Deus
e dos homens» (Lucas 2,52)
Em “Amoris Laetitia”, Papa Francisco
reconhece que “o caminho sinodal se
revestiu duma grande beleza e propor-
cionou muita luz” (AL 4) e que as con-
tribuições recebidas são “um precioso
poliedro” (AL 4).
Em primeiro plano, temos uma família
na intimidade que se esforça no cotidia-
no (“o trabalho das tuas mãos”, diz o
Papa), que constrói a família brincando,
sem individualismo. Cada membro tem
uma função: trata-se de tirar as peças
sem deixar a torre cair. Os personagens
têm aspectos/esboços alegres e realistas,
foge da simplificação do branco e preto,
para situar-se numa ampla gama de cin-
za, possibilidades e tramas (por trás de
cada família, alegrias, dramas e sonhos).
Em segundo plano, a pastoral juvenil.
As crianças e os jovens têm um colori-
do especial, não se trata da imagem de
um pátio idílico ou ingênuo. Uma foto-
grafia dos jogos, dinâmica, apaixonada,
porque crescer exige atenção e esforço.
As crianças são esperança que con-
strói, abre ao futuro. Como no jogo da
família, todos têm um lugar na torre que
se constrói, dos membros que formam
a estrutura até os que ajudam a criá-la.
Em terceiro plano, a imagem da natu-
reza é tranquila e transmite paz. Cresce
e constrói-se com delicadeza e beleza.
Quem busca normas nítidas e contun-
dentes será desiludido. A criação tem
o seu ritmo, processo, gradualidade,
reflexo da Glória divina e da luz da Pás-
coa. É o coração mesmo de Jesus que nos
rodeia, inspira e favorece o nosso encon-
tro e diálogo. De modo estimulante e
simples, convida a olhar para o céu.
Desenho: Javier Carabaño
Comentários: Miguel Angel García
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27 de novembro de 2017
A FAMÍLIA NA
CAMINHADA SINODAL
DA IGREJA:
PERSPECTIVAS E
OPORTUNIDADES
S. EX.CIA. DOM BRUNO FORTE
Arcebispo de Chieti-Vasto

2.7 Page 17

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
A pastoral da família e dos jovens, de vital importância para toda a Igreja, o é
particularmente para os filhos de Dom Bosco, a quem Maria – no sonho dos nove
anos – indicara os jovens como o campo no qual deveria trabalhar ou, mais veros-
similmente, na linguagem da cultura campesina à qual Joãozinho pertencia, como
o campo a ser “arado”. Movido por esse mandato, visto como fonte e inspiração
de todas as futuras escolhas de sua vida, Dom Bosco não hesitará em afirmar: «No
que é de vantagem da juventude periclitante ou serve para ganhar almas para
Deus, eu me avanço até à temeridade».1 Tiro destas palavras a estrutura da minha
reflexão: gostaria, primeiramente, de examinar a realidade da família atual, como
ambiente vital no qual se encontram desafios, oportunidades e perigos para as
novas gerações; gostaria, depois, de delinear os aspectos fundamentais da proposta
que a Igreja vem apresentando nestes anos, com a finalidade de encontrar nelas as
“vantagens” para os jovens e “ganhar almas para Deus”; para indicar, enfim, algu-
mas linhas prioritárias para a ação pastoral, especialmente em perspectiva salesiana.
Para esta última parte, vou me referir às orientações amadurecidas no itinerário
das duas Assembleias sinodais dos bispos, dedicadas à família, oferecidas a todo
o povo de Deus pela Exortação Apostólica do Papa Francisco “Amoris Laetitia”,
de modo a explicitar em quais pistas me parece ser necessário “avançar até à
temeridade” no espírito de Dom Bosco. Neste contexto, também procurarei
responder à questão sobre como a Igreja atualmente está convidando os cren-
tes empenhados no campo da educação a viver a sua vocação como um dom
para os jovens, procurando recolher as orientações que poderiam iluminar,
acompanhar e tornar mais eclesial a vivência carismática da família salesiana.
Ao mesmo tempo procurarei evidenciar os aspectos fundamentais que deveriam
ser aprofundados para favorecer uma experiência de Igreja em que a família
encontre o seu espaço de acolhida e o motivo para reforçar a sua identidade,
não só como objeto, mas também e especialmente como sujeito e protagonista
da ação pastoral. Quero evidenciar ainda como esta atenção à família e aos
jovens esteja em plena sintonia com a decisão tomada pelo Papa Francisco de
dedicar a próxima Assembleia do Sínodo dos Bispos, a se realizar em 2018, ao
tema «Os jovens, a fé e o discernimento vocacional».2
1 Memórias Biográficas XVI, Cap. XXVIII, 662.
2 É este o título do Documento preparatório da XV Assembleia Geral Ordinária, publicado
em 13 de janeiro e 2017 e enviado a todas as Conferências Episcopais do mundo,
tendo anexado um amplo questionário, do qual se esperam respostas úteis
para contextualizar a reflexão sinodal na atualidade e concretude. A Terceira
Parte do Documento - dedicada à Ação Pastoral - depois de uma seção intitulada
«Caminhar com os jovens», desenvolvida segundo os três verbos “sair”, “ver” e
“chamar”, apresenta os sujeitos, os lugares e os instrumentos da pastoral juvenil
com luzes e estímulos em grande sintonia com o que é proposto nestas reflexões.
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Esta opção temática é assim apresentada no Documento preparatório do próximo
Sínodo: «a Igreja decidiu interrogar-se sobre o modo de acompanhar os jovens
a reconhecer e a acolher a chamada ao amor e a vida em plenitude, e também
pedir aos próprios jovens que a ajudem a identificar as modalidades hoje mais
eficazes para anunciar a Boa Notícia. Através dos jovens, a Igreja poderá ouvir a
voz do Senhor que ressoa inclusive nos dias de hoje. Assim como outrora Samuel
(cf. 1Sm 3, 1-21) e Jeremias (cf. Jr 1, 4-10), existem jovens que sabem vislumbrar
aqueles sinais do nosso tempo, apontados pelo Espírito. Ouvindo as suas aspira-
ções, podemos entrever o mundo de amanhã que vem ao nosso encontro e os
caminhos que a Igreja é chamada a percorrer».3 É significativa a reciprocidade
que, desde o início da caminhada, o Papa quis estabelecer com os jovens: eles
não serão apenas objeto da reflexão, voltada a aprofundar os caminhos para
transmitir-lhes o dom da fé e ajudá-los no discernimento da própria resposta ao
chamado pessoal feito pelo Senhor a cada um, mas deverão ser protagonistas
e interlocutores significativos, capazes de ajudar os pastores e a Igreja inteira a
reconhecer e interpretar melhor os sinais dos tempos e a eles corresponder com
fé e amor. Uma opção e um método que me parecem em total sintonia com as
palavras citadas de Dom Bosco e, em geral, com o carisma salesiano.
1 A REALIDADE
DA FAMÍLIA HOJE
Na Constituição Pastoral Gaudium et Spes do Concílio Vaticano II, sobre a Igre-
ja no mundo contemporâneo, entre os desafios aos quais se deve dar maior
atenção e empenho, é indicado no primeiro lugar a família, qual fundamento
da vida em comum dos seres humanos: «A família, na qual se congregam as
diferentes gerações que reciprocamente se ajudam a alcançar uma sabedoria
mais plena e a conciliar os direitos pessoais com as outras exigências da vida
social, constitui assim o fundamento da sociedade».4 A atenção à família esteve
particularmente viva no magistério de João Paulo II, que escolheu como tema
da V Assembleia ordinária do Sínodo dos Bispos (26 de setembro - 25 de ou-
tubro de 1980) “a família cristã”, dedicando-lhe a Exortação Apostólica após
3 Documento preparatório, Introdução.
4 Concílio Vaticano II, Constituição Pastoral sobre a Igreja no mundo
contemporâneo Gaudium et Spes, 52.
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2.9 Page 19

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
o Sínodo, Familiaris consortio.5 Nela, afirma entre outras coisas: «O futuro da
humanidade passa pela família! Compete ainda aos cristãos a tarefa de anunciar
com alegria e convicção a “boa nova” acerca da família, que tem necessidade
absoluta de ouvir e de compreender sempre mais profundamente as palavras
autênticas que lhe revelam a sua identidade, os seus recursos interiores, a im-
portância da sua missão na Cidade dos homens e na de Deus».6
Os motivos da importância do instituto familiar são reconhecíveis na sua mesma
natureza e missão, segundo o plano divino sobre a humanidade: «No plano de
Deus Criador e Redentor a família descobre não só a sua “identidade”, o que
“é”, mas também a sua “missão”, o que ela pode e deve “fazer”. As tarefas,
que a família é chamada por Deus a desenvolver na história, brotam do seu
próprio ser e representam o seu desenvolvimento dinâmico e existencial. Cada
família descobre e encontra em si mesma o apelo inextinguível, que ao mesmo
tempo define a sua dignidade e a sua responsabilidade: família, “torna-te aquilo
que és”!».7 Assim iluminados compreende-se porque a família deva estar no
centro da ação pastoral da Igreja e, portanto, dos projetos e iniciativas tomados
em todos os níveis e pelos diversos sujeitos eclesiais no âmbito da evangelização
e da catequese. Para que este esforço coral possa ser realizado, é preciso partir
de um olhar lúcido e absolutamente realista à realidade da família atual, na
variedade e complexidade dos contextos culturais em que se encontra.
Escreve o Papa Francisco na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium: «A família
atravessa uma crise cultural profunda, como todas as comunidades e vínculos
sociais. No caso da família, a fragilidade dos vínculos reveste-se de especial gra-
vidade, porque se trata da célula básica da sociedade, o espaço onde se aprende
a conviver na diferença e a pertencer aos outros e onde os pais transmitem a fé
aos seus filhos. O matrimônio tende a ser visto como mera forma de gratificação
afetiva, que se pode constituir de qualquer maneira e modificar-se de acordo
com a sensibilidade de cada um».8 À raiz destes fenômenos está com frequência
uma ideia de liberdade, concebida não como capacidade de realizar a verdade
do projeto de Deus sobre o matrimônio e a família, mas como força autônoma
de afirmação, não raramente contra os outros, para o próprio bem-estar egoís-
ta.9 Também se devem considerar os condicionamentos que, nos vários contex-
5 João Paulo II, Familiaris consortio. Exortação Apostólica sobre a função da família cristã
no mundo de hoje, 22 de novembro de 1981.
6 Ib., 86.
7 Ib., 17.
8 Exortação Apostólica Evangelii Gaudium (24 de novembro de 2013), 66.
9 Cf. Familiaris Consortio, cit., 6.
18

2.10 Page 20

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tos, gravam sobre a realidade familiar: «Merece também a nossa atenção o fato
de que, nos países do assim chamado Terceiro Mundo, faltem muitas vezes às
famílias quer os meios fundamentais para a sobrevivência, como o alimento, o
trabalho, a habitação, os medicamentos, quer as mais elementares liberdades.
Nos países mais ricos, pelo contrário, o bem-estar excessivo e a mentalidade
consumista, paradoxalmente unida a uma certa angústia e incerteza sobre o
futuro, roubam aos esposos a generosidade e a coragem de suscitarem novas
vidas humanas: assim a vida é muitas vezes entendida não como uma bênção,
mas como um perigo de que é preciso defender-se».10
Não faltam naturalmente aspectos positivos na situação atual do instituto fa-
miliar; assim, a Exortação Apostólica pós-sinodal Amoris Laetitia, assinada pelo
papa Francisco em 19 de março de 2016 e publicada em 8 de abril seguinte,
no segundo capítulo, sobre «a realidade e os desafios da família», observa a
crescente valorização da dignidade e do protagonismo de cada um dos com-
ponentes da vida familiar, com a devida atenção aos alterados contextos so-
cioculturais, nos quais «os indivíduos são menos apoiados do que no passado
pelas estruturas sociais na sua vida afetiva e familiar».11 Dessa forma, se de um
lado crescem o individualismo e o temor do compromisso “para sempre”, num
quadro largamente difundido da “cultura do provisório”, de outro lado se visa
uma maior autenticidade nas relações interpessoais, desafiando quem crê a «
um esforço mais responsável e generoso, que consiste em apresentar as razões
e os motivos para se optar pelo matrimônio e a família, de modo que as pessoas
estejam melhor preparadas para responder à graça que Deus lhes oferece».12
Com realismo e concretude, a Exortação refere-se aos condicionamentos ob-
jetivos que influem na formação e na vida das famílias, relacionados à falta de
trabalho ou às suas exigências, aos problemas habitacionais, aos fenômenos
migratórios, às necessidades dos idosos e das pessoas com deficiência, às di-
ficuldades relacionadas com a miséria, material e moral, que com frequência
incidem fortemente na construção da família e nas suas reais possibilidades de
vida; diante das pessoas que se encontram nessas situações, «a Igreja deve pôr
um cuidado especial em compreender, consolar e integrar, evitando impor-lhes
um conjunto de normas como se fossem uma rocha, tendo como resultado
fazê-las sentir-se julgadas e abandonadas precisamente por aquela Mãe que é
chamada a levar-lhes a misericórdia de Deus».13 O Papa, com grande sincerida-
10 Ib.
11 Amoris Laetitia, 32.
12 Ivi, 35.
13 Ib., 49.
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3 Pages 21-30

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3.1 Page 21

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
de, depois de ter observado que «nenhuma união precária ou fechada à trans-
missão da vida garante o futuro da sociedade», pergunta-se: «todavia, quem
se preocupa hoje com fortalecer os cônjuges, ajudá-los a superar os riscos que
os ameaçam, acompanhá-los no seu papel educativo, incentivar a estabilidade
da união conjugal?».14 Em especial, Francisco reivindica o papel e a dignidade
da mulher, com frequência desvalorizados ou espezinhados, e que, no entanto,
são fundamentais para a vida da família e da sociedade.
OS PONTOS CENTRAIS
2 DA PROPOSTA DA IGREJA
SOBRE A FAMÍLIA
O terceiro capítulo da Amoris Laetitia apresenta a vocação da família à luz
da mensagem evangélica. Afirma o Papa Francisco: «O próprio mistério da
família cristã só se pode compreender plenamente à luz do amor infinito
do Pai, que se manifestou em Cristo entregue até o fim e vivo entre nós.
Por isso, quero contemplar Cristo vivo que está presente em tantas histórias
de amor e invocar o fogo do Espírito sobre todas as famílias do mundo».15
Introduz-se assim uma rápida apresentação do ensinamento da Igreja so-
bre o matrimônio e a família, em cuja luz a indissolubilidade «não se deve
entender primariamente como “jugo” imposto aos homens, mas como um
“dom” concedido às pessoas unidas em matrimônio».16 O Papa Francisco
também evidencia que «o sacramento do matrimônio não é uma convenção
social, um rito vazio ou o mero sinal externo de um compromisso... é uma
vocação, sendo resposta à chamada específica para viver o amor conjugal
como sinal imperfeito do amor entre Cristo e a Igreja. Por isso, a decisão de
se casar e formar uma família deve ser fruto de um discernimento vocacio-
nal».17 Esse discernimento é iluminado pela convicção de que o matrimônio
cristão «não só indica quanto Cristo amou a sua Igreja na Aliança selada na
Cruz, mas torna presente esse amor na comunhão dos esposos. Quando se
14 Ib., 52.
15 Ib., 59.
16 Ib., 62.
17 Ib., 72.
20

3.2 Page 22

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unem numa só carne, representam o esponsalício do Filho de Deus com a
natureza humana».18
Pode-se falar, portanto de um “evangelho da família” a ser anunciado.
Esta boa-nova, segundo a fé e a experiência da Igreja, abrange quatro
aspectos fundamentais, que sempre devem estar presentes e ser propos-
tos em sua unidade: a família é escola de humanidade, socialidade, vida
eclesial e santificação. A família é, antes de tudo, escola de humanidade,
ou seja, escola de amor pela vida e pelo crescimento da pessoa.19 Isso
acontece sobretudo na relação que o matrimônio exige e estabelece entre
os cônjuges: «Esse amor, dado que é eminentemente humano - pois vai de
pessoa a pessoa com um afeto voluntário - compreende o bem de toda a
pessoa e, por conseguinte, pode conferir especial dignidade às manifes-
tações do corpo e do espírito, enobrecendo-as como elementos e sinais
peculiares do amor conjugal. E o Senhor dignou-se sanar, aperfeiçoar e
elevar este amor com um dom especial de graça e caridade».20 A Familia-
ris consortio pôs esse vínculo de amor justamente no centro da realidade
familiar: «O amor é, portanto, a fundamental e originária vocação do ser
humano... A instituição matrimonial não é uma ingerência indevida da
sociedade ou da autoridade, nem a imposição extrínseca de uma forma,
mas uma exigência interior do pacto de amor conjugal que publicamente
se afirma como único e exclusivo, para que seja vivida assim a plena fide-
lidade ao desígnio de Deus Criador».21
Reconhecer o valor desse amor unitivo e propor continuamente a sua ne-
cessidade é tarefa inevitável dos crentes: «Testemunhar o valor inestimável
da indissolubilidade e da fidelidade matrimonial é uma das tarefas mais
preciosas e mais urgentes dos casais cristãos do nosso tempo».22 Ao amor
que nasce do alto e está na base de todo amor verdadeiro, em especial do
familiar, Bento XVI consagrou a sua Encíclica Deus caritas est. Na distinção
que nela se faz entre “eros” e “ágape”, entre amor passional e amor obla-
tivo, percebe-se o eco do debate do século XX iniciado pelas pesquisas de
Anders Nygren.23
18 Ib., 73.
19 Cf. Gaudium et Spes, 52: “A família é como uma escola de valorização humana”.
20 Ib., 49.
21 Familiaris Consortio, 11.
22 Ib., 20.
23 Cf. A. Nygren, Eros e agape. La nozione cristiana dell’amore e le sue trasformazioni,
Bolonha, Il Mulino, 1971 (Edição original sueca: Estocolmo 1930).
21

3.3 Page 23

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
Nesse quadro, o Papa afirma que o amor cristão «não é rejeição do eros, não
é o seu “envenenamento”, mas a cura em ordem à sua verdadeira grande-
za».24 Isso se dá graças a um amor maior, dado do alto: é a experiência do
Deus Amor que torna possível o dom de si ao outro e aos outros na gratui-
dade. «Sim, o amor é “êxtase”; êxtase, não no sentido de um instante de
inebriamento, mas como caminho, como êxodo permanente do eu fechado
em si mesmo para a sua libertação no dom de si e, precisamente dessa forma,
para o reencontro de si mesmo, mais ainda para a descoberta de Deus».25
Programa, este, inevitável para toda vida familiar que deseje ser autêntica
e humanizadora, e que se deixe plasmar pelo modelo do amor eterno: «O
matrimônio baseado num amor exclusivo e definitivo torna-se o ícone do
relacionamento de Deus com o seu povo e, vice-versa, o modo de Deus amar
torna-se a medida do amor humano».26 No caminho do amor, iluminado e
nutrido pela fé, a família pode aparecer, portanto, como autêntica escola de
humanidade boa, sadia e feliz.27
Graças ao fato de ser singular escola de amor, a família é também escola de
socialidade, que faz a pessoa crescer no desenvolvimento das suas capacidades
de socialização e na construção da sociedade. Afirma a Familiaris consortio: «A
família é a primeira e fundamental escola de sociabilidade: enquanto comu-
nidade de amor, ela encontra no dom de si a lei que a guia e a faz crescer. O
dom de si, que inspira o amor mútuo dos cônjuges, deve pôr-se como modelo
e norma daquele que deve ser atuado nas relações entre irmãos e irmãs e entre
as diversas gerações que convivem na família».28 Dessa forma, «no matrimônio
e na família constitui-se um complexo de relações interpessoais - vida conjugal,
paternidade-maternidade, filiação, fraternidade - mediante as quais cada pessoa
humana é introduzida na “família humana” e na “família de Deus”, que é a
Igreja»,29 e aprende a estabelecer relações fecundas no plano diacrônico (com
pais e avós) e no sincrônico (na experiência dos irmãos e das irmãs).
Nessa mesma linha, a família torna-se seio de vida eclesial, que educa a viver
na comunhão da Igreja: «O matrimônio e a família dos cristãos edificam a
24 Bento XVI, Carta Encíclica Deus caritas est (25 de dezembro de 2005), 5.
25 Ib., 6.
26 Ib., 11.
27 Aprofundando a motivação do amor que torna viva e fecunda a vida familiar, o
quarto capítulo da Exortação Amoris Laetitia, oferece uma esplêndida aplicação à
vida familiar do hino à caridade da primeira carta de Paulo aos Coríntios (1Cor 13,
sobretudo 4-7).
28 Familiaris Consortio, 37.
29 Ib., 15.
22

3.4 Page 24

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Igreja: na família, de fato, a pessoa humana não só é gerada e progressiva-
mente introduzida, mediante a educação, na comunidade humana, mas me-
diante a regeneração do batismo e a educação na fé, é introduzida também
na família de Deus, que é a Igreja».30 Coloca-se aqui a ideia da família como
“pequena Igreja”: «Como “pequena Igreja”, a família cristã é chamada, à
semelhança da “grande Igreja” a ser sinal de unidade para o mundo e a
exercer deste modo o seu papel profético, testemunhando o Reino e a paz
de Cristo, para os quais o mundo inteiro caminha».31 O protagonismo ativo
e relevante da família na vida eclesial é assim iluminado: «A família cristã é
chamada a tomar parte viva e responsável na missão da Igreja de modo pró-
prio e original, colocando-se ao serviço da Igreja e da sociedade no seu ser
e agir, enquanto comunidade íntima de vida e de amor».32 Por outro lado,
a Igreja pode olhar para a família como para um modelo no qual inspirar-se:
«Graças à caridade da família, a Igreja pode e deve assumir uma dimensão
mais doméstica, isto é, mais familiar, adoptando um estilo de relações mais
humano e fraterno».33
A família é também chamada a ser escola de fé e de santificação, na qual
se exercite e alimente o caminho de santidade dos cônjuges e dos filhos:
«Os esposos cristãos são fortalecidos e como que consagrados em ordem
aos deveres do seu estado por meio de um sacramento especial; cumprindo,
graças à força deste, a própria missão conjugal e familiar, penetrados do
espírito de Cristo que impregna toda a sua vida de fé, esperança e caridade,
avançam sempre mais na própria perfeição e mútua santificação e coope-
ram assim juntos para a glorificação de Deus».34 O sacramento nupcial é
em si mesmo fonte da graça necessária para realizar esse projeto de vida.35
A concretização do chamado à santidade conjugal e familiar é alimentada
pelos dons sacramentais do Senhor e pela correspondência dócil e orante
a eles: «O sacerdócio batismal dos fiéis, vivido no matrimônio-sacramento,
constitui para os cônjuges e para a família o fundamento de uma vocação e
de uma missão sacerdotal, pela qual a própria existência cotidiana se trans-
forma num “sacrifício espiritual agradável a Deus por meio de Jesus Cristo”
(cf. 1Pe 2,5): é o que acontece, não só com a celebração da Eucaristia e dos
outros sacramentos e com a oferenda de si mesmos à glória de Deus, mas
30 Ib.
31 Ib., 48.
32 Ib., 50.
33 Ib., 64.
34 Gaudium et Spes, 48.
35 Cf. Familiaris consortio, 56.
23

3.5 Page 25

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
também com a vida de oração, com o diálogo orante com o Pai por Jesus
Cristo no Espírito Santo».36
LINHAS DE AÇÃO
EM ÂMBITO EDUCATIVO,
3em relação com o carisma salesiano
e o crescimento da vida eclesial
À luz do que foi dito, compreende-se a centralidade que cabe à família na vida
da Igreja e, depois, também no serviço apostólico da Família Salesiana. Essa
centralidade apresenta dois aspectos: de um lado, a família é sujeito privilegiado
da transmissão da fé, e, portanto, da educação dos adolescentes e dos jovens
à vida cristã e da ajuda a oferecer-lhes no discernimento vocacional; de outro,
a família é objeto prioritário do cuidado pastoral da Igreja e, nela, dos filhos
de Dom Bosco.
A) Como observa o Quadro referencial da pastoral juvenil salesiana, «a
vida humana coloca-se sob o sinal da vocação, que requer grande
abertura de espírito, responsabilidade na acolhida de um empenho
fiel: “responsabilidade” significa literalmente assumir a beleza do
“responder”».37 Surge, então, a questão sobre como hoje a Igreja
está convidando os crentes empenhados no campo da educação a
assumirem o seu chamado como um dom para as jovens gerações, o
seu crescimento na fé e o seu discernimento vocacional. A resposta
que o caminho sinodal sobre a família e a sucessiva Exortação Apos-
tólica Amoris Laetitia deram a esta questão pode ser resumida na
ideia do papel decisivo da família na educação à fé:38 «No horizonte
da comunidade cristã, a família continua a primeira e indispensável
36 Ib., 59.
37 Pastoral Juvenil Salesiana. Quadro Referencial, Roma 2014, p. 53.
38 Este é um aspecto central na reflexão proposta pelos Bispos italianos no
documento Educare alla vita buona del Vangelo (2010), no qual se afirma claramente
o primado que cabe à família no campo educativo.
24

3.6 Page 26

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comunidade educadora. Para os pais, a educação é um dever essen-
cial, porque ligado à transmissão da vida; original e primário respeito
à tarefa educativa de outros sujeitos; insubstituível e inalienável, no
sentido de que não pode ser delegado nem substituído».39 Essa tarefa
deve ser assumida com coragem e descortino: «Trata-se mais de gerar
processos que de dominar espaços. Se um progenitor está obcecado
com saber onde está o seu filho e controlar todos os seus movimen-
tos, procurará apenas dominar o seu espaço. Mas, desta forma, não o
educará, não o reforçará, não o preparará para enfrentar os desafios.
O que interessa acima de tudo é gerar no filho, com muito amor,
processos de amadurecimento da sua liberdade, de preparação, de
crescimento integral, de cultivo da autêntica autonomia».40 Recomen-
da-se aqui uma sábia gradualidade nas exigências formativas: «Quan-
do se propõe os valores, é preciso fazê-lo pouco a pouco, avançar de
maneira diferente segundo a idade e as possibilidades concretas das
pessoas, sem pretender aplicar metodologias rígidas e imutáveis. A
psicologia e as ciências da educação, com suas valiosas contribuições,
mostram que é necessário um processo gradual para se conseguir
mudanças de comportamento e também que a liberdade precisa ser
orientada e estimulada, porque, abandonando-a a si mesma, não se
garante a sua maturação».41
A família deve ser então valorizada como primário e fundamental sujeito edu-
cativo: ela «é o âmbito da socialização primária, porque é o primeiro lugar onde
se aprende a relacionar-se com o outro, a escutar, partilhar, suportar, respeitar,
ajudar, conviver. A tarefa educativa deve levar a sentir o mundo e a sociedade
como “ambiente familiar”: é uma educação para saber “habitar” mais além dos
limites da própria casa. No contexto familiar, ensina-se a recuperar a proximi-
dade, o cuidado, a saudação. É lá que se rompe o primeiro círculo do egoísmo
mortífero, fazendo-nos reconhecer que vivemos junto de outros, com outros,
que são dignos da nossa atenção, da nossa gentileza, do nosso afeto».42 Essa
convicção não pode ignorar as dificuldades que a família encontra na realização
da sua responsabilidade educativa: «Educar em família é hoje uma arte realmen-
te difícil. Muitos pais sofrem, de fato, uma sensação de solidão, de insuficiência
e, até mesmo, de impotência. Trata-se de um isolamento primeiramente social,
porque a sociedade privilegia os indivíduos e não considera a família como sua
39 Educare alla vita buona del Vangelo, cit., n. 36.
40 Amoris Laetitia, n. 261.
41 Ib., n. 273.
42 Ib., n. 276.
25

3.7 Page 27

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
célula fundamental. Pais e mães têm dificuldade em propor razões profundas
para viver e, sobretudo, para dizer alguns “não” com autoridade necessária.
A ligação com os filhos corre o risco de oscilar entre o escasso cuidado e ati-
tudes possessivas que tendem a sufocar a sua criatividade e perpetuar a sua
dependência».43
Diante das responsabilidades educativas que lhe competem e das dificulda-
des com que deve confrontar-se, a família surge hoje ao mesmo tempo do-
tada de força e de fragilidade: «A família, é, ao mesmo tempo, forte e frágil.
A sua fragilidade não deriva apenas de motivos internos à vida do casal e
à relação entre pais e filhos. Muito mais pesados são os condicionamentos
externos: o apoio inadequado ao desejo de maternidade e paternidade,
mesmo diante do grave problema demográfico; a dificuldade de conciliar o
compromisso do trabalho com a vida familiar, a responsabilidade do cuida-
do dos sujeitos mais fracos, a construção de relações serenas em condições
habitacionais e urbanísticas desfavoráveis. Acrescente-se a isso o número
crescente das convivências de fato, das separações conjugais e dos divórcios,
como também os obstáculos de um quadro econômico, fiscal e social que
desencoraja a procriação».44 Entre os fatores desestabilizadores assinale-se
de modo especial a difusão de estilos de vida inspirados na cultura do pro-
visório, que fogem da criação de ligações estáveis. Apesar dos aspectos de
fragilidade, a família continua como o sujeito primário para a transmissão
da fé e da educação ao discernimento vocacional: se as muitas agências
educativas atuantes na Igreja, a começar das obras salesianas, recordam-nos
que a família não é a única agência educadora, não se pode deixar de insistir
que há uma marca que ela pode deixar e empenha a comunidade cristã a
apoiar os pais no seu papel de educadores, promovendo a sua formação e
o seu apoio recíproco.
A educação à fé encontra na família o seu ambiente originário e natural,
porque é ali que ela pode realizar-se de forma concreta e continuada no
âmbito das relações cotidianas, que sobretudo nos primeiros anos de vida
são as mais decisivas na formação da personalidade. De aí a importância que
os pais sejam estimulados a interrogar-se sobre a própria responsabilidade
educativa em relação à fé. É preciso, por isso, fazer todo esforço pastoral
para valorizar a família como protagonista da transmissão da fé, sujeito de
anúncio e de catequese em relação aos seus membros, e em especial aos
filhos: à família também devem referir-se os sacerdotes, os catequistas e os
43 Educare alla vita buona del vangelo, cit. n. 36.
44 Ib.
26

3.8 Page 28

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animadores pastorais em vista de uma colaboração estreita, em particular no
itinerário da iniciação cristã e na promoção do caminho vocacional dos jovens.
É seguramente dever de toda a comunidade cristã formar a família e apoiá-la
para que esteja à altura das tarefas que lhes cabem em âmbito educativo e
catequético: para isso, a preparação ao matrimônio deve ser proposta como
um itinerário de redescoberta da fé e da inserção na vida da comunidade
eclesial. Também o cuidado dos jovens casais é importante: trata-se de acom-
panhar as fases inicias da vida conjugal, colocando as bases de um caminho
de formação permanente.
B) A família seja, ainda, reconhecida com objeto prioritário do cuidado
pastoral da comunidade cristã: «A família deve ser amada, apoiada
e feita protagonista ativa da educação não só para os filhos, mas
para toda a comunidade. Deve crescer a consciência da ministeriali-
dade que brota do sacramento do matrimônio e chama o homem e
a mulher a serem sinal do amor de Deus que cuida de cada um de
seus filhos... Apoiar adequadamente a família, com opções políticas
e econômicas adequadas, atentas em particular aos núcleos nume-
rosos, é um serviço a toda a coletividade».45 Como acompanhar as
famílias para que sejam a título pleno protagonistas de evangelização
e de catequese para seus filhos e para toda a comunidade cristã? Se
«evangelizar significa não só ensinar uma doutrina, mas anunciar
Jesus Cristo com palavras e ações, isto é, fazer-se instrumento da
sua presença e ação no mundo»,46 evangelizar as famílias significará
acompanhar na experiência viva da fé eclesial, bem sabendo que «a
evangelização é fruto de percurso coral, uma missão na qual consa-
grados e leigos são sujeitos ativos, protagonistas da evangelização
dos indivíduos e das culturas».47
Quais são os aspectos fundamentais a serem aprofundados para
favorecer uma experiência de Igreja em que a família encontre o
seu espaço de acolhida e o motivo para reforçar a sua identidade
e a sua missão como crente? O sexto capítulo da Exortação Amoris
Laetitia – dedicado a «Algumas perspectivas pastorais» - examina
precisamente as modalidades com que «anunciar hoje o Evangelho
da família». Ali se afirma, entre outras coisas: «A pastoral familiar
45 Ib., n. 38.
46 Congregação para a Doutrina da Fé, Nota Doutrinal sobre alguns aspectos da
Evangelização, 3 de dezembro de 2007, n. 2.
47 Cf. Christifideles Laici, n. 55-56; Capítulo Geral dos Salesianos de Dom Bosco 24, n. 96.
27

3.9 Page 29

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
«deve fazer experimentar que o Evangelho da família é resposta às
expectativas mais profundas da pessoa humana: a sua dignidade e
plena realização na reciprocidade, na comunhão e na fecundidade.
Não se trata apenas de apresentar uma normativa, mas de propor
valores, correspondendo à necessidade deles que se constata hoje,
mesmo nos países mais secularizados. De igual modo sublinhou-se
a necessidade de uma evangelização que denuncie, com desassom-
bro, os condicionalismos culturais, sociais, políticos e econômicos,
bem como o espaço excessivo dado à lógica do mercado, que impe-
dem uma vida familiar autêntica, gerando discriminação, pobreza,
exclusão e violência».48 A fim de promover o protagonismo pasto-
ral da família é preciso formar para isso, primeiramente, aqueles
que se preparam para o matrimônio. «Tanto a preparação próxima
como o acompanhamento mais prolongado devem procurar que
os noivos não considerem o matrimônio como o fim do caminho,
mas o assumam como uma vocação que os lança para diante, com
a decisão firme e realista de atravessarem juntos as provações e os
momentos difíceis».49
Um exame das várias razões de crise na vida da família enriquece esta reflexão
sobre a pastoral familiar, evidenciando que mesmo nos tempos mais críticos
existem aspectos positivos a colher e valorizar: «A partir de uma crise, tem-se
a coragem de buscar as raízes profundas do que está a suceder, de voltar a
negociar os acordos fundamentais, de encontrar um novo equilíbrio e de per-
correr juntos uma nova etapa».50 A atitude que se pede dos pastores diante
das famílias em crise ou de quem experimentou o falimento da própria liga-
ção nupcial deve ser, contudo, sempre o da acolhida e do acompanhamento:
«Quanto às pessoas divorciadas que vivem numa nova união, é importante
fazer-lhes sentir que fazem parte da Igreja, que não estão excomungadas
nem são tratadas como tais, porque sempre integram a comunhão eclesial.
Estas situações exigem um atento discernimento e um acompanhamento com
grande respeito, evitando qualquer linguagem e atitude que as faça sentir dis-
criminadas e promovendo a sua participação na vida da comunidade. Cuidar
delas não é, para a comunidade cristã, um enfraquecimento da sua fé e do
seu testemunho sobre a indissolubilidade do matrimônio; antes, ela exprime
precisamente neste cuidado a sua caridade» (n. 243). Acolhida, acompanha-
mento, discernimento e integração são os quatro termos que resumem a
48 Amoris Laetitia, n. 201.
49 Ib., n. 211.
50 Ib., n. 238.
28

3.10 Page 30

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atitude pastoral pedida pela Exortação Amoris Laetitia em relação a todas as
famílias, especialmente aquelas feridas pelo falimento no amor.51
Afirma o Papa Francisco: «A Igreja deve acompanhar, com atenção e solicitude,
os seus filhos mais frágeis, marcados pelo amor ferido e extraviado, dando-lhes
de novo confiança e esperança, como a luz do farol dum porto ou duma tocha
acesa no meio do povo para iluminar aqueles que perderam a rota ou estão no
meio da tempestade. Não esqueçamos que, muitas vezes, o trabalho da Igreja
é semelhante ao de um hospital de campanha».52 Em relação, depois, às convi-
vências e uniões de fato, a Exortação - insistindo com clareza na exigência para
os discípulos de Cristo chamados ao matrimônio de unir-se estavelmente no vín-
culo nupcial - convida a enfrentar «todas estas situações de forma construtiva,
procurando transformá-las em oportunidades de caminho para a plenitude do
matrimônio e da família à luz do Evangelho. Trata-se de acolhê-las e acompa-
nhá-las com paciência e delicadeza».53 Nessa linha, o Papa Francisco refere-se
ao ensinamento de São João Paulo II sobre a “lei da gradualidade”, que «não é
uma “gradualidade da lei”, mas uma gradualidade no exercício prudencial dos
atos livres em sujeitos que não estão em condições de compreender, apreciar
ou praticar plenamente as exigências objetivas da lei».54 Sobre o discernimento
das situações ditas “irregulares”, a Exortação propõe a opção entre a lógica
da marginalização e a lógica da integração, a única conforme à misericórdia
revelada em Cristo: «Trata-se de integrar a todos, deve-se ajudar cada um a en-
contrar a sua própria maneira de participar na comunidade eclesial, para que se
sinta objeto de uma misericórdia imerecida, incondicional e gratuita. Ninguém
pode ser condenado para sempre, porque esta não é a lógica do Evangelho!».
E isso - evidencia o Papa Francisco - vale não só para os divorciados que vivem
uma nova união, mas para todos, em qualquer situação se encontrem.
A acolhida, o acompanhamento e o discernimento em vista da oportuna inte-
gração de cada um na vida da comunidade eclesial são a opção pastoral pedida
pela Exortação à Igreja toda: mais do que oferecer uma nova norma geral de
tipo canônico, impossível de formular-se diante da variedade e complexidade
das situações, o Papa Francisco encoraja ao responsável discernimento pessoal
e pastoral dos casos particulares, inspirado na misericórdia. Percebe-se aqui uma
singular correspondência entre o que Francisco indica à Igreja e o que Dom Bos-
51 Cf. ib., n. 247ss. O capítulo VIII é intitulado precisamente: “Acompanhar, discernir
e integrar a fragilidade”.
52 Ib., n. 291.
53 Ib., n. 294.
54 Ib., n. 295.
29

4 Pages 31-40

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4.1 Page 31

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
co recomendava aos seus filhos: «O Sistema Preventivo seja algo nosso. Jamais
punições corretivas; jamais palavras humilhantes, nem reprimendas severas na
presença de outros. Mas doçura, caridade e paciência... Faça-se sempre com
que aqueles que são avisados, tornem-se nossos amigos, mais do que antes, e
nunca se afastem de nós humilhados»55. Essa atitude pastoral também estará
atenta para reconhecer que, como o grau de responsabilidade não é igual em
todos os casos, as consequências ou os efeitos de uma norma não devem ser
necessariamente os mesmos. O discernimento, confiado de modo especial aos
pastores, deverá unir, portanto, fidelidade à doutrina da Igreja e atenção às
situações concretas e ao valor das circunstâncias atenuantes: «O discernimento
deve ajudar a encontrar os caminhos possíveis de resposta a Deus e de cresci-
mento no meio dos limites. Por pensar que tudo seja branco ou preto, às vezes
fechamos o caminho da graça e do crescimento e desencorajamos percursos de
santificação que dão glória a Deus. Lembremo-nos de que um pequeno passo,
no meio de grandes limitações humanas, pode ser mais agradável a Deus do
que a vida externamente correta de quem transcorre os seus dias sem enfrentar
sérias dificuldades. A pastoral concreta dos ministros e das comunidades não
pode deixar de incorporar esta realidade».56
CONCLUSÃO
O desenvolvimento da reflexão proposta permite evidenciar três características
que exprimem bem a inspiração de fundo da ação pastoral do Papa Francis-
co, como é expressa de modo especial nas duas assembleias sinodais sobre
a família: primeiramente, o foco no pluralismo e na inculturação da fé, em
vista da necessária superação de toda forma de eurocentrismo e de “centra-
lismo romano”. «Naturalmente - afirma Francisco desde o início da Exortação
Apostólica Amoris Laetitia -, na Igreja, é necessária uma unidade de doutrina
e práxis, mas isto não impede que existam maneiras diferentes de interpretar
alguns aspectos da doutrina ou algumas consequências que decorrem dela.
Assim há de acontecer até que o Espírito nos conduza à verdade completa
(cf. Jo 16, 13), isto é, quando nos introduzir perfeitamente no mistério de
Cristo e pudermos ver tudo com o seu olhar. Além disso, em cada país ou
55 Carta de João Bosco ao P. Tiago Costamagna, 10 de agosto de 1885.
56 Amoris Laetitia, n. 305.
30

4.2 Page 32

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região, é possível buscar soluções mais inculturadas, atentas às tradições e
aos desafios locais».57
Em segundo lugar, chama a atenção, ao longo do caminho sinodal e nas orien-
tações oferecidas pela Exortação Apostólica que o seguiu, a constante união
de realismo na leitura dos problemas e de misericórdia nas orientações para
enfrentá-los e superá-los: «contemplar a plenitude que ainda não alcançamos
permite-nos também relativizar o percurso histórico que estamos a fazer como
família, para deixar de pretender das relações interpessoais uma perfeição, uma
pureza de intenções e uma coerência que só poderemos encontrar no Reino
definitivo. Além disso, impede-nos de julgar com dureza aqueles que vivem
em condições de grande fragilidade. Todos somos chamados a manter viva a
tensão para algo mais além de nós mesmos e dos nossos limites, e cada família
deve viver neste estímulo constante».58 Enfim, parece-me justo evidenciar a
linguagem usada pelo Papa Francisco, que é concreto e coloquial e sabe ser
também evocativo e poético, como convém às palavras ditas para descrever e
iluminar o amor: chamam a atenção nesse sentido as citações literárias, como
as de Jorge Luis Borges59 e de Mario Benedetti.60
Realismo e imaginação, concretude e evocação são encontradas, variavelmen-
te combinadas na Amoris Laetitia, em que se percebe como Francisco seja o
pastor exercitado há anos no falar de amor com amor à gente necessitada de
amar e ser amada: «Queridos noivos, tende a coragem de ser diferentes, não
vos deixeis devorar pela sociedade do consumo e da aparência. O que importa
é o amor que vos une, fortalecido e santificado pela graça».61 A palavra do
Pastor é amalgamada pelo cotidiano da vida, o único lugar em que se exprime
propriamente o amor: «Aos casais jovens, deve-se animar também a criar os
seus próprios hábitos, que proporcionem uma salutar sensação de estabilidade
e proteção e que se constroem com uma série de rituais diários compartilhados.
É bom dar-se sempre um beijo pela manhã, benzer-se todas as noites, esperar
pelo outro e recebê-lo à chegada, ter alguma saída juntos, compartilhar as
57 Ib., n. 3.
58 Ib., n. 325.
59 No n. 8 da Exortação: “toda casa é um candelabro”: in “Calle desconocida”, Fervor
de Buenos Aires, Buenos Aires 2011, 23: tr. it. Fervore di Buenos Aires, Adelphi, Milão
2010, 29.
60 No n. 181 de Amoris Laetitia: “Te quiero”, in Poemas de otros, Buenos Aires 1993,
316: “As tuas mãos são a minha carícia, / o meu despertar diário / amo-te porque
tuas mãos / trabalham pela justiça. // Se te amo, é porque és o meu amor, o meu
cúmplice e tudo / e na rua, lado a lado, somos muito mais que dois”.
61 Amoris Laetitia, n. 212.
31

4.3 Page 33

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
tarefas domésticas».62 A voz que aqui fala eleva-se da cátedra altíssima da
experiência, iluminada pela fé viva e pela caridade atenta e terna pelos jovens
e as famílias, seio vital do seu crescimento e formação.
É a mesma caridade que inspirou Dom Bosco ao consagrar-se inteiramente às
novas gerações e que ele quis sintetizar no programa expressado por estas suas
palavras: «Basta que sejais jovens, para que eu vos ame muito... Dificilmente
podereis encontrar quem mais do que eu vos ame em Jesus Cristo e que mais
deseje a vossa felicidade».63 Nas opções pastorais relativa à família, da prepa-
ração ao matrimônio até o apoio às famílias provadas ou feridas, é esse amor
que todos nós gostaríamos de sentir vivo e operante e nós. Concluo, por isso, a
minha reflexão pondo a toda a querida Família Salesiana algumas questões, que
poderão ajudar a revisão da vida nos passos de Dom Bosco: na ação pastoral a
serviço dos jovens e das famílias, damos a mesma atenção às experiências de fé
vivida e às sensibilidades culturais, próprias do contexto em que trabalhamos?
Esforçamo-nos para unir o realismo na leitura dos problemas e a misericórdia
nas orientações para enfrentá-los, segundo o modelo da caridade que ardia no
coração do Santo dos jovens? A nossa linguagem é tal que os jovens possam
compreender-nos e eles e suas famílias possam sentir-se alcançados pela nossa
simpatia e pelo nosso amor? Dom Bosco interceda por nós, para que possamos
responder a essas questões com a eloquência da vida e o ardor da caridade.
Maria Auxiliadora acompanhe o nosso caminho, obtendo-nos aumentar e con-
tagiar o nosso entusiasmo no serviço às famílias e aos jovens onde quer que os
possamos encontrar, gastando-nos sem economia por amor a eles e construindo
com eles em meio às casas dos homens a cidade de Deus, sinal e profecia da
Jerusalém do céu.
62 Ib., 226.
63 Il giovane provveduto, Introduzione “Alla gioventù”: primeira edição, Paravia, Turim
1847, 7.
32

4.4 Page 34

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33

4.5 Page 35

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4.6 Page 36

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28 de novembro de 2017
PASTORAL JUVENIL
E FAMÍLIA
O CAMINHO DA
CONGREGAÇÃO
SALESIANA
FABIO ATTARD SDB
Conselheiro-Geral para a Pastoral Juvenil
dos Salesianos de Dom Bosco

4.7 Page 37

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
Obinómio Pastoral Juvenil e Família está no centro da nossa reflexão por
estar no centro do nosso carisma salesiano. Esta afirmação vai orientar-nos na
reflexão que se segue e que tem como escopo principal fazer uma leitura do
caminho que a Congregação Salesiana está a percorrer nestas últimas décadas
relativamente a este tema. Uma reflexão que tem como ponto de partida a
experiência do Concílio Vaticano II que deu a toda a Igreja a oportunidade de
aprofundar a sua missão hoje. À luz do mistério e da Palavra, contemplamos o
nosso chamamento a ser Igreja hoje, isto é, a ser reflexo da luz de Cristo para
a humanidade, no mundo contemporâneo com as suas alegrias e esperanças.
Que a família está no centro da nossa missão salesiana é dito com clareza e
simplicidade nas nossas Constituições e Regulamentos. Há dois artigos que são
como que dois indicadores sólidos e eloquentes:
Constituições, artigo 47
Realizamos nas nossas obras a comunidade educativa
e pastoral. Esta envolve, em clima de família, jovens
e adultos, pais e educadores, até se poder tornar uma
experiência de Igreja, reveladora do desígnio de Deus.
Nesta comunidade os leigos, associados ao nosso
trabalho, oferecem o contributo original da sua
experiência e do seu modelo de vida.
Acolhemos e suscitamos a sua colaboração e oferecemos-
lhes a possibilidade de conhecer e aprofundar o espírito
salesiano e a prática do Sistema Preventivo.
Favorecemos o crescimento espiritual de cada um
e fazemos a proposta, a quem se sinta chamado, de
partilhar mais intimamente a nossa missão na Família
Salesiana.
Regulamentos, artigo 5
A atuação do nosso projeto requer em todos os ambientes
e obras a formação da comunidade educativa pastoral. O
seu núcleo animador é a comunidade religiosa.
Os salesianos estejam presentes na elaboração, realização
e revisão do projeto e empenhem-se a fim de que em
clima de família nele participem os jovens, os pais e os
colaboradores, cada um segundo o seu papel.
Espero que no fim da reflexão esteja mais claro o alcance do conteúdo destes
dois artigos. Que cheguemos a descobrir nestas poucas linhas uma riqueza
36

