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uma relativa abundância de pessoal. Aliás, recomendava P. Rua ao P. Gamba:
“Todavia procure que a Casa Inspetorial seja sempre melhor provida que as
outras, devendo ser modelo”8.
Ainda com relação à distribuição do pessoal, escrevendo ao P. Álbera
em 1901, P. Rua recorda que as mudanças devem tender “ao aperfeiçoamento
dos salesianos (coisa a que devemos dar suma importância) e com tal aper-
feiçoamento tendem também à maior vantagem dessa população”9
Mas continuemos apresentando algumas particularidades dos elencos.
Em 1895 o elenco cita as capelanias das FMA. Em Villa Colón a capelania
das Irmãs contava, além do padre, com dois coadjutores. Isso devido à neces-
sidade de cuidar do amplo terreno de que elas dispunham. Ainda em 1895,
cita-se explicitamente o encarregado do Oratório festivo para a casa de Villa
Colón. Somente em 1910 encontraremos algo de semelhante: é indicado ex-
plicitamente o diretor do Oratório festivo da casa de Paissandu-Rosário.
A partir de 1896, os aspirantes deixam de figurar no elenco. A partir de
1900, os salesianos de votos perpétuos são apresentados separadamente dos
de votos temporários.
Em 1901 a Sagrada Congregação do Santo Ofício, com um decreto ex-
plícito, proibiu aos superiores salesianos que confessassem seus súditos. Por
isso, a partir de 1902 figuram no elenco os confessores de cada comunidade,
às vezes sacerdotes pertencentes a comunidades diferentes, para se poder
atender os requisitos exigidos para essa função.
A partir de 1903, surge no elenco a Comissão para examinar e dar pa-
recer sobre os pedidos de admissão ao noviciado e à profissão, de acordo com
o decreto Regulari Disciplinae. Nesse ano é ela constituída pelos diretores
das principais casas da inspetoria10.
8 Carta Rua-Gamba de 27-04-1898 in Pe. Miguel RUA, Cartas Uruguai - Paraguai -
Brasil, n. 126. Desejava o P. Rua que as casas inspetoriais fossem como uma amostra de toda a
obra salesiana. Quando se pensava em quem colocar como inspetor do Brasil, sucedendo a Dom
Lasagna, ele pensa na casa de S. Paulo como casa inspetorial, porquanto “compreende também
as duas categorias dos nossos jovens, artesãos e estudantes”. E repete em outra carta: “por ser
casa omnímoda, isto é que compreende estudantes, aprendizes, Filhos de Maria, Oratório fe-
stivo, Escolas externas etc.” (Cf cartas Rua-Cagliero de 13.11.1895 e 06.01.1896, in Pe. Miguel
RUA, Cartas Uruguai - Paraguai - Brasil, nn. 74, 79). Por esse mesmo motivo, faz notar ao P.
Gamba a conveniência de admitir estudantes de curso secundário nos Talleres (Cf carta Rua-
Gamba de 26-02-1896, in Pe. Miguel RUA, Cartas Uruguai - Paraguai - Brasil, n. 90).
9 Carta Rua-Álbera de 03-01-1901, in Pe. Miguel RUA, Cartas Uruguai - Paraguai -
Brasil, n. 178.
10 São eles: P. Santiago Giovannini, diretor do colégio Dom Bosco de Paissandu; P.
Paulo Peruzzo, diretor dos Talleres Don Bosco; P. Guilherme Piani, diretor da casa de for-
mação de Las Piedras; P. Cirilo Ramírez, diretor da casa de Montevidéu-Sagrado Coração; P.
Juan Pedro Rodríguez, diretor de Mercedes; P. Pedro Rota, diretor de Villa Colón e P. Am-
brósio Turriccia, diretor de Assunção do Paraguai.