301-350|pt|325 - A Carta Juvenum Patris (João Paulo II) no centenário da morte de Dom Bosco

Carta do Sumo Pontífice no centenário da morte de São João Bosco *


Juvenum Patris


Papa João Paulo II


Ao dileto filho Egídio Viganò

Reitor-Mor da Sociedade Salesiana

no 1º centenário da morte

de São João Bosco


Caríssimo Filho

saúde e Bênção Apostólica


1. A dileta Sociedade Salesiana prepara-se para recordar com oportunas iniciativas o 1º Centenário da morte de São João Bosco, pai e mestre dos jovens, por isso é-me grato aproveitar a ocasião para refletir, uma vez mais, sobre o problema dos jovens, meditando sobre as responsabilidades que a Igreja tem na preparação deles para o futuro.

A Igreja, com efeito, ama intensamente os jovens: sempre, mas sobretudo neste período já próximo do ano 2000, sente-se convidada pelo seu Senhor a olhar para eles com especial amor e esperança, considerando a educação dos mesmos como uma das suas primordiais responsabilidades pastorais.

O Concílio Vaticano II afirmou com visão clara que “a humanidade vive hoje um período novo na sua história”1; e reconheceu que “se fazem esforços para promover cada vez mais a educação”2. Numa época de transição cultural, a Igreja no setor educativo percebe com preocupação a urgente necessidade de superar o drama de uma profunda ruptura entre Evangelho e cultura3, que subestima e marginaliza a mensagem savífica de Cristo.

Na alocução pronunciada diante dos membros da Unesco, tive ocasião de afirmar: “Não há dúvida que o fato cultural, primeiro e fundamental, é o homem espiritualmente amadurecido, isto é, o homem plenamente educado, o homem capaz de se educar a si mesmo e de educar os outros”4, e fazia notar uma certa tendência a “um deslocamento unilateral no sentido da instrução”, com consequentes manipulações que podem promover uma “verdadeira alienação da educação”5. Portanto, eu recordava que “a tarefa primeira e essencial da cultura em geral, e também de toda a cultura, é a educação. Esta consiste, de fato, em que o homem se torne, cada vez mais, homem, que ele possa ‘ser’ mais e não somente que ele possa ‘ter’ mais, e que por consequência, através de tudo o que ele ‘tem’, de tudo o que ‘possui’, ele saiba cada vez mais plenamente ‘ser’ homem”6.

Nos inúmeros encontros tidos com os jovens dos vários Continentes, nas mensagens que lhes dirigi e, em particular, na Carta que em 1985 enviei “Aos jovens e às jovens do mundo”, expressei a minha íntima persuasão de que é com eles que caminha e deve caminhar a Igreja7.

Desejo aqui deter-me nessas mesmas considerações, nesta ocasião das celebrações centenárias do ‘dies natalis’ de um grande filho da Igreja, o santo sacerdote João Bosco, que o meu Predecessor Pio XI não hesitou em definir “educator princeps8.

Esta fausta comemoração oferece-me a ocasião de um grato colóquio não só com Vossa Reverência, com os seus irmãos de hábito e os membros todos da Família Salesiana, mas também com os jovens, que são os destinatários da ação educativa, com os educadores cristãos e com os pais, chamados a exercer tão nobre ministério humano e eclesial.

Também me é grato observar que esta “memória” do Santo tem lugar durante o “Ano Mariano”, que orienta a nossa reflexão sobre “Aquela que acreditou”: no sim generoso da sua fé, descobrimos a fonte fecunda da sua obra educadora9, antes como Mãe de Jesus e depois como Mãe da Igreja e Auxiliadora de todos os Cristãos.



I. São João Bosco amigo dos jovens



2. João Bosco morreu em Turim a 31 de janeiro de 1888. Nos quase 73 anos da sua vida, ele foi testemunha de profundas e complexas transformações políticas, sociais e culturais: lemas revolucionários, guerras e êxodo da população das regiões rurais para as cidades, fatores todos que incidiram sobre as condições de vida da gente, especialmente das camadas mais pobres. Aglomerados nas periferias das cidades, os pobres em geral e os jovens em particular, tornam-se objeto de exploração ou vítimas do desemprego: durante o seu crescimento humano, moral, religioso, profissional eles são seguidos de maneira insuficiente e muitas vezes não são absolutamente cuidados. Sensíveis a toda mudança, os jovens ficam frequentemente inseguros e desorientados. Ante esta massa desarraigada, a educação tradicional acha-se alterada: a vários títulos, filantropos, educadores, eclesiásticos esforçam-se por ir ao encontro das novas necessidades. Emerge entre eles, em Turim, Dom Bosco, pela sua clara inspiração cristã, pela iniciativa corajosa e pela difusão rápida e ampla da sua obra.