4.8 Page 38

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que confirma o protagonismo da família - sujeito e objeto da pastoral juvenil
salesiana.
CAMINHO PÓS-CONCILIAR
1 DA CONGREGAÇÃO
SALESIANA
Nesta primeira parte lançamos um olhar sobre os pontos firmes que emergem
no caminho da Congregação no imediato pós-Concílio. Todavia, para isso deve-
mos partir de um ponto central que nos serve de bússola. É a bússola em torno
do tema da família que a Constituição Conciliar Gaudium et Spes (GS, 1965)
nos deixou. As duas partes da GS são: a primeira, A Igreja e a vocação da pessoa
humana (Parte I); e a segunda que trata Alguns problemas urgentes (Parte II).
Neste ponto do nosso percurso é esclarecedor captar o alcance profético do
primeiro tema tratado na Parte II porque se intitula: Dignidade do matrimónio
e da família e sua valorização.
A mais de 50 anos de distância, damo-nos conta de como os Padres Conciliares
tinham cultivado o terreno em que a Igreja será chamada a investir boa parte
das suas energias pastorais. O iter da Igreja Pós-Conciliar nutre-se e reforça-se
com toda a frescura que encontramos na GS e com que se apresenta a família
e o matrimónio: a família que não é entendida como um paciente a cuidar, mas
sim como um sujeito ativo; a família que tem uma missão a cumprir; a famíla
que é ajudada e promovida por todos os componentes da sociedade.
A OS CAPÍTULOS GERAIS
Este brevíssimo aceno é obrigatório dado que já na primeira instância de refle-
xão que a Congregação teve, o Capítulo Geral Especial (CGE 20, Roma, 10
de junho 1971 - 5 de janeiro 1972), o tema da família emerge com a mesma
força e visão.
Começa com uma primeira afirmação sobre a família como o lugar da
primeira educação, pondo todavia em destaque a convicção de que a res-
37

4.9 Page 39

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
ponsabilidade para com a jovens gerações é largamente assumida: a dos
educadores adultos in primis, mas não só. O CGE aponta para uma responsa-
bilidade que ultrapassa os muros quer da família como também dos edifícios
em que se desenvolve a proposta pastoral:
Dado que a primeira educação é dada pela família
e que em muitos casos precisamente da primeira
educação depende a promoção humana do jovem, os
salesianos ajudarão o melhor possível, mesmo com
escritos e conferências, os pais, especialmente jovens,
na educação cristã e humana dos seus filhos. Os leigos
responsáveis diretos dos jovens têm também uma
influência determinante na evolução dos jovens. Por isso,
multiplicarão com eles contactos e encontros. Podemos
também recorrer a numerosas outras pessoas de nível
sociocultural mais elevado, cujas responsabilidades
sociais e políticas, e as diversas competências científicas
e pastorais podem ter muita influência na educação dos
jovens (CGE n.55).
Nesta premissa, cuja atualidade o tempo amplamente confirmou, encontra-
mos dois pontos focais em torno do tema da família. O primeiro é dado pela
perspetiva de uma sã visão do projeto educativo-pastoral, em que a família
como sujeito dentro da comunidade educativa e pastoral e juntamente com
ela colaboram juntas no serviço de crescimento dos jovens. A segunda afir-
mação trata o tema da evangelização e da catequese, percursos de edu-
cação à fé, na paróquia. A primeira referência encontramo-la no Documento
n.4 intitulado Renovação pastoral da ação salesiana entre os jovens. Neste
documento há um parágrafo sobre as caraterísticas do nosso serviço pastoral
onde “as relações com a família” são consideradas e vividas em relação à
centralidade do jovem:
A ação salesiana considere o jovem em relação à sua
família, para integrar, suprir ou ratificar o seu trabalho
educativo. É incumbência das nossas Comunidades
procurar manter com os pais uma colaboração e um
entendimento profundo na comum responsabilidade
e ação. As formas desta colaboração são várias. A
importância desta fusão entre a família e nós na
formação do jovem deve impelir-nos a renovar-nos (CGE
n. 356).
38

4.10 Page 40

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Para que estas relações não se limitem apenas a um bom propósito são ulte-
riormente comentadas e aprofundadas quando se fala do projeto educativo e
pastoral que a CEP assume (recordar que o CGE designa a CEP com a expressão
comunidade educativa):
A renovação da ação pastoral da Congregação e de
cada uma das Províncias, na mente do CGE, obter-
se-á sobretudo pondo decididamente em prática os
seguintes postulados da doutrina sobre a COMUNIDADE
EDUCATIVA: a) a corresponsabilidade (no governo das
obras) dos educadores religiosos e leigos, dos jovens e
das suas famílias; b) a programação e a revisão periódica
de toda a ação educativa da Comunidade; c) a criação
de um autêntico clima de família, no qual a presença
ativa e fraterna do educador é condiçãssio indispensável;
d) a desmassificação de toda a comunidade juvenil,
organizando-a, segundo a idade e a preparação, em
secções e grupos (CGE n. 395).
Esta é a linguagem que no imediato pós-Concílio a Congregação amadureceu
no CGE. A colaboração com a família é uma opção irrenunciável, ponto
firme e central para uma autêntica renovação pastoral. Um caminho de
renovação pastoral que se baseia na corresponsabilidade, programação, clima
de família, e propostas por grupos de idade superando o modelo de uma
proposta única para todos sem dar atenção à variedade dos percursos dos
adolescentes e dos jovens.
Uma segunda referência, que encontramos no Documento 5, A ação salesiana
nas paróquias, trata de novo o tema da família em relação à evangelização e à
catequese mas agora dentro das experiências da aróquia. O CGE, de maneira
muito clara e profética, põe primariamente o acento na necessidade de se
dar conta de que o cenário em que vivemos está em contínua mudança.
Neste contexto a família tem um protagonismo único:
É-nos dado acompanhá-los (jovens da classe popular
ou pobre) durante o ciclo educativo completo desde a
infância até à maturidade, em contínua relação direta
com as suas famílias. Isto é tanto mais necessário hoje
porquanto, num contexto social que - quase em toda
a parte - já não pode chamar-se cristão, a educação
dos jovens se torna aleatória se simultaneamente não
39

5 Pages 41-50

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5.1 Page 41

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
se procura reevangelizar a família e a sociedade em que
vivem (CGE n. 401).
A evangelização não pode dizer-se completa se não se assume a rela-
ção com a família como parceiro insubstituível: e pela necessidade de ser
evangelizada, e também pela importância, a capacidade e oportunidade que
ela tem de reforçar processos de longa duração, evitando o perigo de uma
‘educação aleatória.´
Da consciência desta visão pastoral clara, segue-se um convite que hoje en-
contramos com muita frequência nos documentos do magistério da Igreja e
também no da Congregação. Julgo útil verificar que já no CGE se chegou
a compreender que a família não é só objeto mas sujeito da ação
pastoral”:
O renovado papel e a cuidada organização da catequese,
nos setores dos adultos e da juventude, encontrem o
seu centro unificador na família, considerada não só
como objeto, mas especialmente como sujeito de ação
pastoral. Para a educação dos jovens à fé é necessário
levar a família a cumprir os seus deveres cristãos, dado
que precisamente através da família os jovens são
gradualmente introduzidos no consórcio civil e no povo
de Deus (CGE n. 422).
Além disso, o CGE indica passos concretos que à distância de décadas
mantêm a sua validade e atualidade pastoral. Acreditando verdadeiramente
que a família é objeto e sujeito da ação pastoral, a comunidade educativa
pastoral empenha-se, pensando num caminho projetual para tornar ope-
rativa esta convicção. Os passos aconcretos oferecidos pelo CGE têm um
duplo trilho:
a) o primeiro é o do próprio casal, isto é, como ajudá-lo e acompa-
nhá-lo. Proporcionar caminhos para que dentro da mesma relação
conjugal se promova um caminho de apoio recíproco e de crescimen-
to mútuo, humano e espiritual;
b) o segundo torna-se a consequência pastoralmente lógica do primei-
ro: oferecer a proposta de grupos de espiritualidade familiar,
mas que sejam grupos em que o crescimento se projeta para
o exterior, evitando assim a armadilha do isolamento. Que sejam
40

5.2 Page 42

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grupos em que a espiritualidade vivida se torne coragem e dinamis-
mo para assumir um compromisso pastoral, noutras palavras, para
ser profetas:
Os pais sejam portanto preparados para ser para os seus
filhos os primeiros anunciadores da fé, os primeiros
catequistas. Depois cada um dos cônjuges tornar-se-á
educador e ajuda complementar do outro no caminho
da vida cristã.
Por fim, se a família cristã é o lugar em que a fé é
acolhida, nasce, também o dever de que ela, toda
inteira, dê testemunho do Evangelho. Promovam-se para
tal fim os grupos de espiritualidade familiar. Formem-
se cônjuges dispostos a assumir um compromisso
pastoral na comunidade, em particular para a preparação
dos jovens e dos noivos para o matrimónio. Assim a
família tornar-se-á Igreja doméstica, primeiro seminário,
comunidade aberta, e redescobrirá na fé uma dimensão
nova do amor, da liberdade, do serviço com os outros e
para os outros (CGE n. 422).
Notemos a linguagem usada pelo CGE nas seguintes citações para captar a lar-
gueza de vistas daquilo que já no imediato pós-Concílio a Congregação intuiu:
eeFamília, considerada não só como objeto, mas especialmente como
sujeito de ação pastoral;
eeOs pais sejam portanto preparados para ser para os seus filhos os
primeiros anunciadores da fé, os primeiros catequistas;
eea família cristã… lugar em que a fé é acolhida… dá testemunho do
Evangelho;
eecônjuges dispostos a assumir um compromisso pastoral na comuni-
dade;
eea família tornar-se-á Igreja doméstica, primeiro seminário, comuni-
dade aberta.
Neste ponto damo-nos conta de que ao estudar o caminho da Congregação nos
encontramos perante um património que nos evita o trabalho inútil de inventar
novas fórmulas. Pelo contrário, fazemos bem em renovar a nossa memória, em
manter vivo aquele processo rico e cheio de esperança que este Capítulo Geral
Especial nos transmitiu.
41

5.3 Page 43

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
Por vários motivos, as perspetivas e as linhas geradas pelo CGE não tinham
suscitado semelhantes reflexões nos Capítulos Gerais seguintes. Sabemos
que o esforço da Congregação nos Capítulos Gerais 21, 22, 23, 24 e 25 se
concentrou muito no tema da educação e evangelização, na renovação das
Constituições, na educação dos jovens à fé, nos Salesianos e leigos, comunhão
e partilha no espírito e na missão de Dom Bosco, e na comunidade salesiana
hoje. Isto, de algum modo, não deixou espaço para tratar de forma mais
específica a família, se bem que neste período a Igreja estivesse empenhada
no Sínodo sobre a família que deu origem à Exortação Apostólica Familiaris
Consortio.
O tema da família nestes Capítulos Gerais está presente, sempre em relação
com os temas centrais que a Congregação estudava. Reproduzimos em resenha
estas referências que por diversas vezes foram retomadas em várias publicações
e escritos:
O cudado da “piedade” teve nos tempos passados formas
pedagógicas adequadas à condição dos jovens de então.
Para nós hoje é urgente repensar momentos e formas
convenientes de iniciação a partir da família mesma
(CG 23, n. 139).
Nesta situação da família ressoa como uma provocação
a interrogação do padre Egidio Viganò: “Perguntemo-
nos: pode um educador hoje formar a pessoa dos
seus jovens sem aprofundar, clarificar e fazer reviver
os valores da família? (Carta publicada em ACG n. 349,
Roma, 10 de junho 1994, citada em CG 24, n. 10).
Intensifique-se a colaboração com a família salesiana
enquanto primeira educadora dos seus filhos e das
suas filhas. Para tal fim é necessário oferecer nas nossas
obras um clima educativo rico de valores familiares
e, em particular, uma equipa de educação integrada
harmoniosamente por presenças masculinas e femininas
(CG 24, n. 177).
Ação e reflexão deram vida nestes anos a planos
vocacionais, quer locais quer provinciais; maior atenção
foi dada às propostas formativas; mais amplo foi o
envolvimento dos jovens nos grupos e no Movimento
42

5.4 Page 44

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Juvenil Salesiano. Nem sempre soubemos envolver a
família, como primeiro lugar de crescimento vocacional
(CG 25, n. 41).
Chegamos ao Capítulo Geral 26 (CG 26, 2008). Volta com clareza e em força o
tema da família num Capítulo Geral que tinha em mira partir outra vez de Dom
Bosco. Durante o Capítulo Geral há dois momentos particulares em que o tema
da família é tratado de maneira explícita: o primeiro, dentro do esquema do
Capítulo; o segundo, em duas intervenções do Papa Bento XVI, uma no início
do CG 26 através da carta escrita aos Salesianos de Dom Bosco por parte do
Papa Bento XVI64 e a outra é o discurso no fim do Capítulo Geral.65
Importa fazer referência à carta acima citada antes de comentar como o CG 26
refletiu sobre o tema da família. É uma carta que ilumina e realça a agenda já
proposta para o Capítulo Geral. É uma carta relida à luz da mensagem do Papa,
tal como acontece hoje em relação ao Papa Francisco, sobre o tema da família
e sobre a missão educativa. Alguns pontos-chave servem-nos de indicadores
para o futuro:
eea família como Igreja doméstica,
eea família primeiro lar educativo da fé,
eeo convite aos Salesianos de Dom Bosco reveste-se de uma dupla
importância:
MMdentro do caminho da Congregação devido à nossa missão,
que é ser educadores e evangelizadores dos jovens com espe-
cial atenção à família;
MMuma importância eclesial enquanto o carisma salesiano e a
família são um dom que é partilhado com a Igreja;
eePor fim, um convite a um aprofundamento desta singular convergên-
cia: pastoral juvenil e família.
Escreve o Papa Bento XVI:
É indispensável ajudar os jovens a valorizar os recursos
que levam dentro de si como dinamismo e desejo
64 Lettera di Sua Santità Benedetto XVI ai partecipanti al XXVI Capitolo Generale dei
Salesiani di Don Bosco, https://w2.vatican.va/content/benedict-xvi/it/letters/2008/
documents/hf_ben-xvi_let_20080301_capitolo-salesiani.html
65 Discorso di Sua Santità Benedetto XVI ai Partecipanti al Capitolo Generale della Società
Salesiana di San Giovanni Bosco (salesiani), https://w2.vatican.va/content/benedict-
xvi/it/speeches/2008/march/documents/hf_ben-xvi_spe_20080331_salesiani.html
43

5.5 Page 45

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
positivo; pô-los em contacto com propostas ricas de
humanidade e de valores evangélicos; levá-los a inserir-
se na sociedade como parte ativa através do trabalho,
da participação e do compromisso pelo bem comum.
Isto requer que quem os guia alargue os âmbitos do
compromisso educativo com atenção às novas pobrezas
juvenis, à educação superior, à marginalização; requer
além disso atenção à família e ao seu envolvimento.
Acerca deste aspeto tão importante detive-me na Carta
sobre a urgência educativa,66 que recentemente enderecei
aos fiéis de Roma, e que agora idealmente confio a todos
os Salesianos.67
Uma palavra-chave de todo este percurso é a palavra “envolvimento”. O Papa
Bento XVI fixa a “atenção na família”, na opção do “envolvimento” da família
como objeto e sujeito da ação pastoral. Isto constitui para nós uma chamada
a uma responsabilidade partilhada, a um projeto de conjunto no interior das
nossas comunidades educativas e pastorais, mas também a uma responsabili-
dade a nível eclesial, político, social que na Carta sobre a urgência educativa o
Papa Bento explicita nestes termos:
A responsabilidade é em primeiro lugar pessoal, mas há
também uma responsabilidade que compartilhamos juntos,
como cidadãos de uma mesma cidade e de uma nação,
como membros da família humana e, se somos crentes,
como filhos de um único Deus e membros da Igreja.68
Na sequência desta Carta, o CG 26, como previsto nos trabalhos preparatórios,
dá um renovado vigor a algumas Novas Fronteiras: a família, a comunicação
social, a Europa. Sobre a família encontramos uma linguagem que agora se
tornou património nosso e da Igreja:
Uma particular atenção é reservada à situação da família
que é o sujeito originário da educação e o primeiro
66 Lettera del Santo Padre Benedetto XVI alla Diocesi e alla Città di Roma sul compito urgente
dell’educazione, 21 gennaio 2008: http://w2.vatican.va/content/benedict-xvi/it/
letters/2008/documents/hf_ben-xvi_let_20080121_educazione.html
67 Lettera di Sua Santità Benedetto XVI ai partecipanti al XXVI Capitolo Generale dei
Salesiani di Don Bosco.
68 Lettera del Santo Padre Benedetto XVI alla Diocesi e alla Città di Roma sul compito urgente
dell’educazione, 21 gennaio 2008.
44

5.6 Page 46

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lugar da evangelização. Toda a Igreja tomou consciência
das graves dificuldades nas quais ela se encontra e sente
a necessidade de oferecer ajudas extraordinárias para a
sua formação, seu desenvolvimento e para o exercício
responsável da sua missão educativa. Por isso também
nós somos chamados a fazer com que a pastoral
juvenil seja cada vez mais aberta à pastoral familiar
(CG 26, n. 99).
O CG 26 não esconde o facto de termos ainda um
caminho a percorrer: “nas províncias aumentou a
atenção à família, que é a referência essencial para a
educação, mas os compromissos até agora assumidos
são ainda insuficientes” (CG 26, n. 102). Por isso, confirma
e encoraja uma pista pastoral que nos últimos anos deu
sinais de esperança. É reforçada a atenção à família
que ultrapassa o modo de considerar a família como
objeto da pastoral, diríamos como um “paciente” que
tem necessidade da nossa simpatia. Devemos passar
“de uma pastoral juvenil não suficientemente atenta
aos contextos familiares a um maior investimento de
energias em favor da família” (CG 26, n. 104), assumindo
uma atenção privilegiada à família na pastoral juvenil” (CG
26, n. 108).
De maneira mais específica, o CG 26 oferece algumas linhas de ação que reto-
mam a visão pastoral proposta no CGE:
A comunidade:
ee envolva e forme os pais na ação educativa e
evanglizadora dos filhos;
ee pormova itinerários de educação afetiva sobretudo na
adolescência e acompanhe os jovens na experiência do
namoro, valorizando o contributo dos pais, dos leigos
corresponsáveis e dos grupos da Família Salesiana;
ee favoreça as novas formas de evangelização e de
catequese das famílias através das famílias (CG 26,
n. 109).
Uma nota de comentário: creio que o CG 26 ofereceu neste campo uma
plataforma que deixa duas consequências positivas: a primeira é reforçar o tema
45

5.7 Page 47

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
da família não só como uma proposta fechada nos nossos muros, mas como um
caminho eclesial. Com efeito os dois Sínodos sobre a família que se seguiram
deram razão a esta opção pastoral. É também de realçar como nos últimos anos
o tema da família sujeito da comunidade educativa e pastoral está despertando
interesse, reflexão e propostas concretas em bastantes províncias salesianas.
Estes dois aspetos, o eclesial e o congregacional, dão esperança para o futuro
como adiante veremos.
Chegamos ao Capítulo Geral 27 (CG 27), e constamos a continuação e o refor-
ço do processo relançado pelo CG 26. E aqui temos uma reflexão ainda mais
focalizada no tema da família juntamente com a intervenção do Papa Francisco
no fim do Capítulo Geral. Os dois pontos fortes em que este Capítulo Geral
insiste são: a) o envolvimento da família, b) a formação: caminho pastoral
e formação. Também aqui vemos a convergência do caminho da Igreja, com a
preparação para os dois Sínodos sobre a família, com os trabalhos do Capítulo
Geral.
Como já se acenou, o CG 27 insiste no protagonismo da família. Os termos
utilizados têm uma clareza que ilumina, guia e reforça os nossos caminhos de
projetos pastorais. Na parte intitulada Disponíveis para a projetualidade e para
a partilha, lemos:
Uma frente apostólica emergente, que começámos
a cuidar, é a pastoral familiar, não só nos contextos
paroquiais e de formação dos adultos, que deve ser
considerada em estreita ligação com a pastoral juvenil
(CG 27, n. 20).
Esta afirmação, na sua brevidade, é tomada como uma luz e uma indicação
indispensável para as nossas comunidades educativas pastorais. A pastoral
familiar, antes de tudo, não é só uma chamada para certos ambientes, não
é exclusiva e muito menos excludente. Aqui há um perigo, uma armadilha
que devemos ser pastoralmente inteligentes para evitar. A família é um
sujeito em todos os lugares onde nos tornamos servidores e peregrinos
dos jovens. A família está na medida em que aceitamos ir ao encontro dos
jovens com toda a sua história, na sua complexidade, mas também na sua
potencialidade.
A pastoral familiar não é um setor à parte. A pastoral familiar não é uma
responsabilidade de qualquer um que organiza atividades, de qualquer natu-
reza que estas possam ser. A “pastoral familiar (é) de reconsiderar em estreita
46

5.8 Page 48

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ligação com a pastoral juvenil”. Esta é uma consideração que nos faz refletir.
É uma perspetiva que nos ajuda a evitar a fragmentação de pequenas quintas
pastorais pessoais. É um chamamento que deve reforçar uma comunidade que
educa a família através do envolvimento, que dá à família a possibilidade de ser
protagonista educadora e pastoral.
Este ponto é de novo retomado pelo CG 27 na parte intitulada Fazendo expe-
riência de vida fraterna como em Valdocco, disponíveis para a projetualidade
e para a colaboração:
Na Igreja, que é povo de Deus a caminho e comunhão de
pessoas com diversos carismas e funções, partilhamos
com os leigos o serviço da construção do Reino de
Deus. O carisma salesiano pede-nos o cuidado, o
envolvimento e a corresponsabilidade de todos os
membros do núcleo animador da CEP (cfr. Constituições da
Sociedade de S. Francisco de Sales, artigo 47), salesianos
e leigos, para promover uma mentalidade projetual
e uma ação comum em benefício dos jovens, das
famílias e dos adultos dos ambientes populares (CG
27, n. 20).
O CG 27 indica-nos os processos e os passos concretos que dão corpo a esta
insistência pastoral que saiba pôr em conjunto a) o envolvimento da família
e b) a formação, isto é, caminho pastoral e formação:
Integrar no projeto educativo pastoral provincial e local a
pastoral familiar, prevendo a formação e o envolvimento
dos leigos como animadores [CG 26, 99, 102, 104] (CG 27,
n. 71, 5);
Assegurar a atenção à pastoral da família e à formação
dos leigos a todos os níveis e favorecer, por parte
dos setores da missão salesiana e da formação, a
coordenação das reflexões e das intervenções (CG 27,
n. 71, 7).
O Papa Francisco, no seu discurso aos membros do CG 27, sublinhou o tema
da família com a mesma insistência dos debates no Capítulo. O Papa, partindo
da perspetiva vocacional, insiste na opção fundamental do envolvimento da
família dentro da pastoral juvenil vocacional:
47

5.9 Page 49

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
As vocações apostólicas são ordinariamente fruto de
uma boa pastoral juvenil. O cuidado das vocações requer
atenções específicas: antes de tudo a oração, depois
atividades próprias, percursos pessoais, a coragem da
proposta, o acompanhamento, o envolvimento das
famílias.69
B CARTAS DOS REITORES-MORES
Esta apresenação do caminho da Congregação através dos Capítulos Gerais é
obviamente completada com uma referência às trâs cartas escritas pelos nossos
Reitores-Mores,70 padre Egidio Viganò, padre Pascual Chávez e padre Angel
Fernandez Artime sobre o tema da Família
A carta do padre Viganò, No Ano da Família (1994), aborda o desafio
pastoral sobre a família do ponto de vista da nova evangelização. Depois
continua a deter-se no discurso social, político e cultural para indicar alguns
pontos de orientação pastoral que conectavam com o caminho da Congre-
gação no respeitante ao tema do envolvimento dos leigos traçado dali a
pouco no CG 24.
O padre Viganò começa com a afirmação que aponta para centro do desafio
que ainda atualmente mantém a sua validade:
É oportuno (…) que nos detenhamos seriamente sobre
como o tema da família domina a fundo o nosso processo
de renovação. Servirá para nos sentirmos mais situados
«no coração da Igreja» e mais inseridos de forma solidária
«com o mundo e com a sua história». O Espírito do
Senhor suscitou-nos no Povo de Deus com uma missão
específica de «pastoral juvenil». Sabemos, e várias vezes
o repetimos, que não se pode realizar uma autêntica
69 Discorso del Santo Padre Francesco ai partecipanti al Capitolo Generale della
Società Salesiana di San Giovanni Bosco (Salesiani), 31 marzo 2014; https://
w2.vatican.va/content/francesco/it/speeches/2014/march/documents/papa-
francesco_20140331_capitolo-generale-salesiani.html
70 Don Egidio Viganò, Nell’Anno della Famiglia, ACG n. 349 (1994); don Pascual
Chávez, E Gesù cresceva in sapienza, età e grazia (Lc 2,52), ACG 392 (2006); don Angel
Fernandez Artime, Siamo Famiglia! Ogni casa, scuola di Vita e di Amore, ACG 424
(2017).
48

5.10 Page 50

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pastoral juvenil sem uma relação concreta e harmónica
com a «pastoral familiar».
O padre Viganò estava convencido de que “a família é certamente uma das
«novas fronteiras» da evangelização e está profundamente ligada (…) à missão
juvenil e popular do nosso carisma.” E por isso insiste em que “o tema da fa-
mília é demasiado importante para todos e, de mdo certamente privilegidado,
para os educadores na fé.”
Passando depois por uma leitura ampla, teológica e antroplógica, o padre Vi-
ganò indica “três aspetos ligados à pastoral da família” que estão a indicar
os pontos firmes amadurecidos durante os Capítulos Gerais: protagonismo
pastoral, formação, e acompanhamento. Notemos que a compreensão que
o padre Viganò nos deixa é a de uma síntese entre Pastoral juvenil e família, isto
é, de um caminho que é reforçado, nunca fragmentado:71
Aquilo em que é preciso insistir para uma renovação
concreta num maior intercâmbio entre pastoral
juvenil e pastoral familiar, é colocar no centro dos
projetos educativos precisamente a programação de
contínuas iniciativas no desenvolvimento e reforço
do dom de si, ligado com as exigências sexuais e
vocacionais. Daqui ainda a urgência de unir a toda a
atividade educativa uma autêntica espiritualidade
juvenil, na qual se cuide também uma adequada
pedagogia ascética e um sentido prático de recuperação
pessoal e de reconciliação com Deus.
71 Qui riportiamo I testi che possono servire per ulteriore approfondimento:
• Formazione e animazione dell’alleanza coniugale: accompagnare con
preoccupazione evangelizzatrice vari gruppi di sposi;
• L’educazione sessuale: l’esperienza insegna che ciò non risulterà effettivo
senza una spiritualità giovanile: amore, sessualità, spiritualità vanno
intimamente unite nel processo di educazione alla fede. E qui si inserisce
necessariamente l’educazione alla vocazione che, in qualunque stato di vita, è
appunto una concreta formazione all’amore come dono di sé;
• La preparazione al matrimonio: la formazione della persona all’amore,
che è l’essenza di ogni educazione, deve orientare il progetto educativo a
preparare bene al matrimonio. È questo un aspetto della pastorale vocazionale
(il matrimonio è la vocazione ordinaria della maggioranza dei giovani) da
considerare insieme — anche se con accenti e modalità differenti - con la
vocazione alla vita consacrata.
• Ci sono, dunque, nella pastorale giovanile, specifici valori da promuovere
intensificando quella spiritualità del quotidiano tanto raccomandata dal CG23.
49

6 Pages 51-60

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6.1 Page 51

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
A carta do padre Pascual Chávez, E Jesus crescia em sabedoria, idade e graça
(2006), começa com uma leitura sobre os riscos e ameaças que pesam sobre a
família hoje, para depois passar a uma reflexão teológica e carismática muito
rica, dando espaço a uma reflexão sobre a figura de Mãe Margarida. Por fim,
faz um convite a renovar a missão da família indicando algumas aplicações
pastorais e pedagógicas.
Interessa-nos deter-nos nesta última parte para sublinhar aquelas linhas que,
como vemos, estão em plena sintonia e reforçam o caminho dos Capítulos
Gerais. Como prelúdio a estas linhas, o padre Pascual Chávez escreve:
Para nós, Família Salesiana, viver em família não é
simplesmente uma opção pastoral estratégica, hoje tão
urgente, mas um modo de realizar o nosso carisma e um
objetivo a privilegiar na nossa missão apostólica. Como
traço carismático caraterístico, nós Salesianos e Membros
da Família Salesiana vivemos o espírito de família; como
missão prioritária, partilhamos com as famílias, que nos
confiam os filhos, a missão de os educar e evangelizar;
como opção metodológica educativa, trabalhamos criando
nos nossos ambientes o espírito de família.
É nesta lógica de “partilha da missão educativa e evangelizadora” que se leem
as seguintes aplicações pastorais e pedagógicas:
eegarantir um especial compromisso de educar para o amor no
âmbito da ação educativa salesiana e no itinerário de educação à fé
proposto aos jovens;
eeacompanhar e apoiar os pais nas suas responsabilidades edu-
cativas, envolvendo-os plenamente na realização do Projeto Educa-
tivo-Pastoral Salesiano;
eepromover e qualificar o estilo salesiano de família: na própria
família, na comunidade salesiana, na comunidade educativo-pastoral;
eeenvolver as famílias no caminho de educação e de evangeli-
zação.
O vocabulário que o padre Pascual Chávez nos oferece enriquece e focaliza cada
vez mais os pontos-chave que amadurecem nestes anos.
Na carta do padre Angel Fernandez Artime, o Lema deste ano 2017, So-
mos Família! Cada casa, uma escola de vida e de amor, encontramos o tema
50

6.2 Page 52

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da família tendo como pano de fundo a Exortação Apostólica Amoris Laetitia
(AL), do Papa Francisco. Após uma leitura salesiana dos 9 capítulos da AL, o
Reitor-Mor faz uma leitura da situação familiar à luz do carisma salesiano e das
qualidades de empatia e acompanhamento que são os sinais do nosso
específico contributo educativo pastoral.
E é precisamente o tema do acompanhamento que serve de fio-condutor
a unir as várias indicações contidas na carta. Três perguntas-chave precedem
as indicações:
eeComo acompanhar os pais, os esposos e os que estão à frente da
própria família?
eeComo acompanhar os filhos, especialmente os que se encontram nos
ambientes salesianos, tantos rapazes e raparigas em todo o mundo?
eeComo acompanhar com a nossa pastoral juvenil, familiar e paroquial
os jovens que estão a amadurecer um projeto de vida para o ma-
trimónio e para a formação de uma família?
As várias indicações que se seguem e que servem não só de resposta mas tam-
bém de linhas operativas, podemos reuni-las nesta síntese que traduz o espírito
da AL. São pontos que abrem uma ampla rede de ações e de processos em prol
de todos os protagonistas da missão salesiana:
I. Colocar a família como uma aposta, uma prioridade educativo-pas-
toral a atenção às Famílias. Devemos convencer-nos de que não
basta que seja clara para nós a prioridade dos jovens como destinatá-
rios da nossa missão. Hoje, mais do que nunca, esta tarefa educativa
e de evangelização é inseparável da família;
II. Assumir o accompanhamento como opção prioritária:
eeacompahnamento como uma via para uma proposta de
espiritualidade e de fé;
eeacompanhamento vocacional de todos os jovens para um
amadurecimento do seu projeto de vida;
eeacompanhamento e apoio aos pais na sua missão educa-
tiva, envolvendo-os o mais possível.
51

6.3 Page 53

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
UMA NOTA DE SÍNTESE
No fim deste caminho, convém começar por recordar antes de tudo a força
profética do CGE. À luz do caminho do Concílio Vaticano II, este Capítulo Ge-
ral Especial captou o exato espírito do Concílio e colocou as bases de uma visão
pastoral. É um dom que devemos manter vivo. O estudo e a reflexão de tudo o
que acontecia naquele momento particular é para todos nós um presente que
não podemos nem devemos perder.
Segundo: notamos que por algumas décadas o tema da família foi recor-
dado dentro de outros temas que naquele momento a Congregação devia
tratar: como a educação e a evangelização dos jovens nas Constituições, a
reflexão sobre os percursos da fé dos jovens, como também o esforço ainda em
curso para reforçar a experiência educativa e astoral partilhada com os leigos.
Como já mostrámos, o tema da família não era de forma alguma esquecido,
mas tratado no âmbito de um caminho mais amplo. Se bem que a carta do
padre Viganò em 1994 não se refletisse nos CG naquele momento, podemos
dizer que, se hoje estamos a enfrentar e a aprofundar o tema da família como
merece, isso se deve ao contributo desta reflexão.
Terceiro: notamos um caminho que se reforça na sua atenção à famí-
lia: a família como sujeito educativo e pastoral, em sitonia com o caminho
dos Sínodos; a família à luz da nova evangelização (Evangelii Gaudium) e à
luz do convite para o próximo sínodo sobre os Jovens, Fé e Discernimento
Vocacional.
Quarto: o tema da família exige de nós um esforço contínuo de reflexão, estu-
do e debate. Cresce o esforço de repensar o tema da comunidade educativa e
pastoral à luz do envolvimento da família. Como vimos, quer nos CG quer nas
cartas dos Reitores-Mores, e também nas cartas e discursos aos salesianos por
parte do Papa Bento XVI e do Papa Francisco, é evidente uma abordagem que
não se permite atitudes superficiais ou medíocres.
Quinto: creio que podemos dizer que a síntese a modo de núcleos que resulta
deste percurso é a seguinte:
I. Envolvimento: esta palavra apareceu muitas vezes como uma ne-
cessidade primária, como uma chamada que devemos escutar não
tanto a nível mecânico, mas como uma resposta a um grito silencioso
e escondido por parte da família que nos convida a uma resposta no
sinal do acolhimento, do ‘sentir-se em casa’;
52

6.4 Page 54

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II. Protagonismo: a família como sujeito. Esta é uma frase recorrente
que com o andar do tempo vamos encontrando com mais frequên-
cia. Não basta dar espaço de envolvimento se não se amadurece
numa verdadeira e própria experiência partilhada. E aqui entra em
jogo a nossa capacidade e criatividade pastoral de como propomos,
vivemos e acompanhamos a CEP e de como fazer amadurecer o
PEPS;
III. Acompanhamento: o Capítulo 8 da AL é uma síntese e um
mapa. Síntese de algumas chamadas feitas nos nossos CG e
nas cartas dos Reitores-Mores. E também um mapa em que,
numa situação social e cultural cada vez mais carregada de novos
desafios pastorais, a família exige sempre mais ser ajudada no
acompanhamento, no discernimento e na integração. As nossas
presenças e experiências educativas e pastorais são uma extraor-
dinária oportunidade de espaços de convergência e de propostas
integrais;
IV. Formação: por fim, aparece nestas décadas a chamada contínua
à formação. A família é vista como um recurso nos processos de
evangelização. Hoje, mais do que nunca, perante a grandeza do de-
safio que temos de enfrentar, esta chamada reveste-se de um valor
profético muito forte.
A parte que se segue pretende ser uma fotografia de como se encontra a
Congregação neste momento histórico relativamente ao tema da família. No
início de 2016, o Reitor-Mor enviou a todas as províncias da Congregação
uma carta convidando-as a fazer uma leitura educativa e pastoral sobre a fa-
mília. Aqui oferecemos a síntese deste trabalho que foi objeto de estudo nos
vários encontros regionais dos Delegados de Pastoral Juvenil nestes últimos
dois anos.
2 ANATOMIA DO DESAFIO
A primeira pergunta consistia em pedir a cada província que identificasse os
desafios que a família apresenta à pastoral juvenil salesiana na Província. Po-
demos reunir as respostas recebidas nas seguintes categorias: a realidade que
encontramos, a compreensão do matrimónio e da família, o desafio da fé, os
53

6.5 Page 55

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
processos pedagógicos, a proposta da pastoral juvenil e, por fim, a urgência e
a necessidade do acompanhamento.
A REALIDADE
Neste campo reconhecemos a chamada a estar mais dispostos a conhecer a
situação dos jovens e o ambiente das suas famílias. Acena-se a um certo dis-
tanciamento entre a família e os nossos ambientes. A família pode beneficiar
muito daquilo que nós podemos oferecer: proximidade aos seus filhos que se
sentem sós e pouco acompanhados, apoio a famílias pobres materialmente e
também pobres na capacidade de oferecer aos seus filhos a atenção necessária.
Notamos também uma margem de crescimento na solidariedade como antídoto
à cultura do descarte.
Outra face desta realidade fala-nos de um pluralismo cultural, religioso, so-
cial, étnico e sexual que a maior parte das vezes não estamos em condições
de decifrar e muito menos de gerir. Nesta área apresentam-se também os
desafios dos vários modelos de família que necessariamente encontramos
nos nossos vários ‘pátios’ educativos e pastorais: as famílias monoparentais,
as famílias com os pais do mesmo sexo, pais e filhos que estão a viver uma
nova siruação familiar.
Neste cenário sentimos a chamada a valorizar a crescente participação da
mulher nos vários processos pastorais, o seu contributo específico como
mulher, e muitas vezes como mãe, a todos os níveis, em todos os setores
da sociedade.
Por fim, damo-nos conta de que devemos aprofundar o tema do protagonismo
da família no desenvolvimento do rapaz/rapariga, do adolescente, dos jovens.
Para nós esta chamada vemo-la aprofundada dentro do nosso modelo educativo
e pastoral, como é assumido e proposto na experiência educativa e pastoral, e
traduzido na dinâmica dos nossos projetos e processos.
B MATRIMÓNIO - FAMÍLIA
Um segundo tema que saiu com muita força das propostas das províncias é
o de como é entendido o tema do matrimónio e da família. A dimensão da
sacralidade do matrimónio e da família é fortemente posto em crise. Na época
da aldeia global, fortemente marcada pela cultura digital, os valores que até
54

6.6 Page 56

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aqui nos acompanharam, os valores ditos ‘tradicionais’, valores transmitidos
de uma geração à outra, sofrem o choque da mudança, mudança rápida e
agressiva.
O incremento dos números do divórcio, a mudança, por vezes contínua, na
ordem familiar são sinais lidos dentro de um quadro social muito complexo. O
tema da migração, que atinge tantas famílias que se deslocam do campo para
a cidade, traz consigo uma mudança nas relações sociais e familiares que torna
os vários sujeitos dentro da mesma família estrangeiros uns para os outros. À
luz destas mudanças que levam a um verdadeiro e próprio terramoto relacional,
há a consciência de que muitas vezes a escola, o oratório ou a paróquia são o
único exemplo e espaço de pertença, de estabilidade, de ‘família’ na vida dos
rapazes/raparigas, adolescentes e jovens.
C
O tema da fé e da prática religiosa está a sofrer um golpe significativo. Reco-
nheçamos que nos encontramos numa bifurcação: ainda que haja o risco de
perder a ligação com os nossos destinatários, há também a convicção de que
nesta onda histórica temos também uma grande e nova oportunidade.
Se por um lado notamos uma diminuta participação nas várias propostas, junta-
mente com um enfraquecimento da prática da fé, e uma vida menos marcada
pelos valores morais, por outro damo-nos conta de que os jovens andam em
busca de novos pontos de referência, de adultos significativos.
O tema dos processos de fé, de catequese, de formação humana e espiritual,
é tomado a sério, quer dizer, é revisitado porque o contexto de ‘hoje’ não é o
de ‘ontem’. Notamos que se insinua a tentação de dizer e de agir repetindo
os mesmos processos e esquemas: ‘sempre se fez assim’. Apercebemo-nos
de que os itinerários de fé, a proposta do grupo, muitas vezes não estão
em sintonia com as novas linguagens, parecem respostas velhas a perguntas
novas, inéditas.
A perceção e a imagem da Igreja na sociedade em geral, aquela que se
comunica através das nossas presenças - escola, oratório, paróquia, centros
de acolhimento - em geral reconhecemos que esta perceção e imagem
mudou drasticamente. Se a família já não está próxima da nossa proposta,
devemos ter a coragem de verificar se estamos nós longe da família, e não
vice-versa.
55

6.7 Page 57

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
D PEDAGOGIA
Se para nós a união evangelização e educação é fundamental, devemos dizer
que os sintomas que apresentámos no campo da fé (evangelização) têm uma
repercussão na dimensão da pedagogia (educação).
A passagem à cultura pós-moderna e globalizada desafia-nos a encontrar novas
linguagens pedagógicas. Somos chamados a descobrir os novos espaços de
convergência que são típicos da nossa proposta educativa que pressupõem o
espírito de família como categoria existencial integral: humana, pedagógica e
espiritual. Sentimos diretamente que este desafio nos exige examinar se a rela-
ção com a família se reduziu simples e gradualmente a uma relação de ‘procura
e oferta’, ‘fornecedor e consumidor’.
Em geral, das províncias consta o facto de nos sentirmos interpelados pelo
desafio que traz consigo a perda da figura paterna e materna na vida dos nos-
sos jovens. O mesmo se diga quanto ao tema da clara crise de autoridade, da
ausência de figuras adultas siginficativas porque autênticas. Isto é bem evidente
nos momentos em que nos tornamos peregrinos dos nossos jovens. Quando
estes abrem o coração em busca de pontos de referência, de expeiriências e
espaços de escuta.
A mesma busca que vivem os jovens, vivem-na também os pais. A seu modo,
estes respondem bem quando tomamos a iniciativa de oferecer espaços de
pertença, ficam gratos quando veem educadores que querem o bem dos seus
filhos. Esta atitude convida-nos a reforçar a nossa disponibilidade, a estar mais
presentes e abertos.
Aqui encontramos famílias que estão a passar momentos de crise e de pobre-
za permanente. A pastoral familiar, e dizem-no muitas províncias, não pode
limitar-se a uma atividade que se realiza, mas deve ser um testemunho que se
torna visível e permanente num projeto pastoral que caminha com quem está
a pedir apoio e acompanhamento.
Um tema que apareceu com muita frequência é o da preparação para o ma-
trimónio, juntamente com a educação ao amor. Também aqui reconhecemos
que o caminho à nossa frente é longo e empenhativo.
56

6.8 Page 58

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E PASTORAL JUVENIL SALESIANA
Torna-se crescente a insistência e a consciência, por parte das províncias, de que
o tema da família não pode ser considerado mais um trabalho ou uma atividade
à parte. É preciso refletir sobre a família dentro do Projeto Educativo e Pastoral
Salesiano da Inspetoria (PEPSI). Se não se der este passo, a família nunca será
integrada nem como objeto e muito menos como sujeito da pastoral.
Por isso damo-nos conta de que o nosso trabalho com e pela família fará cami-
nho segundo alguns critérios: superar uma pastoral baseada só em atividades,
seguir um projeto de longo prazo e fruto deste empenhar-se em gerar uma
cultura pastoral em prol da família.
Um ponto preocupante é o seguinte: pelas respostas provenientes da provín-
cias nota-se que tal desafio encontra por vezes resistências, mais ou menos
conscientes, por parte daqueles que têm uma responsabilidade nos vários am-
bientes e setores. Alguns carregam uma responsabilidade que muitas vezes os
coloca numa situação que torna bastante cansativa a cultura do encontro e do
empenhamento na escuta.
F ACOMPANHAMENTO
Por fim, tornou-se muito frequente o tema do acompanhamento. O desafio de
reconhecer que a configuração dos modelos familiares está a mudar e com esta
mudança deve seguir-se também uma mudança do modo como comunicamos
as nossas propostas pastorais. Aqui há a referência a rapazes/raparigas, adoles-
centes e jovens que vivem num núcleo familiar monoparental, uma nova união,
pais do mesmo sexo. Isto comporta o desafio de uma nova série de valores fruto
de uma realidade diferente da que era dominante na famíla tradicional que até
agora conhecemos. Nesta realidade acompanhar as pessoas e as suas histórias
exige explorar novas fronteiras com novas linguagens. Requer necessariamente
uma certa preparação.
Nas respostas provenientes entrevê-se a convicção de que também, neste novo
cenário, o “espírito de famíla”, o nosso modo de nos relacionar com todos, sem
distinção, sem preconceitos, continua a ser a experiência mais apreciada pelas
pessoas com quem nos encontramos.
Por isso o tema do acompanhamento, enquanto proposta clara de compaixão,
acolhimento e proposta, resulta uma oportunidade pastoral única que tem
57

6.9 Page 59

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
uma repercussão de longo alcance. É uma proposta que ajuda as pessoas a
discernir as suas opções pessoais. O acompanhamento é um caminho que abre
uma janela para aqueles valores que a presença educativa e pastoral promove,
enquanto ao mesmo tempo encoraja os adultos à participação nos vários pro-
cessos educativos.
Acompanhamento proposto também aos jovens que estão a preparar-se para
assumir o seu projeto de vida: preparação para o matrimónio, discernimento
da própria vocação. Nesta área temos um chamada que com o andar do tem-
po adquire uma clareza cada vez mais forte dentro dos processos de pastoral
juvenil. Ao constatar uma débil preparação para o sacramento do matrimónio,
em várias províncias estamos a questionar-nos quanto às oportunidades sobre
as quais é necessário refletir e que são exploradas.
Finalmente, outro ponto acenado nas várias respostas é o da formação
e preparação dos agentes pastorais. O tema da formação, tão presente
nestes últimos anos, seja nos CG como também nas cartas dos Reitores-
-Mores, surgiu muitas vezes nesta relfexão. Aqui confirma-se uma vez
mais a urgência de um plano de formação que muitas províncias estão a
tomar muito a sério: o acompanhamento e a formação da comunidade
educativa pastoral.
3 A RESPOSTA
ATUAL À FAMÍLIA
Como províncias, também nos interrogámos sobre quais são as experiências e
opções no campo da PJ e Família que atualmente são colocadas nos projetos
da Província, como o Projeto Orgânico Inspetorial (POI), o Projeto Educativo
Salesiano da Inspetoria (PEPSI) e outras orientações pastorais?
A PROPOSTAS
A síntese das respostas recebidas indica, antes de tudo, um notável empenha-
mento neste campo, pastoral juvenil e família, mas evidencia também algumas
limitações que nos servem de indicadores para um compromisso pastoral mais
58

6.10 Page 60

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claro e processos mais consistentes. As várias propostas pastorais neste campo
podem apresentar-se em três categorias: proposta espiritual, proposta for-
mativa e colaboração pastoral.
A primeira, proposta espiritual: consiste em proporcionar dias de retiro, en-
contros, ou outros momentos e eventos de natureza espiritual dedicados às
famílias, como por exemplo lectio divina à família e catequese familiar. Não
faltam também nesta proposta experiências que se inspiram na espiritualidade
salesiana.
A segunda categoria é a da proposta formativa: uma proposta formativa em
torno da Exortação Apostólica Amoris Laetitia aos Salesianos, organização de
seminários e encontros de estudo sobre o tema da família.
Em muitas províncias encontramos percursos para adolescentes sobre o tema
da educação à afetividade. Esta é uma proposta bastante frequente nos PEPS
locais. Juntamente com esta proposta é também comum a preparação dos
casais jovens para o sacramento do Matrimónio e a oferta de vários percursos
de acompanhamento a casais.
Uma experiência que está a crescer é a da escola de pais nas várias presenças
salesianas e que não se limita só à escola. O mesmo se nota no aumento de
centros de consulta, centros de escuta e de acompanhamento espiritual.
A terceira categoria é a de uma verdadeira e própria colaboração pasto-
ral estruturada entre famílias e Salesianos na pastoral juvenil. Aqui notamos
como em algumas províncias existem já desde há alguns anos bons e sólidos
processos de reflexão e de caminhos pastorais que estão a dar muito fruto. O
envolvimento crescente da família na animação de várias propostas pontuais de
pastoral juvenil está a tornar-se cada vez mais presente e sólida: por exemplo
o acompanhamento dos jovens nos grupos de fé, grupos de formação para o
matrimónio, grupos de animação missionária, atenção, acompanhamento e
acolhimento a jovens não acompanhados, a jovens mães.
B LIMITAÇÕES
As limitações que se encontram neste campo podemos colocá-las ao nível da
preparação dos Salesianos e leigos colaboradores, projeto pastoral e estru-
turas pastorais.
59

7 Pages 61-70

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7.1 Page 61

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
Notamos como ao crescimento do compromisso pastoral em torno da família
não corresponde semelhante atenção à preparação de um pessoal ade-
quadamente preparado. Todos reconhecemos que a família está a pedir-nos
mais atenção e mais energia, mas ainda não chegámos ao ponto de preparar
bem e de maneira suficiente agentes pastorais para estas novas fronteiras.
Na falta de pessoas preparadas, algumas resistências pastorais têm mais for-
ça ao travar ou impedir processos pastorais inovadores cuja importância e
oportunidade se vê.
Nota-se também a necessidade de assumir com clareza o tema da família,
sujeito e objeto da pastoral juvenil salesiana, nos nossos projetos pastorais.
Isto é uma chamada para que se reforce uma mentalidade pastoral que evite a
fragmentação pastoral por um lado, e o individualismo pastoral por outro. Neste
cenário fragmentado qualquer proposta pastoral em favor da família corre o
risco de caminhar por linhas paralelas.
O terceiro nível é o das estruturas pastorais. Fundamentalmente, aqui as
províncias indicaram que se trata de dar protagonismo à família na CEP. À
luz do Quadro de Referência (QdR), “a CEP é um centro de acolhimento e de
convocação do maior número possível de pessoas interessadas nos aspetos
humanos e religiosos do território, um desafio pastoral bem realçado que é o
de realizar uma partilha mais plena com a família, a primeira e indispensável
comunidade educativa” (QdR, p.111). Em relação a este objetivo, é evidente
uma limitação que é reconhecida e tratada. O que se segue procura preci-
samente sugerir linhas que evitem o perigo de se fixar numa atitude que vê
a família somente como objeto, como paciente que tem necessidade dos
nossos cuidados.
C OPORTUNIDADES – PONTOS POSITIVOS
Juntamente com as propostas pastorais e as limitações indicadas pelas provín-
cias, segue-se uma série de objetivos que servem de guias para o futuro.
Antes de tudo, a importância de ser claros e explícitos nos nossos programas
pastorais: PEPSI da Inspetoria, PEPS locais e a CEP de cada obra. As expe-
riências positivas presentes em algumas províncias indicam o caminho a seguir
e a propor. São experiências que têm um fio-condutor comum: trata-se de uma
reflexão séria que ultrapasse o perigo de uma pastoral juvenil salesiana paralela
a uma pastoral familiar.
60

