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SALESIANOS 2012

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SALESIANOS 2012
Capa:
Intercessor no Céu
(da coleção sobre o P. John Lee,
de Michaela Kang Hyunjoo, artista coreana)
Índice
SALESIANOS 2012 02
» Editorial: Apresentação
» Reitor-Mor: Ser Salesiano Hoje!
» Os Salesianos distribuídos por nações
2
SALESIANOS 2012
VOLTAR A DOM BOSCO 10
» Bicentenário de nascimento de Dom Bosco
» Basílica de Valdocco, 100 Anos
» Universidade de Dom Bosco
» Totus Tuus: Família Salesiana, Família Mariana
» ADMA: Associação de Maria Auxiliadora
» Boletim Salesiano: a serviço da Vida!
» Chamados à Santidade
CRIAR CULTURA VOCACIONAL 26
» Palavras e Ações
» Vinde e vede
» Seguir Seus passos
» Voluntariado, movimento vocacional e missionário
» Peregrinação anual de Coroinhas
» Não se sabe se algo é bom até que se prove
» Nunca se esqueça de Jogar!
» A Jornada Mundial da Juventude, “uma festa da fé”
» O Movimento Juvenil Salesiano na festa da fé
» “Vocês são a esperança de Deus e a nossa também”
» Do voluntariado Renasce a Esperança
» Fórum de jovens: vinde e vede
Edição em português, 8 de dezembro de 2011. Roma

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ESTILO SALESIANO DE VOCAÇÃO 52
» Eu estarei com você
» Uma escola com vocação missionária
» Uma semana na Missão Salesiana
» Peregrinos “ao centro da alma”
» Os catequistas: o fenômeno
» Ajude-nos a rezar hoje
» Uma resposta exemplar ao Chamado de Deus
» Vinde e vede o MJS
» Combatamos a pobreza
» Rede Salesiana estreita laços entre as escolas
» As crianças procuram Deus
VOCAÇÃO SALESIANA HOJE 76
» Dom Bosco Žepče
» Praga: encontro dos jovens de hoje
» Unir o mundo: de Medellín a Sihanoukville
» Filmes de padres promovem direitos humanos e
evangelização
» 60 anos semeando vida
» Rumo ao futuro - A Lituânia e os Salesianos
» Alborada, lugar animado!
» Proclamando a palavra em Kiriwina
» Um bom dia começa pelo café da manhã
» A evangelização através do exemplo
» Projeto Vida, uma casa para jovens refugiados
TESTEMUNHOS CATIVANTES 100
» “Se a sua perna não sarar, você não poderá fazer a
profissão”
» Um jovem animador torna-se Salesiano
» “Eu vos darei pastores segundo o meu coração”
» “Ninguém pode tirar aquilo que Deus planejou para
você!”
» Voluntário para sempre
» Cinco “histórias de vida”: do Vietnã ao Japão
» A paz é possível quando a Igreja assume a liderança
» O sonho de Dom Bosco para a China continua no
filho de uma senhora chinesa
» Dom Bosco de Tonj: “A vocação dos salesianos está
sempre ligada a Maria Auxiliadora”
P. Filiberto González Plasencia, sdb
Conselheiro para a CS
Estimadas amigas e amigos,
“Ninguém foi ontem, nem vai hoje, nem irá amanhã a Deus por este
mesmo caminho por que vou. Para cada homem e cada mulher, guarda um
raio novo de luz o Sol; e um caminho virgem Deus” (León Felipe)
Cada um tem uma história que, se quisesse, poderia contar: a história
de sua própria vida, da própria vocação, história iluminada e de um cami-
nho novo a ser percorrido.
Nossa história é importante por ser única, porque é resposta a um
chamado pessoal. E, contrariando uma visão pragmática, não se tece apenas
de feitos notáveis, pagos ou gratuitos. Tece-se de silêncios importantes de
quem, com humildade, cala para escutar; de abertura ao diálogo para com-
preender; de decisões arriscadas para avançar. Aí, cada um fixa o rumo de
seu caminho e a medida da partilha. Habitualmente só no fim se com-
preende - nem sempre por completo - o chamado e a resposta, o rumo e a
decisão. Como ocorreu com Dom Bosco, que, ao final de sua vida, já idoso
e doente, costumava repetir: “Agora compreendo, foi Ela que tudo fez”.
O tema transversal da revista este ano é a vida como vocação. Temos
o prazer de apresentar-lhes testemunhos de religiosos, sacerdotes e leigos.
Testemunhos simples, de pessoas anciãs, adultas ou jovens, homens e mu-
lheres que estão respondendo ao chamado recebido, onde quer que este-
jam.
Pontos comuns em todos os testemunhos são a entrega generosa e in-
condicional, a alegria serena, o desejo de partilhar a paixão por Deus e pelos
mais pobres. Deus e os mais pobres se tornam chamado, resposta e sentido
de suas vidas. Do mesmo modo, vocês encontrarão testemunhos de quem
entregou a sua vida até o fim para plantar a semente. Eles vivem naqueles
que os receberam e mais ainda naqueles que os conheceram.
Todas estas pessoas sabem que não estão e nem podem 'doar-se' so-
zinhas. Com elas estão aqueles que simpatizam com Dom Bosco e seu pro-
jeto em favor dos jovens, aqueles que de diversas maneiras e por diversos
meios se unem porque também respondem ao chamado de ajudar as crian-
ças e jovens mais pobres.
Este ano oferecemos a revista com a intenção não apenas de apresentar
caminhos para a doação ou luzes para a resposta mas também, como agra-
decimento pela vocação de todos vocês que generosamente se unem a nós.
8 de dezembro de 2011.
redazionerivistesdb@sdb.org, www.sdb.org, ©Direzione Generale Opere Don Bosco SALESIANOS 2012
3

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REITOR-MOR
Hoje Ser Salesiano
!
Ser
Queridos amigos, saúdo-os com o co-
ração de Dom Bosco e desejo-lhes
um ano novo cheio de todas as coisas bo-
nitas que podemos esperar da vida.
Salesiano Alegra-me poder oferecer, mais uma vez,
esta visão da congregação salesiana atra-
vés da revista “Salesianos 2012”, que este
ano se concentra, sobretudo, no tema vo-
Hoje! P. Pascual Chávez V., sdb
Reitor-Mor
cacional. É uma maneira de responder ao
chamado que o Senhor faz continua-
mente a todos os jovens, meninos ou me-
ninas do mundo: “vinde e vede”.
Contudo, o que significa ser
salesiano hoje?
Respondo a esta pergunta contando um
pouco a história da minha vocação, e pela
minha experiência pessoal convidar outros
a seguir Jesus.
Pertenço a uma família numerosa. Somos
doze irmãos, seis homens e seis mulheres.
Eu sou o oitavo. Devo confessar que,
mesmo sendo minha familia muito cristã-
com nossa casa sempre visitada pelo
4
SALESIANOS 2012

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Ter vocação é descobrir que a vida tem sentido e, por isso, é
preciso dar-lhe direção, objetivos a alcançar e, sobretudo,
uma grande energia, fruto da motivação.
bispo, por sacerdotes e monges, nunca eu
mesmo havia pensado em ser sacerdote. E de
fato, exceto eu, ninguém mais na família é sa-
cerdote ou religioso.
O que aconteceu, pois, para eu
tomar esta decisão?
Uma coisa muito simples! Quando eu tinha
onze anos, aluno de uma escola salesiana no
norte do México, em Saltillo, repentinamente
minha mãe ficou doente e duas semanas
depois, faleceu. Porém três dias antes de morrer,
tive um diálogo com ella. Sentado ao seu lado,
falava-lhe que queria dinheiro para comprar um
par de tênis. Sempre gostei de jogar, especial-
mente basquete. E ela disse: “ e eu, quero que
saibas que sempre pedi a Deus um filho sacer-
dote. Tenho seis filhos homens e até agora
nenhum foi ao seminário”. E eu, que queria um
par de tênis, respondi: “E eu sou aquele que a
senhora pediu!”. Ela sorriu e me deu o dinheiro
para os sapatos. Como disse, minha mãe morreu
três dias depois. O mais interessante é que pedia
um par de tênis e recebi uma vocação.
tivação, que não é mais do que ter razão de ser
o que somos e fazer o que fazemos com alegria
e otimismo, convecidos de sermos úteis.
Creio que, de fato, a crise mais generalizada
entre os jovens não é causada por provar
drogas, álcool, ou a“confusão”no campo da se-
xualidade, mas sim pela falta de sentido de vida
e suas motivações. Por isso, se vêem tentados a
desfrutar só o momento presente, a fazer expe-
riencias de emoções fortes, ou então vivem na
indiferença.
Como Salesiano, quis dar minha vida a Deus em
favor dos jovens, como Dom Bosco.
Finalizada toda minha etapa de formação em
Guadalajara, pouco depois de ordenado sacer-
dote, fui enviado a preparar a Licenciatura em
Sagrada Escritura em Roma, no Pontifício Insti-
tuto Bíblico, e em Jerusalém na Universidade
Hebraica. Fui então um professor de Bíblia e Di-
retor do Estudantado Teológico em Tlaquepa-
que, México, durante nove anos, e inspetor da
Província de Guadalajara durante seis anos.
De fato, uns dias depois fui falar com meu pro-
fessor e simplesmente lhe disse que queria ser
sacerdote salesiano. Não lhe disse nada do diá-
logo com minha mãe. Isto eu só fiz 14 anos
depois, no dia da minha ordenação. Então falei
ao meu pai e meus irmãos“talvez queiram saber
por que me fiz sacerdote…”e então lhes contei
a história.
Completado este serviço, pude obter o douto-
rado em Teologia Bíblica na universidade
Pontifícia de Salamanca. Encontrava-me justo
ao final da tese doutoral, quando fui eleito
Agora me dou conta de como Deus guiou
minha vida! Realmente foi grande comigo! E
não me refiro ao fato de ser hoje o Reitor Mor
dos Salesianos. Não! Refiro-me ao dom da vo-
cação, porque o presente mais bonito que o
Senhor me deu, além do dom da vida e a fé, foi
o dom da vocação.
Ter vocação é descobrir que a vida tem sentido
e, por isso, dar-lhe direção, objetivos a alcançar,
e sobretudo uma grande energia, fruto da mo-
SALESIANOS 2012
5

1.8 Page 8

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REITOR-MOR
6
SALESIANOS 2012
membro do conselho geral, como re-
gional para a Interamérica, que com-
preende mais de 18 países, do Canadá
até a Bolívia. E no Capítulo Geral de
2002, fui eleito Reitor-Mor dos Salesia-
nos. Pelos jovens! Eles sempre foram
minha missão, Vocação e minha razão
de ser.
Sinto-me orgulhosamente feliz da
minha vocação! Não me envergonho
de ser salesiano! Antes, gosto muito de
convidar os meninos que considero
idôneos para esta vocação a serem sa-
lesianos, precisamente porque quero
o bem deles, que sejam felizes como
eu.
Posso dizer a eles que, entre meus
alunos e entre os garotos do oratório,
onde trabalhei, e entre os voluntários
que trabalharam conosco, existem
vários aos quais eu fiz a proposta e res-
ponderam positivamente.
E sabem quando foi que decidi fazer
isso? Depois de uma experiência pes-
soal. Entre os meninos que participa-
vam da seleção de basquete na
escola onde eu estava ensinando no
triênio, houve um que foi para os
irmãos das escolas cristãs, e enquanto
me dedicava aos estudos de teologia,
escreveu-me para dizer que tomou a
decisão de ir com eles e que, até o
momento, sentiu-se decepcionado
porque eu nunca o havia convidado
para ser salesiano. A partir desse mo-
mento, disse a mim mesmo: “De
agora em diante, serei sempre muito
claro e propositivo”
Foi uma lição e eu a aprendi bem,
também com resultados positivos. Vou
contar um desses encontros vocacio-
nais.
Porém, alguém poderia perguntar
“Quão difícil tem sido para vocês fazer
uma proposta vocacional à vida reli-
giosa no contexto atual? Como convi-
dar os jovens a seguir Jesus, quando
isto significa ir contra a cultura domi-
nante? Que partes do mundo essa
promoção vocacional salesiana tem
êxito?”
Creio que no ocidente, especialmente
nos países ricos, dão-se uma série de
fatores muito negativos para a vida
consagrada: a queda demográfica ( se
não há crianças e jovens na sociedade,
não haverá tampouco para a Igreja), o
secularismo que faz com que a pro-
posta e a resposta religiosa seja cada
vez mais difícil; o alto nível de bem-
estar que faz a vida mais confortável,
parecendo que é ir contra a corrente o
fato de pensar em organizar a própria
vida em torno da renúncia, do sacrifí-
cio, do compromisso definitivo, além
do fato de o Estado ser auto-suficiente
para levar adiante obras que pareciam
ser próprias dos religiosos (escolas,
hospitais e outras).
Já em outras partes existem elementos
que favorecem a vida consagrada: a
população é predominantemente
jovem, a cultura local continua sendo
muito religiosa, e há muita pobreza, fa-
zendo sentir-se a necessidade de fazer
algo para dar alivio às pessoas, espe-
cialmente aos mais pobres e necessi-
tados, sobretudo porque o Estado não
tem recursos para fazer frente a todas
estas necessidades.
Por exemplo, neste momento, a maio-
ria das vocações salesianas vêm da
Índia, Vietnã, Timor-Leste e alguns
países da América Latina. E também na
Polônia e Ucrânia há muitas vocacões.

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Sinto-me orgulhosamente feliz de minha vocação. Não me envergonho de ser
salesiano! Antes, gosto muito de convidar os meninos que considero idôneos
para esta vocação a serem salesianos, precisamente porque quero o bem deles,
que sejam felizes como eu.
Um caso que merece ser mencionado é o do
Vietnã, a Inspetoria que mais cresce no mundo,
em termos relativos. E vejam: se trata de um
país ‘comunista’, com um regime totalitário,
onde prevalece o budismo, e temos 400 can-
didatos à vida salesiana, todos eles estudantes
universitários, e com alto nível de perseve-
rança.
Parece, portanto, que a vida consagrada cor-
responde muito mais aos países pobres.
Porém, isto não quer dizer que a vocação sa-
lesiana não seja também para os países ricos
e desenvolvidos e, de fato, estamos presen-
tes em quase todos países ocidentais. Isto só
significa que nos países do bem-estar a vida
consagrada tem outra função: ser um sinal
visível e credível, um Deus legível para uma
sociedade ateia, que vive como se Ele não
Ser existisse. Isto se poderá fazer na medida em
que formos realmente um elemento contra-
cultural, com identidade evangélica, forte-
mente centrado em Deus, testemunho de
comunhão e dedicado totalmente aos
outros.
Salesiano Em nosso caso, basta que existam jovens,
para que haja razões para estar presente e
seguir oferecendo a outros jovens a vocação
salesiana, como faço agora com Vocês.
Hoje! Façam uma coisa grande na vida de vocês.
Ânimo! Dêem a Deus uma oportunidade e
vejam como não ficarão desapontados.

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SALESIANOS 2012
Canadá 26
Holanda 43
Bélgica 215
Polônia 975
França 178
Andorra 5
Alemanha 303 R. Tcheca 149
Áustria 83 Eslováquia 208
Suíça 20
Hungria 39
Eslovênia 87
ItáliaSã2o4M1a1rino
Croácia 82
4MoBnótse.nHeegrrzo.
4
3
Sérvia 7
Cossovo
5
Vaticano 12
Albânia 12
Malta 31
Grã-Bretanha 82
Irlanda 56
E. U. A. 251
Espanha 1160
Portugal 98
Marrocos 3
Tunísia 3
México 360
Cuba 16
HaiRti.6D9 ominicana 130
Porto Rico 28
Honduras 13
GuEaltSeamNlviaCcaladoarsoá9trga5u4Ra3Pica1an7a2m2 á
10
Colômbia
Antilhas Holandesas
Venezuela 199
326
3
Equador 185
Peru 157
Brasil 761
Cabo Verde 5Senegal 11
Guinea Conakry 10
Mali 15
Burkina Faso 9
Serra Leoa 8
Libéria 6
Costa do MarfimGa3nT6ao7go2 60
Bolívia 166
LEGENDA
Paraguai 94
N
1001 -
501 - 1000
251 - 500
Chile 180
Uruguai 102
Argentina 474
101 - 250
51 - 100
11 - 50
1 - 10
Nenhuma presença
(Dados do Anuário 2011)
8
SALESIANOS 2012

2 Pages 11-20

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2.1 Page 11

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OS SALESIANOS DISTRIBUÍDOS POR NAÇÕES
Suécia 6
Lituânia 9
Belarus
17
Ucrânia 38
Moldávia 4
Rússia 53
Bulgária 8 Geórgia 3
Turquia 7
Azerbaijão 10
Líbano
Síria
6
8
Irã 3
Israel 58
Egito 28
Kuweit 5
Paquistão 5
Nepal 13
Índia 2504
Chade 11 Sudão 14 EritréIiaêm24en 4
Centro-
Af. R. 8
Etiópia 117
S. Sudão 13
R. D.
Congo 231
Quênia 78
Uganda 14
Rwanda 55
Burundi 14
Tanzânia 65
Sri Lanka 65
Angola
78
Zâmbia
62
Malauí 8
Madagascar 96
Zimbábue 7
Namíbia 3
África do Sul 44
MSouçaazmilâbnidqiuae763
Maurício 4
Mongólia 11
China 104
Coréia do Sul 116
Japão 111
Taiwan 19
Filipinas 282
Guam 3
Indonésia 45
Papua N. G. 30
Timor-Leste 146
Ilhas Salomão 6
Samoa 11
Austrália 79
Fiji 13
Nova Zelândia 2
SALESIANOS 2012
9

2.2 Page 12

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SALESIANOS 2012
10
SALESIANOS 2012

2.3 Page 13

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VOLTAR
A
DOM BOSCO
Bicentenário de nascimento de Dom Bosco 12
Basílica de Valdocco, 100 Anos 14
Universidade de Dom Bosco 16
Totus Tuus: Família Salesiana, Família Mariana 18
ADMA, Associação de Maria Auxiliadora 20
Boletim Salesiano: a serviço da Vida! 22
Chamados à Santidade 24
SALESIANOS 2012
11

2.4 Page 14

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VOLTAR A DOM BOSCO
2011-2015: Preparação para o Bicentenário
de nascimento de Dom Bosco
1. História de Dom Bosco
6 de agosto de 2011–15 de agosto de 2012:
“Um itinerário sistemático de estudo e assimi-
lação de Dom Bosco. … O estudo de Dom Bosco
é requerido para se poder comunicar o seu carisma
e propor-lhe a atualidade”.
12

2.5 Page 15

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2. Pedagogia de Dom Bosco
16 de agosto de 2012–15 de agosto de 2013:
“É necessário, hoje, aprofundar a pedagogia sa-
lesiana. É preciso estudar e realizar aquele atualizado
sistema preventivo tão desejado pelo P. Egídio
Viganó. … Desenvolver as suas grandes virtualida-
des, modernizar os seus princípios, conceitos, orien-
tações, interpretar hoje as suas ideias de fundo”.
3. Espiritualidade de Dom Bosco
16 de agosto de 2013–15 de agosto de 2014:
“Talvez seja este o âmbito de Dom Bosco
menos aprofundado. Dom Bosco é uma pessoa toda
entregue ao trabalho; não nos dá descrições da sua
evolução interior; não nos deixa reflexões explícitas
sobre sua vida espiritual”.
SALESIANOS 2012
13

2.6 Page 16

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VOLTAR A DOM BOSCO
Itália
100 Anos
Basílica de Valdocco
por P. Natale Maffioli, sdb
Há cem anos, em 13 de julho de
1911, a igreja de Maria Auxiliadora
em Valdocco recebia o título de Basílica.
É o “lugar do coração” de todos os Sale-
sianos do mundo.
Num dia de verão, um velho vendedor
de frutas que passava com seu carreto
viu os imponentes andaimes que des-
pontavam em meio aos prados de Val-
docco e ficou curioso.
“O que acontece?” perguntou a um dos
pedreiros.
“Fazemos uma grande igreja para Nossa
Senhora!”
“E quem dá o dinheiro?”
“Dom Bosco. Mas reúne oferendas de
todos os lugares”.
O homem permaneceu silencioso por
um instante, em seguida, chamou o di-
retor dos trabalhos e presenteou-o com
toda a fruta de seu carreto para que a di-
vidisse entre os pedreiros; depois, que-
rendo dar uma mão, de acordo com a
sua expressão, carregou, com a ajuda de
outros, uma grande pedra sobre os
ombros e encaminhou-se em direção ao
alto pelas pontes. Tremia-se todo sob o
peso, o bom velho, mas mesmo suado e
ofegante chegou ao topo. Depositou a
pedra e todo alegre exclamou: “Agora
morro contente, já que espero poder, de
qualquer maneira, participar de todo o
bem que se fará nesta igreja”.
Dom Bosco nunca dizia: “Farei isto ou
farei aquilo…”
Dizia sempre: “Maria Auxiliadora fará isto
e fará aquilo…”
Juntos, Nossa Senhora e Dom Bosco fi-
zeram uma linda igreja!
Não tinha o terreno e nem o
dinheiro
Desde o início dos anos 60 do século
XIX, Dom Bosco sonhava em construir
uma igreja de consideráveis propor-
ções; o motivo, imediatamente eviden-
ciado, era o da angústia com relação à
igreja de São Francisco de Sales, edifi-
cada entre 1851 e 1852. Assim se expli-
cava a Padre Paolo Albera numa noite
de dezembro de 1862: “Eu pensava: a
nossa igreja é muito pequena, não
pode abrigar todos os jovens, ou ficam
uns sobre os outros. Portanto, faremos
outra igreja mais bonita, maior, que seja
magnífica. Daremos a ela o nome de
Maria Auxiliadora”
No dia 1º de fevereiro de 1863, Dom
Bosco dava, resolutamente, início ao
projeto da nova igreja, embora o ter-
reno, onde havia sonhado em construí-
la, não fosse seu e lhe faltasse um
desenho, mas expediu um grande
número de circulares para pedir a ajuda
dos benfeitores.
As escavações foram, em parte, realiza-
14
SALESIANOS 2012

2.7 Page 17

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das no outono; passado o inverno,
foram retomadas em março de 1864.
Ao final de abril, por convite do mestre
de obras, Dom Bosco, acompanhado
pelos seus padres e por muitos alunos,
desceu nas escavações para lançar a
pedra fundamental. Terminada a
função, para externar a sua alegria, di-
rigiu-se ao mestre de obras Buzzetti e
disse: “Quero dar-lhe agora um adian-
tamento pelos grandes trabalhos!”.
Assim dizendo, tirou fora o porta-ní-
queis, abriu-o e despejou nas mãos de
Buzzetti o quanto continha, isto é, 40
centavos. “Fique tranqüilo”, acrescentou
Dom Bosco, “Nossa Senhora providen-
ciará o dinheiro necessário para a sua
igreja”. “E Maria”, escreveu, em seguida,
Dom Bosco, “quis Ela mesma colocar
sua mão e mostrar que, sendo obra
sua, Ela mesma queria edificá-la: aedifi-
cavit sibi domum Maria. Oh, quantos se
entregaram a Maria Auxiliadora, fa-
zendo a novena e prometendo alguma
oferta se obtinham a graça implorada!
Uma devoção ilustrada
Dom Bosco não foi um bom entende-
dor de arte, mas tinha uma acentuada
sensibilidade para conhecer as poten-
cialidades que um edifício religioso
tem em reforçar a memória e que as
obras artísticas de caráter sacro têm em
transmitir uma mensagem. Confiou a
tarefa ao arquiteto Antonio Spezia, com
quem, há tempos, mantinha uma rela-
ção amigável.
Para a fachada da igreja de Maria Auxi-
liadora, Spezia obteve inspiração do
frontispício da Basílica veneziana de
São Jorge Maior, do arquiteto vêneto
Andrea Palladio. Em cinco anos, a igreja
foi terminada e foi consagrada em 9 de
junho de 1868.
Depois da consagração da igreja, ini-
ciava-se o período de sua decoração.
Certamente, Dom Bosco tinha em
mente um plano iconográfico preciso:
queria, por meio das pinturas coloca-
das sobre os altares e das devoções
que ali se executavam, comunicar
alguns conteúdos, apresentar aos fiéis
não só os santos a quem endereçar as
próprias orações, mas alguns exemplos
a seguir.
Em junho de 1868, no momento da
consagração, estava já em seu lugar o
quadro maior do pintor Tommaso Lo-
renzone, que representava Maria Auxi-
liadora com o pequeno Jesus nos
braços, circundada pelos apóstolos e
evangelistas; no altar dedicado a São
José, no transepto esquerdo, colocou
uma tela com São José e a Família de
Nazaré do mesmo Lorenzone. Sucessi-
vamente, procedendo em direção ao
fundo, encontrava-se o altar dedicado
a Sant’Anna, com uma tela do pintor
Giovanni Battista Fino que tinha como
tema A Educação da Virgem.
O último trabalho, realizado depois da
morte de Dom Bosco, foi a decoração
da cúpula com a Glória da Auxiliadora.
O projeto, realizado pelo pintor Giu-
seppe Rollini, remonta, todavia, ao pró-
prio Dom Bosco.
Entre os anos 20 e 30 do século XX, os
Superiores salesianos, em vista da bea-
tificação e canonização de Dom Bosco,
quiseram iniciar a ampliação e a requa-
lificação interna da basílica.
O arquiteto Ceradini projetou o novo
altar de Dom Bosco onde antes havia
o de São Pedro. Dos aparatos originais
foram conservados somente dois alta-
res, aquele dedicado a São José, que já
havia sofrido alterações de enriqueci-
mento com relação ao original, e
aquele de São Francisco de Sales, que
em 1889 havia substituído o original,
dedicado por Dom Bosco aos Sagrados
Corações de Jesus e de Maria.
A inauguração da ampliação, do altar
monumental a São João Bosco e de
parte do revestimento marmóreo do
santuário, deu-se em 9 de junho de
1938, ocorrendo naquele ano o aniver-
sário de 50 anos da morte de Dom
Bosco. Com o início da Segunda Guerra
Mundial, os trabalhos diminuíram,
criando dificuldades de toda espécie,
sobretudo econômicas, mas em 19 de
dezembro de 1942 o decorador Co-
mendador Carlo Cussetti descerrou a
última abóbada da galeria que gira em
torno do altar-mor, decretando a con-
clusão dos trabalhos.
As intervenções, com a ampliação, os
revestimentos marmóreos, as decora-
ções pictóricas e os novos altares (es-
pecialmente aquele dedicado a Dom
Bosco e o de Santa Maria Domingas
Mazzarello) criaram um ambiente pre-
cioso e, com os resultados, tem-se
quase a impressão de que o Ecônomo
Geral, Padre Fedele Giraudi (o defensor
dos trabalhos), quisesse aproximar do
santuário mariano, um sinal da gran-
deza da Congregação Salesiana.
SALESIANOS 2012
15

