RMG-Catalogo-Pe-Albera_PT-02


RMG-Catalogo-Pe-Albera_PT-02

1 Pages 1-10

▲back to top

1.1 Page 1

▲back to top
O MUNDO NOS OLHOS
Paulo Albera
(1845 – 1921)
VALDOCCO, EXPOSIÇÃO SOBRE O PADRE PAULO ALBERA
POR OCASIÃO DO PRIMEIRO CENTENÁRIO DA MORTE
DO SEGUNDO SUCESSOR DE DOM BOSCO
1921 – 2021

1.2 Page 2

▲back to top
EXPOSIÇÃO TEMPORÁRIA
14 JANEIRO 2021 A 6 JANEIRO 2022
EXPOSIÇÃO EM DIGITAL E PRESENCIALMENTE
VISITA VIRTUAL:
https://donalbera.museocasadonbosco.it/virtual-tour/
MUSEO CASA DON BOSCO
(Via Maria Ausiliatrice, 32 – 10152 Torino)
A exposição percorre a biografia do Pe. Paulo Albera.
Está colocada na cave do Museu, o lugar onde
do primeiro refeitório dos rapazes (1854-1858).
INAUGURAÇÃO PRESENCIAL 30/1/2021
PRESIDIDA PELO REITOR MOR DOS SALESIANOS
D. ÁNGEL FERNÁNDEZ ARTIME
VÍDEO DO EVENTO:
https://vimeo.com/506450679
TEXTOS e INVESTIGAÇÃO:
Pe. Aldo Giraudo, Pe. Silvio Roggia e Paolo Vaschetto sdb
GRÁFICA:
Mattana Graca & Servizi
ORGANIZAÇÃO:
Marco Berrone
COORDENAÇÃO:
Dr.ª Stefania De Vita
Cartas, escritos originais e fotografias
do Archivio Salesiano Centrale (ASC), Roma
Prefácio
O padre Paulo Albera foi um dos “Salesianos da primeira hora” que
puderam ver Dom Bosco em ação. Respirou o ar de Valdocco e,
com o padre Rua e outros Salesianos, “exportou-o” para Mirabello.
Testemunhou, portanto, a expansão da obra salesiana também fora
do Piemonte, primeiro na Ligúria e em seguida na França.
Exerceu depois o cargo de Diretor Espiritual da Congregação e, por
último, o de Reitor-Mor dos Salesianos, como segundo sucessor de
Dom Bosco.
Com este cargo de responsabilidade viu (viajando de barco, de
coche, a cavalo, de automóvel…) a expansão do espírito de Dom
Bosco pelos quatro cantos do mundo, da América à Terra Santa e ao
Norte da Europa.
Foi testemunha ocular da passagem do séc. XIX para o séc. XX, num
momento delicado para a sua Congregação, a Igreja e o mundo in-
teiro que culminará com um dos conflitos mais dramáticos da his-
tória contemporânea, isto é, a Grande Guerra.
Percorramos de novo o caminho de vida deste humilde Salesiano com
os seus olhos. Abeiremo-nos do mundo do “petit don Bosco”, um da-
queles silenciosos pioneiros que tanto fizeram e pensaram para nos
entregar a Congregação Salesiana tal como a conhecemos hoje.
OS NOSSOS AGRADECIMENTOS, PELA AMÁVEL COLABORAÇÃO, AO
ARCHIVIO SALESIANO CENTRALE (ASC), AO ARCHIVIO FOTOGRAFICO
E AUDIOVISIVO, AO ISTITUTO STORICO SALESIANO (ISS), À LIBRERIA
ATENEO SALESIANO (LAS) E À AGENZIA NOTIZIE SALESIANE (ANS)

1.3 Page 3

▲back to top
4  PAULO ALBERA – O MUNDO NOS OLHOS
Índice e Conteúdos
11
PRIMEIRA FORMAÇÃO
(1845 – 1862)
Paulo Albera, nascido na província de Turim, chegou ao oratório de
Valdocco com a idade de treze anos e entrou na Congregação Salesiana
dois anos mais tarde. O plano de Dom Bosco para o futuro da sua obra
em favor dos jovens pobres já era claro: encontrar colaboradores e
continuadores entre os seus rapazes, aqueles que eram exuberantes
e cheios de energia como João Cagliero, futuro cardeal, e aqueles que
eram estudiosos e diligentes como o padre Rua e o padre Albera.
12
MIRABELLO
(1863 – 1868)
Em 1863 um dos sonhos de Dom Bosco tornou-se realidade, no-
meadamente levar o seu estilo e paixão pela educação dos jovens
para fora de Valdocco. Com total confiança entregou a um jovem
padre de apenas 26 anos de idade, o padre Miguel Rua, a liderança
de um grupo de jovens clérigos, incluindo Paulo Albera, e a direção
de uma escola com um internato. O Bispo de Casale confiou-lhes
o Seminário Menor de Mirabello, uma obra principalmente para as
vocações eclesiásticas, mas também para proporcionar à socieda-
de, tal como se afirma no Regulamento, cristãos autênticos e bem
preparados. O Pe. Albera, para além de completar os seus estudos
e de se preparar para o sacerdócio, estava envolvido no ensino e na
assistência aos rapazes.
MUSEU CASA DOM BOSCO – VALDOCCO  5
14
VALDOCCO
(1868 – 1871)
1868 é o ano da inauguração da Basílica de Maria Auxiliadora. Um mo-
mento de enorme alegria para Dom Bosco, uma grandíssima consola-
ção para um homem que vê muitos esforços coroados por um sucesso
inesperado. O Pe. Albera foi ordenado sacerdote no mesmo ano e co-
lheu os primeiros frutos do seu sacerdócio entre os alunos externos da
escola de Valdocco. Uma tarefa delicada, realizada com grande gentile-
za, tentando assegurar que o trabalho educativo realizado nas salas de
aula continuasse no contacto com o mundo exterior...
16
MARASSI
(1871 – 1872)
Em 1871, o Pe. Albera recebeu a sua primeira responsabilidade como
diretor de uma casa salesiana fora do Piemonte. Era um jovem padre
e foi-lhe confiada a tarefa de fundar um orfanato com oficinas ad-
jacentes na periferia de Génova, primeiro em Marassi e depois em
Sampierdarena. Dom Bosco apoiou a atividade do jovem diretor com
visitas frequentes que conseguiram suscitar o entusiasmo de inúme-
ros benfeitores. E os rapazes, que no início foram olhados com descon-
fiança pelo bairro, conquistaram o coração de todos com celebrações
alegres, cânticos bem preparados e comportamento exemplar.
18
SAMPIERDARENA
(1873 – 1881)
O Pe. Albera provou ser um guia muito versátil e capaz e Dom Bosco
confiou-lhe não só o cuidado dos órfãos mas também o curso para
as vocações adultas, homens já um pouco avançados em idade mas
que ainda cultivavam o desejo de se tornarem religiosos ou sacerdo-
tes. Além disso, foi criada uma tipografia modelo em Sampierdarena
onde será publicado o Boletim Salesiano, uma revista que ainda hoje
torna o trabalho salesiano conhecido e apreciado em todo o mundo.
E de Sampierdarena, em 1875, os primeiros missionários salesianos
zarparam para a América.

1.4 Page 4

▲back to top
6 
20
FRANÇA
(1881 – 1892)
A assunção de responsabilidades tornou-se muito maior quan-
do Dom Bosco decidiu, em 1881, enviar o padre Paulo Albera para
Marselha como superior das casas de França. Neste novo papel
mostrou grande capacidade de animação das obras salesianas e um
espírito de iniciativa pouco comum. De quatro casas que encontrou,
e embora em anos difíceis para os religiosos, fundou outras 10, in-
cluindo novas presenças na Bélgica e na Argélia. Nos 10 anos em
França, a contributo do Pe. Albera para a formação de jovens traba-
lhadores foi muito importante, com a fundação de muitos ateliers
também aqui criados graças a uma densa rede de generosos benfei-
tores. Mas foram também os anos em que o Pe. Albera se despediu
do seu pai espiritual Dom Bosco, a 31 de janeiro de 1888.
26
DIRETOR ESPIRITUAL DA CONGREGAÇÃO SALESIANA
(1892 – 1910)
O padre Miguel Rua (1837-1910) foi o primeiro sucessor de Dom
Bosco e, após três anos, juntou-se-lhe o Pe. Albera com uma tarefa
muito importante, ou seja, cuidar da formação espiritual e religiosa
dos irmãos salesianos. Embora esses fossem anos de saúde precária,
iniciou viagens sistemáticas à Europa e ao Médio Oriente para conhe-
cer as casas de formação e para seguir de perto os jovens irmãos. De
boa cultura e propenso a estudar línguas, foi um pregador aprecia-
do e provou ser um mestre na direção espiritual de muitas pessoas
que apreciaram a sua serenidade e profundidade. O Pe. Albera trazia
no seu bolso uma pequena agenda no qual escrevia pensamentos e
notas espirituais quase todos os dias. O tom severo que usa para con-
sigo próprio, as suas fraquezas e o seu desejo de melhorar dão-nos
uma visão mais próxima da alma de uma pessoa que tem o objetivo
da santidade e o desejo de encorajar outros a fazer o mesmo.
MUSEU CASA DOM BOSCO – VALDOCCO  7
32
VISITA CANÓNICA ÀS CASAS SALESIANAS
DA AMÉRICA (1900 – 1903)
Em 1900, o Reitor-Mor, Pe. Rua, pediu ao Pe. Albera para visitar as
casas da América como seu representante. Numa carta dirigida a
Mons. Cagliero, ele comunica o atraso no programa devido às gran-
des perturbações nas viagens por mar, longas pausas que lhe permi-
tem passar mais tempo com os irmãos de outro modo isolados (como
os da Terra do Fogo) e compreender melhor o espírito que guiou a
ação dos pioneiros salesianos. Numa outra carta endereçada ao Pe.
Barberis, ele comunicou boas impressões mas, ao mesmo tempo vis-
lumbrava alguns pontos fracos na ação educativa e apostólica dos
filhos e filhas de Dom Bosco na América. Assumiu desde o início uma
atitude prudente de grande realismo. Numa ocasião de um retiro
anual escreveu uma página no seu diário, que embora com muitas
correções para melhorar o seu frágil inglês, continha um belo progra-
ma espiritual, cheio de fé e transbordante de sentimentos fervorosos.
44
REITOR-MOR
(1910 – 1921)
O Pe. Rua morreu em 1910 e o Pe. Albera foi eleito como seu suces-
sor. Tornar-se Reitor-Mor dos Salesianos não foi algo que aceitou fa-
cilmente, mas o encorajamento dos seus irmãos salesianos e do Papa
(como referido na sua primeira carta circular) foi muito reconfortante.
Não lhe é pedido que invente ou reforme nada. Só tinha de continuar
na linha traçada por Dom Bosco e pelo Pe. Rua e certamente a obra
salesiana continuaria a ser conhecida e apreciada no mundo. O pri-
meiro período da sua reitoria colocou-o em contacto com a ampla
realidade europeia do trabalho salesiano. Foram anos de grande fer-
vor, novas casas foram abertas para satisfazer as enormes necessi-
dades dos jovens e para dar novos campos de ação aos numerosos
candidatos que pediam para fazer parte da Congregação Salesiana.