7.2 Page 62

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A segunda oportunidade é acompanhar os jovens casais que fizeram parte
dos nossos percursos pastorais. Em algumas províncias está-se a trabalhar com
vários grupos da Família Salesiana na proposta de proporcionar percursos de
acompanhamento para o matrimónio a jovens casais que viveram a experiência
de animadores no Movimento Juvenil Salesiano.
A terceira experiência é a de muitas províncias que reforçam o compromisso das
CEP locais em estar próximo das famílias, especialmente das que estão a
viver em situação de privação e de pobreza. A visita às famílias dos nossos
alunos, os centros de atendimento e de consulta, programas para pais, são expe-
riências que abrem uma fronteira muito urgente para um mundo que está muito
próximo, embora possa resultar também muito distante por não ser conhecido.
Por fim, levam-se também por diante projetos de formação de agentes pastorais
para a família, para Salesianos e leigos. Existem algumas propostas formativas
conhecidas porque são fruto de um esforço pastoral coletivo de toda a provín-
cia, do Conselho Província, da Equipa de Pastoral Juvenil, dos Grupos da Família
Salesiana e Famílias.
HORIZONTE PARA UMA FORTE
4RESPOSTA CARISMÁTICA DE
DOM BOSCO HOJE
Neste ponto oferecemos algumas sugestões que servem de indicadores para
uma mais forte e signifcativa aliança entre pastoral juvenil salesiana e família.
A OS JOVENS NO CENTRO
DA PASTORAL JUVENIL SALESIANA
No primeiro artigo da Constituições Salesianas encontramos a raiz do porquê
da atenção aos jovens e da sua centralidade na missão salesiana:
Com sentido de humilde gratidão acreditamos que a Sociedade
de S. Francisco de Sales nasceu não de simples projeto humano,
61

7.3 Page 63

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
mas por iniciativa de Deus. A fim de contribuir para a salvação
da juventude, «a porção mais delicada e preciosa da sociedade
humana», o Espírito Santo, com a intervenção materna de Maria,
suscitou S. João Bosco. Formou nele um coração de pai e mestre,
capaz de uma dedicação total: «Prometi a Deus que até o meu
último suspiro seria pelos meus queridos jovens» (Const. 1).
Partindo desta raiz compreendemos o verdadeiro sentido da missão
salesiana. No primeiro capítulo do Quadro de Referência (QdR) temos uma
narração muito nítida de como Dom Bosco viveu e transmitiu esta centralidade
dos jovens na missão salesiana:
“Dom Bosco é o primeiro santo que funda uma
Congregação não só em favor dos jovens, mas juntamente
com os próprios jovens, valorizando de modo incrível o
protagonismo típico desta idade e envolvendo-os na
primeira pessoa na aventura do seu crescimento religioso
e humano. Por isso a pastoral salesiana é juvenil: não só
porque vê nos jovens os seus destinatários e a sua medida,
mas porque os assume como protagonistas” (QdR, p. 33).
Nesta ótica torna-se claro como aqui não se trata de uma escolha populista, de um
protagonismo cego e sem metas, não falamos de um certo juvenilismo doentio.
Aqui somos chamados a captar como o ‘espírito de família´, juntamente com a
responsabilidade educativa de todos os sujeitos presentes neste caminho, somos
convidados a dar a nossa quota-parte nesta esplêndida história dos nossos jovens.
A Pastoral Juvenil Salesiana é juvenil porque no centro da sua ação está a
pessoa dos jovens, especialmente dos mais necessitados. Buscamos os jovens
na sua realidade:
Imitando a paciência de Deus, encontramo-nos com
os jovens no ponto em que se situa a sua liberdade.
Acompanhamo-los a fim de neles amadurecerem
convicções sólidas e de se tornarem progressivamente
responsáveis no delicado processo de crescimento da sua
humanidade na fé (Const. 38).
A meta proposta pela Pastoral Juvenil Salesiana a todos os jovens é chegar ao
desenvolvimento integral da própria personalidade, em que Cristo é o ponto
de referência fundamental.
62

7.4 Page 64

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À luz deste fundamento carismático, a família é chamada a ser sujeito,
isto é, protagonista pastoral; protagonista em viver momentos de crescimento
pessoal, protagonista em testemunhar opções pessoais, protagonista em acom-
panhar os jovens juntamente com os sujeitos pastorais da CEP. No QdR temos
uma síntese que projeta luz neste caminho que nos diz respeito:
A CEP é um centro de acolhimento e de convocação do
maior número possível de pessoas interessadas nos
aspetos humanos e religiosos do território. Um desafio
pastoral bem destacado é realizar uma partilha mais plena
com a família, a primeira e indispensável comunidade
educativa. Reconhecemos que a família é a célula da
sociedade e da Igreja. Essa, embora com todas as suas
dificuldades, é estimada pelos filhos mesmos que dela
recebem o indispensável afeto. Para os pais, a educação é
um dever essencial, ligado à transmissão da vida, originário
e primário relativamente à missão educativa de outros
sujeitos, insubstituível e inalienável, não delegável nem
substituível [cfr. Familiaris Consortio 36] (QdR p.111).
Só à luz do carisma como vivido e transmitido por Dom Bosco, só à luz das
linhas pastorais que a Congregação Salesiana nos propõe, chegamos a viver
e partilhar uma proposta educativo-pastoral integral e integrante. Em
manter viva a unidade orgânica do PEPS, provincial e local, em permitir que o
nosso PEPS seja uma experiência viva da CEP, só então evitamos o risco real de
qualquer proposta pastoral em prol da família se tornar uma experiência auto-
céfala, separada, autónoma, paralela ao caminho da província.
B CAMINHOS E PROCESSOS
Com grande satisfação se notam caminhos em várias províncias que estão a
tomar muito a sério a chamada em prol da família dentro da Pastoral Juvenil
Salesiana. Se existe um critério comum, se temos uma opção constante, po-
demos dizer que é a seguinte: um caminho enriquecido por uma reflexão
partilhada por todos os sujeitos da CEP.
Não existem projetos de gabinete. A família é protagonista do próprio cres-
cimento. A família torna-se protagonista do crescimento dos jovens fazendo
um caminho juntamente com os membros da CEP: um caminho enriquecido
pelo ‘espírito de família’, um caminho sustentado pelo espírito e pela palavra
63

7.5 Page 65

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
do Evangelho, um caminho iluminado pela experiência espiritual e pedagógica
de Dom Bosco.
Cada CEP empenha-se em tornar conscientes os
pais da sua responsabilidade educativa, face aos
novos paradigmas emergentes, e em acompanhar com
particular atenção os jovens casais, envolvendo-os
ativamente na CEP mesma. É necessário realizar um
atento discernimento comunitário, SDB e leigos, para
identificar e dar resposta às problemáticas mais urgentes
da família, aproveitando os seus múltiplos recursos. É
desejável um envolvimento cada vez mais participativo
da família no PEPS (QdR p.111).
O envolvimento da família nos processos educativos da Pastoral Juvenil Salesiana
não basta querê-lo. É necessário que este objetivo encontre pessoas, espaços e
propostas que favoreçam um maior envolvimento e participação dos pais e das suas
famílias. As nossas presenças, os nossos ambientes devem promover um ‘ecossis-
tema’ educativo e pastoral em que o tema da família e o clima do ‘espírito
de família’ possam crescer e possam também gerar uma força de atração.
A este propósito escreve o Reitor-Mor padre Juan Edmundo Vecchi: “(Dom
Bosco deu origem) a uma comunidade, não só visível, mas deveras singular,
atípica, como que uma lanterna na noite: Valdocco, casa de comunidade ori-
ginal e espaço pastoral conhecido, amplo, aberto.” 72 Nós hoje, nos passos do
nosso Pai e Mestre Dom Bosco, somos chamados a manter viva esta cultura
pastoral, marcada por renovadas relações entre família e educadores, jovens
e educadores, jovens e família, uma relação tão necessária quanto apreciada.
C GOVERNO E ANIMAÇÃO
Por fim, neste momento histórico, é mais do que nunca evidente a urgência
de opções pastoralmente inteligentes e criativas por parte de quem
tem a responsabilidade do governo e da animação a todos os níveis. Os
processos pastorais que assinalam a vida de uma Congregação ou instituição,
e até os processos da mesma Igreja, não caem das nuvens. Basta ler e meditar
com atenção o caminho pós-Conciliar através da experiência dos vários Sínodos
dos Bispos.
72 Don Juan Edmundo Vecchi, Ecco il tempo favorevole, ACG 373 (2000).
64

7.6 Page 66

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Os processos que verdadeiramente marcam uma província são os que
resultam de uma reflexão séria, baseada na oração, iluminada pelo ca-
risma de Dom Bosco, e partilhada com todos os protagonistas da CEP
provincial. O verdadeiro governo assim baseado e radicado no Evangelho, no
carisma e na vida pastoral vivida pelos vários protagonistas é capaz de escutar
onde está a soprar o Espírito de Deus. Aqui não se trata apenas de uma leitura
e proposta sociológica, por indispensável que seja. Aqui não se trata de propor-
cionar experiências que se vendem. Aqui trata-se de escutar o grito dos jovens,
um grito escondido mas profundo. Aqui trata-se de ler com atenção e apreciar
com seriedade e honestidade as implicações sociais, culturais e espirituais da
vida atual dos nossos jovens: a esperança perdida, a falta de confiança, a falta
de horizontes.
À luz destes desafios, a família não é uma força mais, mas um protagonista
indispensável: que necessita de acompanhamento, que busca apoio, mas que
tem também uma vocação única, irrepetível, indispensável.
O governo é chamado a “reconhecer”, “interpretar” e “escolher” aquelas
vias que o Senhor está providencialmente a indicar-nos. A beleza deste mo-
mento histórico é que já o vemos em alguns lugares. Está já a acontecer aquilo
que queremos que venha. A todos nós compete tomar a sério as palavras de
Jesus: levanta-te e anda!
CONCLUSÃO
Nestas páginas tentou-se apresentar e ler o caminho feito pela Congregação
nestas últimas décadas. Um caminho que revela um empenhamento notável
por parte da Congregação que no conjunto de um processo de renovação
espiritual, carismática e pastoral, soube valorizar o tema da família na esteira
da atenção dada pela Constituição Pastoral sobre a Igreja no mundo contem-
porâneo Gaudium et Spes (GS).
É uma opção cujo alcance pastoralmente profético constamos à luz da expe-
riência vivida. Os sínodos sobre a família, com as duas exortações apostólicas
- Familiaris Consortio e Amoris Laetitia - testemunham as suas consequências
em todo o caminho da Igreja.
Fazemos votos que tal caminho possa continuar com força e coragem. Um cami-
nho apoiado numa sã sinergia entre pastoral juvenil salesiana e família e numa
proposta pastoral que seja verdadeiramente um dom para a família de hoje.
65

7.7 Page 67

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
66

7.8 Page 68

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REFLEXÕES
REGIONAIS
AFRICA – MADAGASCAR
ANGLOPHONE GROUP
Challenges from the journey of the Congregation so far:
eeFormation of the SDBs and the Lay collaborator to a clear understand-
ing and incarnation of Salesian Charism is yet to be realized in most
of our communities and provinces.
eeInvolvement of families: there is need to strengthen the synergy be-
tween the SDBs and the laity especially for greater impact in the
society; keeping in mind non Catholic families.
eeSalesian communities receive a lot of documents. Most of these doc-
uments are not read and assimilated by many of the confreres which
need to be translated into activities and pastoral projects.
eeNeed to reach out to the parents of many children who come to our
schools and Centres keeping in mind that they are more than those
who are in the parishes.
eeMany of our lay collaborators are not adequately prepared to work on
their own without constant reference to SDBs; they take instruction
each time they undertake any activities.
eeUsually the priests are perceived as experts; but they are few in com-
parism with the number of Young people in need, however, they
can reach only few young people. This calls for the need to get more
lay people involved so as to reach more young people. How can we
involve lay people in proclaiming the gospel? This is the question we
should be asking ourselves.
eeWhere there are proper lay empowerment, a lot could be done espe-
cially in the proclamation of the gospel.
67

7.9 Page 69

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
eeThere is need to overcome the doubt that spiritual inputs are not
attractive to the young people and their families among the SDBs
and our lay collaborators.
eeWhen we reintegrate young people to their families and the families
are not properly accompanied, the rescued, run the risk of going back
to the streets. The accompaniment should be done till the person is
responsible enough to take care of himself.
eeOn the issue of the continuity of missions to young people and the
families; there is a need to ensure that projects and missions are not
driven by individuals but community as it is the community that sus-
tains each mission. For this reason, the preparation of the Educative
Pastoral Plan is important.
eeCollaboration is an important approach to sustain missions today. To
achieve this, we need to understand whose mission? In God’s plan,
communion is collaborating together to achieve God’s work. The
challenge is to overcome monopolization of the mission.
eeIn this discussion, it seems that the lay people and the Salesians have
different understanding of the terminologies, especially in words like
collaboration, autonomy, etc.
eeIn all these, we have to keep in mind the Salesian Charism and the
identity. Because in it we have the methodology. In our mission in col-
laboration with lay people, our platform should be co-responsibility.
Our aim is young people and their families.
eeOvercoming the challenges of clericalism: clericalism not necessarily
seen as the problem of the clergy but lay people who constantly see
the priests and religious as the main point of reference for the mission.
This is very strong where the clergy hold revered positions in the society.
eeYoung people and families are bombarded with all sorts of infor-
mation in such a way that they no longer distinguish between the
Christian and secular values.
AFRIQUE ET MADAGASCAR
GROUPE FRANCOPHONE
Quels sont les défis qui émergent du chemin fait jusqu´à ce moment par la
Congrégation?
68

7.10 Page 70

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eeMettre en application les réflexions et conclusions du magistère de
la Congrégation à tous les niveaux. Et surtout mettre en marche des
mécanismes et dynamismes pour favoriser l´application des réflexions
(concrétiser les grandes lignes d´interpellation)
eeSe convertir, changer de mentalité et croire en nos potentialités.
eeChercher à contextualiser notre pastorale des jeunes : offrir une
originalité de notre continent pour enrichir la réflexion de la
Congrégation
eeAccorder plus d´importance aux familles et ne pas se limiter aux
jeunes : considérer la pastorale des jeunes et de la famille comme un
même moment de l´agir pastoral
eeProfiter des opportunités que nous offrent les jeunes (désirs de trouver
des espaces pour s´exprimer, de chercher des modèles) pour mieux les
écouter et les accompagner
eeCultiver l´esprit missionnaire au niveau local dans l´intention de
découvrir cette vocation chrétienne et de rompre avec la vision
traditionnelle du missionnaire
eeOpter pour des itinéraires de formation qui impliquent la réalité
familiale et surtout veiller à la continuité des initiatives : réflexion-
programmation-évaluation
eeVeiller à ce que la réalité de la famille soit transversale dans nos
œuvres
eeCréer des espaces et des structures d´échange autour de la famille et
les accompagner avec les moyens nécessaires
eeRester ouverts et apprendre des autres, tout en cultivant notre
intelligence pastorale qui capte les signes des temps
eeChercher à récupérer certaines valeurs en perte de vitesse
INTERAMÉRICA 1
¿Cuáles son los DESAFÍOS que emergen del camino realizado hasta ahora por
la Congregación?
Después de realizar la socialización de las respuestas de las Inspectorías
presentes, destaco estas respuestas según cantidad de resonancias:
1. Ofrecer respuestas de acompañamiento y formación sistemática,
69

8 Pages 71-80

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8.1 Page 71

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
atrayentes y que estén acordes con las diferentes realidades que
vive la familia en la región: situación económica, perspectiva de paz
y también situaciones de violencia, surgimiento de otros modelos
de familia, realidad religiosa – devocional (en muchas ocasiones
desconectada de la realidad), distanciamiento entre padres e hijos,
crisis de fe, migraciones. Las respuestas de acompañamiento, que
incluyan no solo a los padres, sino también a los hijos. Prácticas
articuladas con la vida.
2. Buscar estrategias para vincular a la familia a los procesos pastorales
de una manera más decidida, dirigir la mirada más a ellos y
procurar su protagonismo en estos procesos; pasar de convocar a
comprometer.
3. Formar – capacitar a quienes apoyan los procesos pastorales y de
intervención con las familias. No estamos capacitados para ello.
4. Llevar la espiritualidad Salesiana y sus características al ambiente
de la familia – acogida, espíritu de familia. Hacer uso del Sistema
Preventivo, una propuesta perfecta para ser asunta al trabajo con la
familia.
5. Proponer modelos atractivos a las familias de hoy.
INTERAMÉRICA 2
¿Cuáles son los desafíos que emergen del camino realizado hasta ahora en la
Congregación?
eeEl primer desafío es precisamente el conocer ese camino que ha he-
cho la congregación. Queda en evidencia la necesidad de formarnos
en el acompañamiento de las familias y generar procesos donde las
familias no sólo sean objeto de la pastoral, sino sujetos y protago-
nistas.
eeOtro desafío es atender y acompañar a los jóvenes para asumir voca-
cionalmente el matrimonio y también acompañar a los matrimonios
jóvenes.
eeEl desafío de retomar auténticamente el carisma, pues el carisma
salesiano tiene en su origen la experiencia familiar de Don Bosco, el
Espíritu de Familia y la dimensión vocacional.
eeDesafío de intervenir sistémicamente, de hacer una pastoral integrada
70

8.2 Page 72

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e integradora que asume la realidad en su totalidad, que no separa
al joven de su familia, que no separa la formación del joven de su
discernimiento vocacional, que no separa la Pastoral Juvenil de la
Pastoral Familiar o Vocacional.
AMÉRICA CONE SUL - CISBRASIL
Quais são os desafios que emergem do caminho feito até hoje na Congregação?
Desafios para: SDB, CONGREGAÇÃO SDB
eeDistância (dos SDB) afetiva e efetiva dos jovens.
eeAbrir-se e preparar-se para refletir e agir o tema “jovens e famílias”.
eeAproveitar o fato da Congregação estar presente em 132 países:
variedades de jovens e famílias; grandes possibilidades de trabalho.
Desafios para: SDB, FAMÍLIA SALESIANA, LEIGAS/LEIGOS; OBRAS SALESIANAS
eeEntender que trabalhar com/para os jovens significa trabalhar com/a
família dele: não é mais possível olhar apenas para o jovem, pois ele
vem de uma família e ele vai constituir uma família.
eeEstudar profundamente a realidade e os contextos em que estão
inseridas as obras salesianas e onde as famílias, de fato, vivem.
eeEnvolver a Família Salesiana no acompanhamento dos jovens e das
famílias.
eeAproximação e parceria entre a obra salesiana e as famílias.
eeAbertura e a acolhida: acolher e jovem e a família como são.
eeAcompanhamento:
MMdisponibilidade;
MMtempo;
MMfoco: jovens namorados/noivos e recém-casados; novos
arranjos familiares
eeReforçar a ideia da CEP e ativar seu Conselho.
eeFazer, de fato, pastoral de conjunto e orgânica (eficaz e sistêmica).
71

8.3 Page 73

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
AMERICA CONO SUR SEPSUR
DESAFÍOS
ARTICULACIÓN. La articulación y la mirada orgánica es un desafío en nuestra
acción pastoral desde estas tres dimensiones:
eeArticulación entre las diferentes propuestas pastorales para la familia,
notamos que existen actividades muy significativas pero que funcio-
nan de manera aislada.
eeArticulación entre estas propuestas para las familias con la Pastoral
Juvenil para que las acciones que se lleven a cabo apunten a un mis-
mo objetivo global.
eeArticulación entre los diferentes grupos de la Familia Salesiana, el
acompañamiento a las familias es un desafío que atraviesa a todos
los grupos y necesitamos articular fuerzas porque somos conscientes
que solo no podemos
ACOMPAÑAMIENTO. Esta es la manera más adecuada de responder a las
necesidades de los jóvenes y sus familias asumiendo de manera cada vez más
comprometida el acompañamiento salesiano. Este acompañamiento debe ser
ofrecido a…
eeLos animadores y los novios para que puedan transitar un proceso
vocacional (antes)
eeLos matrimonios jóvenes (durante)
eeLas familias que atraviesan situaciones difíciles (pobreza, vulnera-
bilidad) o donde ya se ha producido un quiebre: Divorciados, etc.
(después)
eeAcoger a las familias reforzando nuestra capacidad de empatía para
acoger a las familias siendo creativos en generar nuevos espacios de
participación.
MIRADA DE PROYECTO PEPS: asumir dentro del PEPS la atención a las fami-
lias de manera más propositiva.
eedesde procesos de reflexión carismática sobre las nuevas realidades
emergentes.
eeFavoreciendo la presencia de los padres en los diferentes organismos
72

8.4 Page 74

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de animación de las obras salesianas: consejo de la obra, equipos
pastorales, etc.
SUJETOS. Favorecer el cambio de paradigma: pasar de la visión de la familia
como objeto y sujeto de la acción pastoral en las obras.
EAST ASIA - OCEANIA 1
What are the challenges that result from the journey that the Congregation
made so far?
eeMINIMAL CONTACT WITH FAMILIES. As Salesians, we see that when we
do our work, it is always a direct contact with the young people. We
seldom deal directly with the families of our young people and thus we
lack the awareness of the reality of their families. The parents are also busy.
eeDISTANCE. One specific situation may also be shared by many others:
in Papua New Guinea--geographical distance of the young from the
families and thus, the distance of the Salesians also from the families
such that family ministry would be difficult to practice. There is also
the cultural distance of the Salesians from the families of the young
since many of the Salesians are missionaries and therefore can be out
of touch with the context of the family. The parents also entrust their
children to the Salesians that they do not anymore mind how their
sons are. There is little collaboration.
eeWHEN TO BECOME A PROPHET. There is also the challenge to strike
the balance between being tolerant and being a prophet. When do
we correct what is wrong?
eeTO MOVE FROM THEORY TO PRACTICE. We have a lot of ideas about
families from the documents of the Church and the Congregation.
Are all these practicable?
eeDESIRE OF THE YOUNG TO STAY MORE IN THE SCHOOL (OR WITH
FRIENDS) RATHER THAN AT HOME. Many times, the home becomes
the place in which the young people like staying the least. They prefer
the school and friends.
eeTHE HETEROGENEITY OF FAMILIES. Do we define “family” in the
same way? There are different concepts around the world. We have
to be clear about our definitions of “family.” As a Congregation, we
73

8.5 Page 75

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
cannot dictate what the nature of family should be. In family ministry,
we have to bring the charismatic heritage to each local setting. One
help would be: how does one feel about his family?
EAST ASIA - OCEANIA 2
What are the challenges that result from the journey that the Congregation
made so far?
eeThe provinces need to have paradigm-shift particularly in involving
the families as active subjects in the youth ministry of the province.
eeThe provinces need to strengthen the existing EPC in the education
of the young people.
eeIn carrying out the family ministry, we need to prepare personnels in
the area of counseling in order to have a better accompaniment of
the families and young people.
eeThere is a need to have synergy with other groups or sectors or
professionals in carrying out the family ministry.
eeThe family model being presented in the ministry most of the time
is for christian family, which most of the time is not so ideal in non-
christian context.
eeAt times some Salesians might think that ministering to the families
is the task of the parish priest. Hence, in the province, the family
ministry do not recieve much attention in the SEPP of the province.
eeSome families in the post-conflict countries are still fragile. The
struggle for survival is more important than the education of their
children. Therefore, it is difficult to involve families in the youth
ministry of the province.
SOUTH ASIA 1
The presentation by Fr. Fabio Attard was very well appreciated by all the
participants. The clarity of thought right through the presentation of the Map
74

8.6 Page 76

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of the Congregation made our understanding of the Salesian Charism clearer
with reference to Youth Ministry and Family.
1. The participants were able to understand that Youth Ministry and Family
are not two separate ministries, but rather a single ministry! A few lay
collaborators would have found the presentation a bit heavy because of
the Salesian and ecclesial vocabulary that they are not used too.
2. Our Salesian formation would need to be redefined in terms of our
Youth Ministry and Family. For many, our Youth Ministry and Family
Ministry are seen as separate ministries. Family is still not seen as an
active subject and protagonist in our Youth Ministry.
3. We realise that when Family ministry is neglected or weak, our Youth
Ministry is also weak. When we get the Family in the youth ministry
we get in touch with the reality of the youth. Accompaniment of the
young right from early days is essential. It got to be done systematically.
Accompaniment of the young must change with the passage of time.
4. Our Congregation is still ‘clerical heavy’. The laity are backward. The
laity are not involved in the care of the young. They are dependent
on the priests and religious. We cannot function in isolation. We need
to level the gap and stop promoting clericalism.
5. Role of Family in the Vocational journey of the young. Family play
important role in advocacy of the young and their rights. In the formation
of the Salesians, parents are called to interact with their children. Parents
visit the families of the confreres or invite them for the celebration.
6. In families, faith life is weak. Departures from the church life and its
liturgy is becoming common. The presence of fringe groups with extreme
right views pose a severe danger to the faith of the youth and families.
7. We fail badly in the Formation of EPC. We have not yet understood
the power of the EPC and its animating role in the Salesian mission.
8. We need to appreciate the Salesian Map of our Educative and Pastoral
journey so far and be better involved in processes that enhance
effective Youth Ministry and Family.
75

8.7 Page 77

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
SOUTH ASIA 2
Challenges that result from the journey that the Congregation has taken so far?
1. An explicit Educative Pastoral Plan for family ministry is to begin.
2. We have to educate the Salesians to change their mindset about
divorced parents or broken families regarding vocation to Salesian life.
3. To give attention to family as educational pastoral priority.
4. Educative Pastoral Community is to be revamped and ensure that
families are involved in the process of implementation.
5. We have no plans for accompanying the spouses, parents and those
who have responsibility for the family.
6. Preparing Salesians to take up the family ministry at the formation level.
7. Involvement of women in the ministry as equal partners is also
important.
8. Working for the girls too is important in our ministry.
9. We can help with the vocational discernment in preparation for
marriage.
10.Pastoral accompaniment of the families has been neglected and it is
time to take it up.
11.We are not qualified to work with families or as animators at the
Diocesan Pastoral centres and we Salesians need to be prepared.
12.We need to have continual reflection with regard to the changes
taking place in our societies.
EUROPE CENTRE NORTH
What are the challenges that result from the journey that the Congregation
made so far?
eeDB’s journey started with children who had no family. For DB,
starting the journey meant keeping in mind the young who were
disadvantaged.
eeToday, it is important to consider if the parents are themselves
searching for a journey and ways to connect with their faith. Grand
76

8.8 Page 78

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parents are precious. Parents are stressed as in Belgium they often
feel inadequate. Interfaith dialogue is crucial.
eeThe context of Germany, goes beyond the Salesians, it involves the
whole church. It is a case where children are bringing their parents to
Church and inspire them to ask about their faith journey.
eeIn schools (UK) we might have missed opportunities to involve the
parents in their faith journey. We often have stopped to formal
encounters related to academic stuff only.
eeA negative past, like abuse cases from the Church, leave persons
feeling discouraged to engage with the Church ‘which provides
services’. Conversely, it is our witness and our readiness for authentic
relationships which will make the difference.
eeOne of the difficulties, due to the nature of our work, is the fact that
we focus too much on what we are doing at a local level. One can
easily invest all the energy in his/her work without opening enough
up at a Provincial and Congregational level.
eeWe are not sure if the “journey” has really invested its focus on the
family as protagonist. The Synod and Amoris Laetitia have helped us
to move out of the old schemes. We do not really see the journey.
ee23 years ago, Fr. Vigano had already perceived the need and we still
talk of new frontiers. We need to move forward with courage.
eeThe presence of parents is at times seen as intrusive and we make
ourselves believe this to be something negative; we can work with
the young without parents: reality shows us how this is not the case.
DB himself brought significant others in the lives of his young.
eeSalesian formation puts emphasis on youth ministry. A paradigm
shift is needed in the formation whereby working with families as
complement to youth ministry, is not perceived as a threat but as an
enrichment in our ministry.
eeAre there any studies about the relation of DB with the significant
adults/role models and how it worked at Valdocco?
eeWe perceive a clear challenge put forward by a fluid society,
which very often promotes virtual connectivity rather than familiar
connectedness. How to change this challenge into an opportunity?
eeWe are used to have young people coming to us: do we go to them?
Reaching out is important. It is good to enter the houses and meet
them at home. It helps us encounter the background and meet them
where they feel comfortable and at home.
eeECP should consider the families as an integral part of our
mission as educators. What does it mean to involve parents in the
implementation of this process?
77

8.9 Page 79

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
eeWorking with families is wider than working only with “parents”.
We need to include the social area and widen our understanding of
a system. We are invited to look at the wider system.
eeWe need to deconstruct the meaning of “family”, different meanings
and forms of families that are found in different places.
eeReview our ministries in such a way that new contexts and
relationships are fostered, starting from what they understand by
“family”.
eeThe young who live in residential care, still feel the need to connect
with their families, irrespective of the fragmentation of their
families. Let us turn this existential challenge into an opportunity.
eeAt times we equate family ministry with dysfunctional families. Let
us look at the beauty of good families who yearn to be accompanied
and share in our mission.
eeBesides looking at families ad extra, (what to do for others),
let us also foster a deep connection ad intra (between SDB’s as
consecrated and parents as married Christians).
eeUniversities and SDB centers should also include family and system
studies in the initial formation of SDB’s. This should complement
philosophical and theological studies.
eeBe also aware that some new SDB’s are coming from dysfunctional
b a c k g ro u n d s : h o w d o e s t h i s e ff e c t t h e C o n g re g a t i o n ’s
understanding of “family”?
eeShare good practice with parents, inform them what their children
are receiving from us and enable them to enter in dialogue with us,
instilling trust and an openness to journey.
eeRelationships should come before sacramentality. For the SDB
Family, working with families should go beyond social work.
eeHow to create a balance between human and religious formation?
We need to be more sensible.
eeSense of ownership expressed by our young refer to the beauty of a
faith school, a faith based journey. Often we fail to appreciate that
diversity does not mean confusion.
eeMuslim families present an urgent need to establish good
relationships and build bridges whereby communication and
dialogue are respected.
eeWe need to get involved in marriage preparation and support
people who want to love according to the Gospel values. We need
to look out for partners.
eeWork between SDB’s and FMA’s: very often it is a counter witness
of a family spirit which we are putting forward.
78

8.10 Page 80

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MEDITERRANEA 1
ITALIA & PORTOGALLO
Emerge con chiarezza una fatica a mettersi realmente in ascolto e poi in
cammino rispetto alle indicazioni magisteriali (attuazione di CGS, CG 21 e CG
24). Non è detto che il pensiero riguardo alle CEP alla corresponsabilità laicale
e al coinvolgimento della famiglia sia stato recepito.
La sfida è quella di dare continuità ai processi avviati
La centralità della CEP come luogo di incontro tra l’attenzione ai giovani e le
famiglie. Noi ribadiamo la necessità di mantenere al centro il ragazzo sia nella
riflessione che nella messa in pratica del progetto educativo pastorale.
La sfida è quella di pensare e di attuare il legame tra la pastorale giovanile e le
famiglie in modo approfondito e coerente con i fondamenti del nostro carisma.
Il rapporto con le famiglie a volte è strumentale: ci “serviamo di loro” quando
le pensiamo. Di solito ci riferiamo solamente ai genitori: formare una famiglia
si identifica con cure la loro genitorialità
Urge
eeuna reciproca conversione: che loro ci percepiscano come alleati
educativi, e che noi li percepiamo come principali soggetti educativi;
eerilegittimare i genitori nel loro compito educativo
MEDITERRANEA 2 _ ITALIA & MEDIO
ORIENTE
Domanda: quali sono le sfide che emergono dal cammino fatto finora nella
Congregazione?
Risposte:
1. Sfida di nomi e parole. Chiarire la terminologia che utilizziamo: pastorale
79

9 Pages 81-90

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9.1 Page 81

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
famiglie o animazione delle famiglie? Per non perdere il focus sui giovani,
non “diocesanizzare” la nostra organizzazione pastorale e di uffici
ispettoriali, e non dare adito a parallelismi o pastorali non collegate.
Provare a far sì che la Congregazione abbia un modo unico di parlare
2. Sfida teologica: approfondire cosa intendiamo come famiglia e animazione
delle famiglie e stile famigliare o ambiente di famiglia, perché la cultura
contemporanea non ci aiuta a definire chiaramente la questione
3. Sfida della formazione, sia dei Salesiani sia delle famiglie: come
formarci per rendere meglio conto della ragione che è in noi e delle
nostre convinzioni viste le spinte avverse della cultura contemporanea
4. Sfida di come rendere protagoniste le famiglie: in modo graduale
e con la possibilità di coinvolgere non solo le famiglie perfette, ma
anche quelle in difficoltà.
5. Sfida della rete. Non dobbiamo fare tutto noi Salesiani, nella
formazione e nelle alleanze, ci si può anche aprire all’esterno (diocesi
o altro) per fare delle bune alleanza.
6. Sfida di tenere insieme famiglie e MGS: per fare dei veri percorsi di
formazione per i giovani verso la famiglia e per non perdere di vista
il focus giovanile della nostra pastorale.
7. La famiglia come luogo, soggetto, oggetto, percorso per unificare
più parti dell’opera salesiana in un unico progetto pastorale, senza la
separazione: famiglie del parroco e giovani dell’oratorio.
8. Passare dalla famiglia per coinvolgere la famiglia, innescando percorsi
e occasioni di accoglienza e di relazione.
9. L’animazione delle famiglie come cambio di mentalità: non solo
Salesiani e laici, ma Salesiani e famiglie; non solo formazioni dei
giovani, ma formazione della famiglia e con la famiglia
10.Sfida del coinvolgimento delle famiglie con difficoltà e ferite
P.S. Don Najib segnala la situazione limite e diversa per noi del Sudan, dove la
famiglia non existe, e di Aleppo, dove l’oratorio Salesiano è rimasto come unico
centro in cui si è continuato ad offrire un luogo di incontro durante la guerra.
MEDITERRANEA 3 _ SPAGNA &
PORTOGALLO
Desafíos desde el camino realizado por la congregación.
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9.2 Page 82

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eeTenemos la necesidad de partir de la realidad actual de la familia para
después iluminarla con los criterios del evangelio, tal como hizo el
Concilio Vat II (GS).
eeEstamos en un momento crucial para superar la desconexión secular
de la PJ con la Familia. Los acentos teóricos están claros desde el
CG21; en la práctica falta aplicarlos. La Pastoral con las familias no es
novedad, la congregación ha reflexionado sobre ello, ¿por qué esta
desconexión con el pensamiento de la congregación?
eeEl momento actual es de redescubrimiento de la familia como sujeto
pastoral. En parte nuestro camino se parece al de Emaús: ahora se
nos empiezan a abrir los ojos y a entenderlo todo de manera clara. La
familia pide tener su lugar como protagonista de nuestra PJ.
eeNecesitamos impostar un nuevo modo de hacer pastoral desde las
claves de la “acogida” “acompañamiento”, “discernimiento”, “in-
tegración”: cómo favorecer este trabajo en nuestras estructuras (go-
bierno) ; quién lo debe hacer (formación).
eeEl trabajo con las familias debe integrarse por medio de procesos, no
de acciones aisladas. El PEPS y la CEP son el lugar para hacerlo. En
este sentido conviene tener presentes tres claves propias del trabajo
pastoral : “la Paciencia con los tiempos”, la “Pasión por lo que se
hace” y la “Creatividad” para recrear esta nueva cultura.
eeAdemás de educar y evangelizar con las familias, debemos educar
para vivir en familia.
eeEste camino pastoral con la familia solo se puede hacer en el contexto
de una comunidad que se siente comunidad de fe : importancia de
la experiencia creyente de los adultos de la CEP.
MEDITERRANEA 4 _ SPAGNA &
PORTOGALLO
¿Cuáles son los DESAFÍOS que emergen del camino realizado hasta ahora en
la Congregación?
La Congregación ha aportado mucho en la reflexión sobre la Pastoral Juvenil.
En ese discurso, siempre ha estado presente la familia de un modo implícito.
Falta, quizás una aplicación concreta de todo el pensamiento pastoral. Hemos
de creernos y asimilar, toda la reflexión que está escrita.
81

9.3 Page 83

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
Quizás se ha entendido mal la concepción de que nuestra pastoral esta centrada
exclusivamente en los jóvenes. Hoy explicitamos mejor: La familia y los educa-
dores no encontramos para prestar un mejor servicio a los jóvenes.
Constatamos que Las familias están muy desorientadas, pero son receptivas,
a las propuestas de participación y de trabajo conjunto con los educadores y
salesianos.
Es necesario enfocar desde la perspectiva familiar todos los proyectos pastorales,
elaborando procesos e itinerarios bien diseñados en los diferentes ambientes
pastorales.
Concretamos los siguientes desafíos:
eeIncorporar de modo explicito en toda la reflexión pastoral a las fa-
milias y a los jóvenes, que aporta criterios de realismo. Han de estar
presentes en la reflexión, en el diseño de los proyectos, en la realiza-
ción y en la revisión.
eeCrecer en la reflexión y formación conjunta, salesianos, familias, jóve-
nes, familia salesiana. Todos nos encontramos en la misión.
eeAfrontar los itinerarios y procesos desde la perspectiva vocacional,
respetando los ritmos de vida de las familias. Estar atentos a no abu-
sar de los seglares, implicándolos excesivamente en nuestros ritmos
pastorales.
eeAcogida incondicional desde la misericordia. Acoger la realidad. Hacer
sentir al otro que es amado y aceptado en su situación.
eeCuidar nuestros ambientes sanos, de fiesta y de familiaridad, don-
de se puedan dar las necesarias condiciones en las que las familias
puedan sentirse a gusto y se les puedan hacer diferentes propuestas.
eeProponer, sin miedo, nuestro modelo antropológico cristiano. No de-
jarnos comer terreno por la ideología de género. Proponer el modelo
de familia cristiana. No renunciar a proponer el modelo de persona
y de familia creyente.
eeEducar a nuestros jóvenes en el sentido cristiano de la vida, de las
relaciones, de la sexualidad. Educar en la apertura a la vida.
eeEl futuro para la pastoral juvenil pasa por la familia Salesiana. Es nece-
sario articular bien la reflexión de Pastoral Juvenil y familia salesiana.
Cuanto más familia salesiana seamos, mejor pastoral juvenil haremos.
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9.4 Page 84

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83

9.5 Page 85

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9.6 Page 86

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29 de novembro de 2017
AMORIS LAETITIA:
ALGUNS REPTOS E
PROPOSTAS PARA
UMA PASTORAL
JUVENIL EM
CHAVE DE FAMÍLIA
CARMEN PEÑA GARCÍA
Faculdade de Direito Canónico, U.P. Comillas

9.7 Page 87

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
Um dos acontecimentos relevantes dos últimos tempos, a nível eclesial, foi
a convocação pelo Papa Francisco de um Sínodo sobre a Família, organizado
como uma reunião a realizar em duas sessões: a Assembleia extraordinária, ce-
lebrada em Roma de 5 a 19 de outubro de 2014, e a Assembleia ordinária, de
4 a 21 de outubro de 201573. Com a convocação deste Sínodo, abriu-se aquilo
a que alguém chamou o Triénio da Família74, que teve o seu “encerramento”
com a publicação pelo Papa Francisco da exortação apostólica Amoris Laetitia
(=AL) em 19 de março de 2016, na qual o Papa, após a escuta dos padres si-
nodais, fixa os princípios magisteriais e as linhas pastorais mais adequadas para
responder aos desafios e necessidades da família no contexto atual.
Durante estes últimos anos, teve lugar um fecundo período de reflexão in-
traeclesial, que pretendia não só tornar-se consciente da instituição familiar
no mundo atual e nos diversos âmbitos geográficos, como, sobretudo, pro-
piciar uma revisão da atuação pastoral da Igreja nesta matéria, pois os
trabalhos do Sínodo não procuram prioritariamente fazer um juízo analítico
-e de algum modo externo- sobre a situação ou estado da família hoje, mas
avaliar e rever de que modo e por que vias poderia a Igreja, através de todos
os seus agentes -com as mesmas famílias como primeiros sujeitos de pasto-
ral- cumprir melhor a sua função evangelizadora, tentando descobrir como
pode a Igreja ajudar as pessoas a crescer no amor, contribuir para que haja
casamentos e famílias sólidos e felizes, e acompanhar as pessoas nas suas
situações familiares concretas.
É por isso que não pode dar-se por terminada, com a publicação de Amoris
Laetitia, a tarefa eclesial em prol das famílias. Ao contrário, é agora, após este
intenso período de reflexão a nível de Igreja universal, que, a partir das diversas
realidades eclesiais e mantendo sempre o próprio carisma, devem concretizar-se
73 Entre los documentos emanados a lo largo de este proceso sinodal -recogidos
todos ellos en la web vaticana- resultan de interés el Instrumentum laboris de la
Asamblea extraordinaria, de 26 de junio de 2014, sobre Los desafíos pastorales de
la familia en el contexto de la evangelización; la Relatio post disceptationem, de 13 de
octubre de 2014 (11ª Congregación General); la Relatio Synodi, de 18 de octubre
de 2014; el Instrumentum laboris para la Asamblea ordinaria sobre La vocación y
la misión de la familia en la Iglesia y en el mundo contemporáneo, de 23 de junio de
2015, resultante de la integración en los Lineamenta de las respuestas ofrecidas
al cuestionario añadido a la Relatio Synodi de 2014; y, por último, la Relación final
del Sínodo de los Obispos, de 24 de octubre de 2015. Se observa una profunda
conexión y progresión en los trabajos de ambas asambleas sinodales, si bien la
comparación entre los sucesivos documentos muestran cómo algunos temas no
carentes de relevancia fueron dejados de lado en la segunda parte de los trabajos.
74 F. Vidal, El valor de la familia en la sociedad de los cuidados, Lección inaugural del
curso 2016-17 de la Universidad Pontificia Comillas, Madrid 2016, 6-9.
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9.8 Page 88

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e pôr-se em marcha iniciativas renovadas de trabalho pastoral que integrem e
tenham em conta também esta dimensão familiar. Assim o entendeu lucida-
mente o Capítulo Geral 27 da Congregação Salesiana em 2014, ao propor todo
um itinerário de trabalho, análise e reflexão, a partir dos âmbitos geográficos
concretos de presença, sobre o tema Pastoral juvenil e família. Este longo ca-
minho, que culmina no presente Congresso, tem como ponto de partida e vem
a pôr de manifesto a importância de integrar a dimensão familiar no trabalho
com jovens, próprio do carisma salesiano.
E é que, efetivamente, a família constitui uma dimensão relevante e um repto
no âmbito da pastoral juvenil, numa dupla perspetiva: por um lado, porque não
se pode deixar de lado, no trabalho com jovens, o contexto e ambiente concreto
em que estes vivem, sendo a família parte integrante fundamental do referido
contexto vital; por outro lado -e aquí torna-se mais visível o aspeto de “rep-
to”- porque as famílias das próximas décadas serão constituídas pelos jovens e
crianças atuais, de cuja formação humana, afetiva e espiritual, dependerá em
grande medida a solidez das futuras famílias. Como, de que modo, por que
vias e em que medida pode a família salesiana, no seu trabalho com e pelos
jovens, contribuir para a constituição de famílias sólidas e felizes, para fazer vida
em tantos jovens a chamada evangélica ao amor e a uma vida em plenitude,
constitui uma das perguntas nucleares sobre as quais gira este Congresso, para
a qual se orienta todo o trabalho de grupos destes dias, e para a qual tentam
também contribuir, embora plenamente consciente das minhas limitações, as
seguintes reflexões sobre alguns aspetos relevantes da Amoris Laetitia.
O OLHAR CRISTÃO SOBRE
A REALIDADE DO
1 MATRIMÓNIO E DA FAMÍLIA
NO MUNDO ATUAL
As rápidas mudanças na conceção da família detetáveis nas últimas décadas no
mundo moderno, bem como a diversidade de tradições e as notáveis diferenças
sobre as relações conjugais, lançam importantes reptos no momento de proce-
der a uma abordagem pastoral destas questões. Esta tensão esteve presente nos
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9.9 Page 89

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
trabalhos sinodais, de modo especial no Sínodo extraordinário de 2014, que pôs
de manifesto a poliédrica realidade da família nas diversas regiões do mundo;
e foi igualmente realçada -já em relação com a pastoral juvenil salesiana- nos
trabalhos preparatórios deste Congresso, como consta no Quadro I, Mapa da
realidade social e eclesial da família nas regiões ou continentes (setembro 2015-
fevereiro 2016)
Não se deve, contudo, esquecer que esta realidade poliédrica vem a pôr de
manifesto precisamente a realidade da missão da Igreja, que está presente
e atua em contextos e culturas profundamente diferentes, com problemas,
urgências e ritmos distintos; constitui, portanto, sinal da sua riqueza e plurali-
dade, embora também seja um repto para conseguir conjugar a universalidade
do Evangelho com o respeito pelas culturas e linguagens locais. Neste sentido,
o Papa Francisco, mesmo no início da sua exortação apostólica, fixa já como
critério a necessidade de inculturação das respostas eclesiais que se deem,
remetendo para um discernimento por parte das Conferências Episcopais e
dos Bispos locais, pois os princípios gerais deverão ser aplicados em contextos
e tradições muito diferentes (AL 3).
Dentro desta enorme variedade dos pressupostos antropológico-culturais
e das situações sociológicas que afetam diretamente as famílias, interessa
destacar a preocupação sinodal para que qualquer atuação pastoral tenha
por base um bom diagnóstico da situação, partindo de uma descrição da
realidade “muito aderente ao terreno”, pois os problemas e os reptos das
famílias serão muito diferentes nas diversas culturas e áreas geográficas.
Pode dizer-se, neste sentido, que o olhar sobre a realidade conjugará uma
dupla chave: por um lado, aquela que poderíamos denominar profética,
de denúncia dos elementos sociais e culturais desumanizantes e de cha-
mada a um maior compromisso pela justiça; mas também um olhar espe-
rançoso e construtivo, que a partir da pedagogia divina e de uma visão
misericordiosa e amorosa de Deus, valorize os aspetos positivos contidos
nas realidade menos perfeitas e acompanhe as pessoas nas suas situações
vitais concretas, animando-as a ir avançando para uma maior plenitude
humana e cristã.
Na primeira dimensão, profética, o Sínodo focou-se nas injustiças socioe-
conómicas e de abuso e exploração das pessoas (situações de pobreza e de
guerra, de migração forçada, a exploração sexual de mulheres e crianças,
a violência machista, leis laborais injustas que dificultam a vida familiar, a
persistência da poligamia ou dos casamentos combinados nalgumas cultu-
ras, etc…) que ferem profundamente as famílias e a sociedade, assim como
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9.10 Page 90