3. Ele sentia ter recebido especial vocação e ser assistido e quase guiado pela mão, no modo de atuar a sua missão, pelo Senhor e pela intervenção materna da Virgem Maria. A sua resposta foi tal que a Igreja o propôs oficialmente aos fiéis como modelo de santidade. Quando na Páscoa de 1934, no encerramento do Jubileu da Redenção, o meu Predecessor de imortal memória, Pio XI, o inscrevia no álbum dos santos, teceu-lhe um inesquecível elogio.

O pequenino João, órfão de pai em tenra idade, educado com profundo intuito humano e cristão pela mãe, é pela Providência dotado de dons, que o fazem desde os primeiros anos o amigo generoso e diligente dos seus coetâneos. A sua juventude é a antecipação de uma extraordinária missão educativa. Sacerdote, numa Turim em pleno desenvolvimento, tem contato direto com os jovens encarcerados e com outras dramáticas situações humanas.

Dotado de uma feliz intuição do real e atento conhecedor da história da Igreja, ele tirava do conhecimento de tais situações e das experiências de outros apóstolos, especialmente de São Filipe Néri e de São Carlos Borromeo, a fórmula do “Oratório”. De modo particular é-lhe caro este nome: o Oratório caracterizará toda a sua obra, e o modelará segundo a sua original perspectiva, adaptada ao ambiente, aos seus jovens e às necessidades deles. Como principal protetor e modelo dos seus colaboradores escolhe São Francisco de Sales, o santo de zelo multiforme, de humaníssima bondade que se manifestava sobretudo na afabilidade de trato.



4. A “Obra dos Oratórios” inicia em 1841 com um “simples catecismo” e expande-se progressivamente, para responder a situações e exigências prementes: a hospedaria para acolher os abandonados, a oficina e a escola de artes e ofícios para lhes ensinarem um trabalho e os tornarem capazes de ganhar honestamente a vida, a escola de humanidade aberta ao ideal vocacional, a boa imprensa, as iniciativas e os métodos recreativos próprios da época (teatro, banda, canto, passeios de outono).

A expressão feliz: “Basta que sejais jovens para que vos ame bastante”10, é a palavra e, antes ainda, a opção educativa fundamental do Santo. “Prometi a Deus que até o meu último respiro seria para os meus pobres jovens”11. E, na verdade, para eles realiza uma impressionante atividade com as palavras, os escritos, as instituições, as viagens, os encontros com personalidades civis e religiosas; para eles, sobretudo, manifesta uma atenção cheia de desvelos, orientada para as pessoas, para que no seu amor de pai os jovens possam colher o sinal de um amor mais alto.

O dinamismo do seu amor faz-se universal e impele-o a acolher o apelo de Nações distantes, até às missões transoceânicas, para uma evangelização que jamais se separa de autêntica obra de promoção humana.

Segundo os mesmos critérios e com o mesmo espírito, ele procura encontrar solução também para os problemas a juventude feminina. O Senhor suscita ao lado dele uma co-fundadora: Santa Maria Domingas Mazzarello, com um grupo de jovens colegas já dedicadas, a nível paroquial, à formação cristã das jovens. A sua atitude pedagógica suscita outros colaboradores – homens e mulheres – “consagrados” com votos estáveis, “cooperadores”, associados na partilha dos ideais pedagógicos e apostólicos, e empenha os “ex-alunos”, impelindo-os a testemunhar e a promover, eles mesmos, a educação recebida.



5. Tanto espírito de iniciativa é fruto de uma profunda interioridade. A sua estatura de Santo coloca-o, com originalidade, entre os grandes Fundadores de Institutos religiosos na Igreja. Sobressai por muitos aspectos: é o iniciador de uma verdadeira escola de nova e atraente espiritualidade apostólica; é o promotor de especial devoção a Maria, Auxiliadora dos Cristãos e Mãe da Igreja; é a testemunha de leal e corajoso sentido eclesial, manifestado através de mediações delicadas nas então difíceis relações entre a Igreja e o Estado; é o apóstolo realista e prático, aberto às contribuições das novas descobertas; é o organizador zeloso das Missões, com sensibilidade verdadeiramente católica; é, por excelência, o exemplar de um amor preferencial pelos jovens, especialmente pelos mais necessitados, para o bem da Igreja e da sociedade; é o mestre de uma eficaz e genial práxis pedagógica deixada como dom precioso a ser conservado e desenvolvido.

Nesta Carta, apraz-me considerar, a respeito de Dom Bosco, sobretudo o fato que ele realiza a sua santidade pessoal mediante o empenho educativo, vivido com zelo e coração apostólico, e que sabe propor, ao mesmo tempo, a santidade como meta concreta da sua pedagogia. Precisamente tal intercâmbio entre “educação” e “santidade” é o aspecto característico da sua figura; ele é um “educador santo”, inspira-se num “modelo santo” – Francisco de Sales -, é discípulo de um “mestre espiritual santo” – José Cafasso -, e sabe formar entre os seus jovens um “educando santo” – Domingos Sávio.



