12 de março
Bem-aventurado LUIZ ORIONE
presbítero
Na Quaresma omite-se esta memória. Se, por motivos
pastorais, se quisesse comemorar o Bem-aventurado:
a) no Oficio das Leituras, depois da leitura dos
Padres do Próprio do Tempo, com seu
responsõrio, acrescente-se a leitura hagiográfica
própria com o responsõrio, concluindo com a
oração do Bem-aventurado;
b) além disso, na Oração da Manhã e na Oração da
Tarde, pode-se acrescentar a antífona e a oração do
Bem-aventurado, depois da oração final, omitindo
a conclusão, desta.
Luiz Orione nasceu em Pontecurone (Alessãndria,
Itália) no dia 23 de junho de 1872. Foi aluno de São
João Bosco, por ele sempre admirado e imitado como
modelo de santidade apostólica. Como aluno do semi-
nário de Tortona, começou o seu apostolado entre os
jovens. Depois da ordenação sacerdotal continuou a
consagrar suas forças em socorro de todas as formas
de miséria física e moral, com a finalidade de difundir
no povo o amor a Cristo e fazê-lo sentir sua presença
na Igreja, no Papa e nos Bispos.
Criou obras de caridade em muitas nações, especi-
almente na Itália e na América Latina; fundou várias
congregações. Depois de uma vida cheia de fadigas e
sofrimentos, morreu em Sanremo (Imperia), no dia 12
de março de 1940. Em 26 de outubro de 1980 o Papa
João Paulo II inscreveu-o no Catálogo dos Bem-aventu-
rados.
Oficio das Leituras
Segunda leitura
Dos "Apontamentos" do Bem-aventurado Luiz Orione,
sacerdote
(25 de fevereiro de 1939)
Colocai-me, Senhor, na boca cio inferno,
para que, pela possa misericórdia,
eu possa fechá-la
O que acima de tudo importa ver no mundo são as
almas dos nossos irmãos. Almas dos pequenos, almas
dos pobres, almas dos pecadores, almas dos transvia-
dos, almas dos penitentes, almas dos que se rebelam
contra a vontade de Deus, contra a Igreja de Cristo,
almas dos filhos degenerados, almas de sacerdotes in-
felizes e infiéis, almas vitimas da dor, almas brancas
como as pombas, almas simples e angelicais de virgens,
almas caídas nas trevas do sentido e na baixa bestiali-
dade da carne, almas orgulhosas do mal que praticam,
almas ávidas de poder e de riqueza, almas cheias de si,
almas perdidas que procuram um caminho, almas
sofridas que procuram um refúgio ou uma palavra de
conforto, almas desesperadas pelo pensamento da
condenação ou almas inebriadas pela embriaguês da
vida que levam: todas são amadas por Cristo, por todas
Cristo morreu, a todas Cristo quer salvar nos seus
braços e no seu Coração traspassado.
A nossa vida e toda a nossa Congregação devem ser
uma sinfonia e um holocausto de fraternidade em Cris-
to. Ver e sentir Cristo no homem. Devemos ter em nós a
profundíssima e altíssima melodia da caridade. Para
nós, o ponto central do universo é a Igreja de Cristo, e o
fulcro do drama cristão é a alma. Eu sinto uma divina
sinfonia de espíritos, palpitantes ao redor da Cruz, que
goteja para nós, gota por gota, através dos séculos, o
sangue derramado em beneficio da alma humana.
Da Cruz, Cristo grita: "Tenho sede!". Grito terrível
de secura, que não é grito da carne, mas é grito de
sede de almas; e é por esta sede de nossas almas que
Cristo morre.