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também denunciou os elementos culturais -hedonistas e individualistas- peri-
gosos para a estabilidade familiar (sexualidade descomprometida, abandono
de idosos, recusa da maternidade, dependência da pornografia, medo do
compromisso, etc.). O Papa também faz no capítulo segundo da exortação
a denúncia destas situações, do individualismo exacerbado e da cultura do
provisório ou, como tantas vezes repete nos seus discursos, da cultura do
descarte.
Também se observa uma notável preocupação pela promoção da dignidade
da mulher, que ainda deve ser defendida em muitos contextos culturais ad-
versos. Distanciando-se tanto do pensamento patriarcal e machista como de
formas inadequadas de feminismo, o Papa pronuncia-se com clareza a favor
da promoção da mulher na sociedade, que qualifica de “obra do Espírito”,
exortando a que se eliminem discriminações injustas e violências de todo o
tipo, defendendo a promoção efetiva da mulher na sociedade, a igualdade
laboral e de acesso a postos diretivos, aspetos em que, como destaca Fran-
cisco, “há ainda muito que avançar”. É significativo que, indo ao encontro
de algumas opiniões apresentadas na aula sinodal, o Papa recorde expressa-
mente que não cabe atribuir os problemas atuais das famílias à emancipação
feminina, considerando que esta afirmação, só por si, constitui já “uma forma
de machismo” (AL 54). Referindo-se diretamente ao âmbito matrimonial e
familiar -que é (deve ser) reflexo desta igual dignidade dos cônjuges, baseada
na paridade ou reciprocidade conjugal-, o Papa adverte repetidamente contra
toda a forma de submissão -sexual, física ou verbal- da mulher ao homem, ao
mesmo tempo que critica certas interpretações machistas dos textos paulinos
(AL 156) e recorda que a violência intramatrimonial “contradiz a natureza
mesma da união conjugal” (AL 54).
Isto deve por sua vez levar a uma reformulação e revalorização dos papéis do
homem e da mulher na vida familiar: não só a mulher tem um papel deter-
minante na família, também é fundamental a implicação do homem na vida
familiar e na educação à reciprocidade conjugal, a uma radical doação de si
mesmo ao outro, no respeito e no amor mútuo (AL 28). O estabelecimento de
novas relações, mais paritárias, entre os membros do casal, e a maior vinculação
afetiva e implicação dos homens na educação dos filhos constitui um repto,
mas é também uma das luzes da família atual.
Esta valorização crítica sobre determinados aspetos da realidade familiar
nos diversos contextos socioculturais não são, como indicava anterior-
mente, meros juízos de algum modo externos, relativos a uma realidade
alheia, mas contêm, a meu ver, uma interpelação direta à nossa própria
89

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10.1 Page 91

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
atuação formativa e educativa, no trabalho com os jovens e em toda a
nossa atuação: como conseguir no trabalho com os jovens transmitir estes
valores de rejeição do machismo e de qualquer tipo de violência, como
formar os jovens no valor do compromisso e do caráter definitivo da en-
trega, como evitar que a cultura do descarte vá impregnando as nossas
decisões quotidianas?
Mas a abordagem eclesial da realidade poliédrica da família nos diversos
contextos não pode limitar-se à denúncia, nem ser um olhar frio e analí-
tico, descomprometido, mas será sempre um olhar esperançoso e cons-
trutivo, que, na certeza de que a proposta cristã responde aos anelos e ao
bem profundo da pessoa, seja também um olhar misericordioso, o olhar da
Igreja Mãe que ama e acolhe todos os seus filhos, especialmente os mais
débeis e frágeis, e que tenta descobrir e valorizar os aspetos positivos que
podem dar-se mesmo em situações que objetivamente não se ajustam ao
ideal. A beleza e verdde da doutrina eclesial sobre o matrimónio e a fa-
mília não está em conflito com a misericórdia para com as famílias frágeis
e feridas. A misericórdia não se opõe à justiça nem à verdade evangélica,
nem é um saldo da mesma, mas constitui o núcleo mesmo da Revelação
de Jesus Cristo75.
Neste sentido, não recusa o Papa na sua exortação apostólica abordar situa-
ções matrimoniais ou familiares complexas, como são as de fiéis unidos em
casamentos civis ou uniões de facto ou casamentos desfeitos76. O capítulo 8 de
Amoris Laetitia exorta ao acompanhamento e acolhimento das pessoas que se
encontrem nestas situações, realizando um cuidadoso discernimento da situa-
ção de cada fiel, sempre a partir da lógica da integração na comunião eclesial
e da misericórdia, “evitando juízos que não tenham em conta a complexidade
das situações” e a “incondicional, gratuita e imerecida misericórdia da Deus”
para com todos (AL 296-297).
É significativo o tom positivo e construtivo com que o documento aborda
as possíveis situações complexas que podem dar-se, sem justificá-las nem
75 Francisco, Misericordiae Vultus. Bula del Jubileo de la Misericordia, de 11 de abril de
2015, 25.
76 En el cap.6, también se incluyen entre estas situaciones complejas los
matrimonios mixtos y dispares, que presentan gran potencialidad para el
ecumenismo y el diálogo interreligioso, pero también especiales dificultades,
siendo exigible el respeto a la libertad religiosa de ambos cónyuges y
cuidar la educación religiosa de los hijos (AL 247-249, RS72-74); las familias
monoparentales (AL 252) o las personas homosexuales (AL 250-251).
90

10.2 Page 92

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pretender convertê-las em parte do ideal cristão, mas animando repetida-
mente a descobrir e valorizar os seus elementos positivos e a convertê-los
em oportunidades no caminho de conversão para a plenitude do matrimó-
nio e da família. A partir da pedagogia divina na história da salvação, que
permite afirmar a vinculação entre a ordem da natureza e a ordem da graça
e o desenvovimento paulatino, por etapas sucessivas, da criação de tudo
em e para Cristo, a exortação apostólica anima a descobrir as semina Verbis
latentes em toda a realidade matrimonial humana, sem descurar a profunda
transformação que nelas se produz ao ser alcançadas pela graça divina (AL
76-79).
Neste sentido, há uma notável insistência sinodal em apontar, como via para
uma renovada pastoral familiar, a necessidade de olhar com amor, acompanhar
e acolher com paciência e delicadeza as pessoas que vivem em situações ma-
trimoniais menos perfeitas; anima-se a um bom discernimento das situações,
tentando descobrir –e valorizar como sementes do Verbo- aqueles elementos
positivos que podem encontrar-se nos casamentos civis ou uniões de facto
(de estabilidade, vínculo público de afeto, cuidado da prole, perdão mútuo
e busca do bem do outro, etc.) que realizam, ao menos de modo análogo e
parcial, o ideal matrimonial, de modo que se possa acompanhar estas pessoas
no seu caminho para a plenitude do matrimónio sacramento, identificando os
elementos que favoreçam a evangelização e o crescimento humano e espiritual
(AL 292-294) 77.
Igualmente, outro elemento cultural cada vez mais difundido é a fragilidade
das uniões matrimoniais, sendo muito notável -e pratica-mente universal- o
incremento dos divórcios ou as rupturas conjugais, que têm uma influência
direta não só na situação pessoal dos esposos, mas em toda a vida familiar:
crianças filhas de pais divorciados, que vivem alternadamente com um ou com
outro progenitor, ou então em famílias reconstituídas, etc. Tanto o Sínodo
como a exortação apostólica prestaram atenção cuidada à pastoral das pes-
soas separadas e divorciadas, embora convenha realçar que esta preocupação
eclesial pelos divorciados não significa resignação perante o elevadíssimo e
crescente número de rupturas conjugais, como se fosse um facto necessário
e inevitável. A primeira preocupação e qualquer atuação em prol da
77 En AL 295, Francisco, citando Juan Pablo II, recuerda que éste “proponía la
llamada «ley de gradualidad » con la conciencia de que el ser humano «conoce, ama
y realiza el bien moral según diversas etapas de crecimiento». No es una «gradualidad
de la ley», sino una gradualidad en el ejercicio prudencial de los actos libres en
sujetos que no están en condiciones sea de comprender, de valorar o de practicar
plenamente las exigencias objetivas de la ley”.
91

10.3 Page 93

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
família será contribuir para a prevenção das rupturas conjugais, aju-
dando à construção de casais e famílias sólidas e felizes; contribuir
em definitiva para o crescimento do amor. Em palavras do Papa, “hoje,
mais importante do que uma pastoral dos fracassos é o esforço pstoral para
consolidar os casais e assim prevenir rupturas” (AL 307). Neste sentido, a
exortação apostólica insiste na importância de uma ajuda integral aos casais
e às famílias, que passaria por várias estratégias e momentos diferenciados,
muitos dos quais afetam diretamente a pastoral juvenil.
UMA APRESENTAÇÃO
VOCACIONAL E “PELA
POSITIVA” DA PROPOSTA
2 CRISTÃ: a vocação ao matrimónio
e à família como vocação ao amor
O Papa, no capítulo 2 da exortação apostólica, faz uma chamada a rever o
nosso modo de propor a vocação matrimonial e familiar, animando a fazê-lo
num contexto vocacional de abertura à graça, sem atuar à defesa (AL 35-38).
No trabalho pastoral, a prioridade não deve centrar-se tanto na defesa ou con-
traposição de modelos abstratos de família, mas no cuidado da pessoa concreta,
na sua situação específica, e na apresentação da proposta evangélica de modo
cativante, convencidos de que responde aos anelos do ser humano e constitui
um bem para este.
Um contributo relevante do Sínodo, também referido pelo Papa, é a importância
de mostrar a beleza da vocaão matrimonial e familiar. Frente às tentações
individualistas da nossa sociedade, um repto pastoral de primeira ordem é con-
seguir tornar visível a beleza da vocação matrimonial e familiar, que responde
aos desejos profundos da pessoa humana. Mais do que elaborados discursos
doutrinais, isto exigirá o testemunho e a implicação missionária das mesmas
famílias cristãs, que, com a sua própria vida, ponham de manifesto com sim-
plicidade e de modo credível dita beleza, pois, como expôs graficamente um
padre sinodal, “a beleza não se explica, mostra-se”.
92

10.4 Page 94

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Neste sentido, a teoria católica a respeito do matrimónio apresenta uma base
antropológica muito forte, insistindo no valor de realidade natural do matrimó-
nio, querida por Deus desde as origens. Numa visão profundamente unitiva do
plano natural e sobrenatural, em chave de incarnação, é a mesma realidade
humana, natural, riquíssima do matrimónio, com sua peculiar estrutura, que é
elevada a sacramento entre batizados (sendo fonte de graça sacramental para
os cônjuges e inserindo-se na mesma estrutura constitutiva da Igreja, dando
lugar à Igreja doméstica), sem que essa elevação à ordem da graça modifique
substancialmente a sua essência, o que confere ao matrimónio sacramental uma
notável peculiaridade relativamente aos restantes sacramentos78.
Será importante, porém, uma renovação da linguagem, que permita desenvol-
ver um anúncio da mensagem evangélica sobre o amor familiar e matrimonial
que resulte significativo para as pessoas e, sobretudo, para os jovens de hoje.
Como os documentos sinodais evidenciaram, isto exigirá criatividade e uma
apresentação fundamentada e audaz da mensagem evangélica: assim, deverá
evitar-se apresentar a indissolubilidade do matrimónio como um “jugo imposto
aos homens” ou como uma cadeia perpétua, realçando que constitui um dom
que Deus irrevogavelmente fiel concede aos cônjuges, sustentando e tornando
possível o desejo, profundamente humano, de um amor para sempre (RS 40,
48); também será importante uma linguagem capaz de transmitir a beleza do
amor conjugal e da sexualidade (RS 56), etc.
A nível de fundamentão teológica, um contributo significativo é a referência
à Trindade e ao amor trinitário como fundamento para uma Teologia
da família. A partir do olhar de Cristo, a vocação ao matrimónio e à família é
uma vocação ao amor e à ternura (AL 59). Insiste-se na centralidade do amor
na vida familiar e matrimonial, à imagem do amor do Deus trinitário, apare-
cendo a família como ícone do Deus amor, do Deus Trindade fonte inesgotável
de amor mútuo.
78 CONCILIO VATICANO II, Const. ap. Gaudium et spes, n.48: “La íntima comunidad
de vida y amor conyugal, creada por Dios y regida por sus leyes, se establece
sobre la alianza de los cónyuges, es decir, sobre su consentimiento personal
irrevocable. Así, con ese acto humano con que los cónyuges mutuamente se
entregan y aceptan, surge una institución estable, por ordenación divina, incluso
ante la sociedad; este vínculo sagrado, con miras al bien, ya de los cónyuges y su
prole, ya de la sociedad, no depende del arbitrio humano. Dios mismo es el autor
de un matrimonio que ha dotado de varios bienes y fines, todo lo cual es de una
enorme trascendencia para la continuidad del género humano, para el desarrollo
personal y suerte eterna de cada uno de los miembros de la familia, para la
dignidad, estabilidad, paz y prosperidad de la misma familia y de toda la humana
sociedad”
93

10.5 Page 95

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
Se o homem e a mulher, em si mesmos e na sua mútua relação, são imagem
de Deus, a família, comunhão de amor, é imagem excelente da Trindade;
partindo desta revalorização teológica da família mesma -não só do matrimó-
nio- pode afirmar-se que, apesar das suas debilidades e dificuldades, toda a
família é em si mesma -e está chamada a ser cada vez em maior plenitude-
imagem de Deus, um âmbito privilegiado de amor e de cuidado mútuo, que
apresenta um caráter sagrado e inviolável. Numa perspetiva teológica, esta
fundamentação trinitária da família comple-menta na perfeição a conceção
da família como Igreja doméstica e redimensiona a centralidade do amor na
realidade familiar.
Nesta mesma linha, Amoris Laetitia insiste muito na importância do amor con-
jugal, mas também nas outras manifestações do amor familiar, no papel da
família extensa, avós, tios, irmãos… Especialmente belos são os nn. 27-29 da
exortação apostólica, dedicados à “ternura do abraço”, aludindo o Papa à deli-
cadeza e intimidade consciente que se produz no abraço entre uma mãe e seu
filho já desmamado (gamul), ou o de um pai aos seus filhos, para exemplificar
essa radical vocação ao amor e à ternura que ultrapassa o esponsal.
Igualmente, em consequência do Sínodo deu-se um certo deslocamento no
enfoque matrimonial, passando-se paulatinamente de uma conceção- por vezes
exagerada- como um direito de toda a pessoa sem praticamente limitações (ius
connubii) à promoção de uma visão mais vocacional da opção matrimonial
e familiar, animando o Papa a redescobrir o seu valor sacramental e a inseri-
-la numa vida de fé e de experiência eclesial: “O matrimónio é uma vocação,
sendo uma resposta ao chamamento específico a viver o amor conjugal como
sinal imperfeito do amor entre Cristo e a Igreja. Por isso, a decisão de casar e
constituir família deve ser fruto de um discernimento vocacional” (AL 72).
De facto, já no Sínodo, bastantes vozes propuseram, com diferentes formula-
ções, uma maior vinculação entre a iniciação cristã e a preparação para o ma-
trimónio (RS, 39), uma espécie de catecumenado da opção de vida, a começar
após a confirmação, um processo catequético que atue como linha condutora
da pastoral juvenil79. Trata-se de propostas que terão de ser aprofundadas e,
eventualmente, estruturadas, mas que apontam para um caminho sugestivo,
e às quais o Papa Francisco voltou noutros momentos posteriores, afirmando
a necessidade “de tornar cada vez mais eficazes os itinerários de preparação
para o sacramento do matrimónio, para o crescimento não só humano, mas
79 Francisco, Misericordiae Vultus. Bula del Jubileo de la Misericordia, de 11 de abril de
2015.
94

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também da fé dos noivos” e propugnando a instituição “de um novo catecu-
menado na preparação para o matrimónio… de modo que também a preparação
para o matrimónio se converta numa parte integrante de todo o processo de
matrimónio sacramental, como um antídoto para evitar a proliferação de cele-
brações matrimoniais nulas ou inconsistentes”80. Em definitiva, percebe-se com
clareza a necessidade de uma renovação profunda e criativa da formação
e preparação para o matrimónio, com implicação ativa dos casais e de toda
a comunidade eclesial.
Nesta perspetiva vocacional da opção pelo matrimónio e pela família, o ma-
trimónio cristão aparece como um verdadeiro chamamento de Deus que exige
atento discernimento, pelo que convém inserir essa decisão numa vida de
fé e de experiência eclesial, e num caminho formativo e vocacional -pessoal e
de casal- adequado, que permita uma decisão madura, a nível humano
e religioso81. Isto exigirá criatividade para elaborar percursos formativos que
permitam uma melhor preparação eclesial da opção matrimonial e a criação de
sinergias com outros âmbitos pastorais, entre os quais se encontra preferente-
mente a pastoral juvenil.
A vocação matrimonial -como as demais- é uma vocação muito bela e enri-
quecedora, mas séria e exigente, que apresenta além do mais a complexidade
de envolver duas pessoas, com as suas peculiares vivências de fé, mas também
com seus momentos vitais e ritmos diferentes, condicionantes afetivas, etc. Na
exortação apostólica (AL 205-211), o Papa insiste na necessidade de acom-
panhar e orientar os jovens no processo de noivado, de modo que possam
discernir bem a decisão matrimonial; embora “cada pessoa se prepare para o
matrimónio desde o seu nascimento -e aqui o papel da família é insubstituível-
é fundamental também configurar uma pedagogia do amor, pois aprender a
amar alguém não algo que se improvise nem pode ser objeto de um breve curso
prévio à celebração do matrimónio” (AL 208); pelo contrário, qualquer prepa-
ração ou acompanhamento deverá ajudar a que os jovens vejam a celebração
do matrimónio não como o final do caminho, mas como o início, como “uma
vocação que os lança em frente, com a decisão firme e realista de atravessar
juntos todas as provas e momentos difíceis” (AL 211).
80 Los actuales cursos prematrimoniales aparecen como insuficientes; como señaló
uno de los padres durante el Sínodo, es llamativo que todas las grandes
decisiones de la vida se preparen cuidadosamente, menos el matrimonio.
81 Esta perspectiva vocacional, de discernimiento y elección está también muy
presente en el documento preparatorio de la XV Asamblea General Ordinaria del
Sínodo de los Obispos, que tendrá lugar en 2018, dedicada precisamente al tema
de Los jóvenes, la fe y el discernimiento vocacional.
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10.7 Page 97

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
Neste enquadramento vocacional, convém, não obstante, eliminar algumas
confusões a respeito do caráter a sacramental do matrimónio e do objeto do
discernimento vocacional no momento de decidir comprometer toda a vida
nesta opção. De acordo com a renovada compreensão eclesial, apresentada no
Concílio Vaticano II (Gaudium et Spes) e consignada igualmente no Código de
Direito Canónico, o matrimónio -que entre batizados tem caráter sacramental,
sinal e fonte de graça- é a instituição do amor, sendo definido no Concílio
como “íntima comunidade de vida e de amor conjugal”. O matrimónio -tanto
na sua realidade natural como sacramental- não depende primordialmente da
celebração litúrgica (mesmo sendo esta necessária, em circunstâncias habituais,
no caso dos católicos), mas de que os contraentes prestem um consentimento
matrimonial válido, pois é precisamente a vontade recíproca de se unir em
matrimónio que dá origem a este.
O consentimento, a decisão de contrair matrimónio, é um ato de vontade trans-
cendente, que tem por objeto a entrega mútua dos cônjuges enquanto pes-
soas para constituir o consórcio de toda a vida (c.1057): o que os contraentes
entregam e recebem não é uma série de direitos e deveres anexos ao seu novo
estado matrimonial, mas que, propriamente, se dão e recebem a si mesmos, na
totalidade das suas pessoas, para constituir juntos a essência do matrimónio,
o consórcio de toda a vida, convertendo-se deste modo o relacional em objeto
essencial do consentimento. O que os contraentes devem querer ao prestar o
consentimento não é propriamente o matrimónio como negócio jurídico, nem
sequer o matrimónio como consórcio de toda a vida ou como sacramento; o
que os contraentes devem querer é a pessoa do outro na sua conjugalidade.
O consentimento dos contraentes não tem por objeto - não se dirige direta-
mente - à instituição matrimonial, mas ao outro enquanto cônjuge, a dar-se e
receber o outro como esposo/a para constituir o consórcio de toda a vida que é
o matrimónio. Isto aponta já para a importância de um adequado conhecimento
mútuo -tanto do outro como de si mesmo e das próprias capacidades- à hora
de tomar a decisão de contrair matrimónio.
Este consentimento exige uma determinada capacidade psíquica nos contraen-
tes, capacidade que não se esgota em entender e querer o que é o matrimónio
ou em ser consciente do que está a dizer, mas que, dada a transcendência do
seu objeto, exige uma especial ponderação e valorização do passo que se vai
dar, uma proporcionada liberdade para fazer esta entrega conjugal a partir de
si mesmo, sem pressões externas nem condicionantes internos, assim como a
capacidade de ser cônjuges, a capacidade de assumir e cumprir as obrigações
conjugais, de constituir o consórcio de vida conjugal. Face à difundida ideia de
que o matrimónio é para todos (ou para o que não “vale” para uma opção
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10.8 Page 98

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vocacional mais elevada), deve insistir-se -sem cair no extremo de converter
o matrimónio em algo acessível só a uns poucos escolhidos ou a pessoas es-
pecialmente maduras ou com uma capacidade oblativa excecional- em que o
matrimónio exige aos contraentes que tenham as capacidades e aptidões pes-
soais necessárias para constituir e fazer nascer a íntima comunidade de vida e
amor conjugal que é o matrimónio; se o matrimónio é um consórcio de toda a
vida ordenado ao bem dos cônjuges, isso exigirá pelo menos certa capacidade
de relação interpessoal, de auto doação e de entrega de si mesmo ao outro a
nível profundo.
Da mesma forma, dado o denso conteúdo que a Igreja atribui ao matrimónio
(com suas notas de indissolubilidade, fidelidade, abertura à prole, ordenação ao
bem dos cônjuges…, notas que, segundo os contextos, podem chegar a ser real-
mente contratuais), nem todas as pessoas que externamente afirmam “querer
casar” pela Igreja têm realmente intenção de aceitar um matrimónio tal como
a Igreja o propõe, o que provocará nesse caso a nulidade do consentimento
externamente manifestado. Efetivamente, sendo central o amor no matrimónio
e na génese da decisão de o contrair, não se pode esquecer as caraterísticas e
consequências do verdadeiro amor: como recorda o Papa, “o matrimónio é uma
questão de Amor, só podem casar os que se escolhem livremente e se amam”
(AL 217), mas esse amor não é só a atração física ou uma afetividade difusa,
é importante ir enriquecendo e aprofundando a decisão consciente e livre de
se pertencer e se amar para sempre, pois o verdadeiro amor visa uma entrega
definitiva, para sempre e, ao mesmo tempo, fecunda, aberta aos outros, não
fechada em si mesma. Assim o realça o Papa Francisco nos capítulos 4 e 5
da exortação apostólica, capítulos centrais dedicados ao amor conjugal -com
todas as suas notas e dimensões- e ao amor familiar num sentido mais amplo,
contemplando tanto a fecundidade desse amor, como a sua abertura àquilo a
que o Papa chama repetidamente a família extensa ou ampla82.
Não obstante, em não poucas ocasiões, as pessoas querem contrair formal-
mente matrimónio canónico -por tradição, motivos familiares, etc.- recusando,
82 Se trata de capítulos en buena medida originales respecto a la Relación final del
Sinodo, que reflejan bien la personalidad de este Papa, sus intereses e incluso su
propia espiritualidad: especialmente significativos son los nn.90-119 AL, que son
un comentario a 1 Cor 13. En ellos, Francisco, en línea con sus intervenciones en
las catequesis a los nuevos matrimonios durante el año2015, anima a las parejas,
con mucho realismo, a cuidar el mutuo amor, a ir creciendo en él, a compartir
“tiempo de calidad”, apuntando vías para superar las crisis, etc. Puede decirse que
en algunas partes de la exhortación, el Papa, más que como Maestro, aparece casi
como ese abuelo cercano que da consejos sabios, sencillos y realistas, a sus hijos
y a sus nietos.
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10.9 Page 99

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
todavia, positivamente ter filhos, ou que o seu casamento seja indissolúvel, ou
comprometer-se à fidelidade conjugal, pelo que estão a prestar o seu consen-
timento a uma realidade distinta da matrimonial tal como é na sua essência;
noutros casos, ainda mais claros, o que se dá é uma instrumentalização da
instituição matrimonial, que se escolhe apenas como negócio jurídico formal,
talvez para obter outros fins ou benefícios, mas sem aceitar a sua realidade de
íntima comunidade de vida e de amor orientada para o bem dos cônjuges, o
que vicia igualmente de raiz o consentimento assim prestado.
Como evitar isto? Como acompanhar e formar os jovens para que possam
tornar vida o convite de Jesus ao amor, a esta entrega total e definitiva, incon-
dicional, de si mesmo a outra pessoa para dar origem à realidade matrimonial
e familiar?
Para isso, será fundamental, por um lado, oferecer uma formação integral
humana, emocional, afetiva e espiritual – não dos noivos, mas de todos os
jovens, conforme o conhecido esquema da Familiaris Consortio de preparação
remota, próxima e imediata. Em relação à chamada preparação remota, é
fundamental a insistência na importância do desenvolvimento afetivo
e emocional na formação dos jovens e dos casais, evitando fomentar o
individualismo egoísta ou vivências pouco integradas e desumanizantes dos
afetos e da sexualidade. O chamamento profundo de toda a pessoa ao amor,
à entrega de si, a amar-se e ser amado, experimenta-se, aprende-se e vive-se
de modo preferencial na própria família, espaço pedagógico primário, mas há
também um vasto campo de trabalho educativo e formativo na afetividade
e nos valores para ajudar os jovens a ir crescendo como pessoas em relação
com outras; o papel dos implicados na pastoral juvenil – caraterística do ca-
risma salesiano – nesta formação integral de crianças e jovens será de grande
importância para o seu crescimento como pessoas e para a futura criação de
relações afetivas e familiares sólidas.
Igualmente, já em vista do acesso ao matrimónio canónico, será fundamental
acompanhar o processo de discernimento sobre a capacidade e intenção
dos contraentes, sem rigorismos nem exigências exageradas, mas ajudando os
noivos a ser conscientes da transcendência do passo que dão e da seriedade dos
compromissos que assumem. Isto exigiria uma reformulação em profundidade
da pastoral pré-matrimonial, pois para este discernimento, para esta tomada de
consciência das obrigações, direitos, deveres e compromissos assumidos ao con-
trair matrimónio, não são suficientes uma ou várias palestras ou reuniões, nem
sequer num fim de semana, e muito menos quando já está decidida a boda e
tudo preparado para celebrar o matrimónio, pois, chegados a este ponto, muito
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10.10 Page 100

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dificilmente os noivos terão – e menos ainda, se for só um deles – a liberdade de
recuar neste momento, por muito fortes e sérias que sejam as dúvidas surgidas.
Neste sentido, conviria antecipar esta preparação, permitindo aos contraentes
tomar, com maior liberdade e maior ponderação, a sua decisão sobre a con-
veniência de contrair matrimónio e sobre as implicações que este passo tem.
Será importante neste sentido elaborar com criatividade novos caminhos
formativos, fomentando um acompanhamento mais persona-lizado dos casais
de noivos, atendendo às situações pessoais mais que ao cumprimento buro-
crático de uns requisitos estandardizados. Em definitiva, não se trata de limitar
abusiva ou arbitrariamente o direito ao matrimónio (ius connubii), mas sim
de ser conscientes de que este direito exige requisitos prévios de capacidade
e vontade (de aptidão e atitude) para o seu exercício, se não queremos que a
celebração se converta em algo vazio de conteúdo83.
Por último, embora talvez pareça uma coisa distante do âmbito próprio da
pastoral juvenil – especialmente naqueles contextos sociogeo-gráficos em que
se vai atrasando a idade de contrair matrimónio – também a exortação apos-
tólica anima a cuidar a celebração litúrgica (AL 212-216), exortando a uma
participação ativa e frutuosa dos contraentes na cerimónia, e cuidando a ex-
pressividade dos sinais, a centralidade da Palavra de Deus, a riqueza da bênção
nupcial, etc., pois é importante cuidar a dimensão celebrativa e festiva desta
opção vocacional por amor.
Do mesmo modo, há uma insistência na importância do acompanhamento
dos casais jovens, animando os esposos na descoberta e desenvolvimento
da sua vocação e do seu amor: “Um desafio da pastoral familiar é ajudar a
descobrir que o matrimónio não pode entender-se como algo acabado. A
união é real, é irrevogável e foi confirmada e consagrada pelo sacramento do
matrimónio; mas, ao unir-se, os esposos tornam-se protagonistas, senhores
da sua própria história… não se pretende do cônjuge que seja perfeito…
é preciso aceitá-lo como é: inacabado, chamado a crescer, em caminho”.
Há que cuidar e amadurecer o amor, aceitar o outro, não substituir o olhar
amoroso pelo olhar inquisidor (218). Nesta tarefa de assumir o matrimónio
83 En este sentido, ya Benedicto XVI recordaba en su discurso a la Rota Romana de
2011, que el derecho al matrimonio no es el “derecho a una ceremonia nupcial”,
sino el “derecho a celebrar un auténtico matrimonio. No se negaría por tanto, el
ius connubii allí donde fuese evidente que no se dan las premisas para su ejercicio,
es decir, si faltase gravemente la capacidad requerida para casarse, o bien la
voluntad se plantease un objetivo que está en contraste con la realidad natural
del matrimonio”.
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11 Pages 101-110

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11.1 Page 101

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
como caminho de amadurecimento, em que cada um dos cônjuges seja
fonte de graça e de crescimento para o outro (Al 221), será importante o
papel de acompanhamento que possa desempenhar a comunidade cristã,
“família de famílias”, caminhando juntos com o casal, partilhando a sua
descoberta da beleza da vocação matrimonial, ajudando-os a superar um
possível “ensimesmamento” prejudicial para o casal e para a família, apoian-
do-os no momento de prova.
Há aqui um vasto campo educativo-pastoral para a realização deste acompa-
nhamento e para a prevenção da ruptura conjugal e para a proteção da
estabilidade do matrimónio e das famílias, fomentando vias de reconciliação, de
mediação e de resolução de conflitos no seio do casal e da família antes que o
distanciamento seja irreversível; fomentando ações de reconciliação, tendentes
a descobrir o valor de cura do perdão, de perdoar e sentir-se perdoado; etc.
3ANTE LA RUPTURA
CONJUGAL
A pesar de todos os esforços, haverá ocasiões em que la ruptura conjugal seja
inevitável ou até pareça moralmente necessária - reconhece o Papa - pelo bem
dos filhos ou pela própria dignidade da pessoa (AL 241). O acompanhamento
do casal e dos filhos neste momento de crise e ao longo da sua relação
futura suporá um repto pastoral importante para os implicados no trabalho
com jovens e famílias. Este acompanhamento paciente e amoroso - que, citando
o Papa Francisco, é uma arte que obriga a descalçar-se diante da terra sagrada
que é o outro e a sua intimidade84 - exigirá uma “atitude sabiamente diferen-
ciada” segundo as situações e circunstâncias: por vezes o acompanhamento
exigirá permanecer em silêncio; outras vezes, uma escuta respeitosa e ativa,
regeneradora; orientação, apoio, encorajamento…
Numa perspetiva elesial, é fundamental recordar a inconguência de identifi-
car sem mais a ruptura conjugal, o divórcio, com uma situação irregular.
A exortação reporta (AL 242) as advertências sinodais - já presentes na Fami-
liaris Consortio de João Paulo II (FC 83) - relativamente à necessidade de não
84 Evangelium Gaudium 169.
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11.2 Page 102

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discriminar de modo algum as pessoas divorciadas que não voltaram a casar,
reconhecendo que são com frequência “testemunhas excelentes da fidelidade
conjugal” e que não se pode privar estas pessoas da participação e receção dos
sacramentos, incluindo a Eucaristia, de ter uma participação ativa na catequese
e na vida da Igreja, de assumir responsabilidades eclesiais, etc… Seria uma grave
injustiça sobrecarregar injustificadamente a consciência destas pessoas pelo
mero facto de ser divorciadas.
Também quanto aos divorciados que voltaram a casar insiste a exortação (AL
243) na necessidade de acolhimento e de acompanha-mento, pois não estão
excomungadas e continuam a ser membros da Igreja. O cap. 8 da exortação
convida a fazer um discernimento cuidadoso das diversas situações, aju-
dando o sujeito a tomar consciência da sua situação diante de Deus, posto que
a responsabilidade da pessoa face a determinadas ações ou decisões não é a
mesma em todos os casos. O Papa insiste em que o juízo negativo sobre
uma situação objetiva não pode ser confundido com um juízo sobre a
culpabilidade ou imputabi-lidade da pessoa que se encontra nessa situa-
ção, dado que a responsa-bilidade moral pode ser atenuada ou modificada por
fatores psíquicos, sociais, etc., que muitas vezes podem chegar a condicionar
ou mesmo a determinar algumas decisões, e que deverão ser cuidadosamente
avaliados (AL 302).
Retomando intuições presentes já em S. Tomás, o Papa recorda algumas delas
sobre a imputabilidade das ações, com a possibilidade de existirem atenuantes
ou condicionantes que impeçam a pessoa de atuar de outra maneira ou que
diminuam a sua responsabilidade (AL 301-2). O Papa exorta a avaliar melhor a
consciência das pessoas no momento de julgar a sua situação quando se encon-
tram em uniões que não realizam objetivamente o nosso ideal de matrimónio,
recordando a importância de uma consciência bem formada, mas também que
“essa consciência pode reconhecer não só que uma situação não responde
objetivamente à proposta geral do Evangelho. Também pode reconhecer com
sinceridade e honestidade que aquilo é, por agora, a resposta generosa que se
pode oferecer a Deus, e descobrir com certa segurança moral que essa é a en-
trega que Deus mesmo está a reclamar no meio da complexidade concreta das
limitações, mesmo que não seja ainda plenamente o ideal objetivo” (AL 303) 85.
85 Destaca también la exhortación el carácter dinámico de este discernimiento
-siempre necesitado de revisión y apertura para ir acercándose al ideal (AL
303)- y la limitación de las normas generales (ciertamente necesarias), que
deben informar la decisión, pero que no pueden abarcar todas las situaciones
particulares, que deberán ser objeto de un discernimiento práctico (AL 304).
101

11.3 Page 103

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
Embora não seja possível desenvolver aqui toda a riqueza deste capítulo 8 de
Amoris Laetitia, não quero deixar de assinalar a importância de, para ser fiel ao
ensino papal, não interpretar esta doutrina sobre o discernimento das situa-
ções particulares - que se encontrava já no pensamento de S. Tomás - em linha
relativista, pois o mesmo Francisco insiste em que a fidelidade ao Evangelho
impede qualquer tipo de tibieza ou respeitos humanos na proposição do ideal:
“compreender as situações excecionais nunca implica ocultar a luz do ideal
mais pleno nem propor menos do que o que Jesus oferece ao ser humano”. E
muito menos numa linha subjetivista, como se a avaliação “de foro interno”
ou em consciência, apesar da sua inegável importância, fosse a única a tomar
em consideração. A Igreja é comunidade, assembleia de fiéis, comunhão, e
deverão portanto evitar-se, na medida do possível, divergências entre o foro
externo e o foro interno.
Neste sentido, resulta sifnificativo que, no caso dos divorciados que voltaram
a casar, tanto nos documentos sinodais como na exortação, a verificação da
possível nulidade do primeiro casamento, apareça como uma via a tomar em
consideração; de facto, é a via ou remédio ordinário que a Igreja oferece aos
seus fiéis, pois ainda que, obviamente, nem todo o casamento fracassado seja
nulo, muitas vezes, lamentavelmente, pode sê-lo. O casamento é uma vocação
muito bela mas também exigente, que além disso tem a dificuldade intrínseca
de ser “coisa de dois”.
Por isso, os processos canónicos de nulidade matrimonial aparecem como uma
solução plenamente eclesial, um remédio que, independente-mente da boa
fé com que as partes pudessem ter agido, responde à verdade profunda de
um casammento que careceu de algums dos requisitos para a validade e que
pode converter-se num momento profundamente regenerador da pessoa, de
reconciliação com o seu passado e com a experiência do fracasso conjugal.
Neste sentido, é significativo que, já no período intersinodal, o Papa Francisco
modificasse a regulação destes processos de nulidade para os tornar mais ágeis
e acessíveis aos fiéis, animando a uma conversão missionária das estruturas
pastorais - também dos tribunais eclesiásticos - de modo que se vá ao encontro
dos fiéis divorciados que voltaram a casar, facilitando que, se o julgarem opor-
tuno, podem apresentar o seu caso (para tirar as dúvidas sobre o seu estado
de vida e sobre a validade ou nulidade do seu casamento anterior) e aguardar
a resposta da Igreja86.
86 Francisco, Motu Proprio Mitis Iudex Dominus Iesus, de 15 de agosto de 2015: AAS
107 (2015) 958-970. En otro motu proprio de la misma fecha, Mitis et misericors Iesus,
el papa modifica, en términos similares, los cánones que regulaban los procesos
de nulidad matrimonial en el Código de Cánones de las Iglesias Orientales.
102

11.4 Page 104

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4A MODO DE CONCLUSÃO
A exortação apostólica Amoris Laetitia do Papa Francisco visa a realidade com
uma visão positiva, assinalando mais as possibilidades e reptos das atuais si-
tuações familiares e matrimoniais do que os seus perigos, embora tendo cons-
ciência dos mesmos. É uma chamada otimista a continuar a trabalhar e a rever
a nossa atuação pastoral, também no âmbito do trabalho com e pelos jovens,
ao abrir amplas e variadas vias de trabalho em prol das famílias, vias que dizem
respeito ao âmbito educativo, à formação nos valores e na afetividade, à orien-
tação e mediação familiar no seu sentido mais amplo, à preparação dos jovens
para o matrimónio e à família, ao acompanhamento pastoral das famílias, ao
discernimento cuidadoso das situações, etc. Desenvolver com criatividade, audá-
cia evangélica e sentido eclesial linhas de atuação que ajudem a aplicar e tornar
realidade as sugestões sinodais no nosso trabalho pastoral concreto, constitui
um importante repto neste período pós-sinodal, a aguardar os contributos do
próximo Sínodo dos Jovens em 2018.
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11.5 Page 105

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
REFLEXÕES
REGIONAIS
AFRICA & MADAGASCAR
ANGLOPHONE GROUP
PASTORAL FRONTIERS WE NEED TO REFLECT ON
Scope: We need to widen the scope of formation and preparation for marriage
and family life. Starting from early childhood till the young people get engaged
and married and even continue long after marriage. This process need to be a
lifelong process; covering all the stages of human development.
There is need to create stages of formation in the pastoral and catechetical plan
of the Church that will cover the life cycle of a every person.
Sexual education: education to love is one of the topics that are hardly covered
in most of our institutions and most of the young people grow up with wrong
or distorted notion of sexuality.
There is need for accompaniment, especially the young people and their
families. The Church must serve as main point of reference protagonist in this
process.
There is a period we need to pay particular attention to; that is the period after
confirmation to the time the young people are engaged or in courtship. In most
instances, this is a forgotten stage.
We need to empower the parents through training to help to speak openly
about the issues of marriage and family to their children. The culture of
openness regarding the issues of marriage and sexuality need to be improved
in many parts of our continent.
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11.6 Page 106

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Pastoral agents need to be trained about sexuality so that they will be better
prepared to form the younger generations.
Rediscovering of many of the African values that sustained marriages in the
past, and repackage them to suit the concrete reality of our time. This process
must be championed by African confreres in collaboration with the lay people.
Social teachings of the church need to be adequately presented to the young
people and their families as a follow up and continuation of catechetical
ongoing formation.
Pre-marriage preparation and post-marriage preparation need to be created to
cater for different stages of the family life.
Some harmful cultural practices that taint the dignity of marriages, such as
cohabitation, costly dowries, abductions, child marriages, etc., need to be
addressed.
Issues of single parenthood that is gradually becoming a norm in many African
countries need to be looked into, especially on how to accompany them
towards full integration and restoration to sacramental life without any form
of discrimination.
In all these we have to seek for creative ways to work with the local church
to ensure that we are pulling in the same direction; bringing our unique
charismatic identity to enrich the local church in which we work.
There are several opposing diversities in the practices in many of African cultures
in issues of marriages and families. Africa has very diverse cultures and we need
to keep this in mind.
We need to challenge the mindset that create disparity in the equal dignity of
man and woman in most of the African families and marriages.
Overcoming some of the cultural barriers that affect marriage and families
through evangelization of culture; for instance, some rituals and initiation for
girls at the age of 10 or 11 which all the families are required to bring their
daughters. After this rite, girls are taught that they are adult and such, are ready
to marry. Some of the young people die while giving birth and it hinders their
education etc.
105

11.7 Page 107

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
In most cultures, special grooming and preparations are given to the girl child,
but the man is neglected in many places. The church need to have proper care
and preparation for the boys and empower the families to prepare equally the
boys and the girls.
Abortion: teenage abortion is high due to early engagement to sex and
pregnancy; this calls for sexual education for teenager.
We need to educate our families especially catholic families to overcome family
managed abortion as a cover up to tarnishing family’s image, especially among
some staunch Catholics.
When a girl is pregnant, she is not allowed to receive communion, but the boy
is not even considered in that.
Teenage abortion is one of the factors that cause breaking of marriages in Africa
and need to be given proper attention through proper sexuality education. The
point is that many teenagers engage in an unsafe abortion that destroy their
uterus. So when they marry and cannot have children, the marriage collapses.
AFRICA & MADAGASCAR
GROUPE FRANCOPHONE
LES FRONTIÈRES PASTORALES
Frontières pastorales comme horizons qui nous interpellent dans notre être et
agir pastoraux:
eeL´éducation intégrale des jeunes
eeLa réalité même de la famille aux prises avec les nouvelles idéologies
eeLe poids de la tradition et les nouvelles connotations de la dot
eeLes déviations sexuelles
eeLes familles monoparentales
eeLes pauvretés anthropologiques, économiques
eeLa formation et l´éveil des consciences
eeL´accompagnement des jeunes mariés et des couples de fait
106

11.8 Page 108

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eeLa récupération des valeurs traditionnelles à partir de la perspective
de l´inculturation
eeLa formation des parents à base d’itinéraire : considérer la fondation
des familles comme une vocation
eeL´influence des sectes ésotériques
eeLes TIC (technologies de l’information et de la communication, “ICT”
en anglais) et leurs défis
eeL´accueil et l´accompagnement des situations douloureuses
eeLa polygamie
INTERAMÉRICA 1
¿Cuáles son las FRONTERAS PASTORALES acerca de las cuales debemos reflexio-
nar en nuestras Comunidades Educativo-Pastorales?
Varias de las respuestas a esta pregunta, se repiten respecto de la pregunta an-
terior por los DESAFÍOS. Elenco la respuesta en dos ítems, uno el de DESAFÍOS
y el otro de NUEVAS FRONTERAS, para no perder información:
DESAFÍOS
1. Vinculación de los padres y de todos nuestros grupos a los procesos
pastorales, al apostolado.
2. Acompañamiento y acogida de las familias y sus situaciones con equi-
pos capacitados para hacerlo (capacitados en psicología, doctrina
eclesial, acompañamiento, vida cristiana).
3. Preparación para el matrimonio previa, durante y posterior; enten-
diendo la familia – matrimonio como opción vocacional, plan de Dios
para la vida.
4. El trabajo a modo de preparación con los jóvenes del MJS.
5. Apoyarse en testimonios de familias que sirvan de modelos vocacio-
nales para los jóvenes y para familias cercanas a conformarse o que
ya han hecho camino.
6. Cambiar el chip en nuestras maneras de pensar y de responder a las
realidades: con Don Bosco y con los tiempos. Esto implica cambio de
estereotipos, de lenguaje, cultivo de una cultura del encuentro – ir
no esperar.
107

11.9 Page 109

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
7. Se requiere asegurar procesos y no tanto actividades.
NUEVAS FRONTERAS
1. Las familias de los migrantes, constituyen un desafío para la misión
en la Región, pues varios de los países que la integran, padecen este
flagelo.
2. Trabajo con familias que viven situaciones como el homosexualismo:
padres o hijos.
3. Trabajo con familias o jóvenes en condición de vulnerabilidad: pobre-
za, pandillismo, drogas.
4. La utilización de los Medios de comunicación como herramienta edu-
cativa y evangelizadora, de una manera tal que impacte, llame la
atención.
5. Florecimiento de sectas, iglesias protestantes y otras opciones reli-
giosas que hacen que las familias, incluso al interno, vivan diferentes
perspectivas de fe.
6. Trabajo con familias en unión libre, pues ha sido una opción de mu-
chos en la Región.
7. Generar propuestas que permitan acompañar a los creyentes en esa
brecha de tiempo que existe entre los sacramentos como la Confir-
mación y el Matrimonio.
INTERAMÉRICA 2
¿Cuáles son las fronteras pastorales acerca de las cuales debemos reflexionar
en nuestras Comunidades Educativo-pastorales?
eeUna frontera es la de los mismos destinatarios, muchos atendemos
principalmente a niños y adolescentes, no a jóvenes en edad de tomar
de decisiones.
eeEn general los contenidos de los programas formativos no preparan
para el noviazgo ni para matrimonio. Esos temas se ven por separado
u ocasionalmente.
eePoner en el corazón de la pastoral juvenil la pastoral familiar, no verla
como algo ajeno.
eeSuperar la pastoral de actividades y ofrecer procesos pastorales, eso
108

11.10 Page 110

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es acompañamiento formativo.
eeNuestra pastoral está muchas veces fragmentada, dividida
eeNecesitamos una formación multidisciplinaria para atender todas las
realidades de la familia. Trabajo interdisciplinar, en red, requiere inter-
venciones profesionales para atender familias en dificultad. Abrirnos
a la frontera, a la posibilidad de auxiliarse de las ciencias humanas.
eeEn nuestra región una frontera es la realidad de la migración y la de
la pobreza material y espiritual.
eeUn reto entre gestión (hacer cosas) y el liderazgo (se tiene una visión
y unas estrategias)
Superar la frontera de la sacramentalidad y el clericalismo.
AMÉRICA CONE SUL - CISBRASIL
Quais são as fronteiras pastorais em que deveria refletir as nossas Comunidades
Educativo-Pastorais?
ee“Mundo” da educação superior: jovens universitários e suas famílias,
educadores e suas famílias.
eeCEP como “sujeito” da Pastoral Juvenil Salesiana.
eeNovos “arranjos familiares” e “arranjos pastorais” (casais separados
e divorciados, segunda união, uniões homoafetivas, etc.)
eeInserção da família nas ações da CEP.
eeEducação dos jovens e das famílias: para o amor, à afetividade e à
sexualidade; para a cidadania e a política; para a tolerância.
eeUma pastoral vocacional (vocação à vida religiosa e/ou sacerdotal)
adequada aos jovens e às famílias destes tempos.
eeAtenção às famílias migrantes: crianças exploradas, mulheres
violentadas, famílias separadas, tráfico humano, trabalho escravo.
eePotencializar a reflexão e a ação da RSB sobre a juventude e a família
nas suas áreas: escolas, obras sociais, paróquias, comunicação.
eeFormação dos agentes de pastoral: SDB e Família Salesiana, leigas/
leigos.
eeBom uso das redes sociais.
109

12 Pages 111-120

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12.1 Page 111

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
AMERICA CONO SUR - SEPSUR
Nuevas Fronteras Pastorales que debemos guardar en nuestras comunidades.
Las Nuevas Fronteras de la cultura. Respetar los contextos culturales, para acom-
pañar necesitamos asumir las NF de la inculturación del Evangelio en las culturas
donde se desarrolla la vida de las familias conociendo su realidad.
Las Nuevas Fronteras: las situaciones complejas de las familias. Estas nuevas
realidades nos desafían para tener más cercanía y animarnos a acompañar,
perder el miedo, aprender y prepararnos y asumir estos nuevos desafíos desde
una perspectiva del acompañamiento.
eeFamilias que vivan en pobreza, que no saben cómo ser padres, que
no tienen posibilidades y poco acceso a la educación…
eeJóvenes con experiencias negativas en el propio ceno familiar que
perdieron el sueño de formar su propia familia.
eePersonas divorciadas. cambiar el concepto negativo que se tenemos
sobre las personas divorciadas, comprender y acompañar esta realidad
desde las orientaciones de las AL.
Las Nuevas Fronteras de pérdida de sentido del matrimonio. Frente a esto ne-
cesitamos presentar en positivo la vocación matrimonial generando espacios
de discernimiento.
eeAnimarnos a ver las experiencias positivas que se presentan en la vida
de las parejas y familias que más se acercan a don del matrimonio…
eela importancia de la gradualidad, en tanto de acompañar a las
familias desde su propia situación, para todos debe haber un ho-
rizonte… aprender comprender la realidad desde los positivo de
la acción de Dios que ya están sus semillas desparramas en la
realidad.
Las Nuevas Fronteras de la formación.
eeFormación de los agentes de pastoral y padres sobre desafíos de la
familia en la actualidad.
eeFormación sobre el acompañamiento salesiano y el discernimiento
pastoral.
110