1.5 Page 5

▲back to top
8 
48
VISITAS CANÓNICAS
1913 foi um ano de grandiosas visitas que culminou numa digres-
são por Espanha onde o Pe. Albera foi solenemente recebido por
grandes multidões e dignitários civis e eclesiásticos (pode-se ler
com prazer como as pessoas o receberam efusivamente em quase
todo o lado). Contudo, 1914 assistiu à entrada na guerra mundial
de algumas nações onde os Salesianos estavam presentes, o que
suscitou grande preocupação no Reitor-Mor. E quando em 1915 a
Itália também entrou na guerra, as consequências foram enormes
para os Salesianos que, entre outras coisas, foram obrigados a can-
celar todas as celebrações preparadas para comemorar o primeiro
centenário do nascimento de Dom Bosco. No último ano da Grande
Guerra, o pequeno templo de Maria Auxiliadora foi inaugurado nos
Becchi, local de nascimento de Dom Bosco, sinal de luz e esperança
após o drama da guerra mundial.
55
CONGRESSOS
Mesmo com a interrupção da guerra, muitos congressos de impor-
tância internacional foram realizados durante a reitoria do Pe. Albera.
Os congressos temáticos tiveram os Salesianos como protagonistas
especialmente quando se tratava das obras típicas do seu trabalho
apostólico, tais como o oratório e a catequese. Congressos mais “fa-
miliares” reuniram Salesianos Cooperadores e Ex-alunos. Que honra
foi para um ex-aluno do Congresso de 1911 dar boleia ao Reitor-Mor!
57
COM MONS. CAGLIERO
O Pe. Albera também viveu alguns momentos de consolação e ale-
gria durante esses anos conturbados. É bonito vê-lo rodeado pelos
seus irmãos e queridos amigos, como o Cardeal Cagliero no dia sole-
ne da celebração do 50º aniversário do sacerdócio do Pe. Albera em
1918, que coincidia com o 50º aniversário da inauguração da Basílica
de Maria Auxiliadora.
MUSEU CASA DOM BOSCO – VALDOCCO  9
60
A GRANDE GUERRA
A congregação salesiana está plenamente envolvida na guerra e em
todas as frentes. Os Salesianos mais jovens são alistados, alguns para
servirem como capelães militares ou portadores de maca, enquanto
outros lutam na linha da frente. O Pe. Albera e os outros superiores
salesianos procuraram todos os meios para se manterem em contacto
com os seus irmãos salesianos, enviando cartas circulares e missivas
pessoais e, quando estavam de licença, convidavam-nos a participar em
dias de retiro espiritual. Algumas cartas enviadas ao Pe. Albera dão-nos
conta das suas experiências, desde a licença de um aspirante oficial
(que após a guerra, como muitos outros ex-soldados, se tornaria mis-
sionário) até um episódio felizmente sem sangue de fogo de canhão na
frente. Houve também episódios de heroísmo como a assistência dos
feridos na frente sob fogo inimigo e o sacrifício com a vida do Tenente
Miglio, salesiano, para salvar os seus companheiros da explosão de um
obus. Em 1916, o Pe. Albera fundou o primeiro de muitos orfanatos
que se abrirão em vários países europeus a partir de então (uma estra-
tégia seguida por muitas Congregações, incluindo as Filhas de Maria
Auxiliadora). Outro trabalho de retoma após a guerra foi o oratório, que
deu respostas adequadas aos jovens que estavam desorientados tanto
no âmbito humano-espiritual como no âmbito escolar-laboral.
76
MORTE E FUNERAL
O Pe. Albera morreu na manhã de 29 de outubro de 1921 e o funeral
realizou-se no dia seguinte na Basílica de Maria Auxiliadora. Uma enor-
me multidão expressou o reconhecimento de todos pela vida de um
digno filho de Dom Bosco. O testemunho recebido do Pe. Rua tinha
sido bem guardado pelo Pe. Albera e é agora deixado nas mãos do Pe.
Rinaldi, outro dos rapazes de Dom Bosco, outra testemunha do grande
espírito que se respirou em Valdocco graças ao apóstolo da juventude.

1.6 Page 6

▲back to top
10 
MUSEU CASA DOM BOSCO – VALDOCCO  11
79
O DESEJO DO PE. ALBERA
Fazemos nosso este desejo que o Pe. Albera escreveu num pedaço
de papel no início de 1915. Era uma pergunta que ele fazia constante-
mente a si próprio e aos seus Salesianos: Querem saber se possuem
o espírito de Dom Bosco? A fidelidade a Dom Bosco exprime-se de
uma forma muito prática, trabalhando o próprio carácter de modo a
suavizar os limites, exercendo a caridade para com o próximo e fa-
zendo tudo por amor de Deus, aceitando todas as provações da vida.
Primeira Formação
(1845 – 1862)
6 de junho 1845
Nasce em None, último de sete filhos. Dois irmãos seus fazem-se
religiosos, um deles frade menor e outro Vicentino, ao passo que a
irmã entra na Congregação das Filhas da Caridade.
1852 - 1857
Frequenta a escola primária da sua terra.
18 de outubro 1858
Entra no 3º Ciclo do Oratório de Valdocco, onde conhece Miguel
Magone.
1 de maio 1860
É aceite na Sociedade Salesiana e inicia os estudos filosóficos.
14 de maio 1862
Emite os votos religiosos com o primeiro grupo de salesianos.
1861: O JOVEM PAULO ALBERA
CONFESSA-SE A DOM BOSCO.

1.7 Page 7

▲back to top
12  PAULO ALBERA – O MUNDO NOS OLHOS
Mirabello
(1863 – 1868)
Setembro de 1863
Com o padre Rua e outros Salesianos funda o primeiro pequeno se-
minário de Mirabello onde exerce o cargo de assistente e professor
enquanto faz os estudos filosóficos e teológicos.
Setembro de 1865
Na Universidade de Turim consegue a habilitação para o ensino liceal.
2 de agosto 1868
É ordenado sacerdote em Casale por Mons. Pietro Maria Ferré.
RECORDAÇÃO
DE DOM BOSCO:
“QUANDO TIVERES
A FELICIDADE
DE CELEBRAR
A PRIMEIRA
MISSA, PEDE
A DEUS A GRAÇA
DE NUNCA
DESANIMAR”
MUSEU CASA DOM BOSCO – VALDOCCO  13
PEQUENO SEMINÁRIO
EPISCOPAL DE SÃO CARLOS
EM MIRABELLO, TURIM,
TIPOGRAFIA DO ORATÓRIO
DE S. FRANCISCO DE SALES, 1863
(ALÉM DO IMPRESSO TAMBÉM
O MANUSCRITO DO PADRE
BONETTI DO MESMO TEXTO
COM CORREÇÕES AUTÓGRAFAS
DE DOM BOSCO)

1.8 Page 8

▲back to top
14  PAULO ALBERA – O MUNDO NOS OLHOS
Valdocco
(1868 – 1871)
PREFEITO DOS EXTERNOS
9 de junho 1868
Inauguração da Basílica de Maria Auxiliadora.
PAULO ALBERA ESCREVERÁ:
“RECORDO COMO SE FOSSE
AGORA O MOMENTO SOLENE
EM QUE DOM BOSCO, TODO
RADIANTE DE ALEGRIA, E
AO MESMO TEMPO COM OS
OLHOS RASOS DE LÁGRIMAS
PELA PROFUNDA COMOÇÃO,
SUBIA AO ALTAR-MOR PARA
CELEBRAR, SOB OS PIEDOSOS
OLHARES DA SUA GRANDE
AUXILIADORA, O SANTO
SACRIFÍCIO DA MISSA…”
MUSEU CASA DOM BOSCO – VALDOCCO  15
No ano da consagração
do Santuário de Maria
Auxiliadora regressei a
Turim e durante quatro anos
pude gozar da intimidade de
Dom Bosco e haurir do seu
coração aqueles preciosos
ensinamentos que eram tanto
mais eficazes sobre nós,
quanto melhor os víamos
já postos em prática por ele
na sua conduta diária.
LETTERE CIRCOLARI DI D. ALBERA, 18 OTT. 1920, P. 331

1.9 Page 9

▲back to top
16  PAULO ALBERA – O MUNDO NOS OLHOS
Marassi
(1871 – 1872)
Fundador e diretor da casa depois transferida para Sampierdarena.
CASA SALESIANA DE MARASSI
CASA SALESIANA
DE SAMPIERDARENA
MUSEU CASA DOM BOSCO – VALDOCCO  17
DON ALBERA
DOM BOSCO E O PADRE ALBERA
NO CENTRO DA COMPOSIÇÃO
FOTOGRÁFICA EM QUE SÃO
COLOCADAS TAMBÉM PESSOAS
QUE ESTAVAM AUSENTES NO
MOMENTO DA FOTO.