2.8 Page 18

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VOLTAR A DOM BOSCO
Itália
Universidade de Dom Bosco
por P. Renato Butera, sdb
Há uma realidade na Congregação
Salesiana que se apresenta com
uma conotação toda especial e que se
caracteriza por sua internacionalidade,
vivida naquela perspectiva que a tradi-
ção salesiana sempre chamou “espírito
de família”. Percebe-se logo quem está
por trás: nem precisa pertencer à Família
Salesiana. Os alunos – segundo dizem –
sentem-no logo. E o partilham com
quantos fizeram a opção de se formar,
quais pessoas e profissionais do futuro,
numa das seis faculdades da UPS – Uni-
versidade Pontifícia Salesiana de Roma
(Teologia, Ciências da Educação com
pedagogia e psicologia, Filosofia, Di-
reito Canônico, Letras clássicas e cristãs,
Ciências da Comunicação, a que se
deve acrescentar o Departamento de
Pastoral Juvenil e de Catequética).
Fundada em 1940, o Papa Paulo VI
elevou-a em 24 de maio de 1973 ao
nível de Universidade pelo Moto-pró-
prio 'Magisterium Vitae'.
Em seus mais de 70 anos de existência,
a UPS já entregou à Sociedade, à Igreja,
à Congregação e à Família Salesiana
não só personalidades exitosas mas
também um sem número de pastores
e animadores, de profissionais e de es-
pecialistas, daqueles enfim “bons cris-
tãos e honestos cidadãos” com que
sonhava Dom Bosco, capazes de con-
tribuir para a construção da “civilização
do amor”(Paulo VI). Os papas, Bento XVI
especialmente, sublinharam a ‘missio’ e
o papel especifico que a UPS leva a
termo dentro da Igreja e da Sociedade:
dedicar especial atenção ao estudo e à
solução das questões inerentes à edu-
cação e à ação pastoral, especialmente
entre os jovens e as classes populares,
segundo o espírito de Dom Bosco.
Já são realmente muitas as vocações
– sacerdotais, religiosas, laicais – que
nela se formaram. E isto em favor de
todos os lugares da Terra em cada um
dos cinco Continentes. São mais de 90
as nações de que procedem os alunos
da UPS – um leque de expressões cul-
turais reunidas pelo único credo que
lhe torna ainda mais universal a missão
formadora: uma característica que a
torna especial entre outros centros de
estudo universitários.
A UPS é assim por direito pleno a Uni-
versidade de Dom Bosco para os Jovens.
Não só porque dirige anualmente a sua
proposta formativa aos perto de 2 000
alunos que a frequentam (sem contar os
milhares de outros inscritos nos 28 cen-
tros a ela variamente afiliados). Mas
também porque forma docentes, ani-
madores, formadores, especialistas, que
por sua vez dedicarão a “sapiência” e
competência ali adquiridas, ao serviço
da multidão de jovens que re-encontra-
rão no seu território de procedência e
para os quais se estão preparando.
A vida acadêmica se alicerça no critério
básico anunciado pelo artigo 40 das
Constituições dos Salesianos:“casa que
acolhe, paróquia
16
SALESIANOS 2012

2.9 Page 19

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que evangeliza, escola que encaminha
para a vida, pátio para encontrar-se
como amigos e viver com alegria”.
Casa acolhedora: vive-se ali o esforço
do estudo com espírito de amizade e
solidariedade, certos de poder sempre
achar alguém com quem contar. Existe
de fato dentro da Universidade, a Equipe
de Pastoral Universitária, realidade de
voluntariado, que entreajuda sobretudo
os que se deparam com aquelas dificul-
dades típicas de quem chega pela pri-
meira vez a um país do qual só conhece
a língua ou a um ambiente acadêmico
que possui algumas exigências bem di-
versas das experimentadas durante os
estudos anteriores. Essa acolhida se vive
intensamente, por exemplo, no dia em
que os «veteranos» acolhem os «calou-
ros», introduzindo-os aos ambientes da
sua Universidade.
Paróquia: a UPS é também uma “paró-
quia que evangeliza”através da oferta de
momentos de cuidado e desenvolvi-
mento da espiritualidade pessoal e
comunitária, como a possibilidade coti-
diana da Celebração eucarística e das
confissões; os retiros mensais; a pro-
posta de aprofundamento da própria fé
ou vocação laical como Salesiano coo-
perador; o confronto com experiências
fortes durante as já tradicionais“quartas-
feiras da Quaresma”.
Pátio: a UPS é outrossim “pátio onde
cultivar a amizade com espírito de ale-
gria”, através de momentos de festa,
como o Encontro dos Povos; ou de
ágapes fraternos por ocasião das festas
de Dom Bosco e de Maria Auxiliadora;
ou da preparação ao Natal; ou das ex-
cursões por Roma e arredores; ou dos
dias dos currículos; etc.
Escola: mas a UPS é sobretudo “escola
que encaminha para a vida”. É a sua vo-
cação peculiar através da variedade e
seriedade da sua proposta formativa,
atenta ao progresso científico e cultu-
ral, e às instâncias de sentido da vida,
inspirada num humanismo integral
que estimula o protagonismo dos
alunos e os coloca no centro do
próprio esforço intelectual e de pes-
quisa.
A UPS portanto deseja ser – e é – a Uni-
versidade de Dom Bosco, não só para
os jovens mas também dos jovens, na
qual “antes de tudo” e “acima de tudo”
está a Pessoa. Não se trata apenas de
um ‘slogan’ mas de uma intenção, de
uma vontade e também – acredita-
mos – de uma realidade que cria e fo-
menta o clima para toda a formação
universitária.
SALESIANOS 2012
17

2.10 Page 20

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VOLTAR A DOM BOSCO
Polônia
Totus Tuus:
Família Salesiana, Família Mariana
VI Congresso Internacional de Maria Auxiliadora
Czestochowa, Polônia
A devoção a Maria Auxiliadora é viva na
Família Salesiana por vontade do próprio
Dom Bosco.
18
SALESIANOS 2012
De 3 a 6 de agosto de 2011, no Santuário da
Virgem Negra de Częstochowa, na Polônia, deu-
se o VI Congresso Internacional de Maria Auxiliadora,
evento da Família Salesiana, promovido pela Associa-
ção de Maria Auxiliadora (ADMA), que reconhece na
devoção à santa um dos aspectos carismáticos do
comum espírito.
O lema do Congresso“Totus tuus”, ao mesmo tempo
em que nos apresenta a santidade e a grande devo-
ção mariana do Beato João Paulo II, manifesta a nossa
confiança em Maria Auxiliadora, para com Ela cami-
nhar na estrada da fé, defendendo os grandes valores
da vida, da família, da educação, a fim de renovar o
nosso compromisso de sermos discípulos autênticos
e apóstolos apaixonados ao levar o Evangelho aos
jovens.
A devoção a Maria Auxiliadora é viva na Família Sale-
siana por vontade do próprio Dom Bosco que, com
a construção da Basílica de Maria Auxiliadora de
Turim, a difusão da oração e a fundação de congre-
gações e grupos a Ela dedicados, manifestou a cons-
ciência de que Maria é a inspiradora e o sustentáculo
da obra salesiana.
Desde 1988 celebraram-se cinco Congressos Inter-

3 Pages 21-30

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3.1 Page 21

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nacionais: Turim-Valdocco, em 1988, por ocasião do centenário
da morte de Dom Bosco; Cochabamba (Bolívia), em 1995; Sevi-
lha (Espanha), em 1999; Turim-Valdocco, em 2003, por ocasião
do centenário da coroação de Maria Auxiliadora; Cidade do
México, em 2007.
A Associação de Maria Auxiliadora (ADMA), fundada por São
João Bosco em 1869, oferece um itinerário de santificação e de
apostolado segundo o carisma salesiano.
Na Família Salesiana, a Associação enfatiza e difunde não só o
culto eucarístico como também a devoção mariana para a
evangelização e a promoção das classes populares e da juven-
tude necessitada.

3.2 Page 22

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VOLTAR A DOM BOSCO
Associação de Maria Auxiliadora
Organizador nato, Dom Bosco não
deixava o culto a Maria Auxiliadora
apenas à devoção espontânea. Dava-
lhe estabilidade com a Associação que
dEla recebe o nome. As testemunhas
diretas viram nessa instituição uma das
iniciativas mais caras a Dom Bosco e de
mais vasta ressonância depois daquela
das duas congregações religiosas e da
associação dos salesianos coperadores.
Aos associados eram propostas as se-
guintes finalidades:
promover o decoro e a devoção nas
novenas, festas e solenidades que no
decurso do ano se fazem em honra
da B. V. Maria e do SS. Sacramento”
(art. 3);
» favorecer “a difusão de bons livros,
imagens, medalhas, 'santinhos', inter-
vir e recomendar a intervenção nas
Procissões em honra de Maria SS. e
do SS. Sacramento, a Comunhão fre-
qüente, a assistência à santa Missa, o
acompanhamento ao Viático”(art. 4);
» zelo em aumentar a piedade, a espiri-
tualidade, o culto:“promover as glórias
da divina Mãe do Salvador”(Art. 1);
»“dilatar a devoção à BeataVirgem e a ve-
neração a Jesus Sacramentado”(Art. 2),
» esforçando-se “com as palavras, o
conselho, as obras e a autoridade por
» dar-se“o máximo cuidado em relação
a si e às pessoas”“dependentes para
impedir a blasfêmia e qualquer dis-
curso contrário à religião e por-
quanto deles depender, remover
todo obstáculo que possa impedir a
santificação dos dias festivos” (art. 5).
Os meios eram reduzidos a uma in-
20
SALESIANOS 2012

3.3 Page 23

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tensa vida de piedade pessoal: “Aproximar-se da santa Piemonte. Após a morte de Dom Bosco, Leão XIII, pri-
Confissão e Comunhão a cada quinze dias ou uma vez meiro com o breve 'Admotae Nobis Preces' de 15 de
ao mês e ouvir todos os dias a santa Missa desde que junho de 1889, concedia a faculdade de agregar todas
as obrigações do próprio estado o permitam” (art. 6); as associações semelhantes “erigidas ou a erigir-se em
aos simples fiéis, eram sugeridas jaculatórias apropria- qualquer igreja ou oratório público pertencente à So-
das pela manhã e à noite, e, aos
sacerdotes, a intenção de rezar na
Esforçando-se “com as
ciedade salesiana e onde quer que
se encontrem”; depois, com o
santa Missa por todos os Agrega- palavras, o conselho, as obras e breve‘Cum multa’de 19 de janeiro
dos à pia Associação: “Estas ora-
ções – sublinhava – servirão de
vínculo a unir todos os associa-
dos num só coração e numa só
alma para dar a devida honra a
a autoridade para promover o
decoro e a devoção nas
novenas, festas e solenidades
que no decurso do ano se fazem
de 1894, confiava em perpétuo ao
Reitor-Mor dos Salesianos e aos
seus sucessores a faculdade de
poder “válida e licitamente erigir
outras associações do mesmo
Jesus oculto na santa Eucaristia e em honra à B. V. Maria e ao nome e instituto em todos os lu-
à sua augusta Mãe, participar de
SS. Sacramento”.
gares onde existam casas e igrejas
todas as obras de piedade que
da Congregação e agregar à acima
cada Associação cumprirá” (art. 7). Ao crescimento es- mencionada Arquiconfraria as associações erigidas; dois
piritual dos associados, no“fazer comunhão de todas as anos depois, com o breve ‘Sodalitas’ de 15 de fevereiro
boas obras”, orações e indulgências, proviam com abun- de 1896, concedia ao Reitor-Mor e aos seus sucessores
dância também os oito artigos intitulados Vantagens a faculdade de “agregar à mesma Arquiconfraria”, exis-
espirituais.
tente na igreja de Maria Auxiliadora em Turim, outras
associações da mesma finalidade e teor em qualquer
Para maior difusão da Associação, Dom Bosco obteve a igreja ou diocese em que estejam canonicamente
sua ereção como Arquiconfraria, com a faculdade de a eretas”.
ela agregar associações semelhantes já existentes ou a
serem erigidas. Pio IX o concedia com o breve 'Sodalitia Enfim, a S. Congregação dos Religiosos, com rescrito de
Fidelium' de 5 de abril de 1870 que, porém limitava a 31 de julho de 1913 conferia o privilégio de o Reitor-
faculdade de agregação à arquidiocese de Turim. Com Mor poder erigir canonicamente as Associações dos
sucessivo breve 'Expositum Nobis' de 3 de março de Devotos de Maria Auxiliadora também nas casas do Ins-
1877, a faculdade era estendida a todas as dioceses do tituto das FMA e agregá-las à Primária de Turim.
SALESIANOS 2012
21

3.4 Page 24

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VOLTAR A DOM BOSCO
Brasil
Boletim Salesiano:
a serviço da Vida!
por P. Nivaldo Luiz Pessinatti, sdb
Um itinerário consciente
Se os grandes desafios ensejam
soluções inéditas, a rotina do coti-
diano nem sempre oferece provoca-
ções instigadoras de mudanças e,
muitas vezes, igualmente necessárias.
A imprensa parece estar nesta lista
nascida da rotina do dia a dia. O efeito
multiplicador da imprensa pode ser
considerado um dos maiores eventos
transformadores da humanidade.
Dom Bosco intuiu e operacionalizou
de forma muito rápida a utilização
dessa inovadora solução comunica-
cional. Mais, deu a ela um colorido e
um sabor absolutamente cristãos.
O Boletim Salesiano, hoje em tons, es-
tilos, cores e línguas tão diversificadas,
confirma a solidez e a oportunidade
dessa intuitiva solução cristã.
No mês de fevereiro de 1902, a língua
portuguesa revela para brasileiros, por-
tugueses e “colônias” lusitanas a ri-
queza e a pujança de uma obra que
tinha e teria uma longa história para
contar.
A primeira edição em português apre-
senta de forma elegante e cuidadosa-
mente preparados todos os
ingredientes do precioso menu de ini-
ciativas salesianas presentes na Europa
e na América: textos ricos de detalhes
e de vida e fotos de altíssima definição
são alguns indicadores da qualidade
desta comunicação.
Ao folhear o primeiro número (Anno
01, n. 01 de fevereiro de 1902) e cotejá-
lo com os seguintes, nos deparamos
com uma realística epopeia de com-
prometimentos com a vida: crônicas,
testemunhos de dedicação de missio-
nários, relatos de educadores, jovens,
leigos e religiosos.
Para além de um simples depositório
de curiosidades culturais “exóticas” ou
relatos triunfalistas, este veículo de co-
municação torna-se um verdadeiro
arauto revelador e socializador de pro-
jetos de vida dedicados ao bem do
próximo e da defesa da vida de tantos
povos diferentes: basta conferir como
eram apresentadas as “missões”.
Durante o difícil período da Primeira
Guerra, a publicação o BS é interrom-
pida. Contudo, logo em seguida, em
edição bimestral, ele torna a circular
com regularidade e melhor qualidade
gráfica.
A interrupção de sua publicação se
apresenta, durante a Segunda Guerra
Mundial, de modo mais longo: foram
quase dez anos!
Dessa situação desfavorável, nasce a
oportunidade, bem aproveitada, para
diversificar e descentralizar o Boletim
Salesiano.
Em 1950 o Brasil inicia a publicação do
BS brasileiro: ano 1, número 1 elabo-
rado, diagramado e impresso em São
Paulo, sob a direção do inspetor P. João
22
SALESIANOS 2012

3.5 Page 25

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Resende, deixando portanto de ser
apenas traduzido para o português e
assumindo uma fisionomia brasileira,
mantendo uma relação de identidade
com o carisma salesiano. Em 2012,
completa uma série ininterrupta de 62
anos de publicação.
Do ano 1957 até 1972, passou a ser
chamado Revista Salesiana. Esta mu-
dança desejava superar o sentido re-
dutivo que a palavra boletim conferia
a esta publicação no Brasil. No início
de 1972, volta ao nome original: Bo-
letim Salesiano, permanecendo até
hoje.
Conquistas e desafios
A elaboração, divulgação e utilização
do Boletim Salesiano foram e conti-
nuam sendo preocupações constantes
de seus diretores.
Por muito tempo, a edição brasileira
contou com o esforço e boa vontade
de um diretor.
Atualmente seu conselho editorial é
composto de Filhas de Maria Auxiliadora
(FMA), Salesianos de Dom Bosco (SDB)
e Salesianos Cooperadores. O desejo de
um maior profissionalismo foi uma
constante: jornalistas, diagramadores,
impressão, distribuição. Por várias déca-
das a tiragem do BS/Brasil não passava
dos vinte mil exemplares. Nestes últimos
cinco anos alcançou a expressiva tira-
gem de cem mil exemplares. Produz
também em parceria com a Rede Sale-
siana de Escolas uma coleção de gibis
que retratam a vida dos santos e santas
salesianos.
Neste sentido, houve um significativo
crescimento. Contudo, permanece,
ainda, o desafio de sua divulgação e uti-
lização pelas comunidades salesianas,
isto é: fazer do Boletim Salesiano uma
ferramenta de informação e formação
salesiana amplamente utilizada pelas
comunidades educativo-pastorais.
Várias iniciativas e estratégias estão
sendo sugeridas para que as paróquias,
escolas e obras sociais utilizem o BS
como instrumento de comunicação
salesiana. Inspetores e inspetoras estão
empenhados neste mutirão, moti-
vando as comunidades, ampliando a ti-
ragem, etc.
A divulgação do BS on-line foi uma im-
portante conquista. Contudo, a intera-
tividade e agilidade desta ferramenta
estão exigindo novo projeto, nova pla-
taforma e novos profissionais para se
tornar um portal de referência da co-
municação salesiana no Brasil: e isto já
está sendo construído.
Temos também um importante indica-
dor de sua significatividade: alunos de
mestrado de universidades brasileiras
escolheram o BS/Brasil como objeto de
sua pesquisa acadêmica, tanto na área
da comunicação, quanto na área social.
Enquanto isso, o BS/Brasil, por meio de
suas edições bimestrais, continua em-
penhado em ser um instrumento
focado no serviço à vida.
SALESIANOS 2012
23

3.6 Page 26

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VOLTAR A DOM BOSCO
Chamados à Santidade
À luz da Estreia para 2011, lembramos que a vocação fundamental é a vocação à santidade.
Por isso a Postulação para as Causas dos Santos dá graças a Deus por algumas metas
alcançadas relativas a processos em curso; e convida a conhecer e a invocar essas testemunhas
que realizaram o convite evangélico do «Vinde e vede!».
24 de setembro de 2010: Andrej Majcen
Abertura, em Ljubljana Rakovnik (Eslovê-
nia), do processo diocesano para a beatificação do
Servo de Deus Andrej Majcen SDB (1904–1999),
sacerdote e missionário, “patrono dos salesianos”
no Vietnã.
29 de outubro de 2010: Augustus Arribat
Entrega da Positio sobre o Servo de Deus Au-
gusto Arribat SDB (1879–1963). Rosto franco e
sorridente, esse filho de Dom Bosco atraía a todos.
Sua magreza e ascetismo lembravam o Cura d’Ars
(São João Maria Vianney), mas seu sorriso e sua
doçura eram de um autêntico salesiano.
19 de fevereiro de 2011: Constantino Vendrame
Em Shillong (Índia), conclusão do processo
diocesano sobre o Servo de Deus Costantino Ven-
drame SDB (1893-1957). Grande missionário, en-
tregou-se à formação de catequistas leigos que
evangelizavam a comunidade. Como bom
salesiano abriu e cultivou os oratórios festivos e
educou centenas de meninos. Propagou o cristia-
nismo entre hindus, muçulmanos e metodistas.
por P. Pierluigi Cameroni, sdb
27 de abril de 2011: Stephen Sándor
Entrega da Positio do Sr. Stephen Sándor
SDB (1914-1953), mártir. Sua constante preocu-
pação foi a de ser fiel a sua vocação de salesiano
coadjutor. Ao invés de fugir para o estrangeiro, pe-
maneceu em sua pátria para salvar a juventude hún-
gara.
24 de maio de 2011: Jan Swierc
Conclusão do processo diocesano de martírio
dos Servos de Deus Jan Swierc e Sete Companheiros
SDB, da Inspetoria da Polônia-Cracóvia, martiriza-
dos em Auschwitz, e de Franciszek Miśka SDB, da
Inspetoria da Polônia-Piła, mártir em Dachau. Tes-
temunhas de Cristo em um dos momentos mais
tenebrosos da história da humanidade.
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SALESIANOS 2012

3.7 Page 27

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23 de outubro de 2011: Luís Guanella
Canonização do bv. Luís Guanella (1842-
1915). Conquistado por Dom Bosco e seu ca-
risma, foi fundador de congregações dedicadas à
educação da juventude, à assistência de doentes
mentais, ao acompanhamento e sustento de
idosos abandonados.
7 de junho de 2011: Anna María Lozano Díaz
Em Agua de Dios (Colômbia), abertura do
processo diocesano da Serva de Deus Anna María
Lozano Díaz (1883-1982), cofundadora do Ins-
tituto das Filhas dos Sagrados Corações de Jesus
e de Maria. Atraída pelo carisma do beato Luís
Variara, foi sua discípula e sua mais fiel herdeira.
27 de junio de 2011: Laura Meozzi
Laura Meozzi FMA (1873-1951) é decla-
rada Venerável. Pioneira da presença das FMA na
Polônia, mesmo vivendo na pobreza extrema,
abriu novas casas para remediar a todo tipo de ne-
cessidades: para crianças órfãs e abandonadas, para
moças, postulantes, noviças, irmãs; mais tarde,
para perseguidos, enfermos, refugiados…
SALESIANOS 2012
25

3.8 Page 28

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SALESIANOS 2012
CRIAR
CULTURA
VOCACIONAL
Palavras e Ações 28
Vinde e vede 30
Seguir Seus passos 32
Voluntariado, movimento vocacional e missionário 34
Peregrinação anual de Coroinhas 36
Não se sabe se algo é bom até que se prove 38
Nunca se esqueça de jogar! 40
A Jornada Mundial da Juventude, “uma festa da fé” 42
O Movimento Juvenil Salesiano na festa da fé 44
“Vocês são a esperança de Deus e a nossa também” 46
Do voluntariado renasce a Esperança 48
Fórum de jovens: vinde e vede 50
26
SALESIANOS 2012

3.9 Page 29

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SALESIANOS 2012
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3.10 Page 30

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CRIAR CULTURA
VOCACIONAL
Austrália
28
SALESIANOS 2012
Palavras e Ações
por P. F. B. Freeman, sdb
Um orador revolucionário, ao menos de
nome, se não por sua fama, expunha em
um curso de alunos universitários a necessidade
de uma drástica reforma social e de líderes con-
victos que a conduzissem. “Digam-me, há um líder
político nos dias de hoje por quem estariam dispos-
tos a morrer?”. Para sua decepção, no auditório
reinou um silêncio absoluto. Em determinado mo-
mento, interveio um estudante: “Não, mas estou pro-
curando um por quem viver”. Abriu-se uma forte
discussão entre os alunos, que naquele momento não
prestavam mais atenção ao orador, sobre como seria pos-
sível encontrar uma pessoa pela qual viver. Alguns nomes
de líderes revolucionários de épocas recentes foram apre-
sentados, líderes que haviam despontado no cenário mun-
dial, mas muitos, depois de ter encontrado sustentação
popular, haviam demonstrado pontos fracos. Depois de terem
alcançado o poder, haviam adotado rapidamente um estilo de
vida rico e opulento. Haviam desdito, por assim dizer, as lindas
palavras que pronunciaram diante da massa e, portanto, certa-
mente, não eram pessoas pelas quais valesse a pena viver, para
não falar de morrer.
O orador compreendeu que fora posto de lado. Para re-
cuperar a atenção dos alunos, colocou esta pergunta:
Como vocês propõem encontrar essa pessoa por
quem gostariam de viver? O mesmo estudante que
havia interferido antes, respondeu: “É simples: basta
ver como vive realmente atrás da fachada dos seus dis-
cursos revolucionários. Vejamos se o seu modo de viver
está em harmonia com as suas palavras”.
A história está cheia de personagens pelos quais não va-
leria a pena morrer e também de pessoas por quem valeria
a pena viver: o Novo Testamento nos apresenta duas.
João Batista, inflamado revolucionário, cujo ca-
ráter foi temperado na dureza do deserto por
muitos anos, não era um hipócrita. O seu
chamado revolucionário ao arrependi-
mento caracterizava o seu estilo de vida.
Muitos jovens entusiastas eram fascinados
por ele porque propunha a realização dos
seus ideais por uma sociedade melhor. Era
um homem por quem poderiam viver.

4 Pages 31-40

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4.1 Page 31

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Ensinou-lhes a adquirir as capacidades básicas para melhorar as
suas oportunidades de trabalho e para tornar-se bons cristãos e
honestos cidadãos. As suas palavras sempre harmonizavam com
as suas ações.
Um dia, porém, o seu guia realizou uma
ação insólita diante de um grupo de
discípulos reunidos para uma missão.
Indicou um que era maior do que ele,
pelo qual valia a pena viver. “Eis o Cor-
deiro de Deus… maior do que eu. Eu
não sou digno nem mesmo de abaixar-
me para desamarrar-lhe as sandálias”.
Alguns dos seus discípulos, atraídos
pela ideia de seguir uma pessoa maior
do que ele, viram a certa distância
aquele que João havia indicado. Então,
Jesus, compreendendo que o seguiam,
perguntou-lhes: “O que procuram?”.
Desejando saber algo mais sobre
ele, perguntaram-lhe: “Mestre, onde
mora?”. Jesus dirigiu-lhes um convite:
“Venham e vejam!”. Eles “foram, viram
onde Jesus morava e com ele perma-
neceram”.
Há 150 anos, alguns jovens que viviam
na cidade industrial de Turim, no norte
da Itália, fascinaram-se por um jovem
padre que fazia grandes esforços para
ajudar os jovens a sobreviver em meio a
todas as injustiças e à exploração do tra-
balho em favor de grandes lucros priva-
dos. O sacerdote, que se chamava Dom
Bosco, havia chegado à cidade depois
de ter sido formado por uma vida de
pobreza como camponês e pela dificul-
dade dos tempos. Vivendo com eles,
Dom Bosco compartilhou não só os
seus escassos bens terrenos mas
também o amor de sua mãe. Ensinou-
lhes a adquirir as capacidades básicas
para melhorar as suas oportunidades de
trabalho e para tornarem-se bons cris-
tãos e honestos cidadãos. As suas pala-
vras estavam sempre em harmonia com
as suas ações. Dom Bosco convidou os
jovens a irem e a estarem com ele; “e
muitos permaneceram”. Viam nele, e na
sua missão, uma pessoa pela qual valia
a pena viver.
Nós, Salesianos de Dom Bosco de hoje,
somos os seus sucessores. Através da
história da nossa Família soubemos
como vivia. Ouvimos o seu convite:
“Venham e vejam”. Nós “fomos ver
onde vivia e com ele permanecemos”.
Em nossas escolas, nos centros juvenis,
nas missões e nas paróquias de que
cuidamos, somos os revolucionários de
Dom Bosco, trabalhamos para os
jovens que são vítimas da exploração
por parte de uma sociedade materia-
lista cujo evangelho é um grande
engano: a ideia de que o poder, os
bens materiais e o prazer trazem a feli-
cidade.
Portanto, propomos aos jovens de
hoje o mesmo convite de Jesus e de
Dom Bosco:“Venham e vejam”, porque
estes são líderes pelos quais vale a
pena viver.
SALESIANOS 2012
29

4.2 Page 32

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CRIAR CULTURA
VOCACIONAL
Portugal
VINDE E VEDE
por P. João de Brito Carvalho, sdb
Olema do Reitor-Mor é divulgado,
na sua essência, a partir de
meados de Julho do ano anterior a
que diz respeito, e constitui o ponto
de partida da programação a nível
provincial e local. Assim, podemos
considerar que comunidade provin-
cial, comunidade local, comunidades
educativo-pastorais e grupos da Famí-
lia Salesiana adoptam como referência
na sua caminhada, ao longo do
ano lectivo e pastoral, o lema do
Reitor-Mor.
A cultura do vinde e vede
em Portugal
Em inícios de Janeiro de 2011 foram
publicados 1500 opúsculos do comen-
tário ao lema do Reitor-Mor. Esta publi-
cação tem como objectivo entregar
um exemplar a cada um dos partici-
pantes nas Jornadas de apresentação
do lema. Por isso, no dia 15 de Janeiro
reuniram-se em Fátima mais de 600
pessoas (SDB, FMA, membros dos
grupos da Família Salesiana, co-respon-
sáveis leigos) para tomarem conheci-
mento do lema “Vinde e vede”. Este
comentário ao lema é apresentado no
encontro, de forma sucinta, pelo Pro-
vincial (SDB) e pela Provincial (FMA) e
ilustrado com a amostragem do DVD
produzido a nível da Congregação para
todo o mundo. O encontro é coorde-
nado pelo delegado nacional para a Fa-
mília Salesiana.
No sentido de implantar em cada pre-
sença salesiana a “cultura vocacional” o
provincial, nas visitas canónicas às co-
munidades, apresenta e comenta o
lema com os SDB, co-responsáveis
leigos, grupos da FS, Movimento Juve-
nil Salesiano, grupos paroquiais, etc.
Neste trabalho foram especialmente
implicadas as equipas vocacionais
locais existentes em cada presença sa-
lesiana. É normalmente utilizado o
DVD, no todo ou em parte.
Para dar a conhecer esta reflexão do
Reitor-Mor é enviado um exemplar do
comentário ao lema às principais auto-
ridades civis do país, assim como aos
bispos diocesanos e provinciais dos
vários Institutos masculinos e femininos.
Ao nível da Pastoral Juvenil
A nível nacional, a equipa provincial de
pastoral vocacional apoia as comuni-
dades locais no processo de detecção,
e acompanhamento dos jovens com
germes de vocação para a vida consa-
grada/sacerdotal.
As principais acções levadas a cabo
pela Pastoral Juvenil são as seguintes:
» Encontros com Dom Bosco: inicia-
tiva tomada este ano, em várias casas,
no sentido de apresentar a vocação
30
SALESIANOS 2012

4.3 Page 33

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salesiana aos adolescentes e jovens,
em encontros regulares;
24 de Outubro de 2010: Encontro na-
cional de jovens em Mogofores, por
ocasião da peregrinação nacional da
Família Salesiana ao santuário Nacio-
nal de Maria Auxiliadora;
22-23 de Janeiro: FlashBosco (para
adolescentes) Norte e Sul: 5 de Feve-
reiro - Encontros de Pré-Adolescentes
Norte e Sul;
9-10 de Abril: Páscoa Jovem – retiro
para jovens em Fátima;
14-15 de Maio: Dia Nacional MJS
coincidente com a 59ª peregrinação
da FS a Fátima – com um fórum com
jovens sobre o Lema do Reitor-Mor;
10 de Junho:
Festa da Comunidade Provincial
com o convite/participação de ado-
lescentes e jovens em processo de
discernimento vocacional;
18-22 de Julho: Acampamento Na-
cional MJS de Pré-adolescentes e
Adolescentes subordinado ao tema
da cultura vocacional.
Dinamização do santuário de Nossa Se-
nhora Auxiliadora, com a motivação te-
mática anual inspirada no tema do RM.
Ao nível dos grupos da
Família Salesiana
Sob a orientação do Conselho Nacional
da Família Salesiana, que se reúne três
vezes por ano, foi assumido o tema da
cultura vocacional. O assunto esteve
igualmente presente nos momentos
formativos e retiros dos grupos da Famí-
lia Salesiana e é o tema central nas duas
peregrinações nacionais ao santuário de
Maria Auxiliadora em Mogofores e ao
santuário internacional de Fátima.
SALESIANOS 2012
31

4.4 Page 34

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CRIAR CULTURA
VOCACIONAL
Ta i l â n d i a
Seguir Seus passos
por P. Dominic Savio Amnuai, sdb
“Vinde e vede” é o tema da Estreia de 2011. É um
convite do Reitor-Mor ao empenho vocacional no
mundo salesiano. É um chamado que nos faz
voltar a São João Bosco, nosso fundador, e a
repensar Jesus, nosso Mestre de Amor, para
compreender o que Dom Bosco pensava, o que
dizia e o que fazia, e seguir as suas pegadas na
nossa vida salesiana cotidiana.
Atualmente, na Tailândia, a Congregação
Salesiana tem quatro seminários para
formar os jovens que se tornarão
salesianos e continuarão a obra
salesiana no futuro:
O Seminário Santa Teresinha do
Menino Jesus (Hua Hin), fundado em 1947
(1947 – 1970) e fechado por cerca de dez
anos (1971 – 1980). Foi posteriormente rea-
berto em 1981 e continua a operar como se-
minário para jovens provenientes de toda a
Tailândia, com exceção da diocese de Chiang
Mai. Os nossos seminaristas desse centro es-
tudam na Hua Hin Vitthayalai School.
O Seminário São João Bosco
(Doi Saked Chiang Mai), fundado
em 2009, é também um seminário
para os jovens da diocese de Chiang
Mai, que estudam na Sarasat-Chiang
Mai School.
32
SALESIANOS 2012

4.5 Page 35

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O Seminário Sagrada Família
(Nazareth Banpong), fundado em
1990, é um centro maior para jovens
que concluem o ensino médio e fre-
quentam a Sarasit School Banpong.
O Seminário São Pedro (Sam-
pran) fundado em 1977, é uma Casa
para postulantes, noviços e pós-noviços
que estudam filosofia no Saengtham
College.
Nestes
quatro seminários,
os nossos jovens têm a
possibilidade de se formar no
espírito de Dom Bosco e de
procurar seguir os passos de Jesus.
Todos os dias, eles têm tempo para
estudar, conhecer o espírito salesiano,
colocá-lo em prática em vários campos e
vivenciar a sua verdadeira vocação salesiana.
Digamos que “esses seminários estão no
coração da nossa Congregação Salesiana”.
SALESIANOS 2012
33

4.6 Page 36

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CRIAR CULTURA
VOCACIONAL
Equador
Voluntariado movimento vocacional e missionário
Rafael Correa, atual Presidente da Re-
pública, foi um dos mais de 2.000
jovens que deixaram a sua casa para
realizar uma experiência de volunta-
riado salesiano na região montanhosa
da Cordilheira dos Andes, em Zumba-
hua, uma comunidade indígena e um
local de missão situado a 3.500 metros
de altitude.
Depois de um período de formação,
Gabriela Jiménez foi mandada à selva
do Equador para compartilhar o espí-
rito salesiano com os indígenas Achuar,
junto à missão Wasakentsa.
O movimento de voluntariado
salesiano no Equador, que prevê um
ano inteiro de serviço, foi iniciado em
1971. Nessas quatro décadas, sofreu
um processo de evolução e consoli-
dação e é uma oportunidade para o
empenho social a serviço dos jovens.
A partir de 1980, as comunidades de
FMA abriram as suas portas para aco-
lher jovens voluntários e agora parti-
cipam em esforço conjunto com os
seus colegas salesianos. Tempos
depois, nos anos 1990, as Filhas dos
Sagrados Corações de Jesus e de
Maria aprovaram este modelo e ela-
boraram um programa de formação
que, em espanhol, é definido JUVOMI:
Juvenil, Vocacional, Missionário. O
movimento de voluntariado prevê
três fases: “antes” (pré-voluntariado),
“durante” (o período de volunta-
riado propriamente dito) e “depois”
(“voluntários para sempre” ou VPS, no
acrônimo espanhol). Muitos voluntá-
rios provêm de comunidades e obras
salesianas.
por P. Juan Cárdenas, sdb
O movimento de voluntariado tem
hoje um forte componente social, ecle-
siástico e vocacional.
» A atividade de voluntariado é apre-
sentada como uma oportunidade de
empenho civil que tem como fim o
reforço do tecido social, da solidarie-
dade e da democracia.
» Os jovens voluntários são enviados a
quarenta comunidades salesianas e
oito comunidades religiosas femini-
nas que não são salesianas, mas
fazem parte da Igreja local. Ali, traba-
lham em estreita colaboração e favo-
recem o desenvolvimento de um
autêntico espírito de Igreja.
» Nos últimos vinte anos, o movimento
de voluntariado foi uma fonte única
34
SALESIANOS 2012

4.7 Page 37

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O movimento de voluntariado exerce um
papel muito importante porque permite
aos jovens realizar uma experiência de
vida a serviço dos mais pobres.
de vocações para a Inspetoria. O P.
Marcelo Farfán, Inspetor, disse que, no
âmbito do Projeto Vocacional da Ins-
petoria, o movimento de voluntariado
exerce um papel muito importante
porque permite aos jovens realizar
uma experiência de vida a serviço dos
mais pobres; os jovens “vêm e veem”
e, enquanto alguns, depois, decidem
fazer-se salesianos, todos vivem uma
experiência muito concreta de Dom
Bosco em suas vidas.
Esta proposta começou como inicia-
tiva pessoal, mas depois se tornou
uma escolha inspetorial e, também,
interinspetorial. No momento, temos
um único projeto de voluntariado
que engloba toda a Família Sale-
siana, orientado para o trabalho em
equipe sob todos os aspectos (ani-
mação, coordenação, partilha e re-
cursos) para reforçar o movimento
de voluntariado missionário no
Equador.
O número de voluntários é mais ou
menos igual para ambos os sexos e
duas vezes por ano, enviamos de 80
a 100 voluntários para realizar o seu
serviço. A Inspetoria acolhe também
voluntários provenientes da Áustria,
Alemanha, Itália e Estados Unidos.
Vemos, assim, que os jovens são
parte da vida e da atividade das co-
munidades e se encontram em um
contexto adequado para uma expe-
riência de apostolado e uma vida de
fé. Fazemos de tudo para que os vo-
luntários sejam adequadamente
acompanhados. Acompanhar os
jovens enquanto realizam a sua ex-
periência de voluntariado, ver que
se tornam cidadãos capazes de
amadurecer uma visão cristã da
vida, é um empenho importante.
SALESIANOS 2012
35

4.8 Page 38

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CRIAR CULTURA
VOCACIONAL
Polônia
Peregrinação anual de Coroinhas
por S. Robert Gajewski, sdb
Aperegrinação anual dos coroinhas (indica-
dos em polonês pela sigla PIM) é uma
grande reunião de acólitos da Inspetoria Sale-
siana de São João Bosco, em Wroclaw, Polônia.
Faz 30 anos que nos primeiros dias de maio esses
jovenzinhos vão passar vários dias junto ao San-
tuário de Maria Auxilidaora, em Twardogóra, para
celebrar a alegria de serem Acólitos, ou Ajudantes,
e dedicar-se a torneios esportivos de todo o tipo.
Achamos que nesse período foram cerca de 20
mil os jovens que participaram de um desses
eventos, que normalmente envolve 700 acólitos
por ano.
Esta iniciativa implica em um grande esforço or-
ganizacional. Os cerca de 100 funcionários e árbi-
tros são jovens Salesianos que supervisionam
ativamente todo o evento. Os acólitos são aloja-
dos em vários locais de Twardogóra: escolas, cre-
ches e pensionatos.
Os jogos se realizam na cidade, em muitas estru-
turas esportivas e no oratório da igreja. Os partici-
pantes vêm principalmente de nossos centros
salesianos, mas alguns também de paróquias não
salesianas. É proposta uma ampla escolha entre
30 jogos diferentes, individuais e em grupo, divi-
36
SALESIANOS 2012

4.9 Page 39

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Os participantes vêm principalmente
de nossos centros salesianos, mas
alguns também vêm de paróquias
não salesianas.
didos em 4 grupos etários e são realizadas
também muitas outras atividades: esportes, li-
turgia, gincanas sobre a vida dos santos. Os acó-
litos participam todos os dias da Missa. As noites
são dedicadas às chamadas atividades de “re-
creação cultural” (música, jogos, apresentações
teatrais) e à formação espiritual (oração da noite
e boa-noite).
A peregrinação anual “PIM” de maio é a coroa-
ção do trabalho com esses acólitos. Durante o
ano, em várias regiões da nossa inspetoria, são
propostos mini-encontros desse tipo, nos quais
os jovens praticam esportes variados: futebol,
vôlei, basquete, natação. Há também espaço
para a formação litúrgica e espiritual. Os pontos
marcados nesses mini-eventos são então adi-
cionados aos obtidos no evento principal a ser
realizado em maio e, portanto, podemos dizer
que a ideia do festival não é circunscrita a alguns
dias de maio, mas mantida viva durante todo o
ano.
Participam da organização do evento pessoas
que fazem parte da comunidade local e do con-
selho da cidade, nossos benfeitores e voluntários.
A peregrinação tem seu próprio hino, um logo
e um site: www.pim.salezjanie.pl
SALESIANOS 2012
37

4.10 Page 40

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CRIAR CULTURA
VOCACIONAL
Malta
Não se sabe se algo é bom
até que se prove
por P. Paul Formosa, sdb
OCentro de Pastoral Juvenil Salesiana (Salesian Pastoral Youth Ser-
vices, SPYS), gerenciado por um grupo de animadores leigos, ex-
perientes em grupos juvenis e sob a direção do salesiano Padre Paul
Formosa, pretende desenvolver e implementar um programa
abrangente de treinamento para jovens. Isso é feito através de
seminários e outras atividades destinadas a reunir jovens pro-
venientes de todos os percursos de vida.
Por muitos anos, uma das principais atividades realizadas pelo
SPYS tem sido oferecer aos jovens de Malta a oportunidade de
realizar trabalhos voluntários no exterior com outras comuni-
dades salesianas, principalmente nos países em desenvolvi-
mento. De fato, o SPYS construiu, ao longo dos anos, uma
relação forte com as várias comunidades cristãs na Ìndia
(Ásia) e em Gana (África), embora também tenha enviado
voluntários para outras organizações que fazem parte
da “Don Bosco Youth-Net ivzw”, que inclui orga-
nizações salesianas em treze países europeus.
A viagem, no entanto, não começa e ter-
mina longe da costa de Malta. Ao con-
trário, no SPYS acreditamos que essa
experiência seja um percurso que
começa muito antes da visita à comu-
nidade de destino. De fato, no início do
ano é realizada uma reunião para ilustrar,
àqueles que pretendem viver esse trabalho
voluntário, sobre a experiência que o SPYS
pode oferecer. Os jovens interessados têm a
oportunidade de ouvir a experiência de primeira
mão e de começar a compreender melhor o vo-
luntariado e o espírito salesiano.
Este momento é seguido por uma série de reu-
niões ricas em atividades, durante as quais os fu-
turos voluntários têm a oportunidade de
conhecer Dom Bosco e o Sistema Preventivo,
38
SALESIANOS 2012

5 Pages 41-50

▲back to top

5.1 Page 41

▲back to top
além de poder refletir sobre as diversas situa-
ções que poderiam ocorrer durante a viagem,
tais como o contato com culturas diferentes, ou
o contato com comunidades muito carentes e
privadas de confortos que são considerados es-
senciais pelos voluntários. Através desses encon-
tros, destinados a identificar as capacidades dos
futuros voluntários, é oferecida a eles também
oportunidade de descobrir seu eu (e o seu eu
criativo!) através de modalidades novas, que
eles nunca tinham vivenciado antes.
Claro que as reuniões de preparação
nunca são como a experiência con-
creta: cada experiência é única. Mas os
voluntários compartilham entre si muitas
realidades comuns: todos apreciam a ex-
periência de envolvimento com as crian-
ças; contam histórias, as fazem sorrir,
brincam com elas, fazem pequenos dis-
cursos instrutivos, desenham, auxiliam
nas lições e realizam atividades artísticas
com elas.
No entanto, é preciso dizer que, muitas
vezes, os alunos podem vir a ser volun-
tários porque, para cada pequena
noção de Inglês ou Matemática que
podem ensinar às crianças, eles apren-
dem muito mais nas coisas simples. Eles
poderiam dizer:“Vinde e vede!”Mas nós
gostamos de pensar que a experiência
dos voluntários, que retornam a
Malta enriquecidos e ansiosos para
voltar a viver outros momentos
de voluntariado, tem um
grande valor.
SALESIANOS 2012
39

5.2 Page 42

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CRIAR CULTURA
VOCACIONAL
Bolívia
Nunca se esqueça de Jogar!
por ea Ricchiuto
Algumas vezes cometi um erro que não vou repe-
tir nunca mais. Esqueci de jogar. Quando estava
frustrada com as garotas durante o “momento do
estudo individual”, a primeira coisa em que pensava
era sentar-me à frente do computador e, então, tudo
melhorava. O computador é o instrumento de liga-
ção com a minha vida anterior na Califórnia, mas, no
momento, a minha casa não está lá. A minha casa
está na Bolívia e não posso ir embora ligando um
computador.
O“estudo”termina às 17h e o Rosário começa por volta
das 18h30. Têm assim as garotas uma hora e meia de
tempo para juntar as coisas, engolir um lanche e fazer
a coisa mais importante: jogar. Esse é o melhor mo-
mento para jogar porque as garotas ficaram sentadas
por muito tempo e estão dispostas!
Quando todas terminam a merenda, começam a
reunir-se para jogar e os seus gritos se escutam em
toda cidade. Agora lembro o motivo pelo qual eu
gosto de trabalhar nos acampamentos com os rapa-
zes: não gritam. As maiorzinhas são muito atléticas e,
portanto, eu fico sempre fora de todos os jogos que
praticam, para não tomar uma bolada na cabeça. É
uma versão especial da “queimada” que me preo-
cupa!
Nesses momentos, fico perto das pequenas porque
têm uma energia surpreendente. Há poucos dias tive
a sorte de desfrutar da companhia de cinco meninas
e uma bola de futebol. Começamos passando a bola
umas para as outras em círculo e, logo, a nossa ativi-
dade se transformou no jogo de “bobinho”, já que
todas as meninas tentavam evitar que Becca (volun-
tária de Washington) e eu pegássemos a bola. No
final, driblei a bola em volta das meninas, em meio a
elas como se fossem cones que tentavam me fazer
40
SALESIANOS 2012

5.3 Page 43

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tropeçar. Fiquei com a bola até que o número de pes-
soas em volta dos meus pés era tão grande que tive
dificuldades para me mover sem pisar em alguém. A
melhor parte disso tudo eram as suas incríveis risa-
das!
A hora de estudo é a parte mais difícil do meu dia,
mas se lembro que irei jogar, de certo modo, tudo
melhora. Não me refugio mais no meu computador
para encontrar conforto. Jogo! É muito cômodo sair
do quarto só quando aparece uma necessidade, mas
não é esse o motivo pelo qual estou aqui. Encontro-
me aqui para amar e mostrar a estas jovens o que é
o amor. Compreendo mais do que nunca que os seis
meses que passo aqui são muito breves. Sinto sau-
dades de tantas pessoas. Mas é só por seis meses que
me falta a família, a pessoa que amo, os meus amigos.
Ao invés, destas crianças, sentirei a falta pelo resto da
minha vida.
Estou aprendendo muitas lições que não teria apren-
dido em nenhuma outra parte do mundo. Foi por um
motivo que fui mandada ao“Hogar Casa Main”, na Bo-
lívia. Não saberei nunca qual é a razão exata, mas sei
que estou cumprindo aquilo que o Senhor me pediu.
O Senhor trabalha de maneira misteriosa e espero
por suabênção todos os dias. Sempre que tenho um
problema com uma garota digo a mim mesma que
aquela pessoa foi colocada aqui por uma razão pre-
cisa, talvez para que eu a ajude ou para que ela me
ajude. Cada risada e cada brincadeira me aproximam
muito de Deus. Depois de ter estado neste “Hogar”,
nunca mais me esquecerei de jogar!
Depois de um mês de formação com
o VIDES, na metade de janeiro de 2011, ea
Ricchiuto foi mandada à Bolívia como missio-
nária salesiana leiga.
SALESIANOS 2012
41

5.4 Page 44

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CRIAR CULTURA
VOCACIONAL
Espanha
JMJ A Jornada Mundial da Juventude,
“uma festa da fé”
42
SALESIANOS 2012

5.5 Page 45

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A Jornada Mundial da Juventude foi definida por Bento XVI como “uma festa da fé”. O motivo é
claro: nunca como nesses eventos se respira um clima de tanto júbilo, partilha e alegria que seja
a um só tempo rico de ocasiões para refletir e, sobretudo, para encontrar Jesus, através dos sa-
cramentos e da oração.
A edição de Madri não foi diferente. Jovens oriundos de toda parte do mundo se encontra-
ram para ouvir o Sucessor de Pedro e receber dele indicações para serem cristãos no mundo
moderno. E enquanto se preparavam para o encontro – através da catequese, confissões,
missa, via-sacra e muito mais ainda – coloriram a cidade, saudaram os desconhecidos, fizeram
amizades, cantaram e dançaram pelas ruas e nas praças…, isto é, manifestaram aquela alegria
de viver que é própria dos jovens quando têm sonhos nos quais podem crer e alguma coisa
(diga-se melhor: Alguém) em que esperar.
SALESIANOS 2012
43

5.6 Page 46

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CRIAR CULTURA
VOCACIONAL
Espanha
JMJ MADRI 2011
O Movimento Juvenil Salesiano na festa da fé
44
SALESIANOS 2012
por Gian Francesco Romano
Atipologia da JMJ se torna (por isso) mais
genial ainda para uma realidade como
a do Movimento Juvenil Salesiano (MJS), um
movimento que a partir do ensinamento de
Dom Bosco sempre integrou o entusiasmo
e a devoção, a festa e a oração, o protago-
nismo juvenil e a fé nos próprios pastores. O
MJS em Madri se achou então no seu hábi-
tat natural e do encontro entre as várias de-
legações nacionais, no confronto com os
jovens de outras realidades e movimentos,
na escuta das figuras chaves do movimento,
P. Pascual Chávez e Madre Yvonne Reungoat,
e da Igreja, o Papa e os bispos, encontrou es-
tímulos e seiva para os desafios que o espe-
ram.
Alguns momentos em particular marcaram
a JMJ dos jovens do movimento salesiano.
A festa-vigília“Firmes na fé”é certamente um
destes momentos. A Pastoral juvenil de toda
a Espanha salesiana, inclusive das Filhas de
Maria Auxiliadora, começaram a trabalhar aí
com dois anos de antecedência: dois anos
de trabalho para um evento que durou,
compreendendo tudo, cerca de 8 horas.
Poder-se-ia pensar que seria um despropó-
sito; ou,pelo contrário, um investimento de
grande quantidade de recursos – humanos,
de tempo e obviamente também econômi-
cos – que esperava um rendimento incal-
culável: deixar no coração dos 7.000 jovens
presentes no pátio de Atocha uma convic-
ção profunda, um senso de família e de uni-
dade, alguma coisa que recordasse sempre
que é bonito ser cristãos empenhados na
salvação de outros jovens, e que o caminho,
se se faz em companhia de um grupo de
amigos tão vasto quanto o mundo, é alegre
e fascinante.

5.7 Page 47

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O objetivo foi alcançado. Na festa da
tarde, os jovens viram a beleza da varie-
dade de povos e tradições; de cantos e
de danças; de histórias e de arte; no pro-
grama da noite – centrado no evangelho
da casa sobre a rocha – e nas palavras do
P. Chávez e Madre Reungoat, reconhe-
ceram suas dúvidas e as repostas às suas
angústias; na adoração do Santíssimo e
nas orações foram ao encontro do pró-
prio motivo de sua peregrinação.
Coisa semelhante aconteceu também
no sábado, 20 de agosto, antes e du-
rante a vigília de oração realizada em
Cuatro Vientos. De manhã os jovens de
todo o MJS mundial se reuniram no
Colégio de Carabanchel para fazer a
peregrinação juntos, até à área do ex-
aeroporto de Madri. Foi a ocasião para se
divertirem ainda com danças organiza-
das, mas sobretudo foi o momento dos
compromissos, aqueles assumidos pelos
jovens do MJS quando voltassem aos
seus países: ir ao encontro dos jovens,
ajudá-los nas dificuldades e acompanhá-
los no caminho cristão, promover oca-
siões de voluntariado, criar pertença e
laços fortes, testemunhar, evangelizar e
propor um cristianismo feliz.
um homem de 84 anos, senão uma fé
firme e a convicção de que aquele
homem os possa guiar até Jesus? E o que
mais pode dar a força de entoar coros
para o Papa e cantos e orações, sob um
temporal impetuoso, na lama que es-
traga a roupa, as vestes, senão o entu-
siasmo e a alegria de se sentirem tantos
e diversos, no entanto unidos pela
mesma fé? E como se pode compreen-
der por qual motivo centenas de milha-
res de jovens de repente fazem silêncio
e se ajoelham para a adoração ao Santís-
simo, esquecendo todo o contexto e as
dificuldades logísticas, se não se leva em
conta uma fé sólida? Não há dúvida, a
JMJ de Madri foi uma verdadeira festa da
fé.
Depois da jornada, a “firmeza na fé” dos
jovens – não somente do MJS, mas de
todos os presentes em Cuatro Vientos –
apareceu de maneira cristalina, na sua in-
teireza e sobretudo na visão do mundo.
Sem a fé, de fato, não se explica o que
aconteceu. O que pode impelir um
milhão e meio de jovens a ficar diversas
horas sob o sol causticante para escutar
P. Soler Rosendo,
Delegado Nacional
para a Pastoral Juvenil - Espanha
SALESIANOS 2012
45

5.8 Page 48

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CRIAR CULTURA
VOCACIONAL
Chile
“Vocês são a esperança de Deus
e a nossa também”
Visita do Reitor-Mor ao Chile
por P. Juan Bustamante, sdb
Jovens do Movimento Juvenil
Salesiano, vinde e vede!”, exclamou o
Reitor-Mor, P. Pascual Chávez, e mil
jovens levantaram-se prontamente,
saíram dos seus lugares e reuniram-se
em torno do sucessor de Dom Bosco.
Esse foi, certamente, o momento que
melhor descreveu o encontro do
Reitor-Mor com os membros do Movi-
mento Juvenil Salesiano no sábado, 26
de março, no âmbito da sua visita ao
Chile. Dali em diante, foi uma festa de
felicidade, encontro e empenho, que
envolveu o atual representante de
Dom Bosco e os jovens de hoje.
O Reitor-Mor respondeu a todas as per-
guntas dos jovens, falando no meio
deles, como se tivesse encontrado
bons amigos que não via há muito
tempo. “Estou muito feliz de estar com
vocês neste momento, porque vocês
são a razão da minha vida; vocês são a
esperança de Deus e a nossa também
e, por isso, os amo tanto”, disse Padre
Pascual.
Uma das perguntas feitas dizia respeito
à continuidade para estes jovens:
como poderão levar para a sua vida a
espiritualidade do Movimento Juvenil
quando forem adultos? Padre Pascual
respondeu que o Movimento deve ser
somente uma fase da vida de um rapaz
ou de uma moça, na qual se vivencia o
fascínio de Dom Bosco e da sua espiri-
tualidade, e que se forma um grupo
com a garantia de que não se está so-
zinho. “Se vocês apenas soubessem
quantos jovens hoje vivem sozinhos, e
46
SALESIANOS 2012

5.9 Page 49

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e depois se olhassem ao redor para ver
quantos estão reunidos aqui para parti-
lhar amor e vida, a fé e tudo aquilo que
Dom Bosco significa para nós… Mas
este é um passo a mais para que conti-
nuemos jovens para sempre. O mais im-
portante é que o Movimento Juvenil
Salesiano os ajude a tomar decisões im-
portantes e corajosas para a vida, como
fizeram Laura Vicuña, Domingos Sávio e
Zeferino Namuncurá”.
O Reitor-Mor disse também aos jovens
que a vida pode ser conduzida de duas
maneiras, superficialmente ou criativa-
mente. “Viver de maneira superficial sig-
nifica ir ao escritório sabendo que isso
que vocês fazem tem muito pouca rela-
ção com aquilo que vivem realmente”,
disse. “Jesus nos disse que o Pai trabalha
sempre e que Ele também trabalha. E
nos garante que, se somos criativos,
sempre realizamos algo de novo para a
nossa vida, para o nosso ambiente, para
tudo o que nos circunda. Queiramos
concluir a nossa existência depois de
produzir algum fruto, de ter, realmente,
criado alguma coisa e não, simples-
mente, ter passado pela vida sem deixar
nenhuma marca. Tudo depende de
como acumulamos experiência através
das coisas que fazemos”.
O Reitor-Mor concluiu, lembrando que
Dom Bosco agia de tal maneira que seus
jovens tornavam-se apóstolos de outros
jovens, jovens para os jovens: “Ontem
como hoje, as únicas alternativas são
aquelas caracterizadas pelo acolhimento:
a família, uma atmosfera intensamente
espiritual que pode originar ideias para
estarmos empenhados e generosos”.
Padre Pascual convidou os jovens a
serem gigantes. Mas também disse que
tudo depende da nossa capacidade de
apresentar-lhes grandes possíveis ideais!
“O mais importante é que o
Movimento Juvenil
Salesiano os ajude a tomar
decisões importantes e
corajosas para a vida, como
fizeram Laura Vicuña,
Domingos Sávio e Zeferino
Namuncurá”.
SALESIANOS 2012
47

5.10 Page 50

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CRIAR CULTURA
VOCACIONAL
Japão
Do voluntariado Renasce a Esperança
por P. Daniel Masaharu Torigoe, sdb
O forte terremoto e o consequente
tsunâmi que atingiram o arquipé-
lago japonês em 11 de março de 2011
foram os eventos mais devastadores
que assolaram o país nipônico desde o
fim da Segunda Guerra Mundial.
No difícil contexto do pós-tsunâmi
brilha a luz da solidariedade e da dis-
ponibilidade dos jovens. “Nesta tragé-
dia, um dos aspectos mais comoventes
é o ímpeto de solidariedade que mani-
festam os jovens japoneses” – declarou
à agência Fides o P. Yasutaka Mura-
matsu, Secretário Inspetorial e Dele-
gado para o Voluntariado Salesiano, do
Japão.
“Os jovens – cristãos e não cristãos – se
estão mobilizando. Gostariam de des-
locar-se imediatamente para as áreas
atingidas a fim de colocar a serviço das
vítimas as próprias energias e entu-
siasmo; a fim de ajudar, oferecer um
sorriso, repor um tanto de esperança. É
realmente comovedor ver como
ardem de amor pelo próximo: uma
lição para todos nós, educadores”.
Alguns jovens estudantes da “Salesio-
Gakuin High School” de Yokohama
aceitaram colaborar, nos limites de suas
possibilidades, na reconstrução das
áreas atingidas pelo terremoto e pelo
tsunâmi no mês de março. Uma inicia-
tiva que renova a esperança da popu-
lação local e faz refletir e amadurecer
os jovens envolvidos.
O P. Daniel Masaharu Torigoe é o presi-
dente do Instituto salesiano de Yoko-
hama. Como todos os membros da
comunidade salesiana japonesa, não
diretamente atingida pela desgraça,
desde os dias imediatamente sucessi-
vos à calamidade natural tem procu-
rado se tornar útil para ajudar e
confortar as pessoas das regiões mais
setentrionais, mais atingidas pelo terre-
moto, pelo tsunami, e pelo perigo nu-
clear.
“Mas nos primeiros meses as conse-
quências da devastação e o medo da
contaminação radioativa nos impediu
de levar também os jovens àquelas
áreas. Nem nós tínhamos a mínima
ideia de que tipo de ajuda podíamos
dar. Eu, sozinho, visitei a área em maio,
para compreender o que fazer, mas a
cidade inteira estava destruída, não res-
tara nada, tudo tinha sido varrido. Não
havia espaço para os estudantes e os
jovens não profissionais nem qualifica-
dos”, conta o salesiano.
Com o passar dos meses, a situação
melhorou e os salesianos encontraram
uma área segura onde se podia cola-
borar juntamente com os estudantes.
Em Shiogama-city, de fato, na diocese
de Sendai, surgiu um centro de volun-
tariado da diocese, mantido pela Cari-
tas do Japão, cuja coordenação foi
confiada justamente a um salesiano, o
coadjutor Francisco Fukagawa.
Em junho, o P. Masaharu Torigoe
propôs aos seus rapazes cooperarem
pessoalmente para a reconstrução de
seu país e para o apoio moral das víti-
mas. “Surpreendentemente – conta
o salesiano – mais estudantes do
que eu esperava expressaram
sua vontade de participar.
Eu depois os dividi em
4 grupos, cada um dos
quais composto por 5 es-
tudantes acompanhados
por um professor”.
48
SALESIANOS 2012

6 Pages 51-60

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6.1 Page 51

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“Recebi muito, mas muito mesmo, das pessoas daqui, do seu sorriso,
do seu modo positivo de ver a realidade, de viver juntos,
ajudando-se mutuamente”.
Em 12 de julho, o primeiro grupo partiu
para Shiogama-city; o segundo traba-
lhou do dia 19 a 21 de julho; o terceiro,
de 25 a 27 do mesmo mês; e o último
de 18 a 20 de agosto.
Sob a supervisão do Sr. Fukagawa e de
outros animadores, os rapazes traba-
lham por dois dias completos, recons-
truindo as casas, as estradas e as praias,
limpando o mato, ajuntando sacos de
areia ao longo da praia, limpando o
barro da tubulação do esgoto, e visi-
tando os anciãos deixados sós.
Os rapazes ficaram muito impressiona-
dos com a experiência: “Compreendi
que esta gente não perdeu somente a
propriedade, mas as próprias lembran-
ças, a própria vida. Eu me senti mal pen-
sando que eu tenho uma casa e uma
vida confortável” – disse um dos jovens
voluntários.“Antes eu pensava que tinha
trabalhado muito para os outros; mas
havia tanta coisa para fazer e eu não
pude fazer muito. Pelo contrário, eu
recebi muitíssimo das pessoas daqui, do
seu sorriso, do modo positivo de olhar a
realidade e de viver juntos, ajudando-se
reciprocamente”- disse um outro.
“O que fizemos – conclui um terceiro
rapaz – poderia parecer insignificante,
mas não o é: nós oferecemos a nossa
boa vontade a quem vier depois de
nós e isto significa alguma coisa”.
SALESIANOS 2012
49

6.2 Page 52

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CRIAR CULTURA
VOCACIONAL
Uganda
FÓRUM DE JOVENS: VINDE E VEDE
Um modo de ouvir o chamado de Deus através dos discípulos e
de encontrar uma forma de responder a vocês mesmos
por P. Jean-Paul Ruriho, sdb
O Fórum de Jovens na Inspetoria Africana dos Grandes Lagos é uma
excelente oportunidade para refletir sobre a Estreia do Reitor-Mor.
Este fórum particular, que decorreu no final de dezembro de 2010,
na Paróquia Salesiana de Bombo, em Uganda, foi a segunda
iniciativa organizada pela Inspetoria. Participaram jovens de três
Países da Inspetoria: Burundi, Ruanda e Uganda.
Todos disseram que havia 300 jovens, e se reuniram por três dias
para refletir sobre a Estreia para 2011 e, em particular, para tentar
entender como eles poderiam praticá-la em suas vidas. Depois de
ouvir o que lhes estava sendo apresentado, eles tiveram tempo para
compartilhar suas experiências com os Salesianos em seus povoados.
50
SALESIANOS 2012

6.3 Page 53

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O nosso encontro com Deus:
Uma reunião com o carisma
salesiano, um chamado a
participar da Igreja
Foram lembrados em clima de família vários ex-
emplos bíblicos que falam do encontro de
Deus com o homem, inclusive a história de
Samuel e a experiência da Virgem Maria quando
foi chamada para ser a Mãe de Deus. Para nós,
trata-se de compreender quem somos e o sentido
da nossa vida. A primeira parte da Carta do Reitor-
Mor convida a encontrar-nos com Deus, que nos
chama cada dia. Como as pessoas mencionadas
na Bíblia, precisamos de alguém que nos ajude a
ouvir com mais atenção. Todos os participantes da
iniciativa que chegavam do Burundi, de Ruanda e
de Uganda, haviam feito uma longa viagem para
ouvir o Senhor mais de perto.
Pudemos notar que o Fórum foi uma oportu-
nidade única para os jovens de criar novos laços e
compartilhar o mesmo carisma, embora viessem
de diversos países.
Foi lembrado aos jovens que seu encontro com
Deus deve ser realizado através de suas vidas
diárias. Cada pessoa deve somente abrir seus
olhos para ver as maneiras em que Deus se
manifesta.
“Queridos jovens, os salesianos que estão com
vocês na escola, nos esportes, no pátio, são um
verdadeiro convite para‘vir e ver’”, afirmou o Reitor-
Mor na Estreia. “Vocês também podem estar com
os Salesianos, depois de tê-los encontrado. Estar
com os Salesianos hoje significa responder ao
chamado que o Senhor lhes dirige a cada dia:
vocês podem se tornar Salesianos de Dom Bosco,
padres ou leigos, irmãs, cooperadores ou partici-
par ativamente de associações animadas pelo es-
pírito salesiano. É possível também participar
através de uma opção de vida que permita di-
fundir esse espírito que vocês receberam durante
o tempo que passaram entre os Salesianos”.
SALESIANOS 2012
51

6.4 Page 54

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SALESIANOS 2012
52
SALESIANOS 2012
Eu estarei com você 54
Uma escola com vocação missionária 56
Uma semana na Missão Salesiana 58
Peregrinos “ao centro da alma” 60
Os catequistas: o fenômeno 62
Ajude-nos a rezar hoje 64

6.5 Page 55

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ESTILO SALESIANO
DE VOCAÇÃO
Uma resposta exemplar ao Chamado de Deus 66
Vinde e vede o MJS 68
Combatamos a pobreza 70
Rede Salesiana estreita laços entre as escolas 72
As crianças procuram Deus 74
SALESIANOS 2012
53

6.6 Page 56

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ESTILO SALESIANO
SADLEESVIOACNAOÇSÃ2O012
Áustria
Eu estarei com você
pela Sra. Sophie Wöginger
Os alunos de escola de Dominicanos, de
Viena, participaram da apresentação da
“Bíblia para crianças”, publicada pela edi-
tora‘DonBoscoVerlag.’ Tiveramaoportu-
nidade de encontrar-se com o autor, o
Bispo e um Salesiano que cantou com
eles.
“Todas as histórias da Bíblia têm um
final feliz. Deus diz sempre a última pa-
lavra”, diz o Bispo Auxiliar de Viena,
Dom Stephen Turnovsky (46
anos) às 150 crianças reuni-
das no Centro. Estava ves-
tido de preto e, no meio
da sala “Don Bosco
Haus”, de Viena, sorria. E
assim, foi apresentada a
nova Bíblia para crian-
ças, intitulada “Eu estarei
com vocês”, publicada
pela editora
Don Bosco Verlag. O Bispo Turnovsky
é responsável pelo Serviço para os
Jovens da Diocese.
No início, o bispo sentou-se no meio
dos alunos. Padre Alfons Friedrich (52
anos), diretor da Don Bosco Verlag de
Munique, conduziu o programa da
manhã. Quando foi convidado a falar,
expressou a sua gratidão pelo evento.
Disse que ama muito a Bíblia. “Se ti-
vesse de escolher um livro para pre-
servar, optaria pela Bíblia. Eu a li do
início ao fim. É um livro comovente e
maravilhoso”.
Outro convidado foi Padre Rudolf
Osanger (60 anos), Inspetor Salesiano
da Áustria, que ficou muito feliz em
aceitar o convite. Ele conquistou rapi-
damente as crianças com seu sorriso
sereno. Não sabiam que Padre Rudi é
o autor de muitos dos cantos e hinos
que conhecem. Alguns destes
foram cantados durante a
missa da qual haviam acabado
de participar. Padre Osanger
sabe como dirigir-se aos peque-
nos:“Trouxe algo para que vocês
cantem hoje e descobri que já são
capazes. Contou-me o vosso pro-
fessor”, disse. As crianças começa-
ram a dançar e a acompanhar o
ritmo com palmas. “Todos juntos!”,
exclamou Padre Osanger e todos
cantaram de novo uma estrofe com
o tom de voz mais alto que conse-
guiam demonstrar.
54
SALESIANOS 2012

6.7 Page 57

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“Se tivesse de escolher um livro para preservar, optaria pela
Bíblia. Eu a li do início ao fim. É um livro comovente e
maravilhoso”.
A apresentação prosseguiu. Lene
Mayer-Skumanz é uma autora de livros
para crianças muito conhecida na Áus-
tria. Padre Friedrich, na qualidade de Di-
retor da Dom Bosco Verlag, já publicou
algumas de suas obras, dentre elas uma
biografia de Dom Bosco. Ambos fica-
ram felizes com a publicação dessa
nova Bíblia. Lene Mayer-Skumanz, com
a ajuda de um ator, recitou algumas
passagens do livro. Depois, autografou
algumas cópias e escreveu dedicatórias.
O pequeno Paul, em nome de todas as
crianças, entregou ao bispo, com certa
emoção, uma cópia do livro como pre-
sente. Ao final, Padre Friedrich dirigiu-se
ao Bispo: “Posso pedir-lhe uma benção?”.
O Bispo Turnovsky disse às crianças:
“Convido vocês a concentrarem-se um
momento. Preparem-se para a benção”.
Inclinou por um momento a cabeça e
estendeu as mãos para a benção, fa-
zendo o sinal da cruz: “Abençoe-vos
Deus todo-poderoso, Pai, Filho e Espírito
Santo. Amém”.
Foi entregue às crianças uma linda
imagem sacra com uma oração. Inseri-
ram-na dentro de sua nova Bíblia. Será
uma recordação do dia em que o Bispo
esteve com eles.
SALESIANOS 2012
55

6.8 Page 58

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ESTILO SALESIANO
DE VOCAÇÃO
Argentina
Uma escola com vocação missionária
por Juan José Chiappetti
Victorica é uma cidade localizada no
oeste da Inspetoria do Pampa e seu
território é constituído, principalmente,
por estepe, mais parecido com um de-
serto do que com prados verdes com
pastos para o gado ou terras cultiváveis.
Os salesianos chegaram aqui em 1896
e, pouco a pouco, começaram a difundir
uma obra missionária que alcançou
uma área de 400 quilômetros quadra-
dos. De lá, os missionários estenderam
seu compromisso a outras sete localida-
des. “Esta comunidade cristã tem ofere-
cido uma grande ajuda para as
atividades dos missionários e muitos
partiram daqui para realizar obras de
evangelização em Santa Isabel e na
costa Salado”, conta o Padre Jorge
Ledesma,
diretor da comunidade salesiana.
A Família Salesiana vive aqui uma situa-
ção de missão permanente, realizada
através do trabalho em paróquias e es-
colas, com grupos de jovens e vários
tipos de projetos. O aspecto mais signi-
ficativo desta tarefa missionária foi reali-
zado, no entanto, com a organização de
uma escola missionária inovadora,
com poucos precedentes no mundo.
Um novo tipo de escola
Em 2008, levando em considera-
ção o carisma comum e a pro-
ximidade mútua, as escolas
Dom Bosco e Maria Auxiliadora pensa-
ram em criar uma escola que incluísse
ambas as ramificações (SDB e FMA) da
Família Salesiana. Um instituto adminis-
tra as classes do ensino fundamental II,
enquanto o outro cuida das classes do
ensino fundamental I. Juntas, contam
com mais de 650 alunos de ambos os
sexos, muitos dos quais provindos de fa-
mílias problemáticas. Os Salesianos de
Dom Bosco (SDB) e as Filhas de Maria
Auxiliadora (FMA) reuniram suas ener-
gias neste ambiente após um longo
período de discernimento, que co-
meçou anos atrás, e que levou à
criação de um novo trabalho, o
qual é muito mais importante
do que a simples soma de
suas partes.
Extrapolando as institui-
ções de origem, essa deci-
são previa a necessidade
não só de estudar melhor
as possibilidades para os
novos matriculados mas
também de levar em
conta que, juntos, profes-
sores e pais têm uma
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SALESIANOS 2012

6.9 Page 59

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A presença de Dom Bosco nesses lugares tem um caráter especial, pois os
Salesianos e as Filhas de Maria Auxiliadora trabalham lado a lado com
os jovens e adultos, ajudando-os a construir uma sociedade mais justa e
acolhedora.
função educativa e institucional hoje
muito mais forte do que no passado.
Em particular, no que diz respeito à ins-
trução fundamental, a experiência foi
mais significativa porque combinou as
duas áreas principais para alcançar um
resultado muito mais completo. A dire-
tora, Amalia Martínez, e a vice-diretora,
Patricia Manso, disseram: “Juntar-nos foi
muito mais fácil do que imaginávamos.
Trabalhar desta maneira tem sido, e
ainda é, uma experiência única, pois foi
a primeira vez que este projeto foi rea-
lizado, mas - este é o aspecto mais im-
portante- o principal motivo foi ter
fortalecido o nosso senso de co-
munidade e nos ensinado como
devemos nos ajudar cada vez
mais a cada dia”.
sam estar ao alcance deles e não
podem ser superiores a 40 pesos. Man-
temos valores baixos para evitar que
sejam um obstáculo para aqueles que
querem frequentar a nossa escola”. To-
davia, “na imagem que transmitimos
aos estudantes e às suas famílias”, a na-
tureza missionária da escola adquire
uma importância especial:“Em um ter-
ritório missionário, a instrução não
pode ignorar este aspecto da situação”.
A presença de Dom Bosco nesses luga-
res tem um caráter especial, pois os Sa-
lesianos e as Filhas de Maria Auxiliadora
trabalham lado a lado com os jovens e
adultos, ajudando-os a construir uma
sociedade mais justa e acolhedora. “O
sonho é que, como comunidade cons-
tituída por salesianos, irmãs e leigos,
possamos continuar a cumprir nossa
missão juntos. Tentamos nos compro-
meter na comunhão, para que todos
unidos possamos construir a Igreja e
crescer juntos”, afirma a irmã Susana
Stelo, Superiora da comunidade FMA.
Silvia Torres, representante dos
professores e membro da
equipe pastoral do ensino fun-
damental II , disse: “Muitos es-
tudantes vêm de famílias que
são pobres ou vivem com o
mínimo necessário e, por isso,
as prestações escolares preci-
SALESIANOS 2012
57

6.10 Page 60

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ESTILO SALESIANO
DE VOCAÇÃO
França
Uma semana na
Missão Salesiana
por P. Jean-Noël Charmoille, sdb
Nos últimos oito anos, a cada ano, uma
escola salesiana vive a experiência de
uma semana de “missão”: um grupo de 15-
20 Salesianos (SDB e FMA) provindos de
várias sedes que oferecem trabalho e
entretenimento, momentos de refle-
xão e celebração que envolvem
jovens e adultos. A ideia é mudar
as suas vidas diárias e oferecer
sugestões para um com-
promisso pastoral.
Antigamente a missão era vista como uma
tarefa de pregar, de administrar o sacra-
mento da confissão e da celebração de uma
paróquia dirigida pelos religiosos, talvez
muitas vezes franciscanos ou capuchinhos.
Mas em nossa Inspetoria, nem todas as
escolas podem ser beneficiadas por uma
comunidade religiosa. O catequista é fre-
quentemente substituído por um animador
de pastoral, um leigo formato para esse fim,
mas muitas vezes para um papel completa-
mente diferente.
Os adultos que dirigem as escolas têm que
levar em conta o espírito e o clima da escola,
muitas vezes sem remuneração atraente.
Eles são amplamente consultados sobre
questões de administração diária. Então,
para oferecer apoio, propor pontos opera-
cionais e encorajar os adultos a motivarem
os alunos em suas tarefas escolares, nasceu
a ideia de programar as “missões salesianas”.
A iniciativa foi muito apreciada: muitas es-
colas têm tentado beneficiar-se desta obra
pastoral muito estimada.
Uma corajosa forma de
animação que deu frutos
Ao optar por uma escola, começamos a
preparar os professores e dirigentes escola-
res. Explicamos o que vai ser feito: é impor-
tante que os funcionários aceitem a nossa
alocação de tempo para a semana, uma vez
que o planejamento escolar será comple-
tamente modificado. Nós tentamos adotar
uma abordagem “lúdica” para os alunos: os
58
SALESIANOS 2012

7 Pages 61-70

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7.1 Page 61

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“missionários” desenvolvem seu traba-
lho nas classes, ou no pátio ou no gi-
násio. É escolhido um tema principal,
que é desenvolvido em seus diferentes
aspectos: o significado pessoal e
humano ou de valor religioso. Existem
várias opções para abordar os temas:
através de atividades e pequenos
grupos, partilhando as idéias de uma
história, com jogos, uma vigília de
oração, uma celebração…
Todos os dias, no pátio ou na hora das
refeições, os Salesianos e as irmãs par-
ticipam da vida da escola: aproximam-
se dos jovens, brincam com eles,
compartilham suas perguntas e preo-
cupações. Muitos se questionam sobre
o sentido de suas vidas, mas não
sabem com quem falar sobre isso. Essa,
então, torna-se uma tremenda oportu-
nidade para o diálogo. As perguntas
sobre Deus estão sempre presentes e
os “missionários” não se cansam nunca
de levantá-las. Como podemos encon-
trar sinais de Deus em nossas vidas? Se
os participantes da atividade ainda não
estão prontos para uma celebração da
Eucaristia, esta pode assumir outras
formas altamente simbólicas: compar-
tilhamento, perdão, solidariedade…
Vida e fé: como enfrentar
esses assuntos
O animador precisa, antes de mais
nada, quebrar o gelo com os jovens e
mesmo com os adultos. Depois de ter
estabelecido uma certa harmonia, aí
sim, emerge o tema da vocação e
muitas vezes algum jovem faz uma
pergunta pessoal: “O que devo fazer
para me tornar religioso?”. Ou então,
em momentos informais, eles expres-
sam alguns projetos pessoais: “Gostaria
de me tornar um professor de apoio
para crianças deficientes, como a
minha mãe”. E seguem os comentários
sobre os homens que inspiraram o
evento: “Eles são fantásticos! Acháva-
mos que eram todos velhos, como na
paróquia”.
Um diretor nos disse: “Como diretor, eu
aprecio este excelente trabalho dos sa-
lesianos e lhes agradeço. Pude ver nos
nossos alunos uma perspectiva dife-
rente: alguns eram tímidos e se abriram
um pouco, outros, que normalmente
eram mais agitados mostraram-se mais
sensatos… Fiquei verdadeiramente
surpreso. Até os adultos têm sido extre-
mamente cooperativos, participando
das brincadeiras e prestando sua obra
para a missão, cada um à sua maneira,
ajudando os alunos em suas atividades
ou oferecendo a eles a sua contribui-
ção para a organização. Enfim, me senti
muito à vontade para falar sobre Deus
e a fé dos jovens com os salesianos: foi
um enriquecimento pessoal impor-
tante”.
Em muitas escolas, a “missão” tem in-
centivado os projetos pastorais, os
adultos estão de volta, as relações entre
eles e os jovens melhoraram, o clima
mudou. Cada um deles pode entender
melhor o significado da Pastoral Sale-
siana, a referência a Dom Bosco é mais
clara e bem-vinda.
SALESIANOS 2012
59

7.2 Page 62

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ESTILO SALESIANO
DE VOCAÇÃO
Quênia
Peregrinos “ao centro da alma”
F« oi a melhor experiência que já vivi»,
disse um jovem que participou de
um retiro para animadores no “Don
Bosco Youth Educational Services”. No
nosso atribulado mundo moderno,
pode ser difícil encontrar espaço e
tempo para parar e refletir tranquila-
mente. O DBYES oferece exatamente
esta oportunidade. O seu ambiente
sereno e tranquilo acolhe todos aque-
les que desejam parar e ganhar um
pouco de vida. Aqui, encontram-se
verdadeiros peregrinos que se dirigem
ao centro da alma ou pessoas que pro-
curam ajuda para o seu futuro.
O DBYES oferece várias propostas: pa-
lestras, retiros, seminários, tudo com a
finalidade de ajudar a todos, em parti-
cular, aos jovens. Dentro da igreja, ou
mesmo fora dela, no jardim, esses
belos ambientes afastados do frenesi
da vida cotidiana podem ajudar a re-
cuperar o contato consigo mesmo e
com a natureza e a recobrar as forças
para voltar e enfrentar as pressões da
vida cotidiana.
O DBYES foi fundado em 2000, quando
o teologado salesiano da vizinha
Utume foi transferido a uma nova sede
que acabara de ser construída. É um
centro que se propõe apoiar, acompa-
nhar e animar os jovens, os coroinhas,
os catequistas, os professores, os pais e
outras pessoas que desempenham
papéis de liderança, ajudando-os a ad-
quirir competências importantes para
por P. Sebastian Koladiyil, sdb
a vida: a autoconsciência, o modo de
apresentar-se, a autoestima, o cuidado
com a aparência, a capacidade de rela-
cionar-se com os outros, de comunicar-
se, de controlar as tensões, de resolver
problemas, estabelecer objetivos, pro-
gramar, tomar decisões, cuidar da
própria vida espiritual, aprender a de-
senvolver o papel de líder, dar impor-
tância à instrução, organizar o próprio
tempo, adquirir métodos de estudo,
gerenciar as emoções, adquirir orienta-
ções para a profissão, aprender a cons-
60
SALESIANOS 2012

7.3 Page 63

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O DBYES pode também ser considerado um parque de tema
religioso com roteiros específicos de reflexão para jovens e
adultos onde é possível fazer um percurso interior, de nível
físico, atravessando o jardim consagrado à oração - dedicado à
memória do P. Philip Valayam.
truir relações interpessoais e amizades,
construir a paz, utilizar a mídia para a
educação, conhecer a própria sexuali-
dade e viver as diferenças existentes de
maneira a transformar a sociedade.
Tudo isso é oferecido nos encontros de
duração de um dia, desde a manhã até
a noite, ou de mais longa duração.
São propostos com periodicidade re-
gular e sob pedidos específicos, semi-
nários universitários, consultoria para
jovens sobre temas religiosos e con-
teúdo variado, retiros. Todos os anos, o
DBYES envolve milhares de estudantes
do ensino médio e universitário, anima-
dores paroquiais, professores e opera-
dores do mundo juvenil.
A cerca de 20 quilômetros de distância
do centro de Nairóbi, dedicado sobre-
tudo aos negócios, na tranquila e pito-
resca periferia de Karen, o DBYES pode
também ser considerado um parque
de tema religioso com roteiros especí-
ficos de reflexão para jovens e adultos
onde é possível fazer um percurso in-
terior, de nível físico, atravessando o
jardim consagrado à oração - dedicado
à memória do P. Philip Valayam, que foi
morto enquanto voltava ao DBYES
depois da missa de Natal da meia-noite
em 2005 - ou através de material mul-
timídia. Há um “Percurso para a desco-
berta de si mesmo”, o único no gênero
na África Oriental, o “Rio Mee”, viagem
às próprias origens, a “Vida do Naza-
reno”, a viagem da vida, a “Estrada do
compromisso juvenil, da adolescência”
e uma bela igreja cheia de obras de
arte africanas.
O DBYES é realmente um lugar em que
“Venham e Vejam” se torna uma reali-
dade viva.
SALESIANOS 2012
61

7.4 Page 64

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ESTILO SALESIANO
DE VOCAÇÃO
Guatemala
Os catequistas: o fenômeno
por P. Heriberto Herrera, sdb
Os catequistas, homens e mulhe-
res, são o verdadeiro tesouro da
Igreja nas missões salesianas de
Carchá e Raxruhá, na Guatemala.
A palavra “catequista” poderia parecer
pouco precisa se não tivéssemos uma
ideia concreta do significado que esta
realidade tem na missão salesiana. Os
catequistas locais são pessoas que têm
a vocação de desempenhar um papel
de líderança e assumem a tarefa de
encorajar constantemente a comuni-
dade.
Há catequistas que já têm experiência
de dezenas de anos de serviço pres-
tado. Não recebem nenhuma com-
pensação econômica pelo seu
trabalho. Trabalham com espírito de
grupo e são muito considerados em
sua comunidade.
O grupo dos catequistas coordena e
anima os encontros religiosos domini-
cais. Normalmente, presidem estes en-
contros para suprir a carência de
padres. Quando visitam as várias co-
munidades, os catequistas oferecem
uma ajuda de importância inestimável.
Os catequistas preparam-se, em parti-
cular, em alguns âmbitos da cate-
quese: há catequistas para as crianças,
adolescentes, para a preparação de
batismo e de casamento, para os en-
fermos, idosos e os músicos. Os cate-
quistas preparam também outras
pessoas para que se tornem futuros
catequistas. Além disso, desempe-
nham o papel de ministros extraordi-
nários da Eucaristia: aceitam esta
incumbência as pessoas mais fiéis e
que gozam da melhor consideração
dentro da comunidade.
62
SALESIANOS 2012

7.5 Page 65

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Quantos catequistas há em nossa missão
salesiana? Nem mesmo os missionários
sabem exatamente quantos são. Se-
gundo uma avaliação aproximada, são,
pelo menos, quatro mil. Parece um
número exagerado, mas esta é a pro-
missora realidade. Na verdade, atual-
mente prefere-se falar de ministros, ao
invés de catequistas.
Para considerar o fenômeno de ma-
neira mais profunda, podemos apre-
sentar a seguinte situação: o padre vai
um domingo em uma comunidade,
definida como centro, porque com-
preende várias aldeias circunvizinhas.
» O catequista que prepara o batismo
fala com os pais e padrinhos que cum-
priram um caminho por conta deste
sacramento. As práticas burocráticas
são realizadas pelo catequista.
» O catequista que prepara o casa-
mento faz a mesma coisa com o casal
que se empenhou para receber este
sacramento.
» Outrocatequistaapresentaumalistados
ministrantes cuidadosamente preparada.
» O catequista que se ocupa da música
escreveu todos os cantos a serem
executados durante a missa.
» O catequista das crianças já fez aco-
modarem-se entre os bancos os seus
pequenos alunos que irão cantar e
dramatizar cenas bíblicas.
» As pessoas encarregadas da acolhida
prepararam a decoração da igreja e,
junto a suas esposas, já prepararam o
almoço para toda a assembleia.
» Depois da missa, muitos catequistas,
jovens e adultos, revezam-se no mi-
crofone para informar a comunidade
dos encontros e atividades que
haverá proximamente.
É claro que o futuro da vida missioná-
ria está nas mãos dessa legião de ge-
nerosos catequistas. O desafio está
em oferecer-lhes uma sólida forma-
ção para que possam expressar de
maneira válida os conteúdos essen-
ciais da fé cristã na sua cultura.
Foram realizados muitos esforços
nesse sentido. Em dezembro, os
jovens catequistas preparam as
aulas que serão dadas no ano se-
guinte. Junto com o padre separam
os aspectos mais importantes. Em
seguida, elaboram o conteúdo, pre-
param o material e organizam os
encontros de grupo. É admirável
a maneira com que utilizam da
melhor forma a sua capacidade para
dar vida à fé. Em nada disso há o
tédio que, às vezes, a palavra “cate-
quista” poderia evocar.
SALESIANOS 2012
63

7.6 Page 66

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ESTILO SALESIANO
DE VOCAÇÃO
Reino Unido
Ajude-nos a rezar hoje
Trabalhar numa escola salesiana – Trabalhar com o coração
SwQatch & porP.AnthonyBailey,sdb
uarenta anos atrás, as nossas escolas na
Grã-Bretanha eram dirigidas por Sale-
sianos de Dom Bosco (SDB). Com a diminui-
ção das vocações, e quando os Salesianos
teríamos de fechar. De fato, não fechamos
nenhuma das nossas escolas de ensino
médio. Hoje, temos mais alunos do que
jamais tivemos. Grande parte dessas escolas
começaram a retirar-se do ensino, começa- é administrada por diretores e docentes
mos a pensar no que fazer nas nossas esco- leigos e são extremamente salesianas.
las. Perguntamo-nos também: “De quantos Agora sabemos que nos fazíamos a per-
professores SDB precisamos para que uma gunta errada. Deveríamos ter-nos pergun-
Pray escola continue a ser‘Salesiana’?”. Na
época, se considerava que a
reposta a essa pergunta
determinaria
quais insti-
tado: “Qual suporte devemos oferecer às
nossas escolas para garantir que permane-
çam salesianas?”
Uma inspetoria salesiana tem o dever de
tutos dar suporte às suas escolas. Os docentes
têm o direito de saber o que se espera deles
quando são encarregados de desenvol-
ver o seu trabalho em uma escola
Don Bosco Publication
salesiana. Cada inspetoria
dispôs várias modali-
dades de apoio
para as
Swatch & Pray by David O’Malley SDB
64
SALESIANOS 2012

7.7 Page 67

▲back to top
blicações, como por exemplo,
“Trabalhar em uma escola
salesiana – Trabalhar com o co-
ração”, foram escritas especifica-
mente para os docentes das
nossas escolas salesianas. Este pe-
queno volume, que resume os as-
pectos fundamentais do nosso
sistema preventivo salesiano, é entre-
gue a todos que trabalham nas nossas
escolas. Quando o apresentamos du-
rante palestras destinadas aos professo-
res, porém, damos uma cópia gratuita a
todos. Os participantes das palestras
sempre apreciam essa nossa oferta.
Embora tenhamos consciência das ne-
cessidades dos docentes e dos alunos
das nossas escolas salesianas, grande
parte das nossas publicações dirige-se a
um público mais amplo; são endereçadas
a todas as escolas cristãs. Por exemplo, o
livro “O professor cristão: Um pastor ama-
velmente solícito”, de David O’Malley,
SDB, é baseado nos princípios salesianos,
mas é muito admirado nos vários am-
bientes cristãos e é utilizado nos cursos
de formação para professores.
suas escolas. Uma pe-
quena parte dessa ajuda é
a publicação das obras. Nos
últimos anos, os encarrega-
dos da Don Bosco Publica-
tions procuraram oferecer
parte dessa ajuda encorajando
os Salesianos a colaborarem com
a realização de obras estimadas
pelo pessoal em serviço nas escolas,
porque ajudam a desenvolver o tra-
balho de educar e formar os jovens
que a eles são confiados. Algumas pu-
Uma iniciativa interessante, recente-
mente empreendida, é a adoção de uma
coletânea de 60 páginas de orações, ati-
vidades e reflexões para se utilizar com os
jovens. Essa obra reúne a tradição da
Igreja de rezar com o corpo e com o co-
ração. As orações podem ser realizadas
em grandes ou pequenos grupos, ou
ainda, individualmente. Pode ser dada a
um jovem a oportunidade de escolher
uma delas ou o animador pode propor
uma oração adequada àquele dia. As ati-
vidades e as reflexões conduzem da ex-
periência de vida à oração. Esse material
recebeu uma resposta muito positiva por
parte de muitas escolas católicas e foi
pedido também por escolas anglicanas.
Todos gostam desse modo salesiano de
rezar.
SALESIANOS 2012
65

7.8 Page 68

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ESTILO SALESIANO
DE VOCAÇÃO
República Dominicana
Missionárias paroquiais:
uma resposta exemplar ao
Chamado de Deus
66
SALESIANOS 2012

7.9 Page 69

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O principal objetivo do grupo é a santidade através da prática da virtude
e da salvação do próximo, graças a uma vida de intenso apostolado nas
paróquias.
Nosso País caribenho teve a
bênção de receber a presença de
grandes missionários que plantaram
as sementes do Evangelho de uma
forma tão construtiva que produziu o
cêntuplo, assim como fez São João
Bosco. Este é o caso do Padre Andrés
Németh Herczeg, um missionário
húngaro com a típica criatividade sa-
lesiana, que trabalhou incansavel-
mente para a salvação das almas e
deixou, como parte de sua preciosa
herança, um grupo de mulheres que
se consagraram a Deus no mundo e
pelo mundo, colaborando na realiza-
ção de Seu Reino: chamam-se Missio-
nárias de Maria Auxiliadora.
Em 8 de dezembro de 1961, durante as
celebrações da festa de Imaculada
Conceição, na Paróquia São João Bosco
de Santo Domingo, o primeiro grupo
de jovens mulheres fez votos de po-
breza, castidade e obediência, consa-
grando-se ao Senhor para servi-lo
como Missionárias da paróquia de
Maria Auxiliadora. Nasceu, assim, o ins-
tituto missionário secular dedicado à
obra nas paróquias.
O principal objetivo do grupo é a san-
tidade através da prática da virtude e
da salvação do próximo, graças a uma
vida de intenso apostolado nas paró-
quias. Essas jovens consagradas com-
prometem-se a servir aos mais pobres
dentre os pobres, especialmente aos
jovens de todas as idades, e no espírito
do carisma de Dom Bosco.
O zelo apostólico tornou-as capazes de
difundir imediatamente o Reino por
meio de suas atividades nas paróquias,
que consistem em um trabalho de ca-
tequese nos bairros mais pobres e nas
escolas públicas, em resposta fiel ao
apelo de Deus. Elas acreditam que o
Senhor as chamou à santidade através
da oferta de suas vidas a serviço da cria-
ção de um futuro para as pessoas que
não O conhecem realmente. Elas agora
estão trabalhando nas paróquias Sa-
por P. Pablo Abreu, sdb
grada Família, Dona Chucha, na cidade
de Alta Gracia, e na escola Santo Do-
mingo, todas na capital da República
Dominicana.
Essas missionárias estão a serviço da
Igreja, ocupando-se dos órfãos, dos
pobres ou dos jovens em situação de
risco. Oferecem-lhes um lugar para
morar, alimentação, educação, cuida-
dos com a saúde, recreação e uma for-
mação integral no âmbito humano e
religioso, tanto pessoal como social,
mas, em especial, oferecem a essas
crianças o amor que lhes foi negado.
Como afirma o Evangelho de Lucas,
essas mulheres acompanham e espe-
ram no Senhor (cf. Lc 8,1-3): tiveram um
encontro pessoal com Deus e com seu
compromisso de transformar a dor
num sorriso. Desse encontro recebe-
ram a força, apoiada pela caridade, que
as ajuda a se tornarem missionárias ge-
nuínas do Evangelho, onde lemos: “Eis
o Cordeiro de Deus” (Jo 1,36).
SALESIANOS 2012
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7.10 Page 70

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ESTILO SALESIANO
DE VOCAÇÃO
Canadá
Vinde e vede o MJS
por P. Michael Pace, sdb
A busca de um equilíbrio entre Igreja “que
conserva a tradição” e Igreja de “missão” está
escrita em nosso DNA salesiano. A pedagogia
de Dom Bosco, construída sobre os pilares dos
sacramentos, da devoção ao Papa e da
confiança em Maria Auxiliadora, nos faz sentir
“em casa” numa Igreja que conserva a tradição,
enquanto o lema de Dom Bosco “da mihi
animas”, concentrado particularmente nos
jovens, nos convida a colocar-nos na vanguarda
para facilitar o encontro entre os jovens e Cristo.
68
SALESIANOS 2012
Essa busca vê uma solução constru-
tiva no Movimento Juvenil Salesiano.
Mais do que qualquer outra obra possa
fazer, o Movimento espelha uma Igreja
que é, harmoniosamente, “sede de tra-
dição e missão”. É esse o tipo de Igreja
que os jovens devem vivenciar quando
vêm para ver os Salesianos.
Em Toronto, por exemplo, temos so-
mente uma obra salesiana: a paróquia de
São Bento. É uma bela obra, mas limitar-
se a 'vir e ver', aqui daria uma ideia incom-
pleta porque não pode expressar de
maneira adequada os objetivos da
missão salesiana desenvolvida em To-
ronto. A missão salesiana se cumpre atra-
vés da obra, mas não é limitada a ela. Por
outro lado, quando convidamos os
jovens a vir e ver expressões concretas
do Movimento Juvenil Salesiano, os par-
ticipantes podem vivenciar uma ampla
gama de esforços para a evangelização
que, embora realizados a partir da paró-

8 Pages 71-80

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8.1 Page 71

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quia de São Bento, vão para além dos
seus limites, as possibilidades e as pes-
soas que operam na paróquia.
Poucos exemplos bastariam para ilus-
trar este aspecto. O Salesian Leadership
Retreat (SLR, Retiro para Animadores
Salesianos) é um “batismo” de três dias
de espiritualidade juvenil salesiana.
Envolve, a cada ano, 120 jovens que
frequentam o ensino médio em To-
ronto. Originalmente, era animado por
Salesianos e nos últimos dez anos foi
levado adiante pelos professores leigos
empenhados, provenientes de oito es-
colas não salesianas, nenhuma delas
possui Salesianos em serviço e so-
mente uma encontra-se no território
de nossa paróquia.
O Acampamento de verão é uma expe-
riência“de oratório”, com duração de seis
semanas, que se tornou uma escola de
formação para o serviço no Movimento
Juvenil Salesiano. Os participantes da ini-
ciativa “diplomam-se”, imbuindo-se do
Sistema Preventivo e preparam-se para
virem a ser protagonistas que formarão
outros jovens animadores na paróquia
e em outros lugares.
São também dignos de nota os movi-
mentos eclesiais inspirados no espírito
salesiano que enriquecem o Movi-
mento Juvenil de Toronto. O Conselho
Dom Bosco dos Cavaleiros de Colum-
bus tem uma forte identidade salesiana,
enquanto que o ramo juvenil dos Cava-
leiros tira a sua inspiração do santo de
quem leva o nome: Círculo dos Amigos
de Domingos Sávio. O nosso grupo na-
cional pelo World Youth Day (WYD, Jor-
nada Juvenil Mundial) coordenou os
jovens de três obras salesianas em
Surrey (Columbia Britânica), Toronto
(Ontário) e Montreal (Quebec). Este
grupo canadense agregou-se a outros
grupos nacionais do Movimento Juvenil
Salesiano na Espanha, em agosto de
2011, realizando uma experiência no
âmbito do Movimento em nível inter-
nacional.
Enfim, o Movimento permite aos jovens
de Toronto desfrutar de uma construtiva
colaboração entre SDB e FMA. O VIDES
abre as portas às missões estrangeiras,
ao mesmo tempo em que Duc in Altum
criou ligações entre SDB e FMA para os
serviços de acompanhamento espiritual
e do discernimento vocacional.
Obviamente, o Movimento abre sobre
a missão salesiana uma janela mais
ampla do que qualquer outra obra pu-
desse abrir. Imaginem quais frutos po-
deriam trazer o convite vinde e vede se
cada colega se perguntasse: “O que
posso fazer para dar uma contribuição
ao Movimento Juvenil Salesiano? O que
pretendo fazer para levar a minha
ajuda?”
SALESIANOS 2012
69

8.2 Page 72

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ESTILO SALESIANO
DE VOCAÇÃO
Estados Unidos
Combatamos a pobreza:
iniciativa de encontro e música para jovens 2011
por Delano Perera
Num do-
mingo
chuvoso, 30 de janeiro de
2011, muitos adolescentes
reuniram-se no Centro Salesiano
“Saint Joseph’s Youth Renewal
Center” para tomar uma posição
contra a pobreza no mundo. O dia foi
rico de palestras, música, comida, en-
cenações, tudo coroado na Santa
Missa.
Estive no Sri Lanka, onde vi muitos
pobres pelas ruas. Este aconteci-
mento me fez lembrar o quanto
tenho sorte em ter um teto sobre
minha cabeça e comida no
prato. Quando ouvi falar pela
primeira vez da recessão,
me perguntei se não
acabaria por viver
na rua
como as pessoas que havia visto no Sri
Lanka. Às vezes, é fácil esquecer os
pobres que vivem na rua.
A comida que foi servida naquele dia
não era bem elaborada; tratava-se de
alimentos que os pobres comem ha-
bitualmente: pão com pasta de amen-
doim e geleia, pão comum, feijão e
“tortillas”, arroz com batata doce, fruta,
batata cozida. Não eram os mantimen-
tos mais atraentes em que se pudesse
pensar, mas foi uma maneira de lem-
brar como temos sorte.
Ambos os oradores convidados expli-
caram como a pobreza e as doenças
ceifam milhões de vidas humanas
todos os anos. Fiquei muito impressio-
nado quando informaram que 93% da
população mundial ganha menos de
50 dólares por dia.
Concluímos o encontro na Santa Missa
já na festa
de São João Bosco,
que viveu em 1800 e
tirou os jovens pobres das
ruas, dando-lhes uma casa.
Embora São João Bosco não
esteja mais fisicamente entre nós,
o seu espírito estará sempre pre-
sente nas pessoas que se colocam a
serviço dos pobres. É um modelo per-
feito para nós. Às vezes é fácil esquecer
as pessoas pobres e abandonadas.
Este evento me levou a refletir e infun-
diu em mim novas energias, estimu-
lando-me ao comprometimento
com os pobres e a seguir Dom
Bosco. Devemos “ver Dom Bosco
e ser Dom Bosco”. Vamos
tentar acabar com a po-
breza no mundo em
2015.
Delano Perera é um estu-
dante do 3º colegial, da St.
John Bosco High School em
Bellflower, CA (EUA).
70
SALESIANOS 2012

8.3 Page 73

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SALESIANOS 2012
71

8.4 Page 74

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ESTILO SALESIANO
DE VOCAÇÃO
Brasil
RSERede Salesiana
estreita laços
entre as escolas
Rede Salesiana de Escolas
Prestes a completar dez anos de caminhada, a Rede Salesiana de Es-
colas fortalece os vínculos entre as instituições de ensino que dela fa-
zem parte, impulsiona ações focadas na gestão educacional e investe
na formação continuada dos educadores.
por P. Nivaldo Luiz Pessinatti sdb e Ana Cosenza
Já se passaram quase dez anos desde
que os Salesianos de Dom Bosco e
as Filhas de Maria Auxiliadora assumi-
ram o compromisso de construir uma
rede de ensino que unisse escolas de
todo o Brasil segundo uma proposta
pautada nos princípios pedagógicos
deixados por São João Bosco e Madre
Mazzarello. Foi um percurso longo e
tudo correu aos poucos, para que as
mais de 100 escolas pertencentes à
RSE pudessem se adaptar à proposta
e, em contrapartida, contribuir com
suas experiências para a construção da
Rede.
Agora, já consolidada, a Rede dá conti-
nuidade ao trabalho consistente con-
duzido pela Diretoria (atualmente
composta pelo P. Nivaldo Luiz Pessi-
natti, SDB, e a Ir. Ivanette Duncan, FMA)
e inicia uma nova fase. “É o momento
de arremate desse projeto, de auxiliar,
nas bases, o andamento do dia-a-dia
da escola, mostrando que o trabalho
em rede vai além de usar o mesmo
material pedagógico”, afirma o superin-
tendente da Rede, professor Dilnei Lo-
renzi.
Os novos desafios colocados para a
RSE incluem um foco maior na gestão
educacional, o fortalecimento dos
laços entre as escolas e o investimento
na formação continuada dos professo-
res.
Educar evangelizando e
evangelizar educando
“Hoje, não cabe mais a discussão de
sermos ou não Rede, porque isso já é uma
realidade. Só cabe sabermos como fazer
melhor, com mais consciência, uma escola
de qualidade”, considera a gerente Peda-
gógica, Kátia Stocco Smole. Para isso, os
desafios no campo pedagógico passam,
entre outros, pela atualização permanente
dos educadores. Essa área em 2011 envol-
veu ações de âmbito nacional e local,
atendendo cerca de 5.100 educadores.
Se a excelência pedagógica é uma
meta, o grande diferencial da RSE está
em que a qualidade de ensino só é al-
72
SALESIANOS 2012

8.5 Page 75

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“Educar evangelizando e
evangelizar educando”.
“A Rede tem se preocupado
em dar mais consistência a
essa frase, em mostrar que
ela precisa estar no
cotidiano da escola.
cançada porque agrega em si o carisma
salesiano. É o que afirma o gerente de
Pastoral, Antonio Boeing. Para ele, o
grande desafio é fazer com que o con-
junto da escola compreenda a fundo o
que significa “educar evangelizando e
evangelizar educando”. “A Rede tem se
preocupado em dar mais consistência
a essa frase, em mostrar que ela precisa
estar no cotidiano da escola. Não im-
porta se é um professor ou um coorde-
nador, se é do Ensino Religioso ou da
Física: ninguém pode abrir mão dos
princípios da educação salesiana”.
Gestão em rede
O projeto de integração administrativa
começou a ser implantado na RSE em
2010. Tem como objetivo promover
boas práticas de gestão e estender
para a área administrativa o conceito
de rede. Para isso, o primeiro passo é
um diagnóstico das instituições de
ensino. Essa fase do projeto já come-
çou, com levantamento de dados
sobre a escola, a cidade e região em
que está, a concorrência que enfrenta,
etc. Os relatórios produzidos serão a
base para as outras fases do projeto:
Implantação de um software de
gestão, Definição de um modelo cen-
tralizado de operações e Implantação
do modelo de controle gerencial.
Outro desafio para a RSE é consolidar a
marca da maior rede de escolas católicas
do Brasil, ressaltando os diferenciais de
seu projeto pedagógico-pastoral tanto
para o público externo como para o in-
terno: os 85 mil alunos da Rede atual-
mente. A campanha de comunicação
2011 adotou uma linha em que jovens,
representando diversas regiões do Brasil,
atuam como protagonistas, ressaltando
temas como ética, consciência, solidarie-
dade, empreendedorismo e inovação.
“Demonstramos o papel da RSE em
orientar e preparar uma nova geração de
cidadãos para o futuro do Brasil”, conclui
o gerente de Comunicação e Marketing,
Célio Ballona Júnior.
A elaboração do material didático na
linguagem digital constitui, hoje, o
novo empenho de todos os profissio-
nais da rede e o “entusiasmo diante da
vida” continua sendo o ‘slogan’ e o ho-
rizonte deste trabalho educativo cons-
truído coletivamente.
SALESIANOS 2012
73

8.6 Page 76

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ESTILO SALESIANO
DE VOCAÇÃO
Burkina Fasso
As crianças procuram Deus
por Sr. Jacques Nagalo, sdb
74
SALESIANOS 2012
Em 3 de abril de 2011, mais de 330 crianças reuniram-se na
igreja de São João em Bobo- Dioulasso (Burkina Fasso) - uma
pequena missão que faz parte da Paróquia de São Domingos
Sávio – a fim de realizar a “Marcha para Deus”, organizada pelo
seu grupo de coordenação. As crianças, acompanhadas pelos
seus guias e pelos líderes do grupo, vieram do oratório e dos
grupos juvenis e de catecismo, e estavam organizadas em sete
grupos identificados por emblemas de cores diferentes. Diri-
giam-se a Koffin, um pequeno povoado na extremidade norte
de Bobo. O Diácono Paul-Frédéric deu-lhes a bênção, convi-
dando-os, em seguida, a partir. Cheios de entusiasmo, os pere-
grinos partiram em busca de Deus. Os quilômetros que
percorriam eram marcados por hinos e orações. As crianças
cantavam felizes com a sua habitual alegria.
Ao longo do percurso foram feitas sete pausas para rezar. Che-
gando a Koffin, depois de algumas saudações, as crianças
acompanharam com atenção a apresentação do salesiano se-
minarista Christopher. O seu discurso foi baseado na mensa-
gem do Papa Bento XVI para o Dia Mundial pelas Vocações.

8.7 Page 77

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Graças ao seu empenho, e apesar da falta de experiência,
o orador atraiu a atenção dos mais jovens e ajudou-os a
compreender os aspectos essenciais da mensagem do
Papa. Para eles, foi uma oportunidade para entender
melhor alguns pontos de vista da mensagem no que diz
respeito à vocação.
Todos se reuniram com os respectivos grupos para res-
ponder a algumas perguntas sobre o tema que havia
sido apresentado. Na metade da manhã, Padre Paul, SDB,
Coordenador Juvenil local, celebrou a missa. A liturgia
foi animada pelos próprios jovens. Depois da missa, o
almoço oferecido pelo Grupo Juvenil foi realizado com
os amigos e líderes. O resto do dia foi utilizado para
jogos, cantos e um pouco de repouso. Na metade da
tarde, 30 participantes que faziam parte do grupo dos
mais jovens começaram a viagem de volta, felizes por
terem passado juntos um dia em busca de Deus. Encon-
traram-no? É uma pergunta que vale um milhão de reais!
Só o futuro e o percurso vocacional de cada um o dirão.
SALESIANOS 2012
75

8.8 Page 78

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SALESIANOS 2012
VOCAÇÃO
SALESIANA
HOJE
Dom Bosco Žepče 78
Praga - Ao encontro dos jovens de hoje 80
Unir o mundo: de Medellín a Sihanoukville 82
Filmes de padres promovem direitos humanos e evangelização 84
60 anos semeando vida 86
Rumo ao futuro - A Lituânia e os Salesianos 88
Alborada, lugar animado! 90
Proclamando a palavra em Kiriwina 92
Um bom dia começa pelo café da manhã 94
A evangelização através do exemplo 96
Projeto Vida, uma casa para jovens refugiados 98
76
SALESIANOS 2012

8.9 Page 79

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8.10 Page 80

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VOCAÇÃO SALESIANA
HOJE
Bósnia - Herzegóvina
Dom Bosco Žepče
por P. Tihomir Šutalo, sdb
Os Salesianos chegaram à Bósnia a
convite do arcebispo de Sarajevo
e do governo da Croácia com a inten-
ção de levar sinais de esperança a uma
população que estava sofrendo e ali-
mentava incertezas em relação ao
futuro. Em 1997, iniciaram a construção
do Centro e os Salesianos começaram
a sua atividade numa escola estatal.
Apesar de aquela ter sido uma época
cheia de incertezas tanto políticas
como econômicas e sociais, a obra
pôde crescer, graças ao auxílio da Pro-
vidência. Muitas pessoas e organiza-
ções da comunidade internacional
também aderiram ao projeto e pode-
mos honestamente afirmar que fomos
tocados pelas mãos da Providência.
Prova disso é que, em 1999, foi inaugu-
rado um Instituto técnico com os pri-
meiros 72 alunos e, no ano seguinte,
uma escola fundamental.
O centro escolar
Hoje, 16 anos depois da chegada dos
Salesianos e 11 anos após o início das
atividades do KŠC Dom Bosco para os
jovens de Žepče, podemos mostrar
com orgulho quanto foi feito para
tantas pessoas e os resultados que con-
tinuamos a obter no Instituto. A cons-
trução da escola está quase completa,
com 80% de sua estrutura finalizada.
Ela está muito bem equipada, desta-
cando-se entre as escolas estatais da
mesma região. Nela trabalham 60 pro-
fessores, muitos dos quais têm qualifi-
cação adequada e aperfeiçoam a
formação em suas áreas de atuação.
O ensino médio conta com 200 alunos,
já os estudantes do Instituto técnico
são 350 e estão distribuídos da
seguinte maneira:
» 4 classes de economia corporativa
(duração 4 anos)
» 4 classes de mecânica (duração 4
anos)
» 3 classes de soldador hidráulico e
para torneiros (duração 3 anos)
» 3 classes de eletrônica, instalação e
auto eletrônica (duração 3 anos)
Não temos condições de dar uma res-
posta positiva a todos os que querem se
inscrever aqui porque são muitas as fa-
mílias que anseiam por um futuro
melhor para seus filhos através de nossa
escola. O motivo principal dessa dificul-
dade está no fato que 80% dos alunos
que frequentam o ensino médio e con-
cluem sua preparação universitária para
o trabalho, deixam o país para emigrar
para a Croácia, a Itália ou a Alemanha e
quase nunca retornam. Esse fato, para
nós, constitui um problema porque sa-
bemos que os jovens não têm espe-
rança se permanecerem em seu país.
78
SALESIANOS 2012

9 Pages 81-90

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9.1 Page 81

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Oratório – Centro Juvenil
Graças a um projeto patrocinado pelo
VIS e financiado pelo Ministério das Re-
lações Exteriores italiano, e após ter ins-
talado uma sede na qual os jovens
podem se reunir para desenvolver várias
atividades, inauguramos um oratório
para os jovens da região e procuramos
atrair o maior número possível de jovens
seja das redondezas, seja aqueles prove-
nientes das áreas urbanas. Esse tipo de
obra, típica dos Salesianos na Bósnia-
Herzegovina era desconhecida antes
da chegada dos Salesianos. Somos,
portanto, pioneiros nesse gênero de
atividade. Nesse momento, o nosso
principal empenho tem como objetivo
abrir as portas a todas as pessoas que
pretendem juntar-se a nós e oferecer
nosso contributo para a construção de
um lugar tranquilo onde todos possam
encontrar algo que corresponda a seus
anseios. O nosso Oratório Festivo reúne
cerca de 250 jovens conduzidos por um
grupo de animadores. A segunda ativi-
dade específica consiste em formar ani-
madores e educadores, de modo que,
no futuro, possamos ter um grupo a
quem confiar as obras dirigidas aos
jovens. No centro das atividades do Ora-
tório Festivo está a Missa Dominical, que
é uma ocasião de encontro e de com-
partilhamento para toda a comunidade
em torno do Senhor.
Nossos desafios
A pequena comunidade religiosa é
composta por três sacerdotes e um reli-
gioso que cumpre seu tirocínio. Todos
dão o melhor de si para ser o vulto de
Dom Bosco para os jovens de hoje, atra-
vés de seu testemunho e empenho in-
cansável. Todavia, no país ainda existem
muitas dificuldades, incertezas e carên-
cias que afligem os jovens, muitos dos
quais não acreditam que, se permane-
cerem aqui, poderão obter muito mais
do que o mínimo necessário para a so-
brevivência. Dos 30.000 habitantes,
5.500 estão em idade escolar. Isso indica
que os jovens constituem cerca de um
terço da população total. Mas o que os
espera? Quais modelos educativos
estão sendo propostos? Que sociedade
poderemos oferecer a eles? Quais mo-
delos adultos eles terão para seguir? In-
felizmente essas respostas ainda são
limitadas para nós Salesianos e não são
aceitáveis. Gostaríamos de poder ofere-
cer aos jovens, modelos e opções de
vida alternativos, ajudá-los a ver e a acre-
ditar que o futuro está em suas mãos.
Mas o Senhor não se cansa nunca de
seu povo e continuará a ser o Senhor da
história apesar do pecado do homem.
“Dom Bosco Zepče” é apenas uma das
gotas da Divina Misericórdia que caíram
nesse belo lugar, um paraíso que a mal-
dade humana soube transformar em
um vale de lágrimas. Essa é a história da
civilização, porém redimida pelo Senhor,
o qual, através de nós e, às vezes, apesar
de nós, ainda está presente.
SALESIANOS 2012
79

9.2 Page 82

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VOCAÇÃO SALESIANA
HOJE
República Checa
Praga
Ao encontro
dos jovens
de hoje
80
SALESIANOS 2012
A Inspetoria Salesiana pôde voltar a con-
tinuar livremente as suas atividades em 1990, após um
longo período de regime comunista. Essa inspetoria foi
fundada em 1927 e, após uma fase de expansão e de
novas fundações (em Frystak, Ostrava, Praga e Pardu-
bice), foi reprimida pelos nazistas e, mais tarde, após o
advento do regime comunista, em 1948, completa-
mente dispersa. Todas as comunidades foram fechadas
e declaradas ilegais pelo Estado socialista. Muitíssimos
irmãos foram presos, encarcerados ou levados a campos
de concentração por muitos anos. Durante 40 anos,
todos tiveram de adotar um estilo de vida que não fosse
o da vida religiosa. Apesar disso, foram muitíssimos os
irmão que permaneceram fiéis à sua vocação e trabal-
haram como religiosos na clandestinidade, realizando
uma obra de apostolado vocacional. Foram ordenados
novos padres que trabalhavam com os jovens, princi-
palmente durante os feriados, mas, também, durante o
resto do ano.
Desde a queda do regime, em 1989, os Salesianos

9.3 Page 83

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têm continuado o seu trabalho com os
jovens e fundaram o noviciado oficial que, nos
primeiros anos após a queda do comunismo,
estava cheio de jovens. Os Salesianos da Boêmia
voltaram para as casas onde já haviam trabalhado
no período entre as duas guerras mundiais (Praha,
Brno, Ostrava e Pardubice) e fundaram obras sale-
sianas também em outras cidades (Teplice, Ceske
Budejovice, Zlin e Plzen) .
Hoje, as obras salesianas realizam-se, principal-
mente, na área dos Centros da Juventude (em algumas
cidades, os Salesianos se dedicam aos ciganos), das
paróquias, da comunicação social (a editora Portal, em
Praga; o Don Bosco Media Centrum, em Brno; a TV
Noe, em Ostrava; a escola Jabok para a pedagogia social
e a teologia) e das missões. Na Bulgária, um lugar onde a
maioria da população é ortodoxa, vem sendo realizada, em
Kazanlak, Stara Zagora, uma obra de serviço aos ciganos.
Dez anos após o início das novas fundações para a vida
salesiana e comunitária, também ali verificou-se uma situ-
ação difícil para a vida religiosa, que preocupava quase toda a
Europa ocidental: o forte declínio das vocações. Apesar de tudo,
os Salesianos trabalham com muitos jovens colaboradores, orga-
nizam voluntariados para os jovens que são enviados a outros con-
tinentes do mundo, sob as denominações SADBA, Cagliero, e
acolhem, por sua vez, voluntários do exterior para as obras salesianas.
Para promover novas vocações, nós, Salesianos, organizamos jor-
nadas de reflexão, durante as quais os jovens podem avaliar a sua vo-
cação (COME IN, Encontros com os SDB, Conferências sobre a
espiritualidade salesiana).
SALESIANOS 2012
81

9.4 Page 84

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VOCAÇÃO SALESIANA
HOJE
Colômbia - Camboja
Unir o mundo:
por P. Albeiro Rodas, sdb
Em novembro de 2010, Laura Villadiego, jor-
nalista da EFE (agência de notícias espa-
nhola, equivalente à Reuters ou à API inglesa),
visitou a Seção de Comunicação Social e Jor-
nalismo do Instituto Técnico Dom Bosco de Si-
hanoukville. O artigo que escreveu em
seguida à visita 'Periodismo joven en el
corazón de Camboya' (Jornalismo
jovem no coração do Camboja) foi
publicado por jornais como El
Mundo e El Tiempo, na Espanha e
na América Latina. A mídia espa-
nhola ficou surpresa com a ma-
neira pela qual o Instituto Técnico
Dom Bosco conseguiu abrir uma
escola de jornalismo em um país
onde não são poucas as dificuldades
que existem com relação à liberdade
de expressão e de como os jovens de
comunidades vulneráveis puderam
ter acesso à tecnologia e à informa-
ção.
O destaque dado pela imprensa sus-
citou o interesse de algumas emisso-
ras de rádio e recebi algumas
chamadas de estações colombianas de-
sejosas de conhecer o projeto. Antes de voltar
a Medellín (uma viagem que requer cerca
de 50 horas de Phnom Penh, via Bang-
kok, Frankfurt e Bogotá) fui conta-
tado pelo prefeito da cidade:
“Poderia oferecer algum semi-
nário sobre a comunicação
no nosso programa
Fuerza Joven?”, pergun-
tou-me. A minha resposta como salesiano foi,
obviamente, “Sim”.
“Fuerza Joven” (Força Jovem) é um programa
proposto pelo prefeito de Medellín aos jovens
dos bairros mais pobres da cidade, vítimas da
violência urbana, e aos jovens vulneráveis que
poderiam começar a fazer parte de gangues.
Amigo de Dom Bosco
Chamei a minha experiência com o Fuerza
Joven de 'Don Bosco Parce'. “Parce” é o termo
da gíria no espanhol da Colômbia que equivale
a “amigo” em Medellín. Todas as manhãs, um
automóvel da cidade com alguns organizado-
res do programa me conduzia da casa da co-
munidade em Barrio Castilla a outro “barrio” da
cidade para que encontrasse um pequeno
grupo de jovens envolvidos em um programa
de ressocialização. Eu pedi, porém, que os
grupos fossem pequenos, que tivessem, cada
um, de 15 a 20 rapazes, de modo que os jovens
pudessem tirar melhor proveito da experiência.
Comecei com uma apresentação cultural do
Camboja e do nosso programa de formação
82
SALESIANOS 2012

9.5 Page 85

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de Medellín a Sihanoukville
sobre a comunicação para jovens
como eles. Estes jovens de Medellín,
provenientes dos“barrios”mais pobres,
apresentados pela mídia como violen-
tos e fonte de inspiração para muitos
filmes sobre violência urbana, estavam,
obviamente, muito curiosos para co-
nhecer este “recém-chegado”. Em se-
guida, falei da história de jovens como
eles, que vivem do outro lado do pla-
neta (levando em consideração o fuso
horário, entre o Camboja e a Colômbia,
há uma diferença de 12 horas), para
atrair gradualmente a sua atenção.
Muitos rapazes tinham mais de uma ta-
tuagem e já queriam tatuar o seu
nome em khmer, ou cambojano!
Depois da exposição cultural sobre o
Camboja e de muitas perguntas dos
meus “parce” (amigos), chegamos ao
seminário sobre a comunicação. Expli-
quei que não podemos renunciar à co-
municação. Tudo na nossa sociedade
significa comunicação e cada
comunidade
elabora os seus códigos de informação.
Em seguida, expliquei o que eu havia
iniciado no Camboja na seção de co-
municação e jornalismo da nossa
escola.
O que nós devemos
comunicar enquanto
jovens?
Para melhorar o nosso estilo de vida,
construir a paz e abandonar as gan-
gues em favor das câmeras, Internet e
similares, enquanto jovens, devemos
comunicar quatro elementos.
1. Esperança. Deveríamos comunicar
esperança para a nossa sociedade com
os nossos valores e os nossos talentos.
Como jovens, deveríamos mostrar a
nossa cidade ao mundo.
2. Desenvolvimento. Dissemos que
melhorar o próprio estilo de vida é um
direito de todos.
3. Ternura. Ternura significa beleza e
estética. A transformação de Medellín
é um bom exemplo para as duas últi-
mas décadas. Construímos grandes
parques, bibliotecas e complexos turís-
ticos em bairros que eram pobres
e abandonados e, assim, a cidade
tornou-se mais bonita e internacional.
4. Tolerância. Deveríamos comunicar a
tolerância, que consiste no respeito
pelo outro assim como é. Damos im-
portância à humanidade. Amamos
todos porque cada pessoa é um filho
ou uma filha de Deus e, portanto, cada
indivíduo é um irmão ou uma irmã.
Para concluir o seminário, realizamos
um vídeo. Os 'Parceros' de Medellín
mandaram mensagens e perguntas
aos seus coetâneos cambojanos de Si-
hanoukville. Falaram de sua cidade e de
sua tradição. Em abril, depois de ter
atravessado de novo três continentes,
voltei ao Camboja e filmei os jovens
cambojanos que responderam aos
seus amigos de Medellín e
compartilharam a sua ex-
periência.
SALESIANOS 2012
83

9.6 Page 86

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VOCAÇÃO SALESIANA
HOJE
Índia
Filmes de padres
promovem
direitos humanos e
evangelização
por P. C. M. Paul, sdb
Dois padres católicos que trabalham com
cinema há quase dez anos afirmam que
seus dois longas-metragens servem para ajudar
as pessoas da região a conquistar dignidade e
defender os direitos humanos. Esses dois ci-
neastas salesianos viveram por mais de 20 anos
entre a população de Kokborok, no nordeste
da Índia, fronteira com Bangladesh. O primeiro
filme,“Matemática”(2002), com duração de 132
minutos, ajuda a tomar consciência do mal
social da caça às bruxas, enquanto o segundo
filme, “Yarwng”, de 95 minutos (2008), ilustra a
difícil condição das pessoas sacrificadas no altar
do desenvolvimento econômico. Os dois ci-
neastas são salesianos de Guwahati, Joseph Kiz-
hakechennadu (produtor) e José Pulinthanath
(diretor).
Padre Pulinthanath colaborou com o cineasta
salesiano Padre Jiji Kalavanal, vencedor do ter-
ceiro prêmio da DB IMAGE Kochi com um do-
cumentário intitulado “A mão de Dom Bosco”.
O longa, lançado em sete estados do nordeste
indiano (Assam, Arunachal, Manipur, Megha-
laya, Mizoram, Nagaland e Tripura), é uma ho-
menagem aos pioneiros salesianos, na véspera
da primeira peregrinação das relíquias de Dom
Bosco, ao nordeste da Índia que começou em
primeiro de maio de 2011.
Quando “Mathia” (pulseira) ganhou o primeiro
prêmio no festival Niepokalanow (Varsóvia), em
2004, a mais importante organização cinema-
tográfica internacional do estado de Tritura, a
Academia Kokborok Sahitya (Sociedade Literá-
ria), organizou uma manifestação pública em
Agartala, capital do estado, para felicitar a
equipe.
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SALESIANOS 2012

9.7 Page 87

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“As imagens desafiam, criticam, incentivam.
Nossa intenção não era, necessariamente,
fazer um filme que agradasse às pessoas, nossa
proposta era realizar um trabalho que
estimulasse”.
O Ministro do bem-estar de Tritura, Aghore Deb-
barma, ofereceu 200.000 INR (4.000 euros) para
ajudar a “Sampari Pictures”, a empresa cinematográ-
fica dos padres que estava em sérias dificuldades
econômicas.
Seis anos depois, o segundo filme dos sacerdotes,
“Yarwng” (Raízes), recebeu, em 19 de março de
2010, o primeiro prêmio nacional do estado de Tri-
tura, das mãos da Presidente da Índia, Pratibha Patil,
em Délhi.
Evangelizar através da promoção da
cultura
“O cinema fala através de imagens e nenhuma
imagem é neutra. O processo de comprometi-
mento dinâmico face a essas imagens pode enri-
quecer, individual e coletivamente. As imagens
desafiam, criticam, incentivam. Nossa intenção não
era, necessariamente, fazer um filme que agradasse
às pessoas, nossa proposta era realizar um trabalho
que estimulasse”, explica padre Pulinthanath.
Além disso, estes dois filmes têm ajudado a afastar
o preconceito de que os cristãos desse estado, que
representam 2% da população, não estariam enrai-
zados na cultura local.
Nordeste da Ásia, o porta-voz da Igreja de Tritura,
padre Pulinthanath deixa de lado sua discrição ha-
bitual, e se apresenta eloquente.
Rejeitando energicamente a acusação, ele diz:
“Não é verdade! As pessoas que afirmam isso, in-
sinuam que a Igreja não dá valor à cultura
local. Provavelmente baseando-se em
ideias ultrapassadas ou em casos isolados
do passado. Nos últimos 50 anos (desde
o Concílio Vaticano II) a Igreja realmente
promove a cultura local…”
Se fizermos uma análise honesta, no-
taremos que a Igreja ofereceu uma
grande contribuição para a cultura
local através do ensino da língua ma-
terna, do progresso da expressão es-
crita, dos eventos organizados, dos
centros de investigação linguística e
cultural, das academias de arte e dos
museus antropológicos. Essa
lista é apenas indica-
tiva e não exaus-
tiva.
As muitas obras de evangelização, desenvolvi-
mento e serviço social que a Igreja realiza em Tritura
e em todo nordeste da Índia, às vezes de forma
ousada, serão significativamente favorecidas por
este projeto, que foca a cultura e a sua crise no con-
texto de uma sociedade em constante mudança.
Quando foi lançada uma acusação de que a Igreja
iria destruir a cultura e a língua dos habitantes do
SALESIANOS 2012
85

9.8 Page 88

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VOCAÇÃO SALESIANA
HOJE
Moçambique
6 0anos semeando vida
por P. Rogelio Arenal, sdb
Servidores da vida
Os salesianos, procuramos ser res-
posta ao desenvolvimento inte-
gral dos jovens mais pobres e das
camadas populares, nas diversas situa-
ções políticas e sociais vividas neste
jovem país de Moçambique.
Muitos, hoje já trabalhadores e respon-
sáveis de família, agradecem com sin-
cero coração a formação humana e
profissional que receberam e que os
tornou capazes de progredir na vida.
Nestes anos de desenvolvimento pro-
curamos oferecer diversas respostas
em 4 províncias de Moçambique e
através de 8 comunidades salesianas:
» A Escola de Moatize juntamente com
algumas escolinhas rurais.
» O Lar de São José e os internatos de
Moamba e Inharrime para jovens
pobres ou das zonas rurais.
» Formação Profissional: Moamba, Tete,
Inharrime, Lhanguene e Matola. Ao
apelo do Governo e da sociedade
que precisava de operários qualifica-
dos nas áreas profissionais, os sdb
criamos estas estruturas educativas
que já deram os seus frutos. Existe
um trabalho em rede através da Se-
cretaria Técnica das Escolas Profissio-
nais Salesianas.
Completou-se esta resposta ao mundo
profissional com o Instituto Superior
Dom Bosco para a formação pedagó-
gica e profissional de professores das
Escolas Profissionais.
Uma obra interessante é o atendi-
mento das comunidades rurais da
Missão de Moatize através do projecto
de desenvolvimento agro-pecuário
para ensinar àquelas populações
menos abastadas como aproveitar os
seus próprios recursos agrícolas.
Anunciadores de Cristo
Em todas as obras, onde a maioria dos
jovens não são cristãos, procura-se rea-
lizar um primeiro anúncio de Jesus.
Assim, estes centros educativos
tornam-se fonte de evangelização.
As Missões de Moatize e de Moamba no
âmbito rural, com numerosas comuni-
dades cristãs espalhadas pelo interior, e
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SALESIANOS 2012

9.9 Page 89

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as Paróquias urbanas de Lhanguene e
do Jardim, são centros importantes de
evangelização directa de milhares de
crianças e jovens, assim como de acom-
panhamento das famílias cristãs.
A nova aposta da Visitadoria é o desen-
volvimento do Centro de Espirituali-
dade ‘Emaús’ de Matola, concebido
como um lugar de oferta de encontros
e retiros para diversos grupos juvenis.
Vivendo a vida como vocação
O Movimento Juvenil Salesiano vai reu-
nindo os diferentes grupos e poten-
ciando neles a vocação do jovem
como‘animador’. Anualmente, diversos
encontros de formação, de oração e de
convivência nas diversas etapas, vai
dando corpo ao MJS.
Nos grupos de Salesianos Cooperado-
res, ADMAS e Antigos Alunos/as a Fa-
mília Salesiana é uma realidade que vai
crescendo e na qual se pode viver a vo-
cação laical com o espírito salesiano.
O fruto mais bonito e importante são as
vocações para a vida consagrada sale-
siana. No ano de 2011 os sdb moçambi-
canos constituem já 50% da Visitadoria.
O carisma de D. Bosco se vai enraizando.
Para formar estas vocações salesianas a
Visitadoria dispõe do Aspirantado de
Matola e do Pré-Noviciado na Moamba.
O Noviciado, feito em conjunto com
Angola, localiza-se na Vila de Namaacha.
Desde a nossa pobreza numérica (57
sdb) e material, vamos continuando a
semear no coração dos jovens moçam-
bicanos a beleza da vida, vivida em
Jesus e posta ao serviço dos irmãos.
SALESIANOS 2012
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9.10 Page 90

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VOCAÇÃO SALESIANA
HOJE
Lituânia
Rumo ao futuro
A Lituânia e os Salesianos
por P. Alessandro Barelli, sdb
Dom Bosco era já muito conhecido
na Lituânia no fim do século XIX.
Em 1909, um jovem lituano, Antans
Skeltys, decidiu tornar-se salesiano.
Chegou a Turim ilegalmente, sem docu-
mentos e pediu para ser acolhido entre
os filhos de Dom Bosco. Poucas déca-
das depois, quando era já um padre
salesiano, começou a desenvolver uma
ampla campanha de informação sobre
Dom Bosco e a vida salesiana na sua
terra de origem. Todos os verões, voltava
a Turim e, graças à sua apresentação do
carisma salesiano e de Dom Bosco nas
paróquias da diocese, levou muitos
jovens a refletirem sobre a própria voca-
ção. Dez anos depois, centenas de
jovens lituanos já estudavam na Itália e
mais de 60 partiram para as missões
salesianas. A primeira comunidade
salesiana na Lituânia estabeleceu-se
apenas em 1934. Tratava-se de uma
escola e de um aspirantado que alimen-
taram muitas vocações. Infelizmente, a
segunda guerra mundial congelou os
brotos dessa primavera salesiana. Muitos
Salesianos lituanos refugiaram-se no
oeste, onde dedicaram as suas energias
à ampla diáspora lituana. Aqueles que
permaneceram na pátria foram disper-
sos e obrigados a viver como padres
diocesanos durante as perseguições.
Depois que a Lituânia teve recuperada
a sua independência, em 1990, os Sa-
lesianos lituanos dispersos no mundo
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SALESIANOS 2012

10 Pages 91-100

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10.1 Page 91

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e aqueles que sobreviveram na Lituâ-
nia decidiram agregar-se e dar início às
atividades pastorais peculiares de Dom
Bosco. Infelizmente, com o passar dos
anos, apesar do grande entusiasmo, as
forças disponíveis eram limitadas. Para
oferecer ajuda, a Congregação enviou
a esta região jovens padres da Polônia
e da Itália, muitos dos quais ainda tra-
balham junto aos colegas do lugar nas
cidades de Vilnius e Kaunas.
As condições sociais e religiosas eram
notavelmente influenciadas pelos anos
da ocupação soviética e, em particular
entre os jovens, difundiu-se uma forte
tendência ao relativismo, ao materia-
lismo e à indiferença religiosa. E este é
exatamente o contexto das atividades
pastorais dos Salesianos.
Vilnius
A capital da Lituânia tem uma popula-
ção de 600.000 habitantes, que em nível
étnico, é formada por Lituanos (60%),
Poloneses (30%) e Russos (10%), fre-
quentemente em desacordo entre si. Os
Salesianos moram na periferia operária
de Lazdynai, que conta com 45.000 ha-
bitantes, onde administram a paróquia
de São João Bosco. O serviço paroquial
é bilíngüe, lituano e polonês e, além da
habitual obra de catequese para os
jovens, das obras de caridade e do ser-
viço aos paroquianos, no decorrer dos
anos, a paróquia conquistou notorie-
dade pelo seu caráter juvenil, com o ora-
tório festivo, com a assistência após as
aulas para crianças necessitadas, acam-
pamentos de verão e as atividades coti-
dianas, o centro juvenil, os grupos juve-
nis e paroquiais e o ensino da religião
nas escolas estatais. Outra atividade con-
siderada importante e muito apreciada
em toda a Lituânia é o Boletim Salesiano,
publicado no país desde 1927 e distri-
buído gratuitamente. Os Salesianos
também oferecem assistência espiritual
ao grupo de Voluntários de Dom Bosco.
Kaunas
A comunidade salesiana de Kaunas vive
na periferia pobre de Palemonas, que,
no passado, era famosa por suas insta-
lações industriais, agora desativadas. A
Paróquia de Nossa Senhora do Rosário,
situada em um território que com-
preende 10.000 habitantes, esforça-se
ao máximo para dar uma resposta às
necessidades religiosas, sociais e finan-
ceiras das pessoas. Além das atividades
normais da paróquia, na catequese e na
Caritas, podemos lembrar as outras
obras mais características dos Salesianos,
como o oratório, aberto todos os dias, e
os acampamentos de verão, organiza-
dos tanto na paróquia quanto no
campo. Um grande tesouro é consti-
tuído pelo empenho comum da comu-
nidade salesiana e das Filhas de Maria
Auxiliadora, que realizam todos os dias
um programa de assistência após as
aulas para crianças necessitadas e ga-
rantem a instrução da religião católica
nas duas escolas de ensino fundamental
locais. Está também ligado à comuni-
dade salesiana um pequeno grupo de
Salesianos Cooperadores e a ADMA.
Perspectivas para o futuro
As várias atividades para os jovens
fazem com que o carisma salesiano seja
cada vez mais apreciado e conhecido.
Os jovens manifestaram grande inte-
resse e não são poucos os que querem
oferecer ajuda como animadores.
Graças também ao Boletim Salesiano,
que faz com que sejamos conhecidos
nacionalmente, acolhemos vários
jovens que querem saber algo mais
sobre a vida salesiana, embora, no mo-
mento, não haja muitas vocações. Esta-
mos confiantes no futuro, contanto que
tenhamos a possibilidade de consolidar
as nossas obras e a nossa visibilidade.
Com relação ao valor da obra que se
apresenta, os recursos dos Salesianos
que operam na Lituânia são reduzidos.
Uma grande dificuldade para o projeto
de reforçar a presença salesiana na Li-
tuânia está no fato de que a língua não
é fácil e requer vários anos de prática
antes que possa ajudar-nos a trabalhar
com autonomia. Além disso, a carência
de religiosos é sabida em toda parte e
mandar alguém para o exterior não é
uma solução assim imediata. O povo li-
tuano, que sofreu muitas ocupações,
teve sempre de defender tenazmente
a sua identidade. E esta realidade in-
fluencia também na possibilidade de
um pleno acolhimento das pessoas de
fora. Especialmente se a sua mentali-
dade for muito diferente da dos daqui…
Este o desafio para o futuro salesiano
neste país: conseguir inserir-se de ma-
neira visível, respeitando sempre as tra-
dições e os vários lugares.
SALESIANOS 2012
89

10.2 Page 92

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VOCAÇÃO SALESIANA
HOJE
México
Alborada, um lugar animado!
por P. Waldo Gómez Pacheco, sdb
Cheguei a Mérida Yucatán há oito meses.
Encontrei os Oratórios Alborada 1 e 2.
Logo se fará o de número 3 (o futuro “Xotlán
College”). Tudo era diferente de como eu
havia imaginado: outro país, outro povo,
outros hábitos, um clima diverso e diferentes
modos de falar. Há sempre algo a se aprender;
para ser sincero, tenho pouco tempo para
descansar!
Alborada propõe múltiplas atividades: futebol
em quadra aberta e na academia para rapazes
e moças, pequenos e grandes; há laboratórios,
atividades de moda, design e cultura, conserto
de condicionadores e geladeiras, cursos para
eletricistas e cursos de formação para adultos,
Inglês, informática, cursos de aperfeiçoa-
mento. São também ativos, uma orquestra sin-
fônica e grupos de violão. No Alborada 2, no
momento, há menos cursos ativos, mas as
propostas aumentam. Alborada 3, a escola,
dará início às suas atividades em 2012.
Como em qualquer outra sede, também aqui,
a missão salesiana está cheia de desafios
porque os jovens são iguais em toda
parte, com seus sonhos, seus pro-
blemas e as suas aspirações. As
adolescentes tendem a deixar
os cabelos aos cuidados de
suas mães, como sinal de
que estão crescidas, uma
vez que começam a fre-
qüentar o ensino funda-
mental II, e os garotos são
irrequietos como todas as
crianças de 2011!
A nossa obra consiste em
fazer um pequeno discurso
de bom-dia e de boa-noite nos
laboratórios e outras breves con-
siderações de 10 ou 15 minutos
antes dos jogos. Alborada é também
conhecida como Centro de Maria Au-
xiliadora porque, para todos os efeitos, é
uma paróquia com 6 capelas, onde atuam
grupos de todo tipo: atividade para os leigos,
90
SALESIANOS 2012

10.3 Page 93

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Cada geração de Salesianos tem uma nobre tarefa, e de grande
responsabilidade: a de testemunhar a própria fé e de ser
instrumento de Deus através do extraordinário carisma de
Dom Bosco.
liturgia, preparação para o casamento e para
o batismo, grupos para adolescentes,
grupos de Famílias Cristãs, centros
pastorais, salesianos cooperadores,
cuidado com os enfermos,
grupos marianos (“Guadalupa-
nos” e ADMA), catequese e até
mesmo ginástica aeróbica!
Ocupamo-nos também das
necessidades espirituais dos
nossos colaboradores leigos.
Os patrocinadores da inicia-
tiva e as pessoas que prezam
aquilo que fazemos nos ofe-
recem sustentação moral e
econômica. Agradeço a todos
em nome de Dom Bosco. Envia-
mos-lhes, todos os meses, o Bole-
tim Salesiano: obrigado!
Em geral, apesar dos nossos limites, somos
muito estimados. As pessoas ficam conten-
tes em dirigir-se aos Salesianos, que são
humanos, têm sentimentos, talvez come-
tam os mesmos erros que elas cometem,
mas amam Deus assim como elas.
As crianças realmente problemáticas são
poucas, mas ainda existem; consegui esta-
belecer um diálogo com elas e jogamos
juntos quase todos os dias. São chamadas
por mim de “ADR”, Amigos do Resistol, do
nome da substância que cheiram regular-
mente. São crianças de Dom Bosco de hoje,
difíceis de amar, como sempre; quando
pensamos que estão melhorando, nos sur-
preendem errando de novo, como se qui-
sessem dizer: Por que vocês se esforçam
tanto por pessoas como nós? Nestes casos,
a única solução que vemos é amá-los, e
amá-los muito.
Cada geração de Salesianos tem uma nobre
tarefa, e de grande responsabilidade, que é
aquela de testemunhar a própria fé e de ser
instrumento de Deus através do extraordi-
nário carisma de Dom Bosco.
SALESIANOS 2012
91

10.4 Page 94

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VOCAÇÃO SALESIANA
HOJE
Papua Nova Guiné
Proclamando a palavra em
Kiriwina
por P. John A. Cabrido, sdb
Cheguei a Kiriwina há dois anos! O P. Sonny Fa-
jardo, nosso padre salesiano em Trobriand Islands
- popularmente chamadas de “Ilhas do Amor” pelo
autodenominado antropólogo, polonês Bronislaw
Malinowski – primeiro me convidou para dar um se-
minário bíblico para os líderes de sua paróquia, no
início de 2009. Infelizmente, fortes chuvas nesse pe-
ríodo provocaram a escassez das colheitas de
inhame e a iniciativa da paróquia teve de ser desfeita.
Então, quando P. Sonny renovou o convite, no fim do
ano passado, eu aceitei prontamente, não só para ter
a chance de explorar o paraíso coral de Kiriwina, mas
também para ajudar um colega.
Minha bagagem estava, definitivamente, com ex-
cesso de peso. Eu tinha de levar todo o meu material
de ensino, incluindo apostilas, um laptop e até
mesmo um projetor! Além disso, Fr. Timothy Choi
aproveitou a ocasião para reforçar a dispensa com
enlatados e outros alimentos. E ainda por cima, Fr.
Albert Swer também enviou uma bomba de ar para
a bicicleta paroquial!
92
SALESIANOS 2012

10.5 Page 95

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Depois de um voo incomum - agradá-
vel e pontual! - com a Airlines PNG,
pousei em Losuia para uma vista ines-
quecível. O aeroporto era uma estru-
tura minúscula cuja cerca estava lotada
de gente. Parecia que metade da po-
pulação da ilha, que conta 40.000 ha-
bitantes, estivesse ali para comer com
os olhos as novas chegadas ou aguar-
dar a última entrega do correio. Feliz-
mente, P. Sonny já estava lá para ajudar
a recuperar minhas malas, uma vez que
foram arremessadas com total des-
cuido no chão gramado.
O seminário bíblico começou no dia
seguinte, 9 de maio (segunda-feira) e
foi seguido por 120 líderes de paróquia.
Estes vieram de seis comunidades ca-
tólicas da ilha. Misturados ao grupo
predominantemente de idosos, esta-
vam 15 jovens. Aparentemente, em Ki-
riwina, é chamado de “juventude” o
jovem que caiu fora da escola. Quando
eu perguntei por que não havia tantos
jovens (uma vez que os vilarejos pelos
quais passamos pareciam todos como
“fábrica de crianças”), os padres mais
velhos, gentilmente, me explicaram
que agora era a vez deles, e que a“vez”
dos jovens teria de esperar para o
futuro.
Nos seguintes cinco dias, eu dei outras
três palestras e/ou conduzi workshops
diariamente, dois pela manhã e um à
tarde, até as 16:30. As 15 palestras ex-
ploraram toda a Bíblia e incluíram ses-
sões de compartilhamento bíblico,
danças, teatro e arte. Em 2002, eu dei
um seminário parecido para o povo da
aldeia de Kelologeia e Kurada, na Ilha
Normanby. O que me impressionou
nessa mais recente empresa foi a ânsia
e o número considerável de participan-
tes. Nunca, nos cinco dias seguintes,
chegamos a menos de 100 participan-
tes. Crentes que pertenciam à United
Church e à comunidade de fé local
“Rema”(incluindo seu pastor!) também
estavam lá.
Os participantes que pertenciam às al-
deias vizinhas iam e vinham a pé, dia-
riamente, e isto significava caminhadas
de uma hora a uma hora e meia.
Outros foram acomodados no com-
plexo paroquial e escolar. À noite, para
relaxar, nós exibíamos alguns filmes
que eram ansiosamente aguardados e
vistos por todas as crianças do vilarejo.
Para comemorar a beatificação do
nosso amado João Paulo II, vimos um
filme de duas partes produzido na Itália
(em Inglês, é claro). Mas o destaque da
exibição noturna foi um filme de Jack
Chan que fez as pessoas da aldeia mor-
rerem de rir.
Durante a minha estadia, a comuni-
dade de Irmãs de Maria Imaculada
(PIME Sisters), generosamente, cozi-
nhou nossas refeições, o que foi um
alívio, já que na casa paroquial não
havia eletricidade e quase que nem
água corrente. Por sorte, ao menos
a casa paroquial estava protegida
dos onipresentes mosquitos, que fi-
caram do lado de fora (!) ainda que
a invasão de centopeias conti-
nuasse.
Eu parti de Kiriwina no sábado se-
guinte, 15 de maio, profundamente
impressionado pelo calor do povo,
pela escassez de oportunidades e pela
falta de esperança para a juventude
da ilha. Os bravos esforços dos missio-
nários do passado (MSC e PIME) e do
presente (Reparation Sisters, em Gusa-
weta; PIME Sisters, em Wapipi; e Fr.
Sonny) são verdadeiramente inspira-
dores. Peço, profundamente, para
que o nosso “compartilhamento da
Palavra” possa sustentar o povo de Ki-
riwina em seus propósitos e possa ali-
mentar a sua fé.
SALESIANOS 2012
93

10.6 Page 96

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VOCAÇÃO SALESIANA
HOJE
Hungria
Em Budapeste, no terceiro distrito, a porta
da rua Kiscelli, 79, já se encontra aberta
logo pela manhã. O P. Gábor Vitális,
sacerdote salesiano desde 2009, todos os
dias úteis acolhe os alunos a caminho da
escola e oferece a eles o café da manhã. Se
não fosse por ele, essas crianças
provavelmente permaneceriam em jejum
até a hora do almoço.
Um bom dia começa pelo
café da manhã
por Erzsébet Lengyel
O trabalho inicia todos os dias às 6 da
manhã: Padre Gábor e seus ajudantes,
adultos e jovens, arrumam as mesas no orató-
rio, preparam o chá e as embalagens para a
refeição. As crianças podem chegar entre as
6h45 e 7h45. Sobra um tempo também para
colocar as conversas em dia e para uma breve
oração matutina.
«Quando soube que mutas crianças iam para
a escola em jejum fiquei espantado. Logo
pensei que poderia oferecer a eles o café da
manhã, mas não tinha dinheiro para isso. O
inspetor me incentivou: nem Dom Bosco
tinha dinheiro, mas conseguiu fazer tanto
pelos jovens… Não organizamos um pedido
de ofertas em grande escala; apenas conver-
94
SALESIANOS 2012

10.7 Page 97

▲back to top
samos com as pessoas da igreja e um
benfeitor deu a notícia da nossa inicia-
tiva em um jornal local. No dia se-
guinte, uma senhora aposentada
ofereceu-nos 1.000 forints (o equiva-
lente a cerca de 4 euros) para o café
da manhã das crianças. Depois dessa
primeira oferta apareceram outras… e
o “Projeto café da manhã” nasceu.
Quando faltava dinheiro, eu rezava: se
é vontade de Deus que continuemos
com essa iniciativa, Ele disporá para
que tenhamos condições para sus-
tentá-la. E, surpreendentemente nunca
faltaram ofertas imprevistas que nos
permitiram alimentar as crianças dia
após dia. É um pequeno milagre…».
Nos arredores da comunidade sale-
siana há três escolas fundamentais do
ciclo 1 e Padre Gábor solicitou aos di-
retores das mesmas que informassem
as crianças necessitadas sobre essa ini-
ciativa. «No primeiro dia tivemos a pre-
sença de catorze crianças», lembra
Padre Gábor. «Não sabíamos nada a
respeito delas, nem quem eram e nem
qual era a situação delas. A notícia logo
se espalhou e, daquele número inicial
de 15-20 crianças logo passamos a re-
ceber cinquenta. Graças aos nossos
gentís benfeitores, podemos servir chá
ou chocolate quente com biscoitos,
roscas e saquinhos de refeição para a
hora do recreio na escola». Em um ano
e meio, Padre Gábor e seus colabora-
dores já distribuíram10.000 saquinhos
de lanche para recreio.
Às sete horas o sacerdote prepara a
oração da manhã para as crianças. «Re-
fletimos muito sobre qual deveria ser a
maneira de propor a oração», diz Padre
Gábor, «isso porque muitas daquelas
crianças não costumam praticar a reli-
gião e não são batizadas. Em primeiro
lugar, optamos apenas por exibir em
um quadro as palavras da oração que,
aos poucos, as crianças aprenderam.
Após algum tempo, alguns deles co-
meçaram a adquirir algumas noções
de religião e, com um pouquinho de
habilidade conseguimos levar um
pouco de religião para todos».
«A doceria vizinha “Dom Bosco” nos
ajudou desde o início enviando
doces», afirma o jovem salesiano. «As
crianças que vêm aqui tomar café da
manhã esperam por eles e, em troca
de um pouco de sorvete, devolvem
os saquinhos que os embalavam,
nos quais está impresso o logotipo
salesiano. Tivemos a ideia de colocar
nos saquinhos uma pequena charada
que as crianças têm que resolver para
poder ganhar o doce. Obviamente as
perguntas são muito simples, mas
graças a esse método podemos
propor, a cada semana, uma “miniaula
de religião” às nossas crianças.
Apesar de não exigirmos nenhuma
confirmação, sabemos que muitas
dessas crianças enfrentam sérias difi-
culdades; têm problemas econômicos
e vivem em situações difíceis. As crian-
ças podem conversar conosco sobre
seus problemas e compartilhar sua dor
e temores. Podem fazer as lições de
casa, decorar poesias e comemorar,
junto com outras crianças, seus aniver-
sários, o Natal e outras festividades…
Organizamos também um acampa-
mento de verão para elas durante a
última semana de junho e, graças a
essa iniciativa, os vínculos que tinham
sido criados entre eles não enfraquece-
ram. Ao contrário, ficaram mais fortes.
Foi maravilhoso acompanhar as mu-
danças e o desenvolvimento dessas
crianças! Essas pequenas “comemora-
ções diárias”transformaram o grupo de
crianças que, inicialmente encontra-
vam-se apenas para o café da manhã,
em uma verdadeira comunidade.
Todavia, isso tudo requer um grande
empenho financeiro e humano. Muitos
ofereceram e oferecem dinheiro, ali-
mentos e ajuda para esse programa,
que é permeado pelo amor de Dom
Bosco. Aquela pequena ajuda matutina
transformou-se num exemplo prático
de amor e sacrifício cristão».
SALESIANOS 2012
95

10.8 Page 98

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VOCAÇÃO SALESIANA
HOJE
Zâmbia
A evangelização através do exemplo
A missão salesiana na Zâmbia desenvolve, so-
bretudo, uma obra pastoral e educativa para
jovens trabalhadores de quatro países que cons-
tituem a Inspetoria: Zâmbia, Zimbábue, Namí-
bia, Malauí.
Embora a presença inicial na Zâmbia tenha co-
meçado essencialmente com a missão nas pa-
róquias, no decorrer dos últimos dez anos foram
organizados pequenos centros para a formação
profissional de jovens e adultos. Essa obra
propõe-se ajudar uma população que possui re-
cursos limitados para atuar, fazendo uso das
oportunidades de crescimento que se apresen-
tam para alcançar um nível mais competitivo, e
a enfrentar os desafios de uma sociedade que
está se tornando industrial.
Os jovens e os adultos que frequentam estes
centros participam também do programa cate-
quético para os institutos técnicos e, através da
instrução que lhes é oferecida, podem também
96
SALESIANOS 2012

10.9 Page 99

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por P. Javier Antonio Barrientos, sdb
beneficiar a educação à fé; dessa forma, fé e
cultura tornam-se parte da obra de educação
e evangelização dada pela missão salesiana.
A influência desse trabalho educativo e pasto-
ral nas escolas técnicas e nas paróquias favo-
rece a obra de evangelização entre os jovens
que, talvez, de outra maneira, não teriam se
aproximado da fé. Muitos jovens que frequen-
tam os nossos centros tornam-se, pouco a
pouco, missionários junto a outros jovens, que
convidam a partilhar a sua vida e a sua fé nos
programas extracurriculares propostos pelos
Salesianos.
Muitos jovens de outras denominações reli-
giosas, dentre as quais as religiões africanas,
foram ajudados a cumprir um percurso de fé
e de conversão que culminou na decisão de
receber o batismo e de fazer parte da Igreja
Católica, que continua a sua missão evangeli-
zadora com exemplo.
SALESIANOS 2012
97

10.10 Page 100

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VOCAÇÃO SALESIANA
HOJE
Alemanha
Projeto Vida,
uma casa para jovens refugiados
Testo: Katharina Hennecke / Christina Tangerding / Claudia Klinger
Foto: Wolfgang Maria Weber
Um certificado escrito em persa, com Asif vive no terceiro andar do Salesianum,
a foto de seu pai é tudo o que resta com outros dez garotos que fugiram de
da vida de Mohamed Asif Dorani no Afe- seus países de origem devido a situações
ganistão, seu país de origem. Ele não tem de emergência de vários tipos. Eles têm
outros documentos, passaporte ou fotos. três quartos individuais, quatro duplos,
Pelo grau de desenvolvimento físico e duas cozinhas, uma sala e banheiro com-
mental, as autoridades alemãs avaliaram partilhados. Os educadores e assistentes
que ele deveria ter cerca de 16 anos. 1º sociais cuidam dos jovens durante 24
de junho foi adotado como data de nas- horas por dia, ajudando-os nas tarefas
cimento de Mohamed.
diárias como cozinhar, lavar e fazer a lim-
peza. Acompanham os jovens refugiados
Asif Dorani fugiu do Afeganistão em no- nas práticas burocráticas e os ajudam a
vembro de 2008. Seu irmão, Abdul preencher formulários e escrever cartas,
Samad (18 anos) havia sido sequestrado além de colaborar com a escola. Em
pelos talibãs, em sua cidade, cerca de primeiro lugar, os educadores ajudam
cinco meses antes. Seus pais estavam os jovens e os refugiados muito trau-
preocupados com a segurança de seu matizados a elaborar suas experiências
segundo filho e então decidiram enviá- e construir, passo a passo, um futuro na
lo para a Alemanha, com a ajuda de Alemanha.
contrabandistas. A viagem foi arriscada
e algumas vezes ele correu perigo de Todas as vezes que Asif fala sobre sua
vida. Asif, no entanto, sobreviveu. Agora vida lembranças ruins voltam à sua
ele vive em um lar para jovens de Mu- mente: a guerra em seu país de origem,
nique chamado “Salesianum”, onde os o sequestro de seu irmão, a despedida
Projeto Vida
Todos os anos chegam à Alema-
nha centenas de refugiados menores
não acompanhados. Na maioria dos
Salesianos de Dom Bosco começaram o
“Projeto Vida”, um programa de apoio
aos refugiados menores não acompa-
nhados.
de seus pais e uma viagem de quase
dois meses para ir do Afeganistão à Ale-
manha. Ele não sabe exatamente
quanto tempo essa sua “odisseia pes-
casos, eles estão fugindo de condições
em que suas vidas são colocadas em risco por causa de guerras, ditaduras, perseguições,
expulsões, fome e desastres naturais. Eles encontram-se em um país estrangeiro sem casa
e longe de seus familiares e amigos. Por este motivo, os Salesianos de Dom Bosco, na
Alemanha, lançaram o “Projeto Vida”. Desde agosto de 2009, onze menores refugiados
desacompanhados vivem no centro para jovens “Salesianum”, em Mônaco. Lá eles ficam
em uma casa e recebem ajuda para cuidar do seu dia-a-dia. Além disso, podem contar
com um apoio pedagógico e pastoral para poderem processar suas experiências traumá-
ticas. O objetivo do projeto é ajudar os jovens a prosseguirem com suas vidas, prepará-
los para o futuro e capacitá-los para superar as diversas dificuldades.
98
SALESIANOS 2012

11 Pages 101-110

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11.1 Page 101

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soal” durou, mas recorda-se que ele e
contrabandistas trocaram muitas
vezes de carro. Ficaram amontoados
em um porta-malas de carro, escuro e
sem ar ou na caçamba de um cami-
nhão. Eles temiam por suas vidas.
Quando Asif finalmente atingiu o ter-
ritório da Alemanha, tudo aconteceu
muito rapidamente: um empurrão
nas costas acordou o menino do
sono. Em algum lugar escuro, o tra-
ficante expulsou os refugiados do
caminhão. Eles encontraram a plata-
forma de uma estação de trem e per-
guntaram como podiam chegar a
Munique.
Enquanto isso, Asif encontrou amparo
na Alemanha e tem sonhos para o
futuro: quer ser mecânico, viver sem
medo e ter dinheiro suficiente para
comer. Também sonha em ter uma
esposa e filhos “porém na Alemanha,
não no Afeganistão”, diz. Você acha
que vai rever seu irmão? Asif balança
a cabeça. “Eu acho que ele está morto”,
diz ele. E seca rapidamente as lágri-
mas.
SALESIANOS 2012
99

11.2 Page 102

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SALESIANOS 2012
TESTEMUNHOS
CATIVANTES
“Se sua perna não sarar, você não poderá fazer a profissão” 102
Um jovem animador torna-se Salesiano 104
“Eu vos darei pastores segundo o meu coração” 106
“Ninguém pode tirar aquilo que Deus planejou para você!” 108
Voluntário para sempre 110
Cinco “histórias de vida”: do Vietnã ao Japão 112
A paz é possível quando a Igreja assume a liderança 114
O sonho de Dom Bosco para a China continua no filho de uma
senhora chinesa 116
Dom Bosco de Tonj: “A vocação de cada Salesiano está
sempre ligada a Maria Auxiliadora” 118
100
SALESIANOS 2012

11.3 Page 103

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11.4 Page 104

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TESTEMUNHOS
CATIVANTES
Índia
«Se sua perna não sarar,
você não poderá fazer a profissão»
Sr. James Marcus, sdb
James Marcus nasceu em 25 de junho de
1971. Emitiu sua primeira profissão em
24 de maio de 1994 e os votos perpétuos
em 2000. Atualmente é Diretor Técnico
da Dom Bosco Fatorda, diretor do
oratório e responsável pelo
acompanhamento dos jovens.
102
SALESIANOS 2012
James Marcus pertence a uma família numerosa: é o
quinto de nove filhos. Seus pais mudaram-se para Sul-
corna para perto dos Salesianos que ali iniciaram sua
obra. A família de Marcus, proveniente de uma pequena
cidade perto de Sagayatotam, em Tamil Nadu (Índia),
comprometeu-se a criar os filhos em um lugar novo,
sem o auxílio das famílias de origem. Além disso, esta-
vam passando por problemas econômicos. James
lembra: “Passamos por diversas dificuldades. Por muitos
anos, conseguíamos apenas o mínimo necessário”. Até
os seis anos de idade, James nunca tinha entrado em uma
sala de aula, porque ali não havia escolas. Ele, no entanto,
tem boas memórias de sua infância, que foi cheia de aven-
turas nas florestas de Sulcorna: caça, pesca, caminhadas,

11.5 Page 105

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captura de répteis, chegando muito
perto de animais perigosos: bisões,
gatos selvagens e outros.
Quando fala do passado, James conta
sua primeira experiência com os Sale-
sianos: Padre Moja, o homem que
tinha uma longa barba, e Padre
Ludvik, o grande agricultor. Seu inte-
resse e sua admiração pela vida sale-
siana, no entanto, foram inspirados
pelo Padre Daniel Venia, em compa-
nhia do qual James passou a maior
parte de sua infância. O grande
homem manifestava um carinho es-
pecial por aquela criança animada.
Padre Venia costumava viver em sim-
plicidade, sempre confiando na pro-
vidência divina, o que expressava
com o seu constante refrão: “Não tem
problema”.
James cresceu no Colégio Salesiano
de Sulcorna, onde permaneceu
mesmo durante a transferência de
sua família para outro lugar por um
curto período. Inicialmente, James
estava muito interessado em se
tornar um inspetor de polícia. Embora
ele fosse bom nos esportes e nos es-
tudos, confessou que não tinha muita
confiança em si mesmo. Um dia, o
jovem James decidiu se empenhar a
fim de alcançar o segundo lugar em
uma corrida só para ter a oportuni-
dade de ver alguns corredores africa-
nos na pista. Para sua surpresa, ele
ganhou a medalha de ouro e
também foi declarado um esportista
promissor. No mesmo ano, alguns sa-
lesianos realizaram um acampa-
mento vocacional. James, no entanto,
não fazia parte do grupo de 12 garo-
tos que aceitaram a proposta. Padre
Miguel Mascarenhas, o reitor da Sul-
corna, que tinha sido transferido para
Fatorda, convidou James e alguns
outros rapazes para realizar cursos
técnicos.
Após dois anos de estudos técnicos,
Padre Michael incentivou James a ir
para Lonavla. James aceitou sem he-
sitar. Seus superiores o consideraram
indicado para a vida religiosa e ele foi
enviado para o noviciado. Lá, James
descobriu sua vocação salesiana. Du-
rante oito meses, ele sofreu por causa
de um espinho na perna, apesar de
todos os cuidados médicos que teve.
Disseram-lhe que, se sua perna não
sarasse, ele não poderia fazer a profis-
são. No entanto, de 19 de março (dia
em que as aplicações foram feitas), a
24 de Maio (dia da primeira profissão),
a perna não deu nenhum problema e
James pôde professar. Mas a perna
continuou a feri-lo por mais oito
meses, até que um dia, enquanto
jogava basquete, uma parte do espi-
nho saiu sozinha e nunca mais lhe
deu problemas.
Após concluir o curso de magistério
em Kalyani, na inspetoria de Calcutá, o
Sr. James completou o seu estágio em
Matunga e Pingui e, no mesmo pe-
ríodo, concluiu sua formação. Após
obter o diploma técnico, ele completa,
atualmente, os estudos de engenharia
e está envolvido no apostolado
salesiano no Instituto Técnico Dom
Bosco Fatorda.
James admite que, embora a decisão
de se tornar um salesiano leigo possa
não ter sido uma opção consciente,
está muito feliz em ter-se tornado um
deles. Sente-se muito bem entre os
jovens compartilhando suas vidas, ou-
vindo suas histórias, ajudando-os a re-
solver seus problemas ou tomando
decisões para as suas vidas e incenti-
vando-os a prosseguir. “Como sacer-
dote, eu não teria tido todo esse tempo
para os jovens”, diz. Ele sente-se perfei-
tamente à vontade com os pobres,
particularmente com os mais jovens
que provêm de situações difíceis.
SALESIANOS 2012
103

11.6 Page 106

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TESTEMUNHOS
CATIVANTES
Benim
Um jovem animador se torna Salesiano
“A minha vocação”: Arnaud conta sua história
por P. Jean Baptiste Beraud, sdb
Arnaud é um estudante salesiano de teologia que vive em
Yaoundé. Ele nos conta sobre como seu trabalho com
“seis rapazes e quatro moças”, que ajudavam seus companheiros
na escola, o conduziu através do caminho de Dom Bosco.
“Nasci num sábado, dia 2 de fevereiro de 1980, em Benin, de boa
família católica monogâmica. Eu sou o mais novo de três filhos.
Aprendi a rezar aos três anos, graças ao hábito que minha família
cultivava de orar todas as noites, antes de dormir. Aos sete anos,
quando eu participava de uma classe que se preparava para o
catecismo, eu já queria ser padre, porque fui atraído pela be-
líssima vestimenta que o sacerdote usava na missa domi-
nical”.
Arnaud tornou-se “coroinha” e, em seguida, entrou
em um grupo vocacional. “Padre Fermin Nuevo,
que também era o pároco e líder do grupo vo-
cacional, deu-me um livro de Teresio Bosco
sobre a vida de Dom Bosco. Graças a ele, optei
pela vida salesiana, porque percebi que eu po-
deria ser padre e continuar a participar ativa-
104
SALESIANOS 2012

11.7 Page 107

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mente da educação dos jovens para melhorar suas
vidas.
Quando eu estava no quinto ano, fiquei profunda-
mente impressionado com o sofrimento que teste-
munhei quando alguns dos meus colegas foram
expulsos da escola. Em alguns dos casos, o motivo
era simplesmente o de não terem pagado as men-
salidades. Após ter analisado a situação, percebi que
pelo menos 90% dos alunos que tinham sido man-
dados embora conseguiriam pagar sua dívida até o
final do ano, mas, àquela altura, eles já teriam perdido
muitas aulas e, portanto, não estariam em condições
de concluir o curso.
Diante desta situação, decidi agir emprestando a
alguns dos meus colegas parte do dinheiro de que
precisavam, de maneira que pudessem continuar a
frequentar as aulas. Eu tinha cerca de seis mil francos
que eram destinados a pequenas despesas. Mas
logo percebi que, mesmo com tão pouco, eu pode-
ria realizar grandes coisas. Assim, eu e alguns amigos
fundamos a ‘Association des Jeunes pour la Cons-
truction de notre Avenir - AJECA’ (Associação de
jovens para construir nosso futuro). Éramos dez, seis
rapazes e quatro moças, todos matriculados no
quarto ano (neste país, os números que indicam as
classes são decrescentes, ndt). Organizamos ativida-
des de todos os tipos para dar suporte financeiro aos
nossos colegas. Durante as férias de verão, organiza-
mos torneios de futebol, jogos de basquete, propu-
semos cursos de verão e também vendemos
material escolar. Após cerca de cinco anos, éramos
bem conhecidos pelos jovens locais e das regiões vi-
zinhas. Nós nos tornamos animadores conhecidos
nesta área.
Graças a estes eventos desportivos, tive a chance de
conhecer, pela primeira vez, a obra salesiana de Co-
tonou, mas foi só em 1999, que encontrei essa
missão educativa a serviço dos jovens e, em especial,
dos mais pobres”.
SALESIANOS 2012
105

11.8 Page 108

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TESTEMUNHOS
CATIVANTES
Espanha
“Eu vos darei pastores
segundo o meu coração”
(Jr 3,15)
106
SALESIANOS 2012
por P. Sergio Oter Díaz, sdb
No dia 30 de abril de 2011, na casa
salesiana de Paseo de Extrema-
dura – Madri, foram ordenados três
jovens salesianos. Carmelo Donoso foi
ordenado diácono e Guzmán Pérez e
eu, Sergio Oter, fomos ordenados sa-
cerdotes.
“Eu vos darei pastores segundo o meu
coração” foi o lema escolhido para a or-
denação sacerdotal e diaconal. Este
lema não foi escolhido para apenas
ficar impresso em um cartão-convite
de ordenação, ou para permanecer
como recordação deste dia tão espe-
cial. Desejo que este tema seja o eixo
fundamental de minha vida sacerdotal
salesiana. Um versículo do profeta Je-
remias que quer ser a síntese de minha
consagração ao Senhor.
aqui e agora. Elegeu-me para transmitir
aos jovens, com minha própria vida,
uma mensagem de esperança que
nasce da Páscoa do Senhor. Enfim, me
escolheu para servir a seu povo à
imagem de Cristo, Bom Pastor.
“Eu vos darei pastores segundo o meu
coração”disse o profeta Jeremias, signi-
fica que meu coração deve ir configu-
rando-se com o de Jesus, com o
coração daquele que me chamou para
segui-lo neste caminho que conduz a
uma felicidade plena, a uma felicidade
que me preenche e inunda totalmente.
Um coração cheio de Deus, um cora-
ção de autêntico pastor, um coração
dedicado única e exclusivamente aos
outros, um coração humilde e entre-
gue até a radicalidade.
Foi o Senhor quem me elegeu por pri-
meiro e não fui eu que escolhi ao
Senhor, foi Ele quem confiou em mim
anteriormente para realizar sua missão.
O presbiterado foi, é e será um autên-
tico dom, um verdadeiro presente de
Deus. Ele verdadeiramente me conduz
por este caminho que leva para a ver-
dadeira felicidade, para o verdadeiro
amor. Foi Deus quem saiu ao meu en-
contro e me chamou. Foi Deus quem
me procurou e que algumas vezes se
colocou em meu caminho para fazer-
me um verdadeiro presente.
O Senhor escolheu-me para servir a
seu povo, o grande povo de Deus.
Elegeu-me para que desse minha vida
sem nenhuma reserva. Elegeu-me para
colaborar na construção de seu Reino,
Sem dúvida a celebração diária da Eu-
caristia quer ser um verdadeiro impulso
que me ajude na bonita tarefa de
tornar atual, de fazer presente o man-
dato de Jesus: “Fazei isto em memória
de mim”. Para ser uma testemunha do
amor de Deus para os jovens, especial-
mente os mais pobres, um homem de
comunhão e um pastor zeloso do re-
banho que Deus me confia na linda
tarefa de aproximar os jovens de Jesus.
A partir destas linhas mestras quero
viver o meu ser-salesiano-presbítero.
“Dar-vos-ei pastores segundo o meu
coração” quer marcar o que sou e o que
faço, minha vida e minhas ações. Deus
deseja que eu me entregue aos jovens
segundo o seu coração, segundo seu
coração de Bom Pastor.

11.9 Page 109

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SALESIANOS 2012
107

11.10 Page 110

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TESTEMUNHOS
CATIVANTES
Índia
“Ninguém pode tirar
aquilo que Deus planejou para você!”
Em 21 de março de 1970, Deus
plantou uma semente no jardim
de Victor e Shakuntala Mota. O pe-
queno Anisio nasceu em Moçambi-
que (África Oriental). Este menino, o
segundo dos três filhos da família
Mota, sempre foi considerado o mais
carinhoso e sensível. “Viver na África
era agradável e estimulante”, conta
Anisio. Os moradores locais, com seus
costumes, seus cultos e sua religião,
não facilitavam a prática do cristia-
nismo, mas isso não foi um obstáculo
no caminho de Anisio para se tornar
um discípulo de Jesus. Já aos cinco
anos, cada vez que voltava da igreja,
o pequeno pregava a seus irmãos re-
petindo, quase que perfeitamente, o
sermão que havia ouvido na missa
dominical.
Aos 11 anos, ele foi para Goa com sua
família. Havia o problema da língua,
pois Anisio só falava Português, mas
logo ele se empenhou em estudar
Inglês e Konkani. No instituto “Loyola”
de Margão, na Índia, Anisio não estu-
dava apenas os idiomas, mas partici-
pava de quase todos os jogos que
foram oferecidos na escola. Depois de
frequentar o oitavo ano, o garoto ex-
pressou o desejo de se tornar padre.
Em primeiro lugar, ele procurou o
Padre Francisco Ataíde e, em seguida,
um padre da paróquia de Margão, à
qual pertencia. Admirando as quali-
dades de Anisio, que era um ótimo
ministro, Padre Ataíde logo o enca-
minhou para o Seminário Diocesano
de Saligao. Sob a orientação espiritual
de Padre Ataíde, Anisio cresceu e flo-
resceu no seminário até o final do
ensino médio.
Enfim, o rapaz sentiu que havia che-
gado a hora de tomar uma decisão
mais concreta em relação à própria
VOCAÇÃO. Durante as férias de verão,
enquanto oferecia sua ajuda na paró-
quia para as atividades de férias a ser-
108
SALESIANOS 2012

12 Pages 111-120

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12.1 Page 111

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P. Anisio Mota, sdb
Anisio Mota fez sua primeira profissão religiosa em 1993 e
foi ordenado sacerdote em 2003. Atualmente trabalha no
Don Bosco Ganv, em Quepém, Gos, como vice-inspetor dos
ensinos fundamental e médio. Foi animador da Inspetoria de
Konkan durante muitos anos. É muito apreciado no âmbito
da animação com jovens.
viço das crianças, ele conheceu um
jovem padre salesiano, cheio de entu-
siasmo, que o marcou profundamente.
Graças ao incentivo do Padre Dominic
Sávio, Anisio aceitou um convite para
seguir Cristo ao estilo de Dom Bosco.
Lembrando aquela experiência, ele diz:
“Eu não sabia quem era Dom Bosco,
mas aquele jovem padre me levou a
pensar que Dom Bosco estivesse me
esperando… Eu admirava a sua perso-
nalidade, o seu amor pelos jovens e as
muitas obras que ele tinha realizado.
Enfim, nada mais poderia me impedir
de segui-lo”.
“Meus pais não queriam que eu se-
guisse o caminho de Dom Bosco. Se-
gundo eles, eu deveria ir para Lonavla
e para outros lugares de Maharashtra
para completar a minha formação”,
conta Anisio. E, em seguida, acrescenta:
“Mas lembrem-se que ninguém pode
tirar aquilo que Deus planejou para
vocês. Conversei com meus pais e pedi
ao Padre Dominic Sávio que tentasse
convencê-los. No final, consegui
vencer a batalha que vinha comba-
tendo por Jesus”. Em 27 de dezembro
de 2003, finalmente, Anisio foi orde-
nado sacerdote. A data não poderia ter
sido mais significativa: era o dia do ani-
versário do padre que havia realizado a
sua primeira vocação, o reverendo
Padre Francisco Ataíde. “A minha orde-
nação foi um presente de aniversário
para ele”, disse Anisio.
Como padre salesiano, Anisio é, acima
de tudo, comprometido com o
serviço da comunidade dos jovens.
Ele adora estar entre eles, e eles
o adoram. Sabem que Anísio está
sempre presente, oferecendo um
conselho ou alguma orientação.
Suas orações são muito apreciadas e
constituem, sempre, uma ocasião
para reflexão e enriquecimento.
Muitos dos jovens aos quais ele se
dedica desejam que ele celebre seus
casamentos ou os abençoe antes que
se mudem para o exterior.
Anisio passou por uma doença que,
apesar de ter durado pouco, o deixou à
beira da morte. Ele pediu a Deus para
deixá-lo viver; esta graça lhe foi conce-
dida e Anisio prometeu viver para a glória
de Deus. Após a sua cura milagrosa, ele
segue cumprindo o serviço a favor dos
jovens. Quando vivia no Benaulim, como
diretor do Centro de Juventude e anima-
dor vocacional da Inspetoria, Padre Anisio
colocava seu coração e alma em tudo o
que fazia, desde a animação de grupos
de jovens, até a visita às escolas para
promover atividades de formação pro-
fissional; organizando atividades e acam-
pamentos de verão ou ainda animando
retiros e momentos de festa para os
jovens. Ele conta, com grande alegria,
que o momento mais gratificante de sua
vida foi aquele em que seis jovens, que
apresentavam sinais de vocação religiosa,
decidiram se tornar membros da Con-
gregação Salesiana, motivados por esse
modo de vida.
Quando lhe foi perguntado se teve di-
ficuldades em responder ao chamado
de Deus, Padre Anisio respondeu: “Eu já
passei por momentos difíceis e já fui
mal-interpretado, mas Deus conhece a
verdade, porque nada disso me impe-
diu. Tornei-me padre salesiano para
servir os jovens, sendo um irmão para
eles. Nunca farei nada que possa me
afastar dos jovens”
SALESIANOS 2012
109

12.2 Page 112

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TESTEMUNHOS
CATIVANTES
Áustria
Voluntário para sempre
110
SALESIANOS 2012

12.3 Page 113

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por S. Peter Rinderer, sdb
Em julho de 2006 parti para o México. Tinha 19 anos.
Acabara a faculdade. Fui designado para participar
do 'Projeto Salesiano Tijuana' fazendo um ano de
voluntariado com os Salesianos. Essa experiência de
serviço aos jovens e às suas famílias não terminou. Con-
tinua. Porque hoje eu sou salesiano. Um SDB!
'Don Bosco Flüchtlingswerk'. Nessa Casa-lar dou
assistência a 16 rapazes refugiados, vindos à Áustria sem
família. São realmente carentes e muitos deles descon-
juntados por experiências de guerra. Encontram-se
agora num ambiente totalmente diverso. Começam
uma nova vida.
No Oratório Maria Auxiliadora, de Tijuana, todas as
noites jogava com os rapazes. Com alguns mais cresci-
dinhos e adultos do bairro fazíamos animação. Além
disso, ensinava inglês e computador. Também ajudava
na pastoral paroquial. Certa vez, um jovem, 18 anos, me
perguntou:
“Por que veio para cá?”
“Porque gosto de ajudar! – respondi –. Quero usar
minhas forças para ajudar os outros!”
Durante o voluntariado não pude fazer muita coisa. Mas
penso que a coisa mais importante foi o ter ficado perto
dos meninos no oratório. Estive nesse ano a ler uma bio-
grafia mais ampla de Dom Bosco.
Logo de saída fiquei fascinado e pensava: “Para mim
Dom Bosco é um modelo de vida. Ele estava conven-
cido de que Deus queria servir-se de nossas mãos para
fazer o bem. E gastou as suas energias pelos jovens
pobres. Hoje há necessidade de muitíssimas pessoas
como Dom Bosco. No México. Também na Áustria”!
Esses pensamentos me ficavam aí. No coração. E depois
de um longo discernimento e muita oração, decidi:
“Quero ser salesiano para servir os jovens!”
“Aqui na‘Casa Dom Bosco’nos querem bem”– disse um
jovem do Afeganistão. Faço com eles recuperação es-
colar e nas horas vagas divertimo-nos jogando volibol.
Também futebol. E infundimos novas esperanças com
que reconstruir-se um futuro. Um futuro melhor!
Para mim o voluntariado foi o início de uma aventura:
da vocação que Deus colocara em meu coração. Esse
ano de serviço no México levou-me a di-
recionar minha vida, respon-
dendo a estas perguntas: Qual é
o meu lugar? Que desejo afinal
fazer na vida? Achei a resposta du-
rante o voluntariado. E disse:
“Quero ser
voluntário
para sempre
no estilo de
Dom Bosco!”
Cinco anos depois estava em Viena. Depois do aspiran-
tado, do noviciado, dos estudos de filosofia e de peda-
gogia, comecei o tirocínio (dois anos de prática) no
SALESIANOS 2012
111

12.4 Page 114

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TESTEMUNHOS
CATIVANTES
Vietnã - Japão
Cinco “histórias de vida”:
do Vietnã ao Japão
John
Le Pham
Nghia Phu
Estes cinco jovens missionários vietnamitas levaram
ar fresco para a comunidade de formação de Chofu.
Eles não receberam a cruz missionária de Turim, mas
levam uma cruz que nem sempre é fácil de carregar
em um país que não é muito receptivo ao
Evangelho.
112
SALESIANOS 2012

12.5 Page 115

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Joseph Nguyen Giao Hoa
Só antes de vir para o Japão, há
cinco anos, estudei um pouco de japonês,
com a intenção de me tornar um padre salesiano em
Fiz meu
meu novo país. Durante a minha experiência com os
caminho
jovens no oratório, descobri minha vocação missio-
como aspi-
nária. O exemplo de meus irmãos japoneses,
rante salesiano
principalmente os missionários, me
no Vietnã e os
ajudou muito. Eu acho que uma
Joseph Nguyen Khac Diep
quatro anos passados
séria dificuldade é o fato de que
com os salesianos, em
o cristianismo não atrai os
Estou cumprindo meus estu-
especial o contato com as
japoneses.
dos de pós-noviciado em filosofia.
minorias étnicas em K'long,
Antes de vir para o Japão como um aspi-
no Vietnã, foram a base da
rante à vida salesiana talvez eu tivesse sido atraído
minha vocação missionária.
mais pelo espírito de aventura do que pela voca-
Passar o tempo com os jovens e
ção missionária. Durante o pré-noviciado, eu tive
falar com eles sobre o amor de Deus
uma crise, mas consegui compreender mais clara-
me ajuda a ser uma pessoa melhor. A
mente que permanecer neste país significa ser um
língua japonesa é difícil. Estou dando o
missionário com a incumbência de propagar o
melhor de mim para aprender a co-
Evangelho de Jesus. Por enquanto, porém,
nhecer a sociedade e a cul-
sou apenas um missionário que
tura japonesas.
está realizando sua for-
mação.
Andrew Tran Minh Hai
Joseph Nguyen Duy Hun
Posso dizer honestamente que, quando eu
vim para o Japão como um aspirante, a
minha vocação salesiana missionária, se é
que ela existia, era fraca e incerta. No final
do noviciado, eu senti um chamado para
partilhar com os outros as graças que tinha
recebido e o espírito do Evangelho. Eu devo
isso tudo à vida exemplar dos missionários
que conheci. Viver no Japão e assimilar a
cultura daquele país não foi fácil. As palavras
de São Paulo foram de grande ajuda: “Não
sou eu que vivo: mas Cristo que vive em
mim”.
Cheguei ao Japão há quatro anos
como aspirante, depois de dois anos de pre-
paração na minha terra natal, o Vietnã. Devo admitir
que a minha vocação para tornar-me missionário co-
meçou aqui. Não surgiu de modo sutil, foi uma des-
coberta. De fato, trabalhando no oratório, com os
mais jovens, quase nenhum deles cristão, descobri
que meu chamado para me tornar missionário
foi para eles. Meus irmãos vietnamitas foram
uma fonte de apoio muito importante para
mim e, naturalmente, a ajuda de Maria, nossa
Mãe, também. O Japão é um país alta-
mente desenvolvido e é difícil difundir o
Evangelho aqui.
SALESIANOS 2012
113

12.6 Page 116

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TESTEMUNHOS
CATIVANTES
Índia
A paz é possível
quando a Igreja
assume a liderança
Arcebispo Menamparampil, sdb
22.10.1936 - Nasce em Kelara, Índia
24.05.1955 - Primeira Profissão
02.05.1965 - Ordenação Sacerdotal
24.11.1981 - Ordenação Episcopal
10.07.1995 - Arcebispo de Guwahati
por P. C. M. Paul, sdb
As personalidades da Igreja que tomam
medidas em prol da paz em situações de
conflito não podem ser consideradas sim-
plesmente indivíduos que cometem atos“po-
liticamente corretos”. Principalmente quando
quem toma a iniciativa é um arcebispo
católico. Quando pessoas com cargos de
liderança dentro da Igreja e cidadãos proemi-
nentes das facções em guerra cooperam
com o processo de resolução de conflitos, a
“Palavra de Deus acende-se na vida das pes-
soas”, afirma o arcebispo salesiano Dom
Thomas Menamparampil de Guwahati.
Nos últimos 15 anos, o arcebispo tem condu-
zido com sucesso sete grandes iniciativas de
paz.
Sob a sua orientação, o Joint Peace Team (JPT,
Grupo Unidos pela Paz), do nordeste da Índia,
interveio nos seguintes conflitos: Bodo-Adi-
vasi (1996), Kuki-Paite (1998), Dimasa-Hmar
(2003) e Karbi-Kuki (2003), Dimasa-Karbi
(2004), Bodo-Muçulmanos em Udalguri
(2010) e Rabha-Garo (2011).
114
SALESIANOS 2012
Tudo começou com uma freira missionária
que visitou acampamentos de assistência nos
quais viviam 250.000 pessoas refugiadas após
o conflito entre o Bodo e Adivasi Santal em
1996.

12.7 Page 117

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“Muitas crianças estão doentes e todos
eles irão morrer”, relatou a irmã.
“Aquelas palavras me impressionaram
e me deram uma sensação de impo-
tência frente a um problema tão grave”,
lembra o arcebispo.
Mais de 500 pessoas morreram, cente-
nas de casas foram queimadas e as
pessoas foram amontoadas em 42
campos de acolhimento.
“Eu comecei nos campos de assistên-
cia, conduzindo pessoas que tinham li-
mitações em áreas especificas, mas
também muita boa vontade: semina-
ristas, jovens no caminho vocacional e
noviços. Meu papel era transmitir, ex-
ternamente, informações sobre o que
estávamos procurando realizar. Assim,
vendo o nosso trabalho, começaram a
chegar enfermeiros, médicos, estudan-
tes universitários de todo o país. Inicia-
mos também uma colaboração com
outras Igrejas e pedimos a ajuda de
ONGs “.
Mais de 400 voluntários já passaram
seis meses ajudando refugiados nos
campos de assistência. Até o primeiro-
ministro do estado de Assam visitou os
acampamentos e manifestou elogios
ao trabalho que foi feito. Foi criado,
assim, o JPT, ao qual juntaram-se adep-
tos da paz, moderados, visionários
locais. Quando um apelo pela paz é
emitido, ele é ouvido por todos.
O Arcebispo de 75 anos não se deixa
desencorajar nas tentativas árduas para
estabelecer a paz, apesar do imenso
cansaço e dos enormes esforços que
este processo exige, às vezes condu-
zindo a um fracasso completo. Dom
Menamparampil relembra momentos
em que sua esperança se reacendeu
quando um grupo muçulmano, disse:
“Nós viemos aqui somente porque o
arcebispo Thomas nos convidou para
este encontro de paz”, ou quando
alguns amigos presbiterianos e batistas
citaram seus textos sobre a paz, di-
zendo: “Tal como sugerido pelo ‘nosso
arcebispo’”. Nos últimos anos, JPT foi
ainda mais além das iniciativas de paz,
lutando por uma “sociedade livre de
corrupção”. O livreto de 78 páginas do
Arcebispo Menamparampil intitulado
“A honestidade na vida pública” tem
sido utilizado como texto de referência,
quando os líderes da Igreja do estado
de Mizoram expressaram instruções
para evitar a corrupção nas eleições
que foram realizadas recentemente.
Uma mudança drástica ocorreu nesse
estado do nordeste da Índia e deve
muito a este apelo à honestidade na
vida pública. O arcebispo acrescentou:
“Alguns grupos de jovens, tais como a
União dos Estudantes Bodo, me pedem
para dar palestras sobre a paz e o ‘renas-
cimento da ética’. Eles lêem meus arti-
gos e meus livrinhos. Talvez o grupo
Assam Students’ Union seja o próximo
a se manifestar a esse respeito.”
Além de ser um convidado especial no
Sínodo dos Bispos para a Ásia sobre a
Palavra de Deus, o Arcebispo Menam-
parampil é atualmente presidente da
Conferência Episcopal do Nordeste da
Índia, presidente da Comissão Episcopal
da Educação e Cultura e presidente da
Comissão para a Evangelização da Con-
ferência dos Bispos Católicos da Ásia.
O Arcebispo Menamparampil, que faz
parte de várias comissões do Vaticano,
em 1998 recebeu o prestigioso prêmio
de direitos humanos, “Maschio”, em
Mumbai.
SALESIANOS 2012
115

12.8 Page 118

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TESTEMUNHOS
CATIVANTES
China - Mongólia
O nosso amado Pai, Dom Bosco, nas noites entre 8 e 10 de abril de 1886, em Barcelona, teve
um sonho missionário, do qual fazia parte também o futuro da obra salesiana na China. Este
sonho realizou-se em várias épocas históricas. Em 1906, o P. Luís Versiglia havia sido mandado
pelo P. M. Rua a Macau junto com outros cinco missionários. De lá, os Salesianos passaram a
Hong Kong e a outras cidades da China. Em 1946, o P. Mario Acquistapace chegou a Pequim,
com a certeza de que era a cidade que Dom Bosco havia visto em seu sonho. Ali fundou uma
casa para órfãos e crianças pobres e difundiu, rapidamente, entre os fiéis, a devoção a Maria
Auxiliadora. Poucos anos depois, também a obra salesiana estava se expandindo rapidamente e
nasciam vocações. De repente, em 1949, o regime comunista que foi imposto na China rompeu
o sonho e os Salesianos foram expulsos da China continental, a obra teve de reduzir-se e
concentrou-se em Hong Kong, Macau e Taiwan.
O número de Salesianos hoje é de cento e dez, sendo a maioria de idade bem avançada.
O sonho de Dom Bosco para a China
continua no filho de uma senhora chinesa
por P. Pedro Leong, sdb
116
SALESIANOS 2012
Em 2006, apesar da carência de pes-
soal, Padre Paul Leung, um jovem sa-
cerdote que desempenhou diversos
encargos importantes na inspetoria, teve
a permissão do Reitor-Mor para ir para a
Mongólia como missionário, onde deu
início a uma obra para jovens pobres em
Darkhan. Quando lhe perguntaram por
que havia insistido tanto para ir em
missão, deixando muitos compromissos
importantes em Hong Kong, respondeu
simplesmente: “Eu fui batizado e pude
conhecer Deus porque havia bons mis-
sionários. Hoje, em Hong Kong, muitos
dos meus concidadãos têm várias opor-
tunidades de ouvir o Evangelho, de tirar
proveito dos ricos frutos da evangeliza-
ção. Como posso ser tão egoísta de não
compartilhar aquilo que recebi com
tantas outras pessoas que não têm nada
e que não têm a possibilidade de ouvir
falar de Deus?”.

12.9 Page 119

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De fato, quando o primeiro grupo de
Salesianos chegou a Darkhan, em 2005,
na cidade não havia nem mesmo um
católico. Ninguém sabia quem era
Jesus Cristo. Recentemente o P. Paul
foi nomeado pároco. Sua Paróquia
chama-se Maria Auxiliadora, no territó-
rio de Seleng Aimag, uma vasta inspe-
toria que compreende Darkhan, 22
vezes maior que Hong Kong. O P. Paul
verificou que já havia cerca de 150 ca-
tólicos graças ao grande empenho dos
missionários. Alguns, no momento,
estão se preparando para tornarem-se
catequistas ou Salesianos Cooperado-
res. E agora, Padre Paul está se apres-
sando em construir um santuário
dedicado a Maria Auxiliadora.
Padre Paul voltou recentemente para
estar ao lado da mãe em fim de vida.
Soubemos que a mãe deste nosso pri-
meiro missionário foi uma mulher ma-
ravilhosa, mãe de cinco filhos. Não era
católica; permaneceu sempre uma ho-
nesta senhora.
Como nos disse o próprio Padre Paul
quando ainda era um jovem estu-
dante, depois de ter-se diplomado pela
escola salesiana de Hong Kong, um dia
pediu a sua mãe a permissão para ser
batizado e sua mãe lhe respondeu:
“Não tem problema”. Porém, acrescen-
tou: “Mas você não deveria nunca
tornar-se missionário”. Depois de cerca
de um ano, Paul disse a sua mãe que
um sacerdote lhe havia telefonado e a
senhora respondeu instintivamente:
“Um sacerdote? Vai querer tornar-se
um sacerdote você também?”. “Sim”,
respondeu Paul. A mãe não disse
sequer uma palavra, mas fechou-se em
seu quarto e chorou durante três dias
pela dor que lhe provocava o miste-
rioso projeto de seu filho. Em seguida,
deu generosamente o seu consenti-
mento:“Cuide-se… E se algum dia não
conseguir suportar as dificuldades
você será sempre bem-vindo em casa”.
Alguns anos depois, Padre Paul foi
mandado a Roma para estudar. Um dia
telefonou a sua mãe, dizendo-lhe que
passaria longas férias de verão em
outro país. Sua mãe compreendeu
imediatamente que poderia ir a algum
lugar perigoso e aconselhou:“Te peço,
fique atento caso vá a países arrisca-
dos”. De fato, Padre Paul foi à Albânia
para prestar seus serviços aos persegui-
dos daquele país.
Depois de transcorridos mais alguns
anos, Padre Paul disse-lhe que gostaria
de ir em missão à Mongólia para difun-
dir o Evangelho e que, provavelmente,
ficaria longe dela por muito tempo.
Também naquela ocasião, a mãe con-
tinuou sendo generosa e sempre dis-
ponível. Disse-lhe: “Meu filho, sei que
você é sempre muito ativo, mas deve
saber que na Mongólia faz muito frio.
Vista roupas quentes, alimente-se mais
e, sempre que tiver um tempo livre,
venha me encontrar”.
Desde aquele momento, sempre
cuidou dele e deu total apoio a tudo
aquilo que seu filho realizou nas sedes
da missão. Sempre teve orgulho dele.
O sonho de Dom Bosco sobre a obra sa-
lesiana na China e o chamado de Padre
Paul à vida missionária são difíceis de
serem compreendidos por muitos de
nós. A única explicação pode consistir
no fato de que Deus tem um projeto
maravilhoso para o futuro da nossa Ins-
petoria e que devemos cooperar com
ele para que se torne realidade.
Em 25 de março, a Inspetoria da China
acolheu a solene chegada da Urna de
Dom Bosco em Hong Kong. Na cerimô-
nia de boas vindas na escola Tang King
Po, organizada pelo Departamento de
Serviço aos Jovens, para a nossa grande
surpresa, Padre Paul apresentou-se entre
nós com seis jovens da Mongólia e um
sacerdote salesiano. Dançaram e canta-
ram diante das relíquias de Dom Bosco.
No dia seguinte, durante a cerimônia pú-
blica perante a Urna, alguns sacerdotes e
freiras e alguns jovens provenientes do
sul e do norte da China, vieram ver Dom
Bosco. Haviam sabido do evento através
de periódicos e Internet.
SALESIANOS 2012
117

12.10 Page 120

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TESTEMUNHOS
CATIVANTES
Coreia - Sudão do Sul
A vocação dos salesianos está sempre
ligada a Maria Auxiliadora”
por † P. John Lee Taeseok, sdb
Não há na Coreia tanta devoção a
Maria Auxiliadora quanto a Santa
Maria da Paz ou Santa Maria da Miseri-
córdia. Por isso, antes de eu ser
salesiano nunca ouvira dizer, nem rezar,
a invocação «Maria, Auxiliadora dos
Cristãos, rogai por nós», que nós, sale-
sianos, rezamos pelo menos três vezes
ao dia.
Gostaria de contar-vos um pequeno
fato da minha vocação.
Ao sentir o chamado de
Deus, fiz uma linda ex-
periência da pre-
sença de Maria
Auxiliadora.
Embora estivesse decidido a encami-
nhar-me, com grande alegria, para a
vida salesiana, continuava em mim
uma pequena angústia: como dizer
isso à minha mãe? É que meu pai havia
morrido quando eu tinha 10 anos. E
minha mãe tivera de trabalhar muito
para ajudar-me a estudar Medicina. Foi
graças aos seus enormes sacrifícios que
eu pude me formar e poderia agora fi-
nalmente começar a ajudar minha
mãe, compensando-a pelos tantos sa-
crifícios, feitos sem nunca pedir-me
nada em troca. Era-me por isso muito
difícil comunicar-lhe a decisão… Não
achava meios de fazê-lo. Tentei várias
vezes… só de vê-la, perdia toda a co-
ragem. Tentei fazer o mesmo também
com uma das minhas irmãs com a qual
eu tratava de tantas coisas facilmente.
Nada! Passaram-se assim três longos
meses.
Certo dia, ao falar com minha irmã,
fiquei maravilhado em ver que ela já
sabia de tudo, graças a um sonho
que tivera na noite anterior. E
minha irmã contou assim à
minha mãe não só o sonho
que tivera mas também
118
SALESIANOS 2012

13 Pages 121-130

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13.1 Page 121

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O Dom Bosco de Tonj!
P. John Lee Taeseok
a minha… decisão. Todas as dificuldades desapare-
ceram. Imediatamente!
Só vim a saber que o evento tinha sido um auxílio
de Maria Auxiliadora quando o soube da boca do
meu mestre de noviços: a vocação dos salesianos,
disse-me, está sempre ligada a Maria Auxiliadora.
Eu não pedira esse auxílio a Maria SS. Mas Ela se deu
conta da minha dificuldade e veio ajudar-me de
modo silencioso. Essa foi a primeira experiência de
Maria que pude ter: uma experiência muito preciosa
para mim, porque pude sentir Maria muito viva e
real, como uma Senhora que me quer bem demais.
Pude assim compreender a realidade de “Maria Au-
xiliadora dos Cristãos” e aprender qual seja a atitude
que devemos ter ao ajudarmos os outros, isto é: estar
atentos às suas necessidades e prontos para ajudá-los.
Desde então eu podia falar aos jovens com convic-
ção sobre a presença de Maria Auxiliadora.
É certo que Maria não é um privilégio reservado
apenas aos salesianos. É um auxílio para todos os
cristãos. Mas nós, salesianos, somos muito sensíveis
e reconhecidos por esse auxílio que é Maria Auxilia-
dora. Foi com esta sensibilidade que Dom Bosco
acolheu Maria SS. como Inspiradora, Mãe e Mestra
da sua Congregação…”
Nascimento: 19-09-1962 (Pusan, Coreia)
Láurea em Medicina - Univ. de Inje: 1987 (Pusan)
Primeira profissão como SDB: 30-01-94 (Daejeon)
Profissão perpétua: 27-04-2000 (Roma)
Ordenação sacerdotal: 24-06-2001 (Seul)
Mandato missionário para o Sudão: 01-11-2001
Diagnóstico de câncer: 11-2008 (Seul)
Morte: 14-01-2010 (Seul)
SALESIANOS 2012
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13.2 Page 122

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13.3 Page 123

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Ao refletir sobre a vida deste
grande padre, eu quis contar sua
história e compartilhar a sua vida,
compartilhar a sua preciosa e ad-
mirável vida, além de pagar uma
profunda dívida interior. Resolvi or-
ganizar uma exposição em me-
mória de sua vida.
Segundo palavras do próprio
Padre Lee, o amor, o vírus do amor,
superará o tempo e o espaço.
Desejo sinceramente que este
vírus se espalhe implacável entre
todas as pessoas que se encon-
tram no grande plano de Deus.
Rezo sinceramente para que todas
as sementes que o Padre Lee plan-
tou produzam excelentes frutos e
doem paz a esta terra.
Artista Michaela Kang Hyunjoo
Agradecimentos
Redação
P. Filiberto González Plasencia
Conselheiro para a Comunicação Social
Membros do Dicastério da CS
e Sr. Seo Hilario, da Inspetoria da Coreia
Tradutores
São muitas as pessoas envolvidas para as nomear
todas. Mas queremos agradecer aos tradutores e
tradutoras – salesianos ou leigos – da África
(sobretudo para o francês), da América (sobretudo
para o espanhol e português), da Europa (para as
demais línguas, inclusive o espanhol, o francês, o
inglês, o italiano, o polonês, o português)
Agradecimentos
Queremos agradecer também aos diretores de
Boletim Salesiano e às suas Inspetorias, que
ofereceram a maior parte dos artigos, apoiados
pelos Conselheiros Regionais;
às Procuradorias das Missões Salesianas;
à artista Michaela Kang Hyunjoo
Impressão
Editora Dom Bosco
Bratislava, Eslováquia
Editrice S.D.B.
Direzione Generale Opere Don Bosco,
Via della Pisana 1111, Casella Postale 18333
00163 Roma-Bravetta, Italia
Informação
redazionerivistesdb@sdb.org
www.sdb.org
Aos Salesianos de Dom Bosco
SALESIANOS 2012

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