II – A Mensagem profética de São João Bosco Educador



6. A situação dos jovens no mundo de hoje – a um século da morte do santo – está muito mudada e apresenta condições e aspectos multiformes, como bem sabem os educadores e os pastores. No entanto, também hoje permanecem aquelas mesmas perguntas, que o sacerdote João Bosco meditava desde o início do seu ministério, desejoso de entender e determinado a atuar. Quem são jovens? Que querem eles? Estes, outrora como hoje, são os interrogativos difíceis, mas iniludíveis que todo educador deve enfrentar.

Não faltam hoje, entre os jovens do mundo inteiro, grupos genuinamente sensíveis aos valores do espírito, desejosos de ajuda e apoio na maturação da sua personalidade. Por outro lado, é evidente que a juventude está submetida a estímulos e condicionamentos negativos, fruto de visões ideológicas diversas. O educador atento saberá ver claramente a concreta condição dos jovens e intervir com competência segura e clarividente sabedoria.



7. A isto ele sabe ser solicitado, iluminado e sustentado pela incomparável tradição educativa da Igreja.

Consciente de ser o povo do qual Deus é pai e educador, segundo o ensinamento explícito da Sagrada Escritura (cf. Dt 1,31; 8,5; 32,10-12; Os 11,1-4; Is 1,3; Jr 3,14-15; Pr 3,11-12; Hb 12,5-11; Ap 3,19), a Igreja, “perita em humanidade”, com razão pode também dizer-se “perita em educação”. É disto testemunho a longa e gloriosa história bimilenária escrita por pais e famílias, sacerdotes, leigos, homens e mulheres, instituições religiosas e movimentos eclesiais, que no serviço educativo têm dado expressão ao carisma, que lhes é próprio, de prolongar a educação divina que tem o seu ápice em Cristo. Graças à obra de tantos educadores e pastores de instituições de inestimável valor humano e cultural, a história da Igreja identifica-se, em não pequena parte, com a história da educação dos povos. Na verdade, para a Igreja – como afirmou o Concílio Vaticano II – interessar-se na educação é obediência ao “mandato recebido do seu fundador, de anunciar o mistério da salvação a todos os homens e de tudo restaurar em Cristo”12.



8. Falando da obra dos Religiosos e sublinhando o espírito empreendedor deles, o Papa Paulo VI, de venerada memória, afirmava que o apostolado deles “é muitas vezes marcado por uma originalidade e por uma feição próprias, que lhes granjeiam forçosamente admiração”13. Para São João Bosco, fundador de uma grande Família espiritual, pode-se dizer que o traço peculiar da sua “genialidade” está ligado àquela práxis educativa que por ele mesmo foi chamada “sistema preventivo”. Este representa, num certo modo, a síntese da sua sabedoria pedagógica e constitui a mensagem profética, por ele deixada aos seus e à Igreja toda, recebendo atenção e reconhecimento da parte de numerosos educadores e estudiosos de pedagogia.

O termo “preventivo”, por ele usado, deve ser tomado mais do que na sua estreita acepção linguística, na riqueza das características típicas da arte educativa do Santo. Antes de mais, deve-se recordar a vontade de prevenir o surgimento de experiências negativas, que poderiam comprometer as energias do jovem, ou então obrigá-lo a longos e árduos esforços de recuperação. Mas no termo existem também, vividas com intensidade peculiar, profundas intuições, precisas opções e critérios metodológicos tais como: a arte de educar de modo positivo, propondo o bem em experiências adequadas e empenhativas, capazes de atrair pela sua nobreza e beleza; a arte de fazer crescer os jovens “a partir de dentro”, fazendo apelo à liberdade interior, contrastando os condicionamentos e os formalismos exteriores; a arte de conquistar o coração dos jovens, para os estimular, com alegria e satisfação, para o bem, corrigindo os desvios e preparando os jovens para o futuro, por meio de uma sólida formação do caráter.

Obviamente, esta mensagem pedagógica supõe no educador a convicção de que em todo o jovem, por mais marginalizado ou desviado que seja, há energias de bem que, oportunamente estimuladas, podem determinar a escolha da fé e da honestidade.

Convém, por isso, determo-nos a refletir brevemente sobre aquilo que, por ressonância providencial da Palavra de Deus, constitui um dos aspectos mais característicos da pedagogia do Santo.



9. Homem de multiforme e incansável atividade, Dom Bosco ofereceu com a sua vida o ensinamento mais eficaz, tanto que já pelos seus contemporâneos foi considerado educador eminente. As poucas páginas que dedicou a apresentar a sua experiência pedagógica14, adquirem pleno significado, só se confrontadas com o conjunto da longa e rica experiência adquirida ao viver no meio dos jovens.

Para ele, educar comporta uma especial atitude do educador e um complexo de procedimentos, baseados em convicções de razão e de fé, que orientam a ação pedagógica. No centro da sua visão está a “caridade pastoral”, que assim é por ele descrita: “A prática do sistema preventivo está completamente apoiada nas palavras de São Paulo que diz: ‘a caridade é benigna e paciente; sofre tudo, mas espera tudo e sustém qualquer distúrbio’ ”15. Esta inclina a amar o jovem, qualquer que seja o estado em que se encontre, para o levar à plenitude de humanidade que se revelou em Cristo, para lhe dar a consciência e a possibilidade de viver como cidadão honesto, como filho Deus. Ela faz intuir e alimenta as energias que o Santo resume no trinômio, já celebre, da fórmula: “Razão, religião, amabilidade”16.