1.10 Page 10

▲back to top
18  PAULO ALBERA – O MUNDO NOS OLHOS
Sampierdarena
(1873 – 1881)
26 de outubro 1871
Funda o orfanato de Génova-Marassi com oficinas de alfaitaria,
sapataria e carpintaria.
Novembro de 1872
Transfere a obra para Sampierdarena.
1873-1875
Ampliação dos edifícios com novas oficinas (encadernação, serralha-
ria, tipografia e composição).
Julho de 1875
Dom Bosco confia-lhe a obra dos Filhos de Maria Auxiliadora para
as vocações adultas.
14 novembro de 1875
Acompanha Dom Bosco ao navio para a despedida dos primeiros
missionários salesianos destinados à América.
MUSEU CASA DOM BOSCO – VALDOCCO  19
10 de agosto 1878
É impresso na tipografia o primeiro número do Boletim Salesiano
que se imprimirá em Sampierdarena até 1882.

2 Pages 11-20

▲back to top

2.1 Page 11

▲back to top
20  PAULO ALBERA – O MUNDO NOS OLHOS
França
(1881 – 1892)
PROVINCIAL
Outubro de 1881
Dom Bosco envia-o para Marselha como primeiro Provincial das
casas salesianas de França. Depara-se com uma situação difícil (lei
de expulsão dos religiosos), mas não desanima. Os Salesianos decla-
ram-se simples “sociedade de benficência”.
Em 1881 as casas salesianas em França são 4: Nice Maritime
(Salesianos e Filhas de Maria Auxiliadora), Marselha (SDB e FMA),
Saint Cyr (SDB e FMA) e La Navarre.
Em dez anos funda 10 casas: Sainte Margherite (1883), Paris –
Menilmontant (1883), Lille (1884), Grevigney (1888), Le Rossignol
(1889), Dinan (1890), Liège (1891), Orão na Argélia (1891), Ruitz
(1891), Saint-Pierre de Canon (1891).
1883-1887
Acompanha Dom Bosco nas suas viagens anuais em França, teste-
munha de inumeráveis curas. A estima de Dom Bosco por ele expri-
me-se nesta breve afirmação:
A senhora Eudossia Olive, benfeitora da obra salesiana, encontrou
Dom Bosco em Marselha e pediu-lhe conselho sobre a escolha de
um diretor espiritual. O santo recolheu-se um instante e depois res-
pondeu-lhe: “Tome por diretor o padre Albera: é um homem que na
direção das almas faz milagres!” (MB XV 490-491).
1888-1891
consolida a rede dos Cooperadores Salesianos franceses e belgas,
conquistando a simpatia geral: é chamado le petit Dom Bosco.
MUSEU CASA DOM BOSCO – VALDOCCO  21
“TOME POR DIRETOR
O PADRE ALBERA: É UM
HOMEM QUE NA DIREÇÃO
DAS ALMAS FAZ MILAGRES!”
(MB XV 490-491)

2.2 Page 12

▲back to top
22  PAULO ALBERA – O MUNDO NOS OLHOS
LILLE
MARSELHA
NICE
MUSEU CASA DOM BOSCO – VALDOCCO  23
COMUNIDADE SALESIANA
DE LIÈGE
ESCOLAS PROFISSIONAIS EM
LILLE
ALUNOS TIPÓGRAFOS
EM LILLE

2.3 Page 13

▲back to top
24  PAULO ALBERA – O MUNDO NOS OLHOS
LILLE
MARSELHA
MUSEU CASA DOM BOSCO – VALDOCCO  25
DO TESTEMUNHO DE UM RAPAZINHO SOBRE O PADRE ALBERA:
Fiquei muito edificado com
o porte modesto e humilde
do nosso superior, com o
seu constante sorriso que
encorajava, e com os
modos afáveis, amáveis que
atraíam. Não havia recreio
em que não comparecesse no
meio de nós; mas também nos
outros lugares nos visitava,
especialmente no refeitório e
na capela. Falava pouco, mas
a sua presença bastava para
nos tornar respeitosos…
DOMENICO GARNERI, DON PAOLO ALBERA SECONDO
SUCCESSORE DI DON BOSCO. MEMORIE BIOGRAFICHE, TORINO,
SOCIETÀ EDITRICE INTERNAZIONALE 1939, P. 80

2.4 Page 14

▲back to top
26  PAULO ALBERA – O MUNDO NOS OLHOS
Diretor espiritual da
Congregação Salesiana
(1892 – 1910)
29 de agosto de 1891
É nomeado Diretor Espiritual Geral da Congregação Salesiana,
em substituição do falecido padre Bonetti.
Setembro de 1892
Transfere-se para Turim. Nos anos seguintes cuida especialmente da
formação dos jovens irmãos com conferências, exercícios espirituais
e colóquios pessoais.
12 de outubro de 1893
Com Mons. Cagliero, Rua, Barberis parte para Londres a fim de assi-
sitir à consagração da igreja do Sagrado Coração. Em Londres, talvez
devido a algum incidente pela interrupção da ferrovia, regista no diá-
rio: “Necessidade de aprender o inglês…
Fevereiro-março de 1895
Acompanha o padre Rua em pergrinação à Terra Santa.
23-25 de abril de 1895
Toma parte no Congresso dos Cooperadores em Bolonha
31 de dezembro de 1895
Escreve no seu diário (que de 1893 a 1899 é em francês e mede
9x13cm).
MUSEU CASA DOM BOSCO – VALDOCCO  27
DAS REGRAS OU CONSTITUIÇÕES DA SOCIEDADE DE S. FRANCISCO
DE SALES, SEGUNDO O DECRETO DE APROVAÇÃO DE 3 DE
ABRIL DE 1874, CAP. IX, DOS OUTROS SUPERIORES:
…o diretor espiritual cuidará
especialmente dos noviços.
Juntamente com o mestre de
noviços terá a máxima solici-
tude para lhes fazer conhecer e
praticar o espírito de caridade,
e o zelo que deve animar aquele
que deseja dedicar inteiramen-
te a sua vida ao bem das almas.
É também dever do diretor
espiritual advertir reverente-
mente o Reitor, se porventura
descobrisse nele alguma grave
negligência em praticar e
fazer observar as regras
da Congregação…

2.5 Page 15

▲back to top
28  PAULO ALBERA – O MUNDO NOS OLHOS
DO SEU DIÁRIO PESSOAL:
“1895 PROJETA-SE NA ETERNIDADE. PARA MIM FOI RICO DE ALEGRIAS E DE
DORES. PUDE REVER A CASA DE MARSELHA, ONDE EM GRANDE PARTE DEI-
XEIO MEU CORAÇÃO. DE LÁ FUI PARA A TERRA SANTA E FIQUEI EDIFICA-
DO COM A COMPANHIA DO PADRE RUA. QUE PIEDADE, ESPÍRITO DE SA-
CRIFÍCIO E DE MORTIFICAÇÃO! QUE ZELO PELA SALVAÇÃO DAS ALMAS;
E SOBRETUDO QUE IGUALDADE DE HUMOR! VI BELÉM, JERUSALÉM,
NAZARÉ: QUE DOCES RECORDAÇÕES! PUDE TOMAR PARTE NO CONGRES-
SO DE BOLONHA. GUARDO DELE UMA RECORDAÇÃO INESQUECÍVEL…PUDE
PREGAR EXERCÍCIOS EM FRANÇA E NA ITÁLIA, OCUPAR-ME DOS ORDENAN-
DOS E FIQUEI MUITO MAIS SATISFEITO DO QUE NOS ANOS ANTERIORES.
ESCREVI ALGUMAS PÁGINAS SOBRE MONS. LASAGNA E ELE TEVE A BONDA-
DE DE AS APRECIAR. MAS TAMBÉM O ANO DE 1895 PASSOU SEM QUE EU ME
TENHA CORRIGIDO DOS MEUS DEFEITOS MAIS GRAVES. O MEU ORGULHO
ESTÁ AINDA NO MAIS ALTO GRAU. O MEU TEMPERAMENTO AINDA CONTI-
NUA DIFÍCIL ATÉ COM O MESMO PADRE RUA. A MINHA PIEDADEÉ SEMPRE
SUPERFICIAL E NÃO EXERCE GRANDE INFLUÊNCIA NO MEU COMPORTAMEN-
TO, NAS MINHAS AÇÕES QUE SÃO TODAS AINDA HUMANAS E INDIGNAS DE
UM RELIGIOSO. A MINHA CARIDADE É CAPRICHOSA E CHEIA DE PARCIALI-
DADE. NÃO SOU MORTIFICADO NOS OLHOS, NO GOSTO, NAS PALAVRAS…
AS DOENÇAS AUMENTARAM MUITO: PODERIA MORRER DE UM MOMEN-
TO PARA O OUTRO NO ESTADO EM QUE ME ENCONTRO: NÃO É UMA
IDEIA, É UMA REALIDADE, E ESTOU CONSCIENTE DISSO. QUERO ENTRAR
NO NOVO ANO A VIVER MELHOR, PARA MORRER MELHOR. RECORDO-ME
DE HAVER DIRIGIDO IRMÃOS MEUS QUE SE OFERECERAM POR MEIO DOS
VOTOS… EDIFICARAM-ME COM O SEU ZELO, COM A SUA DEVOÇÃO. O SEU
SANGUE SELOU O SEU COMPROMISSO, E EU QUE TIVE ARES DE SER SEU MES-
TRE E DIRETOR EM TUDO ISTO, NÃO SOU NADA… MARIA,MINHA MÃE, NÃO
PERMITAIS QUE TENHA VERGONHA DE ME RECONHECERINFERIOR EM VIRTU-
DE AOS MEUS SUBALTERNOS: DAI-ME UM GRANDE AMOR POR VÓS. DOMINA
MEA, NUMQUAM QUIESCAM DONEC OBTINUERO VERUM AMOREM ERGA TE”.
MUSEU CASA DOM BOSCO – VALDOCCO  29

