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DB-Moçambique

1 de Agosto de 2003 - N.º 74


Delegação Salesiana de Moçambique




Acreditamos no futuro

Do dia 23 ao dia 26 de Julho decorreu, como estava anunciado, o Campo Vocacional, no Bilene. Estiveram presentes, como se poderá ver mais adiante pela notícia da Matola, um bom número de participantes que já são acompanhando ao longo do ano nos encontros vocacionais.

Desejaria por um lado alegrar-me com as comunidades, pelo número de participantes, e por outro salientar o esforço e a preocupação de cada comunidade em acompanhar e fazer participar estes jovens no campo vocacional. Se é certo que o número por si é apenas um indicador, por outro, significa que as comunidades estão interessadas e empenhadas na procura de soluções para o problema vocacional.

Neste campo todos temos consciência das dificuldades. Umas são próprias do contexto: a baixa percentagem de católicos em Moçambique (apenas 20%), o baixo número de famílias estáveis e bem constituídas, a chegada em força, sobretudo nas cidades, da mentalidade consumista e hedonista, juntamente com a indiferença religiosa, número elevado de igrejas e seitas religiosas, criando desorientação e relativismo que tenderá a aumentar nas camadas mais jovens.

Outras dificuldades podem ser de origem interna: a falta de significatividade da vida religiosa ou das comunidades, a não evidência do primado da vida espiritual, a falta de relações interpessoais e de partilha da vida, o estilo de oração comunitária demasiado formal, etc.

Não devemos permanecer pessimistas ou auto flagelar-nos pela falta de vocações, mas ter diante de nós, entre outras coisas, o que é sabido e que o Reitor Maior diz na sua última carta: “os grupos que têm maior sucesso vocacional apresentam três elementos fundamentais: uma espiritualidade sólida, visível, partilhada; uma vida de comunidade intensa, jubilosa, atraente; um empenho seguro, claro, forte em favor dos pobres, que leva a viver para eles e como eles”.

Em anos passados a Delegação teve um número mais ou menos significativo de noviços, o grupo de assistentes que este ano temos é disso testemunho. Será interessante perguntar-se como funcionava a nossa pastoral nessa altura, porque a vocação de vários deles nasceu no contexto da experiência de grupo, e como estava organizada a pastoral vocacional. Pode ser que daí se colham alguns elementos que nos ajudem, no presente, a melhorar ainda mais o nosso trabalho neste campo.

Damos graças a Deus pelo testemunho de trabalho e dedicação aos jovens que cada comunidade realiza no seu dia a dia com esforço e dedicação. Confiamos que o Espírito Santo continuará a assistir o projecto iniciado com D. Bosco, por isso, vivemos e trabalhamos com alegria e serenidade acreditando no futuro.



P. Leal







Notícias


Reunião do Conselho

Na sua reunião do dia 23 de Julho o conselho da Delegação tratou os seguintes pontos: admissão do Helder Cocorea à Profissão Perpétua; avaliação da reunião de directores; estudo das conclusões da reunião de Curatorium de Angola; estudo da situação da paróquia do Jardim; aceitação da oferta de um voluntário pela organização “Corpo de Paz” como professor de inglês para a Moamba; apresentação do ponto da situação sobre o antigo colégio D. Bosco.


Visita do Regional

Vindo da Suazilândia, onde se desloca para participar nos 50 anos da obra salesiana, no próximo dia 15, estará connosco de 16-19 o P. Valentin para participar especialamente na Profissão do Helder.


Curatorium em Luanda

Do dia 9 a 16 de Julho o P. José Maria, o P. Provincial e o Delegado deslocaram-se a Angola para rever a colaboração entre Angola e Moçambique no campo da formação. Como é sabido os noviços de Angola estão em Moçambique e em contrapartida os pós-noviços de Moçambique estiveram em Angola até aos últimos anos.

Ambas as partes afirmaram que a experiência da colaboração tem sido benéfica e nas circunstâncias actuais parece ser esta a via melhor para alcançarmos a formação exigida pela congregação.

O pós-noviciado em Luanda está a estruturar-se de uma forma nova. De facto até este ano os pós-noviços residiam no aspirantado da Palanca e frequentavam as aulas no seminário diocesano, onde os salesianos dão uma colaboração reconhecida pelo Sr. Bispo como preciosa e indispensável.

No próximo ano os aspirantes irão para o novo aspirantado nos arredores de Luanda, bairro de Viena, e o actual aspirantado ficará, seja para residência dos pós-noviços, seja com sede do Instituto Dom Bosco de Estudos Superiores a abrir as suas portas no próximo ano lectivo. Este Instituto no final dos três anos dará o bacharelato em filosofia e pedagogia. Nos dois anos seguintes haverá a possibilidade de fazer a licenciatura em pedagogia ou em filosofia. Será um Instituto salesiano, mas aberto também a outros religiosos que queiram frequentar.

Ficámos de acordo em que imediatamente se pedisse o reconhecimento por parte do governo de Angola e mais tarde, se necessário, a filiação na UPS.

Por parte da Delegação de Moçambique parece-nos que este é um projecto a que podemos aderir.

Em anos anteriores os acordos entre a Delegação e a Visitadoria de Angola eram assinados em Roma, desta vez pediu-se para que fosse assinado apenas pelas duas partes interessadas. Sendo assim a renovação do acordo será assinado em Lisboa, no mês de Dezembro.

Da parte da Delegação de Moçambique fica também o desafio de preparar algum irmão que possa acompanhar os pós-noviços de Moçambique e dar alguma colaboração no Instituto.