10. O termo “razão” sublinha, segundo a autêntica visão do humanismo cristão, o valor da pessoa, da consciência, da natureza humana, da cultura, do mundo do trabalho, do viver social, a saber, daquele vasto quadro de valores que é como a necessária bagagem do homem na sua vida familiar, civil e política. Na encíclica Redemptor Hominis eu recordei que “Jesus Cristo é o caminho principal da Igreja; esta via leva de Cristo ao homem”17.

É significativo observar que, já há mais de cem anos, Dom Bosco atribuía muita importância aos aspectos humanos e à condição histórica do indivíduo: à sua liberdade, à sua preparação para a vida e para uma profissão, à assunção das responsabilidades civis, num clima de alegria e de generoso empenho em favor do próximo. Ele exprimia estes objetivos com palavras incisivas e simples, tais como “alegria”, “estudo”, “piedade”, “sabedoria”, “trabalho”, “humanidade”. O seu ideal educativo é caracterizado por moderação e realismo. Na sua proposta pedagógica há uma união bem realizada entre a permanência do essencial e a contingência do histórico, entre o tradicional e o novo. O Santo apresenta aos jovens um programa simples e, ao mesmo tempo, empenhativo, sintetizado numa fórmula feliz e sugestiva: cidadão honesto, porque bom cristão.

Em síntese a “razão”, na qual Dom Bosco crê como dom de Deus e como tarefa inderrogável do educador, indica os valores do bem, e de igual modo os objetivos a perseguir, os meios e os modos a usar. A “razão” convida os jovens a uma relação de participação nos valores compreendidos e compartilhados. Ele define-a também “bom senso” para aquele necessário espaço de compreensão, de diálogo e de paciência inalterável, no qual encontra atuação o não fácil exercício da racionalidade.

Tudo isto, certamente, supõe hoje a visão de uma antropologia atualizada e integral, livre de reducionismos ideológicos. O educador moderno deve saber ler com atenção os sinais dos tempos para reconhecer os seus valores emergentes que atraem os jovens: a paz, a liberdade, a justiça, a comunhão e a participação, a promoção da mulher, a solidariedade, o desenvolvimento, as urgências ecológicas.



11. O segundo termo, “religião”, indica que a pedagogia de Dom Bosco é constitutivamente transcendente, enquanto o objeto educativo último que ele se propõe é a formação do crente. Para ele, o homem formado e amadurecido é o cidadão que tem fé, que põe no centro da sua vida o ideal do homem novo proclamado por Jesus Cristo, e que é testemunha corajosa das próprias convicções religiosas.

Não se trata – como se vê – de uma religião especulativa e abstrata, mas de uma fé viva, arraigada na realidade, feita de presença e de comunhão, de escuta e de docilidade à graça. Como ele gostava de dizer, “colunas do edifício educativo”18 são a Eucaristia, a Penitência, a devoção a Nossa Senhora, o amor à Igreja e aos seus pastores. A sua educação é um “itinerário” de oração, de liturgia, de vida sacramental, de direção espiritual: para alguns, resposta à vocação de especial consagração (quantos Sacerdotes e Religiosos se formaram nas casas do Santo!); para todos, a perspectiva e a obtenção da santidade.

Dom Bosco é o sacerdote zeloso que refere sempre ao fundamento revelado, tudo o que recebe, vive e doa. Este aspecto da transcendência religiosa, base do método pedagógico de Dom Bosco, não só é aplicável a todas as culturas, mas é adaptável, com fruto, também às religiões não cristãs.



12. Enfim, sob o ponto de vista metodológico, a “amabilidade”. Trata-se de uma atitude cotidiana, que não é simples amor humano nem apenas caridade sobrenatural. Ela exprime uma realidade complexa e implica disponibilidade, critérios retos e comportamentos adequados.

A amabilidade é traduzida no empenho do educador como pessoa totalmente dedicada ao bem dos educandos, presente no meio deles, pronto a enfrentar sacrifícios e fadigas no desempenho da sua missão. Tudo isto exige verdadeira disponibilidade aos jovens, simpatia profunda e capacidade de diálogo. É típica e mais do que nunca iluminante a expressão: “Aqui, convosco, encontro-me bem; estar convosco é precisamente a minha vida”19. Com feliz intuição ele diz claramente: o que importa é que “os jovens não sejam só amados, mas que eles conheçam que são amados”20.

O verdadeiro educador, portanto, participa na vida dos jovens, interessa-se nos problemas deles, procura dar-se conta de como eles veem as coisas, toma parte nas suas atividades desportivas e culturais, nas suas conversas; como amigo amadurecido e responsável, mostra itinerários e metas de bem, está pronto a intervir para esclarecer problemas, para indicar critérios, para corrigir com prudência e firmeza afetuosa, apreciações e comportamentos censuráveis. Neste clima de “presença pedagógica” o educador não é considerado um “superior”, mas um “pai, irmão e amigo”21.