2.6 Page 16

▲back to top
30  PAULO ALBERA – O MUNDO NOS OLHOS
EXTRATO O SEU CANHENHO NO QUAL APONTAVA AS MEDITAÇÕES E CONFERÊNCIAS SOBRETUDO
PARA OS IRMÃOS:
CIÊNCIA
A CONGREGAÇÃO APRESENTOU UM DESENVOLVIMENTO EXTRAORDI-
NÁRIO. O NÚMERO DE CASAS ABERTAS É JÁ MUITO GRANDE, MAS NÃO
SE PODE ATENDER UM DÉCIMO DOS PEDIDOS QUE CHEGAM TODOS OS
DIAS. O SUPERIOR IMPÔS-SE A OBRIGAÇÃO DE SE LIMITAR NAS NOVAS
FUNDAÇÕES. IMPÔS AOS DA AMÉRICA QUE PARASSEM.
ESTE DESENVOLVIMENTO DEVIDO CERTAMENTE À GRAÇA DE DEUS, ÀS
ORAÇÕES DE DOM BOSCO E DE MUITOS IRMÃOS NOSSOS OU ALUNOS
QUE FALECERAM EM ODOR DE SANTIDADE, IMPÕE-NOS UMA GRAVE
OBRIGAÇÃO DE CORRESPONDER À ESPERANÇA, À CONFIANÇA QUE SE TEM
EM NÓS. ISTO DEVERIA EMPENHAR-NOS EM CRESCER CADA VEZ MAIS NA
VIRTUDE E EM TORNAR-NOS CADA VEZ MAIS APTOS PARA FAZER O BEM. UM
MEIO DE O CONSEGUIR CONSISTE EM CULTIVAR MUITO A CIÊNCIA. PRECI-
SAMOS DE PRESTÍGIO PARA FAZER O BEM NO MEIO DOS NOSSOS JOVENS E
TAMBÉM PARA CONSEGUIR QUE SE USE CARIDADE E SE AJUDE OS OUTROS.
PARA EXERCITAR O ZELO, PARA CUMPRIR A NOSSA MISSÃO PARA COM A JU-
VENTUDE DEVEMOS CULTIVAR O MAIS POSSÍVEL A CIÊNCIA.
MUSEU CASA DOM BOSCO – VALDOCCO  31

2.7 Page 17

▲back to top
32  PAULO ALBERA – O MUNDO NOS OLHOS
Visita canónica das casas
salesianas na América
(1900 – 1903)
Como Representante de dom Rua, então Reitor-Mor, visita
todas as casas da América dos Salesianos e das FMA. A viagem
dura três anos, quer pelo número considerável de etapas entre a
Terra do Fogo e os Estados Unidos, mas também pelas condições
incómodas de transporte que com frequência o obrigavam a voltar
para trás a fim de poder dirigir-se para outra nação (a Buenos Aires
voltou onze vezes!)
PE. PAULO ALBERA COM O SEU
SECRETÁRIO PE. CALOGERO
GUSMANO À ESQUERDA
1900
17 de Agosto: Levanta ferro de Barcelona rumo à
América
Setembro: Montevideo, Villa Colon, Las Piedras,
Montevideo, Buenos Aires, La Plata, Bernal
Outubro: Buenos Aires, Moron, S. Isidro,
Uribe-larrea, Buenos Aires, Bahia Blanca, Fortin
Mercedes, Patagones, Viedma, Patagones, Viedma
Novembro: Pringles, Bahia Blanca, Buenos Aires,
Lujan, Buenos Aires
Dezembro: S. Nicolas de Los Arroyos, Rosario,
S. Nicolas de Los Arroyos, Buenos Aires, Bernal,
Buenos Aires, Montevideo.
1901
Janeiro: Villa Colon, Bernal, Buenos Aires,
Fevereiro: Montevideo, Punta Arenas, Dawson,
Candelaria
Março: Punta Arenas, Montevideo, Mercedes
Abril: Paysandù, Buenos Aires, Asuncion
Maio: Cuiabà
Junho: Corumbà, Villa Conception, Asuncion
Julho: Buenos Aires, Montevideo, São Paulo,
Lorena, Guaratinguetà, Juiz de Fora, Ouro Preto,
Cachoeira do Campo, Araras.
Agosto: Guaratinguetà, Lorena, Niteroi, Ponte
Nova, Niteroi, San Paolo
Setembro: Ipiranga, Campinas, Lorena, Niteroi,
Bahia
Outubro: Pernambuco
MUSEU CASA DOM BOSCO – VALDOCCO  33

2.8 Page 18

▲back to top
34  PAULO ALBERA – O MUNDO NOS OLHOS
Novembro: Niteroi, Flores, Montevideo, Buenos
Aires, Mendoza
Dezembro: Rodeo del Medio, Santiago,
Melipilla, Santiago, Talca, Concepcion,
Valparaiso, La Serena, Andacollo
1902
Janeiro: Santiago, Macul, Santiago
Fevereiro: Valparaiso, Iquique
Março: Arequipa, La Paz
Abril: Lima
Maio: Guayaquil
Junho: Cuenca, Gualaquiza, Cuenca
Julho: Riobamba, Ambato, Quito, Sangolquì,
Guayaquil
Agosto: Barranquilla, Honda, Bogotà
Setembro: Contractacion
Outubro: Bogotá, Agua de Dios, Bogotá
Novembro: Barranquilla, Caracas, Valencia,
Caracas, Maracaibo
Dezembro: Curacao, La Guaira, Caracas,
Miraflores, Porto Rico
1903
Janeiro: Cidade do México, Morelia, Puebla,
Guadalupe
Fevereiro: Cidade do México, São Francisco
Março: Nova Iorque, Londres, Burwash, Londres
Abril: Londres, Paris, Turim
MUSEU CASA DOM BOSCO – VALDOCCO  35
CIDADE DO MÉXICO
DON ALBERA E MONS.
CAGLIERO EM BUENOS AIRES
TERRA DO FOGO

2.9 Page 19

▲back to top
36  PAULO ALBERA – O MUNDO NOS OLHOS
CARTA A MONS. CAGLIERO SOBRE A VISITA À TERRA DO FOGO.
MONTEVIDEO, 23 DE MARÇO 1901
REV.MO E CARÍSSIMO MONSENHOR,
SÓ ONTEM CHEGUEI DA TERRA DO FOGO. UM CONTRATEMPO COM O VAPOR
QUE DEVÍAMOS APANHAR NA CANDELARIA FEZ COM QUE TIVESSE DE FICAR
MAIS TEMPO NAQUELA MISSÃO… EM PUNTA ARENAS… OS SALESIANOS TÊM
UMA CASA QUE, EMBORA SENDO DE MADEIRA, É CÓMODA E MUITO BELA. O
PADRE BERNABÉ EXPLICA UMA PERÍCIA INVULGAR EM CONSTRUIR AS CASAS E
AS IGREJAS DAQUELAS OBRAS. A IGREJA, ENTÃO, CONSTRUÍDA EM ALVENARIA,
É UMA JOIA, E NÃO FOI TÃO CARA COMO ISSO…
MONS. FAGNANO… FEZ COISAS IMPORTANTES NAQUELAS MISSÕES.
OUTROS, COM MAIORES REFLEXÕES, NÃO GUIADOS PELO CORAÇÃO
NEM PELO ZELO, NÃO SE TERIAM ABALANÇADO A EMPREENDIMEN-
TOS DE TANTA MONTA E AS MISSÕES NÃO EXISTIRIAM. SEM OS MEIOS
QUE AGORA SE UTILIZAM, NÃO SE PODE TER REUNIDOS OS INDÍGENAS
NEM SE PODE FAZER VERDADEIROS CRISTÃOS.
POR OUTRO LADO, AGORA AS MISSÕES POSSUEM UM VERDADEIRO CAPI-
TAL E, LOGO QUE AS DÍVIDAS ESTE JAM PAGAS, SE HOUVER IRMÃOS CAPA-
ZES DE SACRIFÍCIO E BASTANTE INTELIGENTES PARA FAZER AVANÇAR AS
COISAS, É DE ESPERAR QUE AS MISSÕES POSSAM AGUENTAR…
MUSEU CASA DOM BOSCO – VALDOCCO  37

2.10 Page 20

▲back to top
38  PAULO ALBERA – O MUNDO NOS OLHOS
PE. ALBERA, CARTA AO PADRE GIULIO BARBERIS DURANTE A VISITA DE AMBOS ÀS CASAS DA AMÉRICA
BUENOS AIRES, 14 DE SETEMBRO 1900
CARÍSSIMO PADRE BARBERIS,
É VERDADE QUE O CARO PADRE GUSMANO TE ESCREVEU VÁRIAS VEZES,
NO ENTANTO EU SENTIA TAMBÉM A NECESSIDADE DE TE DIRIGIR ALGUMAS
LINHAS. MOSTRASTE TANTA DELICADEZA DE AFETO PARA COMIGO NOS ÚL-
TIMOS MESES PASSADOS EM TURIM E DEPOIS ESPECIALMENTE NA PARTI-
DA, QUE NUNCA MAIS PODEREI ESQUECER-ME DISSO E PORTANTO DEVIA
AGRADECER-TE DE TODO O CORAÇÃO.
TIVEMOS UMA ÓTIMA VIAGEM PARA A AMÉRICA. O SENHOR PROTEGEU-
-NOS DE TODOS OS MODOS. RECEBEMOS TANTAS ATENÇÕES DE TODOS
QUE NÃO SE PODERIA DESEJAR MAIS. E ISSO É PORQUE NÓS SOMOS FI-
LHOS DE DOM BOSCO. SE NÃO HOUVESSE OUTRAS RAZÕES MAIS FORTES,
JÁ ESTA DEVERIA FAZER-NOS ESTIMAR CADA VEZ MAIS A NOSSA VOCAÇÃO.
TANTO EM MONTEVIDEO COMO AQUI EM BUENOS AYRES VIMOS COISAS
EXTRAORDINÁRIAS. A PROVIDÊNCIA SERVIU-SE DA NOSSA HUMILDE CON-
GREGAÇÃO PARA FAZER COISAS INCRÍVEIS. EU VOU CONSIDERANDO TUDO
O QUE VEJO E OUÇO, RESERVANDO-ME DAR O MEU PARECER MAIS TARDE…
FARIA CERTAMENTE UMA FIGURA RIDÍCULA, SE ME APRESENTASSE
AQUI COMO REFORMADOR. CREIO QUE O MEU TRABALHO SERÁ ANTES
O DE VERIFICAR COM OS MEUS OLHOS E ENCORAJAR A FAZER SEMPRE
MUITO BEM NO FUTURO…
TEU AFF.MO PE. ALBERA
MUSEU CASA DOM BOSCO – VALDOCCO  39

