Um empenho de coerência para todo o sexênio


Um empenho de coerência para todo o sexênio

2. ORIENTAÇÕES E DIRETRIZES


2.1 Cuidado e promoção da vocação do salesiano coadjutor

1 P. Francisco CEREDA

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2 Conselheiro para a Formação

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A partir da beatificação do Sr. Artêmides Zatti, pode-se dizer que a Congregação viveu sobretudo “um ano comemorativo” na lembrança do novo beato e na apresentação da vocação do salesiano coadjutor. Chegaram das Inspetorias os ecos das muitas iniciativas levadas a efeito. Pensamos, por exemplo, nas celebrações litúrgicas e comemorativas do beato Artêmides Zatti, nas figuras de salesianos coadjutores apresentadas pelos Boletins Salesianos ou lembradas nas Inspetorias, nos encontros inspetoriais ou interinspetoriais sobre a vocação do salesiano coadjutor. Mas pensamos também nas particulares iniciativas vocacionais realizadas, nos videocassetes produzidos, nas palestras aos jovens proferidas dentro das Comunidades educativas pastorais, nas reflexões efetuadas nas Comissões inspetoriais de formação e nas equipes inspetoriais de pastoral juvenil.

Depois de um ano celebrativo, que contribuiu para criar uma forte sensibilização e dar os primeiros passos, chegou o tempo de que cada Inspetoria projete de maneira orgânica e concreta objetivos, processos e intervenções, para promover a vocação do salesiano coadjutor durante todo o sexênio. O ano celebrativo prolongue-se em “um sexênio operativo”. Deste modo serão levadas a efeito as indicações do “Projeto de animação e de governo do Reitor-Mor e do seu Conselho” no qual, retomando as palavras do Pe. Vecchi, se fala de “um empenho renovado, extraordinário e específico pela vocação do salesiano coadjutor”. As orientações deste escrito desejam oferecer uma ajuda às Inspetorias para planejar nos Capítulos inspetoriais, de acordo com a recente carta mandada pelo Vigário Pe. Van Looy aos Inspetores, e para ativar durante o sexênio o cuidado dessa vocação.




1. Reflexões e orientações recentes


Temos, na Congregação, reflexões e orientações autorizadas e significativas respeito à vocação do salesiano leigo.

Podemos encontrar o início da releitura desta figura em 1975 com o “Congresso Mundial Salesiano Coadjutor” e em 1978 com o documento do CG21 sobre “O Salesiano Coadjutor”. Em 1980 o Reitor-Mor Pe. Egídio Viganó retomava a reflexão sobre este tema vital com a carta “O componente laical da comunidade salesiana” (ACG 298); nela aprofundava a originalidade e as implicações carismáticas dessa vocação para a comunidade salesiana e para a Congregação. Pode-se ainda lembrar o texto: “Salesiano Coadjutor. História identidade, pastoral vocacional e formação”, de 1989, fruto de uma decisão do CG22, que pedia se desenvolvesse “a identidade vocacional do Salesiano leigo e o seu significado essencial para a vida e a missão da Congregação, tendo presente a reflexão que se faz na Igreja”. O fundamento para cada reflexão e orientação atual continua sempre o artigo 45 das Constituições com o seu comentário, presente no texto “O Projeto de vida dos salesianos de Dom Bosco. Guia para a leitura das Constituições salesianas” de 1986.

Não há dúvida de que o Capítulo Geral 24, mesmo sem tratar a temática da figura vocacional do salesiano coadjutor, pediu explicitamente melhor compreensão da identidade do componente laical da comunidade salesiana (CG24, 154), despertou reflexões sobre a especificidade dessa vocação em relação aos leigos, sugeriu melhor valorização deles nas Comunidades educativas pastorais, pelo menos igual ao próprios leigos.

No ano 2000 foi promulgada a terceira edição da “Ratio”, que traz um grande desenvolvimento ao tema da formação do salesiano coadjutor. Ela apresenta a sua identidade vocacional (FSDB 40). Desenvolve, além disso, o tema da sua formação inicial, dando particular atenção às fases do pós-noviciado (FSDB 408-409; 420-421). 424) e da formação específica (FSDB 446-458), da qual apresenta em apêndice as linhas orientadoras para o ordenamento dos estudos (PSDB 596-599). Alude também ao “qüinqüênio” após a formação específica (FSDB 248; 532; 534). Exige por fim a contribuição do salesiano coadjutor nas comunidades formadoras, possivelmente com tarefas de animação ou de ensino (FSDB 234 e 284), e sugere essa presença expressamente para o noviciado (FSDB 378) e o pós-noviciado (FSDB 416).

Recentemente, o Reitor-Mor Pe. Juan Vecchi oferecia à Congregação novas reflexões com a carta de 31 de maio de 2001, “Beatificação do Coadj. Artêmides Zatti: uma novidade impressionante” (ACG 376), na qual pedia a todas as Inspetorias um empenho especial em favor da vocação do salesiano coadjutor. A carta vinha acompanhada de algumas orientações do Pe. José Nicolussi e do Pe. Antonio Domenech, “Um empenho renovado e extraordinário pela vocação do salesiano coadjutor”, que convidavam as Inspetorias a tomar consciência das próprias tarefas na promoção dessa vocação. Eles afirmavam a necessidade de “uma avaliação da situação e da animação vocacional” e a exigência de “uma programação extraordinária” para favorecer o conhecimento e a proposta desta vocação.

A isso devem acrescentar-se os compromissos que o CG25 quis assumir. Eles estão presentes no texto capitular e na mensagem aos irmãos salesianos: Acolhamos a graça que nos foi dada na beatificação do Salesiano coadjutor Artêmides Zatti”. Também o Reitor-Mor Pe. Pascual Chavez no “Discurso de encerramento do CG25” sublinhava essa urgência, pedindo que “se tornasse operativo em todas as Inspetorias o interesse renovado, extraordinário e específico pela vocação do salesiano coadjutor, especialmente na pastoral vocacional e na Família salesiana”. Por fim, o “Projeto de animação e de governo do Reitor-Mor e do seu Conselho” apresentou alguns objetivos, estratégias e intervenções, pedindo um empenho específico ao setor da Formação em colaboração com o setor da Pastoral juvenil.




2. Novo contexto atual


Como se vê, não faltam na nossa Congregação reflexões e orientações. Hoje, tais reflexões situam-se num contexto novo, que se deve ter presente e aprofundar.

A eclesiologia conciliar e pós-conciliar acentuou a perspectiva de uma Igreja de comunhão, pondo em evidência a complementaridade das diversas vocações, a igual dignidade batismal de cada cristão, a importância de todos os carismas, o chamado universal à santidade. Isto levou à justa promoção dos leigos dentro da Igreja, ao reconhecimento de sua contribuição ativa na ação evangelizadora, à exigência da superação do clericalismo. O empenho da promoção da vocação do leigo consagrado situa-se num momento de clara identidade e relevância dos leigos na Igreja, ao passo que, ao contrário, a identidade do religioso irmão é incerta e exige um aprofundamento específico e urgente. A pergunta fica irresolvida: por que ser religioso irmão quando se pode viver e fazer as mesmas coisas como leigo? É uma verdadeira crise de identidade. Algumas vezes isto criou complexos de inferioridade ou insatisfação vocacional. Levou também alguns religiosos irmãos a procurar a ordenação sacerdotal como único caminho para uma realização completa e para a superação da incerteza da identidade.

A Igreja está vivendo uma grave crise da vida religiosa, especialmente da vida religiosa feminina e da vocação dos chamados religiosos irmãos. A vida religiosa, ao mesmo tempo em que vai abandonando velhos modelos de expressão, deve ainda encontrar outros novos. A crise se acentua no caso da vida religiosa apostólica, atingindo mais de perto as Congregações que na história tiveram e ainda hoje têm um impacto intensamente social. Além disso, a centralidade e a visibilidade do presbítero na vida eclesial, unida à justa ênfase sobre a vida e missão do leigo, não ajudam a dar realce à vocação religiosa enquanto tal. A redução da vida consagrada aos seus aspectos ministeriais e funcionais, como se sua missão se limitasse apenas à ação e às obras, contribui para ofuscar ulteriormente a sua identidade. Nesse contexto, a identidade da figura do leigo consagrado é muito mais incerta que a do religioso presbítero.

Assiste-se na nossa Congregação a uma diminuição numérica da vocação do salesiano coadjutor, que passou dos 4250 irmãos de 1970 aos 2260 de hoje. Já em 1984, o Pe. Egídio Viganó havia lançado um “grito de alarme”. Em certos ambientes nossos, a imagem do presbítero parece prevalecer sobre a do religioso salesiano. Também a vida religiosa salesiana é vista muitas vezes em termos funcionais, como se a missão salesiana se reduzisse a papéis e tarefas que se devem desenvolver. Além disso, a contribuição específica de animação da CEP por parte da comunidade salesiana, como “testemunha de Deus e profecia do dinamismo missionário do ‘Da mihi animas’” (ACG 163, p. 35), está ainda pouco presente; geralmente as nossas comunidades não são visíveis como comunidades religiosas. Em algumas Inspetorias, um enfraquecimento da identidade vocacional do salesiano coadjutor é devido também a uma persistente mentalidade clerical ou a uma redução da presença nas escolas profissionais ou nos ambientes especificamente educativos e seculares da nossa missão.

O contexto que estamos vivendo exige que tenhamos presentes estas novas situações, que podem suscitar novas perguntas. Neste momento trata-se de assimilar e aprofundar as reflexões que a Congregação fez até agora, mas sobretudo de torná-las operativas. Da assimilação e da práxis nascerão novos pedidos de aprofundamento.




3. Necessidade de organicidade e de concretude na ação


Segundo o Projeto de animação e governo do Reitor-Mor e do seu Conselho, as linhas fundamentais para a promoção da vocação do salesiano coadjutor dizem respeito ao conhecimento aprofundado da sua identidade vocacional, à visibilidade da sua figura, à sua formação de qualidade, à animação vocacional. Tais aspectos devem ser tomados simultaneamente; eles se chamam mutuamente e, somente se realizados juntos, podem ter eficácia.


3.1 Conhecimento da identidade vocacional

Antes de mais, é preciso uma decidida mudança de mentalidade quanto ao modo de entender a nossa vocação salesiana, aprofundando a teologia da vida religiosa, a sua identidade eclesial, a contribuição da consagração apostólica à nossa missão e sua contribuição à animação da Comunidade educativa pastoral. Na comunidade salesiana é a consagração apostólica que nos une antes de qualquer diferença vocacional; somente dentro da vida religiosa comum é possível compreender a identidade da vocação do salesiano coadjutor.

Faz-se mister ainda a promoção de iniciativas de aprofundamento e de partilha dos principais conteúdos da identidade vocacional do salesiano coadjutor. Trata-se de adquirir as reflexões e as orientações propostas pela Congregação, mediante um programa de formação permanente nas Inspetorias, que preveja a comunicação, o confronto e a elaboração comunitária sobre a originalidade, as motivações e os modelos de tal vocação. Isso é tarefa da Comissão inspetorial de formação, que deverá oferecer estímulos e propostas ao Conselho inspetorial, à animação inspetorial e às comunidades.

Houve, por vezes, uma recepção apenas formal desses conteúdos e, por isso, realizou-se uma fraca estratégia prática. Provavelmente foi mais fácil para as comunidades salesianas substituir a falta de salesianos coadjutores com a inserção de leigos possuidores de competência profissional e educadora, expondo-se ao risco de perder sua especificidade carismática.


3.2. Visibilidade da figura

A visibilidade da figura do salesiano coadjutor está estreitamente ligada à presença e visibilidade da comunidade salesiana na CEP, precisamente enquanto comunidade religiosa. Sem uma presença entre os jovens da comunidade salesiana no seu conjunto e em todas as suas dinâmicas de vida fraterna, espiritual e ação evangelizadora, é muito difícil colher a vocação do salesiano leigo. Reforçando a visibilidade da comunidade salesiana, ele também se valoriza.

É preciso dar relevo à presença dos salesianos leigos, de modo que eles tenham na CEP tarefas educativas; é importante pôr os salesianos coadjutores em contato direto com meninos e jovens; é necessário superar também para o salesiano coadjutor o costume de confiar-lhe exclusivamente tarefas organizativas e administrativas. É preciso pensar em novos modelos de salesianos leigos.

Trata-se de valorizar e tornar visível a figura do salesiano leigo nas comunidades salesianas e nas comunidades educativas pastorais não somente em “encargos profissionais”; a profissionalidade é necessária, mas sozinha é insuficiente para comunicar a experiência de uma vocação carismática. Também os leigos têm uma competência profissional. A especificidade vocacional do salesiano coadjutor requer que se torne visível a síntese vital de competência profissional, experiência espiritual, empenho educativo pastoral.

Nas comunidades e nas Inspetorias deve-se enaltecer a presença dos salesianos coadjutores nas várias representações, nos organismos de animação inspetorial, na distribuição das tarefas de responsabilidade. É preciso também pensar no que fazer para as Inspetorias que não têm presenças de salesianos coadjutores. Em todos esses casos compete ainda à Comissão inspetorial de formação fazer uma avaliação e planejamento, que deverão ser submetidos ao Inspetor e ao Conselho inspetorial.


3.3. Formação de qualidade

Há numerosos pontos da formação do salesiano coadjutor que exigem aprofundamento e sobretudo experiência. em “Critérios e Normas de discernimento vocacional salesiano” encontramos alguns critérios vocacionais, que nos ajudam a discernir quais são os aspectos característicos para distinguir na única vocação salesiana a vocação do salesiano presbítero e a do salesiano coadjutor (CNDV 84 –n86); tais critérios devem ser aprofundados pelas Comissões inspetoriais de formação e do Dicastério da formação, para encontrar ulteriores especificações.

A todos os que começam o pré-noviciado, tanto futuros salesianos coadjutores como salesianos presbíteros, é preciso garantir as mesmas condições de ingresso do ponto de vista dos estudos secundários, exigindo uma “cultura geral de base” (FSDB 342). O discernimento para a vocação de salesiano presbítero e de salesiano coadjutor é feito no noviciado, antes do pedido de admissão à profissão, e deve tornar-se definitivo antes da formação específica após o tirocínio (FSDB 323).

O pós-noviciado é a fase em que, em continuidade com o noviciado, aprofunda-se a comum identidade religiosa e em que os salesianos se preparam para ser educadores e pastores; por isso, a “Ratio” afirma que “é desejável” que salesianos aspirantes ao presbiterado e salesianos coadjutores vivam na mesma comunidade formadora, “onde são valorizadas as duas formas da única vocação salesiana” (FSDB 421). Na Congregação há, porém, ainda alguma situação que parece exigir uma experiência diferente. No pós-noviciado é também preciso experimentar o fato de que o “currículo de nível paritário” possa também querer dizer a possibilidade de desenvolvimento do mesmo programa de estudos, além da possibilidade de programas diversos (FSDB 398).

É necessário introduzir nas comunidades formadoras do pré-noviciado, noviciado e pós-noviciado a figura do salesiano coadjutor com papéis de formação e de ensino. Certamente, isso vale também para as comunidades de formação específica dos salesianos coadjutores, e seria desejável também nas comunidades de formação específica dos salesianos presbíteros. De qualquer modo, é importante que sejam garantidas essas presenças em momentos significativos da vida das comunidades formadoras.

O ponto mais inovador da “Ratio” diz respeito à formação específica do salesiano leigo. Nesse campo estão-se fazendo tentativas, mas temos ainda muito que experimentar e planejar. Temos uma tradição para a formação específica do salesiano presbítero, não, porém, para a do salesiano coadjutor. Sobre essa formação não se devem fazer concessões, porque se trata de reforçar a identidade vocacional e oferecer uma formação teológica, espiritual, educativa e pastoral de qualidade. É necessário garantir tal formação após o tirocínio; ela “não deve identificar-se com a qualificação profissional” (FSDB 446); certamente é preciso pensar também nos caminhos de qualificação profissional (FSDB 456).

Finalmente, não se deve descuidar a formação permanente dos salesianos coadjutores, para que possam viver sua vocação hoje em plenitude e fidelidade criativa. Todas essas tarefas dizem respeito à Comissão inspetorial de formação e ao Conselho inspetorial e podem encontrar orientações e opções no Projeto inspetorial de formação.


3.4. Animação vocacional

Juntamente com a “avaliação da animação e da animação vocacional”, já foi pedida às Inspetorias “a elaboração de uma programação extraordinária” que favoreça o conhecimento, a proposta e o acompanhamento da vocação do salesiano coadjutor (Cf. ACG 376 p. 65). A equipe de pastoral juvenil e a comissão de animação vocacional têm essa incumbência; a promoção dessa vocação específica é possível somente dentro de uma cultura vocacional e de uma ação mais ampla de animação.

Antes de mais, é mister apresentar a vocação salesiana como uma consagração apostólica, posta a serviço da missão. A vida consagrada é muitas vezes entendida em termos de prestação de serviços, e então é reconhecida sobretudo pela função que desempenha e pouco pelo testemunho que dá. Além disso, não se aprecia suficientemente a beleza e a necessidade do apostolado dos leigos em campo secular. Quantos professores leigos se vêem como apóstolos na escola? Quantos médicos consideram o exercício de sua profissão um verdadeiro apostolado? Quantos agentes esportivos vêm no seu serviço um campo de pastoral? A mentalidade está ainda distante do reconhecimento da importância do apostolado no campo secular. Sobre este duplo terreno pode surgir mais facilmente a vocação do salesiano coadjutor.

E depois, nos casos em que se está convencido da necessidade de promover essa específica vocação salesiana, a animação vocacional nem sempre tem um programa gradual, simples e bem focalizado, para levar os jovens a conhecer, ao longo dos anos, a pluralidade das vocações na Igreja, que os ajude a ver suas diferenças e que, assim, os acompanhe na compreensão e apreço da vocação do salesiano leigo.

Enfim, nem sempre e nem muitos salesianos leigos estão envolvidos na promoção dessa vocação. Esquece-se que hoje é muito importante para os jovens o contato direto, a experiência que se faz, o “tocar com a mão”, para compreender e estimar uma vocação. A visibilidade da presença do salesiano leigo na Comunidade educativa pastoral tem também importância para a animação vocacional. As vocações de salesianos coadjutores surgem onde há modelos com os quais identificar-se, porque é difícil falar desta vocação sem modelos concretos.

Em conclusão, o que se requer na Congregação é uma verdadeira ação orgânica e concreta, que sacuda comunidades e irmãos e os mobilize nesse empreendimento audaz. Tratando-se de criar gradualmente uma mentalidade mais favorável à vocação do salesiano leigo, a ação não pode limitar-se a um ano, mas deve durar diversos anos. O mesmo se diga do empenho em tornar visível a figura do salesiano leigo, para garantir-lhe uma formação de qualidade, para fazer conhecer e propor esta vocação aos jovens.

Tal ação, segundo o “Projeto de animação e governo do sexênio”, é motivada, animada e sustentada pelo Reitor-Mor e por todos os membros do Conselho, de modo especial pelo Conselheiro para a formação e pelo Conselheiro para a pastoral juvenil, mas sobretudo deve insistir sobre os Inspetores e sobre a animação das Inspetorias, sobre todas as comunidades, sobre cada irmão, deve enfim encontrar apoio e despertar colaboração nas Regiões.

Uma ação desse porte não poderá começar e continuar sem a oração constante de cada membro das Inspetorias e das comunidades. Somente a oração prepara as consciências, cria um movimento espiritual, sustém a motivação e o empenho, alcança de Deus o dom solicitado.




4. Empenho de cada Inspetoria


A animação inspetorial exige organicidade ao enfrentar as questões e concretitudes no predispor as atuações. É importante envolver todos: salesianos presbíteros e salesianos coadjutores, formação inicial e formação permanente, jovens e leigos, nível inspetorial e nível local. Sem esta ação convergente, o caminho será difícil. Para manter o interesse e o empenho de todos pela vocação do salesiano coadjutor, é preciso que em cada Inspetoria haja um irmão com uma equipe, ao qual é confiada a tarefa de animar esta ação de promoção; sente-se, assim, a necessidade de criar uma ação unitária na animação e no governo.

Para tanto propõe-se que o Delegado inspetorial de formação, juntamente com a Comissão inspetorial de formação, assuma entre suas principais tarefas deste sexênio a finalidade da promoção de “um empenho renovado, extraordinário e específico pela vocação do salesiano coadjutor” em toda a Inspetoria, nas comunidades salesianas, nos irmãos. Tal finalidade articula-se em torno dos quatro núcleos apontados: o aprofundamento da identidade vocacional nas comunidades salesianas e na Família Salesiana, a oportuna visibilidade do salesiano coadjutor, a qualidade da sua formação, a colaboração com a equipe de pastoral juvenil para a animação vocacional.

O Delegado inspetorial de formação tem a tarefa de estimular e propor no que tange à animação inspetorial. De modo especial sugere propostas e cria a união entre as várias Comissões e Conselho inspetorial; mantém viva a atenção da Inspetoria e das comunidades; suscita um movimento de oração; recolhe as experiências da Congregação na promoção dessa vocação e a faz conhecer. Uma tarefa importante cabe seguramente à equipe de pastoral juvenil, com atenção à animação vocacional, ao associacionismo e MGS (AJS), à comunicação social. É preciso construir uma estreita colaboração entre os Delegados inspetoriais de formação e de pastoral juvenil.

Toda esta ação convergente deve encontrar síntese, apoio e impulso no Inspetor e o seu Conselho, que estabelecem orientações e decisões para toda a Inspetoria. São eles os primeiros animadores desse empenho. A Inspetoria tem alguns instrumentos de planejamento, para os quais podem convergir as suas opções acerca da promoção desta vocação; tem especialmente o Projeto inspetorial de formação, a programação anual de formação permanente, o Plano inspetorial de animação vocacional.

Durante o ano 2003-2004, as Inspetorias através do Capítulo inspetorial têm uma grande oportunidade para favorecer o aprofundamento da identidade vocacional, para envolver todas as comunidades, para projetar o próprio empenho acerca da “promoção da vocação do salesiano coadjutor”. O Capítulo, porém, não esgota o compromisso das Inspetorias durante o sexênio.




5. Empenho das Regiões


É importante que através do Delegado inspetorial de formação cada Inspetoria estabeleça contatos com a própria Região e com o Coordenador regional de formação. Em nível de Região poder-se-ão conhecer mais facilmente os objetivos, as estratégias e as realizações que cada Inspetoria está levando a efeito.

Na Região poder-se-ão também empreender algumas iniciativas de colaboração. Há, com efeito, atenções específicas ou iniciativas que as Regiões podem favorecer, tais como, por exemplo, encontros regionais de formação contínua para salesianos coadjutores e a proposta de comunidades formadoras para a sua formação específica.

Por ocasião da próxima Visita de conjunto, as Regiões ou as Conferências interinspetoriais poderiam fazer uma apresentação do que se projetou e se está fazendo em cada Inspetoria.




6. Empenho de toda a Congregação


O Reitor-Mor e o seu Conselho entendem motivar os irmãos e aprofundar o empenho operativo para a promoção da vocação do salesiano coadjutor, após o impulso inicial advindo à Congregação da beatificação do senhor Artêmides Zatti. Eles são chamados também a ter presentes os problemas, as perguntas e os desafios que hoje se apresentam à identidade vocacional.

Os Dicastérios podem dar contribuições a título diverso. A Formação se torna especialmente atenta à promoção desta vocação e à criação de laços com os outros dicastérios; ao passo que a Pastoral juvenil tem uma grande tarefa no atualizar sua animação vocacional; enquanto a Pastoral juvenil tem uma grande tarefa no atualizar a sua animação vocacional; ambos os dicastérios especificaram melhor seu empenhos e sua colaboração no “Projeto do sexênio” A Família salesiana tem necessidade de ser envolvida sobretudo em plano de um conhecimento da originalidade desta vocação. As Missões podem orientar as opções de salesianos coadjutores missionários para zonas em que não existe uma presença relevante e conhecimento dessa vocação. A comunicação social pode continuar a sua contribuição informativa e comunicativa.

Os Conselheiros Regionais podem levar adiante a animação das Inspetorias também com este objetivo; penso que podem sobretudo favorecer comunidades na formação específica do salesiano coadjutor em nível de Região ou Conferência de Inspetorias.

Seria, enfim, interessante que se chegasse a amadurecer a exigência de tratar o tema do salesiano coadjutor no Capítulo Geral 26, trinta anos depois da reflexão do CG21.




2.1 Oração

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Confiemos o dom das vocações se salesianos coadjutores para as nossas Inspetorias e para a Congregação à intercessão do Beato Artêmides Zatti mediante a oração confiante das nossas comunidades. Envolvamos nesta oração os jovens, as Comunidades educativas pastorais, o Movimento Juvenil Salesiano, a Família salesiana. Confiemos esse empenho também a pessoas consagradas, que na Igreja se dedicam à vida de oração.


Ó Deus,

que no Beato Artêmides Zatti

nos destes um modelo de salesiano leigo,

ajuda-nos a reconhecer o dom desta vocação

para toda a Família Salesiana.


Dá-nos a inteligência e a coragem

de propor aos jovens

esta forma especial de vida evangélica

no seguimento de Cristo e a serviço dos jovens mais pobres.


Torna os jovens

disponíveis à ação do Espíirito,

para que se deixem fascinar pelo teu chamado

e acolham generosamente o teu convite.


Ensina-nos a acompanhar

os que tu chamas para este estrada-//,

com caminhos formativos de qualidade

e com guias experientes e preparados.


Nós o pedimos

por intercessão do Beato Artêmides Zatti

e pela mediação de Cristo nosso Senhor.

Amém