Nessa perspectiva, devem ser privilegiadas, antes de tudo, as relações pessoais. Dom Bosco gostava de usar o termo “familiaridade”, para definir o relacionamento correto entre educadores e jovens. A longa experiência convenceu-o de que sem familiaridade não se pode demonstrar o amor, e sem essa demonstração não pode nascer aquela confidência, que é condição indispensável para o bom êxito da ação educativa. O quadro das finalidades a alcançar, o programa e as orientações metodológicas adquirem consistência e eficácia, se marcados por genuíno “espírito de família”, isto é, se vividos em ambientes tranquilos, alegres, estimulantes.

A este propósito, deve-se ao menos recordar o amplo espaço e a dignidade dados pelo Santo ao momento recreativo, ao desporto, à música, ao teatro ou – como lhe aprazia dizer – ao pátio. É ali, na espontaneidade e alegria dos relacionamentos, que o educador sagaz colhe modos de intervenção, tanto leves nas expressões, quanto eficazes para a continuidade e o clima de amizade em que se realizam22. O encontro, para ser educativo, requer um contínuo e aprofundado interesse que leve a conhecer os indivíduos pessoalmente e, ao mesmo tempo, as componentes daquela condição cultural que lhes é comum. Trata-se de uma atenção inteligente e amorosa às aspirações, aos juízos de valor, aos condicionamentos, às situações de vida, aos modelos ambientais, às tensões, reivindicações e propostas coletivas. Trata-se de perceber a urgência da formação da consciência, do sentido familiar, social e político, da maturação no amor e na visão cristã da sexualidade, da capacidade crítica e da justa maleabilidade no desenvolvimento da idade e da mentalidade, tendo sempre bem claro que a juventude não é só um momento de transição, mas um tempo real de graça para a construção da personalidade.

Também hoje, embora num contexto cultural mudado e com jovens de religião também não cristã, esta característica constitui uma dentre tantas instâncias válidas e originais da pedagogia de Dom Bosco.



13. Desejo pôr em relevo, com efeito, que estes critérios pedagógicos não estão só confinados ao passado: a figura deste Santo, amigo dos jovens, ainda hoje com o seu fascínio atrai a juventude das culturas mais diversas sob todos os céus. Sem dúvida, a sua mensagem pedagógica exige que seja ainda aprofundada, adaptada, renovada com inteligência e coragem, precisamente em razão dos mudados contextos socioculturais, eclesiais e pastorais. Será oportuno ter presentes as aberturas e as conquistas ocorridas em muitos campos, os sinais dos tempos e as indicações do Concílio Vaticano II. Todavia, o essencial do seu ensinamento permanece, as peculiaridades do seu espírito, as suas intuições, o seu estilo, o seu carisma não perdem valor, porque inspirados na transcendente pedagogia de Deus.

São João Bosco é atual também por um outro motivo: ele ensina a integrar os valores permanentes da Tradição com as “novas soluções”, para enfrentar de maneira criativa as instâncias e os problemas emergentes: neste nosso tempo difícil ele continua a ser mestre, propondo uma “nova educação” que ao mesmo tempo é criativa e fiel.

Dom Bosco retorna” é um canto tradicional da Família Salesiana: exprime o ardente desejo de “um retorno de Dom Bosco” e “um retorno a Dom Bosco”, para serem educadores capazes de uma fidelidade antiga e também atentos, como ele, às mil necessidades dos jovens de hoje, para encontrarem de novo na sua herança as premissas, a fim de responderem também hoje às suas dificuldades e expectativas.



III. A URGÊNCIA DA EDUCAÇÃO CRISTÃ HOJE



14. A Igreja sente-se diretamente interpelada pela exigência educativa, porque ela está lá onde se trata do homem, sendo “o homem o primeiro caminho que a igreja deve percorrer no cumprimento da sua missão”23. Isto comporta evidentemente um verdadeiro amor de predileção pela juventude.

Vamos aos jovens: eis a primeira e fundamental urgência educativa. “O Senhor enviou-me para os jovens”: nesta afirmação de São João Bosco divisamos a sua opção apostólica fundamental, que se volta para os jovens pobres, os de condição popular, os mais expostos aos perigos.

Convém recordar as estupendas palavras que Dom Bosco dirigia aos seus jovens e que constituem a genuína síntese da sua opção fundamenta: “Considerai que tudo o que sou, sou totalmente para vós, dia enoite, manhã e noite, em qualquer momento. Não tenho outro objetivo senão procurar a vossa vantagem moral, intelectual e física”24. “Para vós eu estudo, para vós trabalho, para vós vivo e por vós estou disposto também a dar a vida”25



15. A tão grande dom de si aos jovens, no meio de dificuldades às vezes extremas, João Bosco chega graças a uma singular e intensa caridade, ou seja, por força de uma energia interior, que une inseparavelmente nele o amor de Deus e o amor do próximo. Consegue assim estabelecer uma síntese entre atividade evangélica e atividade educativa.