3 Pages 21-30

▲back to top

3.1 Page 21

▲back to top
40  PAULO ALBERA – O MUNDO NOS OLHOS
BUENOS AIRES
PROCISSÃO DA IMACULADA
EM BOCA (1900)
BUENOS AIRES
NOS DIAS DE HOJE
MUSEU CASA DOM BOSCO – VALDOCCO  41
MONTEVIDEO (URUGUAY)
CAMPINAS (BRASIL)
DON ALBERA COM CAPI BOROROS
FRA D. MALAN E D. BALZOLA
LA SERENA (CHILE)

3.2 Page 22

▲back to top
42  PAULO ALBERA – O MUNDO NOS OLHOS
DO DIÁRIO ESPIRITUAL DO PADRE ALBERA (DO ANO 1902 A 1915 EM INGLÊS):
MAIO DE 1902 (LIMA)
HOJE, 2 DE MAIO, COMECEI OS MEUS EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS DE QUE
SENTIA MUITA NECESSIDADE NESTA VIDA DE VIANDANTE QUE LEVO
HÁ 21 MESES. A MINHA MENTE ANDA MUITO DISTRAÍDA E O MEU CORA-
ÇÃO ÁRIDO; DESEJO RETIRAR-ME EM MIM MESMO E DESEJO PEDIR ALGUMA
CONSOLAÇÃO DO CÉU. PARECE QUE TENHO BOA VONTADE PARA FAZER
ESTES EXERCÍCIOS COM FRUTO; MAS CONHEÇO AS MINHAS FRAQUEZAS E
POR ISSO CONFIO APENAS NA GRAÇA DE DEUS.
1. PROPONHO-ME FAZER ESTES EXERCÍCIOS COMO SE FOSSEM OS ÚL-
TIMOS DA MINHA VIDA. A MINHA IDADE, OS PERIGOS DESTA VIAGEM,
TUDO ME INSPIRA O BOM PROPÓSITO DE FAZER BEM ESTES EXERCÍCIOS.
2. PROMETO PRATICAR, DURANTE ESTES DIAS, UM FERVOR CADA VEZ
MAIOR, PIEDADE E PROFUNDO RECOLHIMENTO, ESCUTANDO ATENTAMEN-
TE A VOZ DE DEUS. “LOQUERE, DOMINE, QUIA AUDIT SERVUS TUUS.”
3. IMPLORAREI AO DIVINO DOUTOR JESUS CRISTO QUE CUIDE E CURE A
MINHA ALMA E, A PARTIR DESTE MOMENTO, PROMETO REMOVER TODOS
OS OBSTÁCULOS À GRAÇA DE DEUS.
MUSEU CASA DOM BOSCO – VALDOCCO  43

3.3 Page 23

▲back to top
44  PAULO ALBERA – O MUNDO NOS OLHOS
Reitor-Mor
(1910 – 1921)
CAPÍTULO GERAL XI
16 agosto 1910
É eleito Reitor-Mor no Capítulo Geral XI
PRIMEIRA FILA PARTINDO DA ESQUERDA: DON LEMOYNE, DON VESPIGNANI, DON CERRUTI,
DON BERTELLO, DON RINALDI, MONS. COSTAMAGNA, DON ALBERA, MONS. FAGNANO,
DON BARBERIS, DON PISCETTA, DON MUNERATI, DON GUSMANO.
DA PRIMEIRA CARTA CIRCULAR:
MUSEU CASA DOM BOSCO – VALDOCCO  45
TURIM, 25 DE JANEIRO 1911
CARÍSSIMOS IRMÃOS,
SEI QUE ERA AGUARDADA COM UMA CERTA QUAL IMPACIÊNCIA A PRIMEIRA
CIRCULAR DO NOVO REITOR-MOR. DA MINHA PARTE RECONHEÇO TAMBÉM
QUE DEVERIA, APENAS TERMINADO O CAPÍTULO GERAL, TER-VOS INFOR-
MADO DA ELEIÇÃO DOS SUPERIORES E DE VÁRIAS OUTRAS COISAS IMPOR-
TANTES QUE DIZEM RESPEITO À NOSSA PIA SOCIEDADE…
1. COMO IRMÃO E AMIGO. MAS VÓS TÃO BONS E INDULGENTES PARA COM
A MINHA PESSOA, PERDOAR-ME-EIS SE CUMPRO ESTE MEU DEVER COM NO-
TÁVEL ATRASO. ESPERO QUE NÃO QUEIRAIS ATRIBUÍ-LO A NEGLIGÊNCIA
OU A FALTA DE BOA VONTADE, MAS CONSIDERÁ-LO UNICAMENTE COMO
EFEITO DA MINHA DOLOROSA TREPIDAÇÃO QUE ME SURPREENDEU AO
VER-ME ATRIBUÍDO O PESO IMENSO DO GOVERNO DE TODA A CON-
GREGAÇÃO SALESIANA. TEREIS TAMBÉM EM CONTA, NÃO DUVIDO DISSO,
AS GRAVES E INCESSANTES OCUPAÇÕES A QUE PELA MINHA ELEIÇÃO TIVE
DE ME SUJEITAR, E QUE NÃO ME PERMITIAM CONCENTRAR MINIMAMENTE
OS MEUS PENSAMENTOS…
2. A MEMÓRIA DE D. RUA. MAS COMO PODERIA EU PÔR MÃOS A ESCREVER
AOS MEUS QUERIDOS IRMÃOS SEM RECORDAR AQUELE QUE POR TANTOS
ANOS FOI NOSSO MESTRE E GUIA, COM O EXEMPLO, COM A PALAVRA E
COM OS ESCRITOS NO CAMINHO DA VIRTUDE? COMO PODERIA EU INICIAR
ESTA MINHA CIRCULAR SEM PRESTAR UM TRIBUTO DE ADMIRAÇÃO E DE
PROFUNDA VENERAÇÃO AO INCOMPARÁVEL REITOR-MOR QUE A MORTE
ARREBATOU? ESCREVO ESTAS PÁGINAS NAQUELE MESMO HUMILDE QUAR-
TO QUE POR MAIS DE 22 ANOS FOI TESTEMUNHA DAS SUAS HEROICAS
VIRTUDES. AQUI TUDO ME FALA DELE.

3.4 Page 24

▲back to top
46  PAULO ALBERA – O MUNDO NOS OLHOS
…NA SESSÃO DA MANHÃ DE 16 DE AGOSTO RESULTOU ELEITO REITOR-MOR
O POBRE ABAIXO-ASSINADO. É INÚTIL QUE EU TENTE DESCREVER-VOS A
COMOÇÃO QUE SE APODEROU DA MINHA ALMA NAQUELE MOMENTO EM
QUE ME VI, TÃO INDIGNO, ELEVADO A TÃO SUBLIME E FORMIDÁVEL CARGO.
PARECEU-ME FICAR ESMAGADO SOB O PESO DE TANTA RESPONSABILIDA-
DE… LOGO QUE ME FOI POSSÍVEL, CORRI A LANÇAR-ME AOS PÉS DO NOS-
SO VEN. PAI, LAMENTANDO-ME FORTEMENTE COM ELE POR TER DEIXADO
CAIR EM TÃO MISERÁVEIS MÃOS O LEME DA BARQUINHA SALESIANA…
… ANIMADO COM TANTA BENIGNIDADE, TIVE A OUSADIA DE LHE PEDIR AL-
GUMAS NORMAS PRÁTICAS PARA O GOVERNO DA NOSSA PIA SOCIEDADE,
E O PAPÁ COM UM DULCÍSSIMO SORRISO NOS LÁBIOS RESPONDEU: E VÓS
PEDIS-MO? SÓ TENDES QUE SEGUIR AS PEGADAS DE D. RUA. ELE ERA
UM SANTO. EM TUDO FAZEI COMO ELE MESMO FARIA. NÃO VOS AFASTEIS
DOS USOS E DAS TRADIÇÕES INTRODUZIDAS POR D. BOSCO E POR D. RUA.
TODAVIA ACRESCENTAREI UMA PALAVRA: — RECORDAI AOS VOSSOS DE-
PENDENTES QUE AQUELE A QUEM SERVEM, DOMINUS EST. TENHAM FIXO
NA MENTE O PENSAMENTO DA PRESENÇA DE DEUS, SEJAM EM TUDO GUIA-
DOS PELO ESPÍRITO DE FÉ, COM FERVOR CUMPRAM AS SUAS PRÁTICAS DE
PIEDADE E OFEREÇAM A DEUS OS SEUS TRABALHOS E SACRIFÍCIOS. DEUS
ESTE JA SEMPRE NA SUA MENTE E NO SEU CORAÇÃO.