Esta visita serviu também para conhecer a realidade salesiana angolana. Foi possível visitar as presenças dos salesianos e das salesianas em Luanda, ir ao Dondo, onde está o pré-noviciado, para conhecer os futuros noviços. Subimos também à missão salesiana de Calulo, onde também as irmãs salesianas têm uma presença.

Agradecemos aos salesianos de Angola o acolhimento e a possibilidade que tivemos de conhecer o imenso e bonito trabalho que realizam e em obras tão significativas pela presença em bairros populares e pobres.


Elaboração da Estratégia

Dentro da elaboração da Estratégia da Rede Salesiana de Escolas e Centros de Formação Profissional, reuniram-se na Matola na tarde do dia 20 os directores das escolas e Centros Profissionais, Encarregados das oficinas, e Directores Pedagógicos. Tratava-se de redigir em conjunto a missão da Rede Salesiana de Escolas e Centros de Formação Profissional. O Sr. Eusébio conduziu e orientou a dinâmica.

No final jantámos todos juntos para celebrar a despedida do Geraldo que esteve connosco durante um ano para preparar o livro de serralharia e dar formação aos professores.


Reunião de Directores

Os directores reunidos no dia 21 de Julho, trataram dos seguintes pontos:

Apresentação do documento: Formação Inicial - Projecto Pessoal de Vida - enviado pelo Conselheiro Geral para a Formação. No próximo retiro trimestral será entregue e apresentado este documento, bem como outro documento Formação Permanente - Projecto Pessoal de Vida.

Avaliação do Programa 2003 da Delegação. Sublinhou-se que apesar do muito trabalho, devemos salvar o essencial da nossa vida de consagrados; necessitamos de crescer mais na partilha fraterna e na comunicação, que abrange também a vida espiritual, os sentimentos e não apenas os projectos; sublinhou-se a necessidade de continuar o esforço de uma pastoral mais incisiva, através da formação dos agentes da pastoral, da insistência na preparação e vivência dos sacramentos especialmente da reconciliação e eucaristia e da educação para a vida de oração.

Informação económica da Delegação e das Casas. Tomámos consciência de que os recursos são poucos e por isso impõe-se a necessidade de os gerir com rigor. Daí que se peça aos salesianos que se preocupem em ter os seus títulos académicos em dia para que, onde for possível, recebam o seu salário do governo; gerir bem os bens que temos, os carros, os equipamentos e os edifícios de modo a evitar o crescimento dos gastos; os trabalhadores serão cada vez mais onerosos, quer pelos salários que tendem a subir rapidamente, quer em encargos com seguros e segurança social, por isso torna-se necessário ter aqueles que são realmente necessários; Neste momento todas as casas estão equipadas com meios para prestar contas através de balancetes mensais. Estes devem ser vistos pelo conselho local e enviados ao ecónomo da Delegação.

Sobre o colégio D. Bosco, foram apresentados os passos dados e as dificuldades encontradas. Outra questão colocada e discutida foi o que queremos colocar nestes espaços ou em outros correspondentes. De facto no Programa financiado pela Espanha está previsto, para o próximo ano, a criação de um Centro de Formação de Professores do Ensino Técnico e serviços de coordenação da Rede Salesiana de Formação Profissional. Isto equivaleria a uma nova Delegação com espaços suficientes para uma futura sede da Visitadoria ou Inspectoria. Dados os prazos do Programa de financiamento torna-se urgente encontrar um terreno que seja alternativa ao colégio D. Bosco.

Por último fez-se a revisão do calendário dos próximos meses e foram dadas algumas notícias.


Encontro com a Directora Nacional do Ensino Técnico Profissional

O encontro teve como finalidade saber que orientações tem o Ministério para a Formação de Professores do Ensino Técnico Profissional, uma vez que faz parte do Programa financiado pela Espanha a criação de um Centro de Formação de Professores do Ensino Técnico Profissional.

Para fazer a reflexão sobre este assunto será constituída uma equipa entre Salesianos e o Ministério. Apontou-se para que o encontro desta equipa se realize a 21 de Agosto. Entretanto os salesianos aproveitando a vinda do P. Angel Miranda elaborarão um documento de trabalho sobre esta matéria.


Chegada de voluntários

No dia 26 de Julho, vindos de Espanha chegaram o P. Angel Miranda, o coadjutor Santiago Elorriaga e os voluntários Maite que trabalhará em S. José e Iñki e Ricardo que trabalharão em Inharrime



Notícias das Casas


Matola

Os aspirantes do 1º Ano estão desde o dia 16 de Julho a próximo dia 04 de Agosto em interrupção lectiva do 2º Trimestre.

Com as avaliações semestrais, cada um pode ficar com uma ideia já mais clara da sua situação académica. Os resultados demostram que os jovens superaram já o período de adaptação ao novo estilo académico.

1 Nos primeiros tempos deste tempo de férias do meio do ano, dedicaram-nos à reorganização da parte agrícola que abriram no início do ano e que lhes toca ir renovando durante o ano. É o pomar, as machambas de alguns cereais como milho e feijão, assim como certas horticulas da temporada: alfaces, couves, tomate, cenoura, pimentos; brinjela e cebola.

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2 De seguida foi a preparação do «Campo Vocacional» sobretudo a parte logística e diversos equipamentos que esta actividade requeria, tendo que se realizar em Gaza, num que não possui qualquer equipamento.

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3 Centro de Formação Profissional

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4 Pastoral Vocacional

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