Cagliero11_2019_05_pt


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N. 125 - Maio de 2019
Boletim de Animação Missionária Salesiana
Uma publicação do Setor das Missões para as Comunidades Salesianas e os Amigos das Missões Salesianas
C aros Irmãos e caros Amigos,
escrevo-lhes desde o Sagrado Coração, como se Ele mesmo, desde a torre
da Basílica erguida pelo nosso amado Pai, Dom Bosco , lhes gritasse, e
aos quatro ventos, esta Sua quinta Beatitude:
“Felizes os misericordiosos, porque encontrarão misericórdia”.
“Olhar e agir com misericórdia, isto é santidade” [GE 82]
O salesiano missionário deveria respirar e “transpirar” – portanto irradiar - o
Sistema Preventivo, que é, para nós, misericórdia feita presença educativa e
missionária. De tantos salesianos missionários diz-se clara e imediatamente: “Eis um amigo de todos!”.
Antes, poder-se-ia ou se deveria gravá-lo em seus túmulos como a sua melhor definição, porque estiveram
sempre “fraternamente entre os jovens como presença ativa e amiga (C 39) “a exemplo do Filho de Deus
que em tudo se fez semelhante aos seus irmãos” (C 30). Exemplo máximo e radiante dessa misericórdia sa-
lesiana, amiga, universal, foi o Ven. Sr. Simão Srúgi. Um dos seus alunos testemunhava: «A sua bondade
era tal que obrigava a ouvi-lo, a querer-lhe bem. Pelo amor que nos dedicava a nós, jovens, conquistava a
nossa estima, as nossas almas». Eis a beatitude da misericórdia feita santidade salesiana!
Amigo - verdadeiro, sempre, de todos - : eis a sabedoria do salesiano missionário!
P. Guillermo Basañes SDB, Conselheiro para as Missões Salesianas
Projeto Cagliero - Austrália
P ara o Projeto Cagliero - Programa de voluntariado de longo prazo da Província do Pacífico Australiano - o
Camboja foi sempre, desde o início, uma área prioritária.
A partir de 2008 houve um fluxo constante de voluntários que apoiaram os Salesianos de Dom Bosco no trabalho
pelos maravilhosos jovens do Camboja. Foi um privilégio e um prazer para o Projeto Cagliero ter podido desempenhar
um pequeno papel no incrível trabalho presenciado.
Para os voluntários australianos jovens - e para os que são jovens 'de coração' - foi uma oportunidade o fazer parte da
rica história missionária em ato. O trabalho no Camboja tem sido o sonho e o trabalho árduo de missionários vindos de
todo o mundo: Holanda, Filipinas, Coreia, Itália, Colômbia, Índia, Vietnã, e de muitas outras nações.
Todos os anos tenho o privilégio de viajar ao Camboja para visitar os nossos voluntários. Por coincidência, o P. John
Visser, grande missionário holandês, visitou Phnom Penh durante a minha visita: um homem esse que foi dos primeiros
estrangeiros a entrar no Camboja em 1992 e a iniciar o difícil trabalho de reconstrução de uma nação devastada pela
guerra.
O P. John disse sorrindo durante o reforçado café da manhã ao recordar os humildes primeiros dias no Camboja:
«Quando chegamos, tudo o que tínhamos era um... carro!».
Quanto desde então as coisas mudaram! Há agora escolas e oratórios em Phnom Penh, Battambang, Poipet, Kep e
Sihanoukville, obras dedicadas a milhares de jovens pobres de todo o Camboja. Senti-me pequenina perante a tão alta
presença do grande missionário, sempre voltado para os
jovens, também como... "semi-aposentado".
Os voluntários do «Cagliero» são realmente afortunados
por acharem, nos salesianos do Camboja, uma total aber-
tura para trabalhar em verdadeira missão partilhada com
leigos. Nem sempre terá sido fácil, estou certa, quer pa-
ra os voluntários, quer para os SDBs. Mas provou ser bela
a comunhão entre leigos e religiosos. Os nossos voluntá-
rios têm pois o privilégio de participar desta bela comu-
nidade missionária: que assim possa ser por muitos e
muitos anos!
Lauren Hichaaba
Diretora do Projeto “Cagliero” - DIAM (Australia)

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Santidade: amor incondicionado e serviço
O Vietnã foi o país em que eu cresci: mas nesse tempo não havia nenhum
missionário. Na mente das pessoas, o conceito de missionário significa sair e
nunca mais voltar para casa: e isso faz com que as pessoas, especialmente os
pais, não queiram que seus filhos sejam missionários. Desde o noviciado tive
esse desejo: mas guardei-o só para mim até a Profissão religiosa perpétua.
Certo dia estava no 3º ano de Teologia vistos os convites para a missão
«ad gentes», rezei e coloquei-me seriamente nas mãos de Deus, repassando
com Ele todas as possíveis dificuldades. Dado que dois dentre os que tinham
sido meus alunos haviam sido mandados missionários a Papua-Nova Guiné,
animei-me e escrevi ao Reitor-Mor da Congregação. Minha carta foi aceita.