3.5 Page 25

▲back to top
48  PAULO ALBERA – O MUNDO NOS OLHOS
Visitas canónicas
1911
Milano, Genova, Este, Trieste, Gorizia, Mogliano Veneto, Schio,
Espanha (Barcelona), Império Austro-Húngaro (Oswiecim, Daszawa,
Przemysl, Cracóvia, Viena, Radna, Liubliana).
MUSEU CASA DOM BOSCO – VALDOCCO  49
1912
França (Paris, Guernesey), Inglaterra (Londres, Burwash, Farnborough),
Bélgica (Tournai, Melles, Antoing, Bruxelles, Grand Bigard, St Denis
Westem, Liège, Hechtel, Verviers, Aynaille), Bolonha, Faenza, Lugo,
Ravenna, Ferrara, Modena, Parma, Borgo S. Donnino, Florença, Pisa,
Collesalvetti, Livorno, Spezia.
Londres (com números de ginástica, teatro e ténis)
MILÃO
VIENA (À SUA ESQUERDA DON
PIETRO RICALDONE, QUE SERÁ
DEPOIS O IV SUCESSOR DE DON
BOSCO E AUGUST HLOND, FUTU-
RO PRIMAZ DA POLÓNIA E CAR-
DEAL, DECLARADO VENERÁVEL EM
2018 PELO PAPA FRANCISCO)
“IOLANTHE” ÓPERA CÓMICA
EM DOIS ATOS DE GILBERT
AND SULLIVAN

3.6 Page 26

▲back to top
50  PAULO ALBERA – O MUNDO NOS OLHOS
MUSEU CASA DOM BOSCO – VALDOCCO  51
1913
Sampierdarena, Varazze, Savona, Alassio, Torrione di Bordighera,
Espanha (Mataró, Barcelona, Ciudadela, Campello, Valência, Córdoba,
Montilla, Málaga, Ronda, Écija, Utrera, Siviglia, Cadice, San José del
Valle, Carmona, Madrid, Carabanchel Alto, Salamanca, Bejar, Orense,
Santander, Vigo, Bilbao, Huesca, Gerona), Roma, Frascati, Genzano,
Macerata, Gualdo Tadino, Trevi, Caserta, Napoli, Castellamare di
Stabia, Milano.
ESCOLA SALESIANA
DE LONDRES,1912
HUESCA (ESPANHA)
VIGO (DA B.S. AGOSTO 1913)

3.7 Page 27

▲back to top
52  PAULO ALBERA – O MUNDO NOS OLHOS
“ÀS 5 CHEGOU-SE A VIGO RECEBIDOS EM TRIUNFO: UMA MULTIDÃO DE SE-
NHORES E DE AUTORIDADES, ENTRE OS QUAIS O GENERAL GOVERNADOR
MILITAR E O COMANDANTE DA MARINHA, AGUARADAVAM DOM ALBERA NO
INTERIOR DA ESTAÇÃO E FORA HAVIA UMA ONDA IMENSA DE POVO, AO MES-
MO TEMPO QUE DAS JANELAS E DAS VARANDAS DAS CASAS SE AGITAVAM
CHAPÉUS E LENÇOS PARA SAUDAR O SUPERIOR GERAL DOS SALESIANOS.
DOM ALBERA, INSTALADO NO COCHE DO MUNICÍPIO COM O PRESIDENTE
DA CÂMARA E O GOVERNADOR MILITAR, ESCOLTADO PELOS NOSSOS GINAS-
TAS DE BICICLETA, E SEGUIDO POR UMA LONGA FILA DE AUTOMÓVEIS E DE
COCHES, DIRIGIU-SE À CASA SALESIANA, ONDE OS JOVENS PERFILADOS NO
AMPLO PÁTIO EMBANDEIRADO APLAUDIAM ENTUSIASTICAMENTE.”
MUSEU CASA DOM BOSCO – VALDOCCO  53
1914
Palermo, Marsala, Messina, Alì, Catania, Pedara, Bronte, Taormina,
Randazzo, Malta, Modica, Caltagirone.
“NA ESTAÇÃO DE PASSOPISCIARO, AGUARDAVAM-NO O
CAV. AVV. GUALTIERO FISAULI, DEPUTADO PROVINCIAL,
O BARÃO GREGORIO FISAULI, PRESIDENTE DA CONGREGAÇÃO
DE CARITÀ, O CAV. GIUSEPPE VAGLIASINDI PRESIDENTE DO
ASILO INFANTIL, E OUTRAS DISTINTAS PERSONALIDADES
DE RANDAZZO QUE SUBIRAM PARA O COMBOIO CONNOSCO.
QUANDO ESTE ENTROU NA ESTAÇÃO A BANDA DA CIDADE
ENTOOU UMA MARCHA E ENTRE SALVAS DE FOGUETES E
MORTEIROS E O ESVOAÇAR FESTIVO DE BANDEIRAS E LENÇOS
BRANCOS E UMA FRAGOROSA EXPLOSÃO DE REPETIDOS “VIVAS”
SOLTOU-SE DE TODOS OS CORAÇÕES DA IMENSA MULTIDÃO
QUE HAVIA INVADIDO TODA A PRAÇA E AS IMEDIAÇÕES
DA ESTAÇÃO IMPACIENTE POR DAR AS BOAS-VINDAS
AO SUCESSOR DE DOM BOSCO.”
RANDAZZO
(DA B.S. GIUGNO 1914)

3.8 Page 28

▲back to top
54  PAULO ALBERA – O MUNDO NOS OLHOS
1915
Lanzo Torinese, Castelnuovo d’Asti, Vercelli, Novara, Foglizzo Canavese,
Lombriasco, Biella, Perosa Argentina, Trino Vercellese, Alessandria,
Martinetto (Torino), Maroggia, Lugano, Milano, Mogliano, Venezia.
Nos anos da Grande Guerra o padre Albera suspende as visitas
canónicas.
Colocação da primeira pedra do santuário votivo a Maria Auxiliadora,
nos Becchi (na foto o lançamento da primeira pedra).
1918
Inauguração do templo votivo em honra de Maria Auxiliadora nos
Becchi di Castelnuovo d’Asti.
1919
Milano, Roma, Firenze, Sampierdarena, Pinerolo.
1920
Napoli, Milano, Verona, Novara, Roma.
1921
Frascati, França (Nice Maritime, Navarra, Marselha, Montpellier,
Roman, Lione, Chateau d’Aix), Morges (Suíça), Parma, Modena, Milano,
Castelnuovo d’Asti.
MUSEU CASA DOM BOSCO – VALDOCCO  55
Congressos
Os congressos tiveram grande incremento entre 1888 e 1915 e o
padre Albera foi um dos maiores promotores dos mesmos, quer
como Diretor Espiritual da Congregação, quer como Reitor-Mor.
Estas concentrações tinham como objetivo aprofundar o pensamen-
to e estimular a ação concreta sobre temas cruciais como o orató-
rio e a catequese ou então reforçar a coesão das associações dos
Cooperadores e dos Ex-Alunos/as.
17-18 MAIO 1911
V Congresso “Os oratórios festivos e as aulas de religião”
V CONGRESSO – 17-18 MAIO 1911
“OS ORATÓRIOS E AS AULAS DE RELIGIÃO”
PROPOSTAS E VOTOS DO CONGRESSO:
I.
Organização interna e formação do pessoal
II. Espírito, práticas de piedade e funções religiosas
III. Ensino do catecismo – desafios e prédicas
IV. Desporto, música e dramática
V.
Educação social – Poupança e previdência
VI. Oratórios femininos
VII. Aulas de religião

3.9 Page 29

▲back to top
56  PAULO ALBERA – O MUNDO NOS OLHOS
8-10 DE SETEMBRO 1911
Primeiro Congresso Internacional de Ex-Alunos
MUSEU CASA DOM BOSCO – VALDOCCO  57
Com Mons. Cagliero
A ligação com Mons. Cagliero, primeiro bispo e cardeal salesiano,
missionário na América do Sul, foi sempre forte e cordial
DON ALBERA,
DURANTE O CONGRESSO, NUM
RENAULT TYPE CC (ESTE AUTO-
MÓVEL ERA NOVINHO EM FOLHA,
SENDO UM MODELO PRODUZIDO
ENTRE 1911 E 1914)
23-25 DE NOVEMBRO 1911
Primeiro Congresso das Ex-Alunas das Filhas de Maria Auxiliadora
14-15 DE MARÇO 1914
Congresso dos Decuriões dos Cooperadores
20-23 DE MAIO 1920
VIII Congresso Internacional dos Cooperadores Salesianos, Segundo
Congresso Internacional dos ex-alunos e Segundo Congresso
Internacional das ex-alunas de Maria Auxiliadora.
Os três Congressos decorreram em simultâneo no âmbito das
celebrações da inauguração do monumento dos Ex-Alunos a
Dom Bosco na Praça Maria Auxiliadora.
MONS. CAGLIERO E O PADRE RICALDONE NO ÂMBITO DAS CELEBRAÇÕES DOS 50 ANOS DE SACERDÓCIO
DO PADRE ALBERA (1918). EM TAL OCORRÊNCIA PARTICIPARAM, ALÉM DE GRANDE NÚMERO DE SALESIANOS E
OUTROS RELIGIOSOS, MEMBROS DE CASA REAL, 13 BISPOS E OS CÔNSULES DA ARGENTINA, BRASIL E COLÔMBIA.

3.10 Page 30

▲back to top
58  PAULO ALBERA – O MUNDO NOS OLHOS
CARTAZ DAS CELEBRAÇÕES DOS 50 ANOS DE SACERDÓCIO DO PADRE ALBERA (1918)
MUSEU CASA DOM BOSCO – VALDOCCO  59
DO DIÁRIO ESPIRITUAL DO PE. ALBERA (DEZEMBRO 1915)
Estou prestes a partir para
Roma. Irei encontrar-me
com o cardeal Cagliero que
receberá a sagrada púrpura
no dia 6 deste mês: neste
momento encontra-se no
mar; tremo ao pensar nos
perigos que enfrenta durante
esta viagem. Virgem Maria,
salva o teu filho.

