356 Antonio da Silva Ferreira
tinha criado para os meninos do Pantanoso. Como aluno e ex-aluno foi presi-
dente da Sociedade dos Oratórios festivos.
Foi um ex-aluno fiel aos princípios recebidos na educação colegial, tor-
nando-se um apologista que, com o coração cheio de gratidão, fez a análise
dos méritos e virtudes da Obra de Dom Bosco. Em 1896, foi eleito presidente
da Sociedade dos Ex-alunos do Colégio Pio, que se fundara em 1895. A ele
se deve a iniciativa da ereção no colégio de um monumento que perpetuasse
a memória de D. Lasagna.
Formou-se em medicina. Começou suas atividades médicas como esta-
giário do Hospital de Caridade em 1885. Em 1888, tendo-se doutorado na
Faculdade de Medicina da Universidade de Montevidéu, foi nomeado médico
extranumerário da polícia, na Aguada e, um ano depois, médico da Assistên-
cia Pública domiciliar, também na Aguada. Nessa ocasião, juntamente com
Juan Risso Herrera, publicou uma série de artigos nos quais combatia os
ensinamentos do Dr. Eustáquio Herrero y Salas, iniciador da Sociedade de
cremação facultativa e que combatia a religião.
Em 1891 Lénguas foi nomeado médico das salas de Medicina e Cirurgia
no setor de mulheres do Hospital Maciel, onde por 41 anos prestou serviços
na sala Mateus Vidal e formou gerações de médicos. Fez de sua profissão um
verdadeiro sacerdócio, dedicando-se a ela de todo o coração e empregando os
melhores métodos então em uso na França, na Alemanha e nos Estados Unidos.
Em 1890 foi designado membro do Conselho de Higiene. Em 1906,
junto com seu colega o Dr. Fausto Veiga, fundou um sanatório. Integrou ainda
a Sociedade de Medicina de Montevidéu e escreveu diversos artigos em
revistas especializadas.
Como funcionário público, foi membro de numerosas entidades oficiais:
presidente da Comissão Nacional de Caridade, do Conselho Nacional de
Higiene (1892), do Conselho de Patronato de Delinqüentes e Menores (1920-
1925). O governo uruguaio o enviou a diversos congressos internacionais e
além disso confiou-lhe uma missão especial na Europa para o estudo dos
reformatórios masculinos.
Em 9 de junho de 1927 o clero nacional prestou uma homenagem ao
Dr. Lénguas na paróquia da Aguada. Como sinal de reconhecimento, o bispo
de Melo, D. Joaquim Arróspide, entregou-lhe um cronômetro médico e um
pergaminho assinado por todos os sacerdotes que tinham sido seus pacientes.
O Dr. Lénguas foi um tenaz combatente pela liberdade da Igreja e da
igualdade dos direitos dos católicos perante a lei. Participou de todos os mo-
vimentos de defesa dos ideais religiosos de seu país, ocupando lugares na pri-
meira fileira e de grande responsabilidade, que desempenhou com simplici-