Entrementes, minha irmã adoecera. Câncer. Hospital. Uma das enfermeiras,
que é religiosa e me conhece, informara-me certo dia de que o tumor era
coisa grave: mesmo com tratamento químico, só poderia viver mais seis me-
ses ou um ano. Sabendo que meu cunhado, um convertido, ficaria com três
filhos pequenos, pedi a Deus que trocasse minha vida pela dela. Mas Deus
conhece as coisas melhor do que nós: tem mantido minha irmã saudável até
hoje, e a mim me enviou para a Mongólia. O problema depois disso fora como
partilhar os meus motivos missionários com o meu superior e com os meus
familiares. Minha mãe se opunha. Já o pai foi a fundo: "Tu pertences a Deus: faze o que Deus quer que tu faças". E
como jovem clérigo fui enviado, com o primeiro grupo, para a nova missão na Mongólia.
O ‘clima’ deste País tem mais de seis meses de inverno com 40 graus negativos de temperatura; às vezes, até mais! Já
o verão é mais curto, mas com um calor semidesértico de 35 a 40 graus. O ‘alimento’ principal é carne-e-mais-carne!
Fruta, nem pensar. Tão diferente é o meu verde país, com frutas e legumes em todas as estações. A ‘língua local’ é
difícil: difícil de aprender, de escrever, de falar. Saibam entretanto que este não foi o ‘maior desafio’ da minha
vocação missionária. O maior desafio consiste em saber harmonizar a vida, o trabalho e o zelo pela missão, com os
demais coirmãos religiosos. Mas falemos também das consolações: a minha ‘maior alegria’ na missão é poder fazer
parte de nossas duas comunidades na Mongólia:
- na Escola Técnica, gosto de estar com os jovens e vê-los se formar, conseguir um emprego, casar, ter sucesso na
vida: são muitos os que voltam à comunidade para exprimir a sua gratidão;
- na Paróquia, a minha alegria é ver como as pessoas acolhem a Fé: gostam de ficar na igreja, gostam de vir à missa
diária. Quanta confiança e Fé têm eles! Vejam este fato que me deixou realmente jubiloso: certo jovem veio ter
comigo para se confessar. Feita a Confissão, saiu gritando, por entre lágrimas e alta voz, a sua alegria pela
reconciliação recebida! Jamais podia imaginar quanto Deus trabalhe no coração das pessoas!
Aos jovens que desejam ser missionários eu diria com muita humildade: depois de 18 anos de missão, a primeira coisa
que lhes posso recomendar é: rezar e fazer um bom discernimento antes de partir: rever as motivações, o sentido de
acolhimento e de tolerância. Outras coisas: meditação diária, optar por Jesus e sacrificar qualquer outro interesse;
construir a vida comunitária; ver os demais salesianos como reais irmãos seus: amá-los e cuidar deles sinceramente;
zelar, em seguida, pelas pessoas locais, especialmente pelos jovens: eles seguirão o seu passo, o passo rumo à
santidade, o passo do amor e do serviço incondicionais. Por último ufa! - confiem tudo a Nossa Senhora Auxiliadora!
ANDREW TIN NGUYEN
vietnamita e salesiano missionário na Mongólia
Testemunho de santidade missionária salesiana
P. Pierluigi Cameroni SDB, Postulador Geral para as Causas dos Santos
6 de maio - São Domingos Sávio (1842-1857). Em sua resolução - "Quero fazer-me santo, devo
fazer-me santo e não serei feliz enquanto não for santo" - ressoa - se não tudo ao menos, muito
do que Dom Bosco soube lhe transmitir num seu sermão, em que dizia: «Fazer-se santo é fácil.
Todos nos devemos fazer santos. Reserva-se no Céu um grande prêmio para aqueles que se fazem
santos». O mesmo Dom Bosco nos conta que essa sua fala foi a faísca que incendiou o coração de
Domingos, fazendo-o um amante de Deus: uma santidade partilhada com muitos amigos, entre os
quais, de modo particular, Giovanni Massaglia, e da qual santidade nasceria a Companhia da
Imaculada, viveiro da primeira geração de salesianos.
Pela Igreja na ÁFRICA,
fermento de unidade.
Intenção Missionária Salesiana
Para que a Igreja na África seja fermento de unidade entre os
povos e sinal de esperança para o Continente.
Dopo Depois do fecundo «Projeto África», a presença salesiana já está presente em 43 Paí-
ses, com 200 Comunidades e perto de 35.000 Leigos empenhados. Rezemos para que a
Família Salesiana (FS) fecundo fruto missionário e dom para a Igreja e o Continente seja
fonte de evangelização, promotora de paz, de unidade e de solidariedade, dando atenção
sobretudo aos deslocados e refugiados.