4 Pages 31-40

▲back to top

4.1 Page 31

▲back to top
60  PAULO ALBERA – O MUNDO NOS OLHOS
A Grande Guerra
Cerca 1500 entre irmãos e noviços (quase metade do total) tomam parte
no conflito armado a partir de 1914, sendo os Salesianos pertencen-
tes a diversas nacionalidades também em conflito entre eles. No
fim da guerra os salesianos com grau de oficial eram 144; capelães mili-
tares: 55; premiados e condecorados: 44; feridos: 66; mortos: 70.
«Um número muito grande de caríssimos irmãos, entre os quais mui-
tos jovens sacerdotes, encontram-se na dura necessidade de desistir
do hábito religioso para usar as divisas militares; tiveram de deixar
os seus apreciados estudos, para manejar a espada e a espingarda;
foram arrancados dos seus pacíficos colégios e das escolas profis-
sionais para se apresentar a viver nas casernas e nas trincheiras, ou,
como enfermeiros, foram ocupados na cura dos doentes e dos feridos.
Temos também bastantes na frente, onde alguns já perderam a vida,
e donde outros voltaram horrivelmente maltratados». 1
O padre Paulo Albera envia 32 cartas circulares aos salesianos sol-
dados entre 19 de março de 1916 e 24 de dezembro de 1918.
“Nas santas e profícuas batalhas do ensino vós fostes incansáveis:
assim, enquanto ceifáveis para vós grande seara de méritos e de bên-
çãos celestes, dáveis à Pátria as primícias das vossas energias inte-
lectuais e morais. Agora a Pátria pede-vos as energias físicas, e vós
respondestes com coragem, e com a alegria que vos é habitual estais
dispostos a qualquer sacrifício... Resplandeça em todos as vossas
ações a bondade e a doçura da vossa alma. Esta deve ser a vossa
atitude habitual, para isto fostes formados, nisto deveis perseve-
rar, este deve ser o sinal que vos faz conhecer como filhos de Dom
Bosco… Estai sempre prontos a qualquer serviço para com os vossos
camaradas, sede os primeiros a socorrê-los em todas as suas neces-
sidades, vejam todos resplandecer no vosso coração uma chama ar-
dente de caridade que vos torna incansáveis para qualquer boa obra.
As ocasiões não vos faltarão, e vós não as deixeis fugir; aproveitai-as
todas; assegurar-vos-eis as bênçãos do céu, o amor dos vossos irmãos,
sereis faróis luminosos de bom exemplo…” 2
O padre Albera organiza exercícios espirituais para irmãos militares
em período de licença.
1 P. ALBERA, LETTERE
CIRCOLARI AI SALESIANI, 182.
2 PE. GARNERI, VITA DI PAOLO
ALBERA, 325-326. LETTERA
DEL 19 MARZO 1916.
MUSEU CASA DOM BOSCO – VALDOCCO  61
FOTO DE GRUPO E FOTO RETOCA-
DA DOS EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS
DE 12 E 13 DE OUTUBRO DE 1916.
NO VERSO DA FOTO OS NOMES
DOS PARTICIPANTES.

4.2 Page 32

▲back to top
62  PAULO ALBERA – O MUNDO NOS OLHOS
Conservamos 3390, entre cartas e postais militares, dirigidos ao
padre Paulo Albera ou a outros membros do Capítulo Superior da
parte de 791 salesianos soldados.
O padre Albera e os outros superiores mantiveram um constante con-
tacto epistolar pessoal com estes salesianos na frente.
MUSEU CASA DOM BOSCO – VALDOCCO  63
CARTA DO CLÉRIGO STEFANO FERRANDO (DEPOIS MISSIONÁRIO NA ÍNDIA, BISPO DE KRISHNAGAR E
DEPOIS DE SHILLONG. FUNDADOR DAS IRMÃS MISSIONÁRIAS DE MARIA AUXÍLIO DOS CRISTÃOS. FALE-
CIDO EM 1978, COM DECRETO DE 3 DE MARÇO DE 2016 O PAPA FRNACISCO DECLAROU-O VENERÁVEL).
ZONA DE GUERRA, 28-07-17
REV.MO SR. PADRE ALBERA,
DESDE OS PRINCÍPIOS DO MÊS ENCONTRO-ME COMO ASPIRANTE OFICIAL
NUM REGIMENTO DE INFANTARIA. AINDA NUNCA ANDEI NA LINHA DA FREN-
TE E DE MOMENTO ENCONTRO-ME DE REPOUSO QUE ME FOI CONCEDIDO
PARA RETEMPERAR AS FORÇAS PARA FUTUROS PERIGOS. ACABEI HOJE DE
LER A ÚLTIMA CIRCULAR E COMO A ENCONTREI APROPRIADA ESPECIAL-
MENTE PARA A MINHA NOVA CONDIÇÃO EM QUE O RESPEITO HUMANO SE
APRESENTA COM TANTOS ARGUMENTOS SUBTIS E ESPECIOSOS PARA INTI-
MIDAR E DISTRAIR O ESPÍRITO DE PROFESSAR FRANCAMENTE A NOSSA FÉ…
O EXEMPLO DE TANTOS IRMÃOS QUE NESTE TEOR DE VIDA ME PRECEDE-
RAM E BRILHARAM PELAS SUAS VIRTUDES RELIGIOSAS E MILITARES, ESPE-
RO QUE ME SIRVA DE VÁLIDA AJUDA E ME RECORDE A OUTRA MILÍCIA À
QUAL PERTENÇO.
COMO ACIMA LHE ACENEI, TALVEZ NOVOS PERIGOS ESPEREM O MEU RE-
GIMENTO E POR ISSO ME RECOMENDO ÀS SUAS ORAÇÕES PARA QUE A
AUXILIADORA ME AJUDE E EU POSSA CUMPRIR A VONTADE DO SENHOR…
CH. FERRANDO STEFANO

4.3 Page 33

▲back to top
64  PAULO ALBERA – O MUNDO NOS OLHOS
O SALESIANO NOVERA REFERE UMA EXPERIÊNCIA FELIZ NA PRIMEIRA LINHA:
«RECEBI A SUA BELÍSSIMA CARTINHA, COM AS MÁXIMAS E OS PONTOS POR
SI ESCRITOS E, ALÉM DISSO, A IMAGEM E A RELÍQUIA DO NOSSO QUERIDO
FUNDADOR, VENERÁVEL DOM BOSCO, SANTO QUE ME É QUERIDO. ESTA
TRAGO-A SEMPRE JUNTO AO MEU CORAÇÃO A FIM DE QUE ME AJUDE EM
TODAS AS MINHAS NECESSIDADES ESPIRITUAIS E TEMPORAIS. E EXPERI-
MENTEI A SUA PROTEÇÃO. SE ESTOU SALVO É MESMO POR MILAGRE. NO
DIA 22 DO MÊS PASSADO, ENCONTRANDO-ME DE SENTINELA NA TRINCHEI-
RA DA PRIMEIRA LINHA, PRÓXIMO DE UMA PEÇA DE ARTILHARIA EM FUN-
CIONAMENTO, O INIMIGO PARA A FAZER CALAR, DISPAROU 8 TIROS DE 152,
TODOS À VOLTA DA PEÇA, PELO QUE UM ME CAIU A 6 METROS DE DIS-
TÂNCIA. IMAGINE QUE LANÇOU PELO AR MUITAS PEDRAS A UMA GRANDE
ALTURA, UMA DAS QUAIS ME VEIO CAIR PRECISAMENTE SOBRE O CAPACETE
NO MEIO DA CABEÇA E ME PARTIU O CHAPÉU DE FERRO, MAS, SEM SENTIR
A MENOR DOR FIQUEI SÃO E SALVO. E DEPOIS, QUANTAS OUTRAS VEZES,
SENTI A PROTEÇÃO DE DOM BOSCO». 3
3 ASC, B0440146, NOVERA-ALBERA, 14.12.1917; OS SEUS DADOS NÃO FORAM LOCALIZADOS.
MUSEU CASA DOM BOSCO – VALDOCCO  65

4.4 Page 34

▲back to top
66  PAULO ALBERA – O MUNDO NOS OLHOS
O CLÉRIGO BOSIO NARRA O SEU PAPEL DE MAQUEIRO:
«COM RESSICO E RAMEZZANA ESTOU NUM POSTO AVANÇADO DEBAIXO DO
FOGO INIMIGO, ONDE EXPERIMENTAMOS TODOS OS DIAS A PROTEÇÃO DA
NOSSA MÃE MARIA AUXILIADORA. OS INCÓMODOS E GRAVES SACRIFÍCIOS
QUE ESTA VIDA ME IMPÕE, AO MESMO TEMPO QUE ME DÃO A OPORTUNI-
DADE DE GANHAR ALGUNS MÉRITOS PARA O CÉU, APRESENTAM-ME VÁRIAS
DIMENSÕES DA VIDA QUE AINDA NÃO CONHECIA, DÃO-ME UMA EXPERIÊN-
CIA QUE ME SERÁ MUITO ÚTIL NA NOSSA VIDA SALESIANA. VÁRIOS DOS
NOSSOS COMPANHEIROS DA TERCEIRA SECÇÃO JÁ FICARAM MUITO GRAVE-
MENTE FERIDOS EM MOMENTOS DIFÍCEIS, AO TRANSPORTAR FERIDOS, AO
PASSO QUE NÓS ATÉ AGORA ESTAMOS ILESOS». 4
4 ASC, B0400589, BOSIO-MANASSERO, 17.11.1915, POSTERIORMENTE DIRIGIDA AO PE. ALBERA.
MUSEU CASA DOM BOSCO – VALDOCCO  67