12.2 Page 112

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eeCamino formativo para los jóvenes porque se percibe que en nuestras
comunidades no hay propuesta vocacional para acompañar, sobre
todo a los novios, jóvenes… brindando herramientas para el discer-
nimiento.
eeItinerarios de formación partiendo de la realidad de las personas. Es
en el camino que se va reconociendo cómo va viviendo su ser hijo de
Dios ayudando a integrar su vida desde la fe desde la acogida de las
personas y su situación.
eeTransformar nuestros lenguajes para hacer cercanas y sencillas nues-
tras propuestas para acompañar a la realidad juvenil. Formación de
formadores, implicar a las familias… acompañar a los que acompa-
ñan…
Revisar nuestra actuación pastoral en lo que hace a la propuesta vocacional de
matrimonio. Esta es una Nueva Frontera: revisar nuestras prácticas desde nues-
tra realidad actual. Acompañamiento no solo sobre la crisis sino como procesos.
eeRevalorizar la preventividad en nuestra acción pastoral, no salir a tapar
incendios sino proyectar y acompañar las familias dentro de procesos
buscando actuar antes a través de propuestas concretas.. acompañar
a los jóvenes para tomar es decisión. Nuevos lenguajes, integración
de las familias.
Profundizar en la CEP. En camino más comunitarios y participativos para acom-
pañar a las familias donde todos estén involucrados (consagrados, laicos, do-
centes, animadores, etc)
EAST ASIA - OCEANIA 1
What are the Pastoral Frontiers on which the Educative and Pastoral Community
should reflect?
There is so much in Amoris Laetitia that could touch Youth Ministry. What is
important is to apply this in the context of our particular settings. In the EAO
region, there is a diversity of contexts and this should prove the richness of the
document.
111

12.3 Page 113

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
NEEDS OF THE YOUTH MINISTERS (SALESIANS AND LAY)
A question to ask is what are the skills needed, the values to be inculcated and
education and formation that are demanded of those who work with Youth
Ministry and Family.
SPECIAL SITUATIONS
Here are special situations that are present in the EAO Region:
1. Single Parent Families
There are many cases in which the young people in our works belong to single-
parent families.
2. Teenage pregnancy
Teenage pregnancy is becoming a reality fast in many of our settings.
3. Families from same sex relationships
A frontier that has come to the fore is that in many of our Provinces (though
not in all) some of our young people may actually belong to families with same
sex relationships. Some may even ask whether we should accept children from
these families. There are cases where even some of our lay mission partners
belong to such families. In some settings where this is not be acceptable, the
Salesians close one eye in accepting employees in these situations.
In our parish settings, how do we deal with such situations as when a gay
couple comes to have their child baptized? Are we going to say no?
4. A Different Definition of the Family
In PNG in particular, the dynamics of the family may be very confusing. This is a
challenge for us, especially the missionaries--to know the nature and dynamics
of the family in our context.
5. Young People from the same father but from different mothers.
6. Mixed Marriages in EAO
Many of the EAO settings have Catholics as the minority and the phenomenon
is more on mixed marriages. Marriage in the Catholic Church has become more
popular because of the solemnity that it offers. However, after the wedding,
the couples disappear. Strategies can be employed to bring them back to the
Church. (GIA gives an example that couples are invited for Christmas and play
the Holy Family.) There is a need to make the non-Catholic party to understand
Catholic marriage. Religion indeed becomes an issue.
112

12.4 Page 114

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REMOTE PREPARATION: THE NEED TO EMPHASIZE THAT MARRIAGE IS
A SACRAMENT
Many times we are not understood when we talk about marriage as a
sacrament. This has a lot of implications: there will be no place for God and
marriage is not seen as a lasting commitment. Nowadays, there is a lack of
sense of the “sacrament.” Many couples do not get married in the Church
because, they say, they will break up anyway. The formation for married life thus
starts remotely, even in high school when we can instill in the young people the
sense of sacredness in marriage, when we teach them about the sacraments.
This may be done not only for Catholic settings but even in non-Catholic or
non-Christian settings.
POST-CANA AND OTHER FORMATION PROGRAMS
Many of our parishes do not offer Post-Cana programs (assisting newly married
couples). The structure of the Basic Ecclesial Communities can actually be a
good venue for the Post-Cana, for accompaniment of young married couples.
Marriage counseling becomes imperative. The priests who solemnize marriages
may help in this Post-Cana program, although it will be better if couples are
tapped to help couples and families help families. There is, however, a consistent
problem: when we give formation to families, many times, the men are not
present.
EAST ASIA - OCEANIA 2
What are the pastoral frontiers on which that the Educative and Pastoral
Community should reflect?
eeIn the youth ministry of the province at times the Salesians are
dealing directly only with the youngsters without involvement of
the family as protagonist of the education of young people. Hence,
the pastoral frontier on which the EPC should reflect on, is family
ministry particularly involving families as the important subject of
youh ministry.
eeAt times the Salesians are so focused on the school such that little
attention is given to newly formed families which are cohabited with
no regards to church wedding.
eeThe migration of people from remote areas or countrysides into
113

12.5 Page 115

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
the big cities to search for work and better opportunities at times
create difficulties such as being marginalized and therefore in need
of accompaniment.
eeThe prevalence of divorece or conjugal separation somehow affects
the value of forming a family.
eeSome christians who get married to somebody from non-christian
religion experience difficulty in preserving the value of christian
marriages.
eeFacilitate the involvement of the EPC or gathering different sectors
or group to think about how to put into practice the shaping of a
pedagogy of love as a long term preparation for marriage.
eeThere is a need to seriously consider the pre-wedding preparation as
a moment to prepare the couples to have well-formed consciences
and to be aware that marriage is not about the contract but as self-
giving in love.
eeIn our youth ministry there is a need to promote also vocation to
married life.
eeThere should be regular meeting and formation of EPC on how to
address post modern reality we are facing in our youth ministry such
as LGBT, broken families, single parents, etc.
eeThere is weakening of the values of family and matrimony due to the
post-modern people who are so occupied with their work than their
families. The most progressive country like Japan feels that there is
no sense of getting married in the Church.
eeThe desire for the better academic achievement of children leads
parents to focus more on the academic training of their children than
passing on to them Christian values.
SOUTH ASIA 1
Accompaniment of young couples
eeOur accompaniment of the young couples, the married couples that
are in crisis, tension,
eeThe young couples are under stress on account of globalization,
secularization, consumerist tendency. Accompaniment of the young
couples in the first five years of marriage.
114

12.6 Page 116

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eeFamily counseling and couple retreats, Family counseling Centres,
Offer specialized helps to people in irregular unions, cohabitation,
live-in relations, mixed marriages; adult catechesis;
eePsychological helps to people living through extra-marital affairs.
eeOrganize occasions for the youngsters of marriageable age to find
their potential partners.
eeFocus on the re-evangelizing of the families, deepening of faith;
eeAdopt, promote and encourage peoples movement – Neo-
catechumnate, couples for Christ, Charismatic movements, BCC,
SMCs, Legion of Mary, Society of Vincent de Paul;
Marriage preparation
eeWell designed marriage preparation commensurate with age; syllabus
can be chalked out.
MMFirst communion
MMConfirmation
MMYouth and Marriage
eeTaking the vocation and guidance of Salesian Youth Ministry –
vocation work primarily as life preparation.
eeCourse on the theology of the body; this is a powerful tool for the
marriage preparation.
Conversion of pastoral approach
eeA change in Pastoral approach in the mix marriages; quick response
towards young people who are in difficulty with regard to marriage,
mixed marriage,
eeWork towards elimination of roadblocks in marriage, dowry, marriage
expense, mass marriages/single marriage, irrational values on virginity;
eeAttitude of AL towards polygamous unions; incompatibility of age
in marriage.
eeThe provinces should prepare confreres to help the families who are in
difficult situation through counselling; open centres in every province.
eeCreate a new wave of change of attitude towards the new trends
with regard to marriage in the mind of the people.
115

12.7 Page 117

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
SOUTH ASIA 2
Pastoral Frontiers which the Educative Pastoral Community Should Reflect
1. Economic Problems affecting the Families
a. Acute poverty.
b. The parents unable to support the children and so they are
abandoned.
c. Unemployment and change in job-culture and temporary Jobs.
d. Problems of marriage due to lack of educational qualification
and job.
2. Problems affecting women’s dignity and equality
a. Women’s dignity are not upheld before or after marriage.
b. Violence against women are high.
c. The girl often embraces the faith of the husband and choices
for the girls are less.
d. The sex ratio of girls in our catholic church is less and the
marriages take place late in life. Inequality of boys and girls
in our family.
e. Minors abused by their own family members especially the
girls.
3. Parent-Children Conflict
a. Young people wishing to get qualified but the family unable
to support.
b. Parental responsibilities versus young people’ choice of life-
partners.
c. Single parent problema.
d. Addressing the issue of parents of beneficiaries who are
separated.
e. Young people who are detached from families.
f. Lack of harmony in the families.
4. Socio-cultural problems
a. Marriage preparation for young people.
b. Young people to be followed up even as young couples.
c. Young people not willing to get married but are living together
(for reasons of economy etc.)
d. Too much of money is involved in marriage by way of dowry
and it becomes difficult for the poor to get married.
e. Domination by men is very much prevalent in families in India.
116

12.8 Page 118

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f. Inter-caste or inter-religious marriages are huge challenges
in India. Many Catholics leave the religions easily (especially
about bringing children in our faith)
g. Problem of alcoholism and the burden of families fall on the
mother.
h. Irresponsible drinking by men in the families is a major cause
of dysfunctional families particularly in the rural areas and in
the slums.
i. Suicide in the families are also on the increase.
j. Abandonment of elders in our families.
k. Educating to Social media is a huge problema.
5. Formation of the young
a. Vocation to married life has very little formation.
b. Less importance to sacraments and importance given to
worldly ways.
c. We can use the various sodalities, associations we have to help
address families.
d. Young people have trial marriages and if they are not happy
they get easily separated.
e. We have unholy marriages (non-sacramental) and many
marriages are rectified later.
EUROPE CENTRE NORTH
What are the pastoral frontiers on which the educative and pastoral community
should reflect?
eeHow to understand and enter in dialogue with a common culture of
young people who are for cohabitation or entering partnership, afraid
of life long commitments who, nonetheless, are actively involved in
our salesian ministry.
eeWe welcome AL’s guidelines but on a Congregational level, diversity
is so evident that we perceive as impractical for one single, common
paradigm.
eeWhat the unit of a family is (understood), varies from one county to
another.
eeVery often we question about the commitment of our young. But we
117

12.9 Page 119

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
fail to question what our current (adult, formed) collaborators think.
Celibacy, for example, is usually linked with old age and elderly people.
eeThe desire for accompaniment is present in many people. Others
do not ask for it but still need it. How are we to give credit to these
people? How can we reach out to young people and not only
Catholic young people? How are be going to be optimistic and bring
people back to faith? How can we rediscover and redefine, in a a
post digital, fluid society, the beauty and the need for a faith journey?
eeThe category “marriage” seem to exclude people; young people are
in search and young people commit themselves in several ways which
do not necessarily regard marriage as a destination.
eeHow to focus our attention on those who are divorced. A call
for compassion and an invitation for meaningful liturgies which
accompany those who are at the periphery.
eeDeconstruct meanings from within, starting from the EPC, not to
assume that those who are already part of the process, are indeed in
touch and open for the AL language.
eeSDB communities can be regarded as one of the frontiers: The Good
Shepherd should have the smell of his sheep. Very often, protecting
institutions seems to be a priority. We need to ensure healthy SDB
communities where “living and working together” is fundamental.
Working from a different priority, we risk of killing the family spirit
which is crucial in setting up an EPC. Instill courage in the SDB’s
not to be afraid to risk and propose meaningful prayerful spaces,
processes and journeys for the young. Address the yearning of the
young and challenge, where needed, a superficial way of conducting
a consecrated life.
eeGay unions and heterosexual marriages out of church often ask for
a blessing. This puts the priest in an awkward position. How can we
cater for ‘minorities’? The Church seems to be running two parallel
ethical stances: a doctrinal and a pastoral one; how can we connect
and converge both stances?
eeYoung people who are turning towards a traditional Church, turning
back to old liturgies; a search for divinity - an elect-syndrome of the
few and the rest who got it wrong? Young people are searching
for an identity which risks stopping at the exterior form. A crisis of
identity and immediacy of connectedness seem to be another frontier.
eeHow to address the need of fellowship of the young in a fragmented
society.
eeCatholic politicians and stakeholders who are to be formed in our
value system to advocate in favor of families and young.
118

12.10 Page 120

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eeMuslim radicalism vs Catholic radicalism: extremism in both cases.
How to foster unity, acceptance and openness. Openness and desire
to do good. Avoid closing down. Challenges to witness Christ.
MEDITERRANEA 1
ITALIA & PORTOGALLO
La sfida pastorale si gioca a livello locale nella CEP questa è la prima frontiera.
UNA FRONTIERA CULTURALE: l’idea di famiglia, di amore, di pieno
compimento di sé è fortemente messa in discussione dalla nostra cultura. Nella
CEP occorre:
eeriflettere su come rievangelizzare la nostra cultura su questo punto;
eefavorire la presenza di famiglie mature come testimonianza della
bellezza della vita reciprocamente data.
DUE FRONTIERE PRATICHE
eeformare e accompagnare i ragazzi nei processi di maturazione
affettiva e di discernimento vocazionale in vista della vocazione
matrimoniale.
eeLa presenza di nuovi orfani (orfani di genitori vivi) provoca le nostre
realtà su come instaurare un patto educativo con loro. Non sempre
le famiglie sono un alleato educativo, anzi a volte sono di ostacolo
MEDITERRANEA 2
ITALIA & MEDIO ORIENTE
Domanda: quali sono le frontiere pastorali sulle quali dobbiamo riflettere nelle
nostre CEP?
119

13 Pages 121-130

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13.1 Page 121

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
Risposte:
1. La frontiera del linguaggio: come ricostruire un linguaggio e quindi
una realtà dicibile e bella per chi non ne ha fatto esperienza; non per
la nostalgia di usare termini vecchi, ma per non perdere la ricchezza di
termini e realtà che costruiscono l’uomo.
2. Come conciliare la accoglienza di tutti e la “difesa” della verità, non come
spada da brandire, ma come luogo per crescere ed essere uomini. Come
conciliare anche l’accoglienza di tutti senza scandalizzare quelli che ancora
cercano di portare avanti la loro vita in equilibrio e fedeltà.
3. Non solo progetti per recuperare e accogliere, ma anche progetti di
prevenzione, sia verso i giovani che faranno famiglia, sia verso le famiglie
che devono essere sostenute nella loro fedeltà al progetto cristiano di vita.
4. Sviluppare percorsi di formazione per i giovani specifici per il
matrimonio, perché spesso la formazione dà per scontato che poi
uno sappia essere marito e moglie, ma non è così vero.
5. Ripensare la formazione a partire dalla realtà del matrimonio come
forma antropologica di base dell’uomo e della donna. Ripensare
la realtà e la formazione all’adultità attraverso la vocazione del
matrimonio, come responsabilità di risposta a questa chiamata
fondamentale per la vita di ognuno.
6. Formarci meglio al sacramento del matrimonio, nella sua connessione
e differenza rispetto alla coppia, per saper rendere ragione di ciò che
esso dà in più alla vita della coppia e della famiglia.
7. Non basta aggiungere alla PG un capitolo sulla famiglia, occorre
studiare ed integrare le due cose nel focus unico della PG.
8. La CEP come l’ecosistema pastorale in grado di far respirare una forma-
zione, una vocazione, una meta, anche al di là e al di fuori dei cammini
“ufficiali”.
9. Fare rete con la Famiglia Salesiana per poter offrire alle famiglie un
luogo di formazione, di servizio e di vita cristiana, anche oltre l’MGS.
MEDITERRANEA 3 _ SPAGNA &
PORTOGALLO
Fronteras Pastorales desde la condición actual de la familia
120

13.2 Page 122

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eeDestacamos de la ponencia de Carmen la necesidad de descubrir
qué significa la vocación cristiana y cómo la familia es una vocación
específica; en medio de una cultura a-vocacional que vivimos.
eeInteresante destacar la vía de la belleza de la familia, como propuesta
luminosa, y nos preguntamos cómo visibilizar la belleza de la familia
eeAlgunos caminos para visibilizar la belleza de la familia pueden ser:
MMPresencia de los matrimonios al lado de los jóvenes trabajando
como agentes pastorales dentro de la PJ y en procesos especí-
ficos de formación para el noviazgo y matrimonio.
MMPresentar a familias auténticas, también con sus límites y pro-
blemas.
MMHacer discursos positivos, dando oportunidad al diálogo y a
despertar intereses y sueños vocacionales en los chicos/as.
MMIncluir en nuestros grupos a la pluralidad de familias que exis-
ten, visibilizando una Iglesia inclusiva, que no juzga sino que
es fuente de sanación.
eeSe necesita una formación de pastores y agentes con sensibilidad para
acompañar a esposos, novios.
eeReforzar el sentido comunitario de nuestras CEPs como comunidades
de referencia en donde se vive y se comparte la vida y la fe.
eeAlgunos proyectos de pastoral para la familia:
MMIntuir un proyecto integral para parejas, que aborde el “antes,
durante y después” del matrimonio (formación, acompaña-
miento, discernimiento), dando ocasión para un proyecto de
vida único y compartido por la pareja.
MMRenovación de la educación en la afectividad, con presencia
de matrimonios.
MMAlgún proyecto extra-eclesial para generar una cultura a favor
de la familia.
MEDITERRANEA 4 _ SPAGNA &
PORTOGALLO
¿Cuáles son las FRONTERAS PASTORALES acerca de las cuales debemos reflexio-
nar en nuestras Comunidades Educativo Pastorales?
121

13.3 Page 123

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
Es de agradecer una visión positiva del matrimonio sin reduccionismo. La Evan-
geli Gaudium un gran tesoro en el que profundizar. Encontramos las siguientes
fronteras que abordar:
eeLa frontera de la formación integral para la relación de pareja, para el
matrimonio desde los primeros años de la vida, con procesos largos.
Acompañar las relaciones prematrimoniales, los primeros años del
matrimonio y la educación de los hijos.
eeAplicar el Sistema Preventivo con toda su riqueza a los procesos de
crecimiento en la afectividad, en la relación, en la sexualidad, en la
educación para el amor. Prevenir las situaciones de fragilidad. Educar
en el amor en querer al otro es ya una propuesta “anticultural”. Ayu-
dar a madurar en la afectividad. Educar en el respeto, en la fidelidad.
Recuperar la frescura del evangelio como propuesta de vida feliz. El
desafío del evangelio no puede perjudicar, sino enriquecer.
eeNos jugamos mucho en la acogida, el respeto y cuidado a las perso-
nas en situación de especial dificultad. Dialogo constructivo con las
personas que viven situaciones especiales: crisis, divorcios, separa-
ciones, divorcios, parejas homosexuales. Compaginar la caridad y la
propuesta de la verdad.
eeEducar en el respeto al otro, en la confrontación, en el diálogo, en el
discernimiento. No todo vale según la propuesta cristiana. Respetar
los procesos.
eeArgumentar mejor toda la propuesta desde la antropología cristiana.
Definir con claridad y formar en lo que piensa la iglesia y la con-
gregación sobre todos los temas de fragilidad. Ser conscientes que
educamos en un tiempo de mucha pluralidad ideológica.
eeConvence y atrae el testimonio concreto, por lo tanto, proponer testi-
monios creíbles de personas y familias auténticas y felices con lo que
son. Hacer notar la calidad humana y de entrega al otro que nos hace
no mejores, pero si diferentes en nuestro modo de concebir la vida.
eeEn nuestra propias comunidades educativos pastorales hayamos si-
tuaciones familiares muy diversas. A cada una es hay que responder
de manera diversa. Escuchar a las familias en su realidad y en sus
situaciones concretas.
Pero cualquier respuesta tiene que contar con las familias, los educadores y los
jóvenes.
122

13.4 Page 124

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123

13.5 Page 125

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13.6 Page 126

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30 de novembro de 2017
A FAMÍLIA NA
PROPOSTA PASTORAL
SALESIANA
UMA LEITURA
EDUCATIVA E
EVANGELIZADORA
ROSSANO SALA, SDB
Doutor em Teologia Fundamental e Diretor
da revista “Note di Pastorale Giovanile”

13.7 Page 127

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
«Em família, a fé acompanha todas as idades da vida, a
começar pela infância: as crianças aprendem a confiar
no amor de seus pais. Por isso, é importante que os pais
cultivem práticas comuns de fé na família, acompanhem
o amadurecimento da fé dos filhos. Sobretudo os jovens,
que atravessam uma idade da vida tão complexa, rica
e importante para a fé, devem sentir a proximidade e
a atenção da família e da comunidade eclesial no seu
caminho de crescimento na fé»
(Francisco, Lumen fidei, n. 53)
INTRODUÇÃO
Vivemos um momento eclesial muito bonito, que marca o encontro fecundo
de duas perspectivas, a da família e a dos jovens, que nos enche de alegria. De
fato, há uma feliz coincidência, não pensada, mas efetiva, entre dois grandes
momentos sinodais da Igreja universal: o “duplo Sínodo” sobre a família, que
culminou na Exortação pós-sinodal Amoris Laetitia e o Sínodo sobre o tema
“Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”, ainda em preparação, que se
dará em outubro de 2018.
Isso tudo atesta com clareza que o tema do nosso Congresso internacional –
“Pastoral juvenil e família” – está no coração e nas preocupações da Igreja nesta
porção inicial do terceiro milênio e que a Congregação Salesiana está em plena
sintonia com os caminhos eclesiais quando afirma que «uma frente apostólica
emergente, com que começamos a preocupar-nos, é a pastoral familiar, não
só nos contextos paroquiais e de formação dos adultos, a ser considerada em
ligação estreita com a pastoral juvenil».87
O ponto de vista específico da minha relação é carismático salesiano.
É bom declarar desde logo que o nosso carisma está ligado aos jovens e conti-
nua ligado a eles: por isso, falamos de família no interior da pastoral juvenil e
87 Capítulo Geral 27, n. 20. Cf. A. J. Lenti, Dom Bosco: história e carisma. 1. Dos Becchi à
casa do Oratório (1815-1858), EDB, São Paulo 2012, 545 ss.
126

13.8 Page 128

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na perspectiva de “pastoral juvenil vocacional”, como nos predispõe a pensar
o próximo Sínodo. Pensando bem, essa é também a verdade do cristianismo
a respeito da família, porque no centro da família, está a figura do Filho e,
portanto, dos filhos:
O cristianismo, por mais colossal que tenha sido a sua revolução, não modificou
a antiga e indômita sacralidade da família, mas limitou-se a revolvê-la. Não ne-
gava a trindade composta por pai, mãe e filho, mas limitava-se a interpretá-la
em sentido inverso, ou seja, filho, mãe e pai. Ela não é chamada de família, mas
de Sagrada Família, pois, uma vez revolvida, muitas coisas se tornam sagradas. 88
O movimento desta minha relação será caracterizado por três partes conexas
e interdependentes.
A primeira parte buscará demonstrar que, desde suas origens, o “espírito da
família” é o ponto histórica e pastoralmente generativo do carisma salesiano e
o motivo da sua eficácia educativa e da sua eficiência evangelizadora.
A segunda parte pensa na família como objeto dos cuidados específicos do
carisma salesiano e, por isso, procura apreender como o nosso espírito cuida
dos jovens em perspectiva vocacional, trabalhe com uma metodologia familiar
e cuide das famílias em perspectiva carismática.
A terceira parte pretende pensar a família como sujeito original da pastoral juvenil
salesiana, demonstrando que, em comunhão com outros sujeitos eclesiais, ela
pode ser protagonista da educação e da evangelização dos jovens, e apresentan-
do os campos privilegiados da ação da família no interior do carisma salesiano.
1 UM CARISMA FAMILIAR
É evidente e incontestável, do ponto de vista histórico e pastoral, que a casa
de Dom Bosco foi, desde o início, uma “Família para os jovens sem família”
e uma “Paróquia para os jovens sem paróquia”. Recriar o clima de família e a
experiência autêntica de Igreja foi a ação prioritária em Valdocco dos inícios.
88 G. K. Chesterton, Eretici, Lindau, Turim 2010, 145.
127

13.9 Page 129

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
Na tradição salesiana, o estilo que permeia os nossos pensamentos e ações
recebe o nome de “espírito de família”, e afunda suas raízes em Dom Bosco
e na experiência de Valdocco.89 Não se trata de uma ideia parcial, reservada a
uma parte da obra ou a tempos específicos, mas é um estilo de vida que envolve
a partir de dentro o ser e agir concreto e cotidiano de toda obra salesiana. O
“espírito de família” não é, pois, um elemento acessório da nossa ação edu-
cativa, mas é, para nós, uma dimensão transversal de toda a nossa pastoral
juvenil salesiana.
A identidade do nosso carisma é clara: nós somos “sinais e portadores do amor
de Deus aos jovens” e oferecemos em nossas casas uma experiência de família
a todos os jovens que nela entram e a todos os que colaboram conosco.
1.1 A ORIGEM: O “ESPÍRITO DE FAMÍLIA”
Na origem do carisma salesiano houve o “espírito de família”, como clima de
afetos compartilhados e interação intergeracional e corresponsável. Efetivamen-
te, o Oratório de Valdocco foi
verdadeiro “laboratório” no qual Dom Bosco, outros
sacerdotes, leigos adultos, jovens e algumas mulheres, à
frente de todas Mamãe Margarida, vivem o estilo original
e simpático de predileção pelos jovens que se chama
Sistema Preventivo. Tal sistema, primeiro em Valdocco,
depois em Mornese e em outros lugares, torna-se uma
verdadeira espiritualidade, que junta educadores e jovens
no mesmo caminho em direção à santidade. [...] Ao
recordar os primeiros tempos de Valdocco, encontramos
não só o coração pastoral de Dom Bosco, mas também sua
capacidade de atrair: graças à contribuição de eclesiásticos
e leigos, igreja, salas e pátios tornam-se realidade.90
O modelo em que se inspira o “espírito de família” salesiano é, portanto, a vida
do Oratório de Valdocco, onde Dom Bosco vivia entre os seus jovens e os seus
colaboradores como um pai e uma mãe vivem entre seus filhos. É interessante
ler a descrição que dele faz o autor das Memórias Biográficas:
89 Cf. A. J. Lenti, Dom Bosco: história e carisma. 1. Dos Becchi à casa do Oratório (1815-
1858), EDB, São Paulo 2012, 545 ss.
90 Capítulo Geral 24, n. 3.87.
128

13.10 Page 130

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O Oratório de então era uma verdadeira família. [...]
Como Bosco governou e dirigiu o Oratório como um pai
dirige a sua família, os jovens não sentiam que houvesse
diferença entre o Oratório e a sua casa paterna. [...] Vivia-
se no Oratório sem qualquer temor, antes com grande
paz e alegria. Ali se respirava ar de família que alegrava.
Dom Bosco dava aos jovens toda a liberdade que não fosse
perigosa para a disciplina e a moral.91
Foi sobre esse estilo que Dom Bosco construiu todas as suas casas e a própria
comunidade religiosa, porque o espírito de família envolve todos os aspectos
da vida e missão salesiana.92 Podemos afirmar, então, que o estilo familiar foi a
regra de ouro do Oratório, porque «no início da fundação do Oratório não valia
outra regra além daquela que une naturalmente os membros de uma família.
Cinco anos depois foram redigidos alguns artigos como norma dos dormitórios,
nos quais se expunham as coisas mais necessárias a serem observadas para a
boa conduta moral, religiosa e operosa dos alunos».93
Esse espírito em Valdocco dos inícios é anterior e fundacional tanto da Comu-
nidade Educativo-Pastoral, como da própria Congregação Salesiana e também
da Família Salesiana, que demonstram os seus bons frutos. Faço aqui uma
afirmação muito forte, porque ponho esse tipo de ordem não só temporal, mas
sobretudo qualitativo: Espírito de família Ò Comunidade Educativo-Pastoral Ò
Congregação Salesiana Ò Família Salesiana! Baste-nos aqui ouvir novamente
o artigo 16 das nossas Constituições:
Dom Bosco queria que em seus ambientes cada qual se
sentisse “em casa”. A casa salesiana torna-se uma família
quando o afeto é correspondido e todos, irmãos e jovens,
se sentem acolhidos e responsáveis pelo bem comum.
Em clima de confiança mútua e perdão cotidiano,
experimenta-se a necessidade e a alegria de tudo
91 Cf. Memórias Biográficas de Dom Bosco III, 353.360-361; IV,679; VI,592 [MB, ed.
italiana, em todo o texto]
92 O tema aparece transversalmente ao longo das Constituições salesianas: o
espírito de família na comunidade educativa (Const. 37.38.47), na comunidade
religiosa (Const. 49.51.53.56), na prática dos conselhos evangélicos (Const. 61),
na autoridade e na obediência (Const. 65), na vida de castidade (Const. 83) e na
comunidade formadora (Const. 103).
93 Cf. Memórias Biográficas de Dom Bosco IV,542.
129

14 Pages 131-140

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14.1 Page 131

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
compartilhar, e as relações se regem não tanto pelo
recurso às leis quanto pelo movimento do coração e da fé.
Esse testemunho desperta nos jovens o desejo de conhecer
e seguir a vocação salesiana.
Da descrição da “casa salesiana” pode-se perceber o quanto o espírito de
Dom Bosco penetre as nossas comunidades nos vários níveis: local, inspetorial,
mundial.
1.2 A REALIZAÇÃO: A “FAMÍLIA SALESIANA”
A “Família Salesiana” corresponde hoje a este vasto movimento que tem em
seu centro a vida plena e abundante para as jovens gerações. O mesmo termo
“família” indica o espírito e o estilo que une todos os membros chamados a
compartilhar o carisma do Fundador.
Seria muito trabalhoso, para nós, reler por inteiro a recente “Carta de identi-
dade carismática da Família Salesiana”, de 31 de janeiro de 2012. O artigo 3
desse documento diz assim:
O termo família descreve a ligação existente entre os
vários Grupos, embora com intensidades diversas. Não
se trata de simples afinidade ou simpatia genérica,
mas de expressão institucional da comunhão interior,
carismática e espiritual que ajuda a determinar os
diversos níveis de pertença à Família Salesiana.
A pertença nasce do espírito comum que fundamenta
a missão inspirada no carisma de Dom Bosco, embora
respeitando as características próprias e originais de cada
grupo, o que requer um sábio discernimento, que pode
levar ao reconhecimento oficial.
Uma família que, antes de tudo, participa da paixão apostólica de Dom Bosco:
ser fonte de vida plena e abundante para cada jovem. Uma missão em três
dimensões que se integram reciprocamente:
1. Missão juvenil. Segundo as intenções precisas de Dom
Bosco, os Grupos da Família fundados por ele têm
como destinatários privilegiados os jovens pobres,
130

14.2 Page 132

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abandonados, em perigo ou, com linguagem moderna,
a juventude masculina e feminina mais necessitada
de ajuda pelas situações de pobreza econômica, de
carência afetiva, cultural ou espiritual.
2. Missão popular. Iluminado desde o Alto, Dom Bosco
interessou-se também pelos adultos, com preferência
pelos mais humildes e pobres, pelas classes
populares, o subproletariado urbano, os imigrantes,
os marginalizados, numa palavra, por todos os
mais necessitados de ajuda material e espiritual.
[...] Atenção especial é dada à família, lugar primário
de humanização, destinado a preparar os jovens
ao amor e à acolhida da vida, e primeira escola de
solidariedade entre as pessoas e os povos. Todos estão
empenhados em garantir-lhe dignidade e solidez a
fim de ser, de maneira sempre mais evidente, uma
pequena “igreja doméstica”.
3. Apostolado missionário ad gentes. Dom Bosco cultivou
o ideal missionário e participou concretamente da
obra missionária da Igreja do seu tempo. Quis que a
Sociedade Salesiana e o Instituto das Filhas de Maria
Auxiliadora se dedicassem às “missões”, e as duas
Congregações religiosas o fizeram, desde as suas
origens, com uma expansão extraordinária que as
tornou presentes em todos os continentes.94
Uma família que vive a missão na ótica da comunhão e da colaboração, porque
Dom Bosco demonstrou em toda a sua ação de educador,
pastor e fundador uma grande capacidade de intuir as
possibilidades e os dotes de cada um, de corresponsabilizar
também os mais jovens entre os seus colaboradores, de
harmonizar no trabalho apostólico competências muito
diversas, de individualizar para cada um o trabalho que
fosse congenial à sua índole, inteligência e formação.
Esteve sempre ciente da necessidade de uma caridade
cooperativa no serviço educativo e pastoral, convencido de
94 Cf. Carta de identidade carismática da Família Salesiana, art. 16.
131

14.3 Page 133

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
que o Espírito Santo suscita os carismas em benefício de
toda a Igreja.
A comunhão entre os Grupos na e para a missão vem-
se demonstrando sempre mais indispensável para a
ação educativa e missionária; de fato, percebe-se como
urgente a necessidade de coligar as intervenções, propor
modelos diversos de vida cristã e garantir ministérios
complementares.
Dessa forma, o trabalho em conjunto intensifica a eficácia
do testemunho, torna mais convincente o anúncio
do Evangelho, favorece uma caridade apostólica mais
dinâmica, permite aprofundar os traços característicos
de cada Grupo, enquanto manifesta e potencializa a
identidade da Família na comunhão e na missão.95
Uma família, enfim, que atua de forma corresponsável buscando alguns objeti-
vos compartilhados, que são a paixão e a atenção educativa no atual contexto
histórico; a metodologia do Sistema Preventivo, que representa a sua experiên-
cia espiritual e educativa, e tira sua eficácia de um admirável equilíbrio entre
razão, religião e bondade; a participação no espírito salesiano.96
Embora nem sempre seja fácil manter viva, vivificante e vivível a realidade
da Família Salesiana, a tensão e o desejo de viver e trabalhar juntos deve
caracterizar realmente este vasto e articulado movimento desejado e criado
pelo próprio Dom Bosco, que estava profundamente convencido de que
para educar são necessários muitos que compartilhem as mesmas intenções
apostólicas.
1.3 A REDESCOBERTA:
O CARÁTER FAMILIAR DA IGREJA
Um dos aspectos mais interessantes que emergiram da concentração no tema
família vivida pela Igreja nos últimos anos foi a redescoberta, na realidade não
muito evidenciada, do estilo de família na Igreja.
95 Ivi, art. 19.
96 Cf. ivi, art. 21.
132

14.4 Page 134

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A exortação apostólica Amoris Laetitia, no número 87, assim define a Igreja:
A Igreja é família de famílias, constantemente enriquecida
pela vida de todas as igrejas domésticas. Assim, “em
virtude do sacramento do matrimônio, cada família
torna-se, para todos os efeitos, um bem para a Igreja.
Nesta perspectiva, será certamente um dom precioso,
para o momento atual da Igreja, considerar também a
reciprocidade entre família e Igreja: a Igreja é um bem
para a família, a família é um bem para a Igreja. A
salvaguarda deste dom sacramental do Senhor compete
não só à família individual, mas a toda a comunidade
cristã”.
Percebe-se, assim, a unidade, reciprocidade e complementaridade entre Família
e Igreja, que consideradas de modo isolado correm o risco de perder algo da sua
identidade íntima: seguramente, de um lado, a família sem a Igreja arrisca-se a
ser um núcleo fechado e autorreferencial, sem aberturas e incapaz de alcançar
os horizontes amplos da Igreja; e, de outro lado, a Igreja sem a família arrisca-
-se a ser um ambiente burocrático e frio, um centro de prestação de “serviços
religiosos” sem dinâmicas confidenciais, acolhedoras e afetuosas, perdendo
dessa forma o seu aspecto generativo e materno.
Sobre a Paróquia, que é a célula viva da Igreja, diz assim, acompanhando a
esteira desta apresentação familiar da Igreja enquanto figura geradora da fé:
“A principal contribuição para a pastoral familiar é
oferecida pela paróquia, que é uma família de famílias,
onde se harmonizam os contributos das pequenas
comunidades, movimentos e associações eclesiais”. A par
duma pastoral especificamente voltada para as famílias,
há necessidade duma “formação mais adequada dos
presbíteros, diáconos, religiosos e religiosas, catequistas
e restantes agentes pastorais”. Nas respostas às consultas
promovidas em todo o mundo, ressaltou-se que os
ministros ordenados carecem, habitualmente, de formação
adequada para tratar dos complexos problemas atuais das
famílias; para isso, pode ser útil também a experiência da
longa tradição oriental dos sacerdotes casados.97
97 Francisco, Amoris laetitia, n. 202.
133

14.5 Page 135

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
A afirmação de que a Igreja e a Paróquia são “uma família de famílias” é muito
forte e orientadora em relação a estilos relacionais a se ter, modelos formativos
a assumir, itinerários educativos a percorrer e qualidade das nossas celebrações
a atuar!
eeEstilos relacionais. Diz-nos, antes de tudo, que a família é um elemen-
to que se faz de matriz à experiência mesma da Igreja, que nasceu e
cresceu como experiência familiar desde os anos passados por Jesus
em Nazaré e que se desenvolveu desde os seus inícios anunciando a
boa-nova de família em família.
eeModelos formativos. A nossa formação não se baseia em modelos de
marketing empresarial que busca eficácia e eficiência produtiva, mas
entra na lógica da formação espiritual que toca os afetos e converte
o coração, alavancando recursos que nos vêm da relação com o Deus
da aliança e do amor.
eeItinerários educativos. Não nos contentemos com os “cursos”, mas
entremos na lógica dos “itinerários”, que nos empenha na difícil e
entusiasmante arte do acompanhamento das jovens gerações e das
próprias famílias, que precisam de companheiros de viagem capazes
de compartilhar as fadigas e as alegrias do caminho.
eeQualidade das celebrações. A liturgia tem a sua parte estratégica que
não deve ser subestimada, porque na liturgia se manifesta o estilo de
uma Igreja convocada por Deus para ser sua família. Mediante a ar-
quitetura e os espaços sagrados, a qualidade do canto e a dignidade
da celebração, pode-se fazer muito para dizer isso!
Pontos firmes
a. A família como contexto educativo: a sua presença intergeracional e
corresponsável se faz de matriz para o carisma salesiano e paradigma
para toda a sua realização no tempo e na história;
b. A Igreja sujeito educativo: a comunhão entre os vários estados de
vida na Igreja (laical, familiar, religioso e sacerdotal) deve ser pensado
como único sujeito educativo adequado;
c. O Espírito de família e a pastoral juvenil: é decisivo para nós repensar
a pastoral juvenil a partir do espírito de família, que é o clima ade-
quado para a educação e a evangelização.
134

14.6 Page 136

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2 A PASTORAL JUVENIL
SALESIANA PARA A FAMÍLIA
Não queremos, do ponto de vista salesiano, uma “pastoral familiar” paralela
à “pastoral juvenil”. Não pedimos que, depois deste Congresso internacional
que envolve toda a Congregação surja entre os escritórios inspetoriais outro
dedicado à pastoral familiar, ao lado – e quem sabe concorrente – ao da pas-
toral juvenil.
Estamos muito mais interessados em que o clima de família se torne típico de
todas as nossas obras, que a atenção vocacional voltada a todos os jovens e a
atenção especial às fragilidades da família se tornem uma característica trans-
versal do nosso modo de agir educativo e pastoral.
Vemos, dessa forma, que a família pode ser objeto indireto ou direto dos nossos
cuidados pastorais.
2.1 A COMUNIDADE EDUCATIVO-PASTORAL:
REALIZAÇÃO DO “ESPÍRITO DE FAMÍLIA”
Primeiramente, é preciso falar aqui da Comunidade Educativo-Pastoral e do seu
núcleo animador, porque nos ocupamos da família antes de tudo assumindo um
método e uma fisionomia familiar em nosso viver e trabalhar juntos em nossas
obras educativas e pastorais.
Enquanto grande família que se ocupa da educação e da evangelização dos
jovens num território específico, a Comunidade Educativo-Pastoral é a realização
atual daquele espírito de família que caracterizou a origem do nosso carisma.
No recente Quadro Referencial da pastoral juvenil salesiana ela é assim definida:
ee Comunidade: porque envolve em clima de família os
jovens e os adultos, os pais e os educadores, onde o
elemento fundamental de unidade não é o trabalho
ou a eficácia, mas um conjunto de valores vitais
(educativos, espirituais, salesianos...) que configuram
uma identidade compartilhada e cordialmente
desejada;
135

14.7 Page 137

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
ee E d u c a t i va : p o r q u e c o l o c a n o c e n t ro d e s e u s
projetos, relações e organizações, a preocupação
com a promoção integral dos jovens, isto é, o
amadurecimento de suas potencialidades em todos
os aspectos: físico, psicológico, cultural, profissional,
social, transcendente;
ee Pastoral: porque se abre à evangelização, caminha com
os jovens ao encontro de Cristo e faz uma experiência
de Igreja, onde, com os jovens, se experimentam os
valores da comunhão humana e cristã com Deus e
com os outros.98
Em síntese, a Comunidade Educativo-Pastoral é o nosso modo de ser Igreja e de
fazer experiência concreta do carisma salesiano: ser e viver como uma grande
família que atua em comunhão, participação e corresponsabilidade, tendo no
centro a educação e a evangelização das jovens gerações.
A razão determinante que nos levou nessa direção é justamente “a nova es-
tação vivida pela Igreja. Ela revela uma consciência aguda de ser comunhão
com Deus e entre os homens e toma a comunhão como a principal via para
realizar a salvação do homem”.99 A afirmação é capital, porque reordena as
prioridades do que que fazemos em vista do como o fazemos, pondo em pri-
meiro plano que o modo em que se caminha diz algo de decisivo sobre aonde
se quer chegar:
Não foi um caminho curto. A faina pré-conciliar, a reflexão
do Concílio, o esforço de reorganizar a vida eclesial e a
pastoral no pós-Concílio, a síntese doutrinal e a prática
amadurecida nos anos que nos levam ao ano dois mil, os
Sínodos sobre os leigos, sobre os ministros ordenados e
sobre a vida consagrada e as consequentes Exortações
Apostólicas esclareceram a forma das diversas vocações
se completarem, enriquecerem, coordenarem; ou melhor, elas
não conseguem ter uma identidade original a não ser na
referência recíproca no interior da comunidade eclesial.100
98 Dicastério para a Pastoral Juvenil, Quadro referencial da Pastoral Juvenil Salesiana,
Roma [Brasília], 32014, 110.
99 Atos do Conselho Geral 363 (1998), I. 3.
100 Ivi.
136

14.8 Page 138

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Vamos ainda mais a fundo. Se a Comunidade Educativo-Pastoral é o conjunto
de todos os que habitam a realidade salesiana, também devemos chegar a
definir, por assim dizer, o núcleo familiar que anima a grande família. Falamos
do “núcleo animador”, ou de um pequeno grupo de pessoas que tem a tarefa
específica de convocar, motivar e envolver todos os membros da Comunidade
Educativo-Pastoral. Este núcleo é a condução do funcionamento de uma obra
e assim é definido:
Todos os componentes da CEP, SDB e leigos, participam
da sua animação, mas alguns têm a tarefa específica
de favorecer a contribuição de todos, promovendo
a responsabilidade do maior número possível dos
membros, preocupando-se com a sua qualidade e
coordenação e tendo um cuidado particular com os
níveis mais determinantes para a identidade salesiana
e a qualidade educativa e evangelizadora. Com seu
testemunho carismático, essas pessoas formam o “núcleo
animador” da CEP.
O coração, na pessoa, embora seja um pequeno órgão
em relação ao resto do corpo é capaz de fazer chegar
o sangue e, portanto, a vida a todas as partes do corpo,
desde, porém, que todas as “válvulas” trabalhem em
sinergia para que isso aconteça. Igualmente, o núcleo
animador é um grupo de pessoas composto por salesianos e
leigos que se identificam com a missão, o sistema educativo
e a espiritualidade salesiana e assumem solidariamente
a tarefa de convocar, motivar, envolver todos os
que se interessam pela obra, para formar com eles
a comunidade educativa e realizar o projeto de
evangelização e educação dos jovens.101
101 Quadro referencial da Pastoral Juvenil Salesiana, 117-118.
137

14.9 Page 139

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
2.2 A “PASTORAL JUVENIL VOCACIONAL”:
PASTORAL FAMILIAR EM ÓTICA PREVENTIVA
Entro agora no coração pulsante da minha relação.
Nós colaboramos primariamente para a pastoral familiar, na ótica carismática
salesiana, fazendo pastoral juvenil de modo correto, coerente e previdente.
Estamos convencidos de que uma boa pastoral juvenil contribuirá para a criação
de jovens fortes, solidários e capazes de amar. E isso será a condição fundamen-
tal para ter famílias sólidas, fiéis e felizes!
O Documento Preparatório para o próximo Sínodo fala de “pastoral juvenil
vocacional” em vários momentos, colocando o discernimento vocacional como
tarefa específica da idade juvenil.102 Pede-nos, enfim, para qualificar vocacional-
mente toda a pastoral juvenil e ampliar pastoralmente os espaços da animação
vocacional abrangendo também a vocação familiar.
Partimos de uma convicção fundamental, ou seja, que o matrimônio é uma
vocação autêntica e original na Igreja; tem, portanto, algo de próprio e singular
em relação às demais chamadas vocacionais na Igreja:
O matrimônio é uma vocação, sendo uma resposta à
chamada específica para viver o amor conjugal como sinal
imperfeito do amor entre Cristo e a Igreja. Por isso, a decisão
de se casar e formar uma família deve ser fruto de
um discernimento vocacional. [...] Tanto a preparação
próxima como o acompanhamento mais prolongado
devem procurar que os noivos não considerem o
matrimônio como o fim do caminho, mas o assumam como
uma vocação que os lança para diante, com a decisão firme
e realista de atravessarem juntos todas as provações e
momentos difíceis.103
Um dos pontos firmes do caminho eclesial dos últimos anos, porém, é recuperar
com convicção, a ideia de que o matrimônio é uma autêntica vocação que leva
aos demais estados de vida cristã uma riqueza singular. Diria um ponto sem
102 Cf. R. Sala, Pastorale giovanile vocazionale. L’invito sinodale a qualificare
vocazionalmente il nostro impegno educativo-pastorale in «Note di pastorale giovanile»
3 (2017) 2-4.
103 Francisco, Amoris laetitia, n. 72.211.
138

14.10 Page 140

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retorno. Nessa trilha “vocacional”, os dois recentes Sínodos sobre a família fa-
laram de preparação remota, próxima e imediata ao matrimônio afirmando que
é preciso ter bem presentes as três etapas indicadas pela
Familiaris Consortio (cf. 66): a preparação remota, que passa
através da transmissão da fé e dos valores cristãos no seio
da própria família; a preparação próxima, que coincide
com os itinerários de catequeses e com as experiências
formativas vividas no âmbito da comunidade eclesial;
e a preparação imediata para o matrimônio, parte de
um caminho mais vasto, qualificado pela dimensão
vocacional.104
É muito interessante ter presente estas três atenções: a preparação “remota”
parece estar a cargo da família de origem; a “próxima” parece estar relacionada
com a comunidade cristã e, portanto, com os itinerários de pastoral juvenil; a
“imediata” deveria preparar os jovens que se encaminham para a celebração do
sacramento, para a aceitação “vocacional” do matrimônio, reconhecendo justa-
mente que «o matrimônio cristão não pode reduzir-se a uma tradição cultural,
nem a uma simples convenção jurídica: é um verdadeiro chamado de Deus que
requer discernimento atento, oração constante e amadurecimento adequado».105
Efetivamente, esses três momentos (remoto-próximo-imediato) interceptam,
num certo sentido, três ações pastorais distintas, mas nunca separadas, levan-
do-as a uma unidade ao redor das pessoas que crescem (lactantes, crianças,
adolescentes, jovens, adultos): pastoral familiar, pastoral juvenil e pastoral vo-
cacional. Nós as consideramos muitas vezes como três pastorais separadas, mas
na verdade elas estão inseridas uma na outra, sustentam-se ou caem juntas,
alimentam-se constantemente como vasos comunicantes, crescendo ou dimi-
nuindo de modo diretamente proporcional: trabalhando bem numa direção não
se faz outra coisa que qualificar todos os demais âmbitos. Do ponto de vista
remoto e, portanto, originário
há unanimidade quando se afirma que a primeira escola
de educação é a família, e que a comunidade cristã se
apresenta como ajuda e integração deste papel formativo
insubstituível. Considera-se necessário identificar
espaços e momentos de encontro para encorajar a
104 Sínodo sobre a família, Relação final aprovada pelos padres sinodais, n. 57.
105 Ivi.
139