A sua preocupação de evangelizar os jovens não se reduz unicamente à catequese, ou apenas à liturgia, ou àqueles atos religiosos que exigem explícito exercício da fé e a esta conduzem, mas abraça o vasto setor da condição juvenil. Situa-se, portanto, no interior do processo de formação humana, cônscio das deficiências, mas também otimista a respeito da maturação progressiva, da convicção de que a palavra do Evangelho deve ser semeada na realidade do viver quotidiano, para levar os jovens a empenhar-se com generosidade na vida. Visto que eles vivem numa idade peculiar para a sua educação, a mensagem salvífica do evangelho deverá sustentá-los ao longo do processo educativo, e a fé deverá tornar-se elemento unificante e iluminante da sua personalidade.

Daqui derivam algumas opções. O educador deverá ter especial sensibilidade pelos valores e pelas instituições culturais, adquirindo um profundo conhecimento das ciências humanas. Desse modo, a competência adquirida tornar-se-á instrumento válido para sustentar um programa de evangelização eficaz. Em segundo lugar, o educador deverá seguir um específico itinerário pedagógico que, enquanto define com precisão a dinâmica evolutiva das faculdades humanas, suscita nos jovens as condições de livre e gradual resposta.

Preocupação sua, além disto, será a de orientar todo o processo educativo para o fim religioso da salvação. Tudo isto exige bem mais do que a inserção no caminho educativo de alguns momentos reservados à instrução religiosa e à expressão de culto; comporta o empenho bem mais profundo de ajudar os educandos a abrirem-se aos valores absolutos e a interpretarem a vida e a história segundo as profundidades e as riquezas do Mistério.



16. O educador deve, portanto, ter a percepção clara do fim último, pois na arte educativa os fins exercem uma função determinante. Uma visão incompleta ou errônea, ou então o esquecimento deles, é também causa de unilateralidade e de desvio, além de sinal de incompetência.

A civilização contemporânea procura impor ao homem – como eu dizia à Unesco – uma série de imperativos aparentes, que os seus porta-vozes justificam pelo recurso aos princípios do desenvolvimento e do progresso. Assim, por exemplo, em vez do respeito da vida, o ‘imperativo’ de se desembaraçar da vida e de a destruir; em vez do amor que é comunhão responsável de pessoas, o ‘imperativo’ do máximo de prazer sexual fora de todo o sentido de responsabilidade; em vez do primado da verdade nas ações, o ‘primado’ do comportamento em voga, do subjetivo e do bom êxito imediato”26.

Na Igreja e no mundo a visão educativa integral, que vemos encarnada em João Bosco, é uma pedagogia realista da santidade. Urge recuperar o verdadeiro conceito de “santidade”, como componente da vida de todo o crente. A originalidade e a audácia da proposta de uma “santidade juvenil” são intrínsecas à arte educativa deste grande Santo, que pode ser justamente definido “mestre de espiritualidade juvenil”. O seu particular segredo foi o de não frustrar as aspirações profundas dos jovens (necessidade de vida, de amor, de expansão, de alegria, de liberdade, de futuro), e, ao mesmo tempo, de os levar, gradual e realisticamente, a experimentar que só na “vida de graça”, isto é, na amizade com Cristo, se realizam os ideais mais autênticos.

Uma semelhante educação exige hoje que os jovens recebam uma consciência crítica que saiba perceber os valores autênticos e desmascarar as hegemonias ideológicas que, servindo-se dos meios da comunicação social, capturam a opinião pública e influenciam as mentes.



17. A educação, que segundo o método de Dom Bosco favorece uma interação original entre evangelização e promoção humana, pede ao coração e à mente do educador atenções precisas: a assunção de uma sensibilidade pedagógica, a adoção de uma atitude paterna e materna ao mesmo tempo, o esforço de avaliar quanto acontece no crescimento do indivíduo e do grupo, segundo um projeto formativo que uma, em sábia e vigorosa unidade, a finalidade educativa e a vontade de lhe procurar os meios mais idôneos.

Na sociedade moderna os educadores devem prestar particular atenção aos conteúdos educativos historicamente mais relevantes, de caráter humano e social, que mais se entrelaçam com a graça e as exigências do Evangelho.

Talvez, nunca como hoje, educar se tenha tornado um imperativo vital e social ao mesmo tempo, que implica tomada de posição e decidida vontade de formar personalidades amadurecidas. Talvez, jamais como hoje, o mundo tenha necessidade de indivíduos, de famílias e de comunidades que façam da educação a própria razão de ser e a ela se dediquem como finalidade prioritária, à qual dão sem reservas as suas energias, procurando colaboração e ajuda, para experimentarem e renovarem, com criatividade e sentido de responsabilidade, novos processos educativos. Ser educador hoje, comporta uma verdadeira e própria opção de vida, à qual é imperioso que sejam dados reconhecimento e ajuda, por aqueles que têm autoridade nas comunidades eclesiais e civis.