4.5 Page 35

▲back to top
68  PAULO ALBERA – O MUNDO NOS OLHOS
O SALESIANO MIGLIO, QUE ERA TENENTE, PERDEU A VIDA A SALVAR DE MODO HEROICO OS SEUS
COMPANHEIROS DE ARMAS. ASSIM TESTEMUNHA COM RECONHECIMENTO UM DOS SOLDADOS:
«SE AINDA ESTOU VIVO, A ELE O DEVO […] ESTÁVAMOS NAS TRINCHEIRAS
À QUOTA 1050. DURIANTE O FURIOSO BOMBARDEAMENTO DA NOITE PAS-
SADA, O TENENTE MIGLIO FEZ ENTRAR TODOS OS SOLDADOS QUE PÔDE
NO SEU “QUIOSQUEZINHO”. EU TINHA FICADO À ENTRADA, E ELE REPETIA:
MAIS ADIANTE, MAIS ADIANTE! HAVIA AINDA LUGAR. E CONVIDOU REPETI-
DAMENTE OS SOLADDOS A APERTAR-SE E AMONTOAR-SE MAIS, PARA DAR
LUGAR AOS OUTROS.
ELE FICOU NA TRINCHEIRA, À ENTRADA. UMA BOMBA CAIU PERTO DO SEU
“QUIOSQUEZINHO” E REBENTOU COM GRANDE ESTRONDO, O QUIOSQUE-
ZINHO DESFEZ-SE E NÓS FICÁMOS SEPULTADOS. QUANDO NOS DESENTER-
RARAM VEIO A SABER-SE QUE O TENENTE E ALGUNS SOLDADOS FORAM
PROJETADOS EM PEDAÇOS PARA LONGE DO LOCAL DA EXPLOSÃO. PODERIA
TER-SE REFUGIADO TAMBÉM ELE, TER-SE-IA SALVO, MAS QUIS DAR TODO O
LUGAR AOS SEUS SOLDADOS». 5
5 E. VALENTINI, RICORDO DI UN EROE, 47.
MUSEU CASA DOM BOSCO – VALDOCCO  69
A atenção aos jovens mais em dificuldade está no cimo dos pen-
samentos do padre Albera. Aos Salesianos não mobilizados pede
esforços redobrados para suprir o trabalho dos irmãos em guerra e
nem uma casa será fechada durante o período bélico, precisamente
para assegurar a melhor assistência aos jovens.
Com a guerra ainda em curso e com escassez de pessoal não hesita
em abrir orfanatos e em ofercer ajuda a todos, em ambas as frentes
do conflito bélico (e a mesma política será adotada pelas Filhas de
Maria Auxiliadora). Especial ênfase é dada, em 1916, à abertura do
orfanato de Pinerolo-Monte Oliveto:

4.6 Page 36

▲back to top
70  PAULO ALBERA – O MUNDO NOS OLHOS
MUSEU CASA DOM BOSCO – VALDOCCO  71
DA CARTA DO PADRE PAULO ALBERA AO PRIMEIRO MINISTRO SALANDRA:
«EXCELÊNCIA,
TODAS AS VEZES QUE A NOSSA PÁTRIA FOI ATINGIDA POR ALGUMA DES-
VENTURA, O VEN. PADRE JOÃO BOSCO E DEPOIS O SEU DIGNO SUCESSOR,
O REV.MO PADRE MIGUEL RUA, PRESTARAM SEMPRE DE BOM GRADO OS
SEUS SERVIÇOS EM SOCORRO DAS NECESSIDADES PÚBLICAS… ORA, VENDO
AUMENTAR DIARIAMENTE CADA VEZ MAIS O NÚMERO DOS POBRES RAPA-
ZINHOS ÓRFÃOS E ABANDONADOS, CREIO TER CHEGADO O MOMENTO DE
PRESTAR À PÁTRIA, NA PESSOA DE TANTOS POBRES RAPAZINHOS, UMA AJU-
DA IMEDIATA E EFICAZ… DECIDI ABRIR UM INSTITUTO APROPRIADO PARA
RAPAZINHOS DOS OITO AOS DOZE ANOS, QUE SE ENCONTREM ABANDO-
NADOS, OU POR SEREM ÓRFÃOS DE MÃE E COM O PAI NA TROPA, OU POR
TEREM PERDIDO O PAI NA GUERRA. PARA TAL FINALIDADE DESTINEI UM
AMPLO EDIFÍCIO SITUADO NUMA BELA COLINA, DITA MONTE OLIVETO,
JUNTO DE PINEROLO… AO PARTICIPAR A V. EXª ESTA MINHA INICIATIVA, ALI-
MENTO A FIRME CONFIANÇA DE QUE SE DIGNARÁ PRESTAR TODO O APOIO
QUE DE SI DEPENDER A ESTA OBRA, CUJA FINALIDADE, PELO FACTO DE TER
POR FINALIDADE A EDUCAÇÃO E INSTRUÇÃO DE RAPAZINHOS PARA FOR-
MAR HONESTOS E LABORIOSOS CIDADÃOS, É TODA EM FAVOR DOS MAIS
ALTOS INTERESSES DA PÁTRIA».
BOLLETTINO SALESIANO, 40 (MAGGIO 1916), 131

4.7 Page 37

▲back to top
72  PAULO ALBERA – O MUNDO NOS OLHOS
A Congregação Salesiana tinha aberto orfanatos também noutras
partes da Europa. Foi compromisso pessoal do padre Albera garan-
tir a possibilidade de umas férias na Itália para 100 rapazinhos aus-
tríacos em 1920.
DA CARTA DE UM ÓRFÃO À MAMÃ:
MUSEU CASA DOM BOSCO – VALDOCCO  73
QUERIDA MAMÃ, AQUI ESTÁ-SE BEM, COME-SE BEM, JOGA-SE, VAI-SE A PAS-
SEIO E HÁ ALEGRIA. PORTANTO, NÃO CHORES MAIS COMO QUANDO EU
ESTAVA EM CASA, QUE TODAS AS NOITES CHORAVAS PENSANDO NO PAPÁ
MORTO NA GUERRA. QUANDO FOR GRANDE, QUERO FAZER-TE ESTAR ME-
LHOR DO QUE QUANDO O PAPA ESTAVA EM CASA. TEM CORAGEM. EU ES-
TOU MELHOR DO QUE EM CASA. A CADA UM DE NÓS FOI DADA UMA BELA
CAMA DE FERRO PINTADO, UMA BACIA, UM PEDAÇO DE SABÃO, UMA MESI-
NHA DE CABECEIRA… ADEUS, ESTÁ ALEGRE. TODAS AS MANHÃS NA MISSA
E COMUNHÃO REZO POR TI E PELO PAPÁ. OS SUPERIORES SÃO BONS E
QUEREM-ME BEM. ADEUS, MIL BEIJOS AFETUOSOS DO TEU PINOT.
GRUPO FOTOGRÁFICO
DOS MENINOS “VIENENSES”
DIANTE DAS “CAMERETTE”
DE DOM BOSCO

4.8 Page 38

▲back to top
74  PAULO ALBERA – O MUNDO NOS OLHOS
Outra obra que o padre Albera tinha muito a peito era o oratório.
Nos anos imediatamente a seguir ao fim da Guerra surgiram um
pouco por toda a parte, mesmo em contextos com problemáticas
sociais muito complexas. Só na cidade de Turim dois oratórios foram
criados naqueles anos, o de S. Paulo e o de Monterosa.
MUSEU CASA DOM BOSCO – VALDOCCO  75
O PRIMEIRO A TER, EM FINS DE 1918, UMA ESTRUTURA JÁ CONSOLIDADA, FOI O DE S. PAULO:
“NO DIA 8 DE DEZEMBRO, AQUELE BARRACÃO COM PALHEIRO, AGORA
CONVERTIDO EM CAPELA, DECORADA MAIS DE FÉ E DE ESPERANÇA DO
QUE DE PINTURA E DE ORNAMENTAÇÕES, ACOLHIA UMA MULTIDÃO DE
RAPAZINHOS, MAIS DE 300, DE GENTE DO POVO, DE AMIGOS, DE BENFEI-
TORES DA PRIMEIRA HORA… O PADRE PAULO ALBERA, DE LÁGRIMAS NOS
OLHOS CELEBROU A MISSA, DISTRIBUIU A COMUNHÃO AOS RAPAZES…
FALOU COM AQUELA DOÇURA QUE O TORNOU INESQUECÍVEL A QUEM
O CONHECEU; E ENTREVE-SE DEPOIS COM ELES, FAZENDO-OS ALEGRAR
COM ALGUNS PRESENTINHOS. O SENHOR GASTALDO DIRIGIU-LHE EM
NOME DE TODOS PALAVRAS DE AGRADECIMENTO A QUE ELE RESPONDEU
DE UMA VARANDA. A GENTE DO POVO, OS PAIS E AS MÃES DE FAMÍLIA,
COMPREENDERAM QUE APROXIMAR-SE DO PADRE SIGNIFICA ENTRAR EM
CONTACTO COM A BONDADE. E FICARAM CONQUISTADOS”.
DALL’ADOLESCENTE, N. 11, NOVEMBRE 1925,
P. 30 E 66. L’AUTORE È DON ALBERTO CAVIGLIA

4.9 Page 39

▲back to top
76  PAULO ALBERA – O MUNDO NOS OLHOS
Morte e funeral
29 DE OUTUBRO DE 1921
“Por volta das 14h30 o corpo foi transportado para a igreja anexa ao
Santuário, revestido de sobrepeliz e estola, com o crucifixo e o terço
entre as mãos.”
Funeral no dia 30 de outubro
“Durante toda a manhã, das 5 às 14h30 quando a urna foi fechada,
o corpo foi ainda homenageado com orações e com sinais do terno
afeto por milhares e milhares de cidadãos…” (Il Momento).
Funeral de tarde. Cortejo imponente pelas ruas de Turim desde as 15,
durante duas horas e meia de desfile”
Domenico GARNERI, Don Paolo Albera secondo successore di don
Bosco. Memorie biografiche, Torino, Società Editrice Internazionale 1939,
p. 419-420
MUSEU CASA DOM BOSCO – VALDOCCO  77

4.10 Page 40

▲back to top
78  PAULO ALBERA – O MUNDO NOS OLHOS
MUSEU CASA DOM BOSCO – VALDOCCO  79
Autógrafo de Boas
Festas do Pe. Albera
ANO 1915
QUERES SABER SE POSSUIS O ESPÍRITO DO VEN. DOM BOSCO?
EXAMINA-TE BEM:
1.° SE O TEU HUMOR É
CONSTANTEMENTE IGUAL E
SANTAMENTE ALEGRE
2.º SE A TUA CARIDADE PARA COM O
PRÓXIMO É VERDADEIRAMENTE
DOCE E PACIENTE
3.º SE VIVES COMO UMA VÍTIMA
SEMPRE DISPOSTA AO SACRIFÍCIO,
FAÇO VOTOS QUE A TUA CONSCIÊNCIA POSSA RESPONDER AFIRMATIVA-
MENTE A ESTA PERGUNTA.
1 DE JANEIRO DE 1915
SAC. PE. ALBERA

5 Pages 41-50

▲back to top

5.1 Page 41

▲back to top
80  PAULO ALBERA – O MUNDO NOS OLHOS
MUSEU CASA DOM BOSCO – VALDOCCO  81

5.2 Page 42

▲back to top