15 Pages 141-150

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15.1 Page 141

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
formação dos pais e a partilha de experiências entre
famílias. É importante que os pais participem ativamente
nos caminhos de preparação para os sacramentos
da iniciação cristã, como primeiros educadores e
testemunhas de fé para os seus filhos.106
Do ponto de vista próximo não é nem sequer imaginável uma pastoral juvenil
que – de forma exageradamente autorreferencial – não se ligue intrinsecamente
à familiar e que atue e projete os seus itinerários de forma separada em relação
aos da pastoral familiar:
A pastoral juvenil é sem mais um âmbito específico, que,
porém, além de tocar a pastoral vocacional específica ao
sacerdócio ou à consagração, deve levar em consideração
também a pastoral familiar. E isso por dois motivos: tanto
porque os mesmos jovens estão inseridos numa família,
como porque muitos deles no futuro fundarão uma família
própria. Infelizmente uma excessiva especialização levou
ao desenvolvimento de “dois mundos” – o do jovem e o da
família. É preciso recuperar a unidade.107
Perguntemo-nos, enfim, do ponto de vista imediato, qual o papel e qual a
tarefa que devem ser pensados para uma pastoral juvenil e familiar capaz de
redescobrir sempre mais a dimensão vocacional da vida cristã. A abertura voca-
cional torna-se justamente discernimento e preparação à vida vivida segundo o
Evangelho nos diversos estados de vida: sacerdotal, consagrado, matrimonial.
Parece-me que a relação final do Sínodo seja muitíssimo clara e nos indique
uma direção bem precisa:
Sobressai a exigência de uma ampliação dos temas
formativos nos itinerários pré-matrimoniais, a fim de que
eles se tornem percursos de educação para a fé e para o amor,
integrados no caminho da iniciação cristã. Nesta luz, é
necessário recordar a importância das virtudes, entre as
quais a castidade, condição preciosa para o crescimento
genuíno do amor interpessoal. O itinerário formativo
106 Ivi, n. 67.
107 Duarte da Cuhna (Secretário Geral do Conselho das Conferências Episcopais
Europeias), La pastorale giovanile in Europa in un momento di nuova evangelizzazione,
relação no XII Congresso Nacional de Pastoral Juvenil da Cei, Roma, 10-13 de
outubro de 2011 (cf. http://giovani.chiesacattolica.it).
140

15.2 Page 142

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deveria assumir a fisionomia de um caminho orientado para o
discernimento vocacional e do casal, preocupando-se com uma
melhor sinergia entre os vários âmbitos pastorais. Os percursos
de preparação para o matrimónio sejam propostos
também por cônjuges capazes de acompanhar os
nubentes antes do casamento e nos primeiros anos de vida
matrimonial, valorizando desta forma a ministerialidade
conjugal. A valorização pastoral dos relacionamentos
pessoais favorecerá a abertura gradual das mentes e dos
corações à plenitude do plano de Deus.108
O campo da preparação ao matrimônio é unificante, e deve fazer pensar tanto
a pastoral vocacional, que não pode contentar-se com um serviço vocacional
restrito às vocações de “especial consagração”, como à pastoral juvenil, que
não pode pensar em ocupar-se de uma massa informe de jovens sem atenção
às específicas opções vocacionais em saída.
Neste sentido, os itinerários deveriam passar através de três diversos níveis de
profundidades: dos cursos em ótica de competências, que veem como protago-
nistas o advogado, o psicólogo, o padre, o médico, o conciliador passamos aos
cursos em ótica relacional, que colocam no centro a relação de casal, as redes, a
paternidade/maternidade, a gestão do conflito e a educação dos filhos. Mas não
chegamos ainda a itinerários em ótica vocacional, que colocam no centro do dom
do chamado, a necessidade da fé e do sacramento, o amor e a responsabilidade.
No fundo, o fundamental é reconhecer que o ponto exato no qual insistir para repro-
gramar a pastoral é a forte ligação com a família, tanto na entrada como na saída.
Na entrada porque a pastoral juvenil recebe os seus sujeitos das idades de vida
precedentes à juventude, ou seja, da lactância, da infância e da adolescência.
Os dois primeiros tempos veem como protagonistas quase absolutos a família
e as relações primárias, e o terceiro tempo marca, em geral, a ruptura com a
vida familiar e a sua contestação. Na saída, porque os sujeitos que concluem a
passagem da idade juvenil são chamados, em geral, a viver a sua vocação cristã
na criação da própria família. É normal, portanto, pensar que uma das tarefas
fundamentais da pastoral juvenil é habilitar os jovens à responsabilidade da vida
adulta que se especifica de forma privilegiada na aceitação da responsabilidade
familiar. Por isso, também a animação vocacional deve entrar a título pleno em
nossa reflexão.
108 Sínodo sobre a família, Relação final aprovada pelos padres sinodais, 58.
141

15.3 Page 143

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
2.3 O CUIDADO PASTORAL SALESIANO PELA FAMÍLIA:
UM SINAL DOS TEMPOS
Entretanto, do ponto de vista carismático, há também a necessidade de uma
concentração específica na família, porque os nossos jovens, ao lado de tantas
pobrezas (material, cultural, moral, espiritual), vivem às vezes também com uma
grande “pobreza familiar”. O carisma também se move nessa vertente, pondo
em campo uma verdadeira e própria “pastoral familiar” específica, privilegian-
do sempre a forma preventiva, porque «hoje, mais importante do que uma
pastoral dos falimentos é o esforço pastoral para consolidar os matrimônios e
assim evitar as rupturas».109
Algumas orientações de Bento XVI já nos tinham iluminado o caminho sobre esses
temas. Encontrando os capitulares em 31 de março de 2008, com a sua costu-
meira lucidez, assim se exprimia sobre o nosso empenho pastoral pela família.
Na educação dos jovens é extremamente importante
que a família seja um sujeito ativo. Ela encontra-se
muitas vezes em dificuldade ao enfrentar os desafios
da educação; outras vezes é incapaz de oferecer a sua
contribuição específica, ou então é ausente. A predileção e o
compromisso a favor dos jovens, que são característica do carisma
de Dom Bosco, devem traduzir-se num igual compromisso pelo
envolvimento e formação das famílias. Portanto, a vossa pastoral
juvenil deve abrir-se decididamente à pastoral familiar. Ocupar-
se das famílias não é subtrair forças ao trabalho pelos
jovens, aliás é torná-lo mais duradouro e mais eficaz.
Por isso encorajo-vos a aprofundar as formas deste
compromisso, sobre o qual já vos encaminhastes; isto
será também em benefício da educação e evangelização
dos jovens.
No documento final do Capitulo Geral XXVI, entre as novas fronteiras, a família
é um dos três âmbitos privilegiados de empenho, juntamente com a comunica-
ção social e a Europa. Incluídos entre os “jovens pobres” e a busca de “novos
modelos gerenciais” estes três empenhos parecem decisivos para o futuro.110
109 Amoris laetitia, n. 307.
110 Mesmo se a primeira parte do n. 99 (chamado de Deus) e do n. 122 (situação)
ofereciam sobre a família mais uma direção de marcha do que propostas
concretas.
142

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A verdade é que a Igreja, em seu conjunto, acreditou que deve insistir mais sobre
o tema da família do que no dos jovens: a opção é lícita e também obrigatória,
porque na realidade ela não desmerece os jovens, mas cria as condições para
uma educação durável e substanciosa, colocando as bases para a renovação da
sociedade em seu conjunto. Apesar do momento crítico vivido pela família:
A família atravessa uma crise cultural profunda, como
todas as comunidades e vínculos sociais. No caso da
família, a fragilidade dos vínculos reveste-se de especial
gravidade, porque se trata da célula básica da sociedade,
o espaço onde se aprende a conviver na diferença e a
pertencer aos outros e onde os pais transmitem a fé
aos seus filhos. [...] O individualismo pós-moderno e
globalizado favorece um estilo de vida que debilita o
desenvolvimento e a estabilidade dos vínculos entre as
pessoas e distorce os vínculos familiares. A ação pastoral
deve mostrar ainda melhor que a relação com o nosso
Pai exige e incentiva uma comunhão que cura, promove
e fortalece os vínculos interpessoais.111
A razão da nossa atenção voltada à família está toda aqui: justamente por ser
ela um sujeito particularmente frágil e provado, precisa de maior atenção e
cuidado pastoral.
Uma das características próprias do nosso carisma é a missionária: somos chama-
dos a crescer na sensibilidade de que «hoje, a pastoral familiar deve ser funda-
mentalmente missionária, em saída, por aproximação, em vez de se reduzir a ser
uma fábrica de cursos a que poucos assistem».112 Proximidade para nós significa
encontrar as famílias na situação e na condição em que realmente se encontram,
procurando acompanhar com paciência e prudência os seus caminhos tortuosos,
estar presentes com inteligência e sabedoria no momento do discernimento e em
não os abandonar no momento do cansaço e do sofrimento.
É oportuno, portanto, em toda articulação da nossa missão, ter um olhar privi-
legiado e atento pela família. Quer no âmbito propriamente carismático, isto é,
quando nos ocupamos diretamente dos jovens, somos chamados a ter um cui-
dado especial pelas famílias de onde provêm, mediante o encontro, a formação,
o acompanhamento e o apoio. Quer, também, quando nos ocupamos, sempre
111 Francisco, Evangelii gaudium, n. 66.67.
112 Francisco, Amoris laetitia, n. 230.
143

15.5 Page 145

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
segundo o carisma, de atividades pastorais mais amplas, por exemplo, as de
Paróquias confiadas à Congregação: aqui a preparação imediata ao matrimônio,
o acompanhamento dos jovens casais, o apoio e a integração de casais e de
indivíduos em dificuldade são para nós campos de ação específica e privilegiada
em relação às quais não nos é permitido afastar-nos.
Pontos firmes
a. A Comunidade Educativo-Pastoral: viver e trabalhar juntos segundo
um modo de proceder feito de comunhão, participação e correspon-
sabilidade é a nossa “profecia de fraternidade” em ato;
b. A pastoral juvenil vocacional: assumir a perspectiva vocacional ampla
na pastoral juvenil não é mais uma opção para nós, mas uma neces-
sidade histórica, eclesial e carismática;
c. A pastoral familiar: a “pobreza familiar” dos nossos jovens deve ser
enfrentada também diretamente, com uma pastoral familiar guiada
pelo Sistema Preventivo, feito de “razão, religião e bondade”.
A FAMÍLIA
3 CORRESPONSÁVEL DA
MISSÃO SALESIANA
O caminho eclesial dos últimos decênios leva-nos a pensar que a plataforma
batismal é o ponto de acesso para ser missionários e evangelizadores. Assim,
o “sujeito familiar”, enquanto célula originária e expressão autêntica da Igreja,
não pode afastar-se dessa lógica, mas é entusiasmadamente chamado a par-
ticipar dela.
A família evidentemente não é um sujeito isolado – como não o deveriam ser
outros estados de vida cristã – mas é parte do sujeito educativo eclesial e parti-
cipa dele com as suas especificidades em estilo de corresponsabilidade.
É lógico, portanto, pensar que também no carisma salesiano há um espaço
específico para a família como sujeito da ação educativa e evangelizadora para
as jovens gerações.
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15.6 Page 146

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3.1 QUAIS ESPECIFICIDADES?
O PRÓPRIO DA FAMÍLIA
Perguntemo-nos antes de tudo: qual é o próprio da família? Onde está a sua origina-
lidade? Qual é a sua peculiaridade em relação a outros sujeitos civis e eclesiásticos?
Respondo a essas perguntas relendo alguns aspectos trazidos por Amoris lae-
titia, oferecendo três grandes afirmações, que resumem os três capítulos mais
propositivos de todo o documento sobre a vocação específica da família: o
quarto, o quinto e o sétimo.
O primeiro próprio da família é a vocação ao amor. O capítulo quarto diz com
clareza que a família tem a missão de mostrar a todos o que é o amor e como
deve ser vivido na vida de todos os dias.
A opção de usar o hino da caridade de São Paulo – que Dom Bosco sempre
utiliza para falar da essência do seu Sistema educativo! – como referente pri-
vilegiado para afirmar a concretude do amor, unindo-o através das atitudes
cotidianas, é quase um pedido ao Senhor para nos dar não só o pão cotidiano,
mas o amor cotidiano. Para compreender o evangelho da família é preciso
deter-se a falar do amor:
Tudo o que foi dito não é suficiente para exprimir o
Evangelho do matrimônio e da família, se não nos
detivermos particularmente a falar do amor. Com efeito,
não poderemos encorajar um caminho de fidelidade e
doação recíproca, se não estimularmos o crescimento,
a consolidação e o aprofundamento do amor conjugal e
familiar. De fato, a graça do sacramento do matrimônio
destina-se, antes de mais nada, “a aperfeiçoar o amor dos
cônjuges”. Também aqui é verdade que, “ainda que eu tenha
tão grande fé que transporte montanhas, se não tiver amor,
nada sou. Ainda que eu distribua todos os meus bens e
entregue o meu corpo para ser queimado, se não tiver amor
de nada me vale” (1Cor 13,2-3). Mas a palavra “amor”, uma
das mais usadas, muitas vezes aparece desfigurada.113
O segundo próprio da família é a sua vocação generativa. A ele é consagrado
o capítulo sucessivo ao amor, que cria uma unidade com ele, porque amor e
113 Ivi, n. 89.
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15.7 Page 147

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
geração são o mesmo verbo, porque «o amor sempre dá vida».114 O amor é
sempre e absolutamente o lugar da fecundidade e da geração: a configuração
biológica do homem e da mulher falam justamente de originária predisposição
a dar a vida.
Nenhuma outra vocação na Igreja é geradora à maneira da família e a geração
de outro gênero, por exemplo, a fecundidade espiritual, tem na família o seu
referente privilegiado. Em maria há plena unidade nisso: conceber na fé e con-
ceber na carne são n’Ela, como exceção fundante, uma coisa só.
Isso tudo coloca no centro da reflexão a ligação genética e a unidade dinâmica
entre carne e espírito, entre amor e sexualidade, entre corpo e afetos. Temas
todos eles absolutamente de primeira ordem no nosso tempo: baste pensar na
questão do chamado “gender”, que com absoluta superficialidade corta toda
ligação entre corporeidade objetiva e percepção subjetiva de si, retornando a
cânones de cartesianismo grosseiro, que considera o corpo mera res extensa,
matéria indiferenciada nas mãos de um presumido criador de si!
Pensemos, porém, no tema da gravidez, como um dar física e espiritualmente
espaço ao outro que deseja vir entre nós, onde o corpo da mulher exprime da
melhor forma a sua singularidade feminina. Ou no tema das famílias abertas e
solidárias diante da vida frágil e em perigo, através da adoção e da custódia; ou
no tema da filialidade como originário do humano enquanto tal, sobre o que a
Exortação Apostólica assim reflete:
Não faz bem a ninguém perder a consciência de ser
filho. Em cada pessoa, “mesmo quando se torna adulta
ou idosa, quando passa também a ser progenitora ou
desempenha funções de responsabilidade, por baixo de
tudo isso permanece a identidade de filho. Todos somos
filhos. E isto recorda-nos sempre que a vida não no-la
demos sozinhos, mas recebemo-la. O grande dom da vida
é o primeiro presente que recebemos”.115
O terceiro aspecto singular da família é a sua vocação educativa. Disso se fala
no capítulo sétimo, afirmando que a família é o sujeito privilegiado e primeiro
da educação dos filhos. O lugar originário da educação não é nem a Igreja nem
o Estado nem a escola, mas a família, que não pode delegar a educação dos
114 Ivi, n. 165.
115 Ivi, n. 188.
146

15.8 Page 148

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filhos, mas simplesmente ser ajudada por outros sujeitos eclesiais e civis nessa
sua missão própria, porque «a família é a primeira escola dos valores humanos,
onde se aprende o bom uso da liberdade».116
A função da Exortação no âmbito educativo é levar os pais a saírem da lógica
da “delegação” e da “entrega” dos próprios filhos a “agências educativas”
que cuidem do seu crescimento e da sua educação prescindindo das dinâmicas
familiares, apropriando-se novamente da própria missão educativa:
Os Padres quiseram sublinhar também que “um dos desafios
fundamentais que as famílias enfrentam hoje é seguramente
o desafio educativo, que se tornou ainda mais difícil e
complexo por causa da realidade cultural atual e da grande
influência dos meios de comunicação”. “A Igreja desempenha
um papel precioso de apoio às famílias, a começar pela
iniciação cristã, através de comunidades acolhedoras”. Mas
parece-me muito importante lembrar que a educação integral
dos filhos é, simultaneamente, “dever gravíssimo” e “direito primário”
dos pais. Não é apenas um encargo ou um peso, mas também
um direito essencial e insubstituível que estão chamados
a defender e que ninguém deveria pretender tirar-lhes. O
Estado oferece um serviço educativo de maneira subsidiária,
acompanhando a função não-delegável dos pais, que têm
direito de poder escolher livremente o tipo de educação –
acessível e de qualidade – que querem dar aos seus filhos,
de acordo com as suas convicções. A escola não substitui os
pais; serve-lhes de complemento. Este é um princípio básico:
“qualquer outro participante no processo educativo não pode
operar senão em nome dos pais, com o seu consenso e, em
certa medida, até mesmo por seu encargo”. Infelizmente,
“abriu-se uma fenda entre família e sociedade, entre família e
escola; hoje, o pacto educativo quebrou-se; e, assim, a aliança
educativa da sociedade com a família entrou em crise”.117
Confirma-se assim que próprio da família é o paciente acompanhamento edu-
cativo em todos os momentos dos filhos, em qualquer idade da vida se en-
contrem: lactantes, infantes, crianças, pré-adolescentes, adolescentes, jovens,
adultos e idosos! Certamente com atenções e técnicas diversas, mas sempre
116 Ivi, n. 274.
117 Ivi, n. 84.
147

15.9 Page 149

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
responsáveis pelas várias dimensões de vida: cuidar do desenvolvimento moral,
através da formação ética dos filhos mediante «a vida virtuosa [que] constrói a
liberdade, fortifica-a e educa-a»;118 fazer crescer através de sanções, correções
e estímulos dosados mediante uma sadia pedagogia do bom-senso e uma
paciente confiança; acompanhar através de uma prudente e sábia educação
sexual, que pode ser bem-entendida «somente no quadro de uma educação ao
amor, à doação recíproca»;119 não por último, enfim, através de uma autêntica e
empenhada transmissão da fé, que permanece tarefa primária da família cristã,
que não pode pensar em ser substituída por agentes eclesiais, que na realidade
só poderia reforçar a educação religiosa em família, mas nunca substituí-la:
A educação dos filhos deve estar marcada por um percurso
de transmissão da fé, que se vê dificultado pelo estilo de
vida atual, pelos horários de trabalho, pela complexidade
do mundo atual, onde muitos têm um ritmo frenético para
poder sobreviver. Apesar disso, a família deve continuar a
ser lugar onde se ensina a perceber as razões e a beleza da
fé, a rezar e a servir o próximo. Isto começa no batismo,
onde – como dizia Santo Agostinho – as mães que levam os
seus filhos “cooperam no parto santo”. Depois tem início
o percurso de crescimento desta vida nova. A fé é dom de
Deus, recebido no batismo, e não o resultado duma ação
humana; mas os pais são instrumentos de Deus para a sua
maturação e desenvolvimento.120
3.2 QUAIS RELAÇÕES?
ALGUNS CAMPOS PRIVILEGIADOS
Se o próprio vocacional da família é o amor, a geração e a educação, logica-
mente estas serão as contribuições específicas da família para enriquecer a
Comunidade Educativo-Pastoral e o seu núcleo animador.
Efetivamente, até hoje ainda não dissemos muito e não nos empenhamos num
aprofundamento adequado sobre as possíveis e boas “contaminações” entre
carisma salesiano e família.
118 Ivi, n. 267.
119 Ivi, n. 280.
120 Ivi, n. 287.
148

15.10 Page 150

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Trata-se, para dizer em síntese, de cruzar e entrelaçar de maneira sábia e criativa
os quatro pilares do carisma salesiano, bem sintetizados no critério oratoriano
– casa que acolhe, paróquia que evangeliza, escola que encaminha para a vida
e pátio para encontrar-se entre amigos121 – com os três âmbitos próprios da
família – o amor, a geração, a educação.
Muitas vezes, no núcleo animador da Comunidade Educativo-Pastoral existem
pessoas casadas, mas quase nunca pessoas que dela participam como casais,
isto é, como núcleo familiar. Contudo, esse poderia ser um aspecto novo a va-
lorizar em nível local, inspetorial e até mundial. É um modo concreto de tornar
visível a plenitude da comunhão eclesial, em que a presença e a comunhão
entre todos os estados de vida do cristão constituem a Igreja.
Seja rapidamente amadurecida a ideia de que algumas famílias possam entrar
numa dinâmica apostólica, fazendo um autêntico discernimento sobre a pró-
pria missão no interior de um carisma educativo-pastoral como é o salesiano.
Nem todas as famílias serão chamadas a fazê-lo, contudo, mesmo poucas delas
poderiam ser um sinal pequeno e claro da unidade dinâmica entre família e
carisma salesiano. Algumas Inspetorias salesianas viveram nestes anos e ainda
estão a viver um autêntico discernimento pastoral para aprofundar a questão
do ponto de vista teórico e prático.
Aqui podem surgir muitas coisas, tão diversas e criativas em todos os ambientes,
porque a obra pastoral nunca é simplesmente uma “repetição”, mas sempre
criação ou fruto da “fantasia da caridade” que deveria caracterizar toda obra
eclesial. O argumento da “conveniência pastoral” não entendida em sentido
mercantil, mas em sentido substancial, torna-se central: o que é melhor fazer,
aqui e agora, para tornar visível a contribuição da família e da sua espirituali-
dade ao carisma salesiano, marcado pela predição pelos jovens?
Do meu ponto de vista, sugiro três instâncias privilegiadas, entre as muitas
disponíveis e possíveis: a educação afetiva nos grupos juvenis e apostólicos; a
presença de famílias animadoras de outras famílias, sobretudo nas realidades
paroquiais e na formação dos educadores; a presença de famílias com os con-
sagrados em momentos de animação vocação local e inspetorial.
Sobre o primeiro âmbito, evidencio a contribuição estratégica das famílias no
âmbito da educação ao amor: educação afetiva, educação ao amor e à entrega
recíproca. Fazer os jovens entrarem na lógica do amor como entrega de si ao
121 Cf. Quadro referencial da pastoral juvenil salesiana, 126-131.
149

16 Pages 151-160

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16.1 Page 151

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
outro é certamente o específico que um casal há de entregar à Igreja e aos
jovens.
Pensai na dinâmica virtuosa da presença do masculino e do feminino, que traz
riquezas enormes e preciosas para a tríplice dimensão do amor, da geração e
da educação. Em particular, a complementaridade entre o registro materno e
paterno é, sem mais, necessário para uma boa educação, onde há necessidade
do acompanhamento materno e da comunicação paterna. Pensai apenas em
como as passagens das diversas etapas que caracterizam a vida familiar como
caminho de sempre maior entrega possam ser dinâmicas educativas para os
adolescentes e para os jovens:
O caminho implica passar por diferentes etapas, que
convidam a doar-se com generosidade: do impacto inicial
caracterizado por uma atração decididamente sensível,
passa-se à necessidade do outro sentido como parte
da vida própria. De aqui passa-se ao gosto da pertença
mútua, seguido pela compreensão da vida inteira como
um projeto de ambos, pela capacidade de colocar a
felicidade do outro acima das necessidades próprias, e
pela alegria de ver o próprio matrimônio como um bem
para a sociedade. O amadurecimento do amor implica
também aprender a “negociar”. Não se trata duma atitude
interesseira nem dum jogo de tipo comercial, mas, em
última análise, dum exercício do amor recíproco, já que
esta negociação é um entrelaçado de recíprocas ofertas
e renúncias para o bem da família. Em cada nova etapa
da vida matrimonial, é preciso sentar-se e negociar
novamente os acordos, de modo que não haja vencedores
nem vencidos, mas ganhem ambos. No lar, as decisões
não se tomam unilateralmente, e ambos compartilham
a responsabilidade pela família; mas cada lar é único e
cada síntese conjugal é diferente.122
Evidencio, ainda, neste primeiro núcleo de empenho específico da família, a pre-
sença e a necessidade de famílias acolhedoras para as crianças, os adolescentes
e os jovens. Famílias que participam da missão salesiana acolhendo jovens em
sua casa, através da adoção, da tutela temporária ou definitiva, da correspon-
sabilidade nas realidades salesianas que cuidam de jovens sem família, como
122 Francisco, Amoris laetitia, n. 220.
150

16.2 Page 152

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por exemplo a colaboração concreta com as casas-família. É um modo real de
participar da missão salesiana.
Sobre o segundo âmbito, relacionado com o empenho de casais na animação
de grupos de família, evidencio a necessária libertação da pastoral familiar da
tutela clerical que, como sabemos, está sempre em jogo entre duas culpas: o
“clericalismo” é sempre fruto de quem deseja ser demasiadamente protagonista
(sacerdotes ou religiosos) e de quem fica confortável jazendo numa identidade
passiva de “destinatário” (leigos e famílias). Grupos de famílias que pedem
continuamente a presença formativa do Ministro ordenado ou do Consagra-
do/a correm o risco de mortificar a adequada apostolicidade da família e entrar
num ritmo de passividade, que não serve nem à vida dos sacerdotes nem ao
protagonismo da família. Enfim, são necessárias famílias que se empenhem
pelas famílias!
Para isso, é preciso pôr-se em movimento como casais de esposos, como Inspe-
toria e como realidade local: pensai em itinerários formativos para os agentes/
formadores que os habilitem a atuar a serviço das famílias; pensai nos educado-
res de grupos como “casais”, unidos ou individualmente; favorecer o crescimen-
to dos grupos de famílias, que se formem ao redor da Palavra e da Espiritualida-
de Salesiana, para poderem ser núcleo animador de outras famílias. A presença
da família pode ser ao mesmo tempo um dom para a formação dos animadores
e dos educadores: a partir da convicção de que o sujeito educativo no interior
da família é a comunhão entre os cônjuges, e há muito a dizer, justamente em
nível de casais, sobre estratégias comuns de educação e evangelização dos
filhos em vista da formação integral de jovens que se empenhem pelos jovens.
Enfim, um terceiro âmbito, que vejo mais orientado para o discernimento voca-
cional, é aquele relacionado com as experiências de espiritualidade salesiana em
nível inspetorial e local, onde é importante mostrar a saída vocação completa
a partir da pastoral juvenil. Pensai na beleza da proximidade entre famílias,
consagradas/os e ministros ordenados nos momentos em que os jovens vivem
a angústia do discernimento vocacional: a coexistência de virgindade pelo Reino
e da fecundidade humana apresenta as diversas formas do amor que não estão
em concorrência entre si, mas vivem de uma autêntica, mas diversa fecundida-
de, tanto espiritual quanto física.
Nessa direção entrevejo dois problemas a resolver: o primeiro é o de pensar na
pastoral juvenil como pastoral sem finalidade, isto é, sem uma saída vocacional
clara e consciente. No entanto, é bom que a pastoral juvenil, tarefa ligada ao
carisma, tenha um início, mas é sobretudo bom que tenha um acabamento!
151

16.3 Page 153

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
Nós trabalhamos para gerar adultos na fé e na vida e é, por isso, que aju-
damos os jovens a confrontar-se com pessoas que alcançaram a maturidade
vocacional nos diversos estados de vida cristã. O segundo problema é o da
“animação vocacional” concentrada apenas nos chamados vocacionais “de
especial consagração”, ou seja, à vida religiosa e ao sacerdócio. Há certamente
uma especificidade própria nessas vocações, que requer cuidado e atenção
especial, que, contudo, não deve ser pensada de forma exclusiva e excludente,
mas dentro de uma dinâmica vocacional integral e integrada. Caso contrário,
a animação vocacional torna-se uma “pastoral de bonsai”, mais do que ser o
ponto de chegada para o discernimento vocacional que é tarefa de todo jovem:
Como viver a boa-nova do Evangelho e responder ao
chamado que o Senhor dirige a todos aqueles aos quais
vai ao encontro: através do matrimônio, do ministério
ordenado, da vida consagrada? E qual é o campo em que
se podem fazer frutificar os próprios talentos: a vida
profissional, o voluntariado, o serviço aos últimos, o
empenho na política?123
3.3 QUAL FORMAÇÃO? CAMINHOS PARA
A MISSÃO SALESIANA
O último ponto que pretendo tratar é, por alguns aspectos, o mais delicado e,
às vezes, o mais frágil: o da formação, porque tudo o que foi dito nestes dias
envolve, para ser realizado, o início de processos virtuosos de formação para
todos e cada um.
A improvisação é a mãe de muitos desastres, em todos os campos e em todas
as direções. A formação hoje é uma necessidade contínua que envolve uma
contínua atualização e permanente capacidade de aprendizagem. Formação
que evidentemente não se refere simplesmente às famílias, mas aos consagra-
dos salesianos e aos ministros ordenados.
Há uma verdadeira e própria reforma a ser atuada por todos, uma verdadeira e
própria conversão: assimilar o estilo da comunhão, as dinâmicas da participação
e a arte da corresponsabilidade. Falamos muito disso, mas ainda estamos muito
atrasados em relação aonde deveríamos realmente estar. De fato, ainda são
123 Cf. Sínodo dos Bispos - XV Assembleia Geral Ordinária, Os jovens, a fé e o
discernimento vocacional. Documento preparatório e questionário, II,2.
152

16.4 Page 154

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horizontes a alcançar: a valorização de todas as vocações na Igreja, a acolhida
alegre da contribuição de cada uma delas para o bem dos jovens, a vivência na
lógica do intercâmbio permanente de dons, concorrendo na estima recíproca.
Hoje, para nós, é de suma importância viver a espiritualidade de comunhão ou,
para dizê-lo com algumas últimas intervenções do nosso Reitor-Mor, a profecia
da fraternidade: consagrados, famílias e jovens juntos numa real corresponsa-
bilidade apostólica. Trata-se de fazer emergir um estilo relacional bem preciso.
Quando falo de “estilo” entendo algo de bem preciso, que indica a concretude
com que as forças e as formas – em âmbito pessoal, comunitário, institucio-
nal – se fundem numa unidade viva, dando vida a um ecossistema realmente
praticável.
No Capítulo Geral XXIV, realizado em 1996, que colocou o tema do relacio-
namento entre salesianos e leigos em vista do espírito e da missão salesiana,
falava-se de maneira profética, segundo meu modo de ver, de espiritualidade
da relação e de espírito de família, a semear, cultivar e fazer amadurecer. Três
números, parecem-me, atualíssimos em vista das condições de renovação do
nosso modo de viver e agir. Eles parecem-me um pouco como três faróis. Apre-
sento-os porque me parece que falem por si com extrema clareza:
[91] Dom Bosco homem de relação
O primeiro dom que Dom Bosco faz aos seus é o de uma relação
humana serena e acolhedora. O domínio de si permite-lhe
doar-se com extraordinária eficácia e dar, gradualmente,
à própria relação um conteúdo pastoral e sacramental.
A qualidade do encontro educativo está no ápice dos seus
pensamentos. “Todos aqueles com quem falares devem
tomar-se teus amigos”, sugere, e “ser amigo de Dom
Bosco” significa tudo em Valdocco: empenho espiritual,
felicidade interior, colaboração educativa, alegria de
família. Está convencido de que o espírito salesiano
“deve animar e guiar nossas ações e palavras”. Afirma-o
vigorosamente nas cartas ao Pe. Cagliero e ao Pe.
Costamagna de agosto de 1885: “O Sistema Preventivo
seja próprio de nós. (...) Caridade, paciência, doçura (...).
Valha isso para os salesianos entre si, entre os alunos,
e outros, externos ou internos”. “Esforça-te por fazer-
te amar”, murmura ao Pe. Rua, deixando-lhe como um
testamento e apontando-lhe o segredo da arte do bom
153

16.5 Page 155

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
Pastor. Dom Bosco entrega, pois, no fim da vida, uma
como que convicção profunda e uma preciosa herança,
a intuição recolhida no sonho dos 9 anos. E, ao privilegiar
as “virtudes relacionais”— como eixos do diálogo educativo e
da colaboração na ação — mostra-se excelente discípulo de São
Francisco de Sales.
[92] Uma necessidade dos homens de hoje
Lamenta-se hoje uma disseminada ausência de relação,
e a solidão causa mais medo que a morte, especialmente
aos jovens e aos idosos. As ciências humanas descrevem
o homem com um ser de relação. Já a partir do seio
materno, ele está impregnado de relações. Uma relação
positiva o constrói e faz feliz, uma negativa o deprime
e pode destruir. Em todos os casos, a relação se encontra no
coração de todo contato educativo, de todo esforço de colaboração,
da serenidade familiar como da eficácia de uma comunidade
educativa pastoral. “É preciso tornar-se irmãos dos homens no
próprio ato de querermos ser deles pastores, pais e mestres. O
clima do diálogo é a amizade. Antes, o serviço” (Paulo VI).
[93] A resposta salesiana: a amorevolezza (a bondade)
A escuta dos leigos e dos jovens nos convence de que
existe uma grande vontade de relação. E que existem
na Congregação numerosas experiências que fundam a
esperança de poder crescer nessa direção, exprimindo em
plenitude — juntamente com os leigos e primariamente
em relação a eles — as riquezas da bondade (amorevolezza)
salesiana e do espírito de família que dela deriva. Ela corre
o risco de degradar-se a mero instrumento técnico, captador e
manipulador da personalidade do outro, jovem ou adulto. Por
isso deve encher-se de caridade até se transformar em
expressão de autêntica espiritualidade relacional. Dela
é fruto e sinal a castidade serena, tão cara a Dom Bosco,
que mantém o equilíbrio afetivo e a fidelidade oblativa. Assim
revigorada e purificada, a relação educativa se exprime
no encontro pessoal, constrói um ambiente formativo
estimulante, encoraja o caminho em grupo, acompanha
a maturação vocacional.
154

16.6 Page 156

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Quanto ao que se refere às competências pessoais, creio em algumas atitudes
admiravelmente sintetizadas também pelo CG24 no n. 103 em vista da cons-
trução da Comunidade Educativo-Pastoral:
Consideremos como importante cultivar nesses
itinerários algumas atitudes:
ee a atenta tomada de consciência dos nossos
comportamentos relacionais e comunicativos,
ee a paciência da escuta e a disponibilidade para
dar espaço ao outros,
ee a opção de dar confiança e esperança,
ee a disponibilidade para entrar na lógica do
intercâmbio de dons,
ee a prontidão para dar o primeiro passo e acolher
sempre com bondade,
ee a aceitação da disciplina cotidiana que valoriza
o estar juntos,
ee a prontidão à reconciliação.
Trabalhar juntos segundo o estilo de corresponsabilidade apela para algumas
nossas conversões pastorais decisivas: passar do “fazer pelos jovens” ao “fa-
zer com os jovens”; passar dos “eventos isolados” à “pastoral do cotidiano”;
passar da “convocação de massa” ao “acompanhamento responsável”; passar
do “sempre se fez assim” ao “pensar juntos segundo o Evangelho”; passar da
“corresponsabilidade executiva” à “corresponsabilidade de projetos”; passar
da “aceitação” dos leigos e das famílias à sua “valorização”.
A partir da formação que nos habilita antes de tudo a trabalhar juntos, desen-
volvendo a graça de ser um “vasto movimento” com muitos dons que devem
ser compartilhados, nascem algumas exigências específicas, que são típicas do
nosso carisma educativo e evangelizador.
Há certamente necessidade de formação sobre o nosso método educativo: o
Sistema Preventivo – feito de razão, religião e bondade – que permanece para
nós a referência para viver uma experiência espiritual e educativa em cada uma
das nossas realidades.124 Em seu interior encontramos os grandes pilares da
espiritualidade juvenil salesiana, já bem identificados desde o Capítulo Geral
XXIII, de 1990:
124 Cf. Quadro referencial da pastoral juvenil salesiana, 75-103.
155

16.7 Page 157

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
1. Espiritualidade do cotidiano. O cotidiano inspirado em
Jesus de Nazaré é o lugar em que o jovem reconhece a
presença operosa de Deus e vive a sua realização pessoal.
2. Espiritualidade da alegria e do otimismo. O cotidiano deve
ser vivido na alegria e no otimismo, sem por isso
renunciar ao empenho e à responsabilidade.
3. Espiritualidade da amizade com o Senhor Jesus. O cotidiano
é recriado pelo Cristo da Páscoa que dá as razões da
esperança e introduz numa vida que encontra n’Ele
a plenitude de sentido.
4. Espiritualidade da comunhão eclesial. O cotidiano se
experimenta na Igreja, ambiente natural para o
crescimento na fé mediante os sacramentos. Na
Igreja, encontramos Maria, primeira crente, que
precede, acompanha e inspira.
5. Espiritualidade do serviço responsável. O cotidiano é
entregue aos jovens num serviço generoso, ordinário
e extraordinário.125
Há a necessidade da formação específica sobre a pastoral juvenil, que é a nossa
missão característica, e seus cinco âmbitos de ação – promoção humana, anún-
cio explícito, formação moral da consciência, corresponsabilidade e acompa-
nhamento vocacional em ótica vocacional – que devem ser levados seriamente
em consideração e aprofundados como possibilidade de sistematizar projetos.126
Há, enfim, também uma formação específica sobre a pastoral familiar: for-
mação para a preparação dos jovens ao matrimônio, o acompanhamento dos
jovens casais e de grupos de famílias, a integração de casais em situação de
dificuldade. Sobre isso tudo há uma literatura quase ilimitada e uma miríade de
propostas eclesiais em todos os continentes, nações e dioceses.
Pontos firmes
a. O próprio da família: somos chamados a reconhecer com gratidão o
que é específico e característico da família e não de outros estados
de vida cristã;
125 Capítulo Geral 23, n. 161. Cf. Quadro Referencial da pastoral juvenil salesiana, 93-99.
126 Permito-me aqui endereçar a (con A. Bozzolo, R. Carelli e P. Zini - Prefazione di G.
Mari e postfazione di S. Currò), Pastorale giovanile 1. Evangelizzazione ed educazione
dei giovani. Un percorso teorico-pratico, LAS, Roma 2017, 333-398 [em preparação a
tradução em português pela Editora EDEBÊ de Brasília].
156

16.8 Page 158

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b. A contribuição da família: no interior do carisma salesiano, somos
chamados a valorizar o próprio da família para a educação e a evan-
gelização das jovens gerações;
c. A necessária formação: para sair da improvisação e da incompetência,
somos chamados a formar-nos junto com as famílias segundo o nosso
carisma salesiano.
CONCLUSÃO
Agradecendo a todos e a cada um de vós pela atenção e paciência, deixo-vos
como conclusão operativa, três simples perguntas, que se referem a cada uma
das três partes da minha exposição.
O carisma familiar. De que modo em nossas realidades salesianas procuramos
realizar o “espírito de família” como clima adequado que favorece o surgimen-
to do contexto familiar da educação, o único capaz de repropor o ambiente
pastoral típico das nossas origens carismáticas?
A pastoral juvenil salesiana para a família. Como estamos nos empenhando
com convicção numa verdadeira e própria “pastoral juvenil vocacional”, que
envolva os jovens frequentadores das nossas casas, dando também uma aten-
ção especial às suas famílias de proveniência, através de um acompanhamento
adequado?
A família corresponsável da missão salesiana. De que modo e em quais âmbi-
tos estamos valorizando a contribuição específica da família para a eficácia da
missão salesiana em nossas Inspetorias e em nossas realidades locais e quais os
itinerários de formação que iniciamos para qualificar-nos nesta tarefa?
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16.9 Page 159

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
158

16.10 Page 160

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REFLEXÕES
REGIONAIS
AFRICA & MADAGASCAR
ANGLOPHONE GROUP
1. A charism of the family. Rediscovering family spirit is essential if we
are to reclaim the pastoral atmosphere of our founding charism. In
our Salesian realities, how do we make “family spirit”, which is the
necessary context for our style of education, a lived reality?
MMSharing our charism with young people and laity and other
interested individuals and groups is one of the ways we must
rediscover our family spirit.
MMWe need to explore ways of balancing professionalism in our
institution with relationship with young people, families and
all our collaborators. Less talk, more actions.
MMNeed to improve relationship and collaboration with all the
members of the Salesian family.
MMUrgent need to heed to the call to Return to Don Bosco and
to young people by being present with the young people, not
only in the classrooms but especially at the playground.
MMRediscovering the family spirit is also inculcating in each of us
the same passion that drove Don Bosco.
MMWe need to understand what Salesian Spirit means; but most
importantly, the emphasis should be on the ownership of
the mission and sense of co-responsibility in planning and
ownership of the mission of Don Bosco.
MMThe animating nucleus in our Centres should not necessarily be
Salesians, but the joint planning and activities of the Salesians
and the collaborators.
MMThere is need to orient everyone who is interested in joining
the Salesian family so that the insertion becomes concrete and
committed.
MMNeed to rediscover Table-Fellowship as an integral part of the
159

17 Pages 161-170

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17.1 Page 161

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
Salesian spirit. This is highlighted especially in the Salesian
festivities and celebrations, especially in the oratories and
schools.
MMPlanning together as EPC for the mission in a systematic
way and concluding with table fellowship. Secondly, shared
responsibilities in the missions, we should not plan as EPC and
implement as SDBs.
2. Salesian Youth ministry for the family. What commitments are we
making to build a genuine “vocational youth ministry” that involves
all the young who come to our houses, including the necessary
accompaniment to their families of origin?
MMImitation of Don Bosco whose approach was vocational
proposals made to young people, usually in an informal way.
however, there is need to have an orgnised and systematic
programmes that allows the young to reflect on and envision
what they want to be.
MMStrengthen and structure Career Guidance Offices within all
our sectors and institutions in such a way that they will be
more structured to meet the needs of young people in career
and vocational choices.
MMThere is need to create processes that complement
programmes and activities that are tailored to assist the young
people to follow their vocations. One of the processes is one-
on-one dialogue with the young in a personal and friendly
way.
MMGroup accompaniment: in many of our institutions, we
have groups with young of like minds. Our closeness and
accompaniment can go a long way to assist them in vocational
choices.
MM3. The family as co-responsible for the Salesian mission. How
and in what areas of our work are we recognizing the specific
contribution that families can bring so that our Salesian
mission may become more effective at the local and provincial
levels? What formative itineraries have we undertaken to
better prepare ourselves to do this?
MMThe team of vocation animation need to henceforth collaborate
with lay people in planning and implementing their formative
plans and activities.
MMWorking with parents in our schools (PTA) and oratories helps
us to understand the background of the children that come to
our schools and centres and their challenges.
160

17.2 Page 162

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MMWhenever we invite the parents of the boys who are with us,
we need to invite both of them so that they will show to their
children through their presence the beauty of love.
MMInvite role model parents from time to time to share with
young people the ups and downs and beauty and joys of
marriage and family life as a way of inculcating culture of
openness on family and sexuality issues in our environment.
MMAs Salesians, we need to be courageous to let families and
groups to know where we need their help, especially in
catechesis, leading people to Jesus and helping the faithful to
appreciate the scripture.
MMReflections and discussions on Amoris Laetitia in many of
our communities are steps we take to prepare ourselves
to understand the role of the family and the need for our
collaboration for greater impact in our mission.
AFRICA – MADAGASCAR
GROUPE FRANCOPHONE
COMMENT NOUS NOUS ENGAGEONS DANS UNE VRAIE PASTORALE
VOCATIONNELLE DES JEUNES
eePrendre progressivement conscience que la vocation est large et
susciter les vocations dans tous les secteurs de nos œuvres (vocation
matrimoniale et religieuse et choix de vie).
eeFaire de la famille un grand collaborateur: fréquenter les familles des
candidats à la vie salésienne ou les parents des confrères.
eeImpliquer toute la communauté éducative et pastorale dans
l´accompagnement des vocations et des familles.
eePromouvoir et accompagner la famille salésienne.
eePrésenter la pastorale vocationnelle comme partie intégrante de la
pastorale des jeunes. Toute pastorale des jeunes est vocationnelle.
eeImpliquer les parents dans l´animation des activés pastorales.
eeMettre en place des itinéraires de formation ou des plans de formation
pour accompagner les familles.
eeOrganiser des rencontres des familles avec les jeunes en recherche,
ou soigner là où cela se fait déjà.
161

17.3 Page 163

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
eeProfiter de nos plateformes de communication pour promouvoir la
vocation en général.
eeQue chaque animateur ait son groupe de référence.
eeS´intéresser pour la situation des jeunes et de leurs familles.
eePréparer les parents pour qu´ils accompagnent leurs enfants dans leur
décision vocationnelle.
eeEviter de présenter la vocation matrimoniale comme un échec.
eePromouvoir les écoles de mariage à base d´itinéraires.
eeMettre l´accent sur la quatrième dimension du PEPS dans nos secteurs.
eeOuvrir nos maisons à toutes les personnes.
eeApprendre à connaitre les familles et les impliquer progressivement
dans nos œuvres.
INTERAMÉRICA 1
Carisma familiar:
Entre las Inspectorías se identifican algunas estrategias para fortalecer, favorecer
este espíritu de familia, entre las cuales:
1. El proyecto de Formación Conjunta, Proyecto Laicos o Proyecto Segla-
res. La capacitación de laicos y salesianos en salesianidad se identifica
como una de las estrategias más fuertes.
2. Los diversos encuentros, retiros, celebraciones que se realizan como
iniciativas, algunas inspectoriales y otras locales, para fortalecer y
favorecer este espíritu de familia. Algunas estrategias locales sencillas
ayudan a este ejercicio.
3. Algunos proyectos inspectoriales o locales PEPS, propugnan por el
fortalecimiento de este rasgo carismático.
Sin embargo se descubre la necesidad de seguir trabajando por salesianizar aún
más las Inspectorías y obras; pero también algunas circunstancias han permitido
identificar la existencia de este rasgo: terremoto en Haití, huracán en Puerto
Rico, son algunos ejemplos. Se constata que la presencia de directores o núcleos
“ANIMADORES”, garantizan - fortalecen un espíritu de familia.
162

17.4 Page 164

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INTERAMÉRICA 2
La pastoral juvenil salesiana para la familia. ¿Cómo nos estamos comprometien-
do en una verdadera y propia “pastoral juvenil vocacional” que implique a todos
los jóvenes que frecuentan nuestras casas, asegurando una atención especial a
las familias de las que provienen, por medio de un adecuado acompañamiento?
eeEs importante ubicar que el paso por este congreso va a significar un
“antes y un después”. Es evidente que hay inspectorías que están
“más delante que otras”, algunas que el tema está asumido inspec-
torialmente y en otras no.
eeEn algunos lugares ya no se habla de pastoral vocacional, sino de la
dimensión vocacional de la pastoral juvenil.
eeSeguir asumiendo y profundizando el CRPJ ya que va en la línea de
la transversalidad de la cuestión vocacional.
eeEl carisma ya tiene todos los elementos necesarios para dar unidad
a la pastoral juvenil, familiar y vocacional. Es necesario recuperarlos,
profundizarlos, ponerlos en practica.
eeLo que nos falta es sistematizar, hacer evidente, resaltar… experien-
cias que ya tenemos.
eeDesde el PEPSAL bien hecho, tomando en cuenta a todos en una real
y efectiva representación de la CEP.
eeImplicación de personas… cualificar y respetar funciones.
Desafíos que emergen del Congreso para tomar en cuenta en la Inspectoría:
eeLa familia como sujeto de evangelización y de la Pastoral Juvenil.
Poner a la familia en el corazón de la PJ, no son dos pastorales en
paralelo.
eeContinuidad con los procesos pastorales, hacer enlace entre el MJS
y las familias.
eeLa familia llevarla al corazón de la PJ, decisión motivada no solamente
por la gestión, sino liderar esta idea y plantear estrategias. Gestión
hacer cosas, liderar llevar adelante estrategias.
eeOrganizar un encuentro con los coordinadores de pastoral (salesianos
y laicos) de la inspectoría para replicar los contenidos y las reflexiones.
eeSocializar la experiencia para poner a todos en contexto.
eeCrear una escuela de formación de familias, a nivel inspectorial.
eeEn las inspectorías donde no está muy consiente el tema familia en la
163

17.5 Page 165

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
PJ o no está organizada a nivel inspectorial. Dependiendo del punto
de partida donde nos encontramos.
eeTrabajo como Familia Salesiana
eeAsegurar que se introduzca en el lenguaje pastoral….
eeIntegrarlas a los proyectos pastorales: POI. PEPSI.
eeSi queremos llevar a la familia al corazón de la pastoral, debemos ha-
cerlo bien, apoyarnos de las ciencias humanas, la profesionalización,
para enriquecer las propuestas.
eeRevalorar la noción de CEP (donde se supone hay familias), el mismo
PEPSI, las dimensiones de la PJ… en definitiva el carisma salesiano
desde el criterio oratoriano, desde el espíritu de familia.
eeComunicar nuestra experiencia de familia, de espíritu de familia.
eeFamilia Salesiana. (en ocasiones trabajamos disfuncionalmente…)
AMÉRICA CONE SUL - CISBRASIL
Um carisma familiar. De que modo, em nossas realidades salesianas, procuramos
realizar o “espírito de família” como clima adequado que favorece o surgimento
do contexto familiar de educação, o único grau para propor o ambiente pastoral
típico das nossas origens carismáticas?
eeConstruindo uma ideia adequada de “casa” com identidade
salesiana, sobretudo para os educandos.
eeUma “casa salesiana” realmente aberta: seja pela disponibilidade dos
SDB seja pela disponibilidade física dos espaços das obras.
eeUtilizando o indicativo do Sistema Preventivo de sempre valorizar
o bom e o esperançoso da vida dos jovens e das famílias, sem
desconsiderar o que precisa ser melhorado.
eeEnxergando o “todo” da acolhida e do acompanhamento dos jovens
e das famílias feito pelas obras salesianas.
eeValorizando as ações próprias do “espírito de família” - tanto com
os educadores e educandos quanto com as famílias - que cria o
ambiente educativo próprio do trabalho salesiano: lúdico, esportivo,
cultural, celebrativo, etc.
A Pastoral Juvenil Salesiana para a família. Como é que estamos nos empenhan-
do com convicção numa verdadeira e própria “Pastoral Juvenil Vocacional” que
164