18. A experiência e a sabedoria pedagógica da Igreja reconhecem um extraordinário significado educativo à “família”, à “escola”, ao “trabalho” e às várias “formas associativas” e de grupo. É este um tempo de novo impulso das instituições educativas e de apelo ao insubstituível papel educativo da “família”, o qual eu pude delinear na Exortação Apostólica Familiaris Consortio. Permanece, come feito, determinante, no bem e, infelizmente, às vezes também no mal, a educação (ou a não educação) familiar e, por outro lado, permanece sempre indispensável educar as jovens gerações para assumirem, desde o ambiente familiar, a responsabilidade de interpretar o quotidiano segundo o ensinamento perene do Evangelho, sem descuidar as exigências da necessária renovação.

A centralidade família na obra educativa é hoje um dos problemas sociais e morais mais graves. “Que fazer – recordava eu à Unesco – para que a educação do homem se realize sobretudo na família?... As causas de bom ou de mau êxito na formação do homem pela família situam-se sempre contemporaneamente no interior mesmo do meio criador fundamental da cultura, que é a família, e também a nível superior, no da competência do Estado e dos órgãos de que ela depende”27.

Ao lado da ação educativa da família deve-se sublinhar a da “escola”, capaz de abrir horizontes mais vastos e universais. Na visão de João Bosco a escola, além de promover o desenvolvimento da dimensão cultural, social e profissional dos jovens, deve fornecer-lhes eficaz estrutura de valores e de princípios morais. Se tal não ocorresse, resultaria impossível viver e agir de modo coerente, positivo e honesto numa sociedade caracterizada por tensão e conflitualidade.

Faz parte, além disso, da grande herança educativa do Santo piemontês o seu interesse preferencial pelo mundo do trabalho, para o qual os jovens devem ser cuidadosamente preparados. Sente-se hoje esta urgência, embora nas profundas transformações da sociedade. Compartilhamos com Dom Bosco a preocupação de dotar as jovens gerações de uma competência profissional e técnica adequada, tal como têm testemunhado de maneira louvável, por mais de cem anos, as escolas de artes e ofícios e as oficinas dirigidas pelos Cooperadores Salesianos, com perícia digna de encômio. Compartilhamos a sua preocupação de favorecer uma cada vez mais incisiva educação para a responsabilidade social, baseada numa crescente dignidade pessoal28, à qual a fé cristã não só dá legitimidade, mas confere também energia de alcance incalculável.

Por fim, deve-se considerar a importância dada pelo Santo às “formas associativas” e de grupo, nas quais crescem e se desenvolvem o dinamismo e a iniciativa juvenil. Animando múltiplas atividades, ele criava ambientes de vida, de bom uso do tempo livre, de apostolado, de estudo, de oração, de alegria, de jogo e de cultura, onde os jovens podiam reencontrar-se e crescer. As notáveis mudanças do nosso tempo em relação ao século XIX, não eximem o educador de rever situações e condições de vida, dando o necessário espaço ao espírito de criatividade típico dos jovens.



19. Considerando depois as necessidades da juventude de hoje e, ao mesmo tempo, recordando a mensagem profética de Dom Bosco, o amigo dos jovens, não se pode esquecer que além – ou melhor, dentro – de qualquer estrutura educativa, se tornam indispensáveis aqueles típicos “momentos educativos” do colóquio e do encontro pessoal: utilizados de maneira correta, eles tornam-se ocasião de verdadeiro guia espiritual. É quanto fazia o Santo, ao exercer com particular eficácia o ministério do Sacramento da Reconciliação. Num mundo tão dividido e cheio de mensagens contrastantes, é um verdadeiro presente pedagógico oferecer ao jovem a possibilidade de conhecer e de elaborar o próprio projeto de vida, em busca do tesouro da própria vocação, da qual depende todo o posicionamento da vida. Seria incompleta a obra educativa daquele que considerasse suficiente satisfazer as necessidades, mesmo legítimas, da profissão, da cultura e também do lícito divertimento, sem propor ao seu interior, como fermento, as metas que o próprio Cristo apresentou ao jovem do Evangelho, e até nas quais comensurou a alegria da vida eterna ou a tristeza da posse egoísta (cf. Mt 19,312).

O educador ama e educa verdadeiramente os jovens, quando lhes propõe ideais de vida que os transcendem e aceita caminhara com eles na fatigosa maturação quotidiana da sua opção.



CONCLUSÃO



20. Nesta “memória” centenária de São João Bosco, “pai e mestre da juventude”, pode-se dizer com firme convicção que a Providência divina convida todos vós, membros da grande Família Salesiana, bem como os pais e os educadores, a reconhecer cada vez mais a inderrogável necessidade da formação dos jovens, assumindo com entusiasmo renovado as suas tarefas, para as desempenhar com a dedicação iluminada e generosa que foi própria do Santo. Estou consciente, beneméritos educadores, das dificuldades que enfrentais e das desilusões que às vezes deveis provar. Não vos deixeis desanimar ao percorrer esta privilegiada via do amor que é a educação. Conforte-vos a inexaurível paciência de Deus na sua pedagogia para com a humanidade, exercício incessante de paternidade revelada na missão de Cristo mestre e pastor, e na presença do Espírito Santo, enviado para transformar o mundo.

A escondida e poderosa eficácia do Espírito é dirigida a fazer maturar a humanidade segundo o modelo de Cristo. Ele é o animador do nascimento do homem novo e do mundo novo (cf. Rm 8,4-5). Deste modo o vosso trabalho educativo aparece como um ministério de colaboração com Deus e será certamente fecundo.

O vosso e o nosso Santo costumava dizer que “a educação é coisa de coração”29 e que é preciso “fazer passar Deus no coração dos jovens, não só pela porta da igreja, mas também pela porta da escola ou da oficina”30. É precisamente no coração do homem que se torna presente o Espírito da verdade, como consolador e transformador: Ele entra incessantemente na história do mundo através do coração do homem. E, como escrevi na encíclica Dominum et vivificantem, também “o caminho da Igreja passa através do coração do homem”; antes, ela “é o coração da humanidade”: “com o seu coração, que inclui em si todos os corações humanos, ela pede ao Espírito Santo... ‘a justiça, a paz e a alegria do Espírito Santo’, nas quais, segundo São Paulo, consiste o ‘Reino de Deus’”31. Com a vossa obra, caríssimos educadores, estais a realizar um extraordinário exercício de maternidade eclesial.

Não desvieis nunca o olhar de Maria; escutai-a quando diz: “Fazei o que Ele vos disser” (Jo 2,5). Invocai-a também com desvelo quotidiano, para que o Senhor suscite continuamente almas generosas, que saibam dizer sim ao seu apelo vocacional.

A Ela vos confio e, juntamente convosco, confio todo o mundo dos jovens, a fim de que eles, por ela atraídos, animados e guiados, possam conseguir, com a mediação da vossa obra educativa, a estatura de homens novos para um mundo novo: o mundo de Cristo, Mestre e Senhor.

Com a minha Bênção Apostólica.

Dato em Roma, junto de São Pedro, a 31 de janeiro, na memória de São João Bosco, no ano de 1988, décimo do nosso Pontificado.



João Paulo II













2 Gravissimum educationis, proêmio.

3 Evangelii nuntiandi, 20

4 Discurso à Unesco, 12: AAS 72, 1980, p. 743

5 Ibid., 13; l. c., p. 743

6 Ibid., 11; l. c., 742

7 Carta aos Jovens e às Jovens do mundo (31.3.1985): AAS, 1985, pp. 579-628

8 Pio XI, Germinata laetitia (1.4.1934): AAS 27, 1935, p. 285

9 Redemptoris Mater, 12-19

10 Giovane Provveduto, Turim, 1847, p. 7

11 Memorie Biografiche di S. Giovanni Bosco, vol. 18, Turim 1937, p. 258

12 Gravissimum educationis, proêmio.

13 Evangelii Nuntiandi, 69.

14 Cf. Il Sistema Preventivo, em “Regolamento per le case della Società S. Francesco di Sales”, Turim 1877, em GIOVANNI BOSCO, Scritti pedagogici e spirituali (a. c. de AA.VV.), Las, Roma 1987, p. 192ss.

15 Ibid., pp. 194-195

16 Cf. Il Sistema Preventivo (citado, p. 166)

17 Cf. Redemptor Hominis, 13,14

18 Cf. GIOVANNI BOSCO, Scritti pedagogici e spirituali (citado, p. 168)

19 Memorie Biografiche di S. Giovanni Bosco, vol. 4, S. Benigno Canavese 1904, p. 654

20 Lettera da Roma, 1884, in GIOVANNI BOSCO, Scritti pedagogici e spirituali (citado no n. 14), p. 294

21 Ibid., p. 296

22 A respeito da relação entre divertimento e educação segundo pensamento e a prática de São João Bosco, sabe-se como os Oratórios salesianos se distinguem pelo grande espaço de tempo dado ao desporto, teatro, música, e a todas as iniciativas de recreação sadia e formativa.

23 Redemptor Hominis, 14

24 Memorie biografiche di S. Giovanni Bosco, vol. 7, Turim 1909, 503

25 RUFFINO DOMENICO, Cronache dell’Oratorio di S. Francesco di Sales, Roma, Arquivo Salesiano Central, cad. 5, p. 10

26 Discurso à Unesco (2.6.1980), 13: AAS, 1990, p. 744

27 Ibid.; l.c., pp. 742-743

28 Laborem Exercens, 6

29 Memorie Biografiche di S. Giovanni Bosco, vol. 16, Turim, 1935, p. 447

30 Ibid., vol. 6, S. Benigno Canavese, 1907, pp. 815-816

31 Dominum et vivificantem, 67