17.6 Page 166

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envolva todos os jovens que frequentam as nossas casas, tendo também uma
atenção especial à sua família de proveniência, através de um acompanhamento
adequado?
eeCrescendo na consciência de que somos “Família Salesiana” tanto
no que diz respeito à formação quanto nas ações organizadas em
conjunto voltadas para a acolhida/acompanhamento dos jovens e
das famílias.
eeJá existem trabalhos pontuais envolvendo SDB e leigas/leigos no
atendimento dos jovens e das famílias... mas dificilmente organizados
em forma de processo.
eePerder o receio de entender a Pastoral Juvenil também como
Vocacional: criar e/ou reforçar uma “cultura vocacional”.
eeOrganização e trabalho das Comissões de Pastoral Juvenil Salesiana
(inspetoriais e regionais) e dos Conselhos Nacionais da AJS/MJS (locais
e inspetoriais).
A família corresponsável da missão salesiana. De que modo e em que âmbitos
estamos valorizando o contributo específico da família para a eficácia da missão
salesiana nas nossas Inspetorias e nas nossas realidades locais?
eeVencendo a barreira ideológica de que “envolver a família na CEP”
significa apenas convidá-la para participar de reuniões e encontros.
eeValorizando os grupos laicais, sobretudo da Família Salesiana, no seu
carisma e na sua missão.
eeAbrindo espaços para o envolvimento e a participação das famílias,
sobretudo na CEP e no Conselho da CEP.
E que caminhos de formação desenvolvemos para nos qualificarmos nesta
tarefa?
eePor enquanto os “caminhos” se reduzem: à reunião de pais de obras;
a alguns retiros (sobretudo retiros da Família Salesiana); ao incentivo à
participação em grupos (pastorais e movimentos) de casais; a algumas
palestras na área da educação e da família, etc.
eeNecessidade de conscientização de que ainda há um longo caminho
a ser percorrido: converter a mente e o coração dos SDB e da Família
Salesiana para a causa dos jovens e das famílias; aproximar as famílias
das obras salesianas; trabalhar juntos (sobretudo como Família
Salesiana) e de modo projetual (com orientação e acompanhamento
inspetorial) e processual (entendendo a família primeiro como
165

17.7 Page 167

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
“objeto” e depois como “sujeito” da ação); constituir atividades
dentro de processos (pastoral de processos e não tanto de eventos);
etc.
AMERICA CONO SUR - SEPSUR
LA FAMILIA EN LA PROPUESTA PASTORAL SALESIANA.
a) Un carisma familiar.
Notamos que tenemos un buen trabajo sobre este tema con los jóvenes de
nuestros ambientes pero nos falta crear espacios para favorecer el clima de
familia con docentes y padres.
Hay muchas actividades en nuestras obras que son significativas y que ayudan
al clima de familia y sentido de pertenencia : retiros, jornadas institucionales,
celebraciones, encuentros, etc.
Es significativo el clima de familia que se ha generado a partir de promover
instancias de pequeñas comunidades dentro de instituciones grandes, ellos
permitió un conocimiento mutuo, colaboración, fraternidad…
El clima de familia es posible cuando logramos trabajar corresponsablemente
entre salesianos, laicos y otros miembros de la FS.
Notamos que espontáneamente generamos un clima de familia y confianza,
los alumnos, animadores, padres entre otros se siente bien porque estamos a la
mano somos cercanos… lo que a veces no logramos es dar paso a la generación
de la CEP, del trabajo compartido y proyectado, de integrar esta experiencia
fraterna y cordial dentro de un proceso.
b) La pastoral juvenil salesiana para la familia.
Existe en ARS una experiencia donde el aspirantado busca ser un centro voca-
cional para los jóvenes en la diversidad de vocaciones.
En la universidad de Chile se pudo incorporar un espacio para que los estu-
166

17.8 Page 168

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diantes puedan pensar su profesión desde la perspectiva del proyecto de vida.
En el equipo de pastoral juvenil de ARN se generaron instancias para reflexionar
sobre la dimensión vocacional del carisma y sumar esta reflexión -de la vocación
como punto de partida y de llegada de toda acción pastoral- en todos los sec-
tores de animación (MJS, escuelas, CFP, parroquias, directivos, etc.) tratando de
dejar de lado la concepción de vocación reducida a la vida religiosa y sacerdotal.
En ARN tuvieron un buena experiencia en generar una comunidad de jóvenes
para reflexionar sobre el propio proyecto de vida con un itinerario accesible y
significativo de ello surgieron muchas vocaciones para los sscc y para los sdb.
c) La familia corresponsable de la misión salesiana.
Reconocemos que todavía nuestros proyectos y acciones pastorales comprenden
a la familia como objeto, destinatarios pasivos. El encuentro nos está ayudando
a revisar nuestras prácticas para poder dar paso a las familias como sujetos
activos de la misión.
Los laicos deben hacer camino, acompañado por la comunidad religiosa, para
empoderarse en los procesos de animación y gobierno de las obras salesianas.
Conversión pastoral para evitar el clericalismo muchas veces arraigado no solo
en los religiosos sino también en los laicos.
En algunas inspectorías hay laicos que asumieron roles de animación de las
obras enriqueciendo la reflexión y la acción pastoral desde su experiencia de
vivir el carisma y la misión como padres.
EAST ASIA - OCEANIA 1
The family is co-responsible for the Salesian mission. In our parish ministry,
how and where are we recognizing the specific contribution that families can
bring so that our Salesian mission may become more effective at the local and
provincial levels? What formative itineraries have we undertaken (or can we
undertake) to better prepare ourselves to do this?
167

17.9 Page 169

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
Lay empowerment is a trend in the Church. We can form the young to be
apostles to the family. We can go beyond the structure of the family, involving
not only the parents but also the grandparents in the formation of the youth.
We need to involve the whole family in youth ministry, because it is in the family
that we foster that vocation to love. If the young person does not feel loved
in the family, then it would be more difficult to receive that from elsewhere.
Constant communication can be done, even daily, between the parents and
their children (in some settings, through the Students’ Handbook).
We can and should involve the parents in planning our pastoral ministry with
young people. This may not be easy because one problem is that sometimes, the
parents themselves are hands off in relation to our work. We should therefore
involve them even from the planning stage of our apostolate.
The parents should be aware of our charism, of the uniqueness of Salesian
Youth Ministry, what distinguishes it from other ways of doing youth ministry.
There is a value in talking about Youth Ministry and Family in the Provincial level.
There is a need to form all Salesians in the specific aspect of Family Ministry.
Our works indeed should focus on the family and the Province can make the
courses available for the Salesians and the lay people. Someone who belongs
to the Province Youth Ministry Team should focus on Family Ministry.
A charism of the family. Rediscovering family spirit is essential if we are to
reclaim the pastoral atmosphere of our founding charism, in our salesian
realities, how do we make “family spirit”, which is the necessary context for
our style of education, a lived reality?
Settings with boarding schools have an advantage in instilling the Family Spirit.
For students who come only during the day, this becomes more difficult. Time
is indeed a factor in our contact with young people.
Family Spirit should be a mark of the Educative Pastoral Community. This is
sometimes misunderstood: professionalism is sometimes sacrificed in the name
of family spirit, or vice versa. However, these can actually go together: we are
close together as a family, but we have a vision and a mission. Family Spirit in
our ministry is built through structures, feasts, and activities. The way liturgies
and assemblies are conducted in our settings may facilitate growth in Family
Spirit. There is a whole range of ways in which Family Spirit may be inculcated.
Family Spirit should begin with the Salesians and this should be imbibed in
168

17.10 Page 170

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formation. We should make our communities embody Family Spirit, for conflicts
in communities are discernible by lay people.
Family Spirit flows onto our lay mission partners. Even in works managed by lay
people. Since these lay people in our settings have been constantly immersed
in them, there may even be instances when Family Spirit is stronger than when
there were Salesians! Even the language helps: Oratories, instead of classrooms,
the word in the ear, etc.
Salesian Youth Ministry for the Family. What commitments are we making to
build a genuine “vocational youth ministry” that involves all the young who
come to our houses, including the necessary accompaniment of their families
of origin?
FOCUS ON VOCATION MINISTRY
The focus of our education in the olden times was for young people to excel so
that they would have a good future. Today, there is more emphasis on making
life choices, about who they are and what they feel about things. This is actually
vocational youth ministry. We see this in how students look at their careers,
which is something positive, rather than just advising them about their career.
STRENGTHEN EXISTING GOOD PRACTICES
We carry on with the good practices that we are already doing: retreats,
initiation programs, good morning/good night talks, the word in the ear, religion
classes, etc. These are practices that we can maximize and that we should
preserve. Our commitment then goes with the line that we need not reinvent
the wheel.
PLAN!
There should be regular planning, as for example, goal setting at the beginning
of the year.
CONTACT WITH FAMILIES
The Salesians or lay educators or youth ministers can visit the families of the
young people so as to get to know them better. This is one way of knowing
and reaching the peripheries. This can also be done by the formators to those
who are in initial formation.
169

18 Pages 171-180

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18.1 Page 171

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
EAST ASIA - OCEANIA 2
A. In our salesian realities, how do we make family spirit, which is the necessary
context for our style of education, a lived reality?
eeLiving out loving-kindness in our places of apostolate is one way
of making family spirit a lived reality. This means we need to have
physical presence among the Young and be patient with them.
eeThe rector as the main animator of the EPC should have a fatherly
character in order to inspire the EPC to live as a family.
eeSometimes generational gap becomes a challenge to family spirit
becoming a lived reality. Therefore, an ongoing formation for salesians
is needed in order to strengthen community life.
eeGood fraternal life of the Salesian community is a good witnessing to
the lived reality of family spirit. Hence, the Salesians are encouraged
to live in harmony and unity because every Salesian community is the
animating nucleus of the EPC.
eeIn the wider reality of the Salesian Family, the family spirit becomes
a lived reality through recollection together and celebrating Salesian
feast days together.
B. What commitments are we making to build a genuine vocational youth
ministry that involves all the young who come to our houses, including the
necessary accompaniment to their families?
eeTo involve families of the young people as active subject of our youth
ministry. There is a need to establsih continuous dialogue between
the Salesians and the families of the young people.
eeTo establish friendship with families, particularly in promoting the
sense of permanent commitmment.
eeTo draw up formation plan for adult in order to be more committed
in the self-giving for accompanying the youth.
eeEmpowering lay people with formation in order to take part in the
vocational youth ministry particularly in accompanying the youth.
C. How and in what areas of our work are we recognizing the specific
contribution that families can bring so that our Salesian mission may become
more effective at the local and provincial level? What formative intineraries have
we undertaken to better prepare ourselves to do this?
170

18.2 Page 172

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eeInvolving families as members of the EPC.
eeA consistent studies and reflection on families.
eeWorking together co-respinsibly by valuing lay people’s presence and
contribution in our ministry for the young people.
SOUTH ASIA 1
1. Rediscovery of the Salesian charism – family Spirit
eeThere is a family spirit permeating in our institutions.
eeYounger Salesians seem to be losing the Saleisan spirit – family spirit.
MMIn some provinces – the fraternal spirit is less visible. There are
divisions, suspicion, distrust and lack of cooperation. Confreres
are jealous about each other.
MMEthnic issues, caste differences, etc., block family spirit.
MMThere is lack of adequate human formation with regard to
ability to dialogue, to give fraternal correction and to receive
correction.
MMUnity and fraternal love is sine qua non for bringing about.
2. Vocational guidance in our works
eeParents meet in the schools.
eeCatechism classes, Sunday Catechism.
eeParents-teachers meeting with regard to the children.
eeSelf-help groups are used to teach about life.
eeCareer guidance, vocation camps and visits of the family.
eeCommunity(neigbourhood, officials, police etc) is used to build the
children.
eeOrientation programme for the outgoing students.
eeMarriage preparation of adults.
3. Family as co-responsible for the Salesian Mission
eeYoung people become volunteers in Sunday school.
eeParents are involved in the formation of the Salesians. They are invited
to visit and see what their children do in the formation houses.
eeBCCs share in the mission of the church.
eePreparation of the sacrament of confirmation by the adults.
eeMen and women’s association share in the mission of the parish.
4. What formative programmes are organized for the Salesians and the lay
collaborators.
171

18.3 Page 173

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
eeParents are invited to celebrate a day in the pre-novitiate and in the
novitiate.
eeThere is a shift from involvement of the Salesians alone to lay people
who are involved in teaching in the seminaries.
eeSome provinces are animated to their collaborators with regard to
the Salesian identity.
eeOrganize and re-energize the past pupils of schools and colleges.
eewe, Salesians stand in need of formation, particularly with regard to
conversion of the mind to take on board.
SOUTH ASIA 2
Question number C. The Family as co-responsible for the Salesian Mission.
1. Families can help in counselling provided they are trained.
2. Families can help in all sectors of our ministry (Basic Christian
Communities, preparation for First Holy Communion, Catechism
classes, assistance in the boarding etc.)-
3. The families can help with marriage preparation clases.
4. Street children can live in family style within our campus.
5. Families Preaching retreat to the College and school students and
teachers.
6. The children who do not have parents can be given foster care with
parents from families.
7. Families can help also in finding employment opportunities for the
young
8. The parents and families could be asked to meet and speak with the
children in our care.
9. The parents of the seminarians could be involved in the formation of
the brothers provided they are trained.
10.Families at the local level could adopt or financially help Salesian misión.
11.In the mission areas families help as catechists and evangelisers.
12.Catholic families can help with home-integration.
13.Family members can help as members of the Provincial commissions
to help in our misión.
14.Families can also be involved in the vocation promotion and vocational
discernment of young people.
172

18.4 Page 174

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Formative itineraries to better prepare ourselves!
1. Studying various documents which speak about the importance of
families and these could be included in the formation plan.
2. We need to set criteria of specialization for our Salesians (for example
Youth Ministry, Family Counselling) and ensure their contribution in
their specialization.
3. Guidelines and training material to be prepared for the Salesians to
enter into family ministry.
4. To build competencies in the Salesians in the specific training to work
along with families.
5. More awareness programmes can be organized at the provincial and
local level for the Salesians and the families to learn to work together
for the mission.
6. To have a comprehensive data about our beneficiaries to organize
more and better services.
7. To organize music and other activities which attract families to our
services.
8. To manifest a witnessing life to attract families and young people.
Question number 1
Rediscovering Family Spirit in our Salesian Setting
1. By being a welcoming community in attitude and in action.
2. People-friendly campus.
3. Availability and accessibility.
4. Communion among ourselves.
5. Collaboration and co-responsibility among ourselves
6. To be faithful to the simple daily practices like praying Rosary with
boys.
7. Remove the barriers in our communities (cultural, language, caste etc.).
EUROPE CENTRE NORTH
B. Salesian youth ministry for the family. What commitments are we
making to build a genuine “vocational youth ministry” that involves all the
173

18.5 Page 175

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
young who come out to our houses, including the necessary accompaniment
to their families of origin?
Marriage and consecrated life go hand in hand. We are grateful for the privilege
of working with many animators; we also reckon how often we have spent
time asking them what to do rather than reflect on who they should be. Their
plea surprises us.
Formation means an openness for a journey, a privilege way of accompanying
the young, giving them the capacity to love and mirror it back.
Main challenges: invite young people to consider a discernment process of what
God is asking of them, Presenting role models; consecrated and lay, journey
with them.
Religious values are caught and not taught. Young people feel the sense of
family and trust: a first and sure way to create a culture.
Rediscover the preventive system. Get in touch with families, share quality time.
Spirituality behind the ethos: commitment of SDB’s teaching the “why” we do
what we do.
Bring the young to believe in themselves and in who they are. Some do not
believe in the value of being “children of God” as opposed to seeing the
difficulties or challenges. You are precious!
Friendship with Jesus; helping them to encounter Christ in the sacraments is
often difficult but they are still encouraged to encounter Jesus in loving others,
passing on this love.
Rediscover a new language which is common to the young: a language which
enables them to encounter love.
We reckon the failure of deciding for them what they needed and what they
don’t like. Direct encounters with Christ are being proposed with huge positive
surprises. This bravery is speaking more of our fears rather than their failures.
Our commitment: pick experiences which speak to their feelings as a starting
point to move towards God’s grace.
174

18.6 Page 176

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We underestimate the Young person’s needs for the spiritual and what can be
done through us by God. We need to go back to Don Bosco and the Valdocco
dream.
C. The family co-responsible for the Salesian mission. How and in what
areas of our work are we recognizing the specific contribution that families
can bring so that our Salesian mission may become more effective at the local
and provincial levels? What formative itineraries have we undertaken to better
prepare ourselves to do this?
Though “family spirit’ is felt by many students, we admittedly don’t have a
planned strategy.
Some kindergartens are followed by salesian parishes especially round the
Sunday liturgy. This might serve as a first step in bringing back families who
were distant.
The need to plan and create spaces for religious encounters as a strategic way
forward. Recover the Salesian “assistance” as a privileged way of being with
the young.
We need to take the Congress back and translate it in an action plan.
There are some structured initiatives but not really an organic plan. A paradigm
shift is needed.
The need to go back, create a space for families, in order to listen to their needs
rather than prepare courses/opportunities pre-fabricated according to what I
see important rather than what they actually need.
Lay people have to shake the SDB’s to invest in relationships. SDB’s struggle to
maintain their identity, not because they are anti-lay, but because what their
formation led them believe to be. It left many SDB’s in a vulnerable position,
lay people are entering the world of the young.
Initial formation can be enriched by considering families’ encounters and
testimonies as well as basic systemic training/awareness.
Wedding is only the beginning and not the end. This also applies for SDB’s: the
profession in not the climax but the beginning of the journey of relationships.
In countries where foreign SDB’s are working, one has to be sensible towards
175

18.7 Page 177

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
cultures. Foster a mentality of formation teams run between SDB’s and couples.
An inward desire to be with the young.
Time to celebrate; time to spend time with the young.
Rediscover the letter from Rome (1884). It is reassuring to know that SDB’s in
DB’s time had to be reminded that “family spirit” is not automatic; it is a divine
gift which needs to be fostered and taken care of. We are getting in touch with
the giftedness of the current milieu.
MEDITERRANEA 1
ITALIA & PORTOGALLO
Domanda 1
Alcuni aspetti che creano spirito di famiglia:
eeLo stile di accoglienza
eeIl coinvolgimento dei ragazzi nel pensare e fare
eeAttenzione ai momenti informali e alle relazioni
eeAffidarsi a Dio per avere un cuore libero e non appesantito dalle cose
e dalle urgenze rende più capaci nell’accogliere l’altro
eeInvestire sulle relazioni all’interno dei consigli CEP e, a cascata, su
tutta la CEP
eeLa presenza di anziani sereni favorisce molto il clima di famiglia
eeLa possibilità di utilizzare spazi riservati alla Comunità Salesiana
eePregare assieme l’uno per l’altro
eeLa partica educativa dell’angelo custode
Domanda 2
Il tema del profilo in uscita nelle nostre scuole: quando pensiamo
all’orientamento nelle realtà scolastiche lo restringiamo solo nel campo
scolastico-lavorativo e il “meta-messaggio” che passiamo è che la cosa
importante per il tuo futuro è la tua professione e non la tua vocazione.
176

18.8 Page 178

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MEDITERRANEA 2
ITALIA & MEDIO ORIENTE
Domande:
1. Un carisma familiare. In che modo nelle nostre realtà salesiane
cerchiamo di realizzare lo “Spirito di famiglia” come clima adeguato
che favorisce l’emergere del contesto familiare dell’educazione,
l’unico in grado di riproporre l’ambiente pastorale tipico delle nostre
origini carismatiche?
2. La PG salesiana perla famiglia. Come ci stiamo impegnando con
convinzione in una vera e propria “pastorale giovanile vocazionale”
che coinvolga tutti i giovani che frequentano le nostre case, avendo
anche una attenzione speciale alla loro famiglia di provenienza,
attraverso un accompagnamento adeguato?
3. La famiglia corresponsabile della missione salesiana. In che modo ed
in quali ambiti stiamo valorizzando l’apporto specifico della famiglia
per l’efficacia della missione salesiana nelle nostre ispettorie e nelle
nostre realtà locali e quali cammini di formazione abbiamo intrapreso
per qualificarci in questo compito?
Risposte (a partire dalla domanda numero 2 e poi dalla numero 3):
Il coinvolgimento della famiglie nella PG è un fatto diffuso sia a livello locale
che a livello ispettoriale.
Alcune famiglie sono coinvolte anche in alcuni “gruppi ricerca” ispettoriali e
nelle singole comunità si sviluppano gruppi di incontro per loro e di formazione
per giovani famiglie, per i genitori dei ragazzi delle scuole, degli oratori, ecc.
Funziona l’opera di inclusione della comunità in clima di famiglia, per permettere
l’accoglienza di tutti, a prescindere dal punto di partenza, per includere così
tutti, giovani e genitori, nei vari cammini.
Il lavoro insieme di delegato di PG e all’animatore vocazionale ha stimolato a
fare dei cammini vocazionali a 360° con anche la collaborazione, anche a livello
progettuale, di coppie di genitori che partecipano agli incontri. Più a macchia
di leopardo la realtà locale.
177

18.9 Page 179

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
La PG è in genere impostata vocazionalmente, ma a livello ispettoriale è meno
presente il coinvolgimento della famiglie di provenienza dei ragazzi.
Sporadica, ma a volte presente, la coppia nei consigli delle CEP. Più facile la presenza
di movimenti di gruppi di formazione di famiglie e di pastorale famigliare.
Nelle case sono spesso coinvolte le famiglie dei ragazzi. Il problema è la
progettazione di questi cammini, con anche delle coppie presenti nella
progettazione stessa.
Problema del coinvolgimento dei laici “dipendenti” specie nel mondo della
scuola, anche come coppie e non solo come singoli.
Esperienza della formazione affettiva dei gruppi apostolici.
Favorisce certamente l’entrata delle coppie nelle nostre pastorali il clima di
famiglia della stessa comunità salesiana.
Valorizzare la Famiglia Salesiana come sinfonia di vocazioni.
Difficoltà di trovare a volte da chi formarsi perché di formazione ce n’è tanta
in giro e di professionisti ed esperti ce ne sono tanti, ma chi va bene per noi?
Si accenna alla presenza di famiglie di non cristiani nelle nostre opere…
MEDITERRANEA 3
SPAGNA & PORTOGALLO
III- TERCERA PREGUNTA. La familia corresponsable de la misión salesiana.
¿De qué modo y en cuáles ámbitos estamos valorizando el aporte específico
de la familia para la eficacia de la misión salesiana en nuestras Inspectorías y
realidades locales y qué caminos de formación hemos asumido para cualificar-
nos en esta tarea?
eeLa presencia de los seglares de la Familia Salesiana en nuestras casas
ayudan a crecer en el sentido de familia y en el propio sentimiento
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18.10 Page 180

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de familia y ayuda a los SDB en trasmitir mejor este sentimiento de
familia.
eeSe está empezando este camino. Las Pascuas familiares, la invitación
a parejas en momentos como “Campobosco” y similares, la pre-
sencia de parejas en los cursillos prematrimoniales de las parroquias
salesianas.
eeNos estamos situando bien para la carrera. Ha ayudado la Amoris
laetitia y el Aguinaldo del Rector Mayor.
eeEl trabajo conjunto de la Familia Salesiana nos puede ayudar ya que
cada grupo nos puede aportar al carisma su especificidad.
eeLa existencia del movimiento de Hogares Don Bosco y su reflexión nos
puede ayudar también al resto de Familia Salesiana.
eeCuidar la formación de formadores y los procesos formativos.
eeLa experiencia de la Pascua de Somalo de hacer ver a los jóvenes que
no se acaba el camino y la vida espiritual cuando se deja de ser joven.
eeLos Consejos de Familia Salesiana.
eeMayor colaboración entre los grupos de FASA (sobre todo SDB y FMA)
en todos los ámbitos (INCLUIDO EL LOCAL E INSPECTORIAL)
eeEn Portugal destaca la peregrinación a Fátima de la FASA junto con
el MJS.
eeEn los momentos de Formación de Animadores la presencia de fa-
milias
MEDITERRANEA 4
SPAGNA & PORTOGALLO
Un carisma familiar. ¿De qué manera en nuestra realidad salesiana buscamos
realizar el “espíritu de familia” como clima adecuado que ayude a que surja el
contexto familiar de la educación que es el único capaz de recrear el ambiente
pastoral típico de nuestros orígenes carismáticos?
Elementos que hay que cuidar y no darlos por supuesto. Es necesario ser cons-
cientes de estos elementos y generar procesos que lo faciliten y lo propicien,
con nuevos modos y nuevas.
Facilitar la cercanía a las familias que se acercan por primera vez
179

19 Pages 181-190

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19.1 Page 181

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
Acogida salesiana espontanea y cercana. Esto se está perdiendo. (Turnos de
guardia). Asistencia activa y propositiva, tomando la iniciativa. Ruptura genera-
cional. Muchos educadores no han visto nunca como se asiste.
Disponibilidad de los espacios. No puede estar el colegio cerrado. Espacios
abiertos y atendidos. Esto requiere implicar a muchos.
Elementos que hay que seguir cuidando. Acciones que responden al Espíritu
de Familia: funcionen los consejos de la CEP ( con vida eficaces, con reflexión),
constancia en los PEPS, como mejorar el ambiente de familia.
Implicar dando protagonismo. Sentirse en casa porque este es mi proyecto, me
pertenece de alguna manera. Protagonismo acompañado. Se cuenta con todos
pero se acompaña a los grupos y a cada uno. Se requiere un proceso formativo
que les ayude a integrar la experiencia. Espíritu de familia-Previsión-Revisión. La
gratificación de trabajar bien genera perseverancia.
A los miembros de la CEP le interesa todo lo que afecta a los chicos.
No pastoral para la familia, sino con la familia. Descubrir en que me puede
ayudar cada uno. Requiere de mucha asistencia. Hay que perder el tiempo para
ganarlo. Conocer para saber que le puedo pedir.
El deporte es un ámbito de implicación primera, en la que se empiezan procesos
de implicación. Las actividades artísticas. El deporte tira mucho. Más hombres
que mujeres en el deporte, incluso padres varones. Momentos de encuentro,
de comida, de fiesta.
Querer a la gente, querer a todos, querer estar de corazón, proyectar juntos.
El proyecto nuestro. La fiesta es pedagógico. Cuidar mucho el ambiente en
valores. Casa salesiana.
Celebrar bien la liturgia. Esto crea buen ambiente. Es algo del espíritu salesiano.
El gusto de lo estético: la música, el teatro,
La pastoral juvenil salesiana para la familia ¿Cómo nos estamos comprometien-
do en una verdadera y propia “pastoral juvenil vocacional” que implique a todos
los jóvenes que frecuentan nuestras casas, asegurando una atención especial a
las familias de las que provienen, por medio de un adecuado acompañamiento?
Poner en el centro la llamada vocacional a todo ser humano, la llamada a seguir
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19.2 Page 182

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a Jesús, y la vocación específica. Campaña vocacional en la que se tenga en
cuenta a las familias.. Implicar y presentar a los padres.
Implicar a las familias en la vocación de sus hijos. Jesús rompió los esquemas a
sus padres a los 12 años. Ellos son los que deben estar atentos para que cada
chico y chica descubra su vocación personal. La vocación viene de Dios a cada
persona. El respeto de los padres a los chicos. Muchos padres que se proyectan
en los hijos y quieren programarles su vocación.
Se nos note que somos capaces de compartir. Elementos que ayuden a descu-
brirse a si mismo: servicio, gratitud y gratuidad. Agradecer y dar gratis. Compar-
tir experiencias de gratitud y de servicio, en este mundo en el que se fomenta
todo lo contrario.
Trabajar directamente sobre la familia para recuperar la opción vocacional del
matrimonio. Cuidar mucho la preparación al matrimonio.
Muy difícil desde las casas grandes. Hay familias afines al centro familias que
sólo ven el servicio educativo.
Seguir implicando a la familia. El reto es acompañar a la familia para que se haga
responsable. Los primeros pasos es compartir, e implicar, pero acompañar for-
mativamente para que se crean el protagonismo. La responsabilidad es de todos.
La vida como don y como misión. Recuperar eso es una clave. Ofrecer espacios
de silencio. Esto hace sanar muchísimo. Cuando se empieza a tener sentido
todo cambia. Los jóvenes más dañados sólo sobreviven. Ser valientes a la hora
de proponer porque la respuesta es positiva.
Se necesita que los Equipos Locales de Pastoral Juvenil se paren a pensar y a di-
señar estrategias con inteligencia pastoral en las que se formen a los educadores
y ciertas familias con capacidad de proponer un mensaje atrayente.
Educar es más fácil que acompañar. Pastoral y orientación caminen de la mano.
Tutorías. Intervenir con los chavales y con los padres. Vasos comunicantes. El
núcleo animador de la CEP donde se toman opciones como CEP. Comunicación.
Creerse de verdad que cada miembro de la CEP (profesores, personal no educan
y evangeliza. Se trata de llegar a todos, atendiendo a los diferentes ritmos y per-
sonalizando procesos. Para que se impliquen hay que escucharlos. Propuestas
que contagien a mucha gente.
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19.3 Page 183

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ACTAS SYMFAM
La familia corresponsable de la misión salesiana. ¿De qué modo y en cuáles
ámbitos estamos valorizando el aporte específico de la familia para la eficacia de
la misión salesiana en nuestras inspectorías y realidades locales y qué caminos
de formación hemos asumido para cualificarnos en esta tarea?
Importante que la familia esté en la misión salesiana, pero que la misión sale-
siana no robe tiempo a la familia. No dedicar tiempo es degradar el ambiente.
Abrir más puertas y dar más oportunidades a otras personas. Valorar la familia
es respetar los ritmos familiares. Adaptarse a ellos. Dar gracias a Dios por las
vocaciones laicales, corresponsables en la misión. La CEP es familia de familias.
La responsabilidad de todas las familias con los hijos y los consagrados con las
familias y las familias con los consagrados.
182

19.4 Page 184

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PARA O
FUTURO
AFRICA & MADAGASCAR
SOME MAJOR CHALLENGES SHARED IN THE AFRICA AND MADAGASCAR -
ENGLISH GROUP:
eeCHALLENGES IN FORMATION: Formation of the SDBs and Lay
collaborators to a clear understanding and incarnation of Salesian
Charism is yet to be realized in most of our communities and
provinces.
eeOVERCOMING THE CHALLENGES OF CLERICALISM: Clericalism not
necessarily seen as the problem of the clergy but lay people who
constantly see the priests and religious as the main point of reference
for the mission. We need to keep a level playing ground.
eeTHE CHALLENGE OF ACCOMPANIMENT AND WORKING WITH
FAMILIES: There is need for accompaniment of young people and
their families: Taking care of the family spirit in the Salesian family so
as to be a clear witness to young people.
eeEPC AS ANIMATING NUCLEUS: The animating nucleus in our Centres
should not necessarily be Salesians, but the joint project and activities
of the Salesians, the Salesian Family and all the lay collaborators, that
forms EPC.
eeMEETING YOUNG PEOPLE IN THEIR CONCRETE REALITIES: Currently
most of our centres welcome young people who come to us. Now
the time has come for us to go and meet the young people where
they are.
Quatre grands défis pour la région FRANCOPHONE:
eeChanger la mentalité des SDB pour qu´ils rentrent dans la dynamique
de considérer la famille comme sujet et objet de notre pastorale.
eeAccorder plus d´importance aux familles dans notre pastorale et ne
183

19.5 Page 185

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
pas se limiter aux jeunes. Prendre en compte la réalité de la famille
dans les PEPSP.
eeSoigner l´esprit de famille au niveau de la Famille Salésienne pour
qu´elle soit signe crédible auprès des jeunes. Que les Salésiens
impliquent davantage les familles et les laïcs et toute la Communauté
Éducative et Pastorale.
eeRejoindre les jeunes dans leurs réalités concrètes et familiales et
ne pas attendre qu´ils viennent vers nous. Découvrir leurs centres
d´intérêt et les accompagner. Valoriser nos jeunes et leurs potentialités
dans l´avènement d´une humanité nouvelle en Afrique (Faire de la PJ
une pastorale qui offre des sorties pour les jeunes : emplois).
eeMûrir et approfondir ce qui a été dit dans ce Congrès et mettre sur
pied des mécanismes de concrétisation et évaluation.
INTERAMERICA (GRUPOS 1 Y 2)
DESAFÍOS DE INTERAMÉRCIA
1. Socialización: Apuntando a un cambio de mentalidad que se expresa
en el lenguaje (familia, acompañamiento, vocación), y a la unidad de
la pastoral.
2. Formación (sdb, laicos, jóvenes y los futuros salesianos) revisar, ac-
tualizar, completar la formación que responda a la atención próxima,
inmediata y remota. Formación integral sólida.
3. Organizacional: incluya la PJ y PF dentro de los proyectos inspecto-
riales y locales (Reestructurar la pastoral: “integrada”, “vinculada”,
restructurada). Trabajo en red, lo que hacemos se fortalece y se co-
munica.
4. Carismático: Fieles a las orientaciones de la congregación, desde la
vinculación de la familia como sujeto.
AMÉRICA CONE SUL - CISBRASIL
EMPENHOS PARA O FUTURO: CISBRASIL
eeEstudar profundamente a realidade e os contextos em que estão
inseridas as obras salesianas e onde as famílias vivem, e também os
184

19.6 Page 186

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novos arranjos familiares (casais separados e divorciados, segunda
união, uniões homoafetivas, questão de gênero, etc.) e pastorais.
eeEm âmbito de Brasil produzir/distribuir material com temáticas de
acompanhamento e de formação dos jovens e das famílias: para o
amor, à afetividade e à sexualidade; para a cidadania e a política; para
a tolerância. Servir-se da RSB e da EDEBE.
eeEntender a PJS (sobretudo a AJS) como missão de toda a CEP (SDB,
Família Salesiana, leigas/leigos) e na sua dimensão missionária e
vocacional, sempre adequada a real situação de vida dos jovens e
das famílias.
eePotencializar a reflexão e a ação da RSB (escolas, obras sociais,
paróquias, comunicação) sobre os jovens e as famílias, integrando-
os nos processos.
eePreparar agentes de pastoral para o acompanhamento dos jovens e
das famílias na área da afetividade e sexualidade e da construção dos
projetos de vida.
eeFazer, de fato, pastoral de conjunto e orgânica, sobretudo com a
criação/otimização dos Conselhos da CEP.
eeOrganizar a Pastoral Familiar nas obras salesianas conforme os
elementos da Espiritualidade Juvenil Salesiana.
eeEntender o acompanhamento das famílias como ação missionária
contínua no sentido de buscar as distantes e de aproximá-las das
casas salesianas.
REGIÃO AMÉRICA CONE SUL
EMPENHOS PARA O FUTURO
1. Fortalecer la comunión y la mirada orgánica, sistémica de en nuestra
acción educativo-pastoral:
eeArticulando las diferentes propuestas pastorales para la familia.
eeArticulando las propuestas para las familias con la Pastoral Juvenil
para que las acciones que se lleven a cabo apunten a procesos
comunitarios.
eeFortaleciendo el consejo de la obra sumando a las familias en
estos espacios..
eeArticulando los diferentes grupos de la Familia Salesiana para el
acompañamiento a las familias.
2. Caminar hacia un cambio de paradigma:
185

19.7 Page 187

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
eeComprender a la familia no solamente como objeto sino como
sujetos de la acción educativa pastoral dando lugar a que familias
puedan comprometerse a acompañar a otras con estilo salesiano.
3. Fortalecer la Formación a todos los referentes de la CEP priorizando
los siguientes temas:
eeAcompañamiento salesiano reforzando la mirada preventiva.
eeAmor, afectividad y sexualidad.
eeConstrucción del Proyecto de vida y la vocación.
eeCiudadanía, política y aprendizaje en el respeto y en la convivencia.
SOUTH ASIA
Challenges and proposals in the context of South Asia
1. Formation of Salesians and Salesian Family
Formation of Salesians and Salesian Family members in the spirit of
‘returning to Valdocco’ with a renewed commitment to collaborative
Educative Pastoral Communities for effective Youth and Family Ministry.
2. Addressing key issues of Youth and Family Ministry
Integral Formation of young people and families through our various
settings by addressing key issues of the families (for example gender
inequality, unemployment, social unrest and crises in faith etc.) and
accompanying them in their vocational journey
3. Building up reflection to improve the quality of our work
Building up Youth and Family Ministry research and resource centres to
create models, strategies and offer animation to enhance the quality of
Salesian intervention in the Church and in the Society (for example by
establishing Youth and Family Counselling centres, mobile apps, Journals,
animation materials etc.)
EAST ASIA – OCEANIA
Challenges
1. To get the parents to be part of our Youth Ministry in pastoral
planning and in the accompaniment of our young people.
186

19.8 Page 188

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2. To focus on Youth Vocation Ministry in our work with young people,
keeping in mind that an essential task of Youth Ministry and Family
is for the young to discover their vocation.
3. To include in the formation of Salesians a basic training on how to
work with the families of young people.
4. To rethink our structures (timetable and spaces) and paradigms in
order to facilitate working with families.
5. To embrace Family Ministry as an integral part of Youth Ministry, as a
new frontier in all the Provinces, re-echoing the fruits of the Congress
on Youth Ministry and Family.
EUROPE CENTRE NORTH
1. Start a process, both at a Provincial and Regional level, to read the
vision outlined in the Frame of Reference from a family/systemic
perspective where the family is the subject and not only the object
of Salesian ministry, ensuring equal partnerships. Be realistic in our
opportunities but also be practical and prioritize.
2. Invite for a change in attitude: rediscover the courage and the wisdom
to risk, to aim high and to include families. Above all, listen to the
Spirit rather than to the crisis at hand. SDB’s are invited to reflect if
lay collaborators are working for SDB’s or with the SDB’s.
3. Initial formation should bring SDB’s and lay together for common
systemic formation and mutual understanding, sharing not only
information but experiences. Shift the animators’ formation from a
linear approach of “doing” to a circular approach of “being and
sharing”, supporting their vocational call and putting forward their
witness for new generations who need role models. An urgent call,
calls us to focus on pre-marriage formation and the accompaniment
of newly wedded couples who are invited to get used to a change of
identity and new forms involvement in the Salesian Family.
4. How are we to renew the quality of Salesian (SDB) communities in a
way that they truly testify a sense of family where living and working
together is truly a reflection of Don Bosco’s family spirit?
5. Study, at a Provincial and local level, new ways how to reach out to
families, including new forms of families, who are at the periphery,
being attentive to digital and new contexts, allowing us to focus less
on maintaining structures which are no longer meaningful.
6. Include in our current Youth and Vocation ministries a wider
187

19.9 Page 189

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
understanding of a vocational journey, one which allows several
forms of Christian and Salesian lifestyles to be considered by our
young. This journey of discovering one’s vocation will complement
our current vocation ministry to the consecrated life.
MEDITERRANEA
ITALIA & MEDIO ORIENTE
PRIORITÀ EMERSE DAL DIBATTITO
1. Una priorità è la trasmissione e l’avvio dei processi nelle nostre realtà.
Un incontro a livello italiano nello stesso stile con cui è stato fatto
quello dei consigli CEP (SDB e famiglia).
2. Mettere al centro la Comunità Educativo Pastorale, dove ognuno
mette a disposizione le proprie meta competenze;
3. La preparazione prossima al matrimonio con una visione integrata
della persona;
4. Dove è possibile valorizzare e coinvolgere la famiglia non solo come
collaboratrice ma nella fase di riflessione/visione e progettazione della
casa (consigli CEP);
5. Sensibilizzare i Salesiani e aiutarci a capire meglio il cammino da compiere.
6. Vanno valorizzati e coinvolti i giovani nei nostri consigli delle CEP;
7. Fare a livello nazionale una rete e un collegamento (sito internet) dove
scambiare le buone pratiche;
8. Una piccola scelta ragionata poi nel tempo porta frutti… fare con
i delegati una lista di pratiche da inserire nei progetti educativi
pastorali;
9. Che la pastorale familiare si ripensi con lo sguardo della pastorale
giovanile e nella pastorale giovanile si favorisca la rivisitazione e
aggiunta di famiglie come figure adulte che si inseriscono con i
giovani con misura e ragionevolezza;
10.Un movimento di famiglie come l’MGS;
11.Vedere le parrocchie affidate ai Salesiani che fanno pastorale giovanile
e pastorale familiare più che per adulti;
12.Fare una proposta alta vocazionalmente orientata al mondo giovanile;
13.Nodi non risolti:
MMquanto siamo in grado in alcuni passaggi di riuscire a farci
riflettere in profondità;
188

19.10 Page 190

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MMricentrare la CEP nello stile di famiglia con la presenza di
famiglie;
MMse riflettiamo in futuro riflettiamo con i giovani;
14.Un processo da portare avanti ma attendendo anche il Sinodo dei
Vescovi su “I giovani, la fede e il discernimento vocazionale” nel
ripensare l’intreccio tra PG e pastorale familiare;
15.Un tema forte è il discernimento per le coppie;
16.Un tema su cui occorre riflettere maggiormente è la questione
dell’affettività;
17.La trasmissione dei contenuti deve essere dominante nei nostri tavoli
e consulte;
18.Potrebbe essere interessante ritrovarsi tra un anno per vedere come
i processi si sono avviati;
19.Verificare e rafforzare le buone pratiche già avviate;
20.Sostenere le CEP;
21.Itinerario con linguaggio, contenuto e testimonianza che trasmettano
la fede in ottica vocazionale;
22.Studiare che apporto il Centro Nazionale Salesiano può dare per
approfondire lo snodo PG e pastorale familiare e le sue implicanze;
23.Come integrare la Famiglia Salesiana affinché sia orientata ai giovani
e quindi integrata con la pastorale giovanile;
24.Riflettere su come la Congregazione possa farsi carico delle famiglie
in difficoltà;
25.Continuare a riflettere su questo argomento per arrivare a un
progetto nazionale, come fu per l’animazione vocazionale;
26.Orientamento vocazionale per una pastorale in uscita orientata ai
gruppi della Famiglia Salesiana;
27.Dobbiamo partire dai giovani a poco a poco perché i processi possano
svilupparsi, avendo come preoccupazione il cammino delle persone
con i loro slanci e battute di arresto;
4 PRIORITÀ SCELTE
a. Curare la trasmissione dei contenuti sentiti per continuare la
formazione a livello sia ispettoriale che nazionale (incontri formativi,
convegni);
b. Rileggere il tema della CEP, su cui abbiamo lavorato in questi anni,
in chiave di spirito di familia, valorizzando la vocazione famigliare sia
per la CEP in quanto tale sia per i nuclei animatori;
c. Riflettere e avviare cammini affettivi, percorsi per fidanzati e giovani
famiglie in chiave vocazionale;
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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
d. Attivare un confronto tra i vari rami della Famiglia Salesiana su
pastorale giovanile e famiglia;
MEDITERRANEA
SPAGNA & PORTOGALLO
RETOS A SEGUIR TRABAJANDO:
1. Incorporar fuertemente la propuesta de la vocación matrimonial y
familiar en nuestra animación vocacional, educando para el amor, con
testimonios y metas claras. Acompañar en la formación al matrimonio
y en los primeros años. Establecer equipos en el que podamos trabajar
integralmente los itinerarios vocacionales. Atención a la familia como
objeto y como sujeto de modo transversal. Realizando itinerarios for-
mativos. Desemboque claro del IEF.
2. Fortalecer la CEP para que se tener modelos de referencia. Familias
evangelizadoras de las propias familias, creando redes de soporte.
Aprender de las familias a la hora de plantear la pastoral juvenil.
Comunidad Educativo Pastoral que es familia de familias. Fortalecer
todo lo propiamente carismático. Llegar a las familias con más ne-
cesidades y en situaciones de mayor pobreza y fragilidad. Introducir
en los PEPS locales las propuestas que recojan las ofertas pastorales
a las familias. Esto necesita una participación masiva. Corresponsabi-
lidad. Incorporar en el tejido de la comunidad educativa. Sensibilizar
y formar en competencia para los padres, respetando cada uno sus
espacios. ¿Qué es lo que como casa salesiana podemos hacer? Pro-
yecto inspectorial.
3. Establecer mayor relación con la familia salesiana. La FASA presenta
maneras de vivir el Evangelio. Tender puentes. Compartir la misión.
Vivir con más claridad el Espíritu de familia. Pastoral Juvenil y familia
salesiana.
4. No dar por supuesto el Espíritu de familia en nuestras obras. Necesi-
tamos recuperar de modo incisivo y cuidar los elementos propios del
ambiente salesiano. Que facilite la participación.
5. Continuar la reflexión a la hora de incorporar la atención a la familia.
Madurar elementos de reflexión. Reflexionar y asimilar el pensamiento
pastoral juvenil y familia. Se necesita una asimilación por parte de las
comunidades educativas. Dejar claro cuales son las competencias de
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cada uno en la CE, respetando los límites.
6. Integrar la familia en la pastoral Juvenil de modo explícito.
RETOS CONSENSUADOS SSM –SMX –POR A SEGUIR TRABAJANDO:
1. Incorporar fuertemente la propuesta de la vocación matrimonial y
familiar en nuestra animación vocacional, educando para el amor,
con testimonios y metas claras. Establecer equipos en el que podamos
trabajar integralmente los itinerarios vocacionales. Desemboque claro
del Itinerario de Educación en la Fe.
2. Acompañar en la formación al matrimonio y en los primeros años del
mismo, realizando itinerarios formativos específicos.
3. Fortalecer la CEP donde la familia sea un modelo de referencia y
dando protagonismo para que puedan ser evangelizadoras de las
propias familias, e integrando en los PEPS locales las propuestas de
atención a las familias.
4. Crear dentro de la CEP redes de soporte en donde se responda, de
modo corresponsable, a las necesidades de las familias en situación
de mayor fragilidad, contemplando la formación necesaria de los
agentes.
5. Crear proyectos comunes en los que todos nos impliquemos como Fa-
milia Salesiana, desde la vivencia de nuestro espíritu de familia, recu-
perando elementos propios que fortalezcan nuestro estilo carismático.
Incorporar la reflexión sobre la familia y la Pastoral Juvenil en todos los ambien-
tes pastorales de las casas y los ambientes.
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COLABORARAM NO
CONGRESSO
Com Pe. Fabio Attard, Conselheiro para a Pastoral Juvenil
Miguel Angel Garcia, Daniel Garcia Reynoso, Marcelo Farfan, Tarcizio Mo-
rais, Renato Cursi, Patrick Anthonyraj, Ángel Gudiña
Sua Excelência. Mons. Bruno Forte, Arcebispo de Chieti-Vasto, Douto-
ra Carmen Peña García, Pe. Rossano Sala
Dicastério para a Comunicação Social, Roma; Pe. Filiberto Gonzales, José
Luis Muñoz, Juan Pablo Abreu, Jesus Jurado, Orlando Dalle Pezze, Mario
Baroni, Placide Carava, Jacob Iruppakkaattu
Inspetoria de Madrid (SMX), Pe. Juan Carlos Godoy e os seusconselheiros
inspetoriais
Centro Nacional, Madrid, Pe. Koldo Gutièrrez e a sua Equipa
Dicastério para a Comunicação Social, Madrid; Pe. Javier Valiente e a sua
Equipa
Yolanda Sobrino, Susana de Torres
Gustavo Cavagnari, Mario Oscar Llanos, Álvaro Ginel Vielva, Francis O.
Gustilo, Paul Raj Amalraj, Paulina Fernández Moreno, Ronaldo Zacharias,
Virginia Cagigal de Gregorio
Clarence Watts, Nhlahla Mdlalose, Edwin Vasanthan, Jindřich Šrajer, Kamil,
Katarina Bagin, Nele Louage, Simona Carli, Tullio Lucca, Simonetta Rossi,
Daniele Merlini, Lorenzo, Lucia Gheri, Emanuele De Maria, Elisabetta Preve,
Riccardo Giribaldi, David Kabongo Mikombe, Donatien Banze, Francisco
Cervantes, Miguel Angel Calavia, Nieves Barragán Bru, Luis Corral Prieto,
Eva María Martínez, José Luis Villota, Fernanda C.M.Pereira, Salvatore, Ro-
berta Parrino, Abraham N. Feliciano, Val Collier, Martin Burke, Eric Cachia,
Savio Yeung & Team, Héctor Luis Arismende.
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MINI CURSOS
LA PASTORAL JUVENIL FAMILIAR:
¿UN NUEVO PARADIGMA?
GUSTAVO CAVAGNARI
La propuesta del Mini Curso entiende ofrecer una contribución para el logro del
tercer objetivo propuesto para el Congreso, es decir, proponer, reforzar e inte-
grar en la pastoral juvenil salesiana la atención pastoral a la familia y favorecer
su protagonismo. La perspectiva y los subrayados serán, sin embargo, no tanto
de “pastoral familiar” cuando de “pastoral juvenil”.
Itinerario y contenidos:
MMSiguiendo el camino metodológico de la reflexión teológico-pastoral,
el curso estará articulado en cuatro momentos.
MMEn el primer tiempo se afrontará la situación de la pastoral juvenil actual
en referencia a la familia como comunidad de origen y de destino.
MMEn el segundo bloque se estudiarán los criterios para una colabora-
ción eficaz entre la pastoral juvenil y familia.
MMEn el tercer espacio se verán algunos modos de avanzar en sinergia
entre pastoral juvenil y familia a partir de algunos modelos recientes.
MMLa cuarta parte se constituirá como un espacio facilitador para la
conclusión y la elaboración de propuestas sobre el tema tratado.
ORIENTAMENTI E PRASSI PER LA PASTORALE
FAMILIARE SALESIANA
MARIO OSCAR LLANOS
Obiettivi:
1. Offrire i criteri sull’accompagnamento alle coppie e alle famiglie, nel
campo dell’animazione familiare d’ispirazione “salesiana”.
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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
2. Riconoscere il valore della «famiglia» negli ambienti di appartenenza.
3. Orientare un’azione pastorale rivolta alla e dalla famiglia nell’ambien-
te pastorale e nel territorio.
4. Indicare i lineamenti del metodo della pastorale familiare salesiana.
5. Proporre alcune tematiche e strategie in forma laboratoriale.
Contenuto pratico:
1. La pastorale familiare e l’accompagnamento “salesiano” delle fami-
glie. Orientamenti e lettura dell’esperienza
2. Metodologia dell’animazione familiare salesiana: Laboratorio sulla
preparazione di un incontro di gruppo famiglia
3. Contenuti e strategie operative per l’animazione familiare secondo le
fasi e le aree del ciclo vitale della famiglia.
4. Dialogo genitori-figli: il metodo del “Confronto moderato”
TRANSMITIR
LA FE EN FAMILIA
ÁLVARO GINEL VIELVA
Contenidos prácticos:
MMSentido de transmitir y transmitir la fe.
MMOriginalidad de la transmisión de la fe.
MMNuestros “deseos” y la “libertad” del otro: interlocutor único ante
Dios
MMFormas de transmisión cotidianas.
MMNuestra experiencia de transmisión
Pertinencia y relevancia a la misión salesiana:
6. El hogar-familia como lugar de apertura al Dios de Jesús con la fuerza
del Espíritu que se realiza en el carisma de Don Bosco. El carisma de
Don Bosco no se reduce a las obras salesianas. ¡Es vivible en el hogar!
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COUPLES FOR CHRIST:
A COVENANTED COMMUNITY
FRANCIS O. GUSTILO
Objectives and Practical Content:
1. To engage the participants of this Mini-Course to a process of
recognizing, appreciating, and valuing the dynamic role of the Holy
Spirit in the renewal of families through the faith and life experience
of a Charismatic Renewal Covenanted Movement like CFC FFL.
2. To experience through personal witnessing the different stages of
faith growth of the young within the ministry of promoting families
and defending life.
3. To offer a hands-on treatment of the faith-and-life programs designed
according to the psycho-spiritual stages of youth from childhood to
adolescence into young adulthood, namely Kids for Family and Life
(KFL), Youth (YFL), and Singles (SFL).
4. To experience two specific missionary endeavors of the CFC FFL
community for lapsed Catholics who are adolescents and in young
adulthood: LIVE PURE and LIVE THE WORD.
Relevance and significance:
1. Connecting Don Bosco’s experience of Youth-serving-youth within
the framework of Family Renewal and the Ministry of the New
Evangelization.
2. Bridging the CFC FFL presence found in 66 countries (in the 5
continents of the world) and the Salesian Family.
DYNAMICS OF PARENT
EARLY ADULT (YOUTH) CONFLICT IN FAMILY
AND INTERVENTIONS
PAULRAJ AMALRAJ
The young person’s problems are not purely personal but might also have its
origin and existence in the family and all the significant persons of his or her
world. Addressing the Young person’s issues would necessarily include the
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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
family in the process. Resolving of conflicts in the family gives a sense of security
and hope for the young adult to face the challenges of the world. On the other
hand, constrained by the dysfunctionality in the family, the young person spirals
into a vicious circle of problems.
Relevance and significance:
MMUsing counselling skills and Intervention techniques, the youth
minister understands better, the dynamics of Parent – young adult
conflict in the family.
MMThe awareness of dynamics helps the young and the parents to see
their dysfunctional behaviour in an unemotional way and model a
new behaviour.
MMResolution of the family conflicts gives the young, a sense of security
and hope and the young person is empowered to become a healthy
contributor for the family and for his or her future.
LAS FAMILIAS ACTUALES:
DESAFÍOS PARA SU COMPRENSIÓN Y
ACOMPAÑAMIENTO
PAULINA FERNÁNDEZ MORENO
La siguiente propuesta, se centra en la noción de familia y sus transforma-
ciones recientes, proponiéndose entregar una panorámica de la diversidad y
complejidad que actualmente se observa en este campo. Se espera incentivar
una reflexión-propositiva acerca de cómo comprender y acompañar distintas
realidades familiares, considerados los cambios en las valoraciones y roles asig-
nados al hombre y la mujer en la sociedad occidental, así como las tensiones en
materia de inclusión social de determinadas cosmovisiones culturales y religio-
sas, orígenes étnico-raciales o nacionales, clase social y grupo etario. Se trata,
por lo tanto, de una aproximación crítica a los temas de familia, que articula
los enfoques de derechos,
Pertinencia y relevancia
El presente curso se encuentra en línea con los planteamientos de la Congrega-
ción en Pastoral Juvenil y Familia, comenzando desde la importancia y necesidad
de comprender la actuales situaciones de las familias en la sociedad y la Iglesia;
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20.10 Page 200

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para luego, desde este acercamiento a la noción de familia y sus trasforma-
ciones recientes, hacer un “atento discernimiento comunitario” y proponer
caminos pertinentes de acompañamiento en las realidades locales.
OS JOVENS E AS
NOVAS CONFIGURAÇÕES FAMILIARES:
DESAFIOS ÉTICO-MORAIS
E EDUCATIVO-PEDAGÓGICOS
RONALDO ZACHARIAS
Ao assumirmos a família como lugar unificante da ação pastoral, precisamos
ter presente a realidade concreta da maioria dos jovens pobres que não vivem
numa família nuclear. Os “arranjos” e as “configurações” familiares são os mais
diversos. Os desafios ético-morais e educativo-pedagógicos que derivam deste
simples dado de fato são enormes e não podem ser ignorados. Se as famílias,
hoje, devem lidar com uma série de ameaças que provêm dos contextos em
que estão inseridas, elas não podem ignorar o fato de que uma das ameaças
mais sérias provém da fragilidade da própria instituição familiar, totalmente
dependente da qualidade das relações das pessoas que a compõem. É possível,
hoje, falar de uma nova cultura da família? Acredito que sim, se estivermos
dispostos a tratá-la não de forma abstrata e idealizada, mas como ela é: plural,
situada em vários contextos, dependente da multiplicidade de formas nas quais
o amor pode se encarnar, suscetível à qualidade das relações que as pessoas
estabelecem entre si. Precisamos, com urgência, descobrir estratégias educativo-
pastorais que não apenas apoiem as famílias, mas as sustentem na difícil missão
de serem, também elas, lugar onde Deus habita e se revela.
EDUCACIÓN DE LOS HIJOS DESDE LA
MADUREZ DE LOS PADRES
VIRGINIA CAGIGAL DE GREGORIO
Objetivos:
MMIdentificar las áreas principales de desarrollo pleno de la identidad en
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21 Pages 201-210

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21.1 Page 201

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
niños y adolescentes.
MMIdentificar las principales dificultades actuales en el ejercicio de la
parentalidad y su impacto en el desarrollo de los niños y adolescentes
MMOfrecer herramientas de acompañamiento y apoyo a los padres y
familias en la educación de los hijos
Contenidos prácticos:
MMPrincipales dificultades para la educación en la familia hoy día
MMLa conformación de vínculos seguros padres-hijos
MMEl control de la conducta en el hogar y su importancia en la construc-
ción de la autoestima
MMIdentidad del niño y del adolescente en relación con la identidad de
los padres
MMHerramientas para guiar a los padres en el ejercicio de la parentalidad
Pertinencia y relevancia
Tanto en los colegios salesianos como en otras obras (parroquias,
centros de menores, etc.) la labor educativa y de desarrollo de niños
y adolescentes es eje de la misión. Los padres se acercan a los edu-
cadores pidiendo pistas y orientaciones, y es importante que éstos
puedan ofrecerles una escucha con la suficiente preparación como
para poder orientarles adecuadamente, contribuyendo a la madurez
de los propios padres.
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BOAS
PRÁTICAS
LOVE MATTERS
A REMOTE MARRIAGE PREPARATION
PROGRAM FOR TEENAGERS
CLARENCE WATTS
NHLAHLA MDLALOSE (AFM)
It is a remote marriage preparation program for Teenagers, assisting them to
make good choices in relationships and their sexuality and avoid the heartache
of teenaged pregnancy and sexually transmitted illnesses. In the face of the HIV/
AIDS pandemic of the 1990s in Southern Africa, fueled by both the prevalent
disintegration of the family structure and the widespread governmental and
NGO campaigns promoting the “safe-sex” mentality, the Salesian Youth
Ministry Team at Bosco developed this program as an abstinence/chastity based
antidote for parish and school groups
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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
VICTIMS TO VICTORY
INTEGRATION OF YOUTH WITH HIV IN THE
SOCIETY
EDWIN VASANTHAN (INM)
The work for the HIV positive children and youth began in our province in the
year 2012. At present we are having a Residential care centre and a Home-
based reach out programme for 300 children and youth. We now focus on
18 above youth who need our special care and attention. As this particular
target group is very much in need of guidance and support (which is not
provided by any other agency) we Salesians have taken up this challenge to be
with them and to assist them to have serene and decent life as rest of the youth.
YOUNG COUPLES
HELPING YOUNG COUPLES TOWARDS A
MATURE RELATIONSHIP
JINDŘICHŘŠRAJER (CEP)
The aim of this presentation is to introduce the methodology in helping young
spouses towards a mature relationship, according to the conclusions and the
encouragement given by the Bishops at the Synod of the Family (2014-2015)
and it was also mentioned in the document entitled Amoris Laetita (2016).
This presentation will introduce the methodology that has been developed
by the authors in the Czech Republic and the practical experience with its
implimentation into practice. This practice represents a challenge for the
Salesians and the Salesians’ associates.
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FAMILY GARDEN
COUNSELLING CENTRE FOR FAMILIES
KAMIL
KATARINA BAGIN (SLK)
The Family Garden is a counseling centre for families, located in Bratislava,
staffed by laymen – Salesian cooperators since 2014. In addition to Salesian
cooperators FAMILY GARDEN collaborate with many other specialists
(gynecologist, psychologist, priest, lawyer, special education professional,
financial adviser), married couples and the entire Salesian family. The Family
Garden brings all these Christian specialists under one roof, thus helping
believers who seek high quality professional help. The Family Garden provides
the assistance on two levels – counseling and prevention.
TRAIL OF DON BOSCO
WORKING WITH FAMILIES OF YOUNG
PEOPLE
NELE LOUAGE (BEN)
In the home, we accompany 41 boys between 12 and 21 years of age. More
than half of the boys is placed in our setting by the juvenile judge because of
their undesirable behavior. We are inspired by the systemic theory (contextual
thinking - Ivan Boszormenyi-Nagy). We believe that every youngster is a
unique hub of relationships forming his identity and that problems arise in the
interaction between people. Therefore we believe that involving the families
in our work is very important. The purpose of our work is search for allies
between youngsters and their families to tackle the problems and search for a
perspective.
203

21.5 Page 205

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
GRUPPO FAMIGLIE
MOVIMENTO GIOVANILE SALESIANO
SIMONA CARLI (ILE)
Il Gruppo Famiglie MGS, così come è nato 9 anni fa, consisteva in una decina
di giovani sposi che hanno condiviso nell’arco di quattro anni - per una
sera al mese infrasettimanale – un programma molto semplice di incontro:
una cena, la preghiera insieme, un itinerario formativo e occasionalmente
qualche gita. Le parole – chiave del gruppo sono: 1. Formazione 2. Servizio
3. Accompagnamento. Ogni anno il gruppo si propone di coinvolgere nuove
coppie, nell’ottica dell’inclusione e della condivisione delle buone prassi
maturate. L’Associazione Salesiani Cooperatori ha nel gruppo Giovani Famiglie
diversi esponenti.
ALLEANZA EDUCATIVA
ACCOMPAGNARE FAMIGLIE E GIOVANI
TULLIO LUCCA
SIMONETTA ROSSI (ILE)
Le famiglie non possono isolarsi, ma devono camminare insieme. I giovani
devono sentirsi amati, accompagnati e sostenuti da reti familiari in un progetto
di bene. Nell’Ispettoria del Piemonte e della Valle d’Aosta, da 25 anni, viviamo
un’esperienza di apertura della pastorale familiare a quella giovanile, a partire
da un cammino per giovani sposi che è maturato nell’Associazione di Maria
Ausiliatrice (ADMA) e che da alcuni anni ha una significativa realtà giovanile.
Stiamo comprendendo dall’esperienza che la Pastorale Familiare deve aprirsi
a quella Giovanile (e viceversa). I giovani, convinti dalla testimonianza delle
famiglie, hanno organizzato un gruppo (ADMA giovani) per coinvolgere gli
amici nel cammino.
204

21.6 Page 206

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PASTORALE GIOVANILE E FAMIGLIA
DANIELE MERLINI
LORENZO
LUCIA GHERI (ICC)
Il gruppo di studio e la Commissione “PG e Famiglia” ha iniziato a riflettere aiutata
da esperti del Dicastero di PG e dell’Università Salesiana su temi come: lo specifico
educativo della famiglia, il carisma salesiano e la famiglia, quale apporto specifico può
dare la famiglia al carisma salesiano, quale apporto può dare il carisma salesiano alla
famiglia, quale complementarietà tra la vocazione alla vita consacrata e la vocazione
alla vita familiare. Al termine di un anno di studio, mentre alcuni temi sono stati messi
all’ordine del giorno per un’ulteriore approfondimento, sono state elaborate delle linee
di azione prioritarie su cui iniziare a coinvolgere le diverse case della Circoscrizione.
FAMIGLIE ANIMATRICE
DELLA DIMENSIONE AFFETTIVA NEI GRUPPI
APOSTOLICI
EMANUELE DE MARIA
ELISABETTA PREVE
RICCARDO GIRIBALDI (ICC)
Nel nuovo clima di attenzione dato alla famiglia a partire dal CG26 e da “Amoris
laetitia”, è stata avviata in Circoscrizione, da una parte, una riflessione su Famiglia
e Carisma salesiano e, dall’altra parte, una serie di pratiche volte a comprovare ciò
che si stava andando studiando e elaborando. È sembrato che uno dei campi di
impegno educativo specifico delle famiglie potesse essere quello dell’educazione
all’affettività e all’amore. Alcune famiglie si sono rese disponibili ad aiutare i
Salesiani in questo percorso nei Gruppi Apostolici delle diverse fasce d’età e a
livello ispettoriale nei cammini di formazione degli animatori.
205

21.7 Page 207

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
SAFINA
MAISON DE FORMATION CULTURELLE ET
CHRÉTIENNE
DAVID KABONGO MIKOMBE
DONATIEN BANZE (AFC)
La jeunesse lushoise évolue dans un environnement marqué par la crise sociale,
politique, économique, culturelle. SAFINA est un lieu d’accompagnement
des jeunes sur le chemin du mariage chrétien. Différentes activités culturelles
organisées permettent de ressortir l’importance de la famille. Les thèmes de
mariage sont joués comme théâtre ou animés comme récollection, par moments
accompagnés comme enseignements par un groupe de parents, juste pour
accompagner les jeunes ; qu’ils découvrent et réalisent que l’Évangile de la
famille est une joie qui remplit le cœur et la vie toute entière.
MAMÁS CATEQUISTAS
MAMÁS SALESIANAS EDUCANDO EN LA FE
FRANCISCO CERVANTES (MEG)
Las Mamás Catequista Salesianas están constituidas como una agrupación de
mujeres voluntarias en los colegios de nuestra Inspectoría, ellas son generalmen-
te mamás o incluso abuelas de los alumnos que se implican en la formación de
la fe de sus hijos, pero lo hacen como “maestras”, dentro del horario escolar
en el aula. La Asociación de Mamás Catequistas está presente en los 13 Cole-
gios Salesianos de nuestra Inspectoría, en cada colegio hay de 20 a 40 mamás
participando. Nace por dos motivos, el primero es de la inquietud de servicio y
apostolado de las mismas mamás que conscientes de su compromiso cristiano
laical y de su responsabilidad de educadoras en la fe de sus propios hijos quieren
“hacer algo” y qué mejor en la escuela donde estudian sus hijos.
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21.8 Page 208

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PASTORAL EN ZAPATILLAS
EXPERIENCIAS DE VIDA CRISTIANA
EN LA FAMILIA
MIGUEL ANGEL CALAVIA
NIEVES BARRAGÁN BRU (SMX)
“Pastoral en Zapatillas” nace para responder el desafío actual de la Pastoral
Familiar en la Iglesia y en la Congregación. Tema presente en la reflexión de la
Comisión Nacional de Parroquias/Santuarios (integrada en el Centro Nacional
Salesiano de Pastoral Juvenil), La urgencia de La Pastoral Familiar aparece en los
documentos eclesiales y ocupa también un lugar importante en los Proyectos
educativo-pastorales inspectoriales y locales de España. “Pastoral en Zapatillas”
quiere ser un material sencillo y práctico, que se ofrece a las familias de nuestras
obras salesianas (parroquias, escuelas, oratorios, plataformas sociales…); para
ayudarles a hacer una lectura creyente-evangélica de la propia vida y cultura.
VARIEDAD Y TECNOLOGÍA
EN LA ESCUELA DE PADRES
LUIS CORRAL PRIETO (CAM)
En CEDES Don Bosco (San José, Costa Rica), estamos convencidos de la necesidad
de intensificar, el trabajo a favor de la vida, el matrimonio y la familia, porque el
diagnóstico es tan pesimista como en cualquier otro lugar del mundo Occidental:
personas que solo conviven, padres divorciados e hijos del divorcio, separaciones
matrimoniales, familias monoparentales (madres solteras), familias reconstruidas,
contracepción, alumnas embarazadas, etc. No basta la Escuela de Padres. Hay
que trabajar en todos los frentes: alumnado, educadores, y padres de familia. Con
más de dos mil estudiantes, y un promedio de 5 personas por familia tenemos
una influencia directa sobre 10.000 personas. Esa es nuestra misión.
207

21.9 Page 209

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
GRUPO DE PADRES
EVA MARÍA MARTÍNEZ
JOSÉ LUIS VILLOTA (SSM)
Nuestro “Grupo de Padres” se reúne una vez al mes, en el mismo horario
en que se llevan a cabo las actividades con sus hijos en el Centro Juvenil, el
Oratorio y la Catequesis de Comunión. Es importante para nosotros coincidir
con los chicos en tiempo y espacio para convertir nuestra reunión también en
un testimonio para ellos. Somos tres parejas de Salesianos Cooperadores que
animamos/acompañamos a un grupo de unos 30 padres y madres. Tal y como
los propios padres nos demandaron, no se trata de una “Escuela de padres”,
sino, más bien, de un grupo de fe, de formación y de compartir vida.
FAZER O BEM FAZ BEM
EXPERIÊNCIAS DE PRÁTICAS DE PASTORAL
JUVENIL E FAMILIAR
FERNANDA C.M.PEREIRA (BMA)
Visando fortalecer o protagonismo juvenil, a formação de jovens líderes e criar
redes de testemunhos cristãos e motivacional às práticas de Pastoral, o Delegado
de Pastoral da Mantenedora, Padre Antonio de Assis Ribeiro, lançou o Projeto
CASAIS VOLUNTÁRIOS com o objetivo de diagnosticar e promover casais que
desejam fazer a experiência do Voluntariado Social a Serviço da Pastoral Juvenil
Salesiana. Os casais voluntários, alguns com consistente experiência de Pastoral
Juvenil Salesiana, apoiam e são parceiros nas variadas iniciativas da Pastoral
Juvenil Salesiana sobretudo dando especial atenção e acompanhamento aos
jovens que estão em formação no Curso de Liderança Juvenil.
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21.10 Page 210

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PASTORALE CIRCOLARE
SALVATORE
ROBERTA PARRINO (ISI)
Da più di 10 anni è presente nella nostra Casa, un gruppo Famiglie, guidato da
coppie animatrici secondo la metodologia dell’animazione salesiana. Le direttrici
lungo le quali si muove il gruppo sono tre: la relazione, la formazione e il
servizio. In pratica il percorso che viene proposto alle coppie è quello di una
scoperta della vocazione matrimoniale, attraverso l’approfondimento di temi
specifici della coppia. Già nel 2007 il gruppo individuava la necessità di operare
un coinvolgimento parallelo delle famiglie accanto all’azione pastorale sui
ragazzi, in quanto si rendeva conto che senza un’azione educativa “circolare”
si rischiava di non dare continuità all’opera educativa intrapresa con i ragazzi.
PARENTS OF STUDENTS
THE FIRST EDUCATORS AND THE FIRST
YOUTH MINISTERS
ABRAHAM N. FELICIANO (SUE)
At Don Bosco Cristo Rey High School in Takoma Park, Maryland, the Youth
Ministry Team of the school consists of approximately 40-45 students and 4
adults. The team is responsible for all of the school liturgies, all student retreats,
community building activities, Salesian Family events, and the service program.
An orientation day is held at the building of the scholastic year and a network is
established with the parents. Through this network the parents not only support
the activity and work of their sons and daughters, but the parents themselves
were responsible or co-responsible for a number of Youth Ministry activities
and events at the school.
209

22 Pages 211-220

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22.1 Page 211

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
REBUILDING TRUST
BETWEEN YOUNG PEOPLE AND THEIR
PARENTS
VAL COLLIER
MARTIN BURKE (IRL)
Don Bosco Care is a voluntary agency providing residential care and emotional
support to young people who are unable to live presently with their families. Over
the years it became very clear for many of our young people eventually returned to
live with their family, or at least continued to have regular contact with their family
even when this contact had many difficulties for them. As a result we realised that
we needed to change our practice. We also know that young people, from even
the most distressed and traumatic situations, have an intense desire to be deeply
connected with their family. So over the years, our practice has evolved to include
working with families in a more significant way, if they are open to working with us.
MY SECOND HOME
AS EXPERIENCE OF YOUTH AND FAMILY
MINISTRY
ERIC CACHIA (IRL)
A meaningful Youth Ministry always goes with a sound Family Ministry. Therefore,
Savio College decided to look for a common ground which brings together both
the family and the young. This has been identified as “accompaniment”, of both
the family and the young. Mutual respect and understanding between the Salesians
(as educators) and parents/guardians (as primary care givers) is built before the
student/son starts school, thus creating a strong platform in line with the Salesian
preventive system. The process lived at Savio College allows a stronger ownership
where faith becomes a journey to unfold rather than a service to consume.
210

22.2 Page 212

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PARENTAL ORATORY
SAVIO YEUNG & TEAM (CIN)
Salesian Educative Pastoral Centre for Youth and Family” is located in the district
with low social-economic and new immigrant families in Macau. The center is
a “Parental Center” as well as “Daily Oratory” where parents can walk-in with
children and stay and play together with their children, to enjoy and enhance
the parent-child relationship. From time to time the center provides different
parental training courses such as “Life Skill”, “Spiritual Counselling”, “Play
Group”, “Thinking Course”, “Personality Growth Training” that helps parents
to have educating mind set and improve their parent-child relationship.
PADRES EXPLORADORES
HÉCTOR LUIS ARISMENDE (ARS)
El movimiento juvenil de los Exploradores Argentinos de Don Bosco se abre cada
vez más a la participación de los padres en las actividades de sus hijos, generan-
do espacios de encuentro, formación y colaboración con la finalidad de: inte-
grarlos al proceso educativo del Movimiento; ofrecerles espacio de participación
activa en el sostén organizativo y económico; garantizar una presencia estable
de adultos durante las actividades ordinarias y extraordinarias. El movimiento
EADB está presente en toda la Argentina con más de 80 centros, y cada uno
posee al menos un grupo estable de Padres Exploradores.
211

22.3 Page 213

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
TABELAS
TABELA
PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
Mapa da realidade social e eclesial da Família nas regiões ou continentes
(Workshop de 6 apresentações e Delegados de Pastoral Juvenil)
ÁFRICA E
MADAGÁSCAR
16-19 Setembro
2015
Addis Abeba
AMÉRICA
17-20 Outubro
2015
Quito
ÁSIA
SUL
2-5 Novembro
2015
Bangalore
ÁSIA ESTE
E OCEÂNIA
10-13 Novembro
2015
Seul
EU.
MEDITERRÂNEA
2-5 Fevereiro
2016
Santiago de
Compostela
EU.
CENTRO-NORTE
9-12 Fevereiro
2016
Roma
TABELA
PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
Envolvimento da realidade local
21-23/06/2016
AFRICA E
MADAGASCAR
Consegna dei
risultati:
31/08/2016
AMERICA CONO
SUR
Consegna dei
risultati:
07/10/2016
ASIA EST-
OCEANIA
Consegna dei
risultati:
01/10/2016
Incontro regionale
17-20/10/2016
Incontro Regionale
1-3/11/2016
Incontro Regionale
7-10/02/2017
Incontro Regionale
12-15/09/2016
Incontro Regionale
24-27/10/2016
Incontro Regionale
10-13/11/2016
Invio Lettera-
Questionario del
Rettore Maggiore
a Ispettori e
Delegati di Pastorale
Giovanile
INTERAMERICA
Consegna dei
risultati:
07/10/2016
ASIA SUD
Consegna dei
risultati:
01/10/2016
EUROPA
Consegna dei
risultati:
15/11/2017
212

22.4 Page 214

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TABELA
28 novembre
Martedi
Lettura
PROPOSITIVA
DELLA REALTÀ
Congregazionale
RAPPORT SUL
QUESTIONARIO
29 novembre
Mercoledi
Lettura
ECCLESIALE
RELAZIONE
30 novembre
Giovedi
Lettura
EDUCATIVO-
PASTORALE
RELAZIONE
1 dicembre
Venerdi
MINI
CORSO
I Sessione 90’
WORKSHOP
Pausa
BUONE Pratiche
GRUPPI
BUONE Pratiche
GRUPPI
BUONE Pratiche
GRUPPI
27 novembre
Lunedì
Inaugurazione
Una lettura
della realtà
Regionale
Alla luce del
Questionario
MINI
CORSO
WORKSHOP
Si riprende
l’illuminazione
del mattino
nelle Regioni
MINI
CORSO
WORKSHOP
Si riprende
l’illuminazione
del mattino
nelle Regioni
MINI
CORSO
WORKSHOP
LINEE DI
FUTURO
II Sessione 90’
Pranzo
Plenum
III Sessione 90’
Pausa
Momento
culturale
IV Sessione 120’
213

22.5 Page 215

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
AVALIAÇÃO
FINAL
ITA (37) FRA (13) SPA (46) POR (20) ENG (49) = 165
1 2 3 4 5 Media
CONFERÊNCIAS
1 Bruno Forte
3 7 40 109 4.60
2 Fabio Attard
1
5 28 133 4.74
3 Carmen Peña
1 12 24 56 72 4.27
4 Rossano Sala
1
2 25 133 4.79
BOAS PRÁTICAS
6 1. Love Matters
5 1 3 3.77
7 2. Integration of HIV affected
3 5 4.62
8 3. Helping Young Couples
2 4 4 4 3 3.11
4. Family Garden
1 1 11 8 4.23
5. In the trail of Don Bosco
1 7 9 4.47
6. Gruppo Famiglie MGS
5 6 10 4.23
7. Alleanza Educativa
1 1 4 19 17 4.19
8. PG e Famiglia
2 7 15 12 4.02
9. Famiglie animatrici della dimensione affettiva
2 15 10 4.29
10. Maison Safina
1 1 5 4.57
11. Mamas Catequistas
2 1 17 4.75
12. Pastoral en Zapatillas
1 1 4 18 18 4.21
13. Variedad y Tecnologia
1 6 8 4.46
14. Grupo de Padres
1 5 7 4.46
15. Fazer o Bem Faz Bem
5 2 5 4.00
16. Pastorale Circolare
1 3 10 7 4.19
17. Parents of Students
2 6 1 3.88
18. Rebuilding Trust
4 5 4 4.00
19. You are part of my family
1 9 6 4.31
20. Parental oratory
3 4 7 4.28
21. Padres Exploradores
1 2 1 3 3.85
214

22.6 Page 216

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ITA (37) FRA (13) SPA (46) POR (20) ENG (49) = 165
MINI CURSO
9 1. Francis Gustilo
2. Paul Raj
3. Virginia Cagigal
4. Paulina Fernandez
5. Alvaro Ginel
6. Ronaldo Zacharias
7. Mario Llanos
8. Gustavo Cavagnari
TRABALHO DE GRUPOS
10 O trabalho por Regiões
EM TERMOS DE CONCLUSÕES
11 Uma visão e umas estratégias mais ricas
12 Objetivos previstos
13 Metodologia, em geral
14 Participação ativa dos participantes
15 Implicação pessoal
16 Implicação dos outros participantes
17 Duração
18 Condições ambientais
19 Condições de alojamento
20 Informação-comunicação
21 Formação pessoal
22 Momentos de celebração
1 2 3 4 5 Media
1 1 2 2 5 3.81
1
1 10 5 4.05
4 7 4.63
1 2 5 5 1 3.21
1
12 4.84
14 5.00
1 5 3 5 10 3.75
2 6 21 4.65
1 5 22 66 60 4.04
2 9 64 86 4.46
1
14 62 82 4.40
1 3 9 66 84 4.40
1 1 14 57 87 4.48
1 15 70 79 4.37
1 15 72 78 4.36
1 3 6 54 100 4.51
2 6 10 47 100 4.43
1
3 32 129 4.74
3 4 30 48 75 4.17
1 1 4 44 112 4.63
4 8 24 43 86 4.20
215

22.7 Page 217

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
PARTICIPANTES
Nº NOME
1 KABWE PAUL
2 JOACHIM
3 NICOLE EKILA
4 LIGOPI LINZUWA
5 ISIDORO
6 ABEL
7 BANZE WA MONGA
8 MELCHADES
9 CLARENCE
10 NHALNHLA GODFREE
11 DIDIER
12 BENON
13 MARK ANTHONY
14 OLUMIDE
15 BENEDICT
16 GATETE
17 SANTIAGO
18 ANGELO
19 DANIEL
20 MARIA CLARA
21 ZEZINHA MADALENA
22 JOSE FRANCISCO
23 JOSE PASTOR
24 JORGE
25 FERNANDO
26 GERMAN ARIEL
27 HECTOR LUIS
APELIDO
VINNY
SHAMUKEKE KABANZA
DJANGI
ZEPHYRIN
APOSTOLI
MUSSIE
DONATIEN
LUKANYANGA
WATTS
MDLALOSE
MEBA
HERMANN
OKPALIRE
AKADIRI
MENSAH
INNOCENT
CHRISTOPHERSEN
EPALANGA AMANDIO
KANDANDJI
BORGES KANDANDJI
MUTANGO EPALANGA
ORTEGA MEJIA
RAMIREZ FERNANDEZ
SANTIAGO CARTAGENA
SAADE
CUESTA
ARISMENDE
INSPETORIA
ACC
ACC
ACC
ACC
AET
AET
AFC
AFE
AFM
AFM
AFO
AFO
AFW
AFW
AFW
AGL
ANG
ANG
ANG
ANG
ANG
ANT
ANT
ANT
ARN
ARN
ARS
216

22.8 Page 218

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Nº NOME
APELIDO
28 EMILE DESIRE
MEFOUDE
29
FRANCINE COLETTE
ZENAIDE
ZOMAMBOU BONGO
30 YOLANDE GISELE
OSSAVOU
31 ANNICK RACHEL
OSSAVOU DOUMBE
32 BERNARD
GRAHAM
33 RUDOLF
OSANGER
34 WAGNER
LUIS GALVAO
35 ELIAS
ROBERTO
36 GEE
VAN DEN BERGHE
37 LOUAGE
NELE
38 VERPOEST
DIETER
39 REGINALDO
LIMA CORDEIRO
40 FERNANDA CRISTINA
MELO PEREIRA
41 DULCIMAR
SILVA PEREIRA
42 EDWIN
CESPEDES BERNAL
43 GILSON MARCOS
DA SILVA
44 RAFAEL
PEREIRA PEREIRA
45 EDUARDO ROGERIO
SCHMITZ
46 ALESSANDRA
FISTAROL SCHMITZ
47 EUDES
BARRETO FERNANDES
48 JOSEFA MADALENA
DA SILVA
49 ROQUE LUIZ
SIBIONI
50 ANA LUCIA
DA SILVA BASTISTA
51 MARILDA MARTINS
PEREIRA DE SOUZA
52 ALEXANDRO
SANTANA
53 ERACLIDES REIS PIMENTA ERACLIDES
54 RENE
SANTOS GONZALEZ
INSPETORIA
ATE
ATE
ATE
ATE
AUL
AUS
BCG
BCG
BEN
BEN
BEN
BMA
BMA
BMA
BOL
BPA
BPA
BPA
BPA
BRE
BRE
BSP
BSP
BSP
BSP
BSP
CAM
217

22.9 Page 219

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
Nº NOME
APELIDO
INSPETORIA
55 LUIS
56 TOMAS
57 JINDRICH
58 MICHAL
59 CLAUDIO
60 RUTH ANGELICA
61 CLAUDIA ALEJANDRA
62 JUAN FRANCISCO
63 CHO LAW SAVIO
64 UN HOU
65 YUK CHO
66 JOSE ARCADIO
67 ELMA MIREYA
68 JULIO CESAR
69 JAIME ENRIQUE
70 JORGE ARLEY
71 OSCAR JOSE
72 IVAN
73 JOSIP
74 JOSIPA
75 HENRY WLADIMIR
76 RUBINSKY RAVINDANAT
77 JOEL
78
JOHN MARIE FRANCIS
OCAMPO
79 EDWIN
80 JOANNA MARIE
81
ANTHONY E.GEORGE
ANGELO
82 JORIZ
83 ELIGIO
84 XAVIER
85 JOCKIR
86 MICOD
87 KATHARINA
88 WIDMANN
CORRAL PRIETO
REDLICH
SRAJER
KAPLANEK
CARTES
LIZANA IBACETA
MARTI AGUILERA
TRIPAILAF QUILONDRAN
YEUNG
CHEONG
SHI
RIAÑO CUIDA
ARDILA DUARTE
HERRAN CASTILLO
MORALES ALFONSO
ESCOBAR ARIAS
HOLGUIN ORDONEZ
TERZE
ZELENIKA
ZELENIKA
ACOSTA NARANJO
SANCHEZ ANDRADE
CAMAYA
VILLAFANIA
SOLIVA
OLIVA
CORREIA
CALSA
SANTOS
ERNST
GENEVIÈVE
ERIC
KARL
JÖRG
CAM
CEP
CEP
CEP
CIL
CIL
CIL
CIL
CIN
CIN
CIN
COB
COB
COB
COB
COM
COM
CRO
CRO
CRO
ECU
ECU
FIN
FIN
FIN
FIN
FIN
FIS
FIS
FRB
FRB
FRB
GER
GER
218

22.10 Page 220

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Nº NOME
APELIDO
89 BARBARA
KLOSE
90 HITOSHI
YAMANOUCHI
91 SHINGO
TOMITA
92 JAMES ROBERT
GARDNER
93 SUE
MCDONALD
94 HUBERT
MESIDOR
95 MARIE GLADYS
DUPUY
96 WITHNEY
JEAN BAPTISTE
97 RICCARDO
GIRIBALDI
98 DANIELE
MERLINI
99 ELISABETTA
PREVE
100 EMANUELE
DE MARIA
101 LORENZO
GHERI
102 LUCIA
SCILLA
103 CLAUDIO
BELFIORE
104 GIOVANNI
D’ANDREA
105 TULLIO
LUCCA
106 SIMONETTA
ROSSI
107 CLAUDIO
DURANDO
108 ALBERTO
MARTELLI
109 STEFANO
MONDIN
110 MICHELE
MOLINAR MIN BECIET
111 PAOLO
CAIANI
112 SIMONA ANGELA
CARLI
113 DOMENICO
MADONNA
114 PIERLUIGI
LANOTTE
115 TOMMASO
CELENTA
116 DANIELA
GALDI
117 GLENFORD CLIFTON JUDE LOWE
118 RICHARD
D’SILVA
119 ANAND
CASTELINO
120 PALOMA LYDIA
DSA
121 ANTON
D’SOUZA
122 LAWRENCE
MONDAL
123 Don Bosco
Perianayagam
INSPETORIA
GER
GIA
GIA
GRB
GRB
HAI
HAI
HAI
ICC
ICC
ICC
ICC
ICC
ICC
ICC
ICC
ICP
ICP
ICP
ICP
ICP
ICP
ILE
ILE
IME
IME
IME
IME
INB
INB
INB
INB
INB
INC
IND
219

23 Pages 221-230

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23.1 Page 221

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
Nº NOME
APELIDO
124 KAISA
KAIKHO
125 Siile Anthony
Khoho
126 Francis
Ngajokapa
127 SILVIO
ZANCHETTA
128 VINCENZO
RICCIO
129 BARBARA CRISTINA
CASTIONI
130 ANGELO SERGIO
VIANELLO
131 Prueba
Prueba
132 LUCIA
SEBASTIANUTTI
133 LUCAS
CHAMBUGONG MARAK
134 SUDHAKAR
BELLAMKONDA
135 ANTHIC
JOSEPH
136 JOSE THOMAS
KOYICKAL
137 PAULACHAN
KANNAPPILLY
138 HYACINTH
MENDEZ
139 SINDHA
HYACINTH MENDEZ
140 STEVEN LAWRENCE
LAWRENCE
141 EDWIN VASANTHAN
THOMAS
142 MURALI KRISHNAN
GOPALAN
143 JOHN BOSCO
SELVARAJ
144 DON BOSCO
LOURDUSAMY
145 MARIA CHARLES
ANTONYSAMY
146 SHILANAND
KERKETTA
147 GABRIEL
KARUNARAJ
148 VINCENT AROKIA XAVIER PHILOMINRAJ
149 ERIC
CACHIA
150 VAL
COLLIER
151 MARTIN
BURKE
152 ROBERT L.
GRECH
153 DOMENICO
LUVARÁ
154 GIUSEPPE
RUTA
155 ANGELO
GRASSO
156 SALVATORE
PARRINO
157 ROBERTA
NICASTRO
158 MARIANNINA
PISCIOTTA
INSPETORIA
IND
IND
IND
INE
INE
INE
INE
INE
INE
ING
INH
INH
INK
INK
INK
INK
INK
INM
INM
INM
INM
INN
INN
INT
INT
IRL
IRL
IRL
IRL
ISI
ISI
ISI
ISI
ISI
ISI
220

23.2 Page 222

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Nº NOME
APELIDO
159 JOAO DA COSTA
160 ORATIOUS SAJEEWAKA
161
ANTHONY T.CLAY
FERNANDO
162 HARISOA JOSE GASTON
163 MARIE FREDELINE
164 FRANCISCO
165 PABLO FEDERICO
166
MARIA DE LA SALUD
RAQUEL
167 JONATHAN SIMON
168 JESUS ABRAHAM
169 PERLA
170 PAULO ARMANDO
171 MARIA ANGELICA
172 JUANA
173 MANUEL
174 OLGA ALBERTINA
175 DELIO FRANCISCO
176 DOMINGO ANTONIO
177 DOMINGO RAMON
178 MARTIN
179 HUMBERTO
180 VICTORIA
181 SILVIA EDITH
182 GEORGE AUFE
183 CASPA
184 ADAM
185 MARIA
186 MAGDALENA
187 ALICJA
188 FRANCISZEK
189 JOÃO
190 JUAN
191 ALVARO
BOAVIDA
PAUL
WARNAKULASOORIYA
RAKOTONDRANAIVO
RATOVOARIVELO
NDRASANTSOA
CERVANTES
MUJICA LOPEZ
SERRATOS VAZQUEZ
ORTEGA FRAIRE
VILLA MARTINEZ
PATIÑO
MORALES GUTIERREZ
ALVAREZ MENDIETA
LOPEZ RUEDA
GUTIERREZ MUÑOZ
CUCO
BARREIRO PENAYO
ARANDA DELGADO
CACERES GONZALEZ
CIPRIANO SALAZAR
CHAVEZ
BASHI ZAVALA
FERNANDEZ GARCIA
ISOAIMO
CHARLES
WEGRZYN
BORAKIEWICZ
JAGIELSKA
BOROWIK
JANYGA
CHAVES MENDES
FREITAS
LAGO
INSPETORIA
ITM
LKC
LKC
MDG
MDG
MEG
MEG
MEG
MEG
MEG
MEG
MEM
MEM
MEM
MEM
MOZ
PAR
PAR
PAR
PER
PER
PER
PER
PGS
PGS
PLE
PLN
PLO
PLO
PLS
POR
POR
POR
221

23.3 Page 223

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
Nº NOME
192 PAULO JORGE
193 RENATO
194 MARCELO
195 MIGUEL ANGEL
196 DANIEL
197 PATRICK
198 FABIO
199 ANGEL
200 HORACIO
201 TARCIZIO
202 AMERICO
203 NATALE
204 MARIA AROKIAM
205 TADEUSZ
206 STEFANO
207 ROSSANO
208 BRUNO
209 GUSTAVO
210 FRANCIS O.
211 RONALDO
212 PAULINA
213 MARIO
214 PAUL
215 ALESSANDRA
216 DOMENICO
217 LIVIA HELENA
218 JULIA
219 ALEXANDER AWI
220 ANGEL
221 LEONARDO
222 MARIAN
223 MANUEL
224 DANIEL
225 CARLOS
226 YOLANDA
222
APELIDO
VALENTE PINTO
CURSI
FARFAN
GARCIA MORCUENDE
GARCIA
ANTHONYRAJ
ATTARD
FERNANDEZ ARTIME
LOPEZ
MORAIS
CHAQUISSE
VITALI
KANAGA
ROZMUS
MARTOGLIO
SALA
FORTE
CAVAGNARI
GUSTILO
ZACHARIAS
FERNANDEZ
LLANOS
RAJ AMALRAJ
CAMA
MOLINA GUISEPPE
PITTINAU
ARCINIEGAS ALVAREZ
MELLO
GUDIÑA
SANCHEZ
SERRANO
SERRANO
DIAZ-JIMENEZ
MARTIN
SOBRINO POVES
INSPETORIA
POR
RMG
RMG
RMG
RMG
RMG
RMG
RMG
RMG
RMG
RMG
RMG
RMG
RMG
RMG
RMG
RMG
RMG
RMG
RMG
RMG
RMG
RMG
RMG
RMG
RMG
RMG
RMG
RMG
RMG
RMG
RMG
RMG
RMG
RMG

23.4 Page 224

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Nº NOME
227 JAYAPALAN
228 FRANCISCO
229 JOAN LLUÍS
230 PAVOL
231 KATARINA
232 KAMIL
233 DOMINIK
234 GASPER
235 SANJA
236 FRANCISCO JOSE
237 MIGUEL ANGEL
238 JAVIER
239 ANA MARIA
240 MARTA
241 ALEJANDRO
242 JORGE JUAN
243 CRISTOBAL
244 RAUL
245 EVA MARIA
246 JOSE ANTONIO
247 AURORA
248 IRUNE
249 JOSÉ LUIS
250 CHARO
251 JUAN CARLOS
252 SAMUEL
253 JOSE MANUEL
254 JOSE MARIA
255 XAVIER
256 MANUEL FERNANDO
257 FRANCISCO JAVIER
258 JOSE LUIS
259 JOSE MARIA
260 VIRGINIA
261 Alvaro
APELIDO
RAPHAEL
SANTOS MONTERO
PLAYÀ MORERA
BOKA
BAGINOVA
BAGIN
VINS
OTRIN
OBAHA BRODNJAK
PEREZ CAMACHO
CALAVIA CALAVIA
DOMINGUEZ PARRA
VAQUERO PEIRO
ROMAN CAMARA
GUEVARA RODRIGUEZ
REYES MACIAS
LOPEZ
FERNANDEZ ABAD
MARTINEZ FERNANDEZ
HERNANDEZ GARCIA
MARTIN IZQUIERDO
LOPEZ ARESTI
GARCÍA PEÑA
TEN SORIANO
PEREZ GODOY
SEGURA VALERO
GONZALEZ DIEZ
BLANCO ALONSO
CAMINO SAEZ
GARCIA SANCHEZ
VALIENTE MORENO
VILLOTA COSIO
GARCIA MENDEZ
CAGIGAL DE GREGORIO
Ginel
INSPETORIA
RMG
RMG
RMG
SLK
SLK
SLK
SLK
SLO
SLO
SMX
SMX
SMX
SMX
SMX
SMX
SMX
SMX
SMX
SSM
SSM
SSM
SSM
SSM
SSM
SSM
SSM
SSM
SSM
SSM
SSM
SSM
SSM
SSM
SSM
SSM
223

23.5 Page 225

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PASTORAL JUVENIL E FAMÍLIA
Nº NOME
APELIDO
262 KOLDO
263 ANGEL
264 MARIA DEL ROSARIO
265 ABRAHAM
266 MATTEO
267 NORMA
268 ANDREA
269 ALPHONSE
270 GINA
271 PIYA
272 ANATOLIY
273 SERGIO
274 PEDRO
275 ORLANDO ELISEO
276 NELSON RAMON
277 SANDILLY INMACULADA
278 QUOC PHONG
279 DUY BAO
280 HUY CHUONG
281 QUANG THAI
282 CHRISTOPHER
283 JENNIFER NKONDE
GUTIERREZ CUESTA
ASTORGANO RUIZ
GARCIA RIBAS
FELICIANO
MORELLI
FRANCO
ZIMMERMAN
VU
ROBLES
PUCHCHAN
HETSYANYN
ALVAREZ MORA
INICIO REY
GRAMCKO RODRIGUEZ
SEQUERA GIMENEZ
ECHETO JORGE
PHAM
VU
PHAN
DINH
KUNDA
SIKAZWE
INSPETORIA
SSM
SSM
SSM
SUE
SUE
SUE
SUE
SUO
SUO
THA
UKR
URU
URU
VEN
VEN
VEN
VIE
VIE
VIE
VIE
ZMB
ZMB
224

23.6 Page 226

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225

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ÍNDICE
APRESENTAÇÃO ........................................................................ 4
INTRODUÇÃO............................................................................. 6
27 DE NOVEMBRO DE 2017
A FAMÍLIA NA CAMINHADA SINODAL DA IGREJA.......... 15
28 DE NOVEMBRO DE 2017
O CAMINHO DA CONGREGAÇÃO SALESIANA................35
Reflexões Regionais.......................................................................67
29 DE NOVEMBRO DE 2017
AMORIS LAETITIA:
ALGUNS REPTOS E PROPOSTAS..........................................85
Reflexões Regionais..................................................................... 104
30 DE NOVEMBRO DE 2017
A FAMÍLIA NA PROPOSTA
PASTORAL SALESIANA..........................................................125
Reflexões Regionais......................................................................159
PARA O FUTURO......................................................................183
COLABORARAM NO CONGRESSO....................................193
MINI CURSOS............................................................................195
BOAS PRÁTICAS...................................................................... 201
TABELAS.....................................................................................212
AVALIAÇÃO FINAL...................................................................214
PARTICIPANTES.......................